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BARROCO (1601 a 1768) A voz da história. Heavy Metal Do Senhor Zeca Baleiro O cara mais underground Que eu conheço é o diabo Que no inferno toca cover Das canções celestiais Com sua banda formada Só por anjos decaídos A platéia pega fogo Quando rolam os festivais... Enquanto isso Deus brinca De gangorra no playground Do céu com santos Que já foram homens de pecado De repente os santos falam "Toca Deus um som maneiro" E Deus fala "Agüenta vou rolar Um som pesado" A banda cover do diabo Acho que já tá por fora O mercado tá de olho É no som que Deus criou Com trombetas distorcidas E harpas envenenadas Mundo inteiro vai pirar Com o heavy metal do Senhor... O cara mais underground Que eu conheço é o diabo Que no inferno toca cover Das canções celestiais Com sua banda formada Só por anjos decaídos A platéia pega fogo Quando rolam os festivais... Enquanto isso Deus brinca De gangorra no playground

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BARROCO (1601 a 1768)

A voz da história.Heavy Metal Do SenhorZeca Baleiro

O cara mais undergroundQue eu conheço é o diaboQue no inferno toca coverDas canções celestiaisCom sua banda formadaSó por anjos decaídosA platéia pega fogoQuando rolam os festivais...

Enquanto isso Deus brincaDe gangorra no playgroundDo céu com santosQue já foram homens de pecadoDe repente os santos falam"Toca Deus um som maneiro"E Deus fala"Agüenta vou rolarUm som pesado"

A banda cover do diaboAcho que já tá por foraO mercado tá de olhoÉ no som que Deus criouCom trombetas distorcidasE harpas envenenadasMundo inteiro vai pirarCom o heavy metal do Senhor...

O cara mais undergroundQue eu conheço é o diaboQue no inferno toca coverDas canções celestiaisCom sua banda formadaSó por anjos decaídosA platéia pega fogoQuando rolam os festivais...

Enquanto isso Deus brincaDe gangorra no playgroundDo céu com santosQue já foram homens de pecadoDe repente os santos falam"Toca Deus um som maneiro"E Deus fala

"Agüenta vou rolarUm som pesado"A banda cover do diaboAcho que já tá por foraO mercado tá de olhoÉ no som que Deus criouCom trombetas distorcidasE harpas envenenadasMundo inteiro vai pirarCom o heavy metal do SenhorMundo inteiro vai pirarCom o heavy metal do SenhorMundo inteiro vai pirarCom o heavy metal do SenhorHeavy metal do SenhorDo Senhor! Do Senhor!

Você deve estar se perguntando o que é isso. Essa música, um rock do maranhense Zeca Baleiro, um dos mais importantes letristas da atualidade, expõe um dos contrastes mais visíveis na religiosidade ocidental: o conflito do bem contra o mal; de Deus e do ....... melhor não falar!! Pois isto é a essência de uma escola artístico-literária conhecida como Barroco. O Barroco é uma das “Escolas” mais apaixonantes da Literatura Universal... Ops, temos dois problemas agora: primeiramente: “O que é ‘Escola’ Literária? E mais: Existe Barroco em outros países? Escola Literária é o nome que damos a um grupo de artistas/escritores que podem até viver em lugares distantes, mas que mantiveram as mesmas características na mesma época... e a partir de agora seguiremos – com um certo atraso, é verdade – a cronologia da Literatura Mundial; primeiro com influência diretamente ibérica, depois francesa, depois inglesa, depois norte-americana... Mas voltemos ao século XVII, século em que a Inquisição e as perseguições aos não católicos deixou muita gente em “maus lençóis”, pois precisavam se esconder para não cair nas engrenagens – literalmente – da inquisição e por isso estavam em constante confronto não só com o poder na Igreja, como com o seu universo interior, divididos entre a fé e a razão. No entanto, dualismo sempre houve e – atualmente – parece estar mais visível, mas no século XVII ele foi muito mais forte. Vamos entender o passado para lançar conhecimento para o presente?

Barroco: a Arte dos “Contrastes”

BOX: A origem da palavra barroco teria sido originada do vocábulo espanhol barrueco, para designar um tipo de pérola irregular e de formação defeituosa, até hoje conhecida por essa mesma denominação.

Momento Histórico:

Período da Contrarreforma Católica

A ascensão econômica da burguesia a partir da Idade Média gerou uma visão mais humanista e racionalista do

mundo, o Renascimento. Neste período as transformações religiosas se fizeram mais presentes com as tentativas de

Reforma propostas por dissidentes do catolicismo, os Protestantes, perseguidos pela Igreja que não admitia

reformas em sua estrutura. Após o Concílio de Trento (1545 a 1563) os católicos criam um movimento de

manutenção de sua fé, conhecido como “contrarreforma” e ressuscitaram a Inquisição para perseguir todos os não

católicos e dissidentes, tanto é que neste período muitos judeus e protestantes fogem de Portugal e da Espanha

para outros países, inclusive para o Brasil.

Como os religiosos católicos, em especial os jesuítas, continuavam a dominar a cultura brasileira (toda a vida

cultural da colônia teve origem, direta ou indiretamente, em suas escolas), o barroco foi muito intenso nas Américas

Portuguesa e Espanhola.

Box: ESCAVAÇÕES CONFIRMAM PRESENÇA JUDAICA EM RECIFE

( Fachada da primeira Sinagoga do hemisfério ocidental em Recife)

A descoberta, em janeiro último, de uma mikvê em meio às escavações de uma antiga sinagoga em Recife, datada do século XVII, é mais uma prova da forte presença judaica na cidade, à época. Com o objetivo de eternizar um dos capítulos mais fascinantes da história do povo judeu, inclui a restauração da Sinagoga Kahal Zur Israel, a construção de uma réplica do templo e a implantação de um centro de documentação judaica. O projeto será patrocinado pela Fundação Safra. As escavações estão sendo coordenadas pelo professor Marcos Albuquerque, do Departamento de Ciências Sociais e do Mestrado em Antropologia, na Universidade de Pernambuco. A descoberta dos vestígios da Sinagoga Kahal Zur Israel (A Pedra de Israel) vem sendo considerada pelos pesquisadores pernambucanos um dos tesouros arqueológicos da região. Localizada no subsolo das casas de números 197 e 203 da atual Rua do Bom Jesus - antigamente chamada Rua dos Judeus -, foi a primeira sinagoga das Américas, tendo sido construída em 1637, durante o período no qual os judeus tinham liberdade religiosa e o Recife era governado pelo holandês João Maurício de Nassau. A maioria chegou ao Brasil juntamente com a Missão Holandesa, entre 1630 e 1654. Quando Portugal reconquistou a região, após a Batalha de Guararapes, muitos judeus fugiram com medo da Inquisição. Vinte e três deles escaparam no navio Valk, que saiu do porto de Recife em julho de 1654, e foram fundar Nova Amsterdã, atual Nova York. A odisseia judaica ganhará uma versão no cinema, sob a direção da cineasta pernam-bucana Katia Mesel. O poço encontrado na Kahal Zur Israel tem capacidade para 648 litros de água natural. A piscina tem 1,50 metro de profundidade e devia receber água até 1,30m. Durante as escavações, os arqueólogos encontraram oito níveis diferentes na casa onde funcionou a sinagoga e a mikvê corresponde ao nível original da construção. Até o momento, foram retirados 1,2 mil quilos de reboco e 900 toneladas de terra. Foram encontrados fragmentos de cachimbos holandeses e de peças em faiança. Os arqueólogos encontraram também vestígios do muro que os holandeses mandaram construir em volta da cidade, logo após a ocupação. A restauração do prédio leva a assinatura do arquiteto José Luiz da Motta Menezes. O andar térreo será ocupado pelo Centro de Documentação Judaica e a réplica da sinagoga vai ser reconstruída no segundo andar. O local das escavações está aberto à visitação pública, de segunda a sexta-feira, no horário comercial.Fonte: http://www.morasha.com.br/conteudo/artigos/artigos_view.asp?a=211&p=0 Edição 28 - Abril de 2000

A riqueza que gerou o exagero No final do século XVI, a cana de açúcar passa a ser o mais importante produto brasileiro após o ciclo do

extrativismo do Pau-Brasil. A produção e o comércio de cana-de-açúcar movimentavam enormes quantias de

dinheiro, o que fazia do nordeste brasileiro um dos locais mais interessantes para quem queria enriquecer. Portugal

comercializava este açúcar com a Holanda que, por sua vez, repassava para o restante da Europa. No entanto, com a

União Ibérica este comércio para de existir, pois a Espanha não repassa este açúcar à Holanda, o que faz com que os

holandeses invadam o nordeste brasileiro. Neste período a pirataria começou a se fazer presente nos mares; de um

lado para que os piratas pudessem “abocanhar” um pouco da riqueza dos grandes comenrciantes (Estados Nacionais

ou mesmo burgueses ricos), de outro para garantir a supremacia desses poderes.

Por ocasião das invasões holandesas, principalmente na administração de Maurício de Nassau, de 1637 a 1644,

muitos brasileiros deram apoio aos novos conquistadores do Nordeste.

(Engenho de Cana – Franz Post)

Com o fim da União Ibérica, Portugal ficou sob o domínio econômico da Inglaterra, e essa dependência obrigou-o a

explorar ainda mais a colônia. A conseqüência disso foi um maior controle sobre a economia brasileira: a pressão

cresceu ainda mais com o monopólio das companhias gerais de comércio e a extração do ouro, na segunda metade

do século XVII.

Box: As Capitanias Hereditárias

Em 1534, D. João III implantou o sistema de capitanias hereditárias no Brasil, iniciando a colonização efetiva de suas terras na América e visando compensar os efeitos da fracassada empresa mercantil nas Índias. As capitanias já tinham sido implantadas com êxito nas ilhas atlânticas, durante o século XV e, mesmo no Brasil, já existia a capitania de São João, doada a Fernando de Noronha, correspondendo ao atual arquipélago. O sistema de capitanias demonstrava a incapacidade econômica da Coroa em promover diretamente a colonização. Ao conceder terras a particulares, o Estado transferia também para a iniciativa privada o ônus da colonização. Os donatários recebiam lotes em caráter hereditário, indivisíveis e inalienáveis no todo ou em parte, e que podiam ser readquiridos somente pela Coroa. Vale dizer que o Estado concedia apenas a posse da terra, reservando para si o domínio, ou seja, a propriedade dela.

Assim, o Brasil foi dividido em 15 lotes que abrangiam de 30 a 100 léguas de costa, aprofundando-se para o interior até alcançar o meridiano de Tordesilhas. Foram criadas 14 capitanias (a de São Vicente compreendia 2 lotes) distribuídas a 12 donatários (Martim Afonso recebeu 2 lotes, e seu irmão, Pero Lopes recebeu 3). A partir daí, os donatários ficavam com a responsabilidade do cultivo, colonização e defesa das terras recebidas. Posteriormente, foram criadas mais duas capitanias: a de Trindade, em 1539, e a de Itaparica, em 1556. No entanto, o sistema de capitanias fracassou, pois além da grande distância da metrópole, da hostilidade dos indígenas, da grande extensão dos lotes e do desinteresse dos donatários, faltaram recursos econômicos para a viabilização das capitanias e um órgão centralizador que coordenasse a empresa colonizadora. Das 14 capitanias criadas, apenas duas conheceram relativo êxito: a de Pernambuco e a de São Vicente, cujos donatários, respectivamente, Duarte Coelho Pereira e Martim Afonso de Sousa, hábeis administradores, souberam captar a amizade dos indígenas e desenvolveram com sucesso a lavoura canavieira, instalando engenhos, que, na sua maioria, tinham a participação de capital holandês.

Características da Época

O Barroco se caracteriza pela oposição à leveza e ao racionalismo da arte clássica do século XVI. Se esta pretendia

construir textos rigorosos através da clareza formal, o Barroco procurava jogar com formas mais ambíguas e

dualistas, além de tentar demonstrar a angústia a que estava submetido o homem da época. Por isso o escritor do

século XVII fazia largo emprego das figuras de linguagem que indicassem conflitos. Daí ser possível falar na dualidade

barroca: o homem dividido entre o céu (a religiosidade teocêntrica medieval) e a terra (o antropocentrismo

renascentista), um conflito entre valores tradicionalistas, ligados à consciência medieval, defendidos pelos jesuítas, e

valores progressistas, gerados pelo avanço do racionalismo burguês.

As figuras que melhor expressam esse estado de alma são a antítese (emprego de palavras que se opõem quanto

ao sentido: bem x mal; branco x preto; claro x escuro) e o paradoxo (a antítese levada ao extremo, onde as ideias se

opõem em termos de sentido: “sol que se trajava em criatura”; “anjo que em mulher se mentia”; “rio de neve em

fogo convertido”).

“O todo sem a parte não é todo; A parte sem o todo não é parte; Mas se a parte o faz todo sendo parte, Não se diga que é parte, sendo todo.”

O culto aos exageros: um novo movimento artístico sempre procura expressar-se em uma nova linguagem e, para

o Barroco, a manifestação se utilizará de um excesso decorativo. Por isso a arte é vista como uma espécie de jogo

formal, utilizada para causar apenas prazer estético. Foram características do Barroco: as intensificações e exageros

(hipérboles), a grande ênfase na sonoridade do texto (anáforas, aliterações, sinestesias, etc..) e a sintaxe rebuscada

(anacolutos, silepses etc..)

Efemeridade do tempo e carpe diem: O homem barroco tem consciência de que a vida terrena é efêmera,

passageira, e por isso, é preciso pensar na salvação espiritual. Mas, já que a vida é passageira, sente, ao mesmo

tempo, desejo de gozá-la antes que acabe, o que resulta num sentimento contraditório, já que gozar a vida implica

pecar, e se há pecado, não há salvação.

“...Gozai, gozai da flor da formosura,

Antes que o frio da madura idade

Tronco deixe despido, o que é verdura...”

Figuras de Linguagem Isso que vamos estudar é muito técnico, mas muito necessário para toda a sua formação intelectual e expressão da Língua Portuguesa. Vai ser útil em diversas outras disciplinas e ajudará muito em redação e interpretação de textos. Dê uma atençãozinha mais que especial e passe a usar alguns desses recursos em seu dia a dia e em seus textos. Agora iremos identificar nos textos empregados certas figuras de linguagem, presentes tanto na expressão da palavra quanto na expressão do pensamento.Estes recursos poderão ser empregados de modo criativo, e respeitando as regras comunicativas essenciais. Pode-se dizer que, as figuras de estilo são modos de falar e escrever que dão mais beleza, mais graça e mais força à expressão. Ao estudá-las, não se restrinja apenas a decorar seus nomes, procure entendê-las, recolhê-las de suas leituras literárias, para depois empregá-las na suas composições, melhorando o seu texto.

Figuras de palavras As figuras de palavras caracterizam-se por apresentarem sempre dois elementos: um termo real e outro ideal. Vejamos alguns dos casos em que estes elementos podem aparecer com frequência:1. Comparação ou símile: estabelece uma comparação entre os dois elementos por meio de uma qualidade que é comum aos dois, ou seja, quando os dois elementos aparecem ligados pela conjunção como:A bola entrou como um raio.2. Metáfora: consiste em comparar dois seres por intermédio de uma qualidade atribuída a ambos. Vem a ser uma comparação, mas sem a presença da conjunção como:A vida é como um combate. (comparação)

A vida é um combate. (metáfora)3. Catacrese: consiste em dar um novo sentido a um termo já existente, fazendo com que ele passe a designar outro ser semelhante. Não deixa de ser o emprego abusivo ou indevido de um termo. Catacrese quer dizer abuso:Ele descansava nos braços da poltrona.Doía-lhe a barriga da perna.4. Metonímia (e sinédoque): consiste em substituir o sentido de uma palavra pelo sentido de outra com a qual ela apresente relação constante:•Ganhar o pão com o suor do rosto. (suor em vez de trabalho - neste caso, houve o emprego do efeito pela causa).•Ele completou quinze primaveras. ( primaveras em vez de anos - neste caso, houve o emprego da parte pelo todo).•“A resposta foi o povaréu levantar Ponciano entre gritos e algazarra”. (José Cândido de Carvalho). Neste caso, o todo é tomado pela parte.• “Andava com o peito entreaberto na blusa.” (Rachel de Queiroz). Neste caso, o continente foi tomado pelo conteúdo.• Vejo que leu José de Alencar, mas nunca Machado de Assis. Neste caso, o autor é tomado pela obra.• “Acendeu um goiano.” (Alcântara Machado) Neste caso, a marca é tomada pelo produto.• As batinas civilizaram o Brasil. Neste caso, a coisa possuída é tomada pelo possuidor.• O marfim de teus dentes. Neste caso, o concreto é substituído pelo abstrato.5. Perífrase (ou antonomásia): é uma espécie de metonímia, porque consiste na substituição de um nome próprio por uma circunstância ou qualidade a qual ele se refere:O Genovês será herói ou vilão? (Genovês = Colombo)A Cidade-Luz continua bela e majestosa. (Cidade-Luz = Paris)6. Sinestesia: consiste em se misturar numa mesma expressão sensações percebidas por diferentes sentidos ao mesmo tempo:“Aqueles dias de luz tão mansa.” ( Mário Quintana)

Figuras de pensamento Representam operações do pensamento, com muita emoção, paixão e imaginação.1. Apóstrofe: consiste na interpelação a alguém em meio ao discurso:“ Ó espíritos errantes sobre a terra!Ó velas enfunadas sobre os mares!Vós bem que sabeis quanto sois efêmeros.” ( Castro Alves)2. Antítese (ou contraste): consiste na oposição de duas ou mais ideias ou pensamentos. Quando a oposição é extrema, ela é chamada de paradoxo:“Desculpem-me por ter sido longo porque não tive tempo de ser breve”. (Pe. Vieira) (antítese)“Eles diziam mais do que os estóicos:Dor – tu és um prazer!Grelha – és um leito!Brasa, -- és uma gema!” (Castro Alves) (paradoxo)3. Hipérbole: consiste no exagero da expressão para reforçar uma ideia:“ Vida que eterna, ainda seria pouca.”(Alphonsus de Guimaraens)“Sabia de cor mil e trezentas orações.”(Antônio Nobre)4. Prosopopéia (ou personificação): consiste no fato de se atribuir características de seres vivos a seres inanimados.5. Ironia: ocorre quando dizemos o contrário do que pensamos:“Eis o grande esforço que fizeste: tiraste nota dois na prova.”6. Eufemismo: consiste no abrandamento de Expressões duras e rudes:Ele sofria do mal de Hansen. ( = lepra)Ela passou desta pra melhor vida. ( = morreu)“Todos os antigos foram estudar a geologia dos campos santos.” (Machado de Assis) ( = morreram)

7. Amplificação: consiste em enumerar as qualidades de um ser de tal modo que elas vão se ampliando e se somando:“A vida é o dia de hoje,A vida é ai que mal soa,A vida é a sombra que foge’A vida é a nuvem que voa.” (João de Deus)8. Gradação (ou clímax): consiste na apresentação de ideias em progressão ascendente ou descendente:“Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta tudo digere, tudo acaba.” (Pe. Vieira) “Vive só para mim, só para minha vidaSó para o meu amor!” (Olavo Bilac)

Figuras de construção As figuras de construção ou de sintaxe são as que alteram a estrutura normal da frase, quer em concordância, regência ou colocação:1. Anáfora: consiste na repetição de palavras ou frase no início de versos ou de frases:“É preciso casar João,é preciso suportar Antônioé preciso odiar Melquíades,é preciso substituir nós todos.” ( Carlos Drummond de Andrade)2. Inversão: consiste na alteração da ordem normal dos termos na oração, ou da alteração das orações do período. Chama-se também anástrofe. Quando a inversão é violenta, forma-se hipérbato:“... imitar era o meio indicado; fingida era a inspiração, e artificial o entusiasmo.” (Gonçalves de Magalhães)“A grita se levanta aos céus da gente.” (Camões) (hipérbato)3. Pleonasmo: é a palavra ou expressão redundante para tornar a frase mais vigorosa e enfática. Não se trata, neste caso, de pleonasmo vicioso:“Vi claramente visto, o nume vivo que a marítima gente tem por santo.” (Camões)“Quero converter-vos a vós..” (Pe. Vieira)4. Polissíndeto: consiste na repetição intencional e enfática da conjunção e:“Tudo lânguido, e vazio, e descampado e deserto.” (Graça Aranha)5. Assíndeto: é a omissão da conjunção e ou conectivos adjetivos:“É o órgão da fé, o órgão da esperança, o órgão do ideal.” (Rui Barbosa)“Eu tinha a fama, a palavra, a carreira política...” (Joaquim Nabuco)6. Elipse: consiste na omissão de palavras ou expressões facilmente subentendidas. Quando omitimos um termo anteriormente expresso, no mesmo período, a elipse passa a ser chamada de zeugma;“O mar – lago sereno,O céu (é) – um manto azulado” (Casimiro de Abreu)“Nossos bosques têm mais vida,Nossa vida (tem) mais amores.”(Gonçalves Dias)7. Anacoluto: ocorre em frase interrompida, quando então se inicia outro pensamento sem ligação alguma com o anterior. O anacoluto mais exato e expressivo é sempre o seguinte, causado pela emoção:“Trago-te flores, -- restos arrancadosDa terra que nos viu passar unidose ora mortos nos deixa e separados.Que eu, se tenho nos olhos malferidosPensamentos de vida formulados,São pensamentos idos e vividos.” (Machado de Assis)8. Silepse: consiste em se fazer a concordância com a ideia subentendida e não com a palavra expressa. A silepse pode ocorrer nos seguintes casos:a)no gênero: Vossa Alteza parece cansado.

b)no número: Grande parte dos alunos saíram.c)e na pessoa: Todos os homens somos iguais.

O Barroco Brasileiro

O Barroco na Literatura Brasileira iniciou-se em 1601, com o poemeto épico “Prosopopéia”, de Bento Teixeira. No

século seguinte, entrou em decadência, terminando em 1768, com a publicação das Obras, de Cláudio Manuel da

Costa.

As melhores produções da literatura barroca brasileira foram as poesias de Gregório de Matos e as de Manuel

Botelho de Oliveira. Bento Teixeira teve o mérito de introduzir o estilo no país. Seu poema épico Prosopopéia é

imitação de Os Lusíadas (1572), de Camões. A obra está organizada em 94 estrofes em oitavas decassílabas; o estilo

é muito semelhante; a estrutura também, dividindo-se em introdução, narração e epílogo.

Prosopopeia de Bento Teixeira (1601) Escrita em modelo camoniano, ainda que muito inferior no número de versos, o poema Prosopopeia é considerado a obra iniciadora do Barroco brasileiro. Nele, Bento Teixeira tece uma série de elogios a Dom Jorge de Albuquerque Coelho, donatário de capitania de Pernambuco (poema laudatório). O Poema também foi escrito com o objetivo de livrar o autor de uma condenação, já que havia sido denunciado pela própria esposa como judeu. “Dirigido a Jorge d’Albuquerque Coelho, Capitão e Governador da Capitania de Pernambuco, das partes do Brasil da Nova Lusitânia, etc. Se é verdade o que diz Horácio, que Poetas e Pintores estão no mesmo predicamento; e estes para pintaremperfeitamente uma Imagem, primeiro na lisa távoa fazem rascunho, para depois irem pintando os membros dela extensamente, até realçarem as tintas, e ela ficar na fineza de sua perfeição; assim eu, querendo dibuxar com obstardo pinzel de meu engenho a viva Imagem da vida e feitos memoráveis de vossa mercê, quis primeiro fazer este rascunho, para depois, sendo-me concedido por vossa mercê, ir mui particularmente pintando os membros desta Imagem, se não me faltar a tinta do favor de vossa mercê, a quem peço, humildemente, receba minhas Rimas, por serem as primícias com que tento servi-lo. E porque entendo que as aceitará com aquela benevolência e brandura natural, que costuma, respeitando mais a pureza do ânimo que a vileza do presente, não me fica mais que desejar, se não ver a vida de vossa mercê aumentada e estado prosperado, como todos os seus súditos desejamos. Beija as mãos de vossa mercê: (Bento Teixeira) Seu vassalo.”

ICantem Poetas o Poder Romano,Sobmetendo Nações ao jugo duro;O Mantuano pinte o Rei Troiano,Descendo à confusão do Reino escuro;Que eu canto um Albuquerque soberano,Da Fé, da cara Pátria firme muro,Cujo valor e ser, que o Céu lhe inspira,Pode estancar a Lácia e Grega lira.IIAs Délficas irmãs chamar não quero,Que tal invocação é vão estudo;Aquele chamo só, de quem esperoA vida que se espera em fim de tudo.Ele fará meu Verso tão sincero,

Quanto fora sem ele tosco e rudo,Que por razão negar não deve o menosQuem deu o mais a míseros terrenos.IIIE vós, sublime Jorge, em quem se esmaltaA Estirpe d'Albuquerques excelente,E cujo eco da fama corre e saltaDo Carro Glacial à Zona ardente,Suspendei por agora a mente altaDos casos vários da Olindesa gente,E vereis vosso irmão e vós supremoNo valor abater Querino e Remo.IVVereis um sinil ânimo arriscadoA trances e conflitos temerosos,E seu raro valor executadoEm corpos Luteranos vigorosos.Vereis seu Estandarte derribadoAos Católicos pés vitoriosos,Vereis em fim o garbo e alto brioDo famoso Albuquerque vosso Tio.VMas em quanto Talia no se atreve,No Mar do valor vosso, abrir entrada,Aspirai com favor a Barca leveDe minha Musa inculta e mal limada.Invocar vossa graça mais se deveQue toda a dos antigos celebrada,Porque ela me fará que participeDoutro licor melhor que o de Aganipe.VIO marchetado Carro do seu FeboCelebre o Sulmonês, com falsa pompa,E a ruína cantando do mancebo,Com importuna voz, os ares rompa.Que, posto que do seu licor não bebo,À fama espero dar tão viva trompa,Que a grandeza de vossos feitos cante,Com som que Ar, Fogo, Mar e Terra espante

Tipos de Barroco

Existem no Brasil, dois tipos de Barroco que se interpenetraram:

O Cultismo, culteranismo ou gongorismo (conhecido como Jogo de Palavras): baseia-se em construções

obscuras e preciosistas; é mais voltado para o rebuscamento formal e para o excesso. Box: Gongorismo Estilo literário barroco caracterizado pelo rebuscamento da forma, nos exageros retóricos, nas construções sintáticas complexas (imita-se a sintaxe do latim clássico, invertendo a ordem direta da frase), o léxico latinizado e erudito, etc. O termo nasce a partir do exemplo literário do poeta espanhol Luís de Góngora, que, a partir de 1613, divulgou dois importantes poemas seus, antes de serem publicados, “Fabula de Polifemo y Galatea” e "Las Soledades”, que depressa foram conhecidos e imitados por toda a Península. A tal estilo poético, cuja apreciação estava reservada apenas a eruditos, atribuíram-se nomes, com forte carga pejorativa, como gongorino, gongorizar ou gongorismo. O termo gongorismo permaneceu como sinônimo de estilo de difícil leitura, que peca por excesso

de erudição, e não é indissociável de outras propostas estéticas europeias como o preciosismo francês ou o marinismo italiano. Esta arte deve ser entendida dentro do chamado cultismo, que teve seguidores em Portugal como Manuel Botelho de Oliveira ou Gregório de Mattos Guerra. O árcade português Correia Garção criticou com severeidade o gongorismo e os seus defensores como Francisco de Pina e Melo, como se lê na Epístola I (Obras Complestas, vol.I, Livraria Sá da Costa, Lisboa, 1957, pp.199-200) :“Não busques pensamentos esquisitos,Em denegridas nuvens embrulhados;Não tragas, não, metáforas violentas,Imitando esse corvo do Mondego,Que entre os cisnes do Tejo anda grasnando;Usa da pura língua portuguesaQue aprendido já tens no bom Ferreira,No Camões imortal, um Sousa e Barros.”

O Conceptismo, conceptualismo ou quevedismo (conhecido como “Jogo de Ideias”): que tenta substituir o

exagero culteranista na construção pelo intelectualismo e pelas construções apoiadas na lógica. Foi próprio

da prosa barroca (sermões). Pretendia um perfeito domínio das palavras, através do conhecimento

conceitual e filosófico.Box: Quevedismo Durante muito tempo, os estilos de Luis de Góngora (gongorismo) e Francisco de Quevedo (quevedismo) foram apresentados como diametralmente opostos: os defensores da clareza nos poemas atacaram a ‘nueva poesía’ e os cultistas, seus seguidores. O vocábulo culteranismo lembra luteranismo e traz a ideia de heresia literária que se deve combater. A raiz é culto, particípio do verbo cultivar que já tinha o significado de douto ou erudito. A poesia construía-se conforme uma tendência latinizante no léxico e na sintaxe. O vocábulo conceptismo é posterior ao período que estamos estudando e surge da palavra ‘concepto’ num intento de classificação das escolas literárias. O poeta, então, elabora uma intricada rede de relações, acumulando mecanismos conceituais, tais como comparações, metáforas, antíteses ou jogos de palavras que dificultam a compreensão tanto do léxico quanto da sintaxe gongórica. No entanto, ambas as manifestações apresentam um denominador comum que determinou Ramón Menéndez Pidal dando fim ao problema da oposição entre gongoristas e conceptistas. Ele ressalta a obscuridade como o princípio fundamental em ambos os estilos, que considera irmãos. Anos mais tarde, esta ideia é reafirmada por Fernando Lázaro Carreter ao definir o culteranismo como um movimento radicado numa base conceptista. Em Góngora, a palavra eleva a natureza e o mundo cotidiano a uma esfera quase mágica e transfigura no verso a realidade de todos os dias. Enquanto em Quevedo o poder da palavra dá à língua uma corporalidade quase física.

AUTORES

E quem foram os principais escritores do Barroco? Bom, é importante lembrar que eles não eram bem escritores, assim como conhecemos hoje, mas pessoas que se expressaram no século XVII, utilizando-se dos recursos linguísticos estudados no módulo anterior. Era o modelo exigido pela época. Neste módulo, então, iremos estudar um pouco sobre a vida e a obra desses “escritores”:

Gregório de Matos e Guerra“O Boca do Inferno” Gregório de Matos passou para a História da Literatura Brasileira como um poeta maldito. Conhecido como “Boca

do Inferno”, devido à crítica que fazia à sociedade de seu tempo, através de sua poesia satírica, não poupando nem senhores aristocratas, nem clero ou mulheres. Coexistem, em sua obra, tendências bastante variadas: poemas satíricos de critica ao meio social, ao lado de sátiras que beiram a vulgaridade; poemas líricos, resultantes de paixões momentâneas, ao lado da lírica-sacra, resultante da reflexão religiosa. É considerado por alguns autores “o verdadeiro fundador da nossa literatura”, como justifica o historiador Sílvio Romero: “... foi mais do povo; foi mais desabusado; mais mundano, produziu

mais e num sentido mais nacional” . Pode-se dividir a poesia de Gregório em três tipos básicos:

Poesias Líricas: Sacras, Filosóficas, Amorosas Poesias Satíricas Poesias Eróticas

Poesia Lírica Sacra

Essa é a produção gregoriana mais tipicamente barroca , pois aqui vê-se inserido o conflito espiritual desse período . A dialética PECADO x PERDÃO é bem evidenciada. O poeta assume a sua condição de pecador diante da divindade, não extraindo de si a sua culpa. Todavia, é nessa mesma culpabilidade que ele espera ser salvo. Nos seus textos religiosos, o estilo predominante é o conceptismo . Aqui, o autor tentará convencer a Deus que, embora tenha pecado (e como) ele merece (e precisa) ser salvo. O materialismo e a espiritualidade se chocam continuamente dentro desse tipo de produção poética. A Cristo S. N. crucificado estando o poeta na última hora de sua vida. Meu Deus, que estais pendente em um madeiro, Em cuja lei protesto de viver, Em cuja santa lei hei de morrer Animoso, constante , firme , e inteiro .

Nesse lance, por ser o derradeiro, Pois vejo a minha vida anoitecer, É , meu Jesus , a hora de se ver A brandura de um Pai manso Cordeiro.

Mui grande é vosso amor, e meu delito, Porém pode ter fim todo o pecar, E não o vosso amor, que é infinito.

Esta razão me obriga a confiar, Que por mais que pequei, neste conflito Espero em vosso amor de me salvar.

É importante salientar que Gregório de Matos não perde o senso dos jogos de palavras (cultismo) da estética barroca. O soneto acima é praticamente centrado na antítese (contraste) e, por meio dessa figura de linguagem, o poeta deixa clara a própria contradição em que vive, em face do significado da religião em sua existência.

Poesia Lírica Filosófica Ainda muito marcado pelo senso de religiosidade medieval, as poesias de Gregório fazem um ataque às sensações e gozos mundanos. No poema abaixo, um dos mais importantes de sua obra, o poeta critica a vaidade, comparando-a a uma nau, uma planta e uma rosa, mas arrematando que todas estas coisas, por mais fortes e vistosas, são efêmeras.

Defendendo o Bem Perdido O bem que não chegou a ser possuído, Perdido causa tanto sentimento, Que, faltando-lhe a causa do tormento, Faz ser maior tormento o padecido.

Sentir o bem logrado, e já perdido, Mágoa será do próprio entendimento; Porém, o bem que perde um pensamento Não deixa a outro bem restituído.

Se o lôgro satisfaz a mesma vida E, depois de logrado, fica engano A falta que o bem faz em qualquer sorte.

Infalível será ser homicida O bem que sem ser mal, motiva o dano; O mal que sem ser bem, apressa a morte.

Aqui, Gregório de Matos questiona-se sobre o seguinte ponto: O que é mais significativo- o bem que se perde na posse, ou antes, de possuído? Ao início, o autor pondera o sentimento causado pelo que foi perdido antes da posse. Tal sentimento aumenta quando ele não sabe o que fez para a perda do que ansiava. Na estrofe seguinte, o autor reflete sobre o sofrimento que lhe ficou diante da perda para, nos tercetos, concluir que perder algo antes de possuído causa-lhe maior angústia. Para chegar a tal conclusão, temos o desenvolvimento de todo um pensamento conceptista, ponderando entre bem possuído, mas perdido e bem que não chegou a ser possuído; sentimento com causa de tormento e sentimento sem causa de tormento; entendimento e pensamento, refletindo bem o caráter antitético do Barroco.

Poesia Lírico amorosa O lirismo-amoroso, por seu lado, ainda é fortemente marcado pela característica barroca do contraste, da identificação entre opostos, como aparece nos “Sonetos a D. Angela de Sousa Paredes”:

Não vira em minha vida a formosura, Ouvia falar nela cada dia, E ouvida me incitava, e me movia A querer ver tão bela arquitetura:

Ontem a vi por minha desventura Na cara, no bom ar, na galhardia De uma mulher, que em Anjo se mentia; De um Sol, que se trajava em criatura:

Matem-me, disse eu vendo abrasar-me, Se esta a cousa não é, que encarecer-me Sabia o mundo, e tanto exagerar-me:

Olhos meus, disse então por defender-me, Se a beleza heis de ver para matar-me, Antes olhos cegueis, do que eu perder-me.

Poesias Satíricas e Eróticas (ou fesceninas) É possível encontrar nas obras de Gregório de Matos a sátira que pretende denunciar, e, através da denúncia, moralizar. É o caso, por exemplo, do seguinte soneto (forma muito cultivada pelo Poeta): Neste mundo é mais rico o que mais rapa: Quem mais limpo se faz, tem mais carepa; Com sua língua, Ao nobre o vil decepa: O velhaco maior sempre tem capa.

Mostra o patife da nobreza o mapa: Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa; Quem menos falar pode, mais increpa:

Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.

A flor baixa se inculca por tulipa; Bengala hoje na mão, ontem garlopa: Mais isento se mostra o que mais chupa.

Para a tropa do trapo vazo a tripa, E mais não digo, porque a Musa topa Em apa, epa, ipa, opa, upa.

A importância desse soneto não esta apenas em sua mordaz crítica social, que aponta para uma sociedade de competição, onde vence quem for mais esperto ou mais desonesto; seu valor está, também, no aproveitamento da linguagem popular e rítmica, na exploração dos elementos sonoros das palavras e no último verso, zombeteiro, levando ao riso. O poder corrupto não escapou à mira do poeta: critica, de forma impiedosa, a incompetência, a promiscuidade e a desonestidade, sem perder a noção cultista. Neste poemas Gregório se utiliza do recurso de “semeadura e recolho”.

Que falta nesta cidade? ...... Verdade. Que mais por sua desonra? ...... Honra. Falta mais que se lhe ponha.. Vergonha. O demo a viver se exponha, Por mais que a fama a exalta, Numa cidade onde falta Verdade, honra, vergonha(...) O açúcar já se acabou? ........ Baixou. E o dinheiro se extinguiu. ..... Subiu. logo já convalesceu? .......... Morreu.

A, Bahia aconteceu O que a um doente acontece, Caí na cama, O mal lhe cresce, Baixou, subiu, e morreu.

Há também na obra do poeta a utilização de medida velha, como é possível ver na décima abaixo, considerada a mais representativa de sai obra fescenina. No poema é importante perceber a utilização de trocadilhos.

Pica-Flor A uma freira que satirizando a delgada fisionomia do poeta lhe chamou "Pica-Flor".

Se Pica-Flor me chamais,Pica-Flor aceito ser,Mas resta agora saber,Se no nome que me dais,Meteis a flor que guardaisNo passarinho melhor!Se me dais este favor,Sendo só de mim o Pica,

E o mais vosso, claro fica,Que fico então Pica-Flor.

Obras: Gregório não publicou um livro em vida. Após o seu desterro na África, conseguiu voltar para o Brasil e se estabelecer em Recife, onde morreu (1696). Suas poesias foram, então, organizadas pela Academia Brasileira de Letras, a partir de obras esparsas e livros deixados na prefeitura, onde as pessoas podiam transcrever as obras

Padre Antônio Vieira Ravasco

O “Imperador da Língua Portuguesa”.

Padre Antônio

Vieira, por Arnold van Westerhout (1651-

1725)

Padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa, em 1608, e morreu

na Bahia, em 1697. Com sete anos de idade, veio para o Brasil

e entrou para a Companhia de Jesus. Por defender posições

favoráveis aos índios e aos judeus, foi condenado à prisão pela

Inquisição, onde ficou por dois anos.

Responsável pelo desenvolvimento da prosa no período do barroco, Padre Antônio Vieira é conhecido por seus

sermões polêmicos em que critica, entre outras coisas, o despotismo dos colonos portugueses, a influência negativa

que o Protestantismo exerceria na colônia, os pregadores que não cumpriam com seu ofício de catequizar e

evangelizar (seus adversários católicos) e a própria Inquisição.

BOX: Princípios da ação social e política defendidos por Pe. Antônio Vieira • Lutou pela liberdade e direitos dos índios do Brasil espoliados e escravizados pelos colonos (em carta ao futuro D. Afonso VI assinala a morte de 2 milhões de índios em meio século); • Condenou a intolerância do Sto. Ofício defendendo os cristãos-novos e apelando à moderação na crueldade dos processos inquisitoriais; • Denunciou a exploração dos pequenos e pobres pelos ricos e poderosos; • Sonhou com a expansão de Portugal imaginando um 5º Império (depois do assírio, persa, grego e romano); deixou-se influenciar pelo misticismo sebastianista e acreditou nas profecias do Bandarra.

Além disso, defendia os índios e sua evangelização, condenando os horrores vivenciados por eles nas mãos de colonos e os cristãos-novos (judeus convertidos ao Catolicismo) que aqui se instalaram. Famoso por seus sermões, padre Antônio Vieira também se dedicou a escrever cartas e profecias.

Box: Mito do Sebastianismo

Com o desenvolvimento do mercado marítimo, Portugal vivenciou um período de ascensão e grandeza. Porém, com o declínio do comércio no Oriente,

Portugal viveu uma crise econômica e dinástica. Como consequência, o então rei de Portugal D. Sebastião resolve colocar em prática seu plano de organizar uma

cruzada em Marrocos e levando à batalha de Alcacer-Quibir em 1578.

A derrota na batalha e seu desaparecimento (provável morte em batalha), gerou especulações acerca de seus paradeiro. A partir de então, originou-se a

crença de que o rei retornaria para transformar Portugal novamente em uma grande potência econômica. Padre Antônio Vieira era um dos que acreditavam no

Sebastianismo e, mais adiante, Antônio Conselheiro anunciava o retorno de D. Sebastião nos episódios da Guerra de Canudos.

Padre Antônio Vieira, por Arnold van Westerhout (1651-1725)

Os sermões

Escreveu cerca de duzentos sermões em estilo conceptista, isto é, que privilegia a retórica e o encadeamento lógico de ideias e conceitos.

BOX: Estrutura do Sermão 1. EXÓRDIO OU INTRÓITO - O orador começa por expor a primeira parte do discurso onde expõe o assunto e as ideias que vai defender. Este assunto baseia-se no conceito predicável, uma frase extraída normalmente da Bíblia, que serve para captar a atenção do auditório. 2. INVOCAÇÃO - Usada por vezes nos sermões, quando o orador invocava o auxílio divino para a exposição das suas ideias; 3. ARGUMENTAÇÃO - O orador dirige-se ao raciocínio dos ouvintes levando-os a agir sob a força dos argumentos; é o desenvolvimento e exposição do tema apresentado no exórdio; 4. PERORAÇÃO - Última parte do sermão em que o orador, recapitulando tudo quanto disse, põe um desfecho vibrante para impressionar o auditório e exortá-lo a pôr em prática os seus ensinamentos.

Seus sermões mais famosos podem ser analisados a seguir:

Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda (1640):

Neste sermão, pregado na igreja de Nossa Senhora da Ajuda, em Salvador, em maio de 1640, o padre incita os

seguidores a reagir contra as invasões Holandesas, alegando que a presença dos protestantes na colônia resultaria

em uma série de depredações à colônia.

Vieira revela os ardis típicos que caracterizaram o seu talento para a construção das mais complexas peças de

retórica religiosa: ele se dirige a Deus de forma extremada, utiliza-se do tom próprio de quem possui plena convicção

do mérito de sua diligência. De forma destemida, clama a Deus proteção para a cidade do Salvador que, só pelo

nome já deveria ser objeto preferencial e, portanto, merecedora de auxílio eficaz contra a invasão das heresias.

Vieira emprega os seus dotes de eloquência para persuadir ninguém menos do que Deus. Tal audácia surge da

necessidade extrema já que os recursos humanos disponíveis aos homens de boa fé não eram suficientes para

prover a segurança da cidade à beira de sucumbir diante do inimigo.

Leia um trecho do sermão:

“Se acaso for assim — o que vós não permitais — e está determinado em vosso secreto juízo, que entrem os

hereges na Bahia, o que só vos represento humildemente, e muito deveras, é que, antes da execução da sentença,

repareis bem, Senhor, no que vos pode suceder depois, e que o consulteis com vosso coração enquanto é tempo,

porque melhor será arrepender agora, que quando o mal passado não tenha remédio. Bem estais na intenção e

alusão com que digo isto, e na razão, fundada em vós mesmo, que tenho para o dizer. Também antes do dilúvio

estáveis vós mui colérico e irado contra os homens, e por mais que Noé orava em todos aqueles cem anos, nunca

houve remédio para que se aplacasse vossa ira. Romperam-se enfim as cataratas do céu, cresceu o mar até os cumes

dos montes, alagou-se o mundo todo: já estaria satisfeita vossa justiça, senão quando ao terceiro dia começaram a

boiar os corpos mortos, e a surgir e aparecer em multidão infinita aquelas figuras pálidas, e então se representou

sobre as ondas a mais triste e funesta tragédia que nunca viram os anjos, que homens que a vissem, não os havia”

Sermão de Santo Antônio – aos peixes (1654)

Também conhecido como "O Sermão dos Peixes", pois nele o

padre usa a imagem dos peixes como símbolo para fazer uma

crítica aos vícios dos colonos portugueses que se aproveitavam

da condição dos índios para escravizá-los e sujeitá-los ao seu

poder. Leia um trecho do sermão:

“Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores,

sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que

façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como

está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? (...)

Enfim, que havemos de pregar hoje aos peixes? Nunca pior auditório. Ao menos têm os peixes duas boas qualidades

de ouvintes: ouvem e não falam. Uma só cousa pudera desconsolar o Pregador, que é serem gente os peixes que se

não há-de converter. Mas esta dor é tão ordinária, que já pelo costume quase se não sente (...) Suposto isto, para que

procedamos com clareza, dividirei, peixes, o vosso sermão em dois pontos: no primeiro louvar-vos-ei as vossas

atitudes, no segundo repreender-vos-ei os vossos vícios. (...)”

Sermão da Sexagésima (1655):

Foi proferido na Capela real de Lisboa em março de 1655. O sermão é um todo de dez pequenas partes e é

considerado seu mais importante sermão: uma crítica monumental ao estilo barroco, sobretudo ao Cultismo. Como

foi pregado na Capela Real, em Portugal, podemos concluir que o auditório era particular, composto por católicos da

nobreza portuguesa da época. O autor procura se aproximar do auditório dirigindo-lhe perguntas que ele mesmo, o

autor, responde.

O tema do Sermão da Sexagésima é a “Parábola do semeador”, tirada do Evangelho segundo São Lucas: ‘Semen

est verbum Dei’ (A semente é a palavra de Deus). Neste sermão, o Padre Vieira usa de uma metáfora: pregar é como

semear. Vieira resume e comenta a parábola: um semeador semeou as sementes que caíram pelo caminho, pelas

pedras ou entre os espinhos. Apenas parte delas caiu em terra boa. Nele Vieira usa de uma metáfora: pregar é como

semear.

Traçando paralelos entre a parábola bíblica sobre o semeador que semeou nas pedras, nos espinhos (onde o trigo

frutificou e morreu), na estrada (onde não frutificou) e na terra (que deu frutos), Vieira critica o estilo de outros

pregadores contemporâneos seus (e que muito bem caberia em políticos atuais), que pregavam mal, sobre vários

assuntos ao mesmo tempo (o que resultava em pregar em nenhum), ineficazmente e agradavam aos homens ao

invés de pregar servindo a Deus. Vieira examina a culpa do pregador, considerando sua pessoa, sua ciência, a

matéria e o estilo de seus sermões e sua voz.

No Sermão, seu autor interessava saber o motivo de a pregação católica estar surtindo pouco efeito entre os

cristãos. Sendo a palavra de Deus tão eficaz e tão poderosa, pergunta ele, como vemos tão pouco fruto da palavra

de Deus? Depois de muito argumentar, Vieira conclui que a culpa é dos próprios padres. Eles pregam palavras de

Deus, mas não pregam a palavra de Deus, afirma. Dito de outra maneira, o jesuíta reclama daqueles que torcem o

texto da Bíblia para defender interesses mundanos. No sermão proferido, o Padre também procura criticar a outra

facção do Barroco, logo a utilizar o púlpito como tribuna política.

Leia um trecho do sermão:

“Ecce exiit qui seminat, seminare. Diz Cristo que "saiu o pregador evangélico a semear" a palavra divina. Bem

parece este texto dos livros de Deus ão só faz menção do semear, mas também faz caso do sair: Exiit, porque no dia

da messe hão-nos de medir a semeadura e hão-nos de contar os passos. (...) Entre os semeadores do Evangelho há

uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à

China, ao Japão; os que semeiam sem sair, são os que se contentam com pregar na Pátria. Todos terão sua razão,

mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão

longe, hão-lhes de medir a semeadura e hão-lhes de contar os passos. Ah Dia do Juízo! Ah pregadores! Os de cá,

achar-vos-eis com mais paço; os de lá, com mais passos: Exiit seminare. (...) Ora, suposto que a conversão das almas

por meio da pregação depende destes três concursos: de Deus, do pregador e do ouvinte, por qual deles devemos

entender a falta? Por parte do ouvinte, ou por parte do pregador, ou por parte de Deus? (...)”

Sermão do Bom Ladrão (1655)

O Sermão do Bom Ladrão foi escrito em 1655, pelo Padre Antônio Vieira. Ele proferiu este sermão na Igreja da

Misericórdia de Lisboa (Conceição Velha), perante D. João IV e sua

corte. Lá também estavam os maiores dignitários do reino, juízes,

ministros e conselheiros.

Observa-se que em num lance profético que mostra o seu profundo

entendimento sobre os problemas do Brasil – ele ataca e critica

aqueles que se valiam da máquina pública para enriquecer

ilicitamente. Denuncia escândalos no governo, riquezas ilícitas,

venalidades de gestões fraudulentas e, indignado, a

desproporcionalidade das punições, com a exceção óbvia dos mandatários do século XVII.

A argumentação de Vieira focaliza a importância da restituição para que os ladrões possam ir ao “paraíso”. Para

dar consistência ao seu conceito, ele cita uma afirmação de santo Agostinho, segundo o qual, “Se o alheio, que se

tomou ou retém, se pode restituir, e não se restitui, a penitência deste e de outros pecados não é verdadeira

penitência, senão simulada e fingida, porque não se perdoa o pecado sem se restituir o roubado, quando quem o

roubou tem possibilidade de o restituir.”

A fundamentação do conceito da restituição, no entanto, Vieira busca na lei do Antigo Testamento, no livro de

Êxodo5, capítulo 22, versículo 3, que determina que se um ladrão furtar alguma coisa deverá restituí-la

integralmente. Ligado ao conceito de restituição está o conceito de penitência. Esse termo significa um ato de

expiação dos pecados, assumido por iniciativa pessoal, ou por indicação da Igreja ou de seus delegados. A penitência

exigida, na concepção de Vieira, era a devolução dos bens roubados. A única exceção era a do bom ladrão, porque

estando ali na cruz, não tinha com que restituir. Vieira compara o Bom Ladrão, a quem chama Dimas, com Zaqueu.

A história de Zaqueu está registrada no evangelho de Lucas, capítulo 19, versículos 1 a 10. Segundo o evangelista, ele

era o chefe dos cobradores de impostos e morava na cidade de Jericó. Certa ocasião em que Jesus passava por

aquela cidade, Zaqueu, homem de pequena estatura, desejando vê-lo, subiu em uma árvore no caminho que o

mestre haveria de passar. Quando Jesus chegou embaixo da árvore, ordenou a Zaqueu que descesse dali, para que

pudesse recebê-lo em sua casa. Descendo rapidamente daquela árvore, ele recebeu a Cristo, com alegria.

Depois de ouvir a mensagem do Mestre, dispôs-se a dar aos pobres metade dos seus bens e, se nalguma coisa

tivesse defraudado a alguém, o restituiria quadruplicadamente. Jesus só declarou que a salvação havia vindo àquela

casa, segundo Vieira, depois que Zaqueu se dispôs a restituir aquilo que, eventualmente, havia roubado. Era comum

que os publicanos (cobradores de impostos a serviço do Império Romano) arrecadassem mais impostos do que era

devido a Roma, roubando, portanto o povo. Como Zaqueu era chefe dos publicanos, é possível que também

estivesse envolvido nesse tipo de corrupção.

Leia trechos do sermão:

“A restituição do alheio não só obriga aos súditos, senão também aos príncipes (...) a restituição do alheio, sob

pena da salvação, não só obriga aos súditos e particulares, senão também aos cetros e às coroas. Cuidam ou devem

cuidar alguns príncipes que, assim como são superiores a todos, assim são senhores de tudo, e é engano. A lei da

restituição é lei natural e divina. Enquanto lei natural obriga aos reis, porque a natureza fez iguais a todos; e

enquanto lei divina também os obriga, porque Deus que os fazer maiores que os outros é maior que eles”.(...)

“Rei dos reis e Senhor dos senhores, que morrestes entre ladrões para pagar o furto do primeiro ladrão, e o

primeiro a quem prometestes o Paraíso foi outro ladrão, para que os ladrões e os reis se salvem, ensinai com vosso

exemplo, e inspirai com vossa graça a todos os reis, que, não elegendo, nem dissimulando, nem consentindo, nem

aumentando ladrões, de tal maneira impeçam os furtos futuros e façam restituir os passados, que em lugar de os

ladrões os levarem consigo, como levam ao inferno, levem consigo os ladrões ao Paraíso, como vós fizestes hoje:

Hodie mecum eris in Paradiso”.(...)

“A salvação não pode entrar sem se perdoar o pecado, e o pecado não se perdoa sem se restituir o roubado: Non

dimittitur peccatum nisi restituatur ablatum.”(...)

“O ladrão que furta para comer, não vai nem leva ao inferno: os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são

outros ladrões de maior calibre e de mais alta esfera; os quais debaixo do mesmo nome e do mesmo predicamento

distingue muito bem São Basílio Magno. Não só são ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas, ou espreitam os que

se vão banhar para lhes colher a roupa; os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a

quem os reis encomendam os exércitos e legiões ou o governo das províncias, ou a das cidades, os quais já com

mancha, já com forças roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor nem perigo:

os outros se furtam, são enforcados, estes furtam e enforcam.”(...)

Obras:

Deixou uma obra complexa que exprime as suas opiniões políticas, não sendo propriamente um escritor, mas sim um orador. Além dos Sermões redigiu o “Clavis Prophetarum”, livro de profecias que nunca concluiu e “A Históri do Futuro”, também de profecias. Entre os inúmeros sermões, alguns dos mais célebres: o "Sermão da Quinta Dominga da Quaresma", o "Sermão da Sexagésima", o "Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal contra as de Holanda", o "Sermão do Bom Ladrão","Sermão de Santo António aos Peixes" entre outros. Vieira deixou cerca de 700 cartas e 200 sermões.

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