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As vita AS VITAMINAS, ELEMENTOS NUTRITIVOS es- senciais para a vida, possuem na sua estrutura com- postos orgânicos nitrogenados, os quais o organismo não é capaz de sintetizar ou sintetiza em quantidades insuficientes para o seu bom funcionamento e que, se faltam na nutrição, provocam manifestações de ca- rência. O corpo humano pode receber as vitaminas através da alimentação, por administração exógena (injeção ou via oral), ou por aproveitamento das vi- taminas formadas pela flora intestinal. A falta de vita- minas pode ser total — avitaminose —, ou parcial — hipovitaminose. Em ambas as situações, podem surgir manifestações classificadas como doenças carenciais. As vitaminas são encontradas em doses pequenas nos alimentos, se comparadas aos macronutrientes como proteínas, carboidratos e gorduras. Nenhum alimento em particular contém todas as vitaminas necessárias, o que exige uma dieta balanceada ou formas de su- plementação vitamínica para a obtenção de um bom funcionamento do organismo.

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Vitaminas

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  • As vita

    AS VITAMINAS, ELEMENTOS NUTRITIVOS es-senciais para a vida, possuem na sua estrutura com-postos orgnicos nitrogenados, os quais o organismo no capaz de sintetizar ou sintetiza em quantidades insuficientes para o seu bom funcionamento e que, se faltam na nutrio, provocam manifestaes de ca-rncia. O corpo humano pode receber as vitaminas atravs da alimentao, por administrao exgena (injeo ou via oral), ou por aproveitamento das vi-taminas formadas pela flora intestinal. A falta de vita-

    minas pode ser total avitaminose , ou parcial hipovitaminose. Em ambas as situaes, podem surgir manifestaes classificadas como doenas carenciais. As vitaminas so encontradas em doses pequenas nos alimentos, se comparadas aos macronutrientes como protenas, carboidratos e gorduras. Nenhum alimento em particular contm todas as vitaminas necessrias, o que exige uma dieta balanceada ou formas de su-plementao vitamnica para a obteno de um bom funcionamento do organismo.

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    IntroduoIntroduoEmbora o homem tenha sempre pro-

    curado a fonte da juventude, foi somente nos ltimos anos que a cincia nos forne-ceu maneiras de reduzir a velocidade do processo de envelhecimento, protegendo a pele, os cabelos e as unhas contra efei-tos metablicos e ambientais ou rever-tendo o fotoenvelhecimento. As vitaminas ajudam a fornecer um ambiente benfico para o processo de proteo, correo e renovao da pele, do cabelo e das unhas. As principais vitaminas de interes-se em cosmticos so as vitaminas A, E, C, D, B3, pantenol (pr-vitamina B5) e B6. O fitantriol e os leos mega-6 (leo de prmula e leo de borago ou borra-gem) so tambm muito teis em realar o desempenho dos cosmticos e de arti-gos de toucador.

    A partir dos 20 anos, sem que se per-ceba, a pele comea a perder lentamen-te algumas propriedades de resistncia e auto-regenerao. O processo lento, irreversvel e distinto, segundo o tipo de pele de cada um. A medida que as fibras de colgeno e de elastina, que formam o chamado tecido de sustentao, redu-zem sua eficcia, a pele perde, pouco a pouco, sua capacidade de manter a flexi-bilidade, elasticidade e firmeza naturais. Os sinais mais significantes de envelheci-mento da pele so: rugas, manchas, pele seca, perda de luminosidade e flacidez.

    minas em formulaes cosmticas

    Fatores como radiao UV (cerca de 80% dos sinais visveis do envelhecimento so causados pelos raios UV), poluio, stress, m alimentao, entre outros, po-dem acelerar ou atrasar esse processo. Esses fatores so a causa principal do aparecimento dos radicais livres, o maior acelerador do envelhecimento. J as substncias antioxidantes, como certas vitaminas, enzimas e outros elementos, so bons retardadores.

    vres, constitudo pela enzima superxido dismutase (SOD), cuja funo principal combat-lo. Porm, com o passar dos anos e com as agresses cada vez mais intensas, o organismo necessita ajuda ex-terna, para ajudar a prevenir o envelhe-cimento prematuro da pele. As vitaminas E, C, alguns carotenides e os filtros so-lares, por exemplo, possuem qualidades especiais de proteo perante o ataque destas partculas agressivas.

    Os filtros solares protegem a pele dos efeitos nocivos das radiaes UV, impedindo que se formem os radicais livres, como conseqncia, reduzem o risco de envelhecimento prematuro e a apario de cncer de pele. Por outro lado, estudos demonstram que mesmo utilizando filtros solares, a radiao UV pode penetrar em pequena quantidade na pele e gerar os radicais livres, por isso bom aliar ao uso tpico de vita-minas C e E, podendo assim alcanar uma inibio maior rpida e eficaz desses radicais.

    Em geral, vitaminas lipossolveis possuem uma maior capacidade de se-rem absorvidas pela pele e alcanar as camadas de Malpighi, onde a maior parte de seus efeitos podem ser sentidos. Recentemente, as vitaminas lipoflicas, como a vitamina E e a vitamina K, vm sendo incorporadas em produtos cosm-ticos para adicionar benefcios senso-

    Os radicais livres atacam as clulas na parte superficial da epiderme, os que-ratincitos. Tambm degradam os fibro-blastos (colgeno e elastina) da derme, e podem, inclusive, lesar as cadeias de DNA, protenas, carboidratos, lipde-os e as membranas celulares na parte mais profunda de epiderme, causando, nos casos mais graves, cncer. A pele possui um complexo sistema de defesa para neutralizar a ao dos radicais li-

    Certas vitaminas, enzimas e outros

    elementos, so bons retardadores do envelhecimento.

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    riais e preventivos. No que diz respei-to s vitaminas hidrossolveis, vrios produtos tem adotado o pantenol (um lcool biologicamente ativo, anlogo do cido pantotnico) para suavizar cremes e garantir propriedades rege-nerativas em formulaes para peles sensveis ou danificadas.

    A adio de vitaminas em formula-es cosmticas requer, por parte do for-mulador, um conhecimento das proprie-dades qumicas e fsicas de cada uma, mas as caractersticas de estabilidade das vitaminas so bem conhecidas e sua incorporao na cosmtica seguem ba-sicamente os mesmos princpios de sua suplementao farmacutica.

    Pequena cronologiadas vitaminas

    A histria das vitaminas pode ser dividida em cinco perodos distintos. O primeiro e mais longo perodo, no qual era empregada a cura emprica de al-gumas doenas atravs do uso de certos alimentos, como o fgado para tratar a cegueira noturna (deficincia de vitamina A) pelos egpcios, registrado desde 1550 a.C., ou de escorbuto (falta de vitamina C) pelos ndios americanos, com extrato de agulha de pinho. Em 1753, um navio ingls a caminho das ndias escapou de doenas porque o capito obrigou seus

    marinheiros a beber, diariamente, algu-mas gotas de suco de limo. Essa prtica foi institucionalizada na marinha inglesa aps o notvel tratado sobre o escorbuto escrito, no mesmo ano, por James Lind (1716-1794), mdico da Marinha Brit-nica, mas 100 anos ainda seriam neces-srios para novas descobertas.

    A segunda fase foi caracterizada por um aprofundamento cientfico sobre as propriedades dos alimentos e seus efeitos j conhecidos, marcado pela capacidade de induzir uma doena decorrente de avitaminose em animais e, assim, estudar seus efeitos. O marco inicial desta fase foram os estudos rea-lizados por Nicolai Lunin (1853-1937) e Christiaan Eijkman (1858-1930) por volta de 1890. Atravs destas expe-rincias, cientistas como Sir Frede-rick Gowland Hopkins (18611947), conhecido como o Pai das Vitaminas, formularam teorias que incluam a ne-cessidade de pequenas quantidades de fatores de crescimento na alimen-tao. O termo vitamina foi cunhado pelo bioqumico polons Casimir Funk (1884-1967), em 1912. Funk acha-va que este nutriente era uma amina (amine) da vida (vita). As aminas so compostos formados pela substituio de um ou mais tomos de hidrognio na molcula da amnia (NH3) por

    radicais orgnicos. A palavra inglesa original vitamine foi posteriormente modificada para vitamin, quando se re-conheceu que nem todas as vitaminas eram aminas. Em portugus no houve modificao semelhante.

    Nas dcadas seguintes, o objetivo das pesquisas foi o isolamento, descoberta e elucidao da estrutura das vitaminas, assim como sua sntese. O perodo cul-minou em 1972, com a descoberta do processo de sntese da vitamina B12, (muitos cientistas acreditam que no exis-tem mais vitaminas a serem descobertas, mas ainda se esfoam neste sentido). Nesse perdo pesquisadores envolvi-dos receberam o Prmio Nobel como reconhecimento por seus trabalhos.

    O prximo passo foi a compreen-so das funes metablicas e bio-qumicas das substncias, assim como o estabelecimento de quantidades mnimas necessrias a cada dia para manter uma boa sade. Outro marco desta era foi o incio da produo comercial de vitaminas e suplemen-tos. Com o advento da fortificao vitamnica na produo de farinha, cereais, leite e outros alimentos, doen-as especficas como o escorbuto, o beribri, o raquitismo e a pelagra (avitaminose causada por deficincia de niacina) foram praticamente er-

    Pesquisadores vm sugerindo queo consumo de alimentos ricos em

    vitaminas antioxidantes(em particular as vitaminas C e E)

    provocam uma reduo do risco de certas doenas crnicas, como o cncer,

    doenas cardiovasculares e catarata.

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    Os pais das vitaminas:Sir Frederick Gowland Hopkins (18611947), formulou teorias que

    incluam a necessidade de pequenas

    quantidades de fatores de crescimento na alimentao e

    Casimir Funk (1884-1967) que deu

    ao nutriente o nome pelo qual conhecido.

    radicados dos pases industrializados e drasticamente reduzidos nos demais, mas ainda existe a necessidade de implementar programas de suplemen-tao vitamnica em diversos pases da frica, sia e Amrica Latina, onde doenas causadas por avitaminoses continuam sendo comuns. Apesar das melhoras, deficincias simples de vita-minas ainda so encontradas at em pases desenvolvidos, particularmente por serem sutis e difceis de detectar, mais fcil para uma pessoa doente notar que est com escorbuto do que atribuir um cansao freqente a uma hipovitaminose.

    A atual fase concentra-se em inves-tigar benefcios sade que vo alm da simples preveno de doenas: suas funes bioqumicas. O gatilho desta era foi a descoberta em 1955 do efeito anticolesterol da niacina, em adio de sua capacidade de combater a pela-gra. A partir desta descoberta, pesqui-sadores vm sugerindo que o consumo de alimentos ricos em vitaminas an-tioxidantes (em particular as vitaminas C e E) e em beta-caroteno provocam uma reduo do risco de certas doen-as crnicas, como o cncer, doenas cardiovasculares e catarata.

    Estudos vm sendo realizados so-bre o papel dos radicais livres e da ao dos antioxidantes no organismo. Tecnologias avanadas tambm permi-tem um refinamento da prpria teoria das vitaminas, do seu funcionamento e absoro. As vitaminas classificam-se em lipossolveis e hidrossolveis.

    As vitaminas lipossolveis

    As vitaminas lipossolveis so as vitaminas A, D, E, F e K. A primeira vitamina descoberta, descrita e catalo-gada foi a vitamina A. Depois, foi descoberta a vitamina B. Seguiu-se ento um desdobramento: a vitamina B era composta de diversos elementos e surgiram a B1, B2, B3, posteriormente desdobrou-se ainda mais. Com isto nasceu a denominao de Complexo B. Atualmente, a chamada vitamina F no mais considerada vitamina.

    VITAMINA A Os retinides so substncias, como

    o retinol e seus derivados, que tm as propriedades biolgicas da vitamina A. Eles ocorrem na natureza ou so produ-zidos sinteticamente.

    A cegueira noturna, principal mani-festao de sua carncia, j era conhe-cida dos egpcios h mais de 3 mil anos. Eles desconheciam a razo dessa mani-festao, mas a tratavam empiricamente com compressas de fgado frito ou cozido sobre os olhos. H dois mil anos, Hip-crates de Cs, o pai da medicina, j recomendava comer fgado para tratar a doena. Em 1865, no Brasil, foi des-crita a Oftalmia brasiliana, uma doena que atingia escravos mal-alimentados. Em 1913, num estudo experimental, foi descrito que animais atingidos pela xe-roftalmia (secura dos olhos) tinham essa

    manifestao curada pela ingesto de gema de ovos, leite, manteiga e leo de fgado de bacalhau. Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) foi obser-vado que a xeroftalmia em humanos era decorrente da carncia de manteiga na dieta. A estrutura qumica da vitamina A foi definida por Paul Karrer (1889-1971), em 1931, e a sua sntese foi realizada por O. Isler, em 1946-47 nos laborat-rios F. Hoffmann-La Roche.

    Principais funesImportante para as funes da reti-

    na, principalmente para a viso noturna. Exerce funo na cornificao da pele e das mucosas, no reforo do sistema imu-nolgico, formao dos ossos, cabelos e unhas. Importante no desenvolvimento embrionrio. Tem influncia nas reaes imunolgicas e age na preveno de certos tumores.

    A vitamina A possui funo antioxi-dante, fixando-se aos chamados radicais livres que se originam da oxidao de di-versos elementos. Esses teriam um efeito nocivo para as clulas e so tidos como causadores de arteriosclerose, catarata, tumores, doenas da pele e doenas reu-mticas.

    Principais fontesFgado de galinha (11 mg), fgado

    de gado (8 mg), pat de fgado (2 mg), cenouras (1 mg) em contedo para cada 100 gramas de alimento.

    Manifestaes de carnciaSua falta pode atingir os olhos, o

    sistema respiratrio, a pele, o sistema gnito-urinrio, o sistema digestivo, as glndulas sudorparas, os ossos, o siste-ma nervoso e o sangue.

    A Dose Diria Recomendada (DDR) de 1 mg ou 5.000 UI para pessoas nor-mais. Para mulheres grvidas, pessoas com distrbios de digesto das gorduras, diabticos, idosos e alcolatras so reco-mendas doses 25 a 50% maiores.

    Aplicao cosmtica da vitamina A

    Tambm chamada de vitamina nor-malizadora, associada ao bem-estar

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    da derme. Isto se deve ao fato de que ela essencial para o desenvolvimen-to da pele, bem como para as unhas e cabelos. Como acontece com a maio-ria dos derivados de vitamina A, seu efeito depende da dose administrada. Ela penetra na pele, normaliza e inibe a queratinizao, aumenta a elasticida-de da pele, reduz o espessamento da epiderme, normaliza a pele ressecada, reverte o fotoenvelhecimento e reduz a escamao do couro cabeludo.

    Como a exposio ao sol possui o efeito de destruir a vitamina A presente nos tecidos cutneos, uma alternativa inclu-la em protetores solares para a

    pele e cabelos. Em alguns casos, pro-dutos enriquecidos com vitamina A, como o pr-retinol, so capazes tam-bm de reverter os efeitos do envelhe-cimento da pele.

    VITAMINA D Tambm chamada de calciferol, ,

    na verdade, a denominao atribuda a duas substncias, o ergocalciferol (D2) e o colecalciferol (D3), ambas com proprie-dades de evitar ou curar o raquitismo.

    Alguns autores atribuam a doena falta de ar fresco e de sol em crianas criadas em zonas urbanas, outros autores creditavam a erros alimentares. Em 1919, Sir Edward Mellanby (1884 -1955) e Kurt Huldschinsky (18511935) verificaram que todos tinham razo, pois adicionar leo de fgado de bacalhau dieta ou ex-por as crianas ao sol, prevenia ou cura-va a doena. Em 1924, os autores Heis, Steenbock e Black verificaram que irra-diando as raes animais com radiao ultravioleta tambm curava ou prevenia o raquitismo. A sntese do 7-deidrocoleste-rol (provitamina D cutnea) foi realizada em 1935 e da vitamina D em 1959.

    Principais funesA vitamina D age com um hormnio

    na regulao do clcio nos ossos e san-gue, com influncias sobre a homestase mineral do organismo. necessria para

    a absoro de clcio e fsforo no intesti-no delgado, distribuio para os ossos e sua re-absoro nos rins.

    Principais fontes

    O organismo humano capaz de sintetizar a vitamina D a partir do coles-terol, por isso, poderia deixar de ser con-siderada uma vitamina segundo a defini-o das mesmas. Nas regies em que h pouca radiao solar o corpo humano tem a necessidade de complementar as carncias alimentares e/ou ambientais. As principais fontes so fgado, leos de peixes e gema de ovos.

    Manifestaes de carnciaA carncia de vitamina D provoca,

    nas crianas, o raquitismo e nos adultos a osteomalcia (amolecimento dos os-sos). Nos idosos leva osteoporose.

    Aplicao cosmtica da vitamina D

    Como a pele humana contm cl-cio, a vitamina D pode ser empregada em produtos de cuidado para a pele e os cabelos, como um agente de controle de aspereza e proteo extra. A vitamina D confere parte de seus benefcios mesmo se aplicada sobre a pele ao invs de in-gerida. Deve-se lembrar, no entanto, que insumos cosmticos com vitamina D no so permitidos na Unio Europia.

    A estrutura qumica da vitamina A foi definida por Paul Karrer em 1931, e a sua sntese foi realizada por O. Isler, em 1946-47 nos laboratrios F. Hoffmann-La Roch

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    O beta-caroteno um dos mais de 600 carotenides conhecidos

    na natureza, sendo considerado uma provitamina. Os caroteni-

    des so pigmentos que vo do amarelo ao vermelho e que esto

    distribudos entre as plantas. Cerca de 50% destes podem poten-

    cialmente fornecer os efeitos da vitamina A, sendo assim referidos

    como carotenides de provitamina A. o mais abundante e a

    mais eficaz provitamina A encontrada nos vegetais, alm de ser o

    antioxidante mais potente do complexo vitamnico.

    Em teoria, uma molcula de beta-caroteno pode ser clivada em duas

    molculas de vitamina A. No entanto, no interior do corpo, o beta-ca-

    roteno apenas convertido parcialmente em vitamina A, sendo que o

    resto armazenado. Alm disso, a proporo do beta-caroteno conver-

    tido para vitamina A no corpo controlada pelo nvel da mesma, como

    tal, no pode causar a toxicidade nos humanos. Provas disponveis

    atualmente sugerem que alm de ser uma fonte segura de vitamina

    A, o beta-caroteno desempenha vrios papis biolgicos importantes

    que podem ser independentes do seu estado como provitamina. A in-

    gesto do beta-caroteno tem sido expressa como parte da Dose Diria

    Recomendada (DDR) para a vitamina A. A DDR para o sexo masculino

    (acima de 11 anos) 1.000 mg de retinol ou 6 mg de beta-caroteno,

    enquanto a DDR para o sexo feminino ligeiramente inferior: 800 mg

    de retinol ou 4,8 mg de beta-caroteno. Existem necessidades adicionais

    durante a gravidez e a amamentao, sendo recomendado aumentar

    em 20% o consumo.

    Principais Funes: O beta-caroteno tem propriedades antioxidantes

    que ajudam a neutralizar os radicais li vres, molculas reativas e alta-

    mente energizadas, formadas atravs de certas reaes bioqumicas

    normais (como nas respostas imunolgicas e na sntese da prostaglandi-

    na) ou atravs de fontes exteriores, tais como a poluio atmosfrica ou o

    tabagismo. Os radicais livres podem danificar os lipdios nas membranas

    celulares, bem como o material gentico nas clulas, podendo os danos

    resultantes levar ao desenvolvimento do cancro. Tm sido efetuados v-

    rios estudos em pacientes com reaes de pele anormais luz do sol, de-

    nominadas problemas de fotossensibilidade (i.e. protoporfria eritropoiti-

    ca) e o beta-caroteno tem mostrado exercer um efeito fotoprotetor nestes

    indivduos. Devido sua alta concentrao de fatores antioxidantes, um

    ingrediente popular em formulaes para tratamento antienvelhecimento

    da pele e dos cabelos, alm de ser consumido em forma de cpsulas por

    muitas pessoas. De fcil extrao e incorporao, possui a reputao de

    ser um ingrediente natural e benfico, figurando nas listas de compo-

    nentes de shampoos, sabonetes, loes de bronzeamento e cremes de

    cuidado com a pele.

    Principais fontes: As melhores fontes de beta-caroteno so os vegetais

    e frutas de forte tom amarelo/laranja (cenouras, batatas-doces, abbo-

    ras, papaias, mangas, carambolas, nectarinas e pssegos) os vegetais de

    folhas verdes escuras como o espinafre, brcolis, couve, chicria, agrio.

    As manifestaes de carncia e/ou excesso so as mesmas relacionadas

    avitaminose da vitamina A.

    De fcil extrao e incorporao, o beta-caroteno possui a reputao de ser um ingrediente natural e benfico,

    figurando nas listas de componentes de

    shampoos, sabonetes, loes de bronzeamento e cremes

    de cuidado com a pele.

    Beta-Caroteno, o peso-pesado dos antioxidantes

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    VITAMINA E A vitamina E ou tocoferol refere-se

    na verdade a oito substncias semelhan-tes reunidas sob o nome de tocoferis. Em 1922, o Dr. Herbert McLean Evans (1882-1971) e sua assistente Katherine Scott Bishop observaram que ratas grvi-das no conseguiam manter a prenhez na falta de um fator desconhecido. Engravi-davam, mas abortavam posteriormente; tambm foram observadas alteraes nos testculos dos ratos carentes dessa subs-tncia, considerada antiesterilidade, da vitamina E. Finalmente em 1936, Evans isolou a substncia e verificou que se tra-tava de tocoferis, num total de oito, sen-do o -tocoferol o mais importante.

    Principais funesInicialmente, era tida como a vitami-

    na da fertilidade, sendo indicada para tratar a impotncia, mas para desiluso de muitos, isso nunca ficou comprovado.

    No existem provas que demonstrem ser a vitamina E de utilidade no tratamento de distrbios menstruais, vaginites, alte-raes de menopausa, toxemia gravdica e dificuldades reprodutivas. A vitamina E ajuda no tratamento de miopatias necro-santes, mas no til no tratamento da distrofia muscular.

    Os tocoferis agem como antioxi-dantes, protegendo as clulas dos efeitos nocivos das substncias txicas, princi-palmente dos radicais cidos. Atualmen-te, admite-se que protegem do cncer, arteriosclerose, inflamaes articulares e das complicaes da diabete, por bloquearem as modificaes oxidativas das lipoprotenas de baixa densidade. discutvel se em doses altas, a vitamina E exera algum benefcio na preveno de doenas cardiovasculares. Existem observaes em que foram administra-dos 400 U.I/dia de vitamina E em pa-cientes portadores de doena isqumica do corao e nesse grupo, a incidncia

    de um infarto do miocrdio foi reduzida para a metade, mas a vida mdia des-sas pessoas no foi prolongada.

    Um outro estudo mostrou que, em pacientes submetidos dilise renal, por serem portadores de insuficincia renal crnica, a incidncia de mortes por do-ena do corao caiu para a metade do esperado quando lhes foi administrada a vitamina E.

    Manifestaes de carnciaEm ratos a falta da substncia pro-

    voca alteraes neurolgicas degenera-tivas da medula. Em humanos sua falta provoca alteraes neurolgicas, como diminuio dos reflexos, da sensibilidade vibratria, da propriocepo e oftalmo-plegia. A carncia tambm acarreta efei-tos nocivos nas membranas das clulas (em especial nas nervosas). As dificulda-des visuais podem ser agravadas pela re-tinopatia pigmentar provocada pela falta da vitamina. A DDR de 10 a 30 UI.

    A exposio ao soldestri as vitaminas

    presentes nos tecidos cutneos. Uma excelente alternativa inclu-las em protetores solares para a

    pele e cabelos.

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    Aplicao cosmticada vitamina E

    conhecida como a vitamina pro-tetora por sua capacidade antioxidan-te in vivo. Sua hidrofobilidade explica sua tendncia de estar concentrada no interior das membranas. Essa situao estratgica importante para combater os ataques de radicais livres sobre os lipdeos e fosfolipdios das membra-nas. O ataque a estes lipdeos pelos radicais livres implica na peroxidao lipdica, na origem da formao dos radicais livres peroxi, que devido s reaes em cadeia, podem atacar os outros lipdeos da membrana. A vita-mina E reage com estes radicais peroxi, isto interrompe a reao em cadeia de lipoperoxidao atuando como um an-tioxidante das membranas. Durante a reao, a vitamina E transformada em radical, por outro lado, a vitamina C transforma esse radical em vitamina

    E ativa. Esse processo ocorre segura-mente na superfcie da membrana, j que a vitamina C no pode penetrar na membrana lipoflica, ou seja: a substncia no s protege a membra-na aps o incio da lipoperoxidao, como tambm capta os radicais livres antes que esses as ataquem.

    Assim, a vitamina E atua como es-cudo protetor contra os radicais livres, hidrata a pele de dentro para fora, aumenta a maciez da pele por meio de efeito acumulativo, suaviza e ajuda no reparo do tecido (cicatrizao de feridas), bloqueia a lipoperoxidao devido a sua funo de antioxidante in vivo, reduz os danos induzido pelo raios UV, (por isso utilizado em produ-tos ps sol), ajuda a proteger contra o stress ambiental e diminui o eritema e a sensibilidade da pele aps a exposio da luz UV. ainda, facilmente absorvido atravs da pele, aps aplicao tpica.

    um ingrediente altamente desej-vel em formulaes para rejuvenescer e proteger os tecidos cutneos. Pes-quisas recentes indicam que o acetato de vitamina E desempenha um grande nmero de complexas funes repara-doras na pele, entre elas a proteo contra o dano causado pelos raios UV, alm de contribuir para a epitelizao de pequenas leses. Empregado em conjunto com a vitamina C, forma um sistema antioxidante de longa durao, prtico e benfico.

    VITAMINA K composta de 3 tipos, a K1 (fitomena-

    dione), a K2 (menaquinonas) e a K3 (me-nadione). Em 1929, Henrik Carl Peter Dam (1895-1976) observou que pintos alimen-tados com certas raes apresentavam sangramentos decorrentes da diminuio dos nveis de protrombina no sangue. Seis anos depois verificou que uma substncia

    A vitamina E um ingrediente

    altamente desejvelem formulaes

    para rejuvenescer e proteger os tecidos

    cutneos. facilmente

    absorvida pelapele aps

    aplicao tpica.

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    desconhecida, solvel em gorduras, com-batia as hemorragias e deu-lhe o nome de vitamina K (Koagulation vitamin).

    Na mesma poca, outros investiga-dores, observando pacientes ictricos e pesquisando as causas da diminuio da coagulao sangnea, verificaram ser a diminuio de protrombina o fa-tor responsvel. Em 1936 verificaram que animais com fstulas biliares, em que a bile no chegava ao intestino, apresentavam o mesmo problema e verificaram que podiam corrigi-lo acrescentando sais biliares alimenta-o. Em 1939, Edward Adelbert Doisy (1893-1986) realiza sua sntese.

    Principais funesAs vitaminas K1 e a K2 praticamen-

    te no tm atividade farmacodinmica em pessoas normais. A vitamina K atua na produo de protrombina, fator importante na coagulao do sangue. Age na preveno de osteoporose em idosos e mulheres aps a menopausa.

    Principais fontes

    Vitamina K pode ser encontrada em verduras, ovos, queijo e fgado.

    Em adultos a vitamina K2 forma-da no prprio intestino por ao de bactrias sobre o contedo intestinal.

    Em recm-nascidos isso no acon-tece, motivo pelo qual alguns pediatras

    costumam administrar seu uso logo aps o nascimento, a fim de evitar as conseqncias de uma carncia e pos-sveis sangramentos. A vitamina K1 encontrada nos vegetais.

    Manifestaes de carnciaEm adultos, sua carncia extrema-

    mente rara e pode ser a conseqncia de doenas que causem a m funo do fgado, m absoro intestinal, altera-es da flora intestinal (uso prolongado ou intensivo de antibiticos), uso de me-dicamentos fortes ou desnutrio. A ca-rncia manifesta-se principalmente pela tendncia hemorragias.

    Ainda no esto determinadas as doses mnimas dirias necessrias para manter a normalidade da coagulao. Admite-se como sendo 0,5 a 1 micro-grama por quilo de peso o mnimo necessrio. Pessoas deficientes em vi-tamina K so tratadas com 0,03 micro-gramas por quilo de peso.

    Aplicao cosmticada vitamina K

    Cremes com vitamina K so recei-tados por dermatologistas contra as olheiras. Algumas pessoas acumu-lam lquido na regio das plpebras ao acordar e os cremes base dessa substncia e extrato de tlia melhoram a drenagem evitando este acmulo.

    As vitaminas hidrossolveis

    As vitaminas hidrossolveis so as vitaminas B1, B2, B6, B12, biotina (B8), cido pantotnico (B5), niacina ou nia-cinamida, ou ainda fator PP (B3), cido flico (B9) e C.

    A vitamina B foi a primeira das vi-taminas solveis em gua a ser desco-berta. Christiaan Eijkman (1858-1930), mdico holands que atuava em Java, considerado o descobridor da vitamina B. Com o tempo descobriu-se que a vi-tamina B na realidade era um conjunto de vitaminas, todas solveis em gua, e passou-se a usar subscritos para identi-fic-las como B1, B2 at B14. Hoje em dia chama-se esse conjunto de complexo de vitaminas B ou Complexo B.

    VITAMINA B1Conhecida por aneurina, tiamina

    ou fator antiberibri, foi a primeira do complexo B a ser descoberta. A sua au-sncia provoca o beribri, doena de grande incidncia no sculo dezenove, principalmente na sia onde se iniciou a produo do arroz polido. Os mdicos chineses logo identificaram o problema do beribri, por ser muito comum nos marinheiros japoneses que tinham dieta montona de arroz polido e peixes.

    Perto de 1880, Kanehiro Takaki (1848-1920), mdico da Frota Impe-

    Cremes com vitamina K so receitados por

    dermatologistas contra as olheiras. Algumas pessoas acumulam

    lquido na regio das plpebras ao acordar e os cremes base dessa substncia melhoram a drenagem evitando

    esse acmulo.

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    As vitaminas e o Prmio Nobel

    O estudo das vitaminas e seus usos premiaram vrios cientistas com o Prmio Nobel, mostrando mais uma vez a importncia do tema. Abaixo esto os prmios outorgados por estudos e descobertas na rea.

    Ano Disciplina Cientistas premiados Motivo da premiao

    1928 Qumica Adolf Windaus (1856-1959)Por sua pesquisa sobre a constituio dos esterides e sua relao com as vitaminas.

    1929Medicina Christiaan Eijkman (1858-1930) Pela descoberta das vitaminas antineurticas.

    Medicina Sir Frederick Gowland Hopkins (1861-1947)

    Pela descoberta da vitamina de estmulo ao crescimento.

    1936 MedicinaGeorge Hoyt Whipple (1878-1976), George Richards Minot (1885-1950) e William Parry Murphy (1892-1987)

    Por suas descobertas sobre a terapia do fgado contra anemias.

    1937

    Qumica Sir Walter Norman Haworth (1883-1950) Por suas pesquisas sobre a composio dos carboidratos e da vitamina C.

    Qumica Paul Karrer (1889-1971)Por suas descobertas sobre a constituio dos carotenides, das flavinas e das vitaminas A e B2.

    MedicinaAlbert von Szent-Gyrgyi Nagyrapolt (1893-1986)

    Por seu trabalho sobre o processo de combusto biolgica, com referncia especial vitamina C e a catlise do cido fumrico.

    1938 Qumica Richard Kuhn (1900-1967) Por seu trabalho com carotenides e vitaminas.

    1943Medicina Henrik Carl Peter Dam (1895-1976) Pela descoberta da vitamina K.

    Medicina Edward Adelbert Doisy (1893-1986) Pela descoberta da natureza qumica da vitamina K.

    1953 Medicina Fritz Albert Lipmann (1899-1986) Por descobrir a coenzima A e sua importncia no metabolismo intermedirio.

    1955 Medicina Axel Hugo Theodor Theorell (1903-1982) Por sua pesquisa sobre a natureza e o modo de ao das enzimas de oxidao.

    1964Medicina

    Konrad Bloch (1912-2000) e Feodor Lynen (1911-1979)

    Por seus trabalhos sobre o mecanismo e a regulao do colesterole do metabolismo de cidos graxos.

    Qumica Dorothy Crowfoot Hodgkin (1910-1994) Pela determinao estrutural da vitamina B12.

    1967

    Medicina Ragnar Granit (1900-1991)Pela pesquisa sobre as propriedades eltricas da viso e relao discriminao ocular de cumprimentos de onda.

    Medicina Haldan Keffer Hartline (1903-1983) Por seu trabalho sobre os mecanismos que possibilitam a viso.

    Medicina George Wald (1906-1997)Por sua pesquisa sobre os processos qumicos dos pigmentos oculares e a converso da luz em imagens dentro do olho.

    rial Japonesa, estudou o problema dos marinheiros japoneses e resolveu acres-centar alguns itens da alimentao dos marinheiros ingleses alimentao dos japoneses. Takaki acrescentou cevada, carne e leite dieta dos marinheiros e a doena desapareceu. Porm sua interpretao estava errada, pois ele achava que a causa do beribri era a falta de protenas.

    Em 1897, Eijkman observou que o p resultante do polimento do arroz, se diludo em gua e administrado aos portadores de beribri, curava a doen-a. Em 1932, outro japons, o bioqu-mico S. Ohdake, identificou tomos de enxofre na vitamina B, e ento o nome de tiamina passou a ser usado para esta vitamina (o prefixo ti vem do grego tion, significando enxofre). Em 1936, a vitami-

    na B1 finalmente foi isolada. Muito sensvel ao calor, pH alcalino e

    radiao. A solubilidade em gua tam-bm um fator na perda de tiamina, cer-ca de 25% da vitmaina B1 dos alimentos se perde durante seu preparo.

    Principais funesAtua principalmente no metabolismo

    energtico dos acares. A sua funo

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    O BOTICRIOBatom Alto poder hidratante graas ao leo de semente de rcino e steres emolientes e da manteiga de cupuau. J a cerade carnaba, candelila e microcristalina, so responsveis pela resistncia do batom e sua fixao nos lbios. A esses componentes da formulao somam-se o FPS 20 e as vitaminas A e E, que combatem os radicais livres, prevenindo os sinais de envelhecimento nos lbios.

    Batom hidratante Frmula hidratante com complexo de ceramidas e ingredientes umectantes que auxiliam na renovao da barreira protetora dos lbios. Sua frmula contm vitamina E e FPS 12, que mantm os lbios protegidos da ao do sol. Corretivo lquido A formula oil free com FPS 30 avaliada entre os consumidores e possui secagem rpida, de fcil absoro e longa durao. Indicado para todos os tipos de pele, sua textura leve e

    oferece fcil espalhamento. Seus principais ativos proporcionam um efeito fantstico na pele:z Cafena e Extrato de Ginkgo Biloba: melhoram a microcirculao atenuando as bolsas e olheiras.z Vitamina E e Ch Verde: defesa contras os radicais livres.z FPS 30: muito mais proteo para a pele contra os raios nocivos do sol. Base perfect face Frmula base de gua e silicone, livre de leo, possui FPS 12, vitamina E e ingredientes que tratam e protegem a pele.

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    Cosmticos nacionaisenriquecidos com vitaminas

    VITAMINAS

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    como neurotransmissor discutida, mas ainda no foi amplamente confirmada.

    Principais fontesCarnes, cereais, fgado, nozes, ver-

    duras e cerveja. O fermento natural possui doses grandes de vitamina B1. De fato, ela aparece em quase todos os alimentos, mas geralmente em doses pe-quenas.

    Alguns peixes e crustceos, alm de chs pretos, podem conter fatores anti-tiamina.

    Manifestaes de carnciaA doena carencial clssica o beri-

    bri que se manifesta principalmente em alcolatras desnutridos e nas pessoas mal-alimentadas dos pases pobres. A manifestao neurolgica da carncia de vitamina B1 tambm denominada de beribri seco, caracterizando-se por neurites perifricas, distrbios da sensi-bilidade com zonas de anestesia ou de hiperestesia, perda de foras at a para-lisia de membros. As manifestaes car-dacas decorrentes da falta de vitamina B1 so denominadas de beribri mido, que se manifesta por falta de ar, aumen-to do corao, palpitaes, taquicar-dia, alteraes do eletrocardiograma, inclusive insuficincia cardaca do tipo dbito elevado. Nos bebs a falta de vitamina B1 pode aparecer por vir do leite materno muito pobre em tiamina, CO

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    principalmente se a me no receber su-plementao.

    A DDR de 1,5 mg para mes que amamentam e para idosos recomenda-se o dobro da dose: 3 mg.

    VITAMINA B2 tambm chamada de riboflavina,

    ovoflavina ou hepatoflavina. At 1879, foi observada uma srie

    de compostos amarelados, isolados de alimentos, e denominados de flavinas, onde uma parte era lbil ao calor (deno-

    minado de B1) e outra estvel, esta lti-ma foi denominada de B2 e mais tarde vitamina B2.

    A radiao solar (UV), assim como outras luzes fortes, inativa a riboflavina, um copo de leite exposto luz perde 85% de sua riboflavina em cerca de 2 horas. Quando o alimento contendo a vitamina cozido em gua, comum ocorrerem grandes perdas.

    Principais funesDesempenha um papel importante

    no metabolismo energtico e protetor das bainhas dos nervos. um fator es-sencial no metabolismo de enzimas.

    Principais fontesLeite, ovos, carne e verduras. A ri-

    boflavina uma das vitaminas, que em pequenas doses, mais est presente na natureza, fontes realmente ricas raras.

    Manifestaes de carnciaSua carncia rara, mas pode apa-

    recer em gestantes, esportistas de alta performance ou em casos de doenas digestivas que alterem a sua absoro. As primeiras manifestaes de carncia so inflamaes da lngua, rachaduras nos cantos da boca, lbios avermelha-dos, dermatite seborrica da face, tronco

    A vitamina B1, tambm conhecida por aneurina, tiamina ou fator antiberibri, foi a primeira do complexo B a ser descoberta.

    B2: tambm chamada de riboflavina, ovoflavina ou hepatoflavina.

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    e extremidades, anemia e neuropatias. Nos olhos, pode surgir a neoformao de vasos nas conjuntivas, alm de cata-rata. As carncias de vitamina B2 costu-mam acompanhar a falta de outras. A DDR de 1,7 mg para homens e 1,6 mg para mulheres.

    Aplicao cosmtica da vitamina B2

    As vitaminas do grupo B combatem a descamao das camadas mais externas da pele, aumentam a resistncia e dimi-nuem os efeitos nocivos dos raios UV. A vitamina B2 auxilia na formao da pele, unhas e cabelos saudveis.

    NIACINA (VITAMINA B3) A niacina ainda chamada de nia-

    cinamida, cido nicotnico, fator PP ou, simplesmente, vitamina B3. Popu-larmente conhecida como vitamina da inteligncia.

    Historicamente ligada pele agra, o termo italiano para pele s-pera, doena conhecida naquele pas, onde a dieta consistia princi-palmente de milho. Em 1914, Funk postulou que a pelagra era uma do-ena carencial. Pouco tempo depois Goldberg demonstrou que se podia cura-la com carne fresca, ovos e lei-te. Goldberg tambm observou que dando a dieta carente dos humanos aos ces, o resultado era a doena

    da lngua preta. Verificou ser tambm um componente hidrossolvel, termo estvel que acompanhava o comple-xo B. Em 1935, Warburg e outros iso-laram o cido nicotnico do sangue de cavalos.

    Principais funesInfluncia a formao de co-

    lgeno e a pigmentao da pele provocada pela radiao ultravioleta. No crebro, a niacina age na for-mao de substncias mensageiras, como a adrenalina, influenciando a atividade nervosa.

    Apesar de sua aplicao cosmtica ser primariamente de natureza preven-tiva, a niacina uma adio comum em produtos de cuidado com a pele e com os cabelos, ajudando a preve-nir leses cutneas e melhorando a regenerao e renovao dos tecidos da derme e epiderme. Alm disso, es-tudos dermatolgicos comprovaram suas propriedade queratoplsticas quando aplicada topicamente.

    Principais fontesCarnes e cereais. Origina-se do

    metabolismo do triptofano: 60 mg de triptofano produz 1 mg de Niacina. Pessoas que se alimentam base de milho so propensas a manifestaes de carncia de Niacina por ser o milho muito pobre em triptofano.

    Manifestaes de carnciaA doena dos 3 D: Diarria, De-

    mncia e Dermatite. A lngua pode apre-sentar cor avermelhada, ulceraes e edema. Pode surgir salivao excessiva e aumento das glndulas salivares. Apa-recem dermatites parecidas como quei-maduras de pele, diarria, esteatorria, nuseas e vmitos.

    No sistema nervoso, as manifestaes como cefalia, tonturas, insnia, depres-so, perda de memria e, nos casos mais severos, alucinaes, demncia e alteraes motoras, podem ser comuns. Alteraes neurolgicas com perodos de ausncia e sensaes nervosas alteradas. A DDR de 15 mg.

    Aplicao cosmtica da vitamina B3

    A vitamina B3 : coenzima na sntese dos aminocidos e cidos nuclicos. Res-ponsvel pela liberao da energia dos carboidratos. Necessria para cabelos e peles saudveis, melhora a circulao e reduz a alta presso sangnea. Agente de luminosidade na pele, com proprie-dades umectantes e emolientes.

    CIDO PANTOTNICO (B5)O cido pantotnico tem como sin-

    nimos: coenzima A ou vitamina B5. Faz parte do complexo B e foi descoberto por Roger J. Williams (1893-1988) em 1933 como uma substncia essencial para o

    A niacina ainda chamada de niacinamida, cido nicotnico, fator PP ou, simplesmente vitamina B3. a vitamina da inteligncia.

    VITAMINAS

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    crescimento de leveduras. Seu nome, do grego panthos, significa de todos os lu-gares. Isso porque o cido pantotnico encontrado em toda a parte. Em 1947, Fritz Albert Lipmann (1899-1986) mostrou que a acetilao da sulfanilamida neces-sitava de um cofator que continha cido pantotnico. Em 1953, Lipmann ganhou o Prmio Nobel de Medicina por desco-brir a coenzima A e sua importncia no metabolismo intermedirio.

    Principais funesAtua no metabolismo da maioria das

    clulas, na produo hormnios, hidra-tos de carbono, protenas e lipdios. Inter-fere na produo de energia celular.

    Principais fontesCarnes, ovos, frutas, cereais e verdu-

    ras so as fontes mais ricas. Mas a vi-tamina encontrada, praticamente, em todos os alimentos.

    Manifestaes de carnciaSo muito raras. Pessoas com die-

    tas normais no tm carncia de cido pantotnico. A DDR em at 10 g, esti-mada, pois difcil determinar esse valor, por serem praticamente desconhecidos os estados carenciais.

    Aplicao cosmtica da vitamina B5Empregado em formulaes cos-

    mticas, o cido pantotnico possui propriedades hidratantes e antiin-flamatrias, com o benefcio de ser completamente anti-alrgico. O cido pantotnico ainda melhora a prolifera-o celular e a cicatrizao, sendo um eficiente agente de tratamento de quei-maduras, especialmente as causadas pela radiao solar. Estudos apontam benefcios na adio de cido panto-tnico a produtos para os cabelos e as unhas, onde apresenta uma boa penetrao e compatibilidade com a queratina dos tecidos e melhora a ca-pacidade de acmulo de gua. Outra aplicao adequada para o cido pan-totnico o uso em bastes de creme para lbios rachados devido ao frio.

    O D-pantenol uma forma estvel e ativa da vitamina B5 ou cido pantotni-

    co. O grupo de vitaminas do complexo B essencial para um crescimento e manu-teno normal da pele e do cabelo.

    No tratamento da pele, ele penetra rapidamente e hidrata, estimula a proli-ferao dos fibroblastos e, possivelmente ajuda no reparo dos tecidos, promove a epitelizao normal, melhora a cicatriza-o e atua como agente antiinflamatrio.

    No tratamento dos cabelos, a vitami-na B5 componente natural do cabelo saudvel; o pantenol convertido em B5 quando no cabelo, propicia hidratao duradoura, aumenta a fora do cabelo, aumentando a resistncia quebra, re-duz a formao de pontas dublas, nutre o cabelo e condiciona sem criar acmu-los. No tratamento das unhas absorvi-do pelas mesmas e propicia flexibilidade tornando-as menos frgeis.

    O sol pode secar o cabelo, tornan-do-o opaco e sensvel. O etil pantenol o derivado ter etlico do cido pan-

    totnico. Como resultado da presena de um grupo etil, a penetrao no ca-belo aumentada, bem como o efeito de hidratao. O etil pantenol propicia uma penetrao ampliada no fio do cabelo, hidratao duradoura, aumen-to da fora do cabelo, aumentando a resistncia quebra, preveno do dano causado pelo superaquecimento e pelo ressecamento do cabelo e do couro cabeludo, condicionamento sem acmulo e tem efeito sinrgico com o pantenol e o fitantriol.

    VITAMINA B6 A carncia em piridoxina (piridoxol,

    piridoxamina ou piridoxal) no provoca no ser humano nenhuma sndrome espe-cfica suscetvel de gerar uma descrio tpica como o escorbuto, o beribri, a pelagra, o raquitismo e a xeroftalmia. provavelmente por esse motivo que sua existncia foi observada somente tardia-

    VITAMINAS

    Empregado em formulaes cosmticas, o cido pantotnico possui propriedades hidratantes e antiinflamatrias, com o benefcio de ser completamente anti-alrgico.

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    mente, em 1935. Em 1926, foi verificado que uma das conseqncias da falta de vitamina B2 era a dermatite. Em 1936, P. Gyrgy separou da vitamina B2 um fator solvel em gua cuja falta era a real causa das dermatites. Denominou-a de vitamina B6. Diversos produtos tm a mesma propriedade biolgica atribu-da B6, configurando assim um termo empregado para definir um grupo de compostos que so metabolicamente equivalentes.

    Principais funesA vitamina B6 uma coenzima e

    interfere no metabolismo das prote-nas, gorduras e do triptofano. Atua na produo de hormnios e estimulan-te das funes defensivas das clulas. Tambm participa no crescimento dos jovens.

    Principais fontesCereais, carnes, frutas e verduras.

    O cozimento reduz os teores de B6 dos alimentos.

    Manifestaes de carnciaMuito raras, normalmente so le-

    ses seborricas em torno dos olhos, nariz e boca, acompanhadas de glos-site e estomatite. Quanto ao sistema nervoso, a carncia de vitamina B6 pode provocar convulses e edema de nervos perifricos, havendo sus-peitas de que possa provocar a sn-drome do tnel carpiano. Distrbios do crescimento e anemia so atribu-

    cao da clara de ovo cozida eram o mesmo. Sua sntese foi realizada por Vincent du Vigneaud (1901-1978), em 1942. Somente nos anos 70 que as funes especficas da biotina comea-ram a ser conhecidas.

    Principais fontesCarnes, gema de ovos, leite, peixes

    e nozes. A biotina estvel ao cozi-mento e manipulao industrial.

    Principais funesPossui funo importante na me-

    tabolizao de acares e gorduras. ainda agente de fortalecimento dos tecidos cutneos e age na absoro da queratina, o que a torna uma adio til em produtos para unhas e cabelos. A biotina bem absorvida pelo tecido cutneo, e quando empregada em for-mulaes tpicas ajuda a prevenir ou minimizar os efeitos de leses derm-ticas, tambm eficaz no tratamento da seborria.

    Manifestaes de carnciaSo muito raras e s aparecem se

    houver destruio das bactrias intes-tinais e administrao de antimetab-licos da biotina. Nestes casos surgem glossite atrfica, dores musculares, falta de apetite, flacidez, dermatite e al-teraes do eletrocardiograma. Os sintomas tambm ocorrem em pessoas que se alimentam por longo tempo de ovos crus ou por via parenteral.

    Sua carncia pode ainda levar as

    dos carncia de vitamina B6. A necessidade diria de piridoxina

    diretamente proporcional ingesto de protenas na dieta. Por exemplo, quem ingere 100 g/dia de protenas necessita receber 1,5 mg/dia de piri-doxina. Mulheres grvidas, fumantes e alcolatras tm necessidade de doses maiores da vitamina B6.

    Aplicao cosmticada vitamina B6

    Melhora a atividade anablica das clulas da pele. A vitamina B6 ideal para ser incorporada em produtos de cuidado pessoal para crianas, onde melhor absorvida pela pele e nas quais uma hipovitaminose costuma causar distrbios na sade cutnea e capilar.

    BIOTINA (VITAMINA B8)A biotina tambm conhecida

    como vitamina H, vitamina B8 e coen-zima R.

    Em 1916, W. G. Bateman obser-vou que ratos alimentados com clara de ovo como nica fonte de protenas desenvolviam desordens neuromuscu-lares, dermatite e perda de pelos. Esta sndrome poderia ser prevenida caso se cozinhasse a clara ou se fosse acres-centado fgado ou levedura dieta. Em 1936, Fritz Kgl (18971959) e Tnis isolaram da gema do ovo uma subs-tncia que era essencial para o cresci-mento da levedura e a denominaram biotina. Depois, verificou-se que esse fator e aquele que prevenia a intoxi-

    A carncia em piridoxina (piridoxol, piridoxamina ou piridoxal) no provoca no ser humano nenhuma sndrome especfica suscetvel de gerar uma descrio tpica como o escorbuto, o beribri, a pelagra, o raquitismo e a xeroftalmia.

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    leses da pele que se caraterizam por dermatite esfoliativa severa e queda de cabelos, ambos reversveis com a administrao de biotina. Crianas com seborria e pessoas com defeitos genticos so tratados com doses de 5 a 10 mg/dia de biotina. A DDR de 100 a 200 microgramas.

    Aplicao cosmtica davitamina B8

    A biotina atua como coenzima nas reaes de carboxilao, melhora a flexibilidade e fortalece as unhas, de-monstra efeitos positivos nas razes dos cabelos e combatendo eficazmente a queda dos cabelos.

    A biotina vem sendo incorporada a produtos cosmticos com uma fre-qncia cada vez maior nos ltimos cinco anos.

    CIDO FLICO (VITAMINA B9)Seus principais sinnimos so: fo-

    lacina, folatos e cido pteroilglutmi-co. Chama-lo de vitamina M e vita-mina B9 est quase fora de uso, mas conhecida principalmente como vitamina da futura-mame.

    Descoberto durante as pesquisas sobre o complexo B, o cido flico necessrio em baixas quantidades no organismo, mas sua presena

    de grande importncia. Em 1931, a Dra. Lucy Wills descreveu um novo fator hematopoitico encontrado na levedura, capaz de curar a anemia tropical indiana. Ao longo da dcada de 30, esse fator foi isolado em v-rios experimentos distintos, mas ape-nas em 1941 o termo cido flico foi empregado para definir um agente de crescimento presente no espinafre. A dieta habitual deve conter em tor-no de 0,2 mg do cido. O cozimento dos alimentos pode destruir at 90% do seu contedo, por isso a necessi-dade, muitas vezes de complemen-tao.

    Principais funesAtua em conjunto com a vitamina

    B12 na transformao e sntese de protenas. necessria na formao dos glbulos vermelhos, no cresci-mento dos tecidos e na formao do cido desoxirribonuclico (DNA), que interfere na hereditariedade.

    O cido flico tem um papel na preveno de doenas cardiovascu-lares, principalmente nos portadores de distrbios metablicos, em que h um aumento da hemocistena no sangue, onde ele atua como redutor dessa substncia txica. essencial para o crescimento apropriado e bom

    funcionamento do sistema nervoso e nos ncleos sseos. A literatura mdi-ca chinesa afirma que o cido flico teria um efeito positivo na prevno do cncer de estmago. Existem au-tores que sugerem efeitos preventivos para o cncer de intestino grosso e de colo de tero.

    Principais fontesCarnes, verduras escuras, cereais,

    feijes e batatas. Um copo de cerveja de 200 ml, contm 0,06 mg de cido flico.

    Manifestaes de carncia no incio da gestao que a su-

    plementao de cido flico mais importante e um fator de risco o fato de muitas mulheres ignorarem que esto grvidas.

    A manifestao principal da ca-rncia de cido flico a alta inci-dncia de crianas com malforma-es congnitas do sistema nervoso (como a anencefalia e espinha b-fida), nascidas de mes que foram carentes em cido flico no incio da gravidez. O aumento da ocorrncia de partos prematuros, lbio leporino e fissura palatina tambm notada nesta situao.

    Estima-se que a administrao

    Estima-se que a administrao

    preventiva de cido flico no incio da gravidez e durante

    toda a gestao reduz a incidnciade malformaes

    congnitas em 70%.

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    Nas tentativas de purificar o fator ex-trnseco Lucy Wills descreveu, em 1931, uma forma de anemia perniciosa na ndia, que respondia ao fator extrado do fgado, mas que no respondia s fraes purificadas que se sabia serem eficazes no tratamento da anemia per-niciosa. Era conhecido com o fator de Wills, depois denominado vitamina M e hoje conhecido como cido flico, que foi isolado, em 1941, por Mitchell.

    Estudos mostraram que nem a vita-mina B12, nem o cido flico, so en-zimas ativas para os humanos. Durante a sua obteno formas lbeis e ativas so convertidas em congneres estveis da vitamina B12 e cido flico, a ciano-cobalamina e o cido pteroilglutmico,

    respectivamente. Esses congneres de-vem ser convertidos in vivo para serem eficazes para o metabolismo.

    Principais funesEssencial para o crescimento de

    replicao celular. Importante na for-mao das hemcias (os glbulos ver-melhos do sangue).

    Principais fontes

    Principalmente carne vermelha e f-gado. tambm produzida pela flora do intestino grosso e absorvida no in-testino delgado depois dela ter sido ati-vada no estmago, onde chega com a ingesto de alimentos. A vitamina B12 necessita do chamado fator intrnse-

    preventiva de cido flico neste pe-rodo e durante toda a gestao, reduz a incidncia de malformaes congnitas em 70%.

    A carncia de cido flico, jun-to com a carncia de vitamina B12, pode levar a vertigens, cansao, per-da de memria, alucinaes e fraque-za muscular. A DDR de 0,2 mg para crianas e 0,4 mg para adultos.

    VITAMINA B12 A vitamina B12 tambm chamada de

    cobalamina (hidroxocobalamina, ciano-cobalamina, metilcobalamina, adenosil-cobalamina), tem histria e suas funes, intimamente ligadas ao cido flico e no seu currculo possui dois prmios Nobel.

    A jornada comeou em 1824 quando James Combe (1796-1883) e Thomas Addison (1793-1860) descreveram casos de anemia megaloblstica. Combe associou essa anemia a fatores di-gestivos, mas, em 1860, Austin Flint (1812-1886) descreveu uma severa atrofia gstrica e falou da possibilidade de uma eventual relao com a anemia anteriormente citada e, em 1872, Antoine Biermer (1827-1892) deu-lhe o nome de anemia perniciosa.

    Em 1925, George Hoyt Whipple (1878-1976) observou que o fgado contm um potente fator que corrigia as anemias ferroprivas de ces e finalmen-te George Richard Minot (1885-1950) e William Parry Murphy (1892-1987) descreveram a eficcia da alimentao com fgado para reverter a anemia per-niciosa e receberam por isso o prmio mximo da medicina. Anos depois, William Castle (1897-1990) observou a existncia de um fator secretado pelas clulas parietais do estmago, denomi-nado fator intrnseco, que era necessrio para corrigir a anemia perniciosa e que agia em conjunto com um fator extrnse-co, semelhante a uma vitamina, obtido do fgado, mas foi somente 20 anos de-pois que Rickes, Smith e Parker isolaram e cristalizaram a vitamina B12.

    A estrutura cristalina da vitami-na B12 foi determinada por Dorothy Hodgkin e por isso tambm recebeu um Prmio Nobel.

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    VITAMINAS

    Cosmticos nacionaisenriquecidos com vitaminas

    YAKULT COSMETICSCreme nutritivo desodorante corporal de erva-doce Pedaos da Natureza Combina extrato de erva-doce, leos vegetais e vitamina E (ricos em propriedades nutritivas, emolientes e hidratantes) com o exclusivo Complexo S.E. (um ativo lcteo biotecnolgico, de hidratao profunda), deixan-do a pele macia e aveludada.

    Creme nutritivo desodorante corporal morangos frescos Pedaos da Natureza Combina as propriedades do extrato de morangos frescos (fruta rica em vitamina C) com o exclusivo Complexo S.E. (princpio ativo lcteo de hidratao profunda), leos vegetais e Vitamina E, que so ricos em propriedades emolientes, nutritivas e hidratantes, deixando a pele macia e aveludada.

    Creme hidratante de barbear da linha Due Enriquecido com germe de trigo, aloe verae vitamina E que, aliados ao exclusivo Complexo S.E. (ativo lcteo de hidratao profunda), hidratam e nutrem a pele, deixando-a macia e protegida contra irritaes comuns ao barbear.

    Gel hidratante ps-barbada linha Due Contm 10% de Aloe Vera, que acalma e auxilia no processo de cicatrizao da pele aps o barbear e que combinada com o germe de trigo e o exclusivo Complexo S.E. (ativo lcteo de hidratao profunda), deixa a pele hidratada, macia e com agradvel sensao refrescante.

    Batom Luzes Possui frmula hidratante com vitamina E e ceras naturais que realam e protegem a pele dos lbios proporcionando emolincia e cobertura homognea.

    Linha capilar BioLamine Contm vitaminas A e F, somando-se s propriedades de cada produto.

    NATURABatom Extremo Conforto Brilho com vitamina E.

    Chronospharma com vitamina C.

    Mscara alongadora de clios com vitamina E.

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    co, existente nos estmagos normais, para ser absorvida, por isso pessoas operadas do estmago, normalmente apresentam os sintomas de carncia.

    Como os vegetais geralmente no contm a vitamina B12, os vegetarianos costumam apresentar sua falta, mas no uma regra, porque bactrias contami-nantes dos vegetais ou mesmo as do tra-to intestinal, agindo sobre os restos des-ses vegetais, formam a vitamina B12 .

    Manifestaes de carnciaA anemia macroctica ou pernicio-

    sa a principal manifestao. Exis-tem evidncias de que nveis baixos de B12 estariam associados a uma maior incidncia de doenas vascu-lares e cancerosas.

    Clulas de regenerao e replica-o rpida (mucosas e epitlio cervical uterino) tambm se ressentem da falta da vitamina.

    So propensos a apresentarem pro-blemas os vegetarianos restritos (que no ingerem protena animal), os porta-dores de parasitoses intestinais, pesso-as operadas do pncreas e estmago, portadores de doenas inflamatrias dos intestinos crnicas e os idosos. Pes-soa que ingere lcool em excesso tem sua absoro prejudicada.

    A deficincia de vitamina B12 pode provocar leses irreversveis do sistema nervoso causadas pela morte de neur-nios, os sintomas so variados e decor-rentes dessa morte ou perda de funo das clulas atingidas nos mais diferentes setores do crebro e da medula. Essas alteraes podem ocorrer mesmo que a anemia ainda no tenha se manifestado. A DDR de 6 g/dia. Os nveis de vita-mina B12 no sangue podem ser medidos e assim fazer um diagnstico preciso.

    VITAMINA C A vitamina C pode ser conhecida

    como cido ascrbico ou vitamina antiescorbtica.

    O escorbuto, doena causada pela falta da vitamina C, um dos problemas mais antigos e j era mencionado no Antigo Testamento e nos escritos de Plnio o Velho (23-79 d.C). A primeira descrio precisa

    deste flagelo foi feita pelo Senhor de Joinville, em sua histria da cruzada de So Luiz IX, no Egito, no sculo XIII.

    Em 1535, os ndios do Canad ensinaram ao capito marinhei-ro francs Jacques Cartier (1491-1557) que um ch feito com bro-tos de pinheiros do Canad curava o escorbuto, doena clssica dos marinheiros que passavam grandes perodos em alto mar com uma dieta pobre em frutas e legumes frescos.

    O problema persistia e em mea-dos do sculo XVII, com a introdu-o da batata na alimentao dos europeus do norte, o escorbuto tor-nou-se uma doena rara em terra. Em 1747 que o mdico naval brit-nico, James Lind (17161794), fez um estudo, que separava os grupos de marinheiros dando a eles dietas diferenciadas.

    Dos grupos, um recebia mostar-da, outro cidra, outro vinagre, ou-tro laranjas e limes, outro gua do mar. Ao fim do experimento ve-rificou-se que o grupo alimentado com limes e laranjas recuperava-se rapidamente da doena, ao contr-rio dos outros. Com isso a marinha inglesa introduziu na rao de seus marinheiros o suco de limo.

    A queda dos casos foi significa-tiva, em 1780, s no Real Hospital Naval de Portsmouth, foram trata-dos 1.457 casos de escorbuto e em 1870, dez anos depois da introdu-o do suco de limo, s trataram 2 casos. Anos depois descobriu-se que a maioria dos animais sintetiza a vitamina C, no entanto, o porco da ndia, os macacos no humanides, os morcegos-de-fruta da ndia e os seres humanos no so capazes de sintetizar o cido ascrbico.

    Em 1936 o cido ascrbico foi finalmente, isolado e identificado e, em outubro de 1939, John Crandon, um cirurgio ingls residente da Har-vard Medical School, submeteu-se voluntariamente a uma dieta de 161 dias sem vitamina C.

    Aps 41 dias, a vitamina j no era mais detectvel no seu plasma.

    A vitamina C sensvel luz, ao calor e ao oxignio. Adicionada em alimentos, pode ser parcial ou completamente destruda por armazenagens.CO

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    Com 120 dias, surgiu hiperceratose perifolicularm e com 121 dias desa-pareceu os glbulos brancos. Ao final dos 161 dias de dieta, manifestaram-se os sangramentos subcutneos e perce-beu-se que um ferimento anterior havia parado de cicatrizar.

    A vitamina C sensvel luz, ao calor e ao oxignio. Adicionada em alimentos, pode ser parcial ou com-pletamente destruda por armazena-gens ou cozimentos prolongados. A batata, por exemplo, perde 15% de vitamina C a cada ms de armazena-gem e se cozida sem a casca, perde imediatamente entre 30% e 50% da sua propriedade.

    Principais funesParticipa na formao de catecolami-

    nas, aumenta a absoro de ferro pelo intestino, mantm o sistema imunolgico em alta, sintetza hormnios e neuro-transmissores, produz colgeno na pele e outros tecidos. Aconselha-se que mu-lheres gestantes aumentem o consumo da vitamina C em 30%, e mulheres que amamentam em 60% (um litro de leite materno possui 50 mg de vitamina C).

    Principais fontesFrutas (laranja, limo, acerola, mo-

    rango, entre outros) e verduras frescas.

    Manifestaes de carnciaUm dos sintomas visveis de sua

    carncia nos cabelos, os fios lisos tornam-se crespos ou speros. Leses do colgeno. O escorbuto, hoje uma doena praticamente desconhecida.

    A DDR de 60 mg/dia, porm alguns produtos comerciais contm at 2000 mg por comprimido, o que significa a ingesto de 35 ou mais vezes a dose diria recomenda. Nes-se caso o efeito curador de doen-as virais, como a gripe. Usar a subs-tncia para previnir o cncer, reduzir risco de doena cardaca e catarata, aumentar as defesas orgnicas, no possui efeito comprovado. As chan-ces de se obter um benefcio para a sade com o uso de altas doses di-rias so pequenas.

    A vitamina C protegea pele frente aos

    efeitos nocivos dos radicais livres,

    procedentes das radiaes UV.

    Sua aplicao tpica atravs de produtos cosmticos permite

    alcanar nveis que no seriam possveis coma ingesto defrutas ou de

    suplementao oral.

    leos naturais mega-6

    Os estudos demonstram que a gua desempenha um papel importante na hidratao e

    flexibilidade da pele. Entretanto, a habilidade das camadas superiores da pele (estrato crneo)

    em resistir a perda de umidade depende muito da presena de certos lipdios poliinsaturados

    de cadeia longa, conhecidos como cidos graxos essenciais. Esses lipdios classificados como

    mega-6 no podem ser sintetizados pelo organismo. Quando so aplicados topicamente,

    podem ser metabolizados na pele e diretamente incorporados nos lipdios estruturais da

    epiderme (ceramidas), os blocos que constrem a barreira da gua do estrato crneo.

    O leo de prmula e o leo de Borragem so fontes ricas de lipdios mega-6, e, em

    particular de cido Gama Linolnico (GLA).

    Nveis insignificantes de GLA so detectados na pele, pois a epiderme no possui as enzimas

    necessrias para converter o cido linolico em GLA. Assim, h a necessidade de fornecer

    ao corpo produtos que contenham este material. A aplicao tpica do leo de borragem

    e do leo de prmula aumenta significativamente o nvel de GLA no estrato crneo.

    Seus principais benefcios so: ajuda a reparar a barreira de hidratao natural de pele,

    aumenta a habilidade de reteno da umidade da pele de dentro para fora (Hidratao

    no oclusiva), mantendo , assim, a umectaco e a flexibilidade e ajuda o desenvolvimento

    normal das clulas da epiderme, as quais, por sua vez, aumentam a eficcia das camadas

    da pele (estrato crneo).

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    VITAMINAS

    Cosmticos nacionaisenriquecidos com vitaminas

    NVEANvea Visage Age Reverse Com vitamina C pura, vitamina E, filtros UVA/B e extrato de uva. A vitamina C pura (3%), age na estrutura da pele, ativando o processo de renovao celular. A vitamina E e os filtros UVA/UVB, evitam o envelhecimento precoce.

    Linha Creme Anti-Rugas Q10 Plus Diurno e Noturno A combinao da coenzima Q10, da creatina, vitamina E e dos filtros UV (diurno) estimula a regenerao celular, melhora a firmeza da pele, reduz as rugas e previne o aparecimento de linhas de expresso.

    Fluido Anti-rugas Q10 Plus A combinao da coenzima Q10 e da creatina, vitamina E, pr-vitamina B5 e filtros UV reduz as rugas e previne o aparecimento de novas linhas de expresso, defende a pele do processo de envelhecimento. MARIAHCreme de Pentear Com karit, queratina e silicone para cabelos crespos e cacheados.

    Creme Hidratante Bio Com extrato de papaia e mel.

    Gel Redutor Corporal Neorly Equilbrio entre os princpios ativos naturais (extrato de algas) e as mais avanadas tcnicas desenvolvidas em favor da beleza. A ao do produto ajuda a tratar e a manter a pele firme e saudvel.

    SOHOMscara Vitalizante Capilar Condicionadora Elaborada com ativos hidratantes, mel quaternizado e protena de aveia, Kerasan.

    Spray Vitalizante Capilar Noturno Contm leo de meadowfoan (restaura a estrutura interna do fio capilar), etoxidiglicol (poderoso condicionante e inibidor de pontas duplas), protena de soja hidrolisada (restaura o fio, confere maciez, brilho e uma agradvel sensao de sedosidade), D-Pantenol e bioex capilar (promove efeito anti-esttico e anti-sptico).

    Shampoo e Condicionador Cabelos Orientais Possui em sua frmula extratos gliclicos de broto de bambu, ylang-ylang, shitake e melanina, alm da ao anti-sptica e ao contra radicais livres.

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    Aplicao cosmticada vitamina C

    Da mesma forma que a vitamina E, tem propriedades redutoras e, portan-to, um poderoso antioxidante.

    Protege a pele frente aos efeitos nocivos dos radicais livres, proce-dentes das radiaes UV.

    A aplicao tpica da vitamina C permite alcanar nveis que no se-riam possveis com a ingesto de fru-tas ou de suplementao oral, porm, devido sua grande instabilidade contra a oxidao e tendncia de deixar os produtos com a cor amar-ronzada, a vitamina C no figurava com destaque em listas de ingredien-tes cosmticos, apesar de suas pro-priedades de rejuvenescimento.

    Para compensar a alta instabi-lidade da substncia, quando em aplicaes tpicas, pode-se utilizar o STAY-C 50 (fosfato de ascorbila trissdico), uma pr-vitamina C que no interfere na qualidade fsico-qumica dos cosmticos (alterao de cor devido a oxidao), co-mercializado pela DSM Nutritional

    Products, ex-Roche. Desta forma, possvel aproveitar as proprieda-des antioxidantes da vitamina em produtos tpicos para pele, rosto e cabelos. A atividade biolgica do STAY-C 50 inicia quando se aplica o produto sobre a pele, ao entrar em contato com a fosfatase, uma enzi-ma constituinte normal da pele. O STAY-C 50 alivia a pele do estresse da oxidao peroxidao lipdi-ca causada pela radiao UV-A que induz formao de radicais per-xidos ao longo da cadeia dos ci-dos graxos poliinsaturados. Um s evento inicial pode induzir a muitos ciclos de peroxidao que danifica o DNA ou as protenas.

    A vitamina C e seu forte poder antioxidante, estimula a sntese do colgeno, ajuda na reverso poten-cial do afinamento da epiderme, na proteo contra os danos causados pela radiao UV. um agente cla-reador, dando mais luminosidade a pele. Atenua os sinais da idade. Tem poder de sinergia com a vitamina E e regenerador dela.

    ConclusesLevar uma vida saudvel, com ali-

    mentao rica em vitaminas e outros ingredientes, evitar o stress e o excesso de sol e utilizar produtos cosmticos com ingredientes ativos so estratgias que podem levar manuteno de um bom nvel de sade e beleza da pele.

    Estudos conduzidos no decorrer dos ltimos 15 anos fornecem a evidncia forte de que determinadas vitaminas podem ter um papel muito importan-te nos cosmticos. Algumas vitaminas agem para proteger as clulas da pele dos danos internos e externos, enquan-to outras corrigem e devolvem beleza. Alm disso, a adio de filtros de UVA e de UVB pode realar o desempenho das vitaminas, fornecendo uma prote-o extra contra o fotoenvelhecimento, evitando o envelhecimento prematuro e subseqentemente, rugas na pele e en-fraquecimento das fibras do cabelo.

    Assim, para quem deseja transfor-mar seus cosmticos e produtos de toucador em produtos de desempenho elevado necessrio que os enriquea com vitaminas e filtros solares.

    Para quem desejatransformar seus cosmticos e produtos de toucador emprodutos de desempenho elevado necessrio que

    os enriquea com vitaminase filtros solares.