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“ATLS”
Divisão de Cirurgia de Urgência e Trauma Unidade de Emergência do HC FMRP USP
Maurício Godinho
TRAUMA
TRAUMA = DOENÇA
National Academy of Sciences, 1966
“Em 1965, 52 milhões de acidentes mataram 107.000, incapacitaram temporariamente 10 milhões e permanentemente 400.000 americanos com um custo de aproximadamente 18 bilhões de dólares. Esta epidemia negligenciada da sociedade moderna é o mais importante problema nacional de saúde.”
A Doença Trauma
“ A primeira causa de morte entre a população economicamente ativa”
“ A terceira causa de morte entre todas as idades”
“Maior freqüência em homens”
“A faixa etária entre a segunda e quarta décadas de vida é a mais acometida”
A Doença Trauma
EUA
60 milhões por ano
145.000 mortes
3,6 milhões de internações
100 bilhões de dólares / ano – 40% do orçamento
BRASIL
130.000 mortes
360.000 seqüelados
Mecanismo de Trauma
“ERA DA ALTA VELOCIDADE”
TECNOLOGIA
INDÚSTRIA
TRANSPORTE
PREVENÇÃO ?
INVESTIMENTO
“Ciência da Prevenção”
“Os traumatismos resultam de uma transferência rápida
e descontrolada de energia para o corpo. ESSAS SÃO
COMPREENSÍVEIS E PREVISÍVEIS, PORTANTO,
PREVENÍVEIS”
Haddon, década de 60
Prevenção do Trauma
• Estratégia de prevenção de Trauma
OS 3 ES
EXECUÇÃO DA LEGISLAÇÃO
ENGENHARIA E TECNOLOGIA
EDUCAÇÃO E MUDANÇA DE COMPORTAMENTO
Mortes por Trauma
“METADE DAS MORTES POR TRAUMA AINDA OCORREM
NO LOCAL DO EVENTO, ANTES DE QUALQUER
POSSIBILIDADE DE TRATAMENTO, MESMO NO SISTEMA
MAIS AVANÇADO DE TRATAMENTO EM TRAUMA”
Moore, 1995
“A Padronização do Atendimento”
• 1980
1. Avaliar de forma rápida as condições do doente
2. Reanimar e estabilizar o doente obedecendo prioridades
3. Necessidades do doente X Recursos
4. Transferência
5. Garantir sempre o melhor cuidado
Fases de Atendimento
PRÉ-HOSPITALAR
CHAMADA REGULAÇÃO ENVIO DE EQUIPE
CENÁRIO
AVALIAÇÃO + “MANOBRAS PARA SOBREVIVÊNCIA”
“DESLOCAMENTO”
Fases de Atendimento
INTRA-HOSPITALAR
AV
AL
IAÇ
ÃO
IN
ICIA
L SALA DE EMERGÊNCIA
EQUIPE MULTIPROFISSIONAL
“EQUIPAMENTOS” LABORATÓRIO RADIOLOGIA
“PROTEÇÃO INDIVIDUAL”
Avaliação Inicial
3 INFORMAÇÕES ESSENCIAIS
MECANISMO DE TRAUMA
INTERVALO DE TEMPO
CONDIÇÕES DO TRANSPORTE
Coleta de Dados
Avaliação Inicial
Avaliação Primária + Reanimação
Medidas Auxiliares à Avaliação Primária e a Reanimação
Avaliação Secundária
Medidas Auxiliares à Avaliação Secundária
TRANSFERÊNCIA ?
TRATAMENTO DEFINITIVO
Avaliação Inicial
REAVALIAÇÃO CONTÍNUA
1. Assegurar que fatos novos não passem despercebidos
2. Identificar o agravamento de lesões já identificadas
Avaliação Primária e Reanimação
• Objetivo
“Fazer diagnóstico de forma simples e rápida de
lesões potencialmente fatais, adotando medidas em
cada uma dessas etapas simultaneamente”
Avaliação Primária e Reanimação
• “A, B, C, D e E”
A Vias Aéreas e Controle da Coluna Cervical
B Respiração e Ventilação
C Circulação com Controle da Hemorragia
D Déficit Neurológico
E Exposição / Controle do Ambiente
A Via Aérea / Controle Cervical
“O Tratamento da Via Aérea varia do Suporte de
O2 à obtenção de uma Via Aérea Cirúrgica”
MANTER A PERMEABILIDADE DAS VIAS AÉREAS
MANTER A PROTEÇÃO DA COLUNA CERVICAL
A Via Aérea / Controle Cervical
• “Manejo Inicial” da Via Aérea
I O2 – 11 L/min – máscara com reservatório
II Oxímetro de Pulso – SAT > 90% - PaO2 > 60 mmHg
III “Varredura” da Via Aérea
IV Aspiração da Via Aérea com Cânula Rígida
V Técnicas de Manutenção das Vias Aéreas
A Via Aérea / Controle Cervical
• Técnicas de Manutenção das Vias Aéreas
Elevação do Mento
“chin lift”
Anteriorização da Mandíbula
“jaw thrust”
A Via Aérea / Controle Cervical
Na dúvida Via Aérea DEFINITIVA
INCONSCIÊNCIA / ECG <= 8
TRAUMA DE FACE GRAVE
RISCO DE ASPIRAÇÃO
Sangramento
Vômitos
RISCO DE OBSTRUÇÃO
Hematoma Cervical
Lesão de Traquéia ou Laringe
Lesão térmica da Via Aérea
A Via Aérea / Controle Cervical
• Via Aérea DEFINITIVA
Sonda endotraqueal com balão insuflado e
conectado a um sistema de ventilação assistida,
com mistura enriquecida em oxigênio e
devidamente fixada
A Via Aérea / Controle Cervical
Via Aérea DEFINITIVA
Translaríngea
Orotraqueal
Nasotraqueal
Cirúrgica
Cricotireoidostomia
Traqueostomia*
B Respiração / Ventilação
• Ventilação Adequada
Permeabilidade da Via Aérea ≠ Ventilação Adequada
Pulmão + Parede Torácica + Diafragma
B Respiração / Ventilação
• Trauma Torácico “Grave”
4 CONDIÇÕES QUE NÃO PODEM SAIR DA SALA
DE EMERGÊNCIA SEM DIAGNÓSTICO E CONDUTA
1. Pneumotórax Hipertensivo
2. Hemotórax Maciço
3. Pneumotórax Aberto
4. Tórax Instável / Contusão Pulmonar
B Respiração / Ventilação
PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO
“Sistema de Válvula Unidirecional”
Colapso Pulmonar + Deslocamento Mediastinal + ↓ Retorno Venoso
DIAGNÓSTICO = CLÍNICO
QUADRO CLÍNICO
Ausência de MV
TIMPANISMO
B Respiração / Ventilação
HEMOTÓRAX MACIÇO
“Presença de 1500 mL ou 1/3 da volemia no hemitórax acometido”
QUADRO CLÍNICO
Ausência de MV
MACICEZ
DIAGNÓSTICO = CLÍNICO
B Respiração / Ventilação
PNEUMOTÓRAX ABERTO
“Abertura da Parede Torácica – 2/3 do Ø da Traquéia”
O ar passa preferencialmente pelo local de < resistência
DIAGNÓSTICO = CLÍNICO
QUADRO CLÍNICO
HIPÓXIA
CONDUTA
TTO Inicial – CURATIVO DE “3” PONTAS / “C”
TTO Definitivo – DRENAGEM TORÁCICA longe da ferida
B Respiração / Ventilação
TÓRAX INSTÁVEL / CONTUSÃO PULMONAR
“Lesão pulmonar subjacente”
“Um segmento da parede torácica não tem mais continuidade óssea com
o restante da parede”
CONDUTA
O2 suplementar
Analgesia
Suporte Ventilatório*
QUADRO CLÍNICO
Dor
Restrição respiratória
HIPÓXIA
C Circulação / Controle de Hemorragia
“ Choque é uma anormalidade do sistema
circulatório, que resulta em perfusão orgânica e
oxigenação tecidual inadequadas”
1º Passo – Reconhecer a presença de choque
2 º Passo – Identificar sua provável causa
CHOQUE
C Circulação / Controle de Hemorragia
• Reconhecendo o Choque
TAQUICARDIA
Palidez cutânea
Dispnéia
Hipotensão
Diminuição do débito urinário
Alteração do nível de consciência
O diagnóstico baseado na presença de perfusão
orgânica e oxigenação tecidual inadequadas
C Circulação / Controle de Hemorragia
• Causas de Choque
CHOQUE HEMORRÁGICO
Pneumotórax Hipertensivo
Choque Cardiogênico
Choque Neurogênico
Choque Séptico
CHOQUE HEMORRÁGICO
1. FAZER O DIAGNÓSTICO
2. CLASSIFICAR O CHOQUE
3. REPOR VOLEMIA
4. AVALIAR A RESPOSTA A REPOSIÇÃO INICIAL
C Circulação / Controle de Hemorragia
PARAR O SANGRAMENTO
• Classificação do choque hemorrágico
Classe I Classe II Classe III Classe IV
“perda sanguínea”
“doador de
sangue” “Não
complicada” “complicada” “Pré-
terminal”
Pulso < 100 100 - 120 120 - 140 > 140
PA normal normal diminuída diminuída
FR normal 20 - 30 30 - 40 > 35
Diurese(ml/h) > 30 20 - 30 5 - 15 desprezível
Estado
Mental
normal ansioso confuso letárgico
Reposição
Volêmica
cristalóide cristalóide cristalóide / sangue
cristalóide + sangue
INTERROMPER SANGRAMENTO
C Circulação / Controle de Hemorragia
• Restrição de Cristalóides
• Hipotensão Permissiva
• Reanimação Hemostática
• Coagulopatia • Ác. Tranexâmico
C Circulação / Controle de Hemorragia
PARAR O SANGRAMENTO
D Disfunção Neurológica
• Avaliação Neurológica Rápida
ESCALA DE COMA DE GLASGOW
ABERTURA OCULAR
MELHOR RESPOSTA MOTORA
RESPOSTA VERBAL
PUPILAS E SUA REAÇÃO
E Exposição / Controle do Ambiente
Despir completamente o paciente, de preferência
cortando as roupas
GARANTIR A TEMPERATURA CORPORAL DO DOENTE
E NÃO O CONFORTO DA EQUIPE
Avaliação Primária e Reanimação
• Medidas auxiliares
MONITORAÇÃO ELETROCARDIOGRÁFICA
SONDA URINÁRIA
SONDA GÁSTRICA
MONITORAÇÃO FISIOLÓGICA
RADIOGRAFIAS
FAST
ASSIMETRIA DO ANEL PÉLVICO
ARTICULAÇÃO SACRO-ILÍACA
FRATURAS
LUXAÇÕES
DIÁSTASE DO PÚBIS
RX BACIA - AP
Avaliação Secundária
• Objetivo
“Realizar um exame do doente traumatizado da
“cabeça aos pés”, isto é, uma história clínica e um
exame físico completos, incluindo a reavaliação de
todos os sinais vitais”
Avaliação Secundária
• História
AMPLA
A Alergias
M Medicações
P Patologias prévias / Prenhez
L Líquidos e alimentos ingeridos
A Ambiente
Avaliação Secundária
• Medidas Auxiliares
Procedimentos Diagnósticos Especializados
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
RX CONTRASTADO
RX DE EXTREMIDADES
ENDOSCOPIA