verificação do modelo wrf para a temperatura em 2 metros da primavera de 2009

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Verificação da Temperatura em 2 metros da Primavera de 2009 estimada pelo Modelo WRF Elias G. Lima Fabrício P. Härter Jonas C. Carvalho Universidade Federal de Pelotas – UFPel Programa de Pós-Graduação em Meteorologia Campus Universitário s/n – Caixa Postal 354 – CEP 96010-900 [email protected], [email protected], [email protected] 1. Introdução. Modelos numéricos de equações primitivas, tais como o The Weather Research and Forecasting Model (WRF), são ferramentas extremamente úteis na previsão de tempo, porém apresentam erros intrínsecos. Portanto quantificar estes erros é uma importante linha de pesquisa em meteorologia. Neste trabalho apresentam- se resultados parciais sobre a verificação nos pontos de grade do modelo WRF, para a variável temperatura a 2 metros no inverno de 2009. Esta verificação é obtida usando-se como verdade terrestre a análise do Global Forecasting Service (GFS). Nesta pesquisa calcula-se a métrica estatística Viés Médio (VM) entre o previsto pelo WRF para 24hrs,

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Page 1: Verificação do Modelo WRF para a Temperatura em 2 metros da Primavera de 2009

Verificação da Temperatura em 2 metros da Primavera de 2009 estimada pelo Modelo WRF

Elias G. Lima

Fabrício P. Härter

Jonas C. Carvalho

Universidade Federal de Pelotas – UFPel Programa de Pós-Graduação em Meteorologia

Campus Universitário s/n – Caixa Postal 354 – CEP 96010-900

[email protected], [email protected], [email protected]

1. Introdução.

Modelos numéricos de equações primitivas, tais como o

The Weather Research and Forecasting Model (WRF),

são ferramentas extremamente úteis na previsão de

tempo, porém apresentam erros intrínsecos. Portanto

quantificar estes erros é uma importante linha de

pesquisa em meteorologia. Neste trabalho apresentam-

se resultados parciais sobre a verificação nos pontos de

grade do modelo WRF, para a variável temperatura a 2

metros no inverno de 2009. Esta verificação é obtida

usando-se como verdade terrestre a análise do Global

Forecasting Service (GFS).

Nesta pesquisa calcula-se a métrica estatística Viés

Médio (VM) entre o previsto pelo WRF para 24hrs,

Page 2: Verificação do Modelo WRF para a Temperatura em 2 metros da Primavera de 2009

48hrs e 72hrs e a análise GFS, tornando possível,

avaliar a qualidade da previsão do WRF, (Murphy,

1993).

2. Dados e Metodologia.

Neste trabalho é utilizada a versão 3.2 do WRF,

integrado por 72 horas no modo hidrostático com

resolução horizontal de 20 km. As condições iniciais e

de fronteira são obtidas do GFS, modelo global com

aproximadamente 100 km de resolução horizontal e 64

níveis verticais integrado no NOAA. As análises GFS,

consideradas a verdade terrestre, tem resolução

horizontal 100 km. A metodologia consiste em calcular

o Viés entre as previsões de 24, 48 e 72 horas e as

análises, através da seguinte equação:

𝑉𝑀!,! =(𝑝!!!!    )

!!!!

𝑁

onde α = 24hrs, 48hrs e 72hrs, j indica o nível em

análise, 𝑝 é o previsto, 𝑂!    é o observado e i varia de 1 a

N dias da estação do ano, desta maneira é possível

encontrar os erros sistemáticos ou tendências do

modelo.

As variáveis avaliadas são: Pressão ao Nível

Médio do Mar, Temperatura do Ar, Temperatura do

Ponto de Orvalho, Umidade Relativa do Ar (UR),

Page 3: Verificação do Modelo WRF para a Temperatura em 2 metros da Primavera de 2009

Precipitação acumulada e Componente Zonal,

Meridional e vertical do Vento. Por se tratar de um

estudo preliminar, os autores escolheram discutir

apenas a variável temperatura em 2 metros.

3. Resultados.

A Figura 1 representa o VM da Temperatura para 24, 48

e 72 h em superfície, ressalta-se aqui que as outras

variáveis em análise apresentaram da mesma forma

valores relativamente baixos da métrica estatística VM.

(a) (b) (c) Figura 1: VM da Temperatura em 2m (°C) do inverno de 2009: (a) 24horas (b) 48horas e (c) 72horas. As barras correspondem à(s) figura(s) à direita. A variável T em 2m apresentou valores do VM bastante satisfatórios para praticante toda a região de estudo, mas diferentemente das temperaturas encontradas em trabalhos anteriores durante o inverno de 2009 o VM teve maior variação entre as previsões de 24, 48 e 72 horas. É possível notar nos três horários que no Rio Grande do Sul (e Uruguai) o modelo tendeu a

Page 4: Verificação do Modelo WRF para a Temperatura em 2 metros da Primavera de 2009

subestimar as temperaturas e em Santa Catarina e Paraná, de um modo geral, teve um desempenho melhor com leve tendência de superestimar. Diferentemente do que se verificou anteriormente no inverno, as superestimativas mais representativas estão no oeste e litoral de Santa Catarina e noroeste do Paraná, e as maiores subestimativas estão na região do Bioma Pampa. As regiões serranas apresentaram valores negativos de VM em 48hrs e positivos em 72hrs.

4. Considerações Finais.

Aqui foi apresentada a verificação da temperatura em 2

metros do WRF para a primavera de 2009. Através dos

resultados obtidos, os autores concluíram que a

configuração do modelo em uso, gera previsões com

erros aceitáveis.

Em trabalhos futuros o objetivo dos autores é explorar

os resultados desta e das outras variáveis através de

gráficos de correlações, outras métricas estatísticas e

com uma amostra maior de dados.

Referências Bibliográficas. MURPHY, A.H. What is a Good Forecast? An essay on the Nature of Goodness in Weather Forecasting. Weather Forecasting, v. 8, p. 281-293,1993. HÄRTER, F.P.; BARROS, F.J.G.; BRAGA, T.T.; SANTOS, R.R.; BONATTI, G.R.; MOL, J.M.D.; QUIXABA FILHO, F.; ALVES, F.; GUEDES, J. M. F. Um Sistema Previsor Baseado no WRF em Fase de Testes no INMET. Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia, v. 32, p. 35-41, 2008.