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2011 VI PRÊMIO JOVEM ESCRITOR ...uma homenagem a Jorge Amado ! “Não escrevi meu primeiro livro pensando em ficar famoso. Escrevi pela necessidade de expressar o que sentia...” JORGE AMADO

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2011

VI PRÊMIO JOVEM ESCRITOR...uma homenagem a Jorge Amado !

“Não escrevi meu primeiro livro pensando em ficar famoso. Escrevi pela necessidade

de expressar o que sentia...” JORGE AMADO

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APRESENTAÇÃO

Estamos em uma época em que a rapidez da informação e da comunicação instantânea é incontestável e isso domina a rotina de nossos jovens.

Sinto muito orgulho de nossa equipe de professores da área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias pelo incentivo dado aos nossos alunos, levando-os a refletir sobre o fascinante mundo das palavras, pois é por meio delas que fluem nossos pensamentos e nos expressamos para o mundo.

Eis aqui o resultado de um trabalho da parceria educador-educando: uma obra representativa do talento, dedicação e criatividade.

Queridos alunos, sei que farão bom uso desta que é uma das dádivas com que fomos abençoados: a capacidade de eternizar nossos pensamentos através de registros.

Somos palavras...Palavra é sentimento.

Neuza Maria ScattoliniMANTENEDORA E DIRETORA

PREFÁCIO

No início de cada ano letivo, os professores procuram estabelecer estratégias que ajudem os alunos a desenvolver gosto pela leitura e pela escrita. As atividades de produção de texto do primeiro semestre procuram, dessa forma, desenvolver a expressão escrita como desafio transformador.

Os textos que compõem este livro são a prova inquestionável do estímulo à criatividade, ao exercício da produção e interpretação textual, e, acima de tudo, da oportunidade de trabalharmos alguns dos temas transversais: saúde, ética e cidadania, pluralidade cultural e meio ambiente.

Assim, nossos jovens são inseridos num contexto de produção de conhecimento, uma vez que o exercício autoral dota o adolescente da possibilidade da descoberta.

Os leitores encontrarão uma variedade de gêneros, dos jornalísticos aos tipos textuais mais rígidos, a exemplo da dissertação. Todos os escritos foram selecionados pelo critério do potencial criativo do aluno e da habilidade da expressão linguística.

É, enfim, um convite à reflexão sobre o sentido da vida individual e coletiva, importante experiência na formação de nossos alunos-escritores.

O homem se faz livre por meio do domínio da palavra.É através dela que ocorre o enriquecimento intelectual e cultural do ser humano.

EQUIPE DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

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os7 AnosEnsino Fundamental

os8 AnosEnsino Fundamental

os9 AnosEnsino Fundamental

SUMÁRIO

20A CATACUMBA PERDIDA - Micael Meza B. Eugênio

17171818

A PRIMEIRA AMIZADE - Mariana Suzue Matsubara

HONESTIDADE É O QUE IMPORTA - Natália Morita RossetoAS VIDAS DO GATO - Cláudia de Lima Ramos Aquaroli

OXALÁ E OS HUMANOS - Paula Sayuri Pereira Murashima

191920

A SUPER HAMSTER - Júlia Nakanishi Usuda

2122

HONRA E CORAGEM DE UM HOMEM - Carina R. Pasqualin

O HERÓI ATRAPALHADO - Vitória Braz de Oliveira

NÃO QUERO DORMIR! - Beatriz Miho Kague

23MAXIMUS, O INVENCÍVEL - Gabriela A. Giacon 22

24A FONTE DOS SONHOS - Beatriz Sonsin

24HERÓI DA SOCIEDADE - Júlia Cunha Miralha25UM ESPIÃO NADA ATRAPALHADO - Caroline P. Katsuda

A PROFESSORA ESPECIAL - Yasmin Naomi Uno

O INÍCIO DE TUDO - Isabela Izumi Terada

36

43

FESTA ÀS ESCURAS - Fernanda Midori Abukawa

29293030

A PIOR NOITE - Davi Mello Castanheira

CASA DE AVÓS - Victor VelangaO DESAPARECIMENTO - Bianca Domingues Vilaplana Calleja

DA JANELA DO MEU QUARTO - Bárbara Borges de Aguiar

32

41

32

42

32

42

SER ADOLESCENTE – Giulie Furtani Romani

36

44

O DIA EM QUE A TERRA PAROU - Vinícius Aranha

UM POR TODOS - Mariana Menegheli de BarrosDA JANELA DO MEU QUARTO - Luisa Varella Bastos

12O ENCONTRO - Maurício Devincentis Silva

9

14

91010

O CHIP DO MAL - Andrea Akemi Yagyu

A VIDA DO AVESSO - Pedro Kenzo Higa

OS TRÊS PORCÕES E O LOBINHO - Mariana Yumi Hanashiro111112

CINDERELA NO CHÁ COM SUAS AMIGAS - Thiago Chagas Garcia Baz

DEIXANDO A VERGONHA DE LADO - Maisa Aguena TakanoO CHÁ NA CASA DE BRANCA DE NEVE - Gabriel Tardochi Salles

14OS TRÊS LOBINHOS E O PORCO MAU - Eduarda Lehoczki Boneto

os6 AnosEnsino Fundamental

13O CHÁ DAS PRINCESAS CASADAS - Amanda Miki Arimura

TODOS OS PRÍNCIPES SÃO IGUAIS - Amanda Satie Ito RodriguesA VERDADEIRA HISTÓRIA DO LOBO E OS PORQUINHOS - Isabella Martinez Gasparetto

AS REDES SOCIAIS NA VIDA DOS JOVENS - Vinícius Brito Martins 39MORRE O ESCRITOR MOACYR SCLIAR - Isabela M. Taketa 39-40DESCOBRINDO O AMOR - André F. de Almeida 40

40A REVELAÇÃO - Thaís Costenaro dos Santos

O MUNDO VIRTUAL - Leo Dantas

NÃO RESISTI - Mariana DevincentisSEM PALAVRAS - Lara Provase de MenezesINTERNET: FERRAMENTA DO BEM OU DO MAL? - Thabata Lima Araujo Reis

OS EFEITOS CAUSADOS PELAS REDES SOCIAIS - Gabriel Kodo

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GAROTO MORRE APÓS SOFRER BULLYING - Catarine Beatriz Lima

TRANSIÇÃO MUSICAL - Camila Morita

HOMEM PARA TRÂNSITO - Taís Novaki Ribeiro IDEIA DA VEZ: ESPONJA-MICROFONE - Taís Novaki Ribeiro

O ROCK PURO SENDO ADMIRADO PELA JUVENTUDE - Christian Pujol Fogaça Anderaos

EDUCAÇÃO VISANDO AO FUTURO - Taís Novaki Ribeiro

PROTESTO POR RUAS MELHORES - Nicolas Cabral de AndradeNOVO PRODUTO MULTIUSO - Nicolas Cabral de AndradeUM DISCURSO EMOCIONADO - Nicolas Cabral de Andrade

SUPERAÇÃO IMPOSSÍVEL - Lucas Komon Yi

VOCÊ FAZENDO UM PAÍS MELHOR - Catarine Beatriz Lima

SEM CONSTRANGIMENTO, MICROFONE ESPONJÃO - Catarine Beatriz Lima

56O CERTO E O ERRADO ATRAVÉS DA MÍDIA - Guilherme Graziano

53535454

ABSURDO JORNALÍSTICO - Nádia A. Mahmoud

LIBERDADE OU LIVRE ARBÍTRIO - Beatriz Moura da MattaA FORMAÇÃO DAS IDEIAS PRONTAS - Camila Chavez

O DEVER DA MÍDIA AO INFORMAR - Ricardo Garcia

555556

A INFLUÊNCIA DA MÍDIA - Guilherme Augusto de Campos

O QUE INFLUENCIA A MÍDIA - Ingrid M. JacquesDITADURA DA TELEVISÃO - Bárbara Morena

58A FUNÇÃO DA MÍDIA PARA O PÚBLICO - Giovanna Viana Fontenelle de Araújo

575758

FUTURO PROMISSOR - Pâmela Chan

A MÍDIA E SEU PODER - Marina Lima StricagnoloOS LIMITES DA MÍDIA - Veronika Rosse

os2 AnosEnsino Médio

os3 AnosEnsino Médio

64SEMENTE DO MAL - Paula Vívolo

61616262

A MASSIFICAÇÃO DO CONSUMO - Elon Herrera

A CULTURA DA GLOBALIZAÇÃO - Mayra Komon YiAS NAÇÕES E A GLOBALIZAÇÃO - Matheus Brito Martins

DA JANELA DO MEU QUARTO - Luanna Soares

636364

SERÁ O FIM? - Victor de Pasquale

A INTOLERÂNCIA TRANSCEDE O TEMPO - Rafael AngeliINTOLERÂNCIA AO TOLERÁVEL - Lara Oliveira dos Santos

66GLOBALIZAÇÃO: DIVERSIDADE CULTURAL OU CULTURA UNIVERSAL? - Grazielle Karina

656566

EFEITOS DA GLOBALIZAÇÃO - Mariana Leão

O FIM DA DIVERSIDADE - André Carneiro RochaIDENTIDADES CULTURAIS - Talita M. dos Santos

4949494950

474748

48

48

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os1 AnosEnsino Médio

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VI PRÊMIOJovem Escritor

HOMENAGEM AJORGE AMADO

os6 AnosCom o objetivo de estimular o hábito da leitura e, também,

desenvolver o prazer pelo ato de escrever, foram exploradas as personagens do mundo imaginário - fadas, super-heróis, magos, heróis de ontem e de hoje etc. - dentro do gênero textual das fábulas, lendas, contos de fadas e aventuras.

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TODOS OS PRÍNCIPES SÃO IGUAIS ( Amanda Satie Ito Rodrigues)

Em um reino bem distante, havia um chá de amigas em um castelo, com todas as princesas, menos a Bela, porque pegou uma gripe. No encontro, as princesas estavam tomando chá inglês e resolveram conversar sobre suas aventuras com os seus maridos. Então Cinderela começou:

- Eu lembro que quando lavava as roupas, apareceram as meias chulezentas do meu marido, então peguei coragem e lavei aquelas meias horrorosas.

Mas Branca de Neve disse:- Ih! Não enche! A minha aventura é bem melhor! Quando meu marido pensou em fazer o

almoço, a casa explodiu!Então a Aurora interrompeu-a dizendo:- Acho que era melhor ninguém me beijar, pois meu marido só ronca e não consigo fazer o

sono da beleza. Todas as princesas falavam de suas aventuras estranhas e Jasmine perguntou:- E quais foram suas desventuras? Pois a minha é passear no tapete mágico... como é chato!

Fico jogando no meu celular.E todas disseram:- Nós fazemos a mesma coisa, mas andamos de carruagem.Então, a partir daquele dia, elas comprovaram que todos os príncipes eram iguais.

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO LOBO E OS PORQUINHOS(Isabella Martinez Gasparetto)

Era uma vez um lobo que era muito trabalhador e gostava de ajudar os outros. Ele estava num bosque quando disse que queria fazer uma casa. Ele morava sozinho.

O lobo, muito animado, foi construir sua casa feita de palha. Ele era tão trabalhador que fez sua casa em cinco minutos.

Certo dia apareceram três porquinhos muito maus e viram a casa dele e, com inveja porque a casa era muito bem feita, assopraram até a palha sair voando.

Quando aconteceu isso, o lobo estava tricotando dentro de sua casa. Ficou desesperado sem saber o que fazer. Fugiu diretamente para o outro lado do bosque e construiu lá outra casa, mas dessa vez era feita de madeira. Quando os porquinhos viram a nova casa, pegaram um caminhão de demolição e passaram por cima da casa. Saiu madeira voando para todos os lugares.

Mas dessa vez o lobo já sabia o que fazer. Foi ao meio do bosque e construiu lá outra casa, só que dessa vez de tijolos, com janelas, chaminé, porta etc.

Quando os porquinhos viram, tentaram quebrá-la, assopraram, mas nada adiantou. Então entraram na casa pela chaminé e logo saíram correndo de lá, pois o lobo colocou uma fogueira embaixo da chaminé e os porquinhos nunca mais voltaram.

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A VIDA DO AVESSO (Pedro Kenzo Higa)

Era uma vez cinco princesas muito conhecidas: Cinderela, Bela Adormecida, Branca de Neve, Ariel e Jasmine. Todas tinham uma vida feliz, pelo menos até alguns anos depois de seus casamentos...

Marcaram, certo dia, um chá para contarem o que houvera desde a última vez que se encontraram.

Chegou o dia e todas compareceram. Primeiro comeram e beberam algo e, quando acabaram, logo se sentaram e começaram a conversar, sobre roupas, viagens, até que Cinderela tocou no assunto de seu marido. Bela Adormecida a interrompeu e foi a primeira a comentar que se separou, então logo veio Ariel e depois Branca de Neve. Caíram algumas lágrimas, mas logo passou. Bela Adormecida reparou e perguntou:

- Mas e você Cinderela, como vai seu marido?- Não está nada bem, ele não liga mais para mim, está folgado e não faz mais nada! Todas começaram a comentar como seus maridos ficaram folgados. Branca de Neve reparou no horário e disse que já estava tarde e estava indo embora; as

outras também concordaram e foram para suas casas.No caminho repensaram, cada uma em sua carruagem, sobre toda a conversa e

começaram a acreditar que os homens não viviam sem elas e o problema seria deles se decidissem se separar.

E foi o que aconteceu... elas se separaram de seus príncipes e, enquanto eles ficavam sozinhos, elas viviam felizes.

OS TRÊS PORCÕES E O LOBINHO (Mariana Yumi Hanashiro)

Um dia, há muito tempo, três porcões que moravam com a mãe, foram 'expulsos' de casa, pois não morariam lá para sempre; já estavam crescidos e a mãe achava que eles precisavam ter a própria casa.

O mais novo construiu uma casa de palha (para não ter muito trabalho), o do meio, querendo conforto (mas também com um pouco de preguiça), construiu uma casa de madeira e o mais velho construiu uma de tijolos e cimento.

Um lobo, muito atrapalhado, sem querer derrubou a casa de palha. O porco mais novo ficou furioso, e logo começou a correr atrás do lobo que voou para a casa de madeira,

tentando se salvar, mas ele trombou com o porco do meio, ele também ficou com muita raiva e correu atrás do lobinho, destruindo a casa de madeira. Quando não havia mais casa, eles correram para a casa do porco mais velho,

que se encontrava fazendo ginástica e que ficou tão furioso que também começou a correr atrás do lobinho. Ele saiu pela janela e os outros também.

Os porcos ficaram presos e o lobo, com pena, resolveu ajudá-los e todos se tornaram amigos, nenhum porco voltou a ser violento outra vez.

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O CHÁ NA CASA DE BRANCA DE NEVE (Gabriel Tardochi Salles )

Branca de Neve convidou a Bela Adormecida, a Cinderela e a Pequena Sereia para tomarem chá em seu castelo. Nesse dia, todas se arrumaram e foram para o castelo de Branca de Neve. Chegando lá, foram bem recebidas:

- Boa tarde, meninas! Como vão vocês?- Estamos ótimas! – Cinderela disse – E você, como vai?- Eu vou bem... Oi, Princesa de Aladin! Ainda bem que Cinderela a convidou. Você vai bem?Ela respondeu:- Oi, eu vou bem!- Sentem-se meninas, eu vou servir o chá – disse Branca de Neve.Todas se sentaram e tomaram chá conversando:- Cinderela, como vai o casamento? – perguntou Bela.- Vai mal, eu e meu marido brigamos muito. Mas minha vida foi uma

grande aventura! Branca, como vai o seu?- Vai bem e o beijo que ele me deu me acordou para sempre!- Está tarde, temos que ir – disse Bela Adormecida.- Até mais amigas, tchau!- Até! – responderam todas.E, antes de saírem, marcaram outro encontro para os meses

seguintes.

CINDERELA NO CHÁ COM SUAS AMIGAS (Thiago Chagas Garcia Baz)

Cinderela havia acabado de acordar e, quando estava se arrumando, um pombinho lhe trouxe uma carta e nela dizia:

“Cara Cinderela, normalmente não nos encontramos, por isso resolvi organizar um chá para conversarmos sobre a vida de cada uma das protagonistas dos contos de fadas e sabermos o que aconteceu com cada uma de nós depois do casamento. Esteja em meu castelo depois do almoço.

Branca de NeveP.S. Também convidei outras princesas.Cinderela achou que estava sonhando, mas pôs as mãos na massa. Antes mesmo do

almoço, já havia se arrumado. O príncipe não quis ir, mas, lá se foi Cinderela para se encontrar com suas amigas.

Chegando lá, as princesas não só contaram sobre a vida depois do casamento, como contaram coisas que as amigas não sabiam, por exemplo: ninguém sabia que Cinderela já fora maltratada pela madrasta e irmãs por ser uma empregada doméstica e que, naquela época seus melhores amigos eram os ratinhos. Nem que Jasmim tinha um tigre de estimação. Foi o melhor chá de todos para as princesas.

A diversão foi tanta que, quando chegou a hora de ir embora, as princesas mal chegaram em casa e já se arrumaram para dormir.

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DEIXANDO A VERGONHA DE LADO (Maisa Aguena Takano)

Era época de provas, de novo, o que deixava a menina desesperada, louca da vida, pois sabia que aquela era mais uma possibilidade de tirar notas baixas e, assim sendo, não poderia mais usar o seu querido computador rosa por um mês.

Chegou o dia que mudaria sua rotina por um mês e... ela falhou! Outra nota ruim... teria que ficar indo para a escola durante as férias por causa da recuperação paralela!

Seus pais ficaram muito bravos e decepcionados com a notícia. A menina se trancou no quarto para estudar, mas não entendia nada e, por mais que se esforçasse, não compreendia o conteúdo que parecia ser tão simples.

O dia do descanso chegou e todo mundo estava feliz, menos a garota, que andava de cabeça baixa .Todos tentavam animá-la, falavam que eram férias, tempo de descansar e ela só conseguia pensar o quanto os outros iriam se divertir e ela não, pois estava de recuperação paralela. Primeiro dia da recuperação paralela e ela logo estava entendendo o conteúdo, pois era a única que estava de recuperação. Então não precisava ter vergonha de perguntar... alguns dias de aulas se passaram e ela ia fazer um segundo teste para ver se ia melhor... e, finalmente, ela passou! A garota ficou cheia de orgulho, quase chorando de alegria e mal podia esperar para contar a boa notícia para os pais, que ficariam muito felizes, claro.

Mas a menina finalmente compreendera o porquê de não ter passado antes e agora conseguira: por causa de todo auxílio e apoio do professor e de sua própria dedicação. Antes ela não corria atrás do conteúdo que não entendia.

Moral: Se estiver com dificuldades, enfrente-as com o auxílio de adultos de sua confiança! Deixe a vergonha de lado, como a garota fez!

O ENCONTRO (Maurício Devincentis Silva)

Um dia uma linda princesa chamada Cinderela, que morava em um castelo enorme, recebeu uma ligação. Quando ela atendeu era sua amiga Pequena Sereia, convidando-a para um encontro. Rapidamente ela ligou para a Branca de Neve, para Yasmine e para a Bela Adormecida e convidou-as para o mesmo encontro.

Quando Cinderela chegou ao encontro e viu todas as suas amigas, já foi contando que tinha comprado outro castelo, mas ele era de cristal, que tinha tirado carteira de motorista e comprara um carro e que, infelizmente, teve que se separar do príncipe.

Branca de Neve já foi perguntando:- Mas por que você se separou do príncipe?- Porque na verdade ele estava interessado só no meu dinheiro.- Que pena! – comentou Branca de Neve.

Em seguida a Bela Adormecida falou que todas elas também se separaram. Branca de Neve a interrompeu e começou a falar de suas

aventuras. Ela disse que agora podia comer um monte de maçãs, que também comprara outro castelo, mas ele era de prata e que adotara uma criança.

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O CHÁ DAS PRINCESAS CASADAS (Amanda Miki Arimura)

Num belo dia, Cinderela quis chamar as suas amigas princesas para um belo chá da tarde. Convidou a Bela Adormecida, a Branca de Neve, a Jasmine e a Pequena Sereia para virem à sua casa no dia seguinte, às 5 horas, para tomarem chá e conversarem sobre suas vidas.

No dia seguinte, Jasmine foi a primeira a chegar, logo após chegou Branca de Neve e a Pequena Sereia, por fim Cinderela, que disse:

- Onde está a Bela Adormecida?- Ela deve estar dormindo! - disse a Branca de Neve- Então não a esperaram, mas de repente ouve-se um barulho de cavalo, as portas se

abrem e ali estava a Bela Adormecida, que disse:- Desculpem-me a demora! É que meu marido folgado teve a coragem de dormir até,

então tive que cuidar do castelo sozinha!- Sentem-se e vamos conversar, amigas! - disse Cinderela- Nossa! Coitada de você! O pior foi o que aconteceu na minha lua-de-mel! Ele preferiu

ficar no quarto do hotel assistindo a um jogo besta e me deixou sozinha cuidando dos nossos macacos! - resmungou Jasmine.

- E o meu marido, então? Depois do nosso casamento, ele foi jogar futebol com seus amigos e eu tive que voltar para casa a pé, porque ele levou a carruagem! - falou Cinderela brava.

- O meu marido é uma maravilha! - disse a Pequena Sereia.- Sério? - perguntaram as outras princesas, surpresas.- Claro que não! Ontem ele teve a ousadia de me mandar cuidar do

navio dele e lavar as suas roupas! - respondeu a Pequena Sereia- Meu marido é o maior cara-de-pau! Primeiro não me deixa ficar com

os sete anões e nem com os animais! E depois ele não quer que eu limpe a sujeira dos animais, quer que eu limpe a dele! - disse Branca de Neve, resmungando.

- Bom, amigas, demos muito azar de casarmos com esses folgados, mas fazer o quê? Agora já está tarde, melhor irem antes que escureça! Beijos! Tchau! Até a próxima! - disse Cinderela.

Tchau! - todas disseram.

E Cinderela perguntou:- Sério?- Sim! – confirmou Branca de Neve- Que legal! – disseram todas juntasDepois a Pequena Sereia falou que comprara um castelo que, claro, ficava embaixo da água

e que agora dirigia submarinos. Para acabar Yasmine falou que seu marido, agora um adulto, juntamente com o seu amigo inseparável, o macaco, comprou um tapete e que todos os dias eles voavam na velocidade da luz.

Este encontro foi ótimo para as amigas se reverem e perceberem que a vida pode mesmo mudar muito com o passar dos anos.

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O CHIP DO MAL (Andrea Akemi Yagyu)

Uma moça chamada Bárbara morava em uma casa sozinha, pois seus pais haviam sido assassinados por uma pessoa desconhecida. Bárbara trabalhava como babá pela manhã e de noite ia para a faculdade com amigos de sua mesma idade, 20 anos.

No seu primeiro dia como babá, conheceu o menino de 4 anos chamado Marcelo, que era de quem ela deveria cuidar.

Bárbara, no dia seguinte, quando foi ao banheiro, um homem entrou na casa pela janela e colocou rapidamente um chip na cabeça de Marcelo, tornando-o malvado.

Quando Bárbara voltou do banheiro, os pais de Marcelo chegaram e a deixaram ir embora para sua faculdade.

Na manhã seguinte, Bárbara viu na garagem dos pais os dois carros ainda estacionados e achou isso muito estranho. Resolveu entrar na casa para ver o que estava acontecendo.

Ao entrar na casa, ouviu alguém gritando:- Socorro! Socorro!Procurou pela casa inteira e encontrou o casal amarrado dentro do armário. Ela os soltou e

perguntou o que tinha acontecido. Eles responderam:- Marcelo nos amarrou e fugiu.Bárbara procurou por Marcelo pela casa toda e o encontrou perto da piscina . Quando ele

a viu, caiu na piscina e começou a se afogar.Ela viu o chip saindo de sua cabeça, pulou na piscina e o salvou.A babá entrou na casa com o Marcelo e foi correndo à cozinha para pegar um martelo e

quebrar o chip, ao quebrá-lo o assassino morreu.

OS TRÊS LOBINHOS E O PORCO MAU (Eduarda Lehoczki Boneto)

Era uma vez três lobinhos que moravam em um sobrado e ouviram falar que havia um porco que adorava comer lobos; também era um porco atrapalhado e gordo.

O tal porco morava em uma casa simples e, na verdade, era muito carente, não tinha família.

Foi aí que ele foi parar na casa dos três lobinhos com sua britadeira, caminhou bastante e chegou. Subiu na laje da casa e começou a usar sua britadeira.

Só que os lobinhos nem perceberam, porque de tanta fome que o porco estava, ele parecia estar meio fraco.

Mas do mesmo jeito os lobinhos começaram a desconfiar. E foram ver o que estava acontecendo.

- O que você está fazendo aí em cima? – perguntou o primeiro lobo.- Estou procurando abrigo e família que me acolha, posso ficar aqui?–

perguntou o porco.- Claro, que sim! – respondeu o terceiro lobo.- Ainda bem que vocês não julgam as pessoas antes de

conhecê-las, muito obrigado! – falou o porco agradecido.

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VI PRÊMIOJovem Escritor

HOMENAGEM AJORGE AMADO

os7 AnosContos de fadas, super-heróis, bruxas, heróis de ontem e de hoje

são personagens do reino da fantasia, que foram trabalhados quando focamos lendas, fábulas e aventuras como gênero textual.

Os alunos fizeram da fantasia cenários de suas próprias vidas, criando redações criativas e divertidas povoadas de personagens mágicas.

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A PRIMEIRA AMIZADE (Mariana Suzue Matsubara)

Muito tempo atrás havia uma deusa que era a única que não conversava com os outros.Ela sempre via os mortais da sua nuvem. Um dia ela ficou impressionada com o jeito com

que dois mortais conversavam e como a amizade deles era bonita; ela gostou porque nunca havia visto aquilo antes.

O tempo passou e a deusa sentia que ela precisava também fazer amizades e saiu à procura de um amigo, mas o que ela não sabia é que estava indo para o bosque errado, o das trevas, mas continuou sua busca.

Passeando confiante, avistou um ogro enorme e pensou "Ele pode ser a minha chance de fazer amizade". Ela perguntou:

- Olá! Gostaria de ser meu amigo?Ele respondeu com tom grosso:- Por que alguém gostaria de ser meu amigo? Eu sou solitário e vou continuar só!A deusa pensou rápido e retrucou:- Porque eu sou diferente também e sou tão solitária quanto você! E quero fazer amizades!Ele insistiu:- Mas eu não quero a sua companhia! E saia agora do meu campo!Ela não saiu e insistiu, até que, mais ou menos uma hora depois, ela desistiu e o ogro gritou

alto:- Então tá... eu quero ser seu amigo!A deusa ficou feliz e voltou correndo!Mesmo das trevas o ogro se rendeu à sua mais nova amizade.

OXALÁ E OS HUMANOS (Paula Sayuri Pereira Murashima)

Depois que Oxalá criou a vida, mostrou aos seres humanos os fenômenos da natureza, mostrou que a natureza podia fazer o Sol, a chuva, o vento e a neve e, bem depois, ele mostrou as estações: a primavera, o verão, o outono e o inverno.

Depois de mostrar todas aquelas maravilhas, ele mostrou os números, os dias, a hora, o minuto, o segundo e, enfim, a arte de caçar e produzir seu próprio alimento.

Depois de vários dias na floresta, os seres humanos começaram a ficar enjoados de terem que dormir na lama e na grama, então Oxalá ensinou-lhes a arte do artesanato, ensinou-lhe a montar suas casas de madeira e de pedra, ensinou a confeccionar peças de roupas e os deixou seguirem a própria vida.

Mas, no dia seguinte, apareceu Medusa em seus caminhos. Os seres humanos, que não sabiam lutar contra seres fantásticos quase morreram, mas Oxalá apareceu lá, mostrando os movimentos para lutarem com Medusa. Eles venceram a luta e, depois disso, ela nunca mais apareceu lá novamente e os homens com suas famílias viveram felizes para sempre.

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HONESTIDADE É O QUE IMPORTA (Natália Morita Rosseto)

Essa história começou no ano 2000, em São Paulo.Havia uma família no interior que estava passando por dificuldades financeiras. Já não

tinham o que comer, quando Carlos, o pai, teve a ideia de trabalhar na cidade grande.Despediu-se da família e foi em busca de emprego. Chegando a São Paulo (capital),

instalou-se em uma pensão simples e logo começou a procurar trabalho.Dias se passaram e estava cada vez mais difícil, pois as empresas queriam pessoas com

experiência e ele não era qualificado.Já estava passando fome, quando decidiu assaltar uma casa. Planejou tudo e, na manhã

seguinte, quando todos saíram, ele colocou seu plano em prática. Enquanto estava na casa, pegou tudo que viu e, de tão nervoso que estava, começou a

fazer muito barulho.Uma vizinha se incomodou com a barulheira e olhou pela janela para ver o que estava

acontecendo. Ao ver o bandido, ligou rapidamente para a polícia.Enquanto ele saía da casa, a polícia chegou. Carlos entrou em desespero, pegou o

primeiro homem que viu e o acusou de ter assaltado a casa.A polícia já estava encaminhando o rapaz para o carro, quando Carlos resolveu falar a

verdade. Só que, antes de ser levado à penitenciária, pediu para ligar para a sua família. Os policiais concordaram e lhe entregaram o telefone.

Ao telefonar, a única coisa que falou foi “Amor, aqui é o papai. Fui preso por assaltar uma casa. Nunca mais vou voltar. Desculpem-me! Amo muito vocês.” Em seguida, desligou o telefone, entrou no carro dos policiais e, até hoje ele está preso.

AS VIDAS DO GATO (Cláudia de Lima Ramos Aquaroli)

Era horário do almoço. Como eu, Billy e meu primo, Bola de Pelos, não tínhamos encontrado comida. Deitamos no telhado de uma casa em frente ao mercado e ficamos olhando as comidas gostosas que havia lá.

De repente um pombo chegou, entregou uma carta para o meu primo e foi embora. Meu primo, como era muito curioso, logo abriu a carta e notou que era um pedido de casamento.

Ele iria se casar com uma gatinha de pelos brancos e sobrinha de um gato manco. De tanta emoção que sentiu, do telhado ele caiu, soltou um berro que todo mundo ouviu. Meu primo

quebrou sete costelas e a pontinha do rabo. Na mesma hora uma moça veio correndo e o pegou no colo. E na rua do mercado, ele iria ser enterrado.

A moça tirou uma sardinha da sacola do mercado, que carregava, e passou perto do nariz do meu primo. Na hora em que o cheiro de sardinha

sentiu, na mesma hora os olhos ele abriu. A moça o levou ao veterinário. E eu só fiquei observando e esperando. No dia seguinte meu primo já

estava melhor e, quando saiu do veterinário no colo da moça, ela virou para ele e disse:

- É por isso que se diz: "SETE VIDAS TEM UM GATO".

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A SUPER HAMSTER ( Júlia Nakanishi Usuda)

Eu, Samanta, vim de outro planeta, onde me chamavam de Shamster. Os meus poderes são conseguir roer de tudo, desde isopor até diamantes e possuo duas bolsas que servem para guardar coisas.

Vivo em uma cidade grande, com muitas pessoas e tenho uma joalheria no shopping principal da cidade; lapido as pedras com os dentes até ficarem bonitas, e as vendo como jóias.

Meu objetivo é derrotar o meu maior inimigo, o Ratão Esgotento, um rato sujo e nojento, que rouba e está sempre nas notícias. Como ele é grande como um humano, as pessoas me confundem com ele, mas eu, a Shamster é que sou a heroína!

Sempre deixo a televisão ligada para saber onde ele atacará e, estudando esses locais, descobri que ele ataca sempre os lugares de donos de hamsters, então ele está à minha procura e atacará a minha loja em seguida! Entretanto estarei preparada: ajeitei duas armadilhas e tenho uma secreta na bolsa.

Ele demorou muito, mas, de repente, entrou na loja! O Ratão prendeu seus dedos nas ratoeiras, eu roí a corda que segurava a segunda armadilha, mas ele escapou e então usei a armadilha secreta que tirei da bolsa e ele ficou preso.

O Ratão Esgotento finalmente foi para a cadeia, graças a mim, a Shamster!

O INÍCIO DE TUDO (Isabela Izumi Terada)

Eu sou Sandra, tenho 14 anos e quero apenas levar uma vida normal, porém não posso, pois tenho o poder de ler mentes, me teletransportar e mover as coisas com o poder da mente, mas finjo que nem existem. Minha cidade é pequena, mas cheia de coisas estranhas como esta história.

Era um dia normal. Eu fui à escola, porém na hora do lanche, enquantoconversava com minhas amigas, senti que algo cortou a minha bochecha, então vi que era uma daquelas estrelas que os ninjas usam.

Fui ao banheiro para ver o corte, quando, no caminho, alguém me pegou e me levou para o telhado da escola e ameaçou me matar. Então eu me teletransportei para o chão e li a mente daquela pessoa. Vi coisas sobre o meu passado e vi que eu era de outra dimensão, entãopensei que aquela pessoa deveria estar ligada a mim e ao meu passado.

Porém fui interrompida quando vi que iria ser atacada de novo. Eu não gosto de lutar, mas não tive escolha. Derrotei-a com meus poderes psíquicos.

Aquela pessoa foi mudando de aparência até eu ver quem ela era; na verdade: era minha melhor amiga, chamada Miriam.

Acordei-a para perguntar o porquê de ter me atacado, mas ela não se lembrava de nada, então nem perguntei.

Desde então procuro pistas para desvendar o meu passado e de que dimensão eu vim, para descobrir como eu consegui ir de uma dimensão pra outra.

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NÃO QUERO DORMIR! (Beatriz Miho Kague)

Antes de Deus criar a Terra, existia um planeta, bem pequeno, menor que Plutão, o planeta-anão, chamado NãoDormimosNunca (tudo junto, mesmo), e lá havia sim, vida inteligente.

O rei de lá se chamava NemReiDorme e ele reinava lá desde que era um bebê. Ele que proibiu os cidadãos de lá a NUNCA dormirem, pois ele não via lógica nisso.

- Para que dormir? Isso é insignificante! Não vai causar prejuízo a ninguém! Prometo. – dizia o rei.

Certo dia, o rei foi se arrumar, afinal era um dia importante. Ele iria encontrar a noiva que se casaria com ele e se tornaria a NemRainhaDorme. Mas, quando se viu no espelho, estava com olheiras enormes. Ele sempre as teve, mas nunca tão escuras e tão grandes como aquelas.

Chamou então seu melhor conselheiro para ver o que ele poderia fazer. O conselheiro disse então que só dormindo aquilo sumiria. Mas o NemReiDorme já tinha perdido a “manha” de dormir. Ele não sabia mais como era aquilo.

Então implorou para o conselheiro que fosse ao lado negro do mundo e perguntasse ao grande sábio como fazer para ele dormir. O conselheiro, vendo o desespero do outro, foi, mas em recompensa, queria a mão da NemRainhaDorme. O rei negou, mas disse que faria a mulher mais bonita do mundo se apaixonar por ele. Com essa proposta, o conselheiro topou e foi.

Quando lá chegou, o sábio entregou a ele uma poção que faria o rei sonhar coisas inacreditáveis e assim a olheira iria embora. O conselheiro, então, entregou a poção ao rei, que, por encanto, dormiu.

Depois de se casar e ter filhos, o NemReiDorme gostaria de dar aquele “poder” e benefício de dormir e sonhar para o povo da Terra. Pediu ao deus de NãoDormimosNunca entregar ao deus da Terra para deixar já “embutido” esta característica no humano assim que este nascesse. Foi graças ao sábio que, hoje, dormimos e sonhamos quase todas as noites.

A CATACUMBA PERDIDA (Micael Meza B. Eugênio)

Eu estava tomando meu café, em Camberra (capital da Austrália), por causa de uma missão que havia feito lá há um tempo, quando ouvi um barulho estranho, repetitivo e irritante, mas não descobria o que era de fato... Afinal não sou deste planeta.

O meu planeta, Urano, é mais limpo, mais cuidado, mais bonito e um tanto diferente... Lá todos têm características que aqui chamam de “super poderes”... Todos os “heróis” vêm de lá; legal, né?

As minhas características “especiais” são a rapidez, os olhos laser e uma memória fotográfica incrível... Mas isso é outra história.

Quando descobri o que era um aparelho de comunicação, celular eu acho, recebi uma nova mensagem, tinha, portanto, uma nova missão, nas catacumbas de Paris!

Logo que cheguei, um homem falou:

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- Estava esperando-o, Alexandre! Você se disfarçou bem! Parabéns! Mas para entrar nas catacumbas, terá que ir pelo esgoto e elas não estão muito aparentes. – e se foi.

Tenho que admitir que não gostei daquele “esgoto”. Entrei nas catacumbas – lugar onde se depositavam cadáveres antigamente – e fiz uma tocha com meu olho laser. Andei um pouco e vi uma escrita, parecia um código, que desapareceu rapidamente... Mas com minha incrível memória, escrevi o código em fogo na pedra, e ela se abriu! – Era a catacumba perdida!

Andei, andei e, quando eu estava desistindo daquela busca, ouvi um Bip – esqueci de falar, mas tenho também uma boa audição! – como pensei que fosse outro celular, segui o barulho e vi uma bola preta... Já tinha visto aquilo antes; era uma bomba!

Peguei-a e corri das catacumbas até a rua mais próxima. Com a minha rapidez, o trajeto durou apenas dois minutos. Joguei a bomba para cima antes de fazer qualquer outra coisa, e ela explodiu no céu, pois estava prestes a estourar. Foi lindo, um grande show e ainda mais que era a hora de jantar! Uma linda noite!

Comi um delicioso ratatuille e, bom, foi mais uma missão que, apesar de tudo, deu certo.

HONRA E CORAGEM DE UM HOMEM (Carina R. Pasqualin)

Na Idade Média havia uma jovem chamada Luna que vivia na floresta de seu povo, os Iamura.

Luna sonhava com um jovem chamado Victor, que era do povo inimigo, os Tamará.Um dia Luna estava caminhando para fora da floresta, quando encontrou Victor. Eles se

amavam, mas sabiam que era um amor proibido.Victor trabalhava no exército de seu povo, que iria invadir o povo Iamura, o de Luna. Ele

então a avisou, para que ela se protegesse. Ela não sabia o que fazer e acabou avisando seu pai, Torá, o rei de seu povo.

Torá então preparou seu exército com homens fortes e com leões adestrados; eles seriam imbatíveis.

No dia do ataque, Victor pediu ao deus dos deuses, Tomatá, que lhe desse coragem e honra para enfrentar os Iamura. Tomatá cedeu, porém só seria honrado, se fizesse um ato heroico.

Quando começou o ataque, ele salvou o rei dos Iamura e o rei dos Tamará, ambos semideuses, filhos de Tomatá com mulheres diferentes, (por isso o ódio entre eles) e salvou também sua amada Luna, colocando paz entre os dois povos.

Para homenageá-lo, fizeram uma estátua dele e ele ficou conhecido em todos os lugares. Casou-se com Luna, porém como fez muito esforço no ataque, adoeceu, como a sua doença não havia cura, ele acabou morrendo.

No céu, junto a Tomatá, estava ele, que por sua honra, virou o deus da coragem e da sabedoria.

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A PROFESSORA ESPECIAL ( Yasmin Naomi Uno)

Vanessa é uma super-heroína, mas ainda não sabe disso. Ela tem o poder de voar. Ela trabalha como professora e eu sou aluna dela.

Ela contou para mim que estava caminhando pela rua e de repente caiu uma porção de lixo tóxico em cima dela.

Naquele dia ela tinha faltado na escola, mas, no dia seguinte, ela veio e eu percebi que ela estava meio nervosa. De repente o chão começou a tremer. Eu e minha turma tínhamos percebido que alguma coisa tinha nos puxado para cima. Depois de nos acalmarmos, vimos a

professora Vanessa nos segurando.Todo mundo da classe ficou assustado e ficou perguntando o que tinha

acontecido. Ela explicou toda a história. Alguns ficaram confusos, outros não. Eles queriam contar para todos que a professora deles sabia voar, mas ela

ficou implorando para eles não contarem. Ela explicou para nós que a vida dela não seria mais igual.

Mas ela prometeu que salvaria as pessoas do perigo, não importando onde estivessem. Ela cumpriu a promessa. Só que sempre estava usando máscara, para proteger a sua identidade.

O HERÓI ATRAPALHADO (Vitória Braz de Oliveira)

Eu sou o Pimpo e sou um anti-herói, pois sou muito atrapalhado. Gosto de ajudar as pessoas e os animais. O bom de ser um herói é ter poderes e eu tenho dois: posso voar e ficar invisível.

Ninguém sabe quem eu sou, pois quando termino uma missão, eu me transformo em Jack, um garoto comum.

Eu vivo em uma pequena vila chamada Umila. Os habitantes de lá são bem diferentes de mim. Alguns têm apenas um olho, outros têm uma cauda, mas todos são meus amigos e gostam de mim.

Uma vez um gatinho estava preso em uma árvore e eu fui ajudá-lo a sair de lá. Estava chovendo forte e ventava muito. Fui tentar subir em uma rocha do lado da árvore, mas eu caí e quase derrubei um poste de energia. Depois tentei subir nos galhos da árvore, e quando eu estava quase pegando o gatinho, o galho quebrou e eu caí em cima de um skate.

O skate foi descendo a rampa e eu também; quando olhei para frente, tinha uma pequena rocha e o skate estava indo em direção dela. O skate bateu na rocha e eu caí na lama, olhei para cima e vi um pássaro, então lembrei que eu podia voar.

Então voei até a árvore, mas antes de chegar, fui surpreendido pelo Kathe, o vilão, já que sempre existe um. Ele falou que tinha colocado o gato lá e que ninguém o tiraria. Então olhei para o céu e vi o sol aparecer. Lembrei que eu tinha o poder de ficar invisível. Eu peguei o gato sem que o Kathe me visse, coloquei-o no chão, peguei uma corda e amarrei o Kathe.

Todos da cidade comemoraram e, quando cheguei em Umila, todos estavam gritando meu nome.

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MAXIMUS, O INVENCÍVEL (Gabriela A. Giacon)

No Monte Olímpo, Zeus estava muito feliz, já que seria pai novamente.Seu filho nasceu no inverno e, por isso, o deus do Olímpo sabia que Max, este era o seu

nome, seria um grande guerreiro.E ele estava certo. Max se tornou um grande guerreiro e, futuramente, o imperador de

“Braceste”, um reino muito distante.Zeus se disfarçou de humano e foi contar a Max que ele era um semideus. Tudo começou a

fazer sentido porque Max era tão habilidoso e forte, mas apesar de tudo, ele ficou muito contente.

Para provar sua coragem, prometeu ao seu pai que mataria uma criatura temida em todo o reino: o Colosso, um gigante de 4 metros, com armadura e capacete de ouro.

Maximus ficou apavorado, mas quando seu pai lhe presenteou com um par de tênis alado, de seu irmão Hermes, com o arco certeiro de Atena e recebeu de Posêidon o tridente mortal, tudo ficou mais fácil.

O dia da luta foi marcado.Zeus aconselhou-o a procurar os elfos na floresta encantada. Quando chegou lá, implorou

a eles três potes de ouro mágico, para fazer uma armadura, pois com ela nem Colosso seria capaz de destrui-lo. E assim foi feito. Montou em Pémaso (neto de Pégaso) e seguiu já com sua armadura ao encontro de Colosso.

Com o tênis alado e com o arco certeiro, voou para perto da cabeça do gigante e gritou:- Ei, sua criatura desprezível, olhe para mim!O gigante virou-se e ...Max o deixou completamente cego e, com o tridente mortal, matou o gigante, rasgando-

lhe a garganta.Zeus ficou orgulhoso e Max teve o reconhecimento de seu povo.

No dia seguinte houve um tsunami e ela avisou a todos para saírem. Depois do tsunami, todos agradeceram a ela e perguntaram quem era ela.

Ela não queria mostrar, mas um garoto veio e tirou a máscara dela. Ela ficou apavorada e implorou para que a tratassem como sempre a trataram.

Todos concordaram, contanto que ela continuasse salvando o mundo.E, como foi combinado, ela continuou salvando o mundo.

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A FONTE DOS SONHOS (Beatriz Sonsin)

Em um dia ensolarado, Julia estava nas ruas desertas de sua cidade tomando ar fresco para poder se lembrar de um sonho que tinha tido naquela noite, mas ela só se lembrava de algumas partes. Ela lembrava que tinha encontrado Atena, a deusa da sabedoria e ela tinha-lhe falado algumas coisas.

De tanto andar, Julia achou um bosque e, mesmo não conhecendo aquele lugar, entrou para ver o que achava lá dentro. Ela entrou e ficou andando para ver se achava alguma coisa. Julia viu uma cachoeira um pouco distante de onde ela estava. Ela saiu correndo para chegar até lá, porque estava morrendo de sede.

Chegando lá ela começou a beber a água da fonte. Ela achou que ali era um bom lugar para tentar lembrar-se de seu sonho, então ficou.

Depois de beber a água, ela ficou tentando se lembrar de seu sonho, e conseguiu se lembrar de mais uma parte do sonho, que era onde tinha encontrado Atena. Ela tinha encontrado Atena em um cemitério e, depois de lembrar-se daquilo, ela foi embora.

No outro dia, ela voltou à fonte para se lembrar de outras partes do sonho. Quando chegou lá, ela bebeu a água da fonte e conseguiu se lembrar do seu sonho inteiro. Ela tinha sonhado que Atena tinha falado que seus pais, que estavam em outro país, tinham morrido.

A menina ficou muito triste e chorou por alguns minutos. Depois percebeu que fora a água daquela fonte que a tinha feito se lembrar de seu sonho, e desde então, todos os sonhos que ela queria lembrar, ela ia até a fonte e bebia a água de lá.

HERÓI DA SOCIEDADE ( Júlia Cunha Miralha)

Mason. Foi esse nome que veio à minha cabeça naquele momento. Mason. Ele era o policial mais generoso e forte da cidade. Por causa dele eu continuo vivo.

O que aconteceu foi o seguinte: acordei atrasado para o trabalho, como todo dia, então tomei um banho rápido, tomei um resto de leite frio que tinha em cima da pia e fui para o trabalho. Entrei no carro e saí da garagem. No meio do caminho, percebi que a gasolina estava acabando. Fui mais rápido para dar tempo de chegar a algum posto de gasolina. Mas então, aconteceu. Virei a cabeça para a direita, quando ouvi um barulho de buzina. Só me lembro de ver um caminhão amassando o meu carro. Eu, apressado como estava, havia passado o farol vermelho e estava passando no cruzamento. Estava pensando como seria morrer, como seria

nunca mais viver. Apaguei.Acordei e vi uma pessoa. Mason. Um policial que ajudava a todos. Sabia

que não ia morrer, não era minha hora. Mason saberia o que fazer. Apaguei novamente.

Acabei acordando e estava no hospital. Conseguiram me salvar. Mason me salvou.

Não sentia muita dor, somente na minha perna quebrada. Mas aquilo não era nada. Estava vivo. Era a única coisa que me importava naquele momento.

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UM ESPIÃO NADA ATRAPALHADO (Caroline P. Katsuda)

Meu nome é John Langdon. Tenho 17 anos e odeio a escola, provas, deveres de casa. Meu pai é Jason e minha mãe Jane Harris. Minha família mora no Canadá. Pareço ser um garoto normal, mas vocês se surpreenderão com a minha identidade: sou um espião e me encontro no momento mais perigoso da minha vida: procuro Jack. H. E., pois é ele quem mata todos os homens de Willisway, local onde agora estou. Meu objetivo é saber como e o porquê de Jack H. E. matar.

Minha agência de espiões tratou de contratar uma assistente para me ajudar. Seu nome é Melissa Fuller e, desde quando a conheci, a acho chata e “Patty”; é muito burra, tão burra que rapidamente foi raptada por Calvin Slater, assistente de Jack H. E.

Hoje não poderia esquecer a chave mestra para abrir a casa de Jack, mas acabei esquecendo-a e tenho que passar pela porta principal. Na hora em que os seguranças me viram e iam me pegar, achei um spray dormente e eles adormeceram. Agora pego o canal de esgoto e, sem querer, escorrego e caio no meio daquela sujeita... ”Que sorte habitual”, falo ironicamente.

Encontro a sala de jogos, onde o misterioso Jack. H. E está. Observo atentamente sua face, seu ar gélido e seco, ouço sua respiração. Até que caio acidentalmente bem no local onde o assassino se encontra.

Sou pego pelos seguranças. Eles me amarram e me colocam em uma cadeira que desce em direção ao vulcão, cheio de magma. “Adeus mãe, pai, vida!!”. Neste momento, Melissa chega, pois se desamarrou, e aperta o botão, fazendo a cadeira voltar ao solo.

Passamos por portas, rasgo a minha calça, escorrego na casca de banana com pasta de dente, bato minha cabeça, mas prendi o assassino. Um gay que gosta da Calvin Slater e que, como ele não gosta de Jack H. E, quis que nenhum homem fosse feliz.

Finalmente estava tudo bem e me preparei para mais um desafio, junto de Melissa Fuller, que agora é minha atual namorada.

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“Na vida só vale o amor e a amizade. O resto é tudo pinoia, é tudo presunção,

não vale..." “A vida me deu mais do que pedi e mereci.

Não me falta nada. Tenho Zélia e isso me basta.”

Jorge Amado com a esposa, Zélia Gattai

“A sorte me acompanha, tenho corpo fechado à inveja, a intriga não me amarra

os pés, sou imune ao mau-olhado...”

JORGE AMADO

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os8 Anos

HOMENAGEM AJORGE AMADO

O texto do 8º ano é fruto de um trabalho de dedicação e descoberta das possibilidades criativas da palavra.

O interesse pela crônica, gênero literário que possibilita múltiplas formas de interação emotiva com o leitor, deu-se logo nos primeiros momentos, na leitura de diversos cronistas em variados veículos: livros, jornais e revistas.

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DA JANELA DO MEU QUARTO (Bárbara Borges de Aguiar )

Da janela do meu quarto vejo o tempo passar, um grupo de crianças jogando bola no parquinho e penso em como era bom brincar, sem me preocupar com nada, até anoitecer, e lembrar que no dia seguinte ainda teria mais. Mas o tempo passa e essa fantasia também, como se fizesse séculos desde esse acontecimento.

Da janela do meu quarto vejo duas mães no parque carregando seus bebês; penso que esses bebês logo serão adolescentes tentando entrar na faculdade. Isso é bom por um lado, pois serão alguém na vida, mas também fico triste, lembrando-me de como era bom fazer as coisas sem me preocupar com o mundo.

Quando éramos crianças, tínhamos um mundo só nosso, tudo era perfeito! Brincar, correr, pular, não precisávamos mudar para fazer amigos, era só sermos nós mesmos.

Vejo um casal de idosos e percebo que em um passado distante, esse mesmo casal já teve a minha idade e isso me faz pensar que o tempo passa, às vezes, mais rápido do que gostaríamos.

Da janela do meu quarto vejo o tempo passar.

A PIOR NOITE (Davi Mello Castanheira)

Aquela noite? A pior de todas. Se alguém sabe? Apenas eu.Tudo começou quando eu e minha namorada, Sara, fomos viajar para o Hawai e nos

instalamos num excelente hotel. Estávamos felizes da vida. Como ainda estava cedo, resolvemos passear pela cidade, tomar um sorvete, já que fazia calor. O primeiro dia foi ótimo.

Quinta-feira, 6 de janeiro. Fomos dar uma saidinha no finalzinho da tarde, num restaurante que nos indicaram. Sara foi ao banheiro e eu, falar com o garçom. Depois de vários minutos esperando por ela, fui averiguar. Vão achar loucura, mas entrei no banheiro feminino (não havia ninguém olhando). Nenhum sinal dela. Fiquei desesperado! Procurei por todos os lados, perguntei para as pessoas, mas ninguém vira nada.

Resolvi voltar ao hotel, talvez houvesse algum problema e ela voltara sem poder me avisar. Chegando lá, vi, na porta principal, o sapato dela. Ela estava lá. Mas por que diabos deixara o sapato ali? Entrei e tomei um susto: não havia ninguém naquele lugar! Fui tomado de um mau pressentimento. Fui correndo para o quarto. Ouvi alguns passos, talvez o som de uma janela se abrindo. Assustado, abri a porta com um grande empurrão para que fizesse barulho e alguém ouvisse. Naquela hora, eu poderia cuspir meu coração.

Em cima da cama, havia uma mulher morena, cabelos lisos, nos pés apenas um sapato, estava morta. Reconheci o rosto pálido: era Sara. Com o coração doendo, fui verificar os outros quartos: todos mortos.

Pensei: “O assassino pode estar aqui ainda”. Fui embora mergulhado em lágrimas.Cinco anos depois, eu finalmente descobri o que acontecera. Era horrível, brutal demais;

ainda não consigo falar sobre isso. Apenas eu sei, infelizmente, apenas eu vou saber.

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O DESAPARECIMENTO (Bianca Domingues Vilaplana Calleja)

Em uma tarde comum, muito nebulosa, em Londres, algo ruim estava prestes a acontecer. Na cidade calma e fria, duas irmãs de nove anos, Nicole e Samanta, brincando de amarelinha no quintal. Uma delas, a mais velha alguns minutos, Nicole, percebeu que não estavam sozinhas, alguém as observava, naquele momento, de uma velha casa, do outro lado da rua .

A garotinha mais velha tinha uma sensação muito estranha, de medo, terror e, ao mesmo tempo, de curiosidade. Essa sensação crescia em seu peito, uma menina e já tão corajosa.

A tarde chegou ao fim e nada de estranho acontecera. A mãe as chamou para o jantar. Nicole jamais tivera tanta curiosidade em sua vida quanto naquele instante, na porta de sua

casa, observando a casa da frente.Naquela noite, a garota não dormira tão bem, estava curiosa demais, algo

soprava em seu ouvido, dizia para ela investigar. Como ela queria ser detetive quando crescesse, não deixava nada, absolutamente nada para trás.

Tirou os pés da cama e colocou-os logo em uma pantufa. Decidiu descer as escadas pra ir à cozinha e ver a casa de um ângulo bem melhor

que da janela de seu quarto.Desceu bem cautelosamente para não acordar seus pais.

CASA DE AVÓS (Victor Velanga)

Casa dos avós é coisa mágica! Quem nunca passou pela porta e sentiu aquele cheiro de carinho viciante que só os avós têm?

Lembro-me de quando era pequeno, de passar pela porta de madeira que rangia, pisar no carpete de algodão que atiçava minha rinite e sentir o cheiro de lenha de carvalho e molho de tomate que meu avô fazia.

Lembro-me de sair correndo até a cozinha, passar correndo pelo sofá de couro, pelas cadeiras de madeira escura com estofamento verde-oliva e encontrar meu avô, agora já falecido, na frente do fogão, fazendo o molho em seu caldeirão, ao lado da panela grande de macarrão.

Lembro-me de ver aquele molho vermelho borbulhante com folhas de orégano e manjericão flutuando, de ficar deitado no chão de barriga para baixo no corredor do andar de cima, fingindo que estava atirando em seres quase imortais.

Quando meu avô morreu, metade disso se foi. O cheiro de molho, vê-lo na frente do fogão, o molho borbulhante... Tudo se foi. Quando morreu, lembro-me de ver todos chorando e não sabia o que havia acontecido.

Dois anos depois do acontecimento, lembro-me de sentar-me no sofá com um pote cheio de “passatempo” recheada, assistindo ao Chaves e tomando suco “Dell Valle” de laranja em minha caneca em forma de bota vermelha.

Mas agora, tudo se esvaiu, pois minha avó venderá a casa, e minhas lembranças não vão ter um lugar onde possam habitar.

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Sem querer, tropeçou em algo que estava na escada e, no momento que desviou os olhos da porta à frente da escada, um vulto passou por ela. Nicole tentou se convencer que não havia nada ali, devia ser somente uma árvore qualquer que fazia sombra enquanto balançava.

Foi direto à janela que dava vista para a casa da frente. Ela não esquecera o vulto estranho que vira passar à sua porta. Reuniu toda a sua coragem, abriu a porta, olhou ao seu redor e não viu nada ali. No entanto, de repente, ela foi surpreendida com um golpe na cabeça. A garotinha corajosa fora sequestrada naquela noite.

Já fazia três semanas que a menina desaparecera. A polícia já havia sido avisada, mas nada, não havia nenhum suspeito, nenhuma pista, nada!

Depois de um mês, Nicole foi encontrada morta em um rio. O corpo fora visto por um morador da região; ninguém por perto sabia de nada, não havia digitais do assassino. Como o criminoso seria tão esperto? Certamente usara luvas.

A polícia encontrou um suspeito. Era um homem que morava em frente à casa da garotinha. Samanta contara aos policiais sobre o receio e as suspeitas de sua irmã no dia se seu desaparecimento, enquanto brincavam. Havia um porém: o homem que morava na casa viajara a trabalho já fazia meses, a casa estava praticamente abandonada. Investigando a casa, os policiais encontraram uma pista, marcas de sangue no banheiro. Todos ficaram muito assustados, ninguém imaginava uma coisa daquelas. Foram chamados policiais especialistas para aprofundar as investigações.

Depois de dois dias, descobriram que as marcas de sangue eram do vigia da rua, o senhor Flim, que também já havia desaparecido há muito tempo. Não havia mais nenhuma pista na casa.

Perguntas foram feitas aos moradores, algumas testemunhas diziam que suspeitavam de uma senhora, dona Marisa,que perdera uma filha da idade de Nicole e muito parecida com ela e, desde então, tinha crises depressivas e fora internada diversas vezes. Aquela senhora caminhava toda noite pela rua, parava em frente à casa das garotinhas dizendo palavras estranhas. Todos tinham medo dela.

Os policiais resolveram investigar as informações. Interrogaram durante horas aquela mulher, fizeram várias perguntas. Depois de um exaustivo trabalho, revelou-se tudo. Ela matara o vigia porque ele desconfiava de suas intenções. Todas as vezes que ela ia até a casa '' abandonada'' ele ia atrás dela e ameaçava interná-la porque não era normal ficar o tempo todo vigiando as garotas na casa da frente. Depois cumpriu o que planejara há anos: matou Nicole para deixar bem claro que nunca existiria outra menina tão linda como sua filha falecida.

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UM POR TODOS (Mariana Meneghelli de Barros)

- Nossa, não acredito, fiz a maior besteira da minha vida! Estou arrependido! 30 anos de prisão, comendo comida nojenta, acho que vou surtar! Quer saber como eu vim parar aqui? É fácil, é só ouvir a história até o final. Só para constar, meu nome é Tom e tenho apenas 20 anos.

Tudo começou quando eu morava no Rio, fazia faculdade e estava com a minha “galera''. Meu amigo Jay teve uma ideia:

- Vamos arranjar uma graninha de um jeito fácil? Eu tô sem.Eu disse:- Como? Trabalhando? Me poupe!

SER ADOLESCENTE (Giulie Furtani Romani)

É. Vida de adolescente não é fácil. Muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo: romances, confusões, amizades falsas, provas, baladas, saída com os amigos, lições, estudo, pressão dos pais...

Estou vivendo nessa idade e sei muito bem como é. Nessa fase acontecem as maiores aventuras da vida, pois nos atrevemos mais e desafiamos nossos limites. Começamos a aprender que a vida não é um mar de rosas e temos que nos dedicar para conseguir o que queremos.

Lembro-me de muitas aventuras que já vivi, dos desafios que ultrapassei, de coisas novas e interessantes que descobri e aprendi me dedicando.

Essa é a melhor e a pior fase da vida; muitas vezes desejamos amadurecer mais rápido para que ela passe logo; mas quando ficamos mais velhos descobrimos que perdemos muitas chances, muitos momentos únicos que só passamos quando jovens. Então, por mais dura e difícil que seja, é melhor aproveitá-la e vivê-la o máximo possível, pois é maravilhosa.

DA JANELA DO MEU QUARTO (Luisa Varella Bastos)

Da janela do meu quarto vejo o supermercado abrir, carros passando, o sol nascendo. Vejo crianças indo para a escola, elas vão e vêm com os pais, sozinhos, de perua... Adolescentes matam aula, vão para a estação Conceição, uma pracinha ali por perto.

Da janela do meu quarto vejo aviões, chuva, sol, vejo tudo. Já vi pessoas caindo na rua, deixando o dinheiro cair, brigas, discussões no trânsito.

Quando estou triste, com vontade de chorar, vou para a janela. Sinto que aquele é meu lugar de desabafo; quase sempre começo a rir; mas há vezes que fico muito chateada com o mundo que vejo. Vários senhores querem atravessar na faixa de pedestre e nenhum carro dá passagem para eles. Pessoas brigam por fatos irrelevantes; mas, poxa, acho que não custa nada dar passagem, eles não vão perder nem dois minutos de suas vidas.

Da janela do meu quarto, vejo muitas pessoas conversando escandalosamente e o que mais vejo: pessoas estressadas... Em que mundo estamos?

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- Não, vamos roubar um banco!- Quê? Você ficou maluco, mano?- Não! Eu já fiz isso uma vez, foi muito da hora!Meu outro amigo, Nick, disse:- Boa ideia, vamos conseguir uns cinco mil!- Não, não vamos fazer nada disso! - eu disse.- Tá com medinho, bebê? Quer que eu chame a mamãe? – disse Jay, com ironia.- Vamos assaltar quando, então? – perguntei nervoso.- É assim que eu gosto! Sem medo. Hoje à meia noite! – afirmou Nick.- Combinado – concluiu Jay.Depois de algumas horas, cheguei ao local combinado. Fiquei com o maior frio na barriga,

até pensei em fugir, mas iriam me chamar de medroso, então fui em frente, sem olhar para trás. Achei meus amigos; fizeram um sinal para eu ficar calado.

Fomos até o banco, os rapazes me deram uma arma e entramos. Apontamos para os seguranças. Meus amigos não tiveram dúvida; mataram-no. Só deu para ouvir o barulho dos tiros e o gemido dos caras. Havia sangue para todo lado. Fiquei atordoado, senti-me culpado. Nesse momento, eu disse num tom muito baixo:

- Galera, recolha o dinheiro e vamos vazar! Uma pessoa que estava na rua resolveu ligar para a polícia, avisou onde estávamos e pediu

que viessem com urgência. Agora sim, pensei duas vezes antes de fazer algo: ou nós íamos para a cadeia ou poderíamos matar a pessoa para a nossa situação não piorar. Foi aí que eu escolhi a segunda opção:

- Vou matá-la!Atirei. Essa foi a maior besteira que eu já fizera na vida. Como uma pessoa doce e alegre

como eu, poderia ter executado uma pessoa?Tivemos uma ideia: nós nos esconderíamos atrás de três carros até a polícia sair e ir

embora. Depois que fizemos isso, ouvimos uns passos que cada vez soavam mais alto. Era um policial. Ele olhou para mim, eu olhei para ele. Nesse instante, meus companheiros correram. Que sacanagem, me deixaram sozinho, deram no pé. A última coisa que eu disse foi:

- Que grandes amigos eles são! Fui preso e aprendi a lição; nunca mais vou fazer isso, mas se um dia eu encontrar a

“galera'', vou passar essa história a limpo. Como puderam me abandonar naquela situação?

Essa foi a minha história. Ela nunca vai se repetir, espero. Agora só tenho que sofrer as consequências.

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O DIA EM QUE A TERRA PAROU (Vinícius Aranha)

Milhões de coisas acontecem no longínquo mundo dos sonhos de um ser humano. Mas nada se compara ao dia em que todos os átomos do planeta Terra se queimaram, todas as chamas se tornaram cinzas, todo o oxigênio se consolidou provocando uma grande implosão e todas as cores evaporaram pelo Universo.

Eu observava calmamente, naquele desastre cientificamente estranho, como em sete segundos a implosão silenciou o caos e não havia mais para onde correr.

A decepção de um mundo inteiro sendo jorrado para além dos céus. Era inacreditável. Um choque de cores e elementos químicos evaporara a humanidade.

O som da implosão equivalia ao silêncio da inocência. Não demorou até que os átomos entendessem isso como uma metáfora defensora vinda da natureza.

Das fendas da crosta terrestre saíam raios de luz com o interessante formato de um animal estranho e fantástico em convulsão. Sentia aquele momento como o desconhecido e

aparentemente surreal se chocando com a realidade de nosso mundo.Não era o apocalipse. A complexidade apocalíptica não ocorreria em

apenas treze segundos. Não podia ser o apocalipse...Mas olhando pelos olhos da realidade, esperei quieto até a velha rotina

matinal me acordar e dizer que tudo se tratara de um sonho. Talvez, no final, a arma mais caótica e desconhecida que nós tenhamos seja a mente,

toda uma imagem fantasiosa - ou informativa - de metáforas, nem tão defensoras, analisada no mundo como um todo.

FESTA ÀS ESCURAS (Fernanda Midori Abukawa)

Lembro-me de uma festa da minha prima, numa casa grande, com baladinha, globo de espelhos, até contrataram uma pessoa para fazer pizzas. Parecia o cenário de uma festa perfeita. Ela estava muito ansiosa. Os convidados chegaram e a festa estava bombando. Então (vocês não vão acreditar!) de repente, a luz acabou! E pior, não voltou! Ficou tudo escuro. Houve gritos de pavor (e de alegria). Só sei que, depois, a festa virou uma ba-gun-ça ! Eram velas acesas para todos os lados (e isso não é coisa boa quando se tem moleques de nove anos na festa), adultos desesperados... resumindo: um C-A-O-S.

Acontece que a festa inteira ficou sem luz (tadinha da minha prima!) e, para piorar, as crianças quase incendiaram a mesa do bolo! Sem música, sem diversão, e... sem luz, a festa inteira ficou um terror!

Minha prima me falou que, no dia seguinte, na escola, o assunto fora a festa dela (no mau sentido). Dúvida que pairou no ar: por que acabara a luz? Resposta: não tenho a mínima ideia (lembrete: não estava chovendo e minha prima paga suas contas!) Observação: num outro aniversário da irmã dela apareceu uma ratazana lá, mas vamos desconsiderar isso, não é?

A conclusão é: torça para que em sua festa não acabe a energia elétrica porque se isso acontecer... bye, bye festa.

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VI PRÊMIOJovem Escritor

os9 Anos

HOMENAGEM AJORGE AMADO

A produção de textos do 9º Ano diz respeito a gêneros textuais. Os escritos selecionados estão baseados na recriação de uma cena de “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, no texto informativo sobre a morte do escritor Moacyr Scliar e em dissertações sobre o tema “Redes sociais”. O que se privilegia nesta etapa, é a adequação à estrutura do gênero textual e a boa expressão de linguagem.

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MORRE O ESCRITOR MOACYR SCLIAR (Isabela M. Taketa)

Morre, aos 73 anos de idade, o escritor Moacyr Scliar, de falência múltipla dos órgãos.Moacyr Jaime Scliar nasceu em Porto Alegre, no dia 23 de março de 1937. Era formado em

medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, área em que se especializou e trabalhou por muitos anos, até decidir seguir a carreira de escritor.

Como escritor, Scliar publicou livros de variados gêneros, como romances, crônicas, ensaios, literatura infanto-juvenil e contos. Ganhou vários prêmios literários, entre eles o Jabuti (1998, 1993 e 2009), o da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e o Casa de las Americas, ambos em 1989, além de ser eleito, em 2003, para a Academia Brasileira de Letras.

Scliar morreu de falência múltipla dos órgãos na madrugada do dia 27 de fevereiro, no Hospital das Clínicas de Porto Alegre, no qual deu entrada para retirar formações benignas (pólipos) no intestino, em 11 de janeiro. Tudo correu bem na cirurgia, mas, no período de recuperação, ele teve um acidente vascular cerebral, no dia 17. Seu enterro ocorreu no dia 28, no cemitério do Centro Israelita, em Porto Alegre.

AS REDES SOCIAIS NA VIDA DOS JOVENS (Vinicius Brito Martins)

Hoje em dia, os sites de relacionamento e redes sociais estão mais populares entre as pessoas, principalmente entre os jovens no país. Pesquisas revelam que 80% dos usuários no Brasil frequentam sites como MSN, Twitter, Facebook, Orkut e outras redes sociais chamadas de “comunidade de membros”, que possibilitam conhecer novas pessoas e iniciar diferentes tipos de relacionamento.

As redes sociais podem trazer benefícios para a vida das pessoas, mas também podem causar muitos problemas psicológicos que levam a sérias preocupações. Um desses problemas é a depressão, que ocorre com os adolescentes que passam horas interagindo em frente ao computador, prejudicando sua saúde mental e física. A depressão causada pelo número excessivo de horas na Internet pode ser evitada com a ajuda dos pais, reduzindo o tempo nas redes sociais, o que também evita o cyberbullying e o comportamento agressivo.

Os jovens também podem ser beneficiados com a integração nas redes sociais, podendo afirmar melhor sua identidade e se expressar de outras maneiras, entretanto, devido à pressa e à vontade de escrever abreviadamente, estudos evidenciam o quanto a Internet e as redes sociais prejudicaram a expressão da norma culta.

A união do jovem com a Internet também provocou o engajamento nas questões políticas e civis, incentivando pesquisas sobre determinados interesses diferentes entre grande parte dos usuários.

Após muitas avaliações de especialistas, foi comprovado que a maioria dos jovens utiliza blogs e redes sociais para se comunicar, compartilhar suas ideias e pensamentos e para adquirir novos conhecimentos, fazendo com que seu aprendizado evolua mais a cada dia.

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Amigos e autoridades declararam seu pesares: “Recebi com muito pesar a notícia da morte de Moacyr Scliar, um dos escritores mais respeitados de nosso país. Integrante da Academia Brasileira de Letras desde 2003 e ganhador do prêmio Jabuti por três vezes, Scliar foi um ícone da literatura gaúcha, brasileira e latino-americana” afirmou a Presidente da República Dilma Rousseff. “Foi uma perda muito grande para a literatura brasileira” declarou o poeta Carlos Nejar, amigo do escritor.

Scliar foi importante para a literatura, pois era um escritor completo. Escrevia textos de diversos gêneros e teve livros publicados no exterior, adaptados para rádio, teatro e cinema, além de colaborar com jornais importantes como Zero Hora e Folha de S. Paulo.

DESCOBRINDO O AMOR (André F. de Almeida)

Eu sabia o porquê de ele querer pentear o meu cabelo, mas, mesmo assim, deixei-o sem me importar. Então ele começou e até que levava jeito para isso.

- Muito bonito o seu cabelo – disse Bentinho.- Obrigada - eu respondi.Não fiquei muito confortável depois do que ele havia dito e decidi parar com isso antes

que a situação ficasse mais estranha, afinal não sabia ao certo o que eu sentia por ele, precisava ter certeza antes de tudo, então eu falei:

- Acho melhor você parar.- Por quê? Está doendo?- Não, mas...- Mas o quê?- Só é um pouco estranho, não acha?- Está bem, desculpe-me.Bentinho deixou o pente na mesa e este caiu. Naquele momento nós dois nos abaixamos

para pegá-lo e entreolhamo-nos por um longo minuto silencioso. Senti algo que nunca havia sentido, tinha certeza do que era, então falei a ele.

- Jura? - Bentinho perguntou.- É a verdade, eu realmente tenho esse sentimento.Foi assim que nós dois nos tornamos mais íntimos e seguimos a vida juntos.

A REVELAÇÃO (Thaís Costenaro dos Santos)

E assim foi, Bentinho começou a pentear meu cabelo com uma suavidade que não lhe era comum. Eu já sabia há tempos que Bentinho estava

apaixonado por mim e ele nem desconfiava. Foi aí que cometeu um deslize, ficou tão vidrado em meu cabelo que embaraçou-o e machucou-me. Ao tentar se desculpar, atrapalhou-se ainda mais e tropeçou em um

banquinho que estava atrás dele. Perguntei então:- Está bem, Bentinho?- Sim, eh... Estou bem sim.

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Senti um pouco de embaraço em sua voz, ele estava um pouco envergonhado pela queda. Mas logo já estava parado, como que em transe, vidrado novamente, mas desta vez em meu olhar.

- Não vai se levantar? - Perguntei- Sim, sim, claro!Levantou-se e dirigiu-se para a porta quando disse-me:- Desculpe-me por ter-lhe machucado. Não acontecerá novamente. Prometo.- Está tudo bem, sei por que fez isso.- Sa–sabe? - Disse em tom apreensivo.- Sim, sei que gosta de mim, não precisa esconder mais.Bentinho ficou envergonhado no início, pois sabia que era verdade, mas logo se

conformou com a revelação. Correu e parou na minha frente, fitando meus olhos profundamente. Roubou-me um beijo e saiu muito contente.

O MUNDO VIRTUAL (Leo Dantas)

Hoje em dia, de acordo com texto do site Metodista, 80% dos brasileiros (maioria jovens) estão participando de redes sociais na internet, como MSN, Facebook, Twitter ou Orkut. Esses sites ficaram mais populares graças à possibilidade de comunicação que cada usuário possui.

A liberdade é, também, uma característica que atrai a população. Na internet, as pessoas conseguem criar perfis como quiserem (sendo verdadeiros ou não) além de conseguirem realizar ações, como voar, que no mundo real são improváveis ou impossíveis de acontecer.

A linguagem é outro fato que atraiu usuários, que se tornou um meio de liberdade, uma vez que os jovens podem escrever livremente em conversas informais, com abreviações, sem pontuação necessária, ou acordo ortográfico. Assim o cybernetês surgiu.

Mas será certo existir tanta liberdade? Afinal, pela internet também podemos nos tornar vítimas de crimes, o que ocorre, por exemplo, em transferências bancárias pela internet em sites clandestinos. Os jovens também podem estar conectados a assuntos impróprios, como violência ou drogas.

Será certo deixar os jovens muito tempo nas redes? Problemas de saúde podem ser desencadeados pelo uso excessivo da internet, como problemas de visão, de postura e até problemas psicológicos referentes à necessidade compulsiva do uso do computador, como a depressão.

Um dos lados favoráveis do uso da internet é o desenvolvimento da escrita dos jovens, em determinados casos. Entretanto, a violência, o cyberbullying e a depressão também podem ser resultados do uso excessivo da internet. Um exemplo disso foi a chacina que ocorreu em uma escola no bairro do Realengo, no Rio de Janeiro, onde um assassino - que já sofria transtornos psicológicos devido ao bullying em sua infância e adquiriu todo seu conhecimento de armas na internet - matou diversos adolescentes.

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SEM PALAVRAS (Lara Provase de Menezes)

E tudo que podia sentir eram as mãos de Bentinho em seus cabelos. Eram gentis, ao mesmo tempo que um pouco desajeitadas. Confesso que esperei muito tempo por isso, estava realmente gostando, mas pedi que parasse, pois o padre não demoraria a chegar.

E foi bem assim, no momento em que nos afastamos, o padre entrou pela porta. A conversa foi longa. José Dias fez de tudo para salvar Bentinho, mas de nada adiantou. Ele já estava condenado. O padre saiu pela porta, e José Dias o fez em sequência.

Assim que se foram, ficamos, eu e Bentinho, novamente sozinhos na sala. Uma lágrima, por descuido, transbordou de meus olhos, chamando a atenção dele para mim. Seus olhos fitavam-me ansiosos, perdidos, aflitos, azuis. Passei tanto tempo ensaiando, escrevendo, sonhando com tudo aquilo que diria um dia a

ele, porém, não contava com aqueles olhos. Na hora, foi mais forte que eu. Quando vi, já o tinha beijado. De certa forma, ele já sabia que seu amor era correspondido, e sabia também que eu o evitava por medo de deixar

escapar que o amava e por medo de fazê-lo sofrer, quando fosse condenado.

NÃO RESISTI (Mariana Devincentis)

Era tarde de verão, o dia estava magnífico. Estava no meu quarto penteando os cabelos quando Bentinho chegou. Ele parecia estar ansioso, o que o deixava mais elegante que de costume. Quando entrou no meu quarto, parei de me pentear, e ele logo começou a falar:

- José Dias irá falar hoje ou amanhã com o padre Cabral e explicará toda a situação.- Você tem certeza de que não quer ser padre? -- Perguntei.- Tenho sim, Capitu! Agora, por favor, deixe-me ver seus olhos. - Disse Bentinho,

aproximando-se de mim.Ficou olhando para eles por um tempo infinito e breve. Ora seu olhar era desconfiado, ora

um tanto apaixonado e, passando a mão pelos meus cabelos, pôs-se a falar:- Permite que eu os penteie?- Você? Pentear meus cabelos? Vai embaraçá-los!- Se eu embaraçar você desembaraça depois.- Vamos ver. - Disse desconfiada.Separou o meu cabelo em duas partes iguais, para fazer duas tranças. Ele começava a fazê-

las, perdia-se no meio do caminho e recomeçava tudo novamente. Parecia estar gostando, pelo menos era o que parecia pelo reflexo do espelho.

,Já que estava sentada em uma cadeira, de costas para ele, de repente resolvi abaixar a cabeça. Olhamo-nos novamente por alguns segundos. Não resisti, beijei-o. Durante este lindo, pequeno e mágico momento, parecia que todos os meus problemas tinham sido solucionados, parecia que agora tudo fazia sentido.

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Estávamos atordoados com toda a situação. Olhamo-nos novamente, céu sem luar e mar azul, o infinito no horizonte; não havia literatura que descrevesse aquele olhar. Palavras não bastariam. Momentos não seriam tempo bastante.

Dentro de dias ou semanas, talvez, Bentinho seria levado. Seria...Não seria. Planejamos tudo. Nós iríamos fugir para bem longe, para ficarmos juntos.

Enquanto esse dia não chegasse, ficaríamos em silêncio. Ninguém poderia saber.Sentados na sala, estávamos Bentinho e eu olhando para o relógio. Pedi que penteasse

meus cabelos.

INTERNET: FERRAMENTA DO BEM OU DO MAL? (Thabata Lima Araujo Reis)

Nos dias de hoje, a internet faz, cada vez mais, diferença nas sociedades, principalmente na dos jovens. Mas será que a internet e, em especial, as redes sociais enriquecem a vida ou será que elas são prejudiciais à saúde mental e física?

O professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo, Sergio Genciauskas, explica a razão para o sucesso das redes sociais. "O ser humano em geral vive uma crise, não sabendo o papel dele na sociedade. Por isso, ele usa esses sites para confirmar e abrir horizontes", afirma.

A grande maioria das redes sociais permite que as pessoas restabeleçam antigas amizades, comecem um relacionamento e conheçam novas pessoas. Além disso, estudos mostram que nunca se escreveu tanto no Brasil como atualmente. Os jovens passaram a se expressar para afirmar sua identidade, não escrevendo apenas o que é pedido em sala de aula. Assim, a língua se transformou, mas de forma natural. O fato é explicado pelo professor titular de português da Universidade Federal do Paraná, Carlos Alberto Faraco. "Os falantes ajustam as necessidades de seu uso. Na internet, não tem e nem poderia ter as mesmas características de outras linguagens. É preciso abreviar para dizer muito mais em pouco tempo", afirma.

Porém, essas redes sociais também podem causar um novo fenômeno batizado de "Depressão Facebook". Segundo pesquisadores, adolescentes com tendências ao isolamento, à ansiedade ou à depressão estão mais sujeitos a adquiri-la. O fenômeno ocorre quando os usuários dos sites tentam se comunicar e interagir através deles, mas não são correspondidos, levando-os à depressão. Apesar do nome, isso não ocorre apenas com usuários do Facebook. Acontece com qualquer rede social on-line, como no Twitter, Orkut, Youtube, blogs e jogos online.

Um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa de Ciências Humanas da Universidade da Califórnia mostra que com o uso das mídias sociais, os jovens estão se interessando mais por política, o que traz mais um ponto positivo para a relação dos jovens com a internet e as redes sociais.

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OS EFEITOS CAUSADOS PELAS REDES SOCIAIS (Gabriel Kodo)

Nos últimos anos, as redes sociais vêm se tornando parte da vida de milhões de pessoas, atraindo principalmente os jovens. Em nosso país, 80% dos usuários possuem contas nesses sites.

Um dos principais fatores que contribui para o crescimento das redes, segundo o professor Sérgio Dassie, é o fato de que nelas o usuário pode se apresentar ao público da forma que desejar, muitas vezes fugindo do real, e conseguir notoriedade desse modo. Outro fato que também contribui é a possibilidade do anonimato, trazendo liberdade para a pessoa expressar suas opiniões.

Como todas as invenções do ser humano, as redes sociais também podem gerar efeitos negativos, pois, muitos jovens isolam-se da sociedade para entrar no mundo virtual e, quando não estão conectados à internet, podem até entrar em depressão.

A liberdade que os usuários encontram também pode ser prejudicial se não for bem utilizada, pois algumas pessoas se aproveitam disso para praticar o cyberbullying e incentivar a violência. Atualmente, é comum que torcidas de futebol programem confrontos por meio dessas redes.

Ao contrário do que muitos dizem a linguagem utilizada na internet não constitui um problema para a variedade padrão do idioma, pois, nos antigos telégrafos já eram utilizadas abreviações para que as mensagens ficassem mais curtas e baratas de se enviar.

As redes sociais trazem também efeitos positivos para a sociedade. Além de aproximar parentes e amigos distantes e tornarem a transmissão de informações mais rápida e prática, esses sites também estimulam as pessoas a se engajarem em movimentos políticos. Um exemplo disso foram as revoltas nos países islâmicos, organizadas pela internet. Nas eleições de 2010, muitos políticos criaram perfis nessas redes. Os mais beneficiados foram os candidatos com menos tempo no horário eleitoral, pois, nesses meios de comunicação, eles tiveram a oportunidade de expor suas ideias e propostas aos eleitores.

O mais importante é que os pais monitorem as atividades de seus filhos na internet e que todos saibam como usá-la de forma construtiva, para que as redes sociais tornem-se um ambiente seguro e benéfico para todos.

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HOMENAGEM AJORGE AMADO

os1 AnosO ingresso no Ensino Médio suscita o estudo de variações e funções

da linguagem e de progressão textual. Por isso, há textos que exploram a expressividade e o desenvolvimento da mensagem em diversos contextos de comunicação.

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O ROCK PURO SENDO ADMIRADO PELA JUVENTUDE(Christian Pujol Fogaça Anderaos)

Serguei estava andando em uma praça escura, às 22h, quando começou a ouvir um som que não agradava aos seus ouvidos e, seguindo o ruído, decidiu entrar no local, um baile funk.

- Opa, e “aê”, “brow”, quais são as novas? - perguntou Serguei para o DJ Christi Chris.- Oh, parceiro, aqui, de novas, não tem nada. Agora, se você quer saber das novinhas, as

minas, você pergunta pro MC Marquinhos que ele vai te dizer, porque minhas batidas vão começar a tocar agora!

- “Pera”... “pera”... rapaz maneiro, era exatamente sobre isso que eu queria falar, “brow”.- Você já ouviu rock n' roll puro, “mané”? - perguntou Serguei.- Não, mano, mas já ouvi funk, serve? - perguntou Christi.- Não, cara, funk não chega aos pés do rock n' roll puro. Me dá esse

microfone, “brow”!- pediu Serguei, tomando o microfone das mãos de Christi Chris.

- “Aê”, galera, vamos emitir esse som e aí depois vocês falam se gostaram.

Serguei começou a cantar e, no final...- Então, o que me dizem? E você, DJ?- Muito louco, moleque, zica mesmo. - disse o DJ junto com o

povo, que foi ao delírio.No final todos ficaram curtindo o rock n' roll a noite toda.

TRANSIÇÃO MUSICAL (Camila Morita)

Serguei entrou no baile funk às 3h da manhã, esperou até as 4h30 min, o final da festa e, então, aproximou-se do DJ Mc Bolinha, seu amigo de infância.

- E aê, Bolinha? Como andam as coisas?- Fala aê, Mr. S.! Tudo suave!- Que tipo de música você “tava” tocando aê?- Isso é funk, “veio”! Todo mundo curte!- “Tendi”... Mas aqui você só toca isso? Nenhum rock n' roll?- Não só aqui como em todos os outros lugares. E rock... Sabe o que que é? Os manos aqui

só ouvem funk, não sei se eles curtem esse seu negócio de rock.- Então, é por isso que servem as inovações. Você não acha que “tá” na hora de inovar para

essa garotada? Mostrar para eles uma nova vibe?- Mas nem rola tocar isso nos discos. Como vou “mixar”?- Bem... Eu “tô” ligado que você toca guitarra, por causa das aulas que você fez quando

menor. Então, maluco, entra na minha banda! Faz um teste, só pra você ver como é que é!- “Tá” bom, “tá” bom! Agora, na real, sempre curti o som que você faz. “Vamo vê” o que é

que dá.- É assim que se fala! “Vamo” lá, maluco!

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SEM CONSTRAGIMENTO, MICROFONE ESPONJÃO (Catarine Beatriz Lima)

Para você que gosta de cantar enquanto toma banho e sempre quando está na melhor parte da música rola aquele constrangimento porque sua mãe te viu com o frasco de xampu na boca, acalme-se! Seus problemas acabaram: use a melhor e mais nova solução, o Microfone Esponjão! Você usa no corpo e não paga mais aquele mico perto de sua mãe.

VOCÊ FAZENDO UM PAÍS MELHOR (Catarine Beatriz Lima)

Se a educação do nosso país não melhorar, qual será nosso futuro? Não se trata apenas da educação escolar, mas da que vem de pai e mãe; aquela que se aprende no convívio familiar.

Os adolescentes não querem saber de disciplina, preocupam-se com roupas caras e carros novos. A cada dia, a desigualdade social no país

aumenta, e a educação precária é também causa de exclusão. Para você que é jovem, como imaginar seus filhos daqui a 30 anos? Por isso,

em casa ou na escola, educação é fundamental.

HOMEM PARA TRÂNSITO (Taís Novaki Ribeiro)

Na manhã de ontem, um homem parou o trânsito de uma das principais avenidas do Rio de Janeiro. José Manuel, como quer ser chamado, abriu um buraco na Avenida Atlântica e ficou em posições inusitadas, atraindo pessoas que por ali circulavam. Ele protestava contra os vários atropelamentos de pedestres na região e reivindicava melhor sinalização e fiscalização no trânsito.

IDEIA DA VEZ: ESPONJA-MICROFONE (Taís Novaki Ribeiro)

Para você que tem seu show marcado na hora do banho, temos uma grata surpresa: chegou a mais nova Esponja-microfone. Adquira agora este produto. Assim, sua performance vocal será mais valorizada; até seus pais vão querer experimentar! Com textura suave e flexível, a Esponja-Microfone é perfeita para peles sensíveis e não provoca irritações! O que você está esperando? Ligue agora mesmo para o número 0800-785636 e receba, além da esponja, um kit de iluminação com bola de espelho e luzes coloridas para pendurar no teto de seu banheiro. O seu show será o maior sucesso!

EDUCAÇÃO VISANDO AO FUTURO (Taís Novaki Ribeiro)

Boa noite. Muito obrigada pela presença de todos. Venho aqui para discutir um assunto da maior importância para o país: a educação. Ela é a base do desenvolvimento de uma criança, a base para sua conscientização de como ser atuante no mundo. É imprescindível uma boa educação em todas as escolas e lares, porque as crianças de hoje serão o amanhã. Sem educação, não há conhecimento, sem o qual não há mudanças para o futuro.

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PROTESTO POR RUAS MELHORES (Nicolas Cabral de Andrade)

Na última terça-feira, um jovem de 28 anos realizou um protesto, ficando de ponta-cabeça em um buraco na rua Bolimões, pois, como já havia sido publicado neste site, essa via está praticamente intransitável, repleta de buracos.

Depois de alguns minutos, com a chegada da imprensa, o jovem saiu do buraco e concedeu uma entrevista, na qual afirmou que alguma medida deveria ser tomada para melhorar a situação das ruas da cidade, principalmente a da rua Bolimões.

NOVO PRODUTO MULTIUSO (Nicolas Cabral de Andrade)

Você que está ligado nas músicas da parada e adora cantar enquanto toma banho não pode deixar de comprar a nova esponja de banho em formato de microfone. Com essa nova invenção, você pode tomar seu banho enquanto canta e ainda pode ficar limpinho. Por isso não se esqueça: vá ao supermercado mais próximo de sua casa e adquira já a sua esponja. Você não vai se arrepender. Sua satisfação ou seu dinheiro de volta.

UM DISCURSO EMOCIONADO (Nicolas Cabral de Andrade)

Meu povo, eu volto a repetir. Temos que melhorar a educação deste país, por isso eu estou disposto a começar pelas escolas... Vocês me entendem? Não? A escola é a base, depois vamos instruir melhor os professores e aumentar seus salários. Quem está comigo? Vamos construir um Brasil melhor. Assim, eu proponho a vocês uma mudança para melhor, por isso vamos todos colaborar... Para frente, Brasil!

GAROTO MORRE APÓS SOFRER BULLYING (Catarine Beatriz Lima)

João Pedro Mendonça (17) foi encontrado morto na noite da última terça-feira. O jovem foi assassinado por colegas de classe, os quais enterraram-no de ponta-cabeça na orla de Santos (SP). Lucas, amigo de João, presenciou sua morte. “Não fiz nada, pois me ameaçaram de morte. Fiquei com muito medo de falar alguma coisa e acontecer o mesmo comigo” - disse Lucas, aos prantos.

A polícia tenta entender a motivação do crime e procura os assassinos. “Eu sabia que meu filho sofria bullying no colégio, mas nunca pensei que chegaria a esse ponto” - disse a mãe do jovem, inconformada.

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é o escritor brasileiro mais lido, prestigiado e conhecido no mundo. Sua carreira literária deu-lhe prêmios e honras no país e no exterior.

Cronista que soube esboçar largos painéis coloridos e facilmente comunicáveis que lhe deram grande êxito junto ao público e até hoje segue angariando leitores. O mundo pitoresco e colorido que criou dá a esses leitores uma visão dos trópicos, da Bahia, do Brasil.

Nasceu em Pirangi, Bahia. Trabalhou na imprensa e estudou direito. Alcançou notoriedade, entretanto, com seus romances.

Politicamente comprometido com ideias socialistas, foi autor de obras de cunho regionalista e de denúncia social, apresentando a miséria, a opressão do trabalhador rural e

urbano, a infância abandonada e delinquente.

orge madoJ A

CARLOS GRAIEB, Veja 15/8/01

“O que importa em Jorge Amado é a vitalidade. Ele agarrou pelos chifres o touro da realidade brasileira. Seus personagens escaparam dos livros e

conquistaram para sempre um lugar no imaginário do leitor. Não era um estilista no sentido de escrever bonito, e confessou que deixava o

trabalho de linguagem em segundo plano, preocupando-se mais com os enredos e personagens.”

orge madoJ AUm pouco do tão AMADO JORGE!

SUPERAÇÃO IMPOSSÍVEL (Lucas Komon Yi)

Renata era uma mulher trabalhadora, empresária. Tinha dinheiro, amigos, casa, objetos valiosos e investimentos. Em geral, tinha tudo o que o dinheiro pode comprar, até amigos interesseiros, e uns poucos verdadeiros. Só lhe faltava o amor e isso era difícil de se obter.

Um dia, ao sair da empresa em que trabalhava, como de costume, tomaria o metrô, pois, com o trânsito de São Paulo, era inconveniente usar carro. Em direção à estação, acidentalmente esbarrou com um homem. Ao vê-lo, apaixonou-se perdidamente. Ele certamente seria o amor de sua vida. Os dois se desculparam e desviaram seus caminhos rotineiros para tomarem um café e se conhecerem melhor, foi de relance que os dois se apaixonaram. Seus lábios se tocaram, tornando tudo que havia ao redor algo sem importância.

Meses se passaram, e o noivado estava próximo, quando, no aniversário de namoro, o moço vinha com flores ao encontro com Renata no mesmo local em que se conheceram. Por segundos de distração, não olhou para os lados. Ao atravessar a rua, um caminhão o atropelou violentamente, deixando-o estatelado no chão, sangrando até a morte. Renata, ao sair do expediente, observou a aglomeração que cercava o local, foi então ver o que tinha acontecido. Fatalmente era seu namorado morto. Arrasada, começou a chorar desesperadamente.

Um mês se passou e sua melhor amiga lhe dizia que tinha de superar tal perda. Muito depressiva, manteve-se em casa todo o tempo chorando em sua cama, quase sem comer. Percebeu então que o melhor que tinha a fazer era superar, mas isso foi impossível. Com um tiro, Renata cometeu suicídio. Abandonou sua vida, levando aos prantos quem a conhecia.

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HOMENAGEM AJORGE AMADO

os2 AnosNesta etapa do ensino, os alunos aprendem a desenvolver textos

que explorem a estrutura dos gêneros jornalísticos. Há textos na forma de editorial e artigo assinado (textos de opinião) e até uma carta que compõe o painel do leitor.

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O DEVER DA MÍDIA AO INFORMAR (Ricardo Garcia)

Os meios de comunicação são a principal via formadora de opinião pública atualmente e têm um papel decisivo sobre a visão que os indivíduos terão sobre questões políticas, econômicas, filosóficas e cotidianas. Por isso, a mídia deve manter, ao informar, a máxima imparcialidade possível.

Dificilmente as pessoas possuem vontade ou tempo para se informar sobre os mesmos assuntos ou acontecimentos por meio de fontes diferentes. Como a linguagem formal e referencial expressam uma noção de veracidade, muitos acreditam nas informações e ideias transmitidas, não percebendo a possível manipulação que pode haver nelas.

Vários episódios de distorção da informação já ocorreram, muitas vezes, transformando um fato comum em um espetáculo para obter mais audiência, vender mais jornais ou revistas, veiculando informações tendenciosas, ou utilizando habilmente a linguagem para manipular ou tratar denúncias como se fossem condenação, sem antes julgar os indivíduos, não respeitando os ditames da justiça.

Apesar da liberdade de expressão, a mídia deve demonstrar alguns valores. O seu papel é informar, tendo em vista a transparência e a melhoria do país, que não serão alcançadas com mentiras e manipulações.

ABSURDO JORNALÍSTICO (Nádia A. Mahmoud)

Mulher de 22 anos, abaixo do limite inferior sugerido, porém de forma alguma descartada de sua escolha, ficou plenamente indignada com o seu anúncio no jornal da cidade. Provavelmente, eu não tenha sido a única a ficar insatisfeita com as suas exigências, portanto, representarei todas.

Primeiramente, digo que um anúncio de baixo nível como o seu e de finalidade tão absurda quanto às suas exigências não deveria de maneira alguma ser publicado em um meio de comunicação tão importante. A propósito, não é possível compreender como o editor-chefe permitiu que uma piada (que é o que esperamos que seja) fosse publicada em uma edição de um jornal que se preze.

Tal anúncio é uma falta de respeito com todas as mulheres. Tendo ela um carro que ande ou não, tendo ou não dentes na boca, mesmo na hora de dormir, e até falando "português correto", ou deixando sua linguagem variar de acordo com uma característica socioeconômica ou geográfica. A variação linguística, meu caro, não é uma pérola gramatical.

Caso você ache que para ser feliz em um relacionamento apenas beleza seja necessária, cuidado, você está enganado!

Quem escreve é uma estudante de medicina, que, por sinal, não enviará fotos de nenhum ângulo, possui 1,75m de altura, morena, olhos castanhos que olham para a mesma direção, com um corpinho perfeito.

Grata, leitora indignada.

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LIBERDADE OU LIVRE ARBÍTRIO (Beatriz Moura da Matta)

Desde as últimas décadas, tem-se promovido e exaltado a democracia somada às liberdades individuais. O mundo, agora como um texto bem estruturado, une uma infinidade de relações – sociais, econômicas, religiosas e pessoais – que são interdependentes. Trata-se, portanto, de uma situação solidária e não solitária ou isolada. Nesse contexto, encontra-se a mídia, responsável por globalizar, massificar a informação por meio de maneiras progressivamente velozes. Entretanto, em meio a essa engrenagem, surgem algumas dúvidas: será que somos tão livres quanto julgamos? A mídia, por sua vez, é tão somente um instrumento de informação e um espaço para se exercer a democracia?

O homem, evidentemente, é livre para escolher. Os filósofos existencialistas diriam, inclusive, que o ser humano nada mais é do que o fruto de suas escolhas. Contudo, certamente esqueceram-se de duas palavras essenciais: coerção social. Isso significa que o homem está inserido em uma sociedade repleta de valores e padrões comportamentais a serem seguidos. Hoje em dia, tais mecanismos de controle convergem a uma direção: a mídia. Inconscientemente, deparamo-nos com uma infinidade de informações, notícias e visões que manipulam e moldam a opinião pública.

Dessa forma, criou-se propositalmente uma população de idiotas. O termo “idiotes”, do grego, significa “aquele que não participa da política”, ou seja, aquele que renega a vida pública e, por conseguinte, o senso crítico.

A FORMAÇÃO DAS IDEIAS PRONTAS (Camila Chavez)

No mundo globalizado, em que o fluxo de informações é grande e dinâmico, a liberdade de expressão se aplica a todos, pelo menos na teoria. Obviamente, todos aqueles que tenham opinião formada sobre um determinado assunto podem expor suas ideias utilizando-se de instrumento como as redes sociais, por exemplo, nas quais não há espaço para censura.

É preciso analisar, no entanto, até que ponto o grande público, que absorve essas opiniões, é capaz de respeitar um ponto de vista ou ainda formar um diferente daquele com o qual teve contato. Existe uma força e uma influência gigantescas, uma fábrica de ideias tão repetidas que já fazem parte da consciência coletiva. Essa fábrica é a mídia. Não é vilã, mas apenas formadora de opiniões criadas por ela mesma. Ela é criadora de conceitos que solidificam padrões que dificilmente serão alterados. Daí surgem as opiniões massificadas,

não necessariamente equivocadas, que não são do público, pois já vieram prontas.

Por sorte, está menos complicado expressar ideias ainda que elas sejam passíveis de críticas. Entretanto, nenhuma ideia deve ser rejeitada e sim

avaliada. A própria mídia vem se tornando mais democrática e menos unilateral, adaptando-se aos novos tempos. Melhor seria se a atual

influência sobre a massa deixasse de formar alienados para construir um público pensante, por meio da transparência e da seriedade.

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DITADURA DA TELEVISÃO (Bárbara Morena)

No momento em que a criança chora, colocam-na em frente à TV e a introduzem em um meio artificial de vida, de imposições de valores e de estereótipos. Essa influência da mídia já se constata desde a formação do indivíduo e prossegue até a sua vida adulta, etapa em que senso é muitas vezes incapaz de adotar uma visão crítica, devido à influência já exercida pelos meios de comunicação de massa.

Esse fato explica também o comportamento do público consumidor atual, os jovens, que mantêm no topo da indústria fonográfica, astros como Justin Bieber.

A regra é clara: o sistema é nervoso e acalma o espectador com a programação do dia. É o grande irmão, Brasil! Afinal, após um árduo dia de trabalho, o indivíduo frustrado por não poder usufruir de um padrão de vida como gostaria, assiste à TV, que o influencia no hábito de consumo, resultando na insatisfação. A mídia serve ao ideal do “american way of life”, disseminado pelo imperialismo capitalista.

Qualquer palavra satisfaz. Apenas trinta segundos são suficientes para, em uma campanha eleitoral, um palhaço contar sua piada e alimentar o espetáculo que atinge todos os segmentos sociais.

A INFLUÊNCIA DA MÍDIA (Guilherme Augusto de Campos)

Nos últimos anos, o papel da mídia tem-se consolidado em termos de importância para a sociedade, a qual amplia sua liberdade de expressão a cada dia. Entretanto, quando se avaliam os bastidores da mídia, constata-se a existência de opiniões e ideias que influenciam tendenciosamente várias pessoas, e isso acarreta aspectos negativos para a sociedade.

Tendo em vista o amplo poder da mídia, consequências ruins são provocadas. A educação e o conhecimento que o indivíduo possui tornam-se, portanto, essenciais para seu desenvolvimento como cidadão e sua atuação no mundo contemporâneo. Quando esse conhecimento falta, o potencial de o indivíduo desenvolver senso crítico diminui, o que permite que ele seja influenciado pelos meios de comunicação, defendendo o que lê e ouve sem avaliar profundamente, sem ter opinião própria. A mídia aproveita-se desse fato e veicula seu ponto de vista, conseguindo a adesão de boa parte do público.

Indivíduos de maior conhecimento e com capacidade de análise e de crítica são mais difíceis de serem controlados pela mídia. Eles conseguem, em meio ao que é apresentado, desenvolver sua própria opinião, não descaracterizando seus ideais. Essas pessoas geralmente são bem-sucedidas no mundo atual.

A educação do indivíduo é, portanto, essencial para seu desenvolvimento. Assim, a informação veiculada pela mídia seria mais inofensiva e não controlaria a opinião pública como ocorre hoje em dia.

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O QUE INFLUENCIA A MÍDIA? (Ingrid M. Jacques)

Este artigo assinado poderia ser totalmente influenciável ao leitor, mas e se eu o convencer do contrário? Se eu afirmar que determinado político foi assassinado porque tinha muitos bens e omitisse as mentiras e a corrupção? A mais poderosa formadora de opiniões está livre: a mídia. Essa terrível fera nunca foi tímida, porém se eu lhe afirmar que ela deveria ser? Não quero dizer que não temos opinião, ou que ela seja superficial. Entretanto, a força da mídia é bem maior.

Digamos que, ao passar em frente a uma banca de jornais, o indivíduo leia a seguinte manchete de jornal: “Angelina Jolie mata um de seus filhos adotados”. Qual seria sua reação? Certamente, a pessoa acreditaria e se encarregaria de divulgá-la aos seus conhecidos. No dia seguinte, após a notícia circular por todo o país, o jornal se justificaria afirmando que todos merecem um pouco de “mentirinha” no 1º de abril.

O indivíduo, achando graça, pensa que foi muito tolo em crer em tal notícia. Sim, ele acreditou. Essa “mentirinha” é apenas um exemplo trivial se comparado a outras inverdades que a mídia pode criar. Se a brincadeira do jornal não convence o leitor, ele deverá responder a uma outra questão: a posição dos planetas realmente o influencia a encontrar um amor na lua cheia e, por isso, deve vestir-se de azul?

Não quero colocar-me contra a liberdade de imprensa, mas a favor da opinião independente, em vez daquela construída pelos meios de comunicação.

O CERTO E O ERRADO ATRAVÉS DA MÍDIA (Guilherme Graziano)

A mídia possui, atualmente, um alto poder manipulador sobre os indivíduos. Seu papel é transmitir a informação, entretanto, muitas vezes, há manipulação de informações: agências veiculam histórias pela metade ou modificam fatos, distorcendo-os tendenciosamente, privando o público da verdade dos acontecimentos.

A imprensa também possui a capacidade de manipular o modo de pensar dos indivíduos. Com o passar dos anos, tornou-se muito influente no modo de vida das sociedades, de forma a conquistar a confiança do público. Assim, jornais e revistas podem expor opiniões sobre determinado assunto e o público aceitar essa visão como verdadeira.

Outra forma de manipulação é o sensacionalismo.Os meios de comunicação transformam determinado fato em espetáculo mais trágico do

que realmente é, a fim de atrair audiência e provocar comoção popular.A mídia é uma grande fonte e informação. Não podemos ser manipulados

por ela.As pessoas precisam desenvolver independência no seu senso crítico.

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FUTURO PROMISSOR (Pâmela Chan)

A juventude atual prefere acomodar-se às situações sociopolíticas a procurar interpretar de modo crítico e posicionar-se de maneira pertinente. Isso evidencia o porquê de o país não progredir.

Durante toda a História, jovens lutaram pelos seus direitos, pelo fim da repressão e da opressão e pela liberdade. Hoje, com esse direito conquistado, que não é absoluto, a juventude deixou de se preocupar com suas garantias e deveres; os meios midiáticos influenciam tendenciosamente os jovens.

Eles são o futuro do nosso país; por que privá-los da informação concreta, excluindo-os da política, dando a eles como base uma imprensa ruim e partidária?

Devemos estimular os jovens a terem senso crítico, cabeças criativas e pensantes, a fim de tornar sua atuação brilhante, em um futuro próximo, naquilo que fará toda a diferença na nossa política.

Os jovens são a base de um futuro promissor; julgá-los apolíticos e apartidários não é a solução. Esta está no sistema de ensino. A educação da juventude é a área na qual temos de intervir, investindo e financiando a base de nosso país.

OS LIMITES DA MÍDIA (Veronika Rosse)

A liberdade de expressão, por ser um direito de todos os indivíduos, é um fato a ser analisado com cautela quando se trata da responsabilidade da mídia. Ela é o conjunto dos meios de comunicação os quais possibilitam as pessoas divulgarem, por meio de textos, imagens, diálogos, opiniões e argumentos sobre uma tese ou um assunto com que estão ou não de acordo. Assim, a liberdade de expressão desencadeia polêmicas, uma vez que o seu abuso pode ferir etnias, religião e cultura.

O mundo precisa de informação e, para que isso aconteça, o conteúdo que chega até o público precisa ser cautelosamente elaborado para que não interfira por completo em sua vida, nos direitos dos cidadãos, na lei.

A mídia pode interferir na maneira como o público interpreta os acontecimentos do mundo, de acordo como são veiculadas as notícias. Ela, às vezes, ultrapassa seus limites, agindo de forma equivocada, não alcançado seus reais objetivos: o da informação neutra, sem ideologias.

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A MÍDIA E SEU PODER (Marina Lima Stricagnolo)

O papel da mídia, hoje, não é somente transmitir informações. Sua importância é tão grande, que chega a atuar também na construção do caráter e da personalidade dos indivíduos.

Ela influencia a todos, tanto na educação quanto na formação dos valores, e está presente em diversos canais de informação como rádio, televisão, jornal, revista e internet. Atualmente, é muito difícil ficar desinformado, uma vez que os meios de comunicação alcançam praticamente todas as classes sociais.

Justamente por ser um assunto muito abrangente em termos de alcance de público, a mídia é interpretada como sendo poder, matéria-prima para o capital, transformando os meios de comunicação em indústria, quando sua destinação deveria ser o compromisso com a informação, com o intuito de colaborar com a expansão do conhecimento do público e não simplesmente alienar os indivíduos.

Entretanto esse papel está distorcido em razão do dinheiro. Notícias do cotidiano ganham dimensão de espetáculo, por explorar exaustivamente os fatos, quase sempre distorcidos.

A FUNÇÃO DA MÍDIA PARA O PÚBLICO (Giovanna Viana Fontenelle de Araújo)

A mídia tem como principal função informar os indivíduos e, assim, ajudá-los a formar opinião sobre os assuntos do cotidiano. Entretanto, o poder da comunicação é utilizado, com muita freqüência, para distorcer a realidade em favor de um ponto de vista manipulador.

Há, na imprensa, várias informações que induzem o leitor a uma interpretação equivocada dos fatos para proveito de grupos midiáticos e de poder. Um exemplo disso são as disputas entre os meios que são de esquerda na política e os que defendem os partidos e políticos de direita, sem levar em conta o que realmente importa: quem está sendo corrupto. A mídia influencia, assim, a eleição de candidatos, muitas vezes, de reputação suspeita como forma de troca de favores.

Os meios de comunicação de maior alcance do público se esquecem frequentemente de sua função, a de informar. Hoje, esses meios agem veiculando conteúdo superficial e tendencioso. Não há, por exemplo, reportagens sérias em que a realidade seja representada de maneira imparcial, desvinculada do jogo de interesses econômicos.

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HOMENAGEM AJORGE AMADO

os3 AnosOs alunos do último ano do Ensino Médio estão concentrados nos

estudos direcionados ao vestibular, por isso, os textos são todos dissertativos, desenvolvidos de acordo com as atualidades e com as referências de mundo construídas, como forma de exercitar o senso crítico dos estudantes desta série.

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A MASSIFICAÇÃO DO CONSUMO (Elon Herrera)

Em qualquer hemisfério, seja Norte ou Sul, a difusão de culturas está presente. A variedade de crenças e costumes é patente nos dois polos. Entretanto, no século XX, as mídias adquiriram um poder inigualável, sem limite de alcance ou de persuasão.

O contato e a troca de informações são fatores extremamente relevantes para a manipulação e padronização do mercado pelo modo capitalista de consumo no planeta. Na maneira de os indivíduos se vestirem isso se evidencia; há uma uniformização, tanto que, por exemplo, a calça jeans torna-se item obrigatório no vestuário do cidadão contemporâneo.

Embora haja grande resistência dos mais radicais, a mídia televisiva e os padrões estéticos já globalizados incentivam a padronização das vestimentas justamente com intuito de diminuir a diversidade de gostos e das culturas, desencadeando, assim, a produção em massa para um público homogeneizado. A tendência global é a consequente integração de hábitos, costumes, uma vez vinculada ao âmbito econômico.

Após o fim da Segunda Guerra, o mundo vivenciou grande tensão durante o período da Guerra Fria, evitando os conflitos diretos e armados. Michel Foucault publicou um livro chamado “Vigiar e punir”, em que denominava o poder exercido pela mídia de “microfísica do poder”. Assim, os veículos de informação manipulam os indivíduos, padronizando o mercado e os hábitos de consumo por meio da massificação capitalista.

No mundo contemporâneo, as mídias ajudaram a promover a globalização, resultando na padronização dos hábitos, que, por consequência, limita a diversidade cultural. Sociedades que tentam ainda manter sua história e compromisso com a sua origem veem-se prejudicadas pelo contexto de massificação cultural promovido por grupos de poder.

A DIVERSIDADE CULTURAL (Luanna Soares)

Muitos países hoje em dia ainda caracterizam-se por sua cultura e sua etnia. Porém, com a globalização, variedade de costumes fica menor a cada geração. A padronização cultural e econômica resulta em um ciclo sem fim, e as nações de maior concentração de poder impõem modelos de conduta às menos desenvolvidas, as quais não resistem a essa imposição.

A interação de diversas culturas elimina progressivamente a diversidade cultural. Desse modo, a identidade e a individualidade dos povos será uma só. A cultura poderá ser controlada pelas nações mais poderosas. Assim, com a unificação de mercados, haverá a unificação de hábitos.

Os meios de comunicação, como a televisão, o computador e o rádio são responsáveis pelo contato entre as culturas. Com a interação entre elas, o risco de se tornarem padronizadas é maior. Sem a diversidade, quem ditará as regras da economia será o mais poderoso.

Deixar que as potências mundiais controlem a cultura e a economia é desigual. A universalização, portanto, não pode ocorrer.

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AS NAÇÕES E A GLOBALIZAÇÃO (Matheus Brito Martins)

Séculos atrás, a América era o continente dos indígenas, as nações da África, o lar dos negros e os países da Ásia, a pátria dos orientais. A Europa não era definida como “a terra dos europeus”. Existiam várias nações que possuíam território e população nativa, que detinha um conjunto de valores formados pela passagem do tempo, que caracterizavam a singularidade de sua cultura.

Indígenas, negros e orientais também possuíam sua própria cultura e se organizavam em várias nações de acordo com seu grupo étnico e com as fronteiras naturais do território. Entretanto, nos séculos de colonização, quem possuía o poder e o capital eram as grandes potências europeias. Assim, os povos não europeus não tiveram sua soberania respeitada; foram invadidos e agrupados como um simples conjunto, sem considerar as características de sua cultura, unindo tribos inimigas num mesmo espaço, o que explica muitos conflitos que ocorrem atualmente na África, por exemplo.

No mundo atual existem muitas nações, cada uma com o seu conjunto de valores e características desenvolvidas através da história. Na época das grandes navegações e do descobrimento do Brasil, por exemplo, aos povos indígenas de toda a América foram

impostos valores do detentor de capital daquele tempo, a Europa.Hoje, são as grandes potências mundiais que aos países em

desenvolvimento impõem sua cultura. Adotado o sistema capitalista, esses novos valores e costumes, uma vez adquiridos pela população dos países-

alvo das potências, trazem lucro às nações imperialistas.Ao mesmo tempo que o lucro é gerado, ocorre uma padronização

global da cultura, colocando em risco a identidade cultural do país em que são inseridos novos modelos de comportamento.

A CULTURA DA GLOBALIZAÇÃO (Mayra Komon Yi)

A cultura de um país como o Brasil pode ser constituída pela influência das culturas de outros países, resultando, assim, na diversidade cultural. No Brasil, essa variedade deve-se ao processo de colonização e, principalmente, à vinda de imigrantes que trouxeram outros costumes, que também foram disseminados no país.

Entretanto, hoje, com o fenômeno da globalização, o mundo inteiro acaba por adquirir hábitos muito semelhantes, normalmente pertencentes à cultura estadunidense, no que se refere à alimentação e ao idioma. O uso de produtos consagrados pela marca também integra a lista de consequências da globalização, sendo mundialmente famosos e constantemente usados no cotidiano como símbolo de status. Dessa forma, a globalização unifica também hábitos culturais além dos econômicos.

Pode-se afirmar então que talvez o mundo seja constituído de uma vasta e diversificada cultura. Entretanto, se não ocorresse a globalização, sequer o mundo teria se desenvolvido em termos econômicos, tecnológicos, sociais e culturais.

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INTOLERÂNCIA AO TOLERÁVEL (Lara Oliveira dos Santos)

Os homens discriminam, segregam ou destroem aquilo que consideram diferente. Por julgarem essas diferenças intoleráveis, eles acreditam na necessidade de eliminá-las. Isso leva os indivíduos a atitudes violentas ou a ataques psicológicos àqueles considerados inimigos, em decorrência de uma característica de sua identidade.

Perseguições por motivos religiosos, conflitos, discriminação étnica, atentados, guerras, mortes, tudo pode ser tolerado e justificado como uma tentativa de destruir aquele considerado errado e diferente. Os valores se perdem para agradar a um determinado grupo dominante, que teme perder o poder para os que pensam e se comportam de maneira diferente.

Essa intolerância começou porque o respeito pelo outro se perdeu. É mais fácil desejar que o outro seja um indivíduo comum a aceitar a diferença dele. Caso o indivíduo se recuse a mudar, pode sofrer violência por parte dos intolerantes.

As pessoas tendem a ser tolerantes a ações que deveriam ser coibidas como a corrupção e o crime. Entretanto, tolerar o próximo, sua identidade e seu comportamento, é difícil e não ocorre de maneira pacífica.

SERÁ O FIM? (Victor de Pasquale)

Ao analisar o advento da comunicação em um período de dez ou vinte anos, percebe-se que ele se torna, de uma maneira espantosamente rápida, muito eficaz, possibilitando o contato de diferentes culturas. Tal união representa, progressivamente, o fim das culturas mais fragilizadas, pois a padronização é feita nos moldes dos países desenvolvidos, na medida em que apresentam maior força de imposição cultural.

Comparando o início do século XX a atualidade, pode-se notar o avanço da globalização que repercute na melhoria dos meios de comunicação. A disponibilidade e a facilidade da troca de informações quebraram a barreira da distância e do tempo e aproximaram culturas de modo tão intenso, que causaram permeabilidade entre elas.

Como em qualquer relação, a característica mais influente vem da parte mais forte. No contexto de globalização, a cultura imposta foi a dos países ricos, que ignora e subjuga outras expressões culturais. Isso leva a uma hegemonia dos países desenvolvidos e a consequente eliminação da diversidade cultural.

A massificação ocorre em escala global e é apoiada pelos países desenvolvidos. O ciclo vicioso de dominação tende, portanto, à hegemonia, ficando constantemente mais forte.

O mundo arrecada libras, euros e dólares, mas perde muito de sua diversidade cultural. A globalização agrega vorazmente os valores que as independências lutaram para separar.

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A INTOLERÂNCIA TRANSCENDE O TEMPO (Rafael Angeli)

O ser humano, como indivíduo pensante, dotado de capacidade de julgar e discriminar promove a intolerância há séculos. O filósofo Jean Jacques Rousseau afirmou em um de seus escritos que o homem nasce puro, no entanto a sociedade o corrompe. Essa afirmação procede, uma vez que a intolerância surgiu e ainda existe em decorrência de coerções sociais submetidas a todos os indivíduos em sua formação ideológica. Assim, a intolerância se desenvolve em diversos segmentos de uma nação, por exemplo, no âmbito da política e no das relações sociais.

Após a segunda metade do século XX, quando a ditadura militar estava instaurada no Brasil, inúmeros políticos foram exilados em virtude de suas ideias contrárias ao regime político estabelecido. Fernando Henrique Cardoso, um importante ativista político exilado naquela época, é exemplo de uma vítima da intolerância estabelecida no Brasil daquele tempo. Ele foi exilado pela sua ideologia democrática, contrária à ditadura.

A população negra da África do Sul sofreu diversas formas de discriminação étnica por muitos anos. Os negros eram tratados como animais devido ao preconceito racial. Nelson Mandela lutou de forma pacífica e veemente contra este e outros tipos de discriminação e isso resultou em sua prisão.

A intolerância manifesta-se onde há conflitos motivados por interesses e diferenças políticas ou econômicas. Os valores compartilhados pela sociedade estabelecem que o diferente não deve ser tolerado.

SEMENTE DO MAL (Paula Vívolo)

A intolerância contra as minorias é crescente e, assim como outros inúmeros fatores, perpetuada em diversos lugares. A História, que já registrava a violência contra a religiosidade e etnias, acrescenta às suas páginas novas condutas preconceituosas, embasadas na ignorância e na repetição inconsciente de comportamentos arcaicos e abusivos.

A falta de conhecimento e o contato com meios opressores são responsáveis pelas atitudes de intolerância. Frequentemente, políticos brasileiros defendem ações discriminatórias contra homossexuais, sem ao menos se aprofundarem na realidade que envolve tal grupo, a fim de construir ideologias aceitáveis sobre orientação sexual. O desconhecimento em relação à vivência e ao comportamento de indivíduos que compõem as

minorias incentiva a intolerância.A reprodução de preconceitos é fator determinante para a manutenção

da intolerância. É possível notar em instituições religiosas, por exemplo, o poder exercido pelos sacerdotes sobre os fiéis, que repetem, sem reflexão,

discursos que evidenciam preconceitos enraizados. Essa atitude pode desencadear violência física e psicológica contra as minorias.

A intolerância exacerbada é comum na atualidade e pode ser propagada continuamente enquanto não houver respeito à individualidade e às escolhas das minorias.

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IDENTIDADES CULTURAIS (Talita M. dos Santos)

No mundo globalizado, existem diversas culturas que convivem e dialogam entre si. A particularidade dessas identidades entra em conflito com o processo de globalização, contudo elas podem sobreviver nesse contexto. A cultura uniformizada pode adaptar-se ao ambiente em que se encontra e interagir com identidades diferentes sem, necessariamente, destruí-las.

A cultura de massas tem a capacidade de mudar os indivíduos para que, assim, fiquem integrados ao meio globalizado. Empresas de alimentação produzem mercadorias específicas destinadas ao hábito alimentar local de onde se instalam, por exemplo, o McDonald's em países como a Índia e o Japão. Isso permite a sobrevivência da identidade do povo em um contexto globalizado.

Inserida no cotidiano, a globalização não é necessariamente um fator que elimina a identidade de uma população. Um símbolo marcante dela é o jeans, usado em praticamente todos os lugares do mundo. Entretanto, ele não destruiu a identidade cultural dos grupos sociais, nem uniformizou seu modo de vestir. As vestimentas ainda são um importante meio de expressão desses grupos.

A interação entre as diferentes culturas e a globalização são presentes e constantes, havendo, portanto, integração entre ambas. Isso permite a coexistência desses agentes culturais.

EFEITOS DA GLOBALIZAÇÃO (Mariana Leão)

A necessidade que as indústrias têm de atrair consumidores, principalmente as multinacionais, com vistas a ampliar mercado, teve como consequência a globalização. Esse processo está relacionado à uniformidade de desejos e das necessidades dos consumidores, que torna a produção mais lucrativa. Entretanto, a despeito do sucesso econômico, o resultado dessa padronização interfere na cultura dos países, prejudicando a diversidade.

A indústria cultural, termo criado pelo filósofo Theodor Adorno, cria desejos e ideais por meio da propaganda para vender produtos com preços mais convenientes. Ela determina padrões de consumo. Assim, desenvolver um único produto de aceitação geral pode gerar muito mais lucro, não importando o quanto as culturas sejam atingidas pelo hábito de consumo massificado.

A vigilância nas ruas por meio de câmeras em diversos lugares não só controla criminoso bem como o cidadão de bem para que esse não fuja dos padrões sociais impostos. Nas escolas, por exemplo, as câmeras são utilizadas para o monitoramento da rotina escolar.

A globalização é válida para melhora na qualidade de vida da população carente, uma vez que contribui com a economia. Entretanto, prejudica a cultura dos povos de diferentes etnias e comportamentos, pois inibe a diversidade pela ação da indústria cultural.

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GLOBALIZAÇÃO: DIVERSIDADE CULTURAL OU CULTURA UNIVERSAL?(Grazielle Karina)

A diversidade cultural é resultado da fusão de civilizações e da mistura de etnias, compartilhando referências, entretanto sem perder a singularidade dos povos. No Brasil, a riqueza cultural resulta da miscigenação, mas, no decorrer do tempo, desenvolveu-se um processo que interferiu em sua diversidade cultural: a globalização.

A globalização abriu mercados financeiros e possibilitou o avanço da tecnologia, tornando o cotidiano mais fácil e acessível. Atualmente, existem filiais de diversas transnacionais ao redor do planeta. São elas e por meio delas que as relações internacionais se tornaram mais estáveis.

Em contrapartida, a globalização quase aniquilou a diversidade cultural devido à padronização de costumes. Do mesmo modo que as transnacionais estabilizam as relações

entre os diversos países, elas ditam as regras sociais e, principalmente, culturais. O motivo dessa situação é o capitalismo, fator primordial que desencadeou a globalização e o desaparecimento progressivo da diversidade cultural.

O impasse está em superar os efeitos do capitalismo. Conscientização cultural e social podem ser soluções aparentemente eficazes, mas não são

permanentes. As relações entre a diversidade cultural e a globalização tendem a se fortalecer em uma situação: o globo será um só, unificado pela padronização de costumes.

O FIM DA DIVERSIDADE (André Carneiro Rocha)

No mundo contemporâneo, pode-se notar a presença de diversos meios pelos quais os indivíduos podem se comunicar e transmitir informações, exemplos disso são a internet e a televisão. Assim, é coerente que o uso de tais ferramentas resulte na miscigenação de costumes e de valores culturais. O nome que se emprega à facilidade de comunicação e ao fluxo intenso de informações é globalização. Como, então, ela se manifesta?

Quando a tecnologia se desenvolveu e as telecomunicações avançaram, surgiu este fenômeno que mitigou as fronteiras culturais e desvalorizou as idiossincrasias de determinadas regiões ou de países. A expansão da globalização ocorreu concomitante aos mais variados acontecimentos históricos do século XX, os quais também foram úteis para o impulsionamento da mistura de culturas, a exemplo da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria. A diversidade e a especificidade dos países, na contemporaneidade, adquirem papel subliminar quando se analisam os conflitos e os problemas de ordem mundial.

É possível inferir que o mundo globalizado oferece diversas vantagens, entretanto também apresenta desvantagens. A falta de fronteiras definidas permite desenvolver preconceitos, como racismo e a xenofobia, e resulta num ambiente sem paz. O lado positivo é a facilidade em resolver crises que necessitam de solução imediata, além de promover a circulação de mercadorias entre os países.

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COLÉGIO MONTESSORI SANTA TEREZINHA

www.santaterezinha.com.brPARA QUEM LEVA A EDUCAÇÃO A SÉRIO E FAZ DA VIDA UM ETERNO APRENDIZADO

Sinceros agradecimentos da equipe de Português aos colegas das demais áreas do conhecimento e à equipe técnico-pedagógica, pela

presença constante e incentivo diário.

EQUIPE TÉCNICO-PEDAGÓGICA

Mantenedora e Diretora-geral - Neuza Maria ScattoliniGerente Administrativa - Maria IoccaCoordenadora Geral - Vera Aurora A. KmiliauskisOrientadora Educacional (Ensino Fundamental) - Branca Denigres FaustoOrientadora Educacional (Ensino Médio) - Ivete Fierro Araújo Segabinazzi

EQUIPE DE LÍNGUA PORTUGUESA

Professora Edna Barbosa do PradoProfessor Júlio Cezar F. SantosProfessora Mailu AlcântaraProfessora Maria Inez Ferreira de JesusProfessora Silvana E. O. da Matta Vívolo

DESIGNER GRÁFICO - Silvio da Matta