resumo reta final _de merda

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  • I CONTRATOS

    1) Conceito

    O contrato uma espcie de negcio jurdico, que se distingue, na formao, por exigir a presena pelo menos de duas partes. Contrato , portanto, negcio jurdico bilateral, ou plurilateral.

    Para a OAB o contrato pode ser conceituado como o acordo de vontades que visa a criar, resguardar, transferir, garantir, modificar ou extinguir direitos. Assim, os contratos devem ser estudados como instrumentos jurdicos para a constituio, transmisso e extino de direitos na rea econmica.

    2) Regras Gerais:

    De acordo com o Cdigo Civil, a liberdade de contratar ser exercida em razo e nos limites da funo social do contrato. Alm disso, os contratantes so obrigados a guardar, assim na concluso do contrato, como em sua execuo, os princpios de probidade e boa-f.

    Sobre os contratos de adeso, existe importante regra, determinando que a interpretao mais favorvel ao aderente, sempre que houver clusulas ambguas ou contraditrias. Tambm se deve ressaltar que, so nulas, nos contratos de adeso, as clusulas que estipulem a renncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negcio.

    Por fim, lembre-se que no pode ser objeto de contrato a herana de pessoa viva, o chamado pacto sucessrio.

    3) Da formao dos contratos

    De acordo com o artigo 427 do Cdigo Civil, a proposta de contrato obriga o proponente, se o contrrio no resultar dos termos dela, da natureza do negcio, ou das circunstncias do caso.

  • No entanto, deixa de ser obrigatria a proposta se: a) feita sem prazo a pessoa presente: no foi imediatamente aceita. Considera-se tambm presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicao semelhante;

    b) feita sem prazo a pessoa ausente: tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; c) feita a pessoa ausente: no tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; d) antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratao do proponente.

    J a aceitao no deve chegar tarde ao proponente. Se isso ocorrer, por circunstncia imprevista, o proponente deve comunicar o fato ao aceitante, imediatamente, sob pena de responder por perdas e danos.

    Alm disso, a aceitao fora do prazo, com adies, restries, ou modificaes, importar nova proposta.

    Considera-se inexistente a aceitao, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratao do aceitante.

    4) Vcios redibitrios

    So os vcios ou defeitos ocultos da coisa que a tornam imprpria ao uso a que destinada, ou lhe diminuam o valor.

    Na hiptese da coisa recebida em virtude de contrato comutativo conter um vcio redibitrio ser possvel o desfazimento do negcio, por parte do adquirente ou o abatimento no preo. Essa regra tambm se aplica s doaes onerosas.

    Portanto, possvel verificar que o adquirente da coisa que contm vcio redibitrio possui duas opes: a) rejeitar a coisa, redibindo o contrato, atravs da ao redibitria, ou b) reclamar abatimento no preo, por meio da ao quanti minoris ou estimatria.

    Frise-se que o alienante responder pelos vcios sabendo ou no de sua existncia. Se conhecia o vcio ou defeito da coisa, restituir o que recebeu com

  • perdas e danos. Mas se no o conhecia, to-somente restituir o valor recebido, mais as despesas do contrato.

    O prazo decadencial para obter a redibio ou o abatimento no preo de trinta dias se a coisa for mvel, e de um ano se for imvel, contado da entrega efetiva da coisa. Mas se o adquirente j estava na posse do bem (ex.: locatrio que adquire o imvel locado), o prazo reduzido metade e ser contado da alienao.

    Porm,existe uma outra exceo, importante: quando o vcio, por sua natureza, s puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se- do momento em que dele tiver cincia, at o prazo mximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens mveis; e de um ano, para os imveis.

    Cabe ressaltar que no correro os prazos do artigo antecedente na constncia de clusula de garantia. Contudo, o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadncia.

    5) Evico

    A evico consiste na perda da coisa em virtude de uma deciso judicial ou ato administrativo. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evico. Cabe ressalvar que essa garantia vale ainda que a aquisio se tenha realizado em hasta pblica.

    Podem as partes, por clusula expressa, reforar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evico. Entretanto, no obstante a clusula que exclui a garantia contra a evico, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preo que pagou pela coisa evicta, se no soube do risco da evico, ou, dele informado, no o assumiu.

    Salvo estipulao em contrrio, aquele que sofreu a evico (evicto) tem direito alm da restituio integral do preo ou das quantias que pagou, :

    a) indenizao dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; b) indenizao pelas despesas dos contratos e pelos prejuzos que diretamente resultarem da evico; c) custas judiciais e aos honorrios do advogado por ele constitudo.

    6) Extino do contrato

  • O contrato pode ser extinto atravs da a) resoluo, b) resciso ou c) resilio.

    a) resoluo: no existe culpa dos contratantes. Pode se dar atravs do caso fortuito ou da fora maior. Tambm pode decorrer da onerosidade excessiva.

    a1) resoluo por onerosidade excessiva: Nos contratos de execuo continuada ou diferida, se a prestao de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinrios e imprevisveis, poder o devedor pedir a resoluo do contrato. Os efeitos da sentena que a decretar retroagiro data da citao. A resoluo poder ser evitada, oferecendo-se o ru a modificar eqitativamente as condies do contrato.

    b) resciso: existe culpa de um ou de ambos os contratantes. Tambm pode decorrer da invalidao do contrato (contrato nulo ou anulvel).

    c) resilio: decorre do desinteresse. Pode ser bilateral, que a regra, caracterizada pelo distrato, ou unilateral, a exceo, que consiste na denncia. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato. J a resilio unilateral, por se tratar de exceo, deve estar prevista expressamente em lei ou a lei deve implicitamente permitir a sua possibilidade.

    II - COISAS

    1) Direitos Reais Os direitos reais consistem no poder jurdico que uma pessoa (titular do direito)

    exerce sobre uma coisa. Deste modo, possvel verificar, na relao de direito real, a existncia de um

    sujeito ativo (titular do direito), uma coisa (objeto do direito), a inflexo imediata do sujeito ativo sobre a coisa (poder jurdico). Nessa relaes, existe um sujeito passivo no determinado, eis que os dos direitos reais produzem eficcia erga omnes, ou seja,

  • contra todos. Os direitos reais esto previstos expressamente no art. 1.225 do CC/2002. Trata-

    se de um rol taxativo ou numerus clausus, que fixa como direitos reais: a) a propriedade; b) a superfcie; c) as servides; d) o usufruto; e) o uso; f) a habitao; g) o direito do promitente comprador do imvel; h) o penhor; i) a hipoteca; j) a anticrese; k) a concesso de uso especial para fins de moradia; l) a concesso de direito real de uso.

    Os direitos reais sobre imveis constitudos, ou transmitidos por atos entre vivos, s se adquirem com o registro no Cartrio de Registro de Imveis dos referidos ttulos, salvo os casos expressos no Cdigo Civil.

    J os direitos reais sobre coisas mveis, quando constitudos, ou transmitidos por atos entre vivos, s se adquirem com a tradio.

    2) Distino entre direitos real e direito pessoal a) O direito real oponvel erga omnes, enquanto que o direito pessoal possui

    um sujeito passivo determinado. b) O objeto do direito real sempre determinado, mas o do sujeito pessoal

    pode ser determinvel. c) O direito real exige a existncia atual da coisa, enquanto que o direito

    pessoal admite como objeto uma coisa futura. d) O direito real pode ser adquirido por usucapio, o que no acontece com o

    direito pessoal. e) O direito real confere ao seu titular a prerrogativa de acompanhar a coisa

  • em poder de quem quer que ela se encontre (sequela), o que no ocorre com o direito pessoal.

    3) Classificao dos direitos reais Os direitos reais podem ser classificados da seguinte forma:

    a) Direito real sobre coisa prpria: propriedade

    b) Direitos reais sobre coisa alheia: direitos reais de gozo e de fruio: superfcie, servido, usufruto, uso,

    habitao.

    direitos reais de garantia: penhor, hipoteca, anticrese e propriedade fiduciria.

    direito real de aquisio: direito do promitente comprador de imveis

    4) Posse Posse a exteriorizao da propriedade, no conceito oferecido pela teoria

    objetivista de Ihering, que adotada pelo Cdigo Civil brasileiro. Dispe, o art. 1.196 do CC/2002, que se considera possuidor todo aquele que tem

    de fato o exerccio, pleno ou no, de algum dos poderes inerentes propriedade. Dessa forma, posse a visibilidade do domnio e possuidor aquele que age como se proprietrio fosse.

    No se deve confundir posse com deteno, pois se considera detentor todo aquele que, achando-se em relao de dependncia para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instrues suas. O detentor, tambm chamado de fmulo da posse, no tem a posse, mas apenas a conserva em nome de outrem, cumprindo suas ordens e instrues, como o caso, por exemplo, do caseiro ou do motorista particular.

    Tambm no induzem posse os atos de mera permisso ou tolerncia assim como no autorizam a sua aquisio os atos violentos, ou clandestinos, seno depois de cessar a violncia ou a clandestinidade.

  • 5) Classificao da posse Pode-se classificar a posse em: a) Boa-f e m-f: O art. 1.201 do CC/2002, estabelece que possuidor de boa-f aquele que ignora os vcios sobre a posse. J o possuidor de m-f o que tem conhecimento sobre os mesmos. O possuidor com justo ttulo tem por si a presuno de boa-f, salvo prova em

    contrrio, ou quando a lei expressamente no admite esta presuno. Ademais, a posse de boa-f s perder este carter no caso e desde o momento

    em que as circunstncias faam presumir que o possuidor no ignora que possui indevidamente.

    Por essa razo, presume-se que a posse mantenha o mesmo carter com que foi

    adquirida, salvo prova em contrrio. b) Justa ou injusta: Posse justa aquela que no violenta, clandestina e nem precria . Posse injusta violenta, clandestina e precria.

    violenta: obtida pelo uso da fora;

    clandestina: obtida atravs de um processo de ocultamento;

    precria: obtida por abuso da confiana.

    c) Direta e indireta: direta a posse de quem tem a coisa em seu poder, o que no afeta a condio jurdica do proprietrio que mantm a posse indireta. A posse direta de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em

    virtude de direito pessoal, ou real, no anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.

    d) Nova e velha: nova a posse de at um ano e um dia, inclusive. Velha a posse superior a um ano e um dia.

    e) Posse ad interdicta: a posse que se pode amparar nos interditos, na hiptese de turbao, esbulho, ameaa ou perda.

    f) Posse ad usucapionem: a posse que permite a aquisio da propriedade por usucapio.

    6) Proteo possessria.

  • composta pelos interditos possessrios:

    a) Reintegrao de Posse;

    b) Manuteno de Posse;

    c) Interdito Proibitrio.

    A hiptese de cabimento da ao de reintegrao de posse o esbulho; da ao de manuteno de posse a turbao; e da ao de interdito proibitrio a ameaa.

    Esbulho: uma agresso posse que priva o possuidor da mesma. Turbao: uma agresso posse que no priva o possuidor da mesma. Ameaa: agresso em potncia, ou seja existe a possibilidade de ocorrer a agresso mas ela ainda no ocorreu

    Estabelece o art. 1.210, caput, do CC/2002 que o possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbao; restitudo no de esbulho, e segurado de violncia iminente, se tiver justo receio de ser molestado.1.

    O autor da ao possessria pode, ainda, pleitear, de forma cumulada, a condenao do ru ao pagamento de perdas e danos por ele causados, alm da cominao de pena para o caso de nova turbao ou esbulho, bem como o desfazimento da construo ou plantao realizada em detrimento da posse do requerente.

    Por outro lado, cabe ressalvar a faculdade conferida ao possuidor de exercer a defesa da posse, nos termos do 1. do art. 1.210 do CC/2002, ao dispor que: O possuidor turbado, ou esbulhado, poder manter-se ou restituir-se por sua prpria fora, contanto que o faa logo (...).

    7) Propriedade A propriedade consiste no direito real que confere ao seu titular a maior

    1 Ver, tambm, os arts. 926 e 932 do CPC: art. 926. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em

    caso de turbao e reintegrado no de esbulho. art. 932. O possuidor direto ou indireto, que tenha justo receio de ser molestado na posse, poder impetrar ao juiz que o segure da turbao ou esbulho iminente, mediante mandado proibitrio, em que se comine ao ru determinada pena pecuniria, caso transgrida o

    preceito.

  • amplitude de poderes sobre a coisa. De acordo com os termos do art. 1.228. do CC/2002: o proprietrio tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reav-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. Neste contexto, a propriedade pode ser definida como o direito de usar, gozar e dispor de um bem corpreo ou incorpreo, e de reivindic-lo de qualquer um que injustamente o detenha.

    O direito de uso (jus utendi) consiste no direito de se servir das utilidades da coisa, enquanto que o direito de gozo (jus fruendi) se refere ao poder de perceber os frutos produzidos pela coisa.

    O direito de dispor da coisa (jus abutendi ou jus disponendi) equivale ao direito de alien-la, ttulo gratuito (doao) ou oneroso (venda); grav-la de nus real (penhor, hipoteca etc) ou consumi-la.

    O direito de reivindic-la (rei vindicatio) que confere, ao proprietrio, o direito de ir atrs da coisa e reav-la de quem a detenha de maneira injusta.

    A propriedade presume-se plena e exclusiva, at prova em contrrio. De acordo com o 1. do art. 1.228 do CC/2002, o direito de propriedade deve

    ser exercido em consonncia com as suas finalidades econmicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilbrio ecolgico e o patrimnio histrico e artstico, bem como evitada a poluio do ar e das guas.

    Importante ressaltar que so defesos os atos que no trazem ao proprietrio qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela inteno de prejudicar outrem.

    Alm disso, o proprietrio pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriao, por necessidade ou utilidade pblica ou interesse social, bem como no de requisio, em caso de perigo pblico iminente.

    Os 4. e 5. do art. 1.228 trazem previso acerca da denominada posse trabalho ou posse pro labore, estabelecendo que o proprietrio tambm pode ser privado da coisa desde que caracterizados os seguintes requisitos:

    a) imvel reivindicado que consiste em extensa rea, b) posse ininterrupta de considervel nmero de pessoas; c) de boa-f;

  • d) por mais de cinco anos; e) os possuidores houverem realizado no imvel, em conjunto ou

    separadamente, obras e servios considerados pelo juiz de interesse social e econmico relevante.

    Nesses casos, o juiz fixar justa indenizao a ser paga ao proprietrio. Uma vez pago o preo, a sentena valer como ttulo para o registro do imvel em nome dos possuidores.

    2) Espcies de propriedade A propriedade pode ser plena, limitada e resolvel:

    a) plena: quando o proprietrio concentra em sua mos todos os poderes inerentes propriedade (usar, gozar, dispor e reaver); b) limitada: quando se desmembram um ou algum dos poderes inerentes propriedade que passam s mos de outra pessoa, hiptese em que se consubstanciam os direitos reais sobre coisa alheia (exemplo: usufruto, uso, habitao); c) resolvel: quando estiver subordinada a um termo ou a uma condio resolutiva, hiptese em que a razo de sua extino j se encontra prevista ttulo que a constituiu (exemplo: fideicomisso, clusula de retrovenda).

    III FAMILIA

    A Constituio Federal tem por objetivo estender a proteo do Estado a uma nova noo de famlia, estruturada nas relaes afetivas e na dignidade de seus membros, qualquer que seja a sua origem.

    Esta famlia, merecedora da proteo do Estado, pode ter sua origem no matrimnio ou fora dele, aquela decorrente da unio estvel ou a monoparental, conforme preconiza o art. 226 de nossa CF1988.

  • Porm, o Supremo Tribunal Federal j reconheceu a famlia formada por pessoas do mesmo sexo, no que se convencionou chamar de unio homossexual ou homoafetiva. Trata-se de uma forma de famlia que deve receber a mesma proteo da unio estvel heterossexual. Nesse contexto, j existe um precedente do Superior Tribunal de Justia reconhecendo a possibilidade de casamento entre pessoas do mesmo sexo.

    A Constituio Federal tambm probe qualquer forma de discriminao entre os filhos havidos ou no da relao de casamento (art. 227, 6.), efetivando-se a paridade entre eles, assim como se estabelecem diretrizes para assegurar o bem estar da criana e do adolescente (arts. 227, 228 e 229).

    1) Casamento

    O casamento estabelece comunho plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cnjuges, sendo defeso a qualquer pessoa, de direito pblico ou privado, interferir na comunho de vida instituda pela famlia.

    Em nosso ordenamento o casamento civil e gratuita a sua celebrao. Quando de sua habilitao o registro e a primeira certido sero isentos de selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei.

    O casamento se realiza no momento em que duas pessoas manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vnculo conjugal, e o juiz os declara casados.

    No entanto, o casamento religioso equipara-se ao casamento civil desde que atendidas as exigncias da lei para a validade do segundo, devendo ser registrado em registro prprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebrao.

    2) Impedimentos matrimoniais

    De acordo com o artigo 1.521 do Cdigo Civil, no podem casar: a) os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou

    civil;

  • b) os afins em linha reta (exemplo: sogra e genro / sogro e nora); c) o adotante com quem foi cnjuge do adotado e o adotado com quem

    o foi do adotante; d) os irmos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, at o terceiro

    grau inclusive;

    e) o adotado com o filho do adotante; f) as pessoas casadas; g) o cnjuge sobrevivente com o condenado por homicdio ou tentativa

    de homicdio contra o seu consorte. Os impedimentos podem ser opostos, at o momento da celebrao do

    casamento, por qualquer pessoa capaz. Se o juiz ou o oficial de registro tiver conhecimento da existncia de algum impedimento ser obrigado a declar-lo.

    3) Das causas suspensivas Estabelece o artigo 1.523 do Cdigo Civil que no devem casar:

    a) o vivo ou a viva que tiver filho do cnjuge falecido, enquanto no fizer inventrio dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; b) a viva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, at dez meses depois do comeo da viuvez, ou da dissoluo da sociedade conjugal; c) o divorciado, enquanto no houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; d) o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto no cessar a tutela ou curatela, e no estiverem saldadas as respectivas contas.

    As causas suspensivas no impedem o casamento e nem o tornam nulo, mas a sua violao importa na obrigatoriedade do regime de separao total de bens, consoante disposto no art. 1.641, I do CC88. As causas suspensivas tm como finalidade, evitar alm de confuso patrimonial, dubiedade com relao filiao.

  • No entanto, permitido aos nubentes solicitar ao juiz que no lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas, provando-se a inexistncia de prejuzo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cnjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada. Nesse sentido, a nubente dever provar nascimento de filho, ou inexistncia de gravidez, na fluncia do prazo, para receber o mesmo benefcio.

    As causas suspensivas podem ser opostas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes e os colaterais em segundo grau, sejam consanguneos ou afins em ambos os casos.

    4) Invalidade do casamento nulo o casamento contrado por: a)infringncia de impedimento; b) por enfermo mental sem o necessrio discernimento para os atos da vida civil.

    O Ministrio Pblico, ou qualquer interessado, poder promover ao direta visando a decretao de nulidade do casamento, pelos motivos previstos no pargrafo antecedente. imprescritvel o prazo para a ao.

    A sentena que decretar a nulidade do casamento retroagir data da sua celebrao, sem prejudicar a aquisio de direitos, a ttulo oneroso, por terceiros de boa-f, nem a resultante de sentena transitada em julgado.

    anulvel o casamento: a) de quem no completou a idade mnima para casar; b) do menor em idade nbil, quando no autorizado por seu representante legal; c) por vcio da vontade; d) do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequvoco, o consentimento; e) realizado pelo mandatrio, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogao do mandato, e no sobrevindo coabitao entre os cnjuges; f) por incompetncia da autoridade celebrante.

  • No se anular, por motivo de idade, o casamento de que resultou gravidez. A anulao do casamento dos menores de dezesseis anos ser requerida: a) pelo prprio cnjuge menor; b) por seus representantes legais; c) por seus ascendentes.

    O menor que no atingiu a idade nbil poder, depois de complet-la, confirmar seu casamento com a autorizao de seus representantes legais, se necessria, ou com suprimento judicial.

    Ocorrer o vcio da vontade se houver, por parte de um dos nubentes, ao consentir, erro essencial quanto pessoa do outro.

    Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cnjuge: a) o que diz respeito a sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportvel a vida em comum ao cnjuge enganado; b) a ignorncia de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportvel a vida conjugal; c) a ignorncia, anterior ao casamento, de defeito fsico irremedivel, ou de molstia grave e transmissvel, pelo contgio ou herana, capaz de pr em risco a sade do outro cnjuge ou de sua descendncia; d) a ignorncia, anterior ao casamento, de doena mental grave que, por sua natureza, torne insuportvel a vida em comum ao cnjuge enganado.

    anulvel o casamento em virtude de coao, quando o consentimento de um ou de ambos os cnjuges houver sido captado mediante fundado temor de mal considervel e iminente para a vida, a sade e a honra, sua ou de seus familiares.

    Somente o cnjuge que incidiu em erro, ou sofreu coao, pode demandar a anulao do casamento; mas a coabitao, havendo cincia do vcio, valida o ato.

    O prazo para ser intentada a ao de anulao do casamento ser de: a) cento e oitenta dias, nos seguintes casos: i) do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequvoco, o consentimento, contados da data em que cessar a incapacidade; ii) dos menores de dezesseis anos, contado o prazo para o menor do dia em que perfez essa idade; e da data do casamento, para seus representantes legais ou ascendentes;

  • iii) do casamento realizado pelo mandatrio, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogao do mandato, e no sobrevindo coabitao entre os cnjuges, contados a partir da data em que o mandante tiver conhecimento da celebrao.

    b) dois anos, se incompetente a autoridade celebrante, a contar da data da celebrao; c) trs anos, nos casos do casamento: i) de quem no completou a idade mnima para casar; ii) do menor em idade nbil, quando no autorizado por seu representante legal; iii) por erro essencial sobre a pessoa do outro cnjuge, a contar da data da celebrao;

    d) quatro anos, se houver coao, a contar da data da celebrao,.

    Casamento Putativo: embora anulvel ou mesmo nulo, o casamento contrado de boa-f por ambos os cnjuges, produz todos os efeitos at o dia da sentena anulatria, em relao a estes como aos filhos.

    5) Divrcio

    Com o advento da EC 66/2010 operou-se profunda alterao no ordenamento jurdico brasileiro, permitindo-se que o divrcio seja pleiteado por um dos cnjuges, ou por ambos, a qualquer tempo. Isso porque, a referida EC 66/2010 alterou o disposto no 6. do artigo 226 da Constituio Federal, suprimindo a exigncia constitucional no sentido de que o divrcio s pudesse ser requerido aps um ano da separao judicial ou dois anos da separao de fato. Por conseguinte, desde o advento da EC 66/2010 no existe mais requisito prvio para que o divrcio possa ser decretado, o que leva concluso de que o mesmo pode ser requerido a qualquer tempo e por qualquer um dos cnjuges. Trata-se, agora, de direito potestativo de qualquer dos cnjuges, impondo um estado de sujeio ao outro.

    6) Alimentos

  • Podem os parentes, os cnjuges ou companheiros pedir, uns aos outros, os alimentos de que necessitem para viver de modo compatvel com a sua condio social, inclusive para atender s necessidades de sua educao. Para tanto, os alimentos devem ser fixados na proporo das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.

    So devidos os alimentos quando quem os pretende no tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, prpria mantena, e aquele, de quem se reclamam, pode fornec-los, sem desfalque do necessrio ao seu sustento.

    O direito prestao de alimentos recproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigao nos mais prximos em grau, uns em falta de outros, sendo que, na falta dos ascendentes cabe a obrigao aos descendentes, guardada a ordem de sucesso e, faltando estes, aos irmos, assim germanos como unilaterais.

    Vale ressaltar que a obrigao de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor.

    Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, no estiver em condies de suportar totalmente o encargo, sero chamados a concorrer os de grau imediato. Sendo vrias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporo dos respectivos recursos, e, intentada ao contra uma delas, podero as demais ser chamadas a integrar a lide.

    Se, aps fixados os alimentos, sobrevier mudana na situao financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poder o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstncias, exonerao, reduo ou majorao do encargo.

    O credor pode no exercer seu direito, porm o direito a alimentos irrenuncivel, sendo o respectivo crdito insuscetvel de cesso, compensao ou penhora.

    Contraindo o credor, casamento, unio estvel ou concubinato, cessa o dever de prestar alimentos, como tambm cessar o direito a alimentos, se tiver procedimento indigno em relao ao devedor, porm, o novo casamento do cnjuge devedor no extingue a obrigao constante da sentena de divrcio.

    a) Alimentos gravdicos

  • A Lei 11.804 de 05.11.2008 disciplinou normas para os chamados alimentos gravdicos, que so aqueles devidos mulher gestante.

    Assim sendo, o art. 1. de referido dispositivo legal traz a prpria mulher gestante como legitimada para pleitear alimentos para cobrirem as despesas do perodo de gravidez, bem como aquelas relacionadas ao parto.

    De acordo com a norma do art. 2. da Lei dos Alimentos gravdicos, pode a mulher gestante pleitear alimentos ao suposto pai do nascituro, hiptese em que a prestao alimentar compreender os valores suficientes para cobrir as seguintes despesas: a) as despesas adicionais do perodo de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepo ao parto; b) despesas referentes a alimentao especial; c) assistncia mdica; d) assistncia psicolgica; e) exames complementares; f) internaes; g) parto; h) medicamentos; i) demais prescries preventivas e teraputicas indispensveis, a juzo do mdico; j) outras despesas que o juiz considere pertinentes.

    Cabe ressaltar que a fixao dos alimentos gravdicos pelo juiz deve levar em considerao a parte das despesas que dever ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a contribuio que tambm dever ser dada pela mulher grvida, na proporo dos recursos de ambos.

    Verificados todos os meios de provas trazidos aos autos e convencido da existncia de indcios da paternidade, o juiz fixar alimentos gravdicos que perduraro at o nascimento da criana, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte r.

    Aps o nascimento com vida, os alimentos gravdicos ficam convertidos em penso alimentcia em favor do menor at que uma das partes solicite a sua reviso.

  • 7) Unio estvel A unio estvel consiste na relao entre o homem e a mulher, como se casados fossem, em que se estabelea um vnculo familiar, fundado na comunho de vida, afetos e interesses, durante um perodo de tempo considervel, capaz de permitir a realizao de um projeto de vida em comum.

    O Cdigo Civil estabelece em seu art. 1.723 que reconhecida como entidade familiar a unio estvel entre o homem e a mulher, configurada na convivncia pblica, contnua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituio de famlia. Lembre-se que existe a possibilidade de se reconhecer a famlia formada por uma unio estvel entre pessoas do mesmo sexo. Todavia, em seu pargrafo primeiro, o art. 1.723 do CC2002 apresenta uma inovao, ao determinar que as unies estveis no se constituiro se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521, no se aplicando a incidncia do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente. Deste modo, as relaes entre duas pessoas impedidas de casar no so capazes de constituir uma unio estvel a ser amparada pelas normas. Tratam-se de mero concubinato, em seu sentido estrito, nos termos do art. 1.727 do CC2002. Faa-se a ressalva, entretanto, quelas unies em que o homem casado ou a mulher ainda no separada judicialmente e nem divorciada, encontrem-se separados de fato de seus respectivos cnjuges e vivendo em unio duradoura, pblica e continua com outra pessoa, respectivamente, com o intuito de constiturem uma famlia.

    O Cdigo Civil tambm estabelece os deveres dos companheiros: lealdade; respeito e assistncia; guarda, sustento e educao dos filhos.

    Alm disso, importante ressaltar que se aplica s relaes patrimoniais, no que couber, o regime da comunho parcial de bens, salvo contrato escrito entre os companheiros.

    IV SUCESSES

    1) Aspectos gerais

  • Aberta a sucesso, a herana transmite-se, desde logo, aos herdeiros legtimos e testamentrios.A sucesso abre-se no lugar do ltimo domiclio do falecido.

    Regula a sucesso e a legitimao para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela.

    A sucesso d-se por lei ou por disposio de ltima vontade (testamento).

    Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herana aos herdeiros legtimos; o mesmo ocorrer quanto aos bens que no forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucesso legtima se o testamento caducar, ou for julgado nulo.

    Havendo herdeiros necessrios, o testador s poder dispor da metade da herana.

    2) Da Vocao Hereditria

    Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou j concebidas no momento da abertura da sucesso.

    Na sucesso testamentria podem ainda ser chamados a suceder:

    a) os filhos, ainda no concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucesso;

    b) as pessoas jurdicas;

    c) as pessoas jurdicas, cuja organizao for determinada pelo testador sob a forma de fundao.

    No podem ser nomeados herdeiros nem legatrios:

    a) a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cnjuge ou companheiro, ou os seus ascendentes e irmos;

    b) as testemunhas do testamento;

  • c) o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cnjuge h mais de cinco anos;

    d) o tabelio, civil ou militar, ou o comandante ou escrivo, perante quem se fizer, assim como o que fizer ou aprovar o testamento.

    So nulas as disposies testamentrias em favor de pessoas no legitimadas a suceder, ainda quando simuladas sob a forma de contrato oneroso, ou feitas mediante interposta pessoa.

    3) Da Ordem da Vocao Hereditria

    A sucesso legtima defere-se na ordem seguinte:

    1.) aos descendentes, em concorrncia com o cnjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunho universal, ou no da separao obrigatria de bens (art. 1.640, pargrafo nico); ou se, no regime da comunho parcial, o autor da herana no houver deixado bens particulares;

    2.) aos ascendentes, em concorrncia com o cnjuge;

    3.) ao cnjuge sobrevivente;

    4.) aos colaterais.

    Somente reconhecido direito sucessrio ao cnjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, no estavam separados judicialmente, nem separados de fato h mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivncia se tornara impossvel sem culpa do sobrevivente.

    Ao cnjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, ser assegurado, sem prejuzo da participao que lhe caiba na herana, o direito real de habitao relativamente ao imvel destinado residncia da famlia, desde que seja o nico daquela natureza a inventariar.

  • Em concorrncia com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caber ao cnjuge quinho igual ao dos que sucederem por cabea, no podendo a sua quota ser inferior quarta parte da herana, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.

    Entre os descendentes, os em grau mais prximo excluem os mais remotos, salvo o direito de representao. Os descendentes da mesma classe tm os mesmos direitos sucesso de seus ascendentes.

    Na linha descendente, os filhos sucedem por cabea, e os outros descendentes, por cabea ou por estirpe, conforme se achem ou no no mesmo grau.

    Na falta de descendentes, so chamados sucesso os ascendentes, em concorrncia com o cnjuge sobrevivente. Na classe dos ascendentes, o grau mais prximo exclui o mais remoto, sem distino de linhas. Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna.

    Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cnjuge tocar um tero da herana; caber-lhe- a metade desta se houver um s ascendente, ou se maior for aquele grau.

    Em falta de descendentes e ascendentes, ser deferida a sucesso por inteiro ao cnjuge sobrevivente.

    Se no houver cnjuge sobrevivente, sero chamados a suceder os colaterais at o quarto grau.

    No sobrevivendo cnjuge, ou companheiro, nem parente algum sucessvel, ou tendo eles renunciado a herana, esta se devolve ao Municpio ou ao Distrito Federal, se localizada nas respectivas circunscries, ou Unio, quando situada em territrio federal.

    4) Sucesso do companheiro:

  • A companheira ou o companheiro participar da sucesso do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigncia da unio estvel, nas condies seguintes:

    a) se concorrer com filhos comuns, ter direito a uma quota equivalente que por lei for atribuda ao filho;

    b) se concorrer com descendentes s do autor da herana, tocar-lhe- a metade do que couber a cada um daqueles;

    c) se concorrer com outros parentes sucessveis, ter direito a um tero da herana;

    d) no havendo parentes sucessveis, ter direito totalidade da herana.