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Curso de Líderes – 2008 Secretaria de Vigilância em Saúde Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO EM SITUAÇÕES DE DESASTRES

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Curso de Líderes – 2008

Secretaria de Vigilância em SaúdeCoordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental

VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA

PARA CONSUMO HUMANO EM SITUAÇÕES

DE DESASTRES

Água edoenças

Direito àágua

Segurança

Saúde integral

Fonte: OPAS/OMS Fonte: CGVAM/SVS/MS

Fonte: OPAS/OMS

A importância da água para a saúde pública

Água e saúde de acordo com a Constituição Brasileira

Fonte: OPAS

Fornecer às populações

água sem riscos para a saúde

Responsabilidade do poder público

Garantir à população o acesso à água com

qualidade compatível com o padrão de

potabilidade estabelecido na legislação

vigente, para a promoção da saúde

Reduzir a morbi-mortalidade por doenças e agravos de transmissão hídrica;

Buscar a melhoria das condições sanitárias das diversas formas de abastecimento de água;

Avaliar e gerenciar o risco à saúde imposto pelas condições sanitárias das diversas formas de abastecimento de água;

Monitorar, sistematicamente, a qualidade da água consumida pela população;

Informar à população sobre a qualidade da água e riscos à saúde;

Apoiar o desenvolvimento de ações de educação em saúde e mobilização social.

Objetivo do VIGIAGUA

Qualidade da água é um atributo dinâmico no tempo e no espaço

Água potável é aquela que pode ser consumida sem risco à saúde e sem causar rejeição ao consumo

Aspectos conceituais

Fonte: OPAS/OMS

Fonte: José VieiraFonte: CGVAM/SVS/MS

Características quenão comprometam

seu uso

Água distribuídapara consumo

humano

Padrão de potabilidade - VMP

Água potável – água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos à saúde (Portaria 518/2004).

Marco Legal

Portaria MS n. 518/2004

Estabelece os procedimentos e

responsabilidades relativos ao controle e

vigilância da qualidade da água para consumo

humano e seu padrão de potabilidade.

Art. 2° Toda a água destinada ao consumo humano deve

obedecer ao padrão de potabilidade e está sujeita à

vigilância da qualidade da água.

Portaria MS n. 518/2004

Vigilância

Ações contínuas adotadas pela autoridade de Saúde Pública

Para garantir que a água consumida pela população atenda ao padrão e normas estabelecidas na legislação vigente

avaliar os riscos que os sistemas e as soluções alternativas de abastecimento de água representam

para a saúde humana

Conjunto de atividades, exercidas de forma contínua pelo(s)

responsável(is) pela operação de sistema ou solução

alternativa coletiva de abastecimento de água

Destinadas a verificar se a água fornecida à população é

potável, assegurando a manutenção desta condição

Controle

Responsabilidades

VIGILÂNCIACONTROLE

SETOR SAÚDE

RESPONSÁVEL

PELO

FORNECIMENTO

DE ÁGUA

Para as águas envasadas e as utilizadas como matéria prima para elaboração de produtos e em serviços específicos deve ser observada a legislação pertinente.

Todas e quaisquer formas de abastecimento de água

coletivas ou individuais na área urbana e rural, de

gestão pública ou privada, incluindo as instalações

intradomiciliares

Campo de Atuação

Fonte: CGVAM/SVS/MS Fonte: CGVAM/SVS/MS Fonte: CGVAM/SVS/MS

Vigilância

Principais atividades a serem realizadas pelas Secretarias Municipais de Saúde:

• Cadastro das diferentes formas de abastecimento de água do município:

Sistemas de abastecimento de água – SAA;

Soluções alternativas coletivas – SAC;

Soluções alternativas individuais – SAI.

• Monitoramento da qualidade da água

Vigilância

Principais atividades a serem realizadas pelas Secretarias Municipais de Saúde:

• Inspeções sanitárias;

• Informação e educação em saúde;

• Acompanhamento das atividades do prestador de serviços: informações sobre o controle da qualidade daágua.

Zona de Captação

ETA

Reservatório

Rede

Visão sistêmica sob a perspectiva

de risco à saúde

Portaria n. 518/2004

Vigilância

Fatores Intervenientes e Indicadores da Qualidade da Água

Qualidade da Água

Físico-Químicos

Fonte: Zoneamento das Águas (2000)

Atividade Industrial

Atividade Minerária

Atividade Urbana

Atividade Rural

Outros

Agentes

Antrópicos

Agentes

Naturais

Indicadores

Biológicos

Sedimentológicos

Ecotoxicológicos

Hidrológicos

Satisfação do Usuário

Outros

Radiação Microrganismos Cobertura Vegetal

Solo

Umidade

Outros

Temperatura Vento Precipitação

Evaporação Insolação Topografia

Qualidade da Água eRiscos à Saúde – Situação de rotina

Riscos substâncias químicas

efeito crônico e de longo prazo

toxicidade (???)

incertos

Riscos microbiológicos

efeito agudo e de curto prazo

inquestionáveis e de grande impacto

OMS

Qualidade da Água emSituação de emergência/desastre

Fonte: CGVAM/SVS/MS; SES/MG

Fonte: CGVAM/SVS/MS

Fonte: Cicero GóesFonte: Cícero Góes

Situações que demandam atuação no âmbito das ações do Vigiagua

• Desastres naturais relacionados com o incremento dasprecipitações hídricas e com as inundações (enchentes ou

inundações graduais)

• Desastres naturais com a intensa redução dasprecipitações hídricas (secas e estiagens)

• Desastres naturais relacionados com a geomorfologia, intemperismo, erosão e a acomodação do solo (escorregamento ou deslizamento, enxurradas ou inundaçõesbruscas e alagamentos)

• Desastres humanos de natureza tecnológica relacionadoscom produtos perigosos (meios de transporte, com riscos de

extravasamento de produtos perigosos, desastres relacionados com o uso abusivo e descontrolado de agrotóxicos, desastresrelacionados com a contaminação de sistemas de água potável)

• Desastres humanos relacionados com a construção civil (rompimento de barragens e riscos de inundações a jusante de atividades de mineração)

• Desastres humanos de natureza biológica relacionadosaos fatores ambientais (doenças transmitidas pela água)

Situações que demandam atuação no âmbito das ações do Vigiagua

Setor Saúde:Vigilância em saúde ambientalVigilância epidemiológicaVigilância sanitáriaAtenção BásicaLaboratórios de Saúde PúblicaFunasaConselho Municipal de Saúde

Representações comunitáriasPrestadores de serviço de abastecimento de águaDefesa CivilMeio ambienteEducaçãoObras, Transporte, Limpeza Pública, outros

Trabalho conjunto e articulado

Premissas

Participar no planejamento das ações emergenciais direcionadas à bacia hidrográfica, incluindo mananciais de abastecimento das áreas afetadas;

Interdição cautelar das formas de abastecimento de água não seguras;

Assegurar a qualidade da água para consumo humano em conformidade com o padrão de potabilidade.

Premissas

Medidas mínimas para garantir o abastecimento seguro de água e higiene geral,

em situações de emergências / desastres

Definição de fontes de abastecimentoQualidade e

quantidade de água

Tratamento da água

Ações de comunicação e educação em saúde junto à população

Higiene e saúde:Medidas gerais de controle para

garantir a salubridade local

Sistema Público de Abastecimento de água atingido total ou parcialmente

Orientação ao prestador de serviços a realizar um plano emergencial de monitoramento da qualidade da água no período crítico

Apoio à indicação de fontes seguras de abastecimento de água, em curto prazo, como caminhões-pipa

Definição de fontes de abastecimento

Importância de que o fornecimento coletivo de água seja obrigatoriamente precedido de desinfecção (Portaria MS no. 518/2004)

A qualidade deve atender aos requisitos mínimos exigidos pela Portaria MS no. 518/2004;

Intensificação das ações de vigilância da qualidade da água, nas áreas de risco:

monitorar, minimamente, os parâmetros de turbidez, cloro residual e E. coli ou coliformes termotolerantesmonitorar a água quanto a substâncias químicas, caso haja suspeita de contaminação

Qualidade da água

Quantidade de água

A quantidade de água poderá variar de acordo com o clima, as instalações de saneamento, os costumes normais da população, práticas religiosas e culturais, alimentos que cozinham, roupas etc.

Quantidade de água (L/dia)

ObservaçãoTipo de uso

Pessoa AnimalHospitais e postos de primeiros socorros

40 a 60 -

Centros de alimentação para população

20 a 30 -

Albergues temporários e acampamentos

15 a 20 -

Instalações de lavagem 35 -Gado - 30Caprinos - 15Outros animais de menor porte

- 10

Ingestão 2 a 3 Dependerá do clima e fisiologia individual

Manipular e cozinharalimentos

3 a 6 Dependerá do tipo de alimento,normas sociais e culturais

Sobrevivência

Higiene 2 a 6 Respeitando-se os costumes e a cultura

Necessidade básica total 7,5 a 20

Fonte: Adaptado da OPAS/OMS (1999); El projeto Esfera 1997

Recomendação - Demanda diáriamínima de água em situação de

emergência / desastre

Quantidade de água per capita;

Número mínimo de pessoas a serem atendidas;

Dimensionamento de reservatório

Ex.: Quantidade de água per capita = 20 L / hab / diaNúmero mínimo de pessoas a serem atendidas = 100Capacidade do reservatório = 20 x 100 = 2.000 litros

O armazenamento da água deverá ser feito em estrutura com capacidade mínima de 2.000 L e estar

localizado a 100 m da área dos desabrigados

Apoio à promoção de alternativas de tratamento da água:na Estação de Tratamento de Água – ETAno intradomicílio: distribuição orientada do hipoclorito de sódio para desinfecção caseira da água

A água distribuída coletivamente por meio de rede deve conter em qualquer ponto da rede um teor de cloro residual livre igual ou superior a 0,2 mg/L e nunca maior que 5,0 mg/L

Tratamento da água

Apoio às ações de comunicação e educação emsaúde, junto à população

Desinfecção da água no domicílio;

Limpeza e desinfecção de reservatórios;

Limpeza dos domicílios e estabelecimentos coletivos;

Cuidados com a higiene individual e coletiva;

Preparo de alimentos.

Fonte: CGVAM/SVS/MS

Desinfecção da água no domicílio

Usualmente recomendada para água distribuída sem tratamento

ou de qualidade duvidosa

É importante que a população não manipule produtos químicos

à base de cloro, devido ao potencial de risco dessas substâncias

em altas concentrações

A população deverá utilizar/manipular, apenas, frascos de

hipoclorito de sódio a 2,5%, soluções à base de cloro, já

preparadas ou pastilhas.

Desinfecção da água no domicílio

Recomenda-se NÃO fazer a desinfecção da água para consumo

humano com água sanitária, pois esses produtos podem conter

outras substâncias químicas como alvejantes, conservantes,

desodorizantes que podem ser prejudiciais à saúde, além de não

haver garantia sobre o real teor de cloro na solução.

Dosagem em recipiente com volume conhecido: 2 gotas de

hipoclorito de sódio a 2,5%, por litro de água a ser desinfetada,

com tempo de contato de 30 minutos.

Desinfecção da água no domicílio

Fervura: Técnica simples, muito conhecida e bem aceita. O

principal inconveniente é o consumo de energia e o tempo

necessário relativamente alto, para inativação de alguns

organismos, como rotavírus, poliovírus e vírus da hepatite A.

Desinfecção da água no domicílio

Desinfecção solar: Técnica reconhecida internacionalmente para

regiões de grande insolação.

Desafios

Harmonizar e padronizar, no âmbito do Governo Federal, as

orientações quanto aos procedimentos para desinfecção;

Facilitar a dosagem domiciliar de hipoclorito de sódio, para

maiores volumes de água, mediante a distribuição e orientação

quanto ao uso de dosadores;

Desafios

Viabilizar o acesso da população a soluções de hipoclorito de

sódio;

Consolidar e disponibilizar o Protocolo de Atuação do Vigiagua

em casos de emergência/desastres;

Incentivar a elaboração de Planos de Ação locais para

situações de emergência/desastres.

Efetividade das ações de vigilância da qualidade da água para consumo humano

Vigilância em Saúde Ambiental

Atenção Básica

Saneamento/Meio ambiente/

Recursos Hídricos

Vigilância Epidemiológica

Laboratórios

Outros

Vigilância Sanitária

Integradas

Maria de Lourdes Fernandes Neto

[email protected]