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ÁREA DE EDUCAÇÃO GESTÃO DE POLÍTICAS DE APRENDIZAGEM 1 Subsídios para o período que antecede o início da solução ACELERA BRASIL

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ÁREA DE EDUCAÇÃO

GESTÃO DE POLÍTICAS DE APRENDIZAGEM

1

Subsídios para o período que antecede o início da solução

ACELERA BRASIL

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subsídios para o período que antecede o início da solução

Professor,

A Solução Educacional Acelera Brasildestina-se a alunos alfabetizados das turmas do 3º, 4º e 5º anos prioritariamente, na faixa entre 10 a 14 anos, com dois anos de distorção idade/série-ano.

O responsável pela classe do Acelera Brasil assume a turma logo após a aplicação do teste

diagnóstico de alfabetização para a “enturmação” dos alunos. Entretanto, há geralmente um espaço

de tempo entre a capacitação inicial e o começo das aulas propriamente ditas, com o uso do

material, o que requer um planejamento para o início da Solução.

Com o objetivo de ajudá-lo nesse planejamento, a equipe da área de Gestão de Políticas de

Aprendizagem do Instituto Ayrton Senna organizou subsídios consonantes às exigências do

processo ensino-aprendizagem.

Dessa forma seguem, a título de sugestões, alguns lembretes orientadores da prática docente,

indicações e procedimentos em Matemática e Língua Portuguesa, além de uma coletânea de textos

que abrangem os seguintes gêneros: histórias em quadrinho, poemas, textos instrucionais (receitas,

jogos, brincadeiras) fábulas, cartas e contos.

Lembre-se que o sucesso é resultado da interação diária entre você e o aluno. O seu diálogo com a

classe, como o proposto nas atividades a seguir, desperta a curiosidade e oportuniza a fala de

todos os alunos, concorrendo para o alcance de bons resultados, não só pelos conteúdos

desenvolvidos, mas também pelo estabelecimento de vínculo afetivo na relação com o aluno,

indispensável para a aprendizagem.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS GERAIS

A. Desenvolvimento de clima de cooperação entre todos:

Criar um clima favorável para a aprendizagem.

Receber diariamente os alunos na sala, valorizando suas presenças e fazendo-os sentir

satisfação por estarem ali.

Estimular a convivência em grupo, de maneira produtiva e cooperativa, ouvindo o outro,

pedindo ajuda, respeitando opiniões, assegurando a participação de todos e resolvendo

possíveis mal entendidos.

B. Planejamento da Organização do espaço e do tempo:

Promover:o O registro coletivo da rotina de trabalho do dia, destacando os momentos de

chegada, intervalo ou recreio e hora da saída para administração do tempo, por

todos.

o A responsabilização de alunos pela distribuição e recolhimento de materiais diversos,

o cuidado com a ambientação, ordem e limpeza da classe.

o A organização de exposição de trabalhos realizados.

Preparar-se de acordo com a aula do dia:o Organização da sala agrupando os alunos em duplas, ora em trios, ora em

semicírculo, em círculo, etc. de acordo com os objetivos a alcançar.

o Definição, junto aos alunos, sobre critérios para organização dos grupos: por letra

inicial do nome, por idade, afinidades para o trabalho, equilíbrio entre meninos e

meninas, ritmo de trabalho e outros.

o Aproveitamento dos espaços externos para realização de atividades cotidianas como

ler, contar histórias, fazer desenhos de observações, etc.

o Realização de passeios ao redor da escola ou a um estabelecimento comercial

próximo com a finalidade de registrar as observações realizadas, para um trabalho

coletivo posterior.

Não esquecer que...o Deve haver controle e registro diário da frequência dos alunos.

o Todas as atividades que envolvam leitura e escrita devem ser registradas por

vocêem letra de imprensa maiúscula.

o Ao final de cada dia deve ser dado o “Para Casa” e feita uma retomada das

atividades desenvolvidas provocando a participação de todos os alunos.

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INDICAÇÕES DE ALGUNS CONTEÚDOS E PROCEDIMENTOS

Matemática

A. Números e operações Contar, quantificar e registrar: Estimar o número de elementos de uma coleção Utilizar-se de estratégias próprias para realizar contagens Contar em escala ascendente e descendente, de cinco em cinco, de dez em dez, a partir de

um número dado menor que 100. Resolver operações com números naturais Cálculos de adição, subtração, multiplicação e divisão por meio de estratégias próprias.

B. Grandezas e medidas Medir e pesar usando estratégias próprias Medir sua própria altura, a de colegas, a da professora, utilizando-se de estratégias próprias. Estimar seu peso, o dos colegas, o da professora e demais pessoas ou alimentos. Organizar as medidas e pesos, em tabelas. Classificar com base em critérios combinados e registrar

- Classificar números ou objetos, com base em critérios definidos: maior que, menor que, estar entre.

Comparar e registrar as informações em tabelas ou gráficos Comparar pesos nos rótulos de produtos Comparar diferentes padrões de medidas: palmo, pé, mão, passada, régua, etc. Comparar diferentes quantidades, mantido o peso. Ex: 1 quilo de feijão, com 1 quilo de

algodão.

C. Tratamento da informação Resolver situações-problema

- Problemas-padrão simples- Problemas para pensar e arquitetar uma estratégia de solução:o representar o problema com desenho, com listas, com tabelas, ou com outra

estratégia pensada para a solução. Ex: Numa reunião de equipe há 6 alunos. Se cada um trocar um aperto de

mão com todos os outros, quantos apertos de mão teremos ao todo?o Problemas de aplicação da situação real do dia-a-dia dos alunos

Ex: sobre a venda de produtos pelos alunos ou sobre a confecção por eles, de guloseimas ou sucos para o comércio.

D. Espaço e forma Comparar e descrever: Descrever a localização de pessoas ou objetos, variando os pontos de referência ou

indicação de posições. Comparar objetos que os rodeiam, com base em suas características: arredondadas ou não,

simétricas ou não, etc.

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Língua Portuguesa

A. Prática de leitura e de escuta Leitura e escuta de diferentes gêneros textuais: poesias, fábulas, quadrinhas, contos,

cartas, textos informativos, instrucionais, biográficos, jornalísticos, científicos, etc. Sequências didáticas para estudo dos gêneros contemplando atividades para o

desenvolvimento de habilidades de compreensão a partir de:- inferência de sentido de palavras e/ou expressões desconhecidas por eles;- antecipações a partir do título de um livro e/ou a partir de um ponto da história; de

imagens, etc.;- estabelecer relações entre linguagem verbal e não verbal;- estabelecer semelhanças e diferenças em determinados gêneros textuais;- considerar o contexto de produção de um texto;- relacionar um texto com outros já lidos;- criticar os textos - relacionar a utilização de vocabulário específico à finalidade do texto.

B. Prática de linguagem oral Entrevistas reais ou simuladas (alunos assumam os papéis de entrevistador e

entrevistado) Relatos de casos, acontecimentos. Contar histórias Declamar poesias Cantar músicas Debates sobre temas ou situações do cotidiano Dramatizar histórias ou cenas do cotidiano Conversas no cotidiano de sala de aula, etc.

Considerando:

o a distinção da oralidade formal, da oralidade do cotidiano;o a utilização de palavras adequadas na interação, evitando mal-entendidos e conflitos;o a importância da linguagem corporal na interação verbal, controle da voz, olhar,

movimentos, gestos e expressões faciais.

C. Prática de escrita e de produção de texto Produzir textos nos diferentes gêneros em estudo e os utilizados nas comunicações do

cotidiano.

Considerando:

o as especificidades do gênero a que ele pertence,o a quem se destina (público-alvo)o meio em que será divulgado

Cuidar dos aspectos lingüísticos: o concordância verbal e nominalo emprego de preposições e conjunçõeso pontuação adequada

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o formas ortográficas regulares Uso do dicionário na busca de significados de palavras e da grafia correta. Desenvolver procedimentos de revisão de textos.

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COLETÂNEA DE TEXTOS E PROPOSTAS DIDÁTICAS

Os textos foram ordenados não pela importância maior ou menor de um ou outro gênero, mas como

os contos são um pouco mais longos do que os demais ficaram ao final da coletânea. Daí a

importância da ordem de apresentação ser respeitada para que gradativamente o aluno se

familiarize e desenvolva estratégias próprias de leitura.

Para desenvolver a competência leitora propusemos atividades diferenciadas, como leitura coletiva,

dialogada e dramatizada. Entretanto, você tem liberdade para aprofundar o nível de dificuldades de

acordo com o perfil da classe e o nível de leitura de seus alunos.

A leitura silenciosa, individualizada, também deverá ser proposta aos alunos, pois nesses

momentos oportuniza-se que encontrem suas próprias estratégias de leitura. Mas você certamente

saberá o momento exato para introduzi-la, pois é de grande importância que os alunos do Acelera

Brasil se sintam confiantes nessas primeiras aulas da solução, e percebam que podem ler e

escrever com certa facilidade.

Acreditamos que as crianças aprendem a ler lendo e, a partir de situações do mundo real,

identificam a necessidade dos escritos para a resolução ou enfrentamento de uma determinada

situação.

Dessa forma, é seu papel oferecer às crianças diversas situações reais de leitura, de diferentes

gêneros e suporte como placas de rua, cartazes, embalagens, recados, “out-doors”, anúncios em

jornais e revistas, folhetos, letras de músicas, poemas, etc. Outro aspecto importante é ajudar os

alunos a fazerem perguntas ao escritor para compreensão de sentido, levantamento de hipóteses a

partir de pistas (indícios) e verificação das mesmas. Finalmente, é mostrar aos alunos a

possibilidade de consultar outros textos apoiando-se em estruturas conhecidas ou até mesmo em

palavras para a compreensão do novo texto.

Esses foram os conceitos e as estratégias utilizadas nas propostas em anexo que, com certeza,

serão ampliadas no seu trabalho de sala de aula. Através das propostas se materializa o conceito

de que ler é atribuir sentido a algo escrito, a partir de uma expectativa real. Daí a grande

importância de sua mediação, para não reduzir suas aulas a simples modelos de leitura, mas

instigar o aluno a pensar sobre o texto a partir de diferentes atividades.

Fica, então, o nosso convite para que você planeje suas aulas a partir da organização de um

conjunto de atividades de leitura, de escrita e oralidade, para que os alunos se apropriem dos

conhecimentos e recursos linguísticos, evoluam na correção gramatical e na produção de textos

claros e coesos, na fluência e compreensão da leitura, fazendo uso significativo da língua,

considerando as características de cada gênero. 8

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Não se esqueça: a liderança rumo ao seu próprio sucesso, e ao de seus alunos, está em suas

mãos!

Bom trabalho e muitas aprendizagens!

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Paraíso Se esta rua fosse minha

Eu mandava ladrilhar

Não para automóvel matar gente,

Mas para criança brincar.

Se esta rua fosse minha,

Eu não deixava derrubar,

Se cortarem todas as árvores,

Onde é que os pássaros vão morar?

Se este rio fosse meu,

Eu não deixava poluir.

Joguem esgotos em outra parte,

Que os peixes moram aqui.

Se este mundo fosse meu,

Eu fazia tantas mudanças

Que ele seria um paraíso

De bichos, plantas e crianças.

José Paulo Paes

(Poemas para brincar. São Paulo: Ática, 1999)

Ler para a classe o Poema (previamente copiado na lousa ou no papel pardo) e propor à classe que faça uma segunda leitura coletivamente.

Conversar com os alunos sobre o autor do poema, destacar seu nome, de onde foi retirado o texto e a cidade em que foi publicado o livro. Mostrar aos alunos como são indicadas essas referências.

A partir de boas perguntas, convidar os alunos à compreensão reflexiva do poema.

- Na primeira estrofe o poeta fala da rua. Qual é a sua preocupação?

- Na 2ª estrofe o poeta fala de cortes de árvores. Qual é a sua preocupação com esse fato? O que mais acontece quando as árvores são cortadas?

- Na 3ª estrofe o autor fala dos rios. Na opinião dele, muitos rios estão poluídos?

- Quais as consequências dessa poluição?

- Como seria o mundo se ele fosse do poeta?

- E o seu mundo, como seria?

Propor a releitura do poema só que de outra forma. Dividir a classe em quatro grupos e, sob a sua coordenação, cada grupo faz a leitura de uma das estrofes.

Nova leitura, só que em forma de jogral: um grupo de alunos se encarrega sempre de ler os dois primeiros versos de cada estrofe e os demais os outros dois versos.

Reproduzir o poema em folha sulfite e recortar os versos colocando-os em um envelope, ou simplesmente prendendo-os com um clips. Distribuir cada conjunto a um grupo (classe dividida em grupos de quatro alunos cada) e solicitar que cada grupo reorganize o poema e cole-o numa outra folha.

Importante: Supervisionar o trabalho dos alunos percorrendo a classe e sempre que necessário lançar perguntas para que eles possam refletir e realizar a tarefa com sucesso.

Concluída a atividade será importante ler coletivamente mais uma vez o poema.

Propor à classe que cada aluno reescreva o poema recriando os dois últimos versos das duas primeiras estrofes.Para tal, você poderá escrever essas duas estrofes na lousa retirando os dois últimos versos de cada uma.

Ao concluírem a tarefa os alunos socializarão suas produções.

Próxima tarefa: cada aluno se encarregará de reescrever as duas últimas estrofes do poema, mantendo apenas o primeiro verso de cada um deles. Escrever na lousa apenas o primeiro verso dessas duas estrofes deixando espaço em branco para os demais versos.Importante: Sempre circular em sala de aula e mediar as dificuldades dos alunos lançando perguntas para que possam refletir e melhor realizar a tarefa.

Concluída a atividade você poderá criar um varal expondo os novos poemas em sala aula.

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Mariana

M A R I A N A

M A R I * N A

* * * * A N A

M A R * * * *

* * R I A * *

M A R I A * *

* * * I A * *

* A R * * * *

Mariana

Ah! MARIANA menina pouco sozinha.

De um lado tem MARIA

Do outro lado tem ANA.

No meio corre MARINA

Ia MARIA

Pelo mar de MARIANA

Ria MARINA.

E ANA, menina amiga,

Ama as águas de MARIANA.

Bartolomeu Campos de Queirós

Diário de Classe.

São Paulo. Moderna, 1992

Você lê para a classe o poema previamente copiado na lousa ou no papel pardo e propõe à classe que faça uma segunda leitura coletivamente.

A seguir conversa com os alunos:1. Sobre o autor do poema, lendo o seu

nome e onde foi publicado. Mostra aos alunos como são indicadas essas referências.

2. Sobre o texto:- Bartolomeu de Campos Queirós, autor desse poema, brinca com as palavras. Você percebeu qual brincadeira ele faz?

- O nome Mariana é muito bonito e divertido, pois contém outros nomes e palavras dentro dele.

- Na sua classe você tem muitos colegas. Será que tem algum parecido com o de Mariana, ou seja, mistura outros nomes?

3. Atividades complementares:- Procure os nomes na lista de chamada ou no quadro e comece a pesquisar e brincar. Seja um caçador de palavras!

- Registre logo abaixo os nomes e faça a mesma brincadeira de Bartolomeu. - Organize um quadro como o do Poema.

-Escreva o seu nome em letra bastão. Seja o caçador de palavras em seu nome, registrando-oem um quadro.

Você pode fazer caça palavras ou outros jogos de complementação brincando com o poema e os nomes dos alunos:Exemplo:

Retire(-)ou acrescente(+) as letras indicadas para formar outros nomes.

MARIANA – A →------------------------------

MARINA – N →-----------------------------

ROSANA – NA →-----------------------------

ROSA – A + E →----------------------------

LUCIANA- NA → ----------------------------

LUCIANA – A + O →-----------------------------

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O Leão

Leão! Leão! Leão!

Rugindo como o trovão

Deu um pulo, e era uma vez

Um cabritinho montês. (...)

Tua goela é uma fornalha

Teu salto, uma labareda

Tua garra, uma navalha

Cortando a presa na queda. (...)

O salto do tigre é rápido

Como o raio; mas não há

Tigre no mundo que escape

Do salto que o leão dá.

Não conheço quem defronte

O feroz rinoceronte.

Pois bem, se ele vê o leão

Foge como furacão.

Leão se esgueirando à espera

Da passagem de outra fera...

Vem o tigre; como um dardo

Cai-lhe em cima o leopardo

E enquanto brigam,tranqüilo

O leão fica olhando aquilo.

Quando se cansam, o leão

Mata um com cada mão.

Leão! Leão! Leão!

És o rei da criação!

Vinicius de Moraes

A arca de Noé: poemas infantis. 14ª edição

Rio de Janeiro: José Olympio, 1984, p. 39-43.

Ler para a classe o Poema (previamente copiado na lousa ou no papel pardo) e propor à classe que faça uma segunda leitura coletivamente.

Conversar com os alunos sobre o autor do poema, identificá-lo, e observar onde foi publicado. Mostrar aos alunos como são indicadas essas referências. Caso já tenha trabalhado em outras atividades com os alunos como são indicadas as referências, poderá pedir aos alunos para encontrarem a referência desse poema e perguntar se já ouviram falar em Vinicius de Moraes. Nessa conversa você amplia os conhecimentos da classe trazendo um pouquinho da história de Vinicius.

A partir de boas perguntas, convidar os alunos à compreensão reflexiva do poema.Conversar sobre o perfil das feras de que o poema trata. Discutir com os alunos procurando sempre dar espaço para que eles verbalizem o que já sabem e complementar as informações. Lembrar-se de que, dessa forma, você mostra aos alunos que eles também já sabem muita coisa e que precisam apenas ampliar o seu conhecimento. Essa ação fortalece a autoestima e impulsiona o desejo em aprender!(Não esqueçamos de que as pequenas ações transformam-se em grandes conquistas.)

Ampliando a compreensão dos alunos:Discutir com os alunos o que significa a segunda estrofe:

Tua goela é uma fornalha

Teu salto, uma labareda

Tua garra, uma navalha

Cortando a presa na queda

Você deve explorar essas comparações e ajudar os alunos a inferir o sentido de fornalha, labareda e os porquês do poeta usar essas expressões. Solicitar aos alunos que as substituam por outras, mas que não deixem de dar a mesma força que o autor desejou. Primeiramente pode-se propor que o exercício seja realizado no coletivo e registrado na lousa. Posteriormente pedir que cada um elabore o seu.

Abrir espaço na aula para que todos leiam o que produziram.

Propor aos alunos que identifiquem outras comparações que o autor tenha utilizado no poema. Estimular os alunos a compreenderem o sentido de cada uma.

Estimular aos alunos a substituírem essas comparações por outras. Destacar com giz

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de cor ou circular as palavras ou até expor em tarjas.

A cada discussão retomar a leitura do verso a que se refere. (A repetição tanto aponta ao aluno que para a leitura e compreensão, é preciso voltar ao texto inúmeras vezes, assim você oportunizará que os alunos comecem a compreender a formação das palavras.É uma repetição com sentido!

Solicitar aos alunos que desenhem as feras de que trata o poema, ou, se for possível, que recortem e colem as imagens.

Pedir para que o poema seja lido mais uma vez pela classe toda. Depois que cada grupo de alunos se encarregue da leitura de uma das estrofes (mesmo que seja “pseudo leitura”, que tenham memorizado).

Trabalhar um pouco mais a criatividade dos alunos. Pedir que substituam esses animais e elaborem um poema com ao menos uma ou duas estrofes. Essa atividade poderá ser oral, após um período de tempo destinado para que eles pensem silenciosamente e discutam em duplas, ou trios. Depois disso, é o momento de cada grupinho socializar o que pensou.

Você poderá registrar na lousa algumas das produções e eleger algumas para serem melhor trabalhadas pela classe sob sua coordenação do (reescrevendo as estrofes de forma que rimem, observando que as comparações sejam mais viáveis, etc.)

As produções dos alunos deverão integrar-se ao varal de poesia ou mural da sala de aula.

Obs: Você fará o papel de escriba sempre que julgar necessário, mas é importante num primeiro momento deixar os alunos aventurarem-se no mundo da escrita sem nunca deixar de apoiá-los, levando-os a refletir e encontrar caminhos para a escrita ortográfica. Isso favorecerá em muito o aprendizado dos alunos.

Também não se pode esquecer de trabalhar a expressão oral dos alunos, as posturas, etc.

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Casa da Vovó

Claudio Thebas

Se a pedra

não é pedra,

ou se a pedra

não é nada,

esta pedra disfarçada

o que ela é, então?

Uma pedra pode ser

só pedregulho

ou também

_ e que barulho! _

pode ser um avião...

Se a panela

da cozinha

de uma casa

não tem cabo

mas tem asa,

se transforma

num condor.

E se eu bato

no bumbum

desta panela,

num instante

viro índio

e ela vira

meu tambor...

E a corda

que inda ontem

era serpente

agora há pouco,

e de repente,

ficou sendo cipó...

Pois um dia

nunca é

igual ao outro,

e tudo isso_

quem diria? _

no quintal

da minha vó...

(Amigos do peito. Belo Horizonte: Formato, 1996. p. 24-5)

Professor lê com entonação para a classe o Poema (previamente copiado na lousa ou no papel pardo)

Propõe à classe que façam uma segunda leitura coletivamente.

Professor conversa com os alunos sobre o autor do poema, lendo o seu nome e onde foi publicado. Mostra aos alunos como são indicadas essas referências.

Professor a partir de boas perguntas convida os alunos à compreensão reflexiva do poema.

Algumas sugestões:

- Este poema nos lembra de.....

- No poema a criança brinca com que objetos?

- O poema fala de brincadeira de criança. O que acontece nessa brincadeira?

- Como a criança transforma um objeto em brinquedo?

- Como a criança se transforma em um índio?

- O que há de parecido entre a corda, à serpente e o cipó?

- Por que ao final do poema, a criança diz que “um dia nunca é igual ao outro”?

- Por que o título do poema é esse e não brincadeira?

- Você já brincou como a criança do poema?

Terminado os comentários o Professor propõe a declamação coletiva do poema. Para tal divide a classe em grupos e encarrega cada um de memorizar um trecho do poema. No momento combinado todos participarão cada um cumprindo o que foi combinado.

Produção coletiva de um poema sobre brincadeiras. O Professor divide a classe em pequenos grupos e pede a cada um a criação de uma estrofe de um poema sobre brinquedos. Professor circula na sala de aula, observa e oferece ajuda quando tiverem dificuldades na escrita das palavras.

Ao final, o Professor pede para que os alunos leiam para a classe a produção de

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seu grupinho e colem na lousa ou no mural a sua estrofe.

A seguir o Professor negocia com a turma como fazer para organizar as estrofes de forma que o poema se constitua como um único.Caso seja necessário, as crianças com a ajuda do Professor efetuam alguns ajustes para que haja coesão e coerência ao texto.

Terminada a tarefa o poema será lido e relido na turma, e exposto no mural da classe ou da escola.

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História em quadrinho

Professor apresenta mais uma história em quadrinhos aos alunos.

Conversa comos alunos a respeito do título dessa história ( qual o significado de “esculpindo na areia”). Local (cenário)onde se dá e personagens da história.

Professor solicita aos alunos que observem bem as cenas e pensem uma história para ela. Abre a palavra a alguns alunos para que contem a história. Problematiza ao final das exposições e questiona a turma qual das versões que mais gostaram. Propõe que ditem a história a ele(a) que a escreverá na lousa.Após a conclusão dessa atividade e a respectiva leitura pelo professor, a partir de boas perguntas negocia com os alunos a escrita formal e final dessa história.

A versão final será relida no coletivo e registrada pelo Professor em papel pardo para ser arquivada e retomada posteriormente para a leitura.

Na aula subsequente o Professor resgata a cópia da história para que seja lida coletivamente e para que os alunos se apropriem da compreensão do texto e da escrita.

Solicitar aos alunos que deem um novo título à história.

-Professor, enquanto escriba, elabora uma lista com os títulos propostos pelos alunos.

- Discute com a classe quais são os mais adequados, levando à classe a versão final da lista.

Propor à classe que deem continuidade à história criando ao menos mais um quadrinho possibilitando um final diferente à história. Mas, além do desenho que também criem um balão para a escrita do que acontece.Professor percorre a classe, observa os trabalhos e oferece ajuda aos que encontrarem dificuldades na escrita das palavras, ou até mesmo quando estiverem sendo incoerentes na continuidade da história.

Propõe a socialização das produções dos alunos, todos leem os seus trabalhos.

Encerrando esta atividade poderá expor os trabalhos no mural da sala de aula.

Professorpropõe à classe mais uma atividade a de elaborar balões e legendas em toda a história. Como na atividade acima,oferece auxílio aos alunos que apresentarem dúvidas ou dificuldades, mas sempre levando-os a pensar.

Uma vez, que todos gostaram tanto dahistória você poderá sugerir aos alunos que criem uma nova versão da história em quadrinhos utilizando o mesmo tema. Os desenhos e balões ficarão por conta da criatividade de cada aluno.

Concluída a tarefa, o Professor propicia a socialização dos trabalhos.

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Antes da leitura: você apresenta a história - Senninha

em : Truque Esperto

esconde os quadrinhos apenas deixando visível o título e o primeiro quadrinho;

dialoga com a classe sobre o que tratará a história (antecipação)

organiza uma lista na lousa com as diferentes opiniões.

Leitura e entendimento: você expõe os quadrinhos, continua

criando suspense e inicia a leitura. ao final provoca a reflexão do grupo

com perguntas: Quem são os personagens da história? ( professor lista na lousa)

Totó sabe fazer truques? Quais?

E o cachorro do Senninha?

O que Senninha pensa de seu cachorro?

O que vocês pensam do Becão?

Comentários gerais:

Você retoma a leitura de alguns dos quadrinhos, de acordo com o surgimento dos comentários.

O importante é lembrar que ele é modelo para os alunos, por isso sempre se deve retomar a leiturapara melhor compreender o texto. Essa retomada oportuniza ao aluno perceber o texto e as palavras que o compõem).

Outras atividades:Propor nova leitura do quadrinho no coletivo.Retomar a compreensão do texto solicitando aos alunos que leiam o quadrinho correspondente à pergunta elaborada por você.

Convidar a classe a criar mais um ou dois quadrinhos para finalizar a história: desenho e escrita dos balões.

As produções são problematizadas por você de forma individualizada, solicitando a leitura do elaborado e da própria escrita.

Atenção: Não esquecer da necessidade de se respeitar a individualidade e o momento de cada aluno. A problematização tem a finalidade de causar conflitos na compreensão do texto, assim como dos aspectos ortográficos.

Atividades de desdobramentos:Propor aos alunos que elaborem uma lista de palavras com nomes de cachorros que conhecem.

Pedir aos alunos que elaborem uma lista de truques que os cachorros sabem e gostam de fazer.

Você deve sempre circular pela sala de aula, prestar auxílio aos que apresentam maiores dificuldades na escrita, entretanto não deve dar respostas prontas, mas levar os alunos a pensarem sobre a palavra.

Utilizar o alfabeto móvel, ou exposto na sala, o próprio texto - fazendo com que o aluno encontre a palavra desejada...

Ao final da atividade solicitar que os alunos socializem as suas listas; você como escriba, poderá montar uma na lousa, de forma a contemplar todas as sugestões da classe.

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Atividades:

Você lê com os alunos a placa do primeiro quadrinho e conversa a respeito da finalidade de um poço de desejos. Pede aos alunos que observem bem a “tira” e identifiquem o que Senninha está fazendo no 1º quadrinho e qual o seu o desejo (que os remeterá ao 2º quadrinho).

Convida a classe a escrever no 2º quadrinho um balão que expresse a imagem.

Provoca os alunos a pensarem sobre o que pediriam se encontrassem um poço dos desejos. Organiza uma lista dos desejos da classe registrando-os na lousa. Ao final, em conjunto com a turma, todos leem os desejos.Você copia essa lista em papel pardo e fixa no mural.

Convida os alunos a desenharem em uma folha um quadrinho com o seu desejo e também a elaborarem um balão. Além da escrita do desejo, registrar também o que sentiriam no momento em que esse desejo fosse atendido. Durante a atividade você circula pela sala e conversa individualmente com seus alunos ajudando-os na escrita. Após o término da tarefa poderá expor os quadrinhos produzidos no mural da sala.

Transcreve as palavras da lista de desejos da classe em tiras de papel e depois corta-as em sílabas, tomando o cuidado de não misturá-las. Distribui duas ou três palavras divididas em sílabas para cada dupla de alunos e pede que descubram quais são essas palavras que poderão ser coladas ou registradas no caderno. Esse jogo poderá ser repetido algumas vezes desde que as palavras circulem em sala de aula.

Nessa atividade é de grande importância que você vá observando o processo do aluno e, sempre que necessário, intervenha levando o aluno a pensar sobre as palavras formadas.

Atenção: a lista de palavras organizadas por ocasião da atividade em sala deverá permanecer fixada no mural, e os alunos poderão utilizá-la como AP

Atividades:

1. Você conversa com os alunos :

Observem bem os quadrinhos:Do que trata essa tira?

Quem são os personagens?

Vamos ler os balões? (vocêlê numa primeira vez, caso nenhum aluno tenha conseguido e solicita a todos para lerem coletivamente).

Que título poderemos dar a essa tira? ( você registra na lousa as diferentes sugestões.

Como o Senninha está levando os alimentos para o Piquenique? Por quê?

Essa maneira é a usual?

Vocês levariam da mesma forma?

2. Com sua ajuda a classe organiza uma lista: Vamos organizar uma lista com os produtos

que Senninha está levando para o seu piquenique?

1º carrinho: ........

2º carrinho: ........

3º carrinho: ........

4º carrinho:.........

- O registro é feito na lousa conforme os alunos vão enumerando.

Na opinião de vocês estão faltando alguns produtos? Quais?Vamos completar? Cada um de vocês poderá desenhar os carrinhos com o produto que julgam que está faltando.

Vamos agora escrever abaixo de cada carrinho o nome do que ele está carregando.Você circula pela sala de aula eauxilia os alunos a escreverem a partir de algumas perguntas, pedindo para localizarem na lista anteriormente construída no coletivo e registrada na lousa.

Atenção : procure não dar respostas prontas mas levar o aluno a pensar.

3. Piquenique:

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Se vocês fossem a um piquenique o que levariam e como?Você registra em forma de lista na lousa, as sugestões dos alunos.

Concluída a lista propõe a leitura coletiva.

Solicita aos alunos que cada um desenhe no seu caderno o seu piquenique: os alimentos que levaria, assim como os respectivos recipientes.

A seguir propõe aos alunos que escrevam logo abaixo do desenho o nome do que levariam para o piquenique.

Além de apoiar os alunos, você deve reservar um tempo para conversar com cada um sobre o que desenhou e escreveu.

Atenção:Esse momento é muito importante para que você estabeleça um relacionamento de confiança, acolhimento e respeito pela individualidade.

Após serem apresentados aos colegas de classe é de grande importância que os trabalhos sejam expostos em sala de aula

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Jogo: Mais perto do 10.

Material - caixa vazia de sapato (ou similar);

- 30 botões de camisa;

- 30 tampinhas;

- 30 palitos de sorvete;

- 30 bolinhas de gude (ou parecidas);

- 30 tocos de lápis;

- 30 borrachas;

- 30 canudinhos cortados em pedaços grandes;

(enfim, 30 objetos que caibam na caixa e possam ser pegos com a mão de uma só vez)

- feijões ou outro tipo de marcador para contar os objetos de cada um;

Modo de preparar o jogo.Encapar a caixa com papel colorido ou então desenhar em suas faces.

A seguir colocar dentro da caixa os objetos separados, sendo 30 de cada tipo.

Colocar em separado, em uma vasilha, um punhado de feijões.

RegrasMontar equipes de três, quatro ou seis participantes.

Cada jogador deverá pegar às escuras a quantidade de objetos possíveis, e separar a quantidade de feijões igual à quantidade de objetos que tirou e devolvê-los à caixa.

O jogador que tirar 10 objetos de uma vez só ganha 1 ponto. Se nenhum jogador tirar 10 objetos, o ponto vai para aquele que chegar mais perto. Caso haja empate, cada jogador ganha 1 ponto.

Ao final de 6 rodadas para 3 ou mais jogadores, ganhará o participante que fizer mais pontos.

Repetir o jogo quantas vezes o tempo livre permitir.

Transcrever o texto em papel pardo. Ler o texto em voz alta para a turma e convidar os alunos a realizarem leitura coletiva.

Problematização:

- Perguntar aos alunos se conhecem outros tipos de texto semelhante a esse? São parecidos, idênticos, são utilizado para qual finalidade?

Solicitar à turma, dividida em três grupos, que leia o texto cabendo a cada grupo a leitura de um dos tópicos.

Propor que no dia seguinte os alunos levem o material necessário, fazendo uma divisão dos itens necessários para preparar 06 jogos.Aproveitar esse momento para organizar a lista de nomes e os objetos que cabem a cada um (mais uma oportunidade de leitura e escrita).

É chegado o momento de preparar o jogo. Você resgata o texto do jogo já lido anteriormente e solicita ao grupo lê-lo mais uma vez. “E mãos à obra, vamos confeccionar o jogo!”

Tudo pronto! Vamos brincar novamente! Boa diversão!

Produzir outros jogos: propõe à classe, organizada em grupos, que elabore outros textos instrucionais para orientar outras crianças a produzirem jogos.

Abrir espaço para socializar as produções dos alunos e, enquanto escriba, registrar os textos dos jogos.

Poderá ser montado um livro de instruções de jogos da classe e, de tempos em tempos, propor a confecção de alguns e a utilização em sala de aula

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Catavento

Material necessário- Régua

- Papel colorido ou folha de jornal ou revista

- Moeda

- Lápis

- Percevejo

- Palito de churrasco ou vareta.

Helena Brandão e Maria das Graças V.G. Froesler.

O livro dos Jogos e das brincadeiras para todas as idades. Belo Horizonte: Leitura, 1997.

InstruçõesCom a régua traçar duas linhas no papel, em sentido diagonal.

Com a ajuda de uma moeda, traçar um círculo bem no centro.

Pintar os dois lados do papel com lápis de cor ou tinta guache.

Recortar as linhas traçadas até o limite do círculo.

Dobrar cada uma das pontas, em direção ao centro do círculo.

Colocar um percevejo no encontro das dobras, para prendê-las, e fixar em um pauzinho.

Transcreva o texto em papel pardo, lê o texto em voz alta e a seguir convida a classe para realizar a leitura coletiva do te

Problematização: perguntar aos alunos se esse texto se assemelha a outro tipo de texto que eles conhecem. São parecidos, idênticos, cada um é utilizado para qual finalidade?

Propor à classe a confecção de cataventos para serem presenteados a alunos da série inicial. O catavento será acompanhado de uma folha com as instruções e você poderá aproveitar o momento de entrega dos presentes para pedir a seus alunos que leiam o texto de instruções para elaborar o catavento. Não há problema que a leitura seja de memória, é um começo!

Propor à classe, organizada em grupos, que elabore outros textos instrucionais para orientar outras crianças a produzirem brinquedos.Você será o escriba, caso não haja ainda crianças aptas a escrever no quadro. Ou então, a atividade pode ser realizada

oralmente e você a registrará em papel pardo quando for lida ou contada aos colegas.

Todos os textos serão lidos pela classe e você deverá lembrar–se de sempre problematizar a leitura e a escrita, pois dessa forma facilitará a aprendizagem.

Para finalizar, você poderá pedir à classe para confeccionar os brinquedos a partir dos textos criados. Se possível, organizar uma exposição em sala ou no corredor da escola para que todas as crianças conheçam o trabalho. É importante que ao lado de cada brinquedo esteja o texto instrucional.

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Pão de Minuto

Ingredientes

4 xícaras (chá) de farinha de trigo

4 colheres (sopa) de manteiga

4 colheres (sopa) de açúcar

1 colher (sopa) de fermento em pó

½ colher ( sopa) de sal

4 ovos inteiros

½ xícara (chá) de leite

Modo de Preparar

1. Peneire os ingredientes secos, misture bem a manteiga, quebre no meio da massa os ovos e vá misturando com uma colher de pau, pondo aos poucos o leite. (não se deve bater)

2. Pingue em assadeira não untada e asse em forno quente.

Dona Benta.

Comer Bem:1001 receitas de bons pratos. São Paulo: Companhia Editora nacional, 2003.

Transcreva o texto em papel craft. Leia a receita em voz alta

Discuta com os alunos:-Que tipo de texto é esse?

-Como está organizado?

-Os textos lidos anteriormente têm esse mesmo formato?

-Chame a atenção das crianças para as palavras que estão entre parênteses._ o que elas indicam?

-Chame a atenção para a medida expressa em forma de fração.( 1/2)

Proponha leitura coletiva do texto com sua ajuda.

Divida a classe em dois grandes grupos. Peça a um deles que leiam os Ingredientese o outro o Modo de fazer. (Enquanto as crianças leem o Professor acompanha com a régua).

Proponha à classe, separada em grupos de quatro que pense em outras receitas. Lembre a todos que essas receitas serão ditadas ao Professor para que ele seja o escriba da classe.

Após as receitas terem sido registradas uma a uma devem ser precedidas de leitura pela classe. ( Professor lembre de aceitar as receitas como forem sugeridas pelos alunos e ao mesmo tempo que as for escrevendo na lousa vá problematizando-as para que possam seguir a forma do texto prescritivo- receita.)

Ao término do registro das receitas em papel craft poderá ser produzido um livro de receita gigante, que ficará em sala de aula. ( a leitura do mesmo poderá ser retomada sempre que possível)

Caso a escola disponha de espaço, uma das receitas poderá ser concretizada e todos a saborearem em conjunto.

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Carta a um amiguinho

Nova York, 14 de fevereiro de 1928

Prezado amigo deste tamanho,

Recebi sua carta com um menino pescando uma botina velha em cima. Recebi também os retratos que você mandou. Já remeti esses retratos para São Paulo, para o desenhista que vai fazer desenhos para o livro que eu fiz e que se chama – Circo de Cavalinhos (a Emília, que é uma burra, diz Circo de Escavalinho) Mas, estou com medo que o desenhista não faça você parecido e mamãe vai ficar danada. A Emília vive se queixando dos desenhistas, que nunca pintam como ela é.

O sítio de Dona Benta está ficando uma beleza. Agora apareceu outro freguês, o João Faz-de-conta, que é um boneco irmão do tal Pinocchio. É muito feio o coitado, como você vai ver no fim do ano num livro chamado "O irmão de Pinocchio" que vai sair. Narizinho está crescendo e cada vez com o nariz mais arrebitado.

A casa dos pinguins vai bem. É meio triste porque só tem dois habitantes, dois pinguins, que passam o dia inteiro um olhando para o outro. Já devem estar enjoados de tanto olhar, não? Enquanto não aparecer por lá um pinguinzinho há de ser isso.

A casa de Alarico é alegre porque tem um pinguinzinho sabido que é você.

Adeus meu caro amigão e diga a papai que quando vier cá outra vez, não deixe de trazer você para ver a máquina que a gente põe um níquel e sai um pedacinho de chewinggum( chicletes).

Até logo. Lembranças a papai, mamãe e ao Presidente.

Monteiro Lobatowww.projetomemoria.art.br/MonteiroLobato/monteirolobato/carta.htmlAcesso em: 16/01/09

Você lê o texto com entonação para a classe (texto previamente copiado na lousa ou no papel pardo).

A seguir pergunta à classe: que gênero de texto é esse que acabamos de ler?

Após alguma conversa, explica à turma que é uma carta redigida por um escritor brasileiro muito famoso, Monteiro Lobato. Fala um pouquinho sobre as obras desse autor, pergunta quem já ouviu falar de algumas delas. Também é importante

conversar a respeito dos personagens dos livros.

Se você tiver acesso a um dos exemplares dos livros de Monteiro Lobato, será muito bom apresentá-lo aos alunos e mostrar a imagem dos personagens.

Ao fim do bate-papo você convida a turma a ler a carta coletivamente.

A partir de boas perguntas, conversa sobre o texto possibilitando a compreensão.

Sugestões:

- A quem é destinada essa carta? Qual foi a saudação?

- Quem, é o autor?

- Onde estava o autor quando escreveu a carta?

- Na carta, que acontecimentos Monteiro Lobato conta a seu amigo?

- Qual é o assunto principal que levou o autor da carta escrever a seu

amiguinho? Qual era sua maior preocupação?

- O que Lobato quis dizer com: “Recebi sua carta com um menino pescando

uma botina velha em cima”

- Qual foi a proposta que o Monteiro Lobato fez a seu interlocutor?

- Como o autor encerra a carta?

Você propõe aos alunos que leiam mais uma vez coletivamente a carta.

A seguir, divide a classe em três pequenos grupos e solicita a um deles que leia o trecho da carta em que o autor fala ao amiguinho sobre os assuntos principais.A um segundo grupo pede que leia o trecho no qual Lobato dá algumas notícias a seu amiguinho.

O último grupo lerá o trecho das despedidas do autor da carta.

A etapa seguinte é propor à turma que redija uma lista dos assuntos tratados por Lobato na carta.Você circula na sala e auxilia os alunos que estão com maiores dificuldades na realização da atividade. Lembrar sempre de não dar respostas, mas pistas para que os alunos encontrem as palavras no texto, ou até se servindo do alfabeto exposto em sala de aula.

Ao término abrir espaço para a socialização das produções.

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Você pode encerrar as atividades com mais uma leitura coletiva do texto.

Apresentação da dramatização.

João Pessoa, 18 de fevereiro de 2009.

Querida Maria Cristina,

Escrevo-lhe uma pequena carta para dizer-lhe que estou bem.

Estou na Escola Estadual Elisa Raquel no 2º ano.

Minha professora chama-se Teresa e é tão legal quanto a Senhora.

Estou aprendendo a ler histórias muito interessantes e, muitas vezes, engraçadas. Também sei resolver problemas, fazer contas.

Na minha escola, além de um pátio grande, há uma horta com alfaces, cenouras, rabanetes. A cada dia da semana uma das turmas se encarrega de regar as verduras e legumes. Esse é um dos momentos mais gostosos do dia.

Faz muito calor aqui, mas o céu quase sempre está azulzinho.

Já tenho muitos amiguinhos, brincamos muito na hora do recreio.

Dê abraços aos meus colegas.

Um grande beijo para a Senhora.

Celina

Você lê para a classe o texto, previamente copiado na lousa ou no papel pardo, respeitando a entonação adequada.

Propõe à classe que faça uma leitura coletiva do texto.

A partir de boas perguntas, convida os alunos à compreensão reflexiva do texto.Sugestões:- A quem é destinada essa carta?- Qual foi a saudação?- Quem, é o autor?- Onde estava o autor quando escreveu a carta?- Qual é o assunto da carta?- Em sua opinião, qual foi o motivo que

levou o autor a escrever essa carta para sua professora?- O que o autor contou ao seu interlocutor?- Como foi encerrada a carta?

Você propõe aos alunos que leiam a carta mais uma vez, coletivamente.

A seguir, resgata as duas cartas lidas anteriormente e propõe que os alunos as comparem: - o que tem de comum nas três?

- no que diferem?

É importante que você compare os tratamentos dados pelos autores a seus interlocutores e o vocabulário utilizado, não se esquecendo de ressaltar que os três textos são cartas, apesar das diferenças, e isso fica claro tanto pelo formato quanto pela finalidade (dar notícias; comunicar-se).

Você retoma o diálogo com a questão:- Quais os outros gêneros de textos vocês conhecem que têm o mesmo objetivo da carta, o de se comunicar?

Vocêlista na lousa os gêneros sugeridos pela classe e complementa com outros se necessário.

Está lançado um dos objetivos da escrita: a necessidade de se aprender a ler e escrever, assim como, o desejo de aprender os outros gêneros de textos.

Você propõe à classe que escreva uma carta ao Diretor da escola para contar como tem sido esse período inicial de aulas.Durante essa atividade deve circular pela sala e auxiliar os alunos que estão com maiores dificuldades, lembrando sempre de não dar respostas, mas pistas, utilizando todos os recursos disponíveis:alfabeto exposto em sala de aula, palavras que começam ou terminam da mesma forma.

Ao término, abre espaço para a socialização das produções.

Preparação do envelope: conforme o que os alunos já aprenderam em aulas anteriores. Poderá ser confeccionado em sala de aula, como dobradura, e os dados serão escritos individualmente sob sua supervisão.As correspondências devem ser realmente encaminhadas ao Diretor e respondidas por ele numa carta única (dirigida à turma). Se for necessário ajude-o a redigir. O importante é que a classe tenha uma resposta, pois assim se concretiza a função do texto (da escrita).

Atenção professor: é importante desenvolver nos alunos a necessidade de revisão do texto elaborado. Procure ajudá-los fazendo no coletivo, com a ajuda da classe, a revisão em umtexto de aluno (daquele que se sentir à vontade para tal); depois proponha que eles mesmos o façam em seus textos com o auxílio de um colega. Para tal, organize duplas de trabalho procurando formá-las de forma heterogênea – os mais

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competentes na escrita com outros que apresentem mais dificuldade.

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Belo Horizonte, 22 de fevereiro de 1983.

Marta, amiga querida

Quando o dia amanhece, vejo o sol entrar por debaixo da porta. Hoje, junto com sua luz chegou uma carta. Trouxe notícias de Maria, que me pedia um favor: ajudar a fazer dormir palavras que há muito nos machucam.

Ao levar as palavras para o sono, descobri outras que estavam acordando. Abri as páginas do dicionário. Elas voaram céu adentro: Paz, Esperança e Respeito. Penso que muito em breve nós vamos ler estas palavras no rosto de cada um.

Com a amizade de sempre,

Marcos

Texto extraído de: Correspondência

Bartolomeu Campos Queirós, Belo Horizonte, 1984

As palavras sabem muito mais longe...

Professor lê o texto com entonação para a classe. (texto previamente copiado na lousa ou no papel pardo)Propõe à classe que faça uma segunda leitura, mas de modo coletivo.

A seguir conversa com os alunos sobre o gênero desse texto. – Que gênero de texto é esse que acabamos de ler?Após alguma conversa, ou logo de pronto, responderão que é uma carta.

Você explica que é uma carta literária extraída do livro: Correspondência, de Bartolomeu de Campos Queirós editado em Belo Horizonte (capital de Minas Gerais) em 1984.

O autor escreveu esse livro com a intenção de mostrar ao povo brasileiro a importância da Constituinte na vida brasileira e da ação eexpressão de cada pessoa ao se elaborar uma Constituição verdadeiramente representativa do povo.

Pode-se falar um pouquinho sobre o autor e dizer que na caixa de literatura da Solução Acelera os alunos encontrarão outros livros escritos por ele.

Agora é o momento de chamar atenção para as marcas desse texto:

- sempre consta a data que a carta está sendo endereçada;

- a carta sempre começa com uma saudação - o nome a quem se dirige a carta e/ ou tratamento dado ao interlocutor;

- corpo do texto propriamente dito;

- uma saudação finalizando a carta e o nome de quem a endereça.

Atenção: você dá explicações aos alunos a partir de perguntas e aponta as partes da carta no decorrer da conversa com a turma e solicita que os alunos leiam a resposta às perguntas que são “as marcas” do gênero.

Professor: a partir de boas perguntas convida os alunos à compreensão reflexiva do texto.Sugestões:

- O que o autor da carta (Marcos) conta à sua amiga Marta?

- O que o autor quer dizer com: “ajudar a fazer dormir palavras”? E, “com acordar palavras”?

- Onde o autor da carta encontrou as outras palavras?

- Para onde foram essas palavras encontradas?

- Onde o autor pensa que serão lidas essas palavras algum tempo depois?

Professor propõe aos alunos que leiam mais uma vez coletivamente a carta.

Retoma a conversa sobre o gênero: Já vimos todos os elementos que compõem uma carta. Agora o que falta mais para fazê-la chegar à pessoa a quem queremos enviá-la? Surgirão as respostas: ir ao correio, como também colocá-la em um envelope. Você combina com a turma: Vamos construir um envelope e escrever os dados necessários? Conversando com a classe, professor e alunos, registrarão os dados necessários.

Cada aluno produz um envelope de carta e escreve os dados necessários.

Obs: os endereços e sobrenomes deverão ser criados pelos alunos, ou utilizar o nome de um dos colegas e o seu endereço.

Ao final você conversa com os alunos sobre as produções.

Outra atividade interessante é propor aos alunos que pensem numa palavra que

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gostariam de oferecer a um colega, a seguir solicita que um a um escreva na lousa a palavra e o nome do colega a quem a oferece.

Finalmente os alunos redigem uma carta ao colega oferecendo a palavra escolhida.

Confeccionam o envelope, preenchem-no com os dados necessários e fazem chegar ao colega a correspondência.

Observações: Você presta auxílio aos alunos quanto às características do gênero, a coerência e os aspectos ortográficos sempre que necessário, lembrando de não dar respostas, mas fazendo com que os alunos reflitam apoiados nas discussões anteriores.

Poderá adotar ainda a estratégia já anteriormente comentada, de formar duplas de alunos, cada um lê o texto do colega e juntos arrumam caminhos para melhorar o texto.

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A carta

Tomé é um menino que queria muito ter os poderes dos super-heróis das histórias em quadrinhos. Já havia tentado tudo para se transformar num deles até havia convencido sua mãe a confeccionar uma roupa de super-homem para ele. Mas, para seu desgosto não havia conseguido nenhum resultado a não ser um grande rombo em seu joelho.

Pensou muito e... apesar de não ser muito bom em redação, resolveu arriscar assim mesmo. Não sabia bem porque, preferia fazer tudo sozinho, sem contar pra turma. Tinha medo de gozação...

Economizou o dinheiro que a mãe dava pra comprar doce, gastou tudo em envelopes aéreos. Foi pra casa e escreveu uma porção de cartas mais ou menos assim:

Exmo. Sr. Super-Herói:

Como vai? Eu aqui vou bem. Só ontem que sem querer marquei um gol contra e o time todo queria me massacrar, mas tudo bem e agora estou escrevendo porque queria saber uma coisa muito importante: eu tinha (quer dizer, tenho) muita vontade de virar super-herói, que nem o senhor, e ajudar o bem e a justiça, mas não sei como. Será que o senhor pode me dizer como eu faço pra entrar na Legião dos Super-Heróis e virar um também?

Juro que só vou me dedicar ao bem e à justiça, tá?

Cordialmente,

Tomé

Agora, tinha o problema dos endereços. Tomé pensou, pensou. Essa parte parecia difícil. Sim, porque todos os super-heróis têm a mania de ocultar a identidade e é óbvio que não dão o endereço a ninguém. Mas o Tomé já tinha visto a Celina escrever pra um artista de televisão. Em vez de mandar a carta pra casa dele, ela mandou pra televisão mesmo.

- É isso aí!

Tomé pegou todos os endereços das revistas e das emissoras onde os super-heróis trabalhavam e pôs nos envelopes. Depois, colou tudo direitinho, pegou o que restava de suas economias e partiu.

Que azar!

Foi só botar os pés na rua, quase trombou com o Flávio. Este deu a maior risada e comentou:

- Onde é que você vai com tanta carta, pernilongo?- Pernilongo é a vó!Flávio fechou a cara.

- Não bota minha vó no meio. Pede desculpa senão apanha.

- Pede você!

Flávio, que já tinha 13 anos, estufou o peito, agarrou Tomé pela camisa como fazem os artistas de cinema. Tomé não perdeu tempo. Chamou:

- Celina, Celina!

Celina veio correndo de dentro de casa. Ah, por mais chata que fosse, Tomé sabia que podia contar com a irmã pra qualquer briga. Celina não tinha medo de nada. Só que agora, Tomé percebeu que o Flávio era maior que ele a irmã juntos. Tarde demais. Celina já tava de mão na cintura, cara de brava.

- Que foi?- Ele quer me bater.Celina não teve dúvidas:- Pra bater em meu irmão vai ter que bater em mim primeiro.Flávio soltou Tomé, esticou o queixo com desprezo:- Não sou covarde, não bato em mulher.- Medroso! Ta com medo de apanhar!Celina, que não perdia uma boa briga, deu um puxão no cabelo do Flávio. Antes que ele se mexesse, ela deu outro puxão. Nossa, dali a pouco parecia uma gata: arranhava e gritava como louca. O Flávio, coitado, estava tão surpreso que não conseguia nem reagir. Ficou meio torto pra um lado, tentando se proteger.

Tomé entrou em casa gritando:

- Socorro, socorro! O Flávio tá batendo na Celina.

A mãe saiu pra fora, fazendo o maior escândalo:

- Larga a minha filha, seu marmanjo sem-vergonha!

Por azar a mãe do Flávio vinha chegando em casa, cansadíssima do serviço. Quando viu a cena, saiu correndo, agarrou o Flávio pelo braço e puxou, furiosa:

- Onde já se viu brigar com uma menina menor que você?

Todo mundo queria acudir a Celina ao mesmo tempo, sem perceber que ela era a grande vitoriosa da briga. Enquanto ela se arrumava, com um sorriso de felicidade e cara de santa, Flávio era arrastado pra dentro de casa, cheio de arranhões e mordidas. Foi um escândalo na rua toda.

Tomé esperou passar o movimento e depois voou para o correio.

Chegou quase na hora dele fechar. Selou as cartas, despachou e voltou pra casa, ainda com vontade rir. Ele não esqueceu a cara de Flávio quando apanhou da Celina.

Walcyr R. Carrasco.Trecho do conto Cadê o super-herói?Global Editora e Distribuidora Ltda., 2002 20ª ed.

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A proposta é que você leia a história para a turma. Entretanto, é importante que, além de ouvir a história, as crianças vejam a escrita. Dessa forma, por tratar-se de um texto um pouco mais longo, deve-se optar por transcrever o texto em papel craft (com atenção e devidos cuidados com a grafia), ou reproduzir cópias.Antes de iniciar a leitura deve-se trabalhar a predição do texto a partir do tema.

(perguntar aos alunos do que tratará o texto, etc...)

Falar um pouquinho sobre o autor do livro e explicar o que significa: “trecho de um conto”.

Você deve ler o texto com entonação. Depois comparar as hipóteses levantadas pelos alunos a respeito do texto.

Após a conclusão da leitura, conversar com a classe lançando desafios para que os alunos reflitam sobre a história.Sugestões:

- Qual era o desejo do Tomé, personagem da história?

- Que meios usou para conversar com super-heróis?

- O que pretendia com esse contato?

- Que esforços foram necessários para contatar os super heróis?

- Que episódio aconteceu com Tomé ao sair de casa e dar alguns passos

na tentativa de realizar o seu desejo?

- Quem o socorreu e de que forma?

- Que pessoas foram envolvidas nesse episódio?

- Expresse sua opinião a respeito das atitudes de Flávio, Tomé e Celina nesse episódio? Você concorda, discorda? Comente.

- Tomé conseguiu concretizar a primeira parte de seu desejo? Conte como foi?

- Vocês ficaram curiosos para conhecer o restante do conto? Solicitem, ao professor para, junto à Direção da escola, conseguir ao menos um exemplar do livro.

Concluída a discussão no grupo você propõe à classe que leia o texto coletivamente. Como ele é um pouco extenso precisará da colaboração de todos para que, verdadeiramente, formem um grupo. (você coordena e orienta a leitura)

Para retomar a leitura pode-se dividir a classe em grupos. Um deles fará o papel do

narrador, outro o de Flávio e outros, sucessivamente, o de Tomé, Celina, mãe de Celina, mãe de Flávio. Se o texto for bem estudado, a leitura dramatizada será um grande sucesso!

Você chama atenção da classe para a carta redigida por Tomé:A quem está sendo endereçada a carta? Qual o tratamento dado?

Como iniciou a carta?

Como encerrou acorrespondência?

Vocês já aprenderam a escrever cartas. De acordo com o que já sabem do gênero: Tomé respeitou todas as características da carta?

Você deverá problematizar: Todas as cartas têm esse mesmo formato?

Propor à turma a escrita coletiva de uma carta a um determinado herói. Poderá ser para um professor, uma personalidade da comunidade, um autor de livros, um artista, um super-herói de histórias em quadrinhos, etc.

Você conduz o processo e também é o escriba.

Antes de encerrar o trabalho com uma apresentação de dramatização em que participam alguns alunos, dependendo do ritmo da classe, pode-se pedir que os alunos escrevam uma carta à coordenação, ou direção da escola, contando como estão acontecendo as aulas nesse início de ano letivo e quais são os desejos pessoais dos alunos para esse ano.

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As lebres e as rãs

As lebres, animais tímidos por natureza, sentiam-se oprimidas com tanto acanhamento. Como viviam, na maior parte do tempo, com medo de tudo e de todos, frustradas e cansadas, resolveram dar um fim às suas angústias.(...)

Então, de comum acordo, decidiram por fim às suas vidas. Concluíram que assim resolveriam todos os seus problemas. Combinaram que se jogariam do alto de um penhasco, para as escuras e profundas águas de um lago. (...)

Assim, quando correram para o abismo, várias rãs que descansavam ocultas pela grama à beira do mesmo, tomadas de pavor ante o ruído de suas pisadas, desesperadas, pularam na água, em busca de proteção. Ao ver o pavor que sentiam as rãs em fuga, uma das lebres disse às companheiras:(...)

Não mais devemos fazer isso que combinamos, minhas amigas! Sabemos agora, que existem criaturas mais medrosas que nós.(...)

Autor:Esopo

Moral da História: Julgar que nossos problemas são os mais importantes do mundo, não passa de ilusão.

Você transcreve o texto em papel pardo e o lê observando a entonação de voz.

A seguir, chama atenção para o título da Fábula. Pergunta aos alunos o que sabem sobre as lebres e as rãs; como e onde vivem... Também pergunta quem é o autor dessa Fábula. Conta à classe que poucos são os autores desse gênero de texto; atualmente alguns chegam a redigir novas fábulas, mas a grande maioria faz adaptações nas dos autores clássicos como: Esopo, La Fontaine, etc...

Terminada a conversa convida o grupo para realizar leitura coletiva.

É chegado o momento de compreender o texto lido. Sugestão de perguntas que deverão ser feitas à turma em tom “de conversa”, uma a uma:- Do que trata a história?

- Quais são as personagens?

- Que problemas enfrentavam as lebres? Vocês julgam que isso é algo muito complicado?

- Que outros animais aparecem na história? Onde estavam? O que aconteceu com elas?

- As rãs ensinaram algo às lebres? Foram mais sábiasque as lebres?

- Qual é a moral da fábula? Está de acordo com a história?

Você pergunta aos alunos se conhecem outros animais que se comportam como as lebres. A turma enumera alguns e você pede para que cada aluno vá escrevendo o nome do animal no caderno.Ao final, concluída a listagem, você solicita que troquem de caderno com o colega para fazerem a revisão ortográfica.

Concluída essa tarefa, sugere que os alunos ditem as palavras para ele, que as registra na lousa em forma de lista.

Finalmente cada aluno de posse de seu trabalho confere os seus registros.

Professor: Esta é uma alternativa de ditado realizado de uma forma divertida e interessante!

Você continua a conversar com a turma a respeito do medo:- Só os animais sentem medo?

- E os humanos, têm medo do que?

Após ouvir os alunos, você cita alguns de seus medos (que possam se compartilhados com essa faixa etária e condição social). Depois abre espaço para as crianças falarem um pouquinho de seus próprios medos. O importante é que você deixe explícito que todos nós sentimos medo de algo, mas não deixarmos nos abater, procuramos alternativas para enfrentá-lo e buscar apoio de colegas, família e professores para nos fortalecer.

Para concluir as atividades de leitura, escrita e desenvolvimento da oralidade, você propõe uma última leitura coletiva da Fábula.

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O corvo e o jarro

Um corvo, que estava sucumbindo de sede, viu lá do alto um jarro e, na esperança de achar água dentro, voou até lá com muita alegria.

Quando o alcançou, descobriu para sua tristeza, que o jarro continha tão pouca água em seu interior, que era impossível retirá-la de dentro.

Ainda assim, tentou de tudo para alcançar a água que estava dentro do jarro, mas como seu bico era curto demais, todo seu esforço foi em vão.

Por último ele pegou tantas pedras quanto podia carregar e, uma a uma, colocou-as dentro do jarro. Ao fazer isso, logo o nível da água ficou ao alcance do seu bico, e desse modo ele salvou sua vida.

Autor:Esopo

Moral da História:A necessidade é a mãe de todas as invenções.

Transcrever o texto em papel pardo e o ler para os alunos com a entonação de voz adequada.

Convidar o grupo para realizar uma leitura coletiva.

Dialogar com os alunos sobre a história:- Do que trata a história?

- Quais são os personagens?

- Qual foi a dificuldade enfrentada pelo personagem?

- Como ele conseguiu resolver a situação?

- Você faria o mesmo, ou teria uma ideia diferente ao do corvo para solucionar o problema?

- O que aparece ao final da história?

- Como vocês compreenderam essa frase?

- O que significa: Moral da História?

- O formato desse texto é semelhante aos lidos e estudados anteriormente?

Explicar que esse gênero de texto é uma Fábula:

Fábula é uma pequena história em que os personagens são geralmente animais, ou elementos da natureza. Objetiva desenvolver lições de vida. Ao final há sempre uma lição, um ensinamento que nos leva a refletir sobre ética, valores.

Propor à classe mais uma leitura coletiva do texto e acompanhar com a régua as orações lidas.

Retomar a conversar com a classe sobre o texto e pedir que substituam o personagem da fábula por outro animal. Para tal, provocar a turma a dar sugestões de animais de espécies bem diversas à da história.Discutir se será possível dar a mesma solução ao problema como fez o corvo.

Escreve o texto na lousa, conforme as sugestões dos alunos.

Para possibilitar mais um momento de escrita você podedesafiar a turma a substituir o personagem da história por um ser humano, que estará enfrentando uma situação desesperadora de sede e precisará arrumar uma alternativa para sobreviver.Recomendar aos alunos que mantenham a mesma moral da história, apenas mudando o cenário em que ela se dá. Essa atividade poderá ser desenvolvida em pequenos grupos ou individualmente.

Concluído o texto, sugerir aos alunos para o trocarem os cadernos com um colega (se a tarefa foi realizada individualmente), ou com outro grupo para que discutam sobre o conteúdo e a grafia das palavras.

Socializar os textos ao final.

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O Leão e o rato

Um leãodormia sossegado, quando foi despertado por um rato, que passou correndo sobre seu rosto. Com um bote ágil ele o pegou, e estava pronto para matá-lo, ao que o rato suplicou:

_ Ora, se o senhor me poupasse, tenho certeza que um dia poderia retribuir sua bondade. Rindo por achar ridícula a ideia, assim mesmo, ele resolveu libertá-lo.

Aconteceu que, pouco tempo depois, o leão caiu numa armadilha colocada por caçadores. Preso ao chão, amarrado por fortes cordas, sequer podia mexer-se.

O rato, reconhecendo seu rugido, aproximou-se e roeu as cordas até deixá-lo livre. Então disse:

- O senhor riu da ideia de que eu jamais seria capaz de ajudá-lo. Nunca esperava receber de mim qualquer favor em troca do seu! Mas agora, sabe que mesmo um pequeno rato é capaz de retribuir um favor a um poderoso leão.

Autor:Esopo

Moral da História: Os pequenos amigos podem se revelar os melhores e mais leais aliados.

Ler com entonação para a classe a fábula (texto previamente copiado na lousa ou no papel pardo).Propor à classe que faça uma segunda leitura, mas de modo coletivo.

Conversar com os alunos sobre a fábula: O leão e o rato; verificar se eles lembram de que já conversaram a respeito das características do gênero Fábula.

A partir de boas perguntas convidar os alunos à compreensão reflexiva do texto.

Algumas sugestões:

- Quais são os personagens desta fábula?

- Quais são as características de cada um desses animais?

- Em sua opinião, qual dos dois animais teve uma “reação mais inteligente”?

- Por quê?

- Se você estivesse numa situação como a do rato, só que na relação com outro ser

humano, como você reagiria?

- Quais argumentos você utilizaria?

- Esta fábula nos ensina....

Terminados os comentários, propor mais uma leitura coletiva do texto.

A seguir fazer uma leitura dialogada: um grupo da classe se responsabilizará pela fala do narrador e o outro pela fala do rato.

Propor a reescrita da Fábula de forma individual, mas apenas recordando a fábula, para essa atividade você deve retirar o texto da vista da turma. Circular pela sala de aula, observar e oferecerajuda quando os alunos tiverem dificuldades na escrita das palavras. Também aproveitar esse momento para discretamente registrar as dificuldades dos alunos, que posteriormente devem ser trabalhadas a partir de outras atividades. (lembrar-se de que as atividades planejadas com esse fim, poderão relacionar-se a outros textos. Ex:

- ortografia palavras com dois r (rr);

- pontuação;

- coesão;

Essastarefas precisam ser contínuas e com exercícios apropriados.

Ao final, pedir para que alguns alunos leiam suas produções. Recolher todas os trabalhos da turma para serem analisados e, posteriormente, devolvê-los aos alunos.A devolução deverá ser individual para garantir uma conversa particular. Você discutirá com o aluno o seu texto: a organização (coesão e coerência), as características do gênero fábula, os como os aspectos ortográficos...

Essa conversa com os alunos não precisará acontecer com todos no mesmo dia. Você poderá se organizar de forma que, enquanto a turma estiver fazendo alguma atividade de fixação, ele vá atendendo alguns alunos (cinco ou seis por dia, de acordo com o perfil da classe).

È de grande importância você valorizar as conquistas dos alunos, além de entusiasmá-los a continuar crescendo.

Atenção professor: a reescrita de um texto deve garantir a ideia central do texto, o aluno pode utilizar outro vocabulário, desde que o empregue adequadamente.

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Uma boa cantoria

Era uma vez um rei que achava que entendia de tudo mais que os outros. E que, como era rei, podia mandar.

Um dia, ele estava no palácio se preparando para dormir depois do almoço, quando passou um amolador de facas e tesouras pela rua em frente, fazendo aquele assobio agudo na pedra de amolar: Fiiiiiiiiiiiu!....

O rei ficou furioso e chamou o primeiro-ministro:

- Essa gente tem a mania de cantar e não sabe.

Que cantoria mais desafinada! Assim não é possível. O povo ainda não sabe cantar direito e não pode sair por aí atingindo os ouvidos dos outros dessa maneira. A partir de hoje, é proibido cantar neste reino.

E como todo mundo tinha muito medo dele e ainda não tinha aparecido ninguém para dizer que ele é que não sabia governar direito, o jeito foi cumprir a ordem.

E durante anos e anos ninguém cantou naquele reino.

Até que um dia, passou pela fronteira um boiadeiro com seu carro de bois. A roda do carro guinchava sem parar. E o boiadeiro, muito alegre, aproveitava aquela musiquinha sempre igual para inventar uma cançãozinha sempre diferente, falando de bois e pastos.

O boiadeiro vinha cantando e andando. Passou por dois pastores que lhe avisaram que era proibido cantar.

-Mas eu gosto e não estou fazendo mal a ninguém!

E, a música era tão gostosa que os dois pastores não resistiram:

- Então vamos também.

E lá se foram. O boiadeiro com seu carro de bois e os dois pastores com suas flautas.

Numa boa cantoria.

Adiante encontraram três carroceiros que lhes avisaram que era proibido cantar.

- Mas nós gostamos e não estamos fazendo mal a ninguém.

E a música era tão gostosa que os três carroceiros não resistiram:

- Então vamos também.

E lá se foram. O boiadeiro com seu carro de bois, os dois pastores com suas flautas e os três carroceiros com suas carroças.

Numa boa cantoria.

Adiante encontraram quatro lavadeiras que lhes avisaram que era proibido cantar.

- Mas nós gostamos e não estamos fazendo mal a ninguém.

E a música era tão gostosa que as quatro lavadeiras não resistiram:

- Então vamos também.

E lá se foram. O boiadeiro com seu carro de bois, os dois pastores com suas flautas, os três carroceiros com suas carroças e as quatro lavadeiras com seus cestos de roupa.

Numa boa cantoria.

Adiante encontraram cinco pescadores que lhes avisaram que era proibido cantar.

-Mas nós gostamos e não estamos fazendo mal a ninguém.

E a música era tão gostosa que os cinco pescadores não resistiram:

- Então vamos também.

E lá se foram. O boiadeiro com seu carro de bois, os dois pastores com suas flautas, os três carroceiros com suas carroças, as quatro lavadeiras com seus cestos de roupa, os cinco pescadores com suas redes e caniços.

Numa boa cantoria.

Adiante encontraram seis lavradores que lhes avisaram que era proibido cantar.

- Mas nós gostamos e não estamos fazendo mal a ninguém.

E a música era tão gostosa que os seis lavradores não resistiram:

- Então vamos também.

E lá se foram. O boiadeiro com seu carro de bois, os dois pastores com suas flautas, os três carroceiros com suas carroças, as quatro lavadeiras com seus cestos de roupa, os cinco pescadores com suas redes e caniços, os seis lavradores com suas foices e enxadas.

Numa boa cantoria.

Adiante encontraram sete ferreiros que lhes avisaram que era proibido cantar.

- Mas nós gostamos e não estamos fazendo mal a ninguém.

E a música era tão gostosa que os sete ferreiros não resistiram:

- Então vamos também.

E lá se foram. O boiadeiro com seu carro de bois, os dois pastores com suas flautas, os três carroceiros com suas carroças, as quatro lavadeiras com seus cestos de roupa, os cinco pescadores com suas

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redes e caniços, os seis lavradores com suas foices e enxadas, os sete ferreiros com seus martelos.

Numa boa cantoria.

Adiante encontraram oito carpinteiros que lhes avisaram que era proibido cantar.

- Mas nós gostamos e não estamos fazendo mal a ninguém.

E a música era tão gostosa que os oito carpinteiros não resistiram:

- Então vamos também.

E lá se foram. O boiadeiro com seu carro de bois, os dois pastores com suas flautas, os três carroceiros com suas carroças, as quatro lavadeiras com seus cestos de roupa, os cinco pescadores com suas foices e enxadas, os sete ferreiros com seus martelos, os oito carpinteiros com seus serrotes.

Numa boa cantoria.

Adiante encontraram nove lenhadores com seus machados e dez doceiras com seus tabuleiros e aconteceu a mesma coisa e cada vez ia mais gente, andando em direção ao palácio do rei. Numa boa cantoria. E pelo caminho cada vez vinha mais gente. Soldados e motoristas. Professoras e dentistas. Açougueiros e maquinistas. Médicos e malabaristas. Operários e violeiros. Veterinários e astrônomos. Padeiros e agrônomos. Com todas as suas ferramentas e instrumentos: espadas e caminhões, réguas e alicates, facas e compassos, termômetros e motores, bússolas e telescópios, seringas e violões, vassouras e chaves de fenda.

Quanto mais andavam, mais gente vinha.

Numa boa cantoria.

Quando chegaram em frente ao palácio, encheram a praça toda e ainda sobrou gente por muitas ruas. Todos cantando. Cada um cantando um pedaço, uma canção diferente. Um cantando arrastado, outro correndo na frente. Um muito bem entoado, outro bem desafinado. O rei se espantou com aquilo e chamou o primeiro-ministro:

-Que barulho é esse? Parece até alguém cantando.

O primeiro–ministro respondeu:

-É mesmo, Majestade, é o povo inteiro cantando.

Chegue aqui na janela para ver. E numa desafinação de doer...

Quando o rei viu aquilo, ficou logo assustado. Mas, para não dar na vista, disfarçou bem disfarçado:

-Que beleza, que música linda!

O ministro aproveitou e perguntou:

- Majestade, esse negócio de cantar é proibido ainda?

- Claro que não! - disse o rei. Uma tão bela canção!

Mas o povo não ligava. Proibido ou não, o fato é que ele cantava. E de cantar em cantar, à força de tanto treinar, foi aprendendo e sabendo, deixando de desafinar. Cantaram todos, até o rei. E numa boa cantoria foram até mudando a lei.

Ana Maria Machado. Uma boa cantoria.

São Paulo: FTD, 2003.

Caso na escola não tenha exemplares desse livro, você transcreve o texto em papel pardo ou providencia cópias para os alunos

Leia o texto, o que poderá ser de uma única vez, ou dividido em dois capítulos. Este é um tipo de texto que favorece esse trabalho, desde que você crie expectativas, a partir de perguntas, antes de interromper a leitura, tais como: - De que forma esses personagens enfrentaram o rei?

- No reino, somente esse grupo de cidadãos terão coragem de afrontar o rei?

- Ou será que outros se juntaram a eles?

- O que vocês pensam disso?

Atenção: Como em todas as outras atividades não se esqueça de planejara aula.

Após a conclusão da leitura do texto, você conversa com os alunos lançando desafios para que os alunos reflitam sobre a história.Boa aula é aquela que o aluno aprende e para isso é preciso um bom planejamento em que se considere o perfil da classe, temperamentos e o grau de desenvolvimento emocional e cognitivo.

Algumas sugestões:

* O rei sabia do que estava falando ao primeiro ministro?

-Essa gente tem a mania de cantar e não sabe.

Que cantoria mais desafinada! Assim não é possível. O povo ainda não sabe cantar direito e não pode sair por aí atingindo os ouvidos dos outros dessa maneira.

* Por que o povo afirmava que o rei não sabia governar?

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* Quais foram os primeiros cidadãos a desobedecer às ordens do rei?

* Leiam o trecho em que outros cidadãos se juntaram a esses primeiros?

* Ao final da história, quantos e quais foram os personagens que constituíram o grupo de cidadãos cantores do reino.

* Qual foi a reação do rei ao ouvir as canções do grande grupo?

* Na sua opinião, por que o rei mudou de ideia?

Após concluída a conversa sobre o texto , você convida os alunos a lerem o texto coletivamente.

A forma 9 grupos e divide as tarefas de leitura dialogada:

1º grupo encarrega-se da fala do narrador;

2º grupo da fala do primeiro ministro e do rei;

3º grupo da fala do boiadeiroe pastores;

4º grupo da fala carroceiros , boiadeiros e pastores;

5º grupo carroceiros , boiadeiros, pastores e lavadeiras;

6º grupo carroceiros, boiadeiros, pastores, lavadeiras, pescadores;

7º grupo carroceiros, boiadeiros, pastores, lavadeiras, pescadores, lavradores;

8º grupo carroceiros, boiadeiros, pastores, lavadeiras, pescadores, lavradores, ferreiros;

9º grupo carroceiros, boiadeiros, pastores, lavadeiras, pescadores, lavradores, ferreiros, carpinteiros.

Você propõe aos alunos que:- organizarem uma listacom a profissão dos cidadãos que participaram da cantoria e, ao lado, seus apetrechos de trabalho;

- redijam um novo final para a história;

- socializarem o final da história elaborado.

Ao final deve-se fazer mais uma leitura coletiva ou dialogada do texto.

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Uma lição de bruxaria

Meu nome é Gretel. Quem escolheu foi minha avó. Ela é uma bruxa famosa. Ela se chama Macriméia e mora num velho castelo.

Certo dia, a avó me convidou pra passar o fim de semana com ela. Disse que preciso aprender a fazer bruxarias, porque já tenho onze anos, e com dezoito vou virar uma bruxa de verdade. Não posso perder tempo só brincando...

A vó tinha trazido todos os ingredientes do supermercado das bruxas: língua de lagarto, asa de morcego defumada, sapo de todo tamanho, fios de cabelo, gatos pretos, urubus, poções mágicas... Tinha coisa que não acabava mais.

Até um caldeirão novo,todo de cobre reluzente, a vó fez questão de comprar. Disse que o caldeirão que ela usava estava meio rachado. Também pudera. Quantos anos ela usa o mesmo caldeirão? Precisava mesmo ser aposentado.

Então... A lição começou. Muito compenetrada, a vó começou a bruxaria: acendeu o fogo, pôs o caldeirão novo sobre ele e, lendo aquele livro velho, todo cheio de teias de aranha, foi pondo os ingredientes no tal caldeirão e explicando para que servia cada um.

Logo aquilo tudo começou a borbulhar, a ferver, a levantar fumaça, e a vó botando coisa... Aí eu perguntei:

-Será que vai dar certo, vó?

-Quieta menina, a bruxa aqui sou eu! - disse a vó.

E o caldeirão borbulhando, e a mistura subindo... Acho que a vó, no entusiasmo da primeira lição, tinha feito uma bruxaria forte demais para o caldeirão novo.

Foi aí que ouvi um estalo e, como se fosse um terremoto, tudo começou a tremer à nossa volta...

-Foge, vó! - berrei.

Só deu tempo dea avó agarrar o livro de receitas e saímos voando na vassoura de estimação. Sorte nossa! A explosão foi tão grande que o castelo - BIMBA! - veio abaixo, como se fosse de cartas.

-Não fazem mais caldeirões como antigamente... suspirou a vó, desolada.

Depois disso a vó ficou pensativa, por um longo tempo. Só bolando uns planos esquisitos.

Agora quer ser uma bruxa moderna, superequipada. Diz quedepois de reconstruir o castelo, pedra por pedra, em vez de caldeirão, só vai usar forno de microondas. E, também vai mandar colocar um motor à turbina na vassoura de estimação.

Ta falando até -imagine só! - em trocar o velho livro de receitas por um computador...

Cá entre nós: não é moleza aprender a ser bruxa. Mas que é divertido, ah, isso é?

Giselda LaportaNicolelis

Uma lição de bruxaria.

Petrópolis: Vozes, 1994 ( Fragmento)

Leitura oral (não se esquecer da expressão verbal). O texto deverá ser copiado por você na lousa ou em papel craft.Ao término da leitura do texto, você conversa com os alunos sobre o que acharam da história. Com certeza já estarão rindo bastante!

Você faz perguntas interessantes à classe para propiciar a compreensão pelos alunos;

Sugestão de algumas perguntas:

- Do que trata a história?

- Qual era o desejo da avó bruxa?

- Como era a receita da bruxaria? Quais foram os ingredientes?

- O que a menina pensou sobre a receita que a avó estava preparando?

- Como a menina percebeu que havia alguma coisa errada com a receita?

- Quais foram as consequências da receita da avó?

- Como reagiu a avó bruxa?

- O que a avó pretende fazer agora?

- Você acredita que dará certo esse novo desejo da avó bruxa?

Após o término da discussão, você faz com os alunos uma nova leitura do texto no coletivo. Você conduz a leitura apontando as frases com uma régua.

Dando continuidade ao trabalho de estudo do texto você solicita à classe que leia pequenos trechos, sempre com sua ajuda, a partir de algumas propostas:

- leiam o trecho em que estão relacionados os ingredientes da receita da bruxaria;

- leiam o trecho em que a neta, a Gretel , começa a ficar preocupada com o resultado da receita;

- leiam o trecho em que aconteceu o acidente;

- agora leiam o trecho em que retrata o plano da avó bruxa;

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A professora pergunta aos alunos o significado de algumas palavras ou expressões do texto apontando-as ao formular as questões:- ingredientes

- poções

- compenetrada

-cobre reluzente

- terremoto

- avó desolada

- etc...

Você propõe aos alunos que elaborem em seus cadernos listas de: -ingredientes da receita da avó bruxa

-ações da avó ao preparar a receita

-intenções da avó bruxa para ser uma bruxa moderna

Você circula pela sala e auxilia os alunos que estão com maiores dificuldades na realização da atividade. Lembrar sempre de não dar as respostas, mas sim, as pistas para que os alunos as encontrem, por exemplo: pedindo que levantem e localizem no texto a palavra, o trecho, etc...

Após o término dessa proposta você destina um tempo para a socialização das listas e elabora uma na lousa com a ajuda das crianças.

Você propõe aos alunos que sejam bruxos também: criem uma receita diferente de bruxaria. Essa atividade poderá ser realizada em trios, ou pequenos grupos de no máximo quatro alunos em cada um.

Você estimula os alunos a socializarem as receitas criadas e também propõeque escolham as três receitas que julgarem mais criativas. Essas receitas serão registradas por você em papel craft e expostas no mural da sala.

Atenção: essas receitas poderão ser registradas uma por dia, para não dispersar a classe, tendo como outro ponto positivo a retomada da história por alguns dias e, com isso, cada vez mais as crianças se familiarizarão com o texto, com o vocabulário e com a escrita.

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