verzaska - suiça - revista mergulho (205) - setembro 2013

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Mergulho nos lagos Suiços.

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Daniela MaximoEditora - Chefe

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Ao Mergulhador

6 REVISTA MERGULHO

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FALE COM A MERGULHO

Sempre que ouço ou leio Mário Sérgio Cortella, filósofo que adoro, acabo aprendendo algo sobre a vida e a

maneira como estou vivendo e acabo, invariavelmente, me indagando se estou aproveitando-a como deveria

ou como gostaria. Esta é uma característica forte do Cortella: ele sempre nos “provoca” a reavaliar o

modo como estamos passando nossos dias... ou se simplesmente estamos deixando que os dias passem.

“Gente não nasce pronta e vai se gastando. Gente nasce não-pronta e vai se fazendo. O grande desafio

humano é resistir à sedução do repouso, pois nascemos para caminhar e nunca para nos satisfazer com as coisas como estão. A insatisfação é um elemento indispensável

para quem, mais do repetir, repetir, repetir, deseja criar, inovar, refazer, modificar, aperfeiçoar. Assumir

esse compromisso é aceitar o desafio de construir uma existência menos confortável, porém ilimitada e

infinitamente mais significativa e gratificante.”

Sentada na minha mesa do alto do 10º andar de um belíssimo edifício na Av. Faria Lima, onde fica nossa

editora, vez ou outra me vejo pensando que rumo minha vida teria tomado se não fosse o mergulho. Tirando uns

e outros contratempos e até alguns arrependimentos, o mergulho só me trouxe coisas boas: viagens, amigos,

trabalho, dedicação e acima de tudo, paixão.

Como instrutora tenho o privilégio de passar meu conhecimento a novos mergulhadores e apresentar o

fundo do mar a pessoas que nunca ali estiveram antes e observar seu olhar maravilhado, praticamente em êxtase,

porque é isso mesmo que o mergulho faz com a gente.

Como editora tento fazer com que as pessoas se apaixonem de forma irreversível e que aprendam algo novo a cada edição da revista. Para que isso aconteça,

tenho ao meu lado grandes colaboradores, pessoas tão ou mais apaixonadas do que eu. Que o diga Ivan Cavas, autor da reportagem completa sobre os mergulhos na Bahia. Que o diga Áthila Bertoncini e Maira Borgonha,

que na Suíça se descobriram ainda mais corajosos. Que o diga Alcides Falanghe e Tatiana Zanardi que no

Caribe encontraram uma nova vida.

Embarque conosco nessa paixão e descubra qual é o mergulho dos seus sonhos.

REDAÇÃO

DIRETOR DE PRODUTO: Alcides Falanghe

EDITORA - CHEFE: Daniela Maximo

EDITOR DE ARTE: Alexandre Sakihama

TRATAMENTO DE IMAGEM: Paulo Nery

ESTAGIÁRIA DE REDAÇÃO: Bianca Camargo

COLABORARAM NESTA EDIÇÃO: Áthila Bertoncini, Ivan Cavas, João Paulo Cauduro Filho,

Maíra Borgonha, Marcio Dottori, Marcio Lisa, Marcelo Szpilman, Osmar Luiz Jr. ,

Revisão: Jane Cantu

PUBLICIDADE

DIRETOR COMERCIAL: Afonso Palomares [email protected]

EXECUTIVA DE CONTAS: Nadya de Castro Hochleitner [email protected]

REPRESENTANTE PARANÁ: Gustavo Ortiz Sampaio [email protected]

ENDEREÇO

Av. Brigadeiro Faria Lima, 3064 – 10º andar - CEP 01451-000

São Paulo – SP – Tel.: (11) 2186-1000

ASSINATURAS

GERENTE DE ASSINATURAS: Luciana Kawano [email protected]

ASSISTENTE DE ASSINATURAS: Ana Paula Lenk [email protected]

ASSISTENTE DE E-COMMERCE: Sandra Barreto [email protected]

www.mergulho.com.br/lojavirtual

ATENDIMENTO AO LEITOR

Roberta Coelho [email protected]

Mergulho é uma pu bli ca ção men sal da GR Um Edi to ra Ltda. ISSN 1413-408X.

Agosto de 2013. Jor na lis ta res pon sá vel: De ni se Go doy MTB 14037. Ar ti gos assina dos não

re pre sen tam ne ces sa ri a men te a opi ni ão da re vis ta. To dos os di rei tos re ser va dos. Mergu lho é

dis tri bu í da com ex clu si vi da de no Bra sil pe la Dis tri bu i do ra Na ci o nal de Pu blica ções – Di nap.

Nú me ros atra sa dos poderão ser adquiridos mediante disponibilidade de estoque e ao preço

da última edição em banca, mais as despesas de postagem, pelo site www.mergulho.com.

br/loja. As si na tu ras: www.assinemergulho.com.br. A Edi to ra ga ran te aos assinantes des ta

publica ção que a interrupção na en tre ga dos exem pla res contratados implicará na res tituição,

em reais, do va lor pa go cor respondente aos exem pla res a entregar de vi da mente cor ri gi do,

de acor do com as dis posições le gais.

CTP, IMPRESSÃO E ACABAMENTO

IBEP Gráfica

PRESIDENTE E EDITOR: Ernani Paciornik

VICE-PRESIDENTE: Denise Godoy

VIAJAR É PRECISO!

Page 3: Verzaska - Suiça  - Revista mergulho (205) - Setembro 2013

Inúmeros e especialmente atrativos, os am-bientes de água doce tem ganho relevância à medida em que são descobertas cavernas, cenotes, rios e lagos espalhados pelos quatro cantos. Fato-res como visibilidade, grau de dificuldade e nível técnico, beleza cênica entre outros têm contri-buído para que cada vez mais o mergulho nesses locais ganhe novos adeptos.

Assim, nosso hotspot surgiu a partir de uma imagem vista na internet sobre um peculiar rio localizado nas terras do fondue e do chocolate. Mergulhar nesse lugar foi uma aventura que lem-bra os filmes de James Bond.

Em uma primeira tentativa, a curta janela anual de tempo propício para mergulho não ajudou muito. Assim, a duras penas, descobrimos que programar a operação de mergulho em um vale gelado (apesar de todas precauções como pesqui-sas na internet, e-mails, ligações e ajuda de amigos meses antes de viajar) não seria fácil. Nada parecia funcionar.

Dez meses depois, decidimos fazer nova tenta-tiva. Dessa vez por conta própria e em quatro dias teríamos que buscar todo o tipo de arranjos neces-sário: contatos, deslocamento, estadia, operadora, guia e mais o fundamental: aguardar as condições ideais para realizar os mergulhos. Mas foi então que nossa sorte mudou, e, felizmente, todo o tipo de acontecimento se pôs a nosso favor.

Um imprevisto, um voo perdido e ao dobrar a esquina, em pleno centro de Zurique nos de-paramos com uma das principais operadoras de mergulho do país. Verzasca ainda não era uma garantia, mas pelo menos haveriam mergulhos! Segue nossa história...

Cenários magníficos, arquitetura impecável eo mais saboroso chocolate do mundo.O que mais a Suiça poderia oferecer?Mergulhos além da imaginação,é claro!

VerzascaOperação Texto e Fotos:Maíra Borgonha e Áthila Bertoncini

46 Revista meRgulho Revista meRgulho 47

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Primeira parada: Zürichsee Foi com muitas garotas ao sol, casais

felizes, churrascos em família, pessoas de barco, a pé e bicicleta que partimos para o mergulho no lago Zurique, ou Zürichsee. Nossa estreia em companhia dos buddies suíços aconteceu em pleno domingo, no ponto conhecido por Kleiner Parkplatz, (pequeno estacionamento) na cidade de Erlenbach. Para nossa surpresa, mergu-lhadores surgiam por todos os lados! Os suíços são de fato, entusiastas da ativida-de. Nesse aspecto, nem as baixas tempe-raturas, nem a distância do mar pareceu fazer qualquer diferença.

A operação foi simples e de fácil aces-so. Após o briefing, que incluiu enfatizar informações sobre as multas passíveis por infringir regras (vide box), o guia sinalizou o local de mergulho e caímos na água. Importante considerar que para ter algum conforto durante o mergulho é im-prescindível trajar uma roupa semisseca ou cair nas graças das confortáveis roupas secas. Apesar dos dias de verão suíço, na água faz mesmo frio.

O mergulho realizado no Zürichsee (localizado a 406 metros acima do nível do mar e podendo chegar aos 140 metros de profundidade) é um mergulho mul-tinível que consiste em rapidamente co-nhecer o talude (borda) do lago e depois aproveitar as áreas mais rasas e “quentes”. Começa com a descida tranquila atra-vessando a termoclina do lago que faz a temperatura variar dos confortáveis 20oC a cerca de 8 metros para os 6oC abaixo dos 12 metros. Quase instantaneamente é possível sentir os efeitos da água fria no corpo que começa a responder com leve dormência.

O extrato entre os 8 e 12 metros é ca-racterizado por baixa visibilidade (não ultrapassa os 2 metros), mas após atraves-sá-lo, a melhora é significante. No entan-to, mesmo até os 20 metros, apesar da boa visibilidade, tudo é escuridão. Nessa profundidade, passados cinco minutos, o frio começa a atrapalhar, sinalizando que é hora de subir. Transpor a espessa ca-mada de mistura proporciona ainda uma sensação de conforto excepcional que faz temperaturas na casa dos 16oC lembra-rem águas quentes.

Com atenção, as diversas formas de vida surgem por entre as rochas. É possí-vel ver pequenos moluscos e crustáceos até peixes como bagres, percas, carpas (essas introduzidas na virada do século XX na região) até o curioso peixe-Lúcio (Esox lucius) escondido junto ao fundo. Ainda no que diz respeito à vida suba-quática destacam-se especialmente algas (macrófitas) das mais diferentes espécies que recobrem o lago.

As condições locais exigem extremo cuidado não apenas com a orientação, mas com a flutuabilidade, pois o fundo é composto por uma fina camada de sedi-mento que ressuspenso pode desorientar e dificultar o mergulho.

Ao sair da água, a expectativa do grupo que nos acompanhava e via com curiosi-dade dois brasileiros tão longe do mar era grande. Para nossa felicidade, a experiên-cia foi muito mais agradável que o espera-do. Finalizado o mergulho, tudo acabou em pizza e em histórias de mergulhador!

Como muitos mergulhadores já sabem, lagos e rios apresentam diferenças em relação ao mar em alguns aspectos fundamentais: a água doce é menos densa que a água do mar e por isso o mergulhador flutuará menos, portanto, é necessário ajustar o seu lastro. É preciso também ficar atento à orientação, equipamen-to e alguns cuidados essenciais, como ajustar seu computador para altitudes acima dos 300 metros. Devido à baixa visibilidade em alguns locais, somado ao risco de correnteza nos rios, os mergulhos são sempre guiados. Atente tam-bém para o tráfego de embarcações.

Para o mergulho no vale, conside-ramos alguns fatores complicados do ponto de vista operacional. Primeiro, a dificuldade em contatar um dive center mesmo em um destino reconhecido e em segundo a disponibilidade de um guia para realizar o mergulho. Como a maioria das operações aparenta acon-tecer por grupos guiados e excursões, chegar sem agendamento pode não resultar em mergulhos, mesmo com condições favoráveis.

O melhor período para a atividade é o verão europeu especialmente entre julho e setembro. Mergulhar alguns dias após uma enxurrada pode resultar num ambiente com as rochas livres de algas, o que proporciona maior apro-veitamento da experiência.

Episódio 007

Diversas piscinas menores são encontradas ao longo do Verzasca

Quedas d’água

Vista da margem do Verzasca, por onde é feita a entrada na água

O “Trüsche” (Lota lota), uma espécie de bacalhau da água doce que habita as fendas do talude do Lago Zurique

Feições no Pozzo de la

Misura

Revista meRgulho 49

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Carica bombole: Há dezenas de estações de recarga espalhadas ao longo dos prin-cipais destinos de mergulho no país. Basta acessar uma por meio de um cartão-chave e pronto! Você mesmo faz a recarga da sua garrafa “pré-paga”.

Educação suíça: Conhecido pela severidade em cumprimento de leis, a aplicação das regras de um mergulho seguro na Suíça seguem o mesmo padrão: O mergulho em locais a menos de 200 metros de atracadouros, em áreas de circulação de embar-cações, fora dos locais permitidos, ou ainda, sem bandeira alfa demarcando a presen-ça de mergulhadores pode chegar a 350 francos (R$ 864,00).

Se você fizer uma dive trip pela Suíça, lembre que o país é um dos 10 mais caros do mundo. Assim, mergulhos, estadia e alimentação são ítens que real-mente pesam no bolso dos brasileiros. Algumas alternativas permitem econo-mizar recursos, como a opção por acomodações que oferecem estrutura onde é possível preparar as próprias refeições.

Coisas da Suíça:

Ticino: o lado Bond da históriaNo dia seguinte, empacotamos equipa-

mento e seguimos em direção a fronteira da Suíça com a Itália em busca do nosso objetivo maior. O vale Verzasca compre-ende oito municípios do distrito de Lo-carno, Cantão de Ticino. A elevação mé-dia da região ultrapassa os 2.000 metros acima do nível do mar. Durante o trajeto se avista Corippo, o menor município da Suíça que não passa de uma vila medieval com 12 habitantes apenas.

O rio Verzasca percorre o Vale de mes-mo nome formando o lago artificial de Vogorno. Ticino encontra-se a 215 qui-lômetros ao sul de Zurique. É a Suíça que fala italiano, então, se seu italiano anda meio esquecido, esteja preparado para boas risadas!

O Vale Verzasca ficou conhecido pelo filme da Franquia 007 – James Bond GoldenEye, onde o galã Pierce Brosnan se lança da represa do Lago di Vogorno. Com 220 metros, o bungee jump que leva o nome do filme da série tem a fama de ter o mais alto e melhor salto do mundo. De fato a altitude é intimidante. Para os interessados o tamanho da experiência tem preço condizente: um salto no Gol-denEye bungee jump custa em torno de 300 francos (R$ 740,00).

Os pontos recomendados para mer-gulho no Vale dependem das variações diárias da correnteza. As condições po-dem ser checadas diretamente no website http://www.verzasca.com/river/, colabora-ção entre a polícia, a comissão de seguran-ça e associação de mergulho (Gruppo Sub Verzasca) locais, que apresenta um pron-tuário diário para o mergulho. Seguindo a previsão e orientados por nosso guia especialista Igor, exploramos dois pontos clássicos do lugar: Misura e Ponte dei Salti.

GoldenEye bungee jump tem a fama de ter o mais alto e melhor salto do mundo: 220 metros de queda livre

Vista do alto da Ponte Romana.

Você teria coragem de

saltar?

Águas turbulentas das cataratas de Rhine ao

norte do país

O charmoso bondinho

suíço

Vista geral de ZuriqueIgreja Madonna

degli Angeli, do século XVIII, às margens do

Verzasca

Detalhe da bela arquitetura suíça

Lavertezzo, e suas típicas casas com telhado de rocha

As bandas de diferentes cores

do granito gnaisse se destacam na paisagem subaquática

Para mergulhar no Misura é preciso

passar por trilhas íngrimes

50 Revista meRgulho

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Pozzo dela MisuraMisura, primeiro ponto que caímos no

Vale Verzasca, exibe formações voluptu-osas e apresenta um percurso de aproxi-madamente 100 metros de extensão. No período de degelo a velocidade da água ultrapassa 100 m3 por segundo, o que pode ser realmente perigoso (considera-se condição ideal abaixo dos oito metros cúbicos). Para alcançar o Pozzo é preciso percorrer a trilha com o equipamento já posto, o que é um pequeno e árduo teste de resistência, pois os acessos são íngre-mes. Assim, vale o cuidado com a declivi-dade dos terrenos para não machucar-se.

A profundidade de Misura não ultra-passa os 10 metros. As formações ro-chosas arredondadas, repletas de falhas e intrusões de diferentes minerais com-põem o cenário subaquático. Alguns “salões” são formados no trajeto per-corrido e chamava atenção o intrigante hábito dos suíços de empilhar pequenas porções de rochas. Ao final, antes de retornar ao ponto de saída, é possível vencer a correnteza de uma pequena queda d’água e atingir a superfície: Espetacular! Ao final do mergulho mais um hábito local notável: a praticidade de deixar as cervejas para gelar direta-mente nas águas do rio a 15oC.

A recompensaEnfim, o mergulho mais esperado da

estada em Ticino: o encontro com a Pon-te dei Salti ou Ponte Romana. Principal cartão-postal de Verzasca e nosso obje-tivo maior no Vale: a ponte formada por um duplo arco belíssimo.

Antes de mergulhar, fomos até a vila de Lavertezzo por duas vezes, talvez para checar horários, acessibilidade, condi-ção de luz, talvez para ter certeza de que aquilo era mesmo real e admirar o espe-táculo de incrível beleza. Nesse ponto o rio forma uma galeria a céu aberto com um conjunto de formas rochosas inacre-ditáveis e complexas. Estar naquele lugar foi como sentir-se parte de uma pintura: simplesmente perfeito.

O mergulho na Ponte dei Salti (Ponte do Salto) aconteceu num dia lindo de sol em que várias pessoas se espalhavam pelas margens do rio buscando o melhor

local para se refrescar nas águas que beiram os 16oC. O espetáculo ficava por conta dos corajosos que se lançam à água do vão central da ponte e eram recebidos com aplausos. Foi essa prática que deu o apelido à ponte.

Para iniciar o mergulho, mais um teste de resistência: equipar-se e cruzar mais de 300 metros por uma trilha rochosa após a ponte desviando de picnics, pes-soas, árvores e causando risos entre os banhistas. Já na água, notamos que havia algo substancialmente diferente.

Para além da ótima visibilidade e, claro, da baixa temperatura, as enormes rochas acompanhavam o orbe de água doce e uma leve correnteza nos carregava pelo leito do rio. Foi então que aquela imagem que nos fez iniciar a busca por Verzasca surgiu: em grande angular, duas paredes monumentais de rochas esculpidas pela força das águas turquesa cristalinas tendo ao fundo a delicada ponte de dois elos coroando a cena: sim era o tão sonhado Rio Verzasca.

Ao fim do mergulho e até o entardecer aproveitamos aquela cena que havia sido tão desejada e nos feito vencer distâncias e incertezas para se tornar realidade. Como em um bom filme de ação, todo esforço havia resultado na melhor das recompensas. Arrivederci!

A operadora Scuba Viva promove mergulhos frequentes nos lagos suíços e faz expedições para outros locais ao longo do país incluindo Verzasca (agende com antecedência). As saídas de mergulho custam cerca de R$200,00 por pessoa (incluso BCD + regulador) mais R$180,00 do guia por mergulho. Visite a página da operadora no Facebook.

Em Verzasca mergulhamos com a operadora DedalusDivers. Cada saída custa em média R$150,00 por pessoa e inclui o guia e aluguel de equipamento completo: ww.dedalusdivers.ch

No Vale Verzasca uma opção com bom custo-benefício para hospedagem é o hotel Pizzo Vogorno. As diárias variam entre R$310,00 a 450,00 com café da manhã.

Vai lá:

A termoclina é um fenômeno de estratificação da água por variação abrupta da temperatura. Implica na formação de camadas consolidadas na coluna d’água, uma mais quente em cima, outra mais fria embaixo e uma zona de transição (mistura) entre elas.

Termoclina:você certamente já deve ter sentido

Agradecimentos a Bruno Tuescher da Scuba Viva Zurique, Max Carenzi da Dedalus Divers e a família Vargas Mallman pelo suporte em Zurique e Ticino para a produção dessa reportagem.

Oceanógrafos, Áthila e Maíra trabalham em prol da conservação marinha através do mergulho científico e da fotografia subaquática. Endereço para correspondência: [email protected] e [email protected]..

Paredes monumentais

tendo ao fundo a delicada ponte

romana

Diversão dos suiços que se banham no Verzasca: empilhar pedras

As bandas do granito gnaisse ressaltam as

formações no Verzasca

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