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Infncia como construo socialA emergncia do termo infncia, tal qual o compreendemos nos dias de hoje, se d no sculo XVI e consolida-se no sculo XVII.Antes, as crianas compartilhavam o mesmo mundo dos adultos em todas suas esferas.

Crianas e adultos compartilhavam os mesmos jogos e brincadeiras, conforme vemos nesta pintura de Brueghel, do sculo XVI.

Condies de possibilidade da infncia modernaA emergncia da infncia s foi possvel graas a fatores como:1) imposio do controle da famlia e da criana, da promoo da vida;2) instituio da escola como mecanismo educacional disciplinador;3) normatizao da regras para a infncia.

Crianas = adultos em miniaturaA ideia moderna de infncia surge no Renascimento (sc. XV) e consolida-se no Sculo das Luzes (XVIII), com o Iluminismo.At o sculo XVI, as crianas eram vistas como adultos em miniatura, no h um espao separado para o mundo adulto e o mundo infantil. Na pintura de 1490, A Virgem, o menino e o anjo.

Trptico da Etipia, retratando Jesus Menino: na Idade Mdia e Renascimento, crianas eram retratadas nas temticas religiosas.

Carlos II da Espanha. No sculo XVII, somente crianas nobres tinham tratamento diferenciado e recebiam educao formal.

Histria da infnciaA partir do sculo XVII, na Frana, a criana passa a ser associada fragilidade, dependncia e inocncia. Emerge um sentimento de infncia e o governo dos infantis, ou seja, impedir a morte e promover a vida.Dirio do pequeno princpe Lus XIV serve como base para os estudos sobre a histria da infncia de Phillipe Aris.

Lus XIV beb com a me, Ana da ustria e quando assume a coroa e torna-se rei da Frana, aos 13 anos.

As meninas, de Velsquez: a nobreza e a infncia vigiada

Crianas nobres no sculo XVII

Maternidade e cuidados com a crianaS a partir do sculo XVIII as mes passam a ser vistas como cuidadoras dos filhos, surge a noo de amor materno.As amas de leite so substitudas pelas mes no cuidado das crianas, e as primeiras acusadas de promulgar os maus-hbitos e falta de sade nas crianas. A noo de higiene e cuidados com as crianas passa ser central.Na foto, mucama em Salvador, em 1870.

A criana como o centro das atenes maternas e familiares

Paparicao e educao: o bom selvagemSentimento de paparicao e compreenso das crianas como dependentes dos adultos.A criana vista como bom selvagem (Rosseau), doce e dependente, necessrio educ-la para civiliz-la. A criana como o comeo e a origem do adulto, ou seja, a vida adulta o objetivo final.

Famlia modernaA famlia moderna impe-se como instituio social no Sculo das Luzes, por volta de 1750, como instrumento privilegiado de controle das populaes.Dispositivos de controle da sexualidade e da higiene, a me higinica e o mdico da famlia sabem o que faz bem criao das crianas burguesas. A educao primava por tirar as crianas da irracionalidade, levando-as racionalidade.Nas classes pobres, o estado encarregava-se das crianas atravs da Roda dos Expostos e de orfanatos.

Crianas no incio do sculo XIX: brinquedos de um mundo infantil

Menino grego e brinquedo

A mesa das crianas: separa-se as crianas do mundo e dos assuntos adultos

No sculo XIXA escolarizao universaliza a infncia: todas crianas deveriam ser iguais, independente de suas realidades.O governo dos cidados se d pela escolarizao.Conhece-se e estuda-se as crianas, normatiza-se e governa-se as atravs da captura e disciplinamento das instituies escolares e seus currculos.

Escola rural do sculo XIX: corpos dceis e disciplinados

Sculos XIX e XX: direitos universais das crianas e nova adultizao da infnciaDiferentes modos de se vivenciar a infncia: criana trabalhadora, criana super-protegida,criana-adulto, entre outros.Na fotos que seguem, crianas em situao de trabalho no sculo XX.

Menina burguesa no sculo XIX

Menino trabalhador do comrcio

Crianas trabalhando em fbrica, incio sculo XX

Crianas negras e brancas no Brasil: infncias diferentes

Fim da infncia?Segundo Neil Postman, autor de O fim da infncia, com o advento dos meios de comunicao de massa (televiso, telefone, etc), as crianas passam novamente a partilhar o mundo dos adultos na segunda metade do sculo XX.Hoje, muitas crianas cumprem obrigaes e compromissos iguais aos adultos, tanto nas classes baixas como nas classes favorecidas economicamente.

Criana-adulto?