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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ FABIANO ISRAEL DE OLIVEIRA VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE UMA POUSADA EM PALMAS – GOVERNADOR CELSO RAMOS - SC Biguaçu 2007

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

FABIANO ISRAEL DE OLIVEIRA

VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE UMA POUSADA EM PALMAS –

GOVERNADOR CELSO RAMOS - SC

Biguaçu

2007

FABIANO ISRAEL DE OLIVEIRA

VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE UMA POUSADA EM PALMAS –

GOVERNADOR CELSO RAMOS - SC

Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado ao Curso de Administração do Centro de Educação da UNIVALI – Biguaçu, como requisito para a obtenção do Título de Bacharel em Administração.

Professora Orientadora: Drª Elaine Ferreira.

Biguaçu

2007

FABIANO ISRAEL DE OLIVEIRA

VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE UMA POUSADA EM PALMAS –

GOVERNADOR CELSO RAMOS - SC

Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi considerado adequado para obtenção do titulo de bacharel em administração e aprovado pelo curso de administração, da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Biguaçu.

Área de concentração: Geral

Biguaçu, junho de 2007.

Profª. Drª Elaine Ferreira UNIVALI - CE de Biguaçu

Orientadora

Prof°. Dr° Rosalbo Ferreira UNIVALI - CE de Biguaçu

Prof°. M.Sc. Elpídio Luiz Lenzi UNIVALI - CE de Biguaçu

Dedico esta monografia aos meus pais

Zenir Albertino de Oliveira pelos ensinamentos da

vida e Maristela Maria de Oliveira que esteve

sempre presente ao meu lado.

A minha namorada Vanessa Flávia Scherer

que fomenta meus sonhos e me fortalece nos

momentos difíceis da minha vida, e pela paciência

que teve comigo, nessa caminhada.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelo dom da vida, e por colocar amigos magníficos no

meu destino, pessoas que sempre me ampararam nos momentos mais difíceis

dessa caminhada. A essas pessoas também quero dividir a minha felicidade, pois,

vocês fazem parte da minha vida e estarei sempre a disposição.

Aos meus amigos Cleber Lohn e Edson Cachoeira, pessoas que mesmo

atarefadas, despenderam seu tempo para contribuir com sugestões, dados e

palavras sinceras que contribuíram muito para meu crescimento tanto pessoal,

profissional e acadêmico.

À minha orientadora Elaine Ferreira, pelas sugestões, paciência e

dedicação na orientação. Ao longo desta convivência demonstrou competência e

carinho, mostrando com sabedoria o caminho a ser almejado.

À Maria Albertina, pela sua presteza e comprometimento ao longo de todo

o curso de Administração.

Aos amigos de turma, pelos momentos agradáveis que vivenciamos juntos,

e com certeza, isso é só o começo de uma grande amizade.

Aos meus irmãos Ana Paula e Felipe que sempre estenderam suas mãos e

conhecimentos quando solicitados.

“Dê um novo olhar com olhos novos aos problemas antigos, pois somente os

empreendedores fazem história, os sensatos que procuram a estabilidade são

medíocres e assistem ao espetáculo da vida que somente os visionários podem

fazer”.

(Fabiano Israel de Oliveira)

RESUMO

OLIVEIRA, Fabiano Israel de. Viabilidade de implantação de uma pousada em Palmas – Governador Celso Ramos - SC . 2007 127 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) – Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu.

Este estudo tem por objetivo identificar a viabilidade financeira, mercadológica e operacional para a implantação de uma pousada em Palmas – Governador Celso Ramos - SC. O estudo foi desenvolvido no período compreendido entre o primeiro semestre de 2006 e o primeiro semestre de 2007. Através da literatura, foi possível fundamentar os capítulos referentes ao empreendedorismo, histórico do município de Governador Celso Ramos – SC, Pousadas, Administração e Plano de negócio. Ao se analisar as pousadas na praia de Palmas – Gov. Celso Ramos - SC, constatou-se que a mesma compreende 03 Pousadas, caracterizando a ausência de uma pousada com um custo de hospedagem mais acessível e acomodações mais modestas neste segmento, visando disponibilizar outros serviços que venham agregar valor ao empreendimento. Para a análise da viabilidade financeira serão considerados quatros cenários, em função do potencial de ocupação, sendo vislumbrado uma capacidade de 100%, 75%, 50% e 25%. Para a projeção de 100% foi considerada uma demanda ininterrupta utilizando sua capacidade máxima de hospedagem, sendo que, para as demais projeções, foram considerados decréscimos de 25% no faturamento até o cenário menos atrativo de 25% da capacidade de acomodação. A partir das mudanças identificadas nos custos e receitas para cada cenário, constatou-se que somente o cenário de 25% não apresentou viabilidade financeira. Para o cenário de 75% de capacidade de ocupação (considerado o mais realista para este estudo), verificou-se um lucro mensal de R$ 4.858,46 (quatro mil e oitocentos e cinquenta e oito reais e quarenta e seis centavos) mensal, com um Período de Retorno do Investimento – payback de 30 meses e 24 dias e Taxa Interna de Retorno – TIR de 29,72% ao ano, e um ponto de equilíbrio de R$ 4.913,38, que equivale a 48% da receita bruta.

Palavra-chave : Viabilidade economica, financeira, mercadológica, Pousada; Gov. Celso Ramos - SC.

ABSTRACT

OLIVEIRA, Fabiano Israel de. Project financial, market and operation possibility to implantation of the hotel in Palmas – Governador Ce lso Ramos – SC. 200 62 f. Final research of the graduation (graduation in administration) – Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu. This studying have to the objective to identify the financial, marketing and operation the possibilities to improve hotel in Palmas – Governador Celso Ramos - SC. The study was developed between the first semester of 2006 and the first semester of 2007. Through of literature was possible to base the chapters reference to entrepreneurs, administracion, history of the country Governador Celso Ramos- SC and business plane. When analyzing the great beach of the Palmas – Governador Celso Ramos-SC, verified that itself comprehend 03 hotel in this segment. To analyze of financial possibility was considered four scenery in potential function of attendance, being viewed a capacity of 100%, 75%, 50%, and 25% for the projections was considered a uninterrupted demand using maximum capacity of production being that too much projections was considered decreasing of 25% scenery didn’t present financial possibility to the 75% scenery capacity of attendance (considered the most realist for this study). Verified the earnings of R$ 5.026.30 per month with return time of investment – payback of 7 months and return intern tax (TIR) of 29.72% per month and balance point of R$ 7.478,23 that it is equivalent to 26.80% of rude tax. Key words : possibility, administraction, business plane.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Quantidade de apartamentos por estado - ABIH.................. 23

Figura 2 - Relatório do número de hotéis associados a ABIH............... 24

Figura 3 - Etapas do planejamento de marketing.................................. 44

Figura 4 - Ponto fortes, fracos, oportunidades e ameaças.................... 85

Figura 5 - Principais concorrentes…………………………..................... 86

Figura 6 - Principais fornecedores......................................................... 86

Figura 7 - Planta baixa padrão das 06 unidades habitacionais e

recepção................................................................................ 88

Figura 8 - Fluxograma do processo de prestação de serviço................ 89

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Distribuição do PIB do Turismo .............................................. 21

Gráfico 2 - Principais atrativos turísticos................................................... 73

Gráfico 3 - Tipo de propaganda que influenciou na viagem?................... 74

Gráfico 4 - Meios de hospedagem utilizados?.......................................... 75

Gráfico 5 - Tipos de Diária?...................................................................... 75

Gráfico 6 - Equipamentos/aparelhos/serviços indispensáveis para sua

hospedagem?........................................................................ 76

Gráfico 7 - Principais mercados emissores nacionais?............................ 77

Gráfico 8 - Permanência média/dias em todos os meios de

hospedagem ....................................................................... 78

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - O Setor de Turismo (2002) – Dados básicos........................... 20

Tabela 2 - Movimento estimado de turistas.............................................. 25

Tabela 3 - Receita estimada em dólar…………………………………........ 26

Tabela 4 - Taxa de ocupação da rede hoteleira........................................ 26

Tabela 5 - Permanência média em hotéis……………………………......... 27

Tabela 6 - Permanência média em todos os meios de hospedagem....... 27

Tabela 7 - Gasto médio diário por turista em dólar………………….......... 27

Tabela 8 - Demanda de turistas internos.................................................. 28

Tabela 9 - Demanda de turistas externos…………………………….......... 28

Tabela 10 - Meios de hospedagem utilizados…………………………....... 29

Tabela 11 - Tipo de propaganda que influenciou na viagem………......... 29

Tabela 12 - Motivo da Viagem................................................................... 30

Tabela 13 - Principais atrativos turísticos.................................................. 30

Tabela 14 - Meios de transportes utilizados………………………….......... 31

Tabela 15 - Pretende retornar no próximo ano......................................... 31

Tabela 16 - Visita pela primeira vez esta cidade....................................... 72

Tabela 17 - Gasto médio diário por turista em reais(R$).......................... 77

Tabela 18 - Taxas de órgãos iversos...................................................... 83

Tabela 19 - Investimento Inicial................................................................. 91

Tabela 20 - Depreciação........................................................................... 92

Tabela 21 - Custos Fixos e Variáveis........................................................ 92

Tabela 22 - Encargos Sociais Sobre Salários Fixos................................. 93

Tabela 23 - Receita Mensal / Anual de diárias......................................... 94

Tabela 24 - Alíquota imposto Simples Federal.......................................... 95

Tabela 25- Impostos Simples Federal....................................................... 96

Tabela 26 - Base de Cálculo Simples Estadual (ICMS)............................ 97

Tabela 27 - Simples Estadual ICMS.......................................................... 97

Tabela 28 - Impostos Simples Municipal................................................... 97

Tabela 29 - Base de Cálculo INSS............................................................ 98

Tabela 30 - INSS Simples Federal............................................................ 98

Tabela 31 - Impostos................................................................................. 98

Tabela 32 - Resultado Operacional das Projeções................................... 99

Tabela 33 - Fluxo de Caixa - Projeção 1 - capacidade de hospedagem

100%........................................................................ 99

Tabela 34 - Fluxo de Caixa - Projeção 1 - capacidade de hospedagem

75%......................................................................... 100

Tabela 35 - Fluxo de Caixa - Projeção 1 - capacidade de hospedagem

50%………....................................…………........... 100

Tabela 36 - Fluxo de Caixa - Projeção 1 - capacidade de hospedagem

25%…….......................................…………........... 100

Tabela 37 - Demonstração do resultado de exercício – Projeção 100% 101

Tabela 38 - Demonstração do resultado de exercício – Projeção 75%.. 101

Tabela 39 - Demonstração do resultado de exercício – Projeção 50%.. 102

Tabela 40 - Demonstração do resultado de exercício – Projeção 25%.. 102

Tabela 41 - TIR nos cenários otimista, realista e pessimista ................. 104

Tabela 42 - VPL nos cenários otimista, realista e pessimista................. 106

Tabela 43 - Payback nos cenários otimista, realista e pessimista.......... 106

Tabela 44 - Valores de VPL, TIR, Payback ........................................... 107

Tabela 45 - Ponto de Equilíbrio……………………………………………. 108

Tabela 46 - Rentabilidade/Lucratividade …………………………………. 109

Tabela 47 - Indicadores Financeiros………………………………………. 110

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

ABAV – Associação Brasileira de Agências de Viagens

ABIH – Associação Brasileira da Indústria de Hotéis

AF – Aplicações financeiras

AP – Ativo permanente

ATM – Ativo Total Médio

C – Compras

CE – Composição do Endividamento

CNPJ – Cartão Nacional Pessoa Jurídica

COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

CPV – Custo do produto vendido

CSLL – Contribuição Sobre o lucro Liquido

DARC – Documento de Arrecadação de Registro do Comércio

DARF – Documento de Arrecadação de Receitas Federais

DD – Duplicatas descontadas

DISP – Disponibilidades

DP – Dias do período considerado

DRL – Duplicatas a receber (líquidas de provisão para devedores duvidosos)

DRm – Duplicatas a receber (média do período)

EFSAT – Endividamento Financeiro Sobre Ativo Total

ELP – Exigível no longo prazo

EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo

ESTm – Estoque médio

FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

FORNm – Fornecedores (média no período)

GA – Giro do Ativo

ICMS – Imposto Circulação de Mercadorias

IF – Instituições Financeiras

IMP – Impostos sobre as vendas

INSS – Instituto Nacional Seguridade Social

IPL – Imobilização do Patrimônio Líquido

IPTU – Imposto Predial Territorial Urbano

IRPJ – Imposto de Renda pessoa Jurídica

ISS – Imposto Sobre Serviços

LC – Liquidez Corrente

LG – Liquidez Geral

LS – Liquidez Seca

ONC – Outros não cíclicos, como: dividendos, IR.

PC – Passivo circulante

PCT – Participação de Capitais de Terceiros

PEA – População economicamente ativa PFOA – Pontos Fortes, Fracos, Oportunidades e Ameaças

PIB – Produto Interno Bruto

PIS – Programa de Integração Social

PL – Patrimônio líquido

PMPC – Prazo Médio de Pagamentos das Compras

PMRE – Prazo Médio de Rotação dos Estoques

PMRV – Prazo Médio de Recebimento das Vendas

PNT – Plano Nacional do Turismo

RLP – Realizável ao longo prazo

RSA – Retorno sobre o Ativo

RSPL – Retorno sobre o Patrimônio Líquido

RSV – Retorno sobre as Vendas

SANTUR – Órgão Oficial do Turismo do Estado de Santa Catarina

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

TIR – Taxa Interna de Retorno

TLP – Transferências do longo prazo para o passivo circulante

TMA – Taxa Mínima de Atratividade

UNB – Universidade de Brasília

VP – Valor Presente

VPL – Valor Presente Líquido

SUMÁRIO

1 NTRODUÇÃO…………………………………………………………………… 15

1.1 OBJETIVOS…………………………………………………………………… 16

1.1.1 Objetivo Geral ……………………………………………………………… 16

1.1.2 Objetivos específicos .......................................................................... 16

1.2 JUSTIFICATIVA........................................................................................ 17

1.3 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR............................................................. 18

1.3.1 Dados do Setor .................................................................................... 20

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................. 32

2.1 EMPREENDEDORISMO.......................................................................... 32

2.1.1 Conceituando empreendedorismo ..................................................... 33

2.1.2 Idéia e oportunidade ............................................................................ 35

2.1.3 Virtudes do empreendedor ................................................................. 36

2.2 POUSADAS ............................................................................................. 37

2.3 ADMINISTRAÇÃO.................................................................................... 40

2.3.1 Administração de Marketing ............................................................... 41

2.3.1.2 Comunicação...................................................................................... 44

2.3.1.3 Produto............................................................................................... 46

2.3.1.4 Distribuição......................................................................................... 47

2.3.1.4.1 Distribuição Direta e Indireta............................................................ 48

2.3.1.5 Preço................................................................................................... 49

2.3.1.6 Análise de mercado............................................................................ 50

2.3.1.6.1 Mercado consumidor....................................................................... 51

2.3.1.6.2 Mercado fornecedor......................................................................... 51

2.3.1.6.3 Mercado concorrente....................................................................... 52

2.3.1.6.4 Pesquisa de mercado...................................................................... 52

2.3.2 Administração Financeira ................................................................... 53

2.3.2.1 Atividade e retorno (lucratividade)...................................................... 53

2.3.2.2 Atividade e rotação............................................................................. 55

2.3.2.3 Estrutura e endividamento.................................................................. 57

2.3.2.4 Liquidez............................................................................................... 59

2.3.2.5 Análise financeira................................................................................ 60

2.3.2.6 Investimento inicial.............................................................................. 61

2.3.2.7 Capital de terceiros............................................................................. 62

2.3.2.8 Fluxo de caixa..................................................................................... 62

2.3.2.9 Pay back............................................................................................. 63

2.3.2.10 Taxa Interna de Retorno................................................................... 63

2.3.2.11 Taxa Mínima de Atratividade............................................................ 64

2.3.2.12 Valor Presente Líquido..................................................................... 64

2.3.2.13 Orçamento de Capital....................................................................... 65

2.3.2.14 Preço de Venda................................................................................ 65

2.4 PLANO DE NEGÓCIO.............................................................................. 66

3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO......................................................... 68

4 HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR CELSO RAMOS – SC. 69

5 PESQUISA MERCADOLÓGICA EM GOVERNADOR CELSO RAMOS .. 72

6 ELABORAÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIO ............................................... 79

6.1 SUMÁRIO EXECUTIVO........................................................................... 79

6.2 PLANO JURÍDICO.................................................................................... 81

6.2.1 Trâmites para constituição da empresa ............................................ 82

6.2.2 Documentos para constituição da empresa ..................................... 82

6.3 PLANO DE MARKETING......................................................................... 83

6.4 PLANO OPERACIONAL........................................................................... 86

6.4.1 Localização ........................................................................................... 86

6.4.2 Instalação ............................................................................................. 87

6.4.3 Layout da empresa .............................................................................. 87

6.4.4 Atendimento ......................................................................................... 88

6.5 PLANO FINANCEIRO.............................................................................. 90

6.5.1 Investimento Inicial .............................................................................. 90

6.5.2 Custos Fixos e Variáveis ..................................................................... 92

6.5.3 Receitas ................................................................................................ 94

6.5.4 Cálculo dos Impostos Simplificados ................................................. 95

6.5.5 Resultado Operacional das Projeções .............................................. 99

6.5.6 Fluxo de Caixa ..................................................................................... 99

6.5.7 Demonstração do Resultado de Exercício (DRE) ............................. 101

6.5.8 Taxa Interna de Retorno (TIR) ............................................................ 102

6.5.9 Valor Presente Líquido (VPL), Payback e Ponto de Equilíbrio ....... 104

6.5.10 Análise dos Resultados...................... .............................................. 109

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES ........................................... 111

REFERÊNCIAS.............................................................................................. 115

APÊNDICE..................................................................................................... 118

RELAÇÂO DOS ANEXOS ............................................................................. 120

ANEXOS......................................................................................................... 121

17

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa o planejamento da viabilidade financeira,

mercadológica e operacional para implantação de uma pousada, na praia de

Palmas, localizada no Município de Governador Celso Ramos, situado na

paradisíaca região da Costa Esmeralda, que dista cinqüenta quilômetros ao norte

de Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina. As pousadas são

fenômenos razoavelmente recentes, mas já estão presentes na maioria das

cidades de pequeno e médio porte com vocação turística, onde a localização é

importantíssima porque os clientes procuram lugares bonitos, arborizados, perto

de rios, lagos ou do mar, além da tranqüilidade, calma e paz, em meio a

paisagens estonteantes.

O setor industrial, comercial e de prestação de serviço enfrentam mercados

cada vez mais exigentes e desafiadores, principalmente em função da alta

competitividade na maioria dos ramos de atividade, inclusive para micros e

pequenas empresas.O êxito ou o fracasso destas empresas se constitui numa

grande preocupação nos meios empresarial, político e acadêmico devido aos

altos índices de mortalidade empresarial, que são agravados pelas diferentes

crises internas brasileiras e também pelas atuais regras econômicas

internacionais, como exemplo, a globalização da economia. Essas empresas em

função do grande número de empregos que criam, podem dar uma certa

segurança a população economicamente ativa (PEA) no momento que alocam

parte dela em seus postos de trabalho, mas no caso de falência, geram

desemprego, levando um alto grau de insegurança as políticas públicas, que

visam o crescimento econômico do país.

É fato conhecido que nenhum país apresenta condições tão propícias ao

desenvolvimento do ramo de atividade de prestação de serviços de hospedagem,

no setor terciário da economia, quanto o Brasil. A região da Grande Florianópolis

é detentora de infra-estrutura, bons serviços e esforços de promoção, tornando-se

favorável para acomodar os visitantes estrangeiros, crescendo à taxa de 20% ao

ano a nível nacional, batendo recorde de mais de cinco milhões de turistas

estrangeiros no ano de 2005 (ANGOTTI et al, 2005, p.15).

18

O padrão de renda dos brasileiros, entretanto, não garante a uma parcela

substancial da população condições de conhecer os atrativos turísticos do país. A

indústria do turismo avança e praticamente obriga as autoridades a destinarem

recursos para adicionar mais infra-estrutura aos pontos turísticos, tendo em vista

que este setor da economia equivale a 10% de toda a economia mundial. A

demanda de turistas estrangeiros cresce a taxas favoráveis de investimentos

neste setor. Soma-se a isso a demanda de turistas brasileiros na ordem

aproximada de 40 milhões que se deslocam internamente para o turismo de lazer

ou negócios, fazendo assim, entender a importância do setor para o crescimento

da economia. (ANGOTTI et al, 2005, p.15).

É de fundamental importância disponibilizar uma alternativa de

hospedagem com preço mais acessível, prestando serviços de qualidade e um

ótimo atendimento aos turistas que se deslocam até a costa de Santa Catarina.

Assim, este trabalho buscou responder à seguinte questão norteadora:

Existe viabilidade financeira, mercadológica e operacional para instalação de mais

uma pousada em Palmas – Governador Celso Ramos – SC?

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Verificar a viabilidade financeira, mercadológica e operacional da

instalação de uma pousada em Palmas – Governador Celso Ramos – SC no

período compreendido entre agosto de 2006 a junho de 2007.

1.1.2 Objetivos específicos

• Descrever a situação atual da demanda do setor turístico no município de

Governador Celso Ramos;

• Pesquisar o potencial de mercado;

• Verificar a viabilidade financeira do negócio;

• Definir uma estrutura organizacional que possibilite a execução das tarefas

operacionais da pousada.

19

1.2 JUSTIFICATIVA

O presente trabalho de estágio é de suma importância, pois foram

levantados dados para fundamentar um novo empreendimento, com o objetivo de

desenvolver um projeto alicerçado nos aspectos mercadológicos, operacionais e

financeiros, visando verificar a possibilidade de retorno do capital investido. O

projeto de viabilidade de um empreendimento é imprescindível para reduzir os

riscos de falência do negócio. Por meio deste planejamento será possível

identificar e examinar a existência do público-alvo, a sazonalidade e os

concorrentes, os recursos necessários. Estes fatos irão contribuir para a redução

da taxa de mortalidade das empresas brasileiras e o aumento da probabilidade de

sucesso do empreendimento.

A implantação de uma empresa no mercado depende da viabilidade deste

novo negócio, sendo importantíssimo analisar o estudo de viabilidade antes de

montar o empreendimento. Neste caso, a comprovação da viabilidade, nos

aspectos financeiros, mercadológicos e operacionais permite ao empreendedor

verificar estes elementos com antecedência, ao contrário de muitos

empreendimentos que acabam identificando estes fatores somente na prática,

tornando-se vulnerável aos riscos, por comprometer uma parcela ou à totalidade

dos recursos destinados ao empreendimento. O projeto de viabilidade financeira,

mercadológica e operacional é um aliado dos empreendedores, pois permite

analisar, rigorosamente, quais os custos implicados e as perspectivas de mercado

no qual pretende inserir o negócio, capacitando-o a estimar o sucesso e a corrigir

as deficiências. Assim este tipo de estudo possibilita ainda identificar um

diferencial competitivo em relação aos seus concorrentes, justificando a

importância de uma análise minuciosa do projeto.

A verificação da viabilidade da implantação de uma Pousada em Palmas –

Governador Celso Ramos – SC deu-se a partir da constatação da vocação

turística apresentada por este local, mediante uma procura crescente de turistas

oriundos de outros estados brasileiros e nações vizinhas, sendo de interesse

deste pesquisador a abertura desta pousada, justificando a importância deste

estudo.

A viabilidade do estágio é visível pelo fato de poder ser realizado no

período de um ano destinado aos estudos, sendo suficiente para abordar os

20

aspectos necessários. Os custos serão irrisórios, e há disponibilidade de

informações prestadas pelos órgãos que regulamentam e legislam este ramo de

atividade, tais como o Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR), o Órgão

Oficial do Turismo do Estado de Santa Catarina (SANTUR), o Serviço Brasileiro

de Apoio ás Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), a Associação Brasileira da

Indústria de Hotéis (ABIH) e a Secretaria Municipal de Turismo do Município de

Governador Celso Ramos - SC, dentre outros.

1.3 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR

A indústria do turismo no Brasil cresce e necessita que as autoridades

destinem recursos para implementar melhorias na infra-estrutura já existente,

principalmente aos acessos aeroportuários, portuários, ferroviários e rodoviários,

além daqueles investimentos destinados ao saneamento básico e a segurança,

pelo fato deste setor da economia corresponder a 10% de toda a economia

mundial. A demanda de turistas estrangeiros e brasileiros cresce a taxas

favoráveis de investimentos neste setor, estes acabam deslocando-se

internamente para o turismo de lazer ou negócios, fazendo assim, entender a

importância do setor para o crescimento da economia (ANGOTTI et al, 2005,

p.16).

Até alguns anos atrás, hospedagem com conforto, requinte e boa comida

eram exclusividade em cidades de grande porte no Brasil. Quem quisesse viajar

para o interior tinha que se contentar com pousadas modestas, de acomodações

simples e comida regional sem grande inspiração. Em alguns países do exterior, é

possível encontrar acomodações que satisfaçam os mais exigentes turistas, que,

em meio a paisagens estonteantes, oferecem serviço, conforto e comida que

nada ficam a dever aos melhores hotéis cinco estrelas. (ANGOTTI et al, 2005,

p.17).

O Plano Nacional do Turismo (PNT) que foi publicado pelo Ministério do

Turismo brasileiro, em 29 de Abril de 2003, tem por objetivo o elo entre os

governos federal, estadual e municipal, as entidades não governamentais, a

iniciativa privada e a sociedade no seu todo. Deve ser fator de integração de

objetivos, otimização de recursos e junções de esforços para incrementar a

21

qualidade e a competitividade, aumentando a oferta de produtos brasileiros no

mercado nacional e internacional. (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2006).

Desta forma é apresentado à sociedade brasileira o Plano Nacional do

Turismo, cuja construção, consolidação e execução deverão ocorrer até o ano de

2010, tendo presente que o turismo deverá se transformar em fonte geradora de

novos empregos e ocupações, proporcionando uma melhor distribuição de renda

e melhorando a qualidade de vida das nossas comunidades.

Ao contribuir para multiplicar os postos de trabalho no território nacional,

poderá interferir positivamente no âmbito da violência urbana, fortalecendo a

segurança da população. Também deverá transformar-se em um agente da

valorização e conservação do patrimônio ambiental (cultural e natural),

fortalecendo o princípio da sustentabilidade, devendo tornar-se um instrumento de

organização da sociedade, articulando seus interesses econômicos, técnicos,

científicos e sociais, com o lazer, a realização de eventos, feiras e outras

atividades afins. Através de programas de qualificação profissional, poderá elevar

a qualidade da oferta turística nacional, fator essencial para inserir o país

competitivamente no mercado internacional. (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2006).

A estrutura do Ministério do Turismo é composta por órgãos de assistência

direta e imediata ao Ministro, além dos seguintes órgãos finalísticos:

a) Secretaria de Políticas de Turismo: responsável pela, “

formulação, elaboração, avaliação e monitoramento da Política

Nacional do Turismo“, bem como articular as relações

institucionais e internacionais necessárias para a condução

desta Política;

b) Secretaria de Programas de Desenvolvimento do Turismo:

competem realizar ações de estímulo as iniciativas públicas e

privadas de incentivos, de fomento, de promoção e de

investimentos em articulação com os Programas Regionais de

Desenvolvimento, bem como apoiar e promover a produção e

comercialização de produtos associados ao turismo e a

qualificação dos serviços;

c) Instituto Brasileiro de Turismo – EMBRATUR: Autarquia que tem

como área de competência a promoção, divulgação e apoio a

22

comercialização dos produtos, serviços e destinos turísticos no

país e no exterior;

d) Conselho Nacional do Turismo: órgão colegiado de

assessoramento, diretamente vinculado ao Ministério do Turismo

que tem como atribuições “propor diretrizes e oferecer subsídios

técnicos para a formulação e acompanhamento da Política

Nacional do Turismo”. Esse Conselho é formado por

representantes de outros ministérios e instituições públicas que

se relacionam com as atividades turísticas e das entidades de

âmbito nacional, representativa do segmento turístico.

(MINISTÉRIO DO TURISMO, 2006).

1.3.1. Dados do Setor

Em outubro de 2004 foi divulgado um projeto de pesquisa denominado:

Competitividade do Preço do Turismo no Brasil – Impactos Econômicos

Intersetoriais e Políticas Públicas, desenvolvido pelo Centro de Excelência em

Turismo – Núcleo de Economia do Turismo – Universidade de Brasília – DF em

parceria com a Christel Dehaan Tourism and Travel Research Institute –

University of Nottingham – Inglaterra, onde foi elaborado a Matriz de

Contabilidade Social do Brasil para o Turismo – 2002, no qual contém alguns

indicadores apresentados na Tabela 1 abaixo para a Economia do Turismo,

dados relacionados ao PIB do turismo, sua produção total, os impostos indiretos,

recebimentos de divisas e investimento privado. (UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA,

2006).

Tabela 1 – O Setor de Turismo (2002) – Dados básico s

Fonte: UNB, 2005.

23

A Tabela 1 acima descreve que a produção total do turismo representa

4,32% da produção total do Brasil, porém o PIB do turismo foi calculado pelo

Ministério do Turismo em 2002 no valor de R$ 77,5 bilhões representando 5,56%

do PIB nacional, ficando claro que o turismo é um setor que agrega mais valor

que a média dos demais setores da economia, pode-se observar que os

investimentos privados neste setor foram de apenas 0,17% do total do capital

aplicado em todos os setores da economia, este percentual investido gerou 5,56%

do produto interno bruto nacional, indicando um grande potencial de crescimento

para este setor. (UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, 2006).

Outro dado apresentado na Figura 1 relata a distribuição setorial do PIB do

turismo, que tem sua maior concentração nos setores de restaurantes (37,56%),

serviços recreativos (18,09%), transporte rodoviário e aéreo regular (28,05),

estabelecimentos hoteleiros (11,97%) e os demais setores representam apenas

4,33% do PIB do turismo nacional. (UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, 2006).

Gráfico 1 – Distribuição do PIB do Turismo

Fonte: UNB, 2005.

24

De acordo com a Associação Brasileira de Agências de Viagens – ABAV

os números da Demanda Turística brasileira são promissores, são apresentados

alguns números recentemente divulgados no site da ABAV, onde informa que em

2004 os agentes de viagens brasileiros movimentaram US$ 3,2 bilhões, e que

78% da emissão de bilhetes nacionais e estrangeiros são de responsabilidade

dos agentes brasileiros, resultando no ingresso de 659.819 turistas estrangeiros.

A inserção destes turistas estrangeiros que geraram um incremento recorde de

US$ 341 milhões na economia do Brasil em janeiro de 2005, devido a seus

gastos, representando um aumento de 16,8% em relação ao mesmo período em

2004. Diante destes números favoráveis o governo destinou o valor de R$ 314

milhões para o orçamento do Turismo em 2005, onde R$ 111 milhões para a

promoção internacional, R$ 54,6 milhões para a promoção nacional, R$ 18

milhões para infra-estrutura e sinalização turística, R$ 16,5 milhões serão

destinados aos empreendimentos e na qualificação profissional e R$ 10,7 milhões

para criação de produtos turísticos. (ABAV, 2006).

Em coletiva de imprensa concedida em 02 de junho de 2005, o ministro do

Turismo, Walfrido dos Mares Guia apresentou números relacionados ao Setor

Turístico no Salão do Turismo – Roteiros do Brasil, por meio de pesquisas

realizadas pela EMBRATUR e Fundação Getúlio Vargas que o turismo é um

grande negócio para o país, onde este setor deve gerar números bastante

significativos até 2007, como criação de 1,2 milhão de empregos, 9 milhões de

turistas e US$ 8 bilhões, além de alcançar o número de 65 milhões de

desembarques domésticos, no ano de 2004 o setor do turismo foi responsável

pela geração de 210 mil empregos, e com o lançamento de 451 novos produtos

turísticos. (ABAV, 2006).

O perfil da hotelaria no Brasil segundo a Associação Brasileira da Indústria

de Hotéis, a mais antiga entidade do trade turístico nacional e representante

oficial dos meios de hospedagem no Brasil, relata que o parque hoteleiro nacional

possui hoje aproximadamente 25 mil meios de hospedagem, dentre estes 18 mil

são hotéis e pousadas, onde 70% são empreendimentos de pequeno porte, que

geram mais de 1 milhão de empregos e a oferta de aproximadamente 1 milhão de

apartamentos em todo o país, e que a cada 10 empregos da população ativa 1 é

disponibilizado pelo setor do turismo. Estima-se que o faturamento anual da

hotelaria nacional seja da ordem de US$ 2 bilhões, com um crescimento em torno

25

de 8 a 10% que oscila de região para região. Os dados informados nas Figuras 1

e 2 a seguir fornecem os números dos apartamentos disponíveis por estado dos

hotéis associados a ABIH e o número de hotéis por estado respectivamente.

(ABIH, 2006).

Figura 1 – Quantidade de apartamentos por estado

ABIH .

ESTADO TOTAL

1º RIO DE JANEIRO 18.766

2º SÃO PAULO 16.697

3º STA. CATARINA 14.886

4º BAHIA 9.443

5º PARANÁ 8.240

6º CEARÁ 7.832

7º MINAS GERAIS 7.088

8º R.GDE DO SUL 6.825

9º DISTRITO FEDERAL 6.299

10º PERNAMBUCO 5.172

11º R.GDE DO NORTE 4.641

12º ALAGOAS 3.638

13º MATO GROSSO DO SUL 2.834

14º PARÁ 2.728

15º AMAZONAS 2.645

16º GOIÁS 2.598

17º PARAÍBA 1.651

18º MARANHÃO 1.486

19º SERGIPE 1.247

20º MATO GROSSO 794

21º ESPÍRITO SANTO 637

22º PIAUÍ 535

23º RORAIMA 529

24º ACRE 513

25º AMAPÁ 499

26º TOCANTINS 169

TOTAL 128.392

Fonte: ABIH, 2005.

26

Figura 2 – Relatório do número de hotéis associad os a ABIH

ESTADOS Nº DE HOTÉIS NAS CAPITAIS

Nº DE HOTÉIS NO INTERIOR

Nº DE MUNICÍPIOS

TOTAL DE ASSOCIADOS

ACRE 10 3 1 13

ALAGOAS 40 12 7 55

AMAZONAS 30 30

AMAPÁ 12 34 10 46

BAHIA 64 89 27 153

CEARÁ 56 9 4 65

DISTRITO FEDERAL 35 9 6 44

ESP. SANTO 11 10 4 21

GOIÁS 34 17 6 51

MARANHÃO 17 1 1 18

MINAS GERAIS 37 44 30 81

MATO GROSSO 8 2 1 10

MT. GROSSO DO SUL 34 26 10 60

PARÁ 19 17 8 36

PARAIBA 30 1 1 31

PERNAMBUCO 32 28 12 60

PIAUÍ 7 1 1 8

PARANÁ 58 45 12 103

RIO DE JANEIRO 114 73 20 187

RIO GDE. DO NORTE 56 15 5 71

RORAIMA 15 15

RIO GDE. DO SUL 29 71 41 100

ST. CATARINA 85 250 57 335

SERGIPE 20 1 1 21

SÃO PAULO 43 67 41 110

TOCANTINS 9 16 10 25

TOTAL 905 835 312 1.740

Fonte: ABIH, 2005.

27

Considerando que o setor hoteleiro investe cerca de 8 a 12% em tecnologia

para sua modernização, a hotelaria nacional movimenta em torno de US$ 8

bilhões, possuindo um patrimônio de R$ 78,7 bilhões, gasta em média R$ 2

biIhões por ano com mão de obra e mais de R$ 30 milhões com Contribuição para

Financiamento da Seguridade Social - COFINS. (ABIH, 2006).

O estudo da demanda turística do Estado de Santa Catarina realizada

através de uma pesquisa mercadológica que apresenta uma síntese comparativa

com os anos de 2004, 2005 e 2006 (janeiro/fevereiro), divulgada no site da

SANTUR, o órgão oficial do turismo em nosso estado, permite verificar dados

importantes e atualizados que certamente auxiliarão na tomada de decisão para a

implantação e a viabilidade ou não do negócio. A estimativa total de turistas para

os anos de 2004, 2005 e 2006(jan/fev) no município de Governador Celso Ramos

foram respectivamente de 26.326, 62.667 e 14.122 mil turistas, sendo que estes

números são compostos de turistas nacionais e estrangeiros para os respectivos

anos em estudo, conforme pode se visualizar na Tabela 2. (SANTUR, 2006).

Tabela 2 – Movimento estimado de turistas.

Fonte: SANTUR, 2006.

Outros dados determinantes são as receitas estimadas em dólar para os

turistas nacionais e estrangeiros que migraram para o estado nos anos de 2003

que foram estimados em US$ 4.566.716,00, 2005 US$ 12.013.682,03 e

2006(jan/fev) US$ 3.707.346,95 – estes dados referem-se ao total de turistas

internos e externos apresentados na Tabela 3. (SANTUR, 2006).

28

Tabela 3 – Receita estimada em dólar.

Fonte: SANTUR, 2006.

A rede hoteleira catarinense nos anos pesquisados obteve um taxa de

ocupação considerável, observou-se através da Tabela 4, um percentual

excelente no ano de 2004, porém em 2005 ocorreu uma ligeira queda devida à

economia interna não ter alcançado bons números influenciando na redução da

emissão de turistas internos aos pontos turísticos catarinenses. Em 2006, por se

dispor somente dos valores dos meses de janeiro e fevereiro não há a

possibilidade de comparação com os demais anos. (SANTUR, 2006).

Tabela 4 – Taxa de ocupação da rede hoteleira.

Fonte: SANTUR, 2006.

A permanência média nos hotéis dos turistas pode ser analisada junto à

Tabela 5, no ano de 2004 foram de quase seis dias, porém em 2005, devido aos

fatores econômicos, a permanência em solo catarinense foi de aproximadamente

cinco dias. Em 2006, apesar de considerar somente um período de 60 dias, a

temporada registrou um aumento na média para mais ou menos sete dias.

(SANTUR, 2006).

29

Tabela 5 – Permanência média em hotéis.

Fonte: SANTUR, 2006.

Outro dado extraído desta pesquisa identificou um crescente demanda na

permanência média dos turistas no estado em relação a todos os meios de

hospedagem, que nos anos de 2004, 2005 e 2006 (jan/fev) obtiveram um

aumento de 02,41 dias na permanência de turistas internos, e de 1,53 dias em

relação à estada dos turistas estrangeiros, sendo visíveis na Tabela 6. (SANTUR,

2006).

Tabela 6 – Permanência média em todos os meios de h ospedagem.

Fonte: SANTUR, 2006.

Esta elevação na média em todos os meios de hospedagem gerou um

aumento no gasto médio estimado por turista em dólar, podendo ser verificada na

Tabela 7, com exceção do ano de 2005 devido à influência dos fatores

econômicos, que levaram a valorização da moeda brasileira em relação às

moedas dos principais emissores estrangeiros de turistas ao nosso estado como

a Argentina e o Paraguai, provendo uma queda em relação a 2004. (SANTUR,

2006).

Tabela 7 – Gasto médio diário por turista em dólar.

Fonte: SANTUR, 2006.

30

A demanda de turistas internos fez-se observar na Tabela 8 que as

unidades federativas mais próximas, como o estado do Rio Grande do Sul e do

Paraná, vem crescendo, porém os paulistas e os sul-mato-grossenses visitaram

Santa Catarina com menor freqüência. (SANTUR, 2006).

Tabela 8 – Demanda de turistas internos.

Fonte: SANTUR, 2006.

Referente a demanda de turistas estrangeiros a Tabela 9 permite verificar

que os vizinhos argentinos lideram a emissão de turistas estrangeiros, tendo um

aumento gradativo, ao contrário dos paraguaios que tiveram uma retração em

relação aos anos pesquisados. (SANTUR, 2006).

Tabela 9 – Demanda de turistas externos.

Fonte: SANTUR, 2006.

Dentre os meios de hospedagem utilizados pelos turistas no período de

2004 a 2005 ocorreram algumas demandas crescentes em permanência nas

pousadas, casa própria, casa ou apartamento de aluguel e os camping, e

observa-se a queda em hotel, hospedaria/pensão, casa de amigos e em

albergues no período de 2004 a 2006, conforme a Tabela 10. (SANTUR, 2006).

31

Tabela 10 – Meios de hospedagem utilizados.

Fonte: SANTUR, 2006.

Os meios de comunicação fazem um papel fundamental na divulgação dos

atrativos turísticos, e dentre os veículos de propaganda meios utilizados que

destacaram Santa Catarina, encontra-se descrito na Tabela 11, que os turistas

são fortemente influenciados pela indicação de amigos ou parentes, seguido pela

internet e por folhetos, folder, cartazes. (SANTUR, 2006).

Tabela 11 – Tipo de propaganda que influenciou na v iagem.

Fonte: SANTUR, 2006.

Identificou-se através da Tabela 12 que em média 98,68% dos turistas

tiveram como principal motivo de escolherem o estado foi o turismo de lazer e

uma pequena parcela é atraída pelo turismo de negócios. Os atrativos naturais do

32

local originaram a demanda média de 80,70% dos turistas nos anos de 2004,

2005 e 2006 (jan/fev). (SANTUR, 2006).

Tabela 12 – Motivo da Viagem.

Fonte: SANTUR, 2006.

Os principais atrativos naturais do local originaram a demanda média de

80,70% dos turistas nos anos de 2004, 2005 e 2006 (jan/fev) conforme consta na

Tabela 13. (SANTUR, 2006).

Tabela 13 – Principais atrativos turísticos.

Fonte: SANTUR, 2006.

O acesso aos pontos turísticos é, um fator primordial para o

desenvolvimento da vocação turística do local, pois a conservação, modernização

e os investimentos na infra-estrutura das rodovias, portos, ferrovias e aeroportos

são essenciais para atender as necessidades dos turistas, que desejam

segurança, boa sinalização e de serviços de qualidade para terem uma estada

tranqüila, sendo apresentado estes dados na Tabela 14. (SANTUR, 2006).

33

Tabela 14 – Meios de transportes utilizados.

Fonte: SANTUR, 2006.

A satisfação dos clientes através do atendimento e superação de suas

necessidades, adotando um atendimento cordial, primando pela segurança e

prestando serviços de qualidade certamente resultará no retorno e na indicação a

um número maior de turistas para visitarem estas belezas naturais, sendo

apresentado estes dados na Tabela 15. (SANTUR, 2006).

Tabela 15 – Pretende retornar no próximo ano.

Fonte: SANTUR, 2006.

Estes dados corroboram para o conhecimento das potencialidades do setor

turístico em âmbito, nacional, estadual e municipal que vem crescendo

continuamente com os investimentos em infra-estrutura, marketing e capacitação

dos profissionais deste segmento, promovendo mais empregos, renda e geração

de riquezas bem como qualidade de vida para as comunidades que se

desenvolvem economicamente sustentável.

34

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Cada empresa é uma combinação sem igual de pessoas, produtos,

culturas, políticas, fornecedores, investidores, reguladores e influenciadores.

Cada uma dessas empresas está sujeita à natureza imprevisível de seu ambiente

empresarial e de seu mercado. Todas necessitam encontrar métodos e sistemas

personalizados ao seu negócio e cada uma delas terá de adotar estratégias que

se ajustem a seus objetivos empresariais, e, desenvolver táticas específicas para

atingir esses objetivos.

Tendo em vista ser um estudo centrado na administração geral, serão

abordadas as áreas: Empreendedorismo, Administração Financeira e

Administração de Marketing.

2.1 EMPREENDEDORISMO

Os estudos relativos ao empreendedor permeiam o empreendedorismo, e

geralmente abordam seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu

universo de atuação para conhecer, as atividades de quem se dedica a geração

de riquezas, seja na transformação de conhecimento em produtos ou serviços, na

geração do próprio conhecimento ou na inovação em áreas como o marketing,

produção, organização, entre outras.

Segundo Gibb (apud DE MORI et al. 1998, p. 223) para o início de

qualquer negócio, é necessário haver demanda para o produto que pretendemos

oferecer. Quando se possui um desejo de implantar algum negócio, a primeira

providência é o que se chama de trabalhar a idéia. Em geral, o negócio nasce de

uma idéia que o empreendedor teve. Ocorre que a idéia, coloquial, por si só não é

suficiente para que o negócio prospere. Há uma necessidade de amadurecê-la.

Isso se faz testando a validade das idéias junto ao mercado que se pretende

atingir.

Desta forma, Pereira (1995) afirma que é necessário “descobrir qual a

motivação básica que leva um indivíduo a ser um empreendedor, é tarefa

fundamental que facilitará pelo autoconhecimento, a análise de decisões, a

35

escolha de metas e de caminhos, e permitirá errar menos” (PEREIRA, 1995,

p.52).

Corroborando com esta idéia, Cunha e Ferla (1997, p.25) Descrevem genericamente o empreendedor como pessoas que perseguem o benefício, trabalham individual ou coletivamente e podem ser definidos como indivíduos que inovam, identificam e criam oportunidade de negócio, montam e coordenam novas combinações de recursos, para extrair os melhores benefícios de suas inovações num meio incerto

Dentro do cenário do empreendedorismo, serão analisados o

comportamento dos empreendedores, suas paixões, visões, ideais,

oportunidades, conceitos, características e barreiras a serem enfrentadas neste

cenário competitivo.

2.1.1 Conceituando empreendedorismo

Em relação ao empreendedorismo, Schumpeter (1949 apud DORNELAS,

2001, p.37) afirma que “o empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica

existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas

formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”.

Degen (1989, p. 10), tem a mesma visão de Schumpeter, e assegura que,

o ser empreendedor, expressa ter, acima de tudo, a necessidade de alcançar

coisas novas, pôr em práticas idéias próprias, características individuais e

comportamento que nem sempre são fáceis de encontrar.

Cunha e Ferla (1997, p. 13), abordam outros aspectos que Degen e

Schumpeter não relatam, para eles é natural que as empresas tenham receio em

investir num mercado que já esteve assustador e ainda é imprevisível. É nesta

hora que surgem as oportunidades para os pequenos empreendedores, invistam

e ocupem os espaços vazios deixados no mercado pelas grandes empresas.

Em outras palavras, Dornelas (2001, p.19) completa dizendo que:

Os empreendedores são pessoas diferenciadas, que possuem motivação singular, apaixonadas pelo que fazem, não se contentam, em ser mais um na multidão, querem ser reconhecidas e admiradas, referenciadas e imitadas, querem deixar um legado.

Entende-se que empreendedores são pessoas que se diferenciam das

demais por serem pessoas que ultrapassam limites na busca de seus sonhos.

36

Dornelas (2001, p.37-38) ainda expõe que os empreendedores detectam

oportunidades, criam negócios e capitalizam sobre elas, assumindo assim riscos

calculados. O autor ainda elenca alguns aspectos referentes aos

empreendedores:

• Tem iniciativa para desenvolver um novo negócio e paixão pelo que

fazem.

• Sabem utilizar os recursos disponíveis com criatividade modificando o

ambiente social e econômico onde vivem.

• Aceitam assumir riscos e a possibilidade de fracassar.

Completando o exposto por Dornelas (2001, p. 37-38), Brush, Greene e

Hart (2002, p.26) ressaltam que, durante o desenvolvimento de um novo negócio

o empreendedor se depara com uma variedade de decisões. Nesta fase, ele

deverá construir uma base de recursos que além de escolhê-los, deve decidir

também como combiná-los e desenvolvê-los provavelmente de forma simultânea.

Cada empreendedor cria sua base de recursos através de suas características

individuais, pois ele deve institucionalizar em seu novo empreendimento seus

conhecimentos e suas habilidades para que haja uma continua evolução de seu

negócio.

Reunir, atrair e combinar recursos não garante sucesso. O empreendedor ou o grupo de empreendedores deve transferir forças pessoais para o empreendimento e transformar essas forças individuais em forças organizacionais que podem levar a vantagens únicas. O conhecimento e as habilidades do empreendedor devem ser institucionalizados no empreendimento para fornecer uma base para o crescimento continuo, complexidade e valor do conjunto de recursos. (ARBAUGH, CAMP e VORHIES, 1999 apud BRUSH, GREENE e HART, 2002, p. 30)

Na mesma perspectiva, Brush, Greene e Hart (2002, p.32) afirmam que a

rede de relacionamento do empreendedor torna-se um recurso favorável para

estabelecer parcerias e obter empréstimos financeiros que irão alavancar seus

recursos básicos e físicos a fim de acelerar a evolução de seus produtos ou

serviços à maneira que gere em seu empreendimento a capacidade de

competitividade.

Sendo assim, entende-se que durante o desenvolvimento do novo negócio,

o empreendedor deverá passar seus conhecimentos para a organização de forma

37

a institucionalizá-los, transformando-os em recursos indispensáveis para o

sucesso da empresa. E a rede de relacionamento é outro recurso importante para

o empreendedor, pois a fase inicial de uma empresa, na maioria das vezes, é um

período de fragilidade, e tão importante quanto obter financiamento é desenvolver

parcerias e estar amparado caso haja grandes dificuldades nesta fase do negócio.

O empreendedor não é uma ilha isolada no oceano.

Por meio de sua rede de contato, ele deve identificar

os melhores profissionais e entidades para assessorá-

lo. (DORNELAS, 2001).

Considerando as idéias expostas pelos autores supra, depara com o tema

empreendedorismo, que vem ocupando um espaço de interesse, tanto no cenário

econômico como no acadêmico, trazendo à tona a análise e estudo de como se

origina uma idéia, e como essa idéia pode tornar uma oportunidade.

2.1.2 Idéia e oportunidade

Para Degen (1989, p. 19) a identificação de oportunidades é a primeira

etapa de criação de um negócio e podem ser encontrados em todos os lugares

sob as mais diversas formas, exigindo predisposição e criatividade por parte do

empreendedor para identificá-las.

Segundo Cunha e Ferla (1997. p 52-53) o empreendedor procura

constantemente buscar novas idéias que vão sendo concebidas, trabalhadas,

reformuladas e planejadas até que se tornem concretamente empreendimentos

de sucesso. Os autores também identificam oito oportunidades de negócios, as

fontes de idéias para formação de negócios que são: identificação de

necessidades, observação de deficiências, observação de tendências, derivação

de ocupação atual, procura de outra ocupação, exploração de hobby, lançamento

de moda e imitação de sucessos alheios.

Dornelas (2001. p 490), afirma que oportunidades geralmente são únicas,

pois o empreendedor pode permanecer vários anos sem observar e aproveitar

uma ocasião para desenvolver um novo produto ou serviço e ganhar um novo

mercado e estabelecer uma parceria que o diferencie de seus concorrentes.

Na visão de Degen (1989), Dornelas (2001) e Cunha e Ferla (1997), as

oportunidades são um passo importante na vida do empreendedor, pois nas

38

oportunidades está a essência do negócio e os autores convergem no mesmo

sentido.

2.1.3 Virtudes do empreendedor

Cunha e Ferla (1997, p. 16-17) definem que dois tipos de virtudes

diferenciam os empreendedores dos demais: virtudes de apoio e virtudes

superiores. As virtudes de apoio são indispensáveis e necessárias, mas as

superiores são privativas apenas aos grandes empreendedores.

Estes autores ainda ressaltam que as virtudes de apoio são corriqueiras a

outros grupos, como a os bons administradores, e salienta como virtudes de

apoio: visão, energia, comprometimento, liderança, obstinação, e capacidade de

decisão / concentração.

Longenecker, Moore e Petty (1998, p. 9) concordam que correr riscos

moderados são características do empreendedor. À medida que observamos para

os empreendedores específicos, vemos indivíduos que na maior parte, se

enquadram nessa imagem. “Os indivíduos com pouca necessidade de realização

são aqueles que parecem contentar-se com o status atual”.

Dornelas (2001, p.31-32) entende que o empreendedor que tem virtude e

aquele que é apaixonado pelo que faz, utiliza planejamentos e suas

características são: energia como dinâmica e comprometimento como dedicação

e visão como planejamento.

Além disso, Cunha e Ferla (1997) caracterizam o empreendedor como

alguém que se aventura e assume riscos, que reúne capital e trabalho requeridos

para o negócio e supervisiona seus mínimos detalhes, caracterizando-se pela

conveniência com o risco, a inovação e a gerência do negócio.

Para os empreendedores, mas precisamente os microempresários, existem

várias formas de organização no mercado, uma delas é a firma individual, que

segundo GITMAN (1997, p. 7)

é uma empresa de propriedade de uma única pessoa que a

opera visando a seu próprio lucro. Cerca de 75% das

empresas brasileiras são firmas individuais, tipicamente

pequenos negócios, como mercearias, oficinas e lojas de

39

vestuário. O capital normalmente provém de recursos

pessoais ou de empréstimos, ficando o proprietário

responsável por todas as decisões do negócio (GITMAN,

1997, p 7).

Em relação às virtudes do empreendedor Dornelas (2001, p. 31-32), Cunha

e Ferla (1997, p. 16-17), ambos compartilham as mesmas idéias, para

Longenecker, Moore e Petty (1998, p 9) entendem que o empreendedor necessita

de realizações e precisa ter disposição para assumir riscos moderados.

2.2 POUSADAS

Inspiradas nas hospedarias do passado, as pousadas são a versão

contemporânea daqueles estabelecimentos em que se pode conjugar o

aconchego de um lar à isenção de tarefas domésticas proporcionada pelos hotéis.

Elas são fenômenos razoavelmente recentes, mas já estão presentes na maioria

das cidades de pequeno e médio porte com vocação turística. Representam

alternativa de hospedagem mais acessível, sem que isso signifique ausência de

conforto ou charme. Ao contrário, charme, conforto e personalidade são os

primeiros pontos em que o empreendedor da área deve investir. As pousadas

mais requisitadas têm em comum, o respeito às tradições da hospitalidade e

integradas a modernos conceitos de conforto e serviços. Tudo pelo prazer de bem

receber (SEBRAE, 2006).

Até alguns anos atrás, hospedagem com conforto, requinte e boa comida

eram exclusividade de cidade grande no Brasil. Quem quisesse viajar para o

interior tinha de se contentar com pousadinhas modestas, de acomodações

simples e comida regional sem grande inspiração. Os novos refúgios, que agora

oferecem bem mais que isso, seguem uma tendência internacional. Em alguns

países do exterior, é possível encontrar acomodações mágicas que, em meio a

paisagens estonteantes, oferecem serviço, conforto e comida que nada ficam a

dever aos melhores hotéis cinco estrelas. Aqui, o crescimento do turismo rural

abriu novas oportunidades de negócio em cidades de pequeno porte e as

pousadas que souberem explorar a oportunidade terão boas chances de sucesso.

(SEBRAE, 2006).

40

A localização é muito importante porque os clientes procuram lugares

bonitos, arborizados, perto de rios, lagos ou do mar, além de silêncio, calma, paz

e aconchego. A facilidade de acesso e a infra-estrutura da região, também são

aspectos que devem ser levados em consideração por parte do empreendedor.

(SEBRAE, 2006).

O ideal é que se procure orientação especializada na definição dos

espaços. Por intermédio de um engenheiro ou um arquiteto podem definir o

correto aproveitamento do espaço, assim como a forma mais agradável de

apresentá-lo. Normalmente cada quarto apresenta ambientação diferente, porém

fiel à mesma linha de decoração. O número de quartos que uma pousada

comporta varia entre 06 e 16 apartamentos, isso em áreas que vão de 720 m² a 3

mil m². (SEBRAE, 2006)

Dentre os equipamentos necessários encontram-se utensílios para

cozinha, móveis como poltronas, camas, armários e equipamentos

eletroeletrônicos, eletrodomésticos, materiais de limpeza e escritório (SEBRAE,

2006).

O investimento para ingressar no setor terciário da economia, tendo como

ramo de atividade a prestação de serviços de hospedagem, ofertando aos seus

hóspedes alojamentos, alimentação e lazer, o capital investido pode variar de

acordo com a estrutura do empreendimento, já que neste tipo de negócio os

valores dependem muito do porte. O investimento pode oscilar entre R$

60.000,00 e R$ 160.000,00(SEBRAE, 2006).

Todos os funcionários terão contato direto com os hóspedes devendo ser,

necessariamente, solícitos, gentis e bem apresentados, proporcionando um

ambiente familiar, que fuja da padronização dos hotéis. O quadro de funcionários

deve contar com: camareiras, faxineiras, recepcionistas e gerente. Parte deles

podem ser contratados como autônomos, trabalhando somente nos finais de

semana e meses de pico. O profissional da área do turismo quando é bem aceito,

é aquele que atua quase como um relações-públicas, além de ser paciente e

estar sempre atento às necessidades dos hóspedes. Fluência em idiomas

também é fundamental. O ideal é que o profissional domine pelo menos o inglês.

Saber expressar-se em espanhol e francês também está se tornado importante

(SEBRAE, 2006).

41

Os estilos adotados pelas pousadas vão dos mais exóticos aos mais

adequados, passando pelas sofisticadas, pelas que não aceitam crianças, pelas

que fazem de tudo para agradar o adepto do turismo com adrenalina, ou aquelas

que não oferecem luz elétrica (tem gente que acha o máximo). Estilos à parte, o

importante é não esquecer do charme - esse conceito subjetivo que significa

genericamente uma união entre bom gosto, atenção com detalhes, paixão de

servir, conforto compatível com expectativas dos hóspedes, localização

privilegiada, construção adequada ao meio ambiente e à região, enfim, o conjunto

de fatores que emprestam personalidade única ao local e ao próprio hotel.

(SEBRAE, 2006).

As principais atividades desenvolvidas e as etapas que constituem o dia-a-

dia de uma pousada são:

● receber, atender, e acomodar os clientes;

● arrumação e higienização dos quartos e dependências exteriores;

● preparação das refeições;

● atendimento do bar e do restaurante, além do serviço de quartos;

● lavanderia (podendo ser terceirizado);

● fechar as contas dos clientes e receber;

● prestar serviços de reservas.

Bom projeto e administração enxuta não são suficientes para fazer uma

pousada sobreviver além da estação. O negócio exige ampla pesquisa sobre a

cidade, a demanda de turistas e a concorrência. O desempenho desse tipo de

empreendimento oscila segundo a situação econômica e a infra-estrutura da

região. Além disso, mesmo com condições favoráveis, o empreendimento só

vingará se o empresário tiver afinidade com a área. (SEBRAE, 2006).

As pousadas estão entre os empreendimentos que mais sofrem os efeitos

da sazonalidade. As localizadas no litoral, costumam ter fila de espera entre os

meses de dezembro e fevereiro, mas passada essa época, a taxa de ocupação é

mínima. Com as pousadas das regiões de montanhas não é muito diferente,

tendo seu período de maior ocupação em temporada de inverno. (SEBRAE,

2006).

O público-alvo e os principais nichos de mercado encontra-se geralmente

nos turistas avulsos, grupos fechados tais como maçons, diabéticos, hiper-tensos,

religiosos, estudantes, obesos e desportistas. (SEBRAE, 2006).

42

Os principais fatores que influenciam para um empreendimento como uma

pousada dar certo é deter um bom conhecimento do mercado consumidor,

fornecedor e a concorrência. Sendo que é necessário ter um estrito controle de

estoques, receitas e despesas, claro que sem dedicação, comprometimento e

uma ótima qualidade da mão-de-obra. (SEBRAE, 2006).

É imprescindível adequar-se a legislação vigente, sendo necessário tomar

algumas providências para a abertura do empreendimento. O preciso obter o

registro na Junta Comercial do Estado de Santa Catarina, na Secretaria da

Receita Federal, na Secretaria da Fazenda, na Prefeitura do Município, no

Sindicato patronal da categoria, bem como o registro de empresa turística junto a

EMBRATUR e a filiação junto a ABAV para deter a concessão da carta de

capacitação técnica. Para adequar seus produtos/serviços às especificações do

Código de Defesa do Consumidor é indispensável uma consulta junto ao

PROCON. (SEBRAE, 2006).

Portanto para o sucesso do negócio é preponderante adotar estas medidas

para atuar no mercado devidamente regularizado, medidas estas que resultarão

em vantagem competitiva em relação aos concorrentes e novos entrantes neste

segmento.

2.3 ADMINISTRAÇÃO

Com o aumento da concorrência, os consumidores estão mais exigentes

na escolha de um produto ou serviço, sendo que a qualidade tornou-se fator

predominante no momento da compra. As empresas, para garantirem sua entrada

e tornarem-se competitivas no mercado, deverão obter resultados específicos e,

além disso, uma boa administração buscará resultados satisfatórios para a

empresa e para a sociedade.

Segundo Silva (1997, p. 25), “existem quatro processos administrativos

onde o administrador desempenha suas funções: planejar, organizar, dirigir e

controlar”.

Corroborando com esta idéia Kwasnicka (1999, p. 18) relata que, “a

administração é um processo interativo que busca a obtenção de resultados

específicos. Administrar é, portanto, um processo pelo qual o administrador cria,

dirige, mantém, opera e controla uma organização”.

43

Para este trabalho, a organização e o planejamento serão imprescindíveis

em todas as fases do estágio, no tópico a seguir estará sendo abordado a

Administração de Marketing.

2.3.1 Administração de Marketing

Atualmente, o mercado está cada vez mais complexo e competitivo.

Inseridas neste mercado se encontram muitas organizações que estão voltadas

para o esforço de atrair novos clientes e cultivar clientes fiéis. Manter seu

diferencial em produtos e/ou serviços, entre outros esforços, têm-se transformado

cada vez mais em uma função do próprio processo de vendas, em adição as

características, ao preço e ao prazo de entrega do produto ou serviço prestado.

A administração de marketing é definida por Kotler e Armstrong (1998, p.

08) como a “análise, o planejamento, implementação e controle dos programas

destinados a criar, desenvolver e manter as trocas de benefícios com os

compradores-alvos a fim de atingir objetivos organizacionais”.

O plano de marketing, segundo Churchill (2000, p. 19), trata-se de

informações que as organizações desenvolvem para obter resultados e

conclusões das análises ambientais, além de detalhar as estratégias de marketing

e os resultados almejados por ela. As estratégias do plano marketing contêm

formulações dos objetivos de marketing, análise de clientes, mercado e

compostos de marketing sugeridos para alcançar os objetivos. Composto de

marketing trata-se da combinação de ferramentas estratégicas que serão usados

para criar valor para os clientes com finalidade de alcançar as metas da

organização. Neste plano, deve haver também orçamentos, previsões de vendas,

lucro e qualquer outro objetivo que possa ser usado para avaliar o sucesso ou

fracasso.

Dornelas (2001, p. 101), segue as mesmas idéias de Churchill, ao sugerir

um plano que apresente de que forma a empresa pretende vender seus produtos

ou serviços. Este plano deve também apresentar a forma de comercialização, os

diferenciais do produto ou serviços, canais de distribuição, as estratégias de

promoção, publicidade, assim como projeções de vendas.

Marketing é uma palavra em inglês derivada de market, que significa

mercado. É utilizada para expressar a ação voltada para o mercado. Assim,

44

entende-se que a empresa que pratica o marketing tem o mercado como a razão

e o foco de suas ações (DIAS, 2004).

Para Dias (2004, p. 02), o marketing pode ser entendido como:

a função empresarial que cria continuamente valor para o cliente e gera vantagem competitiva duradoura para a empresa, por meio da gestão estratégica das variáveis controláveis de marketing: produto, preço, comunicação e distribuição.

Dornelas (2001, p. 103) afirma que, o marketing adotado como função

empresarial, integra o conjunto de funções desempenhadas na empresa, como

produção, finanças, logística, recursos humanos, sistemas de informação,

engenharia de produtos, pesquisa tecnológica, entre outras que gerenciam

recursos e geram resultados para agregar valor econômico ao processo

empresarial como um todo.

As decisões de produto englobam a identificação de oportunidades de

lançamento de produtos e serviços, a adequação destes às necessidades e

desejos dos clientes, a formulação das estratégias de produto e linhas de

produtos (como diferenciação, posicionamento, etc.) e administração do ciclo de

vida de produto, entre outras (DIAS, 2004).

Segundo Churchill (2000, p. 21), as decisões de preço envolvem a seleção

da estratégia de preço que gere vantagem competitiva e diferenciação para cada

produto ou linha de produto, bem como maximize o retorno para a empresa e aos

parceiros do canal de distribuição.

Dias (2004) sustenta que, as decisões de promoção são aquelas relativas

aos investimentos em estratégias e atividades de comunicação (propaganda,

marketing direto, relações públicas, publicidade, eventos, seminários) e promoção

de vendas (sorteios, prêmios ao consumidor, descontos de preços, brindes e

outros).

Para Dornelas (2001, p. 104), as decisões da variável distribuição

englobam a escolha dos canais de vendas e distribuição para que o produto ou o

serviço esteja no lugar certo, no momento certo, e o cliente possa realizar a

compra e satisfazer a sua necessidade.

Com o mesmo propósito, o marketing direto evoluiu para uma estratégia de

comunicação e comercialização de produtos ou serviços com o cliente, sem

intermediação de meios ou canais de terceiros (DIAS, 2004).

45

Atualmente, os meios para a execução do marketing direto se ampliaram e

podem contar com vendedores, televendas, telemarketing, equipes profissionais

que fazem uso de visitas, telefonemas, correio tradicional ou eletrônico (e-mail) ou

outros meios eletrônicos, como a televisão e internet, para atender ao cliente,

estabelecer um relacionamento com ele e realizar vendas (CHURCHILL, 2000).

Com a evolução da tecnologia da informação e da comunicação,

especialmente a internet, o marketing interativo evoluiu para o chamado

marketing digital ou web marketing, onde o cliente controla a quantidade e o tipo

de informação recebida. A expectativa é que o marketing pela internet e,

principalmente o comércio eletrônico, as vendas de produtos e serviços pela

internet venham a se tornar uma estratégia competitiva primordial e amplamente

adotada pelas empresas. (DORNELAS, 2001, p. 105).

Para Dias (2004, p. 11), o planejamento de marketing é a etapa inicial de

todo o processo de administração de marketing, quando são definidos os

objetivos de mercado e tomadas às decisões estratégicas, incluindo a análise de

mercado, analise da concorrência, definição de cenários, avaliação de riscos e

oportunidades, seleção do mercado-alvo, decisão das estratégias do composto de

marketing, dos investimentos e orçamentos e dos meios de avaliação dos

resultados das ações planejadas. A Figura 3 a seguir demonstra as etapas deste

planejamento.

46

Figura 3 -Etapas do planejamento de marketing

Fonte: Dias (2004, p 11)

2.3.1.2 Comunicação

De acordo com Dias, os objetivos da comunicação no processo de

marketing são:

fixar o produto ou serviço na mente do consumidor, criar uma mensagem única, consistente, compreensível e crível sobre o produto ou serviço; construir uma imagem de marca diferenciada e sustentável na mente do consumidor; oferecer informações e incentivos para o consumidor adquirir o produto ou serviço da empresa; e gerar atitude favorável dos diversos segmentos de público para as iniciativas da empresa. (DIAS, 2004, p. 272)

Análise de mercado

Identificação de oportunidades e riscos

Segmentação do mercado; seleção do mercado-alvo.

Objetivos de marketing

Estratégia de diferenciação de produto

Estratégia de preços, comunicação e distribuição.

Plano tático

Orçamento de marketing

Avaliação e controle

47

Para Kotler (1998, p. 102), “a comunicação consiste na combinação

específica de propaganda, promoção de vendas, relações públicas e venda

pessoal que a empresa se utiliza para perseguir seus objetivos de propaganda e

marketing”. Para que a comunicação tenha um impacto ainda maior, a mesma

deve se basear no mix de marketing, que envolve os fatores promoção e produto,

preço e praça.

Posicionamento é a estratégia de criar uma posição ou imagem única para

o produto/serviço ou a marca na mente do consumidor, com base nas

características diferenciadas do produto/serviço e nas posições já ocupadas pelos

concorrentes.

Proposição de valor é a declaração dos benefícios e atributos a serem

comunicados e da imagem objetivada para o produto/serviço ou marca.

A imagem da marca pode ser entendida como o conjunto de percepções,

crenças, idéias e associações cognitivas ou afetivas que uma pessoa tem sobre

um produto/serviço e que condiciona suas atitudes e seu comportamento de

consumo. A imagem de marca forte, consistente e favorável é uma força

motivadora do comportamento de consumo.

Ainda de acordo com Dias (2004), as atividades que integram o composto

de comunicação de marketing são as seguintes:

propaganda, promoção de vendas, vendas, marketing direto, relações públicas, publicidade ou assessoria de imprensa, promoção de eventos, merchandising e comunicação no ponto-de-venda, atendimento ao cliente, comunicação pela internet, embalagem (DIAS, 2004, p. 273).

O plano de comunicação de marketing é parte integrante do plano

estratégico de marketing e, portanto, deve ser coerente com os objetivos de

mercado e as outras estratégias do composto de marketing, ou seja, as

estratégias de produto/serviço, preço e distribuição (DIAS, 2004).

Segundo Dias (2004, p. 278), “nove etapas compõem a elaboração e a

implementação do plano integrado de comunicação de marketing”, a saber:

● Análise do problema ou da oportunidade;

● Definição dos objetivos da comunicação;

● Seleção do público-alvo da comunicação;

● Seleção dos elementos do composto de comunicação;

48

● Definição da estratégia da mensagem;

● Definição dos meios de comunicação;

● Definição do orçamento de comunicação;

● Implementação do plano;

● Avaliação dos resultados.

Para Dias (2004, p. 109), “marca é uma letra, uma palavra, um símbolo ou

qualquer combinação desses elementos, adotada para identificar produtos e

serviços de um fornecedor especifico”.

O valor de uma marca é o resultado do grau de lembrança ou

conscientização da marca pelo público, mais o grau de fidelidade de seus clientes

e a força da imagem associada à marca, que conseqüentemente, é expresso no

seu valor de venda.

Ainda de acordo com Dias (2004, p. 109), a escolha da marca deve levar

em conta os seguintes fatores:

• Deve sugerir os benefícios oferecidos pelo produto ou serviço;

• Deve ser positivo, distintivo e fácil de falar e lembrar;

• Deve ser coerente com a imagem do produto/serviço ou da empresa;

• Tem de poder ser registrado legalmente.

2.3.1.3 Produto

Quando se inicia o planejamento de marketing, deve-se realizar a análise

do mercado, que inclui o comportamento e o perfil dos clientes, a concorrência e

as variáveis do ambiente de marketing. Como resultado, espera-se obter uma

visão das oportunidades e dos riscos para desenvolvimento da linha atual de

produtos e serviços da empresa para o lançamento de novos produtos ou

serviços.

Segundo Kotler (1998, p. 145), “produto é qualquer coisa que possa ser

oferecida a um mercado para atenção, aquisição, uso ou consumo, e que possa

satisfazer a um desejo ou necessidade”.

Para Dias (2004, p. 96),

a formulação da estratégia de produtos e serviços tem a finalidade de orientar a alocação de investimentos, bem como possibilitar a

49

orientação da várias atividades da empresa para a geração de vantagens competitivas e a criação de valor para os clientes.

Parte dessa estratégia se deve a seleção de público-alvo e decisão sobre

os produtos e serviços a serem desenvolvidos, a lista de atributos e benefícios

integrantes do produto ou serviço, a marca, a embalagem e a imagem a ser

criada para o produto/serviço (DIAS, 2004).

Os componentes de uma estratégia de produtos são os seguintes:

• Objetivos de mercado como vendas, participação de mercado e

lucros;

• Público-alvo selecionado, suas características demográficas,

psicográficas e expectativas;

• Benefícios e atributos do produto ou serviço que os diferenciam da

concorrência e representam valor para os clientes;

• Patentes do produto/serviço;

• Serviços a serem agregados ao produto, como suporte pós-venda,

assistência técnica, treinamento, etc...;

• Parceiros que adicionam benefícios ao produto/serviço da empresa

e agregam valor ao cliente, por meio de tecnologia, produtos e

serviços;

• Marca;

• Embalagem;

• Posicionamento e imagem desejados para a marca.

2.3.1.4 Distribuição

Para Dias (2004, p. 126), “distribuição é o fluxo de bens e/ou serviços de

um produtor a um consumidor ou usuário final”. Este mesmo autor afirma que o”

objetivo da distribuição é fazer o produto/serviço chegar ao ciclo de venda – que

abrange desde a saída do vendedor par a abordagem inicial do cliente até o

eventual pós-venda - de maneira rápida, segura, pontual, e lucrativa para a

empresa vendedora e de maneira acessível, confiável, pontual e segura para o

cliente”.

O processo de distribuir visa essencialmente maximizar três utilidades,

conforme Dias (2004, p. 126 - 127):

50

● Utilidade de tempo: situações como previsões de venda, ciclo de venda,

logística (estoques, transportes, armazenagem), ciclo de vida do

produto/serviço, sazonalidade, comunicações (principalmente

determinação dos prazos de propaganda e/ou promoções de venda) e

administração interna (fluxo do pedido: sua análise, análise e concessão de

crédito e faturamento) são essencialmente vinculadas à utilidade de tempo.

● Utilidade de lugar:o produto (ou serviço) precisa estar acessível,

disponível, e deve ser facilmente adquirido pelo cliente no momento em

que ele decide comprá-lo. Para que isso aconteça, é fundamental que a

empresa tenha feito antes um mapeamento da distribuição e decidido

sobre níveis desejáveis de penetração e ocupação de mercado, tal qual, o

tipo de varejo que irá utilizar.

O tipo de intermediário é importante, já que é necessária uma

compatibilizarão entre a imagem do produto/serviço e a imagem da

empresa que o estiver comercializando. Produtos de luxo em lojas de

imagem popular não terão sucesso, e o contrário tampouco.

● Utilidade de posse: tornar o produto/serviço o mais acessível possível. È

importante à ressalva de que não basta o cliente querer comprar, é preciso

que ele possa comprar, que tenha recursos para tal. Assim, a política de

preços, descontos, financiamentos, etc. têm de atender da melhor forma

possível à equação desejo de comprar versus possibilidade de comprar

igual à compra efetiva.

2.3.1.4.1 Distribuição Direta e Indireta

Para Dias (2004, p. 154), “a distribuição direta é o processo de

comercialização que ocorre sem a participação de outra pessoa jurídica (para

comprar e revender)”.

Pode ser realizada por meio da venda pessoal ou por meio do marketing

direto, de telefonemas, de reembolso postal, de catálogos ou da internet. A

distribuição indireta caracteriza-se por utilizar, no fluxo dos produtos/serviços, às

figuras do atacado e/ou varejo (DIAS, 2004, p. 154).

Já o varejo eletrônico é uma mídia para divulgação de produtos, serviços,

informação e venda. As empresas com lojas são as que mais vêm obtendo

51

resultados e volume de negócios com o uso da internet. A razão para isso parece

ser simples: são empresas que já tem uma marca forte em meio ao público

consumidor e, além disso, dispõem de uma estrutura de distribuição já montada.

2.3.1.5 Preço

Ao definir preço como o montante de dinheiro pago em troca do uso de um

benefício proporcionado por um produto ou serviço, compreende-se que ele é

uma variável em função das utilidades, dos benefícios e dos atributos relevantes

aos quais o consumidor é sensível, segundo sua percepção. (DIAS, 2004, p. 254).

Para Kotler (1998, p. 162), “[...] preço é o volume de dinheiro cobrado por

um produto ou serviço. Em um sentido mais amplo, preço é a soma dos valores

que os consumidores trocam pelo benefício de possuírem ou usarem um produto

ou serviço”.

Segundo Dias (2004, p. 261), “para se definir o preço de um

produto/serviço, faz-se necessária uma análise onde se consideram os 4C’s de

preços: consumidor, companhia, concorrência e custos”.

A partir disto, a empresa conta com três estratégias de precificação;

● Precificação baseada em Custo: Para isso, é necessário conhecer os

custos para dispor o produto/serviço ao consumidor, diante dos seguintes

métodos: método de adição a custo, consiste em apurar os custos

incorridos na oferta do produto ou serviço e sobre eles aplicar o montante

desejado de lucratividade, como um percentual de vendas; método do

ponto de equilíbrio, consiste na determinação da venda unitária que, a um

determinado preço, iguala a receita aos custos totais.

● Precificação baseada em Valor: O método baseado em valor parte da

percepção de valor por parte do consumidor para a determinação do preço.

Define-se em função do que o mercado está disposto a pagar para que a

empresa administre os custos de desenvolvimento, produção e

comercialização do produto ou serviço.

Se o ofertante estabelecer um preço superestimado, estará perdendo

vendas. Se, ao contrário subestimar o preço, deixará de otimizar sua

oportunidade de lucro.

52

● Precificação baseada na Concorrência: A empresa que se utiliza deste

método supõe que o consumidor baseia seu julgamento de preço

comparando os concorrentes entre si. Para atingir essa precificação

existem dois métodos

- Método de equivalência de mercado: consiste em estabelecer o preço do

produto/serviço alinhado aos preços da concorrência, não necessariamente

levando em conta a estrutura de custos da firma. Geralmente este tipo de

método é utilizado quando o produto/serviço não possui diferencial e a

elasticidade da demanda é difícil de ser determinada.

- Método de proposta selada: usualmente utilizado em concorrências

públicas, em que o preço da oferta deve considerar a estrutura de custos

da empresa, mas não deve ser superior ao do concorrente.

● Preço de penetração ou de Skimming: o primeiro é utilizado para

promover um aceleramento das vendas. É usado intencionalmente, num

patamar mais baixo do que seria possível, para que estimule mais

fortemente o mercado. Já o skimming é onde se fixa o preço num patamar

elevado, quando um produto novo é posto no mercado, com o objetivo de

“desnatar” o mercado. Isso costumeiramente ocorre quando é lançam uma

nova moda, um novo estilo ou uma nova tecnologia.

2.3.1.6 Análise de mercado

Quando se analisa um mercado, para uma possível abertura de um negócio,

o empreendedor deve destacar e analisar com maior ênfase seus consumidores,

concorrentes e fornecedores; suas mercadorias a serem vendidas, não

esquecendo que as mesmas devem ser projetadas com base nas informações

sobre este mercado; a localização do possível empreendimento, constatando qual

a facilidade de acesso, quais canais de distribuição serão adotados, sua

visibilidade, seu fluxo de tráfego e local para estacionamento; condições de

higiene e segurança e a facilidade para recrutamento de mão de obra. Enfim,

todos esses detalhes bem estudados e analisados, para atingir os resultados

almejados, ou seja, o mais importante para um empreendimento que é a absorção

do lucro.

53

2.3.1.6.1 Mercado consumidor

Novos produtos são introduzidos no mercado na busca da satisfação das

necessidades das pessoas cada vez mais exigentes em qualidade e preço. Um

dos pontos mais importantes na análise do mercado consumidor é a identificação

do seu público alvo. O microempresário precisa estar bem informado, no mínimo,

sobre os seguintes pontos: quais serão seus clientes, onde estão localizados,

quais os poderes aquisitivos e freqüência de compra dos mesmos e o que eles

procuram. Entretanto, o mais importante de tudo é saber que o sucesso do

empreendimento depende do volume de compra do cliente, que vai refletir o grau

de satisfação do mesmo em função do poder aquisitivo. O lucro e outras

recompensas vêm a reboque (PEREIRA, 1995, p136).

Quando os pequenos negócios começam a iniciar, iniciam não só porque

seus donos identificaram uma forte necessidade de consumo para os

consumidores do entorno, mas também porque estão buscando algo que lhes

garanta a sobrevivência. Ou seja, o comerciante observa o mercado consumidor

local, identifica as necessidades reais ou potenciais e ai então faz a opção que

considera mais adequada ao seu perfil. “Coragem e gosto pelo que se faz, por

certo, são ingredientes necessários para empreender um negócio por conta

própria. Contudo, estão longe de serem suficientes” (LONGENECKER et al.,

1998, p.71).

2.3.1.6.2 Mercado fornecedor

Segundo Passarella (apud PEREIRA, 1995, p. 89) pode não parecer, mas

os fornecedores na prática, são os grandes concorrentes dos microempresários.

Eles, na verdade, podem determinar o sucesso ou o fracasso do negócio.

Qualidade, preço, marca, disponibilidade, regularidade e variedade dos produtos

dependem do relacionamento e poder de barganha com os fornecedores. Por

exemplo, uma pequena loja de importados poderá ter dificuldades de comprar

determinado produto, se a melhor importadora deste item fechar acordo de

exclusividade de fornecimento com uma grande loja de importados.

54

2.3.1.6.3 Mercado Concorrente

Pereira (1995) afirma que, a concorrência costuma assustar a maioria dos

novos microempresários, devido à alta competitividade existente em qualquer

ramo que se pretenda atuar. Porém muito pior que a concorrência, é este

microempresário não conhecer suas armas, seus pontos fortes e fracos.

Comparar o plano de negócios com o desempenho dos futuros concorrentes,

pesquisar os clientes da concorrência para verificar se sua futura empresa terá

condições de competir no mesmo mercado, são procedências lógicas para o

sucesso de qualquer empreendimento.

2.3.1.6.4 Pesquisa de Mercado

Para alcançar sucesso nas vendas, o mercado precisa conhecer suas

necessidades. Para tanto recorremos a uma pesquisa de mercado (PEREIRA,

1995, p.89).

A pesquisa de mercado “é entendida como sendo qualquer esforço

planejado e organizado, para obter fatos e conhecimentos novos que facilitem o

processo de decisão de mercado” (COBRA, 1992, p.155).

De Mori et al.(1998, p.109) sustentam que existe um fator regional onde

exerce tremenda influência em qualquer ramo de negócio, são os chamados

municípios urbanos. Esses locais correspondem às zonas urbanas com alta

densidade populacional e que são grandes centros de atração e absorção da

população que vem do interior. O crescimento da população acaba por exigir

surgimento de novas empresas, que passam a ofertar produtos, serviços ou

idéias que atendam às necessidades dessa população. Em geral, municípios

urbanos são considerados o melhor local para se estabelecer um mercado, para

se abrir um novo negócio, pois oferecem uma certa segurança ao novo

empreendedor.

Cobra (1992, p.33) salienta que uma administração voltada para o

mercado, deve interagir com o meio ambiente externo, que são os chamados

agentes econômicos, aqui representados pelo governo, fornecedores,

concorrentes, consumidores e distribuidores, de forma harmônica, não

esquecendo das relações internas que devem ser coordenadas para satisfazer as

55

exigências do mercado, ou seja, os consumidores-usuários e clientes-

distribuidores.

Ainda conforme Cobra (1992) para segmentar convenientemente um

mercado, é preciso conhecer as necessidades dos consumidores alvo, bem como

as suas atitudes e seus comportamentos mais usuais de compra. “Afinal, o

mercado são pessoas, pessoas são indivíduos, e os indivíduos são individuais

nas suas preferências, nas suas necessidades, nos seus gostos e nas suas

idiossincrasias”.

2.3.2 Administração Financeira

É necessária uma determinada margem de lucro para a sobrevivência

contínua do negócio, logo a administração financeira é a área de uma empresa

onde são tomadas as decisões em relação ao controle de ganho ou lucratividade

da empresa.

Segundo Kwasnicka (1999, p. 183), “a administração financeira é o

processo decisório e a ação que afetam a valorização do negócio”.

As finanças corporativas relacionadas com o capital financeiro referem-se à

administração de caixa, investimentos, captação de recursos, relação com

fornecedores, clientes, análises de custos e lucratividade.

Conforme Silva (1997, p. 98), “o dinheiro para uma empresa é tão

importante como o sangue no organismo humano, uma das funções do dinheiro é

servir como instrumento de troca”.

Por sua vez, os índices financeiros têm a finalidade de fornecer-nos

informações que não são fáceis de serem visualizados de forma direta nas

demonstrações financeiras ou contábeis.

2.3.2.1 Atividade e retorno (lucratividade)

Segundo afirma Kwasnicka (1999, p. 185), o retorno sobre o patrimônio

líquido é o principal índice deste grupo, servindo os demais como instrumentos

auxiliares para explicação de sua variação ou tendência.

56

O Giro do Ativo (GA) estabelece relação entre as vendas do período e os

investimentos totais efetuados na empresa, que estão representados pelo ativo

total médio (KWASNICKA 1999).Conforme equação1. ATm

VLGA = (1)

Sendo VL = vendas líquidas (ou receita líquida) e ATm= ativo total médio

(ativo total/12 meses).

A interpretação isolada deste índice é no sentido de “quanto maior,

melhor”, indicando o nível de eficiência com que são utilizados os recursos

aplicados na empresa, isto é, ativo total. (KWASNICKA 1999)

Conforme Pereira (1999, p. 243) menciona, “os índices de retorno indicam

a vitalidade da empresa, que muitas vezes se deteriora a partir de sua fraca (ou

inexistente) capacidade de gerar lucro”.

O Retorno sobre as Vendas (RSV) compara o lucro líquido em relação ás

vendas líquidas do período, fornecendo o percentual de lucro que a empresa esta

obtendo em relação ao seu faturamento e é calculado utilizando a equação 2.

(PEREIRA 1999)

100xVL

LLRSV= (2)

Sendo LL = lucro líquido e VL = vendas líquidas (ou receita líquida).

A interpretação do índice de retorno sobre as vendas é no sentido de que

“quanto maior, melhor”.

O Retorno sobre o Ativo (RSA ver equação 3) indica a lucratividade que a

empresa propicia em relação aos investimentos totais (ativo total) representados

pelo ativo total médio (PEREIRA, 1999).

100xATm

LLRSA= (3)

Onde LL = lucro líquido e ATm= ativo total médio.

Na verdade, o retorno sobre o ativo é o produto do giro do ativo pelo

retorno sobre as vendas calculado usando a equação 4, isto é:

57

VL

LLx

ATm

VL

ATm

LL = (4)

A interpretação do retorno sobre o ativo é no sentido de que “quanto maior,

melhor” (PEREIRA, 1999).

O Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RSPL) indica quanto de prêmio que

os acionistas ou proprietários da empresa estão obtendo em relação aos seus

investimentos no empreendimento. O lucro, portanto, é o prêmio do investidor

pelo risco de seu negócio. A equação 5 abaixo é utilizada para o seu cálculo

(PEREIRA, 1999).

100xPLm

LLRSPL= (5)

Sendo PLm = patrimônio líquido médio, ou seja, (PL inicial + PL final –

LL)/2.

A interpretação do retorno sobre patrimônio líquido é no sentido de que

“quanto maior, melhor”. (PEREIRA, 1999)

2.3.2.2 Atividade e rotação

Os índices de rotação devem ser usados sempre conjuntamente conforme

Pereira (1999, p. 246-250), relata que os diversos testes que foram desenvolvidos

demonstraram que algumas vezes o Prazo Médio de Rotação dos Estoques

(PMRE) tomado isoladamente, se mostrou mais eficiente que o Prazo Médio de

Recebimento das Vendas (PMRV) ou o Prazo Médio de Pagamentos das

Compras (PMPC) também tomados isoladamente, para fins de classificação de

empresas. Neste estudo examina-se o ciclo operacional e financeiro, os prazos de

rotação de estadias/diárias, recebimento das vendas e pagamento das compras.

Segundo Pereira (1999), o PMRE indica quantos dias, em média, os

produtos ou serviços ficam armazenados ou disponíveis na empresa antes de

serem vendidos ou locados. É calculado usando a fórmula 6. Além dos custos de

aquisição, fabricação ou manutenção dos estoques ou serviços, há uma série de

58

outros gastos como transportes, armazenagens e seguros, que devem ser

levados em conta na análise dos estoques .

xDPCPV

ESTmPMRE= (6)

Sendo, ESTm = estoque médio, CPV = custo do produto vendido e DP =

dias do período considerado, ou seja, 360 dias para um ano.

De acordo com Pereira (1999), a tendência moderna é no sentido de que

as empresas procurem girar seu estoque ou serviço cada vez mais rápido. Do

ponto de vista de análise de risco o prazo médio de rotação dos estoques ou

serviços é um índice do tipo “quanto maior, pior”, mas deve ser analisado

juntamente com os prazos de recebimento e pagamento, para se ter uma idéia do

ciclo financeiro da empresa.

O PMRV indica quantos dias, em média, a empresa leva para receber suas

vendas e seu valor é obtido com a utilização da equação 7, a seguir. O volume de

duplicatas a receber é decorrência de dois fatores: montante de vendas a prazo e

prazo concedido aos clientes para pagamento. (PEREIRA, 1999)

xDPbrutareceitaIMPVL

DRmPMRV

)( −+= (7)

Sendo DRm = duplicatas a receber (média do período) e IMP = impostos

sobre as vendas.

No enfoque da análise de risco, o prazo médio de recebimento das vendas

é um indicador do tipo “quanto maior, pior”. Por outro lado, convém analisá-lo

juntamente com os prazos de rotação de estoques e de pagamento das compras

(PEREIRA, 1999).

O PMPC indica quantos dias, em média, a empresa demora a pagar seus

fornecedores e é obtido com a aplicação da equação 8, abaixo (PEREIRA, 1999).

xDPC

FORNmPMPC = (8)

59

Sendo C = compras e FORNm = fornecedores (média no período),

calculado com o uso da equação 9:

2

)(1)( anterioranofinalFORNtanofinalFORNtFORNm

−−−+−= (9)

Pereira (1999) relata que para o cálculo das compras para empresas

industriais, adota-se a fórmula 10 abaixo:

62,0)( xEiEfCPVC −+= . (10)

Conforme Pereira (1999), o prazo médio de pagamento das compras é um

índice do tipo “quanto maior, melhor”, desde que o seu volume de fornecedores

não se mantenha alto por atraso nos pagamentos.

2.3.2.3 Estrutura e endividamento

Neste grupo, o principal indicador é o índice de participação de terceiros. É

sempre importante trabalhar também com um índice que considere a participação

do passivo financeiro em relação ao endividamento ou ao ativo total. A

composição de endividamento tem uma função complementar, mostrando qual a

parcela da dívida que vence no curto prazo. Este índice decorre das decisões

estratégicas da empresa, relacionadas às decisões financeiras de investimento,

financiamento e distribuição de dividendos, segundo relata Pereira (1999, p. 251 -

253).

A Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL) indica quanto do patrimônio

líquido da empresa está aplicado no ativo permanente, e é obtido com a equação

11, abaixo.

100xPL

APIPL = (11)

Sendo AP = ativo permanente e PL = patrimônio líquido.

60

Cabe destacar que o índice de imobilização envolve importantes decisões

estratégicas da empresa, quanto à expansão, compra, aluguel ou leasing de

equipamentos. São os investimentos que caracterizam o risco da atividade

empresarial (PEREIRA, 1999).

Outro indicador importante é a Participação de Capitais de Terceiros (PCT),

que indica o percentual de capital de terceiros em relação ao patrimônio líquido,

retratando a dependência da empresa em relação aos recursos externos, sendo

calculado com o auxílio da equação 12 (PEREIRA, 1999).

100xPL

ELPPCPCT

+= (12)

Onde PC = passivo circulante e ELP = exigível no longo prazo.

A interpretação deste índice deve ser feita na proporção de “quanto maior,

pior” (PEREIRA, 1999).

Conforme Pereira (1999), a Composição do Endividamento (CE) indica

quanto da dívida total da empresa deverá ser pago em curto prazo, isto é, as

obrigações no curto prazo comparadas com as obrigações totais, onde a equação

13 é utilizada para se ter o seu valor.

100xELPPC

PCCE

+= (13)

Deve ser interpretado no sentido de “quanto maior, pior”. A razão é que

quanto mais dívida para pagar no curto prazo, maior será a pressão para a

empresa gerar recursos para honrar seus compromissos (PEREIRA, 1999).

De acordo com Pereira (1999), o Endividamento Financeiro Sobre Ativo

Total (EFSAT) indica a participação do passivo financeiro no financiamento do

ativo da empresa, mostrando a dependência da empresa junto a instituições

financeiras, sendo obtido com através da equação 14 abaixo.

100xAT

ELPONCTLPIFDDEFSAT

++++= (14)

61

Sendo DD = duplicatas descontadas, IF = instituições financeiras, TLP =

transferências do longo prazo para o passivo circulante, ONC = outros não

cíclicos, como: dividendos, IR.

Neste sentido, o índice é do tipo “quanto maior, pior”, indicando que quanto

menos à empresa depender de recursos remunerados para financiar seu ativo,

melhor será a qualidade de sua estrutura de capitais (PEREIRA, 1999).

2.3.2.4 Liquidez

Pereira (1999), sustenta que os índices de liquidez geral, corrente e seca,

mantêm entre si, alta correlação matemática. Visam fornecer um indicador da

capacidade da empresa de pagar suas dívidas, a partir da comparação entre os

direitos realizáveis e as exigibilidades. No geral, a liquidez decorre da capacidade

de a empresa ser lucrativa, da administração de seu ciclo financeiro e das suas

decisões estratégicas de investimento e financiamento.

A Liquidez Geral (LG) indica quanto à empresa possui em dinheiro, bens e

direitos realizáveis a curto e longo prazo, para fazer face as suas dívidas totais,

sendo apurado com o uso da equação 15, a seguir.

ELPPC

RLPACLG

++= (15)

Sendo RLP = realizável ao longo prazo.

A interpretação do índice de liquidez geral é no sentido de “quanto maior,

melhor” (PEREIRA, 1999).

A Liquidez Corrente (LC) indica quanto à empresa possui em dinheiro mais

bens e direitos realizáveis no curto prazo (próximo exercício), comparando com

suas dívidas a serem pagas no mesmo período, sendo obtida pela equação16

abaixo.

PC

ACLC = (16)

Interpreta-se no sentido de que “quanto maior, melhor” (PEREIRA, 1999).

62

Segundo Pereira (1999, p. 270), este índice tem sua validade “como

instrumento comparativo entre empresas do mesmo porte, da mesma atividade e

da mesma região geográfica”.

A Liquidez Seca (LS) indica quanto à empresa possui em disponibilidade

(dinheiro, depósitos bancários a vista e aplicações financeiras de liquidez

imediata), aplicações financeiras no curto prazo e duplicatas a receber, para fazer

face ao seu passivo circulante, e é calculado pela equação 17 (PEREIRA, 1999).

PC

DRLAFDISPLS

++= (17)

Onde DISP = disponibilidades; AF = aplicações financeiras; DRL = duplicatas

a receber (líquidas de provisão para devedores duvidosos).

Interpretação do índice: “quanto maior, melhor” (PEREIRA, 1999).

2.3.2.5 Análise financeira A análise financeira corresponde a uma parte fundamental do Plano de

Negócios, por isso é necessário fazer uma estimativa do resultado da empresa, a

partir de dados projetados, para que se possa ter uma base para a tomada de

decisão, quanto da implantação do negócio. Afinal, o objetivo é obter lucro e se

manter no mercado, e para isso, o empreendedor precisa ter uma projeção do

capital necessário para começar o seu próprio negócio, pois terá que fazer

investimentos no local desde aquisição de equipamentos e materiais até diversas

despesas com a instalação e funcionamento inicial do empreendimento, que vai

incluir também o estoque inicial.

O conceito de finanças empresarial está relacionado à forma como se trata

da vida financeira das empresas. No momento da criação da empresa, as

entradas dos recursos provêm da contribuição dos sócios, assim ocorre a

formação do capital social. Essa entrada, quando não suficiente, e geralmente

não o é, costuma ser aumentada pela obtenção de financiamento. Quando já está

em funcionamento, a principal fonte de recursos da empresa provém das vendas

de seus produtos e essas vendas podem ser efetuadas à vista, caracterizando-se

então uma entrada financeira, ou a prazo, que caracterizará uma entrada

denominada formação de crédito. Em relação aos gastos, tem-se que na fase de

63

implantação e/ou de ampliação, a empresa gasta recursos com os investimentos.

Quando já está inaugurada e em funcionamento, as saídas de recursos

acontecem em diversos momentos como, por exemplo, quando ocorrem as

compras ou o pagamento dos fatores de produção, como mão-de-obra, matéria-

prima, energia e serviços; quando ocorre os pagamento de encargos, como juros,

aluguéis e impostos ou com quaisquer outros gastos necessários à produção ou

comercialização de seus produtos (SANDRONI, 1994, p.138).

2.3.2.6 Investimento inicial

Tem-se como investimento inicial o volume de recursos necessários para

se iniciar um empreendimento. Estes recursos podem ter diversas origens, podem

ser derivados de uma acumulação anterior ao investimento previsto, pode ter sido

recebido por herança ou ser conseguido através de terceiros. A busca de capital

de terceiros pode ocorrer procurando-se um sócio ou tomando emprestado. Os

empréstimos podem ser feitos em instituições governamentais ou privadas, ou em

instituições nacionais ou internacionais. Em função deste leque de oportunidades,

é necessário que o investidor se cerque de toda segurança possível (SANDRONI,

1994, p.148).

Quando se fala em investimentos, está-se referindo, entre outras coisas, a

compras de máquinas, equipamentos e imóveis para a instalação de unidades

produtivas, prestação de serviços ou implantação de uma idéia, por isso se afirma

que investimento é toda aplicação de dinheiro com expectativa de lucro. De

acordo com a definição encontrada nos estudos econômicos, tem-se que em

sentido estrito, em economia, investimento significa a aplicação de capital em

meios que levam ao crescimento da capacidade produtiva, que são instalações,

máquinas, meios de transporte, ou seja, em bens de capital. O investimento bruto

corresponde a todos os gastos realizados com bens de capital e formação de

estoques. O investimento líquido exclui as despesas com manutenção e

reposição de peças, equipamentos e instalações desgastadas pelo uso

(SANDRONI, 1994, p.176).

Previdelli (apud PEREIRA, 1995, p.180) destaca que, sob o aspecto

econômico-financeiro o investimento inicial submete-se a uma tríplice exigência:

deve ser rentável, seguro e possuir liquidez. Rentável porque deve oferecer

64

retorno satisfatório; seguro por pressupor o menor risco possível, e a liquidez no

sentido de gerar caixa.

2.3.2.7 Capital de terceiros

O capital de terceiros pode ser conquistado não apenas para o

investimento inicial, mas para a própria continuidade da empresa.

Nesta perspectiva Zadanowicz (1992) destaca que, é comum às empresas

lançarem mão de capital de terceiros para dar continuidade ao processo

operacional, seja através de compras a prazo ou através de empréstimos para

suprir as deficiências de caixa. Pois tanto as compras a prazo como os

empréstimos só são obtidos, mediante o pagamento de uma determinada

remuneração denominada juros.

2.3.2.8 Fluxo de caixa

A expressão fluxo de caixa, que também pode ser encontrada na literatura

econômica como Cash Flow, significa o pagamento ou o recebimento efetivo de

dinheiro por uma empresa. Quando os fluxos não acontecem de forma equilibrada

e ainda, se não houver um planejamento financeiro adequado, a empresa poderá

encontrar sérias dificuldades para saldar seus compromissos, mesmo que esteja

numa posição economicamente sólida. Segundo Hoji (2000, p.79), “O fluxo de

caixa é um esquema que representa as entradas e saídas de caixa ao longo do

tempo de uma empresa. Em um fluxo de caixa, deve existir pelo menos uma

entrada e uma saída” (HOJI, 2000, p.79).

Conforme Casarotto e Kopittke (1990, p. 07) a representação do fluxo de

caixa de um projeto consiste de uma escala horizontal onde são marcados os

períodos de tempo e na qual são representadas com setas para cima as entradas

e com setas para baixo as saídas de caixa. A unidade de tempo – mês, semestre,

ano – deve coincidir com o período de capitalização de juros considerado.

Convém ainda destacar sobre fluxos de caixa, conforme atesta Frezatti

(1997, p.126), a estimativa dos fluxos de pagamentos e recebimentos, durante a

vida útil do projeto, constitui o ponto de partida do orçamento de capital. Esses

fluxos de caixa serão avaliados mediante a aplicação de técnicas simples, prazo

65

de retorno ou de métodos sofisticados que consideram o valor do dinheiro no

tempo: valor presente líquido e taxa interna de retorno. Obviamente, a validade

das conclusões que se obterá com a aplicação dessas técnicas dependerá do

grau de exatidão das projeções dos fluxos de caixa.

2.3.2.9 Pay Back

Pay Back é um método de análise de investimento, que indica qual das

alternativas apresentará a recuperação mais rápida dos recursos desembolsados

para a sua implementação, o que proporciona ao investidor uma importante

informação, mas é necessário que o investidor se cerque de outros métodos para

lhe auxiliar na definição de seus investimentos, pois ao mesmo tempo em que o

Pay Back se mostra como um bom instrumento, por ser de simples aplicação e

compreensão.

Sanvicente (1987, p.44) define o período de recuperação do investimento -

pay back - “como sendo o espaço de tempo entre o início do projeto e o momento

em que o fluxo de caixa acumulado torna-se positivo”. Corroborando com esta

idéia, Gitman (1997, p. 313) afirma que “O Pay back é um método que determina

o tempo exato necessário para recuperar o investimento inicial de um projeto, a

partir das entradas de caixa”.

2.3.2.10 Taxa Interna de Retorno

Para muitos investidores, a Taxa Interna de Retorno (TIR) se reveste da

mais alta importância, pois é considerado por muitos analistas como o método

fundamental para a seleção de propostas alternativas de investimentos (GITMAN,

1997, p. 324).

Keynes (apud LEITE, 1989, p. 76), apresenta uma correlação direta entre

Taxa Interna de Retorno com o conceito de Eficiência Marginal de Capital

Mais precisamente defino a eficiência marginal do

capital como sendo aquela taxa de desconto que

tornaria o valor presente das séries de anuidades

geradas pelos retornos previstos a serem

proporcionados pelo bem de capital, durante sua vida

útil, exatamente igual ao seu preço de oferta... Com

66

isso observar-se que a eficiência marginal do capital é

aqui definida em termos da expectativa de

lucratividade e o atual preço de oferta do bem de

capital.

Após essa definição, concluiu-se que “Taxa Interna de Retorno” ou

“Eficiência Marginal do Capital” corresponde à taxa de lucratividade esperada

pelos projetos de investimento.

De acordo com Hoji (2000, p.81) a Taxa Interna de Retorno é a taxa de

rentabilidade periódica equivalente de um investimento e geralmente é definida

para períodos anuais. A mesma deve ser comparada com uma taxa de

rentabilidade mínima exigida em face do risco do projeto. Essa taxa mínima

poderá corresponder ao custo de capital da empresa. Se a TIR for maior ou igual

à taxa mínima estipulada, a proposta de investimento poderá ser aprovada, e se

for inferior a essa taxa mínima, a proposta deve ser rejeitada porque sua

implementação afetaria negativamente a rentabilidade global da empresa.

O custo de capital refere-se “a uma taxa de retorno que a empresa precisa

obter sobre seus projetos de investimentos, para manter o valor de mercado de

suas ações e atrair recursos necessários para a empresa” (GITMAN, 1997,

p.382).

2.3.2.11 Taxa Mínima de Atratividade

De acordo com Casarotto e Kopittke (1990, p. 37) a Taxa Mínima de

Atratividade (TMA) é a taxa a partir da qual o investidor considera que obterá os

ganhos financeiros. Uma das formas de se analisar um investimento é confrontar

a Taxa Interna de Retorno com a Taxa Mínima de Atratividade do investidor.

2.3.2.12 Valor Presente Líquido

Segundo Groppelli e Nikbakht (2001, p.117), o Valor Presente Líquido

(VPL), é “o valor presente de um fluxo de caixa futuro de um projeto menos o seu

investimento inicial”.

Vale enfatizar, de acordo com Gitman (1997, p.324) que, o VPL é

considerado como uma técnica sofisticada de análise de orçamento de capital,

67

obtida subtraindo-se o investimento inicial de um projeto do valor presente das

entradas de caixa, descontadas a uma taxa igual ao custo de capital da

empresa.Dessa este autor sustenta que, utilizando o valor presente líquido, tanto

as entradas como as saídas de caixa são traduzidas para valores monetários

atuais. Já que estamos tratando de investimentos convencionais, o investimento

inicial está automaticamente expresso com termos monetários atuais. Caso

contrário, o valor presente líquido de um projeto deverá ser obtido subtraindo-se o

valor presente das saídas do valor presente das entradas de caixa.

2.3.2.13 Orçamento de Capital

Groppelli e Nikbakht (2001, p.119) definem orçamento de capital como

sendo “um método para avaliar, comparar e selecionar projetos que obtenham o

melhor retorno, ou seja, é uma tomada de decisão sobre um projeto, ser ou não

merecedor de implementação”.

Já Frezatti (1997) sustenta que, o orçamento de capital é um sólido

conjunto de procedimentos, com plenas responsabilidades para um administrador

financeiro escolher investimentos com fluxos de caixa e taxas de retorno

satisfatórias.

Afirmam De Mori et al. (1998, p.141) que, dentre as carências do

empreendedor, a falta de controle financeiro é uma das mais visíveis. Controlar as

finanças é fundamental para o sucesso de qualquer negócio. O quanto à empresa

tem a pagar e a receber, quando e para quem, estas parecem ser indagações

lógicas que o empreendedor tem sempre que fazer a si próprio. Só assim, ele

conseguirá nortear as ações de sua empresa. Chama-se gerência financeira à

parte da administração que cuida dos assuntos relacionados às finanças. Através

dela é que se analisa o desempenho da empresa, à luz dos resultados

alcançados e desta forma fica possível planejar o futuro em cima de bases

sólidas.

2.3.2.14 Preço de venda

Frezatti (1997) também destaca que numa análise econômico-financeira de

um plano de negócios, cabe destacar como calcular o preço de venda de uma

mercadoria ou prestação de serviço. Inicialmente o empreendedor deverá

68

pesquisar no mercado local os preços praticados pela concorrência e

provavelmente para haver a comercialização, o preço de venda de sua

mercadoria ou serviço não poderá ficar muito distante dos preços do mercado,

porque se trata de uma estrutura mercadológica de concorrência perfeita no que

diz respeito ao número de ofertadores e consumidores.

Mas considerando que o novo empreendimento venha a trabalhar com um

segmento turístico específico, e tendo na Praia de Palmas – Governador Celso

Ramos –SC apenas uma pousada com essas características, pode-se dizer que

essa estrutura de mercado muito se assemelha com a concorrência monopolista.

Hoji (2000, p.320) ressalta que,

a determinação do preço de venda é uma questão

fundamental para a empresa. Se ela pratica um preço muito

alto inibirá a venda, e se o preço for muito baixo poderá não

cobrir os custos e despesas. No mercado globalizado, em

muitos ramos de negócios, os preços são impostos pelo o

mercado, e as empresas precisam se ajustar para

acompanhar os preços internacionais.

Contudo Zadanowicz (1992, p.239) sustenta que, a análise econômico-

financeira do capital deve ser vista por perspectiva qualitativa e quantitativa, tendo

em mente conhecer as distintas possibilidades e as várias modalidades pelas

quais as invenções se transformam em recursos financeiros, indispensáveis a

alimentação do processo operacional da empresa.

2.4 PLANO DE NEGÓCIO

Ficou evidenciado, ao longo do curso de Administração, que para uma

empresa conquistar sua fatia no mercado e também para que a mesma possa se

manter ou expandir, o empreendedor necessita efetuar diversos estudos e

pesquisas antes, durante e após a sua implantação, bem como o seu

acompanhamento ao longo do tempo. Estes estudos e pesquisas são o

conhecimento do público alvo, a análise econômico-financeira, o relacionamento

dos resultados esperados com a realidade encontrada e ainda a realização de

análises de cenários possíveis, que podem ser classificados como pessimista,

69

normal e otimista. Todos esses procedimentos são necessários para se chegar a

uma conclusão sobre a viabilidade do negócio. A esse conjunto de pesquisas

chama-se Plano de Negócios.

Antes de elaborar um plano de negócios, deve-se saber qual o objetivo

deste plano, ou seja, se o plano é para retratar aspectos de caráter apenas

operacional ou para obter recursos. O primeiro deve conter aspectos financeiros

que demonstrem a viabilidade do negócio e o segundo de ser apresentado de

forma mais completa possível, a fim de conseguir a credibilidade e despertar o

interesse do investidor sobre o novo empreendimento (DEGEN, 1989, p.181).

A formulação de um Plano de Negócios, antes mesmo de se estabelecer

uma empresa, ou com ela já em operação, é uma boa oportunidade para fugir das

estatísticas funestas. Mais do que um atrativo para possíveis investidores ou do

que arma de marketing, o plano de negócios é uma espécie de bússola que ajuda

a guiar os passos estratégicos dos empreendedores (PEREIRA, 1995, p.37).

De acordo com Cunha e Ferla (1997, p. 73) para iniciar um negócio com

pouco capital e se garantir no mercado, uma das formas mais adequada é

elaborar antecipadamente um plano de negócios, que tem por definição “a

formalização de todo conjunto de dados e informações sobre o futuro

empreendimento, definindo suas principais características e condições,

possibilitando a análise de sua viabilidade e seus riscos, bem como facilitando

sua implantação”.

O plano de negócios descreve a idéia de um novo empreendimento e

projeta os aspectos mercadológicos, operacionais e financeiros dos negócios

propostos para os três a cinco primeiros anos. Seu preparo permite a análise da

proposta e ajuda o futuro empreendedor a evitar uma trajetória decadente que

leva do entusiasmo à desilusão e ao fracasso (LONGENECKER, MOORE &

PETTY, 1998, p.161).

70

3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

O estudo compreende um projeto de viabilidade financeira e mercadológica

de uma Pousada na região da Costa Esmeralda, a ser localizada na Praia de

Palmas no município de Governador Celso Ramos – SC. O estudo realizar-se no

período de agosto de 2006 a julho de 2007.

A abordagem da pesquisa de mercado será predominantemente

quantitativa.

Na análise quantitativa, como relata Oppenheim (1992 apud ROESCH,

1996, p.150).

[...] pode-se calcular médias, computar percentagens,

examinar os dados para verificar se possuem significâncias

estatísticas, pode-se calcular correlações, ou tentar várias

formas de análise multivariada, como a regressão múltipla

ou a análise fatorial. Estas análises permitem ‘extrair sentido

dos dados’, ou seja, testar hipóteses, comparar os

resultados para vários subgrupos, e assim por diante.

A coleta de dados primários foi realizada através de uma pesquisa com os

visitantes na praia da Palmas, no período de novembro de 2006 a março de 2007.

Estes turistas responderam a um questionário, com perguntas fechadas, sobre a

idade, sexo, a visitação pela primeira vez a cidade, os meios de transportes

utilizados, o motivo da viagem, os principais atrativos turísticos, o veículo de

propaganda que influenciou na viagem, os meios de hospedagem utilizados, os

tipos de diárias, os equipamentos/aparelhos/serviços indispensáveis para sua

hospedagem, o gasto médio diário por turista em moeda nacional corrente, as

principais unidades federativas emissoras de turistas, a permanência média em

todos os meios de hospedagem e a pretensão de retornarem no próximo ano. Ao

todo foram validados 50 questionários. Os participantes da pesquisa foram

escolhidos seguindo os seguintes critérios:

a) disponibilidade para responder o questionário;

b) faixa etária de 25 a 55 anos;

c) nacionalidade brasileira.

A técnica de análise de dados utilizada foi à estatística descritiva, que

permitirá dentre a população pesquisada identificar suas características, sub-

71

grupos, classes sociais e de idades possibilitando realizar comparações entre os

grupos, à descrição dos dados serão apresentados através de gráficos e/ou

tabelas.

Pretende-se analisar o tipo de turismo que predomina nesta região, bem

como o público que se desloca para esta localidade, quantidade de dias que

permanecem alojados, quanto gastam durante o período, dentre outras

informações necessárias para verificar se há viabilidade mercadológica do

empreendimento.

4 HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR CELSO RAMOS – SC

A história do município de Governador Celso Ramos iniciou no governo do

Brigadeiro Silva Paes na então Capitania Santa Catarina, em 1739, época que a

pesca da baleia na Costa do Brasil constituía um monopólio que a Coroa

Portuguesa concedia aos abastados comerciantes, e uma dessas concessões

feita entre 1740 e 1742 fundava a Armação Grande ou de Nossa Senhora da

Piedade próximo a Freguesia de São Miguel. As instalações ali construídas numa

área de 5.327 m² faziam daquela armação a maior e mais significante do litoral sul

e a segunda mais importante do Brasil – Colônia. (GOVERNADOR CELSO

RAMOS, 2006).

Por volta de 1745 colonizadores vindos das Ilhas dos Açores e da Madeira,

atraídos pela pesca da baleia, alojaram-se primeiramente na Armação da Piedade

e a partir de 1747, com a vinda de outros portugueses, instalaram-se novos

povoados, onde podemos destacar a Fazenda da Armação, Costeira da Armação,

Palmas, Canto e Ganchos. Tem-se Armação da Piedade como um dos vilarejos

lusitanos mais antigos do Estado. (GOVERNADOR CELSO RAMOS, 2006).

Em 1914 foi criado o Distrito de Ganchos pertencendo ao Município de

Biguaçu e em 1963 foi desmembrado do mesmo sendo criado o Município de

Ganchos passando a chamar-se Governador Celso Ramos em 1967. Sua

população é hoje de aproximadamente 11.598 habitantes e a principal atividade

econômica é a pesca, sendo que setenta por cento da população ativa vive desta

atividade ou a ela está vinculado, capturando, manipulando, industrializando,

72

transportando e comercializando o pescado. Outra atividade é a maricultura que

envolve significativo contingente de pescadores, sendo a produção de mariscos,

em cativeiro, considerada a maior do Estado. No Município existe uma parcela da

população voltada para a área agrícola, que são os moradores das localidades de

Jordão e Areias (de Cima, de Baixo e de Dentro). (GOVERNADOR CELSO

RAMOS, 2006).

Diante da localização privilegiada e situada numa bela península o

Município está se voltando para o turismo, onde se encontram caprichosos

recortes que formam abrigadas enseadas que rodeiam a costa com 33 belas

praias aliadas as belezas naturais da mata atlântica e a paisagem típica de uma

pequena aldeia de pescadores de costumes açorianos. Todas essas belezas

naturais são convidativas para a prática de esportes e aventuras como o rapel,

mergulho, cavalgada, caminhadas, surf dentre outras. (GOVERNADOR CELSO

RAMOS, 2006).

No município de Governador Celso Ramos a colonização predominante é

açoriana, os patrimônios históricos são: Capela de Nossa Senhora da Piedade e

Fortaleza de Santa Cruz. (GOVERNADOR CELSO RAMOS, 2006).

Sua localização faz divisas ao norte com Tijucas e Oceano Atlântico, a

Oeste com Biguaçu e ao Sul e ao Leste com o Oceano Atlântico. O acesso

rodoviário é feito pela BR 101 / SC 409 e BR 101 / SC 410, e o acesso marítimo é

dado através das coordenadas: Latitude 27°18’53“, Longitude 48°33’33”. Os

aeroportos mais próximos são o Hercílio Luz, em Florianópolis, que dista 46 Km e

o de Navegantes que se distancia a 70 Km. (GOVERNADOR CELSO RAMOS ,

2006).

A área do município é de 93 Km², tendo uma população de 11.598

habitantes, sendo 6.015 homens e 5.583 mulheres, distribuídos da seguinte

forma: área urbana (10.842 habitantes) e área rural (756 habitantes).

(GOVERNADOR CELSO RAMOS, 2006).

As belezas naturais do Município são privilegiadas com várias praias, umas

grandes e outras pequenas, sendo algumas urbanizadas e outras ainda desertas

e todas próprias para banho e prática de esportes náuticos. Entre elas, a Praia de

Palmas, que é a mais badalada praia de Governador Celso Ramos com extensão

de aproximadamente 2,5 km, é coberta de areias finas e brancas e suas águas

calmas e cristalinas são perfeitas para banhistas, mas também oferecem

73

condições para prática de esportes aquáticos como surf e jet-ski. Muito

freqüentada na temporada por turistas de vários lugares do país e do mundo,

dispõe de hotéis, pousadas, bares, restaurantes, supermercados, unidade de

saúde, farmácias, posto policial e de salva-vidas. Da praia é possível avistar as

Ilhas do Arvoredo, Palmas e Grande e através dos seus costões é possível

conhecer outras praias, que possibilita uma bela visão panorâmica da região

através da praia de Fora e Ilhéus. (GOVERNADOR CELSO RAMOS, 2006).

O clima é mesotérmico úmido com temperatura média de 23ºC. O vento

predominante é o nordeste, sendo o vento sul o de maior intensidade. Os meses

de julho, agosto e setembro apresentam maior incidência de chuvas e os de

janeiro, fevereiro e março maior insolação. (GOVERNADOR CELSO RAMOS,

2006).

O turista ainda pode visitar outras praias como, praia da Armação, Praia da

Bananeira, Praia do Sissial, Praia das Cordas, Praia de Fora, Praia dos Ilhéus,

Praia da Caieira, Praia da Costeira, Praia de Calheiros, Praia do Antenor, Praia

Canto dos Ganchos, Praia de Ganchos do Meio, Praia de Ganchos de Fora, Praia

do Cipó Praia de Balearte, Praia da Camboa, Praia dos Golfinhos, Praia do Sinal,

Praia da Fazenda da Armação, Praia do Tinguazinho, Praia dos Magalhães, Praia

do Rancho Praia da Figueira, dentre outras. (GOVERNADOR CELSO RAMOS,

2006).

Outros atrativos turísticos são as Ilhas que circundam o município, a Ilha do

Arvoredo, que faz parte da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, com uma

superfície de 270 ha. de extensão e altitudes que atingem cerca de 300 metros, é

a maior ilha da Reserva e a única que possui água doce. Sua hidrografia é

constituída de pequenos córregos, cujos fluxos dependem do volume das chuvas.

A ilha é recoberta em quase toda sua totalidade pela Mata Atlântica, abrigando

uma enorme diversidade de flora e fauna terrestre. Outras ilhas são: Ilhota de

Palmas, Ilha Grande, Ilha do Maximiliano, Ilhota dos Trinta Réis, Ilhota de

Ganchos, Ilha do Macuco, Calhau de São Pedro, Ilha Deserta e Ilha de

Anhatomirim que faz parte da Área de Preservação Ambiental de Anhatomirim,

onde está localizada a Fortaleza de Santa Cruz, que é administrada pela

Universidade Federal de Santa Catarina, sendo aberta à visitação.

(GOVERNADOR CELSO RAMOS, 2006).

74

O turismo de observação no município possui pontos onde é possível

desfrutar de uma linda vista panorâmica das praias do Município, da praia de

Bombinhas no Município de Porto Belo, da Baía Norte de Florianópolis e ilhas da

Costa Esmeralda. O turismo de aventura é proporcionado pela variedade de

atividades que trazem emoções fortes e diversão, integrando as pessoas com o

meio ambiente, através da prática do mergulho, rapel, cavalgada, trekking, surf e

expedição com caiaque. (GOVERNADOR CELSO RAMOS, 2006).

Outros atrativos turísticos são os passeios de barco, que permitem

conhecer a beleza acerca de toda a costa do Município, passando pelas ilhas

devendo visitar a Fortaleza de Santa Cruz na Ilha de Anhatomirim, na Baia dos

Golfinhos ocorrem as paradas para banhos de mar, geralmente acompanhados

pelos golfinhos. (GOVERNADOR CELSO RAMOS, 2006).

Este histórico apresenta dados da colonização do município, sua

localização privilegiada, a área territorial e população, bem como seu clima, suas

praias e atrativos turísticos, apresentando informações da sua infra-estrutura e

que certamente permitirá desenvolver-se economicamente com base na sua

vocação turística, possibilitando um maior conhecimento do local onde se

pretende implantar este empreendimento.

5 PESQUISA MERCADOLÓGICA EM GOVERNADOR CELSO RAMOS

A pesquisa mercadológica permitiu quantificar o número de turistas em

relação ao sexo, onde os questionários foram respondidos por 32 homens e 18

mulheres, o modelo do questionário aplicado encontra-se no Apêndice página

118, após a apuração dos resultados que apresentaram os percentuais de 64% e

36% respectivamente.

A pesquisa mercadológica para a implantação de uma pousada em Palmas –

Gov. Celso Ramos – SC, disponível no Apêndice, onde sua primeira questão

pretendia identificar se a visita dos turistas a cidade ocorriam pela primeira vez,

onde é permitido verificar que a maioria, 62% não a visitam pela primeira vez,

constatando assim a satisfação destes turistas mediante ao seu retorno a cidade,

conforme a Tabela 16 a seguir.

75

Tabela 16 – Visita pela primeira v ez esta cidade.

Freqüência Percentagem % Sim 19 38 Não 31 62 Total 50 100

Fonte: Dados primários, 2007.

A questão de número 2 teve por objetivo verificar quais os meios de

transporte utilizados pelos turistas para chegarem a praia de Palmas, tendo uma

unanimidade dos respondentes utilizando os automóveis, isto devido à

proximidade dos maiores emissores internos de turistas ao nosso estado, como o

estado do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e São Paulo.

Permitindo identificar qual o motivo da viagem que levou a conhecerem o

município de Governador Celso Ramos – SC, os pesquisados responderam na

questão 3 que o Turismo motivou 96% dos visitantes e os Negócios 4%,

possibilitando afirmar a existência do seu potencial turístico.

Dentre os atrativos turísticos que influenciaram na decisão dos turistas a

visitar esta cidade, conforme o Gráfico 2, que ilustra as respostas da questão 4,

destacaram-se os atrativos naturais como opção de 86% dos visitantes, a visita a

parentes/amigos motivou 8% dos pesquisados, seguidos dos atrativos históricos

culturais, manifestações populares e eventos com respectivamente 2% dos

entrevistados para cada um destes atrativos. Os atrativos denominados como

Tratamento de saúde e outros não foram mencionados pelos respondentes.

Gráfico 2 – Principais atrativos turísticos.

Principais atrativos turísticos?

86%

2%

2%

2%

8%

Atrativos naturais

Atrativos Hist.Culturais

Manisfestaçõespopulares

Eventos

Visita aamigos/parentes

Fonte: Dados primários, 2007.

76

No Gráfico 3 é possível destacar a importância dos meios de comunicação

utilizados para a divulgação da vocação turística do local, abordado na questão 5,

que é um dos fatores determinantes na decisão do destino de muitos turistas, que

apresentou a indicação de amigos ou parentes como o de maior influência,

totalizando 60% dos turistas pesquisados, tendo a Internet como segundo fator

mais influente com 18% dos respondentes, e ainda folheto/folder/cartaz, etc

alcançando 16% da preferência, não sendo citados o rádio e filme.

Gráfico 3 – Tipo de propaganda que influenciou na v iagem?

16%

2%

2%

2%

18%60%

Folheto/folder/cartaz, etc.

Revista

Jornal

Televisão

Internet

Amigos ouparentes

Fonte: Dados primários, 2007.

Os meios de hospedagem mais utilizados pelos turistas pesquisados, de

acordo com o Gráfico 4, foram a Casa ou apto. de aluguel, opção de 38% dos

respondentes, seguidos pelo Hotel e Pousada que atingiram 20% da preferência

dos visitantes. Com relação à Tabela 10 – Meios de hospedagem utilizados, na

página 31, pode-se avaliar um aumento percentual de hospedagem nas

Pousadas, atingindo os seguintes percentuais nos anos de 2004 e 2005

respectivamente de 8,21% e 11,06% conforme a SANTUR. Portanto este dado

mostra uma crescente taxa de ocupação das pousadas em relação aos outros

meios de hospedagem, sendo uns dos fatores os custos mais acessíveis, a

comodidade e a hospitalidade.

77

Gráfico 4 – Meios de hospedagem utilizados?

20%

20%

2%4%14%

38%

2%

Hotel

Pousada

Hospedaria,Pensão,Dormitório

Casa própria

Casa de amigosou parentes

Casa ou apto. dealuguel

Camping

Fonte: Dados primários, 2007.

Os meios de hospedagem são classificados conforme sua capacidade e o

seu tipo de diária, sendo mais um fator que interfere na decisão de uma viagem

de turismo, influenciando na comodidade e nos custos do visitante. No Gráfico 5

foi possível identificar que 30 turistas, ou seja 60% dos respondentes optaram por

um meio só de hospedagem, porém outros 10 turistas, ou seja 20% dos

pesquisados decidiram por uma hospedagem com café da manhã, sendo que

ainda 10 turistas preferiram uma hospedagem com café da manhã e refeições.

Gráfico 5 – Tipos de Diária?

0

5

10

15

20

25

30

35

1

Só dehospedagem

Hospedagem comcafé da manhã

Hospedagem comcafé da manhã erefeições

Fonte: Dados primários, 2007.

78

As instalações dos meios de hospedagem, bem como os equipamentos,

aparelhos e a prestação de serviços que estes disponibilizam aos turistas, estes

são elementos fundamentais que decidem qual o meio de hospedagem mais

atende as expectativas dos hóspedes. Portanto é verificável no Gráfico 6 que os

itens mais solicitados dentre os 50 turistas pesquisados foram a televisão,

solicitada por 98% dos hóspedes, o frigobar foi requisitado por 94% dos

respondentes, seguidos pelo telefone e garagem com um índice de 44% ambos, e

por final a Internet como opção de 24% dos turistas.

Gráfico 6 – Equipamentos/aparelhos/serviços indispe nsáveis

para sua hospedagem?

0

20

40

60

1

Telefone Televisão Frigobar

Ar condicionado Piscina Internet

Lavanderia Garagem

Fonte: Dados primários, 2007.

A questão 9 do questionário pretende identificar o gasto médio diário

estimado pelos turistas em reais ( R$ ), forma estipulados valores a partir de R$

50,00 á R$ 250,00, sendo que destes valores apenas 03 foram assinalados. A

Tabela 17 interpreta os gastos destes turistas, sendo que 80% dos cinqüentas

entrevistados informaram que gastam em média R$50,00 por dia,

correspondendo a 67,34% da renda obtida. O visitante que optou por um gasto

médio diário de R$70,00, referem-se a apenas 2,35% da renda deixada pelos

entrevistados. Sendo que os visitantes que gastaram em média R$100,00

respondem por 18% dos entrevistados e 30,30% da renda aos meios de

hospedagem.

79

Tabela 17 – Gasto médio diário por turista em reais (R$).

Gasto/diário N°

pesquisados %

entrevistados Renda p/ faixa

de gasto % Renda

R$ 50,00 40 80 R$ 2.000,00 67,34007

R$ 70,00 01 02 R$ 70,00 2,356902

R$ 100,00 09 18 R$ 900,00 30,30303

Total 50 100 R$ 2.970,00 100 Fonte: Dados primários, 2007.

Devido a sua proximidade territorial entre as unidades federativas que mais

emitem turistas ao município de Governador Celso Ramos - SC, e a utilização do

automóvel como principal meio de transporte destes visitantes, destaca-se o

estado do Rio Grande do Sul como principal emissor de turistas internos, obtendo

um percentual de 32% dos turistas, seguido do estado do Paraná com 26% e

Santa Catarina com 24% dos turistas nacionais, segundo o Gráfico 7.

Gráfico 7 – Principais mercados emissores nacionais ?

6%

26%

32%

24%

10% 2%

Mato Grosso do Sul

Paraná

Rio Grande do Sul

Santa Catarina

São Paulo

Minas Gerais

Fonte: Dados primários, 2007.

A questão 11 teve por objetivo aferir a média de dias que os turistas

nacionais permanecem em todos os meios de hospedagem, tendo como opção

de 74% dos pesquisados a estadia de 10 dias em média, gerando em torno de

370 diárias, seguido dos turistas que se hospedaram por 05 dias em média,

correspondendo a 50 diárias e 10,52% de todas as diárias geradas.Porém os

visitantes que optaram em permanecer por 20 e 15 dias respondem pelo número

de 40 e 15 diárias respectivamente.Foram disponibilizadas ainda as opções de 25

80

e 30 dias de permanência em média que não obteve respondentes, conforme o

Gráfico 8.

Gráfico 8 – Permanência média /dias em todos os meios

de hospedagem?

05

10152025303540

1

05 dias

10 dias

15 dias

20 dias

Fonte: Dados primários, 2007.

Os turistas que se encantaram com os atrativos naturais, a hospitalidade

do povo, os serviços prestados somam 96% dos que pretendem retornar no

próximo ano, tendo a rejeição de 4% da população pesquisada, justificada pela

vinda a negócios que não se concretizaram.

Através desta pesquisa mercadológica foi possível analisar a satisfação

dos que aqui estiveram, bem como o potencial turístico que ainda pode-se

desenvolver com parcerias públicas-privadas na área de infra-estrutura,

saneamento, saúde, transportes e na capacitação constante dos prestadores de

serviços, através de cursos, palestras e eventos junto às entidades de classe

ligada ao turismo catarinense e nacional. Atraindo e encantando assim muitos a

desfrutarem deste paraíso, provendo assim uma melhor qualidade de vida,

mediante a geração de renda e empregos a comunidade local.

Segundo a Secretaria de Estado de Comunicação, o excelente resultado

obtido na temporada 2007 em Santa Catarina, de acordo com os dados da

pesquisa da demanda turística no estado, esta foi a melhor temporada turística de

toda sua história, com um incremento na economia do Estado de 28,33% em

relação à temporada passada, no último verão apontou um acréscimo de 5,28%

em relação à demanda turística de 2006, passando de 3.149.343 para 3.166.027

turistas, com uma receita gerada estimada de R$ 1,6 bilhão. Eles tiveram um

gasto médio diário de US$ 29,00 (turistas nacionais) e US$ 33,92 (turistas

81

estrangeiros). Trata-se de um gasto 37% maior em relação ao ano passado.

Outros dados que aparecem na pesquisa também são animadores, como por

exemplo: a taxa de ocupação hoteleira; a satisfação dos turistas e seu desejo de

voltar para o Estado. O governador do estado, Luiz Henrique anunciou na manhã

desta segunda-feira (16/4) que o turismo catarinense terá um suporte de R$ 226

milhões este ano para serem investidos na infra-estrutura turística do Estado. Os

recursos virão do Fundo Social, que está destinando R$ 100 milhões ao trabalho

de pavimentação dos acessos a todos os municípios catarinenses. (BELA SANTA

CATARINA, 2007).

Após a aplicação do questionário aos turistas, a descrição e o comentário

dos dados obtidos é possível afirmar a viabilidade mercadológica do

empreendimento.

6 ELABORAÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIO

Este capítulo trata do plano de negócio para a implantação de uma

pousada, na praia de Palmas, no município de Governado Celso Ramos – SC

pertencente à região da grande Florianópolis. O plano será composto pelo

sumário executivo, pelo plano de marketing, pelo plano operacional e pelo plano

financeiro, finalizando com a análise da viabilidade financeira, mercadológica e

operacional do negócio.

6.1 SUMÁRIO EXECUTIVO

A empresa idealizada, neste projeto de viabilidade financeira,

mercadológica e operacional, atuará setor terciário da economia, no ramo de

prestação de serviços, ofertando alojamento e lazer em contato com a natureza.

Como missão à empresa tem: oferecer serviços de hospedagem, alimentação e

lazer, propiciando satisfação e qualidade de vida. O público alvo será os turistas

nacionais que se destinam a Praia de Palmas, e que optam por uma hospedagem

com preço mais acessível sem a ausência de conforto e hospitalidade. A

localização da empresa será Rua: Rosendo Joaquim Sagaz – Quadra B lotes 14,

82

20 e 21 - Palmas – Governador Celso Ramos – SC na região da grande

Florianópolis.

Este projeto aborda como aspectos principais; o plano jurídico, sociedade

escolhida, documentos necessários para criação da empresa; os aspectos

mercadológicos como análise de mercado, análise da concorrência e estratégia

de marketing; os aspectos do plano operacional como localização instalação,

equipamentos e recursos humanos; e, os aspectos do plano financeiro como

análise financeira, capital de giro, fontes de recursos e análise de investimentos,

com o objetivo de chegar a uma conclusão sobre a viabilidade do negócio;

Conforme exposto por Longenecker, More e Pettty (1998, p. 206) e Degen

(1989, p. 117) as estratégias de marketing são fundamentais para o plano de

negócio, principalmente quando se cria uma vantagem competitiva em relação

aos concorrentes. Neste sentido, será feito convênio com grupos fechados, tais

como: maçons, religiosos, estudantes, profissionais liberais, funcionalismo público

municipal, estadual e federal, bancários sendo ofertados pacotes de diárias com a

cobrança bancária ou desconto em folha de pagamento, com isso, estes grupos

receberão em troca uma hospedagem mais acessível, com conforto e

hospitalidade. Com o convênio estes grupos economizam e investem em

qualidade de vida.

Outro diferencial oferecido é o serviço de leva e traz de lavanderia, que

será oferecido em parceria com a Lavanderia Girolav, trazendo conforto e

comodidade aos hóspedes. Outro serviço oferecido será o de internet banda

larga, que será disponibilizada junto à recepção, agendando o horário do uso

antecipadamente, com uma cabine individual, primando assim pela privacidade do

turista. A título de cortesia serão oferecidas duas diárias para 04 hóspedes aos

responsáveis por cada grupo.

O investimento inicial para a aquisição de máquinas e equipamentos

necessários para a abertura do negócio será de R$ 149.704,63 (cento e quarenta

e nove mil setecentos e quatro reais e sessenta e três centavos), conforme

Tabela 19 do plano financeiro.

Os custos fixos como água, energia elétrica, salário, aluguel, telefone e

outras despesas serão de R$ 4.055,01 (quatro mil e cinqüenta e cinco reais e um

centavo) mensais, conforme Tabela 21 do plano financeiro.

83

O expediente de funcionamento da empresa será de segunda a segunda

24 horas por dia.

Os serviços oferecidos pela empresa serão prestados por funcionários

qualificados com curso relacionado a sua área.

Esses profissionais estão aptos a executar os serviços como:

• Recepção, atendimento e alojamento dos clientes;

• Serviços de arrumação e limpeza das unidades habitacionais e da área

exterior;

• Serviço de lavanderia terceirizado;

• Serviços de fechamento das contas dos clientes e recebimento;

• Serviços de Reserva,

• Reparo de caixa de câmbio.

Para a realização de um bom serviço os profissionais do turismo dependem

de constante investimento em capacitação, buscando assim informação sobre as

atualizações do mercado, neste sentido será criada parceria com os órgãos

ligados ao aperfeiçoamento destes profissionais.

A análise financeira das projeções considerou quatro cenários, sendo que o

cenário 1 com 100% da capacidade teve um lucro líquido de R$ 8.022,86 a.m,

com uma TIR de 5,35% a.m. O cenário 2 com 75% da capacidade, teve um lucro

líquido de R$ 4.858,46 a.m, com uma TIR de 3,24% a.m. O cenário 3 com 50% da

capacidade, teve um lucro líquido de R$ 1.842,36 a.m, com uma TIR de 1,23%

a.m. O cenário 4 com 25% da capacidade, teve um prejuízo R$ (1.368,74) a.m.

6.2 PLANO JURÍDICO

A empresa em estudo será implantada na Praia de Palmas – Governador

Celso Ramos – SC pertencente a grande Florianópolis.

Os aspectos jurídicos legais para registrar uma empresa, como também o

tipo de sociedade a ser constituída, variam conforme a região que a empresa está

inserida.

A seguir será descrito o trâmite para constituição da empresa prestadora

de serviços.

84

6.2.1 Trâmites para constituição da empresa

Para constituição de uma empresa, antes da formalização de qualquer

procedimento legal, é necessário realizar a verificação dos seguintes itens:

• A existência de débitos em nome dos futuros sócios;

• A existência de nomes homônimos do que se deseja atribuir como

denominação ou razão social da futura empresa perante a Junta

Comercial do Estado.

• Verificar de acordo com a atividade que irá realizar, qual será o

enquadramento no regime tributário, impostos e respectivas alíquotas.

• Verificar a viabilidade do local escolhido para o desenvolvimento das

atividades do objeto social da empresa.

Qualquer que seja sua espécie, a sociedade constitui-se por meio de

contrato, o qual deverá ser devidamente registrado e arquivado na Junta

Comercial do Estado de Santa Catarina. Após o registro, a empresa deverá obter

sua inscrição junto à Secretaria da Receita Federal no Cadastro Nacional de

Pessoa Jurídica (CNPJ).

Por fim, será necessária a obtenção de alvarás ou inscrições

em órgãos específicos para o regular funcionamento da empresa.

6.2.2 Documentos para constituição da empresa:

Para constituição da empresa os seguintes documentos são necessários:

Cópia do RG e CPF (Autenticados); comprovante de residência (água, energia ou

telefone); estado civil, se casados, regime de bens – se forem casados sob o

regime de comunhão universal de bens não poderão constituir empresa juntos;

cópias do RG e CPF dos cônjuges; participação de cada sócio no capital social;

Informações da Empresa : nome comercial; endereço comercial; capital;

administração; objetivo social; contrato de locação ou escritura do imóvel (cópia

autenticada); croqui da localização; metragem do imóvel; habite-se do imóvel; e,

inscrição imobiliária.

Os honorários para constituição de uma empresa ficam estipulados em R$ 559,45

(Quinhentos e cinqüenta e nove reais e quarenta e cinco centavos), acrescidos

dos pagamentos das taxas dos órgãos como apresentado na Tabela 18.

85

Tabela 18 – Taxas de órgãos diversos

Taxas de Órgãos Diversos

Documentos Taxas (R$) Prefeitura (solicitação de alvará) 7,70

Junta Comercial (DARC) 30,00Receita Federal (Darf) 2,05Cartório 66,00Contador 310,00Carimbo 9,00Inscrição CNPJ (Recolhimento Ass.) 1,70Consulta Viabilidade 20,00Vistoria Bombeiro (0,15m2) 108,00Pesquisa de Nome Empresarial 5,00

Total 559,45Fonte: Dados primários (2007)

O prazo para a constituição da empresa gira em torno de 45 (quarenta e cinco) dias.

Como a empresa em estudo é uma prestadora de serviços é necessário

que seu contrato social seja registrado no cartório civil de pessoa jurídica.

Os empreendedores com interesse em abrir sua micro ou pequena

empresa, devem consultar o SEBRAE - Serviço de Apoio à Micro Empresa. O

Sebrae é um órgão competente e com profissionais qualificados, auxiliando o

micro e pequeno empresário. Outros documentos como a legislação básica do

micro e pequena empresa, registro da empresa e os dez passos para a

formalização da empresa, encontra-se nos anexos.

A seguir será apresentado o plano de marketing, que contém os veículos

de divulgação da empresa, pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e

ameaças, clientes e fornecedores.

6.3 PLANO DE MARKETING

A Pousada tem como sua principal atividade a prestação de serviços em

hospedagem. Sua localização é na Praia de Palmas – Gov. Celso Ramos - SC,

na região da grande Florianópolis, devido ao grande potencial turístico da Costa

Esmeralda, gerando assim, inúmeras oportunidades de negócios. O mercado de

serviços de hospedagem na região é promissor, tendo como oportunidade direta o

86

grande fluxo de turistas que se deslocam com seus veículos e necessitam de

serviços de hospedagem acessíveis e com qualidade de vida.

Esse projeto está sendo delineado para suprir carências verificadas na

maioria das pousadas visitadas. O que se observa na região da praia de Palmas é

um número reduzido de pousadas, porém com profissionais sem capacitação

técnica, e a ausência de serviços como o acesso a Internet, horta orgânica,

passeios de barcos dentre outros.

Os profissionais que serão contratados já têm curso na área ou tem em

média 12 (doze) anos de experiência, estando aptos a prestar um serviço

alternativo de hospedagem mais acessível, sem a ausência do conforto e

hospitalidade, que aliada ao bom atendimento, a organização e a higiene do

ambiente, objetiva-se disponibilizar um serviço com qualidade, a fim de suprir e

superar a satisfação dos clientes. Além disto, outro ponto forte da empresa é o

conhecimento dos seus sócios referente aos atrativos naturais, culturais e

religiosos da região.

Um dos diferenciais almejados serão os serviços que terão como primazia

uma superior qualidade em relação aos concorrentes, com preço mais acessível,

dispondo ainda de maior comodidade e qualidade de vida, mediante os serviços

de acesso á Internet e a colheita de hortaliças sem o uso de agrotóxicos. Em

pesquisa realizada nas pousadas da praia de Palmas, pôde-se apurar o valor da

diária entre R$ 120,00 e R$ 100,00 para acomodar 04 pessoas na alta

temporada, entre os meses de novembro a março. Quanto às pousadas alternam

muito o preço, devido a sua estrutura física, disponibilidade de serviços

diferenciais e equipamentos. A proposta de precificação da diária em estudo será

de R$ 80.00 (oitenta reais).

A seguir é apresentado na Figura 4 os Pontos fortes, Fracos,

Oportunidades e Ameaças que podem interferir nos ambientes interno e externo,

dados estes obtidos após a visitação e a constatação destes fatores junto aos

concorrentes, identificando-se e questionando os serviços restados, as

instalações físicas e o atendimento como turista.

87

Figura 4 –Pontos Fortes, Fracos, Oportunidades e Am eaças. PONTOS FORTES PONTOS FRACOS OPORTUNIDADES AMEAÇAS

• Pioneirismo – diária mais acessível

• Conhecimento dos Atrativos naturais, culturais e religiosos da região.

• Localização – proximidade de estabelecimento comercial, de saúde e segurança.

• Serviços de acesso a Internet, a Horta orgânica e a lavanderia leva/traz

• Qualidade dos serviços

• Higiene e aparência

• Empresa nascente

• Nome desconhecido no mercado

• Sazonalidade • Poder de

barganha

• Fluxo de turistas crescente

• Convênio com Grupos fechados

• Mão-de-obra especializada disponível no local

• Ampla rede de Fornecedores e prestadores de serviços

• Novos entrantes no negócio de serviço de hospedagem

• Mudança na legislação (imposto)

• Perda do poder aquisitivo

Fonte: Dados Primários (2007)

Para a divulgação dos serviços, pretende-se utilizar as seguintes opções:

placa luminosa de identificação da empresa; panfletos, folder; mala direta, jornais

e internet.

Através de mala direta pretende-se enviar as Secretárias de Turismo de

todas as Unidades Federativas do país, as agências de turismos dos principais

mercados emissores nacionais, a SANTUR, EMBRATUR, ABIH, ABAV um folder

com a apresentação da empresa, assim como a relação dos serviços oferecidos.

Através do e-mail será enviada mensalmente, a todos os clientes a oferta de

pacotes turísticos do mês. Também ficará disponível no site da empresa, onde os

turistas poderão ter acesso aos serviços prestados, localização, telefone e

agendar suas reservas.

A empresa já tem em vista parceria através de convênio com grupos

fechados como associações, sindicatos, profissionais liberais, funcionalismo

público federal, estadual e municipal, maçons, religiosos e estudantes permitindo

a ampliação do público-alvo e a conseqüente redução da sazonalidade com a

melhora da qualidade de vida e lazer destes grupos.

88

A seguir é apresentada na Figura 5 os Principais concorrentes,

identificando as pousadas da Praia de Palmas, cujos dados foram levantados na

oportunidade da visita a essas empresas, caracterizadas como.

Figura 5 - Principais concorrentes

Concorrentes Endereço Bairro Pousada Maris R: dos Badejos, 234. Palmas Pousada Vila de Palmas R: Rosendo J. Sagas, 962. Palmas Pousada de Palmas R: dos Robalos, 223. Palmas

Fonte: Dados primários (2007)

A Figura 6 abaixo apresenta os Principais fornecedores, tanto na parte de

móveis e utensílios, de material de limpeza e de escritório. Os fornecedores

foram pesquisados através de visita, como também por telefone.

Figura 6 - Principais fornecedores

Fornecedores Atacado Vitória Proclean Higiene e Limpeza Ltda. Goedert Produtos de Limpeza Ltda. Koerich Magazine Luiza Lojas Colombo MEPAS Materiais de escritório e informática RAK Informática e papelaria Papelaria Luci Ltda.

Fonte: Dados primários (2007)

6.4 PLANO OPERACIONAL

Este item apresenta o local onde a empresa será sediada, as

características das instalações físicas, o layout do empreendimento e processo de

atendimento que será disponibilizado.

6.4.1 Localização

A empresa em estudo será sediada na Rua: Rosendo Joaquim Sagas, na

praia de Palmas – Governador Celso Ramos – SC, localizada na região da

grande Florianópolis, e terá como objetivo a prestação de serviços de

hospedagem aos turistas da cidade. A região da Costa Esmeralda, na grande

Florianópolis foi escolhida em virtude do grande número de atrativos naturais,

89

culturais e religiosos da região. Outro fator que contribui para escolha é a grande

oferta de estabelecimentos comerciais, prestadores de serviços, posto de saúde,

farmácias, posto policial nas proximidades, onde diminui o custo de deslocamento

e proporciona mais comodidade e segurança ao hóspede. Portanto, a localização

da empresa na Vila de Palmas, faz parte de uma estratégia que permita aos

hóspedes mais tranqüilidade, por estar numa área residencial, onde o fluxo de

veículos é reduzido em relação aos concorrentes, mais comodidade por deter

estabelecimentos comerciais, de saúde e segurança mais próximos, bem como a

possibilidade de praticar preços mais acessíveis com qualidade e conforto.

6.4.2 Instalação

Para a implantação do empreendimento, serão utilizados 03 lotes

totalizando uma área de 1.095,64m² de propriedade dos sócios, onde serão

construídas 06 unidades habitacionais e uma recepção, com um playground e um

estacionamento com capacidade para 10 automóveis na parte frontal, sendo 06

vagas destinadas para os hóspedes e 04 para os turistas transeuntes para

consulta de preços e conhecimento da pousada. Essas exigências tornam-se

essenciais devidas à necessidade de dispor de segurança para os veículos dos

turistas quando visitam ou se hospedam na pousada.

6.4.3 Layout da empresa

A seguir será apresentada a planta baixa das instalações físicas da

Pousada, representadas pela Figura 7, que contará com 06 unidades

habitacionais de alvenaria, composta por um quarto de casal, um de solteiro, um

banheiro, uma sala com cozinha conjugada mais uma varanda somando uma

área de 276,30m². Este empreendimento contará com uma recepção, com

banheiro, escritório e uma sala para os hóspedes acessarem a Internet, medindo

13,50m², totalizando uma área construída de 289,80 m².

90

Figura 7 – Planta baixa padrão das 06 unidades habi tacionais e recepção

46,05 m² x 6 = 276,30m²

Recepção da pousada

13,50 m2

Total da área construída = 289,80 m²

Fonte: Dados primários (2007)

6.4.4 Atendimento

O horário de funcionamento da empresa será de segunda a segunda

atendendo 24 horas por dia.

O cliente será atendido por ordem de chegada, tendo a opção de

programar sua estada através do site, e-mail ou telefone. Ele será recepcionado

pelo recepcionista que efetuará um cadastro com os dados pessoais, endereço

completo, telefone e e-mail, como também os dados do veículo como: placa,

chassi e ano de fabricação.

Todos essas exigências são de suma importância, pois através desse

banco de dados a empresa poderá projetar promoções e enviar aos clientes.

91

Outro papel fundamental é o Cadastro do cliente, acrescendo informações

adicionais sobre como deseja que os serviços de camareira, lavanderia dentre

outros sejam realizados, em qual horário e de que forma devam ser executados,

bem como a programação de acesso à internet e a passeios de barco.

Com a abertura do Cadastro do Cliente é gerado um número, que será

registrado na planilha de programação dos serviços. Através da planilha o

recepcionista delega ao responsável pela execução dos serviços, que executará

os serviços conforme especificado. Após a conclusão dos serviços o responsável

encaminhará a planilha para a conferência e aprovação do recepcionista, que se

aprovado será lançado na conta do cliente, onde este será avisado que o serviço

foi concluído. A figura 9 a seguir apresenta o fluxograma do processo de

prestação de serviço da pousada.

Figura 8 - Fluxograma do processo de prestação de s erviço

Recebimento do cliente

Atendimento e cadastro

Abertura da ficha cadastral

Conferir os serviços.

Encaminhar o hospede p/

unidade habitacional

Entrega do Manual de normas e

procedimentos da pousada.

Lançamento dos serviços para

fechamento da conta do hóspede.

Pagamento dos serviços

Despedida e agradecimento

Fonte: Dados primários (2007)

92

Para o funcionamento da empresa o pessoal necessário é o descrito

abaixo.

• Contratação de uma camareira especializada em pousadas;

• Um recepcionista que tenha experiência comprovada no setor de turismo.

Mesmo com a contratação de profissionais especializados no ramo de

serviços de hospedagem, se faz necessário o treinamento junto ao SEBRAE,

ABIH, EMBRATUR, SANTUR dentre outros que permitam aprimorar a

competência dos colaboradores. Desta forma consegue-se atualizar os

funcionários, como também melhorar a qualidade dos serviços e no

atendimento.

6.5 PLANO FINANCEIRO

No plano financeiro será abordada a análise financeira do empreendimento,

sendo que a fonte de financiamento será através de capital próprio, sendo

levantadas às necessidades financeiras do negócio, como o investimento inicial, o

custo fixo e variável, projeções de faturamento, base de cálculo do imposto

simplificado, depreciação e resultado operacional das projeções, bem como o

fluxo de caixa, a Demonstração de Resultado do Exercício, a taxa interna de

retorno (TIR), payback, ponto de equilíbrio e valor presente líquido (VPL) que são

itens indispensáveis para a análise da viabilidade.

6.5.1 Investimento Inicial

Neste item será apresentado o levantamento inicial do investimento,

pertinente à compra de equipamentos de informática, móveis e utensílios e

instalações para o funcionamento da pousada. Os custos serão descritos por

tabelas, através da descrição dos equipamentos, produtos ou serviços, das

quantidades necessárias, valor unitário e total, cujos valores foram levantados

através de pesquisa no mercado da Grande Florianópolis em fornecedores

potenciais, onde são apresentados na Tabela 19 abaixo:

93

Tabela 19 - Investimento Inicial

Discriminação Quantidade Unidade (R$) Valor (R$)

Equipamentos de Informática Computador celeron 2,4 GHZ 02 1.289,00 2.578,00 Licença de sotware 01 230,00 230,00 Impressora laser LJ 1015 01 369,00 369,00

Subtotal Equip. Informática 3.177,00

Móveis e utensílios Mesa para Escritório. 02 160,00 320,00 Mesa para Revista. 01 65,00 65,00 Cadeira p/ escritório 04 60,00 240,00 Sofá com três lugares 07 349,00 2.443,00 Televisão “14” 07 279,00 1.953,00 Bebedouro 01 249,00 249,00 Telefone 01 56,00 56,00 Geladeira 06 749,00 4.494,00 Fogão c/ 04 bocas 06 239,00 1.434,00 Cama de casal 06 116,00 696,00 Colchão ortopédico de casal 06 242,00 1.452,00 Beliche 06 188,00 1.128,00 Colchão ortopédico de solteiro 12 179,00 2.148,00 Guarda-roupa 06 338,00 2.028,00 Pia de cozinha completa 06 240,00 1.440,00 Mesa c/ 04 cadeiras p/ cozinha 06 206,00 1.236,00 Armário p/ cozinha c/ 04 portas 14 170,00 2.380,00 lixeiras 14 9,30 130,20 Cômodas com 04 gavetas 06 157,00 942,00 Chuveiros 06 69,00 414,00 Jogo de utensílios p/ coz. 4 pessoas. 06 245,00 1.470,00 Ventiladores 13 55,80 725,40

Subtotal Móveis e Utensílios 27.443,60

Instalações Taxa de abertura da empresa 01 559,45 559,45 Placa identificação 01 1.230,00 1.230,00 Linha telefone 01 35,00 35,00

Subtotal Instalações 1.824,45

Imóveis

Mão-de-obra p/ construção 289,8 m² 01 28.980,00 28.980,00

Material de construção p/ 289,8 m² 01 84.224,57 84.224,57

Subtotais Imóveis 113.204,57

Capital de Giro 4.055,01

TOTAL GERAL 149.704,63 Fonte: Dados primários (2007)

94

Conforme Tabela 19, o investimento total necessário para abertura da

pousada é de R$ 149.704,63 (Cento e quarenta e nove mil setecentos e quatro

reais e sessenta e três centavos), sendo incluso os investimentos em

equipamento de informática, móvel e utensílios, instalações e capital de giro,

considerando um cenário apropriado para prestação de serviços de hospedagem

com qualidade, conforto, comodidade e bom atendimento. Para o capital de giro

utilizou-se a importância de R$ 4.055,01 (quatro mil e cinqüenta e cinco reais e

um centavo), que servirá para cobrir os custos fixos do primeiro mês.

A Tabela 20 mostra o percentual e o valor de depreciação de cada ativo

depreciável, conforme legislação em vigor.

Tabela 20 – Depreciação

Discriminação % Tempo Valor (R$)

Instalações 10% 10 anos 182,44 Móveis e Utensílios 10% 10 anos 2.744,36 Equipamento de informática 20% 5 anos 635,40

Imóveis 04% 25 anos 4.528,18

Sub Total 8.090,38

Total Depreciação/Mês 674,19 Fonte: Orsitec (2007)

6.5.2 Custos Fixos e Variáveis

A Tabela 21 apresenta os gastos com custos mensais para o

funcionamento da pousada.

Tabela 21 - Custos Fixos e Variáveis

Discriminação Quantidade Valor (R$)

Salários Fixos Camareira 01 386,00 Recepcionista 01 515,00

Subtotal 901,00

Encargos Sociais fixos 02 342,38 Aluguel 1.000,00 Honorários Contábeis 300,00 Energia Elétrica 150,00 Água 40,00 Telefone 120,00

95

Assinatura Jornal / revista 60,00 Pró-labore 1.000,00 Material de Consumo 61,63 Material para Escritório 20,00 Outras Despesas 60,00

Subtotal 3.154,01

Total 4.055,01 Fonte: Dados Primários (2007)

Conforme a Tabela 21 os valores dos salários da camareira e do

recepcionista foram baseados no salário normativo do Sindicato das Empresas de

Turismo do Estado de Santa Catarina, que corresponde respectivamente a R$

386,00 (trezentos e oitenta e seis reais) e R$ 515,00 (quinhentos e quinze reais)

por mês. Os encargos sociais apresentados na Tabela 21 referem-se somente

aos salários fixos.

O aluguel tem como base três lotes que totalizam uma área de 1.095,64

m², localizados na praia de Palmas e cujo valor estipulado mensalmente foi de R$

1.000,00 (mil reais) com IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) incluído, o

contrato de locação será de 25 anos com preferência exclusiva de compra.

Para os itens energia elétrica, água, telefone, material de consumo e

material para escritório, tomou-se como base uma pousada, com as mesmas

características de instalação física e prestação de serviços semelhantes.

Os encargos sociais foram calculados conforme a legislação que é

demonstrada na Tabela 22.

Tabela 22 – Encargos Sociais Sobre Salários Fixos Descrição Quantidade Salário Comissão Rep. R Prêmio Total (R$)

Funcionários 02 901,00 0,00 0,00 0,00 901,00FGTS 8,00% 72,08Sebrae 0,00% 0,00Total 8,00% 72,08Férias 11,11% 100,10Aviso Prévio 1,56% 14,05Auxilio Doença 1,87% 16,84Faltas Legais 1,73% 15,58Acidente Trabalho 0,90% 8,10Licença Maternidade 0,83% 7,4713 º Salário 8,34% 75,14

96

Total 26,34% 237,28Aviso Prévio Indenizado 3,85% 34,68Indenização Adicional 1,76% 15,85Indenizações Resc. SJC 3,20% 28,83Total 8,81% 79,36Uniforme 0,00% 0,00Vale Transporte 8,10% 72,98Vale Alimentação 4,06% 36,58Treinamento Pessoal 0,00% 0,00Policlínica 1,16% 10,45Total 13,33% 120,01Total Encargo/ Salário 56,48% 508,73Fonte: Dados Primários (2007)

Para as empresas que optar pelo imposto simples, o cálculo de férias

consideram 1/12 avos do salário, mais adicional 33.33%, que corresponde a

11.11% do total do salário.

Vale salientar que para as empresas que não optar pelo imposto simples, o

cálculo é o mesmo, porém acrescenta mais os impostos que corresponde a

13,90% do total do salário.

6.5.3 Receitas

A Tabela 23 apresenta a projeção de receita mensal / anual, tendo como

base os quatros cenários. Tabela - 23 Receita Mensal / Anual de diárias

Descrição Diária/ mês U.H. Valor/

diária Valor Mês

(R$) Valor Ano

(R$) Projeção 1 - capacidade de hospedagem 100%

30 6 80,00 14.400,00 172.800,00

Projeção 2 - capacidade de hospedagem 75%

30 4,5 80,00 10.800,00 129.600,00

Projeção 3 - capacidade de hospedagem 50% 30 3 80,00 7.200,00 86.400,00

Projeção 4 - capacidade de hospedagem 25% 30 1,5 80,00 3.600,00 43.200,00

Fonte: Dados Primários (2007)

Na projeção 1 da Tabela 23 foi mensurado uma ocupação de 100% da

capacidade de hospedagem. Nesta projeção foi considerado como base 30

(trinta) dias do mês e multiplicado pelo número de U.H (Unidade Habitacional),

97

que multiplicado pelo valor da diária cobrada que será de R$80,00 (oitenta reais)

perfazendo um total de 14.400,00 (quatorze mil e quatrocentos reais) de receita

mensal e de 172.800,00 (cento e setenta e dois mil e oitocentos reais) anual.

As projeções 2, 3 e 4 seguiram o mesmo exemplo de cálculo da projeção 1,

o que altera para cada item é o n° de unidades habitacionais e o percentual de

ocupação que é de 75%, 50% e 25% respectivamente.

A projeção de 100% foi analisada em uma demanda ininterrupta utilizando

todas as unidades habitacionais. Vale salientar que foram utilizados como cálculo

de projeção, 30 dias por mês.

Considerando a média da taxa de ocupação da rede hoteleira no Estado de

Santa Catarina, segundo sinopse comparativa da demanda turística nos anos de

2004, 2005 e 2006 que foi divulgada pela SANTUR, chegou-se a uma média de

79,80% de taxa de ocupação, portanto a projeção 2 (75%) é a mais realista, e a

que mais se aproxima dos dados coletados na Tabela 23, que tem um

faturamento mensal bruto em diárias de 10.800,00 (dez mil e oitocentos reais) e

de 129.600,00 (cento e vinte e nove mil e seiscentos reais) de ingressos anuais .

Na projeção 1 foi levado em consideração que a pousada alcance 100% de

ocupação. Assim, quanto maior for à taxa de ocupação maior será o faturamento

mensal e anual.

As projeções 2, 3 e 4 seguem o mesmo raciocínio, porém o percentual da

taxa de ocupação diminui conforme a escala de capacidade (100%,75%,50%ou

25%).

A seguir serão apresentadas as alíquotas conforme seus respectivos

faturamentos, que incidirão sobre IRPJ, PIS, COFINS e CSLL INSS.

6.5.4 Cálculo dos Impostos Simplificados

Tabela 24 - Alíquota imposto Simples Federal

Microempresa Tipo de empresa: Serviços Faturamento Alíquota Até R$ 60.000,00 4,5% Até R$ 90.000,00 6% Até R$ 120.000,00 7,5% Até R$ 240.000,00 8,1% Empresa de Pequeno Porte Até R$ 360.000,00 8,7% Até R$ 480.000,00 9,3%

98

Até R$ 600.000,00 9,9% Até R$ 720.000,00 10,5% Até R$ 840.000,00 11,1% Até R$ 960.000,00 11,7% Até R$ 1.080.000,0 12,3% Até R$ 1.200.000,00 12,9% Até R$ 1.320.000,00 13,5% Até R$ 1.440.000,00 14,1% Fonte: Receita Federal (2007)

A Tabela 24 mostra as alíquotas de base de cálculo do imposto simples,

devendo observar que para estabelecimentos de Ensino Fundamental, Centros de

formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de

passageiros e de carga, agências lotéricas, agências terceirizadas de correios e

pessoas jurídicas que aufiram receita bruta acumulada decorrente da prestação

de serviços em montante igual ou superior a 30% (trinta por cento) da receita

bruta total acumulada deverá acrescentar 50% em cima da alíquota

correspondente na sua faixa.Na Tabela 25 encontram-se as alíquotas do imposto

simplificado, bem como o valor total do imposto simples. Para os cálculos foram

utilizados os dados da Tabela 24.

Tabela 25- Impostos Simples Federal

Descrição Faturamento (R$) IRPJ - PIS – COFINS - CSLL- INSS Total (R$)

Projeção 1 14.400,00 8,1% 1.166,40 Projeção 2 10.800,00 8,1% 874,80 Projeção 3 7.200,00 6% 432,00 Projeção 4 3.600,00 4,5% 162,00 Fonte: Receita Federal (2007)

Na Tabela 25 no campo IRPJ, PIS, COFINS, CSLL e INSS patronal,

utilizou-se como base de cálculo o faturamento mensal multiplicado pelas

alíquotas correspondente a cada faixa, tendo em vista que o faturamento é

constante. Quando a empresa já está instalada é normal o cálculo ser cumulativo.

Para a obtenção do imposto simples estadual (ICMS), foi utilizado tabela

fornecida pela Tecplan conforme Tabela 26, a seguir.

99

Tabela 26 - Base de Cálculo Simples Estadual (ICMS)

Faixa Alíquota Dedução (R$) De 0,00 a 0,99 Dispensa Dispensa

De 1,00 a 5.000,00 25,00

De 5.000,01 a 8.800,00 0,5%

De 8.000,01 a 17.700,00 1% 44,00

De 17.700,01 a 35.600,00 1,95% 212,15

De 35.600,01 a 71.000,00 3,75% 852,95

De 71.000,01 a 106.800,00 4,85% 1.633,95

De 106.800,01 a 2.000.000,00 5,95% 2.808,75

Fonte: Tecplan (2007)

Para o cálculo do ICMS utilizou-se a base de dados da Tabela 26 conforme

a faixa correspondente de cada venda.

Tabela 27 - Simples Estadual ICMS

Descrição Faturamento (R$) Alíquota Dedução (R$) Total (R$)

Projeção 1 14.400,00 1.00% 39,00 105,00 Projeção 2 10.800,00 1.00% 39,00 69,00 Projeção 3 7.200,00 0,5% 0,00 36,00 Projeção 4 3.600,00 25,00 25,00 25,00

Fonte: Tecplan (2007)

A Tabela 28 apresenta o cálculo de ISS que é de 3% sobre o lavor do

faturamento de serviços de hospedagem.

Tabela 28- Impostos Simples Municipal

Descrição Valor do Faturamento (R$) ISS Total (R$)

Projeção 1 14.400,00 3% 432,00 Projeção 2 10.800,00 3% 324,00 Projeção 3 7.200,00 3% 216,00 Projeção 4 3.600,00 3% 108,00

Fonte: Prefeitura Municipal de Governador Celso Ramos – SC (2007)

O valor obtido no campo total refere-se ao valor do faturamento mensal de

diárias, vezes a alíquota que é de 3%.

A Tabela 29 e 30 do cálculo do INSS é meramente ilustrativa, tem a função

demonstrar a contribuição do funcionário com o INSS. Como a empresa em

100

estudo optou pelo imposto simples, o INSS já está incluso no simples federal

conforme Tabela 25.

A Tabela 29 demonstra a faixa e percentual de alíquota conforme a faixa

salarial. O desconto dos empregados na folha de pagamento será de

7,65%,8,65%, 9% ou 11%, conforme o valor do salário.

Tabela 29 - Base de Cálculo INSS

Faixa Salário (R$) Percentual

Até 468,47 7,65%

Entre 468,48 a 600,00 8,65%

Entre 600,01 a 780,78 9,00%

Entre 780,79 a 1.561,56 11,00%

Fonte: Tecplan (2007)

Para o cálculo do INSS foram utilizados os dados da Tabela 29 conforme a

faixa salarial.

Tabela 30- INSS Simples Federal

Descrição Salários fixos

(R$)

Total Salário (R$)

INSS 7,65/8,65%

(R$)

Total Imposto

(R$)

Projeção 386,00/515,00 901,00 29,53/44,54 74,07 Fonte: Fonte: Tecplan (2007)

Na Tabela 30 a projeção do percentual de INSS é de 7,65% e 8,65%,

devido aos salários fixos serem enquadrados em duas faixas de tributação,

perfazendo um total de 901,00(novecentos e um reais) ficando um na faixa

individual até 468,47 e outro entre 468,48 a 600,00.

A seguir será apresentada a tabela correspondente com a totalização de

impostos de cada projeção. No campo pró-labore o percentual é de 11%.

Tabela 31- Impostos

Descrição Federal (R$) ICMS (R$) ISS (R$) Pró-labor e (R$) Total (R$)

Projeção 1 1.166,40 105,00 432,00 110,00 1.813,40

Projeção 2 874,80 69,00 324,00 110,00 1.377,80

Projeção 3 432,00 36,00 216,00 110,00 794,00

Projeção 4 162,00 25,00 108,00 110,00 405,00

Fonte: Dados Primários (2007)

101

A seguir será apresentado o resultado mensal das projeções, contendo as

receitas, despesas, lucros e prejuízos.

6.5.5 Resultado Operacional das Projeções

A Tabela 32 apresenta o resultado das projeções mensais de faturamento

dos quatros cenários de ocupação do empreendimento, baseando-se do preço de

R$ 80,00 (oitenta reais) a diária de cada unidade habitacional.

Tabela 32 – Resultado Operacional das Projeções

Descrição Projeção 1 (R$)

Projeção 2 (R$)

Projeção 3 (R$)

Projeção 4 (R$)

Receita Bruta 14.400,00 10.800,00 7.200,00 3.600,00 Receitas Operacionais 14.400,00 10.800,00 7.200,00 3.600,00 (-) Impostos 1.813,40 1.377,80 794,00 405,00 = Receita Líquida 12.586,60 9.422,20 6.406,00 3.195,00 (-) Custo Encargos 508,73 508,73 508,73 508,73 = Lucro Bruto 12.077,87 8.913,47 5.897,27 2.686,27 (-) Custos Fixos 4.055,01 4.055,01 4.055,01 4.055,01 = Lucro Líquido Mensal 8.022,86 4.858,46 1.842,26 (1.368,74) = Lucro Líquido Anual 96.274,32 58.301,52 22.107,12 (16.424,88) Fonte: Dados Primários (2007)

6.5.6 Fluxo de Caixa

O fluxo de caixa demonstra os ingressos e desembolsos, em valor

monetário, ao longo de um período.

Projetando o fluxo de caixa para cinco anos, utilizando como base de

projeção o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M, 2005), o qual equivale a

1,21%, tem-se, em uma projeção com 100% de ocupação, conforme a tabela

abaixo:

Tabela 33 - Fluxo de Caixa - Projeção 1 - capacida de de hospedagem 100%

2007 2008 2009 2010 2011 1. Ingressos Receitas 172.800,00 174.890,88 177.007,05 179.148,84 181.316,54 2. Desembolsos Despesas fixas 48.660,12 49.248,90 49.844,81 50.447,94 51.058,36 Despesas operacionais 21.760,80 22.024,10 22.290,59 22.560,31 22.833,29 Despesas variáveis 6.104,76 6.178,62 6.253,38 6.329,04 6.405,62 Total de custos anuais 76.525,68 77.451,62 78.388,7 8 79.337,29 80.297,27 Total líquido de caixa 96.274,32 97.439,26 98.918,2 7 99.811,55 101.019,27 Fonte: Dados Primários, 2007.

102

A Tabela 34, a seguir, mostra uma projeção com 75% de ocupação, com a redução de 25% nos valores citados na Tabela 33, exceto nos valores da conta Despesas Fixas.

Tabela 34 - Fluxo de Caixa - Projeção 2 - capacidad e de hospedagem 75%

2007 2008 2009 2010 2011 1. Ingressos Receitas 129.600,00 131.168,16 132.755,29 134.361,63 135.987,40 2. Desembolsos Despesas fixas 48.660,12 49.248,90 49.844,81 50.447,94 51.058,36 Despesas operacionais 16.320,60 16.518,07 16.717,94 16.920,23 17.124,97 Despesas variáveis 4.578,57 4.633,97 4.690,04 4.746,79 4.804,22 Total de custos anuais 69.559,29 70.400,94 71.252,7 9 72.114,96 72.987,55 Total líquido de caixa 60.040,71 60.767,22 61.502,5 0 62.246,67 62.999,85 Fonte: Dados Primários, 2007. Para uma projeção com 50% de ocupação, será considerada uma redução de

25% dos valores do cenário realista, exceto nos valores da conta Despesas Fixas,

conforme mostra a Tabela 35.

Tabela 35 - Fluxo de Caixa - Projeção 3 - capacidad e de hospedagem 50%

2007 2008 2009 2010 2011 1. Ingressos Receitas 86.400,00 87.445,44 88.503,52 89.574,42 90.658,27 2. Desembolsos Despesas fixas 48.660,12 49.248,90 49.844,81 50.447,94 51.058,36 Despesas operacionais 12.240,45 12.388,55 12.538,46 12.690,17 12.843,72 Despesas variáveis 3.433,92 3.475,47 3.517,53 3.560,09 3.603,17 Total de custos anuais 64.334,49 65.112,92 65.900,8 0 66.698,20 67.505,25 Total líquido de caixa 22.065,51 22.342,52 22.602,8 2 22.876,22 23.153,02 Fonte: Dados Primários, 2007. Para um cenário com 25% da capacidade de hospedagem, será considerado

decréscimo de 25% dos valores do cenário anterior, exceto nos valores da conta

Despesas Fixas, conforme mostra a Tabela 36.

Tabela 36 - Fluxo de Caixa - Projeção 4 - capacidad e de hospedagem 25%

2007 2008 2009 2010 2011 1. Ingressos Receitas 43.200,00 43.722,72 44.251,76 44.787,21 45.329,13 2. Desembolsos Despesas fixas 48.660,12 49.248,90 49.844,81 50.447,94 51.058,36 Despesas operacionais 9.180,33 9.291,41 9.403,84 9.517,63 9.632,79 Despesas variáveis 2.575,44 2.606,60 2.638,14 2.670,06 2.702,37 Total de custos anuais 60.415,89 61.146,91 61.886,7 9 62.635,63 63.393,52 Total líquido de caixa (17.215,89) (17.424,19) (17. 635,03) (17.848,42) (18.064,39)

Fonte: Dados Primários, 2007.

103

6.5.7 Demonstração do Resultado de Exercício (DRE)

A demonstração do resultado de exercício (DRE) fornece um resumo

financeiro dos resultados das operações da empresa durante um período

específico, normalmente de um ano.

A seguir, será apresentada na Tabela 37, a DRE dos cinco anos projetados

no fluxo de caixa, em um cenário otimista com atuação de 100% no faturamento e

nas despesas.

Tabela 37– Demonstração do resultado de exercício – Projeção 100%

2007 2008 2009 2010 2011 Receita bruta 172.800,00 174.890,88 177.007,05 179.148,84 181.316,54 (-) Custos variáveis (6.104,76) (6.178,62) (6.253,38) (6.329,04) (6.405,62) (=) Margem de contribuição 166.695,24 168.712,26 170.753,37 172.819,80 174.910,92 (-) Despesas fixas (48.660,12) (49.248,90) (49.844,81) (50.447,94) (51.058,36) (-) Despesas operacionais (21.760,80) (22.024,10) (22.290,59) (22.560,31) (22.833,29) (=) Lucro líquido 96.274,32 97.439,26 98.617,97 99.811,55 101.019,27 (+) Depreciação 8.090,38 8.090,38 8.090,38 8.090,38 8.090,38 (=) Lucro líquido anual 104.364,70 105.529,64 106.708,35 107.901,93 109.109,65

Fonte: Dados Primários, 2007.

Para uma projeção com 75% de ocupação, reduz-se 25% dos valores

citados na projeção de 100%, exceto nos valores da conta Despesas Fixas.

Portanto, tem-se a seguinte DRE no cenário realista, na Tabela 38:

Tabela 38– Demonstração do resultado de exercício – Projeção 75%

2007 2008 2009 2010 2011 Receita bruta 129.600,00 131.168,16 132.755,29 134.361,63 135.987,40 (-) Custos variáveis (4.578,57) (4.633,97) (4.690,04) (4.746,79) (4.804,22) (=) Margem de contribuição 125.021,43 126.534,19 128.065,25 129.614,84 131.183,18 (-) Despesas fixas (48.660,12) (49.248,90) (49.844,81) (50.447,94) (51.058,36) (-) Despesas operacionais (16.320,60) (16.518,07) (16.717,94) (16.920,23) (17.124,97) (=) Lucro líquido 60.040,71 60.767,22 61.502,50 62.246,67 62.999,85 (+) Depreciação 8.090,38 8.090,38 8.090,38 8.090,38 8.090,38 (=) Lucro líquido anual 68.131,09 68.857,60 69.592,88 70.337,05 71090,23

Fonte: Dados Primários, 2007.

A Tabela 39, a seguir, mostra a DRE em um cenário com capacidade de

hospedagem de 50%, ou seja, pessimista, com um decréscimo de 25% nos

valores apresentados na projeção com capacidade de 75% de alojamento, exceto

nos valores da conta Despesas Fixas.

104

Tabela 39– Demonstração do resultado de exercício – Projeção 50%

2007 2008 2009 2010 2011 Receita bruta 86.400,00 87.445,44 88.503,52 89.574,42 90.658,27 (-) Custos variáveis (3.433,92) (3.475,47) (3.517,53) (3.560,09) (3.603,17) (=) Margem de contribuição 82.966,08 83.969,97 84.985,99 86.014,33 87.055,10 (-) Despesas fixas (48.660,12) (49.248,90) (49.844,81) (50.447,94) (51.058,36) (-) Despesas operacionais (12.240,45) (12.388,55) (12.538,46) (12.690,17) (12.843,72) (=) Lucro líquido 22.065,51 22.332,52 22.602,72 22.876,22 23.153,02 (+) Depreciação 8.090,38 8.090,38 8.090,38 8.090,38 8.090,38 (=) Lucro líquido anual 30.155,89 30.422,90 30.693,10 30.966,60 31.243,40

Fonte: Dados Primários, 2007.

Devido a sazonalidade das pousadas foram feitas projeções em quatro

cenários, neste último de 25% da capacidade de ocupação, reduzindo em 25% os

valores citados no cenário com 50% de faturamento, exceto nos valores da conta

Despesas Fixas. Portanto, tem-se a seguinte DRE, na Tabela 40:

Tabela 40– Demonstração do resultado de exercício – Projeção 50%

2007 2008 2009 2010 2011 Receita bruta 43.200,00 43.722,72 44.251,76 44.787,21 45.329,13 (-) Custos variáveis (2.575,44) (2.606,60) (2.638,14) (2.670,06) (2.702,37) (=) Margem de contribuição 40.624,56 41.116,12 41.613,62 42.117,15 42.626,76 (-) Despesas fixas (48.660,12) (49.248,90) (49.844,81) (50.447,94) (51.058,36) (-) Despesas operacionais (9.180,33) (9.291,41) (9.403,84) (9.517,63) (9.632,79) (=) Lucro líquido (17.215,89) (17.424,19) (17.635,03) (17.848,42) (18.064,39) (+) Depreciação 8.090,38 8.090,38 8.090,38 8.090,38 8.090,38 (=) Lucro líquido anual (9.125,51) (9.333,81) (9.544,65) (9.758,04) (9.974,01)

Fonte: Dados Primários, 2007.

6.5.8 Taxa Interna de Retorno (TIR)

A taxa interna de retorno (TIR) é aquela em que faz os fluxos de entradas

igualarem-se aos de saída de caixa. Para saber se um projeto é viável, há

necessidade de usar a taxa mínima de atratividade (TMA) como parâmetro de

avaliação. Os cálculos da TIR e do VPL foram analisados pela taxa mínima de

atratividade (TMA) equivalente a 11,40%, a qual corresponde a Taxa Referencial

de Juros (TR) acumulada no ano de 2005. A TR foi adotada como TMA por ser a

taxa mais baixa na ocasião de levantamento de dados, para não inviabilizar o

investimento. A TIR foi calculada por intermédio de uma calculadora financeira do

modelo HP 12C. O procedimento adotado foi introduzir todos os valores do fluxo

de caixa e, em seguida, calcular a taxa interna de retorno (IRR).

105

O cálculo da TIR para um cenário com 100% de ocupação, ou otimista é:

<f>REG

149.704,63 <CHS>g<CFo>

96.274,32 <g>CFj>

97.439,26 <g>CFj>

98.918,27 <g>CFj>

99.811,55 <g>CFj>

101,019,27 <g>CFj>

11,40 <i>

<f> <IRR>

= 53,34

Para o cenário com 75% de ocupação, ou realista é:

<f>REG

149.704,63 <CHS>g<CFo>

60.040,71 <g>CFj>

60.767,22 <g>CFj>

61.502,50 <g>CFj>

62.246,67 <g>CFj>

62.999,85 <g>CFj>

11,40 <i>

<f> <IRR>

= 29,72

Para um cenário com 50% de ocupação, ou pessimista temos:

<f>REG

149.704,63 <CHS>g<CFo>

22.065,51 <g>CFj>

22.342,52 <g>CFj>

22.602,82 <g>CFj>

22.876,22 <g>CFj>

106

23.153,02 <g>CFj>

11,40 <i>

<f> <IRR>

= -8,62

Para um cenário com 25% de ocupação é inviável, pois apresenta valores

negativos não permitindo o retorno do capital investido.

A Tabela 41, a seguir, expõe os resultados dos cálculos citados

anteriormente.

Tabela 41 – TIR nos cenários otimista, realista e p essimista. CENÁRIOS OTIMISTA (100%) REALISTA (75%) PESSIMISTA (50%)

TIR 53,34% a.a. 29,72% a.a. -8,62% a.a. Fonte: Dados primários, 2007.

Analisando os dados da Tabela 41, percebe-se que o projeto é viável em

dois cenários, pois a TIR é superior a TMA, que é de 11,40% ao ano, porém nos

cenários com 50% e 25% de ocupação não apresentaram viabilidade.

Para a análise do investimento será considerado um horizonte de

planejamento de 5 anos, visto que o montante do investimento inicial em sua

maioria (95,73%) tem depreciação de 10% (a.a.). Apenas um ativo (equipamento

de informática), que corresponde a 4,27% do total do investimento, tem

depreciação de 20% (a.a.).

6.5.9 Valor Presente Líquido (VPL), Payback e Ponto de Equilíbrio.

O valor presente líquido (VPL) é um dos indicadores mais importantes para

mensurar a viabilidade financeira de um projeto de investimento. O VPL é a

diferença entre o valor investido e o valor dos benefícios esperados, descontados

para a data inicial, usando-se como taxa de desconto a taxa mínima de

atratividade (TMA).

O cálculo do VPL para um cenário otimista é:

<f>REG

149.704,63 <CHS>g<CFo>

96.274,32 <g>CFj>

107

97.439,26 <g>CFj>

98.918,27 <g>CFj>

99.811,55 <g>CFj>

101,019,27 <g>CFj>

11,40 <i>

<f> <NPV>

=138.997,22

Para o cenário realista:

<f>REG

149.704,63 <CHS>g<CFo>

60.040,71 <g>CFj>

60.767,22 <g>CFj>

61.502,50 <g>CFj>

62.246,67 <g>CFj>

62.999,85 <g>CFj>

11,40 <i>

<f> <NPV>

=74.784,76

Para um cenário pessimista, temos:

<f>REG

149.704,63 <CHS>g<CFo>

22.065,51 <g>CFj>

22.342,52 <g>CFj>

22.602,82 <g>CFj>

22.876,22 <g>CFj>

23.153,02 <g>CFj>

11,40 <i>

<f> <NPV>

= - 67.194,60

108

Para um cenário com capacidade de 25% de hospedagem não apresentou

valor positivo, sendo inviável.

A Tabela 42, a seguir, expõe os resultados dos cálculos citados

anteriormente.

Tabela 42 – VPL nos cenários otimista, realista e p essimista. CENÁRIOS OTIMISTA (100%) REALISTA (75%) PESSIMISTA (50%)

VPL R$ 138.997,22 R$ 61.502,50 R$ -67.194,60 Fonte: Dados Primários, 2007.

Analisando os dados da Tabela 42, percebe-se que a viabilidade de

implantação de uma pousada em Palmas – Governador Celso Ramos – SC é

possível nos cenários otimista e realista, o VPL é maior que zero, considerando

uma taxa de 11,40% ao ano.

Payback

O cálculo do período de recuperação do investimento, ou payback, é

calculado acumulando-se período a período, o valor presente de cada benefício

até que a soma se iguale ao valor do investimento inicial.

A Tabela 1 nos anexos representa os cálculos do payback normal e

descontado, a seguir, a Tabela 43 mostra o payback normal e descontado para o

cenário realista, otimista e pessimista.

Tabela 43 – Payback nos cenários otimista, realista e pessimista. CENÁRIOS OTIMISTA (100%) REALISTA (75%) PESSIMISTA (50%)

Payback normal 18 meses e 20 dias 30 meses e 24 dias 81 meses e 8 dias Payback descontado 18 meses e 25 dias 31 meses e 09 dias 91 meses e 17 dias

Fonte: Dados Primários, 2007.

Analisando os dados da Tabela 43, percebe-se que o período de retorno do

investimento para implantação de uma pousada em Palmas – Governador Celso

Ramos - SC, em Palhoça, não é relativamente curto.

O cálculo do Payback normal e payback descontado encontra-se na

Tabela 1 nos anexos.

A Tabela 44 apresenta os valores do VPL, TIR, Payback normal e payback

descontado, onde foram projetados quatro cenários.

109

Tabela 44 - Valores de VPL, TIR, Payback.

Projeção 1- 100%

VPL (R$) 138.997,22

TIR (%) 53,34

Payback norm. 18 meses e 20 dias

Payback desc. 18 meses e 25 dias

Projeção 2- 75%

VPL (R$) 61.502,50

TIR (%) 29,72

Payback norm. 30 meses e 24 dias

Payback desc. 31 meses e 09 dias

Projeção 3- 50%

VPL (R$) -67.194,60

TIR (%) -8,62

Payback norm. 81 meses e 8 dias

Payback desc. 91 meses e 17 dias

Projeção 4- 25%

VPL (R$) Nesta situação o valor não será

recuperado.

TIR (%) Nesta situação o valor não será

recuperado.

Payback norm. Nesta situação o valor não será

recuperado.

Payback desc. Nesta situação o valor não será

recuperado.

Fonte: Dados Primários (2007)

Através dos indicadores tradicionais da análise de investimento foi possível

obter informações relevantes que contribuíram para a tomada de decisão quanto

à situação financeira do projeto em estudo.

110

Ponto de Equilíbrio

Segundo Dornelas (2001, p. 169), no ponto de equilíbrio, não existe lucro

ou prejuízo. É o ponto em que a receita proveniente das diárias iguala-se à soma

dos custos fixos e variáveis. O ponto de equilíbrio calculado a seguir representa a

receita a partir de que o empreendimento passa a ter lucro.

Assim, o ponto de equilíbrio para a projeção 1 é:

−=

ceitaTotal

velCustoVariáCustoFixo

íbrioPontoEquil

Re1

( ) 87,834.4$8387,0

01,055.4

1613,01

01,055.4

00,400.14

13,322.21

01,055.4RíbrioPontoEquil ==

−=

−=

Na projeção 1, após o cálculo do ponto de equilíbrio, pôde-se verificar que

a empresa necessitará de uma receita mensal de R$ 4.834,87 (quatro mil,

oitocentos e trinta e quatro reais e oitenta e sete centavos) , que equivale a

33,58% da receita bruta, no primeiro mês para manter seus custos.

Tabela 45 - Ponto de Equilíbrio

Descrição Ponto Equilíbrio (R$) %

Projeção 1 – 100% 4.834,87 33,58

Projeção 2 – 75% 4.913,38 48,00

Projeção 3 – 50% 4.950,57 69,00

Projeção 4 – 25% 5.434,21 151,00

Fonte: Dados Primários (2007)

A seguir a fórmula simplificada para o cálculo do índice de rentabilidade.

%36,510063,704.149

86,022.8100Re === xx

toTotalInvestimen

doLucroLíquientabilidadÍndicede

111

Fórmula simplificada para o cálculo do índice de lucratividade.

%71,5510000,400.14

86,022.8100

Rearg === xx

ceitaTotal

doLucroLíquiemLíquidaÍndicedeM

A Tabela 46 demonstra os índice de rentabilidade e índice de lucratividade,

conforme cada projeção.

Tabela 46 - Rentabilidade/Lucratividade

Descrição Índice Rentabilidade % Índice Lucrativida de %

Projeção 1 – 100% 5,36 55,71

Projeção 2 – 75% 3,25 44,99

Projeção 3 – 50% 1,23 25,59

Projeção 4 – 25% -0,91 -38,02

Fonte: Dados Primários (2007)

Para conferir a rentabilidade da empresa, utilizou-se de um cálculo simples,

onde se relacionaram os lucros líquidos mensais auferidos, com o investimento

inicial. O índice de rentabilidade é útil para medir o percentual de retorno do

investimento, quanto maior for o índice, melhor.

Em relação à lucratividade o principio de cálculo é basicamente o mesmo.

Há várias medidas de lucratividade, que relacionam o retorno da empresa com os

seus faturamentos, seus ativos e seu patrimônio líquido. Como um todo, essas

medidas avaliam o lucro líquido da empresa com relação a um nível de receita

bruta. O índice de lucratividade serve como parâmetro quando comparamos com

estabelecimento do mesmo porte e categoria. Quanto maior for o índice de

lucratividade da empresa, melhor.

6.5.10 Análise dos Resultados

Abaixo seguem expostos alguns dos índices mais utilizados e

representativos desta análise.

Seguem, na Tabela 47 os indicadores financeiros.

112

Tabela 47 – Indicadores Financeiros

INDICADORES CENÁRIO OTIMISTA (100%)

CENÁRIO REALISTA (75%)

CENÁRIO PESSIMISTA (50%)

VPL R$ 138.997,22 R$ 61.502,50 R$ -67.194,60 TIR 53,34% a.a. 29,72% a.a. -8,62% a.a. Payback normal 18 meses e 20 dias 30 meses e 24 dias 81 meses e 8 dias Payback descontado 18 meses e 25 dias 31 meses e 09 dias 91 meses e 17 dias Ponto de Equilíbrio R$ 4.834,87 por mês R$ 4.913,38 por mês R$ 4.950,57 por mês

Fonte: Dados Primários, 2007.

A partir da análise dos indicadores financeiros apresentados na tabela 47,

é possível concluir que a proposta é viável, porém nos cenários com 100% e 75%

de ocupação pois:

• O VPL é maior que zero nos dois cenários: otimista e realista,

considerando uma taxa de 11,40% ao ano;

• A TIR é superior a TMA, considerada em 11,40% ao ano, nos cenários

com 100% e 75% de capacidade de hospedagem considerado;

• O cálculo payback normal e descontado apresenta-se satisfatório para a

implantação, pois o período de recuperação do investimento é de

aproximadamente 18 meses e 30 meses, pelo motivo do capital investido

ser alto;

• O ponto de equilíbrio, apresentado mensalmente, é atingível para uma

empresa prestadora de serviços de hospedagem, pois ele é inferior às

receitas estimadas para um cenário pessimista.

Abaixo segue expostos alguns dos índices mais utilizados e

representativos desta análise.

A seguir apresentam-se as análises para cada uma das projeções

estudadas:

Projeção 1: Analisando esses índices é possível constatar que o

empreendimento é viável, pois temos um valor presente liquido de 138.997,22, ou

seja, um valor considerável quando comparamos com o valor do investimento

inicial. A TIR é de 53,34%aa, evidenciando um bom retorno do investimento. O

tempo de retorno do investimento – payback normal é de 18 meses e 20 dias, e

para payback descontado é de 18 meses e 25 dias. Sendo considerado atraente

para investimento neste setor.

113

Projeção 2: embora tenha uma redução de 25% em relação a projeção 1 os

índices mostram que o empreendimento também é viável, pois temos um valor

presente liquido de 61.502,50, ou seja, um valor abaixo do investimento inicial. A

TIR é de 29,72%aa, sendo um atrativo retorno de investimento. O tempo de

retorno do investimento – payback normal é de 30 meses e 24 dias, e para

payback descontado é de 31 meses e 09 dias. Sendo considerado um retorno de

médio prazo para investimento neste setor.

Projeção 3: nesta situação o empreendimento não apresenta vantagem,

pois ao comparar o valor presente liquido de – 67.194,60 com o investimento

inicial obtém-se perda. A TIR é de –8,62%aa, ficando abaixo da taxa de captação.

O tempo de retorno do investimento – payback normal é de 81 meses e 8 dias, e

para payback descontado é de 91 meses e 17 dias. Com fluxo de caixa pequeno,

o tempo de retorno do investimento é relativamente longo, devido o valor do

investimento ser alto. Nesta situação o projeto é inviável.

Projeção 4: nesta situação o projeto deve ser rejeitado, pois só acumulará

prejuízo.

Portanto, o sucesso da implantação deste empreendimento é favorável em

dois cenários, de 100% e 75% de ocupação, e inviáveis com 50% e 25% de

ocupação.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES

De acordo com os autores estudados através do levantamento bibliográfico

deste projeto, que teve por finalidade fornecer conhecimento que pudessem dar

sustentação à elaboração da viabilidade de implantação de uma pousada, pode-

se concluir que o plano de negócio não é garantia de sucesso, mas é

indispensável para a tomada de decisão racional, ao proporcionar o melhor

arranjo dos fatores envolvidos e reduzir os riscos inerentes ao empreendimento,

pois empreender é sempre um risco, porém ao empreender sem planejamento o

risco é maior.

114

Portanto, para projetar o novo negócio, buscou-se o auxílio das

informações obtidas através de pesquisa mercadológica junto aos turistas, que

promoveram maior conhecimento do mercado que se pretende atuar.

Para o estudo deste projeto foram considerados os aspectos jurídicos,

mercadológicos, operacionais e financeiros, sendo que neste último, foi levantado

o capital necessário para a implantação da empresa, bem como suas receitas e

despesas, e, para verificar sua viabilidade, utilizaram-se ferramentas como VPL,

TIR, Payback normal e payback descontado. O estudo da viabilidade foi

importantíssimo, pois possibilitou a identificação de vários fatores como: valor do

investimento, capital de giro, projeções de faturamento, custos fixos, custos

variáveis, preço, mercado e público alvo, dentre outros, que possibilitaram a

tomada de decisão dentro dos conceitos e parâmetros estudados.

A empresa em estudo estimou seus faturamentos mensais em quatros

cenários, sendo vislumbrado uma capacidade de 100%, 75%, 50% e 25% de

hospedagem. Para a projeção de 100% foi considerada uma demanda

ininterrupta utilizando sua capacidade máxima de alojamento, sendo que, para as

demais projeções, foi considerada uma queda de faturamento de 25%

respectivamente.

Levando em consideração os dados levantados na sinopse comparativa

dos anos de 2004, 2005 e 2006, referente à Pesquisa Mercadológica da demanda

turística do Município de Governador Celso Ramos – SC, divulgada pela SANTUR

pode-se chegar a uma média de 79,80% de ocupação dos serviços de

hospedagem.

Portanto podemos considerar que a projeção de 75% do faturamento

mensal que é de 10.800,00 (dez mil e oitocentos reais) oriundo das diárias, sendo

o que mais se aproxima dos dados coletados.

Através da análise financeira pode-se concluir que o negócio é viável, por

que já no primeiro mês, tanto nas projeções de 100%, 75% e 50% aparecem com

valor positivo, ficando apenas no último cenário, que é de 25% da capacidade de

ocupação, com valor negativo.

Considerando dados pesquisados anteriormente chegou a conclusão que a

projeção de 75% da capacidade de hospedagem é a que mais se assemelha com

a média da taxa de ocupação da rede hoteleira do estado.

115

Portanto, a projeção de 75% da capacidade, proporciona um lucro mensal

de R$ 4.858.46 (quatro mil oitocentos e cinqüenta e oito reais e quarenta e seis

centavos) mensal, tendo uma lucratividade de 44,99% e uma rentabilidade de

3,25%. Seu ponto de equilíbrio é de R$ 4.913,38, que equivale a 48,00% da

receita bruta, identificando esta projeção como realista, a projeção de 100%

otimista e a de 50% de pessimista.

A conclusão do estudo mostrou-se viável, porém, o empreendedor deve

ficar atendo as constantes alterações do mercado.

No decorrer deste estudo, foram observadas novas oportunidades a serem

exploradas e analisadas, dentre elas, oferecer serviços especializados em

traslados a outros pontos turísticos (religiosos, históricos e culturais) do estado de

Santa Catarina. Em parceria com empresa especializada a pousada organizaria

os grupos de turistas, identificando o roteiro completo pretendido, que repassado

a empresa transportadora levantaria os custos relacionados ao transporte,

alimentação e outros, onde em contrapartida a pousada receberia uma comissão

pela organização dos pacotes incrementando a sua receita.

Visando minimizar o fator da sazonalidade na baixa temporada é possível

desenvolver em parceria com a Secretaria Municipal de Turismos dentre outros

órgãos ligados a atividade turística no Município, projetar e implantar pacotes

turísticos para o período de abril a novembro.

A pesca da tainha no litoral catarinense, que inicia em maio e finda em

julho, é um potencial atrativo, sendo possível desenvolver em parceria com a

Colônia de Pescadores do Município, Secretaria Municipal do Turismo e Cultura

um histórico desta pesca artesanal, abordando os fatos mais relevantes atraindo

assim uma gama de turistas que apreciam esta tradição.

O artesanato local é farto em produtos oriundos da tradicional colonização

açoriana, que em parceria com Grupos de Idosos e Artesãos do município que

preservam esta cultura, possibilitando planejar e promover feiras para exposição,

apreciação e venda do riquíssimo artesanato local, gerando uma demanda

adicional de renda a estes grupos e profissionais, e conseqüentemente a vinda de

turistas com este perfil.

Devido ao grande número de atrativos turísticos, é viável a implementação

do turismo de aventura, como rappel, arborismo, vôo livre, caminhadas ecológicas

que em parceria com Agências de Turismo de Aventura atrairia mais turistas.

116

O fator que mais influenciou em relação ao Plano Financeiro foi o

investimento inicial, que devido ao elevado custo com a Mão-de-obra e os

materiais de construção, sendo que serão estudadas outras estruturas ou

tecnologias na área da construção civil, que visem minimizar estes custos,

permitindo assim uma maior lucratividade e rentabilidade do empreendimento.

A construção de um sistema de cisternas que aproveitariam as águas das

chuvas, as reutilizando para a limpeza das unidades habitacionais, na irrigação da

horta orgânica dentre outros, reduzindo assim o custo com a água e minimizando

o uso dos recursos hídricos da região.

Devido a uma necessidade crescente da preservação do meio ambiente

pretende-se fazer a implantação da coleta seletiva de lixo na pousada, inserindo

lixeiras para o acondicionamento separado dos resíduos, que em parceria com

Cooperativas de Recicladores de Lixo permitiria um acréscimo à renda destas

famílias, a elevação da qualidade de vida da comunidade, bem como o

recebimento de recursos provenientes da venda destes materiais recicláveis, que

serão destinados para a manutenção da Horta Orgânica.

117

REFERÊNCIAS

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120

APÊNDICE

Pesquisa mercadológica para implantação de uma Pous ada em Palmas - Gov. Celso Ramos - SC Acadêmico: Fabiano Israel de Oliveira

Instituição de Ensino: Universidade do Vale do Itaj aí Campus IV - Biguaçu - SC Curso: Administração Período: 8° Disciplina: Estagi o III Professora/Orientadora: Elaine Cristina Ferreira Caro Turista, Este questionário é parte de um estudo de Viabilida de Mercadológica para implantação de uma Pousada em Palmas - Gov. Celso Ramos - SC. E le fornecerá importantes informações para identificar a demanda de turistas, que está s endo desenvolvido no Trabalho de Conclusão do Curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí - Campus IV - Biguaçu - SC. Agradecemos a sua colaboração que será de grande re levância, Saudações, Fabiano Israel de Oliveira (e-mail: fabiano.israel@ pop.com.br) Obrigatoriedade e sigilo das informações - A legisl ação vigente mantém o caráter obrigatório e confidencial atribuído ás informações coletadas nesta pesquisa, as quais se destinam, exclusivamente, a fins estatísticos e não poderão s er objeto de certidão e nem terão eficácia jurídica como meio de prova. Informações cadastrais: Idade: Sexo: ( ) Masculino Masculino ( ) Femin ino Nível de escolaridade: Profissão:

Nome:

Cidade: Estado: País: Questionário: 1- Visita pela primeira vez esta cidade? Sim. ( ) Não. ( ) 2. Meios de transporte utilizados? Avião ( ) Ônibus ( ) Automóveis ( ) Outros ( ) 3. Motivo da Viagem? Turismo ( ) Negócios ( ) 4. Principais Atrativos Turísticos? Atrativos Naturais ( ) Atrativos Hist. Cul turais ( ) Manifestações Populares ( ) Eventos ( ) Visita a amigos/parentes ( ) Tratamento de Saúde ( )

121

Outros ( ) 5. Veículo de propaganda que influenciou na viagem? Folheto/folder/cartaz, etc. ( ) Revista ( ) Jornal ( ) Rádio ( ) Televisão ( ) Filme ( ) Internet ( ) Amigos ou parentes ( ) 6. Meios de hospedagem utilizados? Hotel ( ) Pousada ( ) Hospedaria, Pensão Dormitório ( ) Casa própria ( ) Casa de amigos ou parentes ( ) Casa ou apt o. de aluguel ( ) Camping ( ) Albergues/Alojamentos ( ) 7. Tipo de Diária? Só de hospedagem ( ) Hospedagem com café d a manhã ( ) Hospedagem com café da manhã e refeições ( ) 8. Equipamentos/aparelhos/serviços indispensáveis p ara sua hospedagem? Telefone ( ) Televisão ( ) Frigob ar ( ) Ar condicionado ( ) Piscina ( ) Internet ( ) Lavander ia ( ) Garagem ( ) Outros/Justifique: ( ) 9. Gasto médio diário estimado por turista em reais (R$)? R$ 50,00 ( ) R$ 70,00 ( ) R$ 100,00 ( ) R$ 120,00 ( ) R$ 150,00 ( ) R$ 170,00 ( ) R$ 200,00 ( ) R$ 220,00 ( ) R$ 250,00 ( ) 10. Principais mercados emissores nacionais? Rio Grande do Sul ( ) Santa Catarina ( ) Paraná ( ) São Paulo ( ) Mato Grosso do Sul ( ) Outros/UF ( ) 11. Permanência média/dias em todos os meios de hos pedagem? 05 dias ( ) 10 dias ( ) 15 dias ( ) 20 dias ( ) 25 dias ( ) 30 dias ( ) 12. Pretende retornar no próximo ano? Sim ( ) Não ( )

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RELAÇÃO DOS ANEXOS

Figura 1 – Legislação da Micro e Pequena Empresa

Figura 2 – Registro da Empresa

Figura 3 – Os Dez Passos Para Formalização da Empresa

Figura 4 – Simples Federal

Tabela 1 – Fórmulas do Payback normal e Payback descontado

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ANEXOS

Figura 1 – Legislação da Micro e Pequena Empresa

LEGISLAÇÃO BÁSICA DA MICRO E PEQUENA EMPRESA

A Constituição Federal e o Estatuto

Os artigos 146, 170, 179 da Constituição de 1988 contêm os marcos legais que fundamentam as medidas e ações de apoio às micro e pequenas empresas – MPE no Brasil. O artigo 170 insere as MPE nos princípios gerais da ordem econômica, garantindo tratamento favorecido a essas empresas. O artigo 179 orienta as administrações públicas a dispensar tratamento jurídico diferenciado ao segmento, visando a incentivá-las pela simplificação ou redução das obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, por meio de leis. O artigo 146 contém dois novos dispositivos, aprovados pela Reforma Tributária de 2003, prevendo que uma lei de hierarquia superior, a lei complementar, definirá tratamento diferenciado e favorecido para as PME, incluindo um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados e dos Municípios. Os artigos acima constituem as principais referências para a adoção de medidas de apoio às MPE, por meio de legislação infra-constitucional, como leis, decretos e outros instrumentos legais.

Em termos evolutivos, a primeira medida legal no Brasil estabelecendo tratamento especial às empresas de pequeno porte foi definida em 1984, com a instituição, pela Lei nº 7.256, do Estatuto da Microempresa, contemplando apoio ao segmento nas áreas administrativas, tributária, previdenciária e trabalhista.

Um segundo Estatuto foi aprovado em 1994, com a Lei 8.864, prevendo tratamento favorecido nos campos trabalhista, previdenciário, fiscal, creditício e de desenvolvimento empresarial.

Tal como o Estatuto anterior, a aprovação dessa lei não resultou em desdobramentos em termos de regulamentação de todos os benefícios definidos na Lei. Somente em 1996 ocorreu a implementação de uma medida importante, no campo tributário, através da ação decisiva do SEBRAE e das instituições de classe representativas das empresas de pequeno porte junto ao Congresso Nacional. Foi obtida a aprovação da Lei 9.317, que aprimorou e ampliou o sistema de pagamentos de impostos já em vigor para as microempresas. O novo regime, o Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições – SIMPLES, incluiu as pequenas empresas como beneficiárias da tributação simplificada e ampliou a relação dos impostos e contribuições incluídos no benefício da arrecadação única.

Também a maioria dos Estados e alguns municípios adotaram regimes simplificados de tributação para as MPE, com o objetivo principal de diminuir a carga tributária e incentivar a formalização das empresas.

Em 1999 foi aprovado um novo Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, pela Lei n.º 9.841/99, com fundamento nos artigos 170 e 179 da Constituição Federal, regulamentada pelo Decreto nº 3.474/00. A Lei estabeleceu diretrizes para a concessão de tratamento diferenciado aos pequenos negócios nos campos administrativos, tributário, previdenciário, trabalhista, creditício e de desenvolvimento empresarial.

Como medida inicial, o Estatuto simplificou o registro de novas MPEs, retirando determinadas exigências (subscrição por advogado do ato constitutivo e a apresentação de algumas certidões negativas). Diversas outras ações de apoio estão previstas no Estatuto e no Decreto 3.474, necessitando de implementação, como as seguintes: aplicação nas MPE de vinte por cento dos recursos federais em pesquisa e capacitação tecnológica (art. 20); constituição de sociedades de garantia solidária (art. 25); implantação de incentivos fiscais e financeiros para o desenvolvimento empresarial (art. 19), entre outras medidas.

Consulte a Biblioteca Digital do SEBRAE para saber mais sobre o “Estatuto da MPE”.

Critérios de tamanho de empresa

A adoção de critérios para a definição de tamanho de empresa constitui importante fator de apoio às micro e pequenas empresas, permitindo que as firmas classificadas dentro dos limites estabelecidos possam usufruir os benefícios e incentivos previstos nas legislações que dispõem sobre o tratamento diferenciado ao segmento, e que buscam alcançar objetivos prioritários de política, como o aumento das exportações, a geração de emprego e renda, a diminuição da informalidade dos pequenos negócios, entre outras.

124

No Estatuto de 1999, o critério adotado para conceituar micro e pequena empresa é a receita bruta anual, cujos valores foram atualizados pelo Decreto nº 5.028/2004, de 31 de março de 2004, que corrigiu os limites originalmente estabelecidos (R$ 244.000,00 e R$ 1.200.000,00, respectivamente). Os limites atuais são os seguintes:

- Microempresa: receita bruta anual igual ou inferior a R$ 433.755,14 (quatrocentos e trinta e três mil setecentos e cinqüenta e cinco reais e quatorze centavos);

- Empresa de Pequeno Porte: receita bruta anual superior a R$ 433.755,14 e igual ou inferior a R$ 2.133.222,00 (dois milhões, cento e trinta e três mil, duzentos e vinte e dois reais).

Atualmente, os critérios acima vêm sendo adotados em diversos programas de crédito do governo federal em apoio às MPE. O regime simplificado de tributação SIMPLES também adota o critério do Estatuto para enquadrar pequena empresa, mas ainda não corrigiu o valor antigo, que permanece em R$ 1.200.000). Em diversos regimes simplificados de tributação dos Estados também são utilizados os limites de valor do Estatuto, enquanto outros Estados utilizam limites próprios, adaptados à situação econômica e fiscal própria.

Além do critério adotado no Estatuto, o SEBRAE utiliza ainda o conceito de pessoas ocupadas nas empresas, principalmente nos estudos e levantamentos sobre a presença da micro e pequena empresa na economia brasileira, conforme os seguintes números:

- Microempresa: I) na indústria e construção: até 19 pessoas ocupadas; II) no comércio e serviços, até 09 pessoas ocupadas;

- Pequena empresa: I) na indústria e construção: de 20 a 99 pessoas ocupadas; II) no comércio e serviços, de 10 a 49 pessoas ocupadas.

As estatísticas sobre micro e pequenas empresas divulgadas neste portal utilizam o critério acima, nos levantamentos que têm como fonte de dados o IBGE. Nos levantamentos dos censos e pesquisas sócio-econômicas, anuais e mensais, o IBGE classifica as firmas segundo as faixas de pessoal ocupado total. O conceito abrange não somente os empregados, mas inclui também os proprietários das empresas, como forma de se dispor de informações sobre o expressivo número de micro unidades empresariais que não empregam trabalhadores, mas funcionam como importante fator de geração de renda para seus proprietários.

Fonte: Sebrae 2006

Figura 2 – Registro da Empresa

Registro da empresa A abertura de uma empresa não requer apenas técnica e capital. Há todo um trâmite legal a ser seguido. Ele se refere à parte burocrática necessária para a abertura formal do empreendimento. As orientações que você vai ver abaixo foram atualizadas observando as regras impostas pelo novo Código Civil Brasileiro, que entrou em vigor no dia em 11 de janeiro de 2003. Elas também seguem as normalizações estabelecidas pelo Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC). Deve-se ressaltar ainda que as empresas constituídas com base na legislação anterior terão prazo até 10 de janeiro de 2004 para se adequarem ao Novo Código Civil. No entanto, as empresas constituídas a partir de janeiro de 2003 já deverão respeitar o disposto no referido código, bem como as empresas em processo de alteração ou encerramento de atividades. Além dos procedimentos básicos para constituição da empresa, dependendo do seu ramo de atividades, pode surgir a necessidade de serem cumpridos alguns procedimentos específicos, como a obrigação de providenciar outros "alvarás", "licenças", "registros", "inspeções", "livros" ou "documentos" em diversos órgãos como secretarias, departamentos, delegacias, institutos, etc. Há também a necessidade de se ter um profissional habilitado responsável, com o devido registro no Conselho Regional de sua categoria. Os roteiros que você terá acesso são genéricos. Portanto, procure saber se em seu município existem normas

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diferentes a serem cumpridas. Nos itens a seguir, você terá acesso a um passo-a-passo comum para registro de empresas dos setores de indústria e comércio. Em seguida, haverá a classificação de empresas comerciais e industriais. Depois, você terá um passo-a-passo para registro de empresas do setor de serviços, seguido da caracterização de empresa do setor de serviços. A abertura de uma empresa não requer apenas técnica e capital. Há todo um trâmite legal a ser seguido. Ele se refere à parte burocrática necessária para a abertura formal do empreendimento. As orientações que você vai ver abaixo foram atualizadas observando as regras impostas pelo novo Código Civil Brasileiro, que entrou em vigor no dia em 11 de janeiro de 2003. Elas também seguem as normalizações estabelecidas pelo Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC). Deve-se ressaltar ainda que as empresas constituídas com base na legislação anterior terão prazo até 10 de janeiro de 2004 para se adequarem ao Novo Código Civil. No entanto, as empresas constituídas a partir de janeiro de 2003 já deverão respeitar o disposto no referido código, bem como as empresas em processo de alteração ou encerramento de atividades. Além dos procedimentos básicos para constituição da empresa, dependendo do seu ramo de atividades, pode surgir a necessidade de serem cumpridos alguns procedimentos específicos, como a obrigação de providenciar outros "alvarás", "licenças", "registros", "inspeções", "livros" ou "documentos" em diversos órgãos como secretarias, departamentos, delegacias, institutos, etc. Há também a necessidade de se ter um profissional habilitado responsável, com o devido registro no Conselho Regional de sua categoria. Os roteiros que você terá acesso são genéricos. Portanto, procure saber se em seu município existem normas diferentes a serem cumpridas. Nos itens a seguir, você terá acesso a um passo-a-passo comum para registro de empresas dos setores de indústria e comércio. Em seguida, haverá a classificação de empresas comerciais e industriais. Depois, você terá um passo-a-passo para registro de empresas do setor de serviços, seguido da caracterização de empresa do setor de serviços.

Fonte: Sebrae 2006

A seguir os dez passos para a formalização da empresa em estudo, foram

conseguidos através do site do Sebrae, que são os seguintes:

Figura 3 – Os Dez Passos Para Formalização da Empre sa

1º Passo - Consulta Prévia para fins de Alvará de F uncionamento.

- Inscrição cadastral anterior do imóvel, constante no carnê do IPTU ou em outro documento municipal.

- Endereço oficial completo, constante no carnê do IPTU ou em outro documento municipal. - Metragem aproximada da área a ser utilizada. - Nome da firma ou de um dos sócios ou do requerente, quando autônomo. - Descrição detalhada do ramo de atividade. - Habite-se do imóvel.

2º Passo - Registro da empresa no cartório de Regis tro Civil de Pessoas Jurídicas.

- Contrato Social em 03 vias com firmas reconhecidas dos sócios, testemunhas e advogado. - Fotocópias autenticadas da Carteira de Identidade e CPF dos sócios. - Para sócio Pessoa Jurídica, apresentar cartão do CNPJ, documento relativo ao seu registro e do

126

representante legal. - Requerimento dos administradores ao oficial do registro civil das Pessoas Jurídicas, solicitando o

registro do Contrato Social no Cartório de Registro Civil das Pessoas Físicas e Jurídicas do seu Estado, com firma reconhecida do requerente.

- É necessário os sócios rubricarem todas as folhas do Contrato Social onde não constem as assinaturas.

- Quando no objetivo social houver envolvimento de atividades privativas de administrador, contabilista, economista, advogado, etc., deve-se apresentar certidão dos respectivos conselhos regionais, como CRA, CRC, CRE e OAB. É bom consultar os conselhos regionais para se informar quais as atividades são descritas, por lei, como privativas dessas profissões.

- Observar nos documentos se o endereço da empresa está completo, constando "rua", "número","sala"", bairro", "cidade", "Estado" e "CEP".

- O Capital Social terá que constar em moeda corrente no País, divisão de cotas e seu valor unitário. - Na hipótese de incorporação de imóvel ao Capital Social, especificá-lo e anexar translado da

escritura do referido imóvel. - Deve constar do Contrato Social o nome do administrador, observando-se que em não havendo esta

menção, todos os sócios serão considerados como gerentes. - Pagamento das taxas pertinentes, no próprio cartório. - Se a empresa for microempresa é necessária a apresentação do formulário de enquadramento como

microempresa, em 03 vias, com firmas reconhecidas dos sócios e é dispensado o visto do advogado. 3º Passo - Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CN PJ) na Secretaria da Receita Federal.

- A inscrição, alteração de dados cadastrais e o cancelamento no CNPJ serão formalizados por meio do Documento Básico de Entrada do CNPJ, da Ficha Cadastral da Pessoa Jurídica (FCPJ), do Quadro de Sócios ou Administradores (QSA), e da Ficha Complementar (FC), os quais poderão ser preenchidos através de software fornecido pela Secretaria da Receita Federal.

- A Ficha Complementar não deverá ser preenchida a não ser que o Estado ou Município

jurisdicional do seu domicílio fiscal for conveniado ao CNPJ. - Não será emitido cartão do CNPJ, inclusive em substituição ao antigo cartão CGC, caso haja:

Ausência do código da CNAE-Fiscal (Classificação Nacional de Atividades Econômicas - Fiscal). - Sócios ou responsável da pessoa jurídica com inscrição cancelada ou inexistente no CPF. - Sócio ou responsável de pessoa jurídica vinculado à empresa inapta ou suspensa no CNPJ. - Omissão de declaração (ões) DIPJ (Declaração de Informações da Pessoa Jurídica). Nota: A CNAE-Fiscal, de 07 dígitos, codifica todas as atividades classificadas pelo Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE), e substitui o CNAE de 05 dígitos. É de preenchimento obrigatório na FCPJ, para os eventos de inscrição. Também é obrigatória a atualização da informação da classificação, caso ainda não conste dos dados cadastrais da pessoa jurídica no CNPJ. O interessado deverá preencher o FCPJ e QSA (caso tenha sócios) disponível através do programa CNPJ e enviar a Receita Federal pela Internet. Neste momento, será gravado um recibo no disquete que contém um número de identificação no qual o interessado deverá consultar periodicamente no site da Receita Federal e aguardar que a mesma disponibilize, via internet, o Documento Básico de Entrada no CNPJ. Documento a serem entregue na Receita Federal para solicitação do CNPJ podem ser enviados por Sedex ou também podem ser entregues no prédio da Receita Federal em um envelope lacrado. São necessários os seguintes documentos: - Documento Básico da Entrada no CNPJ – com firma reconhecida do Responsável perante a Receita

Federal. - Cópia autenticada do ato constitutivo (Contrato Social ou Requerimento de Empresário) registrado

na Junta Comercial. - Cópia autenticada do pedido de Enquadramento de ME ou EPP ( só para Microempresa ou Empresa

de Pequeno Porte). 4º Passo - Alvará de Licença/Corpo de Bombeiros.

- Verifique se o município exige, para funcionamento da empresa, a competente inspeção e vistoria técnica, bem como o respectivo Alvará de Licença do Corpo de Bombeiros.

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- Para atender a essa exigência o empresário deve preencher o formulário SSP - Corpo de Bombeiros do Estado - Requerimento do Laudo de Exigências (a venda em papelarias) e dirigir-se ao Corpo de Bombeiros.

5º Passo - Alvará de Licença e Funcionamento.

- Requerimento "Licença para Localização e Funcionamento e Cadastro, Alteração e Baixa de Pessoa Física e Jurídica".

- Cópia do Contrato Social ou Declaração de Firma Mercantil Individual ou Estatuto e Ata de Assembléia, registrados em Cartório ou na Junta Comercial.

- Cópia do cartão do Cadastro Nacional Pessoa Jurídica (CNPJ). - Cópia do CPF e Carteira de Identidade do Titular ou de cada sócio. - Certidão do Corpo de Bombeiros. - Nada Consta de Débitos da Pessoa Jurídica. - Nada Consta de Débitos do titular ou dos Sócios. - Cópia da folha de rosto do carnê do IPTU do imóvel aonde a Pessoa Jurídica irá se localizar e

funcionar. - Requerimento de Alvará Sanitário, no caso de atividades de interesse à saúde. - Habite-se do imóvel ou Aceitação de Obra ou Certidão Detalhada para as obras concluídas de

acordo com o projeto aprovado. 6º Passo - Inscrição no cadastro Mobiliário de Cont ribuintes na Secretaria Municipal de Fazenda.

É obrigado a inscrever-se no Cadastro Mobiliário de Contribuintes todo aquele que, mesmo não estabelecido no município, exerça no seu território atividade sujeita ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN). A inscrição será efetuada por solicitação do interessado ou seu representante legal, com o preenchimento de formulário próprio e a apresentação da documentação nele indicada; ou de ofício, por meio de recadastramento ou em decorrência de ação fiscal. O prestador de serviços sem inscrição, quando alcançado pela ação do fisco, será lançado de ofício, com base nos dados disponíveis, não ficando dispensado da inscrição exigida pela legislação. Efetuada a inscrição será fornecido ao contribuinte um documento de identificação, no qual será indicado o número de inscrição que constará, obrigatoriamente, de todos os documentos fiscais que utilizar. Os dados da inscrição deverão ser permanentemente atualizados, ficando o contribuinte obrigado a comunicar qualquer alteração dentro de 30 (trinta) dias contados da data de sua ocorrência. Exclui-se da obrigatoriedade de inscrição no Cadastro Mobiliário de Contribuintes: - Partidos políticos. - Templos de qualquer culto para a prática exclusiva de culto religioso. - Profissionais autônomos (profissional autônomo, para efeitos tributários do ISS, é toda pessoa física

que fornece o próprio trabalho, sem vínculo empregatício). -

7º Passo - Inscrição na Previdência Social/ Institut o Nacional de Seguridade Social (INSS). Toda empresa deve se inscrever no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A matrícula da empresa será feita simultaneamente com a inscrição no CNPJ, ou perante o INSS no prazo de 30 dias contados do início de suas atividades, quando não sujeita à inscrição no CNPJ. Independentemente do exposto acima, o INSS procederá à matrícula: - De ofício, quando ocorrer omissão. - De obra de construção civil, mediante comunicação obrigatória do responsável por sua execução,

no prazo de 30 dias. A unidade matriculada perante o INSS, seja por não estar obrigada à inscrição no CNPJ, seja, em qualquer caso, de ofício ou de obra de construção civil, receberá "Certificado de Matrícula" com número cadastral básico, de caráter permanente.

128

O não cumprimento da obrigatoriedade de matrícula da empresa perante o INSS, quando não obrigada à inscrição no CNPJ, no prazo de 30 dias, sujeita o responsável a multa, mesmo no caso de obra de construção civil. O Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), por meio das Juntas Comerciais, bem como os Cartórios de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, prestarão ao INSS, obrigatoriamente, todas as informações referentes aos atos constitutivos e alterações posteriores, relativos a empresas e entidades neles registradas. Para fins de fiscalização, o município, por intermédio do órgão competente, fornecerá ao INSS relação de alvarás para construção civil e documentos de "habite-se" concedidos.

8º Passo - Autorização para impressão de Documentos Fiscais na Secretaria Municipal de Fazenda.

As Notas Fiscais e outros documentos fiscais estabelecidos pela legislação tributária municipal, de uso obrigatório, estão condicionados a autorização prévia da Divisão de Fiscalização para sua confecção. Para obter a autorização citada, dirija-se ao Setor de Fiscalização de Rendas e compre o formulário de Autorização para Impressão de Documentos Fiscais, o qual será preenchido em 03 vias, devendo ser requerida ao Chefe de Divisão de Fiscalização. Depois de preenchido o formulário (datilografado sem rasuras), deverá ser providenciado o Nada Consta da empresa, emitido pelo Departamento de Receita Municipal. Após confeccionada a documentação, fica o contribuinte obrigado a apresentar, na repartição fiscal, a Declaração da Gráfica Autorizada de que os documentos foram confeccionados, acompanhada de cópia da autorização e da nota fiscal correspondente aos serviços gráficos , no prazo de 40 (quarenta) dias contados da data da emissão da autorização, sujeitando, o contribuinte e/ou o estabelecimento gráfico, às sanções previstas na legislação tributária municipal pelo seu não cumprimento.

9º Passo - Inscrição no sindicato patronal.

A empresa deverá se inscrever no sindicato patronal da categoria em que se enquadra o seu ramo de atividade e passar a pagar a Contribuição Sindical Patronal. Para os prestadores de serviços não há uma entidade centralizadora específica para a busca desta informação, para a qual sugerimos seja feita consulta ao site do Ministério do Trabalho e Emprego. Empresas inscritas no Simples A Instrução Normativa 250 SRF, de 26/11/2002, no § 70 do artigo 5º, dispõe que as empresas inscritas no Simples estão dispensadas das contribuições instituídas pela União, inclusive as destinadas ao SESC, SESI, SENAC, SEBRAE, e seus congêneres, bem assim as relativas ao Salário-Educação e à Contribuição Sindical Patronal. Relativamente à Contribuição Sindical Patronal, esse dispositivo é questionável. Isso porque a Contribuição Sindical Patronal não é de competência da União, tampouco direcionada para órgãos sob a sua subordinação. Além disso, após o advento da Constituição Federal de 1988, ficou proibido a União intervir em questões sindicais. Diante desse fato, é conveniente que as empresas inscritas no Simples consultem a respectiva Entidade Sindical Patronal, a fim de evitarem problemas futuros.

10º Passo - Inspeções, Registros, Licenças junto a outros órgãos públicos.

Em outros órgãos é exigido registro, conforme a atividade e dependendo das características da empresa, como Departamento de Vigilância Sanitária, da Secretaria da Saúde, Secretaria de Meio Ambiente, entre outros.

Fonte: Sebrae 2006

129

Detalhamentos do imposto simples federal, definições, conceitos,

enquadramentos, alíquotas, quem pode optar e regras de cálculos.

Figura 4 – Simples Federal

SIMPLES FEDERAL

Definição

1. O Simples está em vigor desde 1º de janeiro de 1997. Consiste no pagamento unificado dos seguintes impostos e contribuições: IRPJ, PIS, COFINS, CSLL, INSS Patronal e IPI (se for contribuinte do IPI).

2. A inscrição no Simples dispensa a pessoa jurídica do pagamento das contribuições instituídas pela União, como as destinadas ao SESC, ao SESI, ao SENAI, ao SENAC, ao SEBRAE, e seus congêneres, bem como as relativas ao salário-educação e à Contribuição Sindical Patronal. 3. O Simples poderá incluir o ICMS e/ou o ISS devido por microempresa e/ou empresa de pequeno porte, desde que o Estado e/ou o Município em que esteja estabelecida venha aderir ao Simples mediante convênio.

Conceitos Básicos

1. Microempresa - ME: a pessoa jurídica que tenha auferido, no ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 120.000,00.

2. Empresa de pequeno porte - EPP: a pessoa jurídica que tenha auferido, no ano-calendário, receita bruta superior a R$ 120.000,00 e inferior ou igual a R$ 1.200.000,00.

3. Receita Bruta: o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos.

Obs. : No caso de início de atividade no próprio ano-calendário, os limites são respectivamente, de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para ME e de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para EPP, multiplicados pelo número de meses de funcionamento naquele período, desconsideradas as frações de meses.

Exemplo: Uma empresa entrou em atividade no dia 05 de setembro do ano-calendário. Considera-se o período de três meses completos (outubro, novembro e dezembro), sendo, nesse caso, o limite para enquadramento como Microempresa o de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) e como Empresa de Pequeno Porte o de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), para os anos-calendário a partir de 1999.

Para as pessoas jurídicas que iniciarem suas atividades no mês de dezembro será considerado como limite proporcional o valor equivalente a R$ 10.000,00 e R$ 100.000,00, respectivamente para ME e EPP.

Exemplo: Uma empresa entrou em atividade no dia 05 de dezembro do ano-calendário. Considera-se o período de um mês completo (dezembro), sendo, nesse caso, o limite para enquadramento como Microempresa o de R$ 10.000,00 (dez mil reais) e como Empresa de Pequeno Porte o de R$ 100.000,00 (cem mil reais), para os anos-calendário a partir de 1999.

Quem Pode Optar

A pessoa jurídica enquadrada na condição de microempresa ou de empresa de pequeno porte, desde que não pratique nenhuma das atividades impeditivas, e que esteja em situação regular para com a Fazenda Nacional e INSS.

Mudança de Enquadramento

A ME que ultrapassar, no ano-calendário imediatamente anterior, o limite de receita bruta correspondente a R$ 120.000,00, estará excluída do Simples nessa condição, podendo mediante

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alteração cadastral, com a apresentação da FCPJ - código do evento 222, inscrever-se na condição de EPP. A alteração de enquadramento deverá ser efetuada até o último dia útil do mês de janeiro do ano calendário subseqüente àquele que se deu o excesso de receita bruta.

2 - Empresa de Pequeno Porte para Microempresa

A empresa de pequeno porte inscrita no Simples que auferir no ano-calendário imediatamente anterior receita bruta de até R$ 120.000,00 poderá, mediante alteração cadastral, com a apresentação da FCPJ - código do evento 222, comunicar o seu enquadramento na condição de micro-empresa. A pessoa jurídica enquanto não efetuar a alteração permanecerá na condição de EPP, no entanto, se realizar a alteração cadastral, será enquadrada na condição de ME a partir do mês subseqüente à alteração, exceto no caso da alteração ocorrer no dia 1º até o último dia útil do mês de janeiro do ano-calendário imediatamente seguinte ao ano-calendário em que a receita ficou dentro do limite de microempresa, será enquadrada na condição de ME a partir do dia 1º de janeiro do ano corrente.

Alíquotas

I - Estabelecimentos de Ensino Fundamental, Centros de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de pas sageiros e de carga, agências lotéricas, agências terceirizadas de correios e pessoas jurídi cas que aufiram receita bruta acumulada decorrente da prestação de serviços em montante igu al ou superior a 30% (trinta por cento) da receita bruta total acumulada.

Microempresa:

O valor devido mensalmente pelos estabelecimentos de ensino fundamental, centros de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de passageiros e de carga, agências lotéricas, agências terceirizadas de correios e pessoas jurídicas que aufiram receita bruta acumulada decorrente da prestação de serviços em montante igual ou superior a 30% (trinta por cento) da receita bruta total acumulada inscritos no Simples como ME será determinado mediante a aplicação, sobre a receita bruta mensal auferida, dos seguintes percentuais.

Receita bruta acumulada ME contribuinte do IPI ME não contribuinte do IPI

Até R$ 60.000,00 5,25% 4,5%

De R$ 60.000,01 até 90.000,00 6,75% 6,0%

De R$ 90.000,01 até 120.000,00 8,25% 7,5%

Caso o Estado e/ou Município em que esteja estabelecida a ME, tenha aderido ao Simples, os percentuais do quadro acima terão um acréscimo conforme definido em convênio.

Empresa de pequeno porte

O valor devido mensalmente pelos estabelecimentos de ensino fundamental, centros de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de passageiros e de carga, agências lotéricas, agências terceirizadas de correios e pessoas jurídicas que aufiram receita bruta acumulada decorrente da prestação de serviços em montante igual ou superior a 30% (trinta por cento) da receita bruta total acumulada inscritos no Simples como EPP será determinado mediante a aplicação, sobre a receita bruta mensal auferida, dos seguintes percentuais:

Receita bruta acumulada EPP contribuinte do IPI EPP não contribuinte do IPI

Até R$ 240.000,00 8,85% 8,1%

131

De R$ 240.000,01 até 360.000,00 9,45% 8,7%

De R$ 360.000,01 até 480.000,00 10,05% 9,3%

De R$ 480.000,01 até R$ 600.000,00 10,65% 9,9%

De R$ 600.000,01 até R$ 720.000,00 11,25% 10,5%

De R$ 720.000,01 até 840.000,00 11,85% 11,1%

De R$ 840.000,01até R$ 960.000,00 12,45% 11,7%

De R$ 960.000,01 até R$ 1.080.000,00 13,05% 12,3%

De R$ 1.080.000,01 até R$1.200.000,00 13,65% 12,9%

Acima de R$ 1.200.000,00 (*) 16,38% 15,48%

* No caso de a Receita bruta acumulada ser maior que R$ 1.200.000,00, a pessoa Jurídica estará automaticamente excluída do Simples no ano-calendário subseqüente, podendo retornar ao sistema, formalizando sua opção no ano-calendário subseqüente àquele em que a receita bruta anual tenha ficado dentro dos limites aplicáveis.

Caso o Estado e/ou Município em que esteja estabelecida a ME, tenha aderido ao Simples, os percentuais do quadro acima terão um acréscimo conforme definido em convênio.

II – Demais Atividades

Microempresa:

O valor devido mensalmente pela ME (exceto as descritas no item I) inscrita no Simples será determinado mediante a aplicação, sobre a receita bruta mensal auferida, dos seguintes percentuais.

Receita bruta acumulada ME contribuinte do IPI ME não contribuinte do IPI

Até R$ 60.000,00 3,5% 3,0%

De R$ 60.000,01 até 90.000,00 4,5% 4,0%

De R$ 90.000,01 até 120.000,00 5,5% 5,0%

Caso o Estado e/ou Município em que esteja estabelecida a ME, tenha aderido ao Simples, os percentuais do quadro acima terão um acréscimo conforme definido em convênio.

Empresa de pequeno porte

O valor devido mensalmente pela EPP (exceto as descritas no item I), inscrita no Simples, será determinado mediante aplicação, sobre a receita bruta mensal auferida, dos seguintes percentuais.

Receita bruta acumulada EPP contribuinte do IPI EPP não contribuinte do IPI

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Até R$ 240.000,00 5,9% 5,4%

De R$ 240.000,01 até 360.000,00 6,3% 5,8%

De R$ 360.000,01 até 480.000,00 6,7% 6,2%

De R$ 480.000,01 até R$ 600.000,00 7,1% 6,6%

De R$ 600.000,01 até R$ 720.000,00 7,5% 7,0%

De R$ 720.000,01 até 840.000,00 7,9% 7,4%

De R$ 840.000,01até R$ 960.000,00 8,3% 7,8%

De R$ 960.000,01 até R$ 1.080.000,00 8,7% 8,2%

De R$ 1.080.000,01 até R$1.200.000,00 9,1% 8,6%

Acima de R$ 1.200.000,00 (*) 10,92% 10,32%

* No caso de a receita bruta acumulada ser maior que R$ 1.200.000,00, a pessoa jurídica estará automaticamente excluída do Simples no ano-calendário subseqüente, podendo retornar ao sistema, formalizando sua opção no ano-calendário subseqüente àquele em que a receita bruta anual tenha ficado dentro dos limites aplicáveis.

Caso o Estado e/ou Município em que esteja estabelecida a EPP tenha aderido ao Simples, os percentuais do quadro acima terão acréscimo conforme definido em convênio.

Forma e Data de Pagamento

O pagamento unificado de impostos e contribuições, devidos pelas microempresas e pelas empresas de pequeno porte, inscritas no Simples será feito de forma centralizada, mensalmente, por meio do Darf - Simples, até o décimo dia do mês subseqüente àquele em que houver sido auferida a receita bruta, com o código de receita 6106

Darf Simples - Preenchimento

Instruções anexas à IN SRF/No. 067, de 06 de dezembro de 1996.

O Documento de Arrecadação do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Darf -Simples será preenchido como segue:

Campo do Darf

O que deve Conter

01 O nome e telefone da Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte.

02 A data de encerramento do período de apuração no formato DD/MM/AA. Exemplo: período de apuração janeiro de 1997 = 31/01/97.

03 O número da inscrição no Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas-CNPJ

133

04 Não preencher.

05 A soma das receitas brutas mensais de janeiro até o mês de apuração.

06 O percentual decorrente da receita bruta acumulada a ser aplicado sobre a receita mensal, com duas casas decimais.

07 O valor resultante da aplicação do percentual do campo 06 sobre a receita bruta mensal.

08 O valor da multa, quando devida.

09 O valor dos juros de mora, quando devidos.

10 O valor da soma dos campos 07 a 09.

11 A autenticação do agente arrecadador.

Entrega da Declaração

A microempresa e a empresa de pequeno porte entregarão, anualmente, em disquete, declaração simplificada que deverá ser transmitida pela INTERNET programa Receitanet, até o último dia útil do mês de maio do ano-calendário subseqüente ao da ocorrência dos fatos geradores.

Vedações à Opção

Não poderá optar pelo Simples, a pessoa jurídica:

1. Na condição de ME que tenha auferido, no ano-calendário imediatamente anterior à opção, receita bruta superior a R$ 120.000,00; OBS.: Na hipótese de início de atividade no ano-calendário imediatamente anterior ao da opção, o valor será de R$ 10.000,00 multiplicados pelo número de meses de funcionamento naquele período, desconsideradas as frações de meses, exceto a fração do mês de dezembro, que será considerada.

2. Na condição de EPP que tenha auferido, no ano-calendário imediatamente anterior à opção, receita bruta superior a R$ 1.200.000,00; OBS.: Na hipótese de início de atividade no ano-calendário imediatamente anterior ao da opção, o valor será de R$ 100.000,00 multiplicados pelo número de meses de funcionamento naquele período, desconsideradas as frações de meses, exceto a fração do mês de dezembro, que será considerada.

3. Constituída sob a forma de sociedade por ações;

4. Cuja atividade seja: banco comercial, banco de investimentos, banco de desenvolvimento, caixa econômica, sociedade de crédito, financiamento e investimento, sociedade de crédito imobiliário, sociedade corretora de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidora de títulos e valores mobiliários, empresa de arrendamento mercantil, cooperativa de crédito, empresa de seguros privados e de capitalização e entidade de previdência privada aberta;

5. Que se dedique à compra, à venda, ao loteamento, à incorporação ou à construção de imóveis; OBS: A vedação à atividade de construção de imóveis, abrange as obras e serviços auxiliares e complementares da construção civil, tais como: a) a construção, demolição, reforma e ampliação de edificações;

b) sondagens, fundações e escavações;

c) construção de estradas e logradouros públicos;

d) construção de pontes, viadutos e monumentos;

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e) terraplenagem e pavimentação;

f) pintura, carpintaria, instalações elétricas e hidráulicas, aplicação de tacos e azulejos, colocação de vidros e esquadrias; e...

g) quaisquer outras benfeitorias agregadas ao solo ou subsolo. 6. Que tenha sócio estrangeiro, residente no exterior;

7. Constituída sob qualquer forma, de cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal;

8. Que seja filial, sucursal, agência ou representação, no país, de pessoa jurídica com sede no exterior;

9. Cujo titular ou sócio participe com mais de 10% do capital de outra empresa, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 1.200.000,00. OBS: Esta vedação não se aplica à participação em centrais de compras, bolsas de subcontratação, consórcio de exportação e associações assemelhadas, sociedades de interesse econômico, de garantia solidária e outros tipos de sociedades, que tenham como objetivo social a defesa exclusiva dos interesses econômicos das microempresas e empresas de pequeno porte, desde que estas não exerçam as atividades de importação de produtos estrangeiros, locação ou administração de imóveis, armazenamento e depósito de produtos de terceiros, propaganda e publicidade (excluídos os veículos de comunicação), factoring e prestação de serviços de vigilância, limpeza, conservação e locação de mão-de-obra.

10. De cujo capital participe, como sócio, outra pessoa jurídica;

11. Locação ou administração de imóveis; armazenamento e depósito de produtos de terceiros; propaganda e publicidade, excluídos os veículos de comunicação; factoring; prestação de serviço de vigilância, limpeza, conservação e locação de mão-de-obra;

12. Que preste serviço profissional de corretor, representante comercial, despachante, ator, empresário, diretor ou produtor de espetáculos, cantor, músico, dançarino, médico, dentista, enfermeiro, veterinário, engenheiro, arquiteto, físico, químico, economista, contador, auditor, consultor, estatístico, administrador, programador, analista de sistema, advogado, psicólogo, professor, jornalista, publicitário, fisicultor ou assemelhados, e de qualquer profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida; OBS: Creches, pré-escolas, estabelecimentos de ensino fundamental, centros de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de passageiros e de carga, agências lotéricas e agências terceirizadas de correios foram excluídos da presente vedação (Lei 10.034, de 24.10.00 -DOU de 25.10.00 - art. 1º; alterado pela Lei 10.684, de 30/05/03 -DOU de 31/05/03 (edição extra) - art.24).

13. Que participe do capital de outra pessoa jurídica, ressalvados os investimentos provenientes de incentivos fiscais efetuados antes da vigência da Lei 7256/84, quando se tratar de ME, ou antes da vigência da Lei 9317/96, quando se tratar de EPP; OBS.: Esta vedação não se aplica à participação em centrais de compras, bolsas de subcontratação, consórcio de exportação e associações assemelhadas, sociedades de interesse econômico, de garantia solidária e outros tipos de sociedades, que tenham como objetivo social a defesa exclusiva dos interesses econômicos das microempresas e empresas de pequeno porte, desde que estas não exerçam as atividades de importação de produtos estrangeiros, locação ou administração de imóveis, armazenamento e depósito de produtos de terceiros, propaganda e publicidade (excluídos os veículos de comunicação), factoring e prestação de serviços de vigilância, limpeza, conservação e Locação de mão-de-obra.

14. Que tenha débito inscrito em dívida ativa da União ou do INSS, cuja exigibilidade não esteja suspensa;

15. Cujo titular, ou sócio que participe de seu capital com mais de 10%, esteja inscrito em dívida ativa da União ou do INSS, cuja exigibilidade não esteja suspensa;

16. Que seja resultante de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento da pessoa jurídica, salvo em relação aos eventos ocorridos antes da vigência de Lei 9317/96;

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17. Cujo titular, ou sócio com participação em seu capital superior a 10%, adquira bens ou realize gastos em valor incompatível com os rendimentos por ele declarados;

18. Que exerça a atividade de industrialização, por conta própria ou por encomenda, de bebidas e cigarros, classificados nos Capítulos 22 e 24, respectivamente, da Tabela de Incidência do IPI – TIPI, sujeitos ao regime de tributação de que trata a Lei nº 7.798, de 10/07/1989; mantidas até 31 de dezembro de 2000, as opções já exercidas.

A pessoa jurídica que optar por se inscrever no Simples terá os seguintes benefícios:

a. Tributação com alíquotas mais favorecidas e progressivas, de acordo com a receita bruta auferida;

b. Recolhimento unificado e centralizado de impostos e contribuições federais, com a utilização de um único DARF (DARF-Simples), podendo, inclusive, incluir impostos estaduais e municipais, quando existirem convênios firmados com essa finalidade;

c. Cálculo simplificado do valor a ser recolhido, apurado com base na aplicação de alíquotas unificadas e progressivas, fixadas em lei, incidentes sobre uma única base, a receita bruta mensal;

d. Dispensa da obrigatoriedade de escrituração comercial para fins fiscais, desde que mantenha em boa ordem e guarda, enquanto não decorrido o prazo decadencial e não prescritas eventuais ações, os Livros Caixa e Registro de Inventário, e todos os documentos que serviram de base para a escrituração;

e. Para opções pelo Simples exercidas até 31/03/1997, parcelamento dos débitos existentes, de responsabilidade da ME ou da EPP e de seu titular ou sócio, para com a Fazenda Nacional e Seguridade Social, contraídos anteriormente ao ingresso no Simples, relativos a fatos geradores ocorridos até 31/10/1996, em até 72 prestações mensais;

f. Dispensa a pessoa jurídica do pagamento das contribuições instituídas pela União, destinadas ao Sesc, ao Sesi, ao Senai, ao Senac, ao Sebrae, e seus congêneres, bem assim as relativas ao salário-educação e à Contribuição Sindical Patronal (IN SRF no 355, de 2003, art. 5o, § 7o);

g. Dispensa a pessoa jurídica da sujeição à retenção na fonte de tributos e contribuições, por parte dos órgãos da administração federal direta, das autarquias e das fundações federais (Lei no 9.430, de 1996, art. 60; e IN SRF no 306, de 2003, art. 25, XI);

h. Isenção dos rendimentos distribuídos aos sócios e ao titular, na fonte e na declaração de ajuste do beneficiário, exceto os que corresponderem a pró-labore, aluguéis e serviços prestados, limitado ao saldo do livro caixa, desde que não ultrapasse a Receita Bruta.

Fonte: Receita Federal 2006.

A Tabela 1 demonstra o método de cálculo do Payback normal e

descontado. Para o Payback normal basta dividir o investimento inicial pelo fluxo

de caixa mensal, a primeira casa antes da virgula corresponde ao mês, o restante

é só multiplicar por 30 e obtêm-se os dias. Para o payback descontado, o

exemplo está exposto na tabela a baixo.

136

Tabela 5 – Fórmulas do Payback normal e Payback descontado

Investimento inicial

Fluxo Normal

Pay-back Normal

Fluxo Descontado

Payback Descontado

149.704,63 1 8.022,86 8.022,86 R$ 7.904,13 R$ 7.904,13

2 8.022,86 16.045,72 R$ 7.787,15 R$ 15.691,28

3 8.022,86 24.068,58 R$ 7.671,90 R$ 23.363,18

4 8.022,86 32.091,44 R$ 7.558,35 R$ 30.921,53

5 8.022,86 40.114,30 R$ 7.446,49 R$ 38.368,02

6 8.022,86 48.137,16 R$ 7.336,28 R$ 45.704,30

7 8.022,86 56.160,02 R$ 7.227,70 R$ 52.932,00

8 8.022,86 64.182,88 R$ 7.120,73 R$ 60.052,73

9 8.022,86 72.205,74 R$ 7.015,35 R$ 67.068,08

10 8.022,86 80.228,60 R$ 6.911,52 R$ 73.979,60

11 8.022,86 88.251,46 R$ 6.809,23 R$ 67.068,08

12 8.022,86 96.274,32 R$ 6.708,45 R$ 73.979,60

13 8.022,86 104.297,18 R$ 6.609,17 R$ 67.068,08

14 8.022,86 112.320,04 R$ 6.511,35 R$ 73.979,60

15 8.022,86 120.342,90 R$ 6.414,98 R$ 80.788,83

16 8.022,86 128.365,76 R$ 6.320,04 R$ 87.108,87

17 8.022,86 136.388,62 R$ 6.226,51 R$ 93.335,38

18 8.022,86 144.411,48 R$ 6.134,35 R$ 99.469,73

19 8.022,86 152.434,34 R$ 6.043,56 R$ 105.513,29 18 meses e 20 dias

20 8.022,86 160.457,20 R$ 5.954,12 R$ 111.467,41

21 8.022,86 168.480,06 R$ 5.865,99 R$ 117.333,40

22 8.022,86 176.502,92 R$ 5.779,18 R$ 123.199,39

23 8.022,86 184.525,78 R$ 5.693,65 R$ 128.978,57

24 8.022,86 192.548,64 R$ 5.609,38 R$ 134.672,22

25 8.022,86 200.571,50 R$ 5.526,36 R$ 140.281,60

26 8.022,86 208.594,36 R$ 5.444,57 R$ 145.807,96 R$149.704,63

27 8.022,86 216.617,22 R$ 5.363,99 R$ 151.252,53 R$151.252,63 26 meses e 8 dias

R$1.547,90

1 mês R$ 5.363,99

X R$1.547,90

Regra de três 0,288572 30

Payback normal 18 meses e 20 dias Payback descontado 26 meses e 8 dias

dias 8,657175 Fonte: Dados primários (2007).