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VI – POLÍTICA DE RECURSOS HUMANOS Gestão de Pessoas

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VI – polítIca de recursos humanos

Gestão de Pessoas

mensagem presidencial

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GestÃo de pessoas

O Governo Federal estabeleceu, em todos os setores, um processo amplo de diálogo e de participação. Assim, a opção pelo método do diálogo institucional e da negociação social se expressou, também, no importante tema que envolve a Gestão de Pessoas, com a criação de um novo modelo de relação do governo com os servidores, por meio do Sistema Nacional de Negociação Permanente (SiNPP).

Esta ação pode ser considerada um grande avanço na construção de um modelo democrático, participativo e includente de relações do trabalho no setor público brasileiro, cujo objetivo foi reverter o processo anteriormente adotado, que dificultava qualquer política de interlocução entre o Estado e os servidores, por meio de suas entidades de classe, sendo as reformas processadas sem a participação direta da sociedade civil organizada, gerando um cenário conflituoso no âmbito das relações do trabalho.

Este novo cenário foi fortalecido com a aprovação do Protocolo que instituiu a Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) e com a publicação do Regimento Interno do Sistema Nacional de Negociação Permanente, em junho de 2003.

Assim, para adequar a gestão de pessoas aos megaobjetivos do Governo Federal, tornou-se necessário empreender um conjunto de ações articuladas, que garantiram a democratização das relações do trabalho, a valorização dos servidores e a melhoria da qualidade e da efetividade dos serviços prestados à sociedade, mediante a recuperação e a otimização da capacidade institucional e operacional do Estado, com foco em:

reestruturação da força de trabalho;a) adequação das estruturas de cargos e carreiras; b) estabelecimento de políticas de seguridade social e revisão de benefícios dos c) servidores.

ReestRutuRação da FoRça de tRabalho

Desde 2003, o Governo Federal investe na reestruturação de sua força de trabalho, tanto por meio da composição dos quadros de pessoal, como no que se refere à ampliação do efetivo ou ao redesenho dos sistemas de remuneração, cargos, carreiras e benefícios. Destaca-se também o empenho para a devida substituição de trabalhadores contratados através de outras formas, que não o concurso público - como terceirizados e temporários, por exemplo -, na execução de atividades inerentes a servidores públicos, em consonância com as determinações constitucionais destacadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

No que se refere ao ingresso de novos servidores, a atuação na recomposição da força de trabalho buscou atender aos dispositivos constitucionais de admissão de pessoal, bem como dotar o Estado de pessoal qualificado, capaz de responder adequadamente aos anseios da sociedade.

projeto de lei orçamentária – 2008

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Nesse aspecto, como parte da estratégia de recuperar a capacidade institucional do Estado e profissionalizar o serviço público, o Governo Federal promoveu, nos últimos cinco anos, concursos para mais de 95 mil cargos da Administração Pública Federal (APF) direta, autárquica e fundacional, contribuindo para:

repor as perdas decorrentes de aposentadoria; a) substituir trabalhadores terceirizados; b) fortalecer áreas estratégicas, como o comércio exterior, a segurança pública e a c) educação; estruturar órgãos sem quadro próprio de pessoal.d)

Para 2008, a intenção do Governo Federal é continuar sua política de recursos humanos, especialmente no que se refere à recomposição da força de trabalho, visando ao fortalecimento dos quadros da burocracia federal, sempre respeitando os princípios do sistema de mérito, os preceitos constitucionais e o compromisso com a regulamentação das relações de trabalho no âmbito do Setor Público.

Nesse aspecto, o Governo Federal vem promovendo um amplo processo de recuperação de sua capacidade de formulação e implementação de políticas públicas, mediante:

proposição de reformas;a) reestruturação de diversos órgãos; b) definição de quadros de pessoal, especialmente das 10 agências reguladoras;c) criação de cargos efetivos nas áreas de atuação estratégica do Estado, para reforço d) em segurança pública, saúde, previdência, educação, formulação de políticas públicas e gestão governamental, entre outros.

Merece destaque a continuidade do processo de substituição de trabalhadores terceirizados, os quais executam atividades inerentes a servidores públicos, atendendo ao compromisso estabelecido entre o Governo Federal, o TCU e o MPT, resultado de levantamento do quantitativo de trabalhadores nessa situação em toda a APF direta, autárquica e fundacional. Para 2008, prevê-se a substituição de até 11.446 servidores terceirizados.

adequação das estRutuRas de CaRgos e CaRReiRas

Em 2007, em continuidade à política de gestão de pessoas, que vem sendo desenvolvida desde 2003, encontra-se em andamento a elaboração de medidas que visam à criação e à reestruturação de planos de cargos e carreiras, e à revisão das remunerações. A prioridade neste exercício é assegurar as condições necessárias, no tocante à gestão de pessoas, para agilizar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Essas medidas objetivam, especialmente, propiciar condições de atração e de retenção de pessoal qualificado para o exercício de atribuições, as quais atendam às reais necessidades da administração e do cidadão que demanda a prestação de serviços públicos. Afora isso, objetivam modernizar as estruturas de pessoal vigentes, melhorar a gestão dos atuais quadros de pessoal e dotar

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diversas instituições de quadros específicos, que atendam às suas necessidades de pessoal - condições essas essenciais para a melhoria da qualidade e da efetividade das ações desenvolvidas pela administração pública.

Assim, foi efetivada a reestruturação da Carreira do Seguro Social (CSS) e encontra-se em andamento a criação de novas carreiras e planos de cargos nas áreas de saúde e indigenista, bem como a revisão remuneratória e reestruturação de planos de cargos e carreiras nas áreas de segurança pública, sistema financeiro, fiscalização, técnico-administrativa em educação, cultura, reforma agrária, cargos de nível superior cujas atribuições tenham impacto direto no PAC e outras, buscando o alinhamento das tabelas remuneratórias no âmbito do Poder Executivo Federal, com adequação da relatividade entre as remunerações dos cargos e das carreiras, a partir de critérios técnicos específicos.

No que concerne ao caráter remuneratório, no âmbito do Poder Executivo, as medidas tomadas a partir de 2003 mostram uma preocupação em reforçar a agenda do sistema meritocrático, mediante a instituição e o fortalecimento dos modelos de gratificação por desempenho.

Para o exercício de 2008, no tocante à reestruturação de carreiras, pretende-se, no âmbito do Poder Executivo, dar início a uma segunda etapa, focada não mais exclusivamente em incremento remuneratório e correção de distorções, mas também em aprimoramento da composição das tabelas remuneratórias e da estruturação de planos e carreiras, com a implementação gradual de medidas adotadas a partir deste exercício. A proposta orçamentária para 2008 destina R$ 3,704 bilhões, com objetivo de dar prosseguimento a essas ações.

EstabElEcimEnto dE Políticas dE sEguridadE social E rEvisão dE bEnEfícios dos sErvidorEs

As ações desenvolvidas pelo atual governo, visando à valorização do servidor e ao fortalecimento do Estado, estão concentradas na estruturação da área de seguridade social do servidor público federal, com o objetivo de reordenar o marco legal e operacional sobre a saúde suplementar, sobre a saúde ocupacional, sobre a assistência social e sobre a previdência dos servidores públicos federais.

Na área de Saúde Suplementar, a Lei nº 11.302, de 10 de maio de 2006, ajustou a matéria à Constituição e alterou o artigo 230 da Lei n 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ampliando o espectro da saúde suplementar para os servidores públicos, universalizando e democratizando o acesso ao referido benefício, e incluindo os pensionistas. Nesse sentido, no âmbito do Poder Executivo, foi editada a Portaria SRH/MP nº 1.983, de 5 de dezembro de 2006.

Na área de Saúde Ocupacional, a edição da Portaria SRH/MP nº 1.675, de 6 de outubro de 2006, que institui o Manual para os Serviços de Saúde dos Servidores Civis Federais, juntamente com o Decreto nº 5.961, de 13 de novembro de 2006, que institui o

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Sistema Integrado de Saúde Ocupacional do Servidor Público Federal (Sisosp), tornaram possível a realização de ações no sentido de facilitar a gestão da saúde ocupacional do servidor público federal, otimizando os recursos humanos e materiais existentes para desenvolver, principalmente, as ações de perícia médica, readaptação e reabilitação funcional, e avaliação dos ambientes de trabalho para fins de concessão de adicionais.

A expectativa é que o Sisosp proporcione um choque de gestão na área de Recursos Humanos, possibilitando a diminuição dos atuais índices elevados de absenteísmo, aposentadorias por invalidez e doenças ocupacionais, que sobrecarregam o dispêndio agregado de pessoal, reduzindo a força de trabalho efetiva antes que se atinja a idade prevista para a aposentadoria voluntária. A criação do sistema possibilitará o resgate e a promoção de ações de saúde e segurança ocupacional para os servidores, visando ao fortalecimento da gestão do Estado e à otimização dos recursos públicos.

Quanto à área de Benefícios e Valorização do Servidor, propõe-se a modernização da legislação de concessão de auxílio-transporte, haja vista a necessidade de se criar uma sistemática de controle e supervisão habitual e permanente da concessão e uso de tal benefício. Nesse sentido, estuda-se a unificação do auxílio-transporte e sua regionalização, nos mesmos moldes do auxílio-alimentação, estendendo-o a todos os servidores e viabilizando o controle, a supervisão e a fiscalização de sua concessão. Nessa área visa-se, ainda, a elaborar proposição de nova legislação de auxílio-alimentação e auxílio-creche.

Na área da Previdência, busca-se atender à Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, intitulada Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), com relação ao déficit da Previdência do Regime Próprio. Deve-se viabilizar, ainda, após aprovação, a implantação do Regime de Previdência Complementar (RPC).

Visa-se, ainda, a estruturar o Regime Próprio de Previdência Social da União, em conformidade com a Emenda Constitucional nº 41 de 2003 e com a Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998, no que se refere à Previdência dos Servidores da União. Tal proposição visa a equacionar os déficits atuariais da Previdência do Servidor Público Federal, o que seria, no médio e longo prazo, um instrumento fomentador da economia do País.

Para o exercício de 2008, no tocante à seguridade social do servidor público federal, pretende-se, no âmbito do Poder Executivo, atender ao que determinam o Decreto nº 5.961/06, as demais legislações vigentes e as Convenções 155 e 161 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), com a perspectiva da implantação efetiva do Sisosp em todo o Território Nacional em 2012, conforme prevê o projeto básico (disponível na página do servidor: <http://www.servidor.gov.br> , link seguridade social). A proposta orçamentária para 2008 tem por objetivo dar prosseguimento às ações iniciadas neste exercício.