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Projeto de Apoio aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas

Cartografia dos Fatores Intervenientes na Mortalidade Materna, Fetal e Infantil no Distrito Sanitário Especial Indígena Litoral Sul

1-INTRODUÇÃO

Este trabalho visa apresentar um mapeamento composto pelo apoiador, em relação com as equipes de gestão e atenção dos DSEI, gestores, trabalhadores e usuários dos municípios estados que se relacionam com o DSEI apoiado e com os indígenas que lá vivem nas aldeias pertencentes ao Litoral Sul que compreende os estados de Rio de Janeiro, São Paulo Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do SUL.

O Projeto de Apoio Integrado aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas está inserido no Plano Estratégico de Reestruturação do Subsistema de Atenção à saúde Indígena (SASI-SUS) visa prevenir óbitos maternos e infantis e fortalecer as ações de atenção básica nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas- DSEI, assim, como a integração das ações SASI-SUS às demais instancias e serviços do SUS. O público-alvo das ações esta focado, principalmente, em crianças menores de 7 anos e mulheres de 10 a 49 anos de idade.

2- PRODUTO 1 : TEXTO MAPA PROVISÓRIO ETAPA 1

2.1 População

Dividida em varias etnias que são eles: Guarani, Tupi, somando uma população total de 7.411 indígenas distribuídos em noventa e nove aldeias no Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena .


MAPA DO DISTRITO SANITÁRIO ESPECIAL INDÍGENA LITORAL SUL

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2.2 CARACTERIZAÇÃO DO DSEI LITORAL SUL

O Distrito Sanitário Especial de Saúde de Indígena Litoral Sul tem a sua sede em Curitiba- PR.

A abrangência do Distrito Sanitário Indígena Litoral sul compreende desde o Estado do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e o Interior Sul compreende os Estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do SUL com sede em Florianópolis.

Para efeito de operacionalização o DSEI Litoral Sul é responsável pelas aldeias dos estados de Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.

O Interior Sul é responsável pelos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A sede do DSEI Litoral Sul é em Curitiba-Paraná onde são centralizadas e processadas todas as informações das comunidades indígenas segundo as estratégias do MS/SESAI.

O DSEI Litoral Sul conta com 15 (quinze) Pólos Bases e 28 postos de saúde. As Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI é composta por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, Cirurgião Dentista, Agente Indígena de Saúde (ASI), Agente Indígena de Saneamento (AISAN).

A DIASI atualmente conta com os seguintes profissionais, 05 enfermeiros, sendo 02 CTU e 03 contratados pela SPDM.

As ações de saúde realizadas pela EMSI baseiam-se nos programas preconizados pelo Ministério da Saúde: Saúde da Mulher; Saúde da Criança; Imunização; Vigilância Nutricional; Saúde Bucal; controle das DST/HIV/AIDS/Hepatites Virais; controle e tratamento da Tuberculose e Hanseníase; Saúde Mental; DCNT (Diabetes e Hipertensão); vigilância epidemiológica das doenças de notificação compulsória (Síndrome Gripal, Diarréia, doenças Imunopreveníveis, surtos, e outras); vigilância dos nascimentos; vigilância e investigação dos óbitos em todos os Pólos Base.

O DSEI possui 03 (três) Casas de Saúde Indígena (CASAI), localizadas na cidade do Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba para onde os indígenas são referenciados dos Pólos Base e posteriormente encaminhados de acordo com a complexidade do caso clínico:

CASAI do Rio Janeiro - devido a sua situação atual esta sendo discutido se permanecerá sobre a responsabilidade do DSEI.

CASAI de São Paulo - está em processo de mudança aguardando, no momento, finalizar as adequações físicas. ACASAI não segue o modelo proposto pela Política Nacional de Saúde Indígena. A maioria dos pacientes que utilizam a CASAI para tratamento na rede de Media e Alta complexidade não segue o fluxo da central de regulação do SUS. Muitos pacientes chegam a CASAI após contato direto entre profissionais da rede. Este procedimento impede a organização de serviço técnica administrativa da casa. O DSEI com apoio da SESAI vem trabalhando com a equipe no sentido de reorganizar o serviço a fim de qualificar a atenção prestada ao usuário.

CASAI Curitiba - funciona segundo o modelo preconizado pela Política Nacional de Saúde Indígena. Todos os pacientes que utilizam a CASAI são encaminhados pela regulação do SUS à rede de Alta Complexidade em Curitiba com prévio contato das EMSI com a gerência da

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CASAI, tendo em vista o acolhimento ao acompanhante e/ou paciente que poderá seguir direto à internação ou atendimento ambulatorial de especialidade.

QUADRO I - CARACTERIZAÇÃO DO DSEI LITORAL SUL

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Extensão TerritorialAldeias dispersas ao longo dos estados do Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, na região litorânea.

Município Sede do DSEI Curitiba - Paraná

Endereço Rua Cândido Lopes, 208 – 8º andar – sala 807 Centro CEP 80020-060

E-mail [email protected]º de municípios com população indígena na sua jurisdição 49População Indígena 7.411Etnias Guarani, Tupi. (DSEI Interior Sul/SP/PR –

Terena, Kaingang,Guarani,Krenak, Xetá). Nº de Pólos base 15 (Quinze)Nº de Postos de Saúde 28 (RJ, SP, PR, SC e RS)

Nº de CASAI 03 (Curitiba - PR, São Paulo - SP e Rio de Janeiro - RJ)

Nº de Aldeias 99Nº de Famílias 1.029Meio de Transportes Terrestre, fluvial


3- SISTEMA DE INFORMAÇÃO, NOTIFICAÇÃO E INVESTIGAÇÃO DE ÓBITOS NO DSEI

A Vigilância Epidemiológica dos nascimentos e óbitos infantis, fetais e mulheres em idade fértil (10 a 49 anos) são realizadas de forma integrada com os municípios e estados. A enfermeira da EMSI notifica os nascimentos, por meio do cartão de nascidos vivos, à vigilância municipal e os nascimentos ocorridos nos hospitais são notificados pela própria Instituição.

A maioria dos óbitos nos DSEI Litoral Sul e Interior Sul-SP/PR ocorrem nos hospitais. São notificados e investigados pelas respectivas Vigilâncias Municipais com a participação da enfermeira da EMSI. São também, notificados no SIASI. Quando o óbito ocorre nas terras indígenas a enfermeira notifica no SIASI e solicita a parceria da Vigilância Municipal para realizar a notificação e a investigação no SIM, tendo em vista, que as equipes do DSEI ainda não foram capacitadas para investigação de óbitos.

O DSEI monitora mensalmente os nascimentos e óbitos por meio de comunicação escrita das EMSI com a DIASI, que encaminha à SESAI por meio do FormSus. Os óbitos nos DSEI Litoral Sul-RJ/SP/PR e Interior Sul-SP/PR são informados à DIASI oportunamente por meio da Declaração de Óbito que acompanha a requisição de funeral custeado pelo DSEI.

Geralmente, as investigações dos óbitos ocorrem em até 120 dias. A DIASI monitora o encerramento das investigações mensalmente por meio de comunicação via telefone ou e-mail com as EMSI.

Algumas enfermeiras das EMSI e dos Pólos Base participam dos Comitês Municipais e Regionais de Prevenção da Mortalidade Materna e Infantil no Estado do Paraná. Nos Municípios dos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo os profissionais ainda não participam desses Comitês. A DIASI participa dos referidos Comitês no Estado do Paraná e também das Comissões do Conselho Estadual de Saúde (Vigilância em Saúde, DST/HIV/AIDS, Tuberculose e Hanseníase, Saúde da Mulher, Assistência e Acesso ao SUS e Saúde Mental).

Em conversa com a Secretaria Estadual da Saúde do Paraná (SESA) nos foi informado que o DSEI e a SESA estão trabalhando em conjunto no que se refere a óbito materno infantil, fazendo parte da Rede Mãe Paranaense onde houve grande investimento da Atenção Primária e qualificação dos profissionais, bem como contratação e aprimoramento dos serviços para reduzir a mortalidade infantil.

O acesso à Média e Alta complexidade à rede de referência do SUS, pelos usuários indígenas é a mesma referência para os não indígenas no Paraná. Os profissionais do DSEI estão integrados á atenção Primaria dos Municípios, sendo assim o estado pactua com hospitais Municipais onde serão encaminhados os pacientes.

O Distrito Sanitário Especial Indígena Litoral Sul/PR desenvolve ações de saúde mental álcool/drogas) em parceria com os CAPS. Os casos que aceitam o tratamento são encaminhados aos CAPS. Existem obstáculos por parte das comunidades na abordagem do tema. Varias tentativas tem sido realizadas incluindo abordagens com parcerias do CAOP (Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção aos Direitos Humanos – Áreas das Comunidades Indígenas) sem êxito. No DSEI Litoral Rio de Janeiro o CAPS desenvolve trabalho de tratamento e prevenção nas aldeias.

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Observando todos estes trabalhos, logística e execução das atribuições da DIASI, atualmente, o quadro de pessoal foi ampliado diminuindo a sobrecarga de trabalho na equipe técnica. Ainda existe dificuldade com a supervisão técnica das EMSI por falta de recursos financeiros da conveniada, que deve custear as despesas de viagem. A mesma dificuldade ocorre em relação a realização de reuniões técnicas semestrais para discutir o andamento da execução das ações entre os profissionais da DIASI e as enfermeiras dos Pólos Base devido a extensão do Distrito e a falta de recurso financeiro.

Em conversa com o Coordenador, chefe da DIASI e o Apoiador, foram pactuados os trabalhos em conjunto, para assim viabilizar as ações e execução do plano de ação do Apoiador no DSEI.

Como Apoiador estou participando de várias reuniões no Estado do Paraná, tais como o Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna e Infantil do Paraná, articulação com os Municípios de Angra dos Reis, Paraty, Mongaguá, Peruíbe, Miracatu, Paranaguá, reunião sobre a Rede Cegonha na Baixada Santista, onde houve avanços nas conversas firmando o compromisso da participação do SUS na Atenção Integral ao indígena.

O CONTROLE SOCIAL trabalha em parceria com o DSEI participando dos processos culturais, de organização e controle dos agravos sociais que o distrito vem enfrentando já que a maioria das aldeias encontra-se localizadas perto das cidades. Um grande desafio enfrentado é o auxílio à organização dos Conselhos Locais e Distrital de Saúde Indígena. Existe o apoio pleno às Reuniões e atividades de articulação entre Conselheiros, Lideranças e Distrito, porém, há que ressaltar que o CONDISI segue o formato oficial do DSEI, ou seja, aldeias localizadas na região litorânea do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul. Isso é muito questionado pelos conselheiros, uma vez que a execução do DSEI Litoral Sul é nos estados de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro, ou seja, existem conselheiros do CONDISI Interior Sul que não tem suas aldeias com gestão no DSEI Litoral Sul.

Devido a EXTENSÃO do distrito e as precariedades de comunicação institucional, muitas vezes, a informação demora a chegar ao técnico responsável no DSEI, sobrecarregado de trabalho e, consequentemente, não sendo inseridas em tempo hábil no sistema.

4- MORTALIDADE INFANTIL

Os óbitos ocorridos no DSEI Litoral Sul/RJ/SP/PR e DSEI Interior Sul/SP/PR são todos investigados, exceto aqueles em que a família não autoriza a investigação, o que é raro.

No ano de 2012 tivemos 261 nascimentos, 06 óbitos de menores de 01 ano, sendo eles todos investigados, ver tabela abaixo.

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Óbito Materno Infantil menores de 01 ano do DSEI Litoral Sul

Município de residência

2012 2013nº de óbito

s Óbitos investigados %

nº de óbito

s Óbitos investigados %Angra dos Reis - Sapucaí 1 Choque hipovolêmico 100 0 São Paulo - Jaragua 1 Broncopneumonia 100 1 Em investigação Registro (SP) - Peguaoty 1

Septicemia /Prematuridade 100 0

Mongagua (SP) - Tangará 1

S04(lesão traumática dos nervos cranianos) 100 0

Florianópolis (SC) - Amancio 1

B99 (doença infecciosa não especificada 100 0

Barra do Ribeiro - Coxilha 1

P210 (asfixia grave ao nascer) 100 0

Barra do RibeiroAldeia Guarani 0 1

R99 Causa mal definida (investigação)

Rio SilveiraAldeia Guarani 0

1Broncopneumonia e broncoaspiração

100

Rio SilveiraAldeia Guarani 0 1

Falência múltipla órgãos/prematuridade extrema 100

Fonte: DIASE - 06/2013

5- COEFICIENTE DE MORTALIDADE INFANTIL

É um indicador que avalia a qualidade de vida e desenvolvimento sócio econômico da população. Utilizados para comparações nacionais e internacionais pode subsidiar nos processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas públicas e ações de saúde voltadas para atenção pré- natal e ao parto, bem como para a proteção da saúde.

1 20

50

100

150

200

250

300

Mortalidade Infantil DSEI Litoral Sul2011/2012

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* Coluna 1: ano 2011 Coluna 2: ano 2012

Fonte: DSEI LITORAL SUL maio/2013

No ano de 2013, de janeiro a maio, tivemos 98 nascimentos e 04 óbitos em menores de 01 ano de idade, sendo todos investigados, porém parcialmente concluídos.

6- ÓBITO FETAL

No DSEI Litoral Sul no ano de 2012 ocorreram 06 óbitos e em 2013, até 30 de maio, não houve ocorrência.

7- MORTALIDADE MATERNA

No DSEI Litoral Sul no período de 2012 à 30 de maio de 2013 não houve óbitos maternos. Em 2012, ocorreu 01 óbito no DSEI Interior Sul/SP e 01 Interior Sul/PR 01.

8- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista a complexidade e a extensão do território adstrito destes DSEIs para executar as ações de vigilância do óbito materno infantil é importante melhorar o meio de comunicação das EMSI com a DIASI.

No DSEI deveria ser realizadas reuniões com os técnicos da DIASI e os Pólos Base num período mais curto. Deve haver supervisão técnica nos Posto de Saúde das aldeias com mais freqüência.

O Distrito Sanitário Especial Indígena Litoral Sul/PR desenvolve ações de saúde mental álcool/drogas) em parceria com os CAPS. Os casos que aceitam o tratamento são encaminhados aos CAPS. Existem obstáculos por parte das comunidades na abordagem do tema. Várias tentativas tem sido realizadas incluindo abordagens com parcerias do CAOP (Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção aos Direitos Humanos – Áreas das Comunidades Indígenas) sem êxito. No DSEI Litoral Rio de Janeiro o CAPS desenvolve trabalho de tratamento e prevenção nas aldeias.

Nas aldeias (Pólo Base Angra dos Reis) observa-se a necessidade das equipes de EMSI estarem mais presentes nas aldeias interagindo com as comunidades.

Em visita aos Municípios de Paraty e Angra dos Reis, a Secretaria Municipal de Saúde de Paraty informou que estão em fase de reestruturação e no dia 04/07/2013 estaria reunindo com o Conselho Municipal de Saúde para tratar deste assunto. Foi articulada a inclusão do Posto de Saúde das aldeias no SCNES do município.

No Município de Angra dos Reis a reunião foi muito produtiva e a articulação foi excelente. Informaram que o Município já realiza atendimentos de Média e Alta complexidade.

Nota-se que realmente o DSEI está em constante articulação com todos os Municípios onde há população indígena para solução das demandas em parceria.

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Osvaldo Nelson Villasanti

Apoiador Litoral Sul/SESAI/MS

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