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  • Centro de Gesto e Estudos EstratgicosCincia, Tecnologia e Inovao

    SRIE DOCUMENTOS TCNICOS

    DEZEMBRO 2013 - N 17

    Plano de Cincia, Tecnologia e Inovao para o Desenvolvimento da Amaznia Legal

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    incia, Tecnologia e Inovao para o Desenvolvim

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    aznia Legal

    Centro de Gesto e Estudos EstratgicosCincia, Tecnologia e Inovao

  • A Srie Documentos Tcnicos tem o objetivo de divulgar resultados de estudos e anlises realizados pelo Centro de Gesto e Estudos Estratgicos (CGEE) com a participao de especialistas e instituies vinculadas aos temas a que se refere o trabalho.

    Textos com indicao de autoria podem conter opinies que no refletem necessariamente o ponto de vista do CGEE.

    Documentos Tcnicos disponveis:

    01 - 10 Avaliao do programa de apoio implantao e modernizao de centros vocacionais tecnolgicos (CVT)02 - 10 Energia solar fotovoltaica no Brasil03 - 10 Modelos institucionais das organizaes de pesquisa04 - 10 Rede de inovao tecnolgica para o setor madereiro da Amaznia Legal05 - 10 Quadro de atores selecionados no Sistema Nacional de Cincia, Tecnologia e Inovao: Universidades brasileiras06 - 10 Quadro de atores selecionados no Sistema Nacional de Cincia, Tecnologia e Inovao: Instituies de Cincia, Tecnologia e Inovao07 - 10 Hidrognio energtico no Brasil: Subsdios para polticas de competitividade: 2010-202508 - 10 Biocombustveis aeronuticos: Progressos e desafios09 - 10 Siderurgia no Brasil 2010-202510 - 11 Inovaes Tecnolgicas em Cadeias Produtivas Selecionadas: Oportunidades de negcios para o municpio de Recife (PE)11 - 11 Avaliao do impacto da Olimpada Brasileira de Matemtica nas Escolas Pblicas (OBMEP)12 - 11 Eletrnica Orgnica: contexto e proposta de ao para o Brasil13 - 12 Anlises e percepes para o desenvolvimento de uma poltica de CT&I no fomento

    da energia elica no Brasil14 - 12 Roadmap tecnolgico para produo, uso limpo e eficiente do carvo mineral nacional: 2012 a 203515 - 12 Inovaes tecnolgicas em cadeias produtivas selecionadas - Oportunidade de negcios para o

    municpio de Recife (PE): sade, logstica, petrleo e gs16 - 12 Redes Eltricas Inteligentes: contexto nacional17 - 13 Plano de Cincia, Tecnologia e Inovao para o Desenvolvimento da Amaznia Legal

  • Plano de Cincia, Tecnologia e Inovao para o Desenvolvimento da Amaznia Legal

    Organizao Social supervisionada pelo Ministrio da Cincia, Tecnologia e Inovao -MCTI

    Centro de Gesto e Estudos EstratgicosCincia, Tecnologia e Inovao|

  • 2 Centro de Gesto e Estudos Estratgicos (CGEE)O Centro de Gesto e Estudos Estratgicos (CGEE) uma associao civil sem fins lucrativos e de interesse pblico, qualificada como Organizao Social pelo executivo brasileiro, sob a superviso do Ministrio da Cincia, Tecnologia e Inovao (MCTI). Constitui-se em instituio de referncia para o suporte contnuo de processos de tomada de deciso sobre polticas e programas de cincia, tecnologia e inovao (CT&I). A atuao do Centro est concentrada nas reas de prospeco, avaliao estratgica, informao e difuso do conhecimento.

    PresidenteMariano Francisco Laplane

    diretor executivoMarcio de Miranda Santos

    diretoresAntonio Carlos Filgueira GalvoFernando Cosme Rizzo AssunoGerson Gomes

    edio | Maisa Cardoso design grfico | Ncleo de design Grfico CGEEdiagramao e infogrficos | Carla Dionata

    aPoio tcnico ao Projeto | Flvia Pinto e Marina Brasil

    Catalogao na Fonte

    C389p Plano de Cincia, Tecnologia e Inovao para o

    Desenvolvimento da Amaznia Legal - Braslia, DF : Centro de Gesto e Estudos Estratgicos, 2013.

    84 p.; il, 24 cm

    ISBN: 978-85-60755-60-8

    11. Amaznia Legal- Brasil. 2. Desenvolvimento Regional. I. CGEE. II. CONSECTI. III. CONFAP. IV.Ttulo.

    CDU 338(811)

    Centro de Gesto e Estudos EstratgicosSCS Qd 9, Bl. C, 4 andar, Ed. Parque Cidade Corporate70308-200, Braslia, DFTelefone: (61) 3424.9600http://www.cgee.org.br

    Este plano parte integrante das atividades desenvolvidas no mbito do 2 Contrato de Gesto CGEE 5 Termo Aditivo/Ao: Subsdios para o Reposicionamento Estratgico de Instituies de CT&I /Subao:Cincia, Tecnologia e Inovao para o Desenvolvimento da Amaznia Legal 53.11.9 /MCTI/2012.

    Todos os direitos reservados pelo Centro de Gesto e Estudos Estratgicos (CGEE). Os textos contidos nesta publicao podero ser reproduzidos, armazenados ou transmitidos, desde que citada a fonte. Sugesto de citao: CGEE, ttulo, autoria, ano de publicao, CGEE: Braslia.

    Tiragem impressa: 2000. Impresso em 2013. Grfica Qualyt

  • suPervisoAntonio Carlos Filgueira Galvo

    consultoresMariano Macedo

    Spartaco Astolfi Filho

    consultores temticosAdalberto Verssimo

    Carlos Edward de Carvalho FreitasEdvan Alves Chagas

    Francisco de Assis CostaMaria Amlia Enriquez

    Mauro Thury de Vieira SLuiz Roberto Barbosa Morais

    equiPe tcnica cgeeHenrique Villa da Costa Ferreira

    Carmem Silvia Corra BuenoJos Roberto de Lima

    Plano de Cincia, Tecnologia e Inovao para o Desenvolvimento da Amaznia Legal

    Centro de Gesto e Estudos EstratgicosCincia, Tecnologia e Inovao

    Onde o futuro est presente

  • 4Estado do Acre

    marcelo minghelliSecretrio de Estado de Cincia e Tecnologia (Sect)

    Pascoal torres munizPresidente da Fundao de Amparo Pesquisa do Estado do Acre (Fapac)

    Estado do Amap

    antnio cludio almeida de carvalhoSecretrio de Estado de Cincia e Tecnologia (Setec)

    terezinha de jesus soares santosPresidente da Fundao de Amparo Pesquisa do Estado do Amap (Fapeap)

    Estado do Amazonas

    odenildo teixeira senaSecretrio de Estado de Cincia, Tecnologia e Inovao (Secti)

    maria de albuquerque ribeiro olivia simoPresidente da Fundao de Amparo Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam)

    Estado do Maranho

    jos ferreira costaSecretrio de Estado de Cincia, Tecnologia e Ensino Superior (Sectec)

    rosane nassar meireles guerraPresidente da Fundao de Amparo Pesquisa e Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico do Estado do Maranho (Fapema)

    Estado do Mato Grosso

    rafael bello bastosSecretrio de Estado de Cincia e Tecnologia (Secitec)

    flvio teles carvalho da silvaPresidente da Fundao de Amparo Pesquisa do Estado do Mato Grosso (Fapemat)

    Estado do Par

    alberto cardoso arruda Secretrio de Estado de Cincia, Tecnologia e Inovao (Secti)

    mario ramos ribeiroPresidente da Fundao Amaznia Paraense de Amparo Pesquisa (Fapespa)

    Estado de Rondnia

    george alessandro gonalves bragaSecretrio de Estado de Planejamento, Oramento e Gesto (Sepog)

    francisco elder souza de oliveiraPresidente da Fundao Rondnia de Amparo ao Desenvolvimento das Aes Cientficas e Tecnolgicas (Fapero)

    Estado de Roraima

    haroldo eurico amoras dos santosSecretrio de Estado de Planejamento e Desenvolvimento (Seplan)

    daniel gianluPPiPresidente do Instituto de Amparo Cincia, Tecnologia e Inovao (Iacti)

    Estado de Tocantins

    Paulo massuiaSecretrio de Estado de Desenvolvimento Econmico, Cincia, Tecnologia e Inovao (Sedecti) e Presidente da Fundao de Amparo Pesquisa do Estado do Tocantins (Fapt)

    titulares do consecti e confaP - norte

  • 5Dedicatria

    Esse documento dedicado memria da Profa. Bertha Koiffmann Becker, referncia de todos ns e eterna colaboradora da causa do desenvolvimento sustentvel da Amaznia.

  • 7sumrio

    Apresentao 9

    1. introduo 11

    2. sistema de cincia, tecnologia e inovao da amaznia: algumas caractersticas 13

    2.1. O Sistema de CT&I da Amaznia encontra-se aqum de suas possibilidades 14

    2.2. A heterogeneidade intrarregional do Sistema de CT&I da Amaznia 17

    2.3. A precariedade de algumas das bases do Sistema de CT&I da Amaznia 19

    2.4. O Sistema de CT&I da Amaznia: limitaes de escala 21

    2.5. A incipincia da articulao entre a base cientfica e tecnolgica do Sistema de

    CT&I da Amaznia 22

    2.6. Sistema de CT&I da Amaznia: lacunas institucionais 23

    2.7. Sistema de CT&I na Amaznia: pontos fortes 25

    3. Pcti/amaznia: objetivos, diretrizes, eixos e escalas de Planejamento 29

    3.1. Objetivo 29

    3.2. Diretrizes 30

    3.3. Eixos de ao e escalas de planejamento 31

    4. metas do Pcti/amaznia 37

    5. elementos da Programao 39

  • 86. gesto e governana do Plano 556.1. Estrutura bsica do modelo de Gesto e Governana Territorial do PCTI/Amaznia 57

    6.2. Aspectos relevantes do financiamento do PCTI/Amaznia 60

    Anexos 63Anexo 1 65

    Anexo 2 73

    Glossrio 76

    Relao de Siglas e Abreviaturas PCTI/Amaznia 83

  • 9aPresentao

    Na hiptese de crescimento de 3 ou 4 % da economia brasileira nos prximos anos, um cenrio tendencial para a Amaznia reala contradies entre a manuteno da biodiversidade regional e preservao ambiental e a evoluo das atividades econmicas tradicionais e respectivos sistemas logsticos. Presses adviro da expanso da agropecuria, da agroindstria, da minerao e de outros empreendimentos, demandando investimentos crescentes em infraestrutura e logstica.

    Um cenrio alternativo e desejado, que contemple um novo modelo de desenvolvimento para a Amaznia, requer uma interao sistmica entre atores e instituies e o alcance de uma combina-o harmnica entre objetivos de crescimento, inovao, competitividade, equidade e sustentabi-lidade. Tecnologias e inovaes promissoras, que tomam por base o uso de substncias e materiais obtidos no bioma amaznico, podem abrir novas perspectivas de ocupao produtiva e reforar trajetrias de incluso social e conservao ambiental. Dentre outros vetores necessrios, cabem mudanas na estratgia que reforcem e promovam:

    A centralidade das aes de CT&I no conjunto das estratgias de desenvolvimento, de forma a propiciar a utilizao intensiva de conhecimentos e agregar valor biodiversidade regional, ampliar as oportunidades de emprego e renda e compatibilizar o dinamismo da economia com a mitigao dos impactos sociais e ambientais esperados;

    A consolidao do Sistema Regional de Cincia, Tecnologia e Inovao (SRCTI), provendo os recursos institucionais, humanos e financeiros necessrios e desenvolvendo as capacidades adequadas para uma atuao consistente em prol do desenvolvimento regional;

    A gesto e o planejamento da dimenso territorial da CT&I, de forma a atender os requisitos sistmicos impostos pelo desafio de articular as vrias escalas de atuao e operar numa rea geogrfica extensa e diversa como a Amaznia;

    O comprometimento dos atores locais com esse cenrio alternativo, a exemplo desta iniciativa do Conselho Nacional de Secretrios Estaduais de CT&I (Consecti) e do Conselho Nacional das Fundaes de Amparo Pesquisa (Confap) de elaborao do Plano de CT&I para a Amaznia.

    Foi essa compreenso sobre o papel central da CT&I para o desenvolvimento sustentvel da Ama-znia que levou os secretrios estaduais e presidentes das Fundaes de Amparo Pesquisa da re-gio a propor a elaborao de um Plano de Cincia, Tecnologia e Inovao para a Amaznia Legal.

  • 10

    A proposta foi materializada pelo Consecti e Confap Norte no documento denominado Por Um Plano de CT&I para a Amaznia: o maior desafio brasileiro do sculo XXI, tendo sido poste-riormente apresentada, discutida e aprovada pelo Ministrio da Cincia, Tecnologia e Inovao (MCTI), ao final de 2012. Por demanda dessas instituies, o Centro de Gesto e Estudos Estrat-gicos (CGEE) foi convidado a coordenar a elaborao do Plano. Desde a gnese, o Centro props uma metodologia que tomasse por base a ampla participao dos atores regionais e adotasse o horizonte de 20 anos como referncia para as estratgias.

    O PCTI/Amaznia foi concebido para desempenhar o papel de um instrumento de planejamen-to e gesto e inspirou-se nas recomendaes da 4a Conferncia Nacional de Cincia, Tecnologia e Inovao (CNCTI). Os vetores estratgicos propostos pelo Plano so perfeitamente compat-veis com o disposto no captulo "Por uma Amaznia Sustentvel do Livro Azul que sintetizou os resultados da 4a Conferncia. Destacam-se ali: agregao de valor biodiversidade; promoo de sinergia entre instituies, projetos e recursos humanos para a cincia e a tecnologia; atendi-mento s demandas sociais crescentes; e consolidao da base tcnico-cientfica para utilizao do potencial natural e socioeconmico regional de forma sustentvel.

    A proposta do Plano representa, assim, uma contribuio importante para a evoluo da articula-o federativa e o desenvolvimento de projetos programas e demais iniciativas na Amaznia, em estreita consonncia com as definies da Estratgia Nacional de CT&I. Admite uma gesto ativa pelos atores nacionais e regionais, estando aberta incluso de novas concepes e preparada para o jogo dinmico dos ajustes e revises que todo processo de planejamento e gesto necessita.

    O PCTI/Amaznia ganhar sentido prtico na medida em que suas propostas encontrem ex-presso concreta na poltica de CT&I dos estados da regio e do pas. Cabe, assim, estabelecer um espao de dilogo com o MCTI, os governos estaduais, as agncias de fomento e todas as outras instncias de poltica publica essenciais implementao do Plano.

    Mariano LaplanePresidente CGEE

    Jadir Jos PelaPresidente Consecti

    Sergio Luiz GargioniPresidente Confap

  • 11

    1. introduo

    Para efeito da elaborao do PCTI/Amaznia, diversas etapas e rodadas de interao com os ato-res regionais e colaboradores eventuais foram realizadas, em especial:

    1 rodada de consulta aos estados da regio: que teve por objetivos nivelar o conhecimento referente elaborao do PCTI/Amaznia, integrar os atores locais a essa iniciativa e levantar sugestes e ideias-fora para a verso preliminar do Plano. Foi realizada no perodo de 28 de fevereiro a 11 de abril de 2013, em todas as capitais dos estados da Amaznia Legal, com a participao de mais de 400 atores regionais (vide relao de participantes, no Anexo 1). Um Sumrio Executivo dos resultados dessa rodada foi elaborado pelo CGEE em maio de 2013 e discutido posteriormente com os protagonistas do processo;

    Reunies setoriais: com o objetivo de ouvir sugestes e posicionamentos de diversos espe-cialistas e grupos formadores de opinio (acadmicos, gestores e atores da poltica de de-senvolvimento regional, da cooperao internacional, representantes das empresas de base regional, etc.) sobre temas prioritrios para o PCTI/Amaznia. Essas reunies foram realizadas entre o fim do primeiro e o incio do segundo semestre de 2013, contando com a participa-o de mais de 50 especialistas;

    2 rodada de consulta aos estados da regio: que teve como objetivos apresentar e discutir a proposta preliminar do PCTI/Amaznia, visando qualificar o processo de construo da verso final do Plano. Foi realizada no perodo de 16 a 24 de setembro de 2013 nas capitais dos estados do Amazonas, Par e de Rondnia, com a participao de aproximadamente 100 atores regionais, vinculados aos sistemas estaduais de CT&I e com o protagonismo direto

    das Secretarias de Estado de Cincia, Tecnologia e Inovao (Sectis) e Fundaes de Amparo Pesquisa (FAPs) estaduais.

    De forma complementar e visando oferecer apoio tcnico ao Plano, o CGEE contratou um gru-po de especialistas regionais para a elaborao de Notas Tcnicas sobre temas prioritrios ao PCTI/Amaznia, conforme relao a seguir: Recursos Florestais No Madeireiros; Produo de Recursos Florestais na Amaznia; Pesca, Aquicultura e Tecnologia do Pescado na Amaznia; Fru-ticultura na Amaznia; Produo na Amaznia manejo florestal; Minerao na Amaznia; Pro-duo Industrial na Amaznia; Biotecnologia e Biodiversidade na Amaznia; e Sistema de CTI da Amaznia. As referidas Notas Tcnicas foram disponibilizadas e distribudas na ntegra ao con-junto de atores partcipes da 2 rodada de consultas aos estados.

  • 12

    Recorreu-se, ainda, entre outras fontes de consulta para a elaborao do Plano, ampla biblio-grafia de referncia considerada relevante, a exemplo dos seguintes documentos: Livro Azul da 4 Conferncia Nacional de Cincia, Tecnologia e Inovao (CNCTI/MCTI); Amaznia Maior Desafio Brasileiro do sculo XXI A necessidade de uma Revoluo Cientfica e Tecnolgica (Academia Brasileira de Cincias, 2008); Proposta de Programa de Atrao e Fixao de Doutores na Amaznia (Frum de Pr-Reitores de Pesquisa e de Ps-Graduao - Foprop/Norte, 2012); e Um Projeto para a Amaznia no Sculo 21: Desafios e Contribuies (CGEE, 2009).

    Diversas outras rodadas de avaliao do Plano, em momentos diferenciados, foram realizadas com o intuito de garantir a premissa de proporcionar aos atores regionais efetiva participao na elaborao do mesmo, a exemplo de reunies para discusso sobre o Termo de Referncia com os principais protagonistas do processo, encontros regionais para o lanamento da proposta de elaborao do Plano, apresentao da agenda de curto prazo, avaliao dos resultados da 1 ro-dada de consulta, etc.

    O PCTI/Amaznia est composto por seis captulos: alm de uma introduo, um segundo cap-tulo discorre sobre as caractersticas do Sistema Regional de CT&I (fragilidades, limitaes, pon-tos fortes e heterogeneidades internas); um terceiro descreve o objetivo, as diretrizes, os eixos e as escalas de planejamento; o quarto dedicado s suas metas; o quinto apresenta os elementos da programao; e, finalmente, um sexto captulo trata da gesto e governana territorial do Pla-no, primordial para a estratgia de longo prazo a que se prope.

  • 13

    2. sistema de cincia, tecnologia e inovao da amaznia: algumas caractersticas H um grande consenso de que um projeto de desenvolvimento para a Amaznia ter que ter como eixo central a Cincia, Tecnologia e Inovao1 .

    Isto requer o fortalecimento do Sistema Regional de CT&I e, ao mesmo tempo, o seu direcio-namento para processos mais densos de conhecimento, compatveis com a especificidade do potencial regional de gerao de riquezas. Isto tambm oportuno, pois o novo paradigma tecnolgico ou a revoluo tcnico-cientfica em curso, que caracteriza a atual fase do desen-volvimento em nvel mundial, centrada nas tecnologias de informao e comunicao, ampliou as possibilidades de mudar a natureza das relaes de explorao extensiva e predatria dos re-cursos naturais2.

    Para mencionar um exemplo, basta avaliar as possibilidades abertas para a explorao produtiva da biodiversidade ou da floresta em p em decorrncia dos avanos que vm sendo alcanados nas biotecnologias. Segundo o PPG-BIONORTE, somente (...) a transformao sustentvel dos ativos florestais pela biotecnologia (...) poder atribuir valor econmico biodiversidade, evitando ciclos efmeros como o da borracha e levando ao desenvolvimento sustentvel da regio3.

    Nesse sentido e visando estabelecer estratgias voltadas para o PCTI/Amaznia, torna-se rele-vante caracterizar alguns aspectos estruturais, precariedades, fragilidades, lacunas institucionais e pontos fortes da configurao atual do Sistema Regional de CT&I.

    1 CGEE. PCTI / Amaznia: Proposta de Agenda de Curto Prazo - 2013-2015. BRASLIA, CGEE, 2013.2 Segundo BERTA (2005), a revoluo cientfico-tecnolgica na microeletrnica e na comunicao (...) no apenas trans-

    formou a informao e o conhecimento em base de poder e propulsor da reestruturao economia e poltica do sistema mundial, como tambm resultou numa reavaliao e revalorizao da natureza. BECKER, B. Cincia, tecnologia e inovao para o conhecimento e uso do patrimnio natural da Amaznia. Braslia: CGEE, Revista Parcerias Estratgicas, n 20, 2005.

    3 PPG-BIONORTE. Documento Oficial do Programa de Ps-Graduao em Biodiversidade e Biotecnologia da Rede Bionor-te. 2011. Rede Bionorte (http://www.bionorte.org.br).

  • 14

    2.1. O Sistema de CT&I da Amaznia encontra-se aqum de suas possibilidades

    Uma primeira constatao relativa estrutura e dimenso do Sistema Regional de CT&I de que, mesmo em sua configurao atual, esse Sistema encontra-se aqum de suas possibilidades.

    Em geral, os indicadores de suas bases cientficas e tecnolgicas no so compatveis com a im-portncia da Amaznia em nvel nacional, avaliada, por exemplo, pela participao do seu PIB e de sua populao no total nacional.

    Em 2010, a Amaznia respondeu por 8,1% do PIB do Brasil e 13,4% da populao brasileira. Nesse mesmo ano, esses percentuais para a Regio Sudeste alcanaram 55,4% e 42,1%, respectivamente.

    Na Amaznia, a proporo dos concluintes do ensino superior (9,3% do total brasileiro) expres-sivamente inferior participao de sua populao no total nacional, 13,4%. No Sudeste, essa proporo significativamente maior: 51,5% (em relao ao contingente populacional de 42,1% do total brasileiro).

    Podemos constatar situaes semelhantes quando analisamos os indicadores relativos ao nme-ro de programas de mestrado e ao de mestres e doutores na faixa etria de 24 a 65 anos:

    Nmero de programas de mestrado: em 2008, 5,8% desses cursos se localizavam na Amaz-nia e 50,6%, no Sudeste;

    Mestres e doutores na faixa etria de 24 a 65 anos: segundo o Censo Demogrfico de 2010, 5,5% (28,5 mil) dos mestres e 5,2% (9,8 mil) dos doutores residiam na Amaznia; e 56,1% (290,2 mil) e 59,5% (111,5 mil), no Sudeste, respectivamente.

    Esses indicadores da base cientfica confirmam, grosso modo, a desigualdade da base produtiva da economia brasileira (PIB).

    No entanto, o nmero de programas de doutorado (indicador de dimenso e qualidade da base cientfica) e outros indicadores da base tecnolgica sinalizam que a desigualdade entre as regies brasileiras ainda maior.

  • 15

    Em 2011, a regio Sudeste respondia por 66,2% do pessoal ocupado tcnico-cientfico existente no Brasil; por 60,1% dos pedidos de patentes realizados no perodo 2009-2011; por 69,5% das patentes concedidas nesse mesmo perodo; e por 60,4% dos Programas de Doutorado - percentuais bem superiores participao do PIB e/ou da populao dessa regio no total nacional. Na Amaznia, esses percentuais so expressivamente inferiores: 4,6% do pessoal ocupado; 2,3% do pedido de pa-tentes; 0,3% das patentes concedidas; e 2,9% do total de programas de doutorado.

    Apesar dessas expressivas disparidades regionais, ainda marcantes e caractersticas da sociedade brasileira, possvel constatar um processo de desconcentrao espacial da base tcnico-cient-fica ao longo da dcada de 2000; ou seja, um avano relativamente maior das regies brasileiras mais frgeis em direo ao seu potencial bsico, dado por seu PIB e sua populao.

    Nos anos recentes, observam-se ganhos de participao das regies Norte, Centro-Oeste e Nor-deste em todos os indicadores da base tcnico-cientfica em anlise: distribuio nos concluintes no ensino superior; programas de mestrado e doutorado; nmero de doutores cadastrados no Diretrio dos Grupos de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tec-nolgico (CNPq) por 100 mil habitantes; e pesquisadores cadastrados nesse Diretrio.

    No caso da Amaznia, em 2000, a regio respondia por 5,9% do total de concluintes do ensino superior no Brasil. Em 2011, esse percentual alcanou 9,3%. Em 2000, 2,8% e 1,4% dos programas de mestrado e doutorado existentes no Brasil localizavam-se na regio. Em 2008, esses percentu-ais cresceram para 5,8 e 2,9%, respectivamente. O nmero de doutores cadastrados no Diretrio do CNPq por 100 mil habitantes aumentou de 5,4% para 24,7%, entre 2000 e 2010. No mesmo perodo, a participao da regio no total nacional de pesquisadores cadastrados nesse Diretrio cresceu de 4,8% para 8,2%.

    Alm de iniciativas prprias dos estados da Amaznia - expanso das Instituies de Ensino Su-perior (IES), estruturao das Sectis e das FAPs, aumento do aporte local de recursos, incremento das parcerias com o governo federal, etc. -, merecem destaque, dentre as razes que explicam esse avano, a poltica de ps-graduao brasileira, a expanso da rede de universidades federais e o crescimento do nmero de instituies privadas de ensino superior, impulsionadas, em par-te, pelo Programa de Apoio a Planos de Reestruturao e Expanso das Universidades Federais (Reuni); Programa Universidade para Todos (Prouni); Fundo de Financiamento Estudantil (Fies); pela reestruturao e expanso da Rede Federal de Educao Profissional, Cientfica e Tecnol-gica; expanso dos recursos para a rea de CT&I, em decorrncia da criao dos fundos setoriais

  • 16

    de C&T a partir do final dos anos 90; e alocao crescente de recursos correntes do oramento do governo federal para as suas IES - provenientes do Ministrio da Educao (MEC), da Coor-denao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq).

    Ainda assim, a distribuio regional do gasto pblico federal na funo Cincia & Tecnologia, estimada com base no Oramento Geral da Unio, permaneceu, em 2010, fortemente con-centrada: 1,1% no Norte; 6,3% no Nordeste; 77,5% no Sudeste; 11,8% no Sul; e 3,4% no Centro--Oeste4. Ou seja, uma distribuio regional muito aqum do potencial dado pela participao do Produto Interno Bruto (PIB) e da populao de algumas regies no total nacional, a exemplo da Regio Norte.

    No mesmo sentido, outro indicador que merece ser avaliado se refere ao nmero de doutores na faixa etria de 24 a 65 anos em relao populao. Em 2010, a Regio Amaznica contava com 0,39 por mil habitantes. Nesse mesmo ano, o Nordeste (exceto Maranho) apresentou 0,53; o Sul, 1,06; o Centro-Oeste (exceto Mato Grosso), 1,13, e o Sudeste, 1,39. Embora com uma intensidade menor, a desigualdade regional do nmero de mestres da mesma faixa etria por mil habitantes no muito diferente: Amaznia, 1,12; Nordeste (exceto Maranho), 1,47; Sul, 3,19; Sudeste, 3,61; e o Centro-Oeste (exceto Mato Grosso), 3,84.

    Deve-se destacar outra caracterstica relevante do Sistema de CT&I da Amaznia: a que se re-fere configurao espacial do nmero de mestres titulados no Brasil no perodo 1996-2009, com emprego formal em 31 de dezembro de 2009, e do nmero de doutores titulados no Brasil no perodo 1996-2008, empregados em 2008. Segundo o CGEE, todas as unidades federativas da Amaznia so importadoras lquidas de mestres e doutores formados em outras regies do pas, em particular no Sudeste. No caso dos mestres, a Amaznia importou 4.643, o equiva-lente a 70,3% do total de titulados na regio no perodo 1996-2009. Quanto aos doutores, esse quantitativo tambm expressivo (3.303) e correspondeu a 669% dos titulados na regio entre 1996-2008.

    4 Conforme: MENDES, CONSTANTINO, C.; MONTEIRO NETO, Aristides. Planejamento, Instrumentos e Resultados: Ava-liao da Compatibilidade de Polticas para o Desenvolvimento do Nordeste. IPEA, Texto de Discusso n 1.633, julho de 2011, p.18.

  • 17

    Para efeito de comparao, o Nordeste (exceto o Maranho) tambm uma regio importadora lquida de mestres e doutores: 1.264 e 3.315, respectivamente. No entanto, esses quantitativos re-presentam percentuais muito inferiores aos observados na Amaznia, correspondendo a 4,9% dos mestres e 77,3% de doutores titulados. Alm disso, no caso dos mestres, Pernambuco, Paraba e, em menor grau, o Cear so estados exportadores lquidos para as demais regies brasileiras.

    2.2. A heterogeneidade intrarregional do Sistema de CT&I da Amaznia

    Se as desigualdades inter-regionais indicadas anteriormente marcam de forma expressiva a re-lao da Amaznia com as demais macrorregies brasileiras, a heterogeneidade intrarregional do Sistema de CT&I5 tambm relevante. Pode-se afirmar que quanto mais heterogneo for o Sistema, menor a possibilidade de o mesmo cumprir seu papel de mecanismo indutor do de-senvolvimento regional.

    Os estados do Amazonas e Par, que representam cerca de 44% da populao e do PIB regional, respondem por 57% e 87% dos programas de mestrado e doutorado existentes na regio. Os demais estados, que representam cerca de 56% da populao e do PIB regional, respondem por 22% e 5%, respectivamente.

    Segundo o Censo Demogrfico de 2010, no caso da relao de mestres/doutores por mil habi-tantes, as desigualdades so menos expressivas: a quantidade de mestres na faixa etria de 24 a 65 anos por mil habitantes varia de 0,67 no Maranho a 1,80 no Mato Grosso. Nos estados do Amazonas e do Par, essa taxa de 1,40 e 1,05, respectivamente. No caso de doutores, esse indi-cador de 0,24 no Maranho e alcana 0,59 no Acre. No Par, de 0,39, e no Amazonas, de 0,44.

    Dadas as especificidades das estruturas produtivas estaduais, Par (27,8%), Amazonas (21,0%) e, em menor grau, Mato Grosso (15,3%) e Maranho (11,8%) concentraram, em 2011, 76% do Pes-soal Tcnico Ocupado na Amaznia. Roraima (1,8%), Amap (2,4%), Acre (5,1%), Tocantins (6,8%)

    5 O conceito de heterogeneidade intrarregional do Sistema Regional de CT&I visa enfatizar as diferenas estruturais (na-tureza e porte das instituies, disponibilidade de recursos, capacidade de aporte de contrapartidas, maior ou menor presena de do governo federal, etc.) existentes entre os diferentes sistemas estaduais de CT&I.

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    e Rondnia (8,0%) responderam pelos demais. importante destacar que parte expressiva do pessoal tcnico ocupado no Amazonas, Par e Maranho encontra-se vinculada ao PIM e aos polos mnero-metalrgicos existentes nesses estados.

    Merece destaque tambm a elevada concentrao de Instituies Cientficas e Tecnolgicas federais: Instituto Nacional de Pesquisas da Amaznia (Inpa), Centro de Cincia, Tecnologia e Inovao do Polo Industrial de Manaus (CT/Pim), Instituto Evandro Chagas/PA, Centro de Pes-quisas Lenidas e Maria Deane/AM, Museu Paraense Emlio Goeldi (MPEG) e Instituto de De-senvolvimento Sustentvel Mamirau/AM (IDSM) nos estados do Amazonas e Par, sobretudo em Manaus e Belm.

    No perodo 2000-2011, cerca de 72% dos recursos aplicados pelo Fundo Nacional de Desenvolvi-mento Cientfico e Tecnolgico (FNDCT) na Amaznia foram destinados aos Estados do Ama-zonas e do Par. Alm de contar com grande parte das incubadoras tecnolgicas existentes na regio, ambos os estados foram responsveis por 84% do total de pedidos de patentes realizados no referido perodo, junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC).

    O PCTI/Amaznia parte do pressuposto de que superar o padro de desigualdade inter-regional e entre a Amaznia e as demais regies brasileiras deve constituir um dos maiores desafios da so-ciedade brasileira e dos amaznidas, em particular. Quanto menor for essa desigualdade, maior a capacidade das diversas regies de gerar riquezas, tornando tambm maior a disperso espacial e a endogenia do processo de desenvolvimento no territrio nacional.

    O Plano pressupe tambm que o avano do Sistema Regional de CT&I e a reduo de tais desi-gualdades, ao encontro da proposio de um novo modelo de desenvolvimento para a regio, implicam em esforo que deve ir alm do fortalecimento das agendas estaduais, de forma que sejam melhor articuladas regionalmente e referidas por uma dimenso territorial. Entende-se que na construo desse novo modelo que se encontram as alternativas adequadas de inte-rao sistmica entre crescimento, inovao, competitividade, equidade e sustentabilidade, sufi-cientemente potentes para alavancar processos mais estruturados de transformaes econmi-cas, sociais e polticas em nvel regional.

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    A heterogeneidade intrarregional do Sistema de CT&I da Amaznia decorre, em grande medi-da e historicamente, no somente da desigual disponibilidade de recursos tcnicos, financeiros e institucionais entre os estados, mas tambm da ausncia de formulao de estratgias de di-menso regional/territorial, a exemplo do que o PCTI/Amaznia visa oferecer. Quanto maior for a coeso do sistema regional de CT&I maior ser a capacidade do conjunto de estados que compem a regio de contribuir para a acelerao das transformaes econmicas e sociais que a Amaznia demanda.

    2.3. A precariedade de algumas das bases do Sistema de CT&I da Amaznia

    Algumas das bases do Sistema Regional de CT&I so precrias, a exemplo das seguintes:

    O desempenho da regio no exame Programme for International Student Assessment (Pisa)/ Programa Internacional de Avaliao de Estudantes6, em 2009, foi inferior mdia brasileira, equivalente a 401 pontos. Entre os pases, a maior mdia foi a da China/Xangai (556 pontos), seguida da Coreia (539). Nos Estados Unidos, 500 pontos. Nos estados da Amaznia, essa mdia variou de 355, no Maranho, a 392 pontos, em Rondnia. Como no Brasil, as piores mdias regionais foram relativas ao exame de matemtica. No pas, a mdia nessa disciplina alcanou 386 pontos e na regio, foi de 341 pontos no Maranho, e 379 pontos em Rondnia;

    A Taxa Lquida de Frequncia no Ensino Mdio vem aumentando, mas ainda baixa na maior parte dos estados da Amaznia, quando comparada com a mdia nacional (51,6% em 2011). Dois dos estados de maior porte da Amaznia apresentam taxas expressivamente inferiores a essa mdia: Amazonas (39,6%) e Par (37,3%). Esse quadro se torna mais grave quando com-parado com referncias de outros pases: na Coreia e nos Estados Unidos, essa taxa alcana 96% e 89%, respectivamente;

    A Taxa Lquida de Frequncia no Ensino Superior na Amaznia encontra-se distante de 33%, percentual correspondente Meta 12 do Plano Nacional de Educao 2011-2020, em trami-tao no Congresso Nacional. Em 2011, Roraima era a unidade da Federao onde essa taxa mais se aproximava da meta: 25,9%. Par (7,4%) e Maranho (6,3%) so os estados cujas taxas mais se distanciavam dessa meta;

    6 Iniciativa internacional da Organizao para Cooperao e Desenvolvimento Econmico (OCDE).

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    As mdias de anos de estudo da populao em idade ativa (10 anos ou mais de idade) nos estados da Amaznia, so baixas, quando comparadas, por exemplo, s mdias das regies Sudeste (7,8) e Sul (7,6). Em alguns estados da regio, essa mdia expressivamente inferior mdia nacional (7,3), como no Maranho (5,8) e no Par (6,3)7 . Para efeito de comparao: no que se refere populao de 15 anos ou mais, a mdia no Brasil alcana 7,5 anos, patamar bem inferior ao observado nos Estados Unidos (13,0) e na Coreia (11,8);

    A infraestrutura de comunicao (telecomunicaes e conectividade), transporte e ener-gia, apesar dos avanos, ainda precria, sobretudo no interior dos estados da Amaznia, e constitui um fator limitante ao desenvolvimento regional, em geral, e s atividades de PD&I, em especial;

    A infraestrutura especfica de CT&I (laboratrios, equipamentos, parques tecnolgicos, etc.) das ICTs , em geral, insuficiente. Em relao carncia de equipamentos, isso se deve, de modo geral, s seguintes razes: (i) na maioria dos casos nunca os recursos alocados regio foram suficientes para equipar os laboratrios de forma adequada; (ii) as intempries do clima associadas m qualidade das construes e a instabilidade do fornecimento de energia eltrica reduzem a vida mdia dos equipamentos; (iii) os equipamentos so adquiridos mas sem garantia de fluxo de recursos adequados para manuteno e reparos; (iv) falta pessoal tcnico de apoio e de assistncia tcnica local, o que encarece e torna mais lento o processo de uso, manuteno e reparo dos equipamentos: e (v) em alguns casos, os equipamentos, especialmente os de grande porte, que so adequados nos momentos da aquisio e servem plenamente aos fins propostos, tornam-se obsoletos e necessitam ser substitudos por ver-ses modernas, sem que haja garantia ou fluxo de recursos garantidos para tal8.

    As deficincias do sistema educacional - do nvel bsico ao superior - e de infraestrutura restrin-gem as possibilidades do Sistema Regional de CT&I da Amaznia e representam desafios rele-vantes para as polticas pblicas estaduais, regionais e nacionais, em particular as de CT&I.

    Essas deficincias so agravadas pelas condies mais gerais que, direta ou indiretamente, con-tribuem para restringir as possibilidades do Sistema Regional de CT&I, como, por exemplo, a ele-vada concentrao da distribuio de renda, a precariedade das condies urbanas e dficits de servios pblicos (sade, saneamento, coleta de lixo, etc.).

    7 Esses dados se referem a 2009, o ltimo ano para o qual esto disponveis no Sistema de Indicadores de Cincia, Tecnolo-gia, organizado pelo MCTI: http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/8480/Brasil_Media_dos_anos_de_estudo_da_po-pulacao_em_idade_ativa___PIA_10_anos_ou_mais_de_idade_total_por_regiao_e_unidade_da_federacao.html.

    8 ASTOLFI FILHO, Spartaco. Bioprospeco e Biotecnologia. CGEE, Nota Tcnica, 2013.

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    2.4. O Sistema de CT&I da Amaznia: limitaes de escala

    Alguns indicadores revelam limitaes de escala do Sistema Regional de CT&I, a exemplo das seguintes:

    Em geral, os estados da Amaznia apresentam uma relao de inscritos/vagas no vestibular (6,5) expressivamente superior mdia nacional (4,8) ou mdia das regies Sudeste (4,3) e Sul (3,8), o que indica, relativamente, gargalos de escala na oferta de vagas no ensino superior9;

    A escala de mestres e doutores existentes na Amaznia relativamente baixa. Como j obser-vado, o nmero de mestres e doutores por mil habitantes na Amaznia - 1,12 e 0,39 - bem inferior ao da mdia brasileira, 2,71 e 0,98, respectivamente. Todos os estados da Amaznia so importadores de mestres e doutores formados em outras regies do pas.

    Com algumas ressalvas, esses indicadores revelam a necessidade de expanso da graduao e da ps-graduao na regio, ao encontro do que afirma a Academia Brasileira de Cincias (ABC):

    Na Amaznia, a carncia de recursos humanos para atuar em ensino, pesquisa, desenvolvimento tecnolgico e ps-graduao sensu lato e stricto reconhecida e tem sido apontada como um dos maiores entraves para o seu desenvolvimento e sua efetiva insero no pas10 , evidenciando a enorme defasagem existente em termos de capacitao para formar mestres e, sobretudo, doutores. O nmero insuficiente de doutores atuantes na regio cria condicionantes negativos que impedem a expanso do sistema de CT&I e gera um crculo vicioso: sem doutores no se pode captar recursos, expandir a ps-graduao, selecionar docentes mais qualificados nos concursos das instituies de ensino superior (IES) e dos institutos de pesquisa e ainda, muito menos, inserir mo-de-obra qualificada nos programas de P&D de empresas e indstrias. Os mecanismos existentes no atual Sistema Nacional de Cincia e Tecnologia tendem a perpetuar e acentuar as desigualdades existentes. [...]. Apesar do enorme esforo feito pelas instituies de ensino superior e de pesquisa da regio, no h condies objetivas para modificaes substanciais dessa situao se no for definida uma poltica [...] que coloque essa questo como prioritria11.

    9 Esses dados se referem a 2011 e tem como fonte o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (Inep).

    10 Conferncias Nacionais de Cincia, Tecnologia e Inovao; documentos MCT e CGEE; Plano Nacional de Ps-graduao 2005-2010 - PNPG; e Capes, 2005.

    11 ABC. Amaznia Desafio Brasileiro do Sculo XXI: A Necessidade de uma Revoluo Cientfica e Tecnolgica. Proposta da Academia Brasileira de Cincias de um Novo Modelo para o Desenvolvimento da Amaznia, 2008, p. 23.

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    2.5. A incipincia da articulao entre a base cientfica e tecnolgica do Sistema de CT&I da Amaznia

    A dificuldade de articulao da base cientfica e tecnolgica no uma caracterstica especfica do Sistema de CT&I da Amaznia, pois tambm se verifica em mbito nacional, de maneira geral.

    Um dos indicadores desse bice refere-se, por exemplo, proporo de mestres e doutores em-pregados em estabelecimentos das sees da Classificao Nacional de Atividades Econmicas (CNAE) Administrao pblica, defesa e seguridade social e, particularmente, em Educao.

    Segundo o CGEE, 72,4% dos mestres titulados no Brasil no perodo 1996-2009, com emprego formal em 31 de dezembro de 2009, encontravam-se empregados em estabelecimentos dessas sees. Na Amaznia, esse percentual alcana 83,6% e, no Sudeste, 65,3%. No caso do emprego nas indstrias extrativas e de transformao, esses percentuais se restringem a 6,3% para o Brasil, 2,8% no caso da Amaznia e 9,1% no Sudeste.

    De forma semelhante, 87,8% dos doutores titulados no Brasil no perodo 1996-2006 encontra-vam-se empregados formalmente em 2008 nessas sees da CNAE. Na Amaznia, esse percen-tual alcanou 91,6% e, no Sudeste, 85,4%. No que se refere indstria, esses percentuais se limi-tam a 1,8%, 0,8% e 2,6%, respectivamente.

    Esses indicadores revelam que no Brasil, e particularmente na Amaznia, as relaes entre os seg-mentos de Cincia e Tecnologia e Inovao ou de Institutos de Cincia e Tecnologia (ICTs) e Economia e Empreendedorismo so incipientes.

    com base nessa constatao que a Estratgia Nacional de Cincia, Tecnologia e Inovao (ENCTI) 2012-2015 definiu a promoo da inovao nas empresas como um dos seus eixos de sustentao. Segundo essa estratgia,

    [...] no Brasil, a maior parte dos pesquisadores est nas instituies de ensino superior - 67,5% do total em 2010 - enquanto nas empresas essa proporo de apenas 26,2%, bastante abaixo dos ndices correspondentes aos Estados Unidos, Coria, Japo, China, Alemanha, Frana e Rssia.

    A dissociao entre o avano cientfico e a incorporao do progresso tecnolgico base produtiva, especialmente no segmento industrial, se expressa tambm no atraso relativo do Pas no registro de patentes nas instituies internacionais especializadas, [].

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    Observando essa lgica, preciso fortalecer os instrumentos destinados a ampliar o esforo de inovao no setor produtivo brasileiro, pois evidncias recentes mostram que as polticas de apoio inovao tm impactos positivos na ampliao dos esforos tecnolgicos das empresas apoiadas.

    tambm importante melhorar a capacidade de empresas e instituies cientficas e tecnolgicas de criar e utilizar patentes.

    Ampliar a dotao oramentria das universidades e o fomento da pesquisa so aes importantes, pois impactam a efetividade da produo do conhecimento e possibilitam incrementar a formao de recursos humanos de alta qualificao para inovao nas empresas. Entretanto, no podem representar esforos isolados, pois outro desafio importante para a ampliao da inovao no setor empresarial est relacionado dificuldade de articulao entre universidades ou centros de pesquisa e empresas.12

    De forma convergente com a ENCTI 2012-2015, o PCTI/Amaznia considera que crucial forta-lecer os instrumentos destinados a ampliar o esforo de inovao no setor produtivo brasileiro (empresas e empreendedores em geral), particularmente quando pressupe a centralidade de iniciativas na rea de CT&I como meio de agregar valor biodiversidade regional, promover o dinamismo e compatibilizar os impactos das atividades econmicas tradicionais (agropecuria, indstria e infraestrutura) sobre a sustentabilidade ambiental da regio.

    2.6. Sistema de CT&I da Amaznia: lacunas institucionais

    O Sistema de CT&I da Amaznia apresenta severas lacunas institucionais. So vcuos relevantes, pois estabelecem limitaes legais e operacionais ao Sistema e, particularmente, sua gesto.

    Vrios estados da Amaznia no possuem Lei de Inovao, conforme informao recente dis-ponvel. Entre eles: Rondnia, Roraima, Par, Amap e Maranho. Portanto, essas unidades da Federao no podem recorrer a alguns dos instrumentos de apoio inovao estabelecidos por lei, como: subveno econmica; compartilhamento de infraestrutura de suas ICTs com mi-croempresas e empresas de pequeno porte em atividades voltadas inovao tecnolgica; per-misso da utilizao de laboratrios, equipamentos, instrumentos, materiais e demais instalaes existentes nas ICTs por empresas nacionais e organizaes de direito privado sem fins lucrativos

    12 MCT. Estratgia Nacional de Cincia, Tecnologia e Inovao 2012-2015. Braslia:, 2012, p. 41. Disponvel no stio: http://www.mct.gov.br/upd_blob/0218/218981.pdf.

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    voltadas para atividades de pesquisa; e a possibilidade das ICTs estaduais celebrarem contratos de transferncia de tecnologia e de licenciamento para outorga de direito de uso ou explorao de criao por elas desenvolvida.

    Poucos estados da regio, como o Mato Grosso e o Par, criaram Sistemas de C&T ou de Inova-o, o que tende a limitar a participao estruturada dos atores locais na definio de estratgias dos demais estados e da prpria Amaznia.

    Segundo o Frum Nacional de Gestores de Inovao e Transferncia de Tecnologia (Fortec), ne-nhuma das ICTs de Roraima, por exemplo, conta com um Ncleo de Inovao Tecnolgica (NIT). Os NITs vm assumindo relevncia, pois so organizados no mbito do Programa Nacional de Sen-sibilizao e Mobilizao para a Inovao (Pr-Inova). Esse programa operado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pblica vinculada ao Ministrio da Cincia, Tecnologia e Inovao (MCTI), para gerir a poltica de inovao das instituies cientficas e tecnolgicas pbli-cas e privadas sem fins lucrativos, com vistas difuso da inovao como instrumento de compe-titividade e crescimento sustentvel.

    Somente o Amazonas em toda a regio conta com um Ncleo de Apoio Gesto da Inovao (NAGI), instituio voltada para a elaborao de planos e projetos de inovao nas empresas brasileiras. O Programa NAGI vem sendo estruturado com o apoio da Finep, tambm no mbito do Pr-Inova, e o Estado do Amazonas foi contemplado no primeiro edital universal do Progra-ma a partir de parcerias de vrias instituies, entre elas, a Federao das Indstrias do Estado do Amazonas (Fieam), o Servio Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/AM) e o Servio Brasileiro de Apoio Pequena e Micro Empresa (Sebrae do Amazonas).

    H indicativos de que necessrio fortalecer as condies tcnicas e operacionais de rgos de apoio consolidao do sistema regional (Sectis, FAPs, NITs, NAGIs, etc.), quesito de fundamen-tal importncia para a gesto de qualquer Sistema de CT&I ou plano de ao nessa rea.

    Alm disso, tomando os crescentes dispndios estaduais em C&T relativos s receitas totais e apesar dos avanos recentes comentados anteriormente como um indicador da dimenso po-sitiva do esforo institucional dos estados na rea, constata-se que, em todos os estados da Amaznia, esse percentual ainda inferior mdia nacional ou da regio Sudeste, equivalentes a 1,99% e 2,68%, respectivamente, em 2010.

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    Em nvel intrarregional, esse percentual muito diferenciado entre os estados. No Amazonas, Par, em Rondnia e Mato Grosso, alcanam 1,33%, 1,41%, 1,09% e 1,06%, respectivamente. Em Roraima (0,21%) e no Amap (0,43%), percentuais que no alcanam 0,5% dos gastos relativos s receitas es-taduais. Nos demais estados da Amaznia, esse percentual no supera 1,0%.

    Em geral, esses dispndios so fortemente afetados em conjunturas de maior fragilidade das fi-nanas pblicas estaduais, dificultando, inclusive, que os estados - principalmente os de menor porte e mais vulnerveis - aportem contrapartidas relativamente expressivas nos programas de CT&I do governo federal operados em parceria com as Sectis e FAPs, mesmo no caso de com-promissos previamente assumidos junto aos rgos de fomento federais. Muitas vezes, esse fato implica imprevisibilidade, instabilidade e descontinuidade de polticas, programas e projetos de CT&I, o que ainda mais grave quando se refere a pesquisa, desenvolvimento e inovao que exigem solues estveis e, em geral, de mdio e longo prazo.

    Essas caractersticas estruturais, fragilidades e lacunas institucionais do Sistema Regional de CT&I se tornam mais problemticas quando defrontadas com critrios de aprovao de projetos e aporte de recursos por parte das instituies federais de fomento (Finep, , CNPq, etc.), em geral, genricos e descontextualizados da realidade regional, principalmente no que se refere aos esta-dos de menor porte da Amaznia Legal.

    2.7. Sistema de CT&I na Amaznia: pontos fortes

    Visando s definies estratgicas do PCTI/Amaznia, importante destacar alguns dos pontos fortes j presentes no Sistema Regional de CT&I.

    Entre eles, merecem destaque:

    A existncia de um conjunto relevante de Instituies Cientficas e Tecnolgicas (ICTs) - IES, institutos de tecnologia, etc. - estaduais na regio;

    A presena de ICTs federais de expressiva importncia regional e nacional, a exemplo do Inpa, Museu Paraense Emlio Goeldi (MPEG), Instituto de Desenvolvimento Sustentvel Mamirau (IDSM) , Instituto Evandro Chagas (MS), Centro de Pesquisa Lenidas e Maria Deane da

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    Fundao Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Fiocruz Rondnia, de seis unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria (Embrapa) e 11 universidades federais (as nove universidades federais localizadas nas capitais dos estados da regio; alm da Universidade Federal do Oeste do Par (Ufopa), em Santarm; e da Universidade Federal Rural da Amaznia (UFRA), em Belm. Esse fato relevante, pois, no mbito do processo de desconcentrao das ICTs federais13, constitui um vetor de CT&I estratgico e crucial para o desenvolvimento da regio;

    A capilaridade de algumas ICTs, a exemplo da Universidade Estadual do Amazonas, com centros de estudos superiores em Itacoatiara, Labra, So Gabriel da Cachoeira, Tabatinga e Tef, alm de ncleos de ensino supeior em Boca do Acre, Carauari, Coari, Eirunep, Humait, Manacapuru, Manicor, Maus, Novo Aripuan e Presidente Figueiredo;

    A diversidade temtica e a crescente intra e inter-regionalidade das redes de CT&I existentes na regio: INCTs, Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec), redes de pesquisas, etc. Alm da importncia de seus temas de pesquisa para a realidade regional e, especificamente, para o PCTI/Amaznia, essas redes conformam tessituras que fortalecem e contribuem para a en-dogenia e estruturao efetiva do Sistema Regional de CT&I, como por exemplo:

    Dos 122 Institutos Nacionais de Cincia, Tecnologia e Inovao (INCTs) existentes no Brasil, 10 possuem sede na Amaznia14 e 41 ICTs do Sistema de CT&I dessa Regio par-ticipam de INCTs cujas sedes se encontram em outras regies do Pas. Todos os estados da Amaznia apresentam pelo menos uma participante do Programa INCT (CNPq). No geral, as ICTs da Amaznia esto presentes em 42% dos INCTs brasileiros. Os INCTs com sedes na Amaznia agregam em suas redes um nmero expressivo de instituies loca-lizadas na Regio;

    No caso do Sibratec, cinco de suas 51 redes apresentam ICTs amaznidas como institui-es coordenadoras;

    Pode ser citada tambm a importncia local das redes:

    Fundo Setorial do Sistema Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (SNDCT) para estmulo inovao da cadeia produtiva do setor de petrleo e gs natural (CT/Petro Amaznia);

    Pesquisas de Desenvolvimento de Mtodos, Modelos e Geoinformao para Gesto Ambiental (Geoma);

    13 Desconcentrao entendida como a disperso espacial de polticas, programas e ou ICTs do governo federal.14 INCT de Energias Renovveis e Eficincia Energtica da Amaznia (INCT-EREEA); INCT Centro de Energia, Ambiente e

    Biodiversidade (CEAB); INCT de Geocincias da Amaznia; INCT Adaptaes da Biota Aqutica da Amaznia ( ADAPTA); INCT Biodiversidade e Uso da Terra na Amaznia; INCT de Madeiras da Amaznia; INCT dos Servios Ambientais da Amaznia (SERVAMB); INCT de Estudos Integrados da Biodiversidade Amaznica (CENBAM); Instituto Nacional de reas midas (INAU); e INCT para Febres Hemorrgicas Virais.

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    Programa de Tecnologias Educacionais do Amazonas (Proteam);

    Rede de Biodiversidade e Biotecnologia da Amaznia Legal (Bionorte);

    Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera da Amaznia (LBA);

    RedeBio;

    Rede Malria;

    Sistema Nacional de Laboratrios em Nanotecnologia (SisNano);

    Rede Amaznica de Nanotecnologia Aplicada a Frmacos (Ranaf); e

    Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP/Ip).

    As Sectis e FAPs de vrios estados - Amazonas, Par, Mato Grosso e Maranho - vm se fortalecendo e, alm do fomento s atividades de ps-graduao e pesquisa, inclusive infra-estrutura especializada, operam programas de apoio pesquisa e inovao em empresas, constituindo-se como parceiras relevantes nos processos de descentralizao de programas de CT&I do governo federal. Dos projetos contratados pela Finep na regio, no perodo 2007-2012, cerca de 26% foram direcionados direta (22,3%) ou indiretamente (3,6%), via FAPs, para empresas, federaes de indstrias, Senai, etc.;

    O avano regional na estruturao de parques tecnolgicos, a exemplo do Parque Tecno-lgico do Guam (PA) e de incubadoras tecnolgicas. Segundo a Associao Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), 36 incubadoras esto presentes no Sistema Regional de CT&I;

    A atuao de ICTs privadas, a exemplo da Fundao Centro de Anlise, Pesquisa e Inovao Tecnolgica (Fucapi/AM), do Centro de Cincia, Tecnologia e Inovao do Polo Industrial de Manaus (CT/Pim), do Instituto Tecnolgico Vale - Desenvolvimento Sustentvel (PA) e do Instituto Fundao Centros de Referncia em Tecnologias Inovadoras (Certi);

    A Taxa de Empreendedorismo por Oportunidade na Regio Norte (10,1%) semelhante da mdia brasileira (10,7%), o que indica um espao relevante para o fomento de empreendi-mentos de maior densidade tecnolgica15;

    A estrutura do Senai em nvel regional e seus avanos na organizao dos institutos de tec-nologia e centros de inovao. Dos 23 institutos Senai de inovao, dois se localizam na re-gio (Tecnologias Minerais, no Par; e Microeletrnica, no Amazonas). Da rede de institutos de tecnologia do Senai (63 unidades), dois se encontram nos estados do Acre (Madeira e Mveis) e Mato Grosso (Bio-Energia e Alimentos e Bebidas). Alm disso, o Senai a institui-

    15 GLOBAL ENTREPREUNERSHIP MONITOR (GEM). Empreendedorismo na Regio Norte do Brasil. IBQP, Sebrae, FGV/Cenn, 2012.

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    o coordenadora de todas as redes de extenso tecnolgica organizadas na regio (Mato Grosso, Par, Rondnia e Tocantins), no mbito do Sibratec;

    O avano da competncia dos institutos de tecnologia dos estados do Amazonas e do Par e das Instituies de Ensino Superior (IES) da maioria dos estados da regio em contratar proje-tos junto Finep no perodo 2007-2012. Nesse perodo, instituies localizadas na Amaznia responderam por 6,5% do total de projetos aprovados em nvel nacional;

    A evoluo recente e positiva dos principais indicadores das bases cientfica e tecnolgica do Sistema Regional de CT&I, conforme explicitado anteriormente;

    O reconhecimento e consenso de que a CT&I o eixo central de um projeto de desenvolvi-mento regional;

    A proatividade das instituies e atores locais, a exemplo do Consecti-Norte, Confap-Norte, do Frum de Pr-Reitores de Pesquisa e Ps-Graduao Regional Norte (Foprop/Norte) e da iniciativa de elaborao de plano de longo prazo de CT&I para a regio - o PCTI/Amaznia, em parceria com o MCTI e o CGEE;

    A sinalizao de prioridade regio por parte do MCTI e a disposio desse ministrio em apoiar o PCTI/Amaznia e desencadear aes de relevncia regional, como, por exemplo, um programa estruturante de CT&I para a Amaznia.

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    3. Pcti/amaznia: objetivos, diretrizes, eixos e escalas de Planejamento Sistemas regionais de CT&I tm suas especificidades derivadas da confluncia de fatores econ-micos, sociais, ambientais, institucionais, polticos e culturais, que so especficos aos contextos em que se inserem16. A complexidade desses fatores frente s tenses que permeiam o futuro da Amaznia pode estabelecer diferentes rotas para seu padro de desenvolvimento, o que indica a importncia de processos de construo de estratgias de CT&I para o desenvolvimento regional.

    O PCTI/Amaznia pressupe que o papel do Estado e as estratgias nacionais e regionais de CT&I, articuladas com os atores locais, so fatores estruturantes ou crticos na modelagem do Sistema Regional de CT&I e da rota de desenvolvimento que se considera adequada. O Plano parte do entendimento manifestado pelas Secretarias de CT&I, FAPs e por outros atores locais de que h grande consenso que um projeto desenvolvimento para a Amaznia ter que ter como eixo central a cincia, tecnologia e inovao. Mudar a natureza das relaes de explorao extensiva e predatria dos recursos naturais em direo a processos mais inteligentes, intensivos e sustentveis de interao com a biodiversidade e outros recursos naturais representa fator de transformao qualitativa da estrutura produtiva regional e nacional17.

    3.1. Objetivo

    Com base no consenso estabelecido no decorrer do processo de elaborao, e aps validao nas etapas de consulta aos atores regionais, o objetivo geral do PCTI/Amaznia :

    Promover a CT&I como o vetor central do desenvolvimento da Amaznia, com base nos preceitos de sustentabilidade, competitividade e equidade, visando transformar, no horizonte de 20 anos, a natureza das relaes de explorao extensiva e predatria dos seus recursos em direo a processos mais intensivos em conhecimento, de forma a assegurar a preservao do seu bioma e a induzir uma mudana qualitativa de sua estrutura produtiva, ao encontro do desejo de tornar a regio referncia mundial de um novo modelo de desenvolvimento.

    16 Conforme: Redesist (2003). Glossrio de Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais, p.24; e CAMAGNANI, Roberto; CAPELLO, Roberta. Knowledge-Based Economy and Knowledge Creation: The Role of Space. (In) FRATESI, U.; SENN, F. Growth and Innovation of Competitive Regions: The Role of Internal and External Connections. Spring - Verlag, Berlin, 2009.

    17 Conforme CGEE. PCTI/Amaznia: Proposta de Agenda de Curto Prazo - 2013-2015. BRASLIA, 2013.

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    3.2. Diretrizes

    Em consonncia com o objetivo proposto, foram definidas as seguintes diretrizes do PCTI/Amaznia:

    Fortalecer a infraestrutura de CT&I regional e intrarregional (estadual e local);

    Ampliar o efetivo de recursos humanos especializados, por meio de sua formao na regio e da absoro de quadros externos;

    Promover maior articulao entre as ICTs, por meio da conformao de redes regionais e na-cionais de PD&I e programas interinstitucionais de formao de recursos humanos;

    Aproximar a agenda das ICTs regionais das demandas de CT&I da sociedade em geral (setor pblico, empresas, comunidades locais, etc.);

    Fomentar a articulao entre as ICTs e o setor produtivo;

    Promover o empreendedorismo de base tecnolgica;

    Estimular a criao e expanso de polos de inovao18, desconcentrando a distribuio espa-cial da base tcnico-cientfica regional;

    Promover a difuso, publicizao e popularizao do conhecimento para a sociedade em geral, por meios no estritamente acadmicos19;

    Estimular a participao de atores regionais (empresas, ICTs, comunidades locais, etc.) na de-finio das estratgias do Sistema de CT&I;

    Estabelecer uma agenda de prioridades regionais de CT&I, convergente com o objetivo do Plano;

    Fortalecer as condies de gesto e governana do Sistema Regional de CT&I;

    Reduzir as assimetrias entre os Sistemas de CT&I dos estados da Amaznia;

    Ampliar as relaes de cooperao nacional e internacional.

    18 Os polos de inovao podem ser definidos como uma rede de ICTs, empresas, instituies pblicas, etc. em uma rea ge-ogrfica limitada, o que intensifica a capacidade inovativa local atravs de processos de aprendizado sinergtico e coletivo.

    19 A transferncia do conhecimento para a sociedade em geral por outros instrumentos alm das publicaes cientficas constitui uma das misses dos Institutos Nacionais de Cincia e Tecnologia, conforme o Documento de Orientao apro-vado pelo Comit de Coordenao do Programa INCT, disponvel no stio: http://estatico.cnpq.br/programas/inct/_apresen-tacao/pdf/015_anexo.pdf.

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    3.3. Eixos de ao e escalas de planejamento

    Referenciados por objetivo e diretrizes e, considerando a necessidade de superar as fragilidades do Sistema Regional de CT&I, os eixos estratgicos do PCTI/Amaznia so:

    Infraestrutura para Cincia, Tecnologia e Inovao;

    Formao, atrao e fixao de pessoal para CT&I;

    Ambientes e polos regionais de inovao;

    Agenda Regional de P&D.

    Os eixos apresentados dialogam com cinco escalas de planejamento definidas a partir da com-preenso das prioridades vinculadas ao Plano:

    A 1 escala se refere (i) ao potencial das cadeias produtivas vinculadas aos recursos naturais, ao patrimnio gentico e biodiversidade regional, ampliado pelas possibilidades da bio-prospeco e da biotecnologia, tecnologias-chave de processos de conhecimento e de gera-o de valor associados a essas cadeias; (ii) produo de recursos florestais no madeireiro (princpios ativos para uso medicinal, cosmtico, biocompsitos, etc.); (iii) aos servios am-bientais; (iv) pesca e aquicultura; e (v) fruticultura. Esse potencial ainda se encontra pouco explorado por limitaes tecnolgicas, organizacionais, logsticas, de mercado e regulatrias. Alm das especificidades de CT&I nas reas protegidas, merecem ateno especial ques-tes relacionadas disponibilidade e aos usos mltiplos dos recursos hdricos (em especial agropecuria e energia, ao transporte e abastecimento, etc.), uma das bases fundamentais de sustentao da biodiversidade regional;

    A 2 escala contempla o setor agropecurio, cujas prticas de monocultivo e de pecuria ex-tensiva tencionam o bioma da regio. Esse setor constitui atualmente um dos principais vetores de dinamismo da economia regional: entre 2002 e 2010, o valor adicionado da agropecuria da Regio Norte no total brasileiro aumentou de 8,8% para 10%. Estudos revelam que a pecuria a principal atividade econmica da Amaznia, com cerca de 200 milhes de hectares de pasta-gens plantadas. No entanto, segundo a Embrapa Amaznia Oriental, cerca de metade da rea utilizada se encontra em mdio e elevado processo de degradao, com reflexos na produtivi-dade e prejuzos para o produtor. O desafio encontrar solues de CT&I que possam manter o dinamismo do setor agropecurio, aumentar a escala, diversificar a produo e assegurar a

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    viabilidade econmica, a fim de garantir a segurana alimentar, a obteno de matrias-primas e, ao mesmo tempo, a sustentabilidade dos ecossistemas da Amaznia;

    A 3 escala se refere s indstrias extrativas e de transformao, cujas possibilidades de di-versificao e agregao de valor dependem da incorporao de CT&I em seus processos produtivos. Por exemplo, diferentes trajetrias de longo prazo do Polo Industrial de Manaus (PIM) dependem da maior ou menor proporo de contedo local dos conhecimentos cien-tficos e tecnolgicos que do suporte sua competitividade. Arranjos Produtivos Locais podem avanar na forma de Sistemas Produtivos e Inovativos Locais. A indstria de madei-ras tropicais apresenta um elevado potencial de agregao de valor ainda a ser explorado (a exemplo dos setores de mveis, embarcaes, decorao, etc.). Bioprospeco, biomimtica, biologia sinttica e a bioeletrnica constituem fronteiras de oportunidades de CT&I para a bioindstria e a agroindstria, particularmente quando vinculadas biodiversidade regional. Essa dimenso de planejamento contempla tambm iniciativas de C&T direcionadas para a atividade de minerao que, na regio, apresenta expressiva diversidade: garimpos de pe-quena dimenso; gemas e joias; insumos minerais para a agricultura (calcrio, fosfato, etc.); minerais para a construo civil (areia e britas); terras raras; e mega empreendimentos da in-dstria extrativa (ferro, mangans e cobre, em Carajs; alumnio e alumina da Albrs/Alunorte e Alumar, no Par e no Maranho; mangans no Amap; bauxita na regio do Rio Trombetas; cassiterita no Amazonas e Rondnia; e, mais recentemente, as concesses para explorao offshore de petrleo e gs nas bacias da Foz do Amazonas e do Par-Maranho20). Trajetrias menos predatrias da explorao mineral, de pequena ou grande dimenso, tambm de-mandam inovaes tecnolgicas, de gesto e de regulao;

    A 4 escala a do Sistema de Logstica. A estratgia de mudar a natureza das relaes de ex-plorao predatria dos recursos naturais da regio demanda expressivos aportes de CT&I aos padres tecnolgicos de produo das infraestruturas pertinentes a esse sistema, parti-cularmente no que se refere s rodovias, ferrovias, portos, gerao de energia hidreltrica, po-tencial de energia das mars, etc. Na infraestrutura de transportes, por exemplo, uma questo considerada crucial encontrar solues tecnolgicas e econmicas viveis que permitam explorar traados de modais que no apoiem apenas ciclos de produtos monofuncionais

    20 Conforme leilo de concesso de novas reas para explorao de petrleo e gs realizado pela ANP, em maio de 2013. Nesse leilo, foram negociados 14 dos 99 blocos da Bacia da Foz do Amazonas, a um valor que correspondeu a R$ 803 mi-lhes, cerca de 29% do valor total dos negcios realizados. A imensa faixa martima de guas profundas (acima de 600 m de lmina dgua) em frente aos estados do Amap, Par, Maranho e Piau encontra-se hoje entre as reas mais cobiadas pela indstria petrolfera mundial. Conforme ZALN, Pedro V. O potencial petrolfero brasileiro alm do pr-sal. Geofsica Brasil, 21/09/2012. Artigo disponvel no stio: http://www.geofisicabrasil.com/artigos/41-opiniao/4274-o-potencial-petrolifero--brasileiro-alem-do-pre-sal.html?showall=&limitstart.

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    (soja, minrios, etc.), mas que possam desenvolver a intermodalidade. Isso facilitaria o des-locamento de grandes cargas, em longas distncias, dentro de prazos reduzidos, com segu-rana, ao mesmo tempo em que promoveria a articulao das redes de forma a contribuir para a integrao regional/territorial, possibilitando, ainda, a sustentabilidade ambiental e a interiorizao do desenvolvimento. As tendncias de aumento dos investimentos em infra-estrutura em resposta demanda nacional por logstica devem aumentar as tenses relativas implantao de grandes eixos desse sistema na Amaznia. Essa dimenso envolve tambm CT&I em meios de transportes eficientes e mais adequados (aquticos, terrestres e aerovi-rios) especificidades da regio. Entre as alternativas possveis, a ttulo de exemplo, podem ser mencionados modais do tipo dirigveis: "Apesar dos riscos inerentes a todo projeto inova-dor baseado em novos padres tecnolgicos [...], h grande vantagem na utilizao de dirig-veis como modal de transporte: a capacidade de transportar cargas volumosas (de at duzen-tas toneladas) a um custo menor que o do transporte areo convencional e com mais rapidez que o transporte rodovirio, alcanando pontos em locais de difcil acesso, sem necessidade de infraestruturas terrestres especficas e, sobretudo, com baixo impacto ambiental [...] [esses] vazios logsticos no territrio nacional, [...], so a demonstrao clara de tal possibilidade de emprego da tecnologia dos dirigveis21 . Outro potencial logstico de crescente importncia na regio se refere ao setor aeroespacial em decorrncia da localizao de estados da regio prximos linha do Equador e dos avanos realizados pela Base de Alcntara (MA).

    A 5 escala contempla o Sistema de Cidades. Esse Sistema, ao distinguir as relaes funcionais entre os ncleos urbanos, suas centralidades e reas de influncia, estratgico para o planeja-mento das aes de CT&I. As polticas de CT&I no somente podem ser referenciadas por esse sistema, como se constiturem em indutoras ou instrumento de fortalecimento de novas cen-tralidades, aportando contribuies expressivas para o ordenamento territorial da Amaznia. Ir alm da concentrao relativa da produo tcnico-cientfica regional em Manaus e Belm por exemplo, requer aes no somente nessas duas metrpoles regionais, mas tambm nas onze capitais regionais existentes na Amaznia - Boa Vista (RR), Macap (AP), Rio Branco (AC), Porto Velho (RO), Cuiab (MT), Palmas (TO), Araguana (TO), Imperatriz (MA), So Lus (MA), Marab (PA) e Santarm (PA) - e em outros centros estratgicos de menor porte. Se-gundo o INCT de Estudos Integrados da Biodiversidade Amaznica (CENBAM), os centros regionais enfrentam um crculo vicioso de falta de recursos que impede o estabelecimento de investigadores em reas remotas, a ausncia de pesquisadores qualificados resulta em baixa produtividade cientfica, a falta de produtividade impede a obteno de financiamento e a

    21 GOMES, Srgio B. Varella; MIGON, Mrio Nobre. Os dirigveis e o Brasil: eterna promessa ou caso concreto?. BNDES Setorial 35, maro de 2012.p. 303 332. Disponvel no stio: http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Publi-cacoes/Consulta_Expressa/Tipo/BNDES_Setorial/201203_09.html.

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    falta de financiamento faz com que seja difcil treinar a populao local. Essas capitais polari-zam e organizam espaos e territrios em suas reas de influncia, sendo referidas como des-tino para um conjunto de atividades (educao, sade, servios especializados, comrcio, etc.), por grande nmero de municpios. A expanso das fronteiras de recursos naturais da Regio Amaznica (agropecuria e extrativa mineral), sobretudo no arco de povoamento adensado da poro oriental e meridional da regio, alterou a organizao da hierarquia urbana regional. Houve o aumento de sua complexidade devido reduo da supremacia de Belm e de Ma-naus e a formao de cidades dinmicas que se conformaram como capitais regionais nas reas mais impactadas pela formao da fronteira22. Existe na Amaznia e no Brasil, em geral, uma grande carncia de CT&I articulada ao planejamento das cidades23, em particular quanto ao padro local de oferta de bens e servios e proviso de infraestruturas de utilidade pblica. Por um lado, esse padro se refere s infraestruturas de proviso de bens e servios pblicos essenciais de uso coletivo (sade, educao, formao profissional, transporte urbano, mora-dia, saneamento, disposio de resduos slidos, etc.)24, de forma a construir habilitao para cidadania, antdoto persistente aos mecanismos de gerao e reproduo de desigualdades. Por outro lado, esse padro se articula com a promoo de polticas pblicas que possibilitem a insero qualificada no sistema produtivo e que tenham capacidade de engendrar alternati-vas virtuosas de combate s heterogeneidades estruturais e aos mecanismos socioeconmicos de explorao e marginalizao, ou seja, polticas pblicas centradas em CT&I (inclusive as de cunho social) que logrem enfrentar a potncia e a persistncia das estruturas de produo e de ocupao de baixa produtividade e rendimentos, geradoras da excluso social25;

    O PCTI considera que, particularmente na Amaznia, em decorrncia de seus requisitos sist-micos26, tenses e timing de sustentabilidade ambiental, a necessidade de coerncia estrutural entre as diversas escalas referidas anteriormente impe uma dimenso territorial ao planeja-mento de CT&I.

    22 Conforme MONTEIRO, M. A institucionalidade da cincia, tecnologia e inovao na Amaznia e a conformao de traje-trias e paradigmas tecnolgicos. Novos Cadernos NAEA, v. 13, n. 2, p.235-260, dez. 2010, p.255; e BECKER, B. Amaznia: geopoltica na virada do I Milnio. Rio de Janeiro: Garamond, 2004.

    23 BECKER, Berta K. Inovaes Institucionais para Viabilizar Cincia, Tecnologia e Inovao como Vetores de Transformao do Caminho Amaznico de Desenvolvimento. CGEE, Nota Tcnica, 2011.

    24 A urbanizao acelerada, associada s deficincias das polticas pblicas e dos investimentos relativos ocupao do solo urbano, abastecimento de gua, saneamento bsico, gerenciamento de resduos slidos e gerao de emprego, colocaram milhes de pessoas em habitaes insalubres, tanto nas reas metropolitanas, quanto nas cidades e vilas do interior (Plano Amaznia Sustentvel, p.11).

    25 Conforme BRANDO (2011); e CGEE (2011). Dimenso Territorial no Planejamento de CT&I, relatrio tcnico, 2012.26 Conforme SPARTACO (2013),a histria evolutiva dessa regio possui milhes de anos e sua formao resultado de uma

    srie de acontecimentos geolgicos tais como a formao da cordilheira dos Andes. Essas transformaes formaram um continente de florestas e guas que est longe de ser uniforme, compondo um mosaico de ecossistemas os quais de-terminam a biogeografia de suas espcies e a inter-relao entre as mesmas, bem como o modo e impacto da ocupao humana na regio.

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    Ou seja, uma dimenso que, ultrapassando as agendas estaduais, influencie, organize e refli-ta o conjunto das polticas de CT&I e sua articulao multiescalar com as demais polticas pblicas estruturantes (logstica, urbana, industrial, ambiental, recursos hdricos, etc.), fazen-do convergir escolhas estratgicas trajetria desejada de desenvolvimento da regio e pro-movendo, dessa forma, a interao sistmica entre crescimento, inovao, competitividade, equidade e sustentabilidade27.

    A Figura 1 resume os fluxos internos e externos de interao do Plano com o ambiente de CT&I e de desenvolvimento regional no qual o mesmo se insere

    Conceito do PCTI/Amazonia

    Escalas de Planejamento

    (articuladas dimenso territorial)

    Eixos Estratgicos

    Infraestrutura de CT&IRH para CT&I

    Polos de inovao Agenda de P&D

    Diretrizes e Metas

    Amaznia como referncia mundial para o aproveitamento sustentvel da biodiversidade.

    CT&I para o desenvolvimento regional (Ciclos quinquenais de Programao)

    Figura 1 PCTI/Amaznia: esquema conceitual do Plano

    27 MINISTRIO DO PLANEJAMENTO E ORAMENTO E GESTO (MPOG). Estudo da Dimenso Territorial para o Planeja-mento. Viso Estratgica Nacional. Braslia: MPOG, 2008.

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    4. metas do Pcti/amaznia

    De forma a orientar as aes de curto, mdio e longo prazo, relativas a cada um dos eixos do PCTI/Amaznia e estabelecer referncias para avaliao e acompanhamento, foram definidas metas no horizonte de 20 anos, em trs categorias complementares entre si (metas gerais, trans-versais e setoriais). As metas definidas consolidam a estratgia do Plano e expressam de forma quantitativa seu objetivo.

    Metas Gerais (MG)

    MG1 - Consolidar um ambiente de inovao de padro mundial na Amaznia, em tecnolo-gias-chave para o seu novo modelo de desenvolvimento bioindustrial baseado na biopros-peco, biotecnologia, biologia sinttica, biomimtica e bioeletrnica;

    MG2 - Aumentar em ao menos 50% a participao da Amaznia no total dos dispndios do governo federal em CT&I voltados para investimentos em infraestrutura especializada, for-mao de recursos humanos e apoio consolidao de novos habitats de inovao, levando--se em considerao as desigualdades intrarregionais;

    MG3 - Criar uma cesta de instrumentos diferenciados para a poltica intrarregional de CT&I, que contenha volume de recursos preestabelecidos, critrios de concesso e percentuais de con-trapartida diferenciados, prazos de vigncia e objetivos especficos pactuados entre as partes.

    Metas Transversais (MT)

    MT1 - Triplicar o nmero de doutores residentes e atuantes na Amaznia, com nfase nas reas de conhecimento correlatas Agenda Regional de P&D: dos 9,8 mil (2010) para 30 mil;

    MT2 - Duplicar o nmero de programas de ps-graduao strictu sensu das IES da regio, com ao menos o nvel 5 do Sistema de Avaliao da Ps-graduao da Capes;

    MT3 - Dobrar a participao das empresas dos estados da Amaznia, principalmente das pequenas e mdias, no total das empresas inovadoras brasileiras.

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    Metas Setoriais (MS)

    MS1 - Propiciar conexo de telefonia e internet de banda larga, compatvel com o padro nacional de qualidade, em 100% das ICTs e nos polos regionais de inovao (existentes ou novos), extensivo aos municpios-sedes;

    MS2 - Consolidar uma rede de biotecnologia da Amaznia como referncia internacio-nal de PD&I, articulando e promovendo ICTs e grupos de pesquisas estaduais dedicados temtica;

    MS3 - Criar uma rede de PD&I (IES estaduais e federais, Embrapa, etc.) voltada recuperao de reas degradadas da Amaznia;

    MS4 - Criar ao menos um novo polo de CT&I em cada um dos nove estados da Amaznia e ao menos um em cada uma das sub-regies: Amaznia Ocidental, Amaznia Oriental, Arco do Povoamento Adensado e Arco da Fronteira;

    MS5 - Estruturar ao menos um centro regional de PD&I em atividades relacionadas inds-tria extrativa mineral (extrao, agregao de valor e sustentabilidade ambiental);

    MS6 - Criar, no mbito do Sibratec, cinco Redes de Extenso Tecnolgica nos Estados da Amaznia (AM, RR, AP, AC e MA), fortalecer e melhorar a gesto das quatro existentes (MT, PA, RO e TO);

    MS7 - Estruturar um Programa de PD&I em desenvolvimento urbano, com foco em solues urbanas e desenvolvimento local compatveis com a sustentabilidade ambiental, inclusive para os pequenos municpios da regio.

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    5. elementos da Programao

    Visando cumprir os objetivos e alcanar integralmente as metas estabelecidas, o PCTI/Amaznia prev a criao dos programas e projetos apresentados a seguir.

    Em linhas gerais, o Plano estabelece a precedncia de quatro grandes programas composio de seus ciclos de programao quinquenais. So eles:

    Programa de Apoio Infraestrutura da CT&I da Amaznia (ProInfraCTI);

    Programa de Fortalecimento e Expanso da Base de Recursos Humanos da Amaznia (ProRH);

    Programa de Estruturao e Ampliao dos Polos Regionais de Inovao da Amaznia (ProInovar);

    Programa de Apoio Pesquisa e Desenvolvimento da Amaznia (ProPesquisa).

    Cada programa foi estabelecido a partir do que se construiu coletivamente por ocasio do pro-cesso de elaborao do Plano. Os programas esto associados s metas e linhas de ao que fo-ram determinadas pela metodologia adotada em sua construo.

    Divididas em trs grandes perodos - dois iniciais de cinco anos cada, e outro previsto para dez anos - a programao geral do Plano resumida a partir das orientaes colhidas pela metodolo-gia utilizada em sua elaborao. Para cada programa, esto vinculados projetos que contemplam as linhas de ao propostas e devem, posteriormente, ser desdobrados em aes concretas, com definio de beneficirios, executores, recursos financeiros e cronograma de execuo detalha-dos no momento de proposio dos chamados ciclo de programao. O primeiro ciclo do PCTI/Amaznia est previsto para o perodo 2014/2018.

    Os Quadros 1 e 2 resumem os aspectos mais relevantes da programao do PCTI/Amaznia, dimensionando a demanda pelos recursos financeiros necessrios para esforo dessa natureza.

    O Quadro 1 relaciona os principais eixos estratgicos do Plano com linhas de ao propostas e oferece uma primeira aproximao ao que se considera o esboo da programao do 1 ciclo, uma vez que a proposta definitiva do 1 ciclo ou perodo de programao deve ficar a cargo da estrutura de gesto e governana do Plano, conforme previsto no Captulo 6, apresentado posteriormente.

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    Quadro 1 PCTI/Amaznia: eixos, programas, linhas de ao e esboo do 1 perodo de programao (2014-2018)

    Eixo 1 - Infraestrutura para Cincia, Tecnologia e Inovao ProInfraCTI - Amaznia

    Metas Relacionadas Linhas de Ao Esboo do 1 perodo de programao (2014-2018)

    Consolidar um ambiente de inovao de padro mundial na Amaznia;

    Apoiar a construo, melhoria e manuteno da estrutura fsica das ICTs da regio (salas de aula e de estudos, laboratrios, , herbrios, biotrios, espaos de convivncia, centros de arte e cultura regional, por exemplo).

    Projeto de melhoria (upgrade) da estrutura fsica das ICTs consolidadas da regio.

    Aumentar em ao menos 50% a participao da Amaznia no total dos dispndios do governo federal em CT&I;

    Apoiar a ampliao de infraestruturas que dialoguem com habitats de inovao (parques cientficos e tecnolgicos; incubadoras; e CVTs, por exemplo) e polos de inovao (ICTs, empresas, etc.).

    Projeto de ampliao e fortalecimento da base institucional da Amaznia inclusive em articulao com o MCTI, Mapa e MS e Fiocruz para definio de prioridades e calendrio relativo criao de novos institutos e expanso/descentralizao de novas unidades dos j existentes (Inpa, MPEG, IDSM, Embrapa, Instituto Evandro Chagas, Fiocruz, etc.).

    Criar uma cesta de instrumentos diferenciados para a poltica intrarregional de CT&I;

    Apoiar a expanso e a modernizao da infraestrutura dos Institutos do MCTI, MS, Fiocruz, Embrapa, entre outras unidades federais de PD&I com atuao na regio.

    Duplicar o nmero de Programas de Ps-Graduao Strictu Sensu das IES da regio, com ao menos o nvel 5;

    Construir plantas-piloto para: a) produo de leos e extratos de planta (ou colocar em funcionamento a planta do CBA); b) processos de hidrlise e fermentao de biomassa; e c) produo de protenas recombinantes em clulas microbianas e animais.

    Propiciar conexo de telefonia e internet de banda larga, compatvel com o padro nacional de qualidade, em 100% das ICTs e nos polos regionais de inovao;

    Organizar a Rede de Pesquisa em Manejo Florestal de Uso Mltiplo visando integrar as competncias das diversas ICTs para desenvolvimento e aprimoramento das tecnologias de manejo florestal de uso mltiplo, isto , para manejo conjunto de recursos madeireiros e no madeireiros como leos, fibras, biojoias, etc.

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    Eixo 1 - Infraestrutura para Cincia, Tecnologia e Inovao ProInfraCTI - Amaznia

    Metas Relacionadas Linhas de Ao Esboo do 1 perodo de programao (2014-2018)

    Consolidar uma rede de biotecnologia da Amaznia;

    Criar uma rede de PD&I (IES estaduais e federais, Embrapa, etc.) voltada recuperao de reas degradadas da Amaznia.

    Projeto de criao de redes de sustentabilidade da CT&I da Amaznia - foco nos habitats e polos de inovao propostos.

    Criar uma rede de PD&I voltada recuperao de reas degradadas da Amaznia;

    Apoiar a criao de redes de consorciamento, multi-institucionais ou multiusurias de infraestrutura e de plataformas multifuncionais visando maximizar o uso da infraestrutura local/regional disponvel nas ICTs e empresas.

    Criar ao menos um novo polo de CT&I em cada um dos nove estados da Amaznia e ao menos quatro de mbito sub-regional;

    Organizar a Rede Regional de Laboratrios de Bioinformtica, que atue de forma integrada com a Rede Nacional coordenada pelo LNCC.

    Organizar Rede Regional de Educao e Engenharia.

    Estruturar ao menos um centro regional de PD&I em atividades relacionadas indstria mineral.

    Organizar a Rede Regional de Herbrios e Colees Zoolgicas.

    Organizar a Rede Regional de Biotrios

    Complementar a plataforma/rede regional de Centrais analticas e bioanalticas.

    Criar uma Rede Regional de Laboratrios de nanobiotecnologia, integrada com a Rede Nacional existente.

    Criar uma Rede Regional de Laboratrios/Grupos de Pesquisa em biomimtica (binica).

    Restabelecer e ampliar o escopo da Rede da Amaznia Legal de Pesquisas Genmicas - REALGENE (genmica, protemica, metabolmica, engenharia gentica e biologia sinttica/engenharia metablica).

    Ampliar as redes de comunicao e conectividade de banda larga nos estados da regio (melhorias nas redes de telecomunicaes com ampliao de fibras ticas e maior cobertura da RNP).

    Projeto Conexo Amaznica - para garantir conexo de telefonia e internet compatvel com o padro nacional de qualidade em todas as ICTs da regio com articulao para estender a cobertura a 100% dos municpios em que se localizam os principais polos regionais de CT&I.

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    Eixo 2 - Formao, atrao e fixao de pessoal para CT&I ProRH Amaznia

    Metas Relacionadas Linhas de Ao Esboo do 1 perodo de programao (2014-2018)

    Consolidar um ambiente de inovao de padro mundial na Amaznia;

    Criar novas modalidades de bolsas para a formao de recursos humanos (nvel mdio, graduao, ps-graduao) e de pesquisa e para pequenas e mdias empresas visando ao fortalecimento da base tcnico-cientfica regional (iniciao cientfica, inclusive PIBIC jnior; aperfeioamento, mestrado; doutorado; ps-doutorado; casadinho; fixao de recm- doutores; atrao e fixao de doutores; visitante nacional snior; e kit enxoval).

    Projeto Atrao e Fixao de RH na Amaznia - instituir modalidades BPA I e II no mbito da proposta do Programa de atrao e fixao de doutores na Amaznia, apresentado pelo Foprop/Norte (2012).

    Aumentar em ao menos 50% a participao da Amaznia no total dos dispndios do governo federal em CT&I

    Estabelecer valores diferenciados para bolsas e auxlios na regio. Devido importncia estratgica da Regio Amaznica e de suas peculiaridades, importante que haja um valor relativamente maior das bolsas e auxlios de forma a garantir a fixao de pesquisadores e professores na regio, por pelo menos um ciclo de formao de pessoal (estimado em 20 anos).

    Criar uma cesta de instrumentos diferenciados para a poltica intrarregional de CT&I;

    Promover a qualificao docente das ICTs regionais, em particular no que se refere ao nvel de doutorado.

    Triplicar o nmero de doutores residentes e atuantes na Amaznia;

    Projeto Gente pra Linha de Frente - criar novas modalidades de bolsas para a formao de recursos humanos e de pesquisa para pequenas e mdias empresas regionais visando ao fortalecimento da base produtiva regional (alm de disponibilizar bolsas de aperfeioamento; mestrado; doutorado; fixao de recm-doutores; visitante nacional snior; etc.).

    Duplicar o nmero de Programas de Ps-Graduao Strictu Sensu das IES da regio, com ao menos o nvel 5;

    Apoiar a ampliao da graduao e ps-graduao regional por meio da induo de uma maior capilaridade das ICTs regionais e a conformao de redes, visando formao de recursos humanos e atividades de P&D.

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    Eixo 2 - Formao, atrao e fixao de pessoal para CT&I ProRH Amaznia

    Metas Relacionadas Linhas de Ao Esboo do 1 perodo de programao (2014-2018)

    Dobrar a participao das empresas dos estados da Amaznia, no total das empresas inovadoras brasileiras.

    Promover o fortalecimento das redes temticas de P&D j existentes (CTPetro, BIONORTE, Rede Malria, Rede Amaznica de Ensino de Cincias e Matemtica - REAMEC, etc.).

    Promover a insero nas empresas da regio de recursos humanos especializados (graduao, mestres e doutores) em tecnologias-chave para o novo modelo de desenvolvimento da Amaznia. Apoiar a formao de pessoal tcnico-especializado s atividade de P&D (bolsas de estudos, etc.).

    Promover a mobilidade intrarregional, alm da nacional e internacional para pesquisadores e docentes na Regio Amaznica (bolsas-sanduche e outras modalidades).

    Projeto de expanso e desconcentrao da base tcnico-cientfica regional apoio formao de RH em Programas de Ps-Graduao e Graduao na Amaznia para estados e sub-regies da Amaznia consideradas emergentes (vetor de interiorizao do desenvolvimento regional e da reduo das desigualdades intrarregionais).

    Induzir a expanso de Programas de Ps-Graduao e Graduao na Amaznia para sub-regies da Amaznia consideradas emergentes (vetor de interiorizao do desenvolvimento regional).

    Estimular a estruturao de Programas Interinstitucionais de Ps-Graduao entre ICTs regionais e nacionais.

    Apoiar a criao de novas modalidades de programas de formao de RH que tenham carter inovador e dialoguem com as carncias regionais e as demandas da CT&I na Amaznia, em particular no que se refere ao aproveitamento sustentvel da biodiversidade.

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    Eixo 2 - Formao, atrao e fixao de pessoal para CT&I ProRH Amaznia

    Metas Relacionadas Linhas de Ao Esboo do 1 perodo de programao (2014-2018)

    Apoiar a mobilidade na Amaznia sul-americana e estabelecer/negociar metas para os primeiros cinco anos da iniciativa, de forma a promover a mobilidade de graduandos, ps-graduandos, professores e pesquisadores de programas de graduao e ps-graduao entre os pases que constituem a Amaznia, visando realizao de pesquisas nacionais e transnacionais.

    Projeto Mobilidade na Amaznia (Cincia na Fronteira Amaznica) com ampliao da modalidade de doutorado-sandwich, criao da modalidade mestrado sandwich e jovens pesquisadores - visando garantir mobilidade intrarregional a graduandos, ps-graduandos e professores dos programas de graduao e ps-graduao da regio.

    Apoiar a cooperao nacional e internacional, - apoiar a implantao e consolidao dos programas prprios de mobilidade das ICTs e garantir maior participao regional no Programa Cincia Sem Fronteiras, bem como a participao dos quadros da Amaznia em fruns nacionais, internacionais, acordos de cooperao tcnica, etc.

    Eixo 3 - Estruturao e ampliao de polos regionais de inovao ProInovar - Amaznia

    Metas Relacionadas Linhas de Ao Esboo do 1 perodo de programao (2014-2018)

    Consolidar um ambiente de inovao de padro mundial na Amaznia;

    Apoiar a consolidao e expanso de polos de inovao existentes na regio, especialmente os que dialogam diretamente com o uso da biodiversidade e dos recursos naturais.

    Projeto Parques Tecnolgicos e Centros de PD&I da Amaznia (opes a definir no ciclo de programao).

    Aumentar em ao menos 50% a partici