vicência vississima

1
Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 / fax 234 426 077 www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · [email protected] A formiga do deserto é um ás em cálculo matemático! Por muitas voltas que dê à procura de alimento, consegue fazer naturalmente um cálculo, baseado na posição do sol, que lhe fornece a direção e a distância exata que deve percorrer para voltar em linha reta ao formigueiro. É uma estrutura alongada, que faz parte dos olhos compostos de muitos animais. Cada um funciona como um "olho" completo e isolado, que conduz ao cérebro a informação que as suas facetas hexagonais, sensíveis à luz, recebem. Os animais com olhos compostos mais simples (como a lagosta) orientam-se pelo claro/ escuro; os que têm olhos com muitos omatídeos (a mosca e a libélula, por exemplo) informam-se muito rápida e detalhadamente sobre o meio que os rodeia. NÃO DIGAS POR AÍ, MAS… Há muitos animais com um fantástico sistema de orientação: os pombos-correio, por exemplo, têm no bico partículas de magnetite (íman natural) que funcionam como as agulhas das bússolas, o que lhes permite orientarem-se pelo campo magnético da Terra; também presentes no cérebro das tartarugas marinhas, ajudam-nas a encontrar o caminho numa rota de migração de 13000 km. A pulga-do-mar usa o sol e à noite orienta-se pela lua; e as abelhas, com a sua sensibilidade à radiação UV, conseguem orientar-se, mesmo em dias de sol encoberto. Historial O Sistema de Posicionamento Global (GPS) funciona com 27 satélites em órbita, a cerca de 20000 km de altitude, e recetores, aos quais normalmente chamamos GPS. Para saber a sua posição, o recetor emite um sinal de ondas rádio em simultâneo com quatro satélites. Sendo que o sinal vindo de cada um viaja à velocidade da luz (300000km/s), demora algum tempo a chegar, por isso o recetor multiplica este tempo pelo valor da velocidade da luz. Combinando os quatro resultados, é possível saber exatamente em que ponto da Terra estamos e qual o caminho a seguir para chegar a um determinado destino. Nome: GPS Ano:1995 Inventor: Departamento de Defesa Local: Estados Unidos da América SABER EM RECORTE ANIMAIS “COM GPS” TESTADO E APROVADO! CONSTRÓI UMA BÚSSOLA O que preciso? Agulha; rolha de cortiça; íman; atache; prego; martelo Como fazer? 1 - Abre o atache até ao máximo. 2 - Com a ajuda do prego e do martelo, faz uma pequena saliência na parte central da cabeça do atache. 3 - Magnetiza o atache, friccionando-o no mesmo polo de um íman (os movimentos devem ser feitos sempre no mesmo sentido). 4 - Espeta agora a agulha no centro da rolha. 5 - Equilibra o atache sobre a ponta da agulha. O que acontece? Ao ser magnetizado, o atache funciona como o ponteiro de uma bússola que interage com o campo magnético da Terra. Como os opostos se atraem, o pólo norte magnético da bússola aponta para o pólo sul magnético do planeta que, por sua vez, está perto do pólo norte geográfico da Terra. B.I. DOS OBJETOS GPS QUE ESCAGANIFOBÉTICO! OMATÍDEO?! E AS PALAVRAS GUARDADAS NA TEIA DA FÁBRICA FIO PUXADO CONTO CONTADO VI CÊNCIA VIVÍSSIMA 53 Finalmente fui à África do Sul ter com o Reinaldo, uma aranha de quem sou amiga há anos, e que insistia todas as férias para que o visitasse; desta vez aceitei. Andava por aqui a arrastar as patas e magrita de cansaço: os meus pelitos mal conseguiam orientar-me para comer. Captavam mal o deslocamento de ar que os insetos provocam quando se movem ou emitem sons; ora esse ar em movimento causa diferentes vibrações em cada um dos meus pelos e é com isso que eu localizo os bichitos. Orientando-me mal, eu perdia o almoço. Andava exausta. África do Sul, lá fui eu. Em boa hora. Que aventura, do primeiro ao último minuto! Conhecer novos lugares já é bom que chegue, mas enfrentar a Força da Natureza, como no safari que fiz, deixou-me deslumbrada! Adorei tudo: a paisagem, o ambiente, a bicharada. Porém, se me perguntam, foi o guia do safari, um escaravelho-bosteiro, o que mais me impressionou! Eficiente e romântico: ele orienta-se pela Via Láctea e anda em rigorosas linhas retas, baseando-se no brilho das estrelas! Ele rola as bolas de cocó (sim--é a parte menos romântica--cocó é o seu alimento), perfeitamente orientado e usando a menor distância possível, para impressionar a namorada! Lindo, não é? Nunca me hei-de esquecer.

Upload: fabrica-centro-ciencia-viva

Post on 28-Mar-2016

213 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Edição nº 53 12 Abril 2013

TRANSCRIPT

Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 / fax 234 426 077 www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · [email protected]

A formiga do deserto é um ás em cálculo matemático! Por muitas voltas que dê à procura de alimento, consegue fazer naturalmente um cálculo, baseado na posição do sol, que lhe fornece a direção e a distância exata que deve percorrer para voltar em linha reta ao formigueiro.

É uma estrutura alongada, que faz parte dos olhos compostos de muitos animais. Cada um funciona como um "olho" completo e isolado, que conduz ao cérebro a informação que as suas facetas hexagonais, sensíveis à luz, recebem. Os animais com olhos compostos mais simples (como a lagosta) orientam-se pelo claro/ escuro; os que têm olhos com muitos omatídeos (a mosca e a libélula, por exemplo) informam-se muito rápida e detalhadamente sobre o meio que os rodeia.

NÃO DIGAS POR AÍ, MAS…

Há muitos animais com um fantástico sistema de orientação: os pombos-correio, por exemplo,

têm no bico partículas de magnetite (íman natural) que funcionam como as agulhas das

bússolas, o que lhes permite orientarem-se pelo campo magnético da Terra; também

presentes no cérebro das tartarugas marinhas, ajudam-nas a encontrar o caminho numa rota

de migração de 13000 km.

A pulga-do-mar usa o sol e à noite orienta-se pela lua; e as abelhas, com a sua sensibilidade à

radiação UV, conseguem orientar-se, mesmo em dias de sol encoberto.

Historial

O Sistema de Posicionamento Global (GPS) funciona com 27 satélites

em órbita, a cerca de 20000 km de altitude, e recetores, aos quais

normalmente chamamos GPS.

Para saber a sua posição, o recetor emite um sinal de ondas rádio em

simultâneo com quatro satélites. Sendo que o sinal vindo de cada um

viaja à velocidade da luz (300000km/s), demora algum tempo a chegar,

por isso o recetor multiplica este tempo pelo valor da velocidade da

luz. Combinando os quatro resultados, é possível saber exatamente em

que ponto da Terra estamos e qual o caminho a seguir para chegar

a um determinado destino.

Nome: GPSAno:1995Inventor: Departamento de DefesaLocal: Estados Unidos da América

SABER EM RECORTE ANIMAIS “COM GPS”

TESTADO E APROVADO!CONSTRÓI UMA BÚSSOLA

O que preciso?Agulha; rolha de cortiça; íman; atache; prego; martelo

Como fazer?1 - Abre o atache até ao máximo.2 - Com a ajuda do prego e do martelo, faz uma pequena saliência na parte central da cabeça do atache.3 - Magnetiza o atache, friccionando-o no mesmo polo de um íman (os movimentos devem ser feitos sempre no mesmo sentido).4 - Espeta agora a agulha no centro da rolha.5 - Equilibra o atache sobre a ponta da agulha.

O que acontece? Ao ser magnetizado, o atache funciona como o ponteiro de uma bússola que interage com o campo magnético da Terra. Como os opostos se atraem, o pólo norte magnético da bússola aponta para o pólo sul magnético do planeta que, por sua vez, está perto do pólo norte geográfico da Terra.

B.I.

DOS

OB

JETO

S GP

S

QUE ESCAGANIFOBÉTICO! OMATÍDEO?!

E AS PALAVRAS GUARDADAS NA TEIA DA FÁBRICA

FIO PUXADO CONTO CONTADO

VICÊNCIA VIVÍSSIMA 53

Finalmente fui à África do Sul ter com o Reinaldo, uma aranha de quem sou

amiga há anos, e que insistia todas as férias para que o visitasse; desta vez

aceitei.

Andava por aqui a arrastar as patas e magrita de cansaço: os meus pelitos

mal conseguiam orientar-me para comer. Captavam mal o deslocamento

de ar que os insetos provocam quando se movem ou emitem sons; ora esse

ar em movimento causa diferentes vibrações em cada um dos meus pelos

e é com isso que eu localizo os bichitos. Orientando-me mal, eu perdia o

almoço. Andava exausta.

África do Sul, lá fui eu. Em boa hora. Que aventura, do primeiro ao último

minuto!

Conhecer novos lugares já é bom que chegue, mas enfrentar a Força da

Natureza, como no safari que fiz, deixou-me deslumbrada! Adorei tudo:

a paisagem, o ambiente, a bicharada. Porém, se me perguntam, foi o guia

do safari, um escaravelho-bosteiro, o que mais me impressionou! Eficiente

e romântico: ele orienta-se pela Via Láctea e anda em rigorosas linhas retas,

baseando-se no brilho das estrelas!

Ele rola as bolas de cocó (sim--é a parte menos romântica--cocó é o seu

alimento), perfeitamente orientado e usando a menor distância possível, para

impressionar a namorada! Lindo, não é? Nunca me hei-de esquecer.