variação dos elementos do clima nos espaços rural e urbano do município de piranhas - go...
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ
MARIA VIRGILINA VILELA PAULA
VARIAÇÃO DOS ELEMENTOS DO CLIMA NOS ESPAÇOS RURAL E URBANO DO
MUNICÍPIO DE PIRANHAS – GOIÁS: análise dos valores de temperatura e umidade
relativa do ar
IPORÁ
2010
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MARIA VIRGILINA VILELA PAULA
VARIAÇÃO DOS ELEMENTOS DO CLIMA NOS ESPAÇOS RURAL E URBANO DO
MUNICÍPIO DE PIRANHAS – GOIÁS: análise dos valores de temperatura e umidade
relativa do ar
Trabalho de conclusão de curso apresentada ao Curso de Geografia, da Universidade Estadual de Goiás – UnU de Iporá, como requisito para a obtenção do título de Licenciatura em Geografia. Orientador: Prof. Ms. Valdir Specian
IPORÁ
2010
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Maria Virgilina Vilela Paula
VARIAÇÃO DOS ELEMENTOS DO CLIMA NOS ESPAÇOS RURAL E URBANO DO
MUNICÍPIO DE PIRANHAS – GOIÁS: análise dos valores de temperatura e umidade
relativa do ar
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de geografia da Universidade Estadual de Goiás – Unidade Universitária de Iporá, como parte dos requisitos para obtenção do título de Licenciatura em Geografia.
Iporá, ___ de Novembro de 2010
BANCA EXAMINADORA
FLÁVIO SOUSA ALVES
Avaliador
NELSON GOMES
Avaliador
VALDIR SPECIAN
Orientador
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A minha família, meus pais e meus irmãos que sempre me apoiaram, Ao meu noivo que muito contribuiu para que conseguisse chegar até aqui.
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AGRADECIMENTOS
À Deus que durante esses quatro anos tanto me deu forças para seguir e reconheço
que tudo que alcancei foi por obra dele pois sozinha jamais conseguiria, sua presença em
minha vida me fez conquistar tudo que hoje me orgulho em possuir.
Ao meu orientador Valdir Specian, que muito me auxiliou, mesmo com a
distância que nos separou no ano de 2010, sempre atencioso me orientou e não desistiu diante
dos obstáculos.
No inicio foi muito difícil a permanência no curso, muitos foram os desafios, a
distância da família, as dificuldades financeiras e o contraste do colegial para a faculdade. No
primeiro ano de curso no desespero do projeto do ensaio monográfico deu origem a uma parte
do grupo das três espiãs, quando eu e a Laynara cansadas de procurar uma dupla para
construir o projeto resolvemos nos unir. Depois nas dificuldades da disciplina de cartografia
sistemática a ultima componente do grupo entra em cena, a Lucilene. Essa união fez com que
esses anos pudessem ser menos difíceis e guardar boas recordações, momentos alegres e de
sorrisos, momentos difíceis de tristeza e choro, e também momentos felizes de choro de
alegria. Parabéns as três espiãs!
Aos meus pais, meu pai José Humberto que sempre se esforçou para que eu
pudesse estudar e jamais desistiu de acreditar em mim, mesmo quando eu já não acreditava,
ele estava junto comigo, à minha mãe Jelma que sempre se orgulhou de mim, procurando me
ajudar e apoiar nos momentos mais difíceis, ela que foi de fundamental importância para que
conseguisse realizar as coletas uma vez que ela ficou acordada na Fazenda registrando os
dados durantes às 24h. Muito obrigada a vocês!
Aos meus irmãos, José Humberto Filho e Carla Virginia que me ajudaram a
superar a ausência dos meus pais e me acompanhou todos esses anos, minha irmã que também
me ajudou bastante no registro dos dados das coletas.
Ao Romário, que esteve presente nestes anos e conseguiu agüentar todos os
problemas até o final da monografia, as intermináveis noites de coletas, sempre me dizendo
que era capaz e conseguiria terminar.
Aos meus colegas de curso, pelo incentivo, pela união, que juntos sofremos e
agüentamos as aulas mais difíceis. Parabéns a nós que não desistimos, em uma sala que
possuía mais de quarenta alunos e que hoje só tem dezenove, somos vitoriosos.
E a todos que de alguma forma contribuíram para alcançar este resultado.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 9
1 - CLIMA ........................................................................................................................... 11
1.1- Clima urbano ............................................................................................................ 11
2 –METODOLOGIA ........................................................................................................... 14
2.1 - Área de coleta .......................................................................................................... 14
2.2 – Materiais ................................................................................................................. 15
2.3 – Técnicas .................................................................................................................. 16
2.4. Ritmo Climático .................................................................................................... 16
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 18
3.1 Análise do episódio representativo de 05 e 06 de maio de 2010 .................................. 18
3.2 Análise do episódio representativo de 15 e 16 de Julho de 2010 ................................. 19
3.3 Análise do episódio representativo de 11 e 12 de Setembro de 2010 ........................... 22
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 25
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 26
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LISTA DE FIGURAS
Figura 01- Mapa da microrregião de Aragarças ..................................................................13
Figura 02 - Abrigo metereológico ponto 1 ..........................................................................14
Figura 03 - Abrigo metereológico ponto 2 .........................................................................14
Figura 04 - Termohigrômetro digital instrutherm HT-200 ................................................14
Figura 05 - Imagem de Satélite da área rural de Piranhas – GO ........................................15
Figura 06 - Imagem de Satélite da área urbana de Piranhas – GO ....................................15
Figura 07 - Imagem Satélite GOES 16:30 GMT 05/05/2010 Infra .......................................18
Figura 08 - Imagem Satélite GOES 21:00 GMT 05/05/2010 Infra ....................................18
Figura 09 - Imagem Satélite GOES 06:00 GMT 06/05/2010 Infra .....................................18
Figura 10 - Imagem Satélite GOES 12:00 GMT 06/05/2010 Infra ....................................18
Figura 11 - Imagem Satélite GOES 18:00 GMT 06/05/2010 Infra ....................................18
Figura 12 - Imagem Satélite GOES 21:00 GMT 06/05/2010 Infra ....................................18
Figura 13 - Registros da variação da temperatura e umidade relativa do ar para os dias 05 e 06
de maio de 2010 ...............................................................................................................19
Figura 14 - Imagem Satélite GOES 16:30 GMT 15/07/2010 Infra.....................................20
Figura 15 - Imagem Satélite GOES 21:00 GMT 15/07/2010 Infra.....................................20
Figura 16 - Imagem Satélite GOES 06:00 GMT 16/07/2010 Infra.....................................20
Figura 17 - Imagem Satélite GOES 12:00 GMT 16/07/2010 Infra.....................................20
Figura 18 - Imagem satélite GOES 18:00 GMT 16/07/2010 Infra......................................20
Figura 19 - Imagem Satélite GOES 21:00 GMT 16/07/2010 Infra.....................................20
Figura 20 - Registros da variação da temperatura e umidade relativa do ar para os dias 15 e 16
de julho de 2010 ................................................................................................................21
Figura 21 - Imagem Satélite GOES 16:00 GMT 11/09/2010 Infra.....................................22
Figura 22 - Imagem Satélite GOES 00:00 GMT 12/09/2010 Infra.....................................22
Figura 23 - Imagem Satélite GOES 06:00 GMT 12/09/2010 Infra.....................................22
Figura 24 - Imagem Satélite GOES 12:00 GMT 12/09/2010 Infra.....................................23
Figura 25 - Imagem Satélite GOES 18:00 GMT 12/09/2010 Infra.....................................23
Figura 26 - Imagem Satélite GOES 21:00 GMT 12/09/2010 Infra......................................23
Figura 27 - Registros da variação da temperatura e umidade relativa do ar para os dias 11 e 12
de setembro de 2010 .........................................................................................................23
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RESUMO
A presente pesquisa se fundamentou em analisar a ocorrência de variação na temperatura e umidade do ar na cidade de Piranhas – Goiás, em dois ambientes: a área urbana e a área rural do município. Os valores de temperatura e umidade relativa do ar foram coletados em três campanhas de coleta, meses de maio, julho e setembro de 2010, cada campanha teve duração de 24 horas com registros em intervalos de 25 minutos. O evento se realizou em dois dias, com inicio às 18:00 e termino às 18:10 do dia seguinte. Para conhecer os motivos desta variação entre ambientes próximos, foi pertinente estudar as características locais do objeto de estudo. O clima urbano é um assunto que tem sido trabalhado por muitos autores como Lima e Amorim (2008), Saydelles (2005). Como uma característica especifica de cada sítio urbano, o clima urbano pode ser identificado através de aspectos morfológicos locais, a forma de urbanização e planejamento. Apresentaremos alguns dos fatores que podem gerar este clima urbano e a relação deste com o entorno da cidade, a fim de que esclareçam os motivos desta distinção nos ambientes de estudo. A pesquisa mostrou que existe variação nos ambientes analisados e os valores registrados na área rural foram altos proporcionando uma amplitude térmica alta.
Palavras - chaves: Variação, temperatura, umidade, urbano e rural.
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INTRODUÇÃO
O ser humano tem provocado muitas mudanças no ambiente a fim de estabelecer
permanência, ampliar valores e posses, tais ações acarretam em problemas nas características
naturais do ambiente provocando alterações no clima das cidades. Diante das mudanças no
clima e dos problemas que estas têm causado. Estudos voltados para o clima vêm ganhando
ênfase por estudiosos do clima.
Estudos de clima urbano revelam que os problemas e alterações no clima das
cidades são resultados de diversos fatores que se interagem e provocam modificações em seu
contexto constituindo em um clima único e diferenciado das demais áreas circundantes. Este é
constatado nas cidades em virtude de vários aspectos que podem afetar na temperatura e
umidade do ar, independente do tamanho da área de perímetro urbano, contrastando com
áreas do seu entorno. Sorre (1934)1 apud Conti (2006) contradiz a visão de Hann em relação
ao clima, que considera “o conjunto dos fenômenos meteorológicos que caracterizam a
condição média da atmosfera em cada lugar da Terra”, em dois pontos esta definição é
discutida quanto a abstração inteiramente destituída de realidade e conduz a um abuso das
médias aritméticas para caracterizar os elementos do clima, em segundo lugar, um caráter
estático e artificial, pois não menciona o desenvolvimento dos fenômenos ao longo do tempo,
essa nova visão faz com que a anterior seja descreditada. Uma vez que o ritmo é um dos
elementos essenciais do clima.
Esta pesquisa analisou a ocorrência da variação de temperatura e umidade relativa
do ar para área urbana de Piranhas - GO, os dados da área urbana foram comparados com os
dados coletados na área rural do município. O município possui uma população de 11.139
habitantes distribuídos em uma área de 2.047,76 km² (SEPLAN, 2007). Com o total da
população urbana de 10.009 habitantes e um sitio urbano com aproximadamente 3,8 km², é
possível considerar Piranhas com uma cidade de pequeno porte. Uma pesquisa em uma cidade
com características parecidas foi realizada por Lima e Amorim (2008) o objeto de estudo foi à
cidade de Rosana – SP, que possui área total do município de 741 km² e uma população
urbana de 6300 habitantes (IBGE 2000).
1 A obra de Sorre (1934) foi parcialmente traduzida para o português por Conti e publicada na forma de artigo cientifico pela Revista do Departamento de Geografia, n. 18, p. 89-94, em 2006.
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A pesquisa se fundamentou na necessidade de conhecer as variações nos registros
dos elementos do clima (temperatura e umidade relativa do ar), que ocorreram durante as
coletas e entre os pontos de coletas. Portanto se resume a intencionalidade do trabalho nos
objetivos propostos para explanar a pesquisa, que analisou a variação da temperatura e
umidade relativa do ar, de uma área urbana de pequeno porte em relação à área rural deste
mesmo município.
A fundamentação da pesquisa se especificou, através dos seguintes pontos:
- Verificou a existência de variações para os registros para área urbana comparada
a área rural de Piranhas - GO;
- Identificou as variações e alterações ocorridas nos registros nas diferentes fases
da coleta em ambos os pontos;
- Caracterizou a relação do uso e ocupação do solo dos postos de coleta, a fim de
compreender as variações da temperatura e umidade relativa do ar;
- Reconheceu a eficiência dos estudos de clima urbano, usando como referência a
prerrogativa do ritmo climático e da coleta em períodos de 24 horas.
Para alcançar o previsto, foram necessárias comparações das coletas de um ponto
com outro, coletou no urbano e comparou com a coleta do rural que proporcionou os
resultados e conclusões. Assim como apresentamos os dados e a relação que eles podem
possuíram com a forma de ocupação e uso do solo nos pontos de coleta, e ainda verificamos a
eficiência dos estudos de clima urbano, usando como referência a prerrogativa do ritmo
climático e da coleta em eventos de duração de 24 horas.
A consideração de Monteiro (1971, p. 13) sobre a análise rítmica como uma
abordagem essencialmente dinâmica, complementa o argumento acima utilizado, onde torna-
se necessário um perfeito entrosamento entre as observações locais, detalhadas em unidade de
tempo cronológica adequada como também os elementos de análise espacial da circulação
atmosférica, isso mostra a eficiência das coletas em sequência que neste caso são de 24 horas
consecutivas, na qual possibilita observar avanços e recuo dos dados aferidos no decorrer da
coletas em cada campanha de coleta.
A pesquisa foi discutida em três capítulos, no primeiro capitulo discute-se sob
clima adentrando no clima urbano e a relação com o objeto de estudo. O segundo capítulo
apresenta a área de abrangência da pesquisa, como esta foi realizada, as técnicas e materiais
utilizados. No último capítulo foram discutidos os resultados obtidos nas três campanhas de
coletas realizadas no ano de 2010, nos meses de Maio, Julho e Setembro.
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1 CLIMA
A preocupação em relação ao clima se iniciou há vários anos, os primeiros
registros meteorológicos já mostravam diferenças entre as cidades e o campo que foram
comentadas desde o pioneiro estudo específico do clima de uma cidade, estudado por
HOWARD no ano de 1833 - em Londres- e que ainda continua a ser tratado nas monografias
atuais sobre o clima de cidades (LANDSBERG, 19562).
Os elementos do clima exercem fundamental importância para a vida humana e
sua sobrevivência. Esta afirmação fundamenta a preocupação da sociedade em conhecer as
variações que tem ocorrido nos ambientes nos passar dos anos. Neste capítulo abordaremos o
clima urbano, a relação que o clima urbano pode exercer nos elementos do clima: temperatura
e umidade relativa do ar e a variação que existe entre a cidade e o campo.
1.1 Clima urbano
O clima urbano é um assunto que tem atraído a curiosidade de pesquisadores de
clima, em decorrência da diferenciação que cada sítio urbano pode ter, considerando os
aspectos morfológicos de sua localidade, a forma de urbanização e planejamento que podem
caracterizá-lo como um clima específico da cidade.
A cidade de Piranhas- Goiás é uma cidade pequena, estudos sobre clima urbano
são muito freqüentes em cidades de grande e médio porte, mas existe a ocorrência em cidades
menores. O trabalho de Lima e Amorim (2008) comparou os valores de temperatura e
umidade do ar para a área rural e urbana de Rosana/SP, um município com área
aproximadamente 741 km² segundo o Censo 2000 realizado pelo IBGE com população
urbana de cerca 6300 habitantes, e encontrou diferenças de 1,5 ºC nos valores registrados,
sendo que os maiores na área urbana, principalmente para a coleta das 21h. Em alguns dias a
temperatura na área urbana de Rosana esteve até 4ºC acima do registrado na área rural.
2 A obra “The climate of towns” foi parcialmente traduzida p. 584 - 606 pelo Prof. Dr. Tarik Rezende de
Azevedo, DG, FFLCH, USP; Revisado pela Profa. Dra. Maria Elisa Siqueira Silva, DG, FFLCH, USP e
publicado em forma de artigo cientifico pela Revista do Departamento de Geografia, n. 18, p. 95-111, em 2006.
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Os resultados de estudos realizados podem ser referência para a nossa pesquisa a
fim de que conheçamos os aspectos influenciadores nos elementos do clima da cidade de
Piranhas-Go que foram analisados nesta pesquisa: a temperatura e umidade relativa do ar. As
paisagens que existem no município e no perímetro urbano possuem características diferentes,
uso do solo, formas de ocupação que podem propiciar variações nos registros dos dados
coletados em dias e horários simultâneos na cidade e no campo.
A idéia de Monteiro (1990, p.10) traz a concepção da existência do clima urbano a
partir da comparação dos resultados dos dados coletados no perímetro urbano e no espaço
rural do mesmo município em momentos iguais, onde considera que todo o histórico da
evolução dos estudos de “clima urbano” nascido da comparação com o contraste oferecido
com o “campo” circundante evidencia o caráter fundamental da cidade como espaço
localizado de uma continua, cumulativa e acentuada “derivação antrópica” do ambiente.
O clima da cidade pode ser determinado por uma série de alterações nos registros
de dados dos elementos do clima, em virtude da transformação ou retirada da cobertura
natural do solo; a vegetação, pela inserção de corpos diferentes; asfaltos e concretos, em
virtude de tais fatores o clima de um local se torna único e diferente de áreas próximas,
constituindo características diferentes.
As variações nos valores dos dados dos elementos em estudo, temperatura e
umidade relativa do ar, advêm de diversos fatores que se interagem e provocam modificações
em seu conjunto, constituindo em um clima único e diferenciado, se comparado a áreas
próximas. No caso da cidade de Piranhas-Go podemos considerar como fatores destas
variações, a construção da cidade em um lugar com altitude de 365m, baixa se relacionada à
altitude da Serra onde se localiza o Cristo3, que não é a mais alta das que cercam a cidade, que
possui altitude de 506m e também a passagem do Rio Piranhas dentro dos limites urbanos que
divide a cidade em duas partes.
Para compreender as variações ocorridas nos registros dos dados dos elementos
do clima de uma cidade e a relação da variação com seu entorno, são necessárias observações
e estudos em vários aspectos: culturais, sociais, econômicos, morfológicos, o uso e ocupação
do solo que podem ser sugestivos a um clima diferenciado. Para Saydelles (2005 p. 10) pode
se considerar que o “ambiente em que se processam as relações sociais, econômicas e
culturais de uma determinada época e sociedade, onde os processos de produção provocam
constantes modificações no espaço urbano e por conseqüência no clima urbano”.
3 Serra do Cristo é referência na cidade como ponto turístico em virtude da visão que é proporcionada da área urbana e o fácil acesso.
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Mendonça e Monteiro (1990) definem o clima urbano como “um sistema que
abrange o clima de um dado espaço terrestre e sua urbanização”, independente da dimensão
da cidade, existe a possibilidade de surgir um clima diferenciado se considerado a áreas
próximas, como o campo e a cidade.
[...] para melhor compreender o ambiente climático interno das cidades, é indispensável o entendimento das complexas relações existentes entre seu sítio urbano e as diversas funções desenvolvidas no espaço urbano (expressas através do uso e ocupação do solo urbano), na análise climática local e no planejamento urbano. (SAYDELLES, 2005 p. 10)
De acordo com Lombardo,(1985) [...] “clima urbano é a modificação substancial
do clima, que em relação às condições climáticas das demais áreas circunvizinhas, apresentam
maiores quantidades de calor e modificações na composição da atmosfera, na ventilação e na
umidade”.
Segundo Lima e Amorim (2008) a formação de um clima urbano diferenciado das
áreas circunvizinhas (entorno), não se relaciona apenas à dimensão territorial de uma cidade.
Os problemas gerados por esse clima local podem ser notados tanto em cidades pequenas,
médias ou grandes. Diante de tal afirmação pode se considerar que a cidade de Piranhas – GO
possa preencher tais requisitos, citados anteriormente no texto, para possuir um clima urbano.
As diferenças entre as áreas urbanas, a distribuição e o uso dos espaços intra-urbanos,
associados às condições específicas do relevo, fundo de vale, a densidade de áreas verdes e
corpos hídricos, podem influenciar e gerar um clima urbano na cidade de Piranhas – Goiás.
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2 METODOLOGIA
Para realização desta pesquisa além da revisão de literatura necessitamos de
outros procedimentos tais como materiais e técnicas utilizados para a obtenção dos dados da
temperatura e umidade relativa do ar.
2.1 Área de coleta
A cidade de Piranhas, objeto deste estudo, está situada na região Oeste do Estado
de Goiás, delimitada pelas coordenadas geográficas 16°26’ de Latitude Sul e 51°50’ de
Longitude Oeste, e localizada na microrregião de Aragarças – GO, como mostra a figura 01.
A cidade é cercada por serras e o Rio Piranhas divide a cidade em duas partes. As margens do
rio em sua maioria já desmatada têm contribuído para o assoreamento do mesmo em
conseqüência das erosões. A área urbana da pesquisa possui vias asfaltadas, casas com áreas
calçadas de cimento e algumas praças com áreas verdes.
Fig. 01 Mapa da microrregião de Aragarças onde se localiza o município de Piranhas – GO (escala não definida)
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A área rural estudada se localiza no Assentamento Fortaleza no município de
Piranhas - GO. É uma área recentemente povoada, que ainda conserva parte considerável da
vegetação original. Atividades predominantes são a pecuária leiteira e a agricultura destinada
a para alimentação de bovinos e gêneros alimentícios para consumo próprio dos assentados.
O clima da região é caracterizado como Tropical Semi-Úmido (NIMER, 1989).
Para Steinke (2004) o clima da Região Centro Oeste é dominado por uma série de sistemas
atmosféricos, com destaque para a massa Tropical Atlântica (mTa) que, devido à ação
persistente do anticiclone do Atlântico Sul, possui atuação relevante durante o ano todo, sendo
que no inverno, o resfriamento basal aumenta a estabilidade superior, contribuindo para a
ocorrência de bom tempo. Na prática a região apresenta um clima típico do cerrado, com um
inverno seco, com temperaturas amenas, registrando poucas ocorrências de temperaturas
menores que 15 ºC e verões chuvosos e quentes.
2.2 Materiais
Para aferição dos dados da coleta utilizamos de dois mini abrigos meteorológicos,
para os dois pontos de coleta, confeccionados em madeira com lateral estilo persiana,
artesanal, de forma que circule o ar dentro do mesmo e não altere os dados. Estes foram
instalados com altura de 1,50 m do solo e à sombra a fim de que não sofra alterações nos
valores, ver figura 02 e 03.
Em cada abrigo continha um termohigrômetro digital (portátil) instrutherm HT –
200, para a coleta da temperatura e umidade relativa do ar, ver figura 04.
Fig. 02 Abrigo metereológico Fig. 03 Abrigo metereológico Fig.04 Termohigrômetro digital no ponto 1 no ponto 2 instrutherm HT-200 Fonte: Paula (2010) Fonte: Paula (2010) Fonte: Paula (2010)
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Para transformação dos dados da coleta em gráficos utilizamos o programa
Microsoft Excel 97-2003.
Utilizamos as imagens do Satélite GOES dos dias observados para analisarmos a
ocorrência de fenômenos interferentes nos registros dos dados coletados em toda a pesquisa.
2.3 Técnicas
A pesquisa se dividiu em três etapas de coletas de dados de temperatura e
umidade relativa do ar: a primeira coleta de dados ocorreu dias 05 e 06 de maio de 2010, a
segunda coleta dias 15 e 16 de julho de 2010 e a terceira coleta nos dias 11 e 12 de setembro
do ano de 2010, que se iniciaram às 18:00 do primeiro dia e terminaram às 18:10 do dia
segundo. Nos seguintes pontos de coletas:
Ponto 1. Localizado na Latitude 16º15’35.68 Sul e na Longitude 51º47’44.75
Oeste, sua altitude é de 392m, está na localizada na Zona rural do município, onde possui
grande quantidade de área arborizada, ver Figura 05.
Ponto 2. Localizado na Latitude 16º 26’ 10.69 Sul e na Longitude 51º 48’34.66
Oeste, sua altitude é de 365m. Área de perímetro urbano. Como mostra a Figura 06. Com
arborização composta por poucas árvores e de baixo porte.
Fig. 05 Imagem de Satélite da área rural de Piranhas - GO, local de instalação do ponto 1 de coleta, marcado de vermelho. (Fonte: Google Earth acesso em 06 de Novembro de 2010, escala não definida)
Fig. 06 Imagem de Satélite da área urbana de Piranhas – GO, local de instalação do ponto 2 de coleta, marcado de vermelho. Fonte: Google Earth, acesso em 06 de novembro de 2010, escala não definida)
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A análise deve ser conduzida por uma ótica que revele o clima da cidade como
algo que é produzido a partir de um fenômeno de transformação de energia num jogo
integrado entre o ar atmosférico e o ambiente urbano edificado pelo homem (MONTEIRO,
1990, p. 65).
Segundo um padrão proposto por Monteiro (1990, p. 62) o experimento deve
conter no mínimo dois eventos em estações opostas, verão e inverno, assim como duração
mínima de 24 horas, com leituras horárias ou pelo menos de duas em duas horas e dois pontos
ou mais de coletas. Nesta perspectiva a pesquisa foi realizada com aferições em dois
ambientes: área rural e urbana do município de Piranhas – GO, em três campanhas, cada
campanha teve duração de 24 horas e os registros foram obtidos a cada 25 minutos.
As imagens do Satélite GOES foram utilizadas para a verificação de existências
de eventos atmosféricos na superfície e assim pudemos considerar a interferência ou não
destas ocorrências para os dias de observação e coletas.
2.4 Ritmo Climático
Os dados coletados foram analisados em acordo com a proposta preconizada por
Monteiro (1971) que considera o ritmo como fator de analise fundamental para a
climatologia. Para o autor, o ritmo é uma expressão de sucessão dos estados atmosféricos que
conduz ao conceito de habitual, pois há variações e desvios que geram diferentes graus de
distorções até atingir padrões extremos.
A realização de coletas de dados em períodos seqüenciais de 24 horas proporciona
uma análise em pequeno prazo de dados contínuos, o que possibilita verificar o avanço e o
retrocesso dos valores no decorrer das mesmas.
A análise rítmica é o estudo de diversos fenômenos detalhadamente em um
determinado local de modo que sejam estabelecidas algumas características como próprias
deste local e que sejam compreendidas as alterações em certos períodos.
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A necessidade de caracterizar o ritmo climático segundo MONTEIRO (1971, p. 9)
exige decomposição cronológica já que os estados atmosféricos, em continua sucessão, se
produzem em unidades bem menores.
[...] O ritmo climático só poderá ser compreendido através da representação concomitante dos elementos fundamentais do clima em unidades de tempo cronológico pelo menos diárias, compatíveis com a representação da circulação atmosférica regional, geradora dos estados atmosféricos que se sucedem e constituem o fundamento do ritmo (Monteiro, 1971).
Para analisar as variações para os registros dos elementos do clima da cidade de
Piranhas-Go, e relevante o uso do método de ritmo climático, pois através da análise rítmica
as variações ocorridas no espaço rural e urbano puderam ser esclarecidas, entretanto o período
de estudo da seguinte pesquisa se restringe ao ano de 2010, em virtude de tal fator
apresentaremos os resultados que demonstraram somente o presente ano.
O ritmo climático é a forma de observação de um padrão de evolução das
condições do tempo que possibilitam perceber os avanços ocorridos no intervalo de uma
campanha de coleta para outra, através destas analisamos o avanço das coletas que foram
realizadas e a variação dos valores para o urbano e para o rural em forma comparativa.
A sucessão de dados possibilita a análise e a compreensão dos fenômenos
ocorrentes em lugares próximos e que provocam diferenciações em virtudes de ações
antrópicas. Os dados coletados nas três campanhas em ambos os pontos de coletas,
possibilitam conhecer a variação que os elementos do clima exercem nas áreas de pesquisa
rural e urbano no município de Piranhas-Go no ano de 2010.
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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados da pesquisa são apresentados neste capitulo, no qual detalhamos as
campanhas de coletas nos dois ambientes com seus respectivos registros de valores, os
gráficos correspondentes a cada uma destas, e as imagens do satélite GOES respectivas aos
dias observados.
3.1 Análise do episódio representativo de 05 e 06 de maio de 2010
No dia da coleta o tempo permaneceu estável, a frente fria que avançava sobre o
sudeste nos dias anteriores não atingiu a região em estudo. A primeira coleta de dados
caracteriza o final do período chuvoso e inicio do seco, pode ser observada nas Figuras 07, 08,
09 e 10 a presença de massas de ar frio que atingem o Atlântico Sul. Nas Figuras 11 e 12
verifica-se o movimento das massas de ar frio atingindo o Sul do País.
Fig.07 Imagem Satélite GOES Fig.08 Imagem Satélite GOES Fig.09 Imagem Satélite GOES 16:30 GMT 05/05/2010 Infra 21:00 GMT 05/05/2010 Infra 06:00 GMT 06/05/2010 Infra 13:30 Brasília Fase Avanço 18:00 Brasília Fase Avanço 03:00 Brasília Fase Avanço
Fig.10 Imagem Satélite GOES Fig.11 Imagem Satélite GOES Fig.12 Imagem Satélite GOES 12:00 GMT 06/05/2010 Infra 18:00 GMT 06/05/2010 Infra 21:00 GMT 06/05/2010 Infra 09:00 Brasília Fase Avanço 15:00 Brasília Fase Avanço 18:00 Brasília Fase Avanço
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Os valores registrados para a temperatura estiveram sempre acima dos 20ºC
durantes as madrugadas e ultrapassaram os 30ºC no intervalo das 12h às 18h, com uma
amplitude térmica máxima de 13,8 ºC. A menor temperatura registrada na área urbana ocorreu
às 06:55 de 20,9 ºC e maior às 14:50 de 34,7 ºC, ambas registradas no dia 06 de maio. Os
valores da temperatura registrados na área rural até as 19:40 foram maiores que os registrados
na área urbana, quando foi obtido o valor de 27,7°C, os registros de valores da temperatura
abaixam até alcançar 20,9°C às 6:55, nos próximos registros de valores a temperatura se
eleva até as 11:30 do dia 06 de maio e atinge 32°C, os valores permanecem altos até o final da
coleta às 18:10 do dia 06 de maio com 30,3°C, como pode ser visto na Figura 13.
Fig.13 Registros da variação da temperatura e umidade relativa do ar para os dias 05 e 06 de maio de 2010
Na área rural os registros de valores para a umidade relativa do ar atingiu 98% às
04:50 do dia 06 de maio, o mínimo valor registrado foi de 39%, das 15:15 ate às 16:30 com
significativa variação de 59%, durante o período de 24hs da coleta.
Na área urbana também foram registrados os mesmos valores para a umidade,
entretanto a máxima alcançada de 98% ocorreu alguns minutos antes às 04:25 do dia 06 de
maio, o mínimo valor de umidade registrado foi de 40% nos horários de 15:15 a 15:40 do dia
06 de maio, isso mostra que os valores registrados para a umidade não foram maiores para a
área rural e nem possuíram diferenciação notória para os registros como era esperado. Os
dados registrados iniciaram com valores alcançando a diferença 2% maior para a área urbana
às 18:00 do dia 05 de maio, às 06:05 da manhã do dia 06 de maio os valores registrados para a
umidade alcançaram a diferença de 1% maior novamente para a área urbana e ao final da
coleta às 18:10 do dia 6 de maio repetiu a diferença de valores para o urbano com 2%.
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3.2 Análise do episódio representativo de 15 e 16 de Julho de 2010
A segunda coleta ocorreu durante o período seco nos dias 15 e 16 de julho de
2010, onde seguiu o padrão proposto para a temperatura e umidade relativa do ar, quanto
maior a temperatura menor e a umidade relativa do ar. Durante o dia pode se observar que não
houve mudanças no padrão das características atmosféricas, a presença de massas de ar frias
podem ser observadas no Centro-Oeste do Brasil, que se manteve por todo o evento, na figura
18 pode ser verificado as massas de ar frio que estão próximas ao Estado de Goiás. Nas
Figuras 14 e 15 não é possível visualizar os movimentos de massas de ar nesta região. As
Figuras 16, 17 e 19 mostram as massas de ar frio no sul do País.
Fig.14 Imagem Satélite GOES Fig.15 Imagem Satélite GOES Fig.16 Imagem Satélite GOES 16:30 GMT 15/07/2010 Infra 21:00 GMT 15/07/2010 Infra 06:00 GMT 16/07/2010 Infra 13:30 Brasília Fase Avanço 18:00 Brasília Fase Avanço 03:00 Brasília Fase Avanço
Fig.17 Imagem Satélite GOES Fig.18 Imagem Satélite GOES Fig.19 Imagem Satélite GOES 12:00 GMT 16/07/2010 Infra 18:00 GMT 16/07/2010 Infra 21:00 GMT 16/07/2010 Infra 09:00 Brasília Fase Avanço 15:00 Brasília Fase Avanço 18:00 Brasília Fase Avanço
Para os registros da área urbana os valores da temperatura permaneceram maiores
que a área rural das 18:25 do dia 15 de julho com registro de 30,4°C até as 20:05 com registro
de 26,2°C. Às 04:00 do dia 16 de julho o valor registrado para a temperatura alcança 21,9ºC,
com 0,2°C menor que a área rural no mesmo horário, permanecendo menor até às 04:50. De
07:20 do dia 16 de julho até às 17:45 do mesmo dia, os valores registrados para a temperatura
na área urbana estiveram menores que os valores registrados nos mesmos horários na área
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rural. Os valores máximos registrados para temperatura alcançaram a máxima às 14:50 com
valor de 32ºC e temperatura mínima registrada com valor de 20,7ºC às 7:20 a amplitude
térmica da campanha foi de 11,3 °C, que pode ser verificado na Figura 20.
Fig.20 Registros da variação da temperatura e umidade relativa do ar para os dias 15 e 16 de julho de 2010
O valor registrado para a temperatura no inicio da coleta na área rural foi de
30,5°C às 18:00 do dia 15 de julho, seguindo a ordem decrescente para os valores até ás 02:20
do dia 16 de julho quando foi registrado 20,7°C, nesta campanha houve três registros com o
valor mínimo, das 02:45 até às 07:20 os valores registrados para a temperatura variam de
21,1°C a 20,7°C neste intervalo os valores aumentam até 22,1ºC às 04:00 e 04:25 volta a
diminuir até atingir novamente o menor valor registrado para a temperatura da campanha de
20,7ºC, a partir destes registros os valores acrescem até atingir 33,9 às 14:25 do dia 16 de
julho o maior valor registrado para temperatura na campanha. A amplitude térmica alcançou
13,2°C durante o período de 24hs nos dia 15 e 16 de julho de 2010.
Os valores da umidade relativa do ar iniciam iguais para os dois ambientes, no
decorrer da campanha os valores aumentaram e para a área urbana os valores registrados
foram maiores que a área rural até as 22:35 quando foi registrado em ambos o valor de 60%.
Os valores da umidade relativa do ar registrados na área urbana a partir das 23:00 foram
menores que os valores registrados na área rural até às 07:45 do dia 16 de julho com registro
de 72%, os valores permaneceram maiores para o urbano até 17:45 quando atinge o registro
de 38% valor igual para os dois ambientes. A campanha obteve variação de 41% para os
valores.
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Na área rural o valor registrado para a umidade relativa do ar às 18:00 do dia 15
de julho é de 41% e segue em ordem crescente para os registros até às 07:20 do dia 16 de
julho com 76%. A partir deste registro os valores começam a decrescer até atingir o menor
valor da campanha com 28% às 14:50. Os valores registrados aumentam até atingir 38%,
valor igual ao registrado para a área urbana, mantendo os valores iguais até o termino da
campanha às 18:10 quando foi registrado o valor de 40%. A campanha obteve uma variação
de 48% para os valores de umidade relativa do ar.
A presente coleta obteve maior variação termo - higrométrica ao longo do dia
(menor amplitude térmica). O fechamento da coleta os registros nos dois pontos voltam a
apresentar características semelhantes de temperatura e umidade do ar.
3.3 Análise do episódio representativo de 11 e 12 de Setembro de 2010
Durante a terceira coleta, nos dias 11 e 12 de setembro de 2010, observam-se os
maiores níveis de valores registrados das três campanhas realizadas, estes podem estar
associados à presença de massas de ar frio que se aproxima do sul do país, que podem ser
observadas nas Figuras 21, 22 e 23, estas se movimentam no decorrer da campanha de coleta,
mas não conseguem aproximar da região de estudo, ver Figuras 24, 25 e 26.
Fig. 21 Imagem Satélite GOES Fig. 22 Imagem Satélite GOES Fig.23 Imagem Satélite GOES 16:00 GMT 11/09/2010 Infra 00:00 GMT 12/09/2010 Infra 06:00 GMT 12/09/2010 Infra 13:00 Brasília Fase Avanço 09:00 Brasília Fase Avanço 03:00 Brasília Fase Avanço
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Fig.24 Imagem Satélite GOES Fig. 25 Imagem Satélite GOES Fig. 26 Imagem Satélite GOES 12:00 GMT 12/09/2010 Infra 18:00 GMT 12/09/2010 Infra 21:00 GMT 12/09/2010 Infra 09:00 Brasília Fase Avanço 15:00 Brasília Fase Avanço 18:00 Brasília Fase Avanço
Na área urbana o valor registrado para temperatura no inicio da campanha de
coleta às 18:00 do dia 11 de setembro foi de 37°C o maior valor registrado nesta campanha,
os valores decrescem até alcançar o valor mínimo registrado para a temperatura de 23,8°C às
6:30 e 6:55 do dia 12 de setembro. Os valores aumentam no decorrer do dia 12 de setembro
até atingir o valor 36°C às 16:55. Novamente os valores voltam diminuir até atingir 34,8°C às
18:10 do dia 12 de setembro no final da campanha. A amplitude térmica alcançou valor de
13,2°C (ver Fig. 27) durante a campanha de coleta de 24hs do dia 11 e 12 de setembro de
2010.
Fig. 27 Registros da variação da temperatura e umidade relativa do ar para os dias 11 e 12 de setembro de 2010
Na área rural o valor registrado para a temperatura às 18:00 do dia 11 de setembro
é de 34,2°C, que diminui até atingir o valor mínimo de temperatura registrado de 20,2°C às
06:30 do dia 12 de setembro, os valores registrados para a temperatura aumentam até atingir
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36,9ºC às 14: 00 do dia 12 de setembro quando alcança seu valor máximo da campanha. A
amplitude térmica dos valores durante a campanha de coleta dos dias 11 e 12 de setembro de
2010 obteve o valor de 16,7°C no período das 24hs.
Os valores registrados para a umidade relativa do ar na área urbana estiveram
abaixo de 18%4 das 18:00 até as 19:15 quando o valor registrado foi de 18% aumentando até
atingir o máximo valor da campanha de coleta as 08:10 de 35%, voltando a diminuir e às
10:40 é realizado o ultimo registros de valores com 20%. A variação dos valores registrados
para a umidade relativa do ar foi de 18% durante a campanha de coleta dos dias 11 e 12 de
setembro de 2010 durante as 24hs.
Na área rural a umidade relativa do ar também teve registro de valores abaixo dos
18%. O primeiro registro de valores foi à 01:30 do dia 12 de setembro com registro de valor
de 18%, enquanto na área urbano obteve o primeiro registro às 19:15. O maior valor
registrado foi de 36% às 06:30 do dia 12 de setembro de 2010, o ultimo registro de valores foi
de 20% para a umidade relativa do ar às 10:40 do mesmo dia. A campanha obteve variação de
19% durante o intervalo das 24hs nos dias de coleta 11 e 12 de setembro de 2010.
4 O aparelho utilizado para o registro de valores de temperatura e umidade relativa do ar mede valor mínimo para
a umidade de 18%.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa buscou responder sobre a existência de variação na temperatura e
umidade relativa do ar para ambientes próximos, mas que possuem características diferentes,
como o urbano e o rural de um mesmo município. Os resultados revelam que o urbano possui
valores diferenciados comparados ao rural, a área rural da pesquisa de maneira geral obteve
registros com altos valores para a temperatura. Os valores registrados para a umidade relativa
do ar no urbano se equipararam ao rural, alguns horários maiores outros menores, mas no
geral os valores se mantiveram próximos.
As campanhas de coletas se basearam na prerrogativa do ritmo climático em
períodos de 24hs a eficiência desta metodologia de trabalho permitiu que o pesquisador
presenciasse as características do objeto de estudo em escala mínima reconhecendo os
avanços e retrocesso nos registros de valores no decorrer da campanha.
Os materiais utilizados na pesquisa como o aparelho instrutherm HT-200 e o
abrigo metereológico confeccionado artesanalmente foram muito úteis, o abrigo instalado à
sombra em ambos os postos de coletas a fim de abrigar o aparelho contribuiu para que os
valores registrados não tivessem a interferência de outros elementos como ventos e chuvas, de
forma que não alterassem os resultados. O aparelho foi de extrema importância, entretanto
como possui registro mínimo de umidade relativa do ar de 18% não possibilitou que fossem
verificados os valores mínimos da ultima campanha de coleta.
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REFERÊNCIAS
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