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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO RALF ALBERTO DE OLIVEIRA MÁXIMO UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS DE WETLANDS NO TRATAMENTO DE ÁGUAS E ESGOTOS BRAGANÇA PAULISTA 2010

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

RALF ALBERTO DE OLIVEIRA MÁXIMO

UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS

DE WETLANDS NO TRATAMENTO DE ÁGUAS E ESGOTOS

BRAGANÇA PAULISTA

2010

RALF ALBERTO DE OLIVEIRA MÁXIMO

UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS

DE WETLANDS NO TRATAMENTO DE ÁGUAS E ESGOTOS

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como requisito parcial à

obtenção do grau Tecnólogo em Gestão

Ambiental, pela Universidade São

Francisco.

Orientador: Professora Laura Francesca Mercedes Nieri

BRAGANÇA PAULISTA

2010

RALF ALBERTO DE OLIVEIRA MÁXIMO

UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS

DE WETLANDS NO TRATAMENTO DE ÁGUAS E EFLUENTES

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como requisito parcial à

obtenção do grau Tecnólogo em Gestão

Ambiental, pela Universidade São

Francisco.

Aprovado pela Banca Examinadora em 05 de Junho de 2010.

BANCA EXAMINADORA:

___________________________________________

Laura Francesca Mercedes Nieri – Professora Orientadora

___________________________________________

José Roberto Paolillo Gomes - Professor Convidado

Dedico esse trabalho a toda minha

família que sempre estiveram ao meio

lado sempre me ajudando e dando força

para continuar, e meu pai que sempre

me deu expiração no decorrer da sua

vida, aos meus amigos que considero

minha segunda família, mas

especialmente para as pessoas mais

importantes ,minha mãe Vera Lucia de

Oliveira Máximo, meu pai que já não

está entre nós Carlos Alberto de Paula

Máximo, meus irmãos Rodopho

Henrique Oliveira Máximo e Raphael

Augusto de Oliveira Máximo aos quais

que tudo o que sou.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me guiado por esse caminho colocando pessoas capazes de

me ajudar em todas as horas. Um obrigado muito a minha mãe Vera Lucia de oliveira

Máximo que sempre fez e faz tudo dentro do possível para ajudar seu filhos, meu pai Carlos

Alberto de Paula Máximo um grande exemplo de força e vontade na minha vida do seu jeito

bem peculiar, para meus irmãos Rodolpho Henrique Oliveira Máximo e Raphael Augusto de

Oliveira Máximo que sempre posso contar em todas as horas.

A toda minha família que sempre está pó que der e vier, a minha grande avó Dona

Geni de Paula que sempre deu aquela força sempre com seu jeito de durona, mas é uma

manteiga derretida e há meu primo Rodrigo Barbosa Máximo uma grande pessoa.

Agradeço também a toda galera do colegial formados na escola Maria de Lourdes de

França Silveira em 2002 a toda galera do colégio técnico do curso de Recursos Hídricos

formados em 2004 e toda galera do etecap do curso de Química e Bioquímica de 2006 e 2007.

Aos meus professores que sempre cobraram um pouco mais da minha pessoa Jorge,

Maria Elena, Aguinaldo, Verinha e Adalberto pessoas maravilhosas que estiveram presente na

minha vida e principalmente ao professor Doutor Rogério Staciarrini um grande educador um

grande pessoa que estimulou há ir a buscar de conhecimento.

Não deixando de lado a toda galera da do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental

2010 onde pude conhecer e conviver com ótimas pessoas sempre com seus altos e baixos, mas

esperando que as amizades feitas durem bem mais que o curso.

E há pessoa com muita calma e paciência que moldou as nossas idéias e as

possibilitou serem fatos concretos em nossa vida a orientadora Laura Francesca Mercedes

Nieri pelo aprendizado e dedicação por esses meses.

A todos e muitas outras pessoas que passaram em vida obrigado.

“O que sabemos é uma gota o que

ignoramos é um oceano”

LISTAS DE FIGURAS

Figura01: Equipamentos dos Laboratórios..............................................................................18

Figura 02: Equipamentos do Laboratório.................................................................................19

Figura 03: Ao Fundo plantas aquáticas em uma área de várzea...............................................21

Figura 04: Equipamentos da equipe de Campo........................................................................23

Figura 05: Locais de Amostragem............................................................................................24

Figura 06: Mata sem Ação Antrópica.......................................................................................24

Figura 07: Locais de Coleta de Efluente...................................................................................25

Figura 08: Estação de Tratamento de Esgoto............................................................................25

Figura 09: Tratamentos de Efluentes........................................................................................26

Figura 10: Ambiente de Várzea................................................................................................26

Figura 11: Ambiente de Várzea................................................................................................27

RESUMO

Devido ao alto poder de degradação e poluição dos esgotos, efluentes indústrias causarem

grande perturbação no ecossistema aquático e por sua vez a contaminação por não esta tem

devidamente tratados para que o corpo hídrico possa absorver diminuindo seus impactos no

meio ambiente. Este trabalho faz uma introdução á tecnologias empregadas com o sistema de

fitorremediação para a retirada de matéria e nutrientes oriundos de esgotos e efluentes

industriais. Simulando processos naturais conhecidos como “wetlands” que utilizam plantas

aquáticas que fazem a absorção acúmulo e metabolização no seu tecido vegetal, sendo

também um bom indicador da demanda orgânica presente no efluente anterior ao seu

lançamento nos corpos hídricos reduzindo seus impactos. Sendo um bom método para se

empregar nos sistemas de tratamento de esgotos e efluentes para melhor enquadramento do

corpo hídrico com base na Resolução Nº 357, de 17 de Março de 2005 que dispõe sobre a

classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento bem como

estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.

Palavra chave: Água. Tratamento. Fitorremediação. Wetlands

SUMÁRIO

I- INTRODUÇÃO...................................................................................................................10

II- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.........................................................................................11

III- CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA..........................................................................16

IV- RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................................20

V- CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................27

VI- REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................28

ANEXO 1.....................CRITÉRIOS DE ACREDITAÇÃO DA AMOSTRAGEM DE

ÁGUAS E MATRIZES AMBIENTAIS – NORMA Nº NIT-DICLA- 057

ANEXO 2......................ESCOPO DE ACREDITAÇÃO – ABNT NBR ISSO/IEC 17025

ANEXO 3......................MANUAL DO CLIENTE- AMOSTRAGEM E PRESERVAÇÃO

DE AMOSTRAS

I- INTRODUÇÃO

Com o aumento da necessidade de recursos o homem vem a cada dia buscando a

melhor condição para se desenvolver e atender seus padrões de consumo, com essa grande

demanda de recursos para criar e desenvolver novos produtos onde a grande maioria demanda

um recurso em comum que é água fonte de vida para todos os seres vivos como isso, daí a

necessidade de proteger e criar novas alternativas para melhor gerenciamento dos recursos

hídricos faz-se necessárias alternativas que possam interagir de forma sustentável entre os

meios. Os esgotos gerados no âmbito urbano e industrial muitas vezes são descartados sem o

devido tratamento ou até com um tratamento ineficiente. As grandes maiorias dos esgotos

possuem altos teores de matérias orgânicas e nutrientes que são crucias para sobrevivência de

alguns seres vivos.

Sendo todos esses esgotos uma grande fonte de poluição das águas superficiais e

conseqüentemente as águas subterrâneas.

Devido a essa problemática estudos e alternativas em conjunto com o ambiente para

efetuar um tratamento que possa diminuir a carga orgânica de modo há possibilitar seu

lançamento nos corpos hídricos.

A biorremediação é um campo em ascensão na manutenção e gerenciamento de áreas

degradas por ações antrópicas. Define biorremediação como o conjunto de tecnologias que

fazem o uso de processos biológicos aplicados à recuperação ou remediação de áreas

contaminadas, com o conceito de fazer a biotransformação da matéria orgânica que ocorre

normalmente no ambiente.

O processo de biológicos já é empregado em larga escala no tratamento de esgotos e

efluentes indústrias, mas há muito pouco o emprego da fitorremediação um sistema eficiente

que ao em vez de fazer uso microrganismo se utiliza de plantas aquáticas para fazer a retirada

dessa matéria orgânica e nutriente, onde são absorvidos acumulados ou metabolizados nos

tecidos vegetais sendo conhecido como sistemas de “wetlands” simulando áreas de várzeas

onde as plantas ficam em áreas alagadas.

As áreas de várzeas servem como filtros naturais que impedem a passagem de grande

demanda de matéria orgânica para corpos hídricos, partindo desse principio que as “wetlands”

funcionam, sendo de fácil operação e manutenção e com custo baixo sendo de bom tratamento

para ciclagem dos nutrientes, a remoção de matéria orgânica e a diminuição e inibição dos

microrganismos patogênicos.

II- REVISÃO BIBLIOGRAFICA

De toda a água disposta no planeta certa de 97,3% está na forma de oceanos e mares

e 2,7% são de água doce. A maior parcela desta água doce (77,20%) está nas calotas, nas

geleiras e neves dos cumes das montanhas mais altas da Terra. Os 22,40% restantes

constituem as águas subterrâneas doces. A umidade dos solos de lagos e pântanos

representam 0,35% e á umidade da atmosfera chega á 0,04% sendo que 0.01% são de águas

de rios. (Romera e Silva; Paulo Augusto, 2003, p. 24 e 25).

Um olhar atento sobre a paisagem mostra que natureza não é um todo predominante

físico, inorgânico, mecânico, ou predominante biológico, orgânico, unitário e vivo.

Esse ciclo de transformações que ocorrem entre o mundo biótico e o mundo abiótico pode ser

denominado de processo de ressintetização, ou resultados de múltiplas sínteses. (Morandi;

Gil, 2000, p. 19).

Há muito tempo se discuti as ligações e interações que água faz no ambiente e seus

usos de forma geral pelo publico se desenvolveu um indicador que por meio dos resultados

das análises das características físicas, químicas e biológicas, pudesse ser utilizado como

referencia da qualidade das águas de um corpo hídrico, foi desenvolvido o Índice de

Qualidade de Água (IQA) (Brown et al., 1970). Onde o grupo de especialista da área de

qualidade da água definiu através de questionários possíveis parâmetro que inicialmente

contava com 35 sendo finalizado com 9 parâmetros que são Oxigênio Dissolvido, Coliformes

fecais, ph, Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), Nitrato, Fosfato, Temperatura,

Turbidez e Sólidos totais.

A água, apesar de ser um recurso renovável, é finita. Ela é encontrada em abundância

no universo, mas sob a forma líquida só é conhecida na Terra, por sua vez é mesma água

formada no início da Terra.

A qualidade das águas disponíveis no planeta é determinada pelos diferentes usos e

ocupação dos solos no entorno das bacias hidrográficas e áreas de mananciais. (Morandi/ Gil,

2000, 1° ed. pag. 51).

Os padrões de potabilidade evoluíram, pois a possibilidade contrair doenças já era

discutido na antiga Grécia – 460 a.C. -, onde se fazia menção á importância da escolha de

mananciais para abastecimento. Na América do Norte, o primeiro sistema de abastecimento

empregando tubos de madeira, por volta de 1799, na cidade da Filadélfia (EUA), e no inicio

do (1900) mais de 3000 sistemas já haviam sido implantados nas cidades americanas e

contribuíram para inúmeros surtos de doenças de transmissão hídrica, sendo por volta de 1914

à preocupação de potabilidade nos EUA, referenciando-se somente à contaminação

bacteriológica.

No Brasil, somente em 1977, com o advento da Portaria 56, onde foi estabelecido o

primeiro padrão de potabilidade definindo os limites máximos para diversas características

físicas, químicas e biológicas para águas de consumo humano, por sua vez em 1990 a Portaria

36 que vinha com um aumento de parâmetros e alguns mais rígidos e só em 1992 foram se

postergado para implementação dessa portaria para prefeituras, companhias estaduais de

saneamentos e autoarquias municipais responsáveis pela administração dos sistemas de

abastecimento de águas do País, e amplos processos de revisão a Portaria 36 foi publicada

como a Portaria 1469 com a implementação definitiva em janeiro de 2003, permanecendo

com esse nome até março de 2004 onde devido a mudanças de competências das auto arquias

mudaram passando para Portaria 518, mantendo se inalterável seu parâmetros.

Segundo Imhoffe Mann (1991), a poluição de origem antrópica (causada pelo

homem) é um fenômeno iniciado há centenas e anos. Na bíblia sagrada (em Moisés, Velho

Testamento, Êxodo), está descrito e documentado um desequilíbrio ambiental, a saber, “Eis

aqui, pois o que diz o Senhor: Nisto conhecerás tu que eu sou o Senhor: eis aí ferirei eu a água

do rio com vara, que tenho na minha mão, e essa água se converterá em sangue. Os peixes

também, que estão no rio morrerão; as águas se corromperão e os egípcios, que as beberem,

serão atormentados”. Hoje se sabe que o excesso de matéria orgânica aportado nos

sedimentos do Nilo causou rápido crescimento de um tipo de alga vermelha. Esse crescimento

acelerado elevou o consumo de oxigênio necessário para oxidar a matéria orgânica contida no

rio (alta demanda bioquímica de oxigênio – DBO) e provocou a conseqüente morte dos

peixes.

No decorrer dos milhares de anos houve um aumento significativo populacional com

isso foi necessário a aprimoramento de técnicas que se poderia retirar o máximo do ambiente

para o seu conforto. O sedentarismo levou humanidade á se especialização; iniciou-se, a

manufatura a urbanização e a industrialização. De acordo com (Branco), “a poluição dos rios

é fenômeno conhecida de longa data. Aristóteles já na antiga Macedônia, estudou com

interesse alguns organismos que se desenvolviam nas águas poluídas. Atualmente, conhecem-

s e esses organismos pelo nome de Sphaerotilus e trata se de bactérias „gigantes‟ (pois

formam dessas massas enoveadas, perceptíveis visualmente), ainda hoje reconhecidas como

importantes indicadores de poluição.”

Segundo (Rocha et.al., 2004), conceitos básicos de higiene eram difundidos pelos

sacerdotes e uma das primeiras instruções de higiene (talvez há cerca de 3 mil anos) está na

Bíblia Sagrada (em Moises, Velho testamento, Deuteronômio 5) “Terás for do arraial um

lugar, onde vais satisfazer as necessidades da natureza, levando um pauzinho no cinto e, tendo

satisfeito a tu necessidade, cavaras ao redor e cobriras com terra que tiraste. Aquilo que se

aliviaste (por que o senhor teu Deus anda no meio do campo seja santo e não aparece nele

coisa de fealdade, para que te não desampare)”. Várias são as citações bíblicas sobre peste,

pragas de roedores, insetos, etc. relacionadas com disposição inadequada de resíduos líquidos

e sólidos.

O grande desenvolvimento industrial ocorrido nas ultimas décadas tem sido um dos

principais responsáveis pelo comprometimento de nossas águas. Isto ocorre devido à

negligência no tratamento das águas antes de despejá-las nos rios e acidentes e descuidos cada

vez, mas freqüentes, que propiciam o lançamento de muitos poluentes nos ambientes

aquáticos. (Magossi et. al., 2003, 1 ed., pag.43).

As atividades industriais geram efluentes com características qualitativas e

quantitativas bastantes diversificadas. Dependendo da natureza do processo industrial, seus

efluentes podem conter elevadas concentrações de matéria orgânica, sólidos em suspensão,

metais pesados, compostos tóxicos, microrganismos patogênicos, substâncias teratogênicas,

mutagênicas, cancerígenas etc.(Jr. Philippi/ Pelicioni, 2005, 1 ed. pag.186).

Cada rio ou lago possui, até certo ponto, uma capacidade natural de receber

poluentes. Essa capacidade de neutralização da matéria poluidora através dos processos de

diluição, sedimentação e estabilização química é denominada autodepuração. Nos cursos

d‟água poluídos ocorre uma transformação gradual dos componentes orgânicos em sais

minerais e gás carbônico, restabelecendo-se lentamente a limpidez das águas naturais.

(BRANCO1986).

O campo da engenharia sanitária tem evoluído rapidamente nas questão de

tecnologias e métodos para tratamento de águas residuárias, devido as grandes pressões de

órgãos públicos de controle ambientais, pelas grandes problemáticas de descargas irregulares

e uma maior cobrança da sociedade em defesa do meio ambiente.

Podemos caracterizar basicamente esses tipos de processos de tratamentos em três

tipos físicos, químicos e biológicos. Processos Físicos são definidos devidos há fenômenos

físicos que ocorrem à remoção ou transformação de poluentes das águas residuárias.

Processos Químicos são utilizados para aumentar a eficiência de elementos ou substância,

modificar seu estado ou estrutura, ou simplesmente alterar suas características químicas. E os

processos biológicos esses dependem da ação de microrganismos aeróbicos ou anaeróbicos.

Os wetlands são áreas que fazem a ligação entre a terra e a água, as quais.Podem estar

com o solo completamente seco ao completamente inundado (alagado), variando com o

período do ano, porém com vegetação e animais que também variam.Conforme o estado do

local, também classificado como ecossistema.

Os “wetlands” naturais se destacam entre os processos de autodepuração por serem

áreas inundadas constante ou sazonalmente, que desenvolvem uma vegetação adaptada à vida

em solos alagados, com valor ecológico inestimável quanto à melhoria da qualidade da água.

Várzeas de rios, pântanos, brejos e estuários estão entre os ecossistemas mais férteis e

produtivos do mundo, apresentando enorme diversidade biológica. Neles a água, os vegetais e

o solo formam um ecossistema equilibrado, com a

Reciclagem de nutrientes. Essa reciclagem é obtida através de processos químicos,

físicos e biológicos (D'AMBRÓSIO, 1998).

Os “wetlands” construídos visam estimular o uso e melhorar as propriedades dos

“wetlands” naturais, relativas à degradação de matéria orgânica, ciclagem de nutrientes e

conseqüentemente, melhorar a qualidade do efluente (MARQUES, 1999).

Segundo a Ducks Unlimited Canadá (2006, tradução nossa), os wetlands têm três

partes. A primeira é os uplands, que é um terreno elevado, planalto, área de terra seca que

cerca um wetland, podendo ter árvores, gramas e muitos tipos de vegetação. A segunda parte

é a zona riparian, que é um pedaço de terra com vegetação entre os uplands mais elevados e as

áreas mais rasas e molhadas de um wetland, ou seja, à margem de um rio, esta área possui um

tipo de vegetação igual a dos uplands, porém mais densa. A terceira é a área aquática, sendo

esta a área molhada do wetland, podendo ser profunda ou muito rasa, podendo ser

encontrados diferentes tipos de vegetação.

Os primeiros estudos realizados no Brasil decorreram das observações feitas nas

várzeas amazônicas. Os lagos que existem ao longo do Rio Solimões e do próprio Amazonas,

recebem água durante as cheias e, posteriormente, durante o período de vazante, alguns

chegam a diminuir muito as áreas inundadas podendo quase tornar se simplesmente áreas

cobertas com vegetação, ficando apenas um resíduo do lago original (SIOLI, 1984). As

características das águas dos rios ficam modificadas ao saírem desses lagos. Os nutrientes

existentes, especialmente no rio Solimões, são utilizados para a produção de biomassa que

alimenta a fauna associada. Da mesma forma, as águas dos rios que inundam as várzeas do

Amazonas, sofrem modificações durante o período em que as mesmas estão sendo drenadas.

A primeira tentativa de utilização desta capacidade de modificação da qualidade das

águas, no sentido de uma purificação realizada no Brasil através de sistemas de “wetlands”

construídas, foi feita por SALATI, E. et AL, (1982), com a construção de uma lagoa artificial

nas proximidades de um córrego altamente poluído (Rio Piracicamirm) na ESALQ (Escola

Superior de Agronomia “Luiz de Queiroz) em Piracicaba-SP, (SALATI, E., 1984).

Sendo um dos inúmeros métodos viáveis para fazer a interação de modo sustentável

do ambiente com ação do homem.

III- CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

Sediada em Jundiaí, a Acqualab Laboratório e consultoria Ambiental atua, desde

1997, na área de análise de águas, efluentes e resíduos sólidos em setores privados e públicos.

Há mais de 10 anos desenvolve serviços nos mais variados setores, como industrial,

transportes, alimentício, rural, doméstico, saúde etc. A empresa procura apoiar-se sempre na

qualidade e confidencialidade dos trabalhos executados em suas instalações, que vêm sendo

atualizadas constantemente e conta com uma estrutura tecnologicamente avançada e moderna.

Contando com um corpo de profissionais qualificado de 32 pessoas, com um horário fixo

comercial para atuação de bons trabalhos e melhor contato com seus clientes. Efetuando seus

serviços nas áreas relacionadas abaixo:

Serviços Águas e Efluentes

Legislações que estabelecem padrões para potabilidade, águas de mananciais, efluentes, entre

outros:

- Portaria nº518, de 25/03/04, do Ministério da Saúde.

- Decreto Estadual nº 12.486, de 20/10/78, NTA-60.

- Decreto Estadual nº 8.468, de 08/09/76, CETESB.

- RDC nº 214, de 12 de dezembro de 2006, ANVISA.

- Resolução nº 357, de 17/03/05, CONAMA.

- Resolução nº 375, de 29/08/06, CONAMA.

- RDC nº 274 e nº 275, 22/09/05, ANVISA.

- Valores Orientativos nº 195-2005- E, de 23 de novembro de 2005, CETESB.

Resíduos sólidos

NBR 10.004 da ABNT que dispõe sobre Caracterização de Resíduos Sólidos:

- Amostragem segundo NBR10. 007 da ABNT;

- Massa Bruta.

- Teste de Lixiviação, segundo NBR 10.005 da ABNT;

- Teste de Solubilidade, segundo NBR 10.006 da ABNT;

Laboratório de analises químicas orgânicas Estrutura com equipamentos modernos

(fig01), de última geração. Possui larga capacidade de detecção, que permite nas análises

físico-químicas e orgânica de grande precisão em águas de abastecimento, efluentes e

resíduos industriais e análise de solo para fins ambientais.

Figura 01: Equipamentos dos Laboratórios

Fonte: www.acqualablaboratorio.com.br

Laboratório de analises Microbiológicas e Hidrobiologicas, Por meio de

equipamentos e técnicas modernas de análises microbiológicas, a ACQUALAB é capacitada

para realizar ensaios em meios líquidos como águas de abastecimento, mananciais

subterrâneos e superficiais, efluentes e bebidas, bem como estudos da microfauna e

microflora de sistemas biológicos de tratamento de efluentes domésticos e industriais e águas

de superfície destinadas ao abastecimento público. (Figura 02: Microscópio e frascos)

Filosofia da empresa: A Acqualab mantém um rigoroso sistema de trabalho que

assegura a qualidade e confiabilidade de seus serviços em toda área de atuação, entendendo as

necessidades de seus clientes e parceiros, na busca de soluções de uma forma técnica,

econômica e principalmente dentro de uma rígida ética para os problemas apresentados.

Política de Qualidade. A Acqualab: através de seu escopo de acreditação atende aos requisitos

da norma NBR ISO/IEC 17025:2005, buscando a satisfação de nossos clientes com a

melhoria contínua dos processos, realizando análises laboratoriais com alto nível de

confiabilidade.Os colaboradores são comprometidos com as melhores práticas de laboratório

e são treinados na documentação, políticas e procedimentos do Sistema de Gestão da

Qualidade. O que é NBR ISSO 17025. E uma norma reconhecida internacionalmente e

estabelece requisitos gerenciais e técnicos para implementação do sistema de gestão da

qualidade em laboratórios de ensaios e calibração

Figura 02: Equipamentos do Laboratório.

Fonte: www.acqualablaboratorio.com.br

.Os principais objetivos são: Estabelecer um padrão internacional e único para atestar

a competência dos laboratórios para realizarem ensaios e/ou calibrações, incluindo

amostragem. Tal padrão facilita o estabelecimento de acordos de reconhecimento mútuo entre

os organismos de credenciamento nacionais; Facilitar a interpretação e a aplicação dos

requisitos, evitando ao máximo opiniões divergentes e conflitantes. Estabelecer uma relação

mais estreita, clara e sem ambigüidade com a ISO 9001 e 9002. Desenvolver sistema de

gestão para: qualidade, operações técnicas e administrativas. Os resultados de ensaios podem

ser aceitos em outros países, desde que o laboratório utilize os critérios da ISO 17025 e seja

acreditado por um organismo que estabeleça acordos de reconhecimento mútuo com

organismos equivalentes de outros países. Este é o caso do INMETRO, que estabelece um

acordo de reconhecimento mútuo com a European Co-operation for acreditation (EA). Qual a

vantagem de contratar um laboratório credenciado. O laboratório acreditado é avaliado por

um órgão acreditador (como o INMETRO). Este procedimento faz com que o laboratório

esteja comprometido a garantir os resultados emitidos. Os controles de qualidade que

utilizamos são: Amostras Duplicatas: Uma amostra é escolhida aleatoriamente no laboratório,

e analisada em replicata. Esse controle avalia a precisão da análise. Branco de Método: É uma

amostra produzida pelo laboratório contendo água ultra pura e que sofre o mesmo processo

das análises. Com isso é possível verificar se há contaminação nas vidrarias, reagentes,

equipamentos e materiais utilizados no processo analítico das amostras. Matriz Spike: É uma

amostra escolhida aleatoriamente no laboratório, em que são adicionados alguns compostos

alvos (padrão) da análise em concentração conhecida. Os resultados são comparados com a

amostra sem adição de compostos e feito um cálculo de recuperação. Esse controle serve para

eliminar/minimizar a interferência da matriz no procedimento analítico. Amostra de Controle

Laboratorial (LCS): É uma amostra produzida no laboratório contendo água ultra pura e que

são adicionadas alguns compostos alvos (padrão) da análise em concentração conhecida. É

utilizada para verificar a eficiência do processo de análise como um todo. A ACQUALAB

realiza também controles de amostragem, para garantir a ausência de contaminação no

material usado, e a precisão e exatidão do processo. Os controles consistem em: Branco do

Método: É uma porção de água reagente processada exatamente como a amostra, desde a

amostragem, incluindo exposição a todo equipamento, vidrarias, procedimentos e reagentes.

Usado para verificar se analíticos ou interferentes estão presentes dentro do processo. Branco

Fortificado: É um branco do método contendo todos os mesmos reagentes e preservastes

como as amostras, no qual uma concentração conhecida de analito foi adicionada. É utilizado

para avaliar a exatidão do laboratório e a recuperação do analito em água reagente. Amostra

Fortificada: Porção adicional de uma amostra na qual, antes do seu processamento, são

adicionadas quantidades conhecidas do analito de interesse. Assim como o Branco do método

e o Branco Fortificado, passa por todo o processo de análise, incluindo a amostragem.

Utilizada para avaliar a recuperação e sua exatidão na matriz. Duplicata de Amostra: Duas

amostras retiradas ao mesmo tempo de um mesmo local. É utilizada para mensurar a precisão

do processo.(Fonte site:www.alab.com.br)

IV- RESULTADOS E DISCUSSÃO

O estágio realizado na empresa Acqualab foi realizado no setor de amostragem que

constituiu no manuseio e utilização de equipamentos de campo como pHmetro portátil, colori

metro e o oximetro ambos com a finalidade de fazer a uma analise previa da amostra em

campo.

A influência do pH sobre os ecossistemas aquáticos naturais dá-se diretamente

devido a seus efeitos sobre a fisiologia das diversas espécies (Figura 03). Também o efeito

indireto é muito importante podendo, em determinadas condições de pH, contribuírem para a

precipitação de elementos químicos tóxicos como metais pesados; outras condições podem

exercer efeitos sobre as solubilidades de nutrientes.

Figura 03: Ao Fundo plantas aquáticas em uma área de várzea.

Fonte: Ralf Alberto

Desta forma, as restrições de faixas de pH são estabelecidas para as diversas classes

de águas naturais, tanto de acordo com a legislação federal, quanto pela legislação estadual.

Os critérios de proteção à vida aquática fixam o pH entre 6 e 9.

O oxigênio proveniente da atmosfera dissolve-se nas águas naturais, devido à

diferença de pressão parcial. Este mecanismo é regido pela Lei de Henry, que define a

concentração de saturação de um gás na água, em função da temperatura.

Com isso temos abaixo o fluxo de interação de informações para realização da

amostragem:

Tabela 01: Fluxograma de informações

Tabela 01 Fonte: Criada por Ralf Alberto

O cliente ao saber ou ter idéia dos serviços a serem realizados entra em contato com

área comercial onde a mesma irá oferecer um pacote de serviços que se enquadrarão as

necessidades do cliente que ele irá ou não aceitar.

Com o cliente aceitando a proposta a área logística agendar o melhor dia para efetuar

a coleta, a mesma agendada é inserida na programação para ser realizada a coleta pela Equipe

de amostragem.

Definidos o local e cliente antes de se iniciar as coletas são realizadas as calibrações

e checagem de equipamentos que necessariamente são os mais empregados pela equipe de

amostragem o colorimetro portátil, ph metro portátil e o oximetro (Figura 04) mais

empregados no campo diariamente devido ao sistema de qualidade empregado pela empresa.

Cliente Área Comercial Área Logistica

Programação de Coleta

Equipe de Amostragem

Calibração de Equipamentos e

Checagem

Amostragem de Águas ou Efluente

Triagem de Amostras

Análise Fisico quimicas, químicas

e ou microibiologicas

Resultados e Laudos

Figura 04: Equipamentos da equipe de Campo

Fonte: www.mistic.com.br

O pHmetro é largamente utilizado para águas potáveis e efluentes por ter condições

obter dados precisos das amostras e possíveis variáveis.

Por sua vez o colori metro possibilita os resultados de cloro livre e cloro total

dispersos em amostra de água normalmente usadas para o consumo humano de alguma forma

direta ou indiretamente

O método de amostragem é seguido pela norma NIT-DICLA-057 (Anexo 01) de

águas para consumo humano e efluentes ambas caracterizadas pelas devidas leis abaixo:

(Anexo 02) e (Anexo 03) (Fig.05)

- Portaria nº 518, de 25/03/04, do Ministério da Saúde

- Decreto Estadual nº 12.486, de 20/10/78, NTA-60

- Decreto Estadual nº 8.468, de 08/09/76, CETESB

- RDC nº 214, de 12 de dezembro de 2006, ANVISA

- Resolução nº 357, de 17/03/05, CONAMA

- Resolução nº 375, de 29/08/06, CONAMA

- RDC nº 274 e nº 275, 22/09/05, ANVISA

- Valores Orientativos nº 195-2005- E, de 23 de novembro de 2005, CETESB.

Figura 05: Locais de amostra amostragem

Fonte: www.cetesb.sp.gov.br

Figura 06: Mata sem ações antrópicas

Fonte: www.ambientebrasil.com.br

Figura 07: Locais de coleta de Efluente

Fonte: www.cetesb.sp.gov.br

Figura 08: Estação de tratamento de esgoto

Fonte: www.jundiai.com.br

Figura 09: Tratamento de Efluentes

Fonte: www.tratamentodeagua.com.br

Devido à complexidade dos das analise química físico químico empregado para uso e

consumo de águas e por fim seu descarte que exigem uma grande atenção do cliente e seus

prestadores de serviços para não haver transtornos de ambas as partes.

Tanto no Tratamento de águas como tratamento de efluentes há problemáticas

relacionadas quantidade de lodos finais e sua devida disposição final.

As necessidades de tecnologias que possam coexistir em como acordo com o

ambiente sendo os sistemas de Fitorremediação. (Fig.09) e (Fig. 10).

Figura 10: Ambiente de várzea.

Fonte: Ralf Alberto

Figura 11: Ambiente de várzea.

Fonte: Ralf Alberto

A espécie de planta flutuante mais estudada é o aguapé (Eichornia crassipes), pela

suas características de robustez associadas a uma grande capacidade de crescimento

vegetativo. A utilização desta planta deve-se à boa capacidade de resistir a águas altamente

poluídas com grandes variações de nutrientes, pH, substâncias tóxicas, metais pesados e

temperatura (CAMPOS, 2002 apud MANNARINO 2003, p.21).

Proporcionando novos meio de se empregas tecnologias para o no melhoramento da

qualidade das águas tanto na utilização de águas de consumo humano e efluentes industriais,

para melhor enquadramento dos corpos de águas.

Com o emprego de técnicas que simulam as principais necessidades desses

ambientes, sendo os filtros naturais dos corpos hídricos.

V- CONCLUSÃO

Os resultados compreendidos nesse trabalho possibilitaram uma nova visão e

possibilidade de interação de ecossistemas diferente coligado pela água sendo base para

estudos mais detalhadas e até o melhoramento futuro de trabalho que fez uma revisão literária

de alguns pontos e conceitos praticados em outros países e inclusive no Brasil em alguns

efluentes e seguimentos bem distintos.

O campo da fitorremediação é uma área pouco empregada no Brasil em sistemas de

águas para o consumo e para o descarte de efluentes sendo uma alternativa viável pelas

condições privilegiadas como clima relevos bem definidos que proporcionam um melhor

resultado do sistema, havendo uma grande carência de estudos que possibilitem o emprego

desse sistema em nossa realidade. Com tudo a difusão de conhecimento técnico e o emprego

de alternativas viáveis para melhor manutenção do ambiente devendo haver o estudo e criação

de bancos de dados para melhor caracterização do sistema nas diferentes regiões brasileiras.

Sendo um grande indicador de um campo de estudo em ascensão para os futuras

técnicos e analista e consultores para melhor organização do meio ambiente e suas futuras

interferências causadas de forma antrópica ou natural.

O presente trabalho teve como objetivo estimular e causar o interesse de grandes

massas nas técnicas que fazem a interação dos ambientes e causam resultados satisfatórios

com os empregos de técnicas simples simulando o ambiente.

VI- REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDREOLI, CLEVERSON VITÓRIO (COORDENADOR). Resíduos sólidos do

saneamento: processamento reciclagem e disposição final. Rima, abes. – Rio de Janeiro, 2001.

282p

HARRY A. BOLLMAN et alii; ORGS. NILSON BORLINA MAIA, HENRY, LESJAK

MARTOS. Indicadores ambientais: Conceitos e aplicações. Walter Barrella.- São Paulo:

EDUC/COMPED/INEP, 2001. 285p.

LIBANO, MARCELO. Fundamentos de qualidade e tratamento de água/ Marcelo Libâno –

Campinas, SP: editora Átono 2005. p 444

MAGOSSI, LUIZ ROBERTO/ BONACELLA, PAULO HENRIQUE 1960- Poluição das

águas. – São Paulo: Moderna, 2003. – (Coleção desafios). 71p

MORANDI, SONIA; GIL, CASTANHA I. Tecnologia e ambiente.São Paulo, Copdart, 2000.

170p.

PAVANELLI, ALEX GIBELATO. Fitorremediação de solo contaminado por petróleo

utilizando Typha latifólia. – Universidade Estadual de Londrina (Dissertação de Mestrado em

Quimica dos Recursos Naturais). Londrina 2007. 76p.

ROCHA, JULIO CESAR. Introdução à química ambiental/ Julio Cesar Rocha, André

Henrique Rosa e Arnaldo Alves Cardoso.- Porto Alegre: Bookman, 2004. 154p.

ROMERA E SILVA, PAULO AUGUSTO (ORG). Água: quem vive sem. 2ª ed., FCTH/CT-

Hidro (ANA, CPNq/SNRH), São Paulo, 2003.136p.

ANEXO 1

CRITÉRIOS DE ACREDITAÇÃO DA AMOSTRAGEM DE ÁGUAS E MATRIZES

AMBIENTAIS – NORMA Nº NIT-DICLA- 057

ANEXO 2

ESCOPO DE ACREDITAÇÃO – ABNT NBR ISSO/IEC 17025

ANEXO 3

MANUAL DO CLIENTE- AMOSTRAGEM E PRESERVAÇÃO DE AMOSTRAS