violência, justiça e impunidade

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A Segurança Pública é hoje uma das maiores preocupações do povo brasileiro. A criminalidade e violência crescentes, aliadas à impunidade, tomam proporções alarmantes e são motivo de perdas irreparáveis de vidas, custos para o poder público e para a economia e obstáculo ao desenvolvimento do País.

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O BRASIL CONTABILIZOU 56 MIL ASSASSINATOS EM 2012 E, SE DIVIDIRMOS POR 365 DIAS, TEREMOS NADA MAIS NADA MENOS QUE 154 ASSASSINATOS POR DIA. SOMOS CAMPEÕES DO MUNDO INFELIZMENTE.

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Atingimos a cifra de 29

homicídios por 100 mil

habitantes, número

impressionante, que os

especialistas dizem se

tratar de uma condição

epidêmica. O ideal seria

ficar abaixo de 5 por

100 mil habitantes.

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O paradoxo do IDH:

Inegavelmente, no Brasil, as diferenças sociais

diminuiram e as condições de vida melhoraram

nos últimos 30 anos, mas a violência cresceu

extraordinariamente.

Page 8: Violência, Justiça e Impunidade

Em alguns estados brasileiros

este índice pode chegar ao

dobro da média, 60 homicídios

por 100 mil habitantes, e há

cidades brasileiras com

índices maiores ainda do que

esses, o que se assemelha a

uma pandemia, ou seja a

situação completamente

descontrolada.

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INTERIORIZAÇÃO

Até o ano 2000, os

municípios que

registraram maior

crescimento nos índices

eram os que superavam

os 100 mil habitantes,

principalmente aqueles

com mais de 500 mil

habitantes. Na última

década, o crescimento

dos homicídios centrou-se

nos municípios de menor

tamanho, principalmente

na faixa de 20 a 50 mil

habitantes.

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MAIORES VÍTIMAS: JOVENS

“Hoje temos 9 milhões de

jovens que não estudam,

não trabalham e que estão

vulneráveis a situações de

violência”. Isso mostra

como as deficiências e

falhas de acomodação dos

jovens do nosso modelo

sócio-político-econômico

estão na base desse grave

problema.”

Julio J. Waiselfisz

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206.005 vítimas de homicídios, número bem superior

aos 12 maiores conflitos armados acontecidos no mundo entre 2004

e 2007

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Comparação Brasil com países mais

desenvolvidos:

29 homicídios por 100mil habitantes é:

274 vezes maior que a de Hong Kong.

137 vezes maior que as do Japão, Inglaterra e Gales ou

Marrocos

91 vezes maior que as do Egito ou Sérvia.

Já a taxa de 54,8 homicídios por 100mil jovens resulta:

547 vezes superior às taxas de Hong Kong.

273 vezes superior às taxas da Inglaterra ou Japão.

137 vezes superior às taxas da Alemanha ou Áustria.

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Apesar dos esforços até aqui empreendidos pelos governos estaduais e federal, é fácil perceber que os resultados não reverteram a tendência crescente da violência necessária para chegarmos a níveis mínimos de civilidade.

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OS CUSTOS DA VIOLÊNCIA

O Banco Interamericano de Desenvolvimento estima que os custos da violência atingem 10% do PIB, algo em torno de R$ 130 bilhões. São recursos que deixam de gerar empregos na cadeia produtiva, investimentos e consumo, favorecendo a expansão apenas dos serviços especializados de segurança.

O tipo de violência urbana que se presencia no Brasil é fundamentado no crime organizado, que é a pior de todas, pois cria um poder paralelo. Para o Estado, a violência urbana também representa dispêndios significativos. São retirados recursos da saúde, da educação e do saneamento básico para financiar a infraestrutura penitenciária, os serviços de apoio às vitimas etc.

Page 17: Violência, Justiça e Impunidade

Quais as causas deste mega problema?

COMO podemos CONTRIBUIR para a sua solução

Estudamos trabalhos de especialistas, realizamos visitas

técnicas, participamos de audiências públicas e consultamos

autoridades, com a finalidade de dar nossa contribuição para a

reversão desta tendência perversa, que pretende nos levar ao

caos.

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Elaboramos uma lista de possíveis causas e as organizamos num Diagrama de

Ishikawa a partir de diversos textos de artigos de especialistas, reportagens

específicas selecionadas, entrevistas com autoridades e notas das audiências

públicas no Congresso Nacional.

Mais citadas

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Page 20: Violência, Justiça e Impunidade

causas mais citadas

Na JUSTIÇA – Impunidade, lentidão, deficiência na recuperação.

Na LEGISLAÇAO – Leis brandas, Legislação desatualizada, legislação equivocada.

No APARATO (EQUIPAMENTO) – Armas de fogo, deficiência das policias, deficiência da Segurança Pública.

Nas ORGANIZAÇÕES – Tráfico, crime organizado, corrupção.

No AMBIENTE – Perspectiva para os jovens, primeiro emprego, sociedade de consumo, drogas, perda do jovem para o tráfico.

Intrínsecas às PESSOAS – Educação, respeito, disciplina, desintegração familiar, afeto, amor, convivência, relacionamentos, integração.

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Justiça e Impunidade

“É razoável no Brasil que um cidadão queretire a vida de um semelhante, ao que oCódigo Penal de 1940 dá o nome dehomicídio simples, receba pena de 6 anosde prisão/reclusão – de acordo com o art.33 do Código Penal, para 6 anos o regimeprisional é o semiaberto, de 4 a 8 anos – eele fique preso apenas um ano? ”

Senador Pedro Taques, Relator do Projeto de Lei do Novo Código Penal

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JUSTIÇA E IMPUNIDADE

“É razoável para todos os casos, como regra, a

progressão de regime em um sexto? O cidadão

fica preso no regime fechado, acima de 8 anos,

e com um sexto, ele está na rua. Nós sabemos

que não é a quantidade de pena que faz com

que o cidadão deixe de cometer o crime, mas a

certeza de que ele será punido. Isso Beccaria já

disse um pouco antes da Revolução Francesa.

Infelizmente, no Brasil, nós não temos essa

certeza da punição em razão da progressão do

regime.”

Senador Pedro Taques, Relator do Projeto de Lei do Novo Código

Penal

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Sobre o novo código penal

“O Poder Judiciário encontra-se emverdadeira crise devido ao incessanteaumento das demandas que lhes sãosubmetidas. Da outra parte, o sistemaprisional brasileiro está falido e superlotado.Nesse contexto, poderá atingir grausatisfatório de eficiência um novo estatutocriminal que se aproxima do Direito Penalmáximo pela tipificação de condutas quepoderiam ser tratadas por normas denatureza diversa?”

Senador Vital do Rêgo

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SOBRE O NOVO CÓDIGO

PENAL“Eu acho que, talvez, o grande incentivadorda criminalidade não seja a baixa previsãode repressão, vamos dizer assim, mas sim afalta de efetividade. Quer dizer, aquilo queeu já tenho, eu não consigo penalizar, eunão consigo processar, eu não consigocondenar e, mais ainda, eu não consigopunir. Essa é a minha grande preocupação.”“Eu vejo hoje no tribunal a quantidade de

ações de habeas corpus que chegamdiscutindo o prolema do excesso nademora, ou seja, são júris que demoramdez, quinze anos para se realizarem. Então,isso cria realmente um desassossego nasociedade e uma sensação de desânimo, dedescrença. Então, talvez seja incapacidade.Você vê as coisas acontecendo e vê ademora na atuação.”

Min. Sebastião Reis -

STJ

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O número está correto.

Apenas 8% dos crimes são

solucionados e os criminosos

processados!

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Maioridade penal “O STJ teve oportunidade de julgar, recentemente, um caso do

Estado de Mato Grosso em que o adolescente de 17 anos jácometeu seis homicídios, sem contar a violação à dignidade sexual.Como nós vamos resolver isso com renda mínima? “

“Recentemente, tivemos um caso – mas é um caso, não podemospegar a parte pelo todo, mas é um caso – em que um cidadão de 17anos 11 meses e 27 dias cometeu um crime gravíssimo. Ele teve otirocínio ou amadurecimento para entender que, se praticasse ocrime daí a três dias, seria responsabilizado como "de maior",como adulto. Como ele tem esse tirocínio, esse amadurecimento, enão tem para responder criminalmente? ”

“Então, defendo uma Proposta de Emenda à Constituição doSenador Aloysio Nunes, que, em determinados casos, de 16 a 18anos, nós possamos instaurar o chamado incidente dedesconsideração da inimputabilidade. Através do MinistérioPúblico, pede a um juiz especializado. ( para processar oindivíduo)... “

Senador Pedro Taques, Relator do Projeto de Lei do Novo Código Penal

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Sobre a redução da maioridade penal “.. , vamos responder, vamos criminalizar, vamos penalizar

esses menores. E pronto, acabou. E daí? O próximo passo vai

ser qual? Reduzir de 16 para 14? E depois reduzir de 14?

Porque é o que vai acontecer. Se nós não formos no x da

questão, que é justamente a educação, é dar um futuro para

esses meninos, porque o que falta para esses meninos é um

futuro, uma perspectiva de vida. Eles não têm acesso à

educação, não têm acesso à saúde, não têm acesso à cultura,

não têm acesso ao emprego. Então, você vê um menino desse

e o que você espera? Ele cria uma revolta natural. Ele está lá

na favela, sem direito mínimo, aí aparece um chefão...

“Talvez, haja a alternativa de se criar uma exceção à regra,

de se separar o joio do trigo, de não se reduzir

drasticamente ou de não se tornar uma regra a redução da

menoridade, mas de se permitir que, em situações

excepcionais ou diferenciadas, possamos tratar também de

forma diferenciada aquele indivíduo.”

Ministro Sebastião Reis - STJ

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O NOVO CÓDIGO PENAL ( A SER VOTADO)

- A proposta (PLS 236/2012) sugere penas maiores para crimes contra a vida, aumenta o rol de crimes hediondos e torna mais rigoroso o modelo de progressão de penas, impondo ao condenado por crime mais grave tempo maior sob regime fechado nos presídios.

- Preserva o limite máximo de 30 anos de prisão, mas com ressalva caso ocorra condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, o limite máximo poderá passar a ser de 40 anos

- Aumenta a pena para o crime de lesão corporal praticado no ambiente doméstico.

- Tipifica o crime de enriquecimento ilícito e aumenta as penas para a corrupção.

- As penas do furto simples eram de seis meses a três anos no anteprojeto e, no substitutivo, são de um a quatro anos; a figura básica do roubo, de três a seis anos passou para quatro a dez; a fração mínima para a progressão de regime naquele texto originário era de um sexto da pena, para a nova proposição é de um quarto.

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A PRISÃO

Conforme estudo finalizado em jun/2014 pelo

Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ao total

são mais de 715 mil pessoas presas. Isto

coloca o Brasil em terceiro lugar no mundo

em número de apenados, ficando atrás

apenas dos EUA e da China. Mas se existem

tanta gente presa, por que a violência no

Brasil não para de crescer? Para

especialistas do CNJ, o domínio dos

presídios pelas facções criminosas é um

dos principais motivos.

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A PRISÃO Cerca de 200 mil dos 715 mil

apenados foram condenados por

tráfico de drogas. E, em média, 50%

dos novos presos também estão

pagando por este tipo de infração.

Então, se existem traficantes em

tão grande número, significa que

existe uma quantidade muito maior

de usuários, o que indica que a

dependência química é um

problema de saúde pública no

Brasil.

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A PRISÃO

. ”Na cadeia existe um código desolidariedade, quando um novo presochega, se ele for interessante para afacção, ganha proteção. Isto porque,quando ele sair, retribuirá cometendocrimes para esses grupos. E serinteressante significa, muitas vezes,ter uma pena de poucos meses, paravoltar mais rápido para as ruas.Normalmente quem é condenado apouco tempo são os réus primários,que dessa forma, em geral, viramreincidentes”,Dr Douglas de Melo Marins - CNJ

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RESSOCIALIZAÇÃO ?!” O que hoje existefundamentalmente é um sistema quenão tem realizado a sua missão, nãotem ressocializado, não tem trazidorealmente pessoas que, após ocumprimento da pena, se realmenteelas sobreviverem a essecumprimento da pena, normalmenteestarão voltando à criminalidade. Eisso é comprovado através daquiloque nós corriqueiramenteobservamos na prática. Então, defato, o sistema vem funcionando demodo muito ruim, para não dizercaótico.”Dr GUILHERME C. N. GAMA CNJ

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A POLÍCIA

Nos Estados Unidos, o índice desolução dos homicídios é de 65%. E noReino Unido, 90%. No Brasil,estimativas, inclusive da AssociaçãoBrasileira de Criminalística, indicamque de 5% a 8% dos assassinos sãopunidos. De cada cem, mais de 90nunca foram descobertos.“A partir do momento que não há umaresposta do estado, a determinada atitudedelitiva e criminosa, aqueles que estãopensando em praticar, ou com uma vagaideia, muitas vezes vão se sentirestimulados porque vão ver o exemploque não foi dado. Pela falta de eficiênciado estado ou pela demora”,

Dr. Alexandre Saliba –

Conselho Nac. do Min.

Público

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A POLÍCIA

É necessário, ainda, “descartorializar”a polícia, evitar o excesso de papel,pois a nossa investigação hoje começae termina com papel, enquanto issodeveria ser apenas o meio, um merocondutor da investigação. Temosatualmente um grande número depoliciais empenhados na burocracia,em vez de estarem no fato, na buscapelo autor do crime”Federação Nacional dos

Policiais Federais (Fenapef)

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INQUÉRITO

O inquérito policial encontra-sefalido”, são as palavras do entãoprocurador-geral da República,Roberto Gurgel. “Temos um modelodo século XIX, criado para provar amaterialidade dos delitos produzidossolitariamente. “ Segundo oProcurador da República Daniel deResende Salgado, menos de 30% doscrimes são solucionados por meio dosinquéritos policiais federais. Essenúmero é menor ainda quando se tratada média nacional de elucidação dehomicídios, com apenas 8% dos casosresolvidos, segundo dados da ENASP(Estratégia Nacional de Justiça eSegurança Pública).( Brasília 2013 )

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INQUÉRITO

O acúmulo de inquéritos policiais é grande em todo o país. Os cartórios da Justiça Criminal de São Paulo recebem 1.500 inquéritos por dia. Apenas 192 funcionários precisam conferir um por um.“Não há menor dúvida que esse sistema, que é inadequado para a nossa realidade, não contribui para a redução dos índices de impunidade. Pelo contrário, ele é um motor que fomenta a impunidade. Nossa sociedade não vai conseguir sobreviver a mais 50 anos nessa escalada crescente de violência”, analisa Alfonso Presti, promotor supervisor do controle de administração de inquéritos do Ministério Público de São Paulo.

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ARMAS DE FOGO

Outro dado preocupante, segundo oestudo, é que os jovens têm sido osmais envolvidos e as maiores vítimasdo uso das Armas de Fogo. “As armasde fogo se constituem, de longe, naprincipal causa de mortalidade dosjovens brasileiros, bem longe dasegunda causa, os acidentes detransporte, que representam 20% damortalidade juvenil”, alerta Waiselfiszno estudo. “Dois entre cada trêsvítimas fatais das armas foi umjovem”, conclui.

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AMBIENTE Pobreza, no entanto, não é causa deviolência, segundo explica RobertoLent, Professor de Neurociência doInstituto de Ciências Biomédicas daUFRJ. “O que acontece, é que aviolência acontece onde a presençado Poder Público é fraca. O crimeconsegue se instalar mais facilmenteem espaços segregados, ondesaneamento básico, sistema viário,energia elétrica, iluminação pública,transporte, lazer, equipamentosculturais, segurança pública, acessoà justiça e postos de trabalho sãooferecidos de forma precária ounula. Como no Brasil, estascondições são encontradas, namaioria das vezes, onde apopulação é mais pobre, essaconexão entre violência e pobreza éfeita.”

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AMBIENTESegundo afirma a pedagoga Jussara de Barros do Portal Brasil Escola:(...) a violência estampada nas ruas das cidades, a violência doméstica, os latrocínios, os contrabandos, os crimes de colarinho branco têm levado jovens a perder a credibilidade quanto a uma sociedade justa e igualitária, capaz de promover o desenvolvimento social em iguais condições para todos, tornando-os violentos, conforme esses modelos sociais.

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AMBIENTE“Não podemos nos esquecer de que, se de um lado estamos aprisionados pela mídia milionária, que nos conduz a uma vida voltada para o consumo de bens que são vazios dos ingredientes que nos acrescentem felicidade, por outro lado nossa sociedade está sendo corrompida pelas drogas, também financiada por somas inimagináveis. A solução depende de decisão e coragem para implantar um novo modo de vida, apoiado por políticas públicas que se voltem para as verdadeiras necessidades humanas que nos conduzem à felicidade duradoura. Precisamos nos libertar das prisões em que vivemos, impostas pelo sistema que se aproveita de nossa busca do prazer imediato e desmedido. ”

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SOLUÇÕESLEGISLATIVAS

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COMEÇAR PELAS CRIANÇAS

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AMBIENTEA doutora em educação, Aida Maria Monteiro Silva diz que: É a sociedade do mundo capitalista que valoriza, essencialmente, o consumo, as coisas materiais, a aparência em detrimento da essência da pessoa humana,num total desvirtuamento do significado de ser pessoa. A especialista afirma que valores como solidariedade, humildade, companheirismo, respeito, tolerância são pouco estimulados nas práticas de convivência social, quer seja na família, na escola, no trabalho ou em locais de lazer e que a ausência dessas práticas dá lugar ao individualismo, à lei do mais forte, à necessidade de se levar vantagem em tudo, e daí a intolerância e, por consequência, a violência.

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ESCOLA

- Projeto de Lei 6954 de 2013, do deputado federal, Romário. A proposta visa reformar o currículo escolar dos ensinos fundamental e médio para incluir a disciplina "constitucional". O objetivo é que crianças e adolescentes, de 6 a 17 anos, tenham aulas nas escolas sobre os direitos e deveres do cidadão previstos na Constituição Federal.

- Projeto de Lei 604 de 2011, do Deputado Manoel Júnior, que cria a Política de Prevenção à Violência contra os Profissionais do Magistério Público e Privado. O objetivo é implementar medidas preventivas, cautelares e punitivas para situações em que profissionais do magistério, em decorrência do exercício de suas funções, estejam sob risco de violência.

- Projeto de Lei do Senado 2/2012, de autoria do senador Sérgio Souza (PMDB-PR), incluindo a disciplina cidadania, moral e ética que para a melhor formação ética, social e política e para o correto entendimento dos principais problemas sociais do nosso país e do mundo.

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PEC Maioridade penal

Em 2011,segundo o CNJ, 43,3% dos mais de 17 mil jovens em centros de reeducação, já haviam sido internados mais de uma vez. Essa alta reincidência revela que há uma sensação de impunidade por parte destes menores infratores, que se protegem no ECA.

A PEC 33 de 2012, apresentada pelo Senador Aloysio Nunes prevê a possibilidade de desconsideração da inimputabilidade penal de maiores de 16 e menores de 18 anos nos casos de crimes de prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e os definidos como crimes hediondos. E ainda quando tiver múltipla reincidência na prática de lesão corporal grave e roubo qualificado. Nestes casos e contanto que seja atestado que o menor tem capacidade de compreender o caráter criminoso de sua conduta (em laudo técnico, assegurada a ampla defesa técnica por advogado e o contraditório) esses adolescentes infratores serão julgados de forma mais severa do que prevê o ECA. Esse julgamento, no entanto, ainda será feito pelo juizado da infância e juventude e terá preferência sobre todos os demais processos, em todas as instâncias.

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CODIGO PENAL

Segundo a União em Defesa das Vítimas de Violência

Reconhecermos avanços no que diz respeito a vários itens.

Porém, as medidas para combater os crimes contra a vida

ainda se encontram um tanto quanto tímidas – as penas

remontam à criação do Código Penal, em 1940.

Por isso, apresentamos alguns pontos que consideramos

necessário aperfeiçoar no anteprojeto elaborado, que será

avaliado pelos parlamentares:

Aumento do período máximo de prisão de 30 para 50 anos.

Aumento da pena mínima para o crime de homicídio

simples, de 6 para 10 anos

Elevação do tempo para progressão de pena.

Volta do exame criminológico para concessão de

benefícios penais.

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CHILE

País vizinho e latino-americano como o Brasil, com história e problemas sociais parecidos com os nossos, conseguiu vencer o desafio de oferecer segurança pública ao seu cidadão.Um dia depois da prisão, e apenas 48 horas depois do crime, o réu está diante do juiz. O sistema de segurança chileno funciona e começa com os “carabineros”, a Polícia Militar do país. É uma força de quase 55 mil homens e mulheres bem treinados e equipados.

Page 48: Violência, Justiça e Impunidade

CHILE

O índice de solução de todos oscrimes que a PDI chilenainvestigou foi de 98%.O chefe do Ministério Público,Sabas Chauan, explica que aparticipação do promotor desdeo primeiro dia torna ainvestigação mais rápida eeficiente.

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PEC para financiamento da

Segurança PúblicaPEC17/2007 Dep. Neilton Mulin

“Podemos adotar como proposta o que o Congresso Nacional apresentou como solução para resolver o problema da educação. Nesse sentido, foi aprovada a Emenda Constitucional nº 53, que determinou inúmeras medidas para dotar de recursos efetivos essa área tão sensível para a existência da sociedade.

Medida similar também tem que ser adotada no sistema de segurança pública, pois não se faz segurança sem recursos em lugar nenhum do mundo. Temos um exemplo bem próximo que é o da Colômbia, este nosso país vizinho investiu maciçamente em salário, equipamentos e programas efetivos envolvendo toda sociedade.

Somente mudando do discurso para a prática, com valorização efetiva do sistema de segurança pública - aí incluído um plano de carreira digno para os profissionais e um piso nacional unificado -é que poderemos iniciar o verdadeiro resgate da cidadania.”

Page 50: Violência, Justiça e Impunidade

Modificações na estrutura da

Segurança PúblicaAs PECs n. 534/2002, 589/2006, 340/2009 e 430/2009 e respectivas apensadas e subapensadas tratam de modificações, estruturação e organização, direitos fundamentais, pisos salariais, defesa civil, sistema penitenciário e fundos voltados para o financiamento da segurança pública, nos três níveis da federação, além de conselhos pertinentes.

Igualmente, há os Projetos de Lei PL 6666/2002, 6690/2002 e 1937/2007 e respectivos apensados e subapensados.

No âmbito da legislação, as normas pertinentes são antigas e desatualizadas, não tendo sido positivadas várias disposições constitucionais importantes para o provimento de segurança à população.

Para que haja sucesso na implantação de políticas, programas e ações públicas efetivas, no atinente à segurança pública, é preciso superar o caráter inflexível do pacto federativo (art. 18 da CF/1988), mediante a compreensão, em todos os níveis, da prevalência do princípio da solidariedade federativa insculpido no art. 241 do texto magno.

Claudionor Rocha – Consultor Legislativo CD

Page 51: Violência, Justiça e Impunidade

CONCLUSÕESJosé Carlos Vieira

A Segurança Pública é hoje uma das maiores preocupações do povo brasileiro.A criminalidade e violência crescentes, aliadas à impunidade, tomam proporçõesalarmantes e são motivo de perdas irreparáveis de vidas, custos para o poderpúblico, para a economia e obstáculo ao desenvolvimento do País.

O objetivo deste trabalho é propiciar reflexões e buscar caminhos para areversão do quadro extremamente preocupante que se apresenta, verificandonúmeros e estatísticas reais e fidedignos, afastando-nos do noticioso e domidiático, levantando os estudos das causas e ações possíveis e em curso,especialmente no âmbito legislativo.

Os dados levantados e as estatísticas referentes à violência em nosso país sãorecordes e assustadores e, apesar do esforço, até aqui empreendidos pelosgovernos estaduais e federal, é fácil perceber que os resultados não reverterama tendência crescente da violência, para chegarmos a níveis mínimos decivilidade.

Famílias brasileiras vivem momentos aterrorizantes decorrentes de assaltos àmão armada em suas casas, nos pequenos negócios e nas ruas das cidades e adesesperança toma conta das pessoas. Como mostramos, a insegurança, omedo e a impunidade se generalizaram na maioria dos municípios brasileiros.

Entre as causas da violência citadas com frequência, nos trabalhos analisadosestão as desigualdades sociais. Mas o paradoxal é que o país melhorou muitosua condição sócio–econômica de 1980 a 2014, no entanto o índice dehomicídios não cai, ao contrário, quase triplicou, colocando a ineficiência daSegurança e da Justiça, ou a impunidade, como uma das causas principais,senão a principal do problema.

Page 52: Violência, Justiça e Impunidade

CONCLUSÕESJosé Carlos Vieira

Mas a reversão do quadro não acontecerá

sem a participação da sociedade exigindo

mudança. Eu sempre digo: os chilenos, ou

os alemães não virão ao Brasil para

promover as mudanças...mas se eles

conseguiram, nós também podemos, se

quisermos verdadeiramente.

Dê sua opinião, fale, pressione. Não perca

a indignação. Está em questão a segurança

de todos nós e de nossas famílias.

Page 53: Violência, Justiça e Impunidade

Cremos que o debate sobre a maioridade penal que apresentamos, emboraextremamente resumido, é esclarecedor, como também sobre o novo código penal,dois dos temais mais importantes que são tratados hoje no congresso, sem deméritodas demais iniciativas. A extensa bibliografia consultada é apresentada ao final paraaprofundamento nos temas.

Quanto à maioridade penal, surge a solução proposta do Senador Aloysio Nunes, doincidente da imputabilidade, que, sem diminuir a idade penal, permite punir osdelinquentes nos crimes violentos contra a vida e em casos de reincidência, comoforma de diminuir a impunidade.

Em relação ao Código Penal, o debate foi intenso e os avanços significativos, mas épreciso cuidar de agilizar e dar efetividade ao processo desde investigação do crimeao julgamento, passando pele perícia, o inquérito e a tramitação nas varas criminais.

No entanto, o que mais nos chamou a atenção é a condição extremamente indigna aque são submetidos os apenados, tanto jovens quanto adultos, em presídios e centrode internação que são absolutamente incapazes de qualquer tipo de resocializaçãodos que lá estão.

Fica como sugestão para o legislativo atuar na separação dos criminosos de maior emenor periculosidade e na determinação orçamentária de recursos mínimos para asegurança através de PEC, assim como já se fez com a educação e a saúde.

Para atacar essa tarefa gigantesca de reverter o quadro atual da violência no Brasil ,daríamos prioridade às crianças e aos jovens: nas escolas, junto às crianças,incentivando o respeito, a disciplina, a solidariedade, a ética, a cidadania e, para osjovens, aumentando o acesso à educação e os recursos para o ensinoprofissionalizante, como forma de proporcionar a oportunidade de terem uma vidadigna e longe do crime.

Esperamos que as reflexões aqui colocadas contribuam para que todos possamosnos unir na tarefa de reduzir as perdas violentas de vidas, reduzir a dor das famílias eos sonhos interrompidos. E promover aquilo que nós todos desejamos, que é a paz ea justiça para nossa gente.

Page 54: Violência, Justiça e Impunidade

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

Delegada Marilisa Bohem, Min Sebastião Reis, Min Marco A. Buzzi, Cel Adilson Moreira, Sr

Ney Silva

Cel Fred Harry Schauffert, Ten Cel Abelardo Bridi, Dr. Márcio da Silva Alexandre, Dr. Douglas

de Melo Martins e Dr.Luiz Carlos Rezende, do CNJ

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Bibliografia