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Objetiva avaliar a eficiência do óleo-resina de copaíba (Copaifera paupera) como preservantenatural de madeira da espécie Ceiba pentandra.

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  • 19Amaznia: Ci. & Desenv., Belm, v. 7, n. 13, jul./dez. 2011.

    UTILIZAO DO LEO-RESINA DE COPABA (Copaifera paupera) NO TRATAMENTOPRESERVATIVO DA ESPCIE SUMAMA (Ceiba pentandra)1

    Ana Paula Falco Freire*

    Keiti Roseani Mendes Pereira**

    Silvia Luciane Basso***

    Harley Arajo da Silva****

    RESUMO

    Objetiva avaliar a eficincia do leo-resina de copaba (Copaifera paupera) como preservantenatural de madeira da espcie Ceiba pentandra. Os corpos de prova de C. pentandra apresentaramdimenses de 2,0 cm x 10,0 cm x 40,0 cm, e foram submersos por um perodo de 5 minutos nassolues de leo-resina de copaba (T2) e leo-resina de copaba + soluo etria (T3). Aps a imerso,os corpos de prova foram dispostos em plataformas em uma rea aberta, por um perodo de trsmeses. Foram realizadas duas avaliaes a fim de verificar a eficincia do tratamento preservativo. Aprimeira logo aps a retirada dos corpos de prova da rea em que estavam expostos e a segunda apsum lixamento superficial. Os resultados mostraram que o leo-resina de copaba puro e associado soluo etria contribuiu para a reduo da perda de massa dos corpos de prova de C. pentandra.Quanto a eficincia das solues preservativas, no houve diferena significa entre os tratamentos,evidenciando que o leo-resina de copaba puro e associado a soluo etria no eficiente napreservao da madeira de C. pentandra.

    Palavras-chave: Preservante Natural. Madeira - Deteriorao. Madeira - Preservao.

    1 Extrado da monografia da primeira autora no curso de graduao em Engenharia Florestal, Universidade Federal doAcre.

    * Engenheira Florestal. E-mail: [email protected].** Engenheira Florestal; M.Sc. Professora do Centro de Cincias Biolgicas e da Natureza, Universidade Federal do Acre.

    E-mail: [email protected].*** Farmacutica-Bioqumica; M. Sc. Coordenadora do Laboratrio de Produtos Naturais da Fundao de Tecnologia do

    Estado do Acre. E-mail: [email protected].**** Engenheiro Florestal. E-mail: [email protected].

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    USE OF COPAIBA OIL (Copaifera paupera) FOR THE PRESERVATION TREATMENT OFSPECIES SAMAMA (Ceiba pentandra)

    ABSTRACT

    This study aimed to evaluate the efficiency of copaiba oil (Copaifera paupera) as a naturalwood preservative of the specie Ceiba pentandra. The specimens of C. pentandra had the dimensionsof 2.0 x 10.0 x 40.0 cm, and were submerged for a period of 5 minutes in the solutions of copaiba oil(T2) and copaiba oil + ethereal solution (T3). After soaking, the specimens were placed on platformsin an open area for a period of three months. There were conducted two evaluations to verify theeffectiveness of preservative treatment. The first right after the removal of specimens from the areawhere they were exposed and the second after a sanding surface. The results showed that the purecopaiba oil and associated with ethereal solution contributed to the reduction of the mass loss ofspecimens of C. pentandra. About the efficiency of the preservative solutions, there was no significantdifference between treatments, indicating that pure copaiba oil and associated with ethereal solutionis not effective in preserving the wood of C. pentandra.

    Keywords: Natural Preservative. Wood - Deterioration. Wood Preservatives.

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    1 INTRODUO

    A madeira um material comcaractersticas qumicas e fsico-mecnicas quea tornam um produto utilizado nos mais variadosfins, sendo empregada na construo civil,indstria moveleira, de painis, papel e celulose,dentre outros. Um dos grandes problemas no seuuso que a sua deteriorao, muitas vezes, sed de forma rpida, devido ao ataque de fungos,bactrias e insetos, seus principais agentesdegradadores. Alm desses ataques, a madeiratambm sofre desgastes devido ao deintempries e condies ambientais. Mesmo asespcies que apresentam grande resistncianatural ao ataques de microrganismos, insetos eintempries, com o passar do tempo, sofrem suasinfluncias.

    Para amenizar a deteriorao da madeira recomendada a aplicao de preservantesqumicos, que so utilizados para combatermicrorganismos e insetos, garantindo assimmaior qualidade e durabilidade. Um grandeproblema da utilizao desses produtos apoluio provocada ao meio ambiente e, tambm,os danos que podem causar a sade do homem.

    Pesquisas recentes mostram quepreservantes naturais (biocidas) esto sendotestados, cada vez mais, para garantir asustentabilidade do meio ambiente, a sadehumana e, tambm, de animais, visando diminuira utilizao de conservantes tradicionais basede metais, como cobre, crmio, zinco, arsnio,boro e flor, e de compostos como creosoto eaminas (MACHADO et al., 2006). Dessa forma,existe a importncia da utilizao de espciesamaznicas como a copaba como preservantenatural de madeiras.

    Ziglio (2010) utilizou o leo-resina decapsaicina, extrados das pimentas malagueta

    (Capsicum frutensens) e dedo-de-moa(Capsicum baccatum), para preservao deamostras de madeiras de Pinus sp. e Hymenaesp. (jatob), contra o ataque do fungoPaecilomyces variotii. O leo-resina de capsaicinaextrado da pimenta malagueta foi o maiseficiente, retardando o crescimento do fungo, secomparado ao leo-resina extrado da pimentadedo-de-moa e ao leo de linhaa, produtocomercial muito utilizado no revestimento deamostras de madeiras e como matria-prima naproduo de tintas e vernizes.

    Alguns estudos utilizando leo-resina decopaba para inibio de fitopatgenos estosendo realizados. Lameira (2007) comprovou queo leo-resina de Copaifera reticulata Ducke foieficiente na inibio do crescimento micelial invitro dos fitopatgenos, dos gneros estudados.Apresentando maior sensibilidade ao efeito doleo-resina as espcies Rhizoctonia solani,Pestalotia sp., Phytophthora palmivora, Curvulariasp., Sclerotium rolfsii e Sclerotium coffeicola.

    Vrios so os problemas ocasionados nosetor madeireiro pela presena de organismosxilfagos, em especial por fungos. Algumasmadeiras perdem seu valor comercial devido aalterao de cor, ocasionada por fungosmanchadores. Existem, ainda, fungos que causama deteriorao estrutural da madeira,denominados fungos apodrecedores (COSTA,2001). Todavia, a ao destes agentes sobre amadeira ainda representa uma perdaconsidervel para o setor madeireiro, devido aouso de produtos ineficazes ou mesmo a sua noutilizao (MORESCHI, 2011). Dessa forma, opresente trabalho teve como objetivo avaliar aeficincia do leo-resina de Copaifera pauperacomo preservante natural da madeira da espcieCeiba pentandra.

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    2 MATERIAL E MTODOS

    O estudo da utilizao do leo-resina dacopaba (Copaifera paupera) para preservao demadeira sumama (Ceiba pentandra), iniciou-seem razo da quantidade de produtos que sodescartadas pelas associaes e cooperativas porno apresentarem os parmetros necessrios,principalmente de viscosidade e acidez,determinados pelas indstrias de cosmticos emedicamentos.

    O Laboratrio de Produtos Naturais daFundao de Tecnologia do Estado do Acre(FUNTAC), instituio parceira deste estudo, vemrealizando pesquisa tecno-cientfica com estaoleaginosa desde 2006. A amostra utilizada nestapesquisa foi coletada em 2010 na ReservaExtrativista Chico Mendes, municpio de Xapuri,Acre. As anlises fsico-qumicas do leo-resina

    de copaba foram realizadas nas dependnciasdo Laboratrio de Produtos Naturais, sendo asseguintes anlises efetuadas: Determinao daDensidade medida com decmetro digital MetlerToledo 30PX; ndice de Viscosidade medida comViscosmetro Copo Ford; ndice de Refrao,medido com refratmetro ABB tipo: WYA, marca:BIOBRIX; ndice de Acidez, realizado segundo aFarmacopia Brasileira (AGNCIA NACIONAL DEVIGILNCIA SANITRIA, 1988, parte 1, cap. 5, p.139; FIRESTONE, 2009); Rano foi realizadosegundo a reao de Kreiss (FIRESTONE, 2009).

    O preparo da soluo preservante decopaba foi realizado no Laboratrio de Botnicado curso de Engenharia Florestal daUniversidade Federal do Acre (UFAC)discriminado no Quadro 1.

    Quadro 1 Tratamentos e discriminao das solues do leo-resina de copaba.

    Fonte: dados da pesquisa.

    Para anlise da eficincia do preservantenatural, foi selecionada a espcie Ceibapentandra, oriunda da madeireira India Por,localizada no distrito industrial do municpio deRio Branco (AC). A escolha da espcie se deudevido sua grande utilizao na fabricao delminas da Regio Norte e por apresentarproblemas de manchas causadas por fungos,havendo a necessidade do uso de preservativos.

    Utilizadas trs tbuas tangenciais,apresentando dimenses iniciais de 2 cm de

    espessura, 20 cm de largura e 300 cm decomprimento. Elas foram levadas marcenariada UFAC para confeco dos corpos de prova,tendo suas dimenses finais de 2 cm x 10 cm x40 cm, sendo a ltima no sentido longitudinal.

    As amostras obtidas foram selecionadasvisualmente, sendo descartadas aquelas queapresentaram defeitos, e identificadas em funodo tratamento a ser empregado. Os corpos deprova selecionados foram secos em estufa a 103 2C, at atingirem massa constante.

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    Foi determinada para cada corpo de provaa massa, por meio de pesagem em balanadigital, e o volume, atravs de mensurao compaqumetro digital.

    Aps a exposio dos corpos de prova sintempries, suas superfcies foram limpas, comauxlio de um pincel, retirando as impurezas comorestos de galhos e folhas obtendo-se a massafinal, por meio de pesagem em balana digital.

    A perda de massa da madeira foi obtidapor meio da razo entre a massa dos corpos deprova inicial e final, obtida pela Equao 1.

    (Equao 1)

    Onde:

    PM = Perda de massa, em porcentagem (%);

    mi = Massa inicial, absolutamente seca antesda exposio a intempries, em gramas (g);

    mf = Massa final, absolutamente seca apsexposio a intempries, em gramas (g).

    No tratamento preservativo, os corpos deprova de C. pentandra foram submersos em leo-resina de copaba puro T2 e leo-resina decopaba + soluo (lcool 45% + ter 55%) T3.

    Para tal tratamento foi utilizado o mtodode imerso a frio, em que os corpos de provapermaneceram submergidos por 5 minutos nassolues conforme cada tratamento empregado.Aps a imerso, os corpos de prova foramcolocados para secar naturalmente no laboratrio sobre separadores de 2,5 cm por um perodode 36 horas, antes de serem levados a campo.

    Depois de tratados os corpos de provaforam expostos s intempries por um perodode 3 meses. O experimento foi instalado noParque Zoobotnico da UFAC, em uma reaaberta, sendo colocados sobre plataformas,separadas por tabiques.

    A avaliao da eficincia da soluopreservante foi realizada aps o perodo total deexposio s intempries. Para a avaliao daincidncia de fungos, os corpos de prova foramexaminados atribuindo-se notas de acordo coma superfcie manchada (Quadro 2).

    Quadro 2 Discriminao e notas atribudas s amostras de madeira.

    Fonte: dados da pesquisa.

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    Na Tabela 1 encontram-se os resultadosdas propriedades fsico-qumicas do leo-resinade copaba.

    Fonte: dados da pesquisa.

    O leo-resina apresentou ndice deViscosidade de 2.271,16 mm2/s, superior aoencontrado pela FUNTAC (2010), onde esse ndicevariou entre 38,48 mm2/s e 1.708,73 mm2/s.Segundo Amaral et al. (2005), a viscosidade variamediante a proporo de leo essencial e resina,onde quanto maior a proporo de resina maiorser a viscosidade e quanto maior for a proporode leo essencial menor ser a viscosidade do leo-resina. Dessa forma, perante a elevada viscosidadedo leo-resina encontrada nesse estudo, pode-seinferir que no leo utilizado havia uma maiorproporo de resina do que leo essencial.

    Avaliada a superfcie superior e inferior decada amostra, com o intuito de verificar adiferena do grau de incidncia entre as faces,sendo que as notas foram atribudas somente nasuperfcie superior.

    A fim de verificar se as manchas eramapenas superficiais, as amostras de C. pentandraforam novamente levadas a marcenaria da UFACpara fazer um lixamento superficial. Os corposde prova examinados, atribuindo-se novamentenotas para os mesmos.

    3 RESULTADOS E DISCUSSO

    3.1 PROPRIEDADES FSICO-QUMICAS DO LEO-RESINA DE COPABA

    Tabela 1 Mdias das anlises fsico-qumicas realizadas no leo-resina de copaba.

    O ndice de Acidez foi de 75,43 mg.KOH/g,resultado indicativo de que o leo-resina decopaba utilizado cido, uma vez que variouentre 15 mg.KOH/g e 100 mg.KOH/g. Valorsuperior ao encontrado por FUNTAC (2010) noleo coletado no ano de 2007 (55,87 mg.KOH/g)e em 2010 (50,60 mg.KOH/g). O leo-resina decopaba para o Teste de Rano apresentou umacolorao vermelha, indicando que estavaranoso.

    A densidade (0,9534 g/mL) e o ndice derefrao (1,512) apresentaram-se prximos aosvalores, encontrados pela FUNTAC (2010), de0,9497 g/mL e 1,5070, respectivamente.

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    Fonte: dados da pesquisa.

    Paes et al. (2010), avaliando a eficinciados leos de nim (Azadirachta indica) e demamona (Ricinus communis) na resistncia damadeira de sumama ao trmita xilfagoNasutitermes corniger, utilizando o mtodo deimerso, obteve reteno de 10 L a 16 L desoluo por m3 de madeira. Valores menoresquando comparados a reteno encontrado nasoluo preservante de copaba.

    A diferena de reteno entre os leosde nim e de mamona do leo-resina de copabapode ser explicada pela viscosidade dos leos,onde a viscosidade de mamona variou de 303,6mm2/s a 423,3 mm2/s (SOUSA JNIOR et al.,2010). O mesmo no foi constatado nopresente estudo.

    3.2 ABSORO DA SOLUO PRESERVANTE

    Com base no peso, seco e aps a imerso,foi possvel determinar a absoro da soluopreservante pelos corpos de prova. A retenofoi determinada ao dividir a diferena de massadas amostras (antes e depois de tratados) pela(a) rea e (b) volume inicial dos mesmos. No T2os corpos de prova absorveram em mdia 0,015kg de leo-resina de copaba o que equivale a

    0,410 L/m2 de superfcie ou 18,1 L/m3 de madeira.J no T3, a absoro mdia por corpo de provafoi de 0,003 kg, valor equivalente a 0,086 L/m2

    de superfcie ou 3,8 L/m3 de madeira (Grfico 1).Observou-se que no T3 ocorreu rpidaevaporao do ter aps a imerso das amostras,podendo este ter sido um dos motivos da baixaabsoro mdia.

    Grfico 1 Absoro mdia da soluo preservante (em kg) por corpo de prova.

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    Fonte: dados da pesquisa.

    A anlise de varincia (Tabela 2) indicaque houve diferena significativa pelo teste F a5 % de probabilidade entre os tratamentos, parao parmetro perda de massa. Os valores, quandosignificativos, analisados pelo teste de Tukey a

    5% de probabilidade (Tabela 3). Observa-se queos tratamentos que proporcionaram menoresvalores de perda de massa foram o T2 e T1.Porm, T1 no diferiu estatisticamente de T3(Tabela 3).

    3.3 PERDA DE MASSA

    Em relao aos valores de perda de massados corpos de prova aps exposio sintempries, o T2 foi o que mostrou menor perda

    de massa, 8,93%, seguido pelo T1, apresentandoperda de 9,71% e do T3 com 12,99% de perdade massa (Grfico 2).

    Grfico 2 Perda de massa (em %) por tratamento.

    Tabela 2 Resumo da anlise de varincia para os valores de perda de massa.

    Nota: Significativo a 5% (0,01 p 0,05).Fonte: dados da pesquisa.

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    Paes et al. (2010) avaliando a eficinciados leos de nim (Azadirachta indica) e mamona(Ricinus communis) na resistncia da madeira deC. pentandra, obtiveram resultados de perda demassa em amostras sem nenhum tipo detratamento (testemunha) de 13,15%, valor muitoprximo ao encontrado nesse estudo. Os mesmosautores verificaram valores de perda de massavariando entre 5,23% e 12,71% dentre ostratamentos com leo de mamona e nim purosou misturados entre si em diferentes propores,

    sendo o tratamento em que foi aplicado o leode nim puro o qual apresentou a menor perda demassa (5,23%).

    Hoheisel et al. (1988) ao classificarem adurabilidade natural e trabalhabilidade dealgumas espcies madeireiras da AmazniaOcidental classificaram a madeira de C.pentandra como no resistente, por apresentarperda de massa anual em torno de 30%.

    Tabela 3 Comparaes entre mdias para a perda de massa (%) dos corpos-prova.

    Nota: As mdias seguidas por uma mesma letra, em cada seo, no diferem entre si (Tukey; p 0,05).Fonte: dados da pesquisa.

    3.4 EFICINCIA DAS SOLUES PRESERVATIVAS

    A temperatura mdia, no campo deapodrecimento, registrada durante os trs mesesfoi de 28,3C e a umidade relativa mdia de80%. Sendo este um fator importante paraocorrncia de microorganismos em todos oscorpos de prova.

    De acordo com Silva et al. (2005) atemperatura um fator importante, sendo a idealpara a maioria dos organismos xilfagos entre20C e 30C. Porm, para Almeida (2011) ascondies para o desenvolvimento de fungos nodependem somente da temperatura, mastambm influenciada pela umidade relativa,

    correspondendo a valores compreendidos entre61% e 95% e temperaturas entre 12C e 38C.Para o mesmo autor as condies tornam-se maisfavorveis se a temperatura encontrar-se entre20C e 38C, com umidade relativa entre 80% e90% sendo, o local de estudo ideal para ascondies de desenvolvimento de taismicroorganismos.

    Em geral, os corpos de prova, independentedo tratamento, apresentaram 25% a 95% de suasuperfcie manchada, no existindo nenhumaamostra com superfcie totalmente manchada ousem presena de manchas (Grfico 3).

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    Fonte: dados da pesquisa.

    Aps um lixamento superficial, em quatroamostras do T1, as manchas ainda apresentavam-se ntidas evidenciando que foram maisprofundas. Os corpos de prova do T2apresentaram a menor incidncia de manchascausadas por fungos onde em trs amostras possvel afirmar que menos de 5% de sua

    superfcie encontrava-se manchada. Emcomparao aos demais tratamentos, aps olixamento, as amostras do T3 mostraram-se asmais manchadas, sendo que duas amostras foramclassificadas com nota 4, no havendo melhoraem sua parte esttica (Grfico 4).

    Grfico 3- Notas dadas aos corpos de provas antes do lixamento.

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    Fonte: dados da pesquisa.

    A anlise de varincia (Tabelas 4 e 5)indica que no houve diferena significativa peloteste F a 5 % de probabilidade entre os

    tratamentos em relao s notas dadas aoscorpos de prova, quanto a eficincia dopreservativo, antes e aps o lixamento.

    Grfico 4 - Notas dadas aos corpos de provas aps o lixamento.

    Tabela 4 Resumo das anlises de varincia para as notas dadas a eficincia do preservativo, antes dolixamento dos corpos de prova.

    Nota: no significativo a 5% (p > 0,05) pelo teste de F.Fonte: dados da pesquisa.

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    Nota: no significativo a 5% (p > 0,05) pelo teste de F.Fonte: dados da pesquisa.

    4 CONCLUSES E RECOMENDAES

    O presente estudo tem relevncia comopreservante biocida de madeiras com baixaresistncia natural, podendo ser de importnciano aproveitamento de resduos da indstria decosmticos. Desse modo, recomendam-se estudoscom diferentes tipos de aplicao do tratamentopreservativo nos corpos de prova visando umamaior eficincia quanto ao ataque de fungos, bemcomo, um maior tempo de exposio dos corposde prova no campo testando a eficincia do leo-resina de copaba.

    Com base nos resultados obtidos, conclui-se que o uso do leo-resina da copaba comparmetros fsico-qumicos diferentes e elevados,se comparado aos utilizados para produo deinsumos que so comercializados na produode cosmticos e medicamentos, apresentaramresultados satisfatrios. Porem necessriorealizar mais estudos comparativos desteproduto vegetal usado como referncia

    comparativa produtos qumicos comerciaisempregados como preservante de madeira.

    A temperatura e a umidade relativa dolocal onde o experimento foi instaladofavoreceram o desenvolvimento de fungos nasamostras de madeira de C. pentandra, sendoestes evidenciados em todos os corpos deprova.

    O leo-resina de copaba puro e associado soluo etria contribuiu para a reduo daperda de massa dos corpos de prova de C.pentandra. Quanto eficincia das soluespreservativas, no houve diferena significaentre os tratamentos, evidenciando que o leode copaba puro e associado soluo etriano eficiente na preservao da madeira deC. pentandra embora que, na avaliao visual,os corpos de prova do T2 apresentaram-semenos manchados.

    Tabela 5 Resumo das anlises de varincia para as notas dadas a eficincia do preservativo, aps o lixamentodos corpos de prova.

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