viveiros

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18/11/2015 Sistema I Produção de Mudas http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Cupuacu/CultivodoCupuacuRO/mudas.htm 1/3 Embrapa Rondônia Sistemas de Produção, 9 ISSN 18071805 Versão Eletrônica Dez./2005 Cultivo do Cupuaçu em Rondônia Autores Inicio SISTEMA DE PRODUÇÃO I Apresentação Caracterização do sistema Produção de mudas Implantação da cultura Tratos culturais Colheita e comercialização Coeficientes técnicos SISTEMA DE PRODUÇÃO II Caracterização do sistema Produção de mudas Implantação da cultura Tratos culturais Colheita e comercialização Coeficientes técnicos Anexo I Anexo II Anexo III Referências Expediente Produção de Mudas Escolha do local do viveiro A área do viveiro deverá ser bem drenada, com pequena declividade (até 3%). A disponibilidade de água e proximidade do local do plantio são condições a considerar. No caso de se construir estrutura de viveiro, o local deverá estar em pleno sol, fazendose o controle do sombreamento apenas com a cobertura artificial. Construção do viveiro Para o viveiro natural, basta se fazer a limpeza da área sombreada naturalmente, organizando a posição dos canteiros, de forma a facilitar os tratos e o trânsito. A sombra inicial não deverá ser maior que 50%. Dentre os inconvenientes do viveiro natural, se destacam: dificuldade de uniformização do sombreamento; impacto do gotejamento que pode prejudicar no início do desenvolvimento das mudas quando as copas das árvores sombreadoras são muito altas; dificuldade ou mesmo impossibilidade de redução do sombreamento para propiciar a aclimatação das mudas; maior probabilidade de prejuízos pela ação de animais silvestres e quebras de galhos; falta de uniformidade das mudas. Como maior conveniência se destacam o baixo custo da instalação. Pode ser recomendado para pequenos plantios. O viveiro construído possui uma estrutura principal, formada de moirões de madeira de lei, com 3,0 m de comprimento e 20 cm de diâmetro aproximadamente, espaçados de 3,0 m entre si. Após a fixação no solo (60cm), se define a altura livre de 2,40 m para o viveiro. Na cobertura poderá ser utilizada a estrutura de ripas (madeira bruta ou bambu) ou arame e cobertura de folhas de palmeira. O sombreamento inicial deverá ser de 50% o que se consegue colocando as folhas abertas, de forma que os folíolos fiquem sobrepostos em aproximadamente 1/3 (um terço) do seu comprimento. Tamanho e organização do viveiro As dimensões do viveiro deverão corresponder ao espaço necessário para acomodar o total de mudas que se pretende produzir. Em cada m 2 de canteiro será possível acomodar 80 mudas, já espaçadas o suficiente para o seu máximo desenvolvimento. Considerandose as áreas de circulação, o número ideal de mudas por canteiro será de 50 unidades por m 2 de viveiro. Para a obtenção de cerca de 3 000 mudas aptas para o plantio de 10 ha, deverá ser construído um viveiro de 78 m 2 , que corresponde à largura de 6m e comprimento de 13 cm. A orientação do comprimento deverá ser da direção nortesul, bem como a disposição das folhas da cobertura, portanto as ripas ou arames deverão ficar paralelos a lateral menor de 6 m. Serão necessários 17 moirões (cinco em cada lateral de 13 m e mais 4 na linha central) e 39 m de "linhas" que formarão a estrutura superior, onde transversalmente serão colocadas as ripas ou arame, para apoio da cobertura de folhas. A distância entre ripas ou arames deverá ser de aproximadamente 1,4 m o que define a necessidade de 10 transversais, equivalente a 60 m. Lateralmente o viveiro deverá ser protegido por palha, organizando uma parede, para proteção de ventos e excesso de luz nos canteiros externos. Os canteiros deverão ter seu comprimento na direção paralela ao eixo maior do viveiro, divididos em duas partes, com uma passagem central de 1,5 m de largura. Entre os canteiros será mantida uma passagem de 0,6m, definindo três passarelas, no sentido do comprimento. Desta forma serão organizados 8 segmentos de canteiros, cada um com 5,75m de comprimento e aproximadamente 1m de largura. Os

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Viveiros Cupuaçu

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18/11/2015 Sistema I ­ Produção de Mudas

http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Cupuacu/CultivodoCupuacuRO/mudas.htm 1/3

Embrapa Rondônia

Sistemas de Produção, 9ISSN 1807­1805 Versão Eletrônica

Dez./2005

Cultivo do Cupuaçu em RondôniaAutores

Inicio SISTEMA DEPRODUÇÃO IApresentaçãoCaracterização dosistemaProdução de mudasImplantação da culturaTratos culturaisColheita ecomercializaçãoCoeficientes técnicos SISTEMA DEPRODUÇÃO IICaracterização dosistemaProdução de mudasImplantação da culturaTratos culturaisColheita ecomercializaçãoCoeficientes técnicos Anexo IAnexo IIAnexo III ReferênciasExpediente

Produção de Mudas Escolha do local do viveiro

A área do viveiro deverá ser bem drenada, com pequena declividade (até3%). A disponibilidade de água e proximidade do local do plantio sãocondições a considerar.

No caso de se construir estrutura de viveiro, o local deverá estar em plenosol, fazendo­se o controle do sombreamento apenas com a coberturaartificial.

Construção do viveiro

Para o viveiro natural, basta se fazer a limpeza da área sombreadanaturalmente, organizando a posição dos canteiros, de forma a facilitar ostratos e o trânsito. A sombra inicial não deverá ser maior que 50%. Dentre osinconvenientes do viveiro natural, se destacam: dificuldade de uniformizaçãodo sombreamento; impacto do gotejamento que pode prejudicar no início dodesenvolvimento das mudas quando as copas das árvores sombreadoras sãomuito altas; dificuldade ou mesmo impossibilidade de redução dosombreamento para propiciar a aclimatação das mudas; maior probabilidadede prejuízos pela ação de animais silvestres e quebras de galhos; falta deuniformidade das mudas. Como maior conveniência se destacam o baixocusto da instalação. Pode ser recomendado para pequenos plantios.

O viveiro construído possui uma estrutura principal, formada de moirões demadeira de lei, com 3,0 m de comprimento e 20 cm de diâmetroaproximadamente, espaçados de 3,0 m entre si. Após a fixação no solo(60cm), se define a altura livre de 2,40 m para o viveiro. Na coberturapoderá ser utilizada a estrutura de ripas (madeira bruta ou bambu) ou aramee cobertura de folhas de palmeira. O sombreamento inicial deverá ser de50% o que se consegue colocando as folhas abertas, de forma que os folíolosfiquem sobrepostos em aproximadamente 1/3 (um terço) do seucomprimento.

Tamanho e organização do viveiro

As dimensões do viveiro deverão corresponder ao espaço necessário paraacomodar o total de mudas que se pretende produzir. Em cada m2 decanteiro será possível acomodar 80 mudas, já espaçadas o suficiente para oseu máximo desenvolvimento. Considerando­se as áreas de circulação, onúmero ideal de mudas por canteiro será de 50 unidades por m2 de viveiro.

Para a obtenção de cerca de 3 000 mudas aptas para o plantio de 10 ha,deverá ser construído um viveiro de 78 m2, que corresponde à largura de 6me comprimento de 13 cm. A orientação do comprimento deverá ser da direçãonorte­sul, bem como a disposição das folhas da cobertura, portanto as ripasou arames deverão ficar paralelos a lateral menor de 6 m. Serão necessários17 moirões (cinco em cada lateral de 13 m e mais 4 na linha central) e 39 mde "linhas" que formarão a estrutura superior, onde transversalmente serãocolocadas as ripas ou arame, para apoio da cobertura de folhas. A distânciaentre ripas ou arames deverá ser de aproximadamente 1,4 m o que define anecessidade de 10 transversais, equivalente a 60 m. Lateralmente o viveirodeverá ser protegido por palha, organizando uma parede, para proteção deventos e excesso de luz nos canteiros externos. Os canteiros deverão ter seucomprimento na direção paralela ao eixo maior do viveiro, divididos em duaspartes, com uma passagem central de 1,5 m de largura. Entre os canteirosserá mantida uma passagem de 0,6m, definindo três passarelas, no sentidodo comprimento. Desta forma serão organizados 8 segmentos de canteiros,cada um com 5,75m de comprimento e aproximadamente 1m de largura. Os

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dois moirões do interior do viveiro deverão ser fixados na lateral do canteiro,para não comprometer a circulação, por isso, não ficarão exatamentecentralizados. A área útil total de encanteiramento será de 48 m2,correspondendo portanto a capacidade de acomodação para 3480 mudas,provendo­se produção de 3072 mudas aptas para o plantio (aproveitamentode 80%).

Os canteiros resultam da arrumação das mudas já envasadas, distribuindo­asem 8 fileiras isoladas entre si por ripas ou sustentadas por arame, no sentidodo comprimento do canteiro. Assim nas entrelinhas se garante algum espaço,entre as sacolinhas, que se mantém juntas nas linhas.

Embalagem

Sacos de polietileno preto, nas dimensões de 20 cm x 35 cm e espessura de0,15 mm.

Preparo do substrato

O substrato é a mistura utilizada para encher as sacolas plásticas. De umtotal de 5 partes, 3 serão de terra argilosa retirada da camada de cerca de 20cm de profundidade; uma parte de areia média e uma parte de materialorgânico. Como matéria orgânica mais indicada, poderão ser utilizados;serragem, palha de café ou esterco bovino. O material orgânico deve estarbem decomposto (curtido) em qualquer dos casos. A cada m3 (metro cúbico)da mistura deverá se acrescentar 500 g de calcário, 400 g de superfosfatosimples, 200 g de cloreto de potássio e 30 g de um complexo demicronutrientes.

Seleção das sementes

As sementes deverão ser de origem conhecida e recém colhidas. A garantiadas sementes está na escolha das plantas matrizes, em função da produção.São características desejáveis: frutos de peso superior a 1 kg: produção demais de 20 frutos por planta; plantas sadias onde não se destaquem sinais ousintomas de presença de doenças ou pragas. Sementes anormalmentegrandes ou pequenas, deverão ser descartadas, bem como aquelas comcasca rompida ou qualquer anormalidade. A perda do potencial degerminação se dá rapidamente, sendo conveniente que se faça a semeaduraimediatamente após o despolpamento. O peso médio de 100 sementesrecém­despolpadas corresponde a aproximadamente 700 g. Portanto, paraatender o viveiro proposto há necessidade de se providenciar cerca de 25 kgde sementes.

Semeadura

A semeadura poderá ser feita diretamente nas sacolas previamente cheias earrumadas em canteiros ou em germinadores. Neste último caso, serãoobtidas sementes pré­germinadas a serem repicadas para as sacolas jáencanteiradas. A maior vantagem da pré­germinação está na possibilidade deseleção das melhores plântulas, descartando­se aquelas defeituosas; emcontrapartida, é necessário maior cuidado com a mão­de­obra empregada. Apré­germinação é feita em um substrato de areia (ou serragem curtida) decerca de 5 cm de espessura, onde as sementes são enterradassuperficialmente e mantidas a umidade e sombreamento. A repicagem deveráser feita quando a radícula desponta, caracterizando o "pontinho branco". Hánecessidade de cerca de 7 kg de sementes despolpadas por m2 degerminador. Na semeadura direta, a semente é enterrada superficialmente,uma a cada sacola.

Manejo do viveiro

A semeadura poderá ser feita na época da colheita, quando a oferta desementes é abundante, para se obter as mudas aptas ao plantio no períodode novembro a janeiro. Durante todo esse tempo deverá ser mantida aumidade adequada e eliminada as ervas invasoras.

Como cuidados fitossanitários, se destacam: para "vassoura­de­bruxa",retirar muda e queimar; para o cupim branco, retirar muda e pulverizar o

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local com cupinicida e para "vaquinhas" que danificam as folhas rendilhando­as, fazer o controle com inseticida.

O controle de sombreamento deverá garantir 50% de sombra até o início daaclimatação, que consiste na retirada gradual das palhas da cobertura,permitindo maior insolação às mudas. A aclimatação deverá se iniciar 60 diasantes do transporte para o plantio definitivo e se fará em três etapas, cada20 dias, garantindo os seguintes percentuais de sombra: 35%; 20%; e 0%,ficando as mudas a pleno sol nos últimos 20 dias que antecedem o plantio.Também a irrigação deverá ser reduzida ou eliminada, em função dafreqüência das chuvas nesse período. Com a aclimatação adequada, oestresse da muda no plantio será muito reduzido.

Após o quarto mês de idade, deverá se verificar a necessidade deremanejamento na posição das sacolas, visando evitar o enraizamento dasplantas no solo.

Enxertia

A enxertia é uma alternativa para se viabilizar uma cultura mais uniforme,com plantas de alto potencial genético, reproduzindo o desempenho dasmatrizes de comprovado valor agronômico. Na cultura do cupuaçu o tipo deenxertia mais indicado é o de borbulhia, através do método "Forket"verdadeiro, também chamado de "janela aberta" ou de placa ou escudo. Aviabilização de mudas enxertadas exige acompanhamento técnico paraverificação das condições adequadas para o sucesso da prática, bem como demão­de­obra especializada para sua correta execução.

Transporte

Os cuidados com o transporte deverão ser suficientes para se evitar: aquebra do torrão, a queima das folhas pelo vento e excesso de manuseio dasmudas. Preferencialmente deverão ser utilizadas caixas que acomodam váriasmudas e evitam pressão irregular sobre o torrão. O transporte manual nuncadeve ser feito pegando­se as mudas pelo caule, mas sim pelo torrão.

Todos os direitos reservados, conforme Lei n° 9.610