Acórdão-4ªC AP 0000017-03.2010.5.12.0042

“ART. 745-A DO CPC. INAPLICABILIDADE AO PROCESSO DO TRABALHO. EXISTÊNCIA DE REGRA PRÓPRIA. Somente se cogita de aplicação dos preceitos da norma processual civil quando houver omissão na CLT a respeito da matéria, de modo que se mostra inaplicável ao processo do trabalho a regra do art. 745-A do CPC, uma vez que nos termos dos arts. 880, 881 e 882 celetista deverá haver o pagamento integral dos débitos.” (AP nº 00742-2008-049-12-00-1, Rel. Des. Gracio R. B. Petrone, publicado no TRTSC/DOE em 16.04.2009)

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de AGRAVO DE PETIÇÃO, provenientes da Vara do Trabalho de Curitibanos, SC, sendo agravante HUANAE DO BRASIL INTERMEDIAÇÃO DE SERVIÇOS LTDA - ME e agravado WAGNER ALANO DE SOUZA.

Inconformada com a decisão de fl. 285, recorre a executada a esta Corte.

Nas suas razões de recurso, busca seja-lhe deferido o parcelamento do débito, na forma prevista no art. 745-A do CPC.

O exequente apresenta contraminuta às fls. 298/299.

É o breve relatório.

03179/2012

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VOTO

Conheço do agravo de petição e da contraminuta, por presentes os pressupostos legais de admissibilidade.

MÉRITO

PARCELAMENTO DA EXECUÇÃO. ART. 745-A DO CPC

Cinge-se a controvérsia a saber se é aplicável no âmbito desta Justiça a disposição constante do art. 745-A do CPC1. A meu ver a resposta é negativa.

A teor do disposto no art. 769 da CLT, somente nos casos omissos o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível.

Porém, não é essa a hipótese em estudo. Isso porque a execução trabalhista possui regramento próprio previsto nos arts. 876 usque 892 da CLT.

Logo, não há espaço para incidência do art. 745-A do CPC.

Sobre o tema, já decidiu esta Corte:

ART. 745-A DO CPC. INAPLICABILIDADE AO PROCESSO DO TRABALHO. EXISTÊNCIA DE REGRA PRÓPRIA. Somente se cogita de aplicação dos preceitos da norma processual civil quando houver omissão na CLT a respeito

1 “No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de 30% (trinta por cento) do valor em execução, inclusive custas e honorários de advogado, poderá o executado requerer seja admitido a pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e juros de 1% (um por cento) ao mês.”

Documento assinado eletronicamente por MARCOS VINICIO ZANCHETTA, Desembargador Redator, em 07/05/2012 (Lei 11.419/2006).

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da matéria, de modo que se mostra inaplicável ao processo do trabalho a regra do art. 745-A do CPC, uma vez que nos termos dos arts. 880, 881 e 882 celetista deverá haver o pagamento integral dos débitos. (AP nº 00742-2008-049-12-00-1, Rel. Des. Gracio R. B. Petrone, publicado no TRTSC/DOE em 16.04.2009)

Diante do exposto, nego provimento ao agravo de petição.

MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. REQUERIMENTO FORMULADO EM CONTRAMINUTA

Não restou configurada a alegada litigância de má-fé. A executada apenas utilizou os meios processuais de que dispunha para exercer o seu direito de ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, assegurado na Carta Constitucional de 1988, no art. 5º, inc. LV.

Portanto, não caracterizada nenhuma das hipóteses previstas no art. 17 do CPC, não há cogitar da aplicação das penas previstas no art. 18 do mesmo Código.

Nego provimento.

Pelo que,

ACORDAM os membros da 4ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região, por unanimidade, CONHECER DO AGRAVO. No mérito, por igual votação, NEGAR-LHE PROVIMENTO. Sem divergência, rejeitar o pedido de aplicação da multa por litigância de má-fé, formulado em contrarrazões.

Documento assinado eletronicamente por MARCOS VINICIO ZANCHETTA, Desembargador Redator, em 07/05/2012 (Lei 11.419/2006).

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Custas na forma da lei.

Intimem-se.

Participaram do julgamento realizado na sessão do dia 02 de maio de 2012, sob a Presidência do Desembargador Marcos Vinicio Zanchetta, as Desembargadoras Maria Aparecida Caitano e Mari Eleda Migliorini. Presente a Procuradora do Trabalho Cinara Sales Graeff.

MARCOS VINICIO ZANCHETTAmc Relator

Documento assinado eletronicamente por MARCOS VINICIO ZANCHETTA, Desembargador Redator, em 07/05/2012 (Lei 11.419/2006).