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Download Vampire Academy 2: Frostbite - static.tumblr.comstatic.tumblr.com/jzav6f0/bAtmfuy7q/aura.pdf · outra pessoa, seu amigo Mason ... – o que meio que faz deles uma merda para destruir

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  • Vampire Academy 2: Frostbite

    Richelle Mead

    Rose Hathaway tem srios problemas com garotos. Seu lindo tutor Dimitri est de olho em

    outra pessoa, seu amigo Mason est super afim dela, e ela continua entrando na cabea de

    sua melhor amiga Lissa enquanto ela est com seu namorado, Christian (nada legal). Ento

    ocorre um ataque massivo dos Strigoi que pe a Santo Vladimir em alerta, e a academia

    fica lotada de guardies incluindo a legendria Janine Hathaway... a formidvel e ausente

    me de Rose. Os Strigoi esto se aproximando, e a academia no quer ter nenhum risco.

    Por isso neste ano, a viagem de ski realizada todo ano para os alunos da Santo Vladimir

    obrigatria. Mas a linda paisagem de inverno e o luxuoso resort em Idaho s produz a

    iluso de segurana. Quando trs estudantes fogem para lutar contra os fatais Strigoi, Rose

    precisa juntar suas foras com Christian para resgata-los. Apenas nesse momento, Rose e

    seu corao esto em mais perigo do que ela jamais pode imaginar...

    Ttulos anteriores da srie Vampire Academy:

    1: Vampire Academy

    Para Kat Richardson, que muito sbia.

    PRLOGO

    As coisas morrem. Mas elas nem sempre ficam mortas. Acredite em mim, eu sei. Tem uma

    raa de vampiros nessa terra que esto literalmente andando mortos. Eles se chamam

    Strigoi, e se voc ainda no est tendo pesadelos com eles, voc deveria. Eles so fortes,

    eles so rpidos, e eles vo matar voc sem piedade ou hesitao. Eles tambm so imortais

    o que meio que faz deles uma merda para destruir. S existe trs formas para se fazer:

    uma estaca de prata direto no corao, decapitao, e colocar eles em chamas. Nenhum

    desses fcil de fazer, mas melhor do que no ter opo. Existe tambm bons vampiros

    no mundo. Eles se chamam Moroi. Eles esto vivos, e eles tem o poder incrivelmente legal

    de usar magia em cada um dos quatro elementos terra, ar, gua e fogo. (Bom, a maioria

    dos Moroi pode fazer isso mas eu vou explicar mais sobre essa exceo depois). Eles

    quase no usam mais sua mgica pra praticamente nada mais, o que meio triste. Teria sido

  • uma grande arma, mas os Moroi acreditam firmemente que a mgica s deve ser usada para

    coisas pacificas. uma das maiores regras na sociedade deles. Moroi tambm so

    normalmente magros e altos, e eles no podem lidar com muita luz do sol. Mas eles tem

    sentidos sobre humanos que compensam: viso, olfato e audio. Os dois tipos precisam de

    sangue. o que os faz vampiros, eu acho. Moroi no gostam de pega-lo a fora, no entanto.

    Ao invs disso eles mantm humanos por perto que por vontade prpria doam pequenas

    quantidades de sangue. Eles so voluntrios porque as mordidas dos vampiros contem

    endorfinas que fazem voc se sentir muito, muito bem e fazem voc ficar viciada. Eu sei

    disso por experincia pessoal. Esses humanos so chamados alimentadores e so

    essencialmente viciados em mordida de vampiros.

    Ainda sim, manter os alimentadores por perto melhor que o jeito que os Strigoi fazem as

    coisas, porque, como voc pode esperar, eles matam para obter sangue. Eu acho que eles

    gostam. Se um Moroi mata uma vitima enquanto estiver se alimentando dele, ele ou ela se

    transforma em um Strigoi. Alguns Moroi fazem isso por escolha, desistindo da sua magia e

    da moral pela imortalidade. Strigoi tambm podem ser criados a fora. Se um Strigoi bebe

    o sangue da vitima e faz essa pessoa beber o seu sangue, bom... voc tem um novo Strigoi.

    Isso pode acontecer com qualquer um: Moroi, humano, ou... dhampir. Dhampir.

    isso que eu sou. Dhampirs so meio-humanos, meio-Moroi. Eu gosto de pensar que ns

    temos os melhores traos das duas raas. Eu sou forte e robusta, como humanos so, eu

    tambm posso sair no sol o quanto eu quiser. Mas, como os Moroi, eu tenho timos

    sentidos e reflexos rpidos. O resultado que dhampirs so os melhores guarda costas

    que o que ns somos. Ns somos chamados de guardies. Eu passei minha vida inteira

    treinando para proteger os Moroi dos Strigoi. Eu tenho todo um conjunto de aulas especiais

    e praticas que eu aprendo na Academia St. Vladimir, uma escola privada para Moroi e

    dhampirs. Eu sei como usar todo o tipo de arma e posso dar uns chutes bem legais. Eu j

    bati em caras do dobro do meu tamanho - dentro e fora da sala de aula. E de verdade, so

    basicamente aqueles que eu tenho que bater, j que tem poucas garotas na minha turma.

    Porque enquanto dhampirs herdam todo o tipo de traos, tem uma coisa que ns no

    herdamos. Dhampirs no podem ter filhos com outros dhampirs. No me pergunte porque.

    No como se eu fosse uma geneticista nem nada. Humanos e Moroi ficando juntos vo

    sempre fazer mais dhampirs; da que ns viemos pra inicio de conversa. Mas isso quase

    no acontece muito mais; Moroi tendem a ficar longe dos humanos. Mas por causa de outra

    bizarrice gentica, no entanto, Moroi e dhampirs se misturando vo criar mais crianas

    dhampirs. Eu sei, eu sei: loucura. Voc pensaria que iria ter um beb que vampiro,

    certo? No. Meio humano, meio Moroi. A maioria desses dhampirs nascem de homens

    Moroi e mulheres dhampirs que ficam juntos. As mulheres Moroi continuam tendo bebs

    Moroi. O que isso normalmente significa que os homens Moroi tem casos com as mulheres

    dhampirs e ento vo embora. Isso deixa muitas mulheres dhampirs como mes solteiras, e

    por isso que muitas delas no se tornam guardis. Elas preferem se focar em criar seus

    filhos. Como resultado, somente os caras e um punhado de garotas se tornam guardies.

    Mas aqueles que escolheram proteger os Moroi so srios sobre o seu trabalho. Dhampirs

    precisam dos Moroi para continuar tendo filhos. Ns temos que proteg-los. Alm do mais,

    s... bom, uma coisa honrada a se fazer. Strigoi so maus e nada naturais. No certo da

    parte deles fazer de presa pessoas inocentes. Dhampirs que treinam para serem guardies

    tem isso marcado dentro deles desde que podem andar. Strigoi so maus. Moroi tem que ser

    protegidos. Os guardies acreditam nisso. Eu acredito nisso.

  • E tem um Moroi que eu quero proteger mais do que qualquer um no mundo: minha melhor

    amiga, Lissa. Ela uma princesa Moroi. Os Moroi tem 12 famlias reais, e ela a nica que

    sobrou da dela os Dragomirs. Mas tem algo mais que faz da Lissa especial, alm dela ser

    minha melhor amiga. Lembra quando eu disse que os Moroi lidam com os 4 elementos?

    Bom, acontece que a Lissa usa um que ningum sabia que existia at recentemente.

    Esprito. Por anos, ns pensamos que ela simplesmente no ia desenvolver nenhuma

    habilidade mgica. E ento coisas estranhas comearam a acontecer ao redor dela. Por

    exemplo, todos os vampiros tem a habilidade chamada compulso que fora outros a

    fazerem o que eles quiserem. Strigoi a tem muito forte. mais fraca num Moroi, e tambm

    proibida. Lissa, no entanto, tem a habilidade quase to forte quanto um Strigoi. Ela pode

    bater suas plpebras, e as pessoas faro o que ela quiser. Mas isso nem a coisa mais legal

    que ela pode fazer. Eu disse antes que as coisas nem sempre permanecem mortas. Bom, eu

    sou uma delas. No se preocupe - eu no sou como os Strigoi. Mas eu morri uma vez. (Eu

    no recomendo.) Aconteceu quando o carro em que eu estava saiu da estrada. O acidente

    me matou, matou os pais de Lissa, e o irmo dela. No entanto, em algum lugar no caos

    sem ela se dar conta Lissa usou Esprito para me trazer de volta. Ns no soubemos sobre

    isso durante um longo tempo. De fato, ns nem sabamos que Esprito existia.

    Infelizmente, acabou que aquela pessoa sabia do Esprito antes de ns sabermos. Victor

    Dashkov, um Principe Moroi que estava morrendo, descobriu sobre os poderes de Lissa e

    decidiu que ele queria prende-la e fazer dela sua curandeira particular para o resto da vida

    dela. Quando eu me dei conta de que algum estava seguindo ela, eu decidi tomar uma

    atitude. Eu nos tirei da escola e ns vivemos entre os humanos. Era divertido mas tambm

    meio que arrasador sempre ter que estar na estrada. Ns nos safamos com isso durante

    dois anos at as autoridades da St. Vladimir nos caarem e nos trazerem de volta a uns

    meses atrs. Foi ai que Victor agiu, seqestrando e torturando ela at que ela fizesse o que

    ele queria. No processo, ele tomou algumas precaes extremas como lanar em mim e

    Dimitri, meu mentor, um feitio de luxuria. (Eu vou chegar nessa parte depois.) Victor

    tambm explorou o jeito como o Espirito estava fazendo que Lissa ficasse mentalmente

    instvel. Mas mesmo isso no era to ruim quanto o que ele fez com sua prpria filha

    Natalie. Ele foi to longe ao ponto de encorajar ela a se tornar uma Strigoi para ajudar ele a

    escapar. Ela acabou sendo empalada. Mesmo tendo sido capturado depois do ocorrido,

    Victor no parecia mostrar

    muita culpa sobre o que ele tinha pedido para ela fazer. Me faz pensar que eu no estava

    perdendo nada ao crescer sem um pai.

    Ainda sim, eu agora tenho que proteger Lissa dos Strigoi e dos Moroi. Apenas alguns

    oficiais sabem sobre o que ela pode fazer, mas eu tenho certeza que tem outros como Victor

    que querem que ela use sua habilidade. Felizmente, eu tenho uma arma extra pra me ajudar

    a proteg-la. Em algum lugar enquanto eu estava sendo curada do acidente de carro, um

    lao mental se formou entre eu e ela. Eu posso ver e sentir o que ela experimenta. (S

    funciona de um lado, no entanto. Ela no pode me sentir. Esse lao me ajuda a manter

    um olho nela e saber se ela est com problemas, embora algumas vezes, seja estranho estar

    na cabea de outra pessoa. Ns temos certeza que tem muitas outras coisas que o Esprito

    pode fazer, mas ns no sabemos o que so ainda.

    Enquanto isso, eu estou tentando fazer o meu melhor para ser a melhor guardi que eu

    puder. Fugir me atrasou no meu treinamento, ento eu tenho aulas extras para compensar

    pelo tempo perdido. No tem nada no mundo que eu queira mais do que manter Lissa

    segura. Infelizmente, ns temos duas coisas que complicam meu treinamento de vez

  • enquanto. Uma que as vezes eu hajo antes de pensar. Eu estou ficando melhor em evitar

    isso, mas quando algo acontece, eu tenho a tendncia de socar primeiro e depois descobrir o

    que eu soquei. Quando chega a isso quando estou em perigo... bom, as regras parecem

    opcionais. O outro problema em minha vida Dimitri. Foi ele quem matou Natalie, ele

    totalmente foda. Ele tambm muito bonito. Ok mais do que bonito. Ele gostoso tipo,

    o tipo de gostosura que faz voc parar de andar na rua e ser atingida pelo transito. Mas,

    como eu disse, ele meu instrutor. E ele tem 24 anos. Essas duas so razes do porque eu

    no deveria me apaixonar por ele. Mas, honestamente, a razo mais importante que ele e

    eu seremos guardies de Lissa quando ela se formar. Se eu e ele estivermos nos olhando,

    ento isso significa que ns no vamos olhar para ela.

    Eu no tive muita sorte tentando superar ele, e eu tenho certeza que ele sente o mesmo por

    mim. Parte do que faz to difcil que ele e eu ficamos bem grudados quando fomos

    atingidos pelo feitio. Victor queria me distrair enquanto ele seqestrava Lissa, e tinha

    funcionado. Eu estava pronta para desistir da minha virgindade, e Dimitri estava pronta

    para pega-la. No ultimo minuto, ns quebramos o feitio, mas essas memrias esto sempre

    comigo e faz com que fique meio difcil se concentrar nos golpes de combate de vez

    enquando. Alis, meu nome Rose Hathway. Eu tenho 17 anos, treino para proteger e

    matar vampiros, estou apaixonada pelo cara errado, e tenho uma melhor amiga cuja mgica

    esquisita pode deixar ela maluca. Hey, ningum disse que a escola fcil.

    UM

    Eu no pensei que meu dia poderia ficar pior at que a minha melhor amiga me disse que

    ela podia estar enlouquecendo. De novo. Eu... o que foi que voc disse? Eu estava

    parada do corredor do quarto dela, curvada sobre uma das minhas botas e ajustando ela.

    Levantando minha cabea, observei seus pensamentos atravs da confuso do cabelo negro

    que cobria meu rosto. Eu tinha dormindo depois da aula me atrasando, e passava

    apressadamente a escova nos cabelos para conseguir sair a tempo. O cabelo de Lissa loiro

    platina estava liso e macio, claro, suspenso por cima dos seus ombros como um vu de

    npcias enquanto ela me observava com diverso. Eu disse que eu acho que as minhas

    plulas podem no estar mais funcionando to bem. Eu me ajeitei e tirei o cabelo do meu

    rosto. O que isso significa? eu perguntei. A nossa volta, Moroi passavam com pressa,

    enquanto se dirigiam ao encontro de amigos para ir para o jantar. Voc comeou... eu

    baixei minha voz. Voc comeou a ter seus poderes de volta? Ela balanou a cabea, e

    eu vi um flash de arrependimento em seus olhos. No... eu me sinto mais perto da

    mgica, mas eu ainda no posso us-la. O que eu tenho notado principalmente um pouco

    daquela outra coisa, voc sabe... eu estou ficando mais deprimida de vez em quando. Nada

    nem perto do que costumava ser, ela adicionou apressadamente, vendo meu rosto. Antes

    dela tomar suas plulas, os humor de Lissa podia ficar to ruim que ela se cortava. s

    um pouco mais do que era. E quanto as outras coisas que voc costumava sentir?

    Ansiedade? Pensamentos ilusrios? Lissa riu, sem levar nada daquilo to srio quanto eu.

    Voc soa como se tivesse lido livros de psicanlise. Na verdade eu tinha lido. Eu s

    estou preocupada com voc. Se voc acha que as plulas no esto mais funcionando, ns

    precisamos contar a algum.

    No, no. Ela disse rapidamente. Eu estou bem, de verdade. Elas ainda esto

    funcionando... s no to bem. Eu no acho que a gente deva entrar em pnico ainda.

    Especialmente voc - no hoje, pelo menos. A mudana de assunto funcionou. Eu descobri

    a uma hora que eu iria fazer meu teste qualificativo hoje. Era um exame - ou melhor, uma

    entrevista- que todos os guardies novatos tinham que passar na Academia St. Vladimir. J

  • que eu estava escondida com Lissa ano passado, eu perdi o meu. Hoje eu ia ser levada para

    um guardio em algum lugar fora do campus que iria me fazer o teste. Obrigada pelo aviso,

    gente. No se preocupe comigo, Lissa repetiu, sorrindo. Eu vou falar para voc se

    ficar pior. Ok, eu disse relutantemente. S pra ter certeza, e abri meus sentidos e me

    permiti sentir o que ela realmente sentia atravs da nossa ligao. Ela estava dizendo a

    verdade. Ela estava calma e feliz essa manh, nada para se preocupar. Mas no fundo da sua

    mente, eu senti um ponto negro, sentimentos desconfortveis. No estava consumindo ela

    nem nada, mas tinha o mesmo sentimento de duvidas da depresso e da raiva que ela

    costumava ter. Era apenas um pouco, mas eu no gostei. Eu no queria aquilo ali. Eu tentei

    entrar ainda mais na mente dela para que eu pudesse sentir melhor suas emoes e de

    repente eu tive a experincia estranha de tocar. Um sentimento meio enjoativo tomou conta,

    e eu sai da cabea dela. Um pequeno calafrio percorreu meu corpo. Voc est bem?

    Lissa perguntou, franzindo a testa. Voc parece enjoada de repente.

    S... nervosismo pelo teste, eu menti. Hesitantemente, eu alcancei nossa ligao de

    novo. A escurido tinha desaparecido completamente. Sem traos. Talvez no tivesse nada

    errado com as plulas dela afinal de contas. Eu estou bem. Ela apontou para o relgio.

    Voc no vai estar se no correr. Merda, eu xinguei. Ela estava certa. Eu dei nela um

    abrao rpido. Vejo voc mais tarde! Boa sorte! ela gritou.

    Eu corri atravs do campus e encontrei meu mentor, Dimitri Belikov, esperando ao lado de

    um Honda. Que chato. Eu suponho que eu no poderia esperar que a gente andasse pelas

    montanhosas estradas de Montana em um Porsche, mas seria legal andar em algo mais

    bacana. Eu sei, eu sei, eu disse, vendo seu rosto. Eu sinto muito estou atrasada. Eu

    lembrei ento que eu tinha um dos testes mais importantes da minha vida chegando, e de

    repente, eu esqueci completamente de Lissa e suas plulas que possivelmente no

    funcionavam. Eu queria proteg-la, mas isso no significaria muito se eu no pudesse

    passar na escola e me tornar realmente uma guardi. Dimitri estava parado ali, parecendo

    lindo como sempre. O massivo, edifcio de tijolos nos deixava nas sombras, pairando como

    se fosse uma grande predadora na escurido pouco antes de amanhacer. Ao nosso redor,

    neve estava comeando a cair. Eu vi com a luz, flocos cristalinos caindo gentilmente.

    Vrios pousaram e derreteram no seu cabelo escuro. Quem mais est indo? eu perguntei.

    Ele deu nos ombros. S voc e eu. Meu humor de repente mudou de feliz para

    empolgado. Eu e Dimitri. Sozinhos. Em um carro. Esse pode muito bem valer um teste

    surpresa. muito longe? Silenciosamente, eu implorei para que fosse uma viagem bem

    cumprida. Tipo, uma que demorasse uma semana. E que envolvesse ns passarmos a noite

    em hotis luxuosos. Talvez ns batssemos num banco de neve, e s calor corporal nos

    mantivesse vivos. Cinco horas. Oh. Um pouco menos do que eu esperava. Mas ainda

    sim, 5 horas era melhor que nada. E eu tambm no descartei a possibilidade do banco de

    neve.

    A estrada escura e cheia de neve teria sido difcil para humanos navegarem, mas elas no se

    mostraram como um problema para os olhos dos dhampir. Eu olhava para frente, tentando

    no pensar sobre como o ps barba de Dimitri enchia o carro com um limpo, e afiado

    cheiro que me fazia querer derreter. Ao invs disso, eu tentei me focar no teste de novo.

    No era o tipo de coisa para o qual voc podia estudar. Ou voc passava ou no. Guardies

    de altos nveis visitavam os novatos e os encontravam individualmente para discutir seu

    compromisso em serem guardies. Eu no sabia exatamente o que era perguntado, mas os

    rumores tinham se acumulado com o passar dos anos. Os guardies mais velhos avaliavam

    carter e dedicao, e alguns novatos tinham sido considerados inapropriados para

  • continuar no caminho dos guardies. Eles normalmente no vem at a Academia? eu

    perguntei a Dimitri. Eu quero dizer, eu sou a favor da viagem de campo, as porque ns

    estamos indo at eles? Na verdade, voc est indo at ele, no eles. Um sotaque russo

    suave saiu das palavras de Dimitri, a nica indicao de onde ele tinha crescido. Caso

    contrrio, eu tinha certeza que ele falava ingls melhor que eu.

    J que esse um caso especial e ele est nos fazendo um favor, ns estamos fazendo a

    viagem. Quem ele? Arthur Schoenberg. Eu tirei meus olhos da estrada e olhei pra

    Dimitri. O que? Eu gritei. Arthur Schoenberg era uma lenda. Ele era um dos maiores

    caadores de Strigoi na histria dos guardies vivos e ele costumava ser chefe do conselho

    dos guardies o grupo de pessoas que designavam os guardies para os Moroi e tomavam

    as decises por todos ns. Ele eventualmente se aposentou e voltou para proteger uma das

    famlias reais, os Badicas. Mesmo aposentado, eu sabia que ele ainda era letal. Suas proezas

    eram parte do meu currculo. No... no tinha mais ningum disponvel? Eu perguntei

    com a voz baixa. Eu podia ver que Dimitri segurava um sorriso. Voc vai ficar bem.

    Alm do mais, se Art aprovar voc, isso ser uma grande recomendao para deixar no seu

    histrico. Art. Dimitri usava o primeiro nome com um dos guardies mais incrveis.

    claro, Dimitri tambm era incrvel, ento eu no deveria estar surpresa.

    Silncio caiu sobre o carro. Eu mordi meus lbios, de repente me perguntando se eu seria

    capaz de entrar nos padres de Arthur Schoenberg. Minhas notas eram boas, mas coisas

    como fugir e me meter em brigas podiam lanar uma duvida sobre o quo sria eu estava

    sobre a minha futura carreira. Voc vai ficar bem, Dimitri repetiu. O bom no seu

    histrico se sobressai sobre o ruim. Era como se ele pudesse ler minha mente as vezes. Eu

    sorri um pouco e ousei espi-lo. Foi um erro. Ele tinha um corpo longo e magro, mesmo

    sentado. Olhos abismalmente negros. Cabelo marrou que batia nos ombros e que estava

    preso para trs. Aquele cabelo parecia seda. Eu sabia porque eu tinha passado meus dedos

    nele quando Victor Dashkov tinha nos lanado um feitio de luxuria. Com grande

    dificuldade, eu me forcei a comear a respirar de novo. Obrigado, tcnico. Eu

    provoquei, me aninhando de volta no meu assento. Estou aqui para ajudar, ele

    respondeu. Sua voz estava relaxada raro para ele. Ele normalmente falava com fora,

    pronto para um ataque. Provavelmente ele estava seguro dentro do Honda - ou pelo menos

    to seguro quanto ele poderia ao meu redor. Eu no era a nica que tinha problemas em

    ignorar a tenso romntica entre ns. Voc sabe o que realmente iria ajudar? Eu

    perguntei, sem encontrar seus olhos. Hmm? Se voc desligasse essa msica ruim e

    colocasse algo que foi lanado depois que o Muro de Berlim caiu. Dimitri riu. Sua pior

    aula histria, e de algum jeito, voc sabe tudo sobre a Europa Ocidental. Hey, tenho

    que arranjar material para as minhas piadas, Camarada. Ainda sorrindo, ele mudou de

    estao. Para uma country. Hey! Isso no era o que eu tinha em mente, eu exclamei. Eu

    podia notar que ele estava a beira de rir de novo. Escolha. um ou outro. Eu suspirei.

    Volte para as coisas dos anos 80.

    Ele voltou a estao, e eu cruzei meus braos por cima do meu peito enquanto uma vaga

    banda europia cantava sobre como o video tinha destrudo o rdio. Eu desejava que

    algum matasse o rdio. De repente, cinco horas no pareciam to curtas quanto eu pensei.

    Arthur e a famlia que ele protegia viviam em uma pequena cidade na I-90 longe de

    Billings. A opinio dos Moroi em geral era se separar em lugares para morar. Algum

    discutiu que

    cidades grandes eram melhores j que elas permitiam que vampiros se misturassem com a

    multido; as atividades noturnas no chamavam muita ateno. Outros Moroi, como essa

  • famlia, aparentemente, optou por cidades com menos gente, acreditando que se houvesse

    menos pessoas para notar voc, ento voc vai ser menos notado. Eu convenci Dimitri a

    parar por comida em um restaurante 24 horas no caminho, e entre isso e parar para

    abastecer, era perto do meio dia quando chegamos. A casa era construda em um estilo

    luxuoso, com madeira pintada de cinza e grandes janelas pintadas para bloquear a luz

    solar, claro. Parecia nova e cara, e mesmo estando no meio do nada, era o que eu esperava

    para membros da realeza. Eu pulei pra fora do carro, minhas botas encharcadas com mais

    de centimetro de neve que se acumulou na entrada. O dia estava ameno e silencioso, a no

    ser pelo ocasional sussurro do vento. Dimitri e eu caminhamos at a casa, seguindo uma

    pedra da calada que cortava o jardim. Eu poderia ver ele voltando para o modo

    negcios, mas a sua atitude no geral era to alegre quanto a minha. Ns dois tnhamos

    meio que uma atitude culpada por ter gostado da viagem de carro. Meus ps deslizaram na

    entrada coberta de gelo, e Dimitri me segurou instantaneamente. Eu tive um sentimento

    estranho de dj vu, recordando a primeira noite em que nos encontramos, quando ele

    tambm tinha me salvado de uma queda parecida. Temperaturas frias ou no, a mo dele se

    parecia quente na minha, mesmo com as camadas do meu casaco. "Voc esta bem?" Ele se

    soltou, para meu desanimo.

    "Yeah," eu disse, lanando olhos acusadores para a calada de gelo. "Essas pessoas nunca

    ouviram falar de sal?" Eu disse brincando, mas Dimitri de repente parou de caminhar. Eu

    parei imediatamente tambm. A expresso dele se tornou tensa e alerta. Ele virou a sua

    cabea, olhos olhando os arredores, cortinas brancas nos cercando, antes de voltarem para a

    casa. Eu queria fazer perguntas, mas alguma coisa na sua postura me disse para permanecer

    calada. Ele estudou a construo por quase um minuto inteiro, e ento olhou para baixo

    para a entrada coberta de gelo quebrado apenas por nossos passos. Cuidadosamente, ele se

    aproximou da porta da frente, e eu o segui. Ele parou novamente,desta vez para estudar a

    porta. Ela no estava aberta, mas tambm no estava totalmente fechada. Parecia que tinha

    sido encostada no lacrada .

    Examinando mais a fundo, mostrou falhas nas pontas da porta, parecia que ela tinha sido

    forada em algum momento. O mais cuidadoso toque a abriria. Dimitri delicadamente

    escorregou seus dedos onde a porta encontrava a sua moldura, sua respirao fazendo

    pequenas nuvens de ar. Quando ele tocou a maaneta da porta, ela fez um barulho, como se

    estivesse sido quebrada. Finalmente, ele falou silenciosamente, "Rose, v esperar no carro."

    "Mas eu " "V." Uma palavra - mas repleta de poder. Naquela nica silaba, eu tinha

    lembrado do homem que eu tinha visto jogando pessoas e empalando um Strigoi. Eu virei,

    caminhando pela neve coberta de camadas preferindo isso a me arriscar na calada. Dimitri

    parou aonde ele estava, no se movendo at que eu pulei de volta no carro, fechando a porta

    o mais suavemente possvel. Ento, com seus cuidadosos movimentos, ele empurrou a

    porta e desapareceu l dentro.

    Queimando de curiosidade, eu contei at dez e saltei do carro.

    Eu sabia mais do que ir atrs dele, mas eu tinha que saber o que estava acontecendo na

    casa. A calada e a estrada indicaram que ningum tinha estado em casa por alguns dias,

    mas tambm podia significar que os Badicas simplesmente nunca tinham sado da casa. Era

    possvel, eu supus, que eles tivessem sido as vitimas de assalto humano comum. Era

    possvel tambm que alguma coisa os tivesse assustado e os feito partir como um Strigoi.

    Eu sabia que essa possibilidade era que tinha feito o rosto de Dimitri se tornar to

    desgostoso, mas parecia um cenrio incomum com Arthur Schoenberg em servio. Parada

    na estrada, eu olhei para o cu. A luz estava fria e mida, mas estava l. Meio dia. O ponto

  • mais alto do sol. Strigoi no podiam sair a luz do sol. Eu no precisava ter medo deles, mas

    da raiva de Dimitri. Eu circulei ao redor da casa, caminhando na neve profunda quase um

    p de profundidade. Nada esquisito me palpitou sobre a casa. Estalactites pendurados na

    calha, e as janelas pintadas no revelavam segredos. Meu p atingiu algo de repente, e eu

    olhei pra baixo. Ali, meio enterrado na neve, estava uma estaca de prata. Tinha sido atirada

    no cho. Eu a peguei e a tirei da neve, franzindo a testa. O que essa estaca estava fazendo

    aqui? Estacas de prata eram caras. Elas eram a coisa mais mortal de um guardio, capaz de

    matar um Strigoi com um nico ataque ao corao. Quando elas eram forjadas, 4 Morois a

    encantavam com mgica com cada um dos elementos. Eu no tinha aprendido a usar uma

    ainda, as segurando em minha mo, eu de repente me senti mais segura enquanto eu

    continuava minha varredura.

    Uma porta grande do ptio guiava para a parte de trs da casa at um deque que

    provavelmente seria muito divertido ficar no vero. Mas o vidro do ptio tinha sido

    quebrado, tanto que uma pessoa podia facilmente atravessa-lo. Eu subi os degrais do deck,

    tendo cuidado com o gelo, sabendo que eu ia entrar em problemas quando Dimitri

    descobrisse o que eu estava fazendo. E apesar do frio, eu suava pelo meu pescoo. Luz do

    dia, luz do dia, eu me lembrava. Nada para se preocupar. Eu alcancei o ptio e estudei o

    vidro escuro. Eu no podia dizer o que tinha quebrado ele. Dentro, a neve tinha invadido e

    feito uma pequena corrente no plido tapete azul. Eu puxei a maaneta da porta, mas estava

    trancada. No que isso tivesse feito diferena. Com cuidado para no me cortar, eu alcancei

    a abertura e abri a maaneta de dentro. Eu tirei minha mo com cuidado e puxei a porta.

    Assoviou pelo caminho, um som silencioso que ainda sim parecia alto naquele silncio. Eu

    passei pela porta, ficando na luz do sol que entrava pela porta. Meus olhos se ajustaram

    pela diminuio de luz. Vento entrava pela abertura do ptio, danando com as cortinas ao

    meu redor. Eu estava numa sala. Tinha todos os itens comuns que se podia esperar. Sof.

    TV. Uma cadeira de balano. E um corpo. Era uma mulher. Ela estava sentada de costas na

    frente da TV, seu cabelo negro no cho perto dela. Ela olhava para cima seus olhos sem

    vida, sua face plida plida demais at para um Moroi. Por um momento eu pensei que

    seu cabelo estava cobrindo seu pescoo, tambm, at que eu me dei conta que aquela coisa

    negra em sua pele era sangue sangue seco. Sua garganta tinha sido cortada.

    A cena horrvel era to surreal que eu nem reconheci o que eu estava vendo no inicio. Com

    a sua postura, a mulher podia muito bem estar dormindo. Ento eu vi outro corpo: um

    homem de lado apenas a alguns ps de distncia, sangue negro manchando o carpete ao

    redor dele. Outro corpo estava parado perto do sof: uma pequena criana. Do outro lado

    do quarto tinha outro. E outro. Tinha corpos em todos os lugares, corpos e sangue. A escala

    de morte ao meu redor de repente foi registrada, e meu corao comeou a bater mais

    rpido. No, no. No era possvel. Era dia. Coisas ruins no podiam acontecer de dia. Um

    gritou comeou a crescer na minha garganta, que parou de repente quando uma mo com

    luvas apareceu atrs de mim e fechou minha boca. Eu comecei a lutar e ento eu

    senti o cheiro do ps barba de Dimitri. Porque, ele perguntou, voc nunca escuta?

    Voc estaria morta se eles ainda estivessem aqui. Eu no podia responder, por causa da

    mo dele e por causa do choque. Eu tinha visto algum morto antes, mas eu nunca tinha

    visto morte dessa magnitude. Depois de quase um minuto, Dimitri finalmente tirou sua

    mo, mas ele ficou perto de mim. Eu no queria mais olhar, mas eu parecia incapaz de tirar

    meus olhos da cena diante de mim. Corpos em todos os lugares. Corpos e sangue.

    Finalmente, eu virei em direo a ele. dia, eu sussurrei. Coisas ruins no acontecem

    de dia. Eu ouvi o desespero da minha voz, uma garotinha implorando que algum dissesse

  • que aquele era um sonho ruim. Coisas ruins podem acontecer a qualquer hora, ele me

    disse. E isso no aconteceu durante o dia. Provavelmente aconteceu algumas noites

    atrs. Eu ousei espiar de novo os corpos e meu estmago revirou. Dois dias. Dois dias para

    se estar morto, para ter sua existncia apagada sem ningum no mundo saber que voc

    tinha partido. Meus olhos encararam o corpo de um homem perto da entrada do quarto. Ele

    era alto, muito musculoso para ser um Moroi. Dimitri deve ter notado quando eu olhei.

    Arthur Schoenberg, ele disse.

    Eu encarei a garganta sangrenta de Arthur. Ele est morto, eu disse, como se no fosse

    perfeitamente obvio. Como ele pode estar morto? Como um Strigoi matou Arthur

    Schoenberg? No parecia ser possvel. Voc no pode matar uma lenda. Dimitri no

    respondeu. Ao invs disso suas mos se moveram para baixo e se fecharam onde minha

    mo segurava a estaca. Eu recuei. Onde voc pegou isso? ele perguntou. Eu afrouxei

    minha mo e deixei ele pegar a estaca. L fora. No cho. Ele levantou a estaca,

    estudando sua superfcie enquanto brilhava contra a luz do sol. Quebrou o ward. Minha

    mente, ainda atordoada, levou um tempo para processar o que ele tinha dito. Ento eu

    entendi. Ward eram anis mgicos lanados pelos Moroi. Como as estacas, eles eram feitos

    usando magia dos quatro elementos. Eram necessrio que um forte Moroi usurio de

    mgica, normalmente um grupo cada um de cada elemento. As ward podiam bloquear os

    Strigoi porque mgica estava ligada a vida, e Strigoi estavam mortos. Mas wards se

    esgotavam rapidamente e precisavam de muita manuteno. A maioria dos Moroi no a

    usava, mas alguns lugares a usavam. A Academia St. Vladimir usava vrias. Strigoi no

    podem tocar nas estacas, eu disse a ele. Eu notei que eu estava usando muito No pode

    e No. No era fcil ter suas crenas mudadas. E nenhum Moroi ou dhampir faria

    isso. Um humano poderia. Eu encontrei seus olhos. Humanos no ajudam Strigoi

    eu parei. Ai estava de novo. No. Mas eu no podia evitar. A nica coisa que ns podamos

    contar para lutar contra os Strigoi eram suas limitaes luz do sol, ward, estaca mgica,

    etc. Ns usvamos a fraqueza deles contra eles. Se eles tinham outros humanos que os

    ajudavam e no eram afetados por suas limitaes... O rosto de Dimitri estava rgido, ainda

    pronto para qualquer coisa, mas um pequeno brilho de simptia cruzou seus olhos negros

    enquanto ele observava eu travar minha batalha mental. Isso muda tudo, no muda? Eu

    perguntei. , ele disse. Muda.

    DOIS

    Dimitri fez uma ligao e um verdadeiro time da SWAT apareceu. Demorou algumas horas

    no entanto, e cada minuto gasto esperando parecia um ano. Eu finalmente no pude mais

    agentar e voltei para o carro. Dimitri examinou a casa mais a fundo e depois veio se sentar

    comigo. Nenhum de ns disse uma palavra enquanto esperavamos. Um slide show dos

    terrveis acontecimentos continuava a passar na minha mente. Eu me sentia assustada e

    sozinha e eu desejava que ele me abraasse ou me confortasse de algum jeito.

    Imediatamente, eu me censurei por querer isso. Eu me lembrei pela centsima vez que ele

    era meu instrutor e no tinha que ficar me segurando, no importava a situao. Alm do

    mais, eu queria ser forte. Eu no precisava sair correndo atrs de um cara toda vez que as

    coisas ficavam difceis. Quando o primeiro grupo de guardies apareceu, Dimitri abriu a

    porta do carro e olhou para mim. Voc deveria ver como isso funciona. Eu no queria

    ver mais nada naquela casa, honestamente, mas eu o segui de qualquer jeito. Aqueles

    guardies me eram estranhos, mas Dimitri os conhecia. Ele sempre parecia conhecer todo

  • mundo. Esse grupo ficou surpreso por encontrar uma novata na cena, mas nenhum deles

    protestou contra a minha presena. Eu andei atrs deles enquanto eles examinavam a casa.

    Nenhum deles tocou nada, mas eles se ajoelharam perto dos corpos e estudaram as manchas

    de sangue e a janela quebrada. Aparentemente, os Strigoi tinham entrado na casa atravs de

    mais do que s a porta da frente e o ptio. Os guardies falavam em tons rgidos, sem

    mostrar o nojo e o medo que eu sentia. Eles eram como mquinas. Um deles, a nica

    mulher no grupo, se ajoelhou perto de Arthur Schoenberg. Eu fiquei intrigada j que

    guardies mulheres so to raras. Eu ouvi Dimitri a chamar de Tamara, e ela parecia ter uns

    25 anos. Seu cabelo preto mal tocava seus ombros, o que era comum para guardis.

    Tristeza apareceu em seus olhos verdes enquanto ela estudava o rosto do guardio morto.

    Oh, Arthur, ela disse. Como Dimitri, ela conseguia transmitir vrias coisas em apenas

    algumas palavras. Nunca pensei que veria esse dia. Ele era o meu mentor. Com outro

    suspiro, Tamara se levantou. Seu rosto tinha se tornando todo ocupado de novo, como se o

    cara que a tinha treinado no estivesse deitado ali na frente dela. Eu no podia acreditar. Ele

    era o mentor dela. Como ela podia manter esse tipo de controle? Por meio segundo, eu

    imaginei ver Dimitri morto no cho ao invs dele. No. Eu nunca conseguiria ficar calma

    no lugar dela. Eu teria enlouquecido. Eu teria gritado e chutado coisas. Eu teria batido em

    qualquer um que tentasse me dizer que tudo estaria bem. Felizmente, eu no acreditava que

    ningum pudesse derrubar Dimitri. Eu tinha visto ele matar um Strigoi sem nem mesmo

    suar. Ele era invencvel. Totalmente poderoso. Bom. claro, Arthur Schoenberg tambm

    tinha sido. Como eles podem ter feito isso? Eu disse de repente. Seis pares de olhos se

    viraram pra mim. Eu esperava um olhar disciplinado de Dimitri devido a minha exploso,

    mas ele parecia meramente curioso. Como eles podem ter matado ele? Tamara encolheu

    um pouco os ombros, seu rosto ainda composto. Do mesmo jeito que eles matam todos

    os outros. Ele mortal, assim como o resto de ns. Sim, mas ele... voc sabe. Arthur

    Schoenberg. Nos diga voc, Rose, disse Dimitri. Voc viu a casa. Nos diga como

    eles conseguiram.

    Enquanto todos eles me olhavam, eu me dei conta que eu talvez fosse fazer o teste afinal de

    contas. Eu pensei sobre o que eu ouvi e vi, eu engoli, tentando descobrir como o impossvel

    tinha se tornado possvel.

    Tem quatro pontos de entrada, o que significa pelo menos 4 Strigoi. Tinha sete Moroi...

    A famlia que vivia aqui tinha convidados, fazendo o massacre aumentar. Trs das vitimas

    eram crianas... e trs guardies. Muitas mortes. Quatro Strigoi no poderiam pegar tantos.

    Seis provavelmente poderiam se eles fossem atrs dos guardies primeiro e os pegassem de

    surpresa. A famlia ficaria em pnico para lutar. E como eles pegaram os guardies de

    surpresa? Dimitri estimulou. Eu hesitei. Guardies, como regra geral, no eram pegos de

    surpresa. Porque os wards se quebraram. Em uma casa sem wards, provavelmente

    haveria um guardio andando no jardim a noite. Mas eles no fizeram isso aqui. Eu esperei

    pela prxima pergunta obvia como os wards tinham sido quebradas. Mas Dimitri no

    perguntou. No tinha necessidade. Todos sabamos. Todos tnhamos visto a estaca. De

    novo, um calafrio percorreu minha espinha. Humanos trabalhando com Strigoi um grupo

    grande de Strigoi. Dimitri simplesmente acenou como um sinal de aprovao, e o grupo

    continuou sua anlise. Quando ns alcanamos o banheiro, tentei no encarar. Eu j tinha

    visto esse aposento com Dimitri mais cedo e no tinha vontade de repetir a experincia.

    Tinha um homem morto ali, e seu sangue seco se destacava contrastando contra o azulejo

    branco. E tambm, j que esse quarto ficava mais no interior, no estava to frio como tinha

    sido no ptio. Sem preservao. O corpo no cheirava mal ainda, exatamente, mas tambm

  • no tinha um cheiro legal. Mas quando eu comecei a me virar para sair, eu vislumbrei algo

    vermelho escuro era mais para marrom, na verdade no espelho. Eu no tinha notado

    antes porque o resto da cena tinha tomado minha ateno. Tinham palavras no espelho,

    feitas com sangue:

    "Pobres, pobres Badicas. Sobraram to poucos. Uma famlia real quase destruda. Outras

    iro tambm."

    Tamara bufou enojada e se afastou do espelho, estudando outros detalhes no banheiro.

    Enquanto ns saiamos, aquelas palavras se repetiram na minha mente. Uma famlia real

    quase destruda. Outras iro tambm. Os Badicas eram uma famlia real pequena, isso era

    verdade. Mas os que tinham sido mortos aqui no eram os nicos que restavam. Tinha

    provavelmente uns 200 Badicas sobrando. Isso no era tanto quanto uma famlia como,

    digamos, os Ivashkovs. Essa famlia real em particular era enorme e estava espalhada.

    Tinham, no entanto, muito mais Badicas que alguns das outras famlias reais. Como os

    Dragomirs. Lissa era a nica que restava. Se os Strigoi queriam destruir a linhagem das

    famlias reais, no tinha nada melhor do que ir atrs dela. Sangue Moroi dava poder aos

    Strigoi, ento eu entendia que eles desejassem isso. Eu suponho que ir atrs

    especificamente das famlias reais era simplesmente parte de sua natureza cruel e sdica.

    Era irnico que os Strigoi quisessem destruir a comunidade dos Moroi, j que muitos deles

    uma vez tinham sido parte dela. O espelho e seu aviso me consumiu pelo resto do tempo

    em que estivemos na casa, e meu choque e medo se transformaram em raiva. Como eles

    podiam fazer isso? Como uma criatura podia ser to louca e m para fazer isso com uma

    famlia inteira que eles quisessem varrer uma linhagem sangunea inteira? Como qualquer

    criatura podia fazer isso se eles j tinham sido como eu e Lissa?

    E pensando em Lissa pensando na vontade dos Strigoi de destruir a famlia dela tambm

    espalhou uma raiva negra em mim. A intensidade daquela emoo quase me derrubou.

    Era algo negro e podre, irritando e aumentando. Uma tempestade comeou. Eu de repente

    queria rasgar em pedaos cada Strigoi em que eu conseguisse por as mos. Quando eu

    finalmente entrei no carro para voltar para St. Vladimir com Dimitri, eu bati a porta com

    tanta fora que foi uma surpresa ela no ter cado.

    Ele me olhou surpreso. O que foi? Voc est falando srio? eu exclamei, incrdula.

    Como voc pode perguntar isso? Voc esteve l. Voc viu aquilo. Eu vi, ele

    concordou. Mas eu no estou descontando no carro. Eu pus o cinto e continuava irritada.

    Eu odeio eles. Eu odeio todos eles! Eu queria que eles estivessem l. Eu teria arrancado

    suas gargantas! Eu estava quase gritando. Dimitri me encarava, seu rosto calmo, mas ele

    estava claramente impressionado com a minha exploso. Voc acha mesmo que isso

    verdade? ele me perguntou. Voc acha que poderia ter se sado melhor que Art

    Schoenberg depois de ter visto o que os Strigoi fizeram l dentro? Depois de ver o que

    Natalie fez com voc? Eu vacilei. Eu tinha me enrolado com a prima de Lissa, Natalie,

    quando ela se tornou uma Strigoi, logo antes de Dimitri aparecer e salvar o dia. Mesmo

    como uma Strigoi nova fraca e descoordenada ela me jogou contra a parede. Eu fechei

    meus olhos e respirei fundo. De repente, eu me sentia idiota. Eu tinha visto o que um

    Strigoi podia fazer. Eu correndo impetuosamente e tentando salvar o dia s iria resultar

    numa morte rpida. Eu ainda estava me desenvolvendo como guardi, mas eu ainda tinha

    muito a aprender e nenhuma garota de dezessete anos poderia vencer seis Strigoi. Eu abri

    meus olhos. Sinto muito, eu disse, ganhando controle de mim mesma. A raiva que tinha

    explodido dentro de mim tinha desaparecido. Eu no sabia da onde ela tinha vindo. Eu

    tinha um pavio curto e agia impulsivamente, mas isso tinha sido intenso e ruim at mesmo

  • para mim. Estranho. Est tudo bem, disse Dimitri. Ele se inclinou e pos sua mo na

    minha por alguns segundos. Ento ele a removeu e ligou o carro. Foi um dia longo. Para

    todos ns.

    Quando ns voltamos para a Academia St. Vladimir perto da meia noite, todos sabiam

    sobre o massacre. O dia da escola de vampiros tinha acabado de terminar, e eu no dormia

    fazia mais de 24 horas. Meus olhos estavam turvos e preguiosos, e Dimitri me ordenou

    para ir para o meu dormitrio e dormir um pouco. Ele, claro, parecia alerta e pronto pra

    qualquer coisa. As vezes eu no tinha certeza se ele dormia. Ele foi at se consultar com

    outros guardies sobre o ataque, e eu prometi a ele que iria direto pra cama. Ao invs disso,

    eu fui at a biblioteca assim que ele saiu. Eu precisava ver Lissa, e nossa ligao me disse

    que era l que ela estava. Estava escuro enquanto eu andava no corredor de pedra e cruzava

    a quadra do meu dormitrio at o prdio principal da escola secundria. Neve tinha coberto

    a grama completamente, mas a calada tinha sido meticulosamente limpa de todo o gelo e

    neve. O que lembrou da casa negligenciada dos Badica. O prdio comunitrio era grande e

    tinha a aparncia meio gtica, mas apropriada a um set de um filme medieval do que uma

    escola. L dentro, o ar de mistrio e histria antiga continuava a penetrar no prdio: paredes

    de pedra elaboradas e pinturas antigas lutavam contra os computadores e luzes

    fluorescentes. A tecnologia moderna tinha espao aqui, mas nunca dominaria. Entrando

    pelo porto eletrnico da biblioteca, eu imediatamente me dirigi para um dos

    cantos onde os livros de geografia e viagem eram mantidos. Certa o suficiente, eu encontrei

    Lissa sentada no cho, encostada em uma estante. Hey, ela disse, olhando por cima do

    livro aberto em seu joelho. Ela tirou alguns fios de seu cabelo do seu rosto. Seu namorado,

    Christian, estava no cho perto dela, sua cabea recostada em seu outro joelho. Ele me

    saudou com um aceno. Considerando o antagonismo que as vezes surgia entre ns, isso era

    quase como me dar um grande abrao. Apesar do seu pequeno sorriso, eu podia sentir a

    teno e o medo nela flua atravs da ligao.

    Voc soube, eu disse, sentando com as pernas cruzadas. Seu sorriso desapareceu, e os

    sentimentos de medo e inquietao aumentaram. Eu gostava que a nossa ligao me

    permitisse proteg-la melhor, mas eu no precisava ter meus prprios sentimentos

    problemticos ampliados. horrvel, ela disse estremecendo. Christian colocou seus

    dedos nos dela. Ele apertou sua mo. Ela apertou de volta. Esses dois estavam to

    apaixonados e eram to doces um com o outro que eu sentia necessidade de escovar meus

    dentes perto deles. Eles estavam subjugados agora, no entanto, devido a noticia do

    massacre. Eles esto dizendo... eles dizem que tinha seis ou sete Strigoi. E que humanos

    ajudaram a quebrar os wards. Eu inclinei minhas costas contra uma prateleira. As noticias

    realmente viajam rpido. De repente, me senti tonta. verdade. Mesmo? perguntou

    Christian. Eu pensei que isso era s parania. No... eu me dei conta que ningum

    sabia onde eu tinha estado hoje. Eu... eu estava l. Os olhos de Lissa cresceram, choque

    cruzou seu rosto. At mesmo Christian o representante da esperteza parecia

    desgostoso. Se no fosse pelo horror de tudo, eu teria ficado satisfeita em pega-lo de guarda

    baixa. Voc est brincando, ele disse, com a voz incerta. Eu pensei que voc fosse

    fazer seu teste qualificativo... As palavras de Lissa morreram. Eu deveria, eu disse.

    Foi o tipo de coisa da hora errada no lugar errado. O guardio que iria aplicar o teste

    morava l. Dimitri e eu entramos, e... Eu no pude terminar. Imagens de sangue e morte

    que tinham enchido a casa dos Badica apareceram na minha mente de novo. Preocupao

    cruzou o rosto de Lissa e a nossa ligao. Rose, voc est bem? ela perguntou

    gentilmente. Lissa era minha melhor amiga, mas eu no queria que ela soubesse o quo

  • assustada e chateada a coisa toda tinha me deixado. Eu queria ser corajosa. tima, eu

    disse, com os dentes trincados.

    Como que foi? perguntou Christian. A curiosidade encheu sua voz, mas tinha culpa ali

    tambm ele sabia que era errado querer saber sobre algo to horrvel. Mas ele no pode se

    impedir de perguntar. Falta de controle em segurar impulsos era uma coisa que tnhamos

    em comum. Foi... eu balancei minha cabea. Eu no quero falar sobre isso. Christian

    comeou a protestar, e ento Lissa pos a mo atravs do cabelo dele. O gesto de censura o

    silenciou. Houve um momento de constrangimento entre ns. Lendo a mente de Lissa, eu

    senti ela procurar um tpico novo desesperadamente. Eles dizem que isso vai estragar

    nossas visitas de natal, ela me disse depois de mais alguns segundos. A tia de Christian

    vai vir visitar, mas a maioria das pessoas no quer viajar, e querem que seus filhos fiquem

    aqui seguros. Eles esto apavorados com o grupo de Strigoi. Eu no tinha pensado nas

    conseqncias de um ataque assim. Ns estavamos a apenas uma semana mais ou menos de

    distancia do natal. Normalmente, tinha uma grande quantidade de viagens no mundo Moroi

    nessa poca do ano. Estudantes iam para casa

    visitar seus pais; pais vinham ficar no campus e visitar seus filhos. Isso vai manter

    muitas famlias separadas, eu murmurei. E atrapalhar muitos encontros da realeza, disse

    Christian. Sua breve seriedade desapareceu; seu ar de espertinho tinha voltado. Voc

    sabe como eles so nessa poca do ano sempre competindo uns com os outros para dar a

    maior festa. Eles no vo saber o que fazer por si mesmos. Eu no podia acreditar. Minha

    vida era sobre lutar, mas os Moroi certamente tinham sua parte em brigas internas

    particularmente os nobres e a realeza. Eles travavam suas prprias batalhas com palavras e

    alianas polticas, e honestamente, eu prefiro o mtodo mais direto de socar e chutar. Lissa

    e Christian particularmente tinham que navegar por guas problemticas. Eles eram de

    famlias reais, o que significa que eles tinham muita ateno dentro e fora da Academia.

    A coisa era pior para eles do que para a maioria dos Moroi da realeza. A famlia de

    Christian vivia sobre as sombras dos pais dele. Eles tinham se tornado Strigoi de propsito,

    trocando sua mgica e moral para se tornarem imortais e sub existir matando outros. Seus

    pais estavam mortos agora, mas isso no impediu as pessoas de desconfiar dele. Eles

    pareciam pensar que ele se tornaria um Strigoi a qualquer momento e levaria todos os

    outros com ele. Sua grosseria e senso de humor negro tambm no ajudavam. A ateno a

    Lissa vinha do fato dela ser a ltima de sua famlia. Nenhum outro Moroi tinha sangue

    Dragomir o suficiente para receber o nome. O futuro marido dela provavelmente teria o

    suficiente em sua rvore genealgica para se certificar que seus filhos fossem Dragomirs,

    mas por enquanto, ser a nica fazia dela meio que uma celebridade. Pensar nisso de repente

    me lembrou do aviso no espelho. Nusea cresceu em mim. Aquela raiva e desespero

    reapareceu, mas eu a mandei para longe com uma piada. Vocs deveriam tentar resolver

    o problema de vocs como ns fazemos. Uma briga poderia fazer bem para a realeza. Lissa

    e Christian riram. Ele olhou pra ela com um sorriso bobo, mostrando suas presas como ele

    fazia. O que voc acha? Eu aposto que eu podia te pegar se ns brigassemos. Bem que

    voc queria, ela provocou. Seus sentimentos perturbados diminuram. Eu queria na

    verdade, ele disse encarando-a. Tinha uma intensa nota sensual em sua voz que fez o

    corao dela disparar. Inveja se apossou de mim. Ela e eu tnhamos sido amigas a vida

    inteira. Eu podia ler a mente dela. Mas o fato permanecia: Christian era uma grande parte

    do mundo dela agora, e ele tinha um papel que eu nunca teria assim como ele nunca seria

    parte da conexo que existia entre ela e eu. Ns dois meio que aceitamos mas no

    gostavamos do fato que tnhamos que dividir a ateno dela, e de vez enquanto, parecia que

  • a trgua que tnhamos feito para o bem dela se manchava. Lissa passou sua mo em suas

    bochechas. Comporte-se. Eu me comporto, ele disse a ela, sua voz ainda um pouco

    enferrujada. s vezes. Mas as vezes voc no quer que eu... Suspirando, eu me levantei.

    Otimo. Eu vou deixar vocs dois sozinhos agora. Lissa piscou e arrastou seus olhos para

    longe de Christian, de repente parecendo embaraada. Desculpe, ela murmurou. Ela

    corou delicadamente. J que ela era plida como qualquer Moroi, isso meio que fez ela

    parecer mais bonita. No que ela precisasse de muita ajuda nesse departamento. Voc

    no tem que ir... No, est tudo bem. Estou exausta, eu assegurei a ela. Christian no

    parecia muito chateado por mim partir. Eu falo com voc amanh. Eu comecei a ir

    embora, mas Lissa me chamou. Rose? Voc... voc tem certeza que est bem? Depois de

    tudo que aconteceu? Eu encarei seus olhos cor de jade.

    Estou bem. Nada para se preocupar a no ser vocs

    dois rasgando as roupas um do outro antes que eu tenha a chance de ir embora. Ento

    melhor voc ir agora, disse Christian secamente. Ela cotovelou ele, e eu virei os olhos.

    Boa noite, eu disse a eles. Assim que eu virei de costas, meu sorriso desapareceu. Eu me

    dirigi ao meu quarto com um corao pesado, esperando no sonhar sobre os Badicas hoje

    noite.

    TRS

    O corredor do meu dormitrio estava uma confuso quando eu corri abaixo para a minha

    pratica antes das aulas. A comoo no me surpreendeu. Uma boa noite de sono tinha ido

    longe o bastante para perseguir as imagens da noite passada, mas eu sabia que nem eu nem

    meus colegas iriam esquecer facilmente o que tinha acontecido nos arredores de Billings. E

    ainda sim, enquanto eu estudava os rostos e amontoado dos outros novatos, eu notei algo

    estranho. O medo e a tenso de ontem ainda estava presente, certamente, mas havia algo

    novo tambm: excitao. Um grupo de novatos estavam praticamente gritando de alegria

    enquanto eles falavam em sussurros apressados. Ali perto, um grupo de caras da minha

    idade estava gesticulando selvagemente, olhares entusiasmados em seus rostos. Eu tinha

    que estar perdendo algo a no ser que tudo que tinha acontecido ontem fosse um sonho.

    Foi necessria toda minha fora de vontade para eu no ir perguntar o que estava

    acontecendo. Se eu demorasse, eu me atrasaria para o treino. A curiosidade estava me

    matando, no entanto. Os Strigois e seus humanos tinham sido encontrados e ento mortos?

    Isso certamente seriam boas noticias, mas algo me disse que no era esse o caso. Abrindo

    as portas da frente, eu lamentei por ter que esperar at o caf para descobrir. Hath-away,

    no corra para longe, uma voz cantarolando chamou. Eu me virei para olhar e ri. Mason

    Ashford, outro novato e um bom amigo meu, se aproximando de mim. Quantos anos

    voc tem, doze? Eu perguntei, enquanto continuava me dirigindo para o ginsio. Quase,

    ele disse. Eu no vi seu rosto sorridente ontem. Onde voc estava?

    Aparentemente minha presena na casa dos Badica ainda no tinha vindo a tona. No era

    um segredo nem nada, mas eu no queria discutir nenhum detalhe. Eu tive um negocio

    de treinamento com Dimitri. Deus, murmurou Mason. Aquele cara est sempre

    trabalhando com voc. Ele se deu conta que est nos privando da sua beleza e charme?

    Rosto sorridente? Beleza e charme? Voc est exagerando um pouco essa manh, no

    est? Eu ri. Hey, eu s estou falando a verdade. Na verdade, voc tem tanta sorte em ter

    algum to agradvel e brilhante que est prestando ateno em voc. Eu continuei rindo.

    Mason era um grande paquerador, e ele gostava de flertar comigo em especial. Parte disso

    era s porque eu era boa nisso e flertava de volta. Mas eu sabia que seus sentimentos em

    relao a mim eram mais do que apenas amizade, e eu ainda estava decidindo o que eu

  • achava disso. Ele e eu tnhamos o mesmo senso de humor bobo e freqentemente

    chamvamos ateno a ns mesmos em aula e entre amigos. Ele tinha olhos azuis lindos e

    um cabelo vermelho bagunado que nunca parecia ficar plano. Era fofo. Mas sair com

    algum novo iria ser meio difcil j que eu continuo pensando sobre quando eu estava semi-

    nua na cama com Dimitri. Agradvel e brilhante, ? eu balancei minha cabea. Eu no

    acho que voc presta muita ateno como voc faz com o seu ego. Algum precisa ser mais

    humilde. Ah ? ele perguntou. Bom, voc pode tentar o seu mximo no declive. Eu

    parei de andar. No que? No declive. Ele inclinou sua cabea. Voc sabe, a viagem

    de esqui.

    Que viagem de esqui? Eu estava aparentemente perdendo algo srio. Onde voc

    esteve essa manh? ele perguntou, me olhando como se eu fosse uma mulher louca.

    Na cama! Eu s levantei, tipo, a cinco minutos. Agora, comece do inicio e me diga sobre

    o que voc est falando. Eu tremi com a falta de movimento. E vamos continuar

    andando. Eu acrescentei. Ento, voc sabe como todo mundo estava com medo de

    deixar seus filhos irem para casa no natal? Bom, tem uma enorme estao de ski em Idaho

    que usada exclusivamente pela realeza e por Moroi ricos. As pessoas que so donas esto

    a abrindo para os estudantes da Academia e seus familiares e na verdade qualquer Moroi

    que quiser ir. Com todo mundo num lugar s, vai ter uma enorme quantidade de guardies

    para proteger o lugar, ento vai ser completamente seguro. Voc no pode estar falando

    srio, eu disse. Ns alcanamos o ginsio e entramos saindo do frio. Mason acenou

    gentilmente. verdade. O lugar supostamente incrvel. Ele deu uma risada que sempre

    me fazia sorrir de volta. Ns vamos viver como a realeza, Rose. Pelo menos por uma

    semana. Ns partimos no dia depois do natal. Eu fiquei parada l, excitada e surpresa. Eu

    no tinha previsto isso. Era uma idia brilhante, uma que permitiria as famlias se reunirem

    com segurana. E que lugar para a reunio! Uma estao de esqui da realeza. Eu esperava

    passar a maior parte do meu feriado natalino aqui assistindo TV com Lissa e Christian.

    Agora eu estaria vivendo num hotel 5 estrelas. Jantares com lagosta. Massagens. Instrutores

    de esqui bonitinhos... O entusiasmo de Mason era contagioso. Eu podia sentir ele nascendo

    em mim, e ento, de repente, eu comecei a pensar. Estudando meu rosto, ele notou a

    mudana na hora. Qual problema? legal.

    , Eu admiti. E eu entendo porque todo mundo est excitado, mas a razo pelo qual

    ns vamos para esse lugar chique porque, bem, porque pessoas morreram. Eu quero dizer,

    isso no parece estranho? A expresso de felicidade de Mason diminuiu um pouquinho.

    Sim, mas ns estamos vivos, Rose. Ns no podemos parar de viver porque outras

    pessoas esto mortas. E ns temos que nos certificar que mais pessoas no morram. por

    isso que esse lugar uma idia to boa. seguro. Seus olhos ficaram tempestuosos.

    Deus, eu no posso esperar por ns sairmos daqui. Depois de ouvir sobre o que

    aconteceu, eu s quero ir destruir algum Strigoi. Eu queria que ns pudessemos ir agora,

    voc sabe? No tem razo. Eles podiam usar uma ajuda extra, e ns praticamente sabemos

    tudo que precisamos. A ferocidade em sua voz me lembrou de meu ataque ontem,

    embora ele no estivesse to enlouquecido quanto eu tinha estado. Sua nsia para agir era

    impetuosa e ingnua, enquanto a minha tinha nascido de uma estranha, e irracional

    escurido que eu no entendia completamente ainda. Quando eu no respondi, Mason me

    deu um olhar surpreso. Voc tambm no quer? Eu no sei, Mase. Eu encarava o

    cho, evitando seus olhos enquanto eu estudava meu dedo. Eu quero dizer, eu no quero

    que os Strigoi l fora, ataquem as pessoas tambm. E eu quero impedi-los em teoria... mas,

    bom, ns no estamos nem perto de estarmos prontos. Eu vi o que eles podem fazer... eu

  • no sei. Se apressar no a resposta. Eu balancei minha cabea e olhei para cima de novo.

    Que pena. Eu soava lgica e cuidadosa. Eu soava como Dimitri. No importante j que

    no vai mesmo acontecer. Eu suponho que ns s deveramos estar excitados com a

    viagem, huh?

    O humor de Mason mudava rpido, e ele ficou relaxado mais uma vez. Sim. E melhor

    voc se lembrar como esquiar, porque eu vou chamar voc pra derrubar meu ego l. No

    que v acontecer.

    Eu sorri de novo. Cara, vai ser muito triste quando eu fizer voc chorar. Eu meio que j

    me sinto culpada. Ele abriu sua boca, sem duvida para dar uma resposta espertinha, e ento

    viu algo ou melhor, algum atrs de mim. Eu olhei para cima e vi a forma alta de

    Dimitri se aproximando do outro lado do ginsio. Mason fez uma reverencia galanteadora.

    Seu lorde e mestre. Nos falamos depois, Hathaway. Comece a planejar suas estratgias

    de esqui. Ele abriu a porta e desapareceu na escurido fria. Eu me virei e me juntei a

    Dimitri. Como qualquer dhampir novato, eu passava metade do meu dia escolar de um jeito

    ou de outro treinando para ser guardi, entrando tanto em combates fsicos ou aprendendo

    sobre os Strigoi e como me defender deles. Os novatos tambm tinham, algumas vezes,

    aulas pratica depois da escola. Eu, no entanto, estava numa situao nica. Eu ainda

    mantinha minha deciso de ter fugido da Academia. Victor Dashkov tinha se mostrado uma

    ameaa muito grande para Lissa. Mas nossas frias entendidas tinham vindo com

    conseqncias. Estando longe por dois anos fiquei atrasada nas minhas aulas, ento a escola

    decidiu que eu tinha que recuperar o tempo perdido tendo aulas extras antes e depois da

    aula. Com Dimitri. Mal sabem eles que eles tambm estavam me dando aulas sobre como

    evitar a tentao. Mas fora a minha atrao por ele, eu aprendia rpido, e com a ajuda dele,

    eu quase tinha alcanado os veteranos. Como ele no estava usando um casaco, eu sabia

    que trabalharamos na parte de dentro hoje, o que era uma boa noticia. Estava muito frio.

    Mas nem mesmo a felicidade que eu sentia sobre isso no era nada comparado com o que

    eu senti quando eu vi exatamente o que ele tinha preparado na sala de treinamento.

    Tinham bonecos de pratica arrumados perto da parede, bonecos que pareciam bem reais.

    No eram bonecos com algodo dentro. Tinham homens e mulheres, usando roupas

    normais, de pele flexvel e diferentes cores de cabelo e olhos. Suas expresses variavam de

    feliz, assustado e irritados. Eu tinha trabalhado com esses bonecos em outros treinamentos,

    usando-os para praticar socos e chutes. Mas eu nunca tinha trabalhado com eles enquanto

    segurava o que Dimitri tinha na mo: uma estaca de prata. Legal, eu perdi o flego. Era

    idntica a aquela que eu tinha encontrado na casa dos Badica. Tinha um suporte de mo

    embaixo, quase como um punho de espada sem aquelas laterais. Era a que a semelhana

    com uma adaga terminava. Ao contrario de uma lamina lisa, a estaca tinha um grosso e

    arredondado corpo e que estreitava na ponta, meio parecido com um cortador de gelo. A

    coisa toda era um pouco menos que o meu antebrao. Por favor me diga que eu vou

    aprender como fazer aquilo hoje, eu disse. Divertimento passou pelos olhos profundamente

    escuros dele. Eu acho que ele tinha dificuldade em manter uma cara sria perto de mim as

    vezes. Voc vai ter sorte se eu deixar voc segurar ela hoje, ele disse. Ele virou a estaca

    no ar de novo. Meus olhos seguiram ansiosamente. Eu comecei a apontar que eu j tinha

    segurado uma, mas eu sabia que essa linha lgica no iria me ajudar aqui. Ao invs disso,

    eu joguei minha mochila no cho, tirei meu casaco, e cruzei meus braos com expectativa.

    Eu estava usando calas folgadas amarradas na cintura e um top com um casaco por cima.

    Meu cabelo preto estava puxado para trs em um rabo de cavalo. Eu estava pronta para

  • tudo. Voc quer que eu te diga quanto tempo elas vo durar e porque eu sempre tenho

    que ter cuidado perto delas, eu anunciei.

    Dimitri parou de girar a estaca e me encarou surpreso.

    Anda, eu ri. Voc no acha que eu sei como eu funciono a essa altura? Ns estamos

    fazendo isso a quase 3 meses. Voc sempre me faz falar sobre segurana e responsabilidade

    antes de eu fazer qualquer coisa divertida. Entendo, ele disse. Bom, eu acho que voc

    tem tudo sob controle. Por favor, continue com a aula. Eu vou ficar ali at voc precisar de

    mim de novo. Ele enfiou a estaca em uma bainha de couro que estava em seu cinto e ento

    se fez confortvel contra a parede, suas mos enfiadas nos bolsos. Eu esperei, achando que

    ele estava brincando, mas quando ele no disse mais nada, eu notei que ele tinha falado

    srio. Encolhendo os ombros, eu comecei a dizer o que sabia. Prata sempre tem um

    grande efeito em qualquer criatura mgica pode ajudar ou ferir eles se voc colocar poder

    suficiente nela. Essas estacas so realmente da pesada porque so necessrios quatro Moroi

    diferentes para faz-las, e eles usam cada um dos elementos forjando-a. Eu franzi as

    sobrancelhas, de repente considerando algo. Bem, exceto Espirito. Ento essas coisas so

    super carregadas e so praticamente a nica arma que no exige que o Strigoi seja

    decapitado para causar danos mas para mat-los, tem que atingir diretamente o corao.

    Elas vo machucar voc? Eu balancei minha cabea. No. Eu quero dizer, bem, sim,

    se voc empalar meu corao com ela vai, mas no vai me machucar como machucaria um

    Moroi. Arranhe um Moroi com ela, e vai atingi-los com fora mas no com tanta fora

    quanto machucaria um Strigoi. E elas no vo machucar humanos, tambm.

    Vendo Dimitri me olhando, eu afastei minhas memrias e continuei com a aula. Dimitri

    ocasionalmente acenava ou me fazia uma pergunta para esclarecer as coisas. Enquanto o

    tempo passava, eu continuava esperando que ele me dissesse que eu tinha terminado e

    podia comear a despedaar os bonecos. Ao invs disso, ele esperou at quase 10 minutos

    antes do fim da aula antes de me dirigir a um deles era um homem com cabelo loiro e

    barbicha. Dimitri tirou a estaca da bainha mas no me deu ela. Onde voc vai colocar

    isso? ele perguntou. No corao, eu respondi irritada. Eu j disse a voc isso um

    monte de vezes. Voc pode me dar ela agora? Ele se permitiu um sorriso. Onde o

    corao. Eu dei a ele um olhar voc-est-falando-srio. Ele meramente deu nos ombros.

    Com uma nfase super dramtica, eu apontei para o lado esquerdo do peito do boneco.

    Dimitri balanou sua cabea. A no onde o corao fica, ele me disse. Claro que .

    As pessoas colocam suas mos sobre o corao quando eles dizem o Juramento a Bandeira

    e cantam o hino nacional. Ele continuou a me encarar com a expectativa. Eu me virei para

    o boneco e o estudei. No fundo do meu crebro, eu lembrava muito bem das aulas de CPR*

    e onde ns colocavamos as mos. Eu bati no centro do peito do boneco.

    (*ressuscitao cardiopulmonar)

    aqui? Ele arqueou uma sobrancelha. Normalmente eu achava que isso era frio. Hoje

    era s irritante. Eu no sei, ele disse. ? Isso o que eu estou perguntando a voc!

    Voc no deveria ter que perguntar. Voc no tem aula de fisiologia? Sim. Aulas de

    calouros. Eu estava de frias, lembra? Eu apontei para a estaca brilhante. Eu posso

    toc-la agora por favor? Ele virou a estaca de novo, fazendo um flash de luz, e ento ela

    desapareceu na bainha.

    Eu quero que voc me diga onde o corao na prxima vez que nos encontrarmos.

    Exatamente onde. E eu quero saber o que tem no caminho dele tambm.

  • Eu dei a ele um olhar feroz, que julgando pela sua expresso no tinha sido to feroz.

    Nove de dez vezes, eu achava que Dimitri era a coisa mais sexy do mundo. Ento, tinha

    uma vez como essa...

    Eu fui at a primeira aula, uma aula de combate, de mal humor. Eu no gostava de parecer

    incompetente na frente de Dimitri, e eu realmente, realmente queria usar uma daquelas

    estacas. Ento na aula eu descontei minha irritao em qualquer um que eu podia socar e

    chutar. At o fim da aula, ningum queria fazer par comigo. Eu tinha acidentalmente

    acertado Meredith uma das poucas outras garotas na minha aula to forte que ela bateu

    sua perna no acolchoado. Ela tinha se machucado feio e continuava a olhar para mim como

    se eu tivesse feito de propsito. Minhas desculpas foram vs. Depois, Mason me encontrou

    de novo. Oh, cara, ele disse, estudando meu rosto. Quem irritou voc? Eu

    imediatamente comecei minha histria sobre a estaca e a desgraa do corao. Para minha

    irritao, ele riu. Como voc no sabe onde fica um corao? Especialmente

    considerando quantos deles voc quebrou? Eu lancei a ele o mesmo olhar feroz que eu

    tinha dado a Dimitri. Dessa vez, funcionou. O rosto de Mason ficou plido. Belikov um

    homem, doente e mal que deveria ser jogado em um poo de violentas vboras pela grande

    ofensa que ele cometeu contra voc essa manh. Obrigado. Eu disse com preciso.

    Ento, eu considerei. Vboras podem ser violentas? Eu no vejo porque no. Tudo

    pode ser. Eu acho. Ele manteve a porta do corredor aberta para mim. Gansos canadenses

    podem ser piores que vboras no entanto.

    Eu dei a ele um olhar pelo canto do olho. Gansos canadenses so mais mortais que

    vboras? Voc j tentou alimentar aqueles pequenos bastardos? ele perguntou, tentando

    parecer srio e falhando. Eles so horrveis. Voc jogado para vboras voc morre

    rpido. Mas gansos? Isso dura dias. Mais sofrimento. Wow. Eu no sei se eu deveria

    ficar impressionada ou assustada que voc pensou sobre isso, eu observei. Apenas

    tentando criar jeitos criativos de vingar sua honra, s isso. Voc apenas nunca me

    pareceu um tipo criativo, Mase. Ns estavamos fora da sala de aula antes do segundo

    perodo comear. A expresso de Mason ainda era leve e brincalhona, mas tinha uma nota

    sugestiva quando ele falou de novo. Rose, quando eu estou perto de voc, eu penso em

    todo o tipo de coisas criativas para fazer com voc. Eu ainda estava rindo das vboras e

    parei bruscamente, olhando pra ele surpresa. Eu sempre pensei que Mason era bonitinho,

    mas com aquele olhar srio e fumegante, de repente me ocorreu pela primeira vez que ele

    era meio sexy. Oh, veja isso, ele riu, o quanto ele tinha me pego de guarda baixa.

    Rose ficou sem palavras. Ashford 1, Hathaway 0. Hey, eu no quero fazer voc

    chorar antes da viagem. No vai ser divertido se eu j tiver quebrado voc antes mesmo de

    ns irmos para as montanhas. Ele riu, e ento fomos para a aula. Essa era uma aula sobre a

    teoria dos guarda-costas, uma que era dada em uma sala de aula ao invs do campo pratico.

    Era um timo descanso de todos os exerccios prticos. Hoje, tinham trs guardies parados

    l na frente que no eram da escola. Visitantes devido ao feriado, eu notei. Os pais e seus

    guardies j tinham

    comeado a chegar no campus para acompanhar seus filhos na estao de esqui. Meu

    interesse foi provocado imediatamente.

    Um dos convidados era um cara alto que parecia ter uns 100 anos mas que ainda podia

    quebrar o pau. O outro cara tinha mais ou menos a idade de Dimitri. Ele tinha uma pele

    profundamente bronzeada e tinha um corpo bom o suficiente para que algumas garotas

    parecessem prestes a desmaiar. O ultimo guardio era uma mulher. Seu cabelo moreno

    estava cortado e enrolado, e seus olhos marrons estavam estreitos perdidos em

  • pensamentos. Como eu disse, muitas mulheres dhampirs tinham escolhido criar seus filhos

    ao invs de serem guardis. J que eu tambm era uma das mulheres nessa profisso, era

    sempre excitante conhecer outras como Tamara. Mas, essa no era Tamara. Essa era

    algum que eu conhecia a anos, algum que despertava qualquer coisa mas no orgulho ou

    excitao. Ao invs disso, eu sentia ressentimento. Ressentimento, raiva, e ultraje. A

    mulher parada na frente da turma era minha me.

    QUATRO

    Eu no podia acreditar. Janine Hathaway. Minha me. Minha insanamente famosa e

    impressionantemente ausente me. Ela no era nenhum Arthur Schoenberg, mas ela tinha

    uma reputao estelar no mundo dos guardies. Eu no a via a anos porque ela sempre

    estava fora em uma misso insana. E ainda sim... aqui estava ela na Academia nesse

    momento bem na minha frente e ela no tinha nem se dado ao trabalho de me dizer que

    ela estava vindo. Isso que amor materno. O que diabos ela estava fazendo aqui de

    qualquer forma? A resposta veio rapidamente. Todos os Moroi que vieram ao campus

    teriam seus guardies na cidade. Minha me protegia um nobre do cl Szelsky, e vrios

    membros dessa famlia tinham vindo para as festas. claro que ela estaria com eles. Eu

    sentei na minha cadeira e senti algo dentro de mim murchar. Eu sabia que ela devia ter me

    visto entrar, mas sua ateno estava em outra coisa. Ela estava usando jeans e uma camiseta

    bege, uma jaqueta jeans que tinha que ser a coisa mais sem graa eu j tinha visto. Com

    apenas 1,50m ela estava escondida entre os outros guardies, mas ela tinha uma presena e

    um jeito de ficar parada que a fazia parecer mais alta. Nosso instrutor, Stan, apresentou os

    convidados e explicou que eles iriam contar experincias da vida real para ns. Ele andou

    na frente da sala, suas sobrancelhas cerradas se juntando enquanto ele falava. Eu sei que

    isso incomum, ele explicou. Guardies visitantes normalmente no tem tempo de

    passar nas nossas aulas. Nossos trs visitantes, no entanto, arranjaram tempo para vir

    conversar conosco devido ao que aconteceu recentemente... Ele pausou por um momento,

    e ningum precisava nos dizer sobre o que ele estava se referindo. O ataque aos Badica. Ele

    limpou sua garganta e comeou de novo. Devido ao que aconteceu, ns pensamos que

    seria melhor fazer vocs aprenderem com aqueles que atualmente trabalham no campo.

    A turma ficou tensa de excitao. Ouvir histrias particularmente aquelas com muito

    sangue e ao era muito mais interessante que analisar as teorias dos livros.

    Aparentemente alguns dos outros guardies tambm pensavam assim. Eles freqentemente

    passavam por nossas turmas, mas eles estavam presentes hoje em um nmero muito maior.

    Dimitri estava parado entre eles mais atrs. O cara mais velho foi primeiro. Ele comeou

    sua histria, e eu me encontrei ficando viciada. Ele descreveu uma poca em que o filho

    mais novo da famlia que ele guardava tinha andado em lugares pblicos que os Strigoi

    estavam observando. O sol estava para se por, ele disse a ns em uma voz grave. Ele

    baixou suas mos em cmera lenta, aparentemente demonstrando como um por do sol

    funciona. S tinham dois de ns, e ns tnhamos que tomar uma deciso rpida sobre

    como proceder. Eu me inclinei mais para frente, os cotovelos apoiados na mesa. Guardies

    freqentemente trabalhavam em duplas. Um o guarda de perto normalmente fica perto

    daquele que ele protege enquanto o outro o guarda de longe varria a rea. O guarda de

    longe normalmente ficava em contato visual, ento eu percebi o dilema ali. Pensando sobre

    isso, eu decidi que se eu estivesse naquela situao, eu faria o guardio de perto levar o

    resto da famlia a um lugar seguro enquanto o outro procurava o garoto.

    Ns fizemos a famlia ficar dentro de um restaurante com meu parceiro enquanto eu

    varria o resto da rea, continuou o velho guardio. Ele espalhou suas mos em um

  • envolvente movimento, e eu me senti orgulhosa por ter pensado na resposta correta. A

    histria teve um final feliz, eles encontraram o garoto e no viram nenhum Strigoi.

    O segundo cara contou sobre como ele encontrou por acaso um Strigoi que seguia um

    Moroi. Tecnicamente eu nem estava em servio, ele disse. Ele era muito bonitinho, e

    uma garota sentada perto de mim o encarava com olhos grandes e cheios de adorao. Eu

    estava visitando um amigo e a famlia que ele guardava. Quando eu estava saindo

    aparentemente, eu vi um Strigoi entrando pela janela. Ele nunca esperou ver um guardio

    ali. Eu dei uma volta na quadra, e vim por trs dele, e... O cara fez um forte movimento,

    muito mais dramtico que o gesto de mos que o cara velho tinha feito. O contador de

    histrias at imitou como ele enfiou a estaca no corao do Strigoi. E ento foi a vez da

    minha me. Eu fiz uma cara feia antes mesmo dela dizer uma palavra, uma cara que ficou

    pior quando ela comeou a contar a histria. Eu juro, se eu no acreditasse na sua

    incapacidade de ter uma imaginao para isso e suas escolha de roupas sem graa

    provava que ela realmente no tinha nenhuma imaginao eu teria pensado que ela estava

    mentindo. Era mais que uma histria. Era um conto pico, o tipo de coisa que faz com que

    filmes ganhem o Oscar. Ela falou sobre como seu protegido, o Lord Szelsky, e sua mulher

    tinham ido a um baile realizado por outra famlia real. Vrios Strigoi estiveram esperando.

    Minha me descobriu um, o empalou rapidamente, e ento alertou aos outros guardies.

    Com a ajuda deles, ela caou o outro Strigoi o pegando por trs e foi responsvel pelas

    mortes.

    No foi fcil, ela explicou. De qualquer outra pessoa aquele comentrio soaria como se

    estivesse se gabando. No ela. Tinha uma velocidade no jeito que ela falava, um jeito

    eficiente de dizer os fatos que no deixavam espao para isso. Ela tinha sido criada em

    Glasgow e algumas das suas palavras ainda tinham o sotaque escocs. Tinham mais trs

    no permetro. Naquele tempo, isso era considerado um nmero incomum trabalhando junto.

    Isso no necessariamente verdade agora, considerando o massacre dos Badica. Algumas

    pessoas demonstraram medo do jeito casual que ela falou do ataque. Mais uma vez, eu

    podia ver os corpos. Ns tnhamos que nos livrar dos Strigoi restantes o mais rpido e

    silenciosamente possvel, para no alertar os outros. Agora, se ns tivssemos o elemento

    surpresa, o melhor jeito para acabar com um Strigoi chegar por trs, quebrar seu pescoo,

    e empalar ele. Quebrar o pescoo dele no vai mat-lo, claro, mas os confunde e te

    permite empal-lo antes dele fazer qualquer barulho. A parte mais difcil na verdade

    pega-los desprevenidos, porque a audio deles muito boa. J que eu sou menor e mais

    leve que a maioria dos guardies, eu posso me mover bem silenciosamente. Ento eu acabei

    matando dois dos trs. De novo, ela usou aquele tom de alis enquanto ela descrevia

    suas habilidades mortferas. Era irritante, mais do que se ela tivesse sido presunosa e

    falado abertamente do quo incrvel ela era. Meus colegas de aula brilhavam com

    admirao; eles estavam claramente mais interessados na idia de quebrar o pescoo de um

    Strigoi do que analisar as habilidades narrativas da minha me.

    Ela continuou com a histria. Quando ela e os outros guardies tinham matado o resto dos

    Strigoi, eles descobriram que dois Moroi tinham sido levados da festa. Tal ato no era

    incomum para os Strigoi. As vezes eles queriam guardar os Moroi para um lanche depois;

    as vezes Strigoi de rank mais baixo eram enviados por Strigoi mais poderosos para

    trazerem uma presa. Independentemente, dois Moroi tinham sumido do baile, e seus

    guardies tinham sido feridos. Naturalmente, ns no podamos deixar aqueles Moroi

    nas mos de Strigoi, ela disse. Ns seguimos os Strigoi at o lugar onde estavam

    escondidos e encontramos vrios deles vivendo juntos. Eu tenho certeza que vocs podem

  • perceber o quo raro isso . E era. A maldosa e egosta natureza dos Strigoi faziam eles se

    virarem uns contra os outros to facilmente quanto eles faziam vitimas. Se organizar para

    atacar quando eles

    tinham o objetivo de buscar sangue em sua mente era o mximo que eles podiam fazer.

    Mas viver juntos? No. Era quase impossvel de imaginar. Ns conseguimos libertar os

    Moroi que tinham sido levados, e descobrimos que outros estavam presos, minha me

    disse. Ns no podamos deixar aqueles que tnhamos resgatado voltarem sozinhos,

    ento os guardies que estavam comigo os escoltaram para fora e me deixaram para pegar

    os outros. Sim, claro, eu pensei. Minha me corajosamente foi sozinha. Ao longo do

    caminho, ela foi capturada mas conseguiu escapar e resgatar os prisioneiros. Fazendo isso,

    ela fez o que tinha que ser o truque triplo do sculo, matando Strigoi de todos os trs jeitos:

    empalando, decapitando e os colocando em chamas.

    Eu tinha acabado de empalar um Strigoi quando mais dois atacaram, ela explicou. Eu

    no tinha tempo para tirar minha estaca do outro quando eles me atacaram. Felizmente,

    tinha uma lareira aberta ali perto, e eu empurrei um deles para l. O ltimo me perseguiu l

    fora, at uma antiga cabana. Tinha um machado l dentro e eu o usei para cortar a cabea

    dele. Ento eu peguei um galo de gasolina e voltei para a casa. O que eu tinha jogado na

    lareira no tinha se queimado completamente, mas assim que eu joguei gasolina nele, ele se

    queimou bem rpido. A turma estava apavorada enquanto ela falava. Bocas caram. Olhos

    se esbugalharam. Nenhum barulho podia ser ouvido. Olhando ao redor, eu senti como se o

    tempo tivesse parado pra todo mundo exceto eu. Eu parecia ser a nica que no tinha se

    impressionado pela sua histria assustadora, e vendo o rosto de todos me irritou. Quando

    ela terminou, uma dzia de mos levantaram enquanto a turma fazia perguntas sobre as

    tcnicas dela, sobre se ela teve medo, etc. Depois da dcima pergunta, eu no pude mais

    agentar. Eu levantei minha mo. Ela levou um tempo para notar e me chamar. Ela parecia

    meio impressionada por me encontrar em aula. Eu me considerei sortuda por ela ter se quer

    me reconhecido. Ento, guardi Hathaway, eu comecei. Porque vocs no deram

    segurana ao lugar? Ela franziu as sobrancelhas. Eu acho que ela tinha ficado em guarda

    no momento que ela me chamou. O que voc quer dizer? Eu encolhi os ombros e me

    inclinei para trs da mesa, tentando parecer casual e dar um ar de conversa. Eu no sei.

    Me parece que vocs fizeram besteira. Porque vocs no varreram o lugar e se certificaram

    que no houvesse Strigoi no lugar para comeo de conversa? Me parece que voc teria se

    poupado de muitos problemas.

    Todos os olhos na sala se viraram para mim. Minha me momentaneamente perdeu as

    palavras. Se ns no tivssemos passado por todos esses problemas, teriam 7 Strigoi

    andando no mundo, e aqueles outros Moroi capturados estariam mortos ou transformados

    agora. , , eu entendi como vocs salvaram o dia e tudo mais, mas eu vou voltar para o

    principio. Eu quero dizer, isso uma aula de teoria, certo? Eu olhei para Stan, que estava

    me olhando com um olhar tempestuoso. Ele e eu tnhamos uma longa e desagradvel

    histria de conflitos em aula, e eu suspeitava que ns iramos ter outra. Ento eu s quero

    entender o que deu errado para inicio de conversa. Eu digo isso para ela minha me tinha

    muito mais auto-controle do que eu. Se nossos papis fossem inversos, eu teria andando at

    mim e me dado uma surra. Seu rosto continuou perfeitamente calmo, no entanto, um

    pequeno aperto na posio de seus lbios indicava que eu estava irritando ela. No to

    simples, ela respondeu. O local tinha uma planta extremamente complexa. Ns a

    percorremos inicialmente e no encontramos nada. Acreditamos que os Strigoi vieram

  • depois que a festa tinha comeado ou que talvez tivessem passagens e quartos escondidos

    que ns no sabamos.

    A turma soltou uns ooh e ahh pela idia de quartos escondidos, mas eu no estava

    impressionada. Ento o que voc est dizendo que vocs ou falharam em os detectar

    durante sua primeira varredura, ou eles atravessaram a segurana que voc montou

    durante a festa. Me parece que algum fez besteira de qualquer jeito. O aperto em seus

    lbios aumentou, e sua voz ficou mais gelada. Ns fizemos o melhor que podamos em

    uma situao incomum. Eu posso entender sobre como alguns de vocs podem no ser

    capaz de entender os problemas do que eu descrevi, mas uma vez que vocs tenham

    aprendido o suficiente alm da teoria, vocs vero o quo diferente quando voc

    realmente est l e vidas dependem de voc.

    Sem duvidas, eu concordei. Quem sou eu para questionar seus mtodos? Eu quero

    dizer, faa o que for necessrio para ter mais tatuagens molnija, certo? Srta. Hathaway.

    A voz profunda de Stan soou na sala. Por favor pegue suas coisas e v esperar l fora at

    o final da aula. Eu o encarei confusa. Voc est falando srio? Desde quando tem algo

    errado em fazer perguntas? Sua atitude o que est errado. Ele apontou para a porta.

    V. Um silncio mais pesado e profundo do que quando a minha me tinha contado sua

    histria desceu sobre todos. Eu fiz o possvel para no me encolher diante dos olhares dos

    guardies e dos novatos. Essa no era a primeira vez que eu era expulsa da aula de Stan.

    No era nem a primeira vez que eu era expulsa da aula de Stan enquanto Dimitri assistia.

    Colocando minha mochila nos meus ombros, eu cruzei a pequena distncia at a porta

    uma distncia que parecia como quilmetros e me recusei a fazer contato visual com a

    minha me enquanto eu passava.

    Uns 5 minutos antes da turma sair, ela saiu da sala e andou at onde eu estava sentada no

    corredor. Olhando para mim, ela ps suas mos em seus lbios daquele jeito irritante que a

    fazia parecer mais alta do que ela era. No era justo que algum 15 centmetros mais baixo

    que eu pudesse me fazer sentir to pequena. Bom. Eu vejo que seus modos no

    melhoraram com os anos. Eu levantei e senti um fulgor aparecer. bom ver voc. Estou

    surpresa que voc tenha me reconhecido. Na verdade, eu nem achava que voc lembrasse

    de mim, j que voc nem se incomodou em me avisar que voc estava aqui. Ela tirou suas

    mos dos lbios e cruzou seus braos em seu peito, se tornando se possvel ainda mais

    impassiva. Eu no podia negligenciar meu dever para mimar voc.

    Mimar? eu perguntei. Essa mulher nunca tinha me mimado a vida inteira. Eu no

    conseguia nem acreditar que ela conhecesse essa palavra. Eu no esperaria que voc

    entendesse. Pelo que eu ouvi, voc no sabe o que dever significa. Eu sei exatamente

    o que significa, eu respondi. Minha voz estava intencionalmente arrogante. Melhor que

    a maioria das pessoas. Os olhos dela se ampliaram em uma falsa surpresa. Eu usava aquele

    olhar sarcstico com muitas pessoas e no apreciava ter ele direcionado em minha direo.

    Oh verdade? Onde voc esteve nos ltimos dois anos? Onde voc esteve nos ltimos

    cinco? eu exigi. Voc teria descoberto que eu tinha partido se algum no tivesse dito a

    voc? No faa disso minha responsabilidade. Eu estava longe porque eu tinha que

    estar. Voc estava longe para que voc pudesse ir no shopping e ficar acordada at mais

    tarde. Minha magoa e embarao se tornaram pura fria. Aparentemente, eu nunca ia

    superar as conseqncias de ter fugido com Lissa. Voc no faz idia do porque eu parti,

    eu disse, o volume da minha voz aumentando. E

    voc no tem nenhum direito de fazer suposies sobre a minha vida quando voc no sabe

    nada sobre ela. Eu li os relatrios sobre o que aconteceu. Voc tinha razo em se

  • preocupar, mas voc agiu de forma incorreta. Suas palavras eram formais e rpidas. Ela

    podia estar ensinando na aula. Voc deveria ter ido at os outros para pedir ajuda.

    No tinha ningum para quem eu pudesse ir no quando eu no tinha prova. Alm do

    mais, ns aprendemos a pensar de maneira independente. Sim, ela replicou. nfase

    em aprendendo. Algo que voc perdeu nos ltimos dois anos. Voc dificilmente est

    numa posio de me dar sermo sobre o protocolo dos guardies.

    Eu entrava em brigas o tempo todo; algo em minha natureza fez isso inevitvel. Ento eu

    estava acostumada em me defender e ter de ouvir insultos. Eu era durona. Mas de algum

    jeito, perto dela nos breves momentos que eu tinha estado perto dela eu sempre sentia

    que eu tinha 3 anos. Sua atitude me humilhava, e brincava com a minha falta de

    treinamento o que j era um assunto espinhoso o que me fez sentir pior. Eu cruzei meus

    braos em uma imitao moderada do prprio jeito de ficar em p dela e consegui um jeito

    presunoso. ? Bom, no isso que meus professores acham. Mesmo depois de ter

    perdido todo esse tempo, eu alcancei todo mundo na minha turma. Ela no respondeu de

    cara. Finalmente, em uma voz nivelada, ela disse, Se voc no tivesse partido, voc teria

    ultrapassado eles. Se