utilizaÇÃo do fanzine para conscientizaÇÃo … · magalhÃes, henrique. o que é fanzine. são...
TRANSCRIPT
UTILIZAÇÃO DO FANZINE PARA CONSCIENTIZAÇÃO
AMBIENTAL
RESUMO: Este é um projeto voltado para área ambiental e seu principal foco
são as questões que envolvem a natureza, como: resíduos sólidos, consumo consciente e
reciclagem. E mostrar a importância de ações locais envolvendo preservação,
juntamente dos alunos do 3º ano da Escola Estadual de Ouro Preto, Minas Gerais. O
objetivo deste programa é sensibilizar os estudantes quanto à problemática do consumo
desenfreado, conscientizar para atuarem na teoria e prática de ações benéficas que
dizem respeito ao meio ambiente. Associou-se o nosso meio natural com a arte, de
maneira a incentivar a livre expressão. Para isso, utilizou recurso-aprendizagem
cultural, sendo este, a arte fazer fanzine. Apostou na conscientização de questões de
relevância ambiental com uso de atividades lúdicas, por que interessa-nos despertar os
alunos para um fato necessário, cuidar da natureza e fazer espalhar essa idéia. As
análises das condições das produções artísticas obtidas apontam para a necessidade de
também considerar os procedimentos diferentes dos convencionais, para serem
trabalhados em sala de aula. Pois, uma integração com as atividades artísticas às
atividades escolares pode contribuir para um aprendizado muito significativo e
diversificado. Incorporar arte com a vontade de ajudar o meio ambiente fortaleceu a
missão do projeto, a de sensibilizar. Ultimamente a produção dos fanzines impressos
tem aumentado bastante, além de serem reconhecidos como disseminadores de cultura.
O fanzine é pouco utilizado no ensino, mas aos poucos o mesmo vem sendo inserido
nos processos de aprendizagem das escolas. Fazer fanzine favorece na aprendizagem
dos alunos, aproxima-os da escrita e da leitura, amplia a expressão individual, estimula
a criatividade e, além disso, essa mídia pode ser abordada em uma gama de contextos.
Palavras-chave: Conscientização, Educação ambiental, Fanzine.
INTRODUÇÃO
Atualmente se lida com vários desafios, um deles é a problemática ambiental. Com o
crescimento populacional e avanço da tecnologia, aumenta-se as fontes de degradação
ambiental, principalmente com a quantidade excessiva de resíduos sólidos gerados e
mais ainda com a forma incorreta de descarte dos mesmos.
“A humanidade, desde suas origens, tem consumido; podemos dizer que a
ação de consumir é inerente ao gênero humano. Os bens e objetos de
consumo vão mudando ao longo da história da humanidade e o ato de
consumir vem adquirindo, ao longo do tempo, um significado distinto. O ato
de consumir supõe um modo individual, mas também um fenômeno social”
(VILALLONGA, 2006).
Tendo em vista que o consumo é inerente ao ser humano e ao longo do tempo os objetos
de consumo mudam também. Nos dias de hoje, estabelecer relação de consumo, muitas
vezes em excesso, faz parte da vida das pessoas. Nessas atividades de consumismo,
pensamos apenas em nós mesmos, deixando o futuro de lado. Muitas estratégias como
“consumo verde”, “consumo ético”, “consumo responsável” e “consumo consciente”.
Surgem como forma de incluir a preocupação com aspectos ecológicos e sociais, nas
atividades de consumo. Tudo isso para além de fazer refletir, tornar os consumidores,
conscientes.
Uma das melhores formas para isso é começar a conscientização nas escolas. Segundo
Coll (1999), “a educação escolar é um dos instrumentos de desenvolvimento dos
jovens”. E também, segundo Penteado (2007), “a escola é um local adequado para a
construção da consciência ambiental”. As duas visões se completam e imediatamente
pode-se entender a importância de sensibilizar os alunos quanto à questão dos resíduos
sólidos e consumo consciente nas escolas.
Outra questão que desponta, é de como fazer nascer essa conscientização por meio do
campo artístico e cultural. Para isso, o fanzine que vem da redução fônica da expressão
fanatic magazine e com significado de fãs de revistas, vem com a proposta de ser um
ótimo aliado. Pode-se interpretá-lo como produções independentes, que vão de encontro
a qualquer censura, pregam a liberdade de expressão, além de abrir espaço para todo
tipo de comentários e opiniões, sobre as mais variadas temáticas e visões.
A disseminação do uso de fotocopiadoras por todo país, no final dos anos 70,
transformou completamente a produção de fanzines. O baixo custo e a boa qualidade
de impressão provocaram uma verdadeira explosão de publicações, proporcionando
o intercâmbio e a descoberta de preciosidades das HQ(Histórias em Quadrinhos).
Este foi um dos motivos que deu origem à fase de consolidação de nossos fanzines
(MAGALHÃES, 1993, p.43)
Fazer uso da cultura e arte no ambiente escolar é de suma importância. Assim, o
objetivo geral do projeto é elaborar material didático de cunho ambiental,
conjuntamente com alunos do ensino médio, utilizando a arte dos fanzines como
ferramenta de comunicação e liberdade de expressão.
METODOLOGIA
O projeto “Utilização dos fanzines para a conscientização ambiental”, direciona-
se para as turmas de terceiro ano do ensino médio, da Escola Estadual de Ouro Preto,
situada no bairro Bauxita na cidade de Ouro Preto-MG. Dentre as atividades
selecionadas, têm-se vídeos, documentários e palestra.
Utilizando-se do cenário escolar, atrelado à arte, pretendeu-se realizar parte
dessa missão, o tipo de metodologia aplicado conjuntamente com as aulas do plano
escolar, foi a pesquisa-ação. Esta por sua vez, possibilita que o pesquisador intervenha
dentro de uma problemática social, analisando-a e anunciando seu objetivo de forma a
mobilizar os participantes, construindo novo saberes.
Esta é uma metodologia bastante abordada no campo educacional. Segundo
Thiollent (2002), “com a orientação metodológica da pesquisa-ação, os pesquisadores
em educação estariam em condição de produzir informações e conhecimentos de uso
mais efetivo, inclusive ao nível pedagógico”. Diante disso, até o momento, foram
desenvolvidas as seguintes atividades:
Palestra sobre resíduos sólidos e consumo consciente: abordou-se questões
ambientais como destinação de lixo, dicas verdes, curiosidades ambientais, coleta
seletiva, etc. Junto a isso, aplicou-se questionário com algumas questões referentes aos
assuntos abordadas. Após a atividade foram discutidas as conseqüências do descarte
incorreto dos resíduos, sugerindo soluções, trocando conhecimentos, fazendo assim um
debate construtivo.
Quiz de Meio Ambiente: para a concretização do debate foi aplicado à técnica
Quiz. Esta compreende em distribuir papéis aos alunos, para que escrevam suas dúvidas
relacionadas ao meio ambiente. Após isso, esses papéis serão dobrados e colocados em
uma caixa onde um aluno retira um papel com uma pergunta e a direciona para outro
colega e assim que a mesma for respondida, o procedimento se repete.
Fanzines na conscientização ambiental: abordou-se o surgimento dos fanzines
até os dias de hoje, correlacionando com a temática da conscientização ambiental. Logo
após houve a confecção do fanzine e exposição na escola.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No decorrer das atividades aplicadas puderam-se perceber algumas diferenças
nos resultados obtidos entre as duas turmas em questão. Na palestra sobre resíduos
sólidos e consumo consciente, houve uma maior participação e entrosamento dos alunos
do 3º ano A. Porém ao realizar o questionário proposto, todos os alunos de ambas as
turmas o fizeram (Figura 1).
Figura 1: Palestra sobre resíduos sólidos e consumo consciente
Fonte: Elaborada pela autora
No Quiz de meio ambiente, um debate foi iniciado para abrir caminhos para essa
atividade. Todos os alunos presentes demonstraram interesse e participaram, fazendo
muitas perguntas, propondo dicas e ensinamentos aos colegas de sala (Figura 2).
Figura 2: Discussão sobre questões ambientais antes da dinâmica Quiz
Fonte: Elaborada pelas autoras
Durante a realização da primeira oficina, notou-se interesse e entusiasmo por
parte de todos os alunos e nas duas turmas. Desde a abordagem do que vem a ser o
fanzine, sua confecção até a entrega para montagem do mural (Figuras 3 e 4).
Figura 3: Oficina I Fanzine na conscientização ambiental
Fonte: Elaborada pelas autoras.
Figura 4: Oficina I: Fanzine na conscientização ambiental
Fonte: Elaborada pelas autoras.
Ultimamente a produção dos fanzines impressos tem aumentado bastante, além
de serem reconhecidos como disseminadores de cultura. O fanzine é pouco utilizado no
ensino, mas aos poucos o mesmo vem sendo inserido nos processos de aprendizagem
das escolas.
Fazer fanzine favorece na aprendizagem dos alunos, aproxima-os da escrita e da
leitura, amplia a expressão individual, estimula a criatividade e, além disso, essa mídia
pode ser abordada em uma gama de contextos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A utilização do fanzine no processo de conscientização constrói e reconstrói
saberes que potencializam o poder de intervir beneficamente no meio em que vivemos.
Incorporar o fanzine como recurso de aprendizagem e conscientização,
apresentou uma série de benefícios. O primeiro deles se refere à autonomia que os
alunos tiveram ao produzir os seus próprios fanzines.
Aproveitando a versatilidade desse meio de comunicação, utilizou de um
formato de fanzine para tratar questões ambientais e percebeu que a ideia de sensibilizar
ambientalmente foi absorvida e adaptada aos fanzines.
Pode considerar que essa experiência foi um desafio, no sentido de envolver
artisticamente os alunos numa temática tão importante, a ambiental e ver que o
resultado foi bastante satisfatório.
REFERÊNCIAS
JARDIM, N. S.; WELLS, C. (Org.). Lixo Municipal: Manual de Gerenciamento
integrado. São Paulo: IPT: CEMPRE, 1995.
MAGALHÃES, Henrique. O que é fanzine. São Paulo: Brasiliense. Coleção Primeiros
Passos. 1993.
MAGALHÃES, Henrique. O rebuliço apaixonante dos fanzines. João Pessoa: Marca de
Fantasia, 2003.
NASCIMENTO, Ioneide Santos do. Da marginalidade à sala de aula: o fanzine como
artefato cultural, educativo e pedagógico. In: Muniz, C. (Org). Fanzines autoria,
subjetividade e invenção de si. Fortaleza: edições UFC, 2010. p. 121-133.
PENTEADO, H.D. Meio Ambiente e Formação de Professores. 6 ed. São Paulo:
Cortez, 2007.
THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. Cortez; 2011. 136 p.
VILALLONGA RMP. Consumo, medio ambiente y educacíon. CONGRESSO IBERO
AMERICANO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO
AMBIENTAL NA REGIÃO ÍBERO. 2006.
WOITOWICZ, Karina Janz. Recortes da mídia alternativa: histórias e memórias
dacomunicação no Brasil. Ponta Grossa: Ed. UEPG, 2009.
.