virtualizaÇÃo (sdn e nfv) com Ênfase em desempenho...

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETRÔNICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES EVERTON VINICIUS TEIXEIRA VIRTUALIZAÇÃO (SDN E NFV) COM ÊNFASE EM DESEMPENHO DE REDE MONOGRAFIA CURITIBA 2018

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETRÔNICA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE SERVIÇOS DE

TELECOMUNICAÇÕES

EVERTON VINICIUS TEIXEIRA

VIRTUALIZAÇÃO (SDN E NFV) COM ÊNFASE EM

DESEMPENHO DE REDE

MONOGRAFIA

CURITIBA

2018

EVERTON VINICIUS TEIXEIRA

VIRTUALIZAÇÃO (SDN E NFV) COM ÊNFASE EM

DESEMPENHO DE REDE

Monografia apresentado como requisito parcial para

obtenção do título de Especialista em Gestão

de Serviços de Telecomunicações da Universidade

Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Prof° Alexandre S. P. Cardoso, MSc. (Orientador)

CURITIBA

2018

Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Câmpus Curitiba

Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação

IV CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

TERMO DE APROVAÇÃO

VIRTUALIZAÇÃO (SDN E NFV) COM ÊNFASE EM DESEMPENHO DE REDE

Por

EVERTON VINICIUS TEIXEIRA

Esta monografia foi apresentada às 18:40 h do dia 27/11/2018 como requisito

parcial para a obtenção do título de Especialista no CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO

EM GESTÃO DE SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES, da Universidade

Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Curitiba. O candidato foi arguido pela

Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após

deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho:

1 Aprovado

2 Aprovado condicionado às correções Pós-banca, postagem da tarefa e liberação do Orientador.

3 Reprovado

____________________________________

Prof. Msc. Alexandre Jorge Miziara UTFPR - Examinador

______________________________________

Prof. Msc. Alexandre Szpyro Pereira Cardoso UTFPR – Orientador

______________________________________

Prof. Msc. Alexandre Jorge Miziara UTFPR – Coordenador do Curso

“A Folha de aprovação assinada encontra-se na coordenação do curso”

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a todos os que, direta ou indiretamente, me ajudaram

a terminar este grande objetivo que representa a conclusão de mais uma etapa da

minha vida académica. Em particular, gostaria de fazer um agradecimento especial

a minha mãe e irmãos, Maura, Emerson, Mirian, Simei, Léia e Marcia por, ao longo

de todos estes anos de estudo, me apoiarem, se sacrificarem por mim e me

aturarem em todos os momentos. Obrigado por acreditarem em mim! Estar-vos-ei

eternamente grato por tudo! Quero também agradecer ao meu orientador,

Professor Alexandre Cardoso, pelas sugestões e pela oportunidade para realizar

esta monografia que muito gosto me deu. Quero agradecer a Universidade

Tecnológica Federal do Paraná e a todos os Professores que comigo se cruzaram

neste ano que aqui estive. Foi deles que tentei absorver o máximo de

conhecimentos e valores. Também a eles devo o que eu sou hoje. Um grande

obrigado a todos! Para terminar, um último agradecimento a todos os meus amigos

de sala que pude trocar várias experiencias e aprender muito, em especial a minha

amiga Larissa que caminhou ao meu lado nesse desafio, obrigado a todos por tudo!

Resumo

TEIXEIRA, Everton Vinicius. Virtualização (SDN e NFV) com Ênfase em

Desempenho de Rede. 2018. 51fls. Monografia, Especialização em gestão de

Serviços de Telecomunicações – Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Curitiba 2018.

As empresas de telecomunicações estão buscando sempre a atualização

de suas redes para conseguir novos clientes e disponibilizar melhores serviços

para os mesmos, com esse intuito surgiram as tecnologias conhecidas como SDN

( Software Defined Networking) e NFV (Network Functions Virtualization). Esse

trabalho visa explicar o que são e como essas tecnologias funcionam e também

estabelecer métricas para a medição de qualidade das redes convencionais e das

redes NFV e SDN afim de fazer uma comparação do desempenho das mesmas. A

metodologia utilizada para essa pesquisa foi exploratória cujo objetivo é a

formulação de questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver

hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou

fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e

clarificar conceitos. Será possível verificar que as tecnologias SDN e NFV podem

trazer ganhos, principalmente do ponto de vista financeiro, por serem tecnologias

promissoras e, avaliando as redes convencionais e utilizando as métricas que irão

ser descritas, podemos colocar como principal contribuição a verificação que as

redes SDN e NFV tem melhores desempenhos técnicos que suas antecessoras,

porém com uma alta complexidade e alto custo para implementação, mas que após

o funcionamento e ao longo do tempo esse custo vem se pagando com um baixo

OPEX (Operational Expenditure).

Palavras chave: SDN (Software Defined Networking). NFV (Network

Functions Virtualization), Virtualização, Desempenho de rede SDN/NFV.

ABSTRACT

Telecom companies are always searching to update their networks to

increase the number of new customers and provide for them better services, for this

purpose appeared technologies known as SDN (Software Defined Networking) and

NFV (Network Functions Virtualization). This work aims to explain what and how

are these technologies working and also to establish metrics for the conventional

networks quality measurement and the NFV and SDN networks in order to make a

comparison of their performance. The methodology used for this research was

exploratory which objective is the question or the problem formulation, with

threefold purpose: develop hypotheses, increase the familiarity of the researcher

with an environment, fact or phenomenon, carry out a more precise future research

or modify and clarify concepts. It will be possible to verify that SDN and NFV

technologies can bring gains, mainly from a financial point of view, by using

promising technologies, and evaluating conventional networks and using the

metrics that will be described, we can put the verification as a main contribution that

the SDN and NFV networks perform better than their predecessors, but with a high

complexity and high implementation cost, but over the time this cost’s will be paid

back trough a low OPEX (Operational Expenditure).

Keywords: SDN (Software Defined Networking). NFV (Network Functions

Virtualization), Virtualization, Network Perfomance SDN/NFV.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Elementos básicos da topologia da rede ........................................... 13

Figura 2 - Sete topologias de rede ..................................................................... 14

Figura 3 – comparação entre redes tradicionais e SDN .................................... 16

Figura 4 – Framework SDN ............................................................................... 18

Figura 5 – amostra de desenvolvimento do NFV. ............................................... 20

Figura 6 –Visualização de uma rede tradicional comparada com a rede SDN 25

Figura 7– O funcionamento do SDN . ................................................................. 27

Figura 8 – O funcionamento do NFV . ................................................................ 28

Figura 9 – Duas opções de desenvolvimento de NFv usando NSOD. ................ 31

Figura 10 – performance x capacidade de programaçãoda rede ..................... 33

Figura 11 – Categorias de Opex. ........................................................................ 40

Figura 12 – o paradigma do gerenciamento de redes ....................................... 42

Figura 13 –paradigma do gerenciamento de redes com SDN implementado .... 43

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

API: Interface de Programação de Aplicações

Capex: Capital Expenditure

IEEE: Institute of Electrical and Electronics Engineers

LAN: Local Area Network

Opex: Operational Expenditure

SDN: Software Defined Network

SG&A: Selling, General & Administrative Expense

TELECOM: sigla para uma empresa de telecomunicações

TCO: Total cost of ownership

VLAN: Virtual Local Area Network

VNF: Virtual Network Function

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10

1.1 Objetivos da pesquisa ........................................................................ 10

1.2 Justificativa teórica e prática .............................................................. 11

2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................. 13

2.1 Rede Telecom atualmente ................................................................. 13

2.2 Software Defined Networking (SDN) .................................................. 15

2.3 Network Function Virtualization .......................................................... 19

2.4 Métricas das redes SDN/NFV x redes convencionais ........................ 20

3 METODOLOGIA ................................................................................................ 23

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................. 25

4.1 Funcionamento de uma rede SDN ..................................................... 25

4.2 Funcionamento e padrões de uma rede NFV ..................................... 27

4.3 Comparativo de desempenho entre redes convencionais e redes SDN

e NFV 31

5 CONCLUSÃO .................................................................................................... 49

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 50

10

1 INTRODUÇÃO

As empresas de telecomunicações estão buscando sempre a atualização

de suas redes para conseguir novos clientes e lhes disponibilizar melhores

serviços, com esse intuito surgiram as tecnologias conhecidas como SDN (

Software Defined Networking) e NFV (Network Functions Virtualization), esse

trabalho visa explicar o que são e como essas tecnologias funcionam e também

estabelecer métricas para a medição de qualidade das redes convencionais e das

rede NFV e SDN afim de fazer uma comparação do desempenho das mesmas.

Alguns dos problemas das redes convencionais é que as mesmas têm um

custo de manutenção muito alto e também há uma grande dificuldade de

expansão, melhoria e oferta de novos serviços na rede existente, pensando nisso

iremos estudar as tecnologias acima citadas para verificar se as mesmas podem

sanar ou amenizar esses problemas.

Esse estudo está estruturado de uma forma onde em um primeiro momento

será explicado o que são as tecnologias usadas nas redes convencionais e

SDN/NFV e colocado as métricas para podermos fazer a comparação entre as

redes, e em segundo momento será explicado o funcionado das redes SDN e NFV

e usado as métricas anteriormente citadas para efetuarmos a comparação e

verificarmos possíveis ganhos dessa nova tecnologia.

Como resultado esse trabalho mostra-se como funcionam essas redes,

alguns desafios da implementação das mesmas e, por final, os ganhos que essas

redes trarão para as operadoras.

1.1 Objetivos da pesquisa

Apresenta-se a seguir o objetivo geral e os objetivos específicos da

pesquisa.

1.1.1 Objetivo geral

A proposta desse estudo é entender o que é e como funciona uma rede

virtualizada com os conceitos de SDN e NFV com o foco principal em quais

11

métricas terão que ser observadas para um bom funcionamento da mesma e

se possam também se há ganhos reais na implementação desses conceitos ,

tanto do ponto de vista técnico , quanto do ponto de vista administrativo.

1.1.2 Objetivos específicos

Verificar de maneira mais detalhada o que é e como funciona uma rede

virtualizada com os conceitos de Network Function Virtualization (NFV) e

Software Defined Networks (SDN);

• Quais são os benefícios da mesma em relação a uma rede convencional;

• Verificar se essa rede possibilitará novos serviços de telecomunicações;

• E como principal ponto verificar quais são os parâmetros necessários que

devem ser medidos para o correto funcionamento desse tipo de rede.

1.2 Justificativa teórica e prática

É um tema bastante atual no Brasil, com as principais operadoras

buscando essa inovação somente agora e, é uma tendência para a próxima

geração de redes de telecomunicações pois otimiza a rede

O entendimento e a aplicação do conceito de NFV e SDN ainda passa por

um processo de estudos e de experimentação no Brasil, com as principais

operadoras buscando essa inovação somente agora, principalmente pelo fato de

ser uma tendência para a próxima geração de redes de telecomunicações pois

otimiza e diminui custos de manutenção de rede e entender essas mudanças para

aplicá-las da melhor maneira é fundamental.

Este trabalho tem o intuito de discutir as tecnologias envolvidas nesses

conceitos utilizando algumas métricas a fim de compreender a complexidade.

12

13

2 REVISÃO DA LITERATURA

Neste capitulo serão apresentados os conceitos base para a compreensão

da monografia, será apresentado como é uma rede de uma TELECOM atualmente

e os novos conceitos de SDN e NFV, como se dará a evolução da rede atual para

estes novos conceitos de redes.

2.1 Rede Telecom atualmente

As redes de telecomunicações são constituídas por uma infinidade de

equipamentos baseados numa grande diversidade de tecnologias e em muitos

casos concebidos e instalados em épocas muito diferentes. (João, 2006)

Os elementos de rede englobam nomeadamente o equipamento de

comutação, o equipamento terminal, os servidores e os sistemas de sinalização e

de gestão. O equipamento de comutação inclui por exemplo as centrais de

comutação nas redes telefônicas ou os routers nas redes de dados e tem por

objetivo assegurar o encaminhamento apropriado da informação. Nas redes

telefônicas tradicionais a comutação é feita usando comutação de circuitos, ou

seja, antes do início da conversação estabelece-se por intermédio de sinalização

uma ligação bidirecional entre os utilizadores intervenientes (circuito). (João, 2006)

A topologia de rede é a ligação e relacionamento entre vários elementos da

rede. Existem dois elementos básicos na topologia da rede: os nós e os links.

Os nós representam routers, switches, servidores e telefones, entre outros,

tal como demonstra a Figura 1.

Figura 1 - Elementos básicos da topologia da rede. (João, 2006)

14

Além dos elementos básicos, apresentados na Figura 1, existe a estrutura

da topologia da rede, que consiste na ligação dos dois elementos básicos. Essa

ligação pode ser física ou lógica.

A ligação:

Física: é a rede real, o que se vê, ou seja, a parte física ou fibra que se

encontra nos nós;

Lógica: são as interfaces virtuais ou caminhos da rede construídos no

topo da infraestrutura física, como por exemplo, a camada 3 do modelo Open

Systems Interconnection (OSI) (camada de rede).

Relativamente às topologias propriamente ditas, existem pelo menos sete,

que estão listadas em seguida e representadas na Figura 2:

Em anel - ring ou circular;

Em malha (Amaral, 2010) – mesh;

Em estrela – star;

Em malha completa (Amaral, 2010) – fully connected;

Em encadeamento – line;

Em árvore – tree;

Em barramento (Amaral, 2010) – bus.

Figura 2 - Sete topologias de rede. (Amaral, 2010)

15

A partir da Figura 2 pode ser feita uma análise mais aprofundada das

topologias.

Sabe-se que as redes estão cada vez mais complexas e,

consequentemente, a sua configuração também se torna complexa e suscetível a

falhas. Isto leva a que as configurações manuais de uma rede possam levar horas

ou mesmo dias para ser implementadas. Quando um novo elemento básico da

rede é integrado, por exemplo um router, ele tem de ser configurado para que toda

a rede o conheça. Se se pensar em mais equipamentos, facilmente a rede se torna

bastante complexa e de grandes dimensões. No relatório refere-se que a

necessidade de novos equipamentos aumenta 50% por ano.

As redes tradicionais ainda são dependentes de hardware, têm baixa

eficiência e estão muito sujeitas a erros. A evolução destas redes levará a que a

configuração se torne mais abstrata, passando a ser mais automatizada com

recurso a software (Louro, 2014).

Agora que entendemos um pouco melhor como são as redes tradicionais de

Telecomunicações vamos entender as tecnologias de SDN e NFV.

2.2 Software Defined Networking (SDN)

Apesar que atualmente a rede ainda é bastante estática, uma das maneiras

encontradas para mudar isso é o SDN.

Apesar de o termo SDN não ser novo, em 1995 (Dryden, 1995) já havia

menções no jornal “Computer World”, somente há pouco tempo é que os estudos

em cima dele realmente se aprofundaram.

O objetivo da SDN (Software Defined Networking - Rede Definida por

Software) é permitir que os engenheiros e administradores de computação em

nuvem e de rede respondam rapidamente às mudanças nos requisitos de negócios

por meio de um console de controle centralizado. O SDN engloba vários tipos de

tecnologias de rede projetadas para tornar a rede mais flexível e ágil para suportar

o servidor virtualizado e a infraestrutura de armazenamento do data center

moderno. A rede definida por software originalmente definia uma abordagem para

projetar, construir e gerenciar redes que separa os planos de controle de rede ou

16

de rede de redes SDN (cérebros) e de encaminhamento (muscular), permitindo

que o controle de rede seja diretamente programável e a infraestrutura subjacente

seja abstraída. para aplicativos e serviços de rede para aplicativos como

computação em nuvem SDN ou redes móveis. (SdxCentral, 2018)

Agora que explicamos um pouco o conceito de redes SDN e de redes

tradicionais abaixo podemos ver uma figura de (Yang, 2013) que ajuda a comparar

esses conceitos.

Figura 3 – comparação entre redes tradicionais e SDN. (Yang, 2013)

Na Figura 3, pode-se notar que, utilizando o conceito de SDN, as

funcionalidades da rede passam a estar concentradas num ponto central

diferente do que acontece nas redes atuais. Cada vez que se cria uma máquina

virtual, a configuração da mesma pode levar muito tempo por isto, a rede SDN

faz a separação entre as funções de controle e de acesso assim, a rede é tratada

como uma entidade lógica, havendo abstração entre as aplicações e os serviços

da rede (Stallings, 2013).

17

2.2.1 Estrutura da rede SDN

Os provedores de rede definidos por software oferecem uma ampla seleção

de arquiteturas concorrentes, mas em sua forma mais simples, o método de rede

definido por software centraliza o controle da rede, separando a lógica de controle

aos recursos do computador fora do dispositivo. Todas as soluções de rede

definidas por software têm alguma versão de um SDN Controller, bem como APIs

de southbound e APIs de northbound.

SDN Controllers: Controladores - Os “cérebros” da rede. Os SDN Controllers

oferecem uma visão centralizada da rede geral e permitem que os administradores

de rede ditem aos sistemas subjacentes (como switches e roteadores) como o

plano de encaminhamento deve lidar com o tráfego de rede.

APIs do Southbound: a SDN usa API’s Southbound para transmitir

informações aos switches e roteadores "abaixo". O OpenFlow, considerado o

primeiro padrão em SDN, era a API southbound original e permanece como um

dos protocolos mais comuns. Apesar de alguns considerarem o OpenFlow e o SDN

como um deles, o OpenFlow é apenas uma parte da solução.

APIs do Northbound: o Networking definido por software usa as APIs do

northbound para se comunicar com os aplicativos e a lógica de negócios "acima".

Isso ajuda os administradores de rede a moldar o tráfego e a implantar serviços

programaticamente. (SdxCentral, 2018)

Para ajudar a ilustrar o framework da SDN temos a imagem abaixo.

18

Figura 4 – Framework SDN. (SdxCentral, 2018)

2.2.1.1 Southbound APIs e Northbound APIs:

Em uma arquitetura de Rede Definida por Software (ou Software Defined

Network - SDN), as Interfaces de Programa de Aplicativo (ou Application

Programming Interface - APIs) southbound (ou APIs southbound SDN) são usadas

para comunicação entre o controlador SDN e os switches e roteadores da rede.

Eles podem ser abertos ou proprietários.

Em uma arquitetura de rede definida por software (SDN), as interfaces de

programa de aplicativo (APIs) northbound são geralmente APIs de descanso SDN

usadas para comunicação entre o SDN Controller e os serviços e aplicativos

executados na rede. As northbound APIs podem ser usadas para facilitar a

inovação e permitir a orquestração eficiente e a automação da rede para se alinhar

às necessidades de diferentes aplicativos por meio da programação da rede SDN.

(SdxCentral, 2018)

19

2.3 Network Function Virtualization

Este conceito originou-se de provedores de serviços que buscavam acelerar

a implantação de novos serviços de rede para suportar seus objetivos de receita e

crescimento. As restrições dos dispositivos baseados em hardware levaram-nos a

aplicar tecnologias de virtualização de TI padrão às suas redes. Para acelerar o

progresso em direção a esse objetivo comum, vários provedores se uniram e

criaram o Instituto Europeu de Padrões de Telecomunicações (ETSI). (SDxCentral,

2018).

A virtualização de funções de rede (NFV) (também conhecida como função

de rede virtual (VNF)) oferece uma nova maneira de projetar, implantar e gerenciar

serviços de rede. O NFV separa as funções de rede, como conversão de endereço

de rede (NAT), firewall, detecção de intrusão, serviço de nomes de domínio (DNS)

e armazenamento em cache, para citar alguns, de dispositivos de hardware

proprietários para serem executados em software.

Ele foi projetado para consolidar e fornecer os componentes de rede

necessários para suportar uma infraestrutura totalmente virtualizada, incluindo

servidores virtuais, armazenamento e até mesmo outras redes. Ele utiliza

tecnologias de virtualização de TI padrão que são executadas em hardware de alto

volume de serviços, switches e armazenamento para virtualizar funções de rede.

É aplicável a qualquer plano de processamento de dados ou função de plano de

controle em infraestruturas de rede com e sem fio.

Em suma, o NFV vem tentar corrigir alguns pontos aonde as operadoras

julgam que o SDN não resolve. Enquanto o SDN tende a criar redes abstratas,

para que mais rapidamente se possam criar inovações na mesma, o NFV, tem

outros objetivos, como a redução do CapEx (reduzir o capital necessário para o

investimento numa nova plataforma) e do Opex (reduzir o espaço, energia, custos

de operação e de manutenção e requisitos de refrigeração para equipamentos

físicos podendo, assim, dar lugar a mais máquinas virtuais) e também Agilizar e

flexibilizar a implementação desta arquitetura de modo a responder à procura por

parte das empresas/clientes. (Pate, 2013).

Abaixo podemos ver um exemplo de aplicação NFV.

20

Figura 5 – amostra de desenvolvimento do NFV (SDxCentral, 2018).

2.4 Métricas das redes SDN/NFV x redes convencionais

Para podermos fazer as devidas comparações entre as redes existentes e

as redes SDN/NFV iremos usar dois tipos de métricas, as métricas que expressam

o desempenho da rede em si, como latência, largura de banda e disponibilidade

da rede, e outras métricas que são mais usadas do ponto de vista de negócio,

nesse caso: uma operadora de telecomunicações.

2.4.1 Latência

Latência é o tempo total gasto por um quadro desde a origem até o destino.

Esse tempo absoluto é a soma dos atrasos do processamento nos elementos da

rede e o atraso de propagação ao longo do meio de transmissão

Para medir a latência, um quadro de teste contendo uma marca de tempo

(timestamp) é transmitido pela rede. A marca de tempo é então analisada quando

o quadro é recebido. Para que isso ocorra, o quadro de teste precisa voltar ao

testador original por um laço de retorno (atraso de ida e volta). Uma grande latência

não indica que ocorrerá degradação da voz, o que pode ocorrer é uma perda de

21

sincronização. Por exemplo, para que se obtenha uma boa qualidade em conexões

telefônicas, a latência deve possuir um valor abaixo do patamar de 150 ms. Para

que isso ocorra, devem ser tomadas algumas medidas de forma a estabelecer as

alterações que deverão ser tomadas para que ocorra a diminuição do tempo de

empacotamento, transmissão e transporte dos dados. (BURGESS, 2004).

2.4.2 Largura de Banda

A largura de banda para a transmissão de voz depende de vários fatores e

pode ser calculada com facilidade de acordo com informações de diagnóstico,

quantização da voz, algoritmos de compressão, etc.

Além da transmissão de voz, as redes também são usadas com outras

finalidades. Como a transmissão de voz em uma conversação telefônica deve

ocorrer em tempo real, tais dados devem possuir uma prioridade em relação a

outros dados com menor importância.

Obviamente, a decisão de se usar uma largura de banda maior ou menor

deve ser tomada conforme as necessidades e prioridades da rede. Vale ressaltar

que uma banda muito estreita para a transmissão de voz influencia negativamente

na qualidade do serviço. (BURGESS, 2004).

2.4.3 Agilidade, flexibilidade e capacidade de programação e gerenciamento

Os termos acima citados são usados nas operadoras para podermos medir

o quanto uma rede é ágil e suscetível a mudanças, e as capacidades de

programação e gerenciamento são importantes para sabermos o quanto podemos

manusear uma rede sem danifica-la ou causar travamentos. (BURGESS, 2004).

2.4.4 CAPEX

CAPEX é a sigla da expressão inglesa “CapitalExpenditure” (em português,

despesas de capital ou investimento em bens de capital) que indica a quantidade

22

de dinheiro gasto na compra de bens de capital de uma determinada empresa. Por

exemplo, comprar uma impressora. (Binário, 2018).

2.4.5 OPEX

OPEX é a sigla da expressão inglesa “OperationalExpenditure” (em

português, despesas operacionais) que se refere ao custo associado à

manutenção dos equipamentos, gastos de consumíveis e outras despesas

operacionais. Por exemplo, comprar um contrato de manutenção para a

impressora ou fazer o outsourcing (terceirizar) da impressão de seu escritório.

(Binário, 2018).

2.4.6 Inovação

A Inovação é importante porque permite que as organizações criem tipos de

aplicativos, serviços e modelos de negócios que podem oferecer novos fluxos de

receita e mais valor a partir da rede. (Sakir, 2013).

23

3 METODOLOGIA

A metodologia de pesquisa utilizada neste trabalho foi exploratória cujo

objetivo é a formulação de questões ou de um problema, com tripla finalidade:

desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um

ambiente, fato ou fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura mais

precisa ou modificar e clarificar conceitos.

Foi também utilizado o método da pesquisa bibliográfica que é

desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de

livros e artigos científicos. (GIL,2008)

No presente trabalho, o autor optou por um problema voltado ao

desempenho de redes com os conceitos SDN e NFV, com o intuito de aumentar a

familiaridade com as novas tecnologias.

O trabalho iniciou-se através de revisões bibliográficas sobre os

diversos assuntos envolvidos, a saber: o que são as redes SDN e NFV e métricas

para comparar essas tecnologias com as redes convencionais. Após esta fase foi

analisado o funcionamento dessas novas tecnologias.

Depois disso foram feitas comparações usando as métricas

anteriormente apresentada afim de visualizar os prós e contras da implementação

desse tipo de tecnologia nas redes das operadoras de telecomunicações. Tendo

como base as análises realizadas, foi possível apresentar as conclusões

pertinentes, compondo assim o texto final do trabalho. (Sakir, 2013).

24

25

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

No capitulo dois foi explicado o que é uma rede SDN e NFV, nesse capitulo

iremos discorrer sobre o funcionamento dessas redes para verificar possíveis

vantagens e desvantagens em relação as redes convencionais.

4.1 Funcionamento de uma rede SDN

Para entendermos o funcionamento de uma rede SDN devemos entender

também o funcionamento das redes tradicionais, a figura 6 ajuda nesse

entendimento.

Figura 6 –Visualização de uma rede tradicional comparada com a rede SDN (Sakir, 2013).

Como mostrado na figura 6 parte (a) temos uma abordagem tradicional

(cada nó da rede possui seu próprio controle e plano de gerenciamento) e na parte

(b) uma abordagem SDN (o plano de controle é extraído do nó da rede).

Nas redes tradicionais, como mostrado na Fig. 6, os planos de controle e

dados são combinados em uma rede nó.

O plano de controle é responsável pela configuração do nó e programar os

caminhos para ser usado para fluxos de dados. Uma vez que esses caminhos

tenham determinado, eles são empurrados para baixo plano de dados.

26

Encaminhamento de dados no hardware nível é baseado nesta informação de

controle.

Nesta abordagem tradicional, uma vez que o fluxo gestão (política de

encaminhamento) foi definida, a única maneira de fazer um ajuste na política é

através de alterações na configuração dos dispositivos.

Isso se mostrou restritivo para operadores de rede que estão dispostos a

escalar suas redes em resposta para mudar as demandas de tráfego, aumentando

o uso de dispositivos móveis e com um aumento de complexidade.

A partir desses requisitos com foco em serviços, a SDN emergiu. O controle

é movido para fora dos nós da rede individuais e é separado do controlador

centralizado. Os comutadores SDN são controlados por um sistema operacional

de rede (NOS) que coleta informações usando o API mostrado na Fig. 6 e manipula

seu plano de encaminhamento, fornecendo um modelo abstrato da topologia de

rede para o controlador SDN que hospeda os aplicativos.

O controlador pode, portanto, explorar o tráfego da rede para otimizar o

gerenciamento de fluxo e suporte aos requisitos do usuário de escalabilidade e

flexibilidade. Por exemplo, largura de banda pode ser alocado dinamicamente nos

planos de dados da aplicação.

Na Fig. 7, uma vez o primeiro pacote de um novo fluxo chega ao interruptor

do remetente (passo 1), o switch verifica uma regra de fluxo para este pacote em

o cache SDN (etapa 2). Se uma entrada correspondente for encontrada, as

instruções associadas ao específico fluxo entrante são executadas (por exemplo,

contador de atualização, campos de pacote / correspondência, conjunto de ações,

metadados). Pacotes são encaminhados para o receptor (etapa 5). Se nenhuma

correspondência for encontrada na tabela de fluxo, o pacote pode ser encaminhado

para o controlador um canal seguro (etapa 3). Usando a SouthBound API (por

exemplo, OpenFlow, ForCES, PCEP), o controlador pode adicionar, atualizar e

excluir entradas de fluxo, ambos reativamente (em resposta a pacotes) e

proativamente. O controlador executa o roteamento algoritmo e adiciona uma nova

entrada de encaminhamento para a mesa de fluxo no interruptor e para cada um

dos interruptores relevantes ao longo do caminho do fluxo (passo 4). O interruptor

27

encaminha o pacote para a porta apropriada para enviar o pacote para o receptor

(passo 5). (Sakir, 2013).

Figura 7– O funcionamento do SDN (Sakir, 2013).

4.2 Funcionamento e padrões de uma rede NFV

Existem duas opções de padrões para redes NFV mais usadas, uma que

podemos chamar de servidor único (bare metal) e a outra de máquina virtual (VM),

disponível para implantar funções de rede em um servidor de commodity para obter

desempenho ou uso de recursos como o da computação em nuvem. Para atingir

o nível de serviço controlável, existem outras duas opções (ou seja, dentro e fora)

para implantar os switches OpenFlow para aplicar serviços isolamento para nós de

rede habilitados para NFV. Misturando estas opções para implementar funções de

rede e switches OpenFlow produz três padrões de implantação mostrados na Fig.8

(Hitoshi, 2014).

28

Figura 8 – O funcionamento do NFV (Hitoshi, 2014).

4.2.1 Funções de rede em ambiente de servidor único

O lado esquerdo da Fig.8 mostra o primeiro padrão de funções de rede: em

servidor único(bare metal). Nesse padrão alguns aplicativos podem solicitar uma

função de rede para melhorar seu desempenho, abordar aplicações de segurança

ou melhorar o gerenciamento. E também as funções de rede desse padrão podem

ser controladas e gerenciadas no nível de serviço. (Hitoshi, 2014).

4.2.2 Funções de rede no ambiente virtualizado com NIC diretamente anexada

O meio da Fig.8 mostra o segundo padrão de implementação de funções de

rede: na VM. A política de gestão nos casos em que uma função de rede ou serviço

de rede é mapeado para portas de rede física pode ser adequado. Neste padrão,

a largura de banda da porta física pode ser inteiramente alocada a uma função de

rede dedicada. Por outro lado, O desempenho isolado é necessário para evitar a

29

interferência entre a rede e funções no mesmo servidor. Um OpenFlow switch deve

ser aplicado na rede subjacente a infraestrutura para obter uma gestão de nível de

serviço. (Hitoshi, 2014).

4.2.3 Funções de rede no ambiente virtualizado com um switch virtual OpenFlow

O lado direito da Fig.8 mostra o terceiro padrão de implantação de funções de

rede: na VM com um comutador virtual OpenFlow.

Este padrão pode ser adequado para aumentar a eficiência de uso de recursos

do servidor, bem como para implantar dinamicamente diferentes funções de rede

no mesmo servidor de mercadorias. Dentro esse padrão, o isolamento de

desempenho e o isolamento de tráfego em o nível de serviço são funções muito

importantes para evitar o serviço degradação da qualidade.

Em todos os três padrões, também é possível aplicar comutadores de rede

(switches L2, switches L3) para o underlay e infraestrutura no lugar de switches

OpenFlow. Decidindo qual padrão é o mais adequado para fornecer serviços de

rede que depende em grande parte dos requisitos de operação de serviço e

requisitos de política de gerenciamento. (Hitoshi, 2014).

4.2.4 API de gerenciamento

Do ponto de vista da gestão, existem quatro APIs sistemas de gerenciamento

de rede podem usar para controlar, gerenciar e monitorar diferentes tipos de

instâncias. Estes são para física servidores, VM, funções de rede ou switches

OpenFlow (Fig.8).

Um comutador OpenFlow é controlado através de um controlador OpenFlow

que podem suportar o protocolo OpenFlow e / ou o OF-Config protocolo. Uma VM

é implantada, controlada e gerenciada usando um gerenciador de MV como o

libvirt. Desde rede funções precisam de APIs orientadas a serviços para serem

controladas diretamente ou indiretamente, cada serviço de rede tem uma operação

específica política e SLA. (Hitoshi, 2014).

30

4.2.5 Capacidade de dimensionamento de serviço de rede

Um switch OpenFlow basicamente reconhece quinze pacotes de cabeçalho na

versão 1.3 do OpenFlow para pacotes para a direção desejável, pesquisando a

correspondência entrada de fluxo em tabelas de fluxo. Consequentemente, a pré-

configuração de entradas de fluxo são muito importantes em suprimir o número de

ações de pacotes de entrada entre o comutador OpenFlow e Controlador

OpenFlow, um alto número dos quais degrada o pacote taxa de transferência.

Em redes de operadoras, o gerenciamento de sessões muito complicado é

normalmente utilizado para fornecer serviços de rede, o que significa que O

OpenFlow não é adequado para serviços de rede de operadora porque muitas

ações de pacotes de entrada junto com a sessão mudanças de estado podem

degradar o desempenho. Se o OpenFlow for usado, é necessário executar uma

pré-configuração muito complicada de regras de fluxo com antecedência toda vez

que um estado de sessão muda ou funções de rede são implantadas. Por outro

lado, o OpenFlow é uma boa solução para aplicativos sem estado.

Para lidar com demandas inesperadas de recursos, o scale-out dinâmico e

scale-in são importantes para os recursos do NFV. Se escalar é para ser executado

para um serviço de rede já ativo, pacote profundo inspeção e um encaminhamento

baseado em políticas é necessário para separar o tráfego convergente de entrada

em tráfego específico grupos. Neste caso, o OpenFlow não é uma solução

apropriada por causa de sua capacidade limitada de análise de pacotes. Para

elástico serviços de rede, cada categoria de função de rede deve ter os seguintes

recursos:

- Inspeção profunda de pacotes (DPI) orientada a serviço de rede.

- Distribuição de cargas de trabalho baseada em políticas.

Esse tipo de função de rede, que chamamos de rede Distribuidor Orientado a

Serviços (NSOD), é aplicado nos três padrões de implantação mostrados na Fig.8.

Mais escalável padrão de implantação são mostrados na Fig.9.

A figura 9 mostra que existem dois tipos de implantação padrões, modelo anexo

direto em que NSOD é diretamente anexado a uma placa de rede física e modelo

interno OpenFlow que todas as instâncias se conectam através de um OpenFlow

31

interruptor. O modelo anexado direto é adequado para uma operação política em

que a largura de banda da porta é totalmente alocada a um serviço de rede,

enquanto que apenas o gerenciamento de fluxo interno é necessário para

interconectar VMs NFV (ou instâncias). Por outro lado, o modelo interno do

OpenFlow tem uma gerência baseada em OpenFlow com todas as VMs NFV. Este

permite que vários tipos diferentes de serviços de rede compartilhem a mesma

porta física, obtendo assim o uso eficaz de recursos. Nestes dois modelos, o

Openflow é usado para o encaminhamento de fluxo básico e tem uma facilidade

para suprimir ações de pacotes de entrada. (Hitoshi, 2014).

Figura 9 – Duas opções de desenvolvimento de NFV usando NSOD (Hitoshi, 2014).

4.3 Comparativo de desempenho entre redes convencionais e redes SDN e NFV

Para fazer esse comparativo iremos usar as métricas que foram expostas

no item 2.4 que dividimos em métricas técnicas (itens 2.4.1 até 2.4.3) que no

contexto desse trabalho são indicadores mais voltados a performance da rede e

métricas de gestão que são os indicadores mais voltados a economia (itens 2.4.4

até 2.4.6). Apenas esclarecendo o termo redes convencionais usado nesse título,

32

o mesmo fica de forma genérica pois pode ser considerado qualquer hardware ou

software que a operadora venha a ter refletindo a realidade das operadoras de todo

o mundo que em suas redes tem hardware e software de diversos fornecedores.

4.3.1 Métricas técnicas

Um desafio fundamental da SDN é como lidar com alto desempenho de alta

segurança e altamente programáveis fluxos de processamento de pacotes de uma

maneira eficiente. Existem dois elementos a serem considerados: desempenho e

programação / flexibilidade.

Nesta seção, o desempenho refere-se especificamente para a velocidade

de processamento do nó da rede considerando tanto a taxa de transferência

quanto a latência. Programabilidade significa a capacidade de mudar e / ou aceitar

um novo conjunto de instruções para alterar o comportamento funcional.

Flexibilidade é a capacidade de adaptar sistemas para suportar novos imprevistos

recursos (por exemplo, aplicativos, protocolos, segurança medidas).

Há uma série de iniciativas em curso para permitir a programação da rede

existente tecnologias em conformidade com as os objetivos da SDN. Além desses,

a programação e o problema de desempenho da SDN permanecem um desafio

para alcançar a largura de banda do nó além 100 Gb / s. (Sakir, 2013)

A Figura 10 descreve as principais tecnologias usadas para processamento

de rede em termos de relacionamento (trade-off) entre programabilidade /

flexibilidade e desempenho.

33

Figura 10 – processamento da rede performance x capacidade de programação (Sakir, 2013).

Processadores de uso geral (CPUs / GPPs) fornece a maior flexibilidade.

Programação de alto nível linguagens e ferramentas de design permitem maior

abstração de design e o rápido desenvolvimento de funções complexas de

processamento de pacotes.

A limitação da implementação da CPU, no entanto, é o seu desempenho e

dissipação de energia, restringido pela arquitetura de propósito geral. No entanto,

processadores multicore, como aqueles da família Intel Xeon, podem alcançar

várias dezenas de gigabits de taxa de transferência por balanceamento de carga

tráfego em vários núcleos. Processadores de fluxo de rede (NPUs / NFPs) são

arquiteturas de processadores otimizados para rede em processamento.

Instruções e interconexões são adaptados para processar dados em pacotes.

Aceleradores dedicados de hardware e várias interfaces tecnológicas são usadas

para aceleração enquanto se reduz a dissipação de energia. No entanto, a

flexibilidade de implementação é reduzida à medida que conhecimento detalhado

do dispositivo é necessário para definir a função de processamento de pacotes /

fluxos e aproveitar ao máximo o paralelismo do dispositivo capacidades de

processamento. O estado da arte NPUs (por exemplo, Netronome) prometem

34

processamento de fluxo desempenho de mais de 200 Gb / s taxa de linha por

dispositivo e mais de 100 Mpackets / s.

Dispositivos lógicos programáveis (PLDs) ou campo matrizes de portas

programáveis (FPGAs) têm evoluído para uma tecnologia de telecomunicação e

processamento de rede. Em comparação com microprocessadores, Os PLDs são

configurados usando hardware ferramentas de design. Esta tecnologia é ideal para

implementar caminhos de dados altamente paralelos que são personalizados para

o processamento de rede individual funções. Tecnologias PLD (por exemplo,

Tabula) pode alcançar o processamento de caminho de dados personalizado de

mais de 200 Gb / s por dispositivo (por exemplo, 200 Mpackets / s comutação).

(Sakir, 2013)

Produtos padrão específicos de aplicativos (ASSPs) são a pedra angular do

alto desempenho redes. Eles são projetados e otimizados para funções ou

produtos amplamente utilizados visando alto volume. A desvantagem de ASSPs é

a sua flexibilidade limitada. Domínios ASSP principais são produtos de camadas

físicas e de enlace de dados, comutação, e produtos sem fio. Nos últimos anos,

SDNespecífico ASSPs foram introduzidos pela Intel, Broadcom e Marvell visando

principalmente alto desempenho Comutação Ethernet com virtualização e suporte

OpenFlow para mais de 500 Gb / s comutação.

Circuitos integrados específicos para aplicações (ASICs) são dispositivos

proprietários personalizados fornecedores de sistemas (por exemplo, Cisco,

Huawei, Juniper) quando os produtos padrão estão indisponíveis e programáveis

soluções são incapazes de atender o desempenho limitado.

Como um aplicativo específico, os ASICs oferecem a menor flexibilidade

fornecendo o mais alto desempenho, potência e benefícios de custo. Espera-se

que os produtos SDN compreendem ASICs proprietários para implementar o Plano

de dados SDN. Tendo em conta a programação / desempenho troca de tecnologias

de processamento de dados, é evidente que apenas uma abordagem híbrida

fornece uma solução tecnológica eficaz para SDN. As principais funções do nó

SDN podem ser decompostas em clusters de subfunções, tais que específicas de

recursos tecnologias (dentro ou através nós) são usados para satisfazer o melhor

35

desempenho vs. trade-off de programabilidade em termos de poder dissipação,

custo e escalabilidade.

Por exemplo, construindo uma plataforma baseada em dispositivos

personalizados (por exemplo, PLDs / ASSPs) combinados com NPUs / NFPs e

uma CPU / GPP uma arquitetura programável híbrida. Tal uma plataforma pode

suportar o encaminhamento rápido em flui na rede junto com a programação e

processamento controlado para tráfego encapsulado e novos fluxos. Um objetivo

da SDN é desenvolver redes construídas em hardware de uso geral. A combinação

de tecnologias, conforme descrito na arquitetura híbrida, suporta esse objetivo.

Com uma interface programável construída em hardware padrão, uma rede

equipada multivendor se torna uma possibilidade. (Sakir, 2013)

Supondo que os requisitos de desempenho podem ser alcançados dentro

de uma arquitetura híbrida programável, uma outra questão que geram discussões,

é a escalabilidade em SDN.

A questão pode ser dividida em escalabilidade do controlador e

escalabilidade de nó de rede. O foco aqui está na escalabilidade do controlador

em que três desafios específicos foram identificados: O primeiro é a latência

introduzida pela troca de rede informações entre vários nós e um único controlador.

A segunda é como os controladores SDN se comunicam com outros controladores

usando o APIs leste e oeste. O terceiro desafio é o tamanho e a operação do back-

end do controlador base de dados.

Considerando a primeira questão, uma distribuição ou infra-estrutura de

controlador peer-to-peer iria compartilhar a carga de comunicação do controlador.

No entanto, esta abordagem não elimina o segundo desafio de interações de

controlador para controlador, para o qual uma visão geral da rede é requerida.

Redes de pacotes tradicionais se prestam para soluções escaláveis porque não

exigem estado extenso a ser mantido entre unidades do sistema. Cada nó da rede

é autônomo, exigindo apenas conhecimento limitado de seus vizinhos. Protocolos

de roteamento foram projetados para controlar o tráfego com isso em mente. Para

criar redes resilientes, caminhos alternativos e equipamentos secundários são

requeridos. Pode então ser necessário manter algum estado entre os sistemas

para garantir que caso ocorra uma falha, haja pouca ou nenhuma interrupção em

36

serviço. Sistemas típicos que exigem esta funcionalidade incluem elementos de

rede tais como balanceadores de carga e firewalls.

Dentro de um ambiente SDN puro, um único controlador ou grupo de

controladores forneceria serviços de controle de encaminhamento para um número

maior de nós de encaminhamento de dados, permitindo assim visibilidade dos

recursos da rede.

Outras abordagens que correspondem aos objetivos do SDN com

protocolos de roteamento existentes envolvem adição de uma camada de

orquestração que expõe uma API que os elementos do aplicativo podem usar para

solicitar desempenho desejado da camada de transporte. (Sakir, 2013)

Uma extensão da camada de aplicação de otimização de trafego (aplicattion

layer traffic optimization ALTO) foi proposto por várias organizações em que o

servidor ALTO hospeda informações agregadas para qual cada controlador tem

um link. O objetivo de ALTO é guiar aplicativos em sua seleção de um dos vários

hosts capazes de fornecer o recurso desejado. Uma arquitetura vertical com fluxo

de informações bidirecionais entre cada O controlador SDN e o servidor ALTO são

propostos para apoiar a visão de rede global.

Em termos de melhoramento do desempenho do aplicativo, ALTO com SDN

seria uma ferramenta poderosa. Uma solução específica para a escalabilidade do

controlador é HyperFlow. HyperFlow é um aplicativo de controle que fica no

controlador NOX e funciona com um sistema de propagação de eventos. O

HyperFlow é uma aplicação que seletivamente publica eventos que altera o estado

do sistema e outros controladores repetindo todos os eventos publicados para

reconstruir o Estado. Por este meio todos os controladores compartilham a mesma

visão consistente em toda a rede.

De fato, esse conceito de fornecer a rede visualizando e distribuindo o

estado por vários controladores é destacado em uma série de soluções para a

escalabilidade do controlador. Onix é uma plataforma de controle distribuída para

abstrações que particiona e distribui a rede em múltiplos controladores. Então se

conclui que a flexibilidade da SDN fornece uma oportunidade em termos de

gerenciamento de rede e escalabilidade funcional. No caminho para alcançar a

37

escalabilidade total para SDN, uma abordagem evolucionária para a programação

de rede será necessária. Por exemplo, com a arquitetura híbrida um volume de

consultas pode ser resolvido na CPU do nó, o que seria caso contrário, ser

transferido para o controlador para em processamento. Isso pode reduzir

potencialmente o tamanho do banco de dados no controlador e simultaneamente

reduzir a comunicação entre o controlador e seus nós. (Sakir, 2013)

Outro ponto importante a se considerar é a interoperabilidade da rede e

padronização da mesma.

Seria simples implantar uma infraestrutura completamente nova baseada na

tecnologia SDN. Para isso, todos os elementos e dispositivos no a rede seria

habilitada para SDN. No entanto, existe uma vasta base instalada de redes de

apoio sistemas vitais e empresas hoje. Simplesmente “Trocar” essas redes por

novas infraestruturas não serão possível, e só é bem adequado para ambientes

fechados, como data centers e redes de campus.

A transição para SDN, portanto, requer suporte simultâneo de equipamentos

SDN e legados. O elemento de cálculo do caminho IETF (PCE) poderia ajudar na

gradual ou parcial migração para SDN. Com o PCE, o cálculo do caminho

componente da rede é movido de o nó de rede para uma função centralizada,

enquanto os nós de rede tradicionais que não usam o PCE continuam para usar

sua função de cálculo de caminho existente.

Um protocolo específico (PCEP) permite comunicação entre os elementos

da rede. No entanto, o PCE não fornece SDN completo. O controlador SDN

centralizado suporta computação de caminho para o fluxo em vários nós da rede.

É necessário mais desenvolvimento para alcançar uma infraestrutura híbrida entre

SDN e a rede tradicional. Essa interoperabilidade requer o apoio de um protocolo

que tanto introduz os requisitos para interfaces de comunicação SDN e fornece

compatibilidade com versões anteriores com roteamento IP e multiprotocolo

existentes tecnologias de planos de controle de comutação de etiquetas (MPLS).

Tal solução reduziria o custo, risco e interrupção para empresas e redes de

operadoras em transição para SDN. Introduzir um novo protocolo requer

consideração de padronização e onde está padronização será de maior benefício.

38

O Instituto Europeu de Normas de Telecomunicações (ETSI) Virtualização da

Função de Rede (NFV) Industry Specification Group pretende padronizar

componentes dentro da rede principal que pode ser virtualizado para fornecer

escalabilidade e eficiência desses serviços. Elemento de encaminhamento e

controle do Grupo de Trabalho de Separação (ForCES) IETF tem trabalhado na

padronização de interfaces, mecanismos e protocolos com o objetivo de separar o

plano de controle do plano encaminhamento de roteadores IP. O ONF está

padronizando o OpenFlow como um protocolo de comunicação dentro a rede e

está dirigindo os padrões de protocolos relacionados, como o gerenciamento

OpenFlow e protocolo de configuração. Muitas linguagens de programação, como

Frenetic e Procera também estão sendo propostas para resolver link da API do

northbound. O trabalho do IETF, ETSI, ONF e outros grupos de trabalho da

indústria devem ser coordenados para aproveitar os padrões existentes de

trabalho em rede, propondo e desenvolvendo padrões mais eficazes para apoiar a

migração do modelo de rede tradicional para SDN. (Sakir, 2013)

Alguns exemplos de tecnologias bem-sucedidas são o DPDK da Intel e

Netmap que fizeram alguns testes usando os conceitos de SDN e NFV.

No caso da Intel foram feitos testes em uma plataforma com suporte ao

DPDK composta por um Intel Xeon E5-2600 de 1 soquete, memória DDR3 e

controlador PCI Express, que atingiu a marca de 80Mpps no processamento L3 de

pacotes de 64 Bytes. Os resultados representam uma diminuição na latência de

memória de 120ns para 70ns aproximadamente, incluindo o tempo de recebimento

do pacote. (Raphael,2018)

E no caso da netmap que é uma estrutura que permite sistemas

operacionais genéricos suportarem taxas de comunicação de milhões de pacotes

por segundo com interfaces de 1 a 10 Gbps, sem a necessidade de hardware

personalizado ou alterações nos aplicativos.

Foi testado em FreeBSD e Linux com adaptadores diversos de rede de 1 a

10 Gbps. O protótipo desenvolvido em [53], apontou que um único núcleo rodando

a 900 MHz, pode enviar ou receber 14,88 Mbps, o que corresponde à taxa de pico

em links de 10 Gbps. Esse resultado foi considerado mais de 20 vezes mais rápido

do que o obtido com APIs convencionais. Testes ainda apontam que foi possível

39

obter aumentos de velocidade de 5 vezes ou mais no Click e em outras aplicações

de encaminhamento de pacotes, utilizando uma biblioteca de emulação Pcap

rodando sobre no Netmap. (Raphael,2018)

Com os dados apresentados acima, podemos concluir que há uma

tendência das redes que usam os conceitos de SDN e NFV serem mais ágeis,

flexíveis e terem uma melhor capacidade, com tantos ganhos do ponto de vista

técnico temos que saber se esse tipo de tecnologia é viável do ponto de vista

financeiro considerando que a mesma não é barata e requer um grande

investimento inicial (CAPEX).

4.3.2 Métricas de gestão

Como dito no final do capítulo anterior vimos que as tecnologias de SDN e

NFV tem grandes ganhos tecnológicos, nesse capitulo iremos explorar a parte de

gestão financeira, utilizando como base os conceitos de CAPEX e OPEX.

OPEX é um termo amplo, e muitas vezes é difícil saber o que é quando é

usado, sem a definição apropriada e contexto. Nenhuma denominação padrão é

suficiente para denominar OPEX em serviços de redes de telecomunicações. Para

os propósitos desta discussão, O OPEX é segregado em nove categorias definidas

abaixo. Esta representação engloba uma definição muito ampla do OPEX,

cobrindo a maior parte dos provedores de serviços:

• Vendas, gerais e administrativas (SG & A): por exemplo, marketing e

publicidade, salários executivos, apoio geral e administração necessária para

operar a empresa.

• Licenças regulatórias, impostos e taxas: Taxas exigidas pela autoridade

governamental, custo do espectro, concessão de franquia, e participação nos

lucros.

• Custos do dispositivo do cliente (para revenda): telefones e outros

equipamento das instalações adquirido e revendido ao cliente a custo reduzido

• Taxas de interconexão / roaming de operadoras: término e taxas de

roaming pagas a outra transportadora pelos serviços prestados

40

• Tarifas de rede alugadas: linhas de rede alugadas ou alugadas ou

equipamento

• Ambiental: energia, operações imobiliárias (por exemplo, locação espaço),

construção / manutenção central, e assim por diante

• Operações de rede: salários / benefícios / materiais para funcionários que

planejam, mantêm e administram os elementos de rede

• Operações de serviços: salários / benefícios / materiais para funcionários

que planejam, mantêm e administram os serviços e suporte aos clientes (incluindo

funções como cliente centros de atendimento e trabalho de campo para apoiar as

instalações do cliente ou conserto) que usam a rede.

• Operações de TI: salário / benefícios / material da equipe para funcionários

que planejam, mantêm e administram os sistemas "backend" que os serviços de

suporte fornecidos aos clientes, como sistemas de suporte a operações /

faturamento (OSS / BSS) 3. (Enrique, 2015).

Figura 11 – Categorias de Opex (Enrique, 2015).

A Figura 11 ilustra uma visão agregada das contribuições dessas categorias

para OPEX com base em um composto de dados de muitos operadores. As quatro

41

categorias de OPEX destacadas na Fig. 11 (ambiental, operações de rede,

operações de serviços e operações de TI) serão mais diretamente impactados

pelos atributos do NFV / SDN descritos anteriormente. Considerando o escopo

mais amplo de virtualização, no entanto, haverá um impacto mais amplo sobre

provedor de serviços OPEX. A manutenção e operação em andamento de

sistemas que executam a empresa (folha de pagamento, suporte de escritório

software, suporte de vendas, etc.), normalmente incluídos SG & A, também se

beneficiará significativamente da virtualização, que também reduzirá o OPEX

geral.

Os efeitos secundários do NFV também são esperados em várias outras

áreas. Por exemplo, virtualização dos dispositivos nas instalações do cliente

reduzirão a complexidade e o custo das instalações do equipamento do cliente

(CPE, por exemplo, set-top boxes e residencial / empresa). Isso terá um impacto

sobre subsídios de dispositivos que os provedores de serviços costumam oferecer

aos seus clientes, reduzindo assim o OPEX na categoria de custo do dispositivo.

Além disso, quando provedores de serviços em todo o mundo estiverem em

ambientes NFV / SDN completos, suas estruturas internas de custo irão cair.

Algumas dessas melhorias de TCO (Total cost of ownership) podem ser

repassadas, bem como a diminuições nas tarifas de interconexão e roaming, taxas

de serviços de rede, contribuindo ainda mais para a economia através destas

categorias OPEX.

Além disso, o NFV / SDN pode permitir novos modelos de negócios de

software. Hoje, o software de rede é fornecido com hardware e é tipicamente

considerado CAPEX. NFV / SDN permitirá fornecedores para repensar este

modelo, e novas estratégias (ou seja, pay-as you-go, taxas de direito de uso)

podem emergir algumas das o orçamento CAPEX do prestador de serviços em

OPEX nas licenças e categoria de taxas. (Enrique, 2015).

O atual paradigma de rede, ilustrado na Figura 12 apresenta uma série de

desafios para a rede das operadoras, em especial a gestão de anomalias e

atualizações no comportamento regular da rede são uma das principais fontes de

aumento de despesas de capital e operacionais. (Rui, 2018).

42

Figura 12 – Como é o paradigma do gerenciamento de redes, baseado em mão de Obra Humana, máquinas assistindo (Rui, 2018).

Atualmente, os operadores precisam fazer o melhor para detectar e mitigar

todos os tipos de problemas nas redes, como falhas de link, gargalos de

desempenho, ataques de segurança, degradação de QoS, erros de software, e

falhas de hardware, entre outros. Existem soluções que normalmente exigem

reconfiguração manual do equipamento e, em alguns casos, a única solução é a

instalação de novos equipamentos e funcionalidades como roteadores, NATs,

firewalls, sistemas de detecção de intrusão, balanceadores de carga, sondas, etc.

Essas tarefas não podem ser executadas sem afetar mesmo que por um tempo

limitado a normal operação da rede. Isso causa interrupções nos serviços e

violações nos SLAs (acordo de nível de serviço), incorrendo assim no aumento de

custos operacionais e de capital e comprometimento QoE dos usuários (Qualidade

da experiência). (Rui, 2018).

As pesquisas que foram feitas nos últimos anos na área de SDN e NFV

resultaram no surgimento de novas capacidades que melhoram significativamente

a agilidade, a flexibilidade e eficiência de custos para gerenciar funções de rede.

43

Essas capacidades são as bases para acionar uma mudança de paradigma

na maneira como as operações de rede planejadas e implantadas, chamadas de

gestão - Figura 13.

Figura 13 –paradigma do gerenciamento de redes com NFV/SDN implementados, baseado em máquinas, humanos assistindo (Rui, 2018).

Esta nova abordagem de gestão irá explorar a SDN, NFV e tecnologias de

computação em nuvem, juntas com algoritmos inovadores, para alcançar um

paradigma inteligente para auto-gestão inteligente de cenários complexos de rede.

Um dos principais impactos da introdução de sistemas autônomos é a

capacidades de reduzir significativamente os custos diretamente relacionados com

a gestão da rede. Tarefas essenciais de gerenciamento de rede são

automatizadas, o que permitirá uma redução notável na complexidade do

gerenciamento de rede, atualmente sendo realizado manualmente. Ações

Proativas e reativas são automatizadas para resolver / mitigar problemas de rede,

minimizando assim a atual manutenção intensiva de mão-de-obra e tarefas de

44

resolução de problemas para operadores de rede, para uma redução mais

significativa no OPEX.

A fim de fornecer um sistema gestão autônoma totalmente automatizado e

altamente inteligente, três propriedades-chave devem ser tratadas por arquitetura:

O primeiro está relacionado com monitoramento de rede automatizado. A

arquitetura deve permitir a implantação automática de NFV e aplicações,

normalmente conhecidas como sondas ou sensores, a infraestrutura de rede para

facilitar todo o sistema de monitoração distribuída. Estas aplicações virtuais estão

espalhadas pela rede de acesso e backbone infraestruturas para permitir ao

usuário final, serviço e sensibilização da rede através da coleta de métricas de

todos os elementos necessários na arquitetura de rede. A informação recolhida

deve ser verificada por algoritmos de análise de dados de feed (por exemplo,

análise de dados, mineração de dados, aprendizado de máquina) para criar

indicadores-chave que podem se traduzir em serviço afetando condições (falhas

de rede, desempenho gargalos, brechas de segurança, intrusões, etc.), condições

que podem evoluir para serviços sendo afetados, entre outros, ou seja, detecção

de situações onde a topologia de serviço sendo usada para entregar um serviço

aos usuários finais pode ser otimizado para minimizar os recursos sendo usados

ou o serviço QoS Ferramentas de inspeção de pacotes, como inclusão de sistemas

de detecção, processamento seletivo de pacotes e ferramentas, ferramentas de

perfis de usuários e monitoramento de rede Estes são alguns exemplos de

software usado para reunir medições para derivar essas métricas de alto nível.

(Rui, 2018).

O segundo aspecto fundamental que deve ser cumprido pela nova

arquitetura de gerenciamento é a gestão automática da manutenção de rede, ou

seja, a capacidade de definir alto nível medidas táticas corretivas e preventivas

para responder às condições diagnosticadas. Essas medidas podem corresponder

a ações reativas de a rede em resposta a corrigir / mitigar questões existentes de

rede de vários tipos, ou podem corresponder a ações proativas para prevenir a

evolução de uma condição diagnosticada para uma anomalia eficaz afetando os

serviços. Essas ações podem ser mapeadas para solicitar configuração

automatizada, escalabilidade, migração de VNFs existentes, a implantação de

45

novas VNF ou a reconfiguração da conectividade de serviços topologia lógica. (Rui,

2018).

Atualmente, a implantação de um serviço de rede pode implicar em longos

processos de aquisição de hardware, bem como geralmente uma complexa

transferência dos recém-desenvolvidos serviços para a equipe de operação e

testes que dependem também do conhecimento da equipe de desenvolvimento e

posterior treinamento da equipe de operação.

Duas tendências recentes mudam dramaticamente isso:

Por um lado, o acima mencionado NFV / SDN, que permite a rápida

configuração da rede, para acomodar novos serviços, e uma fusão das equipes de

desenvolvimento e operações de software, conhecido como DevOps, que elimina

a entrega e diminui o intervalo de tempo mencionado acima.

Além disso, há uma meta que implica nas melhorias nas Telecomunicações

fixadas para 2020, conhecido coletivamente como "5G", também temos que pensar

nisso, ou seja, para reduzir drasticamente o tempo de colocação no mercado de

novos serviços ("de 90 dias a 90 minutos"). As Operadoras de Telecom devem

rever completamente seus processos para estar de acordo com este objetivo. O

"5G" também empurra fortemente para barreiras significativamente mais baixas a

entrada de desenvolvedores / provedores de serviços, necessariamente vindo de

provedores de infraestrutura, o que significa que as telecomunicações

provavelmente terão que abrir suas infraestruturas para esses novos

serviços/fornecedores, sem afetar negativamente os serviços já implantados. (Rui,

2018).

Esse conjunto de procedimentos, ferramentas e técnicas que é DevOPS

permite que as organizações simplifiquem drasticamente desenvolvimento de

software e a operação dos mesmos,

Algumas dessas técnicas e procedimentos são:

Testes automatizados: para aumentar a qualidade do software entregue, os

testes devem ser executados muitas vezes (para cada mudança no software), que

é impossível fazer da forma tradicional. Portanto, o código é escrito para testar

código, tornando possível executar esses testes sem intervenção humana e como

46

muitas vezes conforme necessário. Esses testes devem considerar uma

abordagem em camadas, em que testes de nível inferior são executados com mais

frequência (frequentemente usando técnicas de dependências falsas,

especialmente lentas, como bancos de dados, rede, sistemas de arquivos, etc.) e

são mais rápidos de executar, enquanto a camada superior os testes são mais

lentos (porque não há falsificações sendo usadas) e, consequentemente, ocorrem

menos vezes;

Integração contínua: reduz os riscos por uma integração frequente e,

portanto, um menor número de alterações em cada integração: se uma integração

quebra, é muito mais fácil identificar a mudança ou código ofensivo. Dependendo

do tipo de tecnologia usada (linguagem de programação, frameworks, etc.), um

processo contínuo de compilação que liga dependências também pode ser

necessário;

Infraestrutura como código: quando a infraestrutura é virtualizada, é comum

poder defini-la através de código. Quando isso acontece, uma dimensão

completamente nova é aberta, desde técnicas que são mais geralmente usadas no

desenvolvimento de software, como controle de versão, testes automatizados, etc.,

também podem ser usadas na definição da infraestrutura. Esta atividade torna-se

um processo repetitivo, através do qual centenas ou até milhares de servidores

podem ser provisionados de forma consistente e em tempos relativamente curtos;

Gerenciamento de configuração: gerencia o ciclo de vida de configuração

dos sistemas, incluindo dependências entre diferentes configurações. Em seu

sentido mais amplo, a configuração da gestão também abrange funções como

análise de causa raiz (de um problema detectado), impactando na análise (de uma

mudança planejada), etc., tornando um recurso crucial na infraestrutura de TI de

hoje. (Rui, 2018).

Como verificamos a tecnologia do SDN e NFV pode trazer ganhos também

do ponto de vista financeiro onde as empresas de telecomunicações de maior porte

terão um desafio maior para implementar o SDN e NFV em suas redes justamente

devido a quantidade de equipamentos que as mesmas tem e terão necessidade

de um CAPEX maior comparado as empresas de pequeno/médio porte, mas para

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todos os casos esse investimento inicial se pagará ao longo do tempo com gastos

menores de OPEX, conforme explicado ao longo do item 4.3.2.

48

49

5 CONCLUSÃO

Os conceitos SDN e NFV são tecnologias promissoras. Neste trabalho foi

discutido o que são, como funcionam e foram colocadas métricas para comparar

seu desempenho ao desempenho das redes convencionais.

Primeiramente foi descrito o que são os conceitos SDN e NFV e as métricas

utilizadas para comparação, que dividimos em duas partes, métricas técnicas que

são latência, largura de banda, agilidade, flexibilidade e capacidade de rede. Na

segunda parte usamos as métricas de gestão que são o CAPEX, OPEX e

inovações que essas tecnologias irão proporcionar.

Avaliando as redes convencionais e utilizando as métricas acima descritas

podemos colocar como principal contribuição a verificação que as redes SDN e

NFV tem melhores desempenhos técnicos que suas antecessoras, porém uma alta

complexidade para implementação, principalmente em grandes redes, essa

complexidade é espelhada em um alto custo CAPEX para o início do

funcionamento da tecnologia, mas que após esse funcionamento e ao longo do

tempo esse custo vem se pagando com um baixo OPEX.

Dessa forma foram atingidos os objetivos gerais e específicos pois todos os

pontos colocados nesses itens foram abordados ao longo do trabalho.

Algumas limitações interferiram neste estudo: a limitação de tempo para

pesquisa e a escassez de textos em português que abordassem o tema.

Para o futuro, recomenda-se que este trabalho seja utilizado como um

referencial teórico para aqueles pesquisadores que desejam aprofundar-se no

tema ou para operadoras de telecomunicações que queiram implementar essa

tecnologia em suas redes.

50

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