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VIDA EM FAMÍLIA SELEÇÃO DE ESCRITOS BAHÁ’ÍS Uma compilação preparada pela Casa Universal de Justiça

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VIDA EM FAMÍLIA

SELEÇÃO DE ESCRITOS BAHÁ’ÍS

Uma compilação preparada pela Casa Universal de Justiça

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Vida em Família

© 2010 copyleftTodos os direitos em português reservados para:

EDITORA BAHÁ’Í DO BRASILCaixa Postal 108513800-973 Mogi Mirim SP

www.editorabahaibrasil.com.brTítulo original em inglês: Family LifeCompilado pelo Departamento de Pesquisa da Casa Universal de JustiçaTradução por Bijan Ardjomand, salvo textos já publicados anteriormente.ISBN: 978-85-320-0210-5

1a Edição: 1986 (publicado sob o título: Uma Onda de Ternura)2a Edição: 2010 (versão eletrônica)

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Sumário

I – Preservação dos Laços entre Marido e Esposa

II – Relacionamento e Responsabilidades entre Pais e Filhos

III–IntensificandoaVidaFamiliar

Bibliografia

Observai quão facilmente uma família onde reina a unidade conduz seus afazeres: como progridem seus membros, como prosperam no mundo! Seus negócios vão bem, desfrutam de conforto, tranquilidade e segurança, sua posição está garantida e chegam a ser invejados por todos. Tal família, dia a dia, só se engrandece e se eleva em honra duradoura.”

‘Abdu’l-Bahá

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I – Preservação dos Laços entre o Marido e a Esposa

Excertos dos Escritos de Bahá’u’lláh

1. E quando desejou manifestar graça e benefício aos homens, e trazer ordem ao mundo, revelou Ele observâncias e criou leis. Entre estas, estabeleceu a lei do matrimônio como fortaleza para o bem-estar e salvação, e nos exortou a observá-la, segundo a revelação do céu da santidade inscrita em Seu Mais Sagrado Livro. Diz Ele – e grande é Sua glória: “Casai-vos para que apareça de vós quem se lembre de Mim entre Meus servos; este é um de Meus mandamentos a vós; obedecei-o, em vosso próprio benefício.”— Orações Bahá’ís, pp. 52-3.

2. Casai-vos, ó povo, para que apareça de vós quem faça menção de Mim entre os Meus servos.EsteéoMeumandamentoavós;observai-ocomfirmezaparaovossoprópriobem.— O Kitáb-i-Aqdas, K63, p. 34.

3. Todos devem saber, e neste sentido alcançar os esplendores do sol da certeza e serem assim iluminados: a mulher e o homem têm sido e sempre serão iguais aos olhos de Deus. O Alvorecer da Luz de Deus derrama sua radiância sobre todos com o mesmo resplendor. Verdadeiramente, Deus criou a mulher para o homem, e o homem para a mulher. Os mais amados dos seres humanos são os que são mais constantes e aqueles que superaram outros em seu amor a Deus, exaltada seja Sua glória.— Mulher, p. 42.

4. O começo da magnanimidade é quando o homem despende seus recursos para si próprio, sua família e os pobres entre seus irmãos de Fé.— Epístolas de Bahá’u’lláh, p. 174.

Excertos dos Escritos e Discursos de ‘Abdu’l-Bahá

5. O casamento bahá’í é o compromisso recíproco das duas partes, e sua ligação mútua de coração e mente. Cada um deve, porém, exercer o máximo cuidado para familiarizar-se to-talmentecomocaráterdooutro,paraqueofirmeconvênioentreelessejaumlaçoquedurepara sempre. Seu propósito deve ser este: tornarem-se amorosos companheiros e camaradas, unidos um ao outro por todo o sempre....

O verdadeiro casamento de bahá’ís é este: que o marido e a mulher estejam unidos física e espiritualmente, que sempre melhorem a vida espiritual um do outro, e que desfrutem de unidade sempiterna em todos os mundos de Deus. É este o casamento bahá’í.— Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 106

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6. O matrimônio, entre a generalidade do povo, é um laço físico, e essa união só pode ser temporária,poisestápredestinadaàseparaçãofísicanofinal. Entre o povo de Bahá, porém, o casamento deve ser união tanto física quanto espi-ritual, pois aqui ambos os cônjuges estão extasiados com o mesmo vinho, enamorados pela mesma Face incomparável; ambos vivem através do mesmo espírito, através deles movem, e são iluminados pela mesma glória. Essa relação entre eles é espiritual e, portanto, é laço que permanecerá para todo o sempre. Da mesma forma, no mundo físico, desfrutam de laços fortes e duráveis, pois, se o casamento é baseado tanto no espírito como no corpo, essa é uma união verdadeira e por isso haverá de durar. Entretanto, se o laço for apenas físico, e nada mais, é certo que será só temporário, tão somente, e deverá inexoravelmente terminar em separação. Portanto, quando o povo de Bahá tenciona casar, a união deve ser uma relação ver-dadeira, uma aproximação espiritual bem como física, de modo que através de todas as fases da vida, e em todos os mundos de Deus, sua união perdurará; porque essa verdadeira unidade é uma centelha do amor de Deus.— Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 105.

7. Ó vós dois, crentes em Deus! O Senhor - incomparável é Ele - fez a mulher e o homem para viverem unidos na mais íntima associação, e serem como uma só alma. São dois esteios mútuos, dois amigos íntimos que deveriam atentar para o bem-estar um do outro. Se desse modo viverem, passarão por este mundo com perfeito contentamento, êxtase, e paz interior, e tornar-se-ão objeto do favor e da graça divina no Reino do céu. Se, porém agirem de outro modo, passarão a vida em grande amargura, desejando a todo o momento a morte,eficarãoenvergonhadosnoreinocelestial. Esforçai-vos, portanto, de coração e alma, por permanecerdes juntos assim como dois pombos no ninho, pois isso é ser abençoado em ambos os mundos.— Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 110.

8. Em resumo, as bases do Reino de Deus estão alicerçadas na harmonia e amor, unicidade, afinidadeeunião,enãosobredivergências,especialmenteentreoesposoeaesposa.Seumdestesdoissetornaacausadedivórcio,este,inquestionavelmente,cairáemgrandesdificul-dades, se tornará a vítima de formidáveis calamidades e sentirá grande remorso.— Preservando Casamentos Bahá’ís, p. 5.

9. Criar uma família é sumamente importante para o homem. Enquanto é jovem, devido àauto-complacênciajuvenil,nãosedácontadeseusignificado,masissoseráumafontede arrependimento quando envelhecer... Nesta gloriosa Causa, a vida de um casal deveria assemelhar-se à vida dos anjos no céu - uma vida cheia de alegria e delícia espiritual, uma vida de unidade e concórdia, uma amizade tanto mental como física. O lar deve ser ordeiro e bem organizado. Suas ideias e pensamentos devem como raios do sol da verdade e a ra-diância das brilhantes estrelas do céu. Como dois pássaros, devem trinar melodias sobre os ramos da árvore da camaradagem e harmonia. Devem sempre estar exultantes de alegria e contentamento e serem uma fonte de felicidade para os corações dos outros. Devem ser um exemplo para os outros homens, manifestar verdadeiro e sincero amor um pelo outro e educar seusfilhosdetalmaneira,queproclameafamaeglóriadesuafamília.— Uma Onda de Ternura, p. 34.

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10. ... quanto mais distante for a consanguinidade entre o casal melhor, pois tais matrimônios provêm a base para o bem-estar físico da humanidade e promovem a camaradagem entre os povos.— ‘Abdu’l-Bahá citado em O Kitáb-i-Aqdas, pp. 185-6.

11. A sabedoria divina decretou que parceiros para o casamento devem ser de origens distan-tes. Isto é, quanto mais distante for o parentesco entre marido e esposa, mais forte, mais bela e mais saudável será sua prole.(De uma Epístola traduzida do árabe e persa para o inglês)

12. Certamente, todos devem ser hoje chamados ao amor, unidade e benevolência; à integri-dade, amizade, companheirismo e adoração a Deus. Espero que você e seu querido esposo continuem a servir com todo espírito de fragrância e que neste mundo permaneçam duas velas radiantes e no horizonte eterno resplandeçam como duas estrelas brilhantes.(De uma Epístola traduzida do persa para o inglês)

13. Quanto a teu honrado esposo: incumbe a ti tratá-lo com grande bondade, levar em conta seus desejos, e ter para com ele uma atitude conciliatória em todos os momentos - até que ele veja que, porque te dirigiste ao Reino de Deus, tua ternura para com ele e teu amor a Deus têm aumentado, bem como tua consideração por seus desejos em todas as circunstâncias. Imploro aoTodo-Poderosoque temantenhafirmementededicadaaoSeuamor, esempre ocupada em difundir os doces sopros de santidade por todas essas regiões.— Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 109.

14. Ó serva de Deus! Sua certa chegou. Seu querido esposo deseja completar sua educação e você está ansiosa para ir à África. Ora, vocês devem consultar um com o outro, deliberar com o máximo amor e chegar a uma decisão sensata, e serem completamente unidos, pois marido e esposa devem ser como uma só pessoa para que possam ser bem-sucedidos em todos os assuntos.(De uma Epístola traduzida do persa para o inglês)

15. Perguntas se um esposo seria capaz de impedir sua esposa de abraçar a luz divina ou uma esposa de dissuadir seu esposo de ganhar entrada no Reino de Deus. Na verdade, nenhum deles poderia impedir o outro de entrar no Reino, a não ser que o esposo tenha um excessivo afeiçoamento à esposa ou a esposa ao esposo. De fato, se qualquer um dos dois adorasse o outro a ponto de excluir Deus, então cada um deles poderia impedir o outro de procurar admissão em Seu Reino.— Uma Onda de Ternura, pp. 22-3.

Excertos de Cartas Escritas em nome de Shoghi Effendi

16. É triste e penoso que … maridos e esposas não têm o costume de se olhar olho no olho. Creio que em semelhantes casos, nosso falecido Mestre insistia em máxima prudência e consideração da parte daquelas bahá’ís cujos maridos não simpatizavam com seu trabalho.

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Ele achava que eles deviam ser conquistados mais pelo amor do que talvez por argumentos, mas seria muito infeliz se além de tudo que ela deve fazer pela sua família ele ainda se opu-sesse ao seu trabalho para a Fé.(De uma carta, datada de 28 de março de 1928, a um bahá’í)

17. É muito triste quando tais diferenças de opinião e crença ocorrem entre marido e mulher e, indubitavelmente,emtemposdedificuldade.Entretantoamaneiracomopoderiaserremediadonão é agindo de tal modo a que se aliene a outra pessoa. De fato, um dos objetivos da Causa é de ocasionar um laço mais íntimo nos lares. Portanto, em todos os casos desta natureza, o Mestre costumava aconselhar obediência aos desejos da outra pessoa e oração. Ore para que seu esposo possa gradualmente ver a luz e ao mesmo tempo aja de tal modo a atraí-lo para mais perto em vez de criar prevenção. Assim que esta harmonia esteja assegurada então será capaz de servir sem empecilhos.— Uma Onda de Ternura, p. 37.

18.ShoghiEffendiconfiaque...suaesposapoderádevotarumpoucomaisdetempoasuafamília, mas ele também espera que possa ajudá-la a criar o tempo e a oportunidade para servir a Causa que lhe é tão amada e íntima de seu coração e na qual seus serviços são muito apreciados.— Mulher, p. 46.

19. A respeito de sua pergunta sobre a natureza e o caráter do casamento bahá’í. Como você acertadamenteafirmou,talcasamentoécondicionadoàcompletaaprovaçãodetodososquatropais.Suaafirmativanosentidodequeoprincípiodaunicidadedogênerohumanoprevinequalquer bahá’í verdadeiro de considerar a raça em si como um impedimento à união, tam-bém está em completa harmonia com os Ensinamentos da Fé. Pois tanto Bahá’u’lláh como ‘Abdu’l-Bahá nunca desaprovaram a ideia de casamento interracial, nem a desencorajaram. De fato, os ensinamentos bahá’ís, pela sua própria natureza, transcendem todas as limitações impostasporraça,ecomotaisjamaispodemnemdevemseidentificarcomqualquerescolaparticulardefilosofiaracial.— Diretrizes do Guardião, pp. 20-1.

20. O padrão bahá’í da moralidade sexual é, portanto, muito elevado, porém, de modo algum excessivamente rígido. Enquanto o amor livre é condenado, o casamento é considerado um ato sagrado a que todo homem deve ser encorajado, embora não forçado. O instinto sexual, como outros instintos humanos, não é necessariamente mau. É uma força que, se adequadamente direcionado, pode trazer alegria e satisfação ao indivíduo. Se usado incorretamente ou abu-sado, certamente traz dano incalculável não somente ao indivíduo, mas também à sociedade na qual ele vive. Embora os bahá’ís condenem o ascetismo e todas as formas extremas de auto-flagelação,aomesmotempoveemdesfavoravelmenteasteoriasatuaisdeéticasexualque só podem trazer ruína à sociedade humana.(De uma carta, datada de 29 de maio de 1935, a um bahá’í)

21. Pois Bahá’u’lláh, em Seu Livro das Leis, revela explicitamente que o verdadeiro propósito docasamentoéaprocriaçãodosfilhosque,aocrescerem,terãoacapacidadedeconhecera Deus e reconhecerem e observarem Seus Mandamentos e Leis revelados através de Seus Mensageiros. De acordo com os Ensinamentos Bahá’ís, o casamento é, portanto, um ato pri-

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mariamente social e moral. Seu objetivo transcende as necessidades e interesses imediatos dos parceiros...(De uma carta, datada de 14 de outubro de 1935, a um bahá’í)

22. Quanto à atitude de seu esposo em relação à Causa; por mais temerosa que possa ser, deve sempre ter esperança que através de meios conciliatórios e amigáveis, e com esforço sábio, diplomático e paciente, pode gradualmente ter sucesso em conquistar sua simpatia para com a Fé. Sob nenhuma circunstância deve tentar ditar ou impor a ele pela força suas convicções religiosas pessoais. Nem tão pouco deve permitir que sua oposição à Causa, impeçam seria-mentesuasatividades...Deveagirpacientemente,diplomaticamenteecomconfiançaqueseus esforços estão sendo guiados e reforçados por Bahá’u’lláh.— Uma Onda de Ternura, p. 41-2.

23. Porém, ao mesmo tempo em que o Guardião aprova totalmente seu desejo de dedicar toda a sua vida ao serviço da Causa, ele sente também a necessidade de chamar sua atenção para o fato de que, caso você venha a se casar, como esposa bahá’í será seu dever não descuidar dos deveres domésticos que, na verdade, formam parte integrante e vital de seu trabalho bahá’í em geral. Assuntos familiares certamente devem ser subordinados aos interesses coletivos e o bem da Causa. Mas, se um bahá’í deseja levar uma vida normal, bem equilibrada e cons-trutiva, precisa dar-lhes a devida importância. Os graus de lealdade de um bahá’í não têm a mesma obrigatoriedade e importância, mas isso não os torna irreconciliáveis.(De uma carta, datada de 23 de novembro de 1937, a um bahá’í)

24. Resumidamente, a concepção bahá’í sobre sexo é baseada na crença de que a castidade deveria ser estritamente observada por ambos os sexos, não só por ser em si mesma etica-mente muito louvável, mas, também, por ser a única maneira para uma vida conjugal feliz e bem sucedida. Portanto, relações sexuais, de qualquer tipo, fora do casamento, não são permissíveis e, quem quer que infrinja esta regra, não só será responsável perante Deus, mas incorrerá também, na punição necessária por parte da sociedade. A Fé Bahá’í reconhece o valor do impulso sexual, mas condena suas expressões ilegí-timaseimpróprias,taiscomo,oamorlivreeoutras,todasasquaisconsideradefinitivamenteprejudiciais ao homem e à sociedade na qual ele vive. O uso apropriado do instinto sexual é direito natural de cada indivíduo e é precisamente por esta razão que a instituição do casa-mento foi estabelecida. Os bahá’ís não creem na supressão do impulso sexual, mas, sim, na sua regulação e controle.— Uma Nova Raça de Homens, p. 11.

25. A Instituição do casamento, como estabelecida por Bahá’u’lláh, ao mesmo tempo que dá a devida importância ao aspecto físico da união marital, considera-o como subordinado aos propósitos e às funções morais e espirituais com que foi investido por uma Providência onisciente e amorosa. Somente quando a cada um destes diferentes valores é dada sua devida importância, e somente com base na subordinação do físico ao moral, e do carnal ao espiritual, podemserevitadostaisexcessosefaltadefirmezanasrelaçõesmaritais,comonossaépocaestá tão lamentavelmente testemunhando, e a vida doméstica será restituída à sua pureza original, preenchendo a verdadeira função para a qual foi instituída por Deus.— Uma Onda de Ternura, p. 44.

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26. A pergunta que você faz, quanto ao lugar que possa ter em nossa vida um profundo laço deamorcomalguémqueencontramos,alémdenossoesposoouesposa,éfacilmentedefinidaem vista dos ensinamentos. Castidade implica em uma vida sexual pura e casta tanto antes como depois do casamento. Antes do casamento, absolutamente casta; após o casamento, absolutamentefielaonossocompanheiroescolhido.Fielemtodososatossexuais,fielempalavras e ações. ...Fora de sua vida conjugal normal e legítima, deveriam procurar estabelecer laços de companheirismo e amor, em sua vida física. Este é um dos muitos campos em que incumbe aos bahá’ís de dar o exemplo e assumir a liderança para um padrão de vida verdadeiramente humana, quando a alma do homem é exaltada e, seu corpo, tão somente, a ferramenta para seu espírito esclarecido. Desnecessário é dizer, que isto não impede que se viva uma vida sexual perfeitamente normal, através da legítima via do casamento.— Uma Nova Raça de Homens, pp. 11-2.

27.Elelamentasaberdasdificuldadesquesurgiramentrevocêeseumaridoarespeitodaeducação de suas crianças. De qualquer modo, sempre que bahá’ís casam com não bahá’ís, especialmente de outra fé, devem ter algum entendimento antecipado acerca da futura educação religiosadosfilhos;casoissonãotenhasidofeito,eseospaisnãoconseguiremseentender,o bahá’í deve buscar o parecer de sua Assembleia.(De uma carta, datada de 8 de setembro de 1947, a um bahá’í)

28.Elesentefortementequeosbahá’ís,maisespecificamentebahá’ísqueservemaCausatãoativa e conspicuamente como você e sua família o fazem, deveriam, se possível, dar um nobre exemplo, sob todas as formas, aos crentes mais novos e aos jovens bahá’ís. Visto Bahá’u’lláh ter sido tão contra o divórcio (ainda que Ele o permitisse) e considerasse o casamento uma responsabilidade extremamente sagrada, os crentes deveriam fazer tudo o que estiver a seu alcance para preservar os casamentos que contraíram e transformá-los em uniões exemplares, governadas pelos mais nobres motivos.— Preservando Casamentos Bahá’ís, pp. 13-4.

29. Os problemas matrimoniais são com frequência muito complicados e sutis, e nós bahá’ís, sendo pessoas esclarecidas e progressistas, não deveríamos hesitar, caso pareça necessário e desejável, em procurar ajuda na ciência para tais assuntos. Se você e seu esposo discutissem seus problemas – juntos ou separadamente - com um médico, poderia vir a descobrir que pode curar seu próprio esposo, ou pelo menos tentar de fazê-lo. É uma grande pena que dois crentes, unidos nesta gloriosa Causa e abençoados com uma família, não sejam capazes de viver juntos de modo verdadeiramente harmonioso ele sente que devem começar a agir construtivamente e não devem permitir que a situação se agrave. Quando a sombra da separação paira sobre um casal eles devem mover céus e terras em seus esforços para evitar que se torne realidade.— Preservando Casamentos Bahá’ís, p. 16.

30. Ele a aconselha, pelo menos por um período, a se esforçar e se conciliar com seu marido, dedicando-se a ele, sendo amorosa e paciente. Talvez deste modo possa abrandar sua posição em relação à Fé. No entanto, ele não tem o direito de tentar e fazê-la desistir. A relação de

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uma alma com seu Criador é puramente pessoal e sagrada, e ninguém tem o direito de fazer imposição em tais questões.(De uma carta, datada de 17 de fevereiro de 1950, a um bahá’í)

Excertos de Cartas Escritas pela Casa Universal de Justiça e em seu Nome

31. Bahá’u’lláh veio para trazer unidade ao mundo e uma unidade fundamental é aquela dafamília.Portanto,temosdecrerqueaFétemcomofinalidadefortalecerafamíliaenãoenfraquecê-la. Por exemplo: serviço a Causa não deve gerar desatenção para com a família. É importante que disponha seu tempo de tal modo que sua vida doméstica seja harmoniosa e seu lar receba a atenção que necessita.

Bahá’u’lláh também frisou a importância da consulta. Não devemos pensar que este método,dignodevalornaprocuradesoluções,estáconfinadoàsinstituiçõesadministra-tivas da Causa. Consulta em família, empregando plena e franca discussão e animada pela conscientizaçãodanecessidadedemoderaçãoeequilíbrio,podeserapanaceiadeconflitosdomésticos. As esposas não deveriam procurar dominar seus maridos, e nem os maridos às suas esposas. — Preservando Casamentos Bahá’ís, p. 20.

32. A Epístola de ‘Abdu’l-Bahá… a que você se refere no primeiro parágrafo da sua carta é apenas uma exortação, não uma determinação.1 Além disso, ela foi revelada em honra de alguma bahá’í do Irã que deve ter escrito a ‘Abdu’l-Bahá, pedindo orientação em relação aalgumasituaçãoespecífica. Infelizmente,ascircunstânciasconcernentesà revelaçãodaEpístola não são conhecidas, porque a carta correspondente não foi encontrada. A citação deve, portanto, ser considerada como uma exortação revelada para satisfazer uma situação específica.Essacitação,assimcomomuitasoutras,foiincluídanacompilaçãoparatornardisponível aos amigos Escritos sobre diferentes aspectos da vida familiar. Atraduçãofoiverificada,enãohádúvidadequeotextoeminglêsestácorreto. Como você diz, o princípio da igualdade entre homens e mulheres é inequívoco. Os Escritos sobre o tema são claros e sem ambiguidades. Repetidas vezes, a Casa de Justiça mencionou que há momentos em que o marido e a mulher devem ceder um aos desejos do

1 A crente indagou a respeito da alusão à afirmação referente à “obediência (da esposa) e consideração para com seu marido” no texto da seguinte Epístola de ‘Abdu’l-Bahá:

“Ó Serva do Deus Todo-Suficiente! Empenhai-vos para que porventura sejais capacitadas a adquirir virtudes tais que as possam honrar e distinguir dentre todas as mulheres. De certo, não há orgulho e glória maior para uma mulher do que ser uma serva na Corte de Grandeza de Deus; e o que pode fazê-la merecer tal posição são as qualidades de um coração alerta e desperto; uma firme convicção da unidade de Deus, o Incomparável; um amor sincero por todas as suas servas; imaculada pureza e castidade; obediência e consideração para com seu marido; atenção à educação de seus filhos; compostura, calma, dignidade e autocontrole; zelo em louvar a Deus; e adorá-Lo noite e dia; constância e firmeza em Seu sagrado Convênio; e o máximo de ardor, entusiasmo e apego à Sua Causa. Suplico a Deus que lhe seja conferida a totalidade desses favores.”

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outro. Exatamente em que circunstâncias deve ocorrer tal condescendência é uma questão que cada casal deve determinar. Caso – que Deus nos livre – eles não cheguem a um acordo esuadiscordâncialeveàalienação,devemprocuraroconselhodaquelesemquemconfiameemcujasinceridadeebomsensotêmconfiança,afimdepreservarefortalecerseuslaçoscomo uma família unida. A Casa de Justiça tem a esperança de que a explicação acima há de ajudar a aliviar suas perplexidades com relação aos direitos do marido e da esposa na família. No entanto, para um maior entendimento, talvez você queira recorrer à recém-liberada compilação a respeito da mulher.2

(De uma carta, datada de 2 de outubro de 1986, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a uma bahá’í)

33. Como você sabe, o princípio da unicidade do gênero humano é descrito nos Escritos Bahá’ís como o eixo em torno do qual giram todos os Ensinamentos de Bahá’u’lláh. Ele tem amplas implicações que afetam e remodelam todas as dimensões da atividade humana. Clama por uma mudança fundamental no modo como as pessoas se relacionam umas com as outras, e a erradicação daquelas práticas consagradas pelo tempo que negam o direito humano intrínseco de todo indivíduo de ser tratado com consideração e respeito. Dentro do ambiente familiar, os direitos de todos os membros devem ser respeitados. ‘Abdu’l-Baháafirmou:

“A integridade dos laços de família deve ser constantemente levada em con-sideração, e os direitos de cada um de seus membros não devem ser transgre-didos.Osdireitosdofilho,dopai,damãe-nenhumpodesertransgredido,nenhumdeveserarbitrário.Assimcomoofilhotemcertasobrigaçõesparacomseupai,domesmomodoopaitemcertasobrigaçõesparacomseufilho.A mãe, a irmã e outros membros da família têm certas prerrogativas. Todos esses direitos e prerrogativas devem ser preservados...” — A Promulgação da Paz Universal, p. 207.

Ousodaforçapelofisicamentefortecontraofraco,comomeiodeimporaprópriavontade e satisfazer os próprios desejos, é umaflagrante transgressão aosEnsinamentosBahá’ís.Nãopodehaverqualquerjustificativaparaqualquerpessoa,atravésdousodaforçaou da ameaça de violência, obrigar outra a fazer algo a que ela não esteja disposta. ‘Abdu’l-Bahá escreveu: “Ó vós que amais a Deus! Neste ciclo, o ciclo de Deus Todo-Poderoso, a violência e a força, a coerção e a opressão, são todas condenadas.” Aqueles que, levados pelas suas paixões ou pela sua incapacidade de disciplinar ou controlar sua fúria, estiverem inclinadosainfligirviolênciaemoutroserhumano,devemestaratentosàcondenaçãodetãovergonhosa conduta pela Revelação de Bahá’u’lláh. Entre os sinais da decadência moral no declínio da ordem social, encontramos a ele-vada incidência da violência dentro da família, o aumento do degradante e cruel tratamento depaisefilhos,eaproliferaçãodoabusosexual.Éessencialqueosmembrosdacomunidadedo Nome Supremo tomem a máxima precaução para não serem levados a aceitar tais práticas porserempredominantes.Devemestarsempreatentosaoseudeverdeexemplificarumnovo

2 Compilação intitulada: Mulher; Editora Bahá’í do Brasil; 1a edição 2006.

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modo de vida que se destaca pelo seu respeito à dignidade e direitos de todas as pessoas, pela sua elevada qualidade moral, e por estar livre de opressão e de todas as formas de abuso. A consulta foi ordenada por Bahá’u’lláh como um meio pelo qual se deve alcançar aconcórdiaedefinirumplanodeação.Elapodeseraplicadaaosparceirosnocasamento,dentro da família e, na verdade, a todas as áreas em que os bahá’ís participam de tomada de decisão recíproca. Ela requer que todos os participantes expressem suas opiniões com abso-luta liberdade e sem receio de serem censurados e de suas opiniões serem desprezadas; esses prerrequisitos para o sucesso são inatingíveis se houver a presença do temor de violência ou abuso. Há diversas questões referentes ao tratamento da mulher, e são melhor consideradas à luz do princípio da igualdade dos sexos, anunciado nos Ensinamentos Bahá’ís. Este princípio é muito mais que a enunciação de ideias admiráveis; tem profundas implicações em todos os aspectos das relações humanas e deve ser um elemento integrante da vida doméstica e comunitária bahá’í. A aplicação desse princípio ocasiona mudança nos hábitos e práticas que têm prevalecido por muitos séculos. Um exemplo disso é encontrado na resposta, em nome de Shoghi Effendi, à pergunta de se a prática tradicional, no qual o homem propõe casamento à mulher, é alterada pelos ensinamentos bahá’ís, de modo a permitir que a mulher faça proposta de casamento ao homem; a resposta é: “O Guardião deseja dizer que há absoluta igualdade entre os dois, e não é permitida qualquer distinção ou preferência...” Com o passar do tempo, quando os homens e mulheres bahá’ís se esforçam em aplicar mais completamente o princípio daigualdadedossexos,haveráumentendimentomaisprofundodasramificaçõesdeamplasconsequências desse princípio vital. Segundo ‘Abdu’l-Bahá: “Enquanto a verdadeira igual-dade entre o homem e a mulher não for plenamente atingida e estabelecida, é impossível que a humanidade atinja o mais elevado grau de desenvolvimento social.” A Casa Universal de Justiça, nos últimos anos, urgiu que haja encorajamento a uma maior participação das mulheres e moças bahá’ís nas atividades sociais, espirituais e adminis-trativas de suas comunidades, e apelou às mulheres bahá’ís a se levantarem e demonstrarem a importância de seu papel em todos os aspectos do serviço à Fé. É uma séria transgressão dos ensinamentos bahá’ís um homem usar força para impor sua vontade a uma mulher. ‘Abdu’l-Bahá disse:

“O mundo até agora tem sido governado pela força, e o homem tem domi-nado a mulher em virtude de sua maior força e de suas qualidades físicas e mentais mais agressivas. Mas a balança já está mudando; a força está perdendo seu predomínio, e a vivacidade mental, a intuição, e as qualidades espirituais de amor e serviço, nas quais a mulher é forte, estão ganhando ascendência.” — Bahá’u’lláh e a Nova Era, pp. 161-2.

Os homens bahá’ís têm a oportunidade de mostrar ao mundo à sua volta uma nova abordagem do relacionamento entre os sexos, no qual a agressão e o uso de força são elimi-nados e substituídos por cooperação e consulta. A Casa Universal de Justiça, em resposta a perguntas que lhe foram dirigidas, indicou que, no relacionamento conjugal, nem marido nem esposa devem dominar injustamente ao outro, e que há tempos em que tanto marido como esposa deve condescender aos desejos do outro se não puderem chegar a um consenso através de consulta; cada casal deve determinar exatamente em que circunstâncias deve ocorrer tal condescendência.

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Da Pena do próprio Bahá’u’lláh surgiu a seguinte declaração a respeito da questão do tratamento das mulheres: “Os amigos de Deus devem ser adornados com o ornamento da justiça e

equidade, benevolência e amor. Do mesmo modo que como não se deixam ser objetos de crueldade e transgressão, não devem permitir tal tirania para com as servas de Deus. Ele, verdadeiramente, diz a verdade e ordena aqui-loqueébenéficoaosSeusservoseservas.Eleéoprotetordetodosnestemundo e no vindouro.”

Nenhum marido bahá’í deve jamais bater em sua esposa, ou sujeitá-la a qualquer forma de crueldade; proceder dessa maneira seria um abuso inadmissível ao relacionamento conjugal e contrário aos ensinamentos de Bahá’u’lláh. A carência de valores espirituais na sociedade leva a uma desvalorização das atitudes que devem governar o relacionamento entre os sexos, sendo as mulheres tratadas como nada mais que objetos de satisfação sexual e sendo-lhes negado o respeito e a cortesia que todos os seres humanos merecem. Bahá’u’lláh advertiu: “Os que seguem seus desejos lascivos e inclinações corruptas têm errado e dissipado seus esforços. São, de fato, dos perdidos.” Os crentes bem poderiam ponderar o elevado padrão de conduta que são encorajados a almejar na declaração de Bahá’u’lláh, referente ao Seu “verdadeiro seguidor”, de que:

“E se ele encontrasse a mais bela e graciosa das mulheres, não sentiria o co-ração seduzido, nem por uma ligeira sombra de desejo pela sua beleza. Tal homem, realmente, é a criação da imaculada castidade. Assim vos instrui a Pena do Ancião dos Dias, segundo ordenado pelo vosso Senhor, o Onipotente, o Todo-Generoso.” —Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh, p. 222; 96.

Uma das transgressões sexuais mais abomináveis é o crime do estupro. Se uma cren-te for vítima, ela merece o amoroso auxílio e apoio dos membros de sua comunidade e, se assim desejar, tem o direito de mover uma ação contra o perpetrador, previsto na lei do país. Seemconsequênciadessaagressãoelaficargrávida,nãopodehaverqualquerpressãosobreela, por parte das instituições bahá’ís, para que se case. Quanto a continuar ou interromper a gravidez, cabe a ela decidir o que deve fazer, levando em consideração fatores médicos e outros fatores relevantes, e à luz dos ensinamentos bahá’ís. Se em consequência do estupro elagerarumacriança,ficaaseucritérioexigirdopaioapoiofinanceiroparaosustentodacriança; no entanto, em vista das circunstâncias, pela lei bahá’í, a reivindicação de qualquer direito a paternidade por parte deste deve ser questionado. O Guardião, numa carta escrita em seu nome, esclareceu que “A Fé Bahá’í reconhece o valor do impulso sexual”, e que “o uso apropriado do instinto sexual é direito natural de cada indivíduo, e é precisamente por essa razão que a instituição do casamento foi estabe-lecida.” Neste aspecto do relacionamento conjugal, e em todos os outros, deve haver mútua consideração e respeito. Se uma mulher bahá’í sofre abuso ou é submetida a estupro pelo seu marido, tem o direito de recorrer à Assembleia Espiritual para obter ajuda e aconselhamento, ou para obter amparo legal. Tal abuso põe a continuidade do casamento em grave perigo, e bem pode levar a uma condição de antipatia irreconciliável.(De uma carta, datada de 24 de janeiro de 1993, escrita em nome de Casa Universal de Justiça e um bahá’í)

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34. Em… resposta a um crente que desejava obter um entendimento mais profundo a respei-to da referência ao pai como chefe da família, há uma carta em nome da Casa Universal de Justiça que diz:

“Conformevocêdestacaemsuacarta,aCasaUniversaldeJustiçaafirmouque, devido a uma série de responsabilidades que recaem sobre seus ombros, o pai pode ser considerado como o “chefe” da família. Este termo, no entanto, nãotemomesmosignificadogeralmenteemuso.Masumnovosignificadodeve ser buscado à luz do princípio da igualdade entre homens e mulheres e da declaração da Casa Universal de Justiça de que nem marido nem esposa devem jamais dominar injustamente o outro. Anteriormente, em resposta à pergunta de um crente, a Casa de Justiça disse que o uso do termo “chefe” “não confere superioridade ao marido, nem lhe dá direitos especiais de mi-nar os direitos dos outros membros da família”. Disse também, que se não se puder chegar a um acordo através de consulta amorosa, “há momentos... em que a esposa deve ceder ao seu marido, e momentos em que o marido deve ceder à sua esposa, mas nenhum deles deve dominar injustamente o outro”; isto está em marcante com o uso convencional do termo “chefe”, ao qual é frequentemente relacionado o direito irrestrito de tomar decisões quando marido e esposa não conseguem entrar num acordo.”

(De uma carta datada de 15 de julho de 1993 escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

35. A preservação da unidade entre casais é de extrema importância, e se ela for minada pelo serviço à Causa, deve-se encontrar uma solução para remediar a situação. Em outras palavras, qualquer que seja o caminho que escolher, deve servir aos interes-ses da Fé e, ao mesmo tempo, propiciar o fortalecimento da sua união conjugal. Do excerto de uma carta escrita em nome do amado Guardião, você notará que os amigos jamais são encorajadosausaroserviçoàFécomoumajustificativaparanegligenciarsuasfamílias:

“Certamente Shoghi Effendi gostaria de ver você e outros amigos darem todo o seu tempo e energia à Causa, pois tempos grande carência de trabalhadores competentes, mas o lar é uma instituição que Bahá’u’lláh veio fortalecer e não enfraquecer. Muitas situações infelizes aconteceram em lares bahá’ís justa-mente por negligenciarem este ponto. Sirva à Causa, mas lembre-se também de suas obrigações para com seu lar. É você que deve encontrar o equilíbrio e cuidar para que nenhum a faça negligenciar o outro. Teríamos muito mais maridos na Causa se as mulheres fossem mais cautelosas e moderadas nas suas atividades bahá’ís.”

(De uma carta, datada de 18 de abril de 1994, em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

36. … É bom notar que o relacionamento conjugal em muitas instâncias requer um profundo ajustamento de comportamento da parte de cada um dos cônjuges. Como a intimidade do relacionamento expõe o melhor e o pior do seu caráter, ambos os cônjuges dedicam-se, por assim dizer, ao ato de manter o equilíbrio. Alguns casais são capazes de consegui-lo no início e manter um alto grau de harmonia durante todo o seu casamento. Muitos outros percebem que

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devem se esforçar durante algum tempo para alcançar tal harmonia. Enquanto certamente, os direitos pessoais de cada uma das partes no casamento devem ser apoiados pelo outro, deve-se ter em mente que o relacionamento de um para com o outro não se baseia simplesmente numa premissa legalística. O amor é o verdadeiro alicerce. Sendo assim, o apropriado não é uma reação puramente litigiosa em relação a maus atos de um cônjuge.(De uma carta, datada de 2 de janeiro de 1996, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

37. A questão que você levantou é de importância vital para os casais bahá’ís no tratamento das várias necessidades e oportunidades com as quais se defrontam na sociedade atual.3 Tal como em muitos outros aspectos da vida cotidiana, a resolução dessa questão deve ser busca-da através da compreensão e aplicação dos Ensinamentos da Fé. Os crentes devem entender claramente e permanecer imperturbados com o fato de que as soluções obtidas podem não ser consideradas adequadas por aqueles que não foram abençoados pela graça de aceitar o Prometido e que estão enredados por padrões de pensamento alheios aos ensinamentos bahá’ís, apesar de tais padrões serem amplamente aceitos pela generalidade da humanidade. Fundamental para a consideração dessa questão deve ser o propósito da vida para todososseguidoresfiéisdeBahá’u’lláh:conhecereadoraraDeus.Issoimplicaemserviçoaos semelhantes e no avanço da Causa de Deus. Ao perseguir esse propósito, eles devem se esforçar em desenvolver seus talentos e faculdades quanto possível, explorando as possibili-dades que se apresentarem diante deles. Por causa das limitações deste plano terreno, é inevitável que em muitas instâncias os crentes se vejam privados da oportunidade de desenvolver ao máximo os seus talentos. Isso pode ser devido à falta de recursos econômicos ou educacionais, ou à necessidade de satisfazer outras obrigações e cumprir outros deveres, tais como as responsabilidades voluntariamente assumidas relacionadas ao casamento e paternidade. Em algumas circunstâncias, isso pode resultar de uma decisão consciente de fazer sacrifícios em prol da Causa, tal como no caso um pioneiro se compromete a servir num posto que carece de recursos para o desenvolvi-mentodesuashabilidadesetalentosespecíficos.Noentanto,taisprivaçõeselimitaçõesnãoimplicam em que o bahá’ís envolvidos sejam incapazes de cumprir seu objetivo fundamental divinamenteordenado;elessãosimplesmenteelementosdodesafiouniversaldeavaliareequilibrar os muitos apelos ao tempo e esforço de cada um nesta vida. Não há resposta universalmente aplicável às questões que você levantou a respeito das decisões a serem tomadas pelos cônjuges quando marido e esposa, ambos estão na expectativa de oportunidades de carreira que parecem estar conduzindo-os a caminhos divergentes, pois ascircunstânciasvariamamplamente.Cadacasaldeveconfiarnoprocessodaconsultabahá’ípara determinar qual a melhor maneira de agir. Ao proceder desse modo, eles bem podem considerar os seguintes fatores entre outros:

∑ o senso de equidade que deve animar a consulta entre marido e esposa;

Respondendoaperguntas,anteriormenteaCasaUniversaldeJustiçaafirmou

3 O crente perguntou sobre as decisões a serem tomadas pelos cônjuges, quando ambos, marido e mulher, estão tendo oportunidades únicas em suas vidas profissionais, às quais os levam a tomarem diferentes caminhos.

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que a consulta amorosa deve ser o princípio predominante no relacionamento conjugal. Se não se puder chegar a um consenso, há momentos em que ou marido ou esposa devem ceder aos desejos do outro; em que circunstância exatamente deve ocorrer tal concessão é uma questão para cada casal decidir.

∑ A enérgica ênfase dos Escritos Bahá’ís na preservação dos laços do casamento e o fortalecimento da unidade entre os cônjuges;

∑ O conceito da família bahá’í, na qual a mãe é a primeira educadora das crianças, e o marido toma a responsabilidade primária pelo sustento da sua família;

Tal como foi dito em outra ocasião pela Casa Universal de Justiça, isso de modoalgumsignificaqueessasfunçõessejamfixaseinflexíveisenãopos-samsermodificadaseajustadasparaseadequaremasituaçõesparticularesda família.

∑ diversas circunstâncias que podem surgir, tais como perspectivas de emprego em tempo de desemprego predominante, oportunidades incomuns ou habilidades que um dos cônjuges possa ter, ou necessidades prementes da Causa que possam precisar de uma resposta que exija sacrifício.

Semdúvida,osucessodetalconsultaseráinfluenciadopelaatitudedesúplicacoma qual estiver permeada, o respeito mútuo de cada um dos parceiros pelo outro, seu sincero desejo de imaginar uma solução que preserve a unidade e harmonia entre eles mesmos e os outros membros da família, e sua disposição de fazer concessões e ajustes em condições de igualdade. Àmedidaque,naspróximasdécadaseséculos,asociedadeevoluirsobainfluênciatransformadora da Revelação de Bahá’u’lláh, certamente passará por mudanças fundamentais quepropiciarãoaaplicaçãosocialdosensinamentosbahá’ísealiviarãoasdificuldadesenfren-tadas por casais que procuram satisfazer seu ardente desejo de servir à Causa de Bahá’u’lláh atravésdassuasatividadesprofissionais.(De uma carta, datada de 26 de junho de 1996, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

38. Numa passagem de uma Epístola de ‘Abdu’l-Bahá… afirmou: “Tenhas teu esposo em alta estima e sempre lhes mostres um temperamento amigável, não importa quão mal-humorado esteja....”4

Em resposta a uma pergunta sobre esta declaração, foi fornecido o seguinte esclare-cimento numa carta do Secretariado de 12 de abril de 1990:

4 No texto da Epístola lê-se o seguinte: “Tenhas teu esposo em alta estima e sempre lhes mostres um temperamento amigável, não importa quão mal-humorado esteja. Mesmo que tua amorosa bondade o torne mais amargo, manifestes tu mais bonda-de, mais carinho, sejas amorosa e tolere suas ações cruéis e maus-tratos.” (Uma Onda de Ternura, p. 27.)

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“Certamente nenhum marido deve submeter sua esposa a qualquer tipo de abuso, e tal conduta repreensível é a antítese do relacionamento de respeito mútuo e equidade ordenados nos escritos bahá’ís – um relacionamento governado pelos princípios da consulta e isento do uso de força para impor obediência à sua própria vontade. Se uma esposa bahá’í se encontrar em tal situação e sentir que não pode resolvê-la através de consulta com seu marido, ela bem pode recorrer à Assembleia Espiritual Local em busca de conselho e orientação,edevetambémperceberqueéaltamentebenéficobuscarauxíliodeconselheirosprofissionaiscompetentes.Seomaridotambémforbahá’í,a Assembleia Espiritual local pode chamar sua atenção para a necessidade deevitarcondutaabusivae,emcasodenecessidade,tomarmedidasfirmespara encorajá-lo a agir de acordo com as advertências dos ensinamentos.”

(De um memorando, datado de 20 de março de 2002, escrito pela Casa Universal de Justiça)

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II – Relacionamento e Responsabilidades entre Pais e Filhos

Excertos dos Escritos de Bahá’u’lláh

39.Édeverobrigatóriodospaiseducarseusfilhosaseremfirmesnafé,poisacriançaquese aparta da religião de Deus não agirá de modo a conquistar o agrado de seus pais e de seu Senhor. Toda a ação louvável nasce da luz da religião, e faltando-lhe esta suprema bênção, a criança não se afetará de nenhum mal, nem se aproximará de nenhum bem.— Educação Bahá’í, p. 16.

40. E em outra Epístola estas palavras excelsas foram reveladas: Ó Muhammad! O Ancião dos Dias volveu para ti a Sua face, fazendo menção de ti e exortando o povo de Deus a educar as suas crianças. Se um pai negligenciar este importantíssimo mandamento estabelecido no Kitáb-i-Aqdas pela Pena do Rei Eterno, ele será privado dos direitos da paternidade, e será considerado culpado ante Deus. Feliz quem grava em seu coração as admoestações do Senhor, esegura-sefirmementeaelas.Deus,emverdade,ordenaaseusservosaquiloqueoshaverádeauxiliarebeneficiar,equeoscapacitaráaseaproximard’Ele.EleéoOrdenador,oEterno.— O Kitáb-i-Aqdas, p. 113.

41.Osfrutosmaisdignosdaárvoredavidahumanasãoafidedignidadeeasantidade,averacidade e a sinceridade; porém, maior do que tudo, após o reconhecimento da unidade de Deus,louvadoeglorificadosejaEle,éaconsideraçãoàsprerrogativasquecabemaospaisdecadaum.EsseensinamentofoimencionadoemtodososLivrosdeDeus,ereafirmadopelaPenaExcelsa.ConsideraiaquiloqueoSenhorMisericordiosorevelounoAlcorão,glorifica-das são as Suas palavras: “Adorai a Deus, não associeis a Ele nenhum igual ou semelhante; e demonstrai bondade e caridade para com vossos pais...” Vede como a afeição e a benevolência para com os próprios pais foi unida ao reconhecimento do Deus uno e verdadeiro! Felizes aqueles dotados de verdadeira visão e entendimento, os que veem e percebem, que leem e compreendem, e que observam o que Deus revelou nos Livros Sagrados do passado, e nesta Epístola incomparável e maravilhosa.— O Kitáb-i-Aqdas, pp. 113-4.

42. A Pena de Glória aconselha a todos a respeito da instrução e educação das crianças. Vêde o que a Vontade de Deus revelou, quando chegamos na Cidade-Prisão, e o que anotou no Mais Sagrado Livro.5Atodopaiseordenaqueinstruísseofilhoeafilhanaartedelereescrevere em tudo o que se estabeleceu na Sagrada Epístola. De quem guarda o que lhe é ordenado, os Membros da Casa de Justiça devem, então, tomar dele o que é exigido para sua instrução, caso ele tenha recursos e, em caso contrário, cabe à Casa de Justiça. Verdadeiramente, Nós afizemosumamparoparaospobresenecessitados.Sealguémeducarseufilhoouofilho5 O Kitáb-i-Aqdas

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deoutros,écomoseestivesseeducadoumfilhoMeu.SobreeleestejaMinhaGlória,MinhaBenevolência, Minha Misericórdia, as quais abrangeram o mundo.— Epístolas de Bahá’u’lláh, pp. 141-2.

43. O que é de suprema importância para as crianças, o que deve preceder tudo o mais, é ensinar-lhes a unidade de Deus e as Leis de Deus. Pois, sem isto, não se pode incutir o temor aDeus,e,semotemoraDeus,surgirãoumainfinidadedeaçõesodiosaseabomináveis,eserão manifestados sentimentos que transgredirão todos os limites... Ospaisdevemenvidartodososesforçosparalevarseusfilhosaseremreligiosos,pois, se as crianças não atingirem este que é o maior de todos os ornamentos, não obedece-rãoaseuspais,oque,decertomodo,significaquenãoobedecerãoaDeus.Comefeito,taiscrianças não terão consideração por ninguém e farão exatamente o que lhes aprouver.— Educação Bahá’í, pp. 16-7.

44. Dize: Ó Meu povo! Honrai e homenageai vossos pais. Isto motivará bênçãos a caírem sobre vós das nuvens da generosidade de vosso Senhor, o Exaltado, o Grande.— Uma Onda de Ternura, p. 12.

45. Uma das características distintivas desta Dispensação suprema é que os pais daqueles que reconheceram e abraçaram a verdade desta Revelação – e, em glória do Seu Nome, o Senhor Soberano, sorveram o vinho seleto e lacrado do cálice do amor do Deus uno e verdadeiro – se exteriormente não forem crentes, na hora de sua morte serão benevolamente investidos do perdão divino e participarão do oceano de Sua misericórdia. Estagraça,noentanto,seráconcedidasomenteàquelasalmasquenãotivereminfligidoqualquer dano Àquele que é a Verdade Soberana nem aos Seus amados. Assim foi ordenado por Aquele que é o Senhor do Trono nas Alturas e o Governante deste mundo e do vindouro.(De uma Epístola traduzida do persa para o inglês)

Excertos dos Escritos e Discursos de ‘Abdu’l-Bahá

46.Óvósdois,meusamadosfilhos!Anotíciadevossaunião,logoquechegouamim,pro-vocouinfinitaalegriaegratidão.LouvadosejaDeus!Essasduasavesfiéisbuscaramabrigoem um só ninho. Suplico a Deus que os capacite a criar uma família nobre, pois a importância do casamento está no criar uma família ricamente abençoada, para que, com toda a alegria, possam iluminar o mundo, como velas. Porquanto a iluminação do mundo depende da exis-tência do homem. Se o homem não existisse no mundo, este seria como árvore sem fruto. É minha esperança que ambos vos torneis como uma só árvore e que, através das efusões da nuvemdabenevolência,possaisadquirirfrescoreencanto,floresceredarfrutos,paraquevossa linhagem perdure para sempre.Sobre vós esteja a Glória do Mais Glorioso.— Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, pp. 107-8.

47. Se nenhum educador houvesse, todas as almas permaneceriam selvagens, e, não fosse o professor, as crianças seriam criaturas ignorantes. É por esta razão que, neste novo ciclo, a educação e a instrução estão inscritas no Livro

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de Deus como sendo obrigatórias, e não como voluntárias. Isto é, ao pai e à mãe impõe-se, comoumdever,envidartodososesforçosparadarinstruçãoàfilhaeaofilho,paranutri-losdo seio do conhecimento e criá-los no regaço das ciências e das artes. Se negligenciarem esse assunto, terão de prestar contas, e serão dignos de reprovação na presença do austero Senhor.— Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 114.

48. Deveríeis considerar de fundamental importância a questão do caráter virtuoso. Incumbe atodopaietodamãeaconselharosfilhosduranteumlongoperíodo,eguiá-losàquelascoisasque conduzem à honra eterna.— Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 120.

49. As mães devem considerar prioritário tudo o que se relacione com a educação de crianças. Devem fazer todo esforço nesse sentido, pois quando o ramo está verde e tenro ele crescerá em qualquer direção na qual o orientardes. Cumpre às mães, portanto, criar seus pequenos do mesmo modo como um jardineiro cultiva as plantas novinhas. Que elas, dia e noite, esforcem-separainculcaremseusfilhosaféeacerteza,otemoraDeus,oamoraoBem-Amadodosmundos,etodasasboasqualidadesecaracterísticas.Semprequeamãevejaofilhoprocederbem, deve elogiá-lo e aplaudi-lo, e alegrar-lhe o coração; e se a menor característica indesejável manifestar-se,deveriaaconselharofilho,epuni-lousandométodosbaseadosnarazão-atémesmo através de leve reprimenda, caso isso seja necessário. Contudo, não é permissível bater numa criança, nem insultá-la, pois o caráter da criança será totalmente deturpado se ela for sujeitada a maus-tratos ou abuso verbal.— Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, pp. 112-3.

50. Enquanto as crianças estão ainda na infância, alimentai-as no seio da graça celestial, nutri-as no berço de toda excelência, criai-as nos braços da bondade. Proporcionai-lhes a vantagem de toda a espécie de conhecimento útil. Deixai-as partilhar de cada um dos novos, admiráveis e maravilhosos ofícios e artes. Estimulai-as ao trabalho e ao empenho, e acostumai-as a di-ficuldades.Ensinai-asadedicarasvidasparaassuntosdegrandeimportânciaeinspirai-asaempreenderestudosquebeneficiemahumanidade.— Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 116.

51. Se tu mostrares bondade e consideração aos teus pais de modo que eles geralmente possam estar contentes, isso igualmente Me agradará, pois os pais devem ser altamente respeitados e é essencial que se sintam contentes, contanto que não te impeçam de obter acesso ao Limiar do Todo-Poderoso, nem te impeçam de trilhar o caminho do Reino. Em verdade, incumbe-lhes encorajar e estimular-te nessa direção.

52. Acontece muitas vezes passarem pai e mãe pelas maiores provações e durezas por causa dosfilhos,eapenasesteschegamàidadeadulta,ospaistêmdepartirparaooutromundo.Raramenteveemnestemundoarecompensadoscuidadosquededicaramaosfilhos.Estes,pois,reconhecendo tais cuidados e sacrifícios, devem mostrar caridade e misericórdia e implorar perdão para os pais. Assim, o amor e a bondade que vos foram dispensadas pelo vosso pai, deveis retribuir, dando aos pobres em seu nome, rogando perdão e remissão de seus pecados com a maior humildade, implorando para ele a suprema misericórdia.— Respostas a Algumas Perguntas, p. 192.

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53.Arespeitodetuapergunta,sobreconsultadeumpaicomseufilho,oudeumfilhocomseu pai, em assuntos de negócio ou comércio: consulta é um dos elementos fundamentais do alicerce da Lei de Deus. Esse tipo de consulta é seguramente aceitável, quer seja entre pai e filho,oucomoutros.Nãohánadamelhorqueisso.Ohomemdeveconsultarsobretodososassuntos, porque isso o levará à origem de cada problema e o capacitará a encontrar a solução correta.— Uma Onda de Ternura, p. 25.

54.Óqueridode‘Abdu’l-Bahá!Sêofilhodeteupaiesêofrutodessaárvore.Sêumfilhonascidodesuaalmaedeseucoração,enãoapenasdaáguaedobarro.Umverdadeirofilhoéaquelequebrotoudaparteespiritualdohomem.PeçoaDeusquepossasserconfirmadoefortalecido em todos os tempos.— Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 126.

55.Opaidevesempreseesforçarparaeducarseufilhoedefamiliarizá-locomosensinamentoscelestiais. Deve sempre aconselhar e exortá-lo, ensinar-lhe uma conduta e caráter louváveis, capacitá-lo a receber treinamento escolar e de ser instruído em tais artes e ciências que sejam consideradas úteis e necessárias. Em resumo, que instile em sua mente as virtudes e perfeições do mundo da humanidade. Acima de tudo, deveria continuamente lembrá-lo de se recordar de Deus, de modo que suas palpitantes veias e artérias possam pulsar com o amor de Deus. Ofilho,poroutrolado,devedemonstraramáximaobediênciaparacomseupai,edeveria comportar-se como um servo humilde e modesto. Dia e noite, deveria procurar dili-gentemente de garantir o conforto e o bem-estar de seu amoroso pai e de se assegurar de sua boa-vontade. Deve esquecer-se de seu próprio descanso e prazer e constantemente se esforçar para levar alegria aos corações de seu pai e de sua mãe, para que assim possa alcançar a boa-vontade do Todo-Poderoso e ser benevolamente ajudado pela hostes invisíveis.— Uma Onda de Ternura, p. 26.

56. Entre as salvaguardas da Sagrada Fé está a educação das crianças, e isto encontra-se entre os mais importantes princípios em todos os Ensinamentos Divinos. Assim, desde o primeiro instante,asmãesdevemcriarosseusfilhosnoberçodamoralidade-poissãoasmãesospri-meiros educadores - de tal forma que, quando chegar à maturidade, a criança venha a provar que está dotada de todas as virtudes e qualidades dignas de louvor. E mais, de acordo com os mandamentos Divinos, toda criança precisa aprender a ler e escrever e deve adquirir conhecimento em tais áreas que sejam úteis e necessárias, bem como aprender uma arte ou ofício. O maior cuidado deve ser dedicado a estes assuntos; não é permissível nenhuma negligência, nenhuma falta de ação em relação a eles. Observai quantas instituições penais, casas de detenções e locais de tortura estão pron-tosparareceberosfilhosdoshomens,sendooseupropósitoimpedi-los,atravésdemedidaspunitivas, de praticar terríveis crimes ao passo que este próprio tormento e castigo apenas aumenta a perversão e, por tais meios, o objetivo desejado não pode ser adequadamente atingido. Portanto, o indivíduo tem que ser de tal forma orientado, desde a sua infância, que nunca seja levado a cometer um crime, mas, antes, dirija todas suas energias para a aquisi-ção da virtude, e encare a própria prática de uma má ação como a mais severa de todas as punições,considerandooatopecaminosoemsicomomuitomaisaflitivodoquequalquer

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sentença de prisão. Pois é possível treinar de tal forma o indivíduo que, embora o crime não seja totalmente banido, será, contudo, muito raro. A essência do que foi dito é esta: que a educação do caráter da humanidade é um dos maisimportantesmandamentosdeDeusequeainfluênciadeumataleducaçãoéidênticaàque o sol exerce sobre a árvore e o fruto. As crianças têm de ser atentamente vigiadas, pro-tegidas e educadas; nisto consiste a verdadeira paternidade e mercê dos pais. Se assim não for, as crianças tornar-se-ão ervas daninhas crescendo sem controle e transformar-se-ão na amaldiçoada Árvore Infernal,6 incapazes de diferençar o bem do mal, não distinguido as mais altas qualidades humanas do que é mesquinho e vil; serão criadas na vanglória e o Senhor Perdoador os abominará. É por este motivo que toda a criança recém-nascida no jardim do amor celestial requer a máxima educação e cuidado.— Educação Bahá’í, p. 37-8.

Excertos de Cartas Escritas em Nome de Shoghi Effendi

57.É,realmente,umcasomuitodesagradávelquandopaisefilhosdiferememalgunsimpor-tantes assuntos da vida, tal como o casamento, porém a melhor maneira não é desrespeitar as opiniões de cada um, nem discutir numa atmosfera carregada, mas em vez disto tentar chegar a um acordo de modo amigável.— Casamento Bahá’í, p. 28.

58.OGuardiãotambémficoumuitofelizemsaberquevocêfoiabençoadocomumacriança,e ele está certo que sua presença há de contribuir para um maior bem-estar e felicidade de vocês dois e para um maior enriquecimento de sua vida familiar bahá’í. Ele rezará para que, sob seu amoroso cuidado e orientação, esta querida criança possa crescer de corpo, bem como de espírito, e receba tal treinamento que posteriormente o capacite a sinceramente abraçar esta Causa e servi-la. Esta é certamente sua mais sagrada obrigação como pais bahá’ís, e do modo e do grau de seu cumprimento certamente dependerá o sucesso e a felicidade da sua vida familiar.(De uma carta, datada de 21 de julho de 1938 a um bahá’í)

59. Quanto às suas economias, o Guardião o aconselha a agir com moderação e, ao mesmo tempo em que aprova seu desejo de contribuir generosamente à Causa, ele o insta a levar em consideração seus deveres e responsabilidades para com seus pais, os quais, como você diz, necessitamseuauxíliofinanceiro.(De uma carta, datada de 10 de novembro de 1939 a um bahá’í)

60. A tarefa de criar uma criança bahá’í, como enfatizado repetidamente nos escritos bahá’ís, é principal responsabilidade da mãe, cujo privilégio incomparável é, verdadeiramente o de criar em seu lar condições tais como as que seriam conducentes tanto para o seu bem-estar material e espiritual como para o seu progresso. O treinamento que uma criança inicialmente recebe

6 O Zaqqúm, Alcorão 37:62, 44:43

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por intermédio de sua mãe constitui a mais rija fundação para o seu futuro desenvolvimento e, portanto deve ser a preocupação preeminente de sua esposa... de doravante empenhar-se emdaraseufilhorecém-nascidoumtreinamentoespiritualtalquevenhaacapacitá-lomaistarde a totalmente assumir e adequadamente se desincumbir de todas as responsabilidades e deveres da vida bahá’í.— Uma Onda de Ternura, p. 46.

61. Com referência ao assunto da educação das crianças:7 dada a ênfase posta por Bahá’u’lláh e‘Abdu’l-Bahánanecessidadedeospaiseducaremseusfilhosenquantoaindaemtenraidade,pareceria preferível que eles recebessem sua primeira instrução em casa, por intermédio da mãe, ao invés de serem levadas para um jardim de infância. Se as circunstâncias, contudo, forçarem uma mãe bahá’í a adotar esta última solução, não pode haver objeção alguma.— Educação Bahá’í, p. 92.

62. A questão da instrução e educação das crianças, caso um dos pais seja um não-bahá’í, diz respeito apenas aos próprios pais, que deveriam decidir sobre isto de maneira que acharem melhor e mais conducente ao mantenimento da unidade da sua família, e ao futuro bem-estar deseusfilhos.Quandoascriançasatingemamaioridade,contudo,devemrecebercompletaliberdade para escolher sua religião, não importando a vontade e os desejos de seus pais.— Educação Bahá’í, p. 93.

63. Por profundas que sejam os laços familiares, devemos sempre lembrar que os laços espiri-tuais são muito mais profundos; são perenes e sobrevivem à morte, enquanto que laços físicos, amenosqueapoiadosporvínculosespirituais,estãoconfinadosaestavida.Devefazertudoque estiver sem eu poder através da oração e do exemplo, para abrir os olhos de sua família paraaFéBahá’í,masnãoseaflijademasiadamenteemvirtudedesuasações.Volva-separaseus irmãos e irmãs bahá’ís que estão vivendo consigo na luz do Reino. De fato, os amigos ainda aprenderam completamente a recorrer ao amor uns dos outros para fortalecimento e consolo em tempo de necessidade. A Causa de Deus é dotada de tremen-dos poderes e a razão pela qual os crentes não obtêm mais dela é porque não aprenderam a utilizarcompletamenteestaspoderosasforçasdeamor,firmezaeharmoniageradaspelaFé.(De uma carta datada de 8 de maio de 1942 para um bahá’í; 1o Parágrafo em: Uma Onda de Ternura, p. 49; segundo Parágrafo em: Viver a Vida, p. 20)

7 A carta recebida pelo Guardião diz:

Surgiu outra questão referente à educação de crianças. Algumas de nós que estão esperando bebês estamos pensando em colocar nossas crianças mais velhas (2 e meio a 3 anos) na... Escola Maternal que é uma excelente escola, conhecida em todo o país pelos seus admiráveis métodos de orientar crianças, uma vez que achamos que durante alguns meses seríamos mães inadequadas e porque na vizinhança faltam companheiros da mesma idade para essas crianças. Parece que a grande dificuldade é que, de acordo com os Escritos, a mãe é a mais importante instrutora até a criança chegar aos 6 ou 7 anos de idade. Naturalmente, nós queremos fazer aquilo que é melhor apreciamos seu auxílio.

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64. Com respeito à declaração do Guardião de que pioneirismo está condicionado ao con-sentimento dos pais e que seria necessário que eles concordassem, perguntastes se esta regra seaplicaigualmenteafilhosquesãomaioresdeidadeeàquelesqueaindanãosãomaioresde idade.— Uma Onda de Ternura, p. 50.

65. Bahá’u’lláh declarou claramente que o consentimento de todos os pais vivos é exigido para um casamento bahá’í. Isto tanto se aplica, se os pais são bahá’ís ou não-bahá’ís, divor-ciados a ano ou não. Ele estabeleceu esta grande lei para fortalecer a estrutura social, para entrelaçar mais os vínculos do lar, para depositar uma certa gratidão e respeito nos corações dosfilhosparacomaquelesquelhesderamavidaeenviaramsuasalmasnaviagemeternaem direção ao seu Criador. Nós bahá’ís, devemos compreender que na sociedade atual está ocorrendo o processo exatamente oposto: pessoas jovens importam-se cada vez menos com os desejos de seus pais, o divórcio é considerado um direito natural e obtido sob os pretextos maisinsignificantes,injustificáveiseindignos.Aspessoasseparadas,especialmenteseumadelastemacustódiatotaldosfilhos,estãomuitodispostasamenosprezaraimportânciadocompanheiro de casamento, também responsável, como um dos pais, por ter trazido estas crianças a este mundo. Os bahá’ís devem, através da rígida aderência às leis e ensinamentos bahá’ís, combater estas forças corrosivas que estão tão rapidamente destruindo a vida em família e a beleza dos relacionamentos familiares, e arrasando a estrutura moral da sociedade.— Uma Onda de Ternura, pp. 54-5.

66. Até a idade de 15 anos, as crianças se encontram sob a direção de seus pais. Aos 15 anos, elas podem declarar sua fé como uma convicção, e serem registradas como jovens bahá’ís, sejam seus pais bahá’ís ou não. As crianças abaixo de 15 anos, de pais bahá’ís, que deseja-rem participar de reuniões e se unirem aos amigos como bahá’ís, podem fazê-lo. Se pais não bahá’ís permitirem a uma criança menor de 15 anos participar de reuniões bahá’ís e de fato ser bahá’í, isso é igualmente permissível.(De uma carta, datada de 23 de julho de 1945, a uma Assembleia Espiritual Nacional)

67. Se a condição de saúde de seus pais é tal que sua presença é realmente necessária, então não deveria deixá-los. Entretanto, se existe algum outro parente que poderia cuidar deles, então poderia ajudar com o trabalho em... e ajudar os amigos a estabelecerem a Fé em bases sólidas ali.— Uma Onda de Ternura, p. 63.

Excertos de Cartas Escritas pela Casa Universal de Justiça e em seu Nome

68. A Casa Universal de Justiça recebeu sua carta de 23 de junho de 1977, na qual você ex-pressaseuprópriodesejoardente,edeseumarido,deverseusfilhoscresceremcomoapoia-dores ativos da Fé, e pergunta se, em vista das responsabilidades de pais bahá’ís no campo de pioneirismo, os aparentes sofrimentos das crianças resultantes do comprometimento de seus pais com o serviço da Causa serão de algum modo compensados. A Casa Universal de Justiça nos pediu para lhe transmitir os seguintes pontos:

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Ao considerar este problema, é importante ter em mente a realidade da unidade fami-liar, e o papel das crianças nas suas atividades…. Deve-se entender, também, que uma criança, desde o início de sua vida é uma alma consciente e pensante, um membro de sua família, com seus próprios deveres, e que de mui-tas maneiras é capaz de fazer seus próprios sacrifícios para a Fé. Sugere-se fazer as crianças perceberem que lhes é concedido o privilégio e a oportunidade de participar das decisões referentes aos serviços que seus pais podem oferecer, fazendo com que desse modo tomem sua própria decisão de aceitar esses serviços com consequência para suas vidas. De fato, as crianças devem ser levadas a perceber que o mais sincero desejo de seus pais é realizar tais serviçoscomoapoiointegraldosseusfilhos.(De uma carta, datada de 23 de agosto de 1977, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

69. A Casa Universal de Justiça recebeu sua carta, enviada em 19 de fevereiro de 1982, na qual você expressa seu ardente desejo de cumprir suas responsabilidades como mãe para guiarseusfilhoscorretamenteecapacitá-losasetornaremfirmesapoiadoresdaCausadaAbençoada Beleza. Fomos solicitados a lhe transmitir os seguintes pontos...

ACasadeJustiçacompartilhadesuaspreocupaçõesdequefilhosvindosdelaresdepais bahá’ís devotados tenham deixado a Fé. Infelizmente houve casos em que pais serviram aCausaemdetrimentodosfilhosedaunidadedafamília... Nos escritos, há muitas alusões referentes à orientação que os pais devem dar aos seus filhos.TalvezvocêtenhaestudadoacompilaçãoEducação Bahá’í... Essa compilação contém muitas referências à importância da unidade da família. Se osfilhosforemeducadosemlaresemqueafamíliaéfelizeunida,quepensamentoseaçõessão direcionados a assuntos espirituais e o progresso da Causa, há motivo de sobra para crer que eles adquirirão qualidades celestiais e se tornarão defensores de Sua Causa. Espera-se que o acima exposto possa lhe oferecer assistência e certeza e a capacite aabordarosdeveresdemãecomalegriaeconfiança.Nacondiçãodepais,assimcomoemtantos outros campos de empenho, podemos fazer o melhor possível, cientes de que inevita-velmentesairemosdospadrõesdeperfeiçãopelosquaisnosesforçamos,masconfiantesdeque Deus ajudará aqueles que trabalham no caminho de Sua Fé, responderá às nossas preces esanaránossasdeficiências.(De uma carta, datada de 29 de março de 1982, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

70. A Casa Universal de Justiça recebeu sua carta, de 14 de setembro de 1982, referente ao papeldaAssembleiaEspiritualLocalemorientarpaisefilhosnospadrõesdecondutadascrianças nas reuniões comunitárias, tais como Festas de 19 Dias e celebração de Dias Sagrados. …A Casa Universal de Justiça instruiu-nos a lhe dizer que as crianças devem ser trei-nadas a entender a importância espiritual das reuniões dos seguidores da Abençoada Beleza, e prezar a honra e a graça de poder participar delas, quaisquer que sejam suas feições exte-riores. Sabe-se que algumas celebrações bahá’ís são longas e é difícil que crianças pequenas permaneçam quietas por tanto tempo. Em tais ocasiões talvez um dos pais tenha que perder parte da reunião para cuidar das crianças. A Assembleia Espiritual também pode talvez ajudar os pais a prover celebração para as crianças, adequada à sua capacidade, numa sala separada durante parte da reunião da comunidade. Participar de toda a celebração dos adultos torna-

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se, portanto, um sinal de crescente maturidade e uma característica a ser alcançada por bom comportamento. De qualquer modo, a Casa de Justiça destaca que os pais são responsáveis pelos seus filhosedevemzelarpeloseucomportamentoquandoparticipamdereuniõesbahá’ís.Seascrianças persistirem em perturbar, devem ser retiradas da reunião. Isso é necessário não so-mente para assegurar que a reunião bahá’í seja dignamente conduzida, mas é um aspecto do treinamento das crianças para a cortesia, consideração pelos outros, reverência e obediência aos seus pais.(De uma carta, datada de 14 de outubro de 1982, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a uma Assembleia Espiritual Nacional)

71. Não foi encontrada qualquer elaboração detalhada nos Escritos a respeito dos temas incluí-dosnaafirmaçãode‘Abdu’l-Baháquevocêcitounasuacarta;aasserçãodeveserconsideradano contexto da totalidade da Epístola da qual foi extraída.8 Ela dá ênfase aos requisitos para otreinamentodosjovensdesdesuamaistenraidadeparacapacitá-losaenfrentarosdesafiosda vida adulta e contribuir para a preservação das normas de uma sociedade equilibrada e progressista; e destaca as sérias consequências que normalmente se pode esperar se não for dada a devida atenção a esses requisitos. Em uma sociedade perfeitamente regulada pelas leis e ordenanças trazidas por Bahá’u’lláh, será mais fácil apreciar a estrutura na qual esses requisitos produzirão seu máximo efeito. Deve-se notar que a asserção de ‘Abdu’l-Bahá refere-se à tentativa feita por outros. Nãoserefereaosesforçosdopróprioindivíduodeaprendererefinarseuprópriocaráter.Felizmente, nos nossos escritos sagrados existem as repetidas promessas das manifestações da misericórdia de Deus que são acessíveis às almas errantes, e temos provas, fornecidas pelas vidas dos heróis da Fé, bem como de pessoas comuns, do poder da fé em Deus na transformação do caráter. Como sabe, um dos principais objetivos da vinda do Manifestante de Deus é transformar o caráter dos indivíduos e, através deles, o caráter da sociedade como um todo. Assim Ele decreta leis e ordenanças que propiciam tão ampla mudança; o objetivo ideal é adquirido gradativamente através do esforço individual, tentativa e erro e, acima de tudo, constância na fé em Deus.(De uma carta, datada de 4 de junho de 1984, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

72. Com relação a sua pergunta se as mulheres devem trabalhar fora do lar, é útil considerar a questão dentro da perspectiva do conceito de família bahá’í. Este conceito é baseado no princípioqueohomeméoresponsávelprimáriopelosustentofinanceirodafamíliaequea mulher é a principal e primeira educadora das crianças. Isto não implica de modo algum queestasfunçõessãorigidamentefixasenãopossamsermudadaseajustadasparaconvirsituaçõesparticularesdafamília,nemsignificaqueolugardamulheréconfinadoaolar.Depreferência, enquanto a responsabilidade primária é designada, antecipa-se que os pais terão umpapelsignificativonaeducaçãodeseusfilhoseasmulherestambémpossamseroarrimo

8 A afirmação de ‘Abdu’l-Bahá é a seguinte: É extremamente difícil ensinar o in-divíduo e refinar seu caráter uma vez passada a puberdade. Ver Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 123.

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da família. Como corretamente indicou, ‘Abdu’l-Bahá encorajou as mulheres a “participarem completa e igualmente nos assuntos do mundo”. Relacionadoàssuasperguntasespecíficas,umadecisãoconcernenteaotempoqueamãe pode passar trabalhando fora do lar depende das circunstâncias que existam dentro do lar, que podem variar de tempos em tempos. Consulta dentro da família irá ajudar a fornecer as respostas.— Mulher, p. 53.

73. O buscador a que você se refere, parece ter interpretado erroneamente os ensinamentos bahá’ísacercadaresponsabilidadedospaisnaeducaçãodeseusfilhos.Opai,certamentetem um importante papel a desempenhar. No próprio Kitáb-i-Aqdas, Bahá’u’lláh revelou:

“Atodoopaiseordenouainstruçãodofilhoedafilhanaartedelereescre-ver, e em tudo que se encontra registrado na Santa Epístola.... Quem cria o seuprópriofilho,ouofilhodeoutrem,écomosecriasseumfilhoMeu;sobreele repousem Minha glória, Minha ternura e Minha mercê, que envolveram o mundo inteiro.” (Kitab-i-Aqdas, p. 31)

A grande importância atribuída ao papel da mãe provém do fato de que ela é a primeira educadora da criança. Sua atitude, suas orações, até mesmo o que a mãe come e a condição físicatemgrandeinfluêncianacriançaquandoaindanoventre.Quandoacriançanasce,éamãe que foi dotada por Deus com o leite que é o primeiro alimento designado ao bebê, e é tencionado que, se possível, ela deva estar com o bebê para treinar e nutri-lo durante os pri-meirosdiasemeses.Istonãosignificaqueopaitambémnãoame,reze,ecuidedeseubebê,mascomoeletemaresponsabilidadeprimáriadeproverafamília,seutempoparaficarcomo bebê é normalmente limitado. Normalmente, a mãe está intimamente associada ao bebê durante este intenso período formativo no qual ele está crescendo e se desenvolvendo mais rapidamentedoqueduranteorestodesuavida.Quandoacriançaficamaioremaisindepen-dente,anaturezarelativadorelacionamentocomsuamãeeseupaisemodificaeopaipodedesempenhar um papel maior. Talvez seja útil frisar... que o princípio bahá’í de igualdade dos homens e das mulheres éclaramenteafirmadonosensinamentos,eofatodequeexistadiversidadedefunçãoentreeles em certas áreas, não nega este princípio.(De uma carta data de 23 de agosto de 1984 escrita em nome da Casa Universal de Justiça para dois bahá’ís; textos citados em: Mulher, p. 54 e p. 25)

74. A Casa de Justiça reconhece perfeitamente o sofrimento de muitas mulheres que, como mãessolteiras,assumematotalresponsabilidadepelacriaçãoesustentodeseusfilhos.Oobjetivo da Fé Bahá’í é efetuar uma transformação fundamental na própria base dos relacio-namentos humanos e a aceitação de princípios vitais como a equidade do homem e da mulher; em consequência disso, a estabilidade do casamento aumentará e haverá um decréscimo drástico nas condições que propiciam colapso nos casamentos. Para alcançar este objetivo mais rapidamente, a comunidade bahá’í deve continuar a atrair os poderes espirituais indis-pensáveis ao sucesso; isso requer estrita adesão aos princípios estabelecidos nos ensinamentos bahá’ís, com a certeza de que a sabedoria subjacente a esses escritos se tornará gradualmente manifesta para a generalidade da humanidade.(De uma carta, datada de 11 de janeiro de 1988, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

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75. Os assuntos que você levantou9 são melhor considerados à luz dos ensinamentos bahá’ís sobre relacionamentos na família. Deve haver um espírito de respeito mútuo e consideração entreospaiseosfilhos,noqualosfilhosbuscamoconselhoeorientaçãodospais,eestespropiciamcapacitaçãoeeducaçãoaosfilhos.Ofrutodesserelacionamentoéqueascriançascrescem e alcançam a maturidade com seus poderes de análise e julgamento mais aprimora-dos, de forma a poderem dirigir o curso de suas vidas de uma forma que leve ao seu melhor bem-estar. No contexto deste respeito mútuo, os pais são convocados a mostrar sabedoria e dis-criçãoquandoseusfilhosestãocriandoamizadesquepossam,porfim,levá-losaocasamento.Precisam considerar atentamente as circunstâncias sob as quais alguns conselhos devam ser dados e as condições em que suas intervenções possam ser interpretadas como interferência. Por suavez,osfilhosdevemreconhecerque seuspais estãoprofundamente inte-ressados em seu bem-estar e que os pontos de vista dos pais merecem respeito e cuidadosa consideração. Como é de seu conhecimento, a escolha inicial do(a) parceiro(a) do casamento é feita pelos dois interessados em se casarem, e o consentimento dos pais vivos é então solicitado, sendo uma exigência formal para a realização do casamento. Neste sentido, como em todos os aspectos das relações humanas, a consulta é de grande valia para a solução de dúvidas e desentendimentos e para todos os envolvidos chegarem à conclusão de qual seja o melhor curso de conduta à luz dos ensinamentos bahá’ís— Casamento Bahá’í, pp. 137-8.

76.Emboraopapeldamãenacriaçãodosfilhossejarealmentemuitoimportante,sentimosque é crucial não subestimar a importância da responsabilidade que os Escritos dão ao pai nessesentido.Atualmenteháumatendênciadeospaisabandonaremaeducaçãodosfilhosàssuasmãesnumamedidacompletamentesemjustificativa,enãodesejamosdaraimpressãodequeosensinamentosbahá’ísconfirmamtalatitude.(De um memorando, datado de 28 de fevereiro de 1989, escrito pela Casa Universal de Justiça)

77. Ensinar a Causa é, sem dúvida, o mais meritório de todos os atos, e os amigos são dupla-mente abençoados quando combinam o ensino com o pioneirismo. Atender às necessidades da família também é de máxima importância espiritual, e não é permissível ignorar o desen-volvimento da família de modo a servir à Fé de uma maneira individual. O ensino da Fé e as necessidades da família devem ser considerados ambos ao mesmo nível de serviço a Deus, porém,ascondiçõesespecíficasdecadafamíliadeterminamquantaatençãocadaumdevereceber.Éinevitávelquefilhosdepioneirostenhamdeparticipardossacrifíciosdeseuspaisquandoessessetransferemparaumpostonoexterior,assimcomoosfilhosdeBahá’u’lláhe ‘Abdu’l-Bahá compartilharam Seus sacrifícios. Mas não se deve esquecer que as crianças também participam das bênçãos e recompensas do pioneirismo.(De uma carta, datada de 8 de fevereiro de 1990, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

78. Você levantou diversas questões sobre o modo de tratar as crianças. Nos Escritos Bahá’ís está claro que um componente vital da educação das crianças é o exercício da disciplina. Numa

9 A respeito do consentimento dos pais.

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carta escrita em nome de Shoghi Effendi sobre a educação das crianças, ele diz: “Algum tipo de disciplina, seja física, moral ou intelectual, é deveras indis-

pensável e nenhum treinamento pode ser considerado completo e proveitoso se negligenciar esse elemento. A criança, ao nascer, está longe de ser perfeita. Ela é não somente impotente, mas realmente imperfeita, e inclusive natural-mente inclinada para o mal. Ela deve ser treinada, suas inclinações naturais harmonizadas, ajustadas e controladas e, se necessário, suprimidas e reguladas, de modo a lhe assegurar desenvolvimento físico e moral sadio. Pais bahá’ís não podem simplesmente adotar uma atitude de não resistência em relação a seusfilhos,especialmenteaquelasquesãorebeldeseviolentaspornatureza.Nemsequerésuficientequeoremporeles.Devem,aoinvés,esforçar-seeminculcar suave e pacientemente em suas mentes jovens aqueles princípios e ensinamentos da Causa com um zelo tão delicado e amoroso que as capacite asetornarem“verdadeirosfilhosdeDeus”esetransformarememcidadãosleais e inteligentes de Seu Reino...”

Embora a disciplina física das crianças seja uma parte aceitável de sua educação e treinamento, tais ações devem ser realizadas “gentil e pacientemente” e com “zelo amoroso”, completamente afastadas da fúria e violência com que as crianças são surradas e maltratadas em algumas partes do mundo. Tratar as crianças de um modo tão repugnante é negar-lhes os direitoshumanosetrairaconfiançaqueofracodeveternofortedentrodeumacomunidadebahá’í. É difícil imaginar perversão mais repreensível da conduta humana que o abuso sexu-al de crianças, cuja forma mais degradante é o incesto. Numa época em que a condição da humanidade é tal que, segundo as palavras do Guardião, “A perversão da natureza humana, a degradação da conduta humana, a corrupção e a dissolução das instituições humanas, revelam-se... em seus piores e mais revoltantes aspectos”, e “a voz da consciência humana é calada” e “ o senso de decência e vergonha é obscurecido”, as instituições bahá’ís devem ser firmesevigilantesemseucomprometimentocomaproteçãodascriançasconfiadasaoseucuidado, e não devem permitir que ameaças ou situações de conveniência os desviem de sua responsabilidade.Estandoumdospaiscientedequeseucônjugeestejasubmetendoumfilhoa abuso sexual, não pode permanecer calado, mas deve tomar todas as medidas necessárias, comaajudadaAssembleiaEspiritualouautoridadescivis,senecessário,parapôrumfimimediato a uma conduta de tamanha imoralidade, e propiciar cura e terapia. Bahá’u’lláhdeugrandeênfaseaosdeveresdospaisparacomseusfilhos,eurgiuosfilhosamanteremseuscoraçõesgratosaosseuspais,cujoagradodevemprocurarconquistarcomo meio para agradar a Deus. No entanto, Ele deu a entender que em certas circunstâncias, como consequência de seus atos, os pais podem ser privados de seu direito à paternidade. A Casa Universal de Justiça tem o direito de legislar sobre este assunto. Para o momento atual, ela decidiu que devem ser reportados a ela todos os casos em que a conduta ou o caráter de um dos pais se apresente indigno de direitos parentais como o de dar consentimento a casamentos. Taisquestõespodemsurgirse,porexemplo,umdospaistivercometidoincesto,ouseofilhotiver sido concebido em consequência de estupro, e também, se um dos pais conscientemente deixadeprotegerofilhodeflagranteabusosexual.(De uma carta, datada de 24 de janeiro de 1993, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

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79. … Embora as crianças bahá’ís não herdem automaticamente a Fé de seus pais, os pais sãoresponsáveispelaeducaçãoeobem-estarespiritualdeseusfilhos.Paisbahá’ísdevem,portanto,esforçar-separatransmitiraosfilhos,desdeamaistenraidade,aconsciênciadeDeus e o amor a Ele, e devem se empenhar em orientá-los a uma devotada obediência às exortações, ordenanças e leis de Bahá’u’lláh. Dentre elas temos o reconhecimento e o amor a todos os Manifestantes de Deus, associação aos seguidores de todas as religiões, amizade para com todos os seres humanos, e a importância da investigação independente da verdade. É natural, entretanto, se dirigir às crianças de bahá’ís como bahá’ís, a não ser que se haja razão para concluir o contrário. Com tal base de conhecimento e entendimento, toda criança estará melhor equipada para pensar com clareza e julgar por si mesma quanto ao rumo que deve tomar ao chegar à maturidade ou na sua vida adulta. (De uma carta, datada de 26 de janeiro de 1994, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

80. Há muitas passagens nos Escritos Sagrados que enfatizam a importância da unidade na família,eagranderesponsabilidadedosfilhosperanteseuspaisedospaisperanteseusfilhos.Com relação a isso, os bahá’ís são realmente chamados a serem obedientes a seus pais... Entretanto, um dos mais importantes princípios da Fé é o da moderação em todas as coisas. Até mesmo virtudes, se levadas ao excesso e não equilibradas por outras virtudes complementares, podem causar imensos danos. Por exemplo, não se deve esperar que uma criança obedeça as instruções de um dos pais de cometer um pecado. Há, ainda, o perigo de engrandecer uma lei, isolando-a, seja dos princípios fundamentais subjacentes a ela, ou de outras leis. Conforme explicado por ‘Abdu’l-Bahá, a unidade da família é de importância decisiva, mas deve ser equilibrada pelos direitos de cada membro da família:

“De acordo com os ensinamentos de Bahá’u’lláh, a família, sendo uma unidade humana, deve ser educada de acordo com as regras de santidade. Todas as virtudes devem ser ensinadas à família. A integridade dos laços de família deve ser constantemente levado em consideração, e os direitos de cada um de seus membros não devem ser transgredidos. Os direitos do filho,dopai,damãe -nenhumpodeser transgredido,nenhumdeveserarbitrário.Assimcomoofilhotemcertasobrigaçõesparacomseupai,domesmomodoopaitemcertasobrigaçõesparacomseufilho.Amãe,airmãe outros membros da família têm certas prerrogativas. Todos esses direitos e prerrogativas devem ser preservados e a unidade da família, mantida. A ofensa de um deve ser considerada ofensa de todos; o conforto de cada um, o conforto de todos; a honra de um, a honra de todos.” (A Promulgação da Paz Universal, p. 207)

Outroprincípiofundamentalquedeveinfluenciarobahá’ínaabordagemdosrequisitosde ser obediente aos pais é a exortação de consultar sobre todas as coisas. Segundo ‘Abdu’l-Bahá, “a consulta é um dos elementos fundamentais do alicerce da Lei de Deus.” Se, através deconsulta,umfilhoeopaipuderemaprofundarseuentendimentodospontosdevistaumdooutroealcançarunidadedepensamentoepropósito,osconflitosarespeitodeobediênciapodem ser superados.

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Com respeito à sua discussão sobre a relação entre obediência aos pais, de um lado, e a auto-expressão individual, liberdade e crescimento espiritual, do outro, a Casa Universal de Justiça sugere um entendimento alternativo para sua consideração. Embora individualmente as pessoas sejam responsáveis pelos seus próprios atos e seu desenvolvimento espiritual, os indivíduos não existem isoladamente, mas são partes de famílias e comunidades. Decidir renunciar desejos pessoais em favor dos pais – ou de instituições da Fé, autoridades civis, ou da lei correspondente – representa uma expressão do livre arbítrio, não uma diminuição do mesmo. Ao optar por obedecer, a criança pode contribuir para a unidade da família e desse modo promover a Causa de Deus.(De uma carta, datada de 24 de setembro de 1997, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

81. Nossas crianças precisam ser espiritualmente nutridas e integradas à vida da Causa. Não devem ser deixadas à força das circunstâncias num mundo tão cheio de perigos morais. Na atual condição da sociedade, as crianças enfrentam uma sorte cruel. Milhões e milhões em tantos e tantos países são socialmente deslocadas. As crianças se encontram negligenciadas por pais e outros adultos, estejam em condições de riqueza ou de pobreza. Tal alienação tem suas raízes num egocentrismo nascido do materialismo, que se encontra no cerne da descrença que domina os corações das pessoas em todos os lugares. O desajuste social das crianças no nosso tempo é uma marca indubitável de uma sociedade em declínio; no entanto, esta condição nãoseconfinaaumadeterminadaraça,classe,naçãooucondiçãoeconômica–elapassaportodas elas. Ficamos angustiados em perceber que em tantas partes do mundo as crianças são usadas como soldados, exploradas como operários, vendidas praticamente como escravas, forçadasàprostituição,tornadasobjetosdepornografia,abandonadasporpaiscentradosemseus próprios desejos, e submetidas a outras formas de opressão demasiado numerosas para mencionar.Muitosdetaishorroressãoinfligidospelospaisaosseusprópriosfilhos.Odanoespiritualepsicológicodesafiaavaliação.Nossacomunidadedeâmbitomundialnãopodesealienar às consequências dessa situação. Essa percepção deve impulsionar a todos nós para um esforço urgente e sustentado em favor das crianças e do futuro... As crianças são o tesouro mais precioso que uma comunidade pode possuir, pois nelas está a promessa e a garantia do futuro. Eles carregam as sementes do caráter da sociedade futura que é amplamente moldada por aquilo que os adultos que constituem a comunidade fazem ou deixam de fazer em relação às crianças. São uma incumbência que nenhuma comunidade pode negligenciar com impunidade. Um amor todo-abrangente pelas crianças, a maneira de tratá-las, a qualidade da atenção que lhes é mostrada, o espírito do comportamento adulto para com elas – estão entre os aspectos vitais da atitude necessária. O amor exige disciplina, coragemdeacostumarascriançasàsdificuldades,nãoserindulgentecomseuscaprichos,nem abandoná-las inteiramente à sua própria sorte. É necessário manter uma atmosfera em que as crianças sintam que pertencem à comunidade e compartilham de seus objetivos. Elas devem ser amorosas, mas constantemente orientadas a viver de acordo com padrões bahá’ís, estudar e ensinar a Causa de modo adequado às suas circunstâncias... E agora desejamos dirigir algumas palavras aos pais, que têm a responsabilidade primária decriarseusfilhos.Nóslhesapelamosparadaremconstanteatençãoàeducaçãoespiritualdeseusfilhos.Parecequealgunspaispensamqueestaéumaresponsabilidadeexclusivadacomunidade;outroscreemqueafimdepreservaraindependênciadascriançasnainvestigaçãoda verdade, não se deve ensinar-lhes a Fé. Há ainda outros que se sentem inadequados para tal

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dever. Nenhuma dessas atitudes é correta. O amado Mestre disse: “ao pai e à mãe impõe-se, como um dever, envidar todos os esforços para dar instrução à filha e ao filho”, acrescentando que “se negligenciarem esse assunto, terão de prestar contas, e serão dignos de reprovação na presença do austero Senhor.” Independentemente de seu nível de educação, os pais estão numaposiçãodecisivaparamoldarodesenvolvimentoespiritualdeseusfilhos.Jamaisdevemsubestimarsuacapacidadedeformarocarátermoraldeseusfilhos.Poiselesexercemumainfluêncianecessáriaatravésdoambientefamiliarqueconscientementecriamporseuamora Deus, seus esforços para aderir às Suas leis, seu espírito de serviço à Sua Causa, sua falta de fanatismo e por estarem livres dos corrosivos efeitos da calúnia. Todo pai ou mãe que crê na Abençoada Beleza tem a responsabilidade de comportar-se de modo a eliciar a obediência espontânea aos pais, aos quais os Ensinamentos atribuem tão grande valor. Certamente, além dos esforços feitos em casa, os pais devem apoiar as aulas bahá’ís para crianças providenciadas pela comunidade. Deve-se ter em mente, ainda, que as crianças vivem num mundo que os informa da dura realidade através de experiência direta dos horrores já descritos ou através das inevitáveis transmissões da mídia. Desse modo, muitas delas são forçadas a amadurecer precocemente, e entre elas há as que procuram padrões e uma disciplina pelos quais possam orientar suas vidas. Em contraste com esse sombrio cenário de uma sociedade decadente, as crianças bahá’ís devem resplandecer como emblemas de um futuro melhor.(Da Mensagem do Ridván de 2000 da Casa Universal de Justiça aos bahá’ís do mundo)

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III – Intensificando a Vida Familiar

Excertos dos Escritos de Bahá’u’lláh

82. Abençoada é a casa que alcançou a Minha carinhosa mercê, onde Minha recordação é celebrada, e que é enobrecida pela presença de Meus amados, que proclamaram Meu Louvor, seseguraramfirmementeàcordadeMinhagraçaeforamhonradosporentoaremMeusversos.Verdadeiramente, são eles os enaltecidos servos, aos quais Deus louvou no Qayyúmu’l-Asmá e em outras escrituras. Verdadeiramente, Ele é O que tudo ouve, O que responde, Aquele que percebe todas as coisas.— Uma Onda de Ternura, p. 10.

83. O começo da magnanimidade é quando o homem despende seus recursos para si próprio, sua família e os pobres entre seus irmãos de Fé. A essência da riqueza é o amor a Mim; quem Me ama é o possuidor de todas as coisas e quem não Me ama é, em verdade, dos pobres e necessitados. Eis o que o Dedo da Glória e do Esplendor tem revelado.— Epístolas de Bahá’u’lláh, p. 174.

84. Não pode haver dúvida alguma de que tudo quanto foi revelado pela Pena Toda-Gloriosa, tanto determinações quanto proibições, confere benefícios aos próprios crentes. Por exemplo, entre os mandamentos está aquele do Huqúqu’lláh. Se as pessoas alcançarem o privilégio de pagar o Huqúq, o Deus Uno e Verdadeiro, exaltada seja Sua glória, irá certamente conferir-lhesbênçãos.Ademais,talpagamentooscapacitará,easeusdescendentes,asebeneficiaremde suas posses. Como fazes menção, grandes porções das riquezas das pessoas estão perdidas para elas, quando Deus faz com que estranhos – ou herdeiros, em comparação com os quais estranhos teriam sido preferíveis – apoderem-se de suas posses. A sabedoria perfeita de Deus está muito além de qualquer descrição ou menção ade-quada. Em verdade, as pessoas veem com seus próprios olhos e ainda assim negam; estão cônscias,noentantofingemnãoterconhecimento.TivessemobservadoadeterminaçãodeDeus, teriam alcançado o bem deste mundo e do vindouro.— Huqúqu’lláh: O Direito de Deus, p. 36.

Excertos dos Escritos e Discursos de ‘Abdu’l-Bahá

85. Suplico a Deus, de benevolamente fazer de teu lar um centro para a difusão da luz de guia divina, para a disseminação das Palavras de Deus, e para acender em todos os momentos o fogodoamornoscoraçõesdeSeusfiéisservoseservas.Sabetu,comcerteza,quecadacasa,

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onde o hino de louvor é elevado ao Domínio da Glória, em comemoração do Nome de Deus, é verdadeiramente um lar celestial e um dos jardins de delícia no Paraíso de Deus.— Uma Onda de Ternura, p. 23.

86. Se amor e acordo se manifestarem numa única família, aquela família avançará, e se tornará iluminada e espiritual; mas se inimizade e ódio existirem em seu seio, a destruição e a dispersão são inevitáveis.— A Promulgação da Paz Universal, p. 177.

87. Comparai as nações do mundo aos membros de uma família. Uma família é uma nação em miniatura. Simplesmente alargai o círculo da família e tereis uma nação. Ampliai o círculo de uma nação e tereis toda a humanidade. As mesmas condições que envolvem a família envol-vem a nação. Os fatos que ocorrem na família são os fatos que ocorrem na vida da nação. Se surgisse uma dissensão entre os membros de uma família, todos brigando e pilhando uns aos outros,desconfiadosevingativospelainjúria,buscandovantagensegoístas,issoacrescentariaao progresso e avanço da família? Ao contrário, isto seria causa de obstrução do progresso e do avanço. O mesmo ocorre na grande família das nações, pois nações nada mais são do que um agregado de famílias. Portanto, tal como contenda e dissensão destroem uma família e impedem seu progresso, nações também são destruídas e seu avanço, impedido.— A Promulgação da Paz Universal, pp. 193-4.

88. Trata a todos os teus amigos e parentes, até mesmo aos estranhos, com espírito de máximo amor e bondade.— Uma Onda de Ternura, p. 24

89. Não te entristeças; a tempestade do pesar há de passar; o desgosto não haverá de durar; o desapontamento se desvanecerá; o fogo do amor de Deus incandescerá e os espinhos e tor-mentos da tristeza e desalento serão consumidos! Sê feliz; assegura-te dos favores de Bahá, de modo que a incerteza e hesitação deixem de existir e as emanações invisíveis desçam sobre a arena da existência! Se procuras tranquilidade espiritual, em todos os tempos volve tua face em direção ao Reino de ABHÁ. De desejas júbilo celestial, liberta-te dos grilhões do apego. Se anseias pelas confirmaçõesdoEspíritoSanto,empenha-teemensinaraCausadeDeus. Se os amigos e parentes se mantiverem distantes de ti, não te entristeças, pois Deus está próximo de ti. Associa-te, tanto quanto puderes, a parentes e estranhos; manifesta amorosa bondade; mostra a máxima paciência e resignação. Quanto mais se opuserem a ti, derrama sobreelesmaiorjustiçaeequidade;quantomaistemostraremódioeoposição,desafia-oscom maior autenticidade, amizade e reconciliação.(Tablets of Abdu’l-Bahá Abbas. New York; Bahá’í Publishing Committee, volume III, p.p. 557-8)

90. Ó vós amáveis irmãos que trilham o caminho de Deus! Rendei-Lhe graças por terdes combinado a irmandade física com a espiritual, por vossa realidade interior ter se tornado igual à exterior, e vossa realidade exterior estar expressando a interior. A doçura dessa ir-mandade regala a alma e o aroma dessa amabilidade deleita o coração. Louvai a Deus, tal como pássaros agradecidos, por haverdes construído vosso ninho em Seus jardins. E assim,

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doravante, juntos vos aninhareis no rosal do Todo-Misericordioso no Reino de Abhá, sobre os ramos do Lótus divino. Pois sois pássaros da campina da guia e rouxinóis da folhagem da bondade. Que estupenda graça, que poderoso favor é esse! Rendei, pois, gratidão a Deus por essa graça abundante e essa gloriosa realização.(De uma Epístola traduzida do persa para o inglês)

91. Difundi as boas-novas do Reino por todas as partes possíveis e a todos os ouvidos, pro-mulgai a palavra de Deus e colocai em prática os conselhos e os convênios de Deus; isto é, levantai-vos dotados de tais qualidades e atributos para que possais, continuamente, conceder vidaaocorpodomundoenutrirosfilhosdouniversoparaalcançaremumgraudematurida-de e perfeição. Iluminai toda reunião, com todo o vosso poder, com a luz do amor de Deus, agradai e encorajai todo o coração com a mais amorosa bondade, demonstrai vosso amor a estranhos como o demonstrais a vossos próprios parentes. Se uma alma estiver tentando contender convosco, buscai a reconciliação com ela; se alguém quiser vos imputar alguma culpa, louvai-o; se lhe der um veneno mortal, concede a ele um antídoto curador; se alguém deseja a morte, administrai-lhe a vida eterna; se mostrar-se um espinho, transformai-o em rosas e jacintos. Com certeza, através desses atos e palavras, este mundo obscuro tornar-se-á iluminado, este universo terreno será transformado em um reino celestial e esta prisão satâ-nica mudar-se-á em uma corte divina; contenda e derramamento de sangue serão extintos, e oamoreafidelidadeerguerãoatendadeunidadenoápicedomundo.— O Estandarte Divino do Conhecimento, p. 172.

92. Toda alma imperfeita concentra-se em si mesma e pensa somente no próprio bem. Mas, à medida que seus pensamentos se expandem um pouco, começa a pensar no bem-estar e no conforto da família. Se suas ideias alargarem-se mais, ela terá como objetivo a felicidade dos concidadãos; e se ampliarem-se mais ainda passará a pensar na glória de sua terra e de sua raça. Porém, quando as ideias e as perspectivas alcançam o máximo grau de expansão e atingem a etapa da perfeição, então a alma se interessará pelo enaltecimento da humanidade. Daí ela desejará o bem de todos os homens e procurará a felicidade e a prosperidade de todas as terras. Isso é indício da perfeição.— Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 62.

93.ÓSenhor!Nesta,AMaiorRevelação,Tuaceitasqueosfilhosintercedampelospais.ÉestaumadasespeciaisgraçasinfinitasdestaRevelação.Aceita,pois,óTu,Senhorbondoso,o pedido deste Teu servo no limiar de Tua unicidade e submerge seu pai no oceano de Tua graça,porqueessefilhoselevantouparaTeprestarserviçoe,emtodosostempos,seesforçano caminho de Teu amor. Verdadeiramente, és O que concede, O que perdoa e o Bondoso!— Orações Bahá’ís, pp. 74-5.

94. Ó servas do Misericordioso! Rendei graças à Antiga Beleza porque fostes levantados e reu-nidosnestemaisimponentedosséculos,nestamaisiluminadadaseras.Afimdeagradecerdescondignamentetalbondade,mantende-vosconstantesefirmesnoConvênio,e–seguindoospreceitos de Deus e a sagrada Lei – nutri vossas crianças desde a infância com o leite de uma educaçãouniversal;desdeseusprimeirosdias,criai-asdemodoaestabelecerfirmementenoimo de seus corações, na própria natureza delas, um modo de vida que em todos os aspectos esteja conforme com os Ensinamentos divinos.

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Pois as mães são as primeiras educadoras, os primeiros mentores; e verdadeiramente são as mães que determinam a felicidade, a futura grandeza, os modos corteses, a erudição e o discernimento, a compreensão, e a fé de seus pequeninos.— Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 113.

95.ÓTuquerecentementeflorescesteaoabrigodafolhagemdoamordeDeus!Rende-Lhegraças porque vieste à existência da semente de Seus amados, foste nutrido no seio de Seu amor a estás sendo criado ao abrigo de Seu conhecimento. É meu desejo ardente que possas nutrir a esperança de tua mãe e teu pai, crescer altaneiro no jardim de teus mais sinceros de-sejos, tornar-te um doce e delicado fruto da árvore de tuas aspirações, dedicar-te ao serviço do Mundo de Deus, e trazer honra e glória à Sua Causa.(De uma Epístola traduzida do persa para o inglês)

Excertos de Cartas Escritas em Nome de Shoghi Effendi

96.Umlarverdadeiramentebahá’íéumaverdadeirafortalezanaqualaCausapodeconfiarenquanto planeja suas campanhas. Se... e... amam um ao outro e gostariam de se casar Shoghi Effendi não deseja que pensem que por fazê-lo estão privando-se do privilégio do serviço; de fatotaluniãointensificarásuahabilidadeparaservir.Nãohánadamaisbeloqueterjovensbahá’ís se casando e fundando lares verdadeiramente bahá’ís, do tipo que Bahá’u’lláh deseja que sejam. Por favor, dê a ambos as amorosas saudações do Guardião.— Uma Onda de Ternura, p. 39.

97.Eleficouprofundamenteangustiadoemsaberdesuasdificuldadesfamiliares,desuaspreocupaçõeseansiedades,egostariaquevocênãosedesalentasse,fostepacienteeconfiantena infalível orientação e ajuda do Todo-Poderoso. Nós todos temos nossos triviais obstáculos materiais nesta vida. Não podemos nos desembaraçar completamente deles. O melhor a fazer, depois de todos os nossos esforços terem falhado em nos libertar, é concentrar-nos na única coisa que pode nos trazer verdadeira alegria e paz de espírito. E você deve ser grato a Deus por Ele tê-lo capacitado a reconhecer e aceitar Sua Fé. Pois esta é seguramente a única fonte de júbilo e consolo que pode ter em seus momentos de angústia. Há algo mais proveitoso para fazer do que ensinar a Mensagem? Este é o conselho que o Guardião lhe dá. Ele deseja que você esqueça,tantoquantopuder,assuasdificuldadesmateriaiseseconcentrecompletamentenoestudo e na difusão dos Ensinamentos. Você tem o interesse, o zelo, a devoção e a habilidade necessários, e seria uma pena você deixar de fazer uso completo dessas notáveis qualidades.(De uma carta, datada de 4 de outubro de 1933, a um bahá’í)

98.OGuardiãodesejaqueeuasoliciteespecialmenteapermanecerpacienteeconfiantee,acima de tudo, a, que demonstre a seu esposo a máxima bondade e amor em troca de toda a oposição e ódio que recebe dele. Uma atitude conciliatória e amistosa em tais casos não é somente o dever de todo o bahá’í mais também é a maneira mais efetiva de conquistar para a Causa a simpatia e admiração de seus antigos adversários e inimigos. O amor é, em verdade, um elixir potentíssimo que pode transformar as pessoas mais vis e desprezíveis em

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almascelestiais.Possaseuexemploservirparaconfirmaraindamaisaverdadedestebeloensinamento de nossa Fé.— Uma Onda de Ternura, pp. 40-1.

99. A mensagem do Guardião para vocês é que devem se esforçar constantemente para espe-lhar, em suas vidas privadas, e também em seus relacionamentos sociais, a beleza, a pureza e o poder regenerador da Mensagem de Bahá’u’lláh. A juventude bahá’í de hoje deve ser um exemplo para a juventude do mundo e deve, portanto, viver de acordo com os mais elevados padrõesdeconduta.Nadaanãoserestaadesãoestreita,unificadaeconcretaaosideaiseensinamentos da Fé por todo jovem bahá’í, moço ou moça, pode impressionar e atrair para si a sincera atenção e consideração do mundo externo. (De uma carta, datada de 17 de março de 1937, a um grupo de jovens bahá’is)

100. A condição que você diz prevalecer em sua família, especialmente por estar afetando tão seriamente seus irmãos e irmãs, é certamente muito triste, mas, embora na situação haja alguns elementos que você se sente impotente para superar, você não deve desistir de qual-quer esperança de melhorar, não importa quão gradualmente, as suas condições. Uma atitude simplesmente passiva só pode acabar lhe causando novas decepções. Por isso, você deve tomar coragem e, tanto quanto os seus recursos e circunstâncias permitirem, esforçar-se com confiançaepersistênciaparamelhorarsuacondiçãofamiliar.(De uma carta, datada de 20 de fevereiro de 1940, a um bahá’í)

101.EleficoumuitopreocupadoemsaberqueaSra....seencontranumestadodeespíritotriste. Ela certamente não deve se entristecer por achar que sua família não é receptiva aos ensinamentos – pois nem toda alma é espiritualmente iluminada. De fato, muitos membros das famílias dos próprios Profetas permaneceram descrentes mesmo diante do exemplo e da persuasãodoManifestantedeDeus;porisso,osamigosnãodevemficarangustiadosporessas coisas, mas devem, ao invés, deixar o futuro daqueles que amam nas mãos de Deus, e através de seus serviços e devoção à Fé, conquistar o direito de suplicar por seu renascimento espiritual.(De uma carta, datada de 9 de março de 1942, a um bahá’í)

102. Um casamento entre duas almas, sensíveis à Mensagem de Deus neste dia, dedicadas ao serviço de Sua Causa, trabalhando pelo bem da humanidade, pode ser uma força potente na vida de outros e um exemplo e inspiração para outros bahá’ís, bem como a não-bahá’ís.(De uma carta, datada de 4 de agosto de 1943, a dois bahá’ís)

103. O Guardião lamenta profundamente a atitude hostil de alguns membros da sua família em relação à Causa que você se levantou para servir, e acha que você deve fazer tudo que estiver ao seu alcance para evitar contrariá-los – menos, evidentemente, desistir de sua Fé e tornar-se inativo em relação a ela. “Como você não pode induzi-los a se interessarem por ela, o melhor é fazer aquilo que o Mestre sempre aconselhava em tais casos: deixe-os a sós, e reze por eles. Esteja certo de que o Guardião também rezará pela sua iluminação. Muitas pessoas,depoisdeseoporemtenazmenteàFé,foramfinalmenteconquistadaspelapaciência,amor, tato e oração de seus parentes e amigos bahá’ís.(De uma carta, datada de 14 de outubro de 1943 a um bahá’í)

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104. Ele acha que por todos os meios você deve mostrar ao seu marido o máximo amor e compaixão; sempre que tivermos dúvidas quanto ao modo pelo qual devemos nos conduzir como bahá’ís, devemos pensar em ‘Abdu’l-Bahá, estudar Sua vida e perguntar a nós próprios o que Ele teria feito, pois de todas as maneiras Ele é o nosso exemplo perfeito. E você sabe como Ele era meigo, e como Seu afeto e bondade brilhavam como raios de sol sobre todos. Seumaridoeseufilhotêmdireitoaoseuamor,elhedãoumaesplêndidaoportunidadede demonstrar sua fé na Causa. Você deve também orar a Bahá’u’lláh para ajudar a uni-la ao seu marido e fazer de seu lar um lar autêntico e feliz.(De uma carta datada de 9 de Marco de 1946 a um bahá’í)

105. Ele sente, com relação a seus problemas familiares, que deveria levantar estes assuntos com sua Assembleia, se deseja conselho; um dos deveres destas Assembleias é de aconselhar e ajudar os amigos e é seu privilégio de recorrer a sua Assembleia.— Uma Onda de Ternura, p. 54.

106. Há muito tempo o Guardião sente que os bahá’ís... em alguns casos, não estão vivendo de acordo com o ideal do casamento exposto por Bahá’u’lláh. Eles são propensos a serem influenciadospelaatualatitudesuperficialeegoístadaspessoasemrelaçãoaolaçomatrimo-nial. Consequentemente, ao ver que está vivendo com êxito de acordo com o padrão bahá’í, dando o melhor de si e preservando este vínculo sagrado que tem com seu esposo, ele está realmente muito feliz. Ele espera que venha a estar em uma situação para ser um exemplo para outros. Pois ele desaprovava a maneira como alguns bahá’ís, em nome do serviço à Causa, se desembaraçaram de seus esposos, ou vão e conseguem outros novos!— Uma Onda de Ternura, p. 57.

107. O Guardião orará para que sua mãe possa se tornar bahá’í e muito ativamente servir a Causa de Deus. Deve-se ter em mente que por viveres uma devotada vida bahá’í, sua mãe talvez será afetada tanto ou mais que por ler ou estudar. Quando se vê os efeitos dos ensina-mentos bahá’ís na vida de outra pessoa, isto, frequentemente, tem um resultado muito grande.— Uma Onda de Ternura, p. 58.

108. É muito raro que a realização de nossas ambições pessoais na vida traga felicidade. Ao contrário, geralmente incita todo um grupo de novas ambições. Por outro lado, quando nos imergimos nos nossos deveres, seja como seres humanos para com nossas famílias e amigos, ou como bahá’ís para com a Causa de Deus, e fazemos isso da melhor forma que somos capazes nascircunstânciasemquenosencontramos,começamoseentenderoquesignificafelicidade.(De uma carta, datada de 23 de maio de 1956 a um bahá’í)

109.OGuardiãorezaráporvocê,seusfilhoseseuqueridomarido.Agoraquevocêsestãotodos unidos na Fé de Deus, e trabalham em conjunto com alegria, certamente as bênçãos divinasosalcançarãoeasconfirmaçõesdoEspíritoSantoabençoarãoseutrabalho.Oímãque atrai o Espírito Santo é o serviço à Causa de Deus, e especialmente o ensino de Sua gloriosa Fé. O Guardião rezará para que todos os membros de sua família seja uma estrela brilhantenofirmamentodobeneplácitodeDeus.OestudodaPalavra,meditaçãosobresuasignificaçãodivina,orações,eação,sãonecessários.Edepoisperseverançanaação.Seestes

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passos forem seguidos, a pessoa se desenvolverá espiritualmente e será vitoriosa no serviço à Causa de Deus.(De uma carta, datada de 5 de junho de 1956, a um bahá’í)

110. Você deve criar em sua casa, com sua família, tal espírito de amor bahá’í que verdadei-ramentetragasuaesposaparaaFéeatraiaseusfilhosaela...Terharmoniaemcasaéacoisamaisimportanteparaosfilhos.(De uma carta, datada de 15 de agosto de 1957, a um bahá’í)

Excertos de Cartas Escritas pela Casa Universal de Justiça e em seu Nome

111. Entre os mais destacados objetivos da Casa Universal de Justiça a serem alcançados pelas Assembleias Espirituais Locais em seu processo de desenvolvimento para plena matu-ridade se encontram o ato de, como um pastor amoroso para com o rebanho bahá’í, promover a unidade e a concórdia entre os amigos, dirigir o trabalho de ensino, proteger a Causa de Deus, organizar as Festas, aniversários e reuniões regulares da comunidade, familiarizar os bahá’ís com seus planos, convidar a comunidade para oferecer suas recomendações, promo-ver o bem-estar dos jovens e crianças, e participar, conforme as circunstâncias permitirem, em atividades humanitárias. Em seu relacionamento com o indivíduo bahá’í, a Assembleia deve continuamente convidar e encorajá-lo a estudar a Fé, a ensinar sua gloriosa mensagem, a viver de acordo com seus ensinamentos, a contribuir generosa e regularmente para o fundo, a participar nas atividades da comunidade e procurar refúgio na Assembleia em busca de conselho e ajuda, quando necessário.(De uma carta, datada de 30 de julho de 1972, escrita pela Casa Universal de Justiça a uma Assembleia Espiritual Nacional)

112.Comovocêbemsabe,Bahá’u’lláhafirmou:“OHuqúqu’lláhédefatoumagrandelei.Incumbe a todos fazer esta oferenda, pois ela é a fonte de graça, de abundância e de todo o bem. É uma bênção que permanecerá com cada alma em cada mundo dos mundos de Deus, O que tudo possui, o Todo-Generoso.” O crente devotado que tem o privilégio de pagar “o direito de Deus”, longe de procurar desculpas para fugir desta obrigação espiritual, fará o máximo para cumpri-la. Por outro lado, uma vez que a obediência a essa lei é uma questão de consciência, o pagamento do Huqúqu’lláh é um ato voluntário, não seria apropriado ir além de informar os... amigos a respeito de sua obrigação espiritual e deixá-los decidirem o que desejam fazer a respeito. O mesmo princípio se aplica àqueles amigos que gastam em excesso com suas famílias, que compram ou constroem residências e as mobíliam muito além de suas necessidades, e racionalizam esses gastos em seu desejo de evitar o pagamento do Huqúqu’lláh.(De uma carta, datada de 26 de fevereiro de 1973, escrita pela Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

113. A educação apropriada das crianças é de importância vital para o progresso do gênero humano, e o cerne e alicerce essencial de toda educação é o treinamento espiritual e moral. Quando ensinamos as verdades e o modo de vida bahá’í aos nossos semelhantes, temos que

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lutar contra barreiras de indiferença, materialismo, superstição e uma multidão de precon-ceitos errôneos; mas em nossas crianças recém-nascidas somos apresentados a almas puras, imaculadas pelo mundo. À medida que crescerem, elas enfrentarão incontáveis testes e di-ficuldades.Desdeosseusprimeirosmomentostemosodeverdetreiná-las,tantoespiritualcomo materialmente, do modo que Deus nos mostrou, e assim, ao chegarem à idade adulta, elas podem se tornar defensoras da Causa e gigantes espirituais e morais entre a humanidade, preparadas para enfrentar todos os testes, e serão de fato “estrelas do céu da compreensão”, “águasquefluemsuavemente,dasquaishádedependeraprópriavidadetodososhomens(A Casa Universal de Justiça: Messages 1963 to 1968, p. 339)

114. Observando que você e seu marido consultaram a respeito de seus problemas familiares com sua Assembleia Espiritual, mas não receberam qualquer recomendação, e também dis-cutiram sua situação com um conselheiro familiar, sem sucesso, a Casa Universal de Justiça acha essencial que você e seu marido entendam que casamento pode ser uma fonte de bem-estar, transmitindo um senso de segurança e felicidade espiritual. No entanto, não é algo que simplesmente acontece. Para o casamento se tornar um céu de contentamento, torna-se necessária a cooperação dos próprios cônjuges e a ajuda dos seus familiares.(De uma carta, datada de 24 de junho de 1979, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

115. O conceito bahá’í do papel da mulher na sociedade é sem igual. Ao contrário da tendência atualdedesvalorizaramaternidade,aFéBahá’íafirmaqueestafunçãoéaltamenterespeitávele de importância vital para o desenvolvimento sadio da nova geração e, desse modo, para a criação e manutenção de uma civilização em constante progresso. A designação da mãe para aresponsabilidadeprimáriadeeducarosfilhosprovémdiretamentedofatodeserelaquedáà luz o bebê. Sua atitude, suas preces, e até mesmo o que ela come e sua condição física tem grandeinfluêncianacriançanoventre.... Noentanto,osensinamentosbahá’ísnãoexigemqueasmulheresseconfinemaolarnem requerem que elas se ocupem somente com funções domésticas. Há alguma indicação do papelprevistoparaasmulheresnaDispensaçãoBahá’ínaafirmaçãode‘Abdu’l-Bahádeque“as mulheres devem avançar e cumprir sua missão em todos os aspectos da vida, tornando-se iguais aos homens”, e que:

“Na Dispensação de Bahá’u’lláh, as mulheres avançam lado a lado com os homens.Nãohásetorouinstânciaemqueelasfiquemparatrás:elastêmos mesmos direitos dos homens e no futuro entrarão em todos os ramos da administração da sociedade. Tal será seu grau que em todos os tipos de empreendimento elas ocuparão os mais elevados níveis no mundo humano. Estejam seguros. Não olhem seu estado atual. No futuro, o mundo das mu-lheres haverá de resplandecer brilhante, pois esta é a vontade e o propósito de Bahá’u’lláh.”

(De uma carta, datada de 4 de agosto de 1992, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

116. … Os Ensinamentos da Fé são bem claros quanto à necessidade de atenção à educação das crianças e à promoção da vida familiar. O problema a que você se refere, surge quando os crentes são confrontados com insistentes chamadas para ajudar na promoção da Fé, nas

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atividades administrativas da comunidade bahá’í e no trabalho de consolidação. Nãoháumaúnicaabordagemapropriadaparaessedesafio,poisascircunstânciasindi-viduais variam amplamente. No entanto, está claro que os bahá’ís devem procurar um estado de equilíbrio, no qual as necessidades legítimas das crianças e da família sejam consideradas juntamente com as necessidades da comunidade bahá’í externa e seu crescimento. À medida que a família se desenvolve, deve ser feito um esforço consciente para atrair todos os seus membrosparaotrabalhodaFédetalmodoqueascriançasseidentifiquemcomelaenãofiquemressentidoscomoenvolvimentodospais;issodeveaconteceratravésdeumprocessode encorajamento e estímulo, e a motivação dos membros da família deve ser mantido através da consulta familiar.(De uma carta, datada de 20 de setembro de 1992, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

117. Toda a sua pergunta refere-se à questão vital da educação bahá’í das crianças. A Casa de Justiça considera de máxima importância que os pais bahá’ís se esforcem em ajudar seus filhosafazeremumestudoconstanteesistemáticodosEnsinamentos,espiritualizaremsuasvidas e formarem seu caráter de acordo com os padrões de Bahá’u’lláh. O sucesso dos pais nocumprimentodessesdeveresvitaisdiminuiráoperigodeseusfilhosseremlevadosporforças destrutivas que caracterizam uma ordem social em declínio, com extrema necessidade de regeneração, e de serem privados da graça curadora de Bahá’u’lláh.(De uma carta, datada de 2 de julho de 1995, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

118.Protegerascriançasdainfluênciaimoraldasociedadeatualéumdosmaisfortesdesafiosque se apresentam aos pais bahá’ís. Sua atitude de preocupação em relação ao efeito que a mídia, especialmente programas de televisão, tem sido sistematicamente observada. Como sabe, não há qualquer medida prática pela qual se possa proteger completamente as crianças dos problemas morais da sociedade em que crescem. Cabe, portanto, aos pais fazeremtudoquepuderemparaassegurarqueseusfilhosrecebemeducaçãoespiritualdes-de tenra idade, tanto através de aulas bahá’ís promovidas pelas instituições da Fé como da instrução moral e exemplos que recebem em casa. A compilação publicada sobre Educação Bahá’í oferece muitas orientações proveitosas. Uma vez que é impossível evitar a exposição das crianças bahá’ís à conduta indecente, torna-se importante que os confrontos que possam ter com tal conduta através da mídia, no dia-a-dia, sejam usados sabiamente pelos pais como meio de orientá-los e ajudá-los a apreciar a importância prática bem como a espiritual de serem diferentes. Cabe a vocês julgarem da melhor maneira, à luz dos ensinamentos, o quanto pretendem reduzir a exposição de seus filhosatalinfluência.(De uma carta, datada de 4 de setembro de 2001, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um casal bahá’í)

119. A Casa de Justiça se comove em saber de seu amor pela Abençoada Beleza e seu ardente desejo de servir Sua Causa e conquistar Seu beneplácito. Há muitas maneiras pelas quais se pode servir, e cada pessoa tem que escolher o que de melhor pode fazer dentro dos limites de suas possibilidades. As oportunidades de servir a Causa não necessariamente excluem a possibilidade de se prestar auxílio à própria família. É importante notar que cada aspecto da

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vida da pessoa é um elemento de serviço a Bahá’u’lláh: o amor e o respeito que se tem pelos próprios pais; a preocupação pela própria educação; o cultivo de boa saúde; a conquista de umofícioouprofissão;acondutaemrelaçãoaosoutroseamanutençãodeelevadopadrãomoral;ocasamentoeacriaçãodosfilhos;asatividadesdeensinodaFéedodesenvolvimentode poder na comunidade bahá’í; e certamente a oração e o estudo diário dos Escritos.(De uma carta, datada de 22 de setembro de 2002, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

120. Com relação à questão de se você deve buscar o consentimento de seus pais para casar, há certos casos raros que podem tornar esse requisito sem efeito no caso de um ou ambos os pais: se os pais estiverem mortos; se tiver sido atestada sua insanidade e, portanto, incapaz de tomarumadecisãolegal;sefordesconhecidoseuparadeiro;setiverrejeitadoouoficialmenterenunciado à responsabilidade pela criança; se tiver seriamente abusado da criança. Os casos dos dois últimos tipos cobrem tão ampla gama de situações que normalmente têm que ser levados à consideração da Casa de Justiça, caso por caso.(De uma carta, datada de 19 de dezembro de 2006, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

121. Você se preocupa com a aplicação deste princípio10 no treinamento de crianças e jovens e perguntaseseriaaceitávelseufilhodecidirnãoserbahá’í.Ummododeentenderopropósitoda investigação independente da verdade é esse contexto de reconhecer a equidade em deixar os indivíduos livres para decidirem por si mesmos, com base em sua própria investigação e convicção interior, no que irão crer e não lhes impor qualquer obrigação de aceitar automati-camenteaquilonoqualospaisououtroscreem.Significa,também,queoindivíduomadurodeve se responsabilizar pela escolha do sistema de crença com o qual se comprometerá. As crianças que tiverem sido criadas no conhecimento da Fé por pais bahá’ís, pelo próprio cará-ter das instruções recebidas saberão que têm de exercer tal responsabilidade por si mesmas. Este ponto é esclarecido na recomendação de Shoghi Effendi, segundo consta de uma carta escrita em seu nome a uma Assembleia Espiritual Nacional: “Uma vez que a criança chega à maturidade... deve-se dar-lhe total liberdade de escolher sua religião, independentemente dos desejos e anseios de seus pais.” No entanto, as crianças precisam de treinamento moral desde tenra idade para serem capazes de pelo menos se desenvolver bem na sua interação social com os outros. A essência comum da instrução moral pode ser encontrada em todas as escrituras reveladas, e é apropriado, naverdadenecessário,queospaisbahá’íssemantenhamfiéisaosseusprópriosprincípiosaoorientaremseusfilhosasetornaremseresespirituaiserespeitáveis,membroshonradosdasociedade.AfinalBahá’u’lláhconcedeuacadaumdosSeusseguidoresodeverdeensinaraCausa,definindo-ocomoomaismeritóriodetodososatos.Seriarealmenteestranhoque,sabendodisso,umamãebahá’íafastassedeseusfilhosaquiloqueensinaatodososoutrossobre a mais recente Revelação de Deus. Além disso, Ele ordenou aos pais a oferecerem instruçãoespiritualaosseusfilhosdesdetenraidade,masissodeummodoquenãoconduzaao fanatismo. Se deixadas inteiramente sós para encontrarem seu caminho pela vida, as crianças terão pouca perspectiva, conforme mostra claramente a deplorável situação da juventude na socie-

10 A independente investigação da verdade

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dade atual. Entre as coisas que devem ser inculcadas nas crianças, de modo a prepará-las para o futuro, está a virtude da justiça que salienta a importância de se ver com os próprios olhos e por si próprio – em outras palavras, a importância da investigação independente da verdade. Não se pode investigar a verdade sem algum tipo de treinamento ou orientação. É como o cientistaquedificilmenteserácapazdedescobrirarealidadematerialsemserpreparadoporalgum tipo de treinamento. A atitude esclarecida da Fé em relação ao aprendizado deve criar nosamigosaconfiançadequeestãosendodotadoscomahabilidadededesenvolvermentespenetrantes. Quanto mais estudarem os Ensinamentos, mais essa habilidade é despertada e ampliada.(De uma carta, datada de 31 de julho de 2007, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

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