vavó xixi, luandino vieira
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Luandino Vieira
Vavó Xíxi e o seu neto Zeca
Santos
Escola Secundária D.Afonso Henriques2009/2010
Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Literaturas de Língua Portuguesa
Curso de Línguas e Humanidades12º ano
Com a docente: Isabel Cosmee os alunos: Alexandre, Ana João, Vera
Luandino VieiraNome completo: José Luandino Vieira
Data e Local de Nascimento: Lagoa do
Furadouro (Vila Nova de Ourém) em 4 de Maio
de 1935.
Infância: Passou toda a infância e juventude
em Luanda onde frequentou e terminou o
ensino secundário.
Profissão: Escritor
Curiosidades: A sua obra foi, na grande
maioria, escrita nas diversas prisões por onde
passou.
Em 2006 foi-lhe atribuído o Prémio Camões, o
maior galardão literário para a língua
portuguesa. Contudo, recusou o prémio
alegando «motivos íntimos e pessoais».
Luandino VieiraOpiniões sobre a sua obra
“A sua obra, importantíssima, foi precursora da literatura angolana e tem raízes na terra e na cultura do país” – Saramago
“Luandino Vieira é também um marco revolucionário pelo movimento que criou em Portugal a favor da liberdade de expressão” - Lídia Jorge
“Luandino Vieira é um nome tão grande da literatura em língua portuguesa que a sua distinção já há muitos anos era esperada”. - José Eduardo Agualusa.
“(...) autor que conta na literatura de língua portuguesa e porque foi a certa altura quase um símbolo de rebelião” - Eduardo Lourenço
“Luandino Vieira dedicou toda a sua vida ao povo angolano, expressando, através dos seus escritos, o sofrimento e as alegrias do povo” - Arlindo Isabel, director da Editorial Nzila.
Introdução
Neste trabalho, iremos abordar
uma das três “estórias”
constitutivas da obra Luuanda, de
Luandino Vieira: “Vavó Xixi e o seu
neto Zeca Santos”.
A abordagem será feita em termos
gerais, dando especial relevância
às categorias da narrativa e aos
aspectos sociais a que alude o
conto.
ResumoA acção desenvolve a vida de uma avó, a vavó Xíxi, e o seu neto Zeca Santos, que outrora tinham sido ricos, mas que se apresentam na miséria, sem dinheiro para comer.
Como Zeca estava desempregado, a sua avó insistia para que ele fosse procurar um trabalho. Assim, ele e o amigo Maneco encontram trabalho num “serviço pesado”, mas a experiência corre mal, e Zeca não é aceite. Sem vontade para fazer uma nova tentativa, apenas a sua paixão por uma rapariga, a Delfina, é que faz com que tome, finalmente, essa iniciativa.
ResumoZeca Santos conseguiu então arranjar um
emprego em que tem de carregar
“camionetas com sacos de cimento”, mas
o “homem da praça”, que lhe arranjou
esse serviço, fica com uma parte do seu
salário. Apesar de frustrado com essa
situação, Zeca só pensa em encontrar-se
com Delfina.
Nesse encontro, Delfina e Zeca começam
a namorar, mas a certa altura, o rapaz,
involuntariamente, toca no peito e perna
da amada. Delfina não o permite e
maltrata Zeca Santos verbal e
fisicamente.
ResumoAtrapalhado e envergonhado com
a situação, decide voltar para
casa, onde encontra a vavó
“doente da barriga”.
Esta, desesperada, pergunta-lhe se
ele já arranjou emprego, ao que
Zeca responde negativamente, por
vergonha do “serviço de
monangamba do porto” que terá
de fazer.
Cheios de fome e sem dinheiro, a
avó e o neto discutem, terminando
o conto com o Zeca a chorar no
ombro da vavó.
Tempo e Espaço
Espaço: A acção desenrola-se num dos
musseques de Luanda.
Tempo: para além de indicações temporais normais, há um
momento de analepse que nos permite conhecer a posição ocupada
pela Vavó na sua juventude – a Dona Cecília Bastos Ferreira, mulher
de Bastos Ferreira, “mulato de antiga família de condenados”, e
mãe de João Ferreira; tudo isto em tempo de bonança, de “bem-
estar na vida”, “ de sol mangonheiro”. Porém, na velhice, o tempo é
de tempestade, de “vento raivoso”, é um tempo em que Vavó Xíxi e
Zeca Santos irão sentir a miséria e a marginalização.
Narrador Narrador heterodiegético, uma vez que
não participa na narrativa.
Narrador omnisciente, porque através
das descrições sugestivas das realidades
do musseque e dos pensamentos das
personagens o narrador tem
conhecimento de toda a informação .
Vavó XíxiA Vavó Xíxi representa a situação do idoso que
vive na miséria, com fome, abandonado e
sozinho dentro do espaço urbano. A Vavó, apesar
da fome e da necessidade que passava, mantinha-se forte
para amparar seu neto Zeca. Ela age como uma matriarca
que sofre, mas não desiste de lutar.
Em Vavó Xíxi e seu neto Zeca Santos a sabedoria dos mais
velhos é transmitida quando vavó mostra os seus
conhecimentos sobre a natureza e o narrador confirma a
sabedoria de mais velha que ela tinha, pois toda a gente
lhe dava razão.
Zeca SantosO neto Zeca Santos, habituado a ser rico, a
esbanjar todo o seu dinheiro, vê-se de repente
sem trabalho e sem comida, mas mesmo assim
gasta os seus últimos tostões numa camisa
florida, para não deixar transparecer a sua
miséria à sociedade.
É também um apaixonado por Delfina, que
finge ignorá-lo e interessar-se por outro, o que
lhe provoca ciúmes. Porém, estes acabam por
namorar.
Para desespero da sua avó, o neto não arranja
emprego e mostra-se obcecado por Delfina,
esquecendo-se da sua prioridade: ganhar
dinheiro, para que possam alimentar-se.
Mistura Cultural e Social
O conto reproduz a vida de todos os homens, mulheres
e crianças que vivem nos musseques - os bairros
periféricos em que vivem os angolanos na sua maioria -
explorando a universo cultural existente no país.
São abordadas a questão da fome, a questão da
repressão, a questão de surgirem personagens de
diferentes camadas e classes sociais. Por exemplo, a
avó e neto que antes pertenciam a uma classe alta,
apresentam-se, agora, na miséria, daí que nos
musseques haja uma grande variedade cultural e social.
Repressão ColonialCom a colonização nos países africanos, a cultura luso-
europeia deixou marcas profundas na cultura angolana. O
colonizador fazia com que os colonizados se sentissem
inferiores, qualificando essa cultura oral de primitiva.
A introdução de uma nova cultura, e de uma nova língua
influenciou muito essas questões, e os idosos com o tempo
e com a urbanização tiveram as suas crenças
marginalizadas e suplantadas pela cultura do colonizador.
Assim, Luuanda apresenta uma escrita desconhecida e de
difícil compreensão ao colonizador, com expressões em
Quimbundo, um dialecto próprio de Angola.
ReflexãoToda a obra Luuanda nos leva a pensar e a reflectir
sobre a consequência que a colonização portuguesa
causou em África, e mais precisamente em Angola. Os
angolanos vistos quase sempre como elemento da
paisagem pela literatura colonial, ignorados pela
Literatura Portuguesa, ganham, na complexidade das
suas vidas, lugar e voz nestes contos de Luandino
Vieira. O autor retrata as diversas situações que,
frequentemente, ocorrem em Angola, como forma de
mostrar ao mundo essa realidade. Assim, podemos ter
uma alargada noção da vida angolana nos musseques
e de alguns problemas que atingem o país: a fome, a
exploração e o desemprego.
Bibliografia & Sites Consultados
http://tantaprosa.blogspot.com/2008/01/mais-literatura-africana-angola-ii.html
http://pt.shvoong.com/books/short-story-novella/1941907-luuanda/
Imagens retiradas do Google.pt
Interactividade
MentiraChiça!MerdaAi, meu
Deus! Rua! Fora!A sua benção
Encontra na sopa de letras as expressões em quimbundo correspondentes às portuguesas …
X J L N M E A N C V
D Z B Q A K A X E S
R I F U K G S L E F
U B B A U S S N A D
A D N U T H E C A G
I P O S U Q B R I T
N M L F R T I B U R
O T V B D W A I E U
N T U J I A A A P J
T U J H Y W H I L P
MentiraChiça!MerdaAi, meu
Deus! Rua! Fora!A sua benção
Encontra na sopa de letras as expressões em quimbundo correspondentes às portuguesas …
X J L N M E A N C V
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