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1 PRESSCLIPPING em 30.maio.2016 "Nunca desencoraje ninguém que continuamente faz progresso, não importa quão devagar." (Platão) Mais segurança Lei torna obrigatório uso de farol baixo em rodovias durante o dia 24 de maio de 2016, 18h08 Foi sancionada pelo presidente em exercício Michel Temer, nessa segunda-feira (23/5), lei que obriga os motoristas a circularem por rodovias com o farol baixo aceso mesmo durante o dia. A medida altera o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503 de 1997). De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, os automóveis com faróis acesos durante o dia tornam-se 60% mais visíveis, evitando, principalmente, acidentes de colisão frontal. Artigo do advogado Cid Pavão Barcellos, publicado na ConJur em 2004 , alertava para a necessidade de regulamentação federal da questão. Revista Consultor Jurídico, 24 de maio de 2016, 18h08 ONU pede justiça para estupro coletivo de adolescente de 16 anos IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

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PRESSCLIPPING em 30.maio.2016

"Nunca desencoraje ninguém que continuamente faz progresso, não importa quão devagar."

(Platão)

Mais segurança

Lei torna obrigatório uso de farol baixo em rodovias durante o dia24 de maio de 2016, 18h08

Foi sancionada pelo presidente em exercício Michel Temer, nessa segunda-feira (23/5), lei que obriga os motoristas a circularem por rodovias com o farol baixo aceso mesmo durante o dia. A medida altera o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503 de 1997).    

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, os automóveis com faróis acesos durante o dia tornam-se 60% mais visíveis, evitando, principalmente, acidentes de colisão frontal. Artigo do advogado Cid Pavão Barcellos, publicado na ConJur em 2004 , alertava para a necessidade de regulamentação federal da questão.

Revista Consultor Jurídico, 24 de maio de 2016, 18h08

ONU pede justiça para estupro coletivo de adolescente de 16 anos O estupro coletivo aconteceu em uma favela na Zona Oeste do Rio. Publicado por Guilherme dos Santos Interaminense

Advogado

Bacharel em Direito pela Faculdade Boa Viagem-DeVry. Especialização Lato Sensu em Ciências Criminais pela Estácio/CERS. Página do facebook: @sistemaprisionalbrasileiro

A ONU (Organização das Nações Unidas) pediu Justiça para o caso da menina de 16 anos estuprada por 33 homens no Rio de Janeiro. Eles também divulgaram um vídeo e fotos pela internet. O crime chocou o Brasil.

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No frio de 14ºC em Curitiba na noite de quinta-feira (26), 40 pessoas se uniram para prestar solidariedade à jovem estuprada no Rio. Os organizadores disseram que a vigilia é pelo fim desse crime.

Nas redes sociais, pessoas de todo o país pedem rigor nas investigações e na punição aos criminosos. "Não foram 30 contra uma, foram 30 contra todos. Exigimos justiça" . "Uma covardia o que fizeram com essa menina".

As mensagens são de indignação e também de apoio à vítima. "Essa notícia está doendo em mim". "Nojo desses 30 seres que se dizem homens".

O estupro coletivo aconteceu em uma favela na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Adolescente, de 16 anos, contou à polícia que no último sábado esteve na casa de um rapaz com quem tinha um relacionamento. Eles estavam sozinhos e que depois só se lembra que acordou no domingo em uma casa na mesma comunidade com 33 homens armados com fuzis e pistolas. Ela estava dopada e nua.

A família só descobriu ontem quando soube do vídeo e das fotos na internet. Um parente dela falou, por telefone, sobre o que aconteceu: "Nosso sentimento é de tristeza, de indignação, nós estamos assim estarrecidos de ver até que ponto chega a maldade, né, humana, né?".

Na quinta-feira (26), a adolescente passou por exames e tomou um coquetel de remédios para evitar doenças sexualmente transmissíveis. Ela vai ter acompanhamento psicológico.

A polícia pediu a prisão de quatro homens que teriam envolvimento no crime. Um deles é Lucas Perdomo Duarte Santos, de 20 anos, com quem a adolescente tinha um relacionamento. Os outros são Marcelo Miranda da Cruz Correa, de 18 anos, e Michel Brazil da Silva, de 20. Os dois são suspetios de divulgar as imagens na internet. O quarto é Raphael Assis Duarte Belo, de 41 anos. Ele aparece ao lado da vítima em uma foto. Rafael trabalhou como apoio a operador de câmera nos Estúdios Globo, de onde foi desligado em agosto do ano passado. A polícia não tem a profissão atual dele.

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) classificou o crime como uma barbárie. "É um crime que violenta todas essas mulheres, não apenas essa menina de 16 anos, mas é um crime contra todas nós. Quem tem essas imagens, quem distribui, todos cometem crime", diz Daniela Gusmão, presidente da comissão OAB-Mulher.

DIÁLOGOS DO PODER: 1

Machado - O Renan é totalmente 'voador'. Ele ainda não compreendeu que a saída dele é o Michel e o Eduardo. Na hora que cassar o Eduardo, que ele tem ódio, o próximo alvo, principal, é ele. Então quanto mais vida, sobrevida, tiver o Eduardo, melhor pra ele. Ele não compreendeu isso não.

Jucá - Tem que ser um boi de piranha, pegar um cara, e a gente passar e resolver, chegar do outro lado da margem.

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Machado - E o PSDB, não sei se caiu a ficha já.

Jucá - Caiu. Todos eles. Aloysio, Serra, Aécio.

Machado - Caiu a ficha. Tasso também caiu?

Jucá - Também. Todo mundo na bandeja para ser comido.

(...)

Machado - O primeiro a ser comido vai ser o Aécio.

Jucá - Todos, porra. E vão pegando e vão...

Machado - O que que a gente fez junto, Romero, naquela eleição, para eleger os deputados, para ele ser presidente da Câmara?

(...)

Machado - É aquilo que você diz, o Aécio não ganha porra nenhuma...

Jucá - Não, esquece. Nenhum político desse tradicional ganha eleição, não.

Machado - O Aécio, rapaz... O Aécio não tem condição, a gente sabe disso. Quem que não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB...

Jucá - É, a gente viveu tudo.

__________

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Jucá - Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem 'ó, só tem condições de [inaudível] sem ela [Dilma]. Enquanto ela estiver ali, a imprensa, os caras querem tirar ela, essa porra não vai parar nunca'. Entendeu? Então... Estou conversando com os generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar.

Machado - Eu acho o seguinte, a saída [para Dilma] é ou licença ou renúncia. A licença é mais suave. O Michel forma um governo de união nacional, faz um grande acordo, protege o Lula, protege todo mundo. Esse país volta à calma, ninguém aguenta mais.

(...)

Machado - Um caminho é buscar alguém que tem ligação com o Teori, mas parece que não tem ninguém.

Jucá - Não tem. É um cara fechado, foi ela [Dilma] que botou, um cara... Burocrata da... Ex-ministro do STJ.

Fonte: migalhas

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Como dizia meu avô: olho na prosa...

Em gravação, Sarney promete ajudar ex-presidente da Transpetro, mas 'sem advogado no meio'Adriano Machado - 24.mai.16/Reuters

José Sarney conversa com o presidente interino Michel Temer na posse do ministro da Cultura

RUBENS VALENTEDE BRASÍLIA

25/05/2016 15h59 - Atualizado às 19h05

O ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) prometeu ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, investigado pela Operação Lava Jato, que poderia ajudá-lo a evitar que seu caso fosse transferido para a vara do juiz federal Sergio Moro, em Curitiba (PR), mas "sem meter advogado no meio".

As conversas foram gravadas pelo próprio Machado, que nesta terça-feira (24) fechou um acordo de delação premiada no STF. Em um dos diálogos, gravados em março, o ex-senador e ex-presidente manifestou preocupação sobre uma eventual delação de Machado. "Nós temos é que fazer o nosso negócio e ver como é que está o teu advogado, até onde eles falando com ele em delação premiada", disse o ex-presidente.

Machado respondeu que havia insinuações, provavelmente da PGR (Procuradoria-Geral da República), por uma delação. Sarney explicou a estratégia: "Mas nós temos é que conseguir isso [o pleito de Machado]. Sem meter advogado no meio".

Machado concordou de imediato que "advogado não pode participar disso", "de jeito nenhum" e que "advogado é perigoso". Sarney repetiu três vezes: "Sem meter advogado".

A estratégia estabelecida por Sarney não fica inteiramente clara ao longo dos diálogos obtidos até aqui pela Folha, mas envolvia conversas com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com o senador Romero Jucá (PMDB-RR). Sérgio Machado disse que não poderia passar por uma iniciativa apenas jurídica, teria que ser política.

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Ao final de uma das conversas, Machado pediu que Sarney entrasse em contato com ele assim que estabelecesse um horário e local para reunião entre eles e Renan.

"E o Romero também está aguardando, se o senhor achar conveniente", acrescentou Machado. Sarney respondeu que não achava conveniente.

"Não? O senhor dá o tom", respondeu Machado.

O ex-presidente disse que não achava "conveniente, a gente não põe muita gente". Em seguida ele contou que o ex-senador e ex-ministro Amaral Peixoto (1905-1989) costumava dizer que "duas pessoas já é reunião. Três é comício". Medida semelhante havia sido indicada pelo próprio Jucá. Em outro áudio gravado por Machado, ele disse que não era bom todos se reunirem ao mesmo tempo, e sim que Machado falasse com cada líder político, que depois se encarregariam de conversar entre eles.

Nas conversas, Sarney deixou claro que concordava com a iniciativa de impedir que o caso de Sérgio Machado fosse enviado para a vara do juiz Sergio Moro em Curitiba.

"O tempo é a seu favor. Aquele negócio que você disse ontem é muito procedente. Não deixar você voltar para lá [Curitiba]", disse o ex-presidente.

OUTRO LADO

Em nota divulgada na tarde desta quarta-feira (25), o ex-presidente José Sarney afirmou que, não tendo tempo nem conhecimento do teor das gravações", não tem "como responder às perguntas pontuais" feitas pela Folha.

Sarney disse que conhece o ex-senador "Sérgio Machado há muitos anos. Fomos colegas no Senado Federal e tivemos uma relação de amizade, que continuou depois que deixei o Parlamento".

"As conversas que tive com ele nos últimos tempos foram sempre marcadas, de minha parte, pelo sentimento de solidariedade, característica de minha personalidade. Nesse sentido, expressei sempre minha solidariedade na esperança de superar as acusações que enfrentava. Lamento que conversas privadas tornem-se públicas, pois podem ferir outras pessoas que nunca desejaríamos alcançar", diz a nota assinada pelo ex-presidente.

Leia a transcrição das conversas:

*

Primeira conversaSarney - Olha, o homem está no exterior. Então a família dele ficou de me dizer quando é que ele voltava. E não falei ontem porque não me falou de novo. Não voltou. Tá com dona Magda. E eu falei com o secretário.

Machado - Eu vou tentar falar, que o meu irmão é muito amigo da Magda, para saber se ele sabe quando é que ela volta. Se ele me dá uma saída.

Machado - Presidente, então tem três saídas para a presidente Dilma, a mais inteligente...

Sarney - Não tem nenhuma saída para ela.

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Machado -...ela pedir licença.

Sarney - Nenhuma saída para ela. Eles não aceitam nem parlamentarismo com ela.

Machado - Tem que ser muito rápido.

Sarney - E vai, está marchando para ser muito rápido.

Machado - Que as delações são as que vem, vem às pencas, não é?

Sarney - Odebrecht vem com uma metralhadora de ponto 100.

Machado - Olha, acabei de sair da casa do nosso amigo. Expliquei tudo a ele [Renan Calheiros], em todos os detalhes, ele acha que é urgente, tem que marcar uma conversa entre o senhor, o Romero e ele. E pode ser aqui... Só não pode ser na casa dele, porque entra muita gente. Onde o senhor acha melhor?

Sarney - Aqui.

Machado - É. O senhor diz a hora, que qualquer hora ele está disponível, quando puder avisar o Romero, eu venho também. Ele [Renan] ficou muito preocupado. O sr. viu o que o [blog do] Camarotti botou ontem?

Sarney - Não.

Machado - Alguém que vazou, provavelmente grande aliado dele, diz que na reunião com o PSDB ele teria dito que está com medo de ser preso, podia ser preso a qualquer momento.

Sarney - Ele?

Machado - Ele, Renan. E o Camarotti botou. Na semana passada, não sei se o senhor viu, numa quinta ou sexta, um jornalista aí, que tem certa repercussão na área política, colocou que o Renan tinha saído às pressas daqui com medo dessa condição, delações, e que estavam sendo montadas quatro operações da Polícia Federal, duas no Nordeste e duas aqui. E que o Teori estava de plantão... Desculpe, presidente, não foi quinta não. Foi sábado ou domingo. E que o Teori estava de plantão com toda sua equipe lá no Ministério e que isso significaria uma operação... Isso foi uma... operação que iria acontecer em dois Estados do Nordeste e dois no sul. Presidente, ou bota um basta nisso... O Moro falando besteira, o outro falando isso. [inaudível] 'Renan, tu tem trinta dias que a bola está perto de você, está quase no seu colo'. Vamos fazer uma estratégia de aproveitar porque acabou. A gente pode tentar, como o Brasil sempre conseguiu, uma solução não sangrenta. Mas se passar do tempo ela vai ser sangrenta. Porque o Lula, por mais fraco que esteja, ele ainda tem... E um longo processo de impeachment é uma loucura. E ela perdeu toda... [...] Como é que a presidente, numa crise desse tamanho, a presidente está sem um ministro da Justiça? E não tem um plano B, uma alternativa. Esse governo acabou, acabou, acabou. Agora, se a gente não agir... Outra coisa que é importante para a gente, e eu tenho a informação, é que para o PSDB a água bateu aqui também. Eles sabem que são a próxima bola da vez.

Sarney - Eles sabem que eles não vão se safar.

Machado - E não tinham essa consciência. Eles achavam que iam botar tudo mundo de bandeja... Então é o momento dela para se tentar conseguir uma solução a la Brasil, como a gente sempre conseguiu, das crises. E o senhor é um mestre pra isso. Desses aí o senhor é o que tem a melhor cabeça. Tem que construir uma solução. Michel tem que ir para um governo grande, de salvação nacional, de integração e etc etc etc.

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Sarney - Nem Michel eles queriam, eles querem, a oposição. Aceitam o parlamentarismo. Nem Michel eles queriam. Depois de uma conversa do Renan muito longa com eles, eles admitiram, diante de certas condições.

Machado - Não tem outa alternativa. Eles vão ser os próximos. Presidente: não há quem resista a Odebrecht.

Sarney - Mas para ver como é que o pessoal..

Machado - Tá todo mundo se cagando, presidente. Todo mundo se cagando. Então ou a gente age rápido. O erro da presidente foi deixar essa coisa andar. Essa coisa andou muito. Aí vai toda a classe política para o saco. Não pode ter eleição agora.

Sarney - Mas não se movimente nada, de fazer, nada, para não se lembrarem...

Machado - É, eu preciso ter uma garantia

Sarney - Não pensar com aquela coisa apress... O tempo é a seu favor. Aquele negócio que você disse ontem é muito procedente. Não deixar você voltar para lá [Curitiba]

Machado - Só isso que eu quero, não quero outra coisa.

Sarney - Agora, não fala isso.

Machado - Vou dizer pro senhor uma coisa. Esse cara, esse Janot que é mau caráter, ele disse, está tentando seduzir meus advogados, de eu falar. Ou se não falar, vai botar para baixo. Essa é a ameaça, presidente. Então tem que encontrar uma... Esse cara é muito mau caráter. E a crise, o tempo é a nosso favor.

Sarney - O tempo é a nosso favor.

Machado - Por causa da crise, se a gente souber administrar. Nosso amigo, soube ontem, teve reunião com 50 pessoas, não é assim que vai resolver crise política. Hoje, presidente, se estivéssemos só nos três com ele, dizia as coisas a ele. Porque não é se reunindo 50 pessoas, chamar ministros.. Porque a saída que tem, presidente, é essa que o senhor falou é isso, só tem essa, parlamentarismo. Assegurando a ela e o Lula que não vão ser... Ninguém vai fazer caça a nada. Fazer um grande acordo com o Supremo, etc, e fazer, a bala de Caxias, para o país não explodir. E todo mundo fazer acordo porque está todo mundo se fodendo, não sobra ninguém. Agora, isso tem que ser feito rápido. Porque senão esse pessoal toma o poder... Essa cagada do Ministério Público de São Paulo nos ajudou muito.

Sarney - Muito.

Machado - Muito, muito, muito. Porque bota mais gente, que começa a entender... O [colunista da Folha] Janio de Freitas já está na oposição, radicalmente, já está falando até em Operação Bandeirante. A coisa começou... O Moro começou a levar umas porradas, não sei o quê. A gente tem que aproveitar ess... Aquele negócio do crime do político [de inação]: nós temos 30 dias, presidente, para nós administrarmos. Depois de 30 dias, alguém vai administrar, mas não será mais nós. O nosso amigo tem 30 dias. Ele tem sorte. Com o medo do PSDB, acabou com ele no colo dele, uma chance de poder ser ator desse processo. E o senhor, presidente, o senhor tem que entrar com a inteligência que não tem. E experiência que não tem. Como é que você faz reunião com o Lula com 50 pessoas, como é que vai querer resolver crise, que vaza tudo...

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Sarney - Eu ontem disse a um deles que veio aqui: 'Eu disse, Olhe, esqueçam qualquer solução convencional. Esqueçam!'.

Machado - Não existe, presidente.

Sarney - 'Esqueçam, esqueçam!'

Machado - Eu soube que o senhor teve uma conversa com o Michel.

Sarney - Eu tive. Ele está consciente disso. Pelo menos não é ele que...

Machado - Temos que fazer um governo, presidente, de união nacional.

Sarney - Sim, tudo isso está na cabeça dele, tudo isso ele já sabe, tudo isso ele já sabe. Agora, nós temos é que fazer o nosso negócio e ver como é que está o teu advogado, até onde eles falando com ele em delação premiada.

Machado - Não estão falando.

Sarney - Até falando isso para saber até onde ele vai, onde é mentira e onde é valorização dele.

Machado - Não é valoriz... Essa história é verdadeira, e não é o advogado querendo, e não é diretamente. É [a PGR] dizendo como uma oportunidade, porque 'como não encontrou nada...' É nessa.

Sarney - Sim, mas nós temos é que conseguir isso. Sem meter advogado no meio.

Machado - Não, advogado não pode participar disso, eu nem quero conversa com advogado. Eu não quero advogado nesse momento, não quero advogado nessa conversa.

Sarney - Sem meter advogado, sem meter advogado, sem meter advogado.

Machado - De jeito nenhum. Advogado é perigoso.

Sarney - É, ele quer ganhar...

Machado - Ele quer ganhar e é perigoso. Presidente, não são confiáveis, presidente, você tá doido? Eu acho que o senhor podia convidar, marcar a hora que o senhor quer, e o senhor convidava o Renan e Romero e me diz a hora que eu venho. Qual a hora que o senhor acha melhor para o senhor?

Sarney - Eu vou falar, já liguei para o Renan, ele estava deitado.

Machado - Não, ele estava acordado, acabei de sair de lá agora.

Sarney - Ele ligou para mim de lá, depois que tinha acordado, e disse que ele vinha aqui. Disse que vinha aqui.

Machado - Ele disse para o senhor marcar a hora que quiser. Então como faz, o senhor combina e me avisa?

Sarney - Eu combino e aviso.

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[...]

Machado - O Moreira [Franco] está achando o quê?

Sarney - O Moreira também tá achando que está tudo perdido, agora, não tem gente com densidade para... [inaudível]

Machado - Presidente, só tem o senhor, presidente. Que já viveu muito. Que tem inteligência. Não pode ser mais oba-oba, não pode ser mais conversa de bar. Tem que ser conversa de Estado-Maior. Estado-Maior analisando. E não pode ser um [...] que não resolve. Você tem que criar o núcleo duro, resolver no núcleo duro e depois ir espalhando e ter a soluç... Agora, foi nos dada a chave, que é o medo da oposição.

Sarney - É, nós estamos... Duas coisas estão correndo paralelo. Uma é essa que nos interessa. E outra é essa outra que nós não temos a chave de dirigir. Essa outra é muito maior. Então eu quero ver se eu... Se essa chave... A gente tendo...

Machado - Eu vou tentar saber, falar com meu irmão se ele sabe quando é que ela volta.

Sarney - E veja com o advogado a situação. A situação onde é que eles estão mexendo para baixar o processo.

Machado - Baixar o processo, são duas coisas [suspeitas]: como essas duas coisas, Ricardo, que não tem nada a ver com Renan, e os 500, que não tem nada a ver com o Renan, eles querem me apartar do Renan...

Sarney - Eles quem?

Machado - O Janot e a sua turma. E aí me botar pro Moro, que tem pouco sentido ficar aqui. Com outro objetivo.

Sarney - Aí é mais difícil, porque se eles não encontraram nada, nem no Renan nem no negócio, não há motivo para lhe mandar para o Paraná.

Machado - Ele acha que essas duas coisas são motivo para me investigar no Paraná. Esse é io argumento. Na verdade o que eles querem é outra coisa, o pretexto é esse. Você pede ao [inaudível] para me ligar então?

Sarney - Peço. Na hora que o Renan marcar, eu peço... Vai ser de noite.

Machado - Tá. E o Romero também está aguardando, se o senhor achar conveniente.

Sarney - [sussurrando] Não acho conveniente.

Machado - Não? O senhor que dá o tom.

Sarney - Não acho conveniente. A gente não põe muita gente.

Machado - O senhor é o meu guia.

Sarney - O Amaral Peixoto dizia isso: 'duas pessoas já é reunião. Três é comício'.

Machado - [rindo]

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Sarney - Então três pessoas já é comício.

[...]

*

Segunda conversaSarney - Agora é coisa séria, acho que o negócio é sério.

Machado - Presidente, o cara [Sérgio Moro] agora seguiu aquela estratégia, de 'deslegitimizar' as coisas, agora não tem ninguém mais legítimo para falar mais nada. Pegou Renan, pegou o Eduardo, desmoralizou o Lula. Agora a Dilma. E o Supremo fez essa suprema... rasgou a Constituição.

Sarney - Foi. Fez aquele negócio com o Delcídio. E pior foi o Senado se acovardar de uma maneira... [autorizou prisão do então senador].

Machado - O Senado não podia ter aceito aquilo, não.

Sarney - Não podia, a partir dali ele acabou. Aquilo é uma página negra do Senado.

Machado - Porque não foi flagrante delito. Você tem que obedecer a lei.

Sarney - Não tinha nem inquérito!

Machado - Não tem nada. Ali foi um fígado dos ministros. Lascaram com o André Esteves.. Agora pergunta, quem é que vai reagir?

[...]

Machado - O Senado deixar o Delcídio preso por um artista.

Sarney - Uma cilada.

Machado - Cilada.

Sarney - Que botaram eles. Uma coisa que o Senado se desmoralizou. E agora o Teori acabou de desmoralizar o Senado porque mostrou que tem mais coragem que o Senado, manda soltar.

Machado - Presidente, ficou muito mal. A classe política está acabada. É um salve-se quem puder. Nessa coisa de navio que todo mundo quer fugir, morre todo mundo.

[...]

Sarney - Eu soube que o Lula disse, outro dia, ele tem chorado muito. [...] Ele está com os olhos inchados.

[...]

Sarney - Nesse caso, ao que eu sei, o único em que ela está envolvida diretamente é que ela falou com o pessoal da Odebrecht para dar para campanha do... E responsabilizar aquele [inaudível]

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Machado - Isso é muito estranho [problemas de governo]. Presidente, você pegar um marqueteiro, dos três do Brasil. [...] Deixa aquele ministério da Justiça que é banana, só diz besteira. Nunca vi um governo tão fraco, tão frágil e tão omisso. Tem que alguém dizer assim 'A presidente é bunda mole'. Não tem um fato positivo.

[...]

Sarney - E o Renan cometeu uma ingenuidade. No dia que ele chegou, quem deu isso pela primeira vez foi a Délis Ortiz. Eu cheguei lá era umas 4 horas, era um sábado, ele disse 'já entreguei todos os documentos para a Delis Ortiz, provando que eu... que foi dinheiro meu'. Eu disse: 'Renan, para jornalista você não dá documento nunca. Você fazer um negócio desse. O que isso vai te trazer de dor de cabeça'. Não deu outra.

Machado - Renan erra muito no varejo. Ele é bom. [...] Presidente, não pode ser assim, varejista desse jeito.

[...]

Sarney - Tudo isso é o governo, meu Deus. Esse negócio da Petrobras só os empresários que vão pagar, os políticos? E o governo que fez isso tudo, hein?

Machado - Acabou o Lula, presidente.

Sarney - O Lula acabou, o Lula coitado deve estar numa depressão.

Machado - Não houve nenhuma solidariedade da parte dela.

Sarney - Nenhuma, nenhuma. E com esse Moro perseguindo por besteira.

Machado - Tomou conta do Brasil. O Supremo fez a pedido dele.

Possibilidade de novos áudios preocupa gestão Temer

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VALDO CRUZ, GUSTAVO URIBE DE BRASÍLIA

26/05/2016 02h00

Assessores do presidente interino, Michel Temer, relatam um clima de apreensão no governo depois de receberem a informação de que o Ministério Público pode ter mais gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado reforçando suspeitas de que a cúpula do PMDB estaria atuando para tentar brecar a Operação Lava Jato.

Como "vacina", auxiliares de Temer defendem que ele se blinde de potenciais dores de cabeça e afaste em até 30 dias ministros citados na Operação Lava Jato ou que respondam a acusações judiciais, como Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Maurício Quintella (Transportes).

Alves é alvo de dois pedidos de inquérito, ainda sem aval da Justiça, por suposto envolvimento no esquema de desvios ligados à Petrobras. Quintella (PR) é suspeito de participação em desvios de verba destinados ao pagamento de merenda escolar em Alagoas. Ambos negam as acusações.

Segundo informações obtidas pela equipe de Temer, as gravações divulgadas até agora pela Folha seriam apenas parte do material entregue por Machado à Procuradoria-Geral da República, com quem ele fechou uma delação premiada, homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Nas palavras de um assessor presidencial, o que preocupa o governo interino é o "fator do imponderável" sobre novas denúncias e a possibilidade de novos áudios causarem debandadas na base aliada às vésperas de votações de medidas econômicas no Congresso.

Na segunda-feira (23), no mesmo dia da divulgação de gravação do ex-ministro Romero Jucá (Planejamento) com Machado em que ele sugere um pacto para barrar a Lava Jato, o PV anunciou posição de independência no Congresso. O receio é que partidos como PSDB e DEM repitam o gesto caso as denúncias se aproximem do presidente interino.

Para um aliado do presidente interino, alguns auxiliares terão de se sacrificar para evitar que se tornem "tetos de vidro" de uma administração que tem um prazo curto para provar que pode continuar à frente do país, já que o processo de impeachment de Dilma Rousseff deve ser finalizado até setembro.

Além da gravação entre Jucá e Machado, a Folha revelou gravações do ex-presidente da Transpetro com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-presidente José Sarney.

Estudos revelam como a corrupção prospera e funciona Convergência ideológica tende a aumentar a tolerância dos eleitores para com políticos que praticam desvios

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Para oito em cada dez brasileiros, aceitar propina no trabalho nunca é justificável. Na Suécia, seis em cada dez cidadãos pensam o mesmo. Os dados, da Pesquisa Mundial de Valores (uma rede internacional de cientistas sociais, WVS na sigla em inglês), parecem contradizer os diversos rankings de corrupção em que a posição do Brasil é sempre bem pior que a do país europeu.

Se nossa sociedade repudia com veemência práticas ilegais, a malversação de recursos públicos e privados no Brasil deveria ser baixa, certo? Afinal, segundo a literatura acadêmica, a corrupção é resultado de normas e valores de cada sociedade e, de acordo com a WVS, o brasileiro é mais crítico que a média dos 60 países pesquisados em relação a outros atos desonestos, como sonegação de impostos e gozo de benefícios indevidos.

Essa linearidade de raciocínio, contudo, não explica o intrincado fenômeno da corrupção, tema que tem mobilizado atenção de pesquisadores e que, na esteira da Operação Lava Jato, está no centro do debate político no Brasil.

Medir o tamanho da corrupção –definida como desvio de recursos públicos para ganhos privados– é impossível por um motivo simples: os casos que vêm à tona são os que deram errado; os bem-sucedidos permanecem escamoteados.

Diversos rankings internacionais tentam, portanto, fazer aferições relativas, dando uma indicação do quão corrupto é determinado país em relação a outros.

O Barômetro das Américas, feito pelo Lapop (instituto ligado à Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos) apresenta a cidadãos comuns perguntas sobre sua exposição direta a atos corruptos, como cobranças de propina por funcionários públicos.

Os resultados do Brasil são melhores do que os da média da região, longe dos índices alarmantes do Haiti, mas piores do que os de vizinhos como Chile e Uruguai.

“Os resultados fazem sentido se considerarmos o nível de desenvolvimento dos diferentes países da região. Vamos pior do que os países que têm instituições mais sólidas que as nossas”, diz o pesquisador Guilherme Russo, da Universidade Vanderbilt.

Um dos rankings mais conhecidos é o da ONG Transparência Internacional, que cobre um grande número de países e mede a corrupção no setor público a partir da percepção de agentes que lidam com o governo. Na última lista, divulgada em janeiro, o Brasil caiu sete degraus, para o 76° lugar, distante da 167ª posição ocupada pela Coreia do Norte, a mais corrupta das nações pesquisadas, mas quase igualmente longe da Dinamarca, a mais correta.

Críticos da metodologia da ONG ressaltam que o problema da percepção como medida é que ela pode ser influenciada por maior exposição de casos de desvio de dinheiro pela mídia.

Mas um grupo de pesquisadores mostrou com um experimento simples que os rankings parecem refletir razoavelmente a realidade. Até novembro de 2002, diplomatas estrangeiros eram isentos do pagamento de multas por estacionar em lugar proibido em Nova York, mas recebiam as notificações quando violavam a lei.

Os economistas Raymond Fisman e Edward Miguel analisaram o comportamento dos diplomatas de 146 países entre 1996 e 2002. Descobriram que os que acumularam mais multas são os de países normalmente apontados pela Transparência Internacional como os mais corruptos, e vice-versa.

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Enquanto países como Suécia e Noruega não contabilizaram nenhuma multa em todo o período, outros, como Kwait e Egito, ocuparam o topo da lista com, respectivamente, 246 e 140 infrações por diplomata a cada ano. Já o Brasil ficou em 29º lugar, com uma média de 30 multas anuais por diplomata.

Se a corrupção no Brasil é mais arraigada do que na Suécia e em outros países desenvolvidos, o que explicaria o discurso formal de maior intolerância em relação a atos desonestos?

A resposta de pesquisadores é que, no caso brasileiro, parece haver uma ambivalência grande entre as crenças declaradas pela sociedade e a forma como ela age e tolera práticas corruptas.

“Os cidadãos aspiram a que os políticos sejam honestos, mas sem olhar sua própria condição caso estivessem envolvidos em uma oportunidade de se corromper”, diz o cientista político Fernando Gontijo Filgueiras, da UFMG e diretor de comunicação e pesquisa da Escola Nacional de Administração Pública.

PRIVILÉGIOS

Em um artigo sobre o tema, Filgueiras cita dados de uma pesquisa, feita em 2008 pelo Centro de Referência do Interesse Público e pelo Vox Populi, que ilustram essa ambivalência.

Os entrevistados declararam considerar “atos muito corruptos” práticas tal como o recebimento de dinheiro por políticos para favorecer empresas em licitações. Mas quase metade afirmou acreditar que “o conceito de honestidade é relativo, depende da situação”.

É por essa brecha na leitura da moralidade que entram pequenas contravenções do dia a dia do brasileiro, como a falsificação da carteira de estudante, o pulo na catraca e o recurso ao despachante para se livrar de multas de trânsito.

Segundo o economista Marcos Lisboa, presidente do Insper, a raiz do desrespeito às normas estabelecidas está na proliferação de privilégios gozados por diversos grupos que fazem do Brasil “o país da meia-entrada”, termo cunhado por ele e pela economista Zeina Latif.

“Em uma sociedade em que o privilégio discricionário é aceitável, o desvio e a corrupção são consequências naturais. Todos querem conseguir seu próprio privilégio”, diz Lisboa. A situação é agravada pelo fato de que o grau de confiança entre as pessoas no Brasil é muito baixo, um provável efeito da elevada desigualdade de renda, que resultou em uma sociedade altamente hierarquizada.

“Nós não nos consideramos como iguais, então não confiamos uns nos outros. Isso leva ao auto- interesse ilimitado”, diz o economista Marcos Fernandes Gonçalves da Silva, da FGV-SP.

Segundo a WVS, apenas 7% dos brasileiros dizem que a maioria das pessoas é digna de confiança (o equivalente a um terço da média dos 60 países pesquisados).

Já a fatia dos que acreditam que outros vão tentar tirar vantagem de você se puderem é de 24%, contra 5,4% nos Estados Unidos, 3,3% em Cingapura e 2,4% na Suécia.

A confiança nos outros é o alicerce da cooperação em prol do bem comum, uma espécie de ativo que a sociologia chama de capital social, e a economia, mais recentemente, de capital cívico.

A desconfiança generalizada facilita o descumprimento de normas estabelecidas porque a percepção de que os demais são desonestos e a lei é leniente induz a um comportamento semelhante ao imaginado.

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É o que mostram os estudos de Dan Ariely, pesquisador da Universidade Duke especializado em economia do comportamento.

Experiências feitas com diversos grupos de pessoas pelo acadêmico revelam que a desonestidade desafia a simples lógica de pesar o custo (possível punição) e o benefício da infração (lucro ou vantagem).

O que mais conta no momento de transgredir as regras é a racionalização que as pessoas fazem de sua própria imagem. Elas querem manter a aparência de honestidade. Se pequenas infrações forem comuns no grupo social ao qual pertencemos, praticá-las não nos tornaria, na nossa própria autoavaliação, tão imorais.

Um dos estudos feitos por Ariely mostra que a simples exposição de um indivíduo a um pedido de propina, mesmo que ele tenha se recusado a pagá-la, o torna mais propenso a agir de forma desonesta. Esses resultados levam à conclusão de que o potencial de contágio da desonestidade é elevado. E pior: que pode aumentar a tolerância à grande corrupção. É como se as práticas ilegais se reforçassem mutuamente.

A pergunta que Ariely e muitos outros pesquisadores tentam responder é o que pode ser feito para frear essa tendência. Ela seria irreversível em sociedades com baixo capital social?

Uma das hipóteses que têm sido testadas é a de que a divulgação de informações sobre corrupção afetaria as escolhas dos eleitores. As pesquisas indicam que a informação pode aumentar, sim, a intolerância à corrupção, mas que isso nem sempre ocorre.

Estudo inédito dos pesquisadores da FGV-Rio Carlos Pereira, Lucia Barros e Rafael Goldszmidt, feito entre o primeiro e o segundo turno da eleição presidencial de 2014 no Brasil, conclui, por exemplo, que a ideologia pode ter um peso na decisão de quem vota, mesmo quando suspeitas de malversação de recursos públicos são ventiladas.

Os acadêmicos fizeram um experimento na rede social Facebook em que os participantes recebiam informações sobre dois candidatos fictícios à presidência em um segundo turno eleitoral. Com base em informações preliminares muito concisas, a vasta maioria escolheu o político mais experiente e mais bem avaliado.

Mais tarde eram avisados de que esse candidato havia sido acusado de nepotismo com prejuízo aos cofres públicos. Recebiam ainda informações adicionais sobre a ideologia do candidato, mas que, nesse caso, variavam de um grupo para outro.

Para alguns, o político era definido como economicamente liberal, para outros como defensor de intervenção estatal na economia. Para uns, era descrito como favorável a causas como descriminalização da maconha, para outros como contrário. Depois disso, os entrevistados poderiam mudar ou manter sua decisão.

Os pesquisadores notaram que a tendência à punição ao político suspeito de corrupção só ocorreu quando os valores quanto à economia e aspectos sociais de eleitores e candidato eram divergentes.

Quanto maior a convergência ideológica, maior a propensão à manutenção do voto. Embora esse efeito tenha sido significativo em todos os cruzamentos, uma nuance interessante é a de que ele foi mais intenso entre eleitores com pensamento econômico liberal.

“O que concluímos com esse estudo é que a ideologia pode cegar as pessoas a ponto de elas aceitarem a corrupção”, diz Pereira.

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Ao justificar o voto no político desonesto, muitos entrevistados simplesmente relativizaram a gravidade da suspeita, mecanismo parecido ao identificado por Ariely. Quando reconheceram a seriedade do deslize cometido pelo candidato, os participantes apelaram para outro mecanismo: o argumento de que o benefício da suposta eficiência do candidato superava o custo da corrupção.

ROUBA, MAS FAZ

Embora o estudo dos pesquisadores da FGV-Rio indique que a ideologia influencia a tolerância à corrupção, restam dúvidas sobre esse processo. Outra pesquisa, feita em 2012, indica algumas delas.

Com o objetivo de aferir o impacto da informação sobre a tolerância à corrupção, os acadêmicos Miguel Figueiredo, F. Daniel Hidalgo e Yuri Kasahara aproveitaram a divulgação de uma “lista suja” de políticos pela Associação dos Magistrados Brasileiros para fazer um estudo de campo.

Escolheram a cidade de São Paulo, onde os dois concorrentes à Prefeitura –Gilberto Kassab (na época no DEM) e Marta Suplicy (então do PT)– apareciam na lista de políticos que respondiam a ações penais, de improbidade administrativa ou eleitoral.

O experimento envolveu enviar as informações sobre as denúncias contra Kassab a um grupo de eleitores, e as de Marta, a outro grupo. Um terceiro conjunto de domicílios não recebeu nada.

A conclusão foi a de que Marta perdeu votos por causa das suspeitas, mas Kassab não, embora os eleitores de ambos tenham julgado as acusações como sérias.

No experimento dos pesquisadores da FGV-Rio, a tolerância à denúncia de corrupção também foi maior entre eleitores liberais do que nos de esquerda, embora tenha sido percebida nos dois extratos ideológicos.

Por que a informação sobre possível malversação de dinheiro público teria impacto diferente em dois grupos de eleitores distintos?

Os acadêmicos responsáveis pelo estudo de São Paulo levantaram uma hipótese: que o cultivo histórico de uma imagem de moralidade pelo PT pode fazer com que seus eleitores tenham desenvolvido expectativas mais altas em relação à honestidade dos representantes do partido.

Se eles estiverem certos, será interessante observar como o comportamento dos eleitores do partido mudará após a Operação Lava Jato ter apontado envolvimento de vários políticos do PT –assim como de outros partidos– com volumosos desvios de recursos.

Mas e os eleitores mais tolerantes à corrupção? O que estaria por trás dessa inclinação? Para Figueiredo, Hidalgo e Kasahara, talvez eleitores de partidos com uma imagem associada a “rouba, mas faz” tenham, realmente, expectativas mais baixas em relação à honestidade.

A questão –relevante para o desenho de políticas de combate à corrupção– é tentar entender melhor em que contexto o maior acesso à informação funciona.

Um estudo pioneiro nessa área no Brasil, feito pelos economistas Claudio Ferraz (PUC-Rio) e Frederico Finan (Universidade da Califórnia em Berkeley), indicou que eleitores bem informados tendem a punir políticos corruptos, principalmente em municípios com presença de veículos de mídia independentes.

A pesquisa analisou os resultados eleitorais em municípios brasileiros que tinham sido selecionados aleatoriamente pela CGU (Controladoria Geral da União) para terem seus gastos feitos a partir de recursos transferidos pelo governo federal auditados.

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Ferraz e Finan compararam o desempenho em urnas de políticos que tiveram problemas identificados em suas contas antes da eleição com o daqueles que também apresentaram irregularidades, mas cujos gastos foram investigados apenas após o pleito.

Concluíram que o índice de reeleição do primeiro grupo, em casos nos quais pelo menos duas violações ligadas à corrupção foram encontradas, ficou 17% abaixo que a do segundo, em situação igual. Os pesquisadores também identificaram que a presença de rádios locais que noticiaram as investigações aumentava a chance de punição dos políticos corruptos.

A contribuição dessa pesquisa ao debate foi considerada relevante porque, ao comparar situações em que a única diferença era o momento da divulgação das irregularidades –antes e depois das eleições–, os acadêmicos conseguiram isolar outros possíveis efeitos que poderiam influenciar a decisão dos eleitores.

No entanto, um estudo feito posteriormente, com estratégia parecida à empregada por Ferraz e Finan, indica resultados diferentes para municípios brasileiros que recebem volume de transferências do governo federal muito mais elevado. Nesses casos, o excesso de gastos públicos parece contrabalançar o efeito negativo das denúncias.

Os pesquisadores Fernanda Brollo, Tommaso Nannicini, Roberto Perotti e Guido Tabellini mostram que transferências federais 10% maiores aumentam os casos graves de corrupção em 16% e as chances de reeleição dos prefeitos em 6%.

Essa conclusão parece indicar que, em casos de bonança de recursos públicos, a corrupção pode ser mais facilmente aceita.

“Não interpreto isso como ‘rouba, mas faz’. Interpreto como ‘maior gasto consegue enganar o eleitor'”, diz Ferraz, da PUC-Rio.

Do ponto de vista de políticas públicas de combate à corrupção, esse conjunto de pesquisas empíricas feitas nos últimos anos apontam possíveis caminhos.

Embora o maior acesso à informação nem sempre torne os eleitores mais intolerantes a práticas desonestas, há algumas situações em que parece contribuir para isso.

O estímulo à presença de veículos de mídia criveis em locais onde grupos políticos tradicionais monopolizam a divulgação de informação pode ajudar nesse processo.

Ferraz acredita que a propagação de notícias de veículos tradicionais respeitados pelas redes sociais também é uma tendência positiva e desejável.

Segundo Pereira, da FGV-Rio, como não dá para depender apenas da punição via voto –que nem sempre ocorre em casos de maior informação–, é fundamental fortalecer os órgãos de controle.

“Acho que, nesse sentido, o Brasil tem ido na direção certa”, afirma o pesquisador.

Um terceiro caminho é o fortalecimento do capital social. Ariely, da Universidade Duke, diz que a simples estratégia de relembrar as pessoas sobre normas vigentes e, principalmente, mostrar que há quem as cumpra ajuda a combater as pequenas desonestidades presentes no cotidiano.

Como a aceitação dessas contravenções reforça a tolerância à grande corrupção, essas medidas teriam efeito duplamente positivo.

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Um núcleo de economia comportamental ligado ao atual governo britânico tem feito vários experimentos bem-sucedidos nesse sentido. Em um deles, enviou cartas para contribuintes que estavam com seus impostos atrasados. Em uma versão, apenas ressaltava a importância de cumprir suas obrigações fiscais. Em outra, acrescentava que “nove em cada dez” britânicos pagam seus tributos em dia. A correspondência que enfatizava o comportamento adequado dos outros surtiu efeito 15% maior do que a outra.

“Reforçar a existência das normas e regras é fundamental. Mesmo em sociedades em que prevalece o autointeresse ilimitado, há quem cumpra a lei”, conclui Marcos Fernandes Gonçalves da Silva, da FGV-SP.

Por Érica Fraga (40) – repórter especial da Folha

Ilustração Aleksandra Waliszewska (40) – artista plástica polonesa, autora de “Problem” e “Solution” (Timeless), foi premiada melhor artista estrangeira na feira espanhola Arco em 2013.

Fonte: Folha de São Paulo via Observatório Social do Brasil

Entenda as mudanças no Código de Trânsito Publicado por Schumacker Andrade -

O Código de Trânsito Brasileiro – CTB está apresentando mudanças que tornam algumas regras mais rígidas para os motoristas, inclusive regras punindo condutores que não respeitam as vagas preferenciais.

Veja as principais regras que foram alteradas e tome cuidado para não ser punido com multas e pontos em sua carteira de habilitação:

Siniav

O Siniav é um sistema que vai exigir a instalação de chips eletrônicos de rastreamento veicular, mas ainda não tem um cronograma definido. O governo federal deve decidir qual será o mecanismo de instalação em todos os estados, montando um sistema de captação de informações em vias públicas e centrais de monitoramento.

Simulador de direção

A partir das mudanças no código de trânsito, os novos motoristas só podem fazer o teste prático depois de cumprir uma carga horária mínima de 25 horas de aulas práticas, sendo pelo menos cinco horas no simulador de direção, com uma hora em condução noturna. Caso a habilitação seja de categoria B, a carga é de 15 horas, mas a do simulador continua sendo a mesma.

Freio ABS

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As motos fabricadas a partir deste ano devem vir com freio ABS de série ou sistema de frenagem combinada de rodas. A exigência de implantação, no entanto, será gradativa, com a produção nacional obrigada a implantar o sistema em 10% de sua produção, aumentando para 30% em 2017; 60%, em 2018; e 100% a partir de 2019. O freio ABS só não será obrigatório para os veículos militares, de uso exclusivo em áreas urbanas, e veículos elétricos de baixa cilindrada.

Dirigir usando celular

Para quem for pego dirigindo e usando aparelhos celulares, o novo código de trânsito estabelece multa gravíssima, em vez de infração média, como era considerado antes.

Teste de bafômetro

Motoristas que se recusarem a fazer o teste do bafômetro também serão indiciados pelo crime de embriaguez ao volante, bastando que o oficial de trânsito verifique que o motorista esteja “alterado”.

Alteração de valores de multas

Os valores de multas também foram alterados. Assim, quem estacionar numa vaga para deficientes físicos ou idosos, por exemplo, terá uma multa de R$ 127,69, em vez dos antigos R$ 53,20.

ANDRADE, SCHUMACKER - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS - É proibida a reprodução, salvo pequenos trechos, mencionando-se a fonte.

A violação dos Direitos Autorais é crime previsto no Artigo 184 do Código Penal e as sanções civis às violações dosDireitos Autorais estão previstas nos Artigos 101 a 110 da Lei9.610/1998.

Corrupção + superfaturamento = Brasil Publicado por Guilherme Lucas Tonaco Carvalho - 5 dias atrás

A Índia acaba de testar seu módulo espacial reusável - uma nave de 1.75t que, a semelhança dos ônibus espaciais, pode orbitar a Terra e retornar para ser utilizada em outras missões, reduzindo drasticamente os custos.

O valor total do programa indiano, que compreendeu 5 anos de pesquisas dos melhores engenheiros, gerando conhecimento e tecnologia 100% indianos, foi de US$ 14 milhões (Fonte)

Vou falar de novo - quatorze milhões de dólares para colocar uma nave espacial em órbita baixa e fazê-la pousar em segurança com sucesso.

Sabe o que se faz com esse dinheiro no Brasil?

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Em São Paulo, dá pra pintar alguns quilômetros de asfalto e chamá-los de "ciclovia" ao custo de cerca de US$ 15 milhões.

Em Cuiabá, dá pra fazer 88 metros de VLT (custo total estimado de R$ 1.4 bi para uma linha de 22 km), com a diferença de que a nave indiana efetivamente foi ao espaço, ao passo que até agora nenhum trem circulou em Cuiabá, e nem se sabe quando circulará.

Com cerca de US$ 12 milhões, dá pra fazer uma ciclovia assassina no Rio de Janeiro.

Em Brasília, não daria pra fazer muita coisa. Só em festas e celebrações, por exemplo, Dilma Rousseff gastou US$ 22 mi durante o ano de 2014 (Fonte)

Ou seja, se cortássemos o champagne e o caviar dela poderíamos mandar um homem à Lua e de volta à Terra, e ainda sobrava um troco pra recepcionar o astronauta com uma boa garrafa de Möet Chandon.

Se convertermos a folha de pagamento (bruto) dos servidores ativos, inativos e dos pensionistas do RJ para dólar (3,60), teremos algo em torno de 890 milhões de dólares. Isso significa que com menos de 2% da folha de pagamento do funcionalismo do RJ, a Índia tocou um programa espacial. E estamos falando de um Estado que não consegue entregar infra-estrutura, saneamento básico, etc. E não consegue sequer prevenir acidentes naturais previsíveis como os temporais de verão.

Triste mesmo é invertermos a análise: com 15 milhões de dólares não conseguimos pagar nem 2% da folha do funcionalismo do RJ. Se pensarmos em proporções, imagine quanto o Brasil demandaria para fazer algo parecido com o que a Índia fez. Não dá nem pra começar a brincadeira. O subdesenvolvimento brasileiro não é obra do acaso.

E lembrando que a Índia é o terceiro mundo do terceiro mundo - a renda per capita deles é 1/6 da nossa.

Deve ser por isso que 80% dos brasileiros gostariam de mandar nossa classe política inteira ao espaço - sem volta.

Governo interino Temer suspende novas vagas do Pronatec e do Fies Publicado por Douglas Francisco Martins da Silva

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Advogado

Advogado, Bacharel em Ciências Jurídicas, Pós graduado em MPA Administração Pública e Direito Civil, membro da Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem Empresarial (CBMAE)

Uma das vitrines da área social da gestão petista, programas de incentivo à educação e à profissionalização - como Pronatec, Prouni e Fies - não devem abrir novas vagas neste ano. São efeitos imediatos das medidas de contingenciamento previstas para o Ministério da Educação na gestão do presidente em exercício Michel Temer. A revisão é parte do que no novo governo chama de "herança maldita" da administração da presidente afastada Dilma Rousseff.

Apesar de em alguns períodos da era petista ser comandada por ministros de outros partidos, o Ministério da Educação sempre foi controlado pelo PT. Dentre os titulares que estiveram à frente da área estão os petistas Tarso Genro, Aloizio Mercadante e o atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

Interlocutores do novo ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), disseram ao jornal O Estado de S. Paulo que ele pretende honrar até o fim as vagas que já foram contratadas, mas a perspectiva de abrir novas inscrições é apenas para o ano que vem - com otimismo, para os últimos meses de 2016. O novo governo assumiu o compromisso de dar continuidade aos programas educativos iniciados ou fortalecidos na Era PT, mas considera que tem um desafio ao que afirma ser um dos legados deixados por seus antecessores: o orçamento do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) já estaria zerado para este ano, a mais de sete meses do fim.

A decisão de abrir ou não novas vagas - e, se sim, quantas - para Pronatec, Fies e Prouni depende exclusivamente de um balanço financeiro que deverá ser realizado pelo ministro. Novos gestores do MEC têm afirmado que a pasta tem "musculatura" para administrar grandes projetos, mas esse potencial estaria sendo mal aproveitado.

Um dos pilares do slogan Pátria Educadora, escolhido para o segundo mandato de Dilma, é o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), em que o governo financia o estudo de alunos de baixa renda em universidades particulares, "emprestando" dinheiro que, após a formatura, é devolvido pelos beneficiados.

Em 2015, 2 milhões de estudantes estavam matriculados em instituições privadas graças ao programa, no qual foram investidos R$ 17,8 bilhões.

Um ponto, contudo, preocupa o ministro, conforme seus interlocutores: a taxa bancária anual que o MEC paga às instituições para a administração do programa, hoje na casa do R$ 1,3 bilhão. Mendonça Filho não estaria disposto a manter esse gasto para o ano que vem - e tem dito aos colegas que pretende "renegociar" o valor, com a intenção de reverter parte dele para outros programas em 2017.

Bolsas

Outra crítica que os funcionários ouvem do ministro é uma suposta "desorganização e pulverização" dos sistemas de bolsas oferecidas a estudantes socialmente vulneráveis. Mendonça, de acordo com eles, gostaria de unificar os critérios de seleção para as bolsas e, no caso do Programa Universidade Para Todos (Prouni) - menina dos olhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva -, intensificar o que chama de premissa da meritocracia. Ou seja: para o ministro, a contrapartida do estudante que recebe dinheiro público para estudar deve ser "apresentar resultados". Hoje, o Prouni exige apenas que o bolsista tenha aproveitamento mínimo de 75% das disciplinas cursadas no semestre.

Mais Médicos

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Na área da saúde, o programa Mais Médicos, lançado por Dilma Rousseff, também deverá cada vez mais reduzir o número de médicos estrangeiros contratados. Assim que assumiu o posto de ministro da Saúde, o deputado federal Ricardo Barros (PP) já tinha uma ideia em mente: reduzir a participação de profissionais estrangeiros no Programa Mais Médicos. De olho numa aproximação com entidades de classe, Barros avisou que deverá dar prioridade para profissionais formados no Brasil.

As mudanças, no entanto, somente terão início a partir do próximo ano, depois das eleições municipais. Isso porque Barros não quer se indispor com prefeitos. Médicos estrangeiros - sobretudo cubanos - são campeões de aprovação dos administradores municipais.

Há vários motivos para isso: eles estão sempre presentes, o grau de abandono dos cargos é baixo e, principalmente, não fazem sombra no campo político aos administradores locais.

fonte: Universo Online

Repatriação de recursos pode gerar até R$ 120 bilhões à União neste anoO prazo de 31 de outubro é "a última janela para a regularização de ativos no exterior"

O programa de repatriação de ativos no exterior pode gerar até R$ 120 bilhões aos cofres da União somente neste ano, estima o deputado federal Manoel Júnior (PMDB-PB), que tem acompanhado o processo de regularização.

Relator da Lei n.º 13.254, de 2016, que instituiu o Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária (RERCT), Manoel Júnior afirmou que tem crescido o número de adesões ao programa, devido à expectativa de que acordos internacionais firmados pelo Brasil fechem cada vez mais o cerco aos contribuintes.

"Espero que o país recupere entre R$ 80 bilhões e R$ 120 bilhões este ano com a multa e o imposto da repatriação. Quem tem dinheiro em paraíso fiscal está com os dias contados", considera ele, lembrando que o prazo para aderir ao RERCT vai até o dia 31 de outubro deste ano.

Raquel Preto, advogada do escritório Preto Advogados, confirma que a procura pelo programa tem sido grande. Até o momento, o escritório já finalizou dez procedimentos e mais 30 estão em andamento. A advogada não quis informar o valor gerado em multa e em imposto de renda pelos processos já encerrados, mas disse que se trata de "milhões de reais". "É um montante bastante grande."

"Estamos atendendo pessoas todos os dias. No começo havia muita desconfiança, mas as pessoas estão mudando de atitude e temos sido consultados cada vez mais", disse.

Base do cálculo

A expectativa de arrecadação de R$ 80 bilhões a R$ 120 bilhões, indicada pelo deputado, têm base em projeções realizadas durante a formulação da lei. Estima-se que os recursos não tributados de brasileiros no exterior, e que têm origem em atividade econômica lícita, alcancem US$ 650 bilhões.

"Desses, cerca de 20% podem voltar ao país neste ano, ou seja, aproximadamente entre R$ 370 bilhões e R$ IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

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400 bilhões, com a conversão para o real. Com a multa de 15% e imposto de renda de 15%, o montante arrecadado pode ir até R$ 120 bilhões", calcula ele, considerando um câmbio de R$ 2,66, referente a 31 de dezembro de 2014, conforme foi estabelecido pela Receita Federal do Brasil (RFB).

Em um evento no Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp), o professor de direito tributário da Universidade de São Paulo (USP) Heleno Torres, que participou da elaboração do RERCT, também concorda que a receita da regularização pode passar de R$ 100 bilhões.

"Minha expectativa é que se integre mais de R$ 100 bilhões à nossa economia com a regularização. [...] Tem ocorrido uma mudança radical na conduta das pessoas. Onde havia desconfiança, aparece entusiasmo com a lei", ressalta.

Durante a divulgação da meta fiscal do setor público, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, não se comprometeu com uma estimativa de arrecadação via repatriação. O ministro apenas informou que o resultado líquido entre algumas despesas, como a renegociação de dívidas dos estados, e a receita esperada com o RERCT, pode alcançar R$ 19,9 bilhões.

Mais transparência

Torres lembra que o prazo de 31 de outubro é "a última janela para a regularização de ativos no exterior", já que o mundo caminha para um cenário de maior transparência diante dos acordos firmados entre países para troca de dados.

Um deles, o Common Reporting System (CRS), firmado no âmbito da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entra em vigor no Brasil a partir de janeiro de 2017.

O CRS é uma metodologia global e padronizada que permite que diversas autoridades pelo mundo troquem informações financeiras e fiscais. Atualmente cerca de 100 países são signatários do acordo.

Ainda de acordo com Torres, mais de 500 mil contribuintes já aderiram a programas de regularização de ativos no exterior ao redor do mundo.

"Os números das trocas de informação entre os países a partir de 2017 vão surpreender muito. Paraíso fiscal do jeito que existe hoje não existirá mais", assinala Raquel.

A especialista orienta os contribuintes a aderirem com rapidez ao RERCT, já que as instituições financeiras de outros países têm demorado para gerar os documentos necessários à regularização de ativos.

Fonte: DCI

Contrato de fidelidade

Cruzeiro tem 25% da renda dos jogos bloqueada para pagar dívida26 de maio de 2016, 7h02

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O Cruzeiro terá 25% da renda de seus próximos jogos bloqueada para assegurar que pagará a dívida que tem com a administradora do estádio Mineirão, a Minas Arena — Gestão de Instalações Esportivas. A antecipação de tutela foi concedida na terça-feira (24/5) pela desembargadora Mariângela Meyer, da 10ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

O valor será retido até alcançar a dívida de R$ 8,9 milhões. A gestora do Mineirão é representada pelo escritório Manesco, Ramires, Perez Azevedo Marques Sociedade de Advogados. O bloqueio será mantido até análise de mérito da ação, e o Cruzeiro deverá cumprir a decisão imediatamente.

“A decisão representa um importante indicativo da solidez dos direitos da Minas Arena e tem a função de garantir o pagamento futuro da dívida, após a confirmação, no final do processo, de que a concessionária efetivamente faz jus ao recebimento dos valores devidos. A decisão proporciona ainda a proteção ao interesse público, pois o estádio é um bem público. O pagamento, portanto, é fundamental para a manutenção e proteção de um patrimônio do estado”, diz Raul Borelli, do Manesco, Ramires, Perez, Azevedo Marques.

Clique aqui para ler a decisão.

Revista Consultor Jurídico, 26 de maio de 2016, 7h02

Gilmar, Gilmar...

Incongruências nas acusações

Gilmar Mendes devolve à PGR pedido de abertura de inquérito contra Aécio Neves26 de maio de 2016, 18h25

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, devolveu à Procuradoria-Geral da República um pedido de abertura de inquérito contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), por identificar incongruências nas acusações.

O requerimento da PGR é baseado na colaboração premiada do ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS). O delator disse que Aécio, enquanto era governador de Minas Gerais, em 2006, agiu para esconder o esquema do mensalão mineiro. Isso teria ocorrido durante a CPI dos Correios, que descobriu o mensalão do PT, e teria sido feito por meio da manipulação de dados do Banco Rural.

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Aécio Neves foi citado por Delcídio do Amaral, mas relator apontou versões incongruentes ao devolver caso à PGR.

A defesa do senador, comandada pelo ministro aposentado do STF Carlos Velloso, refutou as acusações. De acordo com Velloso, a investigação contra o tucano já foi arquivada duas vezes – uma delas, inclusive, a pedido do próprio procurador-geral da República. Além disso, a defesa alegou que a imputação a Aécio é falha, e baseada em fatos que Delcídio “ouviu dizer”, mas não presenciou.

Gilmar Mendes pediu que a PGR reconsidere se há real necessidade de se abrir um inquérito para investir tais imputações. Para um membro já aposentado do Supremo, essa questão poderia ter sido resolvida diretamente pelo relator, pois os integrantes da corte podem optar pelo arquivamento das investigações caso avaliem que elas não têm fundamento.

Há duas semanas, Gilmar já havia suspendido diligências para coleta de provas de outro inquérito contra o presidente do PSDB, que apura se ele recebeu dinheiro ilegal oriundo de contratos de terceirização de empresas com Furnas. Na ocasião, o ministro afirmou que a manifestação do tucano poderia demonstrar que a investigação fora aberta sem novas provas que a justificassem. Pessoas envolvidas no processo dizem que uma empresa citada nem existia na época dos supostos desvios.

Revista Consultor Jurídico, 26 de maio de 2016, 18h25

Carta Capital traz uma assustadora história da família de Gilmar Mendes; terra do ministro não tem Justiça Veja abaixo uma assustadora história em que está envolvido um irmão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. O irmão, conhecido como Chico Mendes, é político de Diamantino (MT) e recebe, sempre durante campanhas eleitorais, a participação ativa do ministro. Esse é um trecho impressionante de um lugar em que a justiça não existe e não funciona.

Publicado por Carla - 1 semana atrás

By Carta Campinas / in Educação Política, Ideias e Prosas / on segunda-feira, 10 fev 2014 09:10 PM

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A lentidão da polícia e da Justiça na região, inclusive em casos criminais, acaba tendo o efeito de abrir caminho a várias suspeitas e deixar qualquer um na posição de ser acusado – ou de ver o assunto explorado politicamente. Em 14 de setembro de 2000, na reta final da campanha eleitoral, a estudante Andréa Paula Pedroso Wonsoski foi à delegacia da cidade para fazer um boletim de ocorrência. Ao delegado Aldo Silva da Costa, Andréa contou, assustada, ter sido repreendida pelo então candidato do PPS, Chico Mendes (Irmão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal), sob a acusação de tê-lo traído ao supostamente denunciar uma troca de cestas básicas por votos, ao vivo, em uma emissora de rádio da cidade.

A jovem, de apenas 19 anos, trabalhava como cabo eleitoral do candidato, ao lado de uma irmã, Ana Paula Wonsoski, de 24 – esta, sim, responsável pela denúncia. Ao tentar explicar o mal-entendido a Chico Mendes, em um comício realizado um dia antes, 13 de setembro, conforme o registro policial, alegou ter sido abordada por gente do grupo do candidato e avisada: “Tome cuidado”. Em 17 de outubro do mesmo ano, 32 dias depois de ter feito o BO, Andréa Wonsoski resolveu participar de um protesto político. Ela e mais um grupo de estudantes foram para a frente do Fórum de Diamantino manifestar contra o abuso de poder econômico nas eleições municipais.

A passeata prevista acabou por não ocorrer e Andréa, então, avisou a uma amiga, Silvana de Pino, de 23 anos, que iria tentar pegar uma carona para voltar para casa, por volta das 19 horas. Naquela noite, a estudante desapareceu e nunca mais foi vista. Três anos depois, em outubro de 2003, uma ossada foi encontrada por três trabalhadores rurais, enterrada às margens de uma avenida, a 5 quilômetros do centro da cidade. Era Andréa Wonsoski. A polícia mato-grossense jamais solucionou o caso, ainda arquivado na Vara Especial Criminal de Diamantino. Mesmo a análise de DNA da ossada, requerida diversas vezes pela mãe de Andréa, Nilza Wonsoski, demorou outros dois anos para ficar pronta, em 1º de agosto de 2005.

De acordo com os três peritos que assinam o laudo, a estudante foi executada com um tiro na nuca. Na hora em que foi morta, estava nua (as roupas foram encontradas queimadas, separadas da ossada), provavelmente por ter sido estuprada antes. Chamado a depor pelo delegado Aldo da Costa, o prefeito Chico Mendes declarou ter sido puxado pelo braço “por uma moça desconhecida”. Segundo ele, ela queria, de fato, se explicar sobre as acusações feitas no rádio, durante o horário eleitoral de outro candidato. Mendes alegou não ter levado o assunto a sério e ter dito a Andréa Wonsoski que deixaria o caso por conta da assessoria jurídica da campanha.

CartaCapital tentou entrar em contato com o ministro Gilmar Mendes, mas o assessor de imprensa, Renato Parente, informou que o presidente do STF estava em viagem oficial à Alemanha. Segundo Parente, apesar de todas as evidências, inclusive fotográficas, a participação de Mendes no processo de implantação do Bertin em Diamantino foi “zero”. Parente informou, ainda, que a participação do ministro nas campanhas do irmão, quando titular da AGU, foram absolutamente legais, haja vista ser Mendes, na ocasião, um “ministro político” do governo FHC. O assessor não comentou sobre os benefícios fiscais concedidos pelo irmão à universidade do ministro. (Texto integral)

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É Golpe afirma mídia internacional O The Wall Street Journal (EUA) diz que é golpe. O Financial Times (Reino Unido) diz que é golpe. O The Washington Post (EUA) diz que é golpe. O La Nación (Argentina) diz que é golpe. O Reuters (Reino Unido) diz que é golpe. O Le Parisien (França) diz que é golpe. O Irish Times (Irlanda) diz que é golpe.

Publicado por Carla - 4 dias atrás

Segue abaixo um apanhado INTERNACIONAL, com os principais meios de imprensa estrangeiros, afirmando que o que está ocorrendo no Brasil é, sim, algo inaceitável

Eli Eliete*

Peço apenas que leiam e tirem suas próprias conclusões… Será que a mídia mundo afora está mancomunada com o PT a fim de dar um “golpe” em nossa inteligência!? O PT teria assim tamanha influência!?

Qual o sentido disso tudo, afinal? Até o partido da Angela Merkel, Presidente da Alemanha…

Segue:

O The Wall Street Journal (EUA) diz que é golpe. O Financial Times (Reino Unido) diz que é golpe. O The Washington Post (EUA) diz que é golpe. O La Nación (Argentina) diz que é golpe. O Reuters (Reino Unido) diz que é golpe. O Le Parisien (França) diz que é golpe. O Irish Times (Irlanda) diz que é golpe.

O Le Monde (França) diz que é golpe. O El País (Espanha) diz que é golpe. O Pravda (Rússia) diz que é golpe. A CNN (EUA) diz que é golpe. SIC NOTÍCIAS (Portugal) diz que é golpe. A FOX (EUA) diz que é golpe.

“CNN, EUA

Poderosa, dura, longa e arrasadora matéria (quase dez minutos) sobre a patifaria do impeachment da presidente Dilma. Vista por todo o mundo a CNN expôs o que nossa imprensa não faz: acusa que corruptos querem o impeachment de uma pessoa honesta que além do mais não tem base jurídica. E que se trata de um golpe. Pergunta Cristina Ananpour, a mais importante âncora da emissora norte-americana: “O que está acontecendo?” http://edition.cnn.com/…/intv-ama…/video/playlists/amanpour/

The Guardian, Reino Unido

Sobre a decisão de Dilma Roussef de continuar lutando apesar de sua derrota na Câmara dos Deputados. A matéria conclui que após uma poderosa derrota, isso [continuar lutando] pode parecer apenas uma vontade. Mas os espíritos podem mudar rapidamente, como a própria Roussef aprendeu às suas próprias custas. A Opinião pública e as lealdades políticas são tão sólidas quanto areia movediça http://www.theguardian.com/…/brazil-workers-party-vows-rema…

Editorial do jornal sobre o impeachment diz que é uma tragédia e um escândalo e que nada está claro na crise política brasileira, exceto que o país sofrerá as consequências por muito tempo ainda. http://www.theguardian.com/…/the-guardian-view-on-dilma-rou…

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Artigo de Eliane Brum em que diz que Brazil’s crisis is not only political and economic, it is also one of identity. http://www.theguardian.com/…/brazil-impeachment-identity-cr…

The Independent, Reino Unido

Escreve sobre a entrevista de Dilma e sua intenção de lutar com todas as forças para impedir o golpe à democracia http://www.independent.co.uk/…/president-dilma-rousseff-of-…

New York Times, EUA

Aponta para as dificuldades que o país está vivendo e que em qualquer solução, com Dilma ou com Temer, os problemas estarão lá. Como se tornou usual em certo momento ridiculariza a sessão da Câmara, mais para jogo de futebol que para uma decisão fundamental para os destinos do país. http://www.nytimes.com/…/vote-to-impeach-rousseff-prompted-…

El Pais, Espanha

Em irônica manchete o jornal destaca a decisão da Câmara de abrir processo de impeachment de Dilma. Vítima da hora da imprensa internacional, uma vez mais os deputados da Câmara são ridicularizados. A manchete é esta: “Deus derruba a presidente do Brasil”. http://internacional.elpais.com/…/ac…/1460935957_433496.html

Página 12, Argentina

O correspondente do jornal escreve sobre a decisão de Dilma de resistir ao golpe http://www.pagina12.com.ar/…/elmun…/4-297271-2016-04-19.html

The Intercept, EUA 18.04.2016

https://theintercept.com/…/porqueosen-aloysio-nunes-foi-…/ https://theintercept.com/…/porqueosen-aloysio-nunes-foi-…/

Público, Portugal

Repercute a entrevista de Dilma Rousseff e sua disposição de ir à luta, denomina golpe à ação da Câmara dos Deputados e lutará contra o golpe https://www.público.pt/…/dilma-me-considero-injusticada-172…

Sobre o movimento contra o golpe da população moradora das favelas do Rio de Janeiro e sua descida à praia de Copacabana para fazer sua manifestação contra o impeachment https://www.público.pt/…/funk-em-copacabanaeo-protesto-da…

The Washington Post, EUA

Sobre as dificuldades na resistência ao impeachment. https://www.washingtonpost.com/world/…

Le Monde, França

Mesmo com a destituição do cargo à vista, Dilma anuncia luta e não se pronuncia sobre eleições antecipadas http://www.lemonde.fr/…/le-combat-ne-fait-que-commencer-pre…

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http://www.lemonde.fr/idees/article/2016/03/31/au-bresil-toute-la-vie-politique-est-gangrenee-par-la-corruption_4892774_3232.html

https://www.facebook.com/eli.eliete/posts/10206072806165254?ref=notif¬if_t=like¬if_id=1461625562423216

https://www.facebook.com/notes/imprensa-internacional-denunciaogolpe/le-monde-fran%C3%A7aobrasil-%C3%A0-beira-de-um-golpe-de-estado/230547097311604

L’Humanité, França

Sob o título de “esta burguesia revanchista quer a pele da esquerda” o jornal analisa os dias que correm no Brasil http://www.humanite.fr/bresil-cette-bourgeoisie-revancharde…

La Jornada, México

Reportagem sobre a entrevista da presidente Dilma http://www.jornada.unam.mx/…/rousseff-201cindignada201d-por…

Esquerda. Net, Portugal

Artigo de Francisco Louçã para falar do Brasil lembra de uma frase de Saint Just em plena Revolução Francesa: “desgraçados dos revolucionários que fazem a revolução a metade, cavam a sua própria sepultura.” E completa dizendo que “o Brasil faz sua democracia pela metade e cava sua própria sepultura!” http://www.esquerda.net/…/brasil-faz-democracia-metad…/42358

RFI, França

Depoimentos sobre a situação brasileira http://m.br.rfi.fr/…/20160415-como-analistas-estrangeiros-v…

The Economist, Reino Unido

A revista inglesa faz escárnio do Parlamento brasileiro a partir dos votos pronunciados pelos deputados na Câmara dos Deputados a favor do impeachment. Nem dá para se indignar porque foi um autêntico Febeapá. http://www.economist.com/…/21697095-hardly-any-federal-depu…“

Declaração oficial do Partido Social-Democrata Alemão (SPD), que integra a coalizão do governo de Angela Merkel:

“O grupo parlamentar do SPD apoia todas as forças democráticas no Brasil, se opõe às ideologias anti-políticas e anti-democráticas e espera que um processo de diálogo e uma solução para a crise, sejam encontrados. A oposição no Brasil deve retornar aos princípios democráticos. Isto significa respeitar os resultados das eleições e de luta para a mudança política através das urnas.”

Partido Social-Democrata alemão protesta contra golpe no Brasil – http://www.tijolaco.com.br/…/partido-social-democrata-alem…/

http://www.spdfraktion.de/presse/pressemitteilungen/deutsche-sozialdemokratie-steht-seite-brasilianischen-demokratie

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Para ler na integra. Quem tiver interesse pode, inclusive, ser direcionado a nota oficial em alemão a partir do post acima!

Jornal Alemão chama mídia nacional de golpista e partidária

O “Die Zeit”, mais respeitado semanário alemão, desmascara a parcialidade da imprensa brasileira, contra o governo da presidente Dilma Rousseff; “Os principais meios de comunicação do país fornecem um fogo contínuo de propaganda antigoverno: a maioria pertence a oligarcas influentes com opiniões de direita e padrões jornalísticos relaxados”, diz

http://plantaobrasil.net/news.asp?nID=94175&p=2 http://www.zeit.de/video/2016-04/4851349746001/dilma-rousseff-brasiliens-praesidentin-will-um-ihr-amt-kaempfen

http://www.zeit.de/politik/ausland/2016-04/dilma-rousseff-brasilien-ruecktritt-kampf

http://www.zeit.de/thema/dilma-rousseff

Seguem, ainda 2 vídeos: Portugal e Espanha:

Joana Mortágua, no parlamento português – muito mais afinada com o cenário político atual, do ponto de vista da esquerda reflexiva.

Jurista espanhol denuncia golpe no Brasil http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/227998/Jurista-espanhol-denuncia-golpe-no-Brasil.htm

The Campaign to Impeach Brazil’s President Is Viciously Sexist

By Marc Hertzman http://nymag.com/thecut/2016/04/brazil-sexist-impeachment-campaign-dilma- rousseff.html?mid=fb-share-thecut

Recebi da Simone Simões e acrescentei alguma coisa.

https://www.facebook.com/eli.eliete/posts/10206073673066926

Dúvidas sobre a lei da repatriação inibem adesão 27 de maio de 2016

A lei de repatriação de recursos, segundo alguns advogados tributaristas, tem pelo menos três pontos que vêm desestimulando a adesão.

O principal deles é o que prevê a tributação do passado, ou seja, de ativos não declarados que o cidadão possuía há anos, mas que já se desfizeram.

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O advogado Luiz Gustavo Bichara, do Bichara Advogados, diz que um de seus clientes, por exemplo, possuía ações da OGX que em algum momento chegaram a valer R$ 10 milhões.

No entanto, ele as vendeu quando bateram R$ 500 mil. Pelas regras da Receita, ele teria de tributar os R$ 10 milhões. “Neste caso, o atual patrimônio não cobre o custo do imposto a ser pago”, diz.

Segundo ele, sem mudar a lei – já que uma mudança poderia provocar atraso no programa e, consequentemente, a entrada de recursos no caixa do governo -, a Receita poderia por exemplo permitir que, caso o ativo tenha sido trocado por outro, como um título do governo, não haveria a cobrança do imposto.

Uma proposta seria, por meio da regulamentação, ajustar o período para retroagir apenas cinco anos.

Outra dúvida é a forma de tributação da variação cambial. Isso porque a legislação prevê a anistia de valores registrados em 31 de dezembro de 2014, quando o dólar valia R$ 2,66. A dúvida é se será preciso pagar o ganho cambial já que atualmente o dólar vale R$ 3,60.

Outra regra que tem desincentivado a adesão é a forma de declaração do “trust”, instrumento popularizado pelo deputado Eduardo Cunha quando tentou explicar que não tem contas na Suíça.

O trust prevê a figura de um beneficiário, que pode não ser o mesmo que está enviando dinheiro ao exterior. Durante anos, muitos cidadãos brasileiros deixaram dinheiro para seus filhos em estruturas como essas e agora, é preciso que tanto o criador do trust quanto o beneficiário façam a repatriação, ou seja, haveria, segundo tributaristas, um duplo pagamento de imposto sobre o mesmo recurso.

Por enquanto, a Receita Federal diz que o beneficiário não precisa declarar se ficar provado que ele desconhece a existência do trust.

O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, afirmou na quarta-feira, porém, que não há nenhum motivo para revisões no programa.

Segundo ele, a Receita está esclarecendo, em sua página na internet, dúvidas específicas que tratam de casos pontuais. Essas respostas têm validade como norma complementar, segundo o Código Tributário Nacional. “Os advogados sabem isso”, disse.

Rachid disse que tem havido erros de interpretação em relação a alguns casos. Ele citou, por exemplo, o caso de contribuintes que enviaram ilegalmente recursos para o exterior, mas já gastaram os recursos.

Pela lei, disse, eles são obrigados a fazer a adesão se quiserem regularizar a situação. Ele comparou à situação de uma pessoa que recebeu o dinheiro de aluguel, gastou, mas precisa declarar essa renda na declaração entregue à Receita. Colaborou Adriana Fernandes.

Fonte: Diário do Comércio

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O que acontece com as dívidas do falecido? Publicado por Trivellato & Dantas Advogados Associados - 3 dias atrás

A perda de um parente é um momento de bastante dor e que, geralmente, traz muitas dúvidas com relação à divisão dos seus bens, direitos e dívidas. Para diminuir a dor de cabeça com estas questões, acompanhe a leitura para saber como agir.

Descomplicando o Direito

1. O que são os ativos? São os bens e direitos do de cujus (falecido).

2. O que são os passivos? São as obrigações de quem faleceu.

3. O que é o espólio? É o patrimônio (bens, direitos e obrigações) do falecido.

4. O que é o inventário? É o procedimento judicial ou extrajudicial para a divisão do espólio do de cujus.

5. O que é o inventariante? É a pessoa responsável por indicar os herdeiros e espólio no inventário.

6. É possível herdar dívidas? Tecnicamente, esta é uma expressão errada, já que os herdeiros não pagam as dívidas com dinheiro do seu próprio bolso.

7. Então, o que acontece com as dívidas do falecido? As dívidas do de cujus são pagas pelo espólio, ou seja, são pagas com os bens e direitos do próprio falecido.

8. E se as dívidas forem menores do que os recursos? As dívidas serão pagas e todo o valor restante será partilhado entre os herdeiros.

9. E se as dívidas forem iguais aos recursos? As dívidas serão pagas em sua totalidade e os herdeiros não receberão nenhum valor.

10. E se as dívidas forem maiores do que os recursos? As dívidas serão pagas até o limite dos recursos, sem que haja a obrigação de os herdeiros completarem o valor restante.

Entendendo o Direito

1. O que são os ativos? E os passivos?

Os ativos são os bens e os direitos (por exemplo, pensão por morte, venda a prazo, dinheiro no banco) deixados pelo de cujus (falecido). Por sua vez, os passivos são as obrigações por ele deixadas.

Por fim, a diferença entre o ativo e o passivo é denominada de patrimônio líquido.

2. O que é o espólio?

O espólio é tudo aquilo deixado por quem faleceu, ou seja, é o patrimônio (bens, direitos e obrigações).

3. O que é o inventário? E o inventariante?

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O inventário é a procedimento judicial ou extrajudicial que será realizado para a partilha do espólio.

Neste procedimento, um dos herdeiros deverá representar todos os outros, como inventariante, a fim de indicar o patrimônio do de cujus.

4. É possível herdar dívidas?

Não, esta expressão está tecnicamente errada, pois quando se diz “herdar dívidas”, a ideia que passamos é que os herdeiros serão obrigados a pagar as dívidas do falecido com o seu próprio dinheiro.

5. Então, o que acontece com as dívidas do falecido?

Em verdade, o que acontece é que as dívidas de quem faleceu deverão ser pagas pelo próprio espólio (patrimônio) dele, ou seja, não são os herdeiros quem pagarão pelos débitos, mas sim o próprio de cujus através dos seus bens e direitos.

6. E se as dívidas forem menores do que os recursos?

Se as dívidas forem menores do que os recursos, elas serão pagas e todo o valor restante será partilhado entre os herdeiros.

Por exemplo, recursos de R$ 100.000,00, dívidas de R$ 20.000,00. Logo, será dividido R$ 80.000,00.

7. E se as dívidas forem iguais aos recursos?

Quando as dívidas forem iguais aos recursos, elas deverão ser pagas em sua totalidade e os herdeiros não receberão nenhum valor.

Por exemplo, recursos de R$ 100.000,00, despesas de R$ 100.000,00. Logo, não restou nenhum valor para que os herdeiros partilhem.

8. E se as dívidas forem maiores do que os recursos?

Nestes casos, as dívidas serão pagas até o limite dos recursos, sem que haja a obrigação de os herdeiros completarem o valor restante.

Por exemplo, recursos de R$ 100.000,00, dívidas de R$ 200.000,00. Logo, deverá ser pago, apenas, R$ 100.000,00; não sobrará nada para os herdeiros, mas também não haverá adição com os recursos dos herdeiros.

Fundamentação genéricaIPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

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Acórdão do STF diz que Moro mandou prender réu com base em presunção23 de maio de 2016, 19h32

Por   Felipe Luchete

Decretos de prisão preventiva não devem antecipar juízo de culpa nem podem ser vistos como antecipação da reprimenda, pois é a sentença o momento adequado para analisar a gravidade do delito e aplicar as penas correspondentes. Esse foi o entendimento da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal ao conceder liberdade para o empresário Adir Assad, acusado de atuar como um dos operadores financeiros do esquema de desvio de recursos da Petrobras, investigado na operação “lava jato”.

O acórdão foi publicado no dia 12 de maio, cinco meses depois da decisão do colegiado. Por maioria de votos, os ministros consideraram que o juiz federal Sergio Fernando Moro determinou a prisão preventiva de Assad por “presunção, sem fundamentação idônea, de que o paciente seguirá a cometer crimes, o que não é admitido pela jurisprudência desta corte como fundamento para a decretação da custódia cautelar”.

Segundo STF, decisão que determinou prisão não teve fundamentação idônea.Reprodução

Segundo Moro, seria preciso manter o investigado atrás das grades para evitar problemas à instrução criminal e resguardar a ordem pública, tendo em vista a gravidade dos crimes imputados e o receio de que Assad cometesse novos delitos.

Já o relator do caso no STF, ministro Teori Zavascki, considerou que a primeira justificativa “tem caráter genérico e não aponta qualquer conduta concreta do paciente direcionada à turbação da produção probatória no processo”.

Sobre o segundo ponto, afirmou que é pacífica no Supremo a tese de que, “por mais graves e reprováveis que sejam as condutas supostamente perpetradas, isso não justifica, por si só, a decretação da prisão cautelar”. “As únicas condutas delituosas concretamente apontadas remontam ao período de março de 2009 a março de 2012”, concluiu.

Zavascki apontou que o erro persistiu no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, onde foi negado pedido de Habeas Corpus apresentado pela defesa. A corte avaliou que, embora Assad tenha se afastado formalmente da administração de empresas investigadas, havia indícios da permanência delitiva. De acordo com o ministro do STF, no entanto, a alusão é genérica e nem sequer aparece no decreto prisional. Assad foi defendido pelo advogado Miguel Pereira Neto, do Lacaz, Martins, Pereira Neto, Gurevich e Schoueri Advogados.

TornozeleiraO relator disse que a ordem pública continuaria igual e com a mesma eficiência se implantadas outras medidas cautelares. Em troca da liberdade, o ministro determinou monitoramento por tornozeleira eletrônica; comparecimento quinzenal de Assad em juízo; proibição de contato com os demais investigados e proibição de deixar o país, por exemplo.

A ministra Cármen Lúcia apresentou voto divergente. Segundo ela, vários julgados já consideram que a gravidade concreta do delito sustenta o decreto de prisão. Os demais membros da 2ª Turma concordaram com Teori.

Adir Assad já foi condenado em uma das sentenças da “lava jato”, com pena de 9 anos e 10 meses de reclusão, mais multa de R$ 566 mil. Segundo Moro, ele atuou como operador na transferência de dinheiro que saiu de empreiteiras e chegou a ex-diretores da Petrobras por meio de depósitos no exterior e contratos simulados.

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O STF já derrubou pelo menos outras dez decisões do juiz federal, conforme levantamento da revista eletrônica Consultor Jurídico.

Clique aqui para ler o acórdão.HC 130.636 

Felipe Luchete é repórter da revista Consultor Jurídico.

Revista Consultor Jurídico, 23 de maio de 2016, 19h32

A seleção natural dos piores para a política, por Eugênio Bucci De acordo com levantamento da Transparência Brasil, 58% dos senadores respondem a acusações diversas, como corrupção e improbidade administrativa. Publicado por Carla - 5 dias atrás

Jornal GGN – Em artigo no Observatório da Imprensa, Eugênio Bucci refletiu sobre editorial do Estadão que pedia o afastamento de Renan Calheiros da presidência do Senado Federal. “É difícil contestar o argumento. Aliás, vai-se adensando a percepção de que se a lei valer mesmo para todos a maioria dos políticos profissionais, sejam de que partido forem, estará encrencada”, afirmou Bucci.

“Embora tenhamos de levar em conta que os crimes de responsabilidade imputados à presidente Dilma Rousseff são contestados por juristas de renome, que a consideram inocente, não se pode negar que uma pane ética de proporções inéditas alcançou o sistema nervoso central de dois dos Poderes de República: o Executivo e o Legislativo. Talvez Dilma não seja culpada, mas o resto…”.

Do Observatório da Imprensa

De como a política seleciona os piores

Por Eugênio Bucci

Na segunda-feira (9/5), em editorial, O Estado de São Paulo afirmou que para dar prosseguimento à “faxina nos mais altos escalões da República” é preciso afastar de suas funções o presidente do Senado. De acordo com o Estado, Renan Calheiros estaria enquadrado nos fundamentos do Supremo Tribunal Federal para suspender Eduardo Cunha: “Vale para o político que comanda a Câmara Alta o mesmíssimo argumento apresentado pelo ministro Teori Zavascki ao justificar a suspensão do exercício do mandato de deputado de Eduardo Cunha e, consequentemente, seu afastamento da presidência da Câmara: ‘Nada, absolutamente nada, se pode extrair da Constituição que possa, minimamente, justificar a sua permanência no exercício dessas elevadas funções públicas’.”

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É difícil contestar o argumento. Aliás, vai-se adensando a percepção de que se a lei valer mesmo para todos a maioria dos políticos profissionais, sejam de que partido forem, estará encrencada. Mais uma leva de delações premiadas na Operação Lava Jato promete alcançar agora nomes de destaque da oposição. De acordo com levantamento da Transparência Brasil, 58% dos senadores respondem a acusações diversas, como corrupção e improbidade administrativa.

A paisagem é um tanto, digamos, tétrica. Embora tenhamos de levar em conta que os crimes de responsabilidade imputados à presidente Dilma Rousseff são contestados por juristas de renome, que a consideram inocente, não se pode negar que uma pane ética de proporções inéditas alcançou o sistema nervoso central de dois dos Poderes de República: o Executivo e o Legislativo. Talvez Dilma não seja culpada, mas o resto…

Uma pane ética

A pane ética emite sinais contraditórios: o presidente da Câmara, algoz do mandato da chefe do Executivo, é no dia seguinte golpeado pelo Poder Judiciário; o ladrão aos olhos da lei é o herói aos olhos de manifestantes barulhentos; o que uns chamam de Justiça, outros chamam de golpe. A razão se despedaça, as vias de diálogo se dissolvem, mas – é curioso – mesmo com tantas trincheiras de desentendimento cada vez mais beligerante há um consenso tácito: no Brasil de hoje a política realizou a proeza perversa de selecionar o que há de pior.

Nisso, nesse atestado de falência que ninguém proclama, mas ninguém rejeita, estamos de acordo. Você pode achar que Michel Temer é o salvador da Pátria ou pode achar que Michel Temer é golpista, não importa. Uma coisa você não vai negar: a dinâmica eleitoral no Brasil, em vez de premiar a virtude, o compromisso público, a retidão e a competência, acabou se convertendo num sistema que consagra apenas a esperteza mais baixa e a incompetência mais atroz, à direita e à esquerda. Exceções existem, é claro. São exceções.

Como chegamos a isso? A presente pane ética resultou de uma overdose prolongada do desvios. Levaram o vício tão longe, a um paroxismo tão alucinado, que o sistema que tinha regras ocultas para burlar as regras públicas entrou ele também em colapso. O organismo da corrupção deu “tilt”. Na aparência dessa pane, vemos a burocracia hipertrofiada que se debate sem nenhuma eficácia, vemos a profusão de decisões disparatadas, vexatórias, e a judicialização de tudo e mais um pouco.

Por baixo da aparência, no subterrâneo da crise e dos muitos escândalos diários, estende-se longa história de um modelo de poder assentado em privilégios e abusos, um modelo muito anterior aos mandatos do PT, que soube inventar seu método próprio de reprodução e preservação. O seu método não se resume ao sistema eleitoral vigente, mas aprendeu a se beneficiar dele. A seleção dos piores interessa ao parasitismo instalado no Estado, e é por isso que essa seleção se instalou e se vem perpetuando.

Pode-se lutar contra o velho modelo, claro, mas não tem sido fácil. A Lei da Ficha Limpa estabeleceu uma trava contra ele, mas veio tarde, foi mal explicada e não bastou. A Polícia Federal e o Ministério Público foram mais longe e escancararam, na Justiça Federal, uma parte – pequena – das entranhas malignas. O trabalho que realizam é bem-vindo (de alguma forma as duas instituições ainda não foram tiranizadas pelos tentáculos do modelo de poder que passaram a investigar), mas também não bastará.

Seleção natural às avessas

Mudar os padrões de financiamento de campanha é imperativo, fechando de vez a porta giratória entre doações eleitorais e contratos com o poder público, e isso está longe de ser a solução. A solução, se é que existe, deverá passar pela extensa pauta de uma reforma política (partidária e eleitoral), o que inclui o

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debate em torno da proposta parlamentarista, o enfrentamento e o equacionamento das fórmulas de voto distrital (misto ou não), o reordenamento dos partidos e muito mais. O problema é: quem dará conta de tarefa tão grande?

O Congresso Nacional que aí está – eleito e indefinidamente reeleito com base no velho modelo viciado – não tem legitimidade para votar a matéria que decidirá sobre as regras em que se assentam os privilégios dos atuais parlamentares. Não há uma trilha segura para as mudanças necessárias. Uns, de boa-fé, levantam a bandeira de uma nova Constituinte, ou de uma Constituinte exclusiva. Pode ser que estejam certos, mas o futuro é incerto. Haverá energia política, haverá organização da sociedade civil para impor tudo isso? Provavelmente, não.

Diante desse “provavelmente, não”, quem sai ganhando é o modelo posto e os que nele se refestelam. Hoje, para “entrar na política” o sujeito precisa ter estômago e não pode ter coração. Vai conviver com uma circulação feérica de dinheiros sombrios e interesses secretos que são barra pesadíssima. Gente boa, quando passa perto, quer pular fora. Não consegue respirar. Um criminoso se sente em casa.

É por essas e outras que a política no Brasil aprendeu a selecionar os piores. E esses piores são obstinados, gananciosos. Vão ficando piores ainda a cada dia. A política virou a seleção natural às avessas.

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Eugênio Bucci é jornalista, articulista de O Estado de São Paulo e professor da ECA-USP

Contas alheias

Juízes acusados de receber empréstimos fraudulentos viram réus em ação23 de maio de 2016, 16h13

A Corte Especial do Tribunal Regional Federal da 1ª Região recebeu denúncia contra juízes federais e outros acusados num esquema de empréstimos fraudulentos que envolveu a Associação de Magistrados Federais da 1ª Região (Ajufer), entre os anos de 2000 e 2009. Segundo a denúncia, os acusados pegavam dinheiro emprestado na Fundação Habitacional do Exército (FHE/Poupex) em nome de colegas associados, falsificando assinaturas e documentos.

O Ministério Público Federal calcula que o prejuízo supere R$ 20 milhões. Todas as imputações foram recebidas, como gestão fraudulenta, falsidade material e ideológica, apropriação indébita e lavagem de dinheiro. Os desembargadores federais negaram, porém, o pedido de afastamento dos magistrados que se encontram em atividade.

A decisão, proferida na última quinta-feira (19/5) por maioria de votos, abre ação penal contra os acusados. Na esfera administrativa, o juiz federal Moacir Ferreira Ramos, ex-presidente da associação, já foi punido com aposentaria compulsória e vencimentos proporcionais, em 2013. Os juízes Hamilton de Sá Dantas e Solange Salgado tiveram pena de censura, enquanto o juiz Charles Renaud Frazão de Moraes

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recebeu advertência. O MPF também pediu que o Conselho Nacional de Justiça reveja as punições aos três, aplicando a aposentadoria compulsória.

O julgamento começou no dia 3 de março, mas havia sido interrompido por pedido de vista. O MPF entende que a fraude na Ajufer atingiu “o sistema financeiro nacional, ao promover a captação de recursos da poupança popular sem o devido controle oficial”.

Auditoria internaO caso foi descoberto no fim de 2009, quando uma auditoria da FHE/Poupex demonstrou que dívidas eram registradas como quitadas mesmo sem pagamento. A fundação entrou com uma ação de cobrança contra a Ajufer, pedindo o pagamento dos R$ 21 milhões.

Para quitar os empréstimos, a entidade vendeu sua única sala por R$ 115 mil — em valor inferior ao de mercado e sem ouvir a assembleia geral, segundo a própria Ajufer. Com informações da assessoria de imprensa da Procuradoria Regional da República da 1ª Região.

Processo 0067837-19.2014.4.01.0000

Revista Consultor Jurídico, 23 de maio de 2016, 16h13

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