vítor cruz - série 1001 - direito constitucional - fgv - ano 2010

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  • 7/22/2019 Vtor Cruz - Srie 1001 - Direito Constitucional - FGV - Ano 2010

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    ser ie '

    QUESTESCOMENTADAS

    Vtor Cruz

    C o o r d e n a o

    V icente PauloMarcelo Alexandrino

    nr**E D . I T O R A

    METODO

    SO PAULO

    VicenteMarcelo

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    Ii

    EDiTORA MTODO !iUma editora integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional

    Rua Dona Brgida, 701, Vila Marana - 04111-081 - So Pauio - SP \Tel.: (11) 5080-0770 / (21) 3543-0770 - Fax: (11) 5080-0714 ;

    i i

    Visite nosso site: www.editorametodo.com.br

    metodo@grupogen. com.br

    \Capa: Rafael Molotievschi

    Coordenador Editorial: Leandro Cadenas Prado

    CIP-BRASIL. CATALOGAO NA FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS. RJ.

    C965d

    Cruz, Vtor, 1948-

    Direito constitucional, FGV : questes comentadas e organizadas por assunto / Vtor

    Cruz ; coordenao {da srie] Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. - Rio de Janeiro: Forense; So Paulo : MTODO, 2010.(Questes comentadas)

    Inciui bibliografiaISBN 978-85-309-3375-3

    1. Direito constitucional. 2. Direito constitucional - Problemas, questes, exerccios. 3.Servio pblico - Brasil - Concursos. I. Fundao Getulio Vargas. II. Tituio. ii. Srie.

    10-5583. CDU: 342(81)

    A Editora Mtodo se responsabiliza pelos vcios do produto no que concerne sua edio (impresso e apresentao a fim de possibilitar ao consumidorbem manuse-lo e !-io). Os vcios relacionados atualizao da obra, aosconceitos doutrinrios, s concepes ideolgicas e referncias indevidas sode responsabilidade do autor e/ou atuaiizador.Todos os direitos reservados. Nos termos da Lei que resguarda os direitos autorais, proibida a reproduo total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio,eletrnico ou mecnico, inclusive atravs de processos xerogrficos, fotocpia egravao, sem permisso por escrito do autor e do editor.

    Impresso no BrasilPrinted in Brazil

    2011

    http://www.editorametodo.com.br/http://www.editorametodo.com.br/
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    NOTA DO AUTOR

    consenso o fato de que a resoluo de questes de concursos anteriores o principal passo no estudo para concursos pblicos. Mais importante do quesimplesmente resolver questes t-las comentadas, j que assim o leitor conseguir identificar com exatido os erros e acertos, alm de adquirir conhecimentos adicionais sobre o tema que podem ser alvo de outros questionamentos futuramente.Tudo isso ainda mais importante quando tratamos d banca organizadora Fundao Getulio Vargas - FGV - j que esta possui uma reconhecida singularidade naabordagem de certos assuntos.

    Esta obra, ento, nasce com o objetivo de preparar o candidato para pensar

    conforme a banca, enraizar o conhecimento adquirido e, por que no, adquirirnovos conhecimentos que sero expostos nos comentrios.

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    SUMRIO

    1 - Teoria da Constituio e normas constitucionais........................................... 9

    2 - Princpios fundamentais...................................................................................... 21

    3 - Direitos e deveres individuais e coletivos....................................................... 27

    4 - Direitos sociais, nacionalidade, direitos polticos e partidos polticos...... 51

    5 - Organizao do Estado....................................................................................... 59

    5.1 Organizao poltico-administrativa........................................................... 59

    5.2 Interveno, Estado de Defesa e Estadode Stio.................................... 68

    6 - Administrao pblica......................................................................................... 75

    7 - Organizao dos Poderes.................................................................................... 81

    7.1 Poder Executivo............................................................................................. 81

    7.2 Poder Legislativo.......................................................................................... 82

    7.3 Processo Legislativo..................................................................................... 89

    7.4 Fiscalizao contbil, financeira e oramentria.................................... 95

    7.5 Poder Judicirio.,........................................................................................... 987.6 Funes essenciais Justia.......................................................................108

    8 Controle de constitucionalidade......................................................................... 111

    9 - Sistema Tributrio Nacional............................................................................... 121

    1 0 -Finanas pblicas.......................................... ?..................................................... 127

    11 - Ordem econmica e financeira e ordem social............................................. 131

    Bibliografia..................................................................................................................... 139

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    TEORIA DA CONSTITUIOE NORMAS CONSTITUCIONAIS

    (FGV/Fisca! - SEFAZ-MS/2006) A respeito da mutao constit ucional , correto afirmar que:

    a) a alterao da Constituio por meio de emendas.b) o mesmo que reviso constitucional.c) so as alteraes informais feitas na substncia da Constituio, especialmente

    por meio da interpretao judicial.d) no tem iugar em nosso sistema jurdico, em razo de a Carta Poltica ser escrita

    e rgida.

    e) s ocorre por meio do poder constituinte originrio.

    | Tema atual e de grande relevncia, a mutao constitucional uma das formas de sel mudar o texto da Constituio. Antes de adentrarmos especificamente nesta espcie deg alterao, iremos expor uma viso geral do assunto.

    | A Constituio tem a sua origem na vontade do povo, que o titular do chamado Poder| Constituinte Originrio (PCO), que nada mais do que o poder de fazer surgir uma| Constituio. Este PCO, de acordo com o positivismo aceito no Brasil, um poder inicial,| ilimitado e incondicionado.

    % A Constituio que se origina do exerccio do PCO no pode ser esttica, ela deve seI adequar a realidade social e, assim, ser alterada medida que as mudanas decorrentes

    | do dinamismo da sociedade exigirem. Desta forma, surgem outros poderes que derivam| do PCO, os poderes constituintes derivados. Entre as espcies do poder constituinte| derivado, trs delas tem o poder de alterar o texto constitucional:

    l 1 - Poder Constituinte Derivado Reformador - o poder de fazer emendas cons-| titucionais. Trata-se da reforma da Constituio, ou seja, a alterao formal deJ seu texto. Diz-se formal, pois altera-se efetivamente a forma, aquilo que est| escrito. Ta! poder tem respaldo no art. 60 da Constituio.

    | 2 - Poder Consti tuinte Derivado Revisor - *o poder que havia sido institudo para| se manifestar 5 anos aps a promulgao da Constituio e depois se extinguir.| Seu objetivo era restabelecer uma possvel instabilidade poltica causada peia nova

    Constituio (instabilidade esta que no ocorreu). O poder, ento, manifestou-se

    | em 1994, quando foram elaboradas as 6 emendas de reviso, e aps isso aca- bou, no podendo ser novamente criado, segundo a doutrina. O procedimentoif de reviso constitucional era um procedimento bem mais simples que a reforma

    (vide CF, art. 3., ADCT).

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    DIREITO. CONSTITUCIONAL ~ Questes comentadas - FGV.

    3 ~ Poder Constituinte Derivado Difuso - Ganha espao na doutrina recente. o poderde se promover a mutao constitucional. Mutao constitucional a alterao dosignificado das normas constitucionais sem que seja alterado o texto formal. Eia sefaz por meio das novas interpretaes emanadas principalmente pelo Poder Judicirio.

    Assim, diz-se que a mutao provoca a alterao informal da Constituio, j queno altera a forma do texto, mas somente o modo de inerpret-io.

    Baseado no exposto, analisemos cada assertiva:

    Letra A - Errada. Essa seria a reforma constitucional e no a mutao constitucional.

    Letra B - Errada. A reviso constitucional uma alterao formal do texto, porm deprocedimento mais simples prevista na Constituio em seu art. 3, ADCT.

    Letra C - Correta. Este o conceito.

    Letra D - Errada. A forma escrita e a rigidez constitucional no impedem a existnciadas mutaes.

    Letra E ~ Errada. O PCO o poder de iniciar a nova ordem jurdica e no o de promovera sua mutao.

    Gabarito: Letra C.

    B (FGV/Procur ador - TCM-RJ/2008) Mutao constit uci onal :

    a) o mesmo que reforma da constituio.b) o mesmo que emenda da constituio.c) o processo no formal de mudana de constituio flexvel.d) o processo no forma)de mudana de constituio rgida.e) o processo formal de alterao do texto constitucional.

    f Depois da explanao feita na questo anterior, temos essa questo apenas para fixar;| Como vimos, a mutao constitucional uma maneira de se alterar a substncia da| Constituio sem que seja necessria a elaborao de uma emenda constitucional. Trata-| -se de um processo informal.

    S plausvel falarmos em mudana formal e mudana informal" quando estamos diantede uma Constituio rgida, j que somente esta que necessita de um procedimentoespecia! de alterao.

    Gabarito: Letra D.

    0 (FGV/Juiz Substituto - TJ - PA/2008 - Adaptada1) O Poder Constituin te Estadual denominado de derivado decorrente, pois consiste na possibilidade que os Estados-membros tm de se auto-organizarem por meio de suas respectivas constituies estaduais, sempre respeitando as regras limitativas estabelecidas pela Constituio Federal.

    | Vimos que o Poder Constituinte dividido primeiramente em originrio {criador da ordem1 iurdica) e derivado (institudo pelo originrio). O Poder Constituinte Derivado (PCD) possui

    basicamente 4 espcies: Reformador, Revisor, Difuso e Decorrente.

    As 3 primeiras espcies j analisamos, faltou comentarmos a decorrente. O PCD decor-rente o poder que os Estados-membros de nossa federao possuem para elaborar as

    Constituies Estaduais e, assim, exercerem a sua prerrogativa de auto-organizao.

    ' Adaptao se fez necessria para fins de separao correta dos temas.

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    ap. 1 - TEORiA DA CONSTITUIO E NORMA CONSTITUCIONAIS

    | Este poder conferido por meio de duas normas constitucionais:

    | 1 - Ar t. 25 - Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constitu ies e ieis quep adotarem, observados os princpios desta Constituio.

    li 2 - ADCT, art. 11 - Cada Assembleia Legislativa, com poderes constituintes, elaborar| a Constituio do Estado, no prazo de 1 ano da promulgao da Constituio| Federal, obedecidos os princpios desta.

    | Gabarito: Correto.

    (FGV/Fiscal - SEFAZ-MS/2006) Consid era-se uma lei anterior Consti tuioe com esta incompatvel:

    a) ineficaz.b) revogada.

    c) inconstitucional.d) constitucional.e) vlida a revogao expressa por outra lei de igual estatura.

    Na questo anterior, faiamos um pouco sobre o Poder Constituinte. Vimos que o poder constituinte originrio d incio a uma nova ordem jurdica. O exerccio do poderconstituinte originrio traz consigo duas conseqncias bsicas: a revogao de todo

    !: o ordenamento constitucional anterior e a recepo do ordenamento infraconstitucional| compatvel materialmente.

    | Analisemos cada uma dessas conseqncias:'-

    1 - Revogao de todo o ordenamento consti tucional anterior:Ao entrar em vigor, inaugurando a nova ordem jurdica, a nova constituio revoga completamente todas as normas da constituio anterior. Desta forma, no aceita no Brasila chamada "teoria da desconstitucionalizao. A teoria da desconstitucionatizao defende

    | que as normas constitucionais anteriores, que no fossem conflitantes, estariam albergadas| pela nova Constituio, continuando assim a vigorar, porm, com status rebaixado, comoII se fossem ieis ordinrias.

    | 2 - Recepo do ordenamento infraconstitucional compatvel materialmente.

    | Agora, no estamos falando mais de normas constitucionais e sim daquelas leis com| status inferior Constituio. Nessa teoria, entende-se que todas essas leis que forem

    1 compatveis em seu contedo com a nova Constituio sero recebidas por esta e con-| tinuaro a viger, independentemente de sua forma.| Ratificamos que, para que ocorra a recepo,basta analisar seu contedo material, pouco1 importando a forma. Por exemplo, o CTN (Lei n. 5.172/1966), criado como lei ordinria| em 1966, sob a vigncia da CF de 1946, vigora at os dias de hoje, mas com status| de lei complementar, que - a forma exigida para o tratamento da matria tributria pela| CF de 1967 e 1988. Ainda falando sobre CTN, vemos neste caso uma recepo parcial,f j que parte de seu contedo contraria o disposto na CF/1988 e assim est revogado,| vigorando apenas uma parte que no conflitante com a Constituio. Assim, a recepo| parcial perfeitamente vlida.|I Outro fator que deve ser levado em considerao ao falar em recepo o fato que s| podem ser recepcionadas normas que estejam em vigor no momento do advento da nova

    | constituio. Assim, normas anteriores j revogadas, anuiadas, ou ainda em vacatio iegis| (perodo normalmente de 45 dias entre a publicao da lei e a sua efetiva entrada em| vigor) no podero ser recepcionadas.

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    ' DiREITO CONSTITUCIONAL - Questes com en tad as FGV

    | As normas que no forem recepcionadas sero consideradas revogadas. No h o que| se falar em inconstitucionaidade delas, pois, para que uma norma seja considerada in-

    | constitucional, ela j deve nascer com algum problema, agum vcio. Assim, no existe| no Brasil a tese da inconstitucionaidade superveniente", ou seja, se a lei no nasceu| com o vicio (inconstitucionaidade congnita), nunca ir durante sua existncia se tomar| inconstitucional, podendo ser, no mximo, revogada.

    Nova CF queprobe a matria "A

    Revogao - no se podefalar em inconstitucionaidadesuperveniente. Para serinconstitucional, tem que fazer aaveriguao da compatibilidadeem face da CF do momentoem que foi criada.

    i Assim, no h dvidas de que a assertiva a ser marcada seria a letra B.

    | Gabarito: Letra B.

    @ (FGV/Fiscal-SEFAZ-MS/2006) No constitui c lusula ptrea:

    a) a forma federativa do Estado.b) a separao de poderes.c) os direitos e garantias individuais.d) o voto secreto.e) o sistema poltico.

    | As clusulas ptreas correspondem ao ncleo bsico da Constituio, ou seja, aqueles

    | dispositivos que o legislador constituinte resolver proteger de forma especial para que no| pudessem ser expurgados do ordenamento jurdico.

    j O nome clusula ptrea (clusula em pedra) uma aluso ao povo antigo que talhava as| suas leis em pedra e, uma vez talhadas em pedra, no poderiam ser modificadas.

    | Em nosso sistema jurdico, as clusulas ptreas no podem, no entanto, ser consideradas| imutveis, pois o STF tem admitido a sua alterao, desde que esta modificao tenha| o intuito de fortalec-las. Assim, o que no se pode abolir ou se quer reduzir aquilo| que est gravado como ptreo.

    | As clusulas ptreas so consideradas uma limitao material ao Poder Constituinte| Derivado.

    | Existem duas espcies de clusulas ptreas em nossa constituio: as expressas e as

    | implcitas.As clusulas expressas encontram-se no art. 60, 4., da Constituio. Vejamos:

    ? CF, art. 60 4.- No ser objeto de deliberao a proposta de emenda tendenteI a abolir:

    CF que permitematria A

    Lei que trata damatria A

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    '' Cap. 1 TEORIA DA; CONSTITUIO NORMAS: CONSTITUCIONAIS 13

    | / - a forma federativa de Estado;

    | II - o voto direto, secreto, universal e peridico;

    | III ~ a separao dos Poderes;f; IV os direitos e garantias individuais.

    || Entre as clusulas ptreas implcitas, reconhecidas pela jurisprudncia e doutrina, en-I contramos:

    | - O povo como titular do poder constituinte;

    ;; * As clusulas sobre a reforma constitucional dispostas no art. 60.

    | Essa vedao alterao do art. 60 o que chamamos de proibio dupla reviso, ou

    % seja, vedado que o legislador primeiramente modifique o art. 60, desprotegendo as ma-| trias gravadas como ptreas, e depois edite outra emenda extinguindo as clusulas.

    Anaiisando a questo, vemos que, dentre as assertivas, somente o sistema poltico no| foi protegido. Todas as demais constituem clusulas ptreas expressas no art. 60, 4.,| da Constituio. Cabe ainda ressaltar que, sobre o voto, no se pode modificar suas| qualidades de direto, secreto, universal e peridico, mas nada impede a modificaoij da sua qualidade de obrigatrio, pois esta no foi protegida. Gabarito: Letra E.

    0 (FGV/Juiz Substi tuto - TJ MG/2008) Assinale a afirmativa incorreta.

    a) As normas constitucionais definidoras dos direitos e garantias fundamentais tmaplicao imediata.b) As normas constitucionais podem ter eficcia plena, contida e limitada.c) As normas constitucionais de eficcia plena so aquelas que, desde a entrada em

    vigor da Constituio, produzem, ou podem produzir, todos os efeitos essenciais,relativos aos interesses, comportamentos e situaes, que o legislador constitucional, direta e normativamente, quis regular.

    d) As normas constitucionais de eficcia contida so aqueias que apresentam aplicaoindireta, mediata e reduzida, porque somente incidem totalmente sobre os interesses, aps uma normatividade ulterior que ihes desenvolva a aplicabilidade.

    e) As normas constitucionais programticas so de aplicao diferida e no de apli

    cao ou execuo imediata.

    1 A questo trata do assunto eficcia e aplicabilidade das normas constitucionais. Existem| diversas doutrinas que classificam as normas constitucionais em diferentes grupos. As de| maior relevncia para concursos e exames so a de Jos Afonso da Silva e a de Maria| Helena Diniz.

    | Jos Afonso divide as normas em 3 grupos:

    Eficcia Plena - No necessitam de nenhuma ao do iegislador para que possamalcanar o destinatrio, e por isso so de aplicao direta e imediata, pois independem

    de uma lei que venha mediar os seus efeitos. As normas de eficcia plena tambmno admitem que uma iei posterior venha a restringir o seu alcance. Ex.: Ningumpoder ser compelido a associar-se ou permanecer associado (CF, art. 5., XX).

    Eficcia Contida - aquela norma que, embora no precise de qualquer regulamentao para ser alcanada por seus receptores - tambm tem aplicabiiidade

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    m DIREITO CONSTITUCIONAL - Questes comentadas - FGV

    l; direta e imediata, no precisando de lei para mediar os seus efeitos poder ver| o seu alcance limitado peia superveninca de uma iei infraconstitucional. Enquanto$ no editada essa lei, a norma permanece no mundo jurdico com sua eficcia de| forma plena, porm no futuro poder ser restringida pelo legislador infraconstitu-

    cional. Ex.: livre o exerccio de qualquer trabalho, ofcio ou profisso, atendidasK s qualificaes profissionais que a ei estabelecer (CF, art. 5., Xill).

    | 3 - Eficcia Limitada - a norma que, caso no haja regulamentao por meio det lei, no capaz de gerar os efeitos para os quais foi criada. Assim, dizemos que| tem aplicao indireta ou mediata, pois h a necessidade da existncia de uma lei| para mediar a sua aplicao. errado dizer que no possui fora jurdica, ou que

    incapaz de gerar efeitos concretos, pois manifesta a inteno dos legisladores e capaz de tornar normas posteriores inconstitucionais. Desta forma, sua aplicao

    mediata, mas sua eficcia jurdica (ou seja, seu carter vincuiante) imediata. Ex.:| O estado promover, na forma da lei, a defesa do consumidor (art. 5., XXXIi).

    I| O prof. Jos Afonso da Silva ainda divide as normas de eficcia limitada em dois grupos:S;*: a) Normas de princpio programtico - Sao aquefas que direcionam a atuao dog Estado instituindo programas de governo.

    b) Normas de princpio insti tuti vo - So as normas que trazem apenas um direcio-| namento geral, e ordenam o legislador a organizar ou instituir rgos, instituies| ou regulamentos, observando os direcionamentos trazidos. O professor ressalta as| expresses na forma da lei, nos termos da lei , a lei estabelecer" etc. como| meios de identificao destas normas.

    I Maria Helena Diniz aborda o tema separando as normas em 4 q ix id q s :

    1 - Eficcia absoluta ou supereficazes ~ Seriam as cisulas ptreas (CF art. 60,

    4), ou seja, as normas que no podem ser abolidas por emendasconstitucionais. Para esta doutrina, as normas de eficcia absoluta sequer so suscetveis deemendas constitucionais (este pensamento no o seguido pelo STF, que aceitao uso das emendas constitucionais desde que usadas para fortalecer ou ampliaras clusulas ptreas).

    || 2 - Eficcia plena - Eficcia plena de J.A. Silva.% 3 - Eficcia relativa restringvel - Eficcia contida de JA. Sva.

    4 - Eficcia relativa complementvel - Eficcia limitada de J.A. Silva.

    Vamos, ento, analisar separadamente cada assertiva:

    Letra A ~ Correta. A assertiva correta, pois traz a literaiidade de um dispositivo constitucional que encontrado no art. 5., 1., da Constituio Federai. Importante salientarque de forma alguma podemos dizer que, devido a este dispositivo, todas as normasque versem sobre direitos e garantias fundamentais possuem eficcia plena e contida.No podemos dizer isso, pois existem diversas normas nesta relao que so de eficcialimitada, tendo, assim, a sua aplicabilidade mediata ou indireta. Desta forma, tal disposi-

    | o constitucional consiste apenas em um apelo feito para que o Poder Pblico busqueefetivamente concretizar tais normas.

    % Letra B - Correta. A assertiva tratou da forma de classificao usada por Jos Afonso da Silva, que a majoritria.

    Letra C - Correta. Essa a definio de norma de eficcia plena, conforme vimos an-8 teriormente.

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    . . Cap. 1 -T EO RIA D CONSTITUIO E NORMAS'CONST|TUCNAlS ; .

    | Letra D - Errada. Essa seria a definio de norma de eficcia limitada. A norma de efic-| cia contida possui a sua aplicabilidade imediata, direta, tais quais as normas de eficcia| piena, com a nica diferena de serem passveis de posterior restrio.

    | Letra E - Correta. Tais normas so uma das subclassificaes das normas de eficciag limitada, possuindo, assim, aplicabilidade indireta. Diz-se que a sua aplicao diferida,| pois no se dar imediatamente, mas no futuro, aps a adoo de providncias legislativas| e administrativas com o intuito de concretiz-las.

    H Gabarito: Letra D.

    B (FGV/Advo gado-BESC/2004) A dispos io do artigo 2. da Constitu io Federai, segundo a qual so poderes da Unio, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo , o Executivo e o Judicirio , caracteriza norma deeficcia;

    a) plena.b) relativa.c) absoiuta.d) limitada.e) contida.

    | Na questo anterior, discorremos sobre as doutrinas acerca da eficcia e aplicabilidade| das normas constitucionais. Vimos que, embora a doutrina de Jos Afonso da Silva seja| a majoritria, tambm tem espao em certames a doutrina de Maria Helena Diniz.

    | Em um rpido passar de olhos sobre as assertivas, encontramos ali o termo absoluta.

    | O fato de este termo ali constar nos direciona doutrina da professora Maria Helena| Diniz, a qual dever prevalecer. Dizemos isso, pois o examinador deu indcios sobre qual| caminho seguir.

    | Como, segundo o art. 60, 4 t da Constituio Federal, a norma que diz so poderes| da Unio, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judicirio| constitui uma clusula ptrea (norma que no pode ser abolida da Constituio), estamos| diante de uma norma de eficcia absoluta ou supereficaz.| Ainda que a banca no tenha expressado no enunciado qua! a doutrina a ser seguida, o| candidato deveria, pela especificidade, assinalar como correta a letra C.

    | Gabarito: Letra C.

    0 (FGV/Juiz Subs titu to - TJ PA/2008) A Constit uio da Repblica Federativado Brasil de 1988 deve ser classificada como:

    a) material, quanto ao contedo; escrita, quanto forma; histrica, quanto ao modode elaborao; promulgada, quanto origem; flexvel, quanto estabilidade.

    b) formal, quanto ao contedo; escrita, quanto forma; dogmtica, quanto ao modo deelaborao; promulgada, quanto origem; semifiexvel, quanto estabilidade.

    c) formal, quanto ao contedo; escrita, quanto forma; histrica, quanto ao modode elaborao; outorgada, quanto origem; rgida, quanto estabilidade.

    d) material, quanto ao contedo; escrita, quanto forma; dogmtica, quanto ao modo

    de elaborao; outorgada, quanto origem; semifiexvel, quanto estabilidade,haja vista as inmeras emendas constitucionais existentes.e) formal, quanto ao contedo; escrita, quanto forma; dogmtica, quanto ao modo

    de elaborao; promulgada, quanto origem;rgida, quanto estabilidade.

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    S DIREiTO CONSTITUCIONAL - Qu&ses comentadas - FGV

    : A questo versa sobre o assunto Classificao das Constituies" e exige que o candidato% saiba quais as possveis classificaes doutrinrias das Constituies e em qual deias a

    | nossa Constituio de 1988 se enquadra.| De uma forma geral (e resumida), podemos fazer a seguinte esquematizao:

    Critrio Classificao No Brasil (Constituio de 1988)

    OrigemOutorgada

    PromulgadaPromulgada

    FormaEscrita

    Escrita e CodificadaNo Escrita

    Extenso Sinttica AnalticaAnaltica

    ContedoFormal

    FormalMaterial

    ElaboraoDogmtica

    DogmticaHistrica

    Al terabi iidade

    ou estabilidade

    Flexvel

    Rgida (ou super-rgida)Rgida

    SemirrgidaImutvel

    Finalidade

    Dirigente

    DirigenteGarantia

    Balano

    IdeologiaOrtodoxa

    EclticaEcltica

    I'fc Vamos ento analisar cada assertiva:| Letra A - Errada. Nossa Constituio no material (aqueia que se preocupa com a| matria tratada) e sim formal (independe da matria tratada); eia tambm no histrica| (solidificada ao longo do tempo), mas dogmtica (estrutura as ideias presentes em um| determinado momento da sociedade). Aim disso, a nossa Constituio rgida, s po-| dendo ser alterada por um procedimento especial, dificultoso (emendas constitucionais) e| no flexvel, que a Constituio alterve por simpies leis ordinrias.

    | Letra B - Errada. O nico erro dizer que ela seria semifiexvel, quanto estabilidade,| quando na verdade seria rgida.

    | Letra C - Errada. Pois a nossa atual Constituio no histrica e nem outorgada (im-| posta), j que dogmtica e promulgada.; Letra D - Errada. Ela no material, nem outorgada e nem semifiexvel.

    Letra E - Correta.

    | Gabarito: Letra E.

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    Cap. 1 - TEORIA DA CONSTITUIO E NORMAS CONSTITUCIONAIS

    3 (FGV/Agente Tribu trio - SEFAZ-MS/2G06) Quanto orig em, as Cons titu iesso:

    a) rgidas e flexveis.b) escritas e analticas.c) escritas e democrticas.d) democrticas e outorgadas.e) democrticas e promulgadas.

    | Depois de termos feito comentrios mais analticos na questo anterior, esta se mostraI mais fcil. Vejamos:

    | Letra A - Errada. Rgidas e flexveis so classificaes quanto estabilidade ou altera-| biiidade das Constituies.

    | Letra B - Errada. Ser escrita uma classificao quanto forma, que pode ser escrita ou| no escrita. Ser analtica uma classificao quanto extenso. Uma constituio analtica| uma constituio extensa que trata de diversas matrias, at mesmo de algumas que nem| precisavam estar na Constituio, como a nossa constituio de 1988. Uma Constituio| sinttica seria o oposto de analtica, seria aqueta que trata somente de assuntos essenciais

    j a uma Constituio {basicamente, organizao do Estado e direitos fundamentais - essa| delimitao do que ou no essencial no possui consenso doutrinrio).

    | Letra D - Correto. A Constituio pode se originar da vontade do povo representado por| uma Assembleia Constituinte {sendo, assim, promulgada ou democrtica), ou pode ser| imposta unilateralmente pelo governante, quando, ento, ser chamada de outorgada.

    1 Letra E - Errado. Democrticas sinnimo de promulgadas.

    I Gabarito: Letra D.

    m (FGV/Adv ogado - BADESC/2010) Consid erando os critrios de classificao das constituies quanto sua origem, estabilidade e extenso, correto afirmar que a Constituio Federal de 1988 :

    a) promulgada, rgida e sinttica.b) outorgada, semirrgida e analtica.c) promulgada, rgida e analtica.d) outorgada, semirrgida e sinttica.

    e) promulgada, flexvel e analtica.

    | Quanto origem, a constituio pode ser outorgada (imposta) ou promulgada (legitimada| pelo povo); a Constituio Brasileira de 1988 (CF/88) promulgada. Quanto estabilidade,| pode ser rgida, semirrgida ou flexvel; a CF/88 rgida (precisa de um procedimento| especial para ser alterada). Quanto extenso, poder ser analtica (extensa, detalhada)f ou sinttica (possuindo somente assuntos essenciais); a CF/88 analtica.| Dessa forma, segundo os critrios pedidos pelo enunciado, a CF/88 promulgada, rgida| e analtica.

    | Gabarito: Letra C. *

    EU (FGWProcurador - TCM-RJ/2008) cons eqncia da rigidez cons titucional:

    a) o princpio do Estado Democrtico de Direito.b) o principio da Supremacia da Constituio.

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    DIREITO CONSTITUCIONAL - Questes comentadas - FGV

    c) a inalterabilidade do texto constitucionald) o controle concentrado da constituio.e) a presena, em seu texto, de normas fundamentais.

    I A Constituio pode ser enxergada sob dois aspectos: o aspecto material e o aspecto| formai.

    | Aspecto material ~ o importante o contedo das normas (matria). Basta uma normaf tratar de um assunto constitucional (organizao do Estado e limitao dopoderEstatal),| que ser considerada constitucional.| Aspecto formal - o que importa unicamente a norma ser ou no ser declarada como; Constituio, pouco importando seu contedo.| O aspecto formal se apoia no conceito de rigidez constitucional, pois somente uma| constituio rgida capaz de assegurar como Constituio normas que, em princpio,| estariam fora do contexto constitucional.

    | Somente em constituies formais e rgidas que podemos verificar o fenmenof- da supremacia da constituio, j que, em constituies materiais e flexveis, qual-| quer norma que tratasse de assunto essencialmente constitucional seria considerada| Constituio.

    I Gabarito: Letra B.

    SK (FGV/Fscal-SEFAZ-RJ/2008) So elemento s orgn ico s da Const itu io:

    a) a estruturao do Estado e os direitos fundamentais.b) a diviso dos poderes e o sistema de governo.

    c) a tributao e o oramento e os direitos sociais.d) as foras armadas e a nacionalidade.e) a segurana pblica e a interveno.

    | A questo trata da classificao dos elementos da Constituio. O examinador quer extrair| do candidato o conhecimento sobre a doutrina do Prof. Jos Afonso da Siiva, que separa| as normas da constituies nos seguintes grupos de elementos:

    | 1 - Orgnicos: Normas que regulam a estrutura do Estado e do Poder. Organizam a| estruturao do Estado. Ex.: Ttulo III - Da Organizao do Estado; Ttulo IV Da| organizao do poderes e do Sistema de Governo; Foras Armadas; Segurana| pblica; Tributao, Oramento; 2 - Limitativos: Limitam a atuao do poder do Estado, como os direitos e gatantias| fundamentais (exceto os direitos sociais = eles so socoideolgcos);

    | 3 - Socioideolgicos: Tratam do compromisso entre o Estado individualista, que protegel a autonomia das vontades, com o Estado Social, onde as pessoas fazem parte deS uma coletividade a ser respeitada como um todo. Ex.: Direitos Sociais, Ttulo VII| - Da Ordem Econmica e Financeira; Ttuio VIII - Da Ordem Socia!;

    | 4 - De Estabili zao Constitucional: So os elementos que tratam da soluo de| conflitos constitucionais, defesa do Estado, Constituio e instituies democrtitcas| como o Controle de Constitucionalidade, os procedimentos de reforma, o estado

    de stio, estado de defesa e a interveno federal;

    p 5 - Formais de aplicabilidade: Regras de aplicao da Constituio, como o ADCT enormas como o art. 5., 1., - As normas definidoras dos Direitos e Garantias

    f Fundamentais tm aplicao imediata1.

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    Cap. 1 - TEORIA DA CONSTITUIO E NORMAS CONSTITUCIONAIS

    I Analisemos cada assertiva:

    I a) a estruturao do Estado e os direitos fundamentais.

    | Errada. Embora a estruturao do Estado seja orgnica, os direitos fundamentais so

    | iimitativos.

    | b) a diviso dos poderes e o sistema de governo.

    | Correta. Ambos so orgnicos, pois organizam o Poder e oEstado.

    | c) a tributao e o oramento e os direitos sociais.

    | Errada. Embora tributao e o oramento sejam orgnicos, os direitos sociais so socio-| ideolgicos.

    | d) as foras armadas e a nacionalidade.

    | Errada. Embora foras armadas sejam orgnicas, os direitos da nacionalidade so mt-

    E tativos.I| e) a segurana pblica e a interveno.

    p Errada, interveno elemento de estabilizao constitucional, embora a segurana p-| blica seja orgnica.

    Gabarito: Letra B.

    GABARITO

    1. C 5. E 9. D2. D 6. D 10. C

    3. Correto 7. C 11. B

    4. B 8. E 12. 8

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    p r i n c p i o s f u n d a m e n t a i s

    (FGV/Polcla Legis lativa - Senado Federal/2009) No (so) fundamento(s)da Repblica Federativa do Brasil:

    a) pluralismo poltico. *b) dignidade da pessoa humana.c) valores sociais da livre iniciativa.d) diviso dos Poderes do Estado.e) valores sociais do trabalho.

    | Os princpios fundamentais so a base da organizao do Estado e do seu Poder Po-| ltico. So as normas bsicas, so matrizes de onde derivam diversas outras ao longo

    | da Constituio.| Em certames, comum os examinadores cobrarem a iiteraiidade desses princpios que| se encontram dispostos nos artigos 1. ao 4. da Constituio. Desta forma, to impor-I tante quanto saber a Iiteraiidade destes artigos saber qual o nome dado pelo legislador| constituinte a cada uma das relaes expostas. Vejamos:d1 Fundamentos da Repblica Federativa do Brasil (CF. art. 1.V

    | / - a soberania;| II ~ a cidadania;| III ~ a dignidade da pessoa humana;1 IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

    | V - o pluralismo poltico.

    I Obietivos fundamentais da Reoublica Federativa do Brasil (CF. art. 3.'):

    | / construir uma sociedade livre, justa e solidria;| II - garantir o desenvolvimento nacional;| III - erradicar a pobreza e a margnalizao e reduzir as desigualdades sociais e| regionais;| IVt- promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raa, sexo, cor, idade e| quaisquer outras formas de discriminao.

    I Princpios que reaem a Repblica Federativa do Brasil em suas relaes internacionais

    $ I - independncia nacional;'

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    22 DIREITO CONSTITUCIONAL - Questes comentadas - FGV

    ; II - prevalncia dos direitos humanos;| III - autodeterminao dos povos;| IV - no interveno;

    f V- igualdade entre os Estados;| VI - defesa da paz; VII - soluo pacfica dos conflitos;| VIII - repdio ao terrorismo e ao racismo;i IX - cooperao entre os povos para o progresso da humanidade;li X - concesso de asilo poltico.|

    Qbietivo da Repblica Federativa do Brasil no plano internacional (CF. art 4.. pargrafo| nico)

    A Repblica Federativa do Brasil buscar a integrao econmica, poltica, social e% cultural dos povos da Amrica Latina, visando formao de uma comunidade latino~l -americana de naes.

    1 Baseado no exposto, percebemos que, embora a assertiva "d traga a "diviso dos Poli deres do Estado, que um princpio fundamental exposto no art. 2. da Constituio,i tal princpio fundamental no consiste em um fundamento da Repblica Federativa do% Brasil como elencado pelas demais assertivas.

    I Gabarito: Letra D.

    @ (FGV/Documentador-MEC/2009) Analise as afirmativas a seguir:

    I. Constituem objetivos fundamentais da Repblica Federativa do Brasil, tal como previstosno art. 3 da Constituio, uma sociedade livre, justa e solidria; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginaiizao e reduzir as desigualdadessociais e regionais; e promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raa,sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminao.

    II. So Poderes da Unio, independentes e harmnicos entre s, o Legislativo, o Executivo,o Judicirio e o Ministrio Pblico.

    lii. A Constituio prev expressamente que a Repblica Federativa do Brasil buscar aintegrao econmica, poltica, social e cultural dos povos da Amrica Latina, visando formao de uma comunidade latino-americana de naes.

    Assinale:

    a) se nenhuma alternativa estiver correta.b) se todas as alternativas estiverem corretas.c) se apenas as alternativas e II estiverem corretas.d) se apenas as alternativas II e l estiverem corretas.e) se apenas as alternativas i e iil estiverem corretas.

    | Esta questo de simples aniise, vejamos:

    s | - Correto. Estes so os objetivos fundamentais da Repblica Federativa do Brasii efen-

    | cados pelo art. 3. da Constituio:I 11 - Errado. A Constituio de 1988 seguiu a doutrina da tripartio funcional do PoderI Poltico e, assim, eiencou apenas 3 poderes: o Legislativo, o Executivo, e o Judicirio.

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    . Cap. 2 - PRINCPIOS FUNDAMENTAIS

    | Embora o Ministrio Pblico seja uma instituio su geners dotada de ampla autonomia,| considerada por muitos, na prtica, como um quarto Poder, assim no o fez a Constituio| em seu art. 2..

    | iii - Correto. Trata-se do que a doutrina considera como um objetivo da Repblica Fe-| derativa do Brasil no piano internacionai, encontrado expressamente na Constituio, em1 seu art. 4., pargrafo nico).

    8 Gabarito: Letra E.

    0 (FGV/ACI-SAD-PE/2009) A respeito dos princ pios que regem o Brasil nassuas relaes internacionais, tal como disposto no art. 4. da Constituio, assinale a afirmativa incorreta.

    a) Repdio ao terrorismo e ao racismo.b) No concesso de asilo poltico.c) Cooperao entre os povos para o progresso da humanidade.d) Independncia nacional.e) No interveno.

    | Questo literal, baseada no art. 4. da Constituio, que elenca os seguintes princpios| para reger o Brasil nas relaes internacionais:

    | / - independncia nacional;

    | II - prevalncia dos direitos humanos;

    | /// - autodeterminao dos povos;4% IV- no interveno;| V - igualdade entre os Estados;

    | VI - defesa da paz;

    | VII ~ soluo pacfica dos conflitos;

    % Vll - repdio ao terrorismo e ao racismo;

    | IX- cooperao entre os povos para o progresso da humanidade;

    1 X - concesso de asilo poltico.

    | Assim, errada a letra B, ao expor no concesso de asilo poltico, quando na verdade| o correto seria a concesso de asilo poltico.

    S Gabarito: Letra B.

    0 (FGV/Fiscal-SEFAZ-RJ/2008) O Brasil uma repb lica, a ind icar o governocomo:

    a) sistema.

    b) forma.

    c) regime.

    d) paradigma.e) modelo.

    | comum as bancas examinadoras cobrarem a nomenclatura dos institutos escolhidos| para a organizao do Estado ou o conceito de cada um destes institutos.

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    24 DIREITO CONSTITUCIONAL - Questes comentadas ~ FGV

    O caput do art. 1. da Constituio capaz de nos mostrar qual foi a deciso polticaI dos Constituintes ao definir nosso Estado como sendo um a Repblica Federativa. Assim,

    % foi escolhida a nossa forma de Governo (Repblica), a forma de Estado (Federao)| e, ainda, o nosso Regime Poltico (Democracia) quando completa dizendo que nossa; Repblica constitui um Estado Democrtico de Direito. Um quarto instituto que merece destaque - o sistema de govemo (presidencialismo) - no foi abordado no caputdo art.

    1., mas verificamos a adoo deste sistema nas disposies sobre o Poder Executivo, notadamente o art. 84.I importante tambm que definamos cada um dos 4 institutos e suas caractersticas:

    a) Forma de Governo - maneira como se d a instituio do poder na sociedade et como se d a relao entre governantes e governados. Quem deve exercer o poder

    e como este se exerce'. So basicamente duas as formas:

    ; 1 - Monarquia - Governo nas mos de uma nica pessoa com as caractersticas% de:

    a) Vitaiiciedade; eb) Hereditariedade.

    2 - Repblica - Govemo de todos, exercido por representantes do povo. Caracters-ticas:

    a) Temporariedade dos mandatos (para que o Poder seja exercido em rotativi-$ dade);

    b) Eletividade;

    l c) Transparncia na gesto pblica e prestao de contas, com conseqente responsabilidade dos governantes.

    b) Forma de Estado - O modo de exerccio do poder poltico em funo do territrio2.

    - O Brasil adota como forma de Estado a federao, ou seja, o modo de distribuiogeogrfica do poder poltico se d com a formao de entidades autnomas.

    Y' c) Regime Poltico - A forma pela qual se d a regncia das decises polticas do: Estado. A democracia foi eleita como o regime poltico brasileiro. Assim, o povo, deli; tentor do poder, que direciona as aes do governo diretamente, por meio do plebis-

    cito, referendo e da iniciativa popular, ou indiretamente, por meio dos representantes

    eleitos pelo prprio povo. Desta forma, o Brasil possui como regime a democraciamista ou semidireta.

    ;; d) Sistema de Governo modo por meio do qual se relacionam os rgos dos Poderes do Estado (especialmente Executivo e Legislativo). Existem basicamente dois sistemasde govemo: o presidencialismo e o parlamentarismo.

    1 - Presidencialismo - Unicidade da chefia. O Presidente tem em suas mos tanto achefia de Estado quanto a chefia de governo.

    2 ~ Parlamentarismo - Dualidade de chefia. Existe a figura do chefe de Estado sepa-rada da do chefe de governo.

    1 SILVA, Jos Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. So Paulo: Malheiros, 2010.p. 102.

    2SILVA, Jos Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. So Paulo: Malheiros, 2010.p. 98.

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    Cap. 2 - PRINCPIOS FUNDAMENTAIS 25

    V-

    I Organizando:

    p Forma de Estado ~ Federao;| Forma de Governo - Repblica;

    | Sistema de Governo - Presidencialismo;| Regime Poltico - Democracia mista ou semidireta.

    | Gabarito: Letra B.

    gj (FGV/Ju iz Substitu to-TJ-IVlG/2008 - Adaptada3) O princpio da indisso lub ilid adedo vnculo federativo no Estado Federal Brasileiro tem como finalidades bsicas a unidade nacional e a necessidade descentralizadora (Certo/Errado).

    ? O Brasil adota como forma de Estado a federao, ou seja, o modo de distribuio geo-grafica do poder poltico se d com a formao de entidades autnomas que possuemautogoverno (capacidade de os entes escolherem seus governantes sem interferncia deoutros entes), auto-organzao (capacidade de institurem suas prprias constituiesou !eis orgnicas, e seus ordenamentos legais) e autoadministrao (capacidade de se

    | aaministrarem de forma independente, tomando suas prprias decises executivas e| legislativas).

    | Em uma federao temos um Estado fracionado em unidades autnomas. Nas confede-| raes as unidades no so simplesmente autnomas, elas so soberanas. A federao| uma unio indissolvel. Os entes no tm o direito de secesso. Eles no podem sefj separar da federao, pois esto despidos de soberania. Nas confederaes, os Estados| se agregam para aumentar a sua fora poltica internacional, mas no abdicam de sua

    | soberania, podendo se separar do bloco no momento em que julgarem necessrio.| Diante do exposto, pode-se dizer que o Brasil escolheu a forma federativa de Estado no| intuito de descentralizar o Poder Poltico, facilitando as polticas pblicas, e tambm como| forma de manter a unidade nacional, j que despiu de soberania os entes integrantes,| que no podem se separar do Estado.

    Gabarito: Correto.

    0 (FGV/Juiz Subst ituto-TJ-MG/2008 - Adaptada4) So caractersticas do princpio republicano: eleies peridicas para Chefe de Estado e Chefe de Governo,cidadania, soberania, diversas esferas de distribuio de poder, observnciados direitos fundamentais implcitos e explcitos, observncia dos princpios sensitivos (Certo/Errado).

    | Eleies peridicas so uma decorrncia direta do princpio republicano, pois, se o poder1 est nas mos de todos, deve haver uma rotatividade dos governantes. Porm, as demais| caractersticas eiencadas no so decorrentes deste princpio. A cidadania decorre doI regime democrtico. A soberania caracterstica dos Estados independentes, no impor-| tando se ou no uma repblica. A existncia de diversas esferas de poder est ligada| ao fato da forma de Estado brasileiro ser a federativa. Do mesmo modo, tambm decorre| da forma de Estado (federao) a observncia dos princpios sensitivos ou sensveis, que| so aqueles dispostos no art. 34, Vil, da Constituio, que, se no forem observados,| daro ensejo a uma interveno federal.

    S Gabarito: Errado.

    3 Adaptao se fez necessria para fins de separao correta dos temas.4 Idem.

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    26 DIRET CONSTITUCIONAL - Questes comentadas - FGV

    0 (FGV/Juiz Substi tuto -TJ-MG/2008 - Adaptad a5) Como corolrio do prin cpio federativo, a Unio, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municpios, no Brasil, so autnomos e possuidores da trplice capacidade deauto-organizao e normatizao prpria, autogoverno e autoadministrao

    (Certo/Errado).

    | A federao ocorre com a formao de entidades autnomas. Esta autonomia se manifesta! por meio de facetas, chamadas pela doutrina de trpice capacidade, so elas:

    | 1 - Auto-organizao: capacidade de institurem suas prprias constituies ou leis| orgnicas, e seus ordenamentos iegais;

    | 2 - Autogoverno: capacidade de os entes escolherem seus governantes sem nterfe-rncia de outros entes; e

    % 3 - Autoadministrao: capacidade de se administrarem de forma independente, to-| mando suas prprias decises executivas e iegislativas.

    Esta autonomia uma decorrncia do princpio federativo e foi expressamente assinalada| peio art. 18 da Constituio Federal que dispe que a organizao politico-adminlstrativa| da Repblica Federativa do Brasil compreende a Unio, os Estados, o Distrito Federal e| os Municpios, todos autnomos, nos termos da Constituio.

    h Gabarito: Correto.

    GABARITO

    1. D 3. B 5. Correto 7. Correto

    2. E 4. B 6. Errado

    5 Idem.

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    DIREITOS E DEVERESINDIVIDUAIS E COLETIVOS

    El (FGV/Juiz Subs tituto - TJ-PA/2008) A respeito dos direitos , assinale a afirmativa incorreta.

    a) Os direitos fundamentais de primeira gerao so os direitos e garantias individuaise polticos clssicos (liberdades pblicas). Os direitos fundamentais de segundagerao so os direitos sociais, econmicos e culturais. Os direitos fundamentaisde terceira gerao so os chamados direitos de solidariedade ou fraternidade,que englobam o meio ambiente equilibrado, o direito de paz e ao progresso,entre outros.

    b) Os tratados e convenes internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacionai, em dois turnos, por trs quintos dosvotos dos respectivos membros, sero equivalentes s emendas constitucionais.

    c) A doutrina assinala como espcies de direitos fundamentais (de acordo com apredominncia de sua funo): 1.: direitos de defesa - que se caracterizam porimpor ao Estado um dever de absteno, um dever de no interferncia no espaode autodeterminao do indivduo; 2.: direitos de prestao - que exigem queo Estado aja para atenuar as desigualdades; 3.: direitos de participao - queso os orientados a garantir a participao dos cidados na formao da vontadedo Estado.

    d) Pela relevncia dos direitos fundamentais de primeira gerao, como o direito

    vida, correto afirmar que eles so absolutos, pois so o escudo protetivo docidado contra as possveis arbitrariedades do Estado.

    e) Todas as constituies brasileiras, sem exceo, enunciaram declaraes de direitos. As duas primeiras - a Imperial e a de 1891 - traziam apenas as liberdadespblicas.

    | necessrio que analisemos assertiva por assertiva:

    | Letra A - Correto. comum que a doutrina classifique os direitos fundamentais em dimen-| ses, principalmente em 1.a, 2.a e 3.a dimenses.*Embora a banca tenha usado o termo| geraes, atualmente este uso repudiado pelo fato de induzir ao pensamento de que| uma gerao acabaria por substituir a outra, o que no verdade. Podemos dividir as

    | dimenses da seguinte forma:

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    m DIREITO CONSTITUCIONAL Questes comentadas - FGV

    Dimenso Direitos !\Arco;':hoJBr^K0v-P&

    1.a Liberdade:Direitos civis e polticos incipiente na CF/1824 efortalecido na CF/1891

    2.3Igualdade:

    Direitos Sociais, Econmicose Culturais.

    CF/1934

    3.3Solidariedade (fraternidade):

    Direitos coletivos e difusos.CF/1988

    Letra B - Correto. A assertiva trouxe iteramente um dispositivo constitucional que consisteem uma inovao trazida pela EC 45/2004. Tal emenda inseriu o seguinte mandamento:

    CF, art. 5. 3 . - Os tratados e convenes internacionais sobre direitos humanos queforem aprovados, em cadaCasa do Congresso Nacional, em dois tumos, por trs quintosdos votos dos respectivos membros, sero equivalentes s emendas constitucionais.

    Assim, a regra que os tratados internacionais so equivalentes s leis ordinrias, masestariam equiparados s Emendas Constitucionais, caso cumpram estes requisitos do art.5. 3., ou seja, versem sobre direitos humanos e o decreto legislativo relativo a eleseja aprovado pelo mesmo rito exigido para as prprias Emendas Constituio. Aindaque no aprovados pelo rito das Emendas, se versarem sobre direitos humanos, o STFentende que possuem supralegaiidade, podendo revogar ieis anteriores e devendo serobservados pelas (eis futuras.Desta forma, um tratado pode adquirir 3 status hierrquicos:

    1 - Regra: Status de lei ordinria. Caso seja um tratado que no verse sobre direitos humanos.

    2 - Exceo 1: StatusSupralegal. Caso seja um tratado sobre direitos humanos novotado pelo rito de emendas constitucionais, mas peio rito ordinrio;

    3 - Exceo 2: Statusconstitucional. Caso seja um tratado sobre direitos humanosvotado pelo rito de emendas constitucionais.

    Letra C - Correto. Os direitos fundamentais podem ser separados quanto funo queexercem. Os chamados direitos de defesa so basicamente as garantias individuais, aquelasliberdades negativas que servem de respafdo para o exerccio dos demais direitos, limitando

    o poder estatal em face dos particulares. Os diretos de prestao exigem uma posturado Estado no sentido de concretizar as metas constitucionais, reduzindo desigualdadese fornecendo as condies mnimas para uma vida humana digna. Eienca-se tambm osdireitos participao, j que o Estado formado peia vontade do povo, devendo esteagir na regncia das decises poticas.Letra D - Errado. pacfico, na doutrina e na jurisprudncia, que os direitos e garantiasfundamentais no so absolutos, todos eles so relativos. Diz-se que so relativos, poisesto sujeitos a restries, que ora sero impostas pelo legilslador (nos casos em que aConstituio autorize, expressa ou implicitamente), ora sero impostas por outros direitos,que podero com eles colidir, no caso concreto, devendo, neste caso, ser harmonizados,para descobrir qual prevalecer. O direito vida, citado pela assertiva, um direito expressamente relativizvel pela Constituio, j que ela admite a pena de morte no caso

    de guerra externa declarada (CF, art. 5., XLVII, a).Letra E - Correto. Embora incipiente na Constituio de 1824, todas as Constituies nacionais versaram sobre os direitos fundamentais, sendo fortalecidos ao longo das prximasconstituies (vide quadro esquemtico no comentrio da assertiva A").

    Gabarito: Letra D.

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    Cap. 3 DiREITOS E DEVERES .iNDIVIDUAIS E OLETVS m0 (FGV/Analista de Controle Interno - SAD - PE/2009) A respeito dos direitos

    e garantias fundamentais, assinale a afirmativa incorreta.

    a) livre o exerccio de quaiquer trabalho, ofcio ou profisso, atendidas as qualificaes profissionais que a lei estabelecer.

    b) So a todos assegurados, condicionado ao pagamento de taxas, o direito depetio aos Poderes Pblicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ouabuso de poder e a obteno de certides em reparties pblicas, para defesade direitos e esclarecimento de situaes de interesse pessoal.

    c) A criao de associaes e, na forma da lei, a de cooperativas independem deautorizao, sendo vedada a interferncia estatal em seu funcionamento.

    d) Todos tm direito a receber dos rgos pblicos informaes de seu interesseparticular, ou de interesse coletivo ou gerai, que sero prestadas no prazo da lei,

    sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindvel segurana da sociedade e do Estado.e) A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada peia

    famiia, no ser objeto de penhora para pagamento de dbitos decorrentes desua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento.

    | Letra A - Correta. Trata-se da perfeita Iiteraiidade do art. 5., XIII, da Constituio. Tal| dispositivo muito cobrado em provas por ser um bom exemplo de norma de eficcia| contida, j que garante a liberdade de profisso de forma plena, mas, caso a lei estabe-| iea certos requisitos, eles devero ser observados. Letra B - Errada. O direito de petio o direito que qualquer pessoa (fsica ou jurdica)

    | possui de se dirigir ao Poder Pblico (qualquer poder) e pedir' (petio) que se tome alguma| atitude em defesa de seus direitos, ou contra alguma ilegalidade ou abuso de poder.| Assim, assegura a Constituio em seu art. 5.:| XXXV - so a todos assegurados, independentemente do pagamento detaxas:| a) o direito de petio aos Poderes Pblicos:

    | * Em defesa de direitos; ou

    | Contra ilegalidade; ou| * Contra abuso de poder.| b) a obteno de certides em reparties pblicas, para:| Defesa de direitos; e

    | * Esclarecimento de situaes de interesse pessoa.

    1 Demais pontos importantes sobre estes direitos:

    | 1. No precisa de lei regulamentadora;

    2. independe do pagamento de quaisquer taxas enopossui carter restritivo, ou seja.| TODOS so isentos, e no apenas os pobres ou com insuficincia derecursos.| At as pessoas jurdicas podero fazer uso e recebera imunidade.

    | 3. No direito de petio, a denncia ou o pedido podero ser feitos em nome prprio| ou da coletividade.

    5 4. Estes direitos, se negados, podero dar moHvo impetrao deMandado de Se-

    | gurana.I| Assim, a alternativa est errada, pois no est condicionado ao pagamento de quaisquer taxas.

    | Letra C - Correta. Perfeita Iiteraiidade do art. 5., XVIII, da Constituio. Importante ob-| servar os demais pontos atinentes ao direito de associao:

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    DIREITO CONSTITUCIONAL ~ Questes comentadas - FGV ;

    k 1. livre a associao somente para fins lcitos, sendo vedada a paramilitar;:> 2. vedada a interferncia estatal em seu funcionamento e nem mesmo precisa-se| de autorizao para cri-las;

    3. Ningum pode ser compelido a associar-se oupermanecer associado;| 4.Para que tenham suas atividades compuisoriamente suspensas - S por deciso| judicial (simples)',

    5. Para serem compuisoriamentedissolvidas - S por deciso judicial transitada emjulgado',

    6. Podem, desde que expressamente autorizadas, representar seus associados:judicialmente ou extrajudicialmente.

    ; Letra D - Correta. Agora a banca usou a disposio litera! encontrada no art. 5., XXXiil,| que trata do chamado direito de informao. Este direito permite que todas as pessoas,s que assim necessitarem, possam se dirigir a rgos pblicos e pedir informaes que; sejam de seu interesse particular ou de interesse da coletividade, importante notar que a

    ? autoridade pblica deve prestar estas informaes no prazo legai, sob pena de ser res- ponsabiiizada. A autoridade no est obrigada a prestar aquelas informaes cujo sigilo; seja imprescindvel segurana da sociedade e do Estado. Letra E - Correta. Caso a pequena propriedade rural seja trabalhada pela famlia, deii acordo com o art. 5., XXVI, da Constituio, ela no ser objeto de penhora para paga

    mento de dbitos decorrentes de sua atividade produtiva, e caber ei dispor sobre osme os de financiar o seu desenvolvimento.Gabarito: Letra B.

    H (FGV/Analista de Gesto Adm inis trativ a - SAD - PE/2009) Em relao aosdireitos e garantias fundamentais, analise as afirmativas a seguir:

    i. A Constituio assegura os mesmos direitos e garantias individuais aos brasileiros eaos estrangeiros residentes no Pas, nos termos do art. 5. da Constituio Federa!.

    II. No caso de iminente perigo pblico, a autoridade competente poder usar de propriedade particular, assegurada ao proprietrio indenizao ulterior, se houver dano.

    III. A sucesso de bens de estrangeiros situados no Pas ser regulada pela lei estrangeirapessoal do de cujus" sempre que estafor mais favorvel ao cnjuge ou aos filhosbrasileiros do que a lei brasileira.

    Assinale:

    a) se nenhuma alternativa estiver correta.b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.c) se somente as afirmativas l e llt estiverem corretas.d) se somente as afirmativas e Hl estiverem corretas.e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

    i - Correto. O caput do art. 5. da Constituio diz expressamente: ...garantindo-se aosr' brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, ;; liberdade, igualdade, segurana e propriedade.... O Supremo Tribunal Federal,

    ao analisar a questo, promoveu mutao da norma, ampliando tal garantia a todas as; pessoas que estejam no pas, sob as leis brasileiras. Ou seja, o estrangeiro no precisa

    mais ser residente para ter os mesmos direitos dos brasileiros, como usar habeas corpus,; mandado de segurana etc., basta que esteja sob as ieis brasileiras. As ressalvas se fazem somente no que tange aos direitos cujos exerccios so exclusivos de nacionais,

    como o uso da ao popular que caber somente ao cidado brasileiro.

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    Cap. 3 - DIREITOS E DEVERES INDIViDUAlS. E COLETiVS !

    | II Correto. Esse o instituto da requisio administrativa, que no deve ser confundi dido com desapropriao. A requisio, prevista na Constituio, art. 5., XXV, apenas| um uso temporrio da propriedade; s haver indenizao em momento posterior e se| houver dano.

    I III - Correto. O termo de cujus" usado como sinnimo de falecido. Assim, de acordo| com a Constituio (CF, art. 5., XXXI), a sucesso de bens (transmisso da herana)| pertencentes a estrangeiros, quando os bens estejam situados no Brasil, ser regulada peia| lei brasileira, de modo que venha a beneficiar o seu cnjuge ou seus filhos brasileiros.| Esta regra no aplicvel se a iei do pas do faiecido (de cujus) for mais benfica do| que a iei brasileira para o cnjuge ou filhos brasileiros.S Gabarito: Letra E.

    0 (FGV/Analis ta de Gesto Adminis trativa - SAD - PE/2009) A respeito daliberdade de expresso, assinale a afirmativa incorreta.

    a) assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, alm da indenizaopor dano material, mora! ou imagem.

    b) inviolvel a liberdade de conscincia e de crena, sendo assegurado o livreexerccio dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteo aos locaisde culto e as suas liturgias.

    c) assegurada, nos termos da lei, a prestao de assistncia religiosa nas entidadescivis e militares de internao coletiva.

    d) livre a manifestao do pensamento, permitido o anonimato.e) Ningum ser privado de direitos por motivo de crena religiosa ou de convico

    filosfica ou poltica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigao legal a todosimposta e recusar-se a cumprir prestao alternativa, fixada em lei.

    | Letra A - Correta. Trata-se de uma contraposio manifestao do pensamento, prevista|| na CF, art. 5., IV. O direito de resposta, previsto no inciso V do art. 5. da Constituio,

    assegura o direito de resposta que a pessoa responda a ofensas feitas, desde que de| forma proporciona! ao agravo. O uso do direito de resposta no exclu a indenizao por1 dano material, mora! ou imagem. Desta forma, a manifestao do pensamento no | absoluta, deve-se tambm respeitar os outros princpios, como a intimidade, privacidade e etc.?| Letra B - Correta. O Brasil um pas laico, nao possui uma religio oficial, embora| proteja a liberdade de crena como uma das faces da no discriminao. Assim, o art.| 5., VI, da Constituio diz ser inviolvel a liberdade de conscincia e de crena, sendo

    1 assegurado o livre exerccio dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteo| aos locais de culto e a suas liturgias.

    | Letra C - Correta. Agora foi usada a Iiteraiidade do art. 5., VII, que assegura, nos termosI da lei, a prestao de assistncia religiosa nas entidades civis e militares de internaoI coletiva.I| Letra D - Errada. Trata-se de uma pegadinha clssica" em provas. A manifestao do| pensamento .livre, mas a Constituio no permite o uso do anonimato (CF, art. 5., IV).| E, como vimos, tambm no h respaldo para que, na manifestao deste pensamento,I a pessoa viole princpios como intimidade, privacidade etc.

    *g Letra E - Correta. Este direito conhecido como Imperativo de Conscincia". A Consti-I tuio em seu art. 5., VIU, garante que ningum ser privado de direitos por motivo de

    jf crena religiosa ou de convico filosfica ou poltica, salvo se as invocar para eximir-se| de obrigao legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestao alternativa, fixada| em lei. O imperativo de conscincia pode ser alegado, por exemplo, em tempo de paz,I no caso do servio militar obrigatrio, mas no poder a pessoa recusar-se a cumprir a

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    S2 DIREITO CONSTiTUCiONA l - Questes comentadas - FGV

    K prestao alternativa imposta, conforme dispe o art. 143, 1.. Segunda a Constituio8 Federal, em seu art. 15, iV, no caso de recusa de se cumprir obrigao legai a todos| imposta ou prestao aitemativa, ensejar na perda ou suspenso dos direitos polticos; do cidado.$a Gabarito: Letra D.

    B (FGV/Procurador - TCWl-RJ/2008) O direito ao sigil o de comunicao :

    a) restrito s comunicaes telefnicas.b) fundamental, podendo, entretanto, ser quebrado no caso das comunicaes tele

    fnicas, quando houver ordem judicial.c) abrangente de todo o tipo de comunicao.

    d) relativo, podendo ser quebrado no caso de instruo processual.e) relativo, podendo ser quebrado no caso do preso.

    | O sigilo das comunicaes uma garantia individual prevista no art. 5., XII, da Consti-| tuio Federal, que assim prev:

    g XII- inviolvel o sigilo da correspondncia e dascomunicaes telegrficas, dedados e das comunicaes telefnicas, salvo, no ltimo caso, por ordem judicial,nas hipteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigao criminal ou

    || instruo processual penal;

    | Ao usar a expresso salvo no ltimo caso", a Constituio permitiu que houvesse quebra| das comunicaes telefnicas em se tratando de ordem judicial emanada com finalidade| de investigao criminal ou instruo processual pena.

    | A ietra A est errada, j que o sigilo abrange a comunicao por correspondncia, telegrfica|| ou telefnica. A possibilidade expressa de quebra que se restringe telefnica.

    | A etra B a resposta correta, j que todo direito previsto nos arts. 5. a 17 direitoS fundamental e, realmente, em se tratando de comunicaes telefnicas, pode haver| quebra nos casos j citados.| A letra C incorreta, j que o sigilo abrange somente comunicaes pessoais, ou seja,| aquelas com destinatrio certo. Por exemplo, um carro de som fazendo propaganda pelas| ruas est comunicando, mas no h o que se falar em comunicao sigilosa.

    | A letra D incompleta, porque devia falar em comunicao telefnica e dizer instruo| processual penal.

    | A Letra E tambm genrica e imprecisa. Est incorreta por generalizar, mas nos| remete a um assunto muito importante: o STF j decidiu que as outras inviolabilidades| alm das telefnicas (sigilo dos dados e das comunicaes telegrficas) tambm po-| dero ser afastadas, j que nenhum direito fundamental absoluto e no pode ser| invocado para acobertar ilcitos. Segundo o Supremo, ento, lcito que uma carta| enviada a um presidirio seja aberta para coibir a prtica de certas condutas, j que a| disciplina prisional e a segurana so interesses mais fortes do que a privacidade da| comunicao do preso.| Lembramos que qualquer quebra de sigilo medida excepcional. A letra E pecou por isso: estabelecer simplesmente que no caso do preso poder ser feita a quebra, mas

    | no basta ter a condio de preso, deve-se no caso concreto confrontar e ponderar os| direitos e decidir se realmente necessria a quebra.

    I Gabarito: Letra B.

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    Cap. 3 - DiREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

    03 (FGV/Advogado - BADESC/2010) Consid erando o direito fundamentai deprivacidade assegurado no art. 5. da Constituio Federal de 1988, assinale

    a alternativa correta.a) A quebra de sigiio de movimentaes financeiras do indivduo pode ser decretada

    por ordem judiciai, por deliberao das comisses parlamentares de inqurito epelo Ministrio Pblico, nas investigaes de sua competncia.

    b) A interceptao das comunicaes telefnicas pode ser decretada por ordem judicialem processo de natureza penai, civ! ou administrativa, na forma da lei.

    c) A casa asilo inviolvel do indivduo, ningum nela podendo penetrar sem consentimento do morador. vedado o ingresso durante a noite, salvo no cumprimentode mandado judicial de busca e apreenso, na forma da lei.

    d) A Constituio s permite a interceptao das comunicaes telefnicas nos casosde investigao de crimes de terrorismo, trfico de drogas, lavagem de dinheiro

    e crimes contra a administrao pblica, por ordem judicial, na forma de lei complementar.

    e) A casa asilo inviolvel do indivduo, ningum nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou paraprestar socorro, ou, durante o dia, por determinao judiciai.

    | A letra A traz uma generalizao que no se mostra correta. O sigilo bancrio poder| realmente ser quebrado por ordem judicial e pela CPI, mas, no caso do Ministrio Pblico,f a regra que no poder acontecer. O Ministrio Pbiico, segundo o STF, no tem com-| petncia para determinar a quebra de sigilo bancrio, a no ser na excepcional hiptese| de um processo envoivendo aplicao indevida de verbas pblicas, quando ento dever| prevalecer o princpio da publicidade sobre o princpio da privacidade.

    5 A letra B tem contedo incorreto, pois. conforme visto, o art. 5., XII, da Constituio s| permite quebra das comunicaes telefnicas em se tratando de ordem judiciai emanada| para fins de investigao criminal ou instruo processual penal.

    | Aletra C errada, j que somente se poder ingressar no domicilio de algum nos| seguintes casos:

    | * Se tiver o consentimento do morador;

    | * Ainda que sem o consentimento do morador, se o motivo for:

    | Flagrante delito;

    I Desastre;

    | *>Prestar Socorro;| - Ordem judicial, mas neste caso, somente durante o dia.

    | A letra D errada, pois a possibilidade de quebra ocorre sempre que o Juiz assim decidir,| desde que tenha a finalidade de uma investigao criminal ou uma instruo processual| penal.

    | A ietra E a resposta correta da questo, e est perfeitamente de acordo com a expli-| cao que vimos na letra C.

    ; Gabarito: Letra E.

    0 (FGV/Adv ogado -Senado/2008) A respeito do catlogo de direitos fundamentais da Constituio Federal de 1988, analise as afirmativas a seguir:

    I. A todos assegurado o direito de reunio, para fins pacficos, em locais abertosao pblico, independentemente de autorizao e de aviso prvio autoridade competente.

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    DIREITO CONSTITUCIONAL - Questes comentadas - FGV

    II. A casa asilo inviolvel do indivduo, ningum nela podendo penetrar sem consentimentodo morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,durante o dia, por determinao de autoridade judicial ou de Presidente de ComissoParlamentar de Inqurito.

    III. Todos tm direito a receber dos rgos pblicos informaes de seu interesse particular,ou de interesse coletivo ou geral, que sero prestadas no prazo da iei, sob pena deresponsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindvel segurana dasociedade e do Estado.

    IV. A apreciao pelo Poder Judicirio de teso ou ameaa a direito ser assegurada naforma e observados os limites previstos em lei complementar.

    Assinale:

    a) se apenas as afirmativas I e II! estiverem corretas.b) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.c) se apenas a afirmativa I estiver correta.

    d) se apenas a afirmativa Ml estiver correta.e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

    | - Errado. Segundo a Constituio Federal, em seu art. 5., XVI, para que a coletividadey de pessoas possa se reunir, devem-se observar os seguintes requisitos constitucionais:

    - seja pacificamente;i| - sem armas;

    - no frustre outra reunio anteriormente convocada para o local;

    p - avise a autoridade competente.

    Desta forma, erra o item por dizer que dispensa o prvio aviso. Este aviso necessrio,I o que no necessrio que a autoridade autorize a reunio.

    ; II - Errado. Segundo a Constituio, em seu art. 5., XI, a casa do indivduo (sentidoampio: moradia, escritrio, consultrio e etc.) asilo invioivei e ningum pode entrar na

    s mesma, a no ser que:

    | " lenha o consentimento do morador; ou

    | Em caso de flagrante detto, desastre ou paraprestarsocorro; ou

    | Se o Juiz determinar, mas neste caso spoder entrar durante o dia.

    | Erra o item ao dizer que poder autorizar a violao do domiclio o Presidente de Comis-| so Parlamentar de Inqurito, a Constituio no permite esta hiptese.

    I lli - Correto. Novamente a banca explorou teor do dispositivo encontrado no art. 5.,| XXXIII, que trata do chamado direito de informao", que permite que as pessoas possam| se dirigir a rgos pblicos e pedir informaes que sejam de seu interesse particular ou| de interesse da coletividade.

    | IV - Errado. A questo subverteu o princpio da inafastabilidade do Judicirio, garantia| constitucional que se manifesta em norma de eficcia pena. O principio da inafastabilidade| do Judicirio um principio importantssimo para o Estado democrtico de direito, pois,x ao garantir que toda leso ou ameaa a direito estar sujeita a apreciao do Poder Ju~p dicirio, a Constituio impede os usos arbitrrios de poder que ameaam a democracia.

    Este princpio est no art. 5., XXXV: a iei no excluir da apreciao do Poder Judicirioj- leso ou ameaa a direito.

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    Gap. 3 - DIREITOS E OEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

    | Por este princpio, algum poder acessar o Poder Judicirio sem necessariamente esgotaras esferas administrativas e ser apenas o Poder Judicirio que far a coisa julgada"

    | em definitivo. Mas existem excees constitucionais que reiativizam a inafastabilidadef jurisdicional:

    s - CF, art. 217 1. - O Poder Judicirio s admitir aes relativas disciplina et s competies desportivas aps esgotarem-se as instncias da justia desportiva,

    regulada em lei.

    | - Em se tratando de habeas data,s ser admitida a propositura deste remdio depoisde negado o pedido pela autoridade administrativa (entendimento do STF - HD 22/

    i DF, entre outros - e STJ - Smuia n. 2).

    5; Gabarito: Letra D.

    0 (FGV/Analista de Gesto Adm inis trativa - SAD - PE/2009) Em reiao aodireito de segurana, assinale a alternativa, correta.

    a) Em situaes excepcionais justificadas pela relevncia e urgncia, a iei poder limitara apreciao do Poder Judicirio no que tange a eso ou ameaa ao direito.

    b) O brasileiro naturalizado poder ser extraditado sempre que tiver sido comprovadaa prtica de crime grave aps a naturalizao.

    c) Nenhuma pena passar da pessoa do condenado, estando, porm, os seus sucessores obrigados a reparar o dano do crime, sendo-lhes aplicada a decretaodo perdsmento de bens at o limite do patrimnio do criminoso que tiver sidotransferido queles.

    d) A iei considerar crimes inafianveis e insuscetveis de graa ou anistia a pr

    tica da tortura, o trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo eos definidos como crimes hediondos, sendo permitida a instituio de tribunaisexcepcionais para o julgamento desses crimes.

    e) A lei regular a individualizao da pena e adotar, entre outras, privao ou restrio da liberdade, a perda de bens, a prestao sociai aiternativa, a suspensoou interdio de direitos e o banimento.

    | Para analisar esta questo, vamos separar cada assertiva e analis-la individualmente:

    a) Em situaes excepcionais just ifi cadas pela relevncia e urgncia, a iei poderiimitar a apreciao do Poder Judicirio no que tange a leso ou ameaa ao

    % direito.

    Errada. Como vimos, a garantia constitucional da inafastabilidade do Judicirio se man-\ festa em norma de eficcia plena, no sendo permitido pela Constituio o seu condi

    cionamento legal.

    ' b) O brasileiro naturalizado poder ser extraditado sempre que tiver sido comprovadaa prtica de crime grave aps a naturalizao.

    Errada. A Constituio estabelece que o brasileiro nato nunca poder ser extraditado.Diferentemente ocorre para o naturalizado, para o qual a extradio poder acontecer. A

    V Constituio estabelece, ento, em art. 5., LI, qu, embora a regra seja a no extradiode brasileiros, o naturalizado poder ser extraditado em caso de:

    Crime comum, praticado antes da naturalizao; ou Comprovado envolvimento em trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, na

    forma da lei.

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    m DIREITO CONSTITUCIONAL - Questes comentadas - FGV

    y c) Nenhuma pena passar da pessoa do condenado, estando, porm, os seus sucessores obrigados a reparar o dano do crime, sendo-lhes aplicada a decretao

    do perdimento de bens at o limite do patrimnio do criminoso que tiver sidog transferido queles.Correta. A assertiva busca o seu fundamento na Constituio, art. 5., XLV. Neste artigo,percebemos a personalizao da pena, que no deve ser transferida para nenhuma outra

    ; pessoa, seno aquela que cometeu o ilcito. Porm, no caso do patrimnio transferidol por sucesso, este patrimnio poder ser usado para reparar o dano, mas deve-se no-

    tar que a execuo (perdimento dos bens) ocorrer somente at o limite do patrimnio transferido, nunca aim deste.

    I d) A lei considerar crimes inafianveis e insuscetveis de graa ou anis tia a prtica da tortura, o trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo eos definidos como crimes hediondos, sendo permitida a instituio de tribunais

    excepcionais para o julgamento desses crimes. Errada. Esta questo possui duas partes, vamos separ-ias:

    1 - A lei considerar crimes inafianveis e insuscetveis de graa ou anistia a prtica da tortura, o trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo

    e os definidos como crimes hediondos.

    ' Esta parte est correta, nos termos do art. 5., XLIII, da Constituio, importante notarf; que a Constituio prev expressamente 3 grupos de crimes e todos eles so inafian- veis. So eles:

    j XLIt- a prtica do racismo constitui crime inafianvel e imprescritvel, sujeito penaf- de recluso, nos termos da lei;

    | XLIII - a iei considerar crimes inafianveis e insuscetveis de graa ou anistia afi prtica da tortura, o trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os% definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, o$ executoresp e os que, podendo evit-los, se omitirem;$ XLIV- constitui crime inafianvel e imprescritvel a ao de grupos armados, civistl ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrtico;

    ?; Como j foi dito, perceba que todos eles so inafianveis. Existe, porm, uma diferena| nos outros tratamentos:

    * ao de grupos armados contra o Estado - imprescritvel;

    f) racismo - imprescritvel e sujeito a recluso (R - racismo x R - reciuso);I * 3TH (terrorismo, trfico, tortura e hediondo) - insuscetvel de graa ou anistia (tentef relacionar a fontica do H - A-GA - para lembrar de Graa).

    I Desta forma, ratificamos que no h erros na assertiva at aqui.

    | 2 - sendo permitida a instituio de tribunais excepcionais para o julgamento | c/esses crimes.| Esta parte est errada, pois viola os preceitos constitucionais. Segundo nossa Carta| Magna, no haver juzo ou tribunal de exceo (CF, art. 5., XXXVII).y Desta forma, a assertiva d", se torna incorreta.

    K e) A iei regular a individualizao da pena e adoiar, entre outras, pr ivao ou restrio da liberdade, a perda de bens, a prestao social alternativa, a suspenso ou interdio de direitos e o banimento.

    g Errada. A questo mistura dispositivos constitucionais previstos no art. 5., XLVt e XLVtl.K A Constituio dispe:

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    Cap. 3 - DRB TOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

    | XLVI - a lei regular a individuaizao da pena e adotar, entre outras, as seguin-I tes:

    | a) privao ourestrio da liberdade;

    | b) perda de bens;| c) multa;

    | d) prestao social alternativa;

    | e) suspenso ou interdio de direitos.

    | XLVIInohaver penas:

    | ) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de carter perptuo;

    | c) de trabalhos forados;

    | d) de banimento;| ej cruis.

    | Perceba que em hiptese aiguma podemos ter penas cruis, de banimento, trabalho for-| ado ou, ainda, perptuas. Porm, no caso de pena de morte, admitida se estivermos| em guerra externa deciarada.

    | A questo erroneamente inciuiu o banimento entre as hipteses possveis de pena. Desta| forma, est incorreta.

    I Gabarito: Letra C.

    3 (FGV/Tcn ico Legis lativo ~ Senado Federal/2008) A Constit uio Federaipro be a pena de morte no Brasii, exceto nahiptese de:

    a) condenao por crime de terrorismo.b) em caso de decretao de estado de stio.c) condenao por crimes hediondos, na forma da lei.d) condenao por crime de tortura.

    e) em caso de guerra deciarada.

    | Essa questo nos remete novamente ao art. 5., XLV1I, da Constituio que garante a? no existncia de penas de:

    a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

    | b) de carter perptuo;

    | c) de trabalhos forados;

    % d) de banimento;

    I e) cruis.

    | Desta forma, a nica dessas vedaes que pode ser reiativizada a pena de morte, e| somente no caso de guerra externa declarada.

    | Para fins de elucidao, a pena de morte ser permitida, nos termos do Cdigo Penalg Militar, art. 392, que estabelece o crime de desero em presena do inimigo.

    ? Gabarito: Letra E.

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    DIREITO CONSTITUCIONAL - Questes comentadas - FGV

    ETD (FGV/Analista Legislativo - Senado Federal/2008) Relativamente aos direitose garantias fundamentais, analise as afirmativas a seguir:

    I. Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos

    brasieiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade.

    II. So a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, o direito depetio aos Poderes Pblicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso depoder e a obteno de certides em reparties pblicas, para defesa de direitos eesclarecimento de situaes de interesse pessoal.

    lii. So imprescritveis os crimes de racismo, ao de grupos armados contra o Estado,tortura e terrorismo.

    IV. Nenhum brasileiro ser extraditado, saivo o naturalizado, em caso de crime hediondopraticado aps a naturalizao.

    Assinale:

    a) se apenas as afirmativas 1 e il estiverem corretas.b) se apenas as afirmativas li e ll estiverem corretas.c) se apenas as afirmativas ill e IV estiverem corretas.d) se apenas as afirmativas I e li estiverem corretas.e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

    | Perceba que a FGV, como qualquer banca examinadora, comea a ficar repetitiva. Por\ este motivo to essencial que se resolvam as questes anteriores.

    S Analisemos cada item:

    i l. Todos so iguais perante a lei, sem dist ino de qualquer natureza, garantindo-sek aos brasi leiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabi lidade do direito i vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade.

    S Correto. A questo traz o caput do art. 5. da Constituio. Lembrando que, como j foiI visto, segundo o Supremo Tribunal Federal, o estrangeiro no precisa mais ser residente| para ter os mesmos direitos dos brasileiros, basta que esteja em territrio naconaf, sob| as leis brasileiras.| Importante tambm notar o preceito trazido peio incio do artigo: todos so iguais pe-| rante a iei. Comea ento a ser delineado o princpio da isonomia" ou da igualdade.| Este princpio pode ser entendido como a lei no pode fa2er distino, deve tratar de forma igual os iguais e de forma desigual os desiguais na medida de suas desigualda-

    | des. De acordo com posies doutrinrias e jurisprudenciais, a isonomia se manifesta| em 2 facetas:

    - Isonomia formal - Todos podero igualmente buscar os direitos expressos na te.

    - Isonomia material - a igualdade reai que vai alm da igualdade formal. A busca| da igualdade material acontece quando so tratadas desigualmente as pessoas que| estejam em situaes desiguais. geralmente usada para favorecer alguns grupos| que estejam em posio de desvantagem.

    S H. So a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, o direitoj de petio aos Poderes Pblicos em defesa de di reitos ou cont ra ilegalidade ou; abuso de poder e a obteno de certides em reparties pblicas, para defesa de

    ; direitos e esclarecimento de situaes de interesse pessoal.% Correto. Como vimos, o direito de petio o direito que qualquer pessoa (fsica ou| jurdica) possui de se dirigir ao Poder Pblico (qualquer poder) e pedir (petio) que se

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    Cap. 3 - DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS m

    | tome alguma atitude em defesa de seus direitos, ou contra alguma iiegalidade ou abuso| de poder. O direito de petio, tal qual o direito de obter certides, so garantidos inde-| pendentemente do pagamento de taxas.

    | lll. So imprescrit veis os crimes de racismo, ao de grupos armados contra o| Estado, tortura e terrorismo.

    | Errado. Anteriormente, vimos o art 5., XLH, da Constituio, importante notar que a| Constituio prev expressamente 3 grupos de crimes e todos eles so inafianveis.| Vimos que, embora inafianveis, ee possuam, cada quai, um segundo tratamento pe-| culiar, da seguinte forma:

    | * ao de grupos armados contra o Estado - imprescritvel;

    I racismo - imprescritvel e sujeito a reciuso;

    | * 3TH (terrorismo, trfico, tortura e hediondo) - insuscetvel degraa ouanistia.

    | Assim, o item est incorreto, pois, embora o racismo e a ao de grupos armados contra| o Estado sejam crimes imprescritveis, a tortura e terrorismo no o so, recebendo pelaf Constituio o tratamento de insuscetveis de graa ou anistia.

    | IV. Nenhum brasi leiro ser extradi tado, salvo o naturalizado, em caso de crime he-| diondo praticado aps a naturalizao.

    | Errado, O erro foi o uso do aps em vez do antes". Como visto, baseado no art. 5.,| Li, da Constituio, o brasileiro naturalizado poder ser extraditado em caso de;

    | aCrime comum, praticado antes da naturalizao; ou

    | Comprovado envolvimento em trfico ilcito de entorpecentes edrogas afins, na| forma da iei.&| Gabarito: Letra A.

    H l (FGV/Fiscaf~SEFAZ-RJ/2008) Conc eder-se- habeas data:

    a) para assegurar a integridade moral do cidado.b) quando o responsvel pela ilegalidade for autoridade pblica.c) para proteger o direito lquido e certo no amparado por habeas corpus.d) para a retificao de dados, quando no se prefira faz-lo por processo sigiloso,

    judicial ou administrativo.e) quando o responsvel pela ilegalidade for agente de pessoa jurdica no exerccio

    de atribuies de Poder Pblico.

    | A Constituio assim dispe sobre o habeas data:

    I Motivo:|I a) Conhecimento de informaes relativas pessoa do impetrante;

    | b) Retificar dados, caso no prefira fazer isto* por meio sigiloso administrativamente| ou judicialmente.

    | OBS. 1 - Veja que no pode ser usado para informaes de terceiros, somente paraI informaes do prprio impetrante. E lembrando que, segundo o STF, na primeira hiptese,| o remdio s ser concedido se a pessoa j tiver feito o pedido administrativamente e| ter sido negada da informao.

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    40 DIREITO CONSTITUCIONAL - Questes comentadas - FGV;-:

    I Quem pode usar: Guafquer pessoa.; Quem pode sofrer a ao: Qualquer entidade governamental ou ainda no governamental,

    mas que possua registros ou bancos dedadosdecarterpublico.Custas: (CF, art. 5., LXXVII) So gratuitas asaesdehabeasdata.

    | Gabarito: Letra D.

    BS (FGV/Adv ogado -BESC/2004) O remdio cons titucion al para garantia do exerccio de liberdades constitucionais no aplicveis em razo da falta de normaregulamentadora :

    a) a ao popular.b) a ao civil pblica.c) o mandado de segurana coletivo.d) a ao direta de inconstitucionaidade.e) o mandado de injuno.

    j Vamos analisar as assertivas:

    Jv Letra A - ao popular:

    | Quem pode propor: Qualquer cidado, ou seja, somente aquele brasileiro que estiver emf gozo de seus direitos polticos.

    | Motivo: Anuiar ato lesivo:

    | Ao patrimnio pblico ou de entidade da qual o Estado participe;

    | moralidade administrativa;

    f Ao meio ambiente;

    | -A o patrimnio histrico e cultura!.

    | Custas judiciais: Fica o autor, salvo comprovada m-f, isento de custas judiciais e dos nus da sucumbncia;

    | Desta forma, no a letra A a resposta da questo.

    | Letra B - A ao civil pblica no um remdio constitucional propriamente dito, uma| ao que pode ser interposta para proteo de interesses sociais difusos e coletivos| (Lei 7.347/1985), no pelo cidado, mas por algumas entidades, sendo outra arma

    | para proteo de interesses da sociedade.| OBS. - Diferentemente da Ao penai pblica, a ao civil pblica no privativa do| Ministrio Pblico, podendo ser, alm do MP, ser intentada por:

    | Qualquer ente federativo (Unio, Estados, Muncpios e DF);| Autarquia, Fundao Pbiica, Sociedade de Economia Mista ou Empresa Pblica;| Defensoria Pblica;| Associao constituda h pelo menos um ano e que possua comofinalidade a% proteo ao meio ambiente, ao consumidor, ao patrimnio histrico etc.

    i Letra C - O mandado de segurana coletivo uma das espcies do man