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Visita às áreas da Serra do Açor mais afectadas pelo incêndio florestal de 2005 e pelas enxurradas de 2006. Proposta de roteiros. Ana Carvalho ([email protected]) Luciano Lourenço ([email protected]) Resumo Os riscos naturais, sejam eles geomorfológicos (riscos de ravinamento, deslizamento, …), climáticos (riscos de seca, desertificação,...), meteorológicos (riscos de precipitações intensas, de ventos fortes,...), hidrológicos (riscos de cheia, de inundação) bem como os riscos antrópicos e, até, os riscos mistos (risco de incêndio florestal), são cada vez mais, foco de notícias e motivo de abertura de noticiários. O termo risco passou a ser usado com muita frequência e tem vindo a adquirir particular relevância nas sociedades actuais, sem que, no entanto, muitas vezes se conheça o verdadeiro significado do conceito, as causas que o provocam ou as consequências que cada tipo de risco pode desencadear, talvez porque a temática dos riscos ditos naturais cruza várias ciências e, porque, infelizmente, o nosso País constitui um autêntico laboratório “vivo”, onde podemos comprovar a existência de verdadeiros complexos de riscos, de que a serra do Açor tem sido um bom exemplo, sobretudo ao longo do último quarto de século. Desta forma, o roteiro foi desenhado de modo a dar oportunidade para não só se observarem in loco algumas das consequências do incêndio de 2005 e dos episódios pluviosos posteriores, mas também de contemplar as geoformas mais importantes, interligando-as com aspectos botânicos e culturais que reflectem uma singular adaptação ao ambiente físico desta área. Contornando casarios brancos ou pintalgados pelo negro da lousa, surge um complexo sistema de campos em socalcos, juntamente com uma rede de levadas que, a partir dos açudes das ribeiras e das minas cavadas na rocha, transportam água para os irrigar e para mover mós dos moínhos e lagares de azeite e que, a par das velhas palheiras e dos currais, constituem outros aspectos importantes do património edificado, cujos pormenores se irão revelando ao longo do percurso. Assim, os caminhos que o roteiro se propõe desvendar, conhecidos de poucos, são de cariz eminentemente científico-cultural, mas que pela sua excelência, história e singularidade, estamos certos de que irão despertar a curiosidade de todos aqueles que optarem por trilhá-los. Palavras-chave: riscos naturais, incêndios florestais, erosão, sensibilização, património natural e edificado.

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Riscos Ambientais e Formação de Professores(Actas das VI Jornadas Nacionais do Prosepe) 199

Visita às áreas da Serra do Açor mais afectadas peloincêndio florestal de 2005 e pelas enxurradas de 2006.

Proposta de roteiros.

Ana Carvalho ([email protected])Luciano Lourenço ([email protected])

Resumo

Os riscos naturais, sejam eles geomorfológicos (riscos de ravinamento,deslizamento, …), climáticos (riscos de seca, desertificação,...), meteorológicos(riscos de precipitações intensas, de ventos fortes,...), hidrológicos (riscos de cheia,de inundação) bem como os riscos antrópicos e, até, os riscos mistos (risco deincêndio florestal), são cada vez mais, foco de notícias e motivo de abertura denoticiários.

O termo risco passou a ser usado com muita frequência e tem vindo a adquirirparticular relevância nas sociedades actuais, sem que, no entanto, muitas vezes seconheça o verdadeiro significado do conceito, as causas que o provocam ou asconsequências que cada tipo de risco pode desencadear, talvez porque a temáticados riscos ditos naturais cruza várias ciências e, porque, infelizmente, o nosso Paísconstitui um autêntico laboratório “vivo”, onde podemos comprovar a existênciade verdadeiros complexos de riscos, de que a serra do Açor tem sido um bomexemplo, sobretudo ao longo do último quarto de século.

Desta forma, o roteiro foi desenhado de modo a dar oportunidade para não sóse observarem in loco algumas das consequências do incêndio de 2005 e dosepisódios pluviosos posteriores, mas também de contemplar as geoformas maisimportantes, interligando-as com aspectos botânicos e culturais que reflectem umasingular adaptação ao ambiente físico desta área.

Contornando casarios brancos ou pintalgados pelo negro da lousa, surge umcomplexo sistema de campos em socalcos, juntamente com uma rede de levadasque, a partir dos açudes das ribeiras e das minas cavadas na rocha, transportamágua para os irrigar e para mover mós dos moínhos e lagares de azeite e que, a pardas velhas palheiras e dos currais, constituem outros aspectos importantes dopatrimónio edificado, cujos pormenores se irão revelando ao longo do percurso.

Assim, os caminhos que o roteiro se propõe desvendar, conhecidos de poucos,são de cariz eminentemente científico-cultural, mas que pela sua excelência, históriae singularidade, estamos certos de que irão despertar a curiosidade de todos aquelesque optarem por trilhá-los.

Palavras-chave: riscos naturais, incêndios florestais, erosão, sensibilização, patrimónionatural e edificado.

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Introdução

As apresentações anteriores exploraram de forma coerente e complexa asconsequências da manifestação dos riscos naturais na serra do Açor. Emboraesta temática não seja, na maior parte das vezes, considerada como prioritária, averdade é que, como acabámos de comprovar, quase todos os anos se registaum maior ou menor número de situações problemáticas, algumas mesmo decrise, consoante as condições meteorológicas.

A análise do risco e a gestão das crises ganhou importância a partir do finaldo último quartel do século passado. Tem como objectivo dar uma respostaimediata e eficaz aos desastres, respectivamente em termos de prevenção e demitigação dos seus efeitos, pois estes passaram a ser objecto de muito maiordivulgação mediática.

Na época estival, são os incêndios florestais que merecem notoriedade nostelejornais e nos debates de opinião. Da mesma forma, com o aparecimento dasprimeiras chuvas, são as inundações que merecem destaque, a par da erosão dossolos que, se acentuam nas áreas queimadas, chegando, em casos extremos, a tercomo consequência a perda de vidas humanas, o que suscita sempre muitadiscussão e, também, comoção.

A serra do Açor tem sido, infelizmente, palco frequente da actuação destesdesastres, ditos naturais. Contactar de perto com esta realidade é fundamental,para que, desde cedo, compreendamos a importância da análise dos riscos parao ordenamento do território. Assim, é urgente intervir na valorização destasquestões, pois a geografia é apenas uma das muitas disciplinas chamadas a participarnas ciências do risco, uma vez que a gestão das crises só termina com a reabilitaçãodas áreas afectadas.

O roteiro que propomos assume a forma de um convite interdisciplinarpara que, no campo, os alunos, orientados por professores de diversas áreascientíficas, possam comprovar os impactes resultantes da manifestação dos riscos(incêndios florestais, inundações, erosão dos solos, deposição de materiais…) e,mais concretamente, reflectir sobre as suas implicações no ser humano.

Embora de forma sintética, este trabalho visa reconhecer a importância doestudo dos riscos como pressuposto de ordenamento do território. Além disso,ajuda a identificar as principais geoformas da paisagem natural desta área e avalorizar a sua herança, tanto natural como cultural, representada na paisagem e

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no vasto património construído, em que se enquadram aldeias de xisto e granito,e de onde ainda sobressai alguma agricultura praticada em socalcos (fot.1).

O roteiro percorre parte do sistema montanhoso mais importante dePortugal, a Cordilheira Central, e mais concretamente, a principal serra de xisto,a serra do Açor.

Fot.1 - Vista parcial de socalcos. Cabrizes, Vale Maceira.

A importância da tectónica é enorme em toda a área a visitar, bem patenteno soerguimento das serras e também no elevado número de roturas de declive,particularmente visíveis ao longo dos perfis longitudinais das ribeiras. O rio Alvaé, neste âmbito, um elemento natural aglutinador da rede de drenagem da vertentenoroeste da serra do Açor e que desempenha um papel bastante activo namodelação da paisagem.

A topografia é, assim, muito ondulada e movimentada, de vertentes abruptas,em função do rigoroso encaixe da rede hidrográfica (fot.s 2 e 3).

Distinguem-se na paisagem alguns relevos de dureza, revelados porafloramentos quartzíticos, e certas formas embutidas, desenvolvidas a expensasda meandrização.

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A morfologia destas áreas de montanha reflectiu-se concomitantemente nopatrimónio construído e, desta forma, a paisagem de socalcos é hoje indissociáveldo meio natural em que se insere fazendo parte da herança cultural destas áreas.

O roteiro desenvolve-se por três concelhos: Arganil, Oliveira do Hospital eSeia, em percursos onde o contacto com a natureza é privilegiado, daí que osaspectos fulcrais da paisagem devam ser considerados sempre que se justifique,ao longo do trajecto de autocarro.

1. Paisagem de socalcos

Um dos objectivos deste roteiro é o de ajudar na descoberta de algumas dasbelas paisagens do nosso país, onde aldeias de xisto e granito, que ponteiamvertentes desta área serrana, ainda conservam vestígios da prática da agriculturaem socalcos.

Fot. 2 -Campos em socalcos no valeda ribeira de Loriga.

Fot. 3 -Vertentes com elevadodeclive, uma das características domodelado natural da serra do Açor,em parte preenchidas com campos

em socalcos.

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O meio natural foi moldado pelo homem para a prática da agricultura emsocalcos, que permitiu o aumento das terras férteis e, da mesma forma, o aumentoda infiltração da água proveniente da chuva, limitando, assim, a escorrênciasuperficial e prevenindo a erosão hídrica e outros riscos a ela associados.

A topografia condicionou a implantação do diverso património construídono espaço, bem como a sua composição e morfologia (fot. 4).

Deste modo, descobrir o património construído associado aossocalcos é outra vertente a valorizar ao longo da visita. Ao longo detodo o percurso desvendam-se pormenores deliciosos, onde podemostestemunhar o esforço titânico de sucessivas gerações que lutarampela sua sobrevivência nestes lugares aparentemente hostis.

Com efeito, o património edificado, associado aos socalcos, é vasto. Alémdas várias centenas de quilómetros de muros, é possível observar diversos detalhesdessas construções de que destacamos a disposição, o tipo de aparelhamento eos acessos, entre outros. Os muros de suporte revelam distintas disposições,dependendo da morfologia das vertentes. Assim, os muros, paralelos entre si,assumem, na maior parte das vezes, formas rectilíneas, mas também circulares,radiais e inclusive ortogonais, patenteando uma harmonia com o meio natural

Fot. 4 -Exemplo de uma área abandonada, Porto Silvado.

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envolvente. No pormenor, a construção dos muros mostra o aproveitamentoe a disponibilidade dos recursos locais. Desta forma, embora certos murosreflictam pouco aparelhamento e, alguns, sejam inclusivamente muito irregulares,existem outros com um aparelhamento muito bem definido ou poligonal.

Por seu lado o acabamento superior do muro também pode assumir diversasdisposições. Alguns são nivelados, outros sobreelevados, e ainda outros sãosobreelevados com laje perpendicular e/ou oblíqua. Destacam-se, por exemplo,os muros que canalizam ribeiras, alguns dos quais apresentam a pedra alinhadaverticalmente (fot. 5).

Na maior parte dos socalcos, o acesso é feito por escadarias (fot. 6). Noentanto, em áreas com menor declive e em patamares com maior extensão,surgem rampas, que facilitam o aproveitamento agrícola do espaço, aopossibilitarem o uso de veículos mecânicos.

Por outro lado, há um vasto património que se encontra emassociação com a actividade agrícola praticada na área de socalcos,designadamente no que respeita ao aproveitamento da água, constituídopor uma série de estruturas capazes de captar os recursos hídricos em diversoslocais e de os conduzir para as áreas agrícolas.

Fot. 5 - Muro construído para canalizar a ribeira, Porto Silvado.

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Assim, de entre estas estruturas confinantes com os socalcos contam-se:-fonte, nascente de água que propicia o abastecimento das populações, para usodoméstico ou agrícola (fot. 7);

-mina de água, estrutura construída no interior do subsolo, normalmentecom início num muro onde se faz o armazenamento da água para rega (fot. 8);

-tanque, pequeno reservatório de água, normalmente associado a umanascente, onde têm início levadas (fot. 9);

-açude, construção em pedra e/ou madeira para represar a àgua dos rios, afim de ser usada na produção de força motriz (moagem de cereal e azeitona), naagricultura (rega) e no lazer (piscinas “naturais”);

-levada, estrutura feita a partir de um alinhamento paralelo de pedras, deforma a levar a água de um local para o outro. Estas estruturas também estãoassociadas à rega dos patamares.No que respeita ao património edificado complementar aos campos em socalcossalientam-se:

-casas de habitação, edifícios, normalmente com dois pisos, em que o inferiorserve de loja, para armazenar os variados produtos resultantes das práticasagrícolas e o piso superior para habitação);

Fot. 6 - Escadaria Cimo da Ribeira Fot. 7 - Fonte, Cabrizes.

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-palheiras, pequenos edifícios, construídos em pedra (fot. 10), normalmentesem divisões interiores, que na parte superior permitem acondicionar palha, daío nome, que servirá de alimentação aos animais nos dias invernosos, e na parteinferior, servem para dar guarida aos animais e produzir estrume, resultante dassucessivas camas dos animais, feitas diariamente com mato ;

-pontes, pequenas estruturas semicirculares de pedra, normalmente associadasàs pequenas ribeiras;

-pontões, construções muito toscas, de uma única laje, colocada de forma aproporcionar acesso entre duas margens de pequeno curso de água.

Nestas áreas em que o predomínio foi, desde sempre, a actividade primária,os principais sistemas de aproveitamento da força motriz da água são:

-moinhos,estruturas de uso antigo, edificados em pedra, que permitem atrituração e moagem de cereais, a partir de engenhos próprios para o efeito(fot.11);

-lagares de azeite, edifícios construídos em pedra, de dimensões um poucomaiores, dado que são unidades fabris e contêm no seu interior todos os engenhosnecessários ao fabrico do azeite. Ambos eram construídos na margem das ribeiras,para delas retirar a energia necessária à laboração destas pequenas unidades fabris.

Fot. 8 - Entrada de mina de água,Aldeia das Dez.

Fot. 9 - Tanque, Loriga.

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Ao longo dos tempos o aproveitamento dos recursos hidráulicos foievoluindo de modo que permitiu a instalação de outros equipamentos e deoutras actividades, nomeadamente, as piscinas ditas naturais.

Existe então uma diversidade de património construído, que deve servalorizada, uma vez que reflecte o esforço de várias gerações no moldar dapaisagem serrana e na sua luta pela sobrevivência, que pode ser observado aolongo dos trilhos e dos diversos percursos propostos. Foram, então, delineadosdois percursos. Em função da disponibilidade, será possível optar pelo primeiro,com duração de um dia, ou, pelo segundo, com duração de dois dias. Estadivisão prende-se também com a distância existente entre a localização da Escolaacolhedora do Clube da Floresta e a área a visitar. Para as escolas mais próximas,o percurso de um dia será suficiente, enquanto que, para as mais distantes, queocupam uma parte significativa do tempo apenas no trajecto de autocarro,sugerimos, como melhor opção, o percurso de dois dias.

Sobretudo neste caso, como não poderia deixar de ser, são ainda deixadasalgumas orientações relacionadas com a logística, que deve ser preparadapreviamente (alojamento e refeições) e terminamos com algumas sugestões erecomendações.

Fot. 10 - Palheira,Cabeça. Fot. 11 - Moinho. Rio de Mel.

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2. Roteiro I

O percurso foi desenhado com o objectivo de dar a oportunidadede durante a visita, se observar não só a área mais afectada pelosincêndios florestais e pela erosão dos solos na serra do Açor (fig. 1),mas também o modo como a manifestação destes riscos têem vindo atransformar os ecossistemas florestais serranos e, ainda, de se contemplarem asgeoformas mais importantes, interligando-as com aspectos botânicos e culturaisdesta área (fot. 12).

O percurso inicia-se em Venda de Galizes, onde se deixa a E.N.17, conhecida por “estrada da Beira” e a primeira paragem será no Miradourodas Varandas de Avô (fot.13), que permite usufruir de uma panorâmica únicasobre o vale do Alva, a centenária vila de Avô e todo o vasto património desocalcos que se desenvolve nas vertentes.

De seguida, a viagem prossegue até à Ponte das Três Entradas, onde se dá aconfluência do rio Alvoco com o rio Alva, e sobre a qual se encontra uma raraponte de três braços, construída em 1790, que dá o nome á localidade (fot. 14).

Fig. 1 - Roteiro 1.

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Fot. 13 - Azulejo interpretativo existente no Miradouro das Varandas de Avô.

Fot. 12 - Campos em socalcos queimados em Julho de 2005, Torno.

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Sugerimos uma paragem para se apreciar a peculiaridade desta paisagem. Opercurso segue, subindo até em direcção a Aldeia das Dez, onde uma paragemno miradouro do Penedo da Saudade (fot. 15), situado à entrada da aldeia,permite uma vasta panorâmica sobre o vale do Alva e os seus socalcos, com oPlanalto da Beira Alta como pano de fundo.

Fot. 14 - Ponte das Três Entradas.

Fot. 15 - Miradouro do Penedo da Saudade.

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Prosseguindo a viagem, a 800m de altitude, deparamos com o Santuário deNossa Senhora das Preces, em Vale de Maceira.

Foi construído no século XVIII e integra uma via-sacra, com figurasde madeira em tamanho real, envolvidas por um parque florestal deexcepcional valor botânico (fot. 16). Outros elementos construídoscomplementam este santuário, como o Coreto e diversos fontanários.

Aqui existem, convém não esquecer, duas óptimas propostas de percursospedestres que são complementares (fig. 2). O percurso botânico, preparado pelosClubes da Floresta do distrito de Coimbra, permite a descoberta e a identificaçãode 38 diferentes espécies florestais. Por sua vez, o percurso religioso permite oreconhecimento dos elementos religiosos mais emblemáticos.

A aprazível natureza deste local é convidativa a retemperar forças, podendoprever-se o almoço neste Santuário, tanto mais que há apoio adequado para oefeito1.

Continuando o percurso, o Piódão é a paragem seguinte. Esta aldeia dexisto é, sem dúvida, a mais aclamada entre as aldeias históricas de Portugal (fot.17). O declive do terreno levou a que a sua construção, na encosta, se assemelhea uma cascata de xisto.

1Tratando-se de farnel. Se preferirem optar por almoço quente e se contactada previamente,a Escola EB 2,3 da Ponte das Três Entradas poderá fornecer almoço nas suas instalações.

Fot. 16 - Vista do interior do ParqueFlorestal.

Fig. 2 - Folhetos dos percursos propostos noSantuário de Nossa Senhora das Preces.

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Além disso, sobressai uma característica singela: o azul vivo que aprimora asportas e janelas, em acentuado contraste com o negro da lousa.

O visitante vai notar, de certo, as pequenas cruzes de madeira pregadas nasportas. Estas são para protecção contra os trovões, uma invocação a SantaBárbara. A Igreja Matriz do Piódão, construída no século XVII, a Capela de SãoPedro e a Fonte dos Algares, são também merecedoras de visita. No topo daaldeia, ainda resiste a eira comunitária, onde se tratavam os cereais, feijão e milho.Olhando, daí à nossa volta, a paisagem, preenchida de socalcos, lembra verdadeiraspinturas a óleo, dignas de registo fotográfico. Nesta povoação, aproveite, ainda,para realizar alguns dos vários percursos pedestres propostos. Neles poderádescobrir diversos aspectos pitorescos, por exemplo, a agricultura em socalcos(fot. 18).

Da mesma forma poderá observar os efeitos da actuação dos riscos,ditos naturais. Aqui, a erosão dos solos assumiu proporções titânicas,quando, após o grande incêndio florestal que, em Julho de 2005, afectou a baciahidrográfica da ribeira do Piódão, sensivelmente um ano depois, em Junho de2006, alguns episódios de pluviosidade mais intensa se concentraram nas áreasdas cabeceiras das diversas ribeiras afluentes ao Piódão, tendo causado danosavultados em certas infra-estruturas, nomeadamente no parque de estacionamentoe piscina fluvial, bem como uma irrecuperável perda de solos ao longo dasvertentes, conforme já foi descrito nas comunicações anteriores.

Fot. 17 - Vista geral do Piódão.

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Fot. 18 - Campos em socalcos produtivos, Piódão.

Voltando ao largo principal, atrai o artesanato local. Aqui são inúmeras aspequenas reproduções de casas em xisto, assim como uma diversidade de licoresadocicados e mel da região.

Adquiridas algumas lembranças o objectivo seguinte é chegar atéao cruzamento para o Cabeço do Peão, onde se justifica nova paragem,pelo que se torna necessário regressar aos Penedos Altos para, depois,seguir em direcção a Coja. Junto à casa do Guarda do Peão, podemobservar-se as principais formas de relevo da região, assim como asprincipais espécies vegetais e animais, existentes por volta de 1 000mde altitude. É um autêntico miradouro natural onde pode usufruir deuma panorâmica única sobre a aldeia de Mourísia (fot. 19) e, à medidaque o autocarro for avançando, sobre os vales que constituem ascabeceiras da bacia hidrográfica da ribeira de Pomares, com a paisagemde socalcos como pano de fundo e as vertentes declivosas, preenchidaspor mato, a constituir a envolvência predominante .

A próxima paragem recomendada, sobranceira à aldeia da RelvaVelha, permite dominar o bosque caducifólio da Mata da Margaraça. Aúltima estirada será feita sempre a descer e tem como destino a vila de Coja. Jána vila tem à disposição vários sítios onde descansar um pouco. Além disso,dispõe de várias hipóteses para visitar diversos locais e monumentos. Comoreferência do período manuelino, ergue-se, na praça, o Pelourinho. Na Igreja

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Matriz, é digna de nota, a imagem quatrocentista de S. Pedro. Não deixe deapreciar a Casa de Santa Clara e a Casa da Praça, notáveis solares desta freguesia,e, se a hora o permitir, de mergulhar no caneiro de Coja.

O dia termina de certeza com belos registos fotográficos, levando na memóriaas vivências de outras gerações transmitidas agora por paisagens e aldeias queaguardam por nova visita com um pouco mais de tempo, para se deleitar naobservação dos detalhes que este primeiro contacto não permitiu explorar.

3. Roteiro II

O início deste percurso é semelhante ao anterior (fig. 3), pelomenos até ao almoço, que se considera ser efectuado E.B. 2,3 da Ponte das TrêsEntrada. Após esta pausa para restaurar as energias, a proposta é a de partir paraobservação do vale do Alvoco.Tomando a E 230, a primeira paragem, poralturas do km 139 permite contemplar um vale largo que se abre após a saída daauréola metamórfica de contacto, a qual se comporta como soleira de rochadura.

Durante os quatro quilómetros seguintes, o vale vai manter-se largo,francamente aberto, mercê do cruzamento de várias fracturas, que fragilizaramas rochas e da acção erosiva do rio Alvoco.

Fot. 19 - Vista geral da aldeia de Mourísia.

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Fig. 3 - Roteiro II.

Alvoco das Várzeas é, sem dúvida, um dos locais favoritos para quem queiradominar toda a paisagem recortada pelo rio, com bons exemplos de depósitose terraços fluviais, sobrepostos por espessos depósitos de vertente (fot. 20).

Da mesma forma, vislumbram-se belos corredores ripícolas queacompanham o traçado linear do rio (fot. 21) porque está muito adaptado áestrutura. Para uma observação de maior pormenor sugere-se um percurso atéao Parque Ponte Romana, um local bastante aprazível, onde poderá fazer umpequena pausa. Pelo caminho poderá visitar a igreja matriz, dedicada a SantoAndré.

A próxima paragem será na Vide, que se destaca pelos importantescursos de água que confluem no Alvoco, a ribeira do Piódão e a ribeirade Loriga. Sugerimos que para observação da forma e dos depósitos que alipermanecem, se faça um percurso a pé pelo antigo meandro do Alvoco,abandonado naturalmente.

Três quilómetros depois da Vide sugerimos uma paragem na Barreosa, paraobservação, tanto do antigo meandro, abandonado naturalmente, como esobretudo, do novo meandro abandonado artificialmente, por acção antrópica.

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A descida a pé, pela estrada, até ao rio, permite contemplar a beleza dapaisagem e compreender a dimensão do esforço humano para erguer e, depois,para anualmente cultivar os socalcos ou, ainda, para cortar o pedúnculo domeandro e, deste modo, roubar espaços ao rio, para os transformar em terrasaráveis.

O regresso à Barriosa pelo caminho pedonal permite sentir o lento pulsardestas aldeias votadas ao abandono, mas que encerram uma história que mereceser conhecida e preservada (fot. 22).

O adiantado da hora, já deverá recomendar o regresso. no entanto, se aindahouver tempo e forças, a última paragem será no cruzamento para Balocas (Km154). Desde aí haverá que seguir a pé, subindo desde cerca de 500m até aos850m de altitude. É uma tarefa árdua mas que será compensada com a penetraçãonas Cabouqueiras da Forja, umas quedas de água tão belas quanto desconhecidas.

Terminada a escalada, está na hora de retomar o percurso de regresso até àPonte das Três Entradas, onde se retoma o roteiro nº 1, com a última paragemno miradouro do Penedo da Saudade.

Fot. 20 - Pormenor dos depósitosvermelhos em Alvoco das Várzeas.

Fot. 21 - Corredor ripícola em Alvoco dasVárzeas.

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Fot. 22 - Vista geral dos socalcos na Barriosa.

O primeiro dia termina no Santuário de Nossa Senhora das Preces, ondepodem jantar e pernoitar2, esperando que a peculiaridade deste primeiro diapermita recordá-lo, mais tarde, como memorável.

Pela manhã do dia seguinte, nada melhor que uma visita ao parque florestaldo Santuário de Nossa Senhora das Preces para a realização dos dois percursoscomplementares antes propostos.

Continuando a viagem, o destino é, agora, a aldeia do Piódão onde se aproveitapara realizar novos percursos pedestres, de acordo com o proposto no roteiro1. Aqui também se pode aproveitar para almoçar uma vez que existem estruturasde apoio para o efeito.

Já depois de almoço, é tempo para seguirmos em direcção aocruzamento do Cabeço do Peão e destacar da paisagem retratos de inigualávelbeleza, de onde se salientam os socalcos agricultados, que descem pelas encostasaté à ribeira de Pomares, que podem dar azo a belos registos fotográficos.

Depois disso, o objectivo é rumar em direcção ao último reduto do bosquecaducifólio da serra do Açor – a Mata da Margaraça. Aqui são inúmeras asactividades postas à disposição, podendo mesmo ocupar o resto do dia. A mata,situada entre os 400 e 800 m de altitude, ocupa uma vertente com exposição N-

2Consultar as condições para utilização da Albergaria de Nossa Senhora das Preces.

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NW, e possui muitos motivos de interesse (fot.s 23), de que se destacam a suaflora e fauna característica (fot.s 24 e 25), com endemismos ibéricos assinaláveis.

Aos visitantes é oferecida a possibilidade de realizar percursos guiados pelosresponsáveis do Centro de Interpretação da Mata da Margaraça3, com algunsdestinos incontornáveis como é o caso da Casa da Eira, em cujo interior seconservam as divisões de uma casa tradicional, com os respectivos utensílios, oForno de Refugo, construção em xisto utilizada no refugo da madeira destinadaa cestaria, e o Moinho característico da região, movido pela força motriz daágua, onde se moía o grão de centeio e do milho, cultivado nos socalcos dasencostas da serra.

Durante algumas épocas do ano, nomeadamente no Outono e Inverno,estes percursos poder-se-ão não realizar devido ao risco de derrocadas, quepodem colocar em perigo os visitantes. Daí que recomendemos a Primavera,coincidente com o 2º período lectivo, como altura ideal para a realizaçãodeste roteiro.

Fot. 23 - Vista do interior da mata.Fonte: ICN. Fonte: ICN.

Fot. 24 - Cephanlanthera longifolia.

3Para estarem disponíveis, implicam um contacto prévio comÁrea de Paisagem Protegidada Serra do Açor; Casa Grande da Mata da Margaraça; Tel. 235 741329; Fax:235 741379

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Além dos percursos pedestres, existem ainda sessões temáticas, com vertentesteóricas e práticas, que também podem ser realizadas.

Dada a extrema sensibilidade deste pequeno ecossistema existe um conjuntode regras para a visita guiada: é necessário marcação prévia da visita (com ummês de antecedência); a visita é guiada por funcionários da Área Protegida eapenas se realizam duas por dia – uma no período da manhã (início até às10h30m) e outra no período da tarde (início até às 15h); o número limite depessoas por visita – 50. A visita à Àrea Protegida da Serra do Açor termina naFraga da Pena, uma queda de água que delicia todos os visitantes (fot. 26).

Ao fim do dia, voltamos a acompanhar o percurso sinuoso da ribeira daMata, em direcção a Coja, onde se tem a possibilidade de fazer uma últimaparagem técnica. Com as forças retemperadas, é tempo para se realizar a últimaetapa, a do regresso a casa.

Fot. 25 - Lagarto d’ água.

Fonte: ICN. Fonte: ICN.

Fot. 26 - Fraga da Pena.

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4. Sugestões e recomendações

Antes de ficarmos envolvidos por estas paragens bucólicas, é importante apreparação prévia de toda a logística da viagem, nomeadamente para as escolasque pretendem ficar mais do que um dia nestas aldeias de montanha4.

No que diz respeito às refeições, estas podem ser ligeiras, aproveitando asparagens no Santuário de Nossa Senhora das Preces, ou no Piódão, para fazeruma pequena merenda.

Outra opção será o contacto prévio com a EBI da Ponte das TrêsEntradas do Agrupamento Vertical de Escolas do Vale do Alva, onde se poderáaproveitar a cantina da escola para tomar as refeições.

Por outro lado o alojamento pode ser acautelado nos parques campismomais próximos (o de Coja ou da Ponte das Três Entradas), ou na Albergaria deNossa Senhora das Preces5, indicada para turismo escolar e religioso (fot. 27).

Fot. 27 - Albergaria de de Nossa Senhora das Preces.

5A casa não dispõe de roupa de cama, sendo por isso necessário levar sacos-cama. A cozinhaestá devidamente equipada e poderá ser utilizada. Há, no entanto, a necessidade de o grupose fazer acompanhar por um cozinheiro.

4Núcleo de Investigação Científica de Incêndios Florestais Tel: 239 996126; Fax: 239 992302;URL: www.nicif.pt ; E-mail: [email protected]; EBI da Ponte das Três Entradas AgrupamentoVertical de Escolas do Vale do Alva Telefone: 238 670090; Fax: 238 670095; Albergaria deNossa Senhora das Preces Informações e Reservas:Tel. 238 666 226 / 962 931 481; Área dePaisagem Protegida da Serra do Açor Casa Grande da Mata da Margaraça Tel. 235 741329;Fax: 235 741379.

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A serra do Açor é assim um local de eleição para a observação da natureza,local onde a biodiversidade é soberana. Por esse motivo, ao longo do percursooutras acções e temáticas podem ser valorizadas.

Para um passeio mais cómodo, seguro e proveitoso, recomenda-se: chapéue protector solar ou impermeável em função da época do ano, calçadoconfortável, roupa confortável e agasalho, levar sacos de plástico para o lixo ,água, bloco de apontamentos e lápis, máquina fotográfica e binóculos.

Bibliografia

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Açor», Câmara Municipal de Arganil e Museu Etnográfico.

Recursos www:www.cm-arganil.pt; www.adiber.web.pt; www.aprincesadoalva.com;www.cm-oliveiradohospital.pt; www.cm-seia.pt; www.cm-seia.pt/turismo/cise.