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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Educação Física Daiana Cristina da Silva Giovani Martins Sales Karina Cristina Martins VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS: COMO O EDUCADOR FÍSICO PODE INTERVIR PARA MINIMIZAR SITUAÇÕES DE CONFLITOS NO ENSINO MÉDIO E. E. José Belmiro Rocha: Guaimbê – SP LINS – SP 2010

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Page 1: VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS: COMO O EDUCADOR FÍSICO PODE … · 2011. 3. 30. · DAIANA CRISTINA DA SILVA GIOVANI MARTINS SALES KARINA CRISTINA MARTINS VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS: COMO O

UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Educação Física

Daiana Cristina da Silva

Giovani Martins Sales

Karina Cristina Martins

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS: COMO O EDUCADOR

FÍSICO PODE INTERVIR PARA MINIMIZAR

SITUAÇÕES DE CONFLITOS NO ENSINO MÉDIO

E. E. José Belmiro Rocha: Guaimbê – SP

LINS – SP

2010

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DAIANA CRISTINA DA SILVA

GIOVANI MARTINS SALES

KARINA CRISTINA MARTINS

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS: COMO O EDUCADOR FÍSICO PODE INTERVIR

PARA MINIMIZAR SITUAÇÕES DE CONFLITOS NO ENSINO MÉDIO E. E.

JOSÉ BELMIRO ROCHA: GUAIMBÊ - SP

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Educação Física, sob a orientação da Profª Esp. Liliane Donizete da Silva Valbom e orientação técnica da Profª Esp. Ana Beatriz Lima.

LINS – SP

2010

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Silva, Daiana Cristina; Sales, Giovani Martins; Martins, Karina Cristina.

Violência nas Escolas: Como o Educador Físico pode intervir para minimizar situações de conflitos no ensino Médio E.E José Belmiro Rocha. Daiana Cristina da Silva; Giovani Martins Sales; Karina Cristina Martins /– – Lins, 2010.

75p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Educação Física Licenciatura, 2010

Orientadores: Ana Beatriz Lima; Liliane Donizete Silva Valbom

1. Violência nas Escolas. 2. Educador Físico 3. E.E José Belmiro Rocha I Título.

CDU 796

579v

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DAIANA CRISTINA DA SILVA

GIOVANI MARTINS SALES

KARINA CRISTINA MARTINS

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS: COMO O EDUCADOR FÍSICO PODE INTERVIR

PARA MINIMIZAR SITUAÇÕES DE CONFLITOS NO ENSINO MÉDIO E. E.

JOSÉ BELMIRO ROCHA: GUAIMBÊ - SP

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Licenciatura em Educação Física.

Aprovada em: _____/_____/_____

Banca Examinadora:

Profª Orientadora: Liliane Donizete da Silva Valbom

Titulação: Profª Esp. em Estudos da Formação Étnico Racial Brasileira.

Assinatura: __________________________________

1º Prof(a):_____________________________________________________

Titulação:_____________________________________________________

Assinatura:____________________________________

2° Prof(a):_____________________________________________________

Titulação:_____________________________________________________

Assinatura:____________________________________

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A minha mãe Clarice, a minha avó Hortência, a minha tia Valdice e

aos meus irmãos Carlos e Rodrigo.

A jornada foi pareceu árdua e difícil ... O desanimo tentou se apossar

por varias vezes. As tristezas que vieram tomar posse da minha vida, mas

que nunca foi grande para que eu pudesse abaixar a minha cabeça, e acabei

conseguindo ser forte por passar por cima de tudo isso com garra e

determinação. Hoje venci mais uma batalha e eu sei que vocês estão

orgulhosos, e consegue ler em meu rosto as palavras que a emoção me impede

de dizer.

OBRIGADA POR TUDO. Vocês são a minha vida eu amo vocês.

A DEUS

Em meios de tantos aminhos incertos Deus me orientou e me levou a

mais uma conquista e por isso eu quero agradecer por seu infinito amor e por

ter me dado força para vencer mais um obstáculo, não permitindo que o

cansaço fosse maior, levando-me ao desanimo. Obrigada pelas amizade

conquistadas, pela saudade que já aperta o meu coração, por ter me dado

não só a sabedoria intelectual, mas também a sabedoria espiritual e

principalmente por fazer parte da mina VIDA.

DAIANA

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Feliz do homem, que por atrás de sua estrutura contém um Pai ou

uma Mãe. DEUS foi generoso comigo, ele me deu os dois e abençoaram suas

vidas, para que pudesse compartilhar comigo esse momento tão importante

de minha vida.

Ao meu velho Pai o senhor JOSÉ (ZEZÃO) e minha querida mãe a

senhora FILOMENA (FILÓ), agradeço de todo o meu coração, por todas

as palavras de incentivos, as orientações nos momentos difíceis, as palavras

de sabedoria nas horas exatas e por toda a dedicação durante toda a minha

vida, e hoje, é com grande satisfação que dedico os frutos desse importante

trabalho exclusivamente a eles e a DEUS. E diante de muita alegria posso

dizer, que sem a presença deles não seria possível realizar este tão esperado

sonho.

OBRIGADO POR TUDO E QUE DEUS OS ABENÇOE.

AMO VOCÊS, ONTEM, HOJE E POR TODO SEMPRE.

Giovani

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Dedico primeiramente esse trabalho a Deus, que guiou meus caminhos

e me deu a oportunidade de realizar grandes conquistas como esta.

E as pessoas mais importante na minha vida, que sempre apoiaram as

minhas decisões, que nos momentos difíceis não me deixaram desistir e, por

sempre estarem ao meu lado nos momentos que precisei!

Pai e Mãe, Vorlei e Maria (Lena) obrigada por fazerem parte da

minha vida, vocês são pessoas maravilhosas. Estão presentes todos os dias

dentro do meu coração, obrigada pela paciência e carinho que sempre

tiveram comigo. Obrigada por tudo...

DEDICO ESSA REALIZAÇÃO A VOCÊS.

AMO VOCÊS !!!

Karina

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AGRADECIMENTOS

Aos meus companheiros Karina e Giovani.

Ficaram para trás as dificuldades superadas, os bate papos, festas e

confusões. Ficaram para trás o sonho que se traz de se transformarem, de

serem alguém capaz. Fica para trás o medo das provas, a correria para

entregar os trabalhos, as brigas para a melhora do nosso curso. Ficaram

noites mal dormidas, finais de semana roubados. A distancia, a nos imposta

pelo fim dessa etapa não vai ser muito grande permanecemos lado a lado

dentro do nosso pensamento. Anos se passaram e u misto de prazer e ao

mesmo tempo dor cheia de saudades fizeram-nos rir e chorar de uma só vez.

Ai percebi que a distancia não separa ninguém, apenas tornam as

lembranças mais vivas. Percebi que existe pessoas que se eternizam e por se

eternizarem não acabaria nunca um adeus, mas sempre um sincero ate breve.

Foi Deus que consagrou vocês para sermos bons amigos, num so coração.

Amigos para sempre, para sempre amigos sim se Deus quiser

Adoro Vocês.

DAIANA

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AGRADECIMENTOS

Antes de qualquer voto de agradecimento que irei expor nesse

momento, elevo meus pensamentos aos céus e agradeço ao nosso generoso

DEUS, que me permitiu concluir esse importante trabalho e me deu forças

para superar, mas essa etapa de minha vida.

Agradeço a todas as pessoas que acreditaram no meu potencial, e se

alegraram com os frutos desse trabalho, e enfatizo a dedicação dos meus

queridos Professores, principalmente as Professoras LILIANE VALBOM e

ANA BEATRIZ LIMA que tiveram a difícil missão de nos orientar,

agradeço também ao Professor ANTONIO ARRUDA SIMÃO, que diante

a sua dedicação, conseguiu plantar em meu coração a essência da Educação

Física, lá nas épocas de colégio, não posso esquecer de meus colegas que

também fazem parte deste processo de conquista, agradeço a toda a minha

família, a minha noiva a Professora PRISCILA P. PORFIRIO que foi

incisiva na conclusão deste trabalho, teve uma grande parcela no deste

trabalho e em especial a minha querida tia FATIMA que foi uma das

maiores incentivadoras que tive na trajetória de minha formação.

OBRIGADO E QUE DEUS ABENÇOE A TODOS.

Giovani

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a deus, por ter dado forças pra seguir esse caminho e, ter

conseguido concluir mais uma etapa da minha vida.

Aos meus pais, Vorlei e Lena pelo apoio, carinho e paciência que

tiverem comigo durante esse período.

A minha família que sempre me deram força.

Ao meu namorado Márcio André por sempre me apoiar. Te Amo

muito!

A professora Bia e a nossa orientadora Liliane por ter nos auxiliado e

nos mostrar o caminho certo a seguir.

E todas as pessoas que me incentivaram.

OBRIGADA POR TUDO !!!

Karina

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RESUMO

O objetivo deste trabalho foi verificar a importância do educador físico nos processos de minimização da violência escolar, agindo como pacificador em situações de conflito. Mostrando como o papel da educação é importante no processo de crescimento do indivíduo, e que a família é o principal meio de inclusão no processo educacional, agindo em conjunto com a escola, dando ênfase à estrutura da educação em seus períodos, desde a História da Educação no Brasil até a educação na era Contemporânea, mostrando a criação de novas ferramentas dentro do ensino. Neste consenso de desenvolvimento educacional, destaca-se a violência escolar e seus conceitos, tratando-se das dimensões que envolvem vários tipos de atos que se agregam à violência, como a agressão verbal e a desigualdade existente na sociedade, numa amplitude universal. A Educação Física aparece em meio a este processo, como uma importante fonte revitalizadora de conceitos éticos, familiar, cognitivos, cultural, moral, social e educacional, possibilitando ao ser humano em seu processo de formação, uma melhor compreensão da prática, teoria, corpo, mente e saúde; podendo proporcionar sentimentos diversos, produzidos pela particularidade desta disciplina, propiciando entre o professor e o aluno uma maior aproximação, dando condições para o educador físico trabalhar situações de conflito com o devido conhecimento de causa, gerando assim, oportunidades de se alcançar os objetivos descritos num planejamento de aula e na lapidação do cidadão. Torna-se evidente no apuramento da pesquisa, os principais fatores que contribuem para as diversas faces da violência escolar, entre elas a desestrutura familiar, pois entende-se que a família deve ser o alicerce na formação do indivíduo. A pesquisa se construiu dentro da escola E. E. José Belmiro Rocha na cidade de Guaimbê – SP, com base na vivência da rotina das aulas de Educação Física, relatos e opiniões do corpo docente e seus respectivos parceiros como o Projeto Brotar, Conselho Tutelar e a Ronda Escolar, estendendo o foco da pesquisa com informações extraídas no trabalho preventivo realizado pela Polícia Militar de Lins. Enfim, o elo existente entre o educador físico e os alunos através de sua percepção, pode intervir na prevenção, através de sua didática e o seu comprometimento com a sua profissão, possibilitando uma melhor compreensão do mundo do aluno, trazendo-o mais próximo de si, auxiliando nas mais diversas situações e criando acima de tudo um elo de confiança entre aluno e professor. Palavras chave: violência nas escolas, educador físico, E. E. José Belmiro Rocha.

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ABSTRACT

The aim of this study was to assess the importance of the physical educator in the minimization of school violence, acting as peacemaker in conflict situations. Showing how the role of education is important in the growth process of the individual, and that the family is the primary means of inclusion in the educational process, acting jointly with the school, emphasizing the structure of education in their periods, since the history of Education in Brazil to education in the contemporary era, showing the creation of new tools in education. Educational development of this consensus, there is school violence and its concepts, in the case of dimensions involving different types of acts that are added to the violence, such as verbal abuse and inequality in society, a universal amplitude. Physical education appears in the midst of this process as an important source of revitalizing ethical concepts, family, cognitive, cultural, moral, social and educational services, enabling the human being in its formation process, a better understanding of the practice, theory, body , mind and health, and may provide different feelings produced by the peculiarity of this discipline, providing between teacher and student closer, giving conditions for the physical educator to work conflict with the proper knowledge of the facts, thereby generating opportunities to reach the goals described in lesson planning and the stoning of the citizen. Becomes evident in the tabulation of the survey, the main factors contributing to the many facets of school violence, including the family dysfunction, as it is understood that the family should be the Cornerstone in shaping the individual. The research is built within the school E. E. Belmiro Jose Rocha in the town of Guaimbê - SP, based on the experience of routine physical education classes, reports and opinions of faculty and their partners as Project Sprout, Guardian Council and the School Ronda, extending the focus of research information extracted in the preventive work done by the Military Police Lins. Anyway, the link between the physical educator and the students through their perception, may intervene in the improvement of the violence through his teaching and his commitment to his profession, enabling a better understandingof the world of the student, bringing it closer himself, helping in many different situations and above all creating a bond of trust between student and teacher. Keywords: school violence, physical educator, E. E. Belmiro Jose Rocha.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Menino na sala de aula.............................................................. 16

Figura 2: Crianças na sala de aula ........................................................... 19

Figura 3: Início da Educação no Brasil ..................................................... 23

Figura 4: Trote solidário ............................................................................ 29

Figura 5: Violência .................................................................................... 32

Figura 6: Sala de aula............................................................................... 33

Figura 7: Aulas de Educação Física ......................................................... 34

Figura 8: Pais brigando e a filha chorando................................................ 37

Figura 9: Favela e prédio .......................................................................... 37

Figura 10: Família ..................................................................................... 38

Figura 11: Família reunida na mesa ......................................................... 38

Figura 12: Professora na escola ............................................................... 40

Figura 13: Político falando ........................................................................ 41

Figura 14: Deus ........................................................................................ 41

Figura 15: Menino fumando ...................................................................... 42

Figura 16: Crianças se beijando ............................................................... 42

Figura 17: As tecnologias.......................................................................... 44

Figura 18: Imagens de Violência verbal e física........................................ 44

Figura 19: Professor dormindo na sala de aula ........................................ 45

Figura 20: Pais deixando o filho antes de irem trabalhar .......................... 47

Figura 21: Componentes da Policia Militar de Lins ................................... 49

Figura 22: Os alunos e a responsável pelo Conselho............................... 50

Figura 23: Alunos durante as atividades................................................... 50

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................... 14

CAPÍTULO I – EDUCAÇÃO ..................................................................... 16 1 CONCEITO............................................................................... 16

1.1 A História da Educação Escolar................................................ 18

1.2 Principais Teorias (Divisões da Educação na história) ............ 19

1.3 A História da Educação no Brasil.............................................. 23

1.3.1 Principais Teorias (Períodos da História da Educação no Brasil). 24

1.4 Educação na era Contemporânea ............................................ 29

CAPÍTULO II – VIOLÊNCIA ..................................................................... 32 2 CONCEITO DE VIOLÊNCIA..................................................... 32

2.1 Violência na Instituição Educacional......................................... 32

2.2 Educação Física e Violência..................................................... 34

CAPÍTULO III – O FENÔMENO DA VIOLÊNCIA ESCOLAR NOS DIAS ATUAIS .................................................................................... 36

3 FATORES CONTRIBUINTES .................................................. 36

3.1 Desestrutura familiar e desigualdade social ............................. 36

3.2 Família e Sociedade na Educação ........................................... 38

3.3 Escola ....................................................................................... 39

3.4 Política ...................................................................................... 40

3.5 Religião..................................................................................... 41

3.6 Droga e Sexualidade Precoce .................................................. 42

3.7 Tecnologia ................................................................................ 43

3.8 Agressão Verbal e Física.......................................................... 44

3.9 Profissionais descomprometidos .............................................. 45

3.10 Família e Escola (Escola: Indústria terceirizada) ...................... 46

CAPÍTULO IV – A PESQUISA ................................................................. 48 4 INTRODUÇÃO.......................................................................... 48

4.1 Violência e Escola..................................................................... 48

4.1.1 Segurança Pública – Polícia Militar de Lins .............................. 49

4.1.2 Conselho Tutelar....................................................................... 49

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4.1.3 Projetos Sociais X Violência Escolar ........................................ 50

4.2 Depoimentos............................................................................. 51

4.3 Parecer Final............................................................................. 57

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO............................................................. 58

CONCLUSÃO........................................................................................... 61 REFERÊNCIAS ........................................................................................ 62 APÊNDICES ............................................................................................. 64 ANEXOS .................................................................................................. 72

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INTRODUÇÃO

A realização deste trabalho evidenciou a violência escolar, pois é um

tema constantemente abordado que atinge todas as classes sociais.

Identificou-se que o profissional de Educação Física é um poderoso mediador

contra a violência escolar.

O presente trabalho tem como objetivo, demonstrar a importância do

Educador Físico nas soluções de conflito.

Foi levantado o seguinte questionamento:

Como o educador físico pode intervir para minimizar situações de

conflito no ensino médio?

Em resposta a essa questão, levantou-se a seguinte hipótese que

norteia o trabalho: O educador físico pode influenciar na conduta da criança e

do adolescente agindo como pacificador, podendo com medidas viáveis,

estudar e administrar possíveis soluções para o problema em questão. A

pesquisa, tem o objetivo de buscar argumentos que possam encontrar meios

que tragam uma melhor compreensão do problema atual, diante de vários

fatores que provavelmente desencadeiam a Violência nas Escolas. O

direcionamento da pesquisa, tenta responder os atos de violência, com estudos

realizados nos alicerces da formação do aluno, tendo base nos conceitos

Familiar, Cultural e Social e, outras inúmeras situações que podem causar o

descarrilamento no comportamento do indivíduo. Trazendo ao mesmo,

conseqüências futuras em seu desenvolvimento como cidadão, com reflexos

evidenciados em sua vida escolar.

Para demonstrar a veracidade desta afirmação, foi realizada a pesquisa

na escola E. E. José Belmiro Rocha, na cidade de Guaimbê, cujos métodos e

técnicas serão abordados no capítulo IV.

O trabalho está assim dividido:

Capítulo I: Relata a educação e seus períodos;

Capítulo II: Enfatiza a violência;

Capítulo III: Descreve os fatores contribuintes que desencadeiam a

violência;

Capítulo IV: Apresenta os depoimentos de profissionais; encerrando com

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o parecer final, proposta de intervenção e a conclusão.

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CAPÍTULO I

EDUCAÇÃO

Fonte: Constelação sistêmica. (2008). Figura 1: Menino na sala de aula.

1 CONCEITO

A humanidade busca constantemente definir da melhor forma o termo

educação e seus conceitos através de seus pensadores, de maneira que possa

atingir todos os setores da sociedade, posicionando-se no caminho da

evolução. Segundo Nelson Mandela (líder político africano que foi presidente

da África do Sul de 1994 a 1999, depois de atuar como principal representante

do movimento anti-apartheid, como ativista, sabotador e guerrilheiro), “a

educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”

(s/d).

A educação por sua própria excelência, também possui regras e etapas

de desenvolvimento como qualquer outro segmento que faz parte do processo

de crescimento do indivíduo e se destaca, pois só é consolidada quando ela

nasce no leito da família. Sendo que a ação educativa processa-se de acordo

com a compreensão que se tem da realidade social em que se está imersa. Na

medida em que essa ação se efetiva, o homem se educa, interagindo com os

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resultados de sua experiência e, contribuindo para que outros indivíduos

participem dessa construção de cidadania solidária.

A família é o principal meio de inclusão do indivíduo no processo

educacional, e a educação uma extensão que conduz o indivíduo para o

conhecimento cognitivo, psíquico, intelectual, cultural, perceptivo e consciente.

Paulo Freire entendia que a principal função da educação é seu caráter

libertador. Para ele, ensinar seria fundamentalmente, educar para a liberdade,

a “educação para o homem – sujeito” (1981, p. 36). Compreendia a educação

não como condicionamento social, mas voltada para a liberdade e a autonomia.

Todas as palavras de uso possível para expressarmos o propósito da

educação: ensino, instrução, criação, disciplina, aquisição de conhecimento,

aprendizagem forçada de maneiras ou moralidade – todas elas se reduzem a

dois processos complementares que podemos descrever com propriedade

como “crescimento individual” e “iniciação social” (Read, 1986, p. 18). Neste

processo de lapidação do indivíduo, a consolidação é marcada dentro do

âmbito escolar diante de uma proposta pedagógica.

Portanto, a educação materializada na escola é resultado de uma

construção histórica, é um ato de legítima defesa que respalda o indivíduo no

seu caminho de evolução.

Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. (PAULO FREIRE, 2007).

A construção da cidadania deve ser estimulada a partir da infância

quando os sonhos se iniciam. A convivência familiar é peça fundamental para

uma vida adulta embasada em valores éticos e morais.

A sociedade é condutora da mobilidade dos indivíduos que dela

participam, contudo, é fundamental a percepção do valor da educação para

humanizar as pessoas no convívio social.

1.1 A história da educação escolar.

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Falar sobre a história da educação escolar é fazer uma viagem pelas

raízes da construção da humanidade, o homem em seu processo de

crescimento descreve o ambiente onde se desenvolve a construção do saber e

do compreender, e se direciona aos caminhos da interação social e familiar,

trazendo consequências diretas na formação de valores pessoais e

intelectuais. A prática educacional é uma ação constante e a fonte de energia

que movimenta esta enorme engrenagem, que abrange os sistemas existentes

no meio social.

Segundo a visão C. R. Brandão (1985), “ninguém escapa da educação”.

Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de outro todos nós

interagimos com ela: para aprender, para ensinar. Para saber, para fazer, para

ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação.

“Educação na verdade é o processo de transição, que o indivíduo sofre na

lapidação de seu perfil como cidadão” (BRANDÃO, 1985, p. 7).

A educação é um típico 'que fazer' humano, ou seja, um tipo de atividade que se caracteriza fundamentalmente por uma preocupação, por uma finalidade a ser atingida. A educação dentro de uma sociedade não se manifesta como um fim em si mesmo, mas sim como um instrumento de manutenção ou transformação social. (LUCKESI, 2001, p. 30).

Diante de todo esse processo no desenvolvimento da educação,

enfatizamos o seu contexto de planejamento, que nasce e se desenvolve

dentro da instituição escolar.

A escola acaba sendo um espaço privilegiado para esse processo,

principalmente porque na escola não há espaço para a informalidade. Nesse

ambiente o processo é planejado justamente para resultar os interesses e os

valores da sociedade em que está inserido. A educação formal, escolar, reflete

sempre a sociedade dominante e, por esse motivo a escola é uma instituição

reprodutora, pois representa a classe que a organiza e mantém. Na verdade

quando refletimos, sobre o percurso da história educacional, fica evidenciado

que a escola nasce com a divisão da sociedade em classes, e este é um

processo que vem desde as épocas sacerdotais, “Egito, Grécia, Roma”, ou

seja, a educação escolar foi se construindo dia a dia e se consolidando com o

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aparecimento do sistema socioeconômico, dando indícios com que cada

civilização viesse moldar o seu próprio sistema educacional, e que este

sistema se adequasse de acordo com a necessidade de seu respectivo povo.

À casta sacerdotal deve-se o primeiro sistema de ensino formal, motivado pela necessidade deformar o sacerdote escriba, guardião da ordem religiosa e encarregado da administração da sociedade, membro da classe dos baluartes do absolutismo político e da ordem sócio-econômica. (GILES, 1987, p. 7).

Em todos os processos a educação escolar, fica de fato caracterizada

que esta ferramenta é um meio que revigora os valores do senso humano, é

também um sistema capaz de impulsionar a humanidade para sua evolução;

vale ressaltar que a evolução da educação requer a participação intensiva da

sociedade, sendo que a educação é direito de todos e lutar por ela deve ser

uma obrigação de todos os cidadãos. E toda essa experiência que a

humanidade se submeteu ao longo da história, se solidifica em diretrizes

voltada ao sistema social, nas instituições de ensino de ontem, de hoje e do

futuro.

Fonte: Jornal do Comércio 2009-A-16. Figura 2: Crianças na sala de aula.

1.2 Principais teorias (Divisões da educação na história)

Segundo Manacorda (2001) a educação está dividida nas seguintes

linhas:

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a) Sociedade e educação no Antigo Egito: Do Egito é que nos

chegaram os testemunhos mais antigos e talvez mais ricos sobre

todos os aspectos da civilização e, em particular sobre a educação.

Reconhecido como berço comum da cultura e da instrução. Nessa

época não se referia à escola intelectual, entendida como

aprendizagem das técnicas culturais, definidos pelo ler, escrever e

calcular há provas do processo de inculturação reservado às classes

dominantes: isto é, a escola de formação para a vida, política, ou

melhor, para o exercício do poder.

b) A educação na Grécia: Na Grécia, embora com características

diferentes encontram-se aspectos da educação do Antigo Egito,

transmitidos por autores gregos como: Heródoto, Platão, Diodoro de

Sicília. Nesse período há a separação dos processos educativos

segundo as classes sociais, porém menos rígida e com um evidente

desenvolvimento para formas de democracia educativa. Para as

classes governantes uma escola, isto é, um processo de educação

separado, visando preparar para as tarefas do poder, que são o

“pensar” ou o “falar” (isto é, a política) e o “fazer” a esta inerente (isto

é, armas). E para as classes excluídas e oprimidas, sem arte nem

parte, nenhuma escola e nenhum treinamento, mas em todo e em

graus diferentes, a mesma aculturação que descende do alto para as

classes subalternas.

c) A educação em Roma: Em Roma a educação moral, cívica e

religiosa tem uma história com características próprias, ao passo que

a instrução escolar no sentido técnico, especialmente das letras, é

quase totalmente grega. Os historiadores afirmam que na Roma

antiga o primeiro educador é a família, que a educação está no seio

familiar. E que o papel da mulher na educação familiar não é

secundário, pois a elas são atribuídas a tarefa de ensinar aos filhos

os primeiros elementos da falar e do escrever.

d) A educação na Alta Idade Média: Nesse período verificam

fenômenos políticos significativos e também dois processos

paralelos: o gradual desaparecimento da escola clássica e a

formação da escola cristã, na sua dupla forma de escola episcopal

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(do clero secular) nas cidades e de escola cenobítica (do clero

regular) nos campos.

e) A educação na Baixa Idade Média: As escolas Régias, instituídas por

Lotário na Itália e exigidas pelos bispos na França, desaparecem

totalmente, enquanto as escolas paroquiais, episcopais e cenobiais

sobrevivem letargicamente. A própria palavra escola significa, nesta

época, lugar de reunião, a aula régia ou uma congregação, mais do

que o lugar onde se estuda. A escola pode ser um mosteiro.

f) A educação no Trezentos e no Quatrocentos: Temos aqui, em

síntese, o quadro das carreiras sociais e educativas: o clérigo, que

deve amar as sagradas escrituras; o leigo, que deve amar os livros e

preparar-se para as profissões e o Miles ou cavalheiro, que deve

exercitar-se. Temos aqui as duas classes dominantes da sociedade

medieval – o clero e os nobres – e mais a nova classe burguesa: em

suma, o terceiro Estado.

g) A educação no Quinhentos e no Seiscentos: O Quinhentos e

Seiscentos abordam além da Renascimento, vários outros temas

como a Reforma, a Contra-reformas, a utopia e a Revolução. Sob

estes títulos se desenvolvem algumas linhas gerais da história da

civilização: a expansão do espírito e dos conteúdos do humanismo

em toda a Europa; a assunção das aristocráticas exigências

humanísticas e a mediação entre estas e as exigências ascético-

populares; a reação contra todas estas tentativas de inovação, que

abalam os fundamentos morais e políticos das velhas sociedades; a

necessidade, na rejeição do mundo medieval e no encontro com a

civilização de outros continentes; o rompimento definitivo dos velhos

equilíbrios políticos determinado pelo advento do poder. É agora que

começa a se propor novamente o problema de como e quanto

construir, quem é destinado não tanto ao domínio, mas à produção.

h) A educação no Setecentos: O fim do Seiscentos e o início do

Setecentos conheceram outros temas de reflexão e outras tentativas

de ação além do esforço de comenius para uma sistematização

definitiva do saber a ser transmitido com oportunos métodos didáticos

às crianças através do velho instrumento da língua latina, e nas

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iniciativas, realizadas na República inglesa puritana, de escolas

caracterizadas pela modernização da instrução considerada como

conteúdo “real” e “mecânico”, isto é, científico – técnico, em vista de

atividades trabalhistas ligadas às mudanças que vinham

acontecendo nos modos de produção.

i) A educação no Oitocentos: Na primeira metade do século, por

revolução política e revolução social, em relação ao Oitocentos, se

estendeu, quanto à primeira, a revolução burguesa e, quanto à

segunda, a revolução do proletariado, como se a burguesia visasse

somente mudanças políticas sem conteúdos sociais e de classe, e o

proletariado visasse somente mudanças sociais sem problema do

poder político. Ao lado da burguesia, até agora protagonista da

história moderna, surge uma força antagônica, que a própria

burguesia suscita e sem a qual não pode subsistir: é o moderno

proletariado industrial. A segunda metade do século: Aborda a

constituição de um orgânico sistema de instrução estatal na Itália,

projetado no reino da Sardenha durante a chamada Segunda Guerra

da Independência, na perspectiva de estendê-lo a todos os territórios

da Itália setentrional, que se pretendia anexar ao reino Sabáudo,

subtraindo os domínios dos Habsburgos e pontifícos. Foi aprovada

uma nova lei, que tem o nome do ministro Casati, aprovada pelo Rei

Vitório Emanuel II, em 13 de novembro de 1859, sem consulta

parlamentar por causa do estado de guerra e, tornou-se o texto

fundamental da instrução em todo o reino da Itália. A lei trata

sucessivamente da administração da instrução pública e de seus

graus e ordens: instrução superior (universidade), secundária

clássica, técnica e elementar.

j) O nosso século em direção ao ano 2000: Na primeira metade do

século, os primeiros decênios tiveram lugar à grande estação da

educação nova ou da “escola nova”, como um grande e generalizado

movimento de democratização da educação. Na segunda metade do

século, os fenômenos decisivos para a educação, após o trágico

conflito mundial, são os processos tecnológicos e a maturação das

consciências “subalternas”. Estes fenômenos se evidenciam

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especialmente em dois momentos: o primeiro é o lançamento do

Sputnik soviético, primeira saída do homem da terra, em 4 de

setembro de 1957, que apareceu demonstrar a superioridade de um

sistema de organização científica e educativa e o outro momento é

de caráter totalmente diferente e, em parte, conseqüência da própria

expansão da instrução e com expectativas e desilusões que ela cria

nas novas gerações. Trata-se da tomada de consciência por parte

dos jovens (especialmente estudantes) da desigualdade na relação

educativa, como parte da mais ampla desigualdade e opressão

social.

1.3 A História da Educação no Brasil.

Fonte: Wordpress. (2009) Figura 3: Início da Educação no Brasil.

Para entendermos como a História da Educação no Brasil se

desenvolveu, teremos que voltar no tempo e, entender o papel da igreja

católica, que impulsionou através da presença do Padre Manoel de Nóbrega a

Educação no Brasil, num contexto de colonização existente na naquela época

no ano 1549.

A idéia na verdade, era a conversão dos indígenas à fé católica, uma

iniciativa que era o fruto de ações nascidas nos berços da política portuguesa,

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percebe-se, por esses poucos fatos, que a organização escolar no Brasil

Colônia não poderia deixar de ser estreitamente vinculada à política

colonizadora dos portugueses.

O que se sabe sobre o contexto da História da Educação no Brasil é,

que educação brasileira foi construída de diferentes modos em períodos

distintos, seguindo uma linha de evolução.

1.3.1 Principais teorias (Períodos da História da Educação no Brasil)

Segundo o Professor José Luiz de Paiva Bello (1998) a educação está

dividida nas seguintes linhas:

a) Período de 1549 a 1759: A educação indígena foi interrompida com

achegada dos jesuítas. Os primeiros chegaram ao território brasileiro

em março de 1549. Comandados pelo Padre Manoel de Nóbrega,

quinze dias após a chegada edificaram a primeira escola elementar

brasileira, em Salvador, tendo como mestre o Irmão Vicente

Rodrigues. Vicente por sua vez tornou-se o primeiro professor nos

moldes europeus, em terras brasileiras, e durante mais de cinqüenta

anos dedicou-se ao ensino e a propagação da fé religiosa. No Brasil,

os jesuítas se dedicaram à pregação da fé católica e ao trabalho

educativo. Perceberam que não seria possível converter os índios à

fé católica sem que soubessem ler e escrever. Já nos anos de 1549

a 1759, a História da Educação no Brasil sofreu uma mudança na

visão de ensino, e isso ocorreu porque houve uma intervenção direta

aos jesuítas imposta pelo Marquês de Pombal caracterizando um

novo período de mudanças para a Educação Brasileira.

b) Período de 1760 a 1808: Neste período pouca coisa restou da prática

educativa no Brasil. Continuaram a funcionar o Seminário Episcopal,

no Pará, e os Seminários de São José e São Pedro, que não se

encontravam sob a jurisdição jesuítica; a Escola de Artes e

Edificações Militares, na Bahia, e a Escola de Artilharia, no Rio de

Janeiro. A educação jesuítica não convinha aos interesses

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comerciais emanados por Pombal, ou seja, se as escolas da

Companhia de Jesus tinham por objetivo servir aos interesses da fé,

Pombal pensou em organizar a escola para servir aos interesses do

Estado. Através do alvará de 28 de junho de 1759, ao mesmo tempo

em que suprimia as escolas jesuíticas de Portugal e de todas as

colônias, Pombal criava as aulas régias de Latim, Grego e Retórica.

Diante disso, Portugal logo percebeu que a educação no Brasil

estava estagnada e era preciso oferecer uma solução. Os

professores geralmente não tinham preparação para a função, já que

eram improvisados e mal pagos. Eram nomeados por indicação ou

sob concordância de bispos e se tornavam "proprietários" vitalícios

de suas aulas régias. O resultado da decisão de Pombal foi que no

princípio do século XIX, a educação brasileira estava reduzida a

praticamente nada. O sistema jesuítico foi desmantelado e nada que

pudesse chegar próximo deles foi organizado para dar continuidade a

um trabalho de educação.

c) Período de 1808 a 1821: Com a chegada da Família Real, em 1808,

dava-se início a um novo período dentro da Educação Brasileira, era

de fato, mais uma manobra para atender às necessidades de sua

estadia no Brasil, D. João VI abriu Academias Militares, Escolas de

Direito e Medicina, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico e, o

surgimento de imprensas permitiu que os fatos e as idéias fossem

divulgados e discutidos no meio da população letrada, preparando

terreno propício para as questões políticas que permearam o período

seguinte da História do Brasil. E ficava evidenciado novamente que a

educação, continuava a ter uma importância secundária.

d) Período Imperial de 822 a 1888: Em 1822 D. Pedro I proclama a

Independência do Brasil e, em 1824, outorga a primeira Constituição

brasileira. O Art. 179 desta Lei Magna dizia que a "instrução primária

é gratuita para todos os cidadãos". Em 1823, na tentativa de se suprir

a falta de professores institui-se o Método Lancaster, ou do “ensino

mútuo”, em 1826 um Decreto institui quatro graus de instrução:

pedagogias (escolas primárias), liceus, ginásios e academias, e em

1827 um projeto de lei propõe a criação de pedagogias em todas as

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cidades e vilas, além de prever o exame na seleção de professores

para nomeação. Propunha ainda a abertura de escolas para

meninas. Em 1834 o Ato Adicional à Constituição dispõe que as

províncias passariam a ser responsáveis pela administração do

ensino primário e secundário. Graças a isso, em 1835, surge a

primeira Escola Normal do país, em Niterói. Já em 1837, onde

funcionava o Seminário de São Joaquim, na cidade do Rio de

Janeiro, é criado o Colégio Pedro II, com o objetivo de se tornar um

modelo pedagógico para o curso secundário. Efetivamente o Colégio

Pedro II não conseguiu se organizar até o fim do Império para atingir

tal objetivo. Até a Proclamação da República, em 1889 praticamente

nada se fez de concreto pela educação brasileira.

e) Período da Primeira República (1889 - 1929): Neste período a

Educação Brasileira tomava outro rumo, segui então o modelo

político americano baseado no sistema presidencialista. Esta era a

idéia de Benjamin e diante a estes princípios seguiam a orientação

do que estava estipulado na Constituição brasileira. Uma das

intenções desta reforma era transformar o ensino em formador de

alunos para os cursos superiores, a reforma na verdade foi bastante

criticada pelos positivistas, já que não respeitava os princípios

pedagógicos. Na década de vinte foi marcada por diversos fatos

relevantes no processo de mudança das características políticas

brasileiras. Foi nesta década que ocorreu o Movimento dos 18 do

Forte (1922), a Semana de Arte Moderna (1922), a fundação do

Partido Comunista (1922), a Revolta Tenentista (1924) e a Coluna

Prestes (1924 a 1927).

f) Período da Segunda República (1930 - 1936): Na Revolução de 30

tinha sido o marco referencial para a entrada do Brasil no mundo

capitalista de produção. A nova realidade brasileira passou a exigir

uma mão-de-obra especializada e para tal era preciso investir na

educação. Sendo assim, em 1930, foi criado o Ministério da

Educação e Saúde Pública e, em 1931, o governo provisório

sanciona decretos organizando o ensino secundário e as

universidades brasileiras ainda inexistentes. Estes Decretos ficaram

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conhecidos como "Reforma Francisco Campos". Em 1932 um grupo

de educadores lança à nação o Manifesto dos Pioneiros da

Educação Nova, redigido por Fernando de Azevedo e assinado por

outros conceituados educadores da época. Em 1934 a nova

Constituição (a segunda da República) dispõe, pela primeira vez, que

a educação é direito de todos, devendo ser ministrada pela família e

pelos Poderes Públicos. Ainda em 1934, por iniciativa do governador

Armando Salles Oliveira, foi criada a Universidade de São Paulo. A

primeira a ser criada e organizada segundo as normas do Estatuto

das Universidades Brasileiras de 1931. Em 1935 o Secretário de

Educação do Distrito Federal, Anísio Teixeira, cria a Universidade do

Distrito Federal, no atual município do Rio de Janeiro, com uma

Faculdade de Educação na qual se situava o Instituto de Educação.

g) Período do Estado Novo (1937 - 1945): Uma nova Constituição em

1937 surgiu e a orientação político-educacional para o mundo

capitalista fica bem explícita em seu texto sugerindo a preparação de

um maior contingente de mão-de-obra para as novas atividades

abertas pelo mercado. Neste sentido a nova Constituição enfatiza o

ensino pré-vocacional e profissional. No ano de 1942, por iniciativa

do Ministro Gustavo Capanema, são reformados alguns ramos do

ensino. Estas Reformas receberam o nome de Leis Orgânicas do

Ensino, e são compostas por Decretos-lei que criam o Serviço

Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI e valoriza o ensino

profissionalizante.

h) Período da Nova República (1946 - 1963): Neste período marcava o

fim do Estado Novo consubstanciou-se na adoção de uma nova

Constituição de cunho liberal e democrático. Ainda em 1946 o então

Ministro Raul Leitão da Cunha regulamenta o Ensino Primário e o

Ensino Normal, além de criar o Serviço Nacional de Aprendizagem

Comercial - SENAC, atendendo as mudanças exigidas pela

sociedade após a Revolução de 1930. Em novembro de 1948, criou-

se um anteprojeto que constava o Ensino Primário, uma para o

Ensino Médio e outra para o Ensino Superior e foi encaminhado à

Câmara Federal, dando início a uma luta ideológica em torno das

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propostas apresentadas e Depois de 13 anos de acirradas

discussões foi promulgada a Lei 4.024, em 20 de dezembro de 1961,

sem a pujança do anteprojeto original, prevalecendo às

reivindicações da Igreja Católica e dos donos de estabelecimentos

particulares de ensino no confronto com os que defendiam o

monopólio estatal para a oferta da educação aos brasileiros. Se as

discussões sobre a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação

Nacional foi o fato marcante da História da Educação no Brasil,

segundo as teorias científicas de Jean Piaget: o Método

Psicogenético; em 1953 a educação passa a ser administrada por um

Ministério próprio: o Ministério da Educação e Cultura; em 1961 tem

início uma campanha de alfabetização, cuja didática, criada pelo

pernambucano Paulo Freire, propunha alfabetizar em 40 horas

adultos analfabetos; em 1962 é criado o Conselho Federal de

Educação, que substitui o Conselho Nacional de Educação e os

Conselhos Estaduais de Educação e, ainda em 1962 é criado o

Plano Nacional de Educação e o Programa Nacional de

Alfabetização, pelo Ministério da Educação e Cultura, inspirado no

Método Paulo Freire.

i) Período do Regime Militar (1964 - 1985): O Regime Militar espelhou

na educação o caráter antidemocrático de sua proposta ideológica de

governo: professores foram presos e demitidos; universidades foram

invadidas; estudantes foram presos e feridos, nos confronto com a

polícia, e alguns foram mortos; os estudantes foram calados e a

União Nacional dos Estudantes proibida de funcionar; o Decreto-Lei

477 calou a boca de alunos e professores. Neste período deu-se a

grande expansão das universidades no Brasil, mas também marca o

período mais cruel da ditadura militar, onde qualquer expressão

popular contrária aos interesses do governo era abafada, muitas

vezes pela violência física, que é instituída a Lei 5.692, a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1971.

j) Período da Abertura Política (1986 - 2003): No fim do Regime Militar

a discussão sobre as questões educacionais já haviam perdido o seu

sentido pedagógico e assumido um caráter político. Para isso

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contribuiu a participação mais ativa de pensadores de outras áreas

do conhecimento, profissionais de outras áreas, distantes do

conhecimento pedagógico, passaram a assumir postos na área da

educação e a concretizar discursos em nome do saber pedagógico.

No bojo da nova Constituição, um Projeto de Lei para uma nova LDB

foi encaminhado à Câmara Federal, pelo Deputado Octávio Elísio,

em 1988. No ano seguinte o Deputado Jorge Hage enviou à Câmara

um substitutivo ao Projeto e, em 1992, o Senador Darcy Ribeiro

apresenta um novo Projeto que acabou por ser aprovado em

dezembro de 1996, oito anos após o encaminhamento do Deputado

Octávio Elísio. Neste período, do fim do Regime Militar aos dias de

hoje, a fase politicamente marcante na educação, foi o trabalho do

economista e Ministro da Educação Paulo Renato de Souza. Logo no

início de sua gestão, através de uma Medida Provisória extinguiu o

Conselho Federal de Educação e criou o Conselho Nacional de

Educação, vinculado ao Ministério da Educação e Cultura. Esta

mudança tornou o Conselho menos burocrático e mais político. A de

se destacar que na História da Educação no Brasil, jamais houve

execução de tantos projetos na área da educação numa só

administração.

1.4 Educação na era Contemporânea.

Fonte: Atribunamt, 2007. Figura 4: Trote solidário.

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A educação contemporânea passou a ser uma das mais importantes

ferramentas da sociedade para a compreensão das diversidades culturais do

mundo atual. O desenvolvimento das várias frentes de ensino faz com que o

mundo se modernize em uma escala de grande proporção, onde os padrões da

nova nomenclatura social tornam-se cada vez mais repletas de modernos

sistemas tecnológicos e elevando o nível de informações facilitando a vida da

humanidade.

A Educação do século XXI foi de fato tomada por um aspecto moderno,

em função de todo o seu processo de evolução, e diante desta nova realidade

que a sociedade se submeteu, uma nova visão em relação à pedagogia de

ensino se criou.

Aparecem então as possíveis mudanças no interior das teorias

pedagógicas modernas em sua interface com teorias contemporâneas

alinhadas ao pensamento “pós-moderno”.

A pedagogia constitui-se como campo de investigação específico cuja fonte é a própria prática educativa e os portes teóricos providos pelas demais ciências da educação e cuja tarefa é o entendimento global e intencionalmente dirigido dos problemas educativos. [...] Compõe o conjunto das ciências da educação, mas se destaca delas por assegurar a unidade e dar sentido à contribuição das demais ciências, já que lhe cabe o enfoque globalizante e unitário do fenômeno educativo. Não se trata de requerer à pedagogia exclusividade no tratamento científico da educação; quer-se, no entanto, reter sua peculiaridade em responsabilizar-se pela reflexão problematizadora e unificadora dos problemas educativos, para além dos portes parcializados das demais ciências da educação. Nossa posição é de que a multiplicidade de enfoques e análises que caracteriza o fenômeno educativo não torna desnecessária a pedagogia, antes ressalta seu campo próprio de investigação para clarificar seu objeto, seu sistema de conceitos e sua metodologia de investigação, para daí poder apropriar-se da contribuição específica das demais ciências (LIBÂNEO, 2002).

Nesse sentido, buscamos evidenciar a presença marcante da educação

em todos os momentos da vida em sociedade, seja através da educação difusa

da sociedade, da educação institucionalizada das sociedades modernas, ou

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dos processos educacionais da sociedade.

Não podemos esquecer que cada tendência pedagógica tem

procedimentos e características de ensino que servem de mediação a objetivos

filosóficos, políticos e ideológicos da época em que foram vigentes e, é dentro

desta linha que os processos pedagógicos vão se moldando.

Processos do quais, se respaldam com a criação de novas ferramentas,

com o objetivo de dar um novo direcionamento a Educação contemporânea e

diante desta nova realidade nasce a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996), que tem a

finalidade de resgatar a essência da Educação.

Diante de inúmeras transformações sociais, onde informações e

descobertas acontecem em frações de segundo, o processo de

desenvolvimento da escola entra na pauta como um dos mais importantes

aspectos a serem discutidos neste processo, pois é nela que são promovidas

as mais importantes formulações teóricas sobre o desenvolvimento cultural e

social de todas as nações. Dessa forma, a pesquisa educacional acaba

tomando um lugar central na busca de perspectivas de uma nova prática

educacional, envolvendo principalmente os agentes que conduzem o ambiente

escolar, transformando o ensino em parte integrante ou principal na motivação

dessas transformações.

Então fica evidenciado que a escola contemporânea sofre com o

desenvolvimento acelerado que ocorre em sua volta, deixando claro, que todo

o processo evolutivo, precisa de um determinado tempo para se adequar ao

seu respectivo ambiente, para a consolidação do conhecimento, tornando a

vivência social o requisito primordial para a busca de aprendizado, sobre essa

nova escola.

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CAPÍTULO II

VIOLÊNCIA

Fonte: bicodocorvo.com. br/ [s/d]. Figura 5: Violência

2 CONCEITO DE VIOLÊNCIA.

Segundo a autora Marília Ponte Sposito, [s/d], “a violência é todo ato que

implica na ruptura de um nexo social pelo uso da força. Na realidade, a

violência vai muito além do uso da força, trata-se de dimensões que envolvem

vários tipos de atos que se agregam à violência, como por exemplo, a grande

inversão de valores presentes nos dias atuais, a agressão verbal, a

desigualdade existente na sociedade, gerando conflitos que por conseqüência

atingem todas as classes sociais”.

“A violência destrói o que ela pretende defender: a dignidade da vida, a

liberdade do ser humano”. (JOÃO PAULO II, s/d)

2.1 Violência na Instituição Educacional.

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A violência na instituição educacional vem crescendo constantemente

nos últimos anos, tornando-se um problema social, de amplitude mundial. E

muitos pesquisadores, através de estudos tentam entender porque esse

fenômeno ocorre nas redes de ensino. Diante dessa problemática, a autora

Lucie Ferreira em entrevista à Revista Educação de junho de 2010, aponta a

região sudeste com maior freqüência de maus tratos caracterizando atos de

violência entre colegas, segundo vítimas entrevistadas pelos pesquisadores, o

local é a sala de aula com ou sem o professor, seguido do pátio. A esse tipo

de maus tratos ocorridos no ambiente escolar, damos o nome de Bullying, que

apesar de ser pouco conhecido, existe há muito tempo. Bullying ou mais

conhecido como violência verbal e/ou física gerada na comunidade escolar,

tendo com característica a intimidação, compreende-se como atitudes

agressivas de todas as formas, praticadas de maneira intencional e repetitiva,

causando dor e angústia na vítima. Segundo Claudivan Sanches Lopes e João

Gasparin (2003), a escola, onde antes era vista como “segundo lar”, hoje na

visão de alguns, é considerado “local perigoso” onde é imprevisível o que se

pode acontecer. Muitos professores nos dias atuais vivem à sombra do medo

em função dos constantes casos de agressão física e verbal. Tais ações geram

um estreitamento no relacionamento entre aluno e professor. Para eles, na

maioria das vezes, a figura do professor parece distante e repressora.

Fonte: wordpress.com/2008 Figura 6: Sala de Aula

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Tendo em vista a formação dos indivíduos enquanto seres sociais ou para finalidades sociais e políticas, a educação cria um conjunto de condições metodológicas e organizativas para viabilizar-se no âmbito escolar sob a diretriz de projeto políticos – pedagógicos. Segundo Durkheim, a escola, como instituição social, inculca normas e valores, e corrige desvios – através de repetição das tarefas. (BARRAL, 2005, p. 2).

2.2 Educação Física e Violência.

Fonte: cl-bom-sucesso.com/ [s/d] Figura 7: aula de educação física.

A Educação Física possibilita esclarecer aos alunos na prática e

na teoria a grande responsabilidade do homem para com seu corpo e mente,

com sua saúde, sua própria vida e com a dos outros. A Educação Física não

deve ser reduzida a uma simples matéria no currículo escolar. Ela não pode ser

encarada apenas como uma recreação ou um conjunto de exercícios.

Pesquisadores ainda destaca que as funções básicas da Educação Física

depende do desenvolvimento das atividades físicas e esportivas que sejam

compatíveis com as habilidades motoras dos educando, de maneira que

atenda as suas necessidades e sua capacidade, por intermédio de atividades

como a ginástica, o esporte, a recreação e as atividades complementares

dentro de critérios de continuidade e crescimento da ação educativa,

estendendo-se a noções e conhecimentos sobre higiene, organização e

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direção de jogos, torneios e campeonatos;

Fica evidenciando que quando um educador físico consegue enxergar

além da parte prática da Educação Física, ele passa a proporcionar aos alunos

sentimentos diversos, produzidos pela particularidade desta disciplina, e neste

processo de desenvolvimento, surge a grande oportunidade que caracteriza

realmente o papel do mediador em função da aproximação entre aluno e

professor.

Os profissionais de educação física devem ser tanto participantes quanto condutores de processo de desenvolvimento social, por intermédio da movimentação física, num contexto de relacionamento lúdico. (LAMARTINI, 1989, p. 9).

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CAPÍTULO III

O FENÔMENO DA VIOLÊNCIA ESCOLAR NOS DIAS ATUAIS.

A violência que assunta todos os setores da sociedade vem dia após dia

ganhando espaços nas salas e nos pátios das instituições de ensino, e a

violência casual ganha uma roupagem nova e passa a ser conhecida como

Bullying. Segundo uma pesquisa realizada na Grã-Bretanha (Inglaterra, País de

Gales e Escócia), registra que 37% dos alunos do ensino fundamental e 10%

do ensino médio admitem ter sofrido Bullying, pelo menos uma vez por

semana. Por sua vez, um levantamento realizado pela Associação Brasileira

Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (ABRAPIA), em 2002,

envolvendo 5.482 estudantes de 5ª a 8ª séries, de 10 escolas do Município do

Rio de Janeiro, revelou os seguintes dados: 16,9% dos alunos foram alvos de

Bullying; 10,9% foram alvos e, ao mesmo tempo, autores de Bullying; 12,7

caracterizaram-se como autores de Bullying; e 57,5% enquadraram-se como

testemunhas de Bullying (LOPAES NETO E SAAVEDRA, 2003).

A educação física é uma disciplina que não tem sido poupada pelas manifestações de violência e as brigas geralmente começam por motivos banais, como uma discussão por causa de uma rixa desportiva. No Rio de Janeiro, um triste exemplo a lembrar é o do estudante de classe média que, na saída de um jogo de um campeonato intercolegial de futebol, sacou uma arma e descarregou-a contra seus ex-colegas do colégio em que estudara e que provocaram. Mais recentemente, em São Paulo um estudante de 15 anos matou um colega dando prosseguimento a um desentendimento que começou durante a aula de educação física [“...]” (FARIA JUNIOR E FARIA. 1999: 376)

3 FATORES CONTRIBUINTES

3.1 Desestrutura familiar e desigualdade social.

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Fonte: clinicacleuzacanan.com.br/ 2009 Fonte: wordpress.com/2008 Figura 8: Pais brigando e a filha chorando. Figura 9: Favela e prédio.

Quando a família é bem estruturada, é evidente que a criança que

convive nesse lar é capaz de entender e compreender melhor o que ocorre no

mundo, e também sua vivência com a família traz proteção e felicidade a essa

criança. Ninguém desconhece que a falta de amparo familiar, ou seja, carinho,

afeto e atenção durante a infância poderão no futuro trazer para esse

adolescente uma deterioração da personalidade. Se na infância a criança foi

bem cuidada e amada pela família, isso poderá trazer muitos benefícios para

seu futuro, e já na ausência deste, poderá se tornar um adulto frustrado e sem

limites.

O abandono e a desestruturação familiar, segundo o Desembargador

Liborni Siqueira, notável especialista brasileiro em Direito do Menor, em seus

Comentários ao Estatuto da Criança e do Adolescente, “é a fonte de todas as

carências (materiais e emocionais), pois é ali que construímos todos os

aspectos cognitivos, morfológicos, fisiológicos, afetivos e emocionais da

criança”. A psicologia labora sua doutrina na compreensão do comportamento

humano no seio da família. É na família que socializamos a criança projetando-

a para a comunidade. A convivência familiar sadia é indispensável para

modular o temperamento e instrumentalizar o caráter. Uma sólida estrutura

familiar é o grande segredo da estrutura social. Uma família desestruturada

não terá condição de passar aos seus filhos os valores éticos e morais

existentes na sociedade

Outro aspecto muito importante e preocupante é a desigualdade social,

que atinge todos os setores da sociedade, principalmente aqueles menos

favorecidos. E na escola, muitos alunos durante as aulas, na entrada e saída

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da mesma, acabam sofrendo preconceitos pelos outros colegas, trazendo

constrangimento e vergonha para o aluno. Para o Capitão Valter José da Silva

(2008), “a desigualdade social, de certa forma contribui para o crescimento da

violência, pois é um fator responsável pelo crescimento das evasões

escolares”.

3.2 Família e sociedade na Educação

Fonte: baudasvariedades. blogspot.com/2010 Fonte: missaofidelidade.com (s/d) Figura10:Família Figura 11:Família reunida na mesa.

A família do século XXI encontra-se constantemente em fase de

transição, em virtude do desenvolvimento acelerado que a sociedade se

submeteu com o passar dos anos, é a família a serviço do sistema capitalista.

Mas vale ressaltar que mesmo sendo refém deste sistema, o conceito de

família continua o mesmo. E é com base neste conceito que se desenha a

formação da criança, num processo de construção de valores éticos, morais,

culturais, religiosos e educacionais.

A família é o espaço indispensável para a garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais membros, independentemente do arranjo familiar ou da forma como vêm se estruturando. É a família que propicia os aportes afetivos e, sobretudo, materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal; é em seu espaço que são absorvidos os valores éticos e morais, e

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onde se aprofundam os laços de solidariedade. É também em seu interior que se constroem as marcas entre as gerações e são observados valores culturais. (KALOUSTIAN E FERRARI, 1994).

Segundo a psicóloga Lilian Maria Mendonça Ferreira, “a participação da

família no meio escolar, cria espaços de escuta, voz e acesso às informações

que dizem respeito a seus filhos, responsáveis tanto pela materialidade da

escola, bem como pelo ambiente no qual seus filhos estão inseridos. É preciso

que os pais se impliquem nos processos educativos de seus filhos no sentido

de motivá-los afetivamente ao aprendizado. O aprendizado formal ou a

educação escolar, para ser bem sucedida não depende apenas de uma boa

escola, de bons professores e bons programas, mas principalmente de como o

educando é tratado em casa e dos estímulos que recebe para aprender. É

preciso entender que o aprender é um processo contínuo e que não cessa

quando ele está em casa”.

3.3 Escola

Um local de socialização, ensino e educação onde as crianças vão

aprender os mais diversos assuntos e entender como funcionam. É uma

instituição de ensino, na qual docentes tem como objetivo ensinar aos seus

alunos como viver em sociedade, reforçar valores e mediar o saber educativo,

tecnológico entre outros. E nesse local, onde deveria apenas existir

companheirismo e amizade entre os alunos, em alguns casos, torna-se um

ambiente de intrigas e brigas entre eles, ocasionando conflitos escolares;

levando alunos a cometerem atos indevidos, podendo trazer consequências a

si próprio e aos outros. E a participação dos pais é de extrema importância

para o desenvolvimento da criança e, a parceria da família e da escola, ajudará

o aluno a conviver melhor em sociedade.

Para a psicóloga Lílian Maria Mendonça Ferreira, “a parceria entre

família e escola só tem a contribuir para o desenvolvimento do educando. É

muito importante quando os pais expressam suas opiniões, sugestões e

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revelam seus desejos e aspirações. Assim, a escola passa a ser um espaço

que se relaciona com a vida e não uma ilha, que se isola da sociedade”. Ela

conclui dizendo que “a participação da família no meio escolar, cria-se espaços

de escuta, voz e acesso às informações que dizem respeito a seus filhos,

responsáveis tanto pela materialidade da escola, bem como pelo ambiente no

qual seus filhos estão inseridos”. É preciso que os pais se impliquem nos

processos educativos de seus filhos no sentido de motivá-los afetivamente ao

aprendizado. O aprendizado formal ou a educação escolar, para ser bem

sucedida não depende apenas de uma boa escola, de bons professores e bons

programas, mas principalmente de como o educando é tratado em casa e dos

estímulos que recebe para aprender. “É preciso entender que o aprender é um

processo contínuo e que não cessa quando ele está em casa”.

Fonte: karynemlira.com/wp-content/uploads/2010 Figura 12: Professora na escola.

3.4 Política

Segundo a autora Hannah Arendt, filósofa alemã (1906-1975), política

"trata-se da convivência entre diferentes, pois a política baseia-se na

pluralidade dos homens, assim se a pluralidade implica na coexistência de

diferenças, a igualdade a ser alcançada através desse exercício de interesses,

quase sempre conflitantes, é a liberdade e não a justiça, pois a liberdade

distingue o convívio dos homens na polis de todas as outras formas de convívio

humano bem conhecido pelos gregos".

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Na verdade, a política surgiu com o objetivo de estabelecer a ordem na

sociedade, e é de fato, a ferramenta que administra os interesses da

humanidade através de seus governantes e o instrumento que indica o curso

que a sociedade deve seguir. Direitos e deveres num único propósito, igualar

as oportunidades a todos e o que diz a Constituição Federal no TÍTULO II

Dos Direitos e Garantias Fundamentais CAPÍTULO I DOS DIREITOS E

DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5º Todos são iguais perante a lei,

sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos

estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à

igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos que transparece no inciso

I a LXXVIII.

Fonte: cirojorge.com.br. 2010 Figura 13: Político falando.

3.5 Religião.

Fonte: www.jota7.com.2009. Figura 14: Deus.

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Essa definição engloba necessariamente qualquer forma de aspecto

místico e religioso, abrangendo seitas, mitologias e quaisquer outras doutrinas

ou características fundamental um conteúdo metafísico, ou seja, além de um

mundo físico. Sendo assim o hábito, geralmente por grupos religiosos de

taxarem tal ou qual grupo religioso rival de seita, não tem apoio na definição do

termo. Seita, derivado da palavra latina SECTA, nada mais é do que um

segmento minoritário que se diferencia das crianças majoritárias, mas como tal,

também e religião. Não é registro em qualquer estudo por parte da História,

Antropologia, Sociologia ou qualquer outra ciência social, de um

comportamento humano em qualquer época que não tenha professado algum

tipo de crença religiosa. Grande parte de todos os movimentos humanos

significativos tiveram a religião como impulsor, diversas guerras, geralmente as

mais terríveis, tiveram legitimação religiosa, estruturas sociais foram definidas

como base em religiões e grande parte do conhecimento específico, o filosófico

e artístico tiveram como vetores os grupos religiosos, que durante a maior parte

da história de todo o avanço científico, o fenômeno religioso sobrevive e cresce

desafiando previsões que anteviam seu fim. A grande maioria da humanidade

professa alguma crença religiosa direta ou indiretamente à religião, continua a

promover diversos movimentos humanos e mantendo estatutos políticos e

sociais. Tal como a Ciência, a Arte e a Filosofia, e muito provavelmente sempre

continuará sendo.

3.6 Droga e sexualidade precoce.

Fonte: maisindaia.com.br.2010 Fonte: www.imotion.com.br. 2010 Figura 15: menino fumando. Figura 16: crianças se beijando

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Segundo a definição da Organização Mundial da Saúde, droga é

qualquer substância não produzida pelo organismo que tem a propriedade de

atuar sobre um ou mais de seus sistemas, produzindo alterações em seu

funcionamento. E ela está presente na vida de muitos jovens e adolescentes,

causando independência e consequências graves. E os fatores que os levam a

usar esse tipo de substância na maioria das vezes, é a curiosidade, influência

de amigos, fraqueza ao enfrentar problemas e situações difíceis, e a busca de

sensações de prazer.

Ninguém desconhece que a sexualidade precoce a cada dia vem

aumentando e, com isso, adolescentes cada vez mais novos vão passando da

infância para a fase adulta, trazendo responsabilidades e novas etapas, como a

gravidez indesejada. A informação e a ajuda dos pais são de extrema

importância para o desenvolvimento desses jovens. Segundo Oerter e Dreher

(2002), “o controle e o apoio social ao adolescente são importantes para o seu

desenvolvimento”. Atualmente, vivemos uma revolução moral e sexual em

nossa sociedade, mas infelizmente muitos jovens tem receio, ficam inseguros

ao tratar desse assunto com seus pais ou professores, preferindo assim pedir

ajuda à pessoas menos experientes, como seus colegas de classe,

acarretando assim muitos transtornos.

3.7 Tecnologia.

Tecnologia é concebida de maneira ampla, sendo um método ou técnica

criada pelo homem para tornar seu trabalho mais leve, sua locomoção e sua

comunicação mais dinâmica, ou simplesmente sua vida mais agradável e

divertida. Nem todas as tecnologias inventadas são relevantes para a

educação. Os recursos tecnológicos são benéficos desde que usados de forma

planejada e com discernimento.

Diversas dúvidas quanto ao uso das tecnologias na escola vêm sendo

alimentadas a cada ano. Qual a finalidade? Por que utilizar? Qual a

efetividade? Quais resultados querem atingir? Como utilizar? Quem deve estar

envolvido nesse processo?

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De fato, o que se tem presenciado na maioria das escolas é uma

insatisfação quanto aos benefícios dessa prática. Gastou-se muito e

efetivamente os resultados obtidos ficaram aquém do desejável. Sabemos que

não se pode simplesmente ignorar as tecnologias, pois uma coisa é fato: elas

estão presentes em todas as áreas e se expandem numa velocidade cada vez,

mas rápida restando aos educadores e aos pais se adaptarem e mediar os

alunos e os filhos sobre a forma ideal de sua utilização.

Fonte: www.psicologaonline.com.br. 2008 Figura 17: as tecnologias.

3.8 Agressão verbal e física.

Fonte: taianarossi.blog.terra.com.br/.../02/grito1.jpg Novembro 27 2009; violenciaconciente.blogspot.com (2010); turmapadreanchieta.wordpress.com/outubro 21, 2008. Figura 18: Imagens de violência Verbal e Física.

Quando falamos em agressão verbal e física, na verdade estamos

falando nas diversas faces que existem dentro do contexto que a violência

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aborda, e sua prática fere o ser humano e toda a ideia que temos de uma

sociedade respaldada por direitos e deveres. Segundo o autor Anthony

Asblaster, “não existe uma definição consensual ou incontroversa de

violência, seja ela de qualquer natureza. O termo é potente demais para que

isso seja possível”. Ou seja, tais ações podem causar consequências na

formação cognitiva, moral e física do indivíduo, acarretando ainda sequelas em

seu comportamento.

3.9 Profissionais descomprometidos

Fonte: leituradebolso.blogspot.com/2010 Figura 19: Professor dormindo na sala de aula.

A realidade de sociedade no século XXI comprova que qualquer

profissional que não esteja devidamente preparado, comprometido e atento

com o desenvolvimento de sua profissão, pode causar para a sociedade

consequências irreversíveis na formação do ser humano. Temos vários

exemplos de profissionais de diversas áreas, que negligenciam seus deveres, é

professora que tranca a sala e esquece seu aluno na escola em Bertim - MG,

médico que esquece espátula no paciente em Sorocaba - SP, motorista de

caminhão que dirige embriagado em São Paulo, promotores envolvidos em

fraudes no Rio Grande do Sul, políticos corruptos em Brasília, dentista que

comete violência contra jovem especial em Brasília, policiais envolvidos em

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milícia nas favelas do Rio de Janeiro.

Os resultados não poderiam ser diferentes, a sociedade fica marcada

pelo medo e pela desconfiança, existe uma passagem bíblica do velho

testamento que diz: “Maldito o homem que confia no homem” (Jeremias 17), a

formação do homem depende do próprio homem, e seus valores, são atos que

são testados a todo o momento e a sabedoria consiste em compreender que o

tempo dedicado ao trabalho nunca é perdido.

3.10 Família e escola (escola: indústria terceirizada)

O adulto é considerado por Vigotsky (1988) como um mediador no

processo de desenvolvimento da criança e oferece instrumentos para a

apropriação do conhecimento. Porém, a internalização dos recursos

disponíveis no ambiente, ocorre de forma individual, variando de uma criança

para outra. Vigotsky (1988) ao considerar a aprendizagem profundamente

social, afirma que quando os pais ajudam e orientam a criança desde o início

de sua vida, dão a ela uma atenção social mediada, e assim desenvolvem um

tipo de atenção voluntária e mais independente, que ela utilizará na

classificação e organização de seu ambiente. Tal consideração se baseia no

fundamento de que o homem torna-se humano, apropriando-se da humanidade

produzida historicamente. O ensino tem nesse contexto, a função de transmitir

as experiências histórico-sociais que se modificam no decorrer dos tempos.

A família contemporânea, configurada sob novos arranjos, tem sido

muitas vezes considerada como desestruturada, o que fundamenta a

justificativa do grande aumento no número das psicopatologias de diferentes

ordens, incluindo as dificuldades na aprendizagem escolar. Isso tem resultado

em uma busca significativa por atendimentos psicoterápicos e

psicopedagógicos, frente às falhas da criança em conseguir acompanhar o que

se determina atualmente como um desenvolvimento normal da aprendizagem

na escola.

A educação e a formação do indivíduo estão hoje, determinadas pelo

sistema capitalista e pela ciência que, com seus saberes, define o tipo ideal de

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pai, de mãe, de filhos, de alunos e de escola que a sociedade de consumo

necessita. Com isso, a família sofre os efeitos da industrialização, pois quando

o modo de ser dos homens se torna padronizado, a família deixa de ser livre

para educar. Na medida em que o trabalho invade as casas, perde-se a

autonomia e a privacidade, submetendo a família fazer constantes adaptações

para se enquadrar num modelo pré-determinado e marcado pela

transitoriedade. Verifica-se assim, que não há somente uma dissolução da

autoridade familiar, mas também o surgimento e a busca de “novas

autoridades” que atendam as demandas dos pais de dividir a responsabilidade

pela educação de seus filhos, uma vez que hoje, a dedicação e a

disponibilidade dos pais também estão determinadas pelo tempo que o

trabalho não consumiu. Observa-se que na medida em que diminui a

disponibilidade de tempo para os filhos, os pais necessitam contar cada vez

mais com outras fontes de recursos – como a escola – que os auxiliem no

exercício da função educadora e dividam com eles tal responsabilidade.

Fonte: picsdigger.com/keyword/familia%20na%20escola. [s/d] Figura 20: Pais deixando o filho na escola antes de irem trabalhar.

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CAPÍTULO IV

A PESQUISA

4 INTRODUÇÃO

O foco da pesquisa é demonstrar que o educador físico pode interagir

como pacificador em situações de conflito, podendo administrar possíveis

soluções para a violência escolar, para transparecer as teses desta respectiva

pesquisa foram efetuados estudos na escola “E. E. José Belmiro Rocha”, no

município de Guaimbê – SP.

Foram utilizados os seguintes métodos:

Foi realizado um estudo de caso, na escola “E. E. José Belmiro Rocha”,

para demonstrar a importância do papel do educador físico no processo de

minimização da violência escolar. (Apêndice A)

Utilizou-se também das seguintes técnicas:

Roteiro de observação sistemática: foram observados o comportamento

das crianças, a ação dos profissionais e os recursos utilizados durante as

aulas. (Apêndice B)

Roteiro de entrevista para o diretor da escola. (Apêndice C)

Roteiro de entrevista para o educador físico. (Apêndice D)

Roteiro de entrevista para o major da Polícia Militar. (Apêndice E)

Roteiro de entrevista para o cabo e soldado da Polícia Militar – Ronda

Escolar de Lins. (Apêndice F)

4.1 Violência escolar

A violência escolar vem aumentando consideravelmente em todos os

segmentos sociais, e falar sobre violência no ambiente escolar não é uma

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tarefa fácil, e para definir esse fenômeno, muitos pesquisadores trabalham na

construção de respostas, que melhor esclareça esse problema mundial. O foco

desta pesquisa tem em vista a formação do indivíduo no ambiente escolar e

familiar.

4.1.1 Segurança pública - Polícia Militar de Lins.

Fonte: Batalhão da Policia Militar de Lins (2010) Figura 21: Componentes da Policia Militar.

Sabemos quanto o trabalho da Polícia Militar é importante para a

sociedade. Ela tem como objetivo primordial assegurar a convivência da

comunidade. A Ronda Escolar, com o patrulhamento nas escolas objetiva

diminuir os índices de violência presentes no cotidiano escolar. Com essa

convivência dos policiais na escola, acabam surgindo elos de amizade entre a

polícia e os alunos. O fruto dessa parceria está refletindo positivamente em

projetos que envolvem policiais, comunidade e a escola.

4.1.2 Conselho Tutelar

Pelos dados do Conselho Tutelar, é frequente o registro de ocorrências

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nas escolas na cidade de Guaimbê, quase que diariamente os conselheiros

registram diversos atos de violência, por ser uma cidade de poucos habitantes,

o número é muito grande. A violência é o reflexo de fatores sociais, político e

culturais presentes nesta região, e a família não consegue resolver essa

deficiência.

Fonte: Conselho Tutelar de Guaimbê (2010). Figura 22: Os alunos e a responsável pelo conselho.

4.1.3 Projetos sociais X Violência escolar

Fonte: Projeto Brotar de Guaimbê (2010). Figura 23: alunos durante as atividades.

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A humanidade nos dias atuais vem se conscientizando que todo tipo de

conflito só é possível ser amenizado ou solucionado, com as presenças de

boas parcerias, ou seja, ninguém consegue solucionar um problema sem

ajuda, e o surgimento de projetos sociais são as típicas ações que tem o

significado de ajuda, usadas para combater a violência de qualquer gênero, e

isso se deve a realizações de trabalhos voltados para a socialização,

revitalizações de valores, consenso familiar e educação. Hoje em dias pensa-

se muito em projetos sociais devido à realização de parcerias feitas com as

comunidades carentes, prefeituras, ONGs e principalmente instituições de

ensino.

E o objetivo dessas parcerias é resgatar a essência do ser humano que

vem se perdendo com o tempo. Segundo a coordenadora do Projeto Brotar de

Guaimbê, a professora Maria Zilda Q. Postigo, os alunos que estão inseridos

no ensino fundamental e médio, e que frequentam diariamente as atividades do

Projeto Brotar, apresentaram no primeiro semestre de 2010, melhoria de

conduta em relação à disciplina e rendimento satisfatório nas notas escolares,

principalmente os alunos indisciplinados. Do ponto de vista da coordenadora,

as parcerias firmadas com as Escolas Municipais e Estaduais vêm surtindo

resultados positivos na formação dos alunos, ela conclui dizendo, que esse

processo de conscientização do discente acontecerá a longo prazo e que

temos ainda um árduo caminho a percorrer na formação da cidadania.

4.2 Depoimentos

D. A. C. 15 anos, cursando a 8ª série.

O aluno relata que já participou de uma briga,

porque recebeu uma mensagem de outro

menino com comentários obscenos e, com

isso foi tomar satisfação, levando os dois

menores a brigarem. Mas diz que depois

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desse acontecimento nunca mais participou

de brigas.

J. M. O. 18 anos, cursando o 1° ano do ensino médio.

A entrevistada em questão é o retrato de um

dos maiores problemas que as famílias

brasileiras de baixa renda enfrentam no

século XXI, a jovem relata que começou a

namorar muito cedo, e por não contar com

uma estrutura familiar sólida, foi morar junto

com o ex-companheiro logo nos primeiros

meses de namoro, quando ainda tinha apenas

14 anos de idade, se tornando por

consequência, mãe aos 15 anos, relata

também, que já presenciou várias situações

de violência, porém admite não se lembrar de

estar envolvida diretamente com atos

violentos, ela destaca ainda seu envolvimento

com o mundo das drogas, e o quanto pode

ser prejudicial para vida do ser humano o

envolvimento com pessoas erradas Hoje ela

acredita que depois de vários “tombos” na

vida, dá para separar más companhias e

amizade.

Diretora da escola “E. E. José Belmiro Rocha”. Raquel.

Hoje a escola está com 640 alunos e também

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estamos com o projeto do professor mediador

de conflitos. Eu vejo na escola um problema

muito sério que é o problema social, quando

vejo a estrutura da família, eu passo a

entender a conduta do aluno. Muitos pais não

querem assumir sua verdadeira

responsabilidade e acabam jogando os filhos

para a escola. Ou seja, a escola passou a ser

os pais desses alunos. Quando a violência

acontece dentro da escola, o diretor deve

resolver esse problema, porque na maioria

das vezes os professores não conseguem

resolver, pois eles não estão preparados para

se deparar com essa situação. Temos

também outro problema, todos os anos há

rotatividade de professores, então eles não

têm um vínculo com a escola e nem com os

alunos, e o que eu vejo é que nenhum

professor está preparado para lidar com a

violência nas escolas. Os professores acham

que a diretora tem que resolver tudo, todos

eles jogam para a direção sem ao menos

tentar resolver a situação. Hoje está muito

difícil trabalhar, pois o diretor tem que fazer o

papel do professor e também de inspetor de

alunos.

Professora mediadora de conflitos da escola “E. E. José Belmiro Rocha”.

Trabalhou seis anos na escola da família e leciona a sete anos em Guaimbê.

Marta Dudu

Este projeto do professor mediador de

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conflitos foi implantado em julho de 2010 em

Guaimbê. O professor mediador trabalha com

a violência e falta de limites. A conversa entre

ambos é muito importante nesse trabalho,

fazemos também uma entrevista com o aluno

para saber um pouco mais sobre ele. E o que

eu estou presenciando desde que eu comecei

esse trabalho, é que a maioria dos alunos

convive com o padrasto e não tem nenhuma

estrutura familiar, a grande parte dos conflitos

vem da família e os alunos carregam isso

para a escola. Hoje com esse trabalho de

mediadora de conflitos percebo que já houve

uma boa melhora de alguns alunos, na

verdade o que eu percebo é que eles querem

somente atenção, alguém que se preocupe

com eles, dê carinho, converse, cobre

responsabilidades e os ensine o que é certo e

errado. Eu tento resolver tudo da melhor

forma possível e até faço visitas domiciliares e

também chamo os responsáveis pelo aluno

para ir até a escola para podermos trabalhar

junto com a família, mas na maioria das vezes

os pais não querem nem saber, nem sequer

participam da reunião e até mentem para nós,

eles acham que a escola tem que resolver

tudo e também querem que a escola faça o

papel de pais, pois muitos desses alunos

trazem os conflitos lá de fora para dentro da

escola. Caso não haja solução, o problema é

direcionado à direção, caso não haja um

acordo, será encaminhado ao conselho tutelar

podendo chegar ao fórum em último caso.

Aqui na escola os alunos que dão mais

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problemas estão nas quintas séries. A maior

dificuldade que eu estou enfrentando é com

os professores, pois eles não colaboram e

não querem colaborar e muito menos se

integrar do problema, eles não aceitam

trabalhar em equipe, pois para eles isso é

bobagem e não vêem solução, mas pra mim

há solução sim; mesmo porque o nome do

projeto é “construindo a paz na escola”, mas

para que isso aconteça temos que trabalhar

em equipe.

Educador Físico da escola “José Belmiro Rocha”. Começou a lecionar

em 1982. Fernando.

Comecei a usar o esporte para mostrar o que

é o respeito, e que mesmo sendo adversários

temos que respeitar, com isso eu estou

trabalhando também a igualdade, e em caso

de conflito eu converso com os alunos, eu

tento resolver o problema ali na minha aula

mesmo, em último caso eu chamo a direção.

Eu vejo que os conflitos começam desde a

primeira série, as crianças acabam brigando

por colocar apelido em outro amigo e

conforme vão crescendo e mudando de série,

também começam as fofocas e intrigas mais

graves, os pais devem nessa fase impor

limites aos seus filhos. O papel do educador

físico é além de ser educador, deve ser um

psicólogo, amigo, pois em casa muitas vezes

esse contato não existe.

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Major da Policia Militar do 44° Batalhão do Interior - Samuel Rossi da

Silva.

Os fatores que influenciam os jovens a

praticarem atos violentos, por exemplo, é a

falta de limites, a desestrutura familiar, o

papel da mídia que massifica o imediatismo, o

consumismo, perdendo valores de ordem

emocional (cognitivo), espiritual, enfim, o que

adianta o corpo está bonito e a mente vazia?

O educador físico nunca pode perder o foco, a

coragem, deve reconhecer o medo e agir, ou

seja, ele não deve abrir mão de sua

autoridade durante suas aulas, precisa de um

posicionamento firme. O professor é o

referencial para o aluno, é o apoio dele, e

deve impor limites aos jovens. A escola

deveria dar um suporte aos professores para

melhor lidar com questões difíceis na escola.

Todos precisam participar, desde o estado até

a comunidade.

Cabo José Maria Márcio Gomes e o Soldado Evandro Pessoa de

Oliveira da Policia Militar do 44° Batalhão do Interior.

Ronda Escolar.

Focamos muito o diálogo com os alunos,

estamos em todos os eventos estudantis. É

bom para os alunos e para a sociedade. A

escola deve ter uma disciplina curricular que

ensine sobre as transformações dos jovens

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do século XXI, devido às mudanças, pois são

muito dinâmicos. Hoje muitas coisas

mudaram, e os professores precisam

acompanhar esse processo de transição.

Temos um projeto em algumas escolas onde

focamos a violência, a paz, formados por

alunos do próprio colégio, onde eles mesmos

dão ideias, fazem palestras em diversos

lugares, com o objetivo de conscientizar

esses alunos a importância da vida, e que a

violência não leva a nada, apenas a

destruição das pessoas trazendo graves

consequências.

4.3 Parecer final

Com base nas pesquisas de campo, onde se pode contar com os relatos

de diversos profissionais ligados à Segurança Pública, Conselho Tutelar,

Educação e Projetos Sociais, pode-se apontar os fatores que desencadeiam

este fenômeno chamado “violência escolar”, que se trata na verdade do reflexo

de uma evolução social, onde o maior protagonista é a família que ainda se

encontra carente de uma estrutura melhor e que não corresponde às

constantes transformações que a sociedade do século XXI precisa. Com a

respectiva pesquisa de campo, também notou-se que o educador físico, diante

de suas atribuições, pode transformar-se em um importante aliado na

amenização da violência escolar, ocupando um papel de mediador de conflitos.

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

A Educação Física vem passando por profundas mudanças e, com isso,

quebrando paradigmas, mostrando que essa profissão não pode dar ênfase

somente aos padrões físicos e mecânicos, mas também ao desenvolvimento

do homem de forma integral, corpo e mente. Os profissionais da área têm a

visão de que a Educação Física é uma forte aliada no processo de

desenvolvimento do ser humano e, da grande importância no processo de

aprendizagem integrada em diferentes aspectos como o cognitivo, emocional,

físico e social, através de movimentos ou da prática da atividade física.

Educar não é uma tarefa fácil, é transformar o diamante rústico em uma

bela pedra lapidada. E com isso o profissional tem a percepção, que pesquisar

as representações sociais presentes nos discursos dos membros da

comunidade escolar (pais, professores de outras disciplinas e equipe gestora),

assim trabalhando em comunidade minimizaria os conflitos e a violência

existente nas redes de ensino. Por ser a aula mais esperada pelos alunos e,

pelo professor de Educação Física obter maior proximidade, este pode ser um

intermediário entre os alunos, família e todo corpo docente. Para o aluno, a

aula de Educação Física é um meio de aprender o esporte e melhorar o

condicionamento físico, mas a Educação Física vai além, e tem um papel muito

importante no desenvolvimento integral dos alunos, destacando a melhora da

qualidade de vida, desenvolvimento de hábitos saudáveis, o trabalho em

equipe, além de aprender a se respeitar e também aos outros.

A Educação Física é uma disciplina curricular de enriquecimento

cultural, fundamental à formação da cidadania dos alunos, baseado num

processo de socialização de valores morais e éticos, que consubstancia

princípios humanistas e democráticos. Seus profissionais devem contribuir para

a superação da violência na escola, que deixa marcas muitas vezes

irreversíveis nos alunos, seja pelo aspecto corporal, moral ou emocional.

Percebemos que se trabalharmos em cima de uma nova proposta pedagógica,

voltada para a união, cooperação, respeito, amizade, tolerância, solidariedade

e valores que são contribuídos por meio de um esporte ou um jogo, poderão

auxiliar o aluno, além de interagi-lo ao meio em que vive. A Educação Física ao

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tratar de temas como ética pode atuar de maneira positiva na prevenção de

conflitos e violência, pois ao levantar questões relevantes onde se prioriza o

convívio escolar, como respeito mútuo, o diálogo, a justiça, valores que podem

ser exercidos dentro de contextos significativos, estabelecidos em muitos casos

de maneira autônoma pelos próprios participantes. Os valores éticos tomados

como referência de conduta e relacionamento, podem se tornar procedimentos

concretos a serem exercidos e cultivados nas práticas da cultura corporal.

Adotar estratégias de prevenção, bem como detectar precocemente o

problema da violência na escola, parece ser a maneira mais adequada para

reduzir a chance de que este e outros problemas, como as dificuldades

emocionais e de aprendizagem sejam desenvolvidos. Logo, também deve-se

preocupar com a capacitação e a formação continuada dos professores,

dando-lhes subsídios para conhecer melhor e saber como intervir e diminuir os

casos de conflitos e violência, assumindo uma postura crítica diante do

problema. Para a realização de um processo de conscientização e de redução

desta agressividade é necessário que algumas estratégias relativas ao

universo de atuação profissional e pessoal referentes a uma melhor

estruturação social e de mudanças dos valores disseminados, sejam

repensadas. Este profissional tem inúmeros recursos para incentivar atitudes

inclusivas e fomentar a interação social entre os alunos, pelo fato de lidar com

o corpo em movimento, o que vai ao encontro das expectativas e necessidades

biopsíquicas e sociais de todas as faixas etárias e pela riqueza de exploração

do universo lúdico, capaz de estimular mudanças dentro e fora do contexto

escolar.

É neste contexto que aparecem os jogos cooperativos como um dos

recursos sugeridos, possíveis de ser implementados na Educação Física, por

apresentar uma estrutura alternativa aos jogos formais, os quais são baseados

apenas em atitudes antagonistas, como ganhar e perder.

Os jogos cooperativos apresentam a necessidade de ações onde os

participantes colaboram entre si, para que um objetivo comum seja alcançado.

Existe a necessidade de jogar uns com os outros, superar desafios conjuntos,

compartilhar sucessos, vencer juntos e quebrar as barreiras do individualismo.

O confronto é minimizado e dá lugar ao encontro, à união das pessoas em prol

da mesma finalidade, visando à eliminação do medo e do fracasso individual.

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Implantar uma cultura de paz, fortalecendo o respeito à diversidade humana, à

solidariedade, à união e todos os sentimentos mutuamente bons, para reduzir a

violência dentro da nossa escola e cultivar a cultura da paz para todas as

pessoas que fazem parte da comunidade escolar. Na escola, os futuros

profissionais de Educação Física precisam sensibilizar o corpo docente e o

discente sobre a importância do ambiente escolar, fazendo reuniões e

apresentações de vídeo e material necessário para mostrar a eles como a

Educação Física é importante tanto para o crescimento, como para o

desenvolvimento da criança e do adolescente.

E para tentar minimizar e combater os conflitos da violência é preciso

motivar o aluno, evitando confronto com a criança ou adolescente, promovendo

o diálogo e valorizando os esforços e conquistas do aluno, promovendo

também uma reflexão entre os alunos sobre questões que envolvam

comportamentos e conflitos, não se esquecendo da importância do papel como

educador. O professor de Educação Física pode ser o agente transformador no

desenvolvimento de seus alunos.

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CONCLUSÃO

Um dos maiores problemas enfrentados pelos cientistas que estudam o

comportamento social, funde-se nas questões sobre o formato da família

contemporânea. A partir desta análise, o século XXI enfrenta o

desmoronamento dos valores éticos e morais que são a base para a formação

de qualquer indivíduo desde o seu nascimento. Na socialização secundária, a

instituição escolar vem sofrendo com maior intensidade os reflexos negativos

deste fato social gerando um fenômeno chamado violência escolar.

O foco desta respectiva pesquisa é demonstrar que o educador físico

pode interagir como pacificador em situações de conflito, podendo administrar

possíveis soluções para a violência escolar. Pois, a Educação Física da era

contemporânea passou a ser uma ferramenta de socialização possibilitando

aos alunos esclarecimento de prática e teoria, os encargos da grande

responsabilidade do homem para com seu corpo e mente, sua saúde e com a

vida alheia. A pesquisa de campo transcorreu ao longo de seu

desenvolvimento, sobre os fatores que contribuem para o crescimento das

diversas fases existentes dentro do contexto da violência escolar. Em virtude

dos fatos destaca-se o papel do educador físico, por se tratar de um

profissional que tem como triunfo um repertório diversificado desde a transição

da sala de aula à quadra poliesportiva, podendo transformar os benefícios

destes dois ambientes de desenvolvimento de aula, em uma poderosa

ferramenta de aproximação entre professor e aluno, instituição, família e

sociedade.

Entende-se que o trabalho apresentado, tem como objetivo disseminar a

ideia de que o problema chamado violência escolar, vem dia a dia ganhando

proporções alarmantes, e a Educação Física com todos os seus atributos vem

se tornando um poderoso artefato na busca da lapidação do ser humano em

seu desenvolvimento, cultural, familiar, cognitivo, social, ético, moral. Pode-se

concluir que a educação em todos os sentidos, segundo Nelson Mandela, [s,d],

“... é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – ROTEIRO DE ESTUDO DE CASO

1 INTRODUÇÃO

Para demonstrar a importância do papel do educador físico no processo de

minimização de violência escolar, será realizada uma pesquisa de campo na

Escola José Belmiro Rocha.

1.1 Relato do trabalho referente ao assunto estudado

a) Estudo de caso visando à importância do educador físico e a

violência nas Escolas.

b) Depoimento das pessoas que serão entrevistadas: professores,

pedagoga, professor-mediador e diretor da escola.

1.1 Discussão

Confronto entre teoria (referencial teórico dos primeiros capítulos) e a prática

utilizada pela empresa ou entidade.

1.2 Parecer final do caso e sugestões sobre a manutenção ou modificações

de procedimentos.

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APÊNDICE B – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA

1 Identificação:

Nome da Escola: José Belmiro Rocha

Cidade: Guaimbê

Horário de Funcionamento: 07h às 22h 50min.

2. Aspectos Observados:

Comportamento das crianças: Pode-se observar que os alunos

atualmente são mantidos reféns das tecnologias, como o celular, computador,

games e, o reflexo desta realidade resulta numa evasão alarmante dentro das

aulas de Educação Física, ou seja, os alunos preferem ocupar seu tempo com

atividades que os levam ao sedentarismo.

Ação dos profissionais: Tivemos a oportunidade de acompanhar a

metodologia de aula desses profissionais e observamos que as medidas

tomadas para reverter esta triste realidade, implicaram na falta de

comprometimento do profissional e, o sentimento que tivemos é que muitos

profissionais de Educação Física, se submetem ao sistema, tornando suas

aulas sem atrativos para a criança e o adolescente.

Recursos utilizados: quadra poliesportiva coberta, cinco bolas de Futsal,

seis bolas de vôlei, uma rede de vôlei, plinto, colchões para ginástica,

equipamento para arremesso de peso.

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APÊNDICE C – Roteiro de entrevista para a Diretora da Escola – Raquel.

Dados:

Tempo de atuação na área: 8 anos.

1. Quais são as medidas preventivas da escola para diminuir o índice de

violência?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2. Os professores estão preparados para enfrentar uma situação de

conflito, ou seja, atos de violência escolar?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3. O corpo docente tem participação na elaboração do processo

pedagógico; nos procedimento de normas e o trabalho desenvolvido sobre

ética, uma vez que a cada dia aumenta mais o número de ocorrências de

violência nas escolas?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4. Quando não há condições estruturais, por exemplo, salas devidamente

aparelhadas, segurança na escola, o professor tem condições de superar essa

falta?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5. Fatores externos são decisivos na formação da personalidade do aluno

pela influência que recebe no seu contexto familiar, social e pelos meios de

comunicação. Os fatores internos podem ser classificados em três: o ambiente

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escolar, as relações interpessoais e as características individuais de cada

membro da comunidade escolar. Como a escola trabalha essa questão?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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APÊNDICE D – Roteiro de Entrevista para o educador físico - Fernando.

Dados:

Tempo de atuação na área: 28 anos.

1) Como o educador físico vence a resistência dos alunos em sua

disciplina?

_______________________________________________________________

___________________________________________________________

2) Você acredita que a solução para a violência escolar vem através do

profissional de Educação Física?

_______________________________________________________________

___________________________________________________________

3) Como o educador físico trabalha em sua aula questões problemáticas e

falta de estrutura familiar que tornam o aluno agressivo e violento na escola?

_______________________________________________________________

___________________________________________________________

4) A escola é um reflexo de uma sociedade em transição. Qual é o melhor

modo de ensinar?Os pais devem passar toda a responsabilidade de ensino

para a escola e principalmente para o educador físico?

_______________________________________________________________

___________________________________________________________

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APÊNDICE E – Roteiro de entrevista para o Major da Polícia Militar do 44°

Batalhão do interior - Samuel Rossi da Silva.

Dados:

Graduado em Bacharelado de Segurança e Ordem Pública;

Pós - graduado em Gestão Pública;

Formado pela Academia de Polícia Militar de Barro Branco.

1) A Polícia Militar possui algum tipo de programa de conscientização sobre

drogas e violência nas escolas?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

2) Qual é o dever da Ronda Escolar?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

3) Em sua opinião, quais fatores influenciam os jovens a praticarem atos

violentos?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

4) Em sua opinião, quais medidas pais e docentes precisam obter para

amenizar essa situação?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

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APÊNDICE F – Roteiro de entrevista para o cabo e soldado da Polícia

Militar – Ronda Escolar de Lins, José Maria Márcio Gomes e Evandro

Pessoa de Oliveira.

1) Quantas ocorrências a Polícia Militar atende nas escolas de Lins e região?

_____________________________________________________________

_______________________________________________________

2) Há quanto tempo existe a Ronda Escolar?

_____________________________________________________________

_______________________________________________________

3) Com que frequência a Polícia Militar apresenta palestras nas escolas? E o

que os alunos acham desse tipo de informação?

_____________________________________________________________

_______________________________________________________

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ANEXOS

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ANEXO I

Conselho Tutelar de Guaimbê – Gabriela: Advogada e Membro do Conselho.

Escola E. E. José Belmiro Rocha – Professor de Educação Física, Fernando e

a Professora Medidora de Conflitos, Marta.

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Escola: E. E. José Belmiro Rocha. Vice – diretora Célia e a Diretora Raquel.

Escola: E. E. José Belmiro Rocha - Guaimbê

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Projeto Brotar - Guaimbê

44ª Batalhão da Policia Militar de Lins – Major Samuel Rossi da Silva e o

Comandante Leonardo Cardoso.

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