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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Departamento de Ciência dos Alimentos Curso de Bacharelado em Química de Alimentos Disciplina de Seminários em Alimentos Ácido Ascórbico – características, mecanismos de atuação e aplicações na indústria de alimentos Vinicius Rodrigues Pereira Pelotas, 2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Departamento de Ciência dos Alimentos

Curso de Bacharelado em Química de Alimentos Disciplina de Seminários em Alimentos

Ácido Ascórbico – características, mecanismos de atuação e aplicações na indústria de alimentos

Vinicius Rodrigues Pereira

Pelotas, 2008

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VINICIUS RODRIGUES PEREIRA

Ácido Ascórbico – características, mecanismo de atuação e aplicações na indústria de alimentos

Trabalho acadêmico apresentado ao Curso de Bacharelado em Química de Alimentos da Universidade Federal de Pelotas, como requisito parcial da disciplina de Seminários em Alimentos.

Orientador: Valdecir Carlos Ferri

Pelotas, 2008

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“Quando verificares, com tristeza, que nada sabes, terás feito teu primeiro

progresso no aprendizado”

Jigoro Kano.

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PEREIRA, Vinicius Rodrigues. Ácido Ascórbico – características, mecanismos de atuação e aplicações na indústria. 2008. 39f. Trabalho acadêmico apresentado ao Curso de Bacharelado em Química de Alimentos. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.

Resumo

As vitaminas são substâncias orgânicas que atuam em quantidades mínimas em diversos processos metabólicos. Distinguem-se de outros constituintes dietéticos por não representarem fonte de energia nem desempenharem funções de reconstituir uma parte deformada do corpo humano. Uma das vitaminas mais importantes é a vitamina C. Facilmente encontrada em vegetais folhosos, legumes e frutas, esta vitamina é fundamental para a nutrição humana, devido aos efeitos conhecidos que esta trás na prevenção e tratamento do escorbuto, e na redução dos sintomas da gripe, entre outros benefícios à saúde ainda em estudo. É encontrada na forma de ácido L-ascórbico, o qual é a sua principal forma biologicamente ativa. A excepcional facilidade com que essa vitamina é oxidada faz com que ela funcione como um bom antioxidante: um composto que pode proteger outras espécies químicas de possíveis oxidações, devido a seu próprio sacrifício. Fato este que a torna um excelente aditivo utilizado na agroindústria. A vitamina C funciona como agente preservativo. Para evitar a ação do tempo nos alimentos, as indústrias se valem de agentes que preservam a integridade do produto, aumentando a sua data de validade. O ácido ascórbico é comumente utilizado como antioxidante para preservar o sabor e a cor natural de muitos alimentos, como frutas e legumes processados e laticínios. Também é usado como aditivo em carnes defumadas, realçando a cor vermelha e inibindo o crescimento de microrganismos. A possibilidade de unir a eficiência de um antioxidante com a função nutricional torna o acido ascórbico um dos compostos mais utilizados na indústria de alimentos.

Palavras-chave: ácido – L – ascórbico. Vitamina C. Antioxidante.

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Lista de Figuras

Figura 1 – Estrutura molecular do ácido ascórbico.....................................................9

Figura 2 – Interação entre as hidroxilas na molécula do ácido ascórbico por ponte

de hidrogênio..........................................................................................10

Figura 3 – Reação de oxidação do ácido ascórbico a ácido deidroascórbico e de

hidrólise deste último ao ácido 2,3 diceto - L -gulônico.........................11

Figura 4 – Síntese química do ácido ascórbico a partir da glicose...........................14

Figura 5 – Representação da conversão do oxigênio triplete a singlete ..................16

Figura 6 – Etapas da autoxidação lipídica................................................................17

Figura 7 – Mecanismo de ação para os antioxidantes primários .............................20

Figura 8 – Representação da reação de oxidação do acido ascórbico ...................26

Figura 9 – Estabilização do radical livre DPPH.........................................................32

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Lista de Tabelas

Tabela 1 – Teor de vitamina C em alguns alimentos................................................12

Tabela 2 – Níveis de ácido ascórbico comumente utilizados na indústria de

alimentos.............................................................................................29

Tabela 3 – Ingestão Diária Recomendada (IDR) de Vitamina C...............................32

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Sumário

1 Introdução...............................................................................................................7 2 Características........................................................................................................9 2.1 Propriedades Físico-Química.............................................................................9 2.2 Estrutura da Molécula.........................................................................................9 3 Principais Fontes Naturais..................................................................................12 4 Síntese do Ácido Ascórbico...............................................................................13 5 Oxidação...............................................................................................................15 5.1 - Reações Hidrolíticas.......................................................................................15 5.2 - Oxidação Enzimática......................................................................................15 5.3 – Fotoxidacão....................................................................................................15 5.4 – Autoxidação....................................................................................................16 6. Função Antioxidante...........................................................................................19 6.1 Antioxidante.......................................................................................................19 6.2 Classificação.....................................................................................................19 7 Mecanismo de Atuação Antioxidante do Ácido Ascórbico .............................22 8 Estabilidade..........................................................................................................23 9 Escurecimento......................................................................................................25 9.1 Tipos De Escurecimento..................................................................................25 9.2 Oxidação Ácido Ascórbico...............................................................................26 10 Aplicação Industrial..........................................................................................28 10.1 Legislação........................................................................................................29 11 Metodologia Analítica........................................................................................31 12 Aspectos Nutricionais - Benefícios da Vitamina C.........................................33 13 Conclusão...........................................................................................................37 14 Referências ........................................................................................................38

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1 Introdução

Vitaminas são compostos orgânicos, necessários em quantidades mínimas

para promover o crescimento, manter a vida e a capacidade de reprodução. A

ingestão diária de vitaminas necessária para garantir o funcionamento adequado do

organismo é especificada como Dose Diária Recomendada (DDR) (RIBEIRO;

SERAVALLI, 2007).

De acordo com Ribeiro e Seravalli (2007) o termo vitamina foi utilizado pela

primeira vez por Casimir Funk, que, por experimentos com concentrados ricos em

amina, obtidos a partir de cascas e da película do polimento de arroz, verificou a

redução dos sintomas da doença conhecida como beribéri, provocada pela

ausência de uma determinada amina. O termo foi criado para indicar uma amina

essencial à vida. Posteriormente, outros compostos foram identificados com

estruturas químicas diferentes, que não aminas, porém essenciais à vida.

As vitaminas distribuem-se em dois grandes grupos: a) hidrossolúveis que

são solúveis em água e b) as lipossolúveis que são solúveis em gorduras. As

hidrossolúveis funcionam, em sua maioria, como coenzimas (enzimas que

necessitam de uma molécula orgânica como um co-fator e se modificam

quimicamente no curso das reações enzimáticas) com atuação metabólica bem

esclarecida, são facilmente absorvidas, sendo que seu armazenamento corporal é

limitado e devem ser ingeridas em intervalos curtos. Já as vitaminas lipossolúveis,

têm poucas de suas ações fisiológicas bem conhecidas, sabe-se que são

absorvidas com as gorduras (o que exige presença de sais biliares no intestino),

armazenam-se no fígado e sua ingestão pode ocorrer em intervalos de tempo mais

longos que as hidrossolúveis (BOBBIO; BOBBIO, 1995)

São exemplos de vitaminas hidrossolúveis o complexo vitamínico B,

vitamina B1, niacina e niacinamida, vitamina B2, vitamina B6, ácido pantotênico,

vitamina B12 e vitamina C (ácido ascórbico). Exemplos de vitaminas lipossolúveis

são o Retinol (vitamina A), vitamina E, vitamina D e vitamina K.

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Vitamina C é o nome comum dado ao ácido 2,3-enediol-L-gulônico que é

um poderoso antioxidante, pois impede a oxidação, isto é, a perda de elétrons. As

moléculas do ácido ascórbico (vitamina C) sofrem oxidação antes que outras

moléculas se oxidem, impedindo e protegendo essas outras moléculas da oxidação.

O nome "ascórbico" provêm do prefixo a- (que significa "não") e da palavra

latina scorbuticus (escorbuto), uma doença causada pela deficiência de vitamina C.

O ácido ascórbico ocorre amplamente em tecido de plantas (onde a função

é desconhecida) e também é sintetizado por quase todos os mamíferos, não sendo,

portanto, uma vitamina essencial para eles, exceto para os primatas, os porcos da

índia e para alguns morcegos vegetarianos. Este último grupo utiliza as frutas como

fonte de vitamina (COULTATE, 2004).

A vitamina C funciona como agente preservativo em alimentos. Para evitar

a ação do tempo nos alimentos, as indústrias se valem de agentes que preservam a

integridade do produto, aumentando a sua vida útil.

Nos alimentos o controle do processo oxidativo é feito através do emprego

de substâncias que apresentam a propriedade de retardar a oxidação lipídica,

denominadas antioxidantes, e são normalmente utilizadas no processamento de

óleos e gorduras e em alimentos que os contêm.

Os aspectos toxicológicos dos antioxidantes têm sido uma das áreas de

maior controvérsia nos debates sobre a segurança dos aditivos alimentares.

Resultados de estudos a longo prazo realizados nos últimos anos demonstraram

que compostos como BHA e BHT, que são antioxidantes sintéticos podem produzir

tumores em animais experimentais. O que torna maior a procura por produtos

naturais, como por exemplo a utilização da vitamina C (BIANCHI; ANTUNES, 1999).

Este trabalho tem o objetivo de analisar características, mecanismos de

atuação e alterações do ácido ascórbico que devido especialmente a sua

aceitabilidade como um nutriente o torna um valioso aditivo alimentar, mais para

propósitos tecnológicos do que por suas características nutricionais.

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2 Características

2.1 - Propriedades Fisico-Quimicas

O ácido ascórbico é um sólido branco ou amarelado, cristalino com ponto

de fusão de 190 a 192 °C , massa molecular 176.13 g/mol, densidade 1.65 g/cm³ ,

acidez (pKa): 4.17 (primeira), 11.6 (segunda) bastante solúvel em água e etanol

absoluto, insolúvel nos solventes orgânicos comuns, como clorofórmio, benzeno e

éter, tem sabor ácido com gosto semelhante ao suco de laranja. No estado sólido é

relativamente estável. No entanto, quando em solução, é facilmente oxidado, em

reação de equilíbrio ao ácido L – dehidroascórbico (BOBBIO; BOBBIO, 1995).

2.2 - Estrutura da Molécula

O ácido ascórbico possui fórmula química C6H8O6, cuja estrutura pode ser

observada na Fig. 1.

Figura 1 – Estrutura molecular do acido ascórbico

Fonte: FIORUCCI, 2003.

.

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Essa vitamina pertence a um grupo orgânico chamado de lactonas que são

ácidos carboxílicos que se transformam em ésteres cíclicos, ou seja, ésteres de

cadeia fechada que perderam água espontaneamente.

Sua molécula polar com quatro hidroxilas (OH), sendo duas delas na

posição C=C podem interagir entre si por pontes de hidrogênio, resultando num

aumento de acidez da vitamina C, que apresenta uma boa solubilidade em água,

representado na fig.2.

Figura 2 – Interação entre as hidroxilas na molécula do ácido ascórbico por ponte

de hidrogênio

Fonte: ÁCIDO ÁSCORBICO, 2008.

A vitamina C é também um poderoso antioxidante pela facilidade de

oxidação devido a presença do grupo fortemente redutor em sua estrutura,

denominado de redutona, a qual se refere também as hidroxilas do grupo C=C

(BOBBIO; BOBBIO, 1992).

É encontrada nas plantas em três formas: reduzida a ácido L-ascórbico,

ácido mono-dehidroascórbico que é um intermediário instável e ácido L-

dehidroascórbico. Este pode ser perdido irreversivelmente para ácido 2,3

dicetogulônico, que não apresenta atividade vitamínica como apresentado na Fig.3.

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Figura 3 – Reação de oxidação do ácido ascórbico a ácido deidroascórbico e de

hidrólise deste último ao ácido 2,3 diceto - L - gulônico.

Fonte: TAVARES, 2003.

O ácido L-ascórbico está amplamente distribuído na natureza em altas

concentrações, além de apresentar 100 % de atividade de vitamina. O ácido L-

dehidroascórbico possui cerca de 75 a 80 % de atividade de vitamina C, existindo

normalmente um equilíbrio entre as duas formas, sendo o teor de vitamina C total

resultante do somatório dos teores de ambos os ácidos (TAVARES,2003).

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3 Principais Fontes Naturais

A vitamina C se encontra presente em todas as células animais e vegetais

principalmente na forma livre e, também, unida às proteínas. Segundo a literatura,

estão no reino vegetal as fontes importantes do ácido ascórbico representadas por

vegetais folhosos, legumes e frutas. Estas indicações servem apenas como

orientação, sendo que os valores reais dependem muito das variáveis seguintes

como tipo de planta, estado de terra, clima, permanência na fruta desde a colheita,

preparação, entre outros. O seus teores em alguns alimentos estão representados

na tab.1 (FIORUCCI, 2003).

Tabela 1 – Teor de vitamina C em alguns alimentos.

Alimento Vitamina C ( mg / 100g) Limão verde 63,2 Limão maduro 30,2 Laranja pêra fresca 40,9 Abacaxi 73,2 Acerola 1150 Maça nacional 15 Manga – rosa madura 71,4 Abobrinha 24 Espinafre 55,2 Acelga 42,5 Flores de brócolis cru 82,7 Flores de brócolis cozidas 24,6 Couve de bruxelas 102 Folha mandioca 311 Caju 219 Goiaba 218 Salsa 146 Pimentão 140 Pimenta – malagueta 121 Cheiro verde 101 Kiwi 74 Morango 70 Tomate 23 Cereja 15

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4 Síntese

Ás vezes, o ácido ascórbico sintético pode ser idêntico ao ácido ascórbico

presente em alimentos naturais. Geralmente é produzido a partir de um açúcar

natural, uma dextrose (glicose, açúcar de mel, açúcar de milho). Este açúcar de

fórmula química C6H12O6 se converte em L-ácido ascórbico (C6H8O6) por reação de

oxidação onde quatro átomos de hidrogênio são removidos para formar duas

moléculas de água (COULTATE, 2004).

Os répteis e aves mais primitivos sintetizam o ácido ascórbico nos rins, já a

maiorias das aves e grande parte dos mamíferos sintetizam o ácido ascórbico no

fígado, aonde a enzima L-gulonalactona oxidase converte a glicose em ácido

ascórbico. Os humanos, alguns primatas e os porcos da índia não são capazes de

sintetizar a L-gulonalactona oxidase devido a um defeito genético, e são por tanto

incapazes de “fabricar” ácido ascórbico no fígado. Especula-se que estes seres

vivos não possuem tal capacidade com a finalidade de aumentar as reservas de

glicose, precursor do ácido ascórbico no organismo. Esta mutação genética ocorreu

há aproximadamente 63 milhões de anos e proporcionaria conseqüências letais

para os primatas se não fossem animais vegetarianos que vivem em um ambiente

tropical onde muitos produtos alimentícios contêm ácido ascórbico (ÁCIDO

ASCÓRBICO, 2008).

Embora o ácido ascórbico seja um nutriente essencial nos alimentos para

o ser humano, na realidade é um metabólico natural do fígado na maioria dos

animais. Existem muitas rotas diferentes para a síntese do acido ascórbico, e as

mais usadas comercialmente são representadas na Fig. 4, que demonstra todo o

esquema de reações que ocorrem na síntese do acido ascórbico a partir da glicose.

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Figura 4 – Síntese química do acido ascórbico a partir da glicose Fonte: COULTATE, 2004.

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5 Oxidação

A oxidação basicamente envolve a adição de um átomo de oxigênio ou a

remoção de um átomo de hidrogênio das moléculas que constituem os alimentos. A

rancificação pode ocorrer por diversos caminhos como reações hidrolíticas,

oxidação enzimática, fotoxidação e autoxidação.

5.1 Reações Hidrolíticas

As reações hidrolíticas são catalisadas pelas enzimas lipase ou pela ação

de calor e umidade, com formação de ácidos graxos livres.

5.2 Oxidação Enzimática

A oxidação por via enzimática ocorre pela ação das enzimas lipoxigenases

que atuam sobre os ácidos graxos poliinsaturados, catalisando a adição de oxigênio

à cadeia hidrocarbonada poliinsaturada. O resultado é a formação de peróxidos e

hidroperóxidos com duplas ligações conjugadas que podem envolver-se em

diferentes reações degradativas (RAMALHO, 2005).

5.3 Fotoxidacão

O mecanismo de fotoxidacão de gorduras insaturadas é promovido

essencialmente pela radiação UV em presença de fotossensibilizadores (clorofila,

mioglobina, riboflavina e outros) que absorvem a energia luminosa de comprimento

de onda na faixa do visível e a transferem para o oxigênio triplete (3O2), gerando o

estado singlete (1O2). O oxigênio singlete reage diretamente com as ligações duplas

por adição formando hidroperóxidos diferentes dos que se observam na ausência

de luz e de sensibilizadores, e que por degradação posterior originam aldeídos,

álcoois e hidrocarbonetos. Levando-se em conta que o oxigênio é mais solúvel em

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compostos de baixa polaridade como os lipídeos, podemos admitir que um alimento

haverá em um dado instante maior concentração de oxigênio junto aos lipídeos que

no restante do alimento. Este fato, aliado a um maior tempo de vida das moléculas

de 1O2 singlete, quando dissolvidas nos lipídeos, permite-nos admitir que a espécie 1O2 singlete, ainda que em baixa concentração em relação ao 3O2 triplete terá

possibilidade de reagir com átomos de carbono insaturados de um ácido graxo

(ARAÚJO, 1999).

5.4 Autoxidação

É o principal mecanismo de oxidação dos óleos e gorduras. Para que

ocorra a reação de oxidação, é necessário a presença de oxigênio e de uma certa

energia inicial. Se oxigênio, normalmente na forma triplete, passar para o estado

excitado, oxigênio singlete, a energia inicial necessária para a ocorrência da reação

torna-se disponível. Esta passagem do oxigênio triplete para o singlete ocorre na

presença de fotossensibilizadores como clorofila, mioglobina ou hemoglobina e luz.

Normalmente há traços de oxigênio singlete nos alimentos. A reação de

transformação do oxigênio está esquematizada na Fig. 5.

Figura 5 – Representação da conversão do oxigênio triplete a singlete.

Fonte: OETTERER, 2004.

A autoxidacão dos lipídios está associada à reação do oxigênio com ácidos

graxos insaturados, pois a reação com ácidos graxos saturados e conseqüente

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formação de radicais livres é energeticamente desfavorável (Fig.6). Somente sob

condições drásticas de temperatura, dificilmente encontradas nas práticas normais

da tecnologia de alimentos. A formação do radical livre por ruptura homolítica da

ligação C-H de uma cadeia carbônica saturada poderia ocorrer já que esta ruptura

exigiria aproximadamente 100 kcal/mol. Entretanto, a presença de duplas ligações

na cadeia carbônica do ácido graxo baixa a energia necessária para a ruptura

homolítica das ligações C-H na posição alílica para aproximadamente 60 kcal/mol

(BOBBIO;BOBBIO, 1992).

Figura 6 - Etapas da autoxidação lipídica.

Fonte: RAMALHO, 2005.

A reação em cadeia neste tipo de oxidação ocorre em três etapas:

• Iniciação – ocorre a formação dos radicais livres do ácido graxo devido à retirada

de um hidrogênio do carbono alílico na molécula do ácido graxo, em condições

favorecidas por luz e calor.

• Propagação – os radicais livres que são prontamente susceptíveis ao ataque do

oxigênio atmosférico, são convertidos em outros radicais, aparecendo os produtos

primários de oxidação (peróxidos e hidroperóxidos) cuja estrutura depende da

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natureza dos ácidos graxos presentes. Os radicais livres formados atuam como

propagadores da reação, resultando em um processo autocatalítico.

• Término – dois radicais combinam-se, com a formação de produtos estáveis

(produtos secundários de oxidação) obtidos por cisão e rearranjo dos peróxidos

(epóxidos, compostos voláteis e não voláteis).

Para evitar a autoxidação de óleos e gorduras há a necessidade de diminuir

a incidência de todos os fatores que a favorecem, mantendo ao mínimo os níveis de

energia (temperatura e luz) que são responsáveis pelo desencadeamento do

processo de formação de radicais livres, evitando a presença de traços de metais

no óleo, evitando ao máximo o contato com oxigênio e bloqueando a formação de

radicais livres por meio de antioxidantes, os quais, em pequenas quantidades,

atuam interferindo nos processos de oxidação de lipídios (ARAÚJO, 1999).

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6 Função Antioxidante

6.1 Antioxidantes

Com a finalidade de inibir ou retardar a oxidação lipídica de óleos, gorduras

e alimentos gordurosos são empregados compostos químicos conhecidos como

antioxidantes. Segundo a Anvisa (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária),

antioxidantes são substâncias utilizadas para preservar alimentos através do

retardo da deterioração, rancidez e descoloração decorrentes da autoxidação.

Na seleção de antioxidantes, são desejáveis as propriedades de: eficácia

em baixas concentrações (0,001 a 0,01%); ausência de efeitos indesejáveis na cor,

no odor, no sabor e em outras características do alimento; compatibilidade com o

alimento e fácil aplicação; estabilidade nas condições de processo e

armazenamento e o composto e seus produtos de oxidação não podem ser tóxicos,

mesmo em doses muitos maiores das que normalmente seriam ingeridas no

alimento. Além disso, na escolha de um antioxidante deve-se considerar também

outros fatores, incluindo legislação, custo e preferência do consumidor por

antioxidantes naturais (RAMALHO, 2005). 6.2 Classificação dos Antioxidantes

Os antioxidantes podem ser classificados em primários, sinergistas,

removedores de oxigênio, biológicos, agentes quelantes e antioxidantes mistos.

As moléculas orgânicas e inorgânicas e os átomos que contêm um ou mais

elétrons não pareados, com existência independente, podem ser classificados como

radicais livres. Essa configuração faz dos radicais livres moléculas altamente

instáveis, com meia-vida curtíssima e quimicamente muito reativas.

Os antioxidantes primários são compostos fenólicos que promovem a

remoção ou inativação dos radicais livres formados durante a iniciação ou

propagação da reação, através da doação de átomos de hidrogênio a estas

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moléculas, interrompendo a reação em cadeia. A Fig. 7 mostra o mecanismo de

ação antioxidante.

Figura 7 – Mecanismo de ação para os antioxidantes primários

Fonte: RAMALHO, 2005.

O átomo de hidrogênio ativo do antioxidante é abstraído pelos radicais

livres R• e ROO• com maior facilidade que os hidrogênios alílicos das moléculas

insaturadas. Assim formam-se espécies inativas para a reação em cadeia e um

radical inerte (A•) procedente do antioxidante. Este radical, estabilizado por

ressonância, não tem a capacidade de iniciar ou propagar as reações oxidativas. Os

antioxidantes principais e mais conhecidos deste grupo são os polifenóis, como

butil-hidroxi-anisol (BHA), butil-hidroxitolueno (BHT), terc-butil-hidroquinona (TBHQ)

e propil galato (PG), que são sintéticos, e tocoferóis, que são naturais. Estes últimos

também podem ser classificados como antioxidantes biológicos (BIANCHI,1999).

Os sinergistas são substâncias com pouca ou nenhuma atividade

antioxidante, que podem aumentar a atividade dos antioxidantes primários quando

usados em combinação adequada com eles. Alguns antioxidantes primários quando

usados em combinação podem atuar sinergisticamente.

Os removedores de oxigênio são compostos que atuam capturando o

oxigênio presente no meio, através de reações químicas estáveis tornando-os,

conseqüentemente, indisponíveis para atuarem como propagadores da

autoxidação. Ácido ascórbico, seus isômeros e seus derivados são os melhores

exemplos deste grupo. O ácido ascórbico pode atuar também como sinergista na

regeneração de antioxidantes primários.

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Os antioxidantes biológicos incluem várias enzimas, como glucose oxidase,

superóxido dismurtase e catalases. Estas substâncias podem remover oxigênio ou

compostos altamente reativos de um sistema alimentício.

Os agentes quelantes/seqüestrantes complexam íons metálicos,

principalmente cobre e ferro, que catalisam a oxidação lipídica. Um par de elétrons

não compartilhado na sua estrutura molecular promove a ação de complexação. Os

mais comuns são ácido cítrico e seus sais, fosfatos e sais de ácido etileno diamino

tetra acético (EDTA).

Os antioxidantes mistos incluem compostos de plantas e animais que têm

sido amplamente estudados como antioxidantes em alimentos. Entre eles estão

várias proteínas hidrolisadas, flavonóides e derivados de ácido cinâmico (ácido

caféico) (CAVALCANTE, 2006).

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7 Mecanismo de Atuação Antioxidante do Acido Ascórbico

O ácido ascórbico atua como um antioxidante, por estar disponível para

uma oxidação energeticamente favorável. Como ele é facilmente oxidado pelo ar,

este sofre a oxidação em preferência ao alimento, preservando a sua qualidade.

Muitos oxidantes (tipicamente, das espécies de oxigênio reativos) como o radical

hidroxil (formado a partir da água oxigenada), contêm um elétron não emparelhado,

e, com isso, são muito reativos e prejudicais para as pessoas, plantas, alimentos,

etc. em nível molecular. Isto se deve a sua interação com os ácidos nucléicos,

proteínas e lipídios As espécies de oxigênio reativas são reduzidas a água,

enquanto que as formas oxidadas do ácido ascórbico (monodehidroascórbico e

dehidroascórbico) são relativamente estáveis e não reativas (ARAÚJO,1999).

A vitamina C atua na fase aquosa como um excelente antioxidante sobre os

radicais livres, mas não é capaz de agir nos compartimentos lipofílicos para inibir a

peroxidação dos lipídeos. Por outro lado, estudos in vitro mostraram que essa

vitamina na presença de metais de transição, tais como o ferro, pode atuar como

uma molécula pró-oxidante e gerar os radicais H2O2 e OH-. Geralmente, esses

metais estão disponíveis em quantidades muito limitadas e as propriedades

antioxidantes dessa vitamina predominam in vivo.

O ácido ascórbico, como antioxidante em alimentos, funciona de diversas

maneiras; na remoção do oxigênio, prevenindo, portanto, a oxidação de

constituintes sensíveis do alimento e na regeneração de antioxidantes, além de

atuar sinergisticamente com os agentes complexantes e, ou, na redução de

produtos indesejáveis da oxidação (RAMALHO, 2005).

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8 Estabilidade do Ácido Ascórbico

O ácido ascórbico é uma das vitaminas que mais pode ser alterada no

processamento dos alimentos, contribuindo para isso o fato de ser hidrossolúvel, a

ação do calor, da luz, do oxigênio, de álcalis, da oxidase do ácido ascórbico, bem

como traços de cobre e ferro. Sua conservação é favorecida em meio ácido.

(TAVARES, 2003).

Camargo et al. (1984) recomendam, para melhor conservação da vitamina

nos alimentos, o armazenamento em baixa temperatura, rápido pré-aquecimento

(para destruir as enzimas oxidantes), além do mínimo contato com o oxigênio

atmosférico. Segundo eles, a pasteurização, o cozimento, a desidratação e a

evaporação destroem parcialmente a vitamina C, devido a sua alta solubilidade.

Relatam ainda que os sucos de citros e de tomate enlatados ou congelados contêm

os mesmos teores de vitamina C das frutas “in natura”.

Fennema (1993), citando diversos autores, relata que o ácido ascórbico é

muito sensível a diversas formas de degradação. Entre numerosos fatores que

podem influir nos mecanismos degradativos cabe citar a temperatura, a

concentração de sal e açúcar, o pH, o oxigênio, as enzimas, os catalisadores

metálicos, a concentração inicial do ácido e a relação ácido ascórbico/ácido

dehidroascórbico.

De modo geral, a estabilidade da vitamina C aumenta com a redução da

temperatura e a maior perda se dá durante o aquecimento dos alimentos, existem

casos de perda durante o congelamento ou armazenamento a baixas temperaturas.

Também há perdas vitamina C na lixiviação de alimentos, sendo a perda ainda

maior quando a lixiviação é feita com aquecimento (BOBBIO; BOBBIO, 1995).

Em pH maior que 4, o ácido dehidroascórbico sofre rearranjo irreversível a

material biológico inativo. O ácido dehidroascóbico também é rapidamente

convertido a ácido 2,3-dicetogulônico por um processo catalisado por Cu++ e outros

íons metálicos de transição. Portanto, a perda de ácido ascórbico presente em

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vegetais e frutas é acelerada quando esses alimentos são cozidos em recipientes

de cobre ou de ferro (COULTATE, 2004).

A vitamina C é rapidamente decomposta pelo calor. Em conseqüência

dessa característica, o seu isolamento é um tanto difícil, e vegetais cozidos por

tempo elevado e alimentos obtidos por processamento industrial intenso contêm

vitamina C em pequena quantidade (FIORUCCI, 2002).

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9 Oxidação do Ácido Ascórbico e escurecimento

9.1 Tipos de escurecimento

Basicamente o escurecimento que ocorre nos alimentos é dividido em dois

grupos, classificados de acordo com a ação enzimática, ou seja, o escurecimento

enzimático e o escurecimento não enzimático.

O escurecimento iniciado pela oxidação enzimática de compostos fenólicos

pelas polifenóis oxidase (PPOs), muito comum em frutas e certos legumes, é

denominado escurecimento enzimático. Esta reação ocorre geralmente em tecido

vegetal quando há rupturas da célula e a reação não é controlada. O produto inicial

de oxidação é uma quinona, que rapidamente se condensa formando pigmentos

escuros insolúveis, denominados melaninas, esta quinona formada também pode

reagir (não enzimaticamente) com outros compostos fenólicos, aminoácidos e

proteínas, formando também melanina (ARAÚJO, 1999).

O escurecimento não enzimático é definido como um conjunto de reações

complexas que aparecem em diversos alimentos com a formação de pigmentos

escuros, além de modificações favoráveis ou não, no odor e sabor dos alimentos.

Muito embora a reação de escurecimento não oxidativa ocorra entre

açúcares redutores e aminoácidos ou proteínas, a degradação do açúcar, bem

como a degradação oxidativa do ácido ascórbico e a adicional condensação com

compostos carbonílicos formados ou com grupos aminas presentes, produz

pigmentos escuros. O escurecimento não enzimático é provocado pela reação entre

carbonila e os grupos amina livre, com formação de pigmentos escuros

denominados melanoidinas.

As reações de escurecimento não enzimático em alimentos estão

associadas com aquecimento e armazenamento e podem ser subdivididas em três

mecanismos, que são: reação de Maillard, caramelização e oxidação do ácido

ascórbico (GAVA, 1984).

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9.2 Oxidação do Ácido Ascórbico

A principal causa de degradação da vitamina C é a oxidação, aeróbica ou

anaeróbica, ambas levando à formação de furaldeídos, compostos que polimerizam

facilmente, com formação de pigmentos escuros. É também destruída pela luz e

calor (ARAÚJO, 1999).

A vitamina C oxida-se rapidamente em solução aquosa por processos

enzimáticos e não enzimáticos, especialmente quando exposta ao ar, calor e à luz.

A reação é acelerada por íons metálicos (Cu++e Fe3+), e em meio de baixa umidade

a destruição é função da atividade de água. Na ausência de catalisadores, o ácido

ascórbico reage lentamente com o oxigênio.

A oxidação do acido ascórbico é um tipo de escurecimento que ocorre

numa situação particular. O alimento deve conter ácido ascórbico ou vitamina C e

ser suficientemente ácido na faixa de pH 2,0 a 3,5. Geralmente ocorre em sucos de

frutas como o limão, laranjas e pomelos.

O ácido ascórbico possui 1 grupo carbonila, ele deve passar a ácido

dehidroascórbico no início da reação. Este contém 3 grupos carbonilas. Esta

substância recebe 2 H+ e chega ao ácido 2,3 dicetogulônico que perde 2 moléculas

de água e 1 de CO2 chegando ao furfural (OETTERER, 2004).

O aparecimento do furfural já indica a tendência à polimerização e

formação das melanoidinas com escurecimento conforme expresso na fig. 8.

Figura 8 – Representação da reação de oxidação do acido ascórbico.

Fonte: RIBEIRO; SERAVALLI, 2007.

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Segundo Oetterer (2004), este furfural é um aldeído muito ativo, poderá

combinar-se com grupos amino e chegar à reação de "Maillard", mas neste caso,

esta reação é típica de meio alcalino, portanto não poderá ocorrer em sucos, mas

pode aparecer em repolhos desidratados.

Certas enzimas, tais como a peroxidase e ácido ascórbico oxidase

presentes nos alimentos também aceleram a oxidação do ácido ascórbico. Essas

enzimas devem ser inativadas para prevenir as perdas oxidativas do ácido

ascórbico. A oxidação indireta do ácido ascórbico ocorre pela ação das quinonas

oriundas da oxidação de compostos fenólicos pelas PPOs. A velocidade da

oxidação aeróbica é dependente do pH; é mais rápida e a degradação é maior em

meio alcalino. Em pH muito ácido, o íon hidrogênio catalisa a decomposição do

ácido ascórbico pela hidrólise do anel da lactona e, com a adicional descarboxilação

e desidratação, ocorre a formação do furfural e dos ácidos (PAULA, 2007).

A oxidação aeróbica do ácido ascórbico produz além do dehidroascórbico,

a água oxigenada.

A destruição anaeróbica do ácido ascórbico deve ser também levada em

consideração. A velocidade desta reação é independente do pH, exceto na faixa de

3,0 e 4,0, em que há um ligeiro aumento da oxidação. Dentre os aceleradores desta

reação estão a frutose, frutose – 6 – fosfato, sacarose e frutose caramelizada,

sendo o produto final da reação o furfural e o CO2 (SCHERER, 2008).

Os sucos armazenados sob congelamento sem desidratação podem ser

armazenados por um ano. Ao ambiente oxidam facilmente devido a esta reação.

Como em todos os processos pode-se intensificar ou evitar as reações. As

reações podem ocorrer concomitantemente em um alimento desde que haja

condição de favorecimento delas ou de predominância de uma sobre a outra. Entre

os fatores para ocorrência ou controle estão a temperatura, umidade, pH.

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10 Aplicação Industrial

Além do seu papel nutricional, o ácido ascórbico é comumente utilizado

como antioxidante para preservar o sabor e a cor natural de muitos alimentos, como

frutas e legumes processados e laticínios. O ácido ascórbico ajuda a manter a cor

vermelha da carne defumada, como o toucinho, e previne a formação de

nitrosaminas a partir do nitrito de sódio usado como inibidor do crescimento de

microrganismos em carnes. Essa prevenção da perda de cor e sabor ocorre porque

o ácido ascórbico reage com o “indesejável” oxigênio em alimentos.

A vitamina C também é usada como aditivo nutricional em bebidas, cereais

matinais, conservas e refrigerantes enlatados e, por essa razão, o ácido ascórbico é

manufaturado em larga escala (FIORUCCI, 2002).

Inibe a oxidação em vinho, cerveja, leite e derivados. Atua na melhoria das

características reológicas da massa. A adição de 2 a 6g de ácido ascórbico/ 100 kg

de farinha melhora a força e o volume da massa (estabilidade e retenção do gás). O

efeito do acido ascórbico está relacionado com a rápida conversão da glutationa

endógena para a forma de dissulfeto durante a movimentação da massa. O glúten

se torna mais macio na presença da glutationa, com a adição da vitamina C, parte

desta glutationa é removida da reação, resultando em um glúten mais forte e,

consequentemente, mais resistente (WONG,1989).

A prevenção do escurecimento em frutas e vegetais, na presença de

vitamina C se dá através da redução dos compostos do tipo quinonas em

compostos fenólicos. Após a exaustão do ácido ascórbico, as quinonas se

acumulam, polimerizam, formando pigmentos escuros.

Também atua sinergisticamente com os antioxidantes fenólicos sintéticos,

como BHA, galato de propila e tocoferóis.

As concentrações aplicadas na indústria estão expressas na tab. 2.

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Tabela 2 – Níveis de ácido ascórbico comumente utilizados na indústria de alimentos

Produto Nível de acido ascórbico (%) Suco de frutas 0,005 – 0,02 Refrigerante 0,005 – 0,03 Óleo essencial 0,01 Vinho 0,005 – 0,015 Cerveja 0,002 – 0,006 Frutas congeladas 0,03 – 0,045 Frutas enlatadas 0,025 – 0,04 Carne curada 0,02 – 0,05 Vegetais enlatados 0,1 Fonte: ARAÚJO, 1999.

A produção mundial anual de ácido L-ascórbico é de 80.000 toneladas, das

quais 50% é destinada a industria farmacêutica, 25 % é utilizada no setor

agroindustrial como aditivo, e ainda 15% na fabricação de bebidas, o restante vai

para ração animal.

10.1 Legislação

Segundo a Anvisa (1994) para que o alimento seja considerado

“vitaminado” ou “rico em vitaminas é necessário que se enriqueça ou fortifique esse

alimento desde que 100 ml ou 100g do produto, pronto para o consumo, forneça no

mínimo 7,5% da IDR (Ingestão Diária Recomendada) de referência, no caso de

líquidos e 15 % da IDR de referência, no caso de sólidos. Esses alimentos de

acordo com o regulamento técnico de informação complementar, poderão ter o

“claim” de “Fonte de Vitamina”. Quando o consumo do alimento forneça 15% da IDR

para líquidos e 30% para sólidos, estes podem receber a denominação de “Alto teor

ou Rico em vitamina”.

De acordo com a legislação vigente o ácido ascórbico é permitido como

antioxidantes com limites máximo ( %) nos seguintes alimentos:

• Cervejas - 0,20;

• Conservas de carne - 0,20;

• Farinhas - 0,20;

• Margarinas - 0,20;

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• Óleos e gorduras - 0,03;

• Polpas e sucos de frutas - 0,03;

• Refrescos e refrigerantes - 0,03.

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11 Metodologia Analítica

As técnicas mais utilizadas nos métodos químicos são: titulometria,

polarografia, voltametria, fluorimetria, cromatografia líquida de alta eficiência e

espectrofotometria. A AOAC (official methods of analysis) recomenda o método

titulométrico utilizando 2,6 dicloroindofenol, este composto se apresenta numa cor

azulada quando oxidada, na reação com o ácido ascórbico ele é reduzido

apresentando-se na forma incolor. O método é simples, porém lento e os reagentes

empregados são instáveis, devendo ser padronizados antes do uso. Outro método

utilizado é com o iodo que através de reação de oxi-redução reage com o ácido

ascórbico, quando todo o ácido reagiu haverá um excesso de iodo que na presença

do indicador amido, formara um complexo azul, o que indicará o ponto final da

titulação (COULTATE, 2004).

Há também métodos utilizados para determinar a capacidade antioxidante.

Estes métodos podem ser baseados na captura do radical peroxila, poder de

redução do metal, captura do radical hidroxila, captura do radical orgânico e

quantificação de produtos formados durante a peroxidação de lipídios.

O ensaio espectrofotométrico utilizando o radical livre 2,2-difenil-1-picril-

hidrazil (DPPH) é um dos testes que permite fazer uma avaliação indireta da

capacidade seqüestradora de radicais livres e assim associá-la com a capacidade

antioxidante da substância em análise

Este método está baseado na captura do radical orgânico por

antioxidantes produzindo um decréscimo da absorbância realizada numa leitura em

espectrofotômetro previamente estabelecida a 515 nm.

O DPPH é um radical livre que pode ser obtido diretamente por dissolução

do reagente em meio orgânico (Fig. 9).

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Figura 9 – Estabilização do radical livre DPPH Fonte: RUFINO, et al, 2007.

O sistema de quantificação para a determinação da capacidade

antioxidante do ácido ascórbico pode ser feito através da adição do DPPH como

padrão externo, sendo os resultados expressos em % inibição do radical livre =

[(ABS do branco – ABS da amostra) / ABS do branco] x 100, sendo ABS a

absorbância lida no espectrofotômetro (RUFINO, et al, 2007).

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12 Aspectos Nutricionais - Benefícios da Vitamina C

Os compostos antioxidantes são capazes de neutralizar os radicais livres e

prevenir certas doenças tais como câncer, cataratas, patologias celebrais e artrite

reumatóide

Tem-se discutido muito a utilização da vitamina C, não apenas para a

prevenção do resfriado comum, mas principalmente para prevenir a incidência do

câncer, doenças cardiovasculares e outras patologias. A prevenção tem sido

estendida à intoxicação por vários agentes químicos e outros agressores, como

substâncias orgânicas, fármacos, agentes físicos, etc.

A ingestão diária de ácido ascórbico deve ser igual à quantidade excretada

ou destruída por oxidação. Um adulto sadio perde de 3% a 4% de sua reserva

corporal diariamente. Para manter uma reserva de 1500 mg ou mais no adulto, é

necessária a absorção de cerca de 60 mg ao dia (FIORUCCI, 2003)

A vitamina C tem sido há muito tempo motivo de grandes controvérsias. A

recomendação diária de vitamina C é de apenas 60 mg/dia. Muitos cientistas têm

discordado desses valores, incluindo Linus Pauling, cientista laureado com dois

Prêmios Nobel e que pessoalmente recomendava 3g/dia (3000 mg). É sabido que

as 60 mg são recomendadas para prevenção de escorbuto, mas não se sabe ainda

o que seria a dosagem ideal, para a potencialização máxima da saúde.

É reconhecido que a vitamina C pode se tornar tóxica quando ingerida em

excesso, a dosagem cuja toxicidade é conhecida seria a ingestão de 4 gramas por

Kg de peso corporal. Por exemplo, para uma pessoa de 70 Kg esta dosagem

corresponderia a 280g/dia, o que equivaleria ingerir 2,8 potes por dia de vitamina C

contendo 100 cápsulas de 1000 mg de vitamina C por cápsula. A tab.3 contém as

concentrações necessárias de vitamina C nas diversas faixas etárias.

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Tabela 3 - Ingestão Diária Recomendada (IDR) de Vitamina C

Idade mg / dia

lactentes 0 – 0,5 anos 30

crianças 0,5 – 1 anos 35

1 – 3 anos 40

4 – 6 anos 45

7 – 10 anos 45

adultos - 60

gestantes - 70

lactantes 0 – 6 meses 95

6 – 12 meses 90

Fonte: Anvisa, 1994.

Existem medicamentos que podem diminuir a concentração de vitamina C

no organismo, como por exemplo a pílula anticoncepcional, certos antibióticos e o

ácido acetilsalisílico (Aspirina). Também as operações, infecções, câncer, feridas

graves, diabetes mellitus, doenças intestinais ou estomacais, “stress” permanente e

consumo excessivo de álcool. É sabido também que os fumantes necessitam maior

quantidade de vitamina C, pois a nicotina reduz a taxa desta vitamina no organismo.

A vitamina C atua na prevenção e tratamento de diversas patologias tais

como:

Apoio ao sistema imunológico – O ácido ascórbico apóia o sistema imune (os

glóbulos brancos). A vitamina C fortalece não somente os glóbulos brancos

(linfócitos e macrófagos) como também a concentração de imunoglobulinas no

sangue.

Regulação do colesterol – Estudos na década de oitenta relatam que a vitamina C

poderia ter um papel importante na regulação da síntese do colesterol.

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Vitamina C e o Chumbo – Em 1939, 34 trabalhadores que haviam absorvido

chumbo foram tratados com vitamina C. Recentemente, um estudo sobre animais

demonstrou que a vitamina C teria um efeito protetor contra a intoxicação por

chumbo sobre a função nervosa e muscular. Entre fumantes, o consumo de 1000

mg de vitamina C permitiu uma redução media de 81% das concentrações

sanguíneas de chumbo, enquanto que 200 mg ficaram sem efeito. Os autores

concluíram que um suplemento de vitamina C poderia representar um modo

econômico e prático de diminuir as concentrações de chumbo no sangue.

Autismo – Um suplemento de vitamina C reduz a gravidade dos sintomas em

crianças que sofrem de autismo.

Fertilidade – Entre homens inférteis, demonstrou-se que o consumo de vitamina C

melhora a qualidade do esperma (morfologia e mobilidade dos espermatozóides) e

aumenta o número de espermatozóides.

Doenças e disfunções imunológicas relacionadas com a idade – As doenças

relacionadas com a idade e as disfunções imunológicas associadas poderiam ser

menores com a ingestão de suplementos de vitamina C.

Síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS): estudos preliminares – Uma

das doenças onde tratamento eventual com doses farmacológicas de ascorbato é

mais controvertida é a AIDS. Essa controvérsia dura mais 16 anos, desde a

publicação de um estudo que mostrava que o ascorbato, em doses não tóxicas para

o homem, “freava” a replicação do vírus HIV. Outros estudos sustentaram estes

resultados, porém não se há realizado nenhum estudo clínico de envergadura.

Vitamina C e o câncer – Alguns estudos demonstram uma relação entre os níveis

baixos de vitamina C no plasma sangüíneo e um maior risco de certos tipos de

câncer ( ÁCIDO ASCÓRBICO, 2008).

A Vitamina C atua na formação de colágeno, fibra que compõe 80% da

derme e garante a firmeza da pele. Além disso, o ácido ascórbico inibe a ação da

tirosinase, uma enzima que catalisa a produção de melanina; por isso, tem ação

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clareadora, ajudando a eliminar manchas. Também possui um papel fundamental

na reciclagem de vitamina E, outro importante antioxidante varredor de radicais

livres; importante para manutenção da umidade e elasticidade da pele e hidratação

geral esgota-se mais rápido nos casos de estafa, uso de fumo, álcool, açúcares

simples (mesmo os naturais, como o mel) e carboidratos refinados (CHEFTEL,

1976).

Outras funções da vitamina C: participa da síntese da carnitina (enzima) e

do colesterol; aumenta a absorção do ferro dos alimentos de origem vegetal,

melhora a função imunológica.

A vitamina C também está envolvida na absorção de ferro. Se por um lado

existe o fator positivo de sua ingestão produzir maior absorção de ferro pelas

pessoas que apresentam uma deficiência deste mineral ou atletas que necessitam

de dosagens 45 maiores, por outro lado, pode muitas vezes fazer com que o

excesso de ferritina no sangue aumente muito e conseqüentemente gere uma maior

produção de radicais livres (WONG, 1989).

Nas últimas seis décadas, o papel da vitamina C na prevenção e

tratamento da gripe tem sido motivo de debates fervorosos na comunidade

científica. O interesse pelo assunto cresceu com a publicação de um estudo sobre o

tema feito pelo Prêmio Nobel de Química Linus Pauling, em 1970. No livro "Vitamina

C e a Gripe Comum", o autor sugere que grandes doses de vitamina C serviriam

para evitar gripes e encurtar a sua duração. Novos artigos dizem que a vitamina C

apenas encurta a duração da gripe e diminui os sintomas, mas preveni-la, não é

papel da vitamina C.

A partir da análise de 55 pesquisas, os cientistas puderam afirmar que a

incidência de gripe não diminui quando os pacientes tomam até dois gramas de

vitamina C por dia como profilaxia. De acordo com o artigo, a vitamina C não é uma

medida profilática contra a gripe, mas reduz em média o tempo dos seus efeitos em

14% nas crianças e 8% em adultos (ÁCIDO ÁSCORBICO, 2008).

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13 Conclusão

Devido suas características antioxidante e nutricional, o ácido ascórbico

torna-se um poderoso aditivo por meio de inúmeros mecanismos de atuação. A

possibilidade de unir essas funções faz com que o ácido ascórbico seja um dos

compostos mais utilizados na indústria de alimentos, ainda com tendência de

crescimento devido à procura do consumidor por produtos naturais.

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14 Referências

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