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m^ 4 'i^é**Pt€>tX£d. t-*4Sst3C-<>€~m '3t V14,*"-v A- A FAMÍLIA REDACTORA: JOSEPHINA DE AZEYEDO ANNO II Rio de Janeiro, 27 de Fevereiro de 1890 NUM. 50 Veneramos a mulher! Santifiquemol-a e glorifiquemol-a 1 Victor Hugo. EXPEDIENTE Anno Anno ASSIGNATURAS CORTE PRormcus 12JJ000 15JÜ000 COLLABORACÃO São collaboradoras Exmas. Sras. D.D. : do nosso jornal, as Analia Franco, Ignez Sabino de Pinho Maia, Carmen Freire ( Baroneza de Mamanguape) Doutora Izabel Dillon, Marianna da Sil- veira, Mlle. Rennotte, Adelaide Peixoto, Maria Zalina Rolim, Adelia Carros, Luiza Thienpont, Emiliana de Moraes, Maria Ramos, Paulina A. da Silva, Alzira Ro- driguez, Julia Cortines, Maria Clara Vi- lhena da Cunha e Presciliana Duarte. Toda a correspondência desta folha, deve ser derigida para a rua do Senado n. 45. A FAMÍLIA Rio, 27 de Fevereiro de 1890. Completa com este numero o quin- quagessimo de sua publicação orno- deslo periódico de que sou redactora. No largo periodo de pouco mais de nm anno, tenho conseguido, porém fir- mar uma publicação exclusivamente dedicada á emancipação da mulher, vencendo embora os maiores obslacu- los, tendo de bater constantemente o indifferentismo atroz com que se olha para uma publicação semelhante. Oulras publicações ha por ahi, tam- bem consagradas ás senhoras brazilei- ras -, essas porém não se preoccupam de cousas uleis; consagram-se ás vai- dades mundanas, á littératura amena, a assumpks de mero passatempo. No terreno de alivantamento do es- pirito da mulher, não tenho visto senão algumas publicações raras, e essas mesmas devidas á pennas masculinas. -fa-s- Comprehende-se qual a immensa vantagem desta lula árdua de quasi todosos dias em prol da nossa oman- cipação. Mantendo um orgamdepu- blicidade, redigido por senhoras, demonslramo que lambem somos aptas para todas as conquistas do espirito levando ao espirito egoistico das soei- edades constituídas como se acham, a convicçâode que podemos ser emanei- padas da enervadora tutela secular de que somos victimas. Alé aqui, não temos sido senão as escravas dos caprichos dos homens. Em outros paizes, em que as senho- tenhstdomelho7~mieu7adas quanto ao seu destino, uma propaganda de emancipação tem sido feita, principal- mente em livros de largo fôlego e apu- rado estudo. Nos Estados Unidos, a pátria das mulheres mais resolutas, tem-se ven- cido muitos dos mais arraigados pre- conceitos. No Brazil, porém, o nosso horisonle é ainda muito acanhado ; e nota-se com horror o espanto toda a tentativa para amplial-o. Julgar-se-ha por ahi, quanto esforço me tem sido preciso para manter uma publicação nesse sentido. * Com este numero, qae representa pouco mais de um anno de sacrifícios e privações, sinto-me entretanto des- vanecida pelo muilo que tenho conse- guido. Seja-me licito, neste momento em quo revolvo no pensamento as afanosas lides que tenho vencido, lembrar aqui o immenso auxilio que me tem propor- cionado a imprensa diária desla Capital como a de S. Paulo. A' phalange brilhante dos jornalistas que agem nesse meio, devo muilo, por- que devo o maior incitamento do que posso jactar-me paraproseguir em mi- nha carreira *, e a ella, também, em re- tribuição, devo a mais assignalada gra- tidão. A'quellas pessoas, que até hoje me tem acompanhado nesle longo tiro- cinio jornalístico, não posso esquivar- me ao sincero amplexo de minha fra- temal amisade. A's minhas companheiras de re- dacção, talentos peregrinos que es- mallam a floresta feminina como flores radiosas em manhãs de primavera, a essas devo dizer: Avante, compa- nheiras, que a causa é nossa t Josephina de Azevedo. GALERIA ESPECIAL XI Eduardo Salamonde E' um escriptor fecundo e brilhante; mais um estylista do que um discu- lidor árido como exige o jornalismo diário. Eduardo Salamonde, appareceu-nos, de repente, por entre as columnas da '-,'

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Page 1: V14,*-v A- '3t 4 'i^é**Pt€>tX£d. m^ A FAMÍLIA - BNmemoria.bn.br/pdf/379034/per379034_1890_00050.pdfGazeta de Noticias, escrevendo a pro-posito de Guimarães Júnior, arligo no-tabilissimo

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'3t V14,*"-v A-

A FAMÍLIAREDACTORA: JOSEPHINA DE AZEYEDO

ANNO II Rio de Janeiro, 27 de Fevereiro de 1890 NUM. 50Veneramos a mulher! Santifiquemol-a e

glorifiquemol-a 1Victor Hugo.

EXPEDIENTE

Anno

Anno

ASSIGNATURASCORTE

PRormcus12JJ000

15JÜ000

COLLABORACÃO

São collaboradorasExmas. Sras. D.D. :

do nosso jornal, as

Analia Franco, Ignez Sabino de Pinho Maia,Carmen Freire ( Baroneza de Mamanguape)Doutora Izabel Dillon, Marianna da Sil-veira, Mlle. Rennotte, Adelaide Peixoto,Maria Zalina Rolim, Adelia Carros, LuizaThienpont, Emiliana de Moraes, MariaRamos, Paulina A. da Silva, Alzira Ro-driguez, Julia Cortines, Maria Clara Vi-lhena da Cunha e Presciliana Duarte.

Toda a correspondência desta folha, deveser derigida para a rua do Senado n. 45.

A FAMÍLIA

Rio, 27 de Fevereiro de 1890.

Completa com este numero o quin-quagessimo de sua publicação orno-deslo periódico de que sou redactora.

No largo periodo de pouco mais denm anno, tenho conseguido, porém fir-mar uma publicação exclusivamentededicada á emancipação da mulher,vencendo embora os maiores obslacu-los, tendo de bater constantemente oindifferentismo atroz com que se olhapara uma publicação semelhante.

Oulras publicações ha por ahi, tam-bem consagradas ás senhoras brazilei-ras -, essas porém não se preoccupam

de cousas uleis; consagram-se ás vai-dades mundanas, á littératura amena,a assumpks de mero passatempo.

No terreno de alivantamento do es-pirito da mulher, não tenho visto senãoalgumas publicações raras, e essasmesmas devidas á pennas masculinas.

— -fa-s-

Comprehende-se qual a immensavantagem desta lula árdua de quasitodosos dias em prol da nossa oman-cipação. Mantendo um orgamdepu-blicidade, redigido só por senhoras,demonslramo que lambem somos aptaspara todas as conquistas do espiritolevando ao espirito egoistico das soei-edades constituídas como se acham, aconvicçâode que podemos ser emanei-padas da enervadora tutela secular deque somos victimas.

Alé aqui, não temos sido senão asescravas dos caprichos dos homens.

Em outros paizes, em que as senho-tenhstdomelho7~mieu7adas quanto

ao seu destino, uma propaganda deemancipação tem sido feita, principal-mente em livros de largo fôlego e apu-rado estudo.

Nos Estados Unidos, a pátria dasmulheres mais resolutas, tem-se ven-cido muitos dos mais arraigados pre-conceitos. No Brazil, porém, o nossohorisonle é ainda muito acanhado ; enota-se com horror o espanto toda atentativa para amplial-o. Julgar-se-hapor ahi, quanto esforço me tem sidopreciso para manter uma publicaçãonesse sentido.

*

Com este numero, qae representa

pouco mais de um anno de sacrifíciose privações, sinto-me entretanto des-vanecida pelo muilo que tenho conse-guido.

Seja-me licito, neste momento emquo revolvo no pensamento as afanosaslides que tenho vencido, lembrar aquio immenso auxilio que me tem propor-cionado a imprensa diária desla Capitalcomo a de S. Paulo.

A' phalange brilhante dos jornalistasque agem nesse meio, devo muilo, por-que devo o maior incitamento do queposso jactar-me paraproseguir em mi-nha carreira *, e a ella, também, em re-tribuição, devo a mais assignalada gra-tidão.

A'quellas pessoas, que até hoje metem acompanhado nesle já longo tiro-cinio jornalístico, não posso esquivar-me ao sincero amplexo de minha fra-temal amisade.

A's minhas companheiras de re-dacção, talentos peregrinos que es-mallam a floresta feminina como floresradiosas em manhãs de primavera, aessas só devo dizer: Avante, compa-nheiras, que a causa é nossa t

Josephina de Azevedo.

GALERIA ESPECIALXI

Eduardo SalamondeE' um escriptor fecundo e brilhante;

mais um estylista do que um discu-lidor árido como exige o jornalismodiário.

Eduardo Salamonde, appareceu-nos,de repente, por entre as columnas da '-,'

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A FAMÍLIA

Gazeta de Noticias, escrevendo a pro-posito de Guimarães Júnior, arligo no-tabilissimo pela fôrma.

Era um talento enorme, um espiritonovo, que surgia das caiigens para o-mundo illuminado das eslrellas do pen-samento.

Successivamenle foi depois espar-gindo os seus fulgores em outros jor-naes, n'uma espécie de periodicidadeirregular, sem duvida estuaute, masa que pode ser levado um moço em-quanto não lhe seja marcado um poutofixo uo Armamento da imprensa.

Tempos depois alou-se das colum-nas do Novidades para as do Diário de£antos onde esgrimiu-se com valor ebrilhantismo.

Obumbrou-se por instantes, ató quemais tarde surgiu ao lado de Léo deAffonseca e Gaspar da Silva, nas pa-ginas magníficas do Diário Mercantil,o jornal interessante a todos os pontosde vista. Ahi ostenta-se em toda a pu-jança do seu talento.

E' um moço quasi imberbe, umafigura sympathica, quasi romântica desonhador de contos do Oriente.

Em S. Paulo, onde chegou pere-griuo, apenas rocommendado por umasvagas noticias de jornaes, encontrouum canto de terra, onde se lhe deparao lar como um ninho querido. Allivive, e alli chegará a ser uma grandeexistência prestigiosa.

Bemdita a plaga em que se abrigamperegrinos taes!

ZEFA.

Garta a Magdalena

(Por Mme. (lagneur)

VERSÍO

( Conclusão)

Vale mais esquecer e perdoar, doque viver sempre inflammado em ódio.Não ha crime que mereça a vingança.Quem falta ao seu dever, quem des-preza a voz da consciência, só merececompaixão.

E. Castei.lar.

Na Europa nos admiramos e regosi.jamos deste primeiro/e hesitante passoque suppomos ser já uma grande con-quista, e no entanto aqui na America,nenhuma destas liberdades jamais fo-ram contestadas; a mulher pode sermedica, oecupar cadeiras de profes-sores, n'uma palavra, ella ó aqui ins-truida, activa e cheia de dignidade.

Acham os francezes que as ameri-canas são muito viris, quando è á suaenergia, á sua razão máscula, e á suareal superioridade que se deve atlri-buir, segundo M. Tocqueville o in-contestável progresso da republica, aprosperidade e a força sempre crês-cente d'esse povo.

E ainda se ousa contestar a iníluen-cia da mulher sobre o destino^de umanação? Diz Steudhal que a admissãodas mulheres no mesmo pé de igualdadeque o homem seria a prova mais cabalde civilisação, ella duplicaria as forçasdo genaro humano e as probabilidadesdo seu bem estar.]

Estou certa porém que estas bellasidéas seriam acolhidas em França comsorrisos scepticos, ou com aceradosepigrammas, que os francezes achamespirituosos, quando não são mais quesemsaborões. — A mulher foi feita paraos nossos prazeres, dizem elles, e épor isso que em parte alguma não éella mais immoral, mais futil, mais hy-pocrita e mais coquette do que emFrança.

A hypocrisia dos seus costumes, éainda uma conseqüência desastrosa dosprejuízos e superstições que lhes nãopermittem nenhuma liberdade as af-feições, produzindo muitas vezes uma

ial pressão, surdas revoltas, que per-turbam a paz das familias.

Em summa os Norte-Americanos,reconhecem que a mulher tanto comoo homem temo direito de manifestar asua intelligencia, e de ser respeitadana sua independência e dignidade.

Entre elles a mulher superior longede ser olhada com desdém é applau-dida com enthusiasmo, e não se põenenhum obstáculo, não se faz nenhumaexclusão ao desenvolvimento dos seustalentos.

Aqui pergunto a mini mesma comuma profunda tristeza se em Françase attingirá jamais a este ideal de jus-tiça e de imparcialidade para com amulher ? E mesmo quando assim fosse,ainda seria preciso primeiramente con-vencer ás próprias mulheres, o que'sem duvida não é uma tarefa assazfácil.

Espero, minha cara Magdalena, vi-sitar a America do Sul, porque ten-ciono fazer uma conspiração contraestas duas sociedades contemporâneas:a da America do Norte Alha da eman-cipação do espirito, e a da America doSul produzida pela sujeição da razãoaos prejuízos e superstições ; assimfazer um parallelo sobre a situação damulher, seu desenvolvimento, sua mo-ralidade nos Estados Unidos, e os seuscostumes sensuaes, sua indolência esua ignorância no Brazil e no Peru,onde ellas são tão escra visadas.

Analia Franco.

As coleras dos homens e as dosanimaes esgotam-se e terminam de-pressa ; — só se prolongam indefini-damente as das cousas inertes, semciusa e sem um fim qualquer, mys-teriosas como a vida e como a morte.

PlERRE LOTl.

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A FAMÍLIA

Trez mezes â beira-marUI

Ora, os francezes haviam edificado sobre ummorro á entrada da barra, uma casa com abo-boda de pedra onde guardavam e armazena-vam grande quautidade de páu Brazil no queera ferttl o terreno, substituindo-a depois osportuguezes pela fortaleza de Santo Ignacio,com 7 peças de bronze, e onde diz-se teremfeito os soldados brazileiros grandes actos debravura, deffendendo com o poder da metralhao torrão que lhes foi confiado.

Hoje cm dia inda vê-se os alicerces da mes-ma.

Logo que lançaram-se os fundamentos dahoje arruinada cidade, fez-se á entrada da la-gôa uma fortaleza a que chamaram S. Matheus,emlruinas agora, com 3 peças de fogo sem im-portancia, tendo porém entre ellas uma debronze com estedistico : — «Josephus», indabem conservado sendo pena que as intempe-ries estejam distruindo um objecto até histo-rico.

Dahi, destas ruinas disfructa-se um lindogolpe de vista.

Eu, com a impressão do que via, tendo ospés descalços, e o rosto batido pelo sudoeste,escrevi um ligeiro trabalho que o intitulei —«Sobre um rochedo».

Em Cabo Frio só existia no tempo da suafundação uma pequena capella que sob o ora-go de Santa Helena era venerada pelo povoque demolindo-a, ediíicou uma igreja com a in-voção de: N. S. da Assumpção que aindaexiste servindo de matriz, e onde nota-se afalta de de gosto como ser todas as construcçõesantigas sem modelo, sem arte, sem chie; sendoapenas uma agglomeração de pedra e cal,que bastasse para a celebração da missa e detodo esse cortejo do rytho catholico. Alémdesta só ha a capellinha de S. Beneditocons-truida no engraçado bairro da Passagem porJoão Botelho da Ponte em 1761, e as ruinas doconvento de IN. S. dos Anjos que igualmentevisitei, e em cuja verga lê-se'a dacta de 1686.Annexo a este templo, teem os Franciscanosuma Ordem Terceira, com boas imagens, mag-nifleos paramentos e um cemitério para osirmãos da Ordem.

Na igreja do convento, quasi { arruinada,assisti a uma missa dita com certa solemni-dade por especial obséquio o celebrante, viga-rio em Capivary e nosso companheiro de via-gem para lá.

No convento acima falado vi algumas imagens inda bem conservadas, tendo o dou-rado das roupagens quasi intacto independenteda humidade e máo trato em que se acham.

Largo tempo demorei-me ahi observando ostraços correctos e beatificos dos santos cuja ex-pressão physionomica bem denota o estado deinspirações em que se achara o estatuarioque as esculpio. que sem duvida não dispunhados recursos estheticos que a arte modernasabe impregnar nos seus eleitos, e por seremimagens d'importação quando não, figurariam,como merecem, n'um templo de primeiraordem.

E' de lastimar que taes objectos d'arteestejam desconhecidos n'umas ruinas comple-tamente abandonadas e só visitadas por pessoasestranhas.

Na cerca do convento, a uns sessenta me-tr.is acima do nivel do mar, está erecta a sin-gellaermidadeN. S. da Gloria cujo accessoé por demais difficil por ser íngreme e peri-goso, custando o excursante a sustentar-se empé por estar no verão a relva secca e escorregadia.

Continua.Ignez Sabino.

NO TREMPILHADO EM FLAGRANTE

Foste sentado... e pallido e triste,Com a cabeça sobre a mão pousada,Lendo os versos que te fez a « namorada »Na hora em que, chorando, te partiste

Em busca n'outros climas, onde existeUm ar mais puro e é mais rosadaA poética e fresca madrugada,Quo tantas vezes saudando te sorriste.

Foste chorando ; mas espero que sorrindo,Em breve, alliviar venhas meus ais,Ao eollo meu aos poucos, te unindo.

Chegaste... mas, oh! desastrel oh! desacato!Ao saires apressado com teus pãesTe caiu do bolso o meu — retrato.

Mama Nunes dos Santos.

0 AMOR!

E' a palavra mais sublime e gran-diosa que se allia ao doce e santo nomede mãe.

Amor I balbucia a criancinha, quandoo rosto angélico d'aquella que lhe deuo ser lhe sorri meigamente.

Amor ! cantam as aves pelas rama-ri is frondosas, quando o sol despontano horisonte, ou quando desapparecepor delraz das montanhas.

Amor! segreda a perfumada e bran-da aragem da noute, quando a natu-reza se veste de gala. A borboletabranca o gentil, quando volteia emturno da rosa, suspira timidamenteessa palavra, que prende, fascina earrasta.

O mar, quando se levanta irado econvulso, é porque tem pressa de os-cular amorosamente a areia finíssimada praia.

O amor é o élo poderoso e sympa-thico que une a humanidade e vae en-laçar-se ao throno do Creador.

Que seria da creança, se ao entrarno mundo não a acolhesse sob as suasazas cõr de rosa o archanjo do amormaternal ?

Que seria dos esposos, se o amor,identificando-os, não fundisse n'umasoas suas almas?

Que seria do ancião, se ao pender afronte para a terra, uão encontrasse obraço do filho eslremecido a ampa-ral-o, ou o regaço da filha para des-cançar a cabeça vacillante e tremula ?

Amor! palavra sublime e magne-tica, que desprendeudo-se d os lábiosda Virgem, veio cair sobre todas asalmas e illuminar todos os corações 1

O amor embala a infância, sorriajuventude e consola a velhice.

Magdalena M. de Carvalho.

A calumnia é comoo carvão, quandonão queima suja.

Metade da vida passa-se a acotove-lar a felicidade, e a outra a lastimarnão a ter segurado pela capa I...

MaBIE COLOMBIER.

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A FAMÍLIA

A vingança da douda

(Conclusão)

Aquella tarde fora a primeira emque a rica viuva a sós com seu marido,emprehendera um agradável passeioató a ermida abandonada, afim de go-sarem do esplendonte panorama qued'alli se desfructa.

Jorge vestido de ponto em branco,ostentava todo o garbo de sua figuramáscula, flexível e esculptural junto ánoiva, a qual vestia com petulante gar-ridice, o que muito contribuía para re-alçar a exhuberanta plástica da suabelleza correcta e opulenta. Ambosdoidamente felizes, gosando com deli-cias os encantos da sua lua de mel, sedirigiam para a estreita vereda que ábeira do lago faculta communicaçãocom a ermida.

De quando em quando paravam equedavam-se extaticos, como que acontemplar asbellezas campezinas quea natureza alli lhes offerecia em deli-cioso enlevo d'alma.

A' medida que se adiantavam o ata-lho formando uma espécie de declivejustamente no local onde o lago eramais profundo, tornava-se n'uma ve-reda estreitíssima e arriscada por ondenão podiam tranzitar duas pessoas apar. Jorge caminhando sempre nafrente estacou de súbito, recuando es-pavorido.

Elle acabara de avistar a douda quehirta e medonha como um espectrosurgira por entre as moitas, e avançoupara elle enlaçando-o nos braços, comuma gargalhada estridente, sinistra,que a todos gelou de horror.

Jorge, lula, quer resistir aos esfor-ços da douda, cujos braços apertam-n'ofortemente como as roscas d'uma ser-pente, forcejando por arrastal-o com-sigo; mas não contava com a força so-bre-humana de que ella dispunha.

A noiva como se um presentimentoancioso, instinctivo, lhe dissesse que avida de Jorge estava pendente n'aquelleinesperado encontro, partiu

'desorien-

tada gritando por soccorro. Entretantoos dous combatentes perdendo imme-diatamente o equelibrio, rolaram pelodeclive abaixo, e foram cahir enlaçadosno fundo do lago.

Um grito unisono e penetrante re-percutiu-se no espaço ; eram os doisinfelizes que desappareciam para sem-pre. Tudo ficou por lim em silencio, ena superfície calma das águas, em queos combatentes se haviam submergidon'aquellu luta de morte, não apresen-tavam nem o mais pequeno movi-mento.

V

O sol escondia já os seus últimosraios pallidos, indecisos, sobre os mon-tes que projectavam grandes sombrasno fundo do valle. A brisa lépida per-fumada pelos effuvios das flores quedesceram as corolas á entrada da noite,passava murmurando atravez da copafolhuda das arvores, e ondulava leve-mente as águas do lago.

Estas sempre tranquillas tinham alimpidez do céo azul completamentedesanuviado.

Aos gritos angustiosos da viuva,correram algumas pessoas, e se precl-pitaram no lago ; mas foi só depois delongas horas de inúteis pesquizas, queencontraram os cadáveres do desgra-çado Jorge e da "douda,

fortementeunidos n'um supre no amplexo.

Elle tinha a boca aberta, os olhosfora das orbitas e spasmados. Dir-se-iater ante si a visão terrível e ameaça-dora do remorso vingador.

Ella com os olhos semi-cerrados,revelava na expressão do rosto tãomeiga serenidade, que parecia dormirconsolada e feliz no plácido somno damorle. Analia Franco.

Faltara-lhes o berço

(Conclusão)Que depois de enriquecerem á

custa do seu dote, pretendiam escra-visal-a.

Que se não queria o senhor acom-panhal-a, ella não precisava; tinhamuitas companhias, muitos quesuspi-ravam pela honra de offerecer-lhe obraço : o primo tenente, o Henriqui-nho, o conselheiro e até o visconde !

O acaso, que ó a providencia dosromancistas, levou-me um dia a visitaro palacete da rua de Buenos Ayres,cujo trespasse os jornaes annunciaram.

Os moveis de acajú, os contadoresmarchetados, os estofos setinosos, osespelhos pura Bohemia, as alcatifasGobelins, as pratas amontoadas pyra-midalmente nos aparadores, os cande-labros de vidros foscos, as porcellanas,os cristaes, o parquet luzidio, punhamna casa deserta, onde melancolicamentezumbiam, cortando o ar frio e humido,meia dúzia de moscas, a sensação deuma grande opulencia dinheirosa.

Evidentemente, pensava eu percor-rendo uma galeria envidraçada, guar-necida de arbustos o plantas de estufa,deveria ser muito feliz a existência quehouvessem disfruclado aqui os propri-etários d'esta mansão de fadas.

E todavia, na disposição geral dostrastes, das decorações, do que propri-amente constitue a harmonia de umacasa, percebia-se a desordenada atti-tude do abandono, a tristeza vaga eindefinida do isolamento.

Tinham-me dito que aquella casapertencera a uns noivos.

Não havia, porém, nenhum objectode uso doméstico que me deixasse crerna existência de uma creança loura, deum cherubim risonho, quo enchesse a

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A FAMÍLIA

casa com as notas cristalinas da suadoce voz infantil e alegre.

No boudoir, com as paredes capito-nadas em velludo côr de lyrio, umfrasco aberto em cima do toucadorPompadour exhalava o tênue aroma dobenjoim.

No gueridon de nacar, como que ra-pidameate lançadas, com gesto vio-lento, jaziam abandonadas umas luvasde doze botões, um leque de varetas defilagrana e um ramo de violetas mur-chás.

Mordida pela tarantula da curiosi-dade, não resisti ao desejo de inter-rogar o porteiro acerca do motivo quedeterminara a súbita partida dos noi-vos.

A senhora, disse-me alie com umfleuma imperturbável, (fugiu para aFrança com o visconde, e o sr. Arthurabalou a semana passada com a baila-rina da Opera.

Ella não tinha um filho? per-gunlei.

Graças a Deus, não tinha.Faltara-lhes o berço!

Guiomar Torrezão.

Noiva

Vaes de branco; rosas brancas,toda branca como o leite ;o véo bordado de estreitesé o teu único enfeite.

Todo estrellas, todo rosas;

que bonito é o leu véu Irosas, estrellas da terra,estrellas, rosas do céu I

Assim no correr da vidasôjrosas vás encontrar,e no céu que te cobrirestrellas sempre a brilhar.

|" Julia db Gusmão.

Ninho abandonado

As pequeninas azas agitando,Receiosas a principio, apóz sem medo,Foram pousar nas grimpas do arvoredoEm despedida um canto modullando ...

Era um gorgeio suave e melodioso,Ora triste edorido, ora radiante,——Adeos de noiva que abandona amanteO lar paterno pela mão do esposo I —

Depois foram-se todas... De mansinhoA claridade do luar nascente,(Iluminando o abandonado ninho,

Tinha a tristeza e esmaecido brilhoDo olhar de mãe que doloroshmenteContempla o berço onde morreu-lhe o filho.

Maria. Zalina Rohm

FINGE!

Emquanto choras morre a luz divinaDos teus olhos na lagrima que escorre...E sem que a dôr matar consigas, morreDa lua face a rosa purpurina.

Rasta de pranto I Volte á cutis finaA côr que foge quando o pranto corre,E em vez da magua que o teu ser percorre,Percorra-o o amor que as almas illumina.

Se, porém, não te ó dado o niveo prantoMatar, matando a tua dôr pungente,Finge, não mostres o que prezas tanto.

Finge, porque ao olhar indiffereateFaz tanta inveja um riso falso, quantoPrazer lhe causa um desespero ardente*

IBaroneza de Mamanguape,

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A FAMÍLIA

Nos AlpesfExCEllPTO)

O ar ardenle devorava o frescor dasflores que se curvavam enlangues-cida; as folhagens, contrahidas, sof-friam sem gemer. Nem as arvores,nem a brisa, nem os passarinhos, nemo fremenle e alado mundo das eam-pinas cantavam...

A' |noute, nuvens sombrias cruza-ram-se, chocando-se ruidosamente nomeio do silencio. O echo repetio e am-pliou o eslridor da luta.

Para os montanhezes, essas nuvensnegras encerram as almas dos mausque se encontram em um altrito de-moniaco, brotando-lhe das feridasabor-tas chammas infernaes.

A filha do caçador, antes de seu paemorrer escarnecia a superstição. Derepente, a meditativa sentiu-se iiiva-dida por ella. As velhas crendices pie-montezas peneiraram no seu coração,debilitado pela dôr.

Mariana deixou de ver a tempestade,para entrever o desencadeameulo daspotências infernaes.

A sua veiha amiga, a montanha Ire-mia em todo o seu granito arcaboiço ;e a orphã tremia juntamente com amontanha.

JULlETfE La.VIISER,

A Villeza do OuroComeçava a manhã. Os passageiros

da Estrada, extremunhados, envollosnas poeirentas capas de viagem, lan-cavam ao vento, por entre as janellasdos .vagous as fumaradas de tédio,abrindo muito a bocea com uma enlo-nação melancólica.

Nas estações semeadas aqui e além,acordava a movimentação das cargas,e dos individuos que ficavam ou quepartiam.

No ar plúmbeo, como que carregadode bulcôes e de ameaças, uma espiralnegra de fumaça subia, quebrando-seem uma linho que o vento fazia des-crever caprichosamente.

Ao meu lado, duas lindas raparigas,aconchegadas, como que n'um abraçolamentoso, balbuciavam phrases enlre-cortadas, como se fossem os monosy-labos soluçantes das imprecações dodesespero.

Tão jovens, lão bellas, lão rorejadasainda pelos elfuvios das fragancias quedivinisam as creaturas moças, atira-hiam desde logo todas as sympalhias,todos os olhares, todas as altenções.

Perguntei a uma d'ellas:São infelizes ?Oh ! muito, disse-me a mais ve-

lha. Perdêramos a nossa doce mãe, anossa querida amiga, quando aindanão sabíamos perfeitamente trilhar ossendaes da vida, para arcar com asagruras do caminho. Nosso pai, umbom velho, pobre, mas honesto o dedi-cado ás suas fiihas, deu-nos a edu-cação que se pode o deve dar a umamoça pobre:—ensinou-nos as vir-ludese o trabalho.

Ha menos de um mez, sahindo á pe-quena lavoura para cultivar a terra,foi mordido por feroz e peçonhento re-plil, morrendo pouco depois, em meiodos maiores lormentos. Meamos sós,desamparadas no lugar e sem recursospar.i ganhar honestamente os meios desubsistência.

Mas náo lendes um amigo, umparente, uma pessoa dedicada?

Temos uma tia muito rica, quenos chamou para sua companhia, uacapital do paiz...

N'este caso podeis contar com oseu amparo, não é assim?

E' o que esperamos; por isso re-sol vemos esta viagem de mudança.

Pois bem, ide; e conlae com

mais uma amiga lambem nessa capital.Dei-lhe o meu cartão. Despedimo-

nos.Passados alguns dias, encontrei uma

das minhas companheiras de viagem áporta de um theatro, n'uma espécie deabandono lastimoso.

Que fazeis aqui, F...Eu ? respondeu-me com certo

embaraço, espero a misericórdia dealguém.

Mas não me dissesteis que ti-nheis uma tia ?

-- Sim ; mas essa lia tem um filhoque é meu primo...

Um primoI...E' o Arthur, que me fez mil

promessas e que me despresa agoraque eu já não posso pertencer a outro.

Entanto, se esse miserável évosso primo, vossa tia poderá obrigal-oa cumprir as suas promessas, repa-rando a vossa desgraça.

Ah ! mas vós não sabeis que aminha tia é muito rica ?!...

A vilesa do ouro !...

JoSEPHINA DF» AzEVJJOO.

NI.YIDAUE.S

D. Maria Nunes dos SantosVem hoje, com o primoroso soneto

que insere no presente numero, abri-Ihantar a phalange de collaboradorasd' A Familia a talentosa poetisa D.Maria Nunes dos Santos.

E' som duvida um talento de eleição,uma inspirada cullivadora da sublimearte em que tanto se tem illustradosenhoras, que marcarão ua lilleraturaum traço luminoso.

D'_ra em diante, coutamos portantocom a assuidade da sua collaboraçãocomo das mais valiosas.

Page 7: V14,*-v A- '3t 4 'i^é**Pt€>tX£d. m^ A FAMÍLIA - BNmemoria.bn.br/pdf/379034/per379034_1890_00050.pdfGazeta de Noticias, escrevendo a pro-posito de Guimarães Júnior, arligo no-tabilissimo

A FAMÍLIA

Firmino Julio RibeiroAcha-se em viagem de propaganda

e cobranças desta folha, o nosso activogerente Firmino Julio Ribeiro.

Esperamos que a esse digno moçosejam pelos nossos collegas do interiordispensados todos os bons auxílios deque carece para o bom desempenho dasua missão.

*

Souza FreitasParte brevemente para a Europa

este nosso bom collega do Correio Por-tuguez.

Encommodos de saúde, obrigam-noa esta viagem, que certo, tornar-se-hade recreio, como esperamos, e que ocollega pode aproveitar no interesse dafolha que tão intelligentemente derige.

Desejamos-lhe prospera viagem eprompto regresso.

SECÇÃO ALEGRE

N'um botequim •Um freguez que veio almoçar, de-

pois de Ccperar tempo infinito, chamaum criado que passa è diz-lhe :

Ha quanto tempo está você nesteestabelecimento ?

Ha seis semanas.Então desculpe-me tel-o cha-

mado. Ainda cá não estava quando eupedi o almoço.

Vou já compral-o, antes queappareça algum colleccionador, disseelle a uns amigos, no dia seguinte.

Depois raciocinou:Mas se eu ainda o vir na loja é

signal de que não foi vendido ; se nãofoi vendido, é porque não ó extra or-dinario ; e não sendo extraordinário,também eu não o quero.

*

Scena de família:Mamãe não sabe, o Sr. F. pe-

diu-me em casamento, e prometti ca-sar com elle.

Você está doida, F... não temnada e nada terá emquanto viveremseu pai e seu avô.

Mas o Sr. F... de que fatio,mamãe, é o avô.

*

O juiz interroga uma senhora queserve de testemunha:

Qual é asua idade?Quarenta annos.

Desde quando ?

*

Simplicio viu n'uma loja um cartelLuiz XV:

Andas sempre a dizer que tens 30annos, Luiza; no entanto lua mãeaffirmou-me ha pouco que já fizeste351

Mamãe tem a mania de me aug-mentar a idade.

Mas com que fim ?Que pergunta I Para fingir que ó

mais moca I

Em Lisboa uma senhora annunciouque precisava de uma criada.

No dia seguinte apparece-lhe umarapariga do campo, muito corada eloura.

O' mulher, diz-lhe a senhora,você parece estrangeira...

Estrangeira I credo minha se-nhora; antes hespanhola.

Ura amigo que o encontrou, per-guntou-lhe:

Amigo, porque no dás Ia rida alcaballo?

O hespanhol, que não queria darmostra de medo respondeu :

No hombre ! Tengo receo de quenel médio de Ia carrera ei bucefalosalte fora dei mundo!

RECEITAS DOMESTICAS

*

Um hespanhol ia montado em umcavallo por demais fogoso e, por nãoser bom cavalleiro, trazia-o á rédeacurta.

Para sustar as pequenas hemorrha-giasa que accidentalmente todos estãosujeitos em conseqüência de golpes,qnedas, cortes de callos, etc, depois delavar com água fria a região ferida,convém applicar uma ligeira compressade fios ou de algodão molhado em águacom tintura de benjoim, na proporçãode meio copo d'agua para uma colherde chá de tintura, podendo ser elevadaa dose desta se a hemorrhagia fôr per-tinaz.

As rugas do rosto provém ou doemmagrecimento por moléstia ou douso de máos cosméticos.

No primeiro caso o remédio está naboa alimentação, passeios em lugaresseccos e de muita vegetação e outroscuidados hygienicos.

No segundo caso o tratamento émais simples. Abstenção absoluta docosméticos e applicação ao deitar docataplasmas de polvilho ou de farinhade arroz. Pela manha esfreguem-se asrugas por meio de uma esponja finacom álcool bom.

Se as rugas provém da idade não haremédio que as cure, mas póde-seatte-nual-as, lavando o rosto todas asma-nhãs com água deixada ao sereno eantes de jantar com sabonete de alça-trão ou ácido phenico.

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A FAMÍLIA

GOMO NOS TRATAM

Recebemos A Familia, jornal litte-rariodedicado á educação da mãe defamilia, propriedade da Exma. Sra.D. Josephina Alvares de Azevedo, in-telligente escriptora.

Artigos bellissimos, impressão ma-

gnifica, A Familia, é digna de ser lidae apreciados por todos.

Do Monitor Fidelense.

*

Tivemos ante-hontem o immenso

prazer de receber a honrosa visita deuma digna collega, a Exma. Sra. D.Josephina Alvares de Azevedo, illus-trada redactora e proprietária do ex-cellente periódico A Familia, que sepublica no Rio de Janeiro.

A nossa distincta collega anda emviagem tratando de sua empreza elemos fé que será bellamentesucce-dida em toda a parte onde se apre-sentar.

Do Correio Amparense.

¦k

Recebemos um nítido folheto con-tendo os artigos que a Exma. Sra. D.Josephina Alvares de Azevedo tem pu-blicado em seu jornal. A Familia, so-bre a Educação da Mulher.

Os Retalhos, como modestamente aillustrada escriptora intitulou o seulivro são retalhos de ouro /'deixempassar a phrase) dando brilho ás bellaspaginas que contém artigos elaboradoscoro primor.

A' talentosa jornalista agradecemoso exemplar com que nos honrou.

Da Gaietinha.

INDICADOR

Médicos

Db. Acacio de Araujo. —¦ Medicohomoeopatha. — Especialista das mo-lestiasde seuhoras e crianças, cônsul-torio, rua da Quitanda n. 59, das 10ás 12 horas da manhã.

Dr. Secundmo. — Operador e par-tos; residência, Senador Euzebio 118;consultório, rua do Barão de Capa-nem a n. 401, das 10 ás 11.

Dr. Souza Dias — Medico e opera-dor —Cons. das 12 ás 2, rua daQuitanda n. 41. Residência, CampodeS. Christovãon. 1.

Dr. Alberto Goulart. — Medicoe operador. Residência, Ladeira daGloria, 8 ; consultório, Largo do Vai-detaro, 108, fpharmaciaj, das 12 ás

horas. Chamados a qualquer hora.

Dr. Moreira Guimarães — Medicoe oculista; consultas, rua do Ouvidorn. 145, das 9 ás 10 da manhã e 1 ás4 da tarde, residência, rua ConselheiroPereira da Silva n. 3.

Dr, Rodrigues Barcellos — Medi-co e parteiro. Consultório e residênciaã rua da Prainha n. 82.

Dr. Daniel de Almeida, parteiro—Consultório, rua do Ouvidor n. 44, das

ás 5 horas da tarde; residência,Villa Izabel — Asylo dos meninos des-validos.— Chamados a qualquer hora.

Dr. Eduardo de Magalhães — Tra-tamento de febres, tendo longa praticana casa de saúde de Nossa Senhorad'Ajuda. Vaccina aossabbados. E' en-contrado á rua dos Ourives n. 153,onde recebe chamados a qualquer horado dia ou da noite.

Dr. Queiuqz Barros — Medico e operador,de volta de sua viagem, dá consultas das 3 ás

horas da tarde á rua Primeiro de Março n. 21Resid. Praia de Botafogo, 60.

Dr. Bulhões Marcial — Resid.S. Januário n. 25 D. Consult. S. Pe-dro n. 53, das 2 ás 4.

Dr. Alherto de Sequeira — Medico e ope-rador. Especialidade : febres, syphiles, aflec-cões cardíacas e pulmonares. Resid. e consult-ftua do General Câmara n. 74, das 12 ás 3.

Dr. Mend >nça — Medico e opera-dor. Cirurgia geral, moléstias dos ossose vias ourinarias. Cous. Rua da Al-fandega n. 65. Res. rua SouzaFranco n. 28 B. (Villa Izabel)

AdvogadosDr. Pedro Soares — Escriptorio rua de S.

Pedro 23, das 11 hora» ás 3 da tarde, residen-cia, Olinda 24.

Dr. Xavier Silveira —Escriptorio, rua doRosário, 44, das 9 ás 4 horas da tarde, resi-dencia, Praia do Hussell, 16 D.

DentistasDr. L. P. Costa —Cirurgião den-

tista.Ouvidor 145. Ext. e obtur. abso-lutamente sem dor, (Ànest. local).Dentaduras por todos os systemas, tra-balhos garantidos, preços ao alcancede todos.

Dr. A. F. de Sa' Rego, cirurgiãodentista. Dentaduras e obturaçoes per-feitas. Todas as operações sem a mi-nima dôr. Rua de Gonçalves Dias n. 1.

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Typographia d' A Familia