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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA WILIAM PARPINELLI UTILIZAÇÃO DE RESÍDUO SECO DE CERVEJARIA NA ALIMENTAÇÃO DE FRANGOS DE CORTE DISSERTAÇÃO DOIS VIZINHOS 2016

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

WILIAM PARPINELLI

UTILIZAÇÃO DE RESÍDUO SECO DE CERVEJARIA NA ALIMENTAÇÃO DE FRANGOS DE CORTE

DISSERTAÇÃO

DOIS VIZINHOS 2016

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WILIAM PARPINELLI

UTILIZAÇÃO DE RESÍDUO SECO DE CERVEJARIA NA ALIMENTAÇÃO DE FRANGOS DE CORTE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Zootecnia – Área de Concentração: Nutrição e Produção Avícola. Orientador: Prof. Dr. Ricardo Vianna Nunes

DOIS VIZINHOS 2016

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Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Câmpus Dois Vizinhos

Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação

Programa de Pós-Graduação em Zootecnia

TERMO DE APROVAÇÃO

Título da Dissertação n° 065

Utilização de resíduo seco de cervejaria na alimentação de frangos de corte

Wiliam Parpinelli

Dissertação apresentada às dezoito horas do dia nove de junho de dois mil e

dezesseis, como requisito parcial para obtenção do título de MESTRE EM

ZOOTECNIA, Linha de Pesquisa – Produção e Nutrição Animal, Programa de Pós-

Graduação em Zootecnia (Área de Concentração: Produção animal), Universidade

Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Dois Vizinhos. O candidato foi arguido pela

Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação,

a Banca Examinadora considerou o trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Banca examinadora:

Ricardo Vianna Nunes

UNIOESTE

Paulo Segatto Cella

UTFPR-DV

Cinthia Eyng

UNIOESTE

Prof. Dr. Douglas Sampaio Henrique

Coordenador do PPGZO

*A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Programa de Pós-

Graduação em Zootecnia.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pela vida.

A meus pais Antonio e Ivone Parpinelli, pelo amor, incentivo, carinho e compreensão durante toda minha trajetória de vida.

A Meu irmão Jocemar Parpinelli e minha cunhada Luciana Parpinelli, pelo apoio, paciência, compreensão e disponibilidade neste período de formação social e profissional.

A minha sobrinha Lara Yasmin Parpinelli, pelo carinho e por ter dado um novo sentido a palavra alegria em minha vida.

A todos os amigos, sempre me apoiaram e não mediram esforços para que eu atingisse mais essa conquista. Em especial a Lucas Ghedin Ghizzi uma amizade para toda vida.

Ao Prof. Dr. Ricardo Vianna Nunes, pela oportunidade de poder desenvolver este trabalho sob sua orientação, bem como pela paciência e compreensão.

Ao Prof. Dr. Paulo Segatto Cella, pelo apoio e auxilio e pelo grande laço de amizade construído.

Aos acadêmicos do curso de Zootecnia e do Programa de Pós- Graduação em Zootecnia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, pela contribuição neste trabalho de pesquisa.

A Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus de Dois Vizinhos por ter disponibilizado sua estrutura através do aviário experimental e do abatedouro para realização de atividades relacionadas a este trabalho.

Ao grupo PENAS, pelo auxilio no desenvolvimento de atividades relacionadas ao trabalho.

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―Sei que o meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem ela, o oceano seria menor‖.

Madre Teresa de Calcutá

―Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz‖.

Madre Teresa de Calcutá

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PARPINELLI, Wiliam. Utilização de resíduo seco de cervejaria na alimentação de frangos em diferentes fases. 2016. 86f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Dois Vizinhos, 2016.

RESUMO

Os elevados preços das matérias primas utilizadas em rações para a criação de animais monogástricos, tem obrigado a busca de novas fontes alimentares principalmente na forma de co-produtos. Dentre os diversos co-produtos advindos de atividades agroindustriais, podemos citar o resíduo de cervejaria com potencial para substituir parcialmente os alimentos convencionais das rações. Diante do exposto, foram realizados dois experimentos na Unidade de Ensino e Pesquisa de Avicultura do Campus Dois Vizinhos - UTFPR. No primeiro experimento, que teve período de duração de 1 a 21 dias, foram

utilizados 714 pintainhos, com peso médio inicial de 44,70,3g, distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado, com 6 níveis crescentes de inclusão de resíduo de cervejaria, com 7 repetições e 17 animais por unidade experimental. Enquanto que no segundo experimento, com período de 21 a 42 dias, foram utilizados 546 pintos de corte com 21 dias de idade, peso médio de

865 8 g, distribuídos em um delineamento e tratamentos semelhantes ao experimento I e com 14 aves por repetição. As aves foram pesadas na chegada, 21 e 42 dias no experimento I e aos 21 e 42 dias no experimento II para determinação do desempenho dos animais nestas fases. No experimento I, aos 21 dias, foram coletas amostras de sangue de 2 aves por unidade experimental, bem como abatidas 2 aves para avaliação da composição corporal e desenvolvimento das vilosidades intestinais e mais 2 aves aos 42 dias para avaliar os possíveis efeitos residuais dos tratamentos no rendimento de carcaça e cortes nobres. Enquanto que no experimento II, aos 42 dias de vida, também foram coletadas amostras de sangue de duas aves, bem como abatida 1 ave por unidade experimental para avaliação da composição corporal e outra 1 ave por repetição para avaliação do rendimento de carcaça e cortes nobres e desenvolvimento das vilosidades intestinais. Todas as aves foram sacrificadas por deslocamento cervical. As análises estatísticas dos níveis estudados foram realizadas pelo programa Sistema de Análises Estatísticas – SAEG (Universidade Federal de Viçosa – UFV, 1999). Palavras Chave: alimentos, frangos, resíduo de cervejaria, subproduto, substituir.

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PARPINELLI, Wiliam. Use of dry brewery in feeding chickens at different stages.2016. 86f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Dois Vizinhos, 2016.

ABSTRACT

The high prices of the raw materials used in diets for the creation of

monogastric animals, is forced to search for new food sources mainly as

byproducts. Among the various co-products arising from agro-industrial

activities, we can mention the potential to brewery waste to partially replace

conventional food rations. Given the above, two experiments were conducted at

the Teaching Unit and Campus Poultry Research Dois Vizinhos - UTFPR. In the

first experiment, which had duration of 1-21 days 714 chicks were used, with

average weight 44,7 0,3g, distributed in a completely randomized design with

6 increasing levels of brewery waste inclusion with 7 replicates of 17 animals

each. While in the second experiment, with from 21 to 42 days, were used 546

broiler chicks at 21 days old, average weight of 865 8g, distributed in a design

and treatments similar to the first experiment and 14 birds per repetition. The

birds were weighed on arrival, 21 and 42 days in experiment I and at 21 and 42

days in the second experiment to determine the performance of animals in

these phases. In the first experiment, 21 days, blood samples of two birds were

collected by experimental unit and killed 2 birds to assess body composition

and development of the intestinal villi and 2 birds at 42 days to assess the

possible residual effects of treatments on carcass yield and prime cuts. While in

the second experiment, after 42 days of life also blood samples of two birds

were collected and slaughtered one bird per experimental unit for assessment

of body composition and another one bird by repetition to evaluate the carcass

yield and prime cuts and development of the intestinal villi. All birds were

sacrificed by cervical dislocation. Statistical analyzes of the studied levels were

carried out by the Statistical Analysis System program - SAEG (Universidade

Federal de Viçosa - UFV, 1999)

Keywords: food, chicken, brewery waste, by-product, replace.

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LISTA DE TABELAS

Capítulo I:Resíduo Seco de Cervejaria na Alimentação de Pintos de Corte Tabela 1. Composição percentual e calculada das rações experimentais de 1 a 21 dias ....................................................................................................................... 50 Tabela 2. Desempenho de frangos de corte na fase de 1 a 21, 21 a 42 dias de idade alimentados com RSC. .................................................................................... 56 Tabela 3. Parâmetros sanguíneos de frangos de corte de 21 dias de idade alimentados com RSC. .............................................................................................. 58 Tabela 4. Rendimento de carcaça, peito, coxa, sobrecoxa e asa de frangos de corte abatidos aos 42 dias de idade. ......................................................................... 60 Tabela 5.Peso relativo de órgãos e porcentagem de gordura abdominal de frangos de corte abatidos aos 42 dias de idade, alimentados com resíduo seco de cervejaria de 1 a 21 dias de idade. ....................................................................... 62 Tabela 6. Porcentagem de extrato etéreo, proteína bruta na matéria natural da carcaça de frangos alimentados de 1- 21 dias com resíduo seco de cervejaria. ...... 63 Tabela 7. Morfofisiologia da vilosidades, profundidades de cripta e relação vilo:cripta do duodeno de aves abatidas aos 21 dias de idade ................................. 64 Tabela 8. Qualidade de carne de peito de frangos de corte abatidos aos 42 dias de idade alimentados com RSC de 1-21 dias de idade. ............................................ 66 Capítulo II: Inclusão de Resíduo Seco de Cervejaria na Alimentação de Frangos de Corte de 21a 42 dias de Idade Tabela 1. Composição percentual e calculada das rações experimentais de 21 a 42 dias. ................................................................................................................... 81 Tabela 2. Desempenho de frangos de corte 21a 42diasde idade alimentados com níveis crescentes de RSC. ........................................................ 86 Tabela 3. Parâmetros sanguíneos de frangos de corte aos 42 dias de idade alimentados com RSC de 21 a 42 dias. ................................................................. 88 Tabela 4. Rendimento de carcaça, peito, coxa, sobrecoxa e asa de frangos de corte alimentados com resíduo seco de cervejaria de 21 a 42dias de idade. ........................................................................................................................ 90 Tabela 5. Peso relativo de órgãos e porcentagem de gordura abdominal de frangos de corte aos 42 dias alimentados com resíduo seco de cervejaria ...... 91 Tabela 6. Porcentagem de extrato etéreo, proteína bruta e taxas de deposição de proteína e gordura na composição da carcaça de frangos alimentados com resíduo seco de cervejaria de 21 a 42 dias de idade ............. 92 Tabela 7. Morfofisiologia da vilosidade, profundidade de cripta e relação vilo:cripta, do duodeno de aves abatidas as 42 dias de idade. ........................... 93 Tabela 8. Qualidade da carne de peito de para frangos de corte abatidos aos 42 dias de idade. .............................................................................................. 95

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10 2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 11

2.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 11 2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 11

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 12 3.1 A Cevada ......................................................................................................... 12 3.2 Alimentos Alternativos ...................................................................................... 13 3.3 Caracterização do Resíduo de Cervejaria ....................................................... 14 3.4 Avaliação de Alimentos Alternativos ................................................................ 15

3.4.1 Avaliações Bromatológicas ....................................................................... 15 3.4.1.1 Matéria seca ........................................................................................ 16 3.4.1.2 Proteína bruta ...................................................................................... 16 3.4.1.3 Fibra bruta ........................................................................................... 17 3.4.1.4 Extrato etéreo ...................................................................................... 18 3.4.1.5 Matéria mineral .................................................................................... 18

3.4.2 Determinação da Energia dos Alimentos ................................................... 19 3.4.3 Digestibilidade dos Alimentos .................................................................... 20 3.4.4 Fatores Antinutricionais ............................................................................. 21

3.5 Inclusão do Resíduo de Cervejaria na Alimentação Animal ............................. 24 4 PARÂMETROS AVALIADOS ................................................................................ 26

4.1 Rendimento de Carcaça e Peso de Cortes e Órgãos ...................................... 26 4.2 Análises Qualitativas ........................................................................................ 27 4.3 Análises Sanguíneas ....................................................................................... 28

5 Referências ........................................................................................................... 30 Capítulo I:RESÍDUO SECO DE CERVEJARIA NA ALIMENTAÇÃO DE PINTOS DE CORTE ................................................................................................. 43 Introdução .............................................................................................................. 448 Material e métodos .................................................................................................. 49 Resultados e discussão ......................................................................................... 56 Conclusões .............................................................................................................. 66 Referências .............................................................................................................. 67 Capítulo II: INCLUSÃO DE RESÍDUO SECO DE CERVEJARIA NA ALIMENTAÇÃO DE FRANGOS DE CORTE DE 21A 42 DIAS DE IDADE .............. 74 Introdução ................................................................................................................ 79 Materiais e métodos ................................................................................................ 80 Resultado e discussão ........................................................................................... 86 Conclusões .............................................................................................................. 95 Referências .............................................................................................................. 96

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1 INTRODUÇÃO

A avicultura, um dos setores agropecuários que demonstrou maior

crescimento nas últimas décadas, tem sido impulsionada pela busca de fontes

protéicas baratas e de qualidade, as quais permitam garantir melhores

condições alimentares a população. Essa busca por melhores condições de

segurança alimentar, tem permitido que a produção nacional ganhe

notoriedade junto aos mercados internacionais.

O Brasil ocupa hoje a segunda posição no ranking dos maiores

produtores de carne de frango, atrás apenas dos Estados Unidos, tendo

superado a China que ocupava a segunda posição até 2015(AVICULTURA

INDUSTRIAL, 2015), porém quando nos referimos às exportações ocupa a

primeira colocação desde o ano de 2004. Esse sucesso na comercialização da

carne de frango se deve, sobretudo a abertura de novos mercados que levam o

produto nacional a mesa de consumidores espalhados por mais de 150 países

(BRASIL, 2015). Além disso, a avicultura nacional é responsável por

aproximadamente 1,5% do PIB brasileiro, 40% do mercado mundial de carne

de frango e uma arrecadação de 8,5 bilhões de dólares anuais em exportações

(MENDES, 2014).

O crescimento expressivo no setor avícola é embasado no

aprimoramento das técnicas de produção e juntamente com elas melhorias em

áreas como manejo, sanidade, genética, ambiência, automatização e nutrição,

sendo que dentre estas a nutrição é motivo de inúmeras pesquisas que

buscam estabelecer novas fontes alimentares.

No Brasil a principal fonte energética das rações é o milho, sendo o

farelo de soja a principal fonte proteica na composição de rações, isso se deve

principalmente a elevada produção agrícola nacional e a busca por maximizar o

aproveitamento dessa produção. A quantidade de milho direcionada para

alimentação animal no Brasil encontra-se entre 60 e 80% da totalidade

produzida (DUARTE et al., 2015). Sendo que dessa porção, aproximadamente

59% é direcionada a alimentação de aves e suínos (KOZIOSKI e CIOCCA,

2000).

A busca por alimentos cada vez mais completos e que supram as

necessidades dos animais como um todo, promove a elevação dos custos de

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produção, fazendo com que este chegue a 77,88% do custo operacional no

setor industrial. Tal fato leva as empresas a buscarem fontes de alimentos

alternativos que sejam economicamente viáveis, tais como os resíduos

industriais (BERTOL et al., 2012).

Dentre os alimentos considerados alternativos, que podem substituir as

atuais matérias primas que compõem as dietas, podemos destacar: o bagaço

de cana-de-açúcar, polpa cítrica, cascas de soja, resíduos de industrias

beneficiadoras de mandioca, caroço de algodão, torta de girassol e o resíduo

de cervejaria (GERON, 2007).

O resíduo de cervejaria corresponde a 85% de todo o resíduo gerado

durante a produção de cerveja, tendo como níveis de proteína bruta valores

próximos a 22,5%, teor de umidade de 77% quando na forma úmida (COSTA

et al., 2006) e 74% de nutrientes digestíveis totais (VIEIRA, 2013).

Atualmente, a cevada é considerada como quinto cereal de maior

importância econômica a nível mundial, sendo antecedido por cereais como o

arroz milho, trigo, e a soja (MINELLA, 2012). No Brasil se destina quase que

exclusivamente a produção de malte, sendo pouco explorada na alimentação

animal (ANDRIGUETTO, 1983).

A grande maioria dos subprodutos da atividade agroindústria, assim

como o resíduo de cervejaria não foi completamente avaliada, desconhecendo-

se assim sua verdadeira composição bromatológica e os níveis mais

adequados para sua utilização, tanto biológica quanto economicamente

(ALMEIDA, 2013).

Mediante isso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o resíduo

de cervejaria na sua forma seca, quando da inclusão deste na alimentação de

frangos de corte, em diferentes fases de desenvolvimento.

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Avaliar os efeitos de diferentes níveis de inclusão do resíduo seco de

cervejaria, sobre o desempenho de frangos de corte nos períodos de 1 a 21 e

22 a 42 dias de idade.

2.2 Objetivos Específicos

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Avaliar os efeitos dos níveis de inclusão do resíduo de cervejaria seco

(RC) no consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar dos frangos

de corte em diferentes fases (1 a 21 e 22 a 42 dias de idade);

Analisar os efeitos dos diferentes níveis de inclusão do resíduo seco de

cervejaria, sobre a composição química corporal, qualidade de carne de peito,

rendimento de carcaça e cortes nobres das aves aos 42 dias de idade;

Mensurar os efeitos dos níveis crescentes do resíduo de cervejaria, na

morfometria intestinal e parâmetros sanguíneos aos 21 e 42 dias de idade.

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 A Cevada

A cevada (Hordeumvulgare) no cenário mundial como o quinto cereal

mais cultivado, sendo superado apenas pelo arroz, milho, trigo e soja (MORI e

MINELLA, 2012).

No Brasil seu cultivo ganhou notoriedade do ponto de vista comercial

em meados de 1930 (MINELLA, 1999) e desde então, a produção direcionou-

se quase que unicamente para produção cervejeira. As áreas nacionais de

produção encontram-se restritas basicamente aos três estados da região Sul

(MORI e MINELLA, 2012), fato que pode ser explicado pela temperatura

amena, necessária para seu cultivo e que pode ser encontrada, no outono e

inverno nessas regiões (MINELLA, 1999).

A produção nacional de cevada tem aumentado anualmente,

acompanhando as tendências mundiais. Ao comparar os dados de

produtividade obtidos nas safras 2012-2013 e 2013-2014, observa-se um

acréscimo na produção de 25,7%, passando de 287,2 mil toneladas para 361,1

mil toneladas, respectivamente. Aliado a esse crescimento podemos ressaltar a

tecnificação da produção, pois esse incremento produtivo foi obtido com o

aumento de apenas 0,1 % de área cultivada (CONAB, 2014).

A indústria cervejeira é o principal destino da cevada produzida no

território nacional, apresentou uma expansão de 5% em 2014, no que se refere

a suas atividades correlacionadas a produção de malte, o que

consequentemente lhe conferiu uma participação de 2,5 %, no Produto Interno

Bruto (PIB) brasileiro e de 15% no setor industrial (CERVBRASIL, 2014).

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3.2 Alimentos Alternativos

Os alimentos alternativos utilizados na produção animal consistem em

uma classe de alimentos, ou mesmo, subprodutos da atividade agroindustrial

que usualmente não compõem as dietas comerciais, sendo introduzidos na

forma de resíduos, com o intuito de reduzir custos de produção e aproveitar o

potencial nutritivo demonstrado por estes ingredientes. (ARAÚJO, 2007).

Os resíduos agroindustriais caracterizam-se como co-produtos,

originados a partir da exposição da matéria prima a agentes externos, os quais

a transformam extraindo o produto principal, sendo o restante do material

originado no processo denominado resíduo (MENDONÇA, 2012).

O processamento das matérias primas agropecuárias, gera uma

infinidade de co-produtos, tais como farelos e tortas que apresentam um

potencial elevado para alimentação animal (BONFIM et al., 2009).

Outras fontes alimentares que se destacam são os resíduos

provenientes do processamento de frutas, como é o caso da polpa cítrica,

pedúnculo de caju, sementes de maracujá, produtos advindos da produção

sucroalcoleira como o bagaço de cana-de- açúcar, de atividades sazonais

como casca de café, palhada de arroz (GOES et al., 2007), resíduo de

biscoitos (LIMA et al., 2012), e resíduo de cervejaria (MENEGHETTI e

DOMINGUES, 2008).

A utilização desses resíduos como alimentos alternativos na

alimentação animal, além de diminuir o efeito poluente apresentado por estes

quando dispersos no meio ambiente, permite buscar rações economicamente

viáveis, quando em comparação com as atuais, além de eficientes do ponto de

vista produtivo (NUNES et al., 2007).

Contudo, em decorrência da grande variabilidade qualitativa dos

alimentos alternativos, faz-se necessário conhecer o valor nutricional das

rações, bem como os fatores antinutricionais presentes em sua composição

(BELLAVER e LUDKE,2004).

Assim como na elaboração de rações convencionais a adoção de boas

praticas de fabricação, durante o desenvolvimento de uma nova dieta, minimiza

a presença de falhas de processamento, que podem alterar de maneira

negativa a viabilidade dos co-produtos na alimentação animal inviabilizando

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seu potencial como ingrediente. (RIBEIRO et al. 2010).

Ao introduzirmos um novo alimento em uma dieta devemos assegurar

a qualidade deste, tanto no que se refere ao seu valor nutricional, quanto a

capacidade de reduzir os custo de produção, tornando as rações compatíveis

com a realidade do setor produtivo (LOBO et al., 2013).

Outro fator que deve ser levado em consideração quando da utilização

de ingredientes alternativos na alimentação animal, refere-se ao elevado teor

de fibras, presente normalmente neste tipo resíduos, os quais podem interferir

na nutrição e consequentemente no desempenho dos animais, sobretudo para

animais não ruminantes (READY e READY, 1992; OLIVEIRA, 2006).

3.3 Caracterização do Resíduo de Cervejaria

O processamento da cevada pela indústria cervejeira origina uma série

de subprodutos, dentre os quais podemos destacar: a levedura seca de

cervejaria, o lúpulo, broto de malte e a polpa de cervejaria também conhecida

como resíduo de cervejaria (ANDRIGUETTO et al., 1983) ou cascas de malte

(FRAPE, 2008).

O resíduo de cervejaria é obtido após o processo de maltagem da

cevada, que tem início com a geminação dos grãos, posteriormente há

tostagem do material, dando origem ao malte, que em seguida é triturado após

adição de água, recebe a denominação de mosto, que mediante fermentação

produz a cerveja (KIRCHOF, 2004).

A porção sólida do resíduo originado durante o processo pode ser

encontrado na forma de resíduo úmido, resíduo prensado, resíduo seco e

levedura de cerveja (SOUZA, 2004). No Brasil a predominância desse resíduo

está na forma úmida (BROCHIER e CARVALHO, 2009).

O alto teor de umidade presente no resíduo de cervejaria pode

influenciar de maneira negativa o armazenamento e transporte do mesmo, bem

como comprometer a qualidade de outras matérias primas, fazendo com que

haja à necessidade de secagem do mesmo (KLAGENBOECH et al., 2011).

A secagem faz com que se perda a água que se encontra excedente

no resíduo, o que facilita o seu manuseio, transporte, acondicionamento e

aumenta o tempo de conservação do referido.

A utilização do resíduo de cervejaria ainda é pouco difundida, fazendo

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com que sua qualidade como ingrediente seja subjugada e seu potencial como

fonte alternativa de alimento pouco explorada, sobretudo por ser de um

elemento de baixo custo(WATERS et al., 2012).

Além do baixo custo apresentado pelo resíduo de cervejaria, sua

utilização torna-se interessante pelas características nutracêuticas, advindas de

sua composição (CHAVES et al., 2014).

Sua composição apresenta elevada quantidade de aminoácidos,

sobretudo os considerados essenciais para aves tais como: lisina, treonina,

metionina e histidina (MCDONALD et al., 1995). Permitindo dessa forma

diminuir a utilização de aminoácidos industriais nas rações, os quais muito

embora reduzam impactos ambientais decorrentes da excreção de níveis de

nitrogênio (FIGUEIREDO JÚNIOR et al., 2014), sobrecarregam os custos de

produção e consequentemente impactam no custo final (DUARTE e

JUNQUEIRA, 2013).

3.4 Avaliação de Alimentos Alternativos

A utilização de alimentos alternativos nas dietas animais deve ser

criteriosamente avaliada, para que se possa estabelecer o verdadeiro valor

nutricional do alimento que desejamos testar, bem como o impacto de sua

interação com o organismo animal (OLIVEIRA et al., 2014).

Para tanto foram criados métodos de avaliação que nos permitem

determinar a qualidade dos alimentos acrescidos nas dietas, pois segundo

Prado et al. (2000), em consequência da gama de subprodutos agroindustriais

que apresentam potencial para alimentação animal, faz-se necessária a

determinação de fatores como: composição bromatológica, taxa de

digestibilidade, valor energético e presença de fatores antinutricionais, para

que então possam ser inclusos de maneira segura nas dietas.

3.4.1 Avaliações Bromatológicas

As avaliações bromatológicas consistem em uma sequência de

métodos e técnicas, para determinar o teor de cada nutriente na composição

dos alimentos (CRUZ., 2010), nos permitindo assim estabelecer uma

correlação entre o valor nutritivo apresentado pelo alimento ou subproduto e as

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exigências de cada categoria animal.

Dentre as avaliações bromatológicas, podemos ressaltar como

principais: a determinação da matéria seca, proteína bruta, fibra bruta

juntamente com suas frações solúveis em detergente neutro (FDN) e ácido

(FDA), matéria mineral e minerais como cálcio e fósforo (DU PONT, 2015).

3.4.1.1 Matéria seca

A determinação da porcentagem de matéria seca é o ponto de partida

para análise de alimentos, tanto no que se refere à conservação de amostras,

quanto na determinação de seu valor nutritivo (GOES e LIMA, 2010). Através

da qual podemos mensurar a concentração de nutrientes na massa do

alimento, frente à perda de água no processo de secagem (DU PONT, 2015).

A quantidade de água presente em um alimento influência de maneira

negativa os valores nutricionais de sua composição, dessa forma, quando

comparamos dois alimentos de mesma classe tomando por referência sua

matéria natural, podemos encontrar diferença entre os resultados, fato este que

não ocorre quando tomamos por referência os valores de matéria seca, pois

através destes estamos pré-estimando seu real valore nutricional (PEIXOTO e

MEIER, 1993).

As avaliações de outros parâmetros como os níveis de proteína, fibra

bruta e extrato etéreo, a partir da determinação dos teores de matéria seca,

são de grande valia na elaboração das dietas, dada a interação destes com o

organismo animal (MALAFAIA et al.,1997).

3.4.1.2 Proteína bruta

A avaliação dos valores de proteína bruta consiste na mensuração dos

níveis de nitrogênio orgânico, presentes na estrutura bioquímica dos alimentos

(PURGATTO, 2013), sendo que alimentos de origem vegetal apresentam em

média 16% deste elemento em sua constituição (MALAFAIA et al.,1997).

Através da mensuração dessa concentração de nitrogênio, podemos

determinar o quão nutritivo é o ingrediente que estamos testando, bem como

sua capacidade de fornecer substrato na forma de aminoácidos, para que

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sejam utilizados pelos animais em seu desenvolvimento (MOURA 2004).

As fontes alimentares proteicas quando acrescidas nas dietas animais,

sobretudo em se tratando de aves, devem ser fornecidas com níveis

adequados de qualidade e não apenas em quantidade (FERREIRA, 2011).

No entanto, a introdução de ingredientes proteicos nas dietas não

garante que estes serão aproveitados com eficiência, podendo seu

aproveitamento ser influenciado pela quantidade fornecida, seu arranjo

bioquímico e a digestibilidade dos aminoácidos que o compõem

(VASCONCELLOS et al., 2012).

3.4.1.3 Fibra bruta

A porção fibrosa das rações também denominada como fibra bruta,

representa a porção de carboidratos estruturais, muito pouco aproveitados por

animais não ruminantes do ponto de vista nutricional, sendo dividida nas

frações solúveis em detergente ácido e detergente neutro (SILVA e QUEIROZ,

2009).

A presença de altos teores de fibras nos alimentos, sempre esteve

correlacionada a sua interferência no acesso a outros elementos presentes na

dieta, por alterações na digestão e metabolização dos mesmos (CARVALHO,

2010). Cada espécie animal, no entanto sofre a interferência de uma maneira

mais pronunciada das diferentes frações de fibra (VAN SOEST, 1994).

Quando são introduzidos novos alimentos na dieta das aves, a

determinação do teor de fibras de sua composição bromatológica é melhor

representada pela porção de fibra detergente neutro (FDN), composta pela

celulose, hemicelulose e lignina, isso se deve a esses polissacarídeos serem

os de maior concentração estrutural nos alimentos de origem vegetal, e dessa

forma podendo interferir no desenvolvimento dos animais (JERACI e VAN

SOEST, 1990).

A presença de fibras nas dietas promove alterações fisiológicas, como

alterações nas taxas de excreção endógena de fatores como enzimas e

zimogênios, bem como no tempo de passagem dos alimentos pelo sistema

digestório, além de alterações na ingesta e digesta, dentre as quais estão

alterações no pH, fermentação e de colonização microbiológica (VAN SOEST,

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1994).

3.4.1.4 Extrato etéreo

A determinação do teor de extrato etéreo consiste em definir a

concentração de substâncias, com características lipídicas como óleos,

gorduras, lectina, clorofila, alcoóis voláteis, resinas e pigmentos, que

apresentam solubilidade em solventes orgânicos, dentre os quais estão o éter

de petróleo, benzeno e clorofórmio (BETERCHINI, 2006; SILVA e QUEIROZ,

2009).

A determinação dessa variável na alimentação animal é de grande

importância, pois representa a principal forma de armazenamento energético

dos produtos de origem vegetal utilizados na alimentação animal (MARQUES

et al., 2009). Os produtos com características lipídicas introduzidos na

alimentação tem a capacidade de liberar 9,35 Kcal de energia bruta para cada

grama de gordura, o que corresponde a 9 Kcal de energia metabolizável, ou

seja, 2,25 vezes mais que os carboidratos que também são elementos

energéticos (SILVA e QUEIROZ, 2009).

A avaliação dos teores de extrato etéreo também permite determinar a

vida útil de nosso alimento, bem como estabelecer a melhor opção para seu

armazenamento, tendo em vista que suas ramificações estruturais são

instáveis e ficam sujeitas a rancificação, prejudicado a qualidade nutricional do

mesmo (LESSON e SUMMERS, 2001).

3.4.1.5 Matéria mineral

A avaliação da matéria mineral também denominada de cinzas consiste

em quantificar os teores de minerais, que se encontram nos alimentos

introduzidos nas dietas. Essa mensuração ocorre após a exposição das

amostras a temperaturas crescentes, até que se atinja a temperatura de 600ºC,

onde deve permanecer estabilizada por quatro horas (SILVA e QUEIROZ,

2009).

A determinação de cinzas a partir de alimentos de origem vegetal tem

muito pouca representatividade do ponto de vista nutricional em uma análise,

dada a grande variabilidade encontrada na composição das plantas, o que

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consequentemente é transferida aos alimentos (RODRIGUES, 2010).

As cinzas são constituídas basicamente de cátions representados pelo

cálcio, potássio, sódio, magnésio, ferro, cobre cobalto e alumínio, além de

ânions dentre os quais ressaltam-se o sulfato, cloreto, silicato e fosfato. No

entanto, quando desejamos quantificar um mineral em especial, e este se

apresenta em baixas quantidades devemos aumentar o tamanho da amostra

para que o mesmo não seja subestimado (GOES e LIMA, 2010).

3.4.2 Determinação da Energia dos Alimentos

A mensuração do conteúdo energético dos alimentos é um fator

fundamental para que possamos formular rações, que permitam o

desenvolvimento dos animais de uma maneira econômica e funcional

(ROSTAGNO e SAKOMURA, 2007).

Dessa forma, a quantidade de energia torna-se uma variável

indispensável na avaliação das dietas, pois através de sua correta

determinação podemos sugerir o sucesso de nosso programa nutricional

(SIBBALD, 1982).

A energia é um elemento básico para manutenção das atividades

metabólicas dos seres vivos, de modo que a liberação da quantidade da

energia contida em cada alimento para o organismo, só é possível em

decorrência da oxidação de moléculas orgânicas, tais como lipídeos,

carboidratos e fibras e pelofracionamento das proteínas, que quando

quebradas promovem o acesso a essa variável sob a forma de calor

(ROSTAGNO e SAKOMURA, 2007).

Por não se tratar de um componente físico presente na composição

dos alimentos, a energia pode ser fracionada em energia bruta, ou seja, aquela

contida nos alimentos que fornecemos aos animais, energia digestível obtida

pela subtração dos valores perdidos nas fezes em relação à energia bruta,

temos a energia metabolizável originada a partir da determinação das perdas

mediante a produção de urina e a energia líquida que tem como precursor a

energia metabolizável de onde é descontado os gastos gerados pelo

incremento calórico (MEDEIROS e ALBERTINI, 2015).

Na avicultura moderna a concentração de energia metabolizável

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presente nos alimentos e subprodutos é a forma de energia mais pesquisada,

em decorrência de sua influência direta no desenvolvimento das aves (FARIAet

al., 2006).

A determinação dos valores de energia livre presente nos alimentos,

ainda é pouco utilizada em decorrência de um número reduzido de laboratórios

que apresentam capacidade de realização dessa avaliação como rotina, de

modo que para a obtenção de seu valor de uma maneira mais prática,

determina-se a energia metabolizável e a partir dessa a eficiência nutricional de

cada elemento (ROSTAGNO e SAKOMURA, 2007).

3.4.3 Digestibilidade dos Alimentos

A digestibilidade é uma forma de avaliar a qualidade dos alimentos

presentes nas rações (MARIN et al., 2003), onde a formulação de rações

baseadas no conhecimento real dessa variável, nos permite minimizar os

efeitos negativos da variabilidade apresentado pelos ingredientes, efeitos esses

advindos de características intrínsecas ou de processamentos (AMEZCUA,

2013).

A digestibilidade consiste em determinar a quantidade de nutrientes

que foi absorvida pelo organismo, mediante a quantidade fornecida e o que

posteriormente é recuperada nas fezes (CRUZ, 2010). O coeficiente de

digestibilidade é expresso sob a forma de porcentagem, podendo ser

estabelecido para todas as variáveis de caráter orgânico, ou seja, matéria seca,

proteína bruta, extrato etéreo, fibra bruta e suas partições em FDN e FDA

(SALMAN et al, 2010).

Com a adoção do conceito de proteína ideal na formulação de rações

para aves, as atenções tem-se voltado em especial para a digestibilidade de

aminoácidos, buscando esclarecer de que forma estão sendo aproveitados

quando acrescidos nas rações, e, quais as alterações promovidas ao

organismo animal por sua absorção (ROSTAGNO et al., 2007).

Além disso, o conhecimento dos valores de aminoácidos digestíveis

verdadeiros, mediante a utilização do conceito de proteína ideal na formulação

de rações, propicia mudanças na nutrição, pois permite melhorias tanto no

desempenho dos animais evitando desperdícios, quanto no aproveitamento

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econômico das dietas (ROSTAGNO et al., 1995).

Dessa forma, a adoção de ensaios de digestibilidade em diferentes

fases de produção, se faz necessária para que possamos estabelecer as

exigências reais de cada fase produtiva. A avaliação de cada aminoácido de

maneira isolada fornece um conhecimento maior sobre sua digestibilidade,

porém é mais oneroso e acarreta em um maior período de avaliação, o que faz

com que se utilize de uma maneira mais corriqueira a determinação total de

aminoácidos (ROSTAGNO et al., 2007).

A forma de avaliação da digestibilidade leva em consideração, o local

de coleta das amostras, onde a determinação da digestão aparente dos

aminoácidos ocorre pela mensuração da quantidade de aminoácidos retido

intestino, frente o que foi excretado nas fezes, já a determinação da

digestibilidade verdadeira, consistem em descontar desse valor as perdas

endógenas (TAVERNARI, 2012).

Dentre as metodologias utilizadas para determinar a digestibilidade dos

aminoácidos para aves, temos a coleta total de fezes, o sacrifício com posterior

coleta do conteúdo intestinal na porção íleal (ROSTAGNO et al., 2007) e a

utilização de galos cecectomizados impedindo a interferência de processo

fisiológicos locais na amostra (PUPA et al., 1998).

3.4.4 Fatores Antinutricionais

Os alimentos ofertados aos animais muito embora possam apresentar

bons níveis nutricionais, estão sujeitos ao acúmulo de elementos ditos

antinutricionais, os quais podem interferir na digestibilidade das dietas

(NAGATA et al., 2010).

Fatores antinutricionais são substâncias que mesmo em baixas

concentrações podem trazer prejuízos na disponibilização dos componentes

nutritivos dos alimentos, tanto a nível digestivo quanto metabólico (NAGATA et

al., 2010). A ação desses fatores é observada principalmente quando se

utilizam fontes alimentares de origem vegetal, em decorrência de praticamente

todos os vegetais apresentarem em seu ciclo vegetativo, alguma alteração ou

adaptação que lhe confere tal característica (LIMA et al., 2014).

A adição de subprodutos agroindustriais nas dietas como uma forma de

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aproveitar as características nutricionais apresentadas pelo mesmo, nem

sempre demonstram os efeitos esperados, visto que ao passarem pelo

processo de industrialização, esses alimentos alternativos sofrem

transformações químicas e físicas extremamente acentuadas que podem

prejudicar seu valor nutricional (ARAUJO et al, 2007).

A utilização desses coprodutos deve ser avaliada, pois sua introdução

nas dietas deve seguir valores pré-fixados e testados, de modo que não

venham a interferir no desempenho animal( ABDALLA et al., 2008).

Dentre os principais fatores de caráter antinutricional que podemos

encontrar nos subprodutos utilizados na alimentação animal temos os

inibidores de proteases, inibidores da-amilase, glicosídeos cianogênios,

gossipol, ácido clorogênico (ANDRADE et al., 2015), taninos, fitatos

(COUSINS, 1999) e polissacarídeos não amiláceos (BRITO et al., 2008).

Os inibidores de proteases são elementos proteicos, que apresentam a

capacidade de inibir a atividade enzimática responsável pela fragmentação das

proteínas, são encontradas principalmente nas sementes de leguminosas,

sendo a soja a principal matéria prima das rações que apresenta esses

compostos. Em geral são substâncias termolábeis, onde a exposição a altas

temperaturas promove sua inativação, no entanto quando presentes nas

rações interferem na disponibilização dos aminoácidos da dieta (SILVA e

SILVA, 2000).

Os inibidores de -amilase assim como os de proteases são

substâncias de caráter proteico, porém com ação sobre a digestão do amido

presente nos carboidratos, interferindo em sua quebra e absorção pela

inativação das enzimas aminolíticas, sendo encontrados principalmente em

cereais de inverno como trigo e cevada, onde desempenha um papel de

resistência biológica frente ao ataque de patógenos (PAGNUSSATT et al.,

2011).

Outros fatores antinutricionais de expressiva relevância são os

glicosídeos cianogênios, que são compostos orgânicos secundários, presentes

nas plantas com a finalidade de proteção, sendo encontrados em alimentos

cerealíferos como sorgo e plantas tuberosas como a mandioca, são

basicamente formados por duas porções uma glicona e outra aglicona,

apresentam alta capacidade de hidrólise liberando dessa forma a porção

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açúcar (glicona) e a cianidrina (aglicona), sendo que esta última quando

degradada origina o ácido cianídrico (CUTOLO, 2015).

O gossipol consiste em composto fenólico, formado por aldeídos e

terpenos sintetizados pelas plantas, sendo algodão o principal produto agrícola

a apresentar essa substância, no qual desempenha uma função de proteção

biológica contra o ataque de pragas (MACEDO et al., 2007). Quando

introduzidos na alimentação animal os subprodutos provenientes dessa

atividade, podem trazer severas alterações a saúde dos animais, em

decorrência do gossipol se ligar as proteínas que apresentam aminoácidos

livres impedindo seu aproveitamento, bem com impedindo a absorção do ferro

pela formação de complexos (MARSÍGLIO, 2015).

O ácido clorogênico é um fator antinutricional atribuído principalmente à

utilização de subprodutos do girassol na alimentação animal, sendo que essa

substância é encontrada em larga escala nas sementes dessa oleaginosa,

onde apresenta a capacidade de inibir as enzimas digestivas animais tripsina e

lipase, interferindo na absorção dos nutrientes (BERWANGER, 2013).

Os fitatos e taninos também integram grupo dos fatores

antinutricionais, onde ambos tratam-se de compostos naturais com

características e funções muito distintas entre si, de modo que os fitatos atuam

no organismo vegetal propiciando o armazenamento do fósforo e

consequentemente outros minerais, dada sua característica quelante, o que

podem vir a interferir no aproveitamento do minerais pelos indivíduos, quando

este estiver na composição estrutural de algum alimento, sobretudo o cálcio

que apresenta uma correlação muito forte com os níveis de fósforo (LEWINSKI,

2009). Já os taninos são ácidos fenólicos que integram o sistema de defesa do

organismo vegetal, reduzindo a palatabilidade dos vegetais, bem como

propiciando a formação de compostos tóxicos após a sua ingestão ou utilização

como fonte alimentar (SILVA e SILVA, 1999).

Os polissacarídeos não amiláceos talvez componham o grupo de

fatores antinutricionais mais avaliados dentro da nutrição animal, sendo

representados por fragmentos das paredes celulares dos vegetais, os quais

também podem receber a denominação de fibras alimentares (BRITO et al.,

2008).

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Com relação a sua solubilidade em água os polissacarídeos não

amiláceos (PNAs) podem ser divididos em solúveis e insolúveis, sendo a

porção insolúvel representada por fibras como a celulose, a lignina e a grande

maioria das hemiceluloses. A porção solúvel das fibras é composta pelas

pectinas, gomas e também pela hemicelulose na forma de xiloglucanos,

arabinoxilanos, xilanos, β-glucanos, glucomananos, entre outros (TAVERNARI

et al., 2008).

A utilização de dietas que contenham em sua composição cereais

como o trigo e cevada, bem como subprodutos originados do beneficiamento

destes, podem trazer alterações ao desenvolvimento das aves, devido às

elevadas concentrações desse tipo de fibra (MAZZUCO, 2015).

Os polissacarídeos não amiláceos quando presentes nas dietas, além

de apresentarem baixo valor digestivo para aves, o qual se resume a

fermentações no intestino e ceco, promovem alterações na viscosidade do

conteúdo da digesta, interferindo na digestão e disponibilidade dos nutrientes

para as aves. Esse tipo de interferência é observado principalmente na porção

solúvel das fibras, que em contato com a água no lúmen intestinal a absorve,

dando origem a uma substância espessa que dificulta absorção dos nutrientes

(UTIMI, 2012).

A porção insolúvel desempenha um papel de diluição do conteúdo da

dieta, diminuindo o tempo de passagem e consequentemente o acesso por

parte das aves aos nutrientes (HETLAND et al., 2004).

3.5 Inclusão do Resíduo de Cervejaria na Alimentação Animal

A utilização do resíduo seco de cervejaria, na alimentação de animais

teve seu início, com busca por fontes alternativas de matéria seca na

alimentação de suínos, onde se objetivava diminuir o custo de produção

(VIEIRA e BRAZ, 2009). Segundo estes autores, tal inclusão tornou-se viável,

quando do acréscimo de 50% deste resíduo nas rações.

A partir de então, o resíduo passou a ser testado quanto a sua

funcionalidade em diferentes fases, com o intuito de avaliar, seus efeitos sobre

o ganho de peso e rendimento de carcaça de suínos (VIEIRA e BRAZ, 2009).

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Quando avaliamos os índices zootécnicos em uma atividade

agropecuária, geramos indicadores de produtividade e viabilidade econômica,

que nos permitem afirmar a eficiência dos recursos nela empregados

(MAGNAGO JÚNIOR et al.,2012).

Partindo-se desse pressuposto, quando avaliados suínos no período de

terminação, pode-se constatar que os melhores níveis de inclusão foram de 10

e 15%, em comparação aos alimentados com rações contendo 0, 5 e 20% de

inclusão (ALBUQUERQUE et al., 2011).

A inclusão de tal resíduo, porém não demonstrou o mesmo

comportamento ao ser introduzida na alimentação de leitões em fase de

crescimento, sendo observada redução no ganho de peso diário, com

consequentes prejuízos à conversão alimentar dos mesmos, quando os níveis

de inclusão foram superiores a 10%, sugerindo assim que a inclusão desse tipo

de resíduo quando em elevadas quantidades, pode prejudicar organismos

ainda fisiologicamente imaturos (JUNIOR et al., 2007).

Tal comportamento pode ser explicado, pela baixa palatabilidade desse

tipo de resíduo quando de sua inclusão em altas concentrações, sobretudo

para animais não ruminantes onde pode interferir não apenas no consumo,

mas na disponibilidade de outros nutrientes aos animais (FRAPE, 2008).

Dessa forma, a presença de fatores antinutricionais no resíduo seco de

cervejaria pode interferir na aditividade, ou seja, na interação entre os

ingredientes presentes nas dietas, promovendo uma melhor disponibilização

dos aminoácidos que os compõem. Desse modo, o conhecimento real dessa

interação entre os alimentos, bem como a digestibilidade dos aminoácidos de

sua composição é crucial na elaboração de dietas economicamente viáveis

(FARELL et al., 1999).

Outro fator que pode interferir na aditividade foi relatado por Hong et al.

(2001), quando da utilização de cevada na elaboração de rações, sendo

atribuído a este cereal o desenvolvimento de um efeito associativo e não de

aditividade. Isso fica evidente em sua pesquisa, onde foi utilizada a cevada e

farelo de canola na alimentação de patos de pekin, sendo quemesmo após

calculados e determinados os valores dos aminoácidos das dietas, foi

observada uma elevação nos aminoácidos lisina, triptofano e histidina em

relação aos demais aminoácidos, devido a presença da cevada nas rações.

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Na avicultura a utilização de subprodutos na forma de níveis

crescentes tem sido motivo de inúmeras pesquisas, fato este que pode ser

constatado pelo elevado número publicações relatando a utilização de produtos

como DDGS de milho (POLINUTRI, 2008), farelo de gérmen de milho

(BRUNELLI, 2006), resíduo de pré-limpeza de arroz (DUTRA JÚNIOR et al.,

2001), raspa de mandioca (NASCIMENTO et al., 2005) e radícula de malte

(NOVELLO et al., 2012).

Contudo, apesar do resíduo de cervejaria na forma seca foi utilizado na

alimentação de animal, podendo se tornar uma fonte de alimento alternativa de

qualidade para aves, devem ser estabelecidos níveis adequados de inclusão

(SONAIYA, 1995). Elementos como celulose e lignina naturalmente presentes

na cevada, bem como as porções proteicas danificadas pelo processo

cervejeiro, podem interferir nos valores nutricionais e consequentemente trazer

prejuízos aos resultados zootécnicos (OST, 2004).

4 PARÂMETROS AVALIADOS

4.1 Rendimento de carcaça e peso de cortes e órgãos

Os padrões para produção de carne de frango encontram-se cada vez

mais rígidos, sobretudo devido à pressão imposta pelo mercado consumidor,

que faz com que as empresas passem a ser mais criteriosas durante os

processos produtivos, oferecendo animais que apresentem um melhor

rendimento de carcaça, melhor produção de carne de peito e pernas, bem

como um melhor valor nutritivo quanto a sua composição (MADEIRA et al.,

2010).

Quando nos utilizamos de algum sistema de avaliação qualitativa, seja

esta, referente à carcaça ou a cortes estamos gerando dados de conformação,

que nos permitem avaliar possíveis alterações obtidas, pela utilização de fontes

alternativas de alimento em relação ao produto final (MENDES e KOMIYAMA,

2011; STRINGHINI et al., 2003).

Nas últimas décadas com o aumento das exportações e o crescimento

da produção, a valorização de cortes vem ganhando destaque no mercado

internacional, acompanhando a valorização das carcaças inteiras, dessa forma

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tem se buscado soluções para melhorar a qualidade e o rendimento destes

(ANTUNES et al., 2012).

Juntamente com a valorização da carcaça e dos cortes nobres, a

venda de órgãos tem surgido como uma alternativa rentável dentro do

processo de abate, melhorando o aproveitamento deste setor, e diminuindo a

produção de resíduos no processo (MINISTÉRIO DE AGRICULTURA, 2014).

Os órgãos do sistema digestivo são os mais influenciados quando da

presença dos polissacarídeos não amiláceos na dieta, sendo a moela e o

intestino os que apresentam as principais alterações morfológicas (ITO et al.,

2007).

O intestino das aves quando da presença de valores elevados de

fatores antinutricionais tende a desenvolver alterações, quanto ao tamanho e a

morfologia com o intuito de minimizar os prejuízos, na absorção de nutrientes e

no crescimento das aves (ITO et al., 2007; RUTZ et al., 2007).

A moela outro órgão também importante no processo de digestão

responsável pela redução do tamanho de partícula dos alimentos, afim de que

estes possam ser melhor aproveitados pelas aves, também tem sua atividade

prejudicada pela altos valores de fibra da dieta, os quais além de interferir no

processo de maceração do conteúdo da ingesta diminuem a velocidade de

esvaziamento do órgão, gerando uma sobrecarga do órgão e alterações no

tamanho do mesmo (Fernandes et al., 2012).

4.2 Qualidade de Carne

A competitividade dos mercados obriga a busca por novas formas de

apresentação dos produtos, de modo que possam ser realçadas suas

características frente aos demais produtos, para tanto foram criadas avaliações

de qualidade que dividem-se em objetivas e subjetivas. (KOMIYAMA et al.,

2010).

A avaliação objetiva compreende aspectos físicos, que no caso da

carne de frangos estão ligadas atextura,capacidade de retenção de água,

aspectos nutritivos pela presença de maiores teores proteínas, aminoácidos e

mesmo gorduras, e aspectos higiênico-sanitários ligados sobretudo à

segurança alimentar (VENTURINI et al.,2007).

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As avaliações subjetivas, encontram-se relacionadas a características

sensoriais e de apresentação como aparência, suculência, pH, sabor, cor da

pele e da musculatura (MOREIRA et al., 2004).

Os aspectos que podem influenciar a qualidade e aceitação do produto

final, pelo consumidor de carne de frango estão associados a questões como

linhagem, e sexo quanto a deposição de gordura, perda da qualidade da

musculatura de peito, alterações locomotoras, péssima conformação de

carcaça e de cortes (WHITAKERet al., 2002),

Os ingredientes introduzidos nas rações, bem como os níveis de

energia, proteína e aminoácidos que compõem esses ingredientes

(RODRIGUES et al, 2008) juntamente com o local de desenvolvimento do lote,

podem interferir também na qualidade da carne produzida (VENTURINI et al.,

2007).

4.3 Análises Sanguíneas

A mensuração do perfil bioquímico nas aves permite determinar o

quanto agentes externos ao organismo, podem estar interferindo no

desenvolvimento dos animais. Dentre os principais fatores que podem propiciar

essas alterações bioquímicas temos a nutrição, o clima e o manejo (MINAFRA

et al., 2010).

Ao determinarmos a concentração dos constituintes do plasma ou soro

sanguíneo, temos acesso a informações sobre a situação metabólica em que

se encontram os indivíduos que estamos avaliando (GONZÁLEZ e

SCHEFFER, 2003), esse tipo de informação quando da avaliação de fontes

alimentares nos permite determinar qual a participação deste nas alterações

aos valores de referência.

Quando introduzimos fontes alimentares como subprodutos na

alimentação animal, podemos interferir de maneira direta nos valores do perfil

sanguíneo em consequência da variabilidade nutricional encontrada nesse tipo

de alimentos (BELLAVER et al., 2005).

Dentre as principais variáveis sanguíneas que apresentam

representatividade para aves de produção temos: enzimas como alanina

aminotrasferase (ALT) e aspartato aminotrasferase (AST), glicose,

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triglicerídeos, proteínas totais com destaque para a albumina, compostos do

metabolismo com ácido úrico e glicose (SCHMIDT et al., 2007).

A avaliação de enzimas hepáticas como ALT e AST, através da

amostragem sanguínea nos permite avaliar como está o funcionamento do

órgão, frente ao acesso a novas fontes alimentares na dieta, bem como a

presença de substâncias nocivas. Alterações aos valores de referência,

sobretudo para AST podem caracterizar a presença de lesão hepática, já os

valores de ALT apesar de também estarem associado a alterações hepáticas,

apresentam pouca representatividade diagnóstica (KANEKO et al., 1997;

CAMPBELL, 2004).

A elevação de metabólitos tal como o colesterol também permitem

determinar alterações no funcionamento hepático, pois a elevação nas taxas de

triglicerídeos circulantes indica uma ineficiência do órgão, direcionando essa

fonte lipídica para corrente sanguínea. Tal incapacidade pode estar associada

a sobrecarga de nutrientes pela alimentação, promovendo assim o acúmulo

dessas substâncias sob a forma de esteatose hepática (CAMPBELL, 2004).

A correta interpretação dos valores de proteína totais, através das

análises sanguíneas nos permite determinar possíveis quadros de

hipoproteinemia, decorrentes do fornecimento insuficiente de nutrientes pela

alimentação, além de servir como uma forma de avaliar as funções renais e

hepáticas quanto a possíveis alterações crônicas (HASEGAWA et al., 2002).

Os valores de albumina quando avaliados individualmente, são

capazes de nos fornecer informações suficientes sobre o desenvolvimento e o

estado fisiológico dos animais, isso se deve por essa proteína corresponder a

metade de toda a porção proteica do plasma sanguíneo, desempenhando um

papel de regulação osmótica e de co-transportador (HASEGAWA et al., 2002).

O conhecimento do metabolismo do ácido úrico, frente à adoção de

dietas com elevados teores de proteínas é de extrema necessidade para que

possamos avaliar sua eficiência nutritiva. Sua representatividade no plasma

sanguíneo pode variar acompanhando esse acesso a uma maior fonte de

compostos nitrogenados, no entanto quando os valores se sobrepõem aos de

referência temos o indicativo de alterações graves da função renal (GRESPAN,

2009).

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Nas aves os valores de glicose no plasma sanguíneo apresentam uma

variabilidade de respostas muito grande, podendo variar com o efeito

circadiano dos dias, bem como com alterações de alimentação e manejo. Além

disso, as aves que apresentam alimentação baseada em fontes de origem

vegetal apresentam uma maior capacidade de mobilizar suas reservas

energéticas, devido a maior influência do glucagon em comparação a insulina

(CAMPBELL, 2004).

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Capítulo 1

RESÍDUO SECO DE CERVEJARIA NA ALIMENTAÇÃO DE FRANGOS DE

CORTE DE 1 -21DIAS

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Resumo

Devido aos elevados preços das matérias primas utilizadas na formulação de

rações para a criação de animais como fontes de energia e proteína, os

subprodutos advindos de atividades agroindustriais surgem como fontes

alimentares alternativas, que apresentam boas características nutricionais e de

redução nos custos, dentre esses co-produtos o resíduo seco de cervejaria

demonstra potencial para substituir os atuais ingredientes das rações. Diante

disso realizou-se, um experimento na Unidade de Ensino e Pesquisa em

Avicultura do Campus de Dois Vizinhos da UTFPR, com o intuito de avaliar

esse ingrediente quando da sua inclusão em rações para pintos de corte. O

experimento teve período de duração de 1 a 21 dias de idade, onde foram

utilizados 714 pintainhos, machos, com peso médio inicial de 44,70,3g,

distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado, com 6 níveis

crescentes de inclusão( 0, 2, 4, 6, 8, 10 %), de resíduo seco de cervejaria

(RSC), com 7 repetições e 17 animais por unidade experimental. Foram

avaliados os índices de desempenho ganho médio de peso (GMP), conversão

alimentar (CA), consumo médio de ração (CMR). Aos 21 dias, foram coletadas

amostras sanguíneas de duas aves por unidade experimental para

determinação do perfil bioquímico sanguíneo, também foram abatidas 2 aves,

de cada unidade experimental para avaliação dos teores de extrato etéreo

(EE), proteína bruta(PB) na matéria natural, sendo coletada também um porção

do duodeno para avaliação do desenvolvimento das intestinais. Após recriadas

até os 42 dias foram abatidas outras 2 aves em cada unidade para avaliar os

possíveis efeitos residuais dos tratamentos, no rendimento de carcaça, cortes

nobres, peso de órgãos e análises sensoriais. O desempenho das aves não foi

influenciado para as variáveis CA, CR, GP mesmo quando dos maiores níveis

de inclusão de RSC. Os valores encontrados durante análise sanguínea para

os níveis séricos de COL, TAG, AU e CR não demonstram efeito em resposta

aos níveis crescentes de RSC, tal resposta no entanto não foi observada para

as variáveis AST E ALT que apresentaram um comportamento quadrático

quanto a seus valores apresentam uma elevação de valores com posterior

redução a medida que se elevaram os níveis de inclusão tendo seus maiores

resultados com níveis 7,95% e 6,39% de inclusão respectivamente . Quanto

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aos valores de rendimento de carcaça e cortes nobres, não foram observadas

alterações no rendimento destes entre os tratamentos, o que se estendeu para

os valores de GA que não demonstraram influância da inclusão de RSC sobre

sua deposição. A taxa de deposição de EE na matéria natural apresentou um

efeito quadrático, sendo acompanhada pelos valores de TDG com resposta

máxima nos níveis de 6,28 e 6,24 % de inclusão. Já os valores de PB E TDP

apresentaram uma redução linear valores a medida que se elevaram os níveis

de inclusão . O desenvolvimento intestinal no que se refere ao comprimento de

vilosidade e profundidade de cripta não apresentou alterações, no entanto foi

observado a formação de bifurcações nas estrutura das vilosidades, o que

sugere uma resposta frente ao alto teor de fibras. Quanto a análise de

qualidade de carnes foi observado efeito da inclusão de RSC somente sobre os

valores de perda por gotejamento que apresentaram uma redução linear de

valores. Mediante os resultados apresentados no presente trabalho pode-se

sugerir que a inclusão RSC pode ser feita sem prejuízos ao desempenho das

aves mesmo quando dos maiores níveis de inclusão, surgindo como uma nova

forma de destinação a um subproduto industrial até então pouco explorado

para frangos de corte.

Palavras Chaves: subprodutos, potencial, ingrediente, rações

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Abstract

Due to the high prices of raw materials used in the formulation of feed for

livestock such as energy and protein sources, by-products arising from agro-

industrial activities emerge as alternative food sources that have good

nutritional characteristics and reduction in costs, among these co products the

dry brewery demonstrates the potential to replace current ingredients of the

feed. Thus took place, an experiment in the Unit of Teaching and Research in

Poultry Campus Dois Vizinhos - UTFPR, in order to evaluate this ingredient

when its inclusion in diets for broiler chicks. The experiment duration of 1-21

days of age, where they were used 714 chicks, males, with average initial

weight de44,70,3g, distributed in a completely randomized design with 6

increasing levels of inclusion (0, 2, 4, 6, 8, 10%), brewery dry residue (RSC)

with 7 replicates of 17 animals each. We evaluated the performance indices

mean weight gain (GMP), feed conversion (FC), average feed intake (CMR). At

21 days, blood samples of two birds were collected by experimental unit for

determination of blood chemistry profile, were also killed 2 birds from each

experimental unit for evaluation of the amounts of ether extract (EE), crude

protein (CP) in natural matter also collected and one portion of the duodenum to

evaluate the development of intestinal. After re-created up to 42 days were

slaughtered other 2 birds in each unit to assess the possible residual effects of

treatments, carcass yield, noble cuts, weight of organs and sensory analysis.

The bird performance was not affected to the variables CA, CR, GP even when

the higher levels of inclusion of RSC. The values found during blood test for

serum COL TAG, AU and CR do not show effect in response to increasing

levels of RSC, such a response however was not observed for AST and ALT

variables that presented a quadratic behavior as their values have a high value

with subsequent reduction as it increased the inclusion levels with their greatest

results with levels 7.95% and 6.39% respectively inclusion. As for carcass yield

values and prime cuts, no changes were observed in yield between these

treatments, which extended to the GA values that have not shown influence the

inclusion of RSC on their deposition. EE deposition rate in natural matter

presented a quadratic effect, accompanied by TDG values with maximal

response at levels of 6.28 and 6.24% of inclusion. Already PB and TDP values

showed a linear reduction values as rose the inclusion levels. Intestinal

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development as regards the length of villi and crypt depth showed no change,

however it was observed the formation of bifurcations in the structure of the villi,

suggesting a response against the high fiber content. As for meat quality

analysis it was observed RSC include the effect only on the drip loss values

showed a linear reduction values. From the results presented in this study may

suggest that RSC inclusion can be done without harm to the performance of the

birds even when the higher levels of inclusion, emerging as a new form of

allocation to an industrial byproduct hitherto little exploited for chickens court.

Key words: products, potential, ingredient, feed

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Introdução

O Brasil tornou-se um importante produtor e exportador de proteína de

origem animal, ocupando uma posição de destaque no cenário mundial,

tornando-se o segundo maior produtor de carne de frango e o líder absoluto em

exportações (AVISITE, 2016).

A nutrição por meio do aperfeiçoamento das dietas assumiu um papel

indispensável no crescimento da atividade avícola, trazendo melhorias tanto

produtivas quanto econômicas, voltando suas atenções em especial para a

qualidade dos ingredientes utilizados, e consequentemente um uso mais

racional dos insumos empregados (ROSTAGNO et al, 2007).

A frequente flutuação dos preços das principais comodities utilizadas

como matéria prima das rações, ainda tem causado um grande impacto no

setor produtivo, principalmente em razão das rações estarem vinculadas a

programas nutricionais, que tem como componentes principais das dietas o

milho e o farelo de soja, sendo que o milho desempenha o papel energético e o

farelo de soja fonte proteica das rações (LOPES, 2011), e cujos custos podem

chegar a 70% dos valores totais despendidos com a produção (GERHARD,

2015).

A busca por novos alimentos que usualmente não são utilizados nas

dietas das aves tem surgido como uma alternativa, para minimizar os custos de

produção, bem como permitir o aproveitamento do seu potencial nutritivo,

minimizando seu impacto no meio ambiente (SILVA, 2008).

O resíduo de cervejaria consiste em um desses alimentos alternativos

de origem agroindustrial, que quando submetido à secagem apresenta-se

como uma fonte alimentar, com capacidade de integrar as rações com intuito

produtivo, tendo em vista seus valores de proteína bruta e matéria seca em

torno 25,3 e 92%, respectivamente (NRC, 1994). Contudo, tais valores

nutricionais podem variar de acordo com a qualidade das matérias-primas, do

processo de produção, da sazonalidade (PORTILHO, 2010) e da presença de

fatores antinutricionais (ANDRADE et al., 2015).

O conhecimento dos fatores antinutricionais de um alimento, quando de

sua introdução em um programa alimentar é de extrema importância, pois a

presença deste tipo de composto interfere na absorção dos nutrientes contidos

nos alimentos, prejudicando dessa forma o desempenho dos animais e por

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consequência sua viabilidade no processo produtivo, dentre os quais podemos

ressaltar os polissacarídeos não amiláceos, que interferem na digestibilidade

dos nutrientes podendo interferir na de taxa passagem pelo trato

gastrointestinal (BRITO et al., 2008).

Nesse contexto, acredita-se que a introdução do resíduo de cervejaria

na dieta das aves na forma seca, possa influenciar o desenvolvimento das aves

na fase de 1 a 21 dias de idade, sobretudo nas submetidas a altas

concentrações desse coproduto, onde a presença das fibras pode se sobrepor

ao valor nutritivo de sua porção proteica e consequentemente da dieta.

Diante do exposto e da escassez de informações da utilização desse

alimento para frangos de corte, o presente trabalho, tem por objetivo avaliar a

inclusão do resíduo seco de cervejaria na alimentação de pintos de corte, bem

como seu efeito sobre os índices zootécnicos e o desenvolvimento

anatomofisiológico.

Material e métodos

Este trabalho foi conduzido no aviário experimental da Unidade de

Ensino e Pesquisa de Avicultura do Campus de Dois Vizinhos da Universidade

Tecnológica Federal do Paraná, tendo como período de avaliação e coleta de

dados na fase de 1 a 21 dias de idade, com posterior recria dos animais até a

idade de abate aos 42 dias de idade. Todos os procedimentos inerentes à

pesquisa, foram submetidos e aprovados pelo Comitê de ética e pesquisa

animal da referida universidade sob protocolo Nº 2014-005, seguindo as

determinações e orientações do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal

(COBEA, 2013).

Para o presente experimento forma utilizados 714 frangos de corte,

com peso inicial de 44,70,3g, machos e da linhagem Cobb 500, devidamente

vacinados no incubatório para as doenças de Marek, Bouba Aviária, Gumboro

e Bronquite Infecciosa, acompanhado de atestado de vacinação das matrizes

para Salmonelose.

Ao início do experimento foi coletado uma amostra referente a um

grupo adicional de 10 aves, com um dia de idade, utilizados como base de

comparação para as aves abatidas ao término do período experimental na

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determinação das taxas de deposição de gordura e proteína segundo o

proposto por Scherer et al. (2011).

As aves foram mantidas entre 1º ao 42º dia dentro de sua zona de

conforto térmico, para tanto a temperatura e a umidade foram registradas a

cada 2 horas, com auxílio de um termohigromêtro. O sistema de aquecimento

utilizado foi com campânulas do tipo tambor, distribuídas ao longo da extensão

do aviário. As trocas de ar foram realizadas por sistema de ventilação negativa

com controle via painel geral.

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado,

com 6 diferentes níveis de inclusão do resíduo seco de cervejaria – 0,2,4,6,8 e

10%, distribuídos em 7 repetições para cada nível , totalizando 42 boxes (de

1,00m x 1,14m) com 17 aves em cada boxe e densidade de 17 aves/m2.

O fornecimento de ração para as aves foi realizado por meio de

comedouros do tipo tubulares, enquanto que o acesso à água se deu por meio

de bebedouros do tipo nipple,

As rações experimentais foram divididas em inicial e final, sendo

formuladas à base de milho e farelo de soja, estando de acordo com as

recomendações de Rostagno et. al. 2011, onde o fornecimento ocorreu sem

restrições durante todas as fases de desenvolvimento das aves.

Tabela 1. Composição percentual e calculada das rações experimentais de 1 a

21 dias.

Níveis

Ingredientes 0 2 4 6 8 10

Milho Grão Moído 59,70 57,57 55,44 53,30 51,17 49,04

Soja Farelo 34,33 33,84 33,36 32,87 32,38 31,90

Óleo De Soja 1,63 2,25 2,88 3,50 4,13 4,75

Fosfato Bicálcico 1,69 1,68 1,67 1,66 1,65 1,64

Calcário 0,97 0,97 0,97 0,97 0,97 0,97

Sal Comum 0,44 0,44 0,44 0,44 0,45 0,45

Biolisina 0,52 0,52 0,53 0,53 0,54 0,54

Dl-Metionina 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 0,32

Premix Vitamínico1

0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10

Premix Mineral2

0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05

B.H.T 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005

L-Treonina 0,13 0,13 0,13 0,13 0,13 0,13

Resíduo Cervejaria Seco 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00

Total 100 100 100 100 100 100

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51

Composição Calculada

Energia Metabolizável (Kcal/Kg)

3000 3000 3000 3000 3000 3000

Proteína Bruta (%) 21,3 21,3 21,3 21,3 21,3 21,3

Cálcio (%) 0,88 0,88 0,88 0,88 0,88 0,88

Fósforo Disponível (%) 0,43 0,43 0,43 0,43 0,43 0,43

Lisina Digestível (%) 1,27 1,27 1,27 1,27 1,27 1,27

Metionina Digestível (%) 0,61 0,61 0,61 0,61 0,61 0,61

Metionina + Cistina Dig.(%) 0,91 0,91 0,91 0,91 0,91 0,91

Triptofano Digestível (%) 0,23 0,23 0,23 0,23 0,23 0,23

Treonina Digestível (%) 0,82 0,82 0,82 0,82 0,82 0,82

Potássio (%) 0,80 0,79 0,77 0,76 0,74 0,74

Sódio (%) 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 1Vitamina A 10.000.000 ui, vitamina D3 2.500.000 ui, vitamina E 20.000 ui, vitamina K3 2.500

mg, vitamina B1 1.800 mg, vitamina B2 6000 mg, vitamina B12 16.000 mcg, vitamina B6 2.600 mg, acido nicotínico 40.000 mg, acido pantatênico 12.000 mg, biotina 65 mg, acido fólico 1.000 mg. 2ferro 50.000 mg, cobre 9.000 mg, zinco 60.000 mg, manganês 70.000 mg, iodo 1.000 mg,

selênio 300 mg, Veículo 1.000g.

As variáveis zootécnicas analisadas durante o período experimental e

posterior recria das aves foram: ganho de peso, consumo médio de ração e

conversão alimentar no período de 1 a 21 dias e de 22 a 42 dias. Sendo os

valores de conversão alimentar, calculados em função do consumo de ração e

do ganho de peso para o período, corrigida pela mortalidade segundo o

proposto por Sakomura e Rostagno (2007).

Para determinação dos valores de consumo médio de ração, foram

subtraídos dos valores de ração fornecida as sobras ao final do experimento,

em cada unidade experimental, tendo-se assim os valores da ração consumida

por unidade, o qual foi dividido pelo número de aves estabelecendo-se o

consumo médio para cada animal.

Os valores de ganho de peso foram obtidos a partir da subtração entre

os valores de peso final, apresentado por cada unidade experimental, e o peso

de entrada das aves no experimento, obtido durante a distribuição das aves ao

primeiro dia de vida.

Com intuito de mensurar alguns parâmetros sanguíneos, aos 21 dias

de idade, após um jejum de 6 horas, foram escolhidas duas aves

aleatoriamente dentro de cada unidade experimental, para colheita de sangue

por meio de acesso braquial a veia ulnar.

As amostras foram centrifugadas para a separação entre o soro e os

demais componentes sanguíneos, com posterior congelamento do soro para

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análises subsequentes. Foram avaliadas as seguintes variáveis: colesterol

(COL), triglicerídeo (TAG), ácido úrico (AU), creatina (CR),

aspartatoaminotransferase (AST), alanina aminotrasferase (ALT) e proteína

total (PT).

As leituras dos referidos parâmetros sanguíneos, foram realizadas por

meio de ―kits‖ comerciais (Elitech S.A.), e com auxílio de espectrofotômetro

automático (Flexor EL-200, Elitech), com calibração automática.

Também aos 21 dias de idade foram realizadas coletas de intestino,

para avaliação do efeito da inclusão sobre a morfometria intestinal. Para tanto

foi utilizada uma ave por unidade experimental com peso variando em até 5 %

em relação a média de peso da repetição, sendo estas submetidas a um jejum

de 6 horas para posterior abate.

Foi coleta uma porção do intestino delgado, referente ao duodeno de

aproximadamente 4 cm de comprimento de cada ave. Após coletados, os

fragmentos intestinais forma fixados em uma superfície rígida, evitando assim

uma possível deformação decorrente de contrações do tecido, com posterior

acondicionado em recipientes contendo formalina a 10%, onde permaneceram

durante 24 horas. Na sequência sendo transferidos para recipientes com

solução de álcool a 70%, onde permaneceram até seu processamento.

Para confecção dos cortes histológicos realizou-se um processo de

desidratação crescente em uma série de alcoóis (80, 90,95e 100%), recebendo

posteriormente tratamento com xilol e sendo encaminhados para inclusão em

paraplast.

A partir dos blocos formados mediante a inclusão da amostra em

paraplast, foram realizados cortes histológicos em um micrótomo manual, com

espessura de 5µm, sendo estes fixados em lâminas e submetidos a coloração

por hematoxilina e eosina (HE) (Beçak e Paulete, 1976).

Para leitura das lâminas e avaliação da altura de vilosidades e

profundidade de cripta, foi utilizado fotomicroscópio com luz acoplada ligado a

computador com programa de análise de imagens (ImageTool Version 3.0),

desenvolvido pela Universidade do Texas. Mediante a utilização desse

equipamento foram medidas 20 vilosidades quanto a suas extensões e 20

criptas no que se refere a sua profundidade.

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A determinação do comprimento de cada vilosidade intestinal foi

realizada pela projeção de uma linha medindo a distância existente entre a

extremidade superior da vilosidade e a porção inferior da mesma, delimitada

pela presença de glândulas intestinais. Para determinação da profundidade de

cripta, mediu-se a espaço denominado como cripta de Lieberkuhn situados

entre duas vilosidades, a qual se estende pela lâmina própria até o tecido

muscular. Também foi determinada a relação vilosidade/cripta para determinar

alterações na proliferação tecidual.

A determinação das taxas de deposição de gordura e proteína corporal,

seguiu a metodologia descrita por Scherer et al. (2011), onde ao final do

período experimental aos 21 dias, foi abatida uma ave por unidade

experimental, a qual foi depenada e pesada, sendo na sequência congelada e

moída em moedor industrial elétrico.

O conteúdo originado após a moagem de cada ave foi homogeneizado,

de onde retirou-se uma amostra, que foi pesada e pré seca em estufa de

ventilação forçada a 55ºC por 72 horas.

Após o período de pré-secagem, as amostras foram moídas em um

moinho do tipo bola e conduzidos ao Laboratório de Análises Bromatológicas

da UTFPR, onde foram determinados a matéria seca, proteína bruta e extrato

etéreo, além das taxas de deposição de proteína e gordura, em comparação

aos valores encontrados para as aves abatidas no início do período

experimental.

Para determinação das taxas de deposição de proteína (TDP) e

gordura (TDG) utilizou-se as fórmulas propostas de Fraga et al. (2008), sendo

essas adaptadas para que se obtivessem os valores de deposição da carcaça

e não de cortes de maneira individual:

TDP= (QPcf – QPci)/PE,

Sendo que QPcf representa a quantidade, em gramas, de proteína presente

nas aves ao final; QPci representa a quantidade de proteína, em gramas, nas

aves iniciais e ; PE representa o período experimental, em dias. Os valores de

QPcf foram obtidos, multiplicando-se o peso médio das aves de cada unidade

ao final experimento pelos valor médio de proteína bruta; já os valores de QPci

foram obtidos multiplicando-se o peso inicial das aves de cada unidade

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experimental, pelo rendimento médio e pelo valor de proteína bruta do grupo

adicional de aves (10 pintinhos abatidos inicialmente).

A taxa de deposição de gordura foi calcula pela seguinte equação:

TDG = (QGcf – QGci)/PE,

em que, QGcf é a quantidade de gordura, em gramas, das aves ao final do

experimento; QGci é a quantidade de gordura , em gramas, das aves ao início

do experimento e; PE representa o período experimental, em dias. Os valores

de QGcf e QGci forma obtidos de maneira semelhante aos valores de QPcf e

QPci, apenas com a substituição entre os valores de proteína bruta pelos de

extrato etéreo.

Aos 42 dias com o intuito de observar um possível efeito residual da

inclusão do resíduo seco de cervejaria na alimentação dos frangos no período

de 1 a 21 dias, foram abatidas duas aves por unidade

experimental,previamente identificadas com peso médio variando em até 5%

do peso apresentado pela unidade da qual faziam parte.

As aves foram abatidas por meio de deslocamento cervical com

posterior sangria, sendo encaminhadas a escalda e na sequência a

depenagem. No decorrer do abate foram evisceradas e suas carcaças pesadas

individualmente, juntamente com seus respectivos cortes, órgãos e quantidade

de gordura abdominal.

A partir dos valores encontrados no abate foram determinados os

valores de rendimento de carcaça e de cortes como peito, coxa, sobrecoxa e

asa, além dos valores de peso relativo de órgão, ou seja, a participação de

cada um no peso final da ave, sendo avaliados órgãos como fígado, coração,

moela, intestino, bem como a porcentagem de gordura abdominal.

Os peitos inteiros provenientes do abate aos 42 dias foram submetidos

à avaliação de qualidade da carne, sendo as análises realizadas no Laboratório

de Análise de Alimentos e Qualidade de Carnes da Universidade Estadual do

Oeste do Paraná - UNIOESTE, Campus de Marechal Cândido Rondon.

Para a referida avaliação utilizaram-se os peitos das duas aves de

cada unidade experimental, sendo estes submetidos à metodologia de perda

de peso por cozimento, onde se utilizou a porção direita do músculo peitoral

(Pectoralis major) livre da pele e da gordura superficial, segundo a metodologia

proposta por Osório et al. (1998).

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Após pesadas, às amostras foram embrulhadas em papel alumínio e

cozidas em grill elétrico a 180°C, até que se atingisse uma temperatura interna

entre 82 e 85°C, aferida via termômetro. Na sequência as amostras

permaneceram em resfriamento à temperatura ambiente por uma hora, sendo

então pesadas novamente, onde diferença entre o peso inicial das amostras e

o peso após o processo, representou à perda gerada pelo cozimento.

Para a realização da análise de força de cisalhamento, utilizou-se as

mesmas amostras da perda de peso por cozimento. Para isso, foram retiradas

três amostras de cada peça, cada amostra compostas por 5 retângulos, com

aproximadamente 1,0 x 1,0 x 2,0cm (comprimento x espessura x largura),

sendo estes levados a um texturômetro Brookifield CT3 Texture Analyser,

acoplado com a proube TA 3/100, fixture TA-SBA, calibrado com força 0,01 Kg,

deformação de 20 mm, velocidade de teste de 2,5 mms-1. que mediu a força

necessária para cortar as amostras individualmente.

Para a correta mensuração da força necessária para o corte, as

amostras foram colocadas com as fibras orientadas no sentido perpendicular à

lâmina do aparelho.

A determinação da perda de água por gotejamento ocorreu através de

duas amostras cortadas da porção esquerda de cada peito, pesadas em

balança analítica, de modo a determinar assim o peso inicial da amostra.

Tendo sido estabelecido o peso de entrada das amostras no processo, as

mesmas foram envolvidas em papel filtro previamente identificado, com o

respectivo tratamento e a repetição e acondicionadas em uma centrífuga, onde

permaneceram por quatro minutos a 2000rpm, sendo em seguida direcionadas

a uma estufa para determinação do peso final.

Os resultados encontrados mediante a utilização do RSC foram

submetidos ao Sistema de Análises Estatísticas – SAEG (Universidade Federal

de Viçosa – UFV, 1999), sendo as estimativas dos melhores níveis de inclusão

de RSC estabelecidos por meio de modelos de regressão polinomial. Para

avaliar o efeito dos níveis de inclusão em relação a ração controle foi aplicado

o teste de Dunnett ao nível de 5% de probabilidade.

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56

Resultados e discussão

Quando comparamos os resultados obtidos para os índices

zootécnicos, mediante o fornecimento da ração testemunha (0% de inclusão),

com cada uma das rações contendo diferentes níveis de inclusão do resíduo

seco de cervejaria (RSC), observamos que não houveram diferenças (P>0,05)

entre os tratamentos.

Da mesma forma, não foi observado efeito mediante aplicação de

regressão polinomial para os parâmetros de consumo médio de ração, ganho

médio de peso, e conversão alimentar no período avaliado de 1-21 dias, bem

como no período compreendido entre o final do período experimental e o abate

das aves aos 42 dias. (Tabela 2).

Tabela 2. Desempenho de frangos de corte na fase de 1-21, 1-42 dias alimentados com níveis crescentes de resíduo seco de cervejaria.

Inclusão RSC (%)

CR (kg) GP (kg) CA (kg kg-1

) CR (kg) GP (kg) CA (kg kg-1

)

1 a 21 dias de idade 1 a 42 dias de idade

0 1,270 902 1,407 4,638 2,795 1,659 2 1,241 877 1,415 4,600 2,727 1,687

4 1,246 891 1,398 4,606 2,759 1,670

6 1,246 898 1,387 4,590 2,768 1,658 8 1,251 902 1,386 4,592 2,798 1,642

10 1,228 889 1,381 4,579 2,798 1,637

CV (%) 3,29 4,40 4,21 3,57 2,98 3,57 EPM 0,006 0,006 0,009 0,002 0,013 0,010

P 0,580 0,827 0,872 0,990 0,542 0,646

CR: Consumo de ração, GP: Ganho de peso, CA: Conversão alimentar, CV: Coeficiente de variação, EPM: Erro padrão médio, P: probabilidade.

Os valores de consumo de ração, ganho de peso e conversão

alimentar no período de 1 a 21 e de 1 a 42 dias não apresentaram variação

mediante análise de regressão, sugerindo que a inclusão de RSC possa ser

feita nas dietas em níveis de até 10 % sem que seja prejudicado o

desempenho das aves nessas fases.

Um fator que pode ter contribuído para que os resultados se

mantivessem inalterados, mesmo quando da inclusão dos maiores níveis de

RSC foi a presença de leveduras, utilizadas durante os processos de

fermentação cervejeira, em especial as do gênero Saccharomyces spp., as

quais quando desidratadas compõem em uma fonte de biomassa de alta

qualidade na alimentação animal.

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57

Além disso, a presença das leveduras minimiza o efeito antinutricional

dos teores de fibra existentes no resíduo seco de cervejaria, os quais poderiam

afetar de uma maneira direta a digestibilidade das dietas e consequentemente

o desempenho das aves.

Os principais elementos presentes nos produtos derivados da cevada

que podem influenciar os resultados de desempenho são os β-glucanos, que

representam a maior porção da fibra solúvel, tendo como característica

principal a de preenchimento do trato gastrointestinal, interferindo na

viscosidade do quimo intestinal e no tempo de passagem.

No entanto, a presença das leveduras nas dietas tem a capacidade de

agir sobre as fibras, onde por meio de processos de fermentação promovem a

quebra de parte dessas com a liberação dos nutrientes de sua composição, o

que até então era uma fonte praticamente indisponível para aves (SILVA et al.,

2009).

Em comparação a outros experimentos, que também utilizaram

subprodutos agroindustriais com elevados teores de fibra na alimentação de

frangos de corte, observa-se que os valores encontrados para conversão

alimentar são melhores para ganho de peso e conversão alimentar que os

relatados por Furlan et al. (2001), quando da inclusão de 10% de farelo de

girassol, no qual encontraram valores de 1,54 para conversão alimentar e 710

gramas para ganho de peso aos 21 dias.

Da mesma forma Fonseca et al.(2015), utilizando-se de farinha de

mesocarpo de babaçu na proporção de 10% de inclusão obtiveram resultados

inferiores aos encontrados mediante o uso de RSC, demonstrando que a

porção fibrosa do RSC foi influenciada em grande parte pela presença de

leveduras o que alterou o valor nutricional da dieta e propiciou a obtenção dos

resultados como os encontrados.

A existência desse tipo de resposta nessa fase de 1a 21 e 1 a 42 dias

frente a utilização dos níveis crescentes de RSC demonstra o seu potencial

como matéria prima na alimentação de frangos de corte, tomando

principalmente como referência as necessidades nutricionais dessa fase, que

são elevadas acompanhando a necessidade de desenvolvimento das aves

(NAKAGE, 2007).

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Os valores do perfil bioquímico sanguíneo das aves aos 21 dias para

as variáveis: colesterol (COL), triglicerídeos (TAG), ácido úrico (AU), creatina

(CR), e proteínas totais (PT) (Tabela 3) não demonstram alterações (P>0,05),

frente a presença das fibras do resíduo seco de cervejaria nas dietas em

especial as com características de solubilidade.

Tabela 3. Análise da composição sanguínea de frangos de corte de 21 dias de idade alimentados com resíduo seco de cervejaria. Inclusão RSC (%) Col (mg

dL-1

) TAG (mg

dL-1

) AU (mg

dL-1

) CR (mg

dL-1

) AST (UI

L-1

) ALT (UI

L-1

) PT (g L

-

1)

0 161,5 46,5 4,02 0,20 225,00 1,49 2,98 2 162,5 45,5 4,32 0,20 234,42 1,51

3,42

4 152,4 44,2 4,32 0,23 237,71 1,55

3,01 6 150,4 46,1 4,22 0,20 264,57 1,61 3,15 8 155,1 43,0 4,71 0,22 263,14 1,58

2,94

10 143,4 41,4 4,47 0,21 250,57 1,53

2,69

CV 9,72 10,78 12,15 9,88 7,44 4,96 6,26

EPM 2,399 0,749 0,008 0,003 3,507 0,012 0,044

P 0,183 0,326 0,272 0,062 0,001 0,044 0,079 Linear <0,001 0,033

Quadrática 0,050 0,026 Equações

AST AST = 221,031+9,19337*RSC -0,575255*RSC2(R2= 0,33) ALT ALT = 1,47347 + 0,0352234*RSC - 0,0027551*RSC2 (R2= 0,21)

COL: colesterol, TAG: triglicerídeos, AU: ácido úrico, CR: creatina, AST: aspartato aminotransferase, ALT: alanina aminotransferase, PT: proteínas totais. g/L: gramas por litro, mg dl

-1: miligramas por decilitro, UI: unidades internacionais por litro.

NS: Não Significativo CV: coeficiente de variação EPM: Erro padrão médio

Os níveis de CR e PT apresentaram-se dentro dos níveis de referência

propostos por Ritchie et al.,(1994) e Harr (2002), que são de 0,1 a 0,4 mg dl-1 e

2,5 a 4,5 g/l, respectivamente. Normalmente alterações nos níveis séricos com

respostas diferente do observado são muito incomuns, tendo em vista que as

concentrações de creatina em aves estão sujeitas a excreção antes mesmo

de convertidas em creatinina.

Os valores COL e TAG, assim como os valores de CR e PT

demonstrados anteriormente não apresentaram efeito da inclusão do resíduo

seco de cervejaria sobre seus valores, normalmente observa-se que os

elevados níveis de β-glucanos presentes nos subprodutos, podem atuar

positivamente sob as taxas de colesterol e triglicerídeos (ROSIN, 2012), agindo

principalmente no aumento da viscosidade do conteúdo intestinal e

consequentemente na absorção a nível intestinal dos metabolitos gerados pela

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digestão.

Os valores encontrados para colesterol são muito superiores aos

relatados por Zanetti (2015), que utilizou resíduo de semente de maracujá na

alimentação de frangos, contudo os valores de triglicerídeos não sofreram

elevação, pelo contrário ficando muito abaixo do encontrado por esse mesmo

autor. Uma possível explicação para essa elevação nos valores de colesterol

em comparação a outros trabalhos estão ligadas a utilização de óleo de soja

como elemento para equilibrar os níveis energéticos das dietas, principalmente

mediante a utilização do RSC.

Foi observado o desenvolvimento de um efeito quadrático quanto aos

valores de AST, tendo seu ponto máximo no nível 7,95 % de inclusão, no

entanto sem que houvesse uma comprometimento do tecido hepático, dada

a intima relação existente entre alterações nos níveis dessa enzima e a

qualidade do tecido hepático (CARÃO et al., 2013).

A ausência de alterações mais graves fica evidente ao observarmos

que valores encontrados para AST ficaram dentro dos valores de referência, ou

seja, abaixo do limite de 275UI/L-1 (THRALL et al., 2004), e de acordo com o

encontrado por Borsa et al (2006) que avaliado o perfil bioquímico de aves em

diferentes fases encontraram valores de 221± 60 UI/ L-1 para aves aos 21 dias

de idade.

O nível de AU encontrado difere do valor proposto por Lumeij (1997),

que sugere níveis de 1 a 2 mg dl-1 de sangue para aves jovens , aproximando-

se mais dos valores encontrados por Ross (1976), que trabalhando com

frangos de corte obteve resultados de 7,76 mg dl-1.

Muito embora, a literatura apresente uma grande variação quanto ao

nível de referência, os valores ficam abaixo do nível considerado tóxico por

Schmidt et al. (2007), que é de 15mg dl-1, ainda quanto a elevação dos

valores de ácido úrico em comparação a outros experimentos, Lumeij (1997)

sugere que isso possa ocorrer porque as aves jovens, tendem apresentar

concentrações séricas e de excreção proporcionalmente mais elevadas que

animais mais velhos.

Os valores de ALT assim como os de AST, apresentaram um

comportamento quadrático á medida que se elevaram os níveis de inclusão,

tendo como ponto máximo o nível de 6,39% de inclusão RSC. Mesmo com

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esse tipo de resposta mediante a análise de regressão polinomial, os valores

médios encontrados foram inferiores aos relatados por Borsa et al.(2006), para

frangos aos 21 dias e por Minafra et al.(2009) ao utilizarem gérmen de milho, o

que também ocorre ao compararmos com os resultados encontrado por Broch

(2015) que utilizou resíduo seco de mandioca.

A variação nos valores de ALT pode estar associada a outras

alterações fisiológicas e não vinculadas somente ao comprometimento

hepático, isso ocorre porque essa enzima pode ser encontrada em diversos

tecidos do organismo das aves, tais como músculos esqueléticos, coração e

pulmões, apresentando dessa forma um valor limitado no diagnóstico de

alterações hepáticas (TULLY et al., 2009; KANEKO et al., 2008).

Os valores de rendimento de carcaça e cortes nobres das aves aos 42

dias, para determinar a influência residual da inclusão de resíduo seco de

cervejaria, demonstraram (Tabela 4), que não houve interferência do RSC

sobre o desenvolvimento corporal das aves, sendo P>0,05.

Tabela 4. Rendimento de carcaça, peito, coxa, sobrecoxa e asa de frangos de corte abatidos aos 42 dias de idade. Inclusão RSC (%) Carcaça

(%) Peito (%) Coxa (%) Sobrecoxa

(%) Asa (%)

0 78,15 34,73 11,91 13,89 9,22 2 80,61 34,35 11,32 14,00 8,94 4 81,56 35,00 11,50 13,79 9,09 6 79,57 34,64 11,51 13,22 9,14 8 82,46 35,87 11,53 13,52 9,11

10 80.73 33,07 11,52 13,31 9,40

CV (%) 4,18 3,92 5,15 7,19 8,19 EPM 0,532 0,225 0,090 0,148 0,110

P 0,244 0,066 0,589 0,600 0,915

CV: coeficiente de variação; EPM: Erro padrão médio; P: probabilidade

Os valores de rendimento de carcaça não foram influenciados pela

presença dos níveis crescentes de RSC, apresentando valores semelhantes

aos relatados por Ferreira et al. (2012), com a introdução de raspas integrais

de raiz de mandioca e Karkow (2011), que utilizou farelo de arroz

desengordurado nas rações. Porém, tendo resultados superiores aos relatados

por Berwanger (2013), que se utilizou de torta de girassol como ingrediente da

dieta de frangos de corte.

Os valores de rendimento de cortes como asa, coxa e sobrecoxa

apresentaram comportamento semelhante ao relatado por Cuevas et al. (2012),

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que não observaram alterações sobre essas variáveis mediante a inclusão de

DDGS na dieta das aves. Contudo, os valores para rendimento de asa com a

foram reduzidos com a utilização de RSC, sendo inferiores aos encontrados

com a utilização de produtos provenientes do beneficiamento do girassol

(BERWANGER, 2013).

Para Roll et al. (1999) a ausência de resposta para rendimento de asa

se deve ao fato, de que o desenvolvimento desse parte do organismo e

reduzida em comparação a outros cortes como peito, coxa e sobrecoxa, sendo

muito difícil correlacionar seu desenvolvimento a presença de um novo

ingrediente.

Ainda quanto ao rendimento de cortes não foi observado efeito da

inclusão de RSC sobre a rendimento de carne de peito, assim como o

observado por Swiatkiewicza et al.(2014), que trabalharam com a inclusão de

DDGS nas dietas.

Na mensuração de peso relativo de órgãos e porcentagem de gordura

abdominal, os parâmetros não apresentaram diferença (P>0,05). Os valores de

gordura abdominal não demonstram a redução esperada frente à inclusão

crescente do RSC, pois alimentos como o resíduo de cervejaria apresentam

valores reduzidos de energia e uma porção fibrosa rica em elementos solúveis,

que interferem na digestibilidade de carboidratos, proteínas e gorduras (BRAZ

et al.,2011) .

Também não foi observado efeito sobre a taxa de deposição de

gordura abdominal, frente à adição de maiores níveis de óleo de soja nas

dietas, os quais tiveram seus valores elevados à medida que se elevaram os

níveis de inclusão, de modo a equilibrar o conteúdo energético das dietas, e

podendo contribuir para uma maior deposição de gordura abdominal.

Dessa forma os resultados encontrados sugerem que apesar do alto

valor de fibras que compõem o RSC, houve uma sobreposição da porção

proteica desse resíduo, sobre o valor energético das rações. Segundo Lesson

et al. (1996) ao elevamos os teores de proteína de uma dieta, minimizamos a

chance de termos uma maior deposição de gordura abdominal, dada a função

das proteínas estar muito mais relacionada ao desenvolvimento estrutural das

aves e não na formação de reservas energéticas.

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Foi verificado efeito dos níveis de inclusão RSC sobre o rendimento de

órgãos tais como coração, intestino e porcentagem de gordura abdominal

(Tabela 5).

Tabela 5. Valores para peso relativo de órgãos e porcentagem de gordura abdominal de frangos de corte alimentados com resíduo seco de cervejaria de 1-21 dias.

Inclusão de RSC (%) Fígado (%)

Coração (%)

Moela (%) Intestino (%)

GA (%)

0 1,65 0,41 1,65 3,58 2,42 2 1,64 0,48 1,74 3,59 2,40 4 1,76 0,47 1,82 3,42 2,09 6 1,74 0,49 1,79 3,42 1,98 8 1,70 0,50 1,69 3,68 1,70 10 1,58 0,50 1,66 3,56 1,95

CV (%) 11,70 17,31 13,23 5,29 23,84 EPM 0,019 0,128 0,034 0,030 0,082

P 0,560 0,360 0,643 0,087 0,079

GA: Gordua abdominal;CV: coeficiente de variação;EPM: Erro padrão médio; P: probabilidade Equação:

Os valores de rendimento de fígado, assemelham-se aos encontrados

por Lara et al. (2005), que trabalhando com peso de alojamento e faixa etária

de abate semelhantes, não observaram efeito destes no desenvolvimento das

aves e sobre o peso desse órgão. Também fica claro com esse tipo de

resposta que não houve hipertrofia do órgão, apesar do efeito quadrático para

os valores das enzimas hepáticas AST e ALT aos 21 dias, e que esses níveis

de inclusão não foram suficientes para desencadear uma degeneração

hepática o que explicaria o aumento dessa enzimas no plasma sanguíneo.

Os valores de rendimento de coração apresentaram um efeito linear,

com aumento do rendimento à medida que se elevaram os níveis de inclusão,

acompanhando dessa forma os valores de rendimento de carcaça, o que

sugere que com o aumento do desenvolvimento das aves estas necessitaram

de um maior fluxo sanguíneo, gerando assim um aumento desse órgão como

compensação.

Os valores de rendimento de moela apesar de não terem apresentado

um efeito da inclusão do RSC diferem do encontrado por BRAZ et al. (2011),

que observaram que a medida que se elevam os teores de fibra da dieta,

ocorre um maior desenvolvimento de moela e consequente aumento de peso,

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devido a dificuldade que as fibras proporcionam em reduzir os alimentos e

consequentemente melhorar a digestão e absorção.

Os valores para rendimento de intestino apresar da ocorrência de

alterações morfológicas na estrutura das vilosidades não apresentaram

alterações sugestivas de uma hipertrofia à medida que se elevaram os níveis

de inclusão. Esse tipo de resposta ocorreu como uma forma do organismo

compensar a presença de fibras em níveis crescentes, pois segundo Boleli et

al. (2002) o desenvolvimento intestinal sofre efeitos múltiplos, sendo o principal

desenvolvido pela nutrição, ressalta-se ainda que apesar das alterações o

peso relativo de intestino manteve-se similar em todos os níveis de inclusão.

Ainda em relação ao desenvolvimento intestinal, deve-se ficar claro que

os alimentos introduzidos nas rações, tem a capacidade de estimular através

de suas características químicas e físicas alterações em nível de mucosa, que

molda-se em resposta a constituição dos ingredientes utilizados, sobretudo

quando da ocorrência de substâncias e compostos que podem agir como

elementos antinutricionais, alterando o desenvolvimento não apenas da porção

mucosa do intestino, mas do órgão como um todo (MAIORKA, 2004).

Os valores de EE e PB na matéria natural das aves abatidas aos 21

dias sofreram influência dos níveis crescentes de RSC, da mesma forma

ocorreu com a taxa de deposição de gordura e proteína diárias (Tabela 6).

Tabela 6. Porcentagem de extrato etéreo, proteína bruta na matéria natural da carcaça de frangos alimentados de 1- 21 dias com resíduo seco de cervejaria. Inclusão RSC (%) EE (% MN) PB (% MN) TDG (g dia

-1) TDP (g dia

-1)

0 16,31

17,50 6,72 7,10 2 13,04

18,67

5,24 7,47

4 12,26

17,13

5,04 6,99 6 14,91 16,31

6,08 6,57

8 12,94 16,22 5,33 6,64 10 13,52 15,90 5,51 6,41

CV 12,54 5,75 13,87 6,63 EPM 0,331 0,203 0,144 0,086

P 0,001 < 0,001 0,003 0,001 Linear 0,037 < 0,001 0,064 < 0,001

Quadrática 0,019 0,634 0,032 0,616

Equações

EE (% MN) EE = 15,565 – 0,826655*RSC + 0,0657212*RSC2 (R

2 = 0,17)

PB (% MN) PB = 18,113 – 0,230486*RSC (R2 = 0,36)

TDG (g dia-1

) TDG = 6,35643 – 0,338872*RSC + 0,0271199*RSC2 (R

2 = 0,15)

TDP (g dia-1

) TDP = 7,326446 – 0,091365*RSC (R2 = 0,31)

EE: extrato etéreo; PB: proteína bruta; TDG: taxa de deposição de gordura; TDP: Taxa de Deposição de Proteína; MN: matéria natural. CV: coeficiente de variação.

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Os valores de EE e TDG sofreram efeito quadrático frente à inclusão

do RSC, tendo como ponto máximo no nível de 6,28 % de inclusão para EE (%

MN) e 6,24 % para os valores de TDP (g dia-1), para o Lara et al (2005) e

Vasconcellos et al (2010), uma resposta biológica animal esperada seria uma

alteração no teor de extrato etéreo em resposta a alteração nos valores de

proteína na carcaça pela relação inversa estabelecida entre a energia e

proteína, onde a medida que os valores de proteína da carcaça se elevam

ocorre um decréscimo nos índices de EE e vise versa.

No entanto, isto não ocorreu, pois os teores de PB na matéria natural e

TDP tiveram seus resultados influenciados mesmo com os menores níveis de

inclusão desenvolvendo um efeito linear, o que nos permite concluir que a

inclusão de RSC influenciou tanto a deposição de proteína quanto a de gordura

na carcaça, porém com níveis de inclusão distintos, onde o os valores de EE e

TDG podem ter sido influenciados mais tarde pela presença de óleo para

equilibrar a energia das dietas.

Segundo Mello et al.(2013) o RSC apresenta um teor elevado de fibras

insolúveis (61,83%), as quais são responsáveis por aumentar o tempo de

passagem do alimento pelo trato gastrointestinal (DAHLKE, 2001), fazendo

com que elementos nutritivos não sejam aproveitados e consequentemente

eliminados nas fezes, interferindo assim no desenvolvimento das aves e na

composição de sua carcaça.

Conforme Guyton e Hall (2006) à medida que se adicionam fibras a

dieta, são alterados os valores de viscosidade do conteúdo intestinal, fazendo

com que o organismo perca água por um processo de equilíbrio osmótico

elevando os teores de umidade das excretas e de passagem de nutrientes

(SILVA, 2002).

Os valores encontrados mediante a mensuração do comprimento das

vilosidades intestinais e profundidade de cripta, não foram influenciados pela

presença de RSC nas dietas (Tabela 7).

Tabela 7. Morfofisiologia da vilosidade, profundidade de cripta e relação vilo:cripta, do duodeno das aves abatidas aos 21 dias.

Inclusão RSC (%) Altura vilo(µm) Profundidade Cripta (µm)

Relação vilo:cripta

0 1185

223 5,33

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2 1202 224 5,38 4 1194 222 5,41 6 1184 226 5,26 8 1197 216 5,57 10 1188 230 5,16

CV (%) 2,97 7,43 8,65 EPM 0,005 0,002 0,069

P 0,926 0,762 0,674

CV: coeficiente de variação; EPM: Erro padrão médio, P: probabilidade.

Embora não tenha sido observado nesse trabalho possíveis alterações

na profundidade de cripta, um problema recorrente da utilização de alimentos

de origem vegetal é a presença de taninos, que irritam a parede intestinal

promovendo maior produção de muco e espessamento da região, pela sua

associação com a celulose e pectina na formação de um composto insolúvel

(GARCIA et al, 2005; BENEVIDES et al, 2011).

A exposição das aves a longos períodos com fornecimento de dietas

que contenham esse tipo de substâncias, podem interferir não só no

desenvolvimento das criptas e atividade das vilosidades, mas na funcionalidade

do órgão como um todo (JANSMAN, 1993).

O comportamento evidenciado no desenvolvimento das vilosidades é

semelhante ao obtido, por Oliveira et al. (2000) que também não observaram

diferença para os valores de vilosidades do duodeno com a utilização de

alimentos com bom valor proteico e a presença de altos teores de fibra, tendo

como matéria prima a leucena.

Apesar dos teores fibras não terem alterado o comprimento das

vilosidades, foi observado o surgimento de bifurcações nesta região do tecido

intestinal, o que para Aleixo et al. (2011) está associada a ineficiência da

região em captar nutrientes, frente a ação de fatores antinutricionais, onde o

organismo forma bifurcações para aumentar a superfície de contato e

absorção. Isso explica a ausência de alterações no comprimento das

vilosidades e na profundidade de cripta, refletindo nos resultados de

desempenho a final do período experimental e durante o abate.

Os parâmetros avaliados na determinação da qualidade de carne de

peito, não apresentaram efeito da inclusão sobre os resultados de perda por

cocção e força de cisalhamento (Tabela 8).

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Tabela 8. Parâmetros avaliados para qualidade de carne de peito de frangos de corte de 1-21 dias alimentados com RSC.

Níveis de Inclusão

Perda por Cocção

(%)

Perda de Água por Gotejamento(%)

Força de

Cisalhamento(Kgf/cm2)

0 24,0 22,1 2,55 2 23,3 23,4 2,62 4 24,2 22,2 3,11 6 23,8 21,9 3,46 8 25,2 21,5 2,43

10 24,5 21,3 2,47

CV 15,26 7,83 42,66

EPM 0,542 0,272 0,181

P 0,951 0,291 0,536

Kgf/cm2 : Quilograma-força por centímetro quadrado.

CV: coeficiente de variação;EPM: Erro padrão médio, P: probabilidade.

Fatores relacionados ao manejo pré-abate e ao acondicionamento das

amostras podem representar uma maneira muito mais direta, a ocorrência de

alterações nos valores de perda por cocção e de força de cisalhamento, em

comparação as alterações promovidas por condições de variabilidade

nutricional dentro das dietas.

Os valores encontrados para força de cisalhamento diferem do relatado

por Boiago et al.(2015) para aves comerciais de idade semelhante, onde os

resultados encontrados foram de 1,96 Kgf/cm2 para carne de peito. No entanto

Pavan et al.(2003) mensuraram o efeito da linhagem sobre o desenvolvimento

de peito, encontrando valores semelhantes aos observados nesse

experimento para linhagem Cobb 500, sugerindo que essa alteração na maciez

pode ser uma característica da própria linhagem.

Os resultados para perda de água por gotejamento foram os únicos

que demonstram efeito da presença de RSC nas rações com uma redução

linear, demonstrando uma menor capacidade de retenção de água nas aves

alimentadas com maior inclusão do RSC. Isto poderia sugerir uma maior rigidez

das fibras musculares pela perda de água gerada com a presença de fibras

que ao serem excretadas do organismo além de levarem nutrientes carreiam

água aumentando a umidade das excretas.

Conclusões

A inclusão de até 10% de resíduo seco de cervejaria, na alimentação

de frangos de corte no período de 1 a 21 dias, pode ser utilizada sem que

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ocorram prejuízos aos índices zootécnicos, rendimento de carcaça,

composição corporal, qualidade da carne e parâmetros sanguíneos.

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Capítulo 2

INCLUSÃO DE RESÍDUO SECO DE CERVEJARIA NA ALIMENTAÇÃO DE

FRANGOS DE CORTE DE 21A 42 DIAS DE IDADE

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Resumo

A demanda cada vez maior por proteínas de origem animal, aliada a tecnificação do processo produtivo, promovem a busca de fontes alternativas de alimentos que minimizem os efeitos da elevação dos preços, sem que seja prejudicado o desempenho produtivo animal. O experimento foi realizado na Unidade de Ensino e Pesquisa em Avicultura do Campus de Dois Vizinhos – UTFPR, com o objetivo de avaliar o resíduo seco de cervejaria como ingrediente nas rações de frangos de corte. O referido experimento teve seu

período de duração entre 21º e o 42º dia, onde foram utilizados 546 pintainhos,

com peso médio inicial de 865 8g, distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado, com 6 níveis crescentes de inclusão de resíduo seco de cervejaria (0, 2, 4, 6, 8, 10 %), com 7 repetições e 13 animais por unidade experimental. Foram avaliados quanto ao desempenho o ganho médio de peso (GMP), conversão alimentar (CA), consumo médio de ração (CMR). Aos 42 dias foram coletadas amostras sanguíneas e abatidas duas aves por unidade experimental, uma das aves foi utiliza para determinação dos teores de extrato etéreo (EE), proteína o bruta (PB), na matéria natural, e a outra foi utilizada para avaliar o desenvolvimento das vilosidades intestinais, bem como o efeito dos tratamentos no rendimento de carcaça, cortes nobres, peso de órgãos e análises sensoriais. Mediante os resultados encontrados foi constatado que o RSC interferiu sobre o desempenho das promovendo o desenvolvimento de um efeito linear sobre o ganho de peso das aves aos 42, onde a medida que se elevaram os valores de inclusão foi observado um maior ganho de peso pelas aves, efeito este não constatado pela variáveis CA e CR. Os valores séricos de COL também foram influenciados pela inclusão desse co-produto, onde para os valores de foi observado o desenvolvimento de um efeito quadrático, sendo que os valores de COL se elevaram promovendo a existência de um ponto máximo de resposta no nível de 4,96 % de inclusão, enquanto que os valores TAG, AU, CR, AST, ALT, PT e AU permaneceram inalterados apesar dos níveis crescentes RSC . Quando da avaliação do efeito da inclusão sobre o rendimento de carcaça, peito, coxa, sobrecoxa e asa não foi observada influência da inclusão sobre os valores encontrados, o mesmo ocorreu para os valores de peso relativo de órgãos e de GA, que não apresentaram efeito frente a inclusão. Os valores para taxa de deposição de proteína e gordura na matéria natural não apresentaram efeito dos níveis crescentes de inclusão, da mesma forma não foi observado efeito sobre os teores de PB e EE na matéria natural da carcaça das aves. Não foram constatadas alterações quanto ao comprimento de vilosidade e profundidade de criptas quando da avaliação da morfometria intestinal das aves, porém observado o desenvolvimento de bifurcações nas vilosidades, o que poderia sugerir um efeito de adaptação do organismo a presença de elementos antinutricionais. Quanto à análise de qualidade carnes não foram encontradas alterações nos valores de perda por gotejamento, perda por cocção e força de cisalhamento em resposta a inclusão do RSC em níveis crescentes. Mediante os resultados encontrados no presente experimento, sugere-se que a inclusão de 10% de RSC pode ser realizada sem que ocorram danos ao desempenho e desenvolvimento das aves, propiciando assim a utilização de uma nova fonte alimentar até então inexplorada e com inúmeras potencialidades.

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Palavras Chaves: cervejaria, desempenho, ingrediente, níveis, resíduo.

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Abstract

The increasing demand for animal protein, combined with technification of the

production process, promote the search for alternative food sources that

minimize the effects of higher prices, without being harmed the animal

productive performance. The experiment was conducted at the Unit of

Education and Research in Poultry Campus Dois Vizinhos - UTFPR, with the

objective of evaluating the brewery dry as ingredient in broiler rations. That

experiment had its time period between 21 and 42 days where 546 chicks were

used, with average weight of 865 8g, distributed in a completely randomized

design with 6 increasing levels of inclusion of dry brewery (0 2, 4, 6, 8, 10%)

with 7 replicates of 13 animals each. They were assessed for performance the

average weight gain (GMP), feed conversion (FC), average feed intake (CMR).

At 42 days blood samples and killed two birds were collected by experimental

unit, one of the birds was used to determine the amounts of ether extract (EE),

protein the gross (PB), the natural matter, and the other was used to assess the

development of intestinal villi and the effect of treatments on carcass yield,

noble cuts, weight of organs and sensory analysis. By the results it was found

that the RSC interfered on the performance of promoting the development of a

linear effect on weight gain of birds to 42, where the measure which increased

the values of inclusion was observed greater weight gain by birds, an effect not

observed by the CA and CR variables. The COL serum values were also

influenced by the inclusion of this co product, for which values was observed to

develop a quadratic effect, and the COL values are increased by promoting the

existence of a peak response at the level of 4.96 % inclusion, while TAG values,

AU, CR, AST, ALT, PT and AU remained unchanged despite increasing levels

RSC. When assessing the effect of inclusion on carcass yield, breast, thigh,

drumstick and wing was observed influence of the inclusion of the values

obtained, the same happened to the weight values relative organs and GA,

which had no effect front inclusion. The values for deposition rate of protein and

fat in natural matter showed no effect of increasing levels of inclusion, as there

was no effect on the levels of CP and EE in natural matter of housing the birds.

No changes in length of villi and crypt depth when assessing the intestinal

morphology of birds were observed, but observed the development of

bifurcations in the villi, which would suggest an organism adaptation of

antinutritional effect elements. As for the quality analysis meats were no

changes in loss of values drip, cooking loss and shear force in response to the

inclusion of RSC at increasing levels. Through the results of this experiment, it

is suggested that the inclusion of 10% of RSC can be performed without

incurring damage to the performance and development of birds, thus enabling

the use of a new food source hitherto unexplored and with great potential.

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Key words: beer, performance, ingredient levels, waste

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Introdução

A demanda cada vez maior de carne de frango para atender ao

mercado consumidor crescente, aliada a evolução nos padrões produtivos,

sobretudo no que diz respeito à nutrição, tem impulsionado buscas por novas

fontes alimentares que possam surgir como uma opção de ingrediente efetivo

dentro de programas nutricionais já consolidados.

A introdução de subprodutos nas dietas animais, além de reduzir o

efeito poluente destes quando depositados de maneira incorreta no meio

ambiente, permite o aproveitamento de nutrientes até então pouco explorados

em decorrência de sua origem e do processamento pelo qual foram originados.

Outro fator que deve ser levado em consideração na avicultura, com a

introdução de fontes alimentares alternativas está ligada a redução nos custos

de produção permitindo a elaboração de rações economicamente mais viáveis

e nutricionalmente mais produtivas.

No entanto, em sua maioria os alimentos alternativos são vistos apenas

como rejeitos, originados durante o processo de beneficiamento das matérias

primas principais, desconsiderando-se que durante o processo de

beneficiamento estes passam por transformações que podem transformá-los

em um alimento de alta qualidade, sobretudo na alimentação de animais

monogástricos (BELLAVER et al., 2013 ).

Dentre os subprodutos que podem figurar na composição de rações

para frangos de corte, o resíduo seco de cervejaria apresenta-se como uma

opção, devido aos altos níveis de proteína bruta presentes em sua composição

(CABRAL FILHO, 1999), apresentando valores nutricionais semelhantes e até

mesmo superiores ao do cereal de origem (CLARK et al., 1987) no entanto,

com teores de fibra solúvel capazes de interferir na absorção de outros

nutrientes das dietas.

A utilização do resíduo de cervejaria na alimentação animal é

amplamente difundida, onde existem relatos de sua introdução na alimentação

de cordeiros (BROCHIER e CARVALHO, 2009) cabras (SILVA, 2007), bovinos

(MENEGHETTI e DOMINGUES, 2008), suínos (ALBUQUERQUE, 2011) e

peixes (CRUZ et al., 1997), . Mediante isso, o presente trabalho teve por

objetivo avaliar o resíduo seco de cervejaria, como uma nova fonte alimentar

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na dieta de frangos de corte no período de 22 a 42 dias de vida, mensurando

assim os possíveis os efeitos de sua inclusão no desenvolvimento dos animais.

Materiais e métodos

O trabalho foi conduzido no aviário experimental, que compõem a

Unidade de Ensino e Pesquisa em Avicultura do Campus de Dois Vizinhos da

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, sendo o período experimental e

de avaliação compreendido entre o 22º a 42º dia, com posterior abate das aves

ao término do experimento. Todos os procedimentos inerentes à pesquisa

foram submetidos e aprovados pelo Comitê de ética e pesquisa animal da

referida universidade sob protocolo Nº 2014-005, seguindo as determinações

e orientações do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA, 2013).

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado,

com 6 diferentes níveis de inclusão do resíduo seco de cervejaria (0; 2; 4; 6; 8

e 10%), distribuídos em 7 repetições, totalizando 42 boxes, com 17 aves em

cada unidade experimental e densidade de 13 aves/m2.

Foram utilizados 546 frangos de corte, machos da linhagem Cobb 500

com vinte e dois dias de idade e peso inicial de 865 8 g, devidamente

vacinados em incubatório para as doenças de Marek, Bouba Aviária e

Bronquite Infecciosa, acompanhado de atestado de vacinação das matrizes

para Salmonelose.

O sistema de aquecimento utilizado dispunha de três campânulas do

tipo tambor, distribuídas ao longo do aviário. As trocas de ar foram feitas por

sistema de ventilação mista (longitudinal e forçada), com controle via painel

geral.

O fornecimento de água ocorreu por meio de bebedouros do tipo

nipple, sendo que todos os boxes dispunham de 5 bicos. O arraçoamento foi

feito por meio de comedouro pendular, sendo um para cada box previamente

identificado.

Ao início do experimento foi abatido um grupo adicional de 6 aves com

mesma e idade e média de peso das aves utilizadas no experimento, os quais

foram depenados e armazenados em um freezer para servirem como objeto de

comparação na determinação das taxas de gordura e proteína das carcaças.

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As rações foram formuladas tomando como elementos básicos em sua

composição o milho e o farelo de soja, de modo que atendessem as exigências

dos animais para aquela fase de desenvolvimento, seguindo as

recomendações de Rostagno et al. 2011, sendo o seu fornecimento ad libitum.

Tabela 1. Composição percentual e calculada das rações experimentais de 22 a 42 dias.

Níveis

Ingredientes 0 2 4 6 8 10

Milho Grão Moído 62,83 60,73 58,56 56,43 54,30 52,36

Soja Farelo 31,01 30,51 30,03 29,55 29,06 28,39

Óleo De Soja 2,51 3,14 3,76 4,39 5,01 5,60

Fosfato Bicálcico 1,27 1,26 1,25 1,24 1,23 1,23

Calcário 0,93 0,93 0,93 0,93 0,93 0,93

Sal Comum 0,44 0,44 0,44 0,44 0,44 0,45

Biolisina 0,40 0,41 0,41 0,42 0,42 0,45

Dl-Metionina 0,27 0,27 0,27 0,26 0,26 0,26

Premix 1

0,21 0,21 0,21 0,21 0,21 0,21

L-Treonina 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08

Resíduo Cervejaria Seco 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00

Total 100 100 100 100 100 100

Composição Calculada

Energia Metabolizável (Kcal/Kg) 3100 3100 3100 3100 3100 3100

Proteína Bruta(%) 19,90 19,90 19,90 19,90 19,90 19,90

Cálcio (%) 0,75 0,75 0,75 0,75 0,75 0,75

Fósforo Disponível (%) 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35

Lisina Digestível (%) 1,13 1,13 1,13 1,13 1,13 1,13

Metionina Digestível (%) 0,53 0,53 0,53 0,53 0,53 0,53

Metionina + Cistina Dig. (%) 0,82 0,82 0,82 0,82 0,82 0,82

Triptofano Digestível (%) 0,21 0,21 0,21 0,21 0,21 0,21

Treonina Digestível (%) 0,73 0,73 0,73 0,73 0,73 0,73

Potássio (%) 0,75 0,74 0,72 0,71 0,69 0,67

Sódio (%) 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 1Vitamina A 10.000.000 ui, vitamina D3 2.500.000 ui, vitamina E 20.000 ui, vitamina K3 2.500

mg, vitamina B1 1.800 mg, vitamina B2 6000 mg, vitamina B12 16.000 mcg, vitamina B6 2.600 mg, acido nicotínico 40.000 mg, acido pantatênico 12.000 mg, biotina 65 mg, acido fólico 1.000 mg, ferro 50.000 mg, cobre 9.000 mg, zinco 60.000 mg, manganês 70.000 mg, iodo 1.000 mg, selênio 300 mg, Veículo 1.000 G.

Os índices zootécnicos analisados quanto ao desempenho foram:

ganho de peso, consumo médio de ração e conversão alimentar no período

compreendido entre 21º e o 42º dia. Os valores de conversão alimentar foram

calculados em função do consumo de ração e do ganho de peso apresentado

pelas aves em cada unidade experimental, durante o período de avaliação e

corrigida pela mortalidade segundo o proposto por Sakomura e Rostagno

(2007).

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Para determinação dos valores de consumo médio de ração, foram

subtraídos dos valores fornecidos as quantidades referentes às sobras ao final

do experimento, em cada unidade experimental, tendo-se assim os valores da

ração consumida por unidade, o qual foi dividido pelo número de aves

estabelecendo-se o consumo médio para cada animal.

Os valores de ganho de peso foram obtidos da subtração entre os

valores de peso final, apresentado por cada unidade experimental e o de início

do período experimental, obtido durante a distribuição das aves aos 21 dias.

Aos 42 dias para determinar possíveis alterações fisiológicas, na

composição sanguínea das aves, foram selecionadas duas aves por unidade

experimental de maneira aleatória, as quais depois de mantidas em jejum de 6

horas, foram submetidas à coleta de sangue por meio de acesso braquial

através da veia ulnar.

O sangue coletado foi centrifugado e o soro separado foi congelado

para determinação dos valores de colesterol (COL), triglicerídeos (TAG), ácido

úrico (AU), creatinina (CR), aspartato aminotransferase (AST), alanina

aminotrasferase (ALT) e proteínas totais (PT), albumina (ALB) e uréia (U) .

As leituras das amostras foram realizadas por meio de ―kits‖ comerciais

(Elitech SA), com auxílio de espectrofotômetro automático (Flexor EL-200,

Elitech), de calibração automática e leitura de alta performance.

Aos 42 dias uma ave por unidade experimental, com peso médio

variando em até 5% em relação à média do grupo foi sacrificada, sendo através

desse abate determinados os valores rendimento de carcaça e cortes como

peito, coxa, sobrecoxa e asa, além da determinação do peso relativo de órgãos

como fígado, coração, moela e intestino no peso final das aves aos 42 dias,

também foi determinado o percentual de gordura abdominal.

Ainda durante o abate foram coletadas amostras do intestino delgado

referentes ao duodeno, para verificação de possíveis alterações na morfometria

deste tecido frente os níveis crescentes de inclusão de RSC.

A coleta das amostras se deu em uma ave por repetição, a porção

coletada apresentava aproximadamente 3 cm de comprimento.Após coletados

os fragmentos intestinais foram fixados em uma superfície rígida, evitando-se

possíveis deformações do tecido e acondicionados em recipiente contendo

formalina a 10%, onde permaneceram por 24 horas. Após transcorrido o

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período de exposição à formalina foram transferidos para recipientes com

álcool a 70%,permanecendo ai até seu processamento.

Para confecção dos cortes histológicos, as amostras passaram por um

processo de desidratação crescente, em alcoóis (80, 90, 95 e 100%) e

posteriormente foram tratados com xilol e incluídos em paraplast. Os blocos

formados mediante a introdução das amostras coletadas foram cortados em

micrótomo manual na espessura de 5µm, e os cortes submetidos à coloração

Hematoxilina e Eosina (HE) segundo proposto por Beçak e Paulete(1976).

Para visualização e mensuração dos comprimentos de vilosidades e

profundidade de criptas, das lâminas confeccionadas a partir das amostras

coletadas aos 42 dias, foi utilizado fotomicroscópio com luz acoplada

previamente ligado a computador com programa de análise de imagens

(ImageTool. Version 3.0), desenvolvido pela Universidade do Texas. Através do

qual, foram medidas 20 vilosidades quanto a suas extensões e 20 criptas no

que se refere a sua profundidade.

A determinação do comprimento de cada vilosidade intestinal foi

realizada pela projeção de uma linha medindo a distância existente entre a

extremidade superior da vilosidade e a porção inferior da mesma, delimitada

pela presença de glândulas intestinais. Para determinação da profundidade de

cripta, mediu-se a distância existente entre o ponto mais profundo da cripta de

Lieberkuhn e o tecido muscular abaixo das criptas. Também foi determinada a

relação vilosidade/cripta com o intuito de observar se ocorreram alterações no

tecido, principalmente relacionadas a proliferação tecidual.

Para determinar as taxas de deposição de gordura e proteína no final

do período experimental, foi abatida mais uma ave de cada unidade

experimental, com peso variando em até 5% em relação à média do box, a qual

foi depenada por meio de depenadeira automática e pesada, sendo na

sequência acondicionada em freezer, para que sua análise quanto aos valores

deposição de proteína e gordura pudessem ser comparadas as aves abatidas

no início do experimento.

Posteriormente ao congelamento, as aves foram cortadas em serra do

tipo fita e moídas em moedor industrial elétrico. O conteúdo gerado pela

moagem de cada ave foi homogeneizado, retirando-se uma amostra do

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conteúdo, o qual foi pesado e pré-seco em estufa de ventilação forçada à 55ºC

por 72 horas.

Após o período de pré-secagem, as amostras foram moídas em um

moinho do tipo bola e acondicionadas em sacos plásticos previamente

identificados, para serem conduzidos ao Laboratório de Análises

Bromatológicas da UTFPR, onde foram determinadas as análises de matéria

seca, proteína bruta e extrato.

Para determinação das taxas de deposição de proteína (TDP) e

gordura (TDG) utilizou-se as fórmulas propostas de Fraga et al. (2008), sendo

essas adaptadas para que se obtivessem os valores de deposição na carcaça:

TDP= (QPcf – QPci)/PE,

sendo que QPcf representa a quantidade, em gramas, de proteína presente nas

aves ao final; QPci representa a quantidade de proteína, em gramas, nas aves

adicionais e ; PE representa o período experimental, em dias. Os valores de

QPcf foram obtidos, multiplicando-se o peso médio das aves de cada unidade

ao final experimento pelos valor médio de proteína bruta; já os valores de QPci

foram obtidos multiplicando-se o peso inicial das aves de cada unidade

experimental, pelo rendimento médio e pelo valor de proteína bruta do grupo

adicional de aves (6 frangos abatidos no início do experimento).

A taxa de deposição de gordura foi calcula pela seguinte equação:

TDG = (QGcf – QGci)/PE,

em que, QGcf é a quantidade de gordura, em gramas, das aves ao final do

experimento; QGci é a quantidade de gordura , em gramas, das aves ao início

do experimento e; PE representa o período experimental, em dias. Os valores

de QGcf e QGci forma obtidos de maneira semelhante aos valores de QPcf e

QPci, apenas com a substituição entre os valores de proteína bruta pelos de

extrato etéreo.

Para avaliação da qualidade de carne de peito foram utilizados os

peitos inteiros (Pectoralis major) das aves provenientes da determinação de

rendimento de carcaça e cortes, abatidas aos 42 dias, sendo as análises

realizadas no Laboratório de Análise de Alimentos e Qualidade de Carnes da

Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE, Campus de Marechal

Cândido Rondon.

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Para análise de perda por cozimento, foi utilizada a porção direita do

músculo peitoral (Pectoralis major) das aves, após estarem livres da pele e

desengordurados segundo metodologia proposta por Osório et al. (1998).

As amostras foram embrulhadas em papel alumínio e cozidas em grill

elétrico, em ambas as faces a uma temperatura 180°C, permanecendo neste

até atingirem temperatura interna entre 82 e 85°C, que foi aferida

individualmente via termômetro. Após isso, as amostras foram resfriadas à

temperatura ambiente por uma hora, sendo posteriormente pesadas

novamente, onde a diferença entre o peso inicial das amostras e o peso final

após o cozimento demonstrou à perda gerada pelo cozimento.

Para a verificação da força de cisalhamento,utilizou-se a porção de

peito proveniente da análise de perda por cozimento. Para isso, foram retiradas

três amostras de cada peça, cada amostra compostas por 5 paralelepípedo

com aproximadamente 2,0 x 2,0 x 1,5cm (comprimento x espessura x largura),

sendo estes avaliados a um texturômetro Brookifield CT3 Texture Analyser,

acoplado com a proube TA 3/100, fixture TA-SBA, calibrado com força 0,01 Kg,

deformação de 20 mm, velocidade de teste de 2,5 mms-1. que mediu a força

necessária para cortar as amostras individualmente.

A porção esquerda do músculo peitoral (Pectoralis major) foi utilizada

para determinação da perda de água por gotejamento. Para tanto foram

cortadas duas amostras de cada peça, as quais foram pesadas em balança

analítica, determinando-se assim o peso inicial da amostra. Após determinados

os pesos de entrada das amostras no processo as mesmas foram envolvidas

em papel filtro e acondicionadas em uma centrífuga, onde permaneceram por 4

minutos a 2000rpm, sendo em seguida direcionadas a uma estufa para

determinação do peso final. Através da diferença encontrada entre os valores

determinou-se a perda de água da amostra.

Os resultados encontrados mediante a utilização do RSC foram

submetidos ao Sistema de Análises Estatísticas – SAEG (Universidade Federal

de Viçosa – UFV, 1999), sendo as estimativas dos melhores níveis de inclusão

de RSC estabelecidos por meio de modelos de regressão polinomial. Para

avaliar o efeito dos níveis de inclusão em relação a ração controle foi aplicado

o teste de Dunnett ao nível de 5% de probabilidade.

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Resultado e discussão

As variáveis de desempenho representadas pelo consumo de ração

(CR), ganho de peso (GP) e conversão alimentar (CA) (Tabela 2),

apresentaram efeito, sendo P˃0,05 quando da inclusão do RSC na forma de

níveis crescentes, sendo observado um efeito linear para os valores de ganho

de peso e conversão.

Tabela 2. Desempenho de frangos de corte na fase de 21a 42dias alimentados com níveis crescentes de RSC.

Inclusão RSC (%) CR (kg) GP (kg) CA (kg kg-1

)

21 A 42 dias de idade

0 3,355 1,937 1,732 2 3,352 1,908 1,757 4 3,394 1,935 1,754 6 3,407 1,958 1,740 8 3,416 2,004 1,704

10 3,390 1,956 1,733

CV (%) 1,98 2,52 2,22

EPM 0,0104 0,0085 0,0061

P 0,374 0,026 0,153 Linear 0,014

Quadrática

CR: Consumo de ração, GP: Ganho de peso; CA: Conversão alimentar; CV: Coeficiente de variação; EPM: Erro padrão médio; P: Probabilidade. .

Os valores de consumo de ração equipararam-se ao encontrados por

Ferreira (2010), quando da utilização de raspas integrais de mandioca nas

dietas de frangos de corte aos 42 dias, também pode-se destacar, que os

valores encontrados para conversão alimentar e ganho de peso para as aves

alimentadas com raspas de mandioca, foram muito inferiores aos do presente

trabalho.

Os valores encontrados para CA foram superiores aos ao relatado por

Silva (2013), quando da avaliação do potencial produtivo da linhagem Cobb, o

qual obteve o valor de 1,71 quilos de ração por kg de frango, no abate aos 42.

No entanto, tais resultados nos permitem crer que a presença de fibras do

resíduo seco de cervejaria, não desempenhou um papel limitante para o

desenvolvimento das aves, não intervindo negativamente sobre o valor nutritivo

da dieta.

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A presença das leveduras na composição do RSC pode ter agido de

maneira direta, pois a medida que elevou-se os níveis de inclusão houve uma

melhora no desempenho das aves, fazendo que tivéssemos uma

homogeneidade de respostas como pode ser observado, merecendo-se

destacar principalmente os valores de desempenho das aves que receberam

8% inclusão as quais foram superiores as aves da testemunha.

Os valores de conversão alimentar encontrados contrapõem-se a

Ramos et al. (2006), os quais afirmam que a elevação na taxas de fibra de uma

dieta, sobretudo para aves, pode reduzir a disponibilidade de nutrientes e como

consequência interferir no desempenho das mesmas, o que não ocorreu neste

trabalho e fica claro pelos valores demonstrados (Tabela 2).

Outro fator que corrobora na funcionalidade do RSC como fonte

alimentar, é demonstrado pelo peso abaixo do ideal para linhagem e idade das

aves, ou seja, 885g, no inicio do período experimental (COBB VANTRESS,

2009) apresentaram um ganho de peso a compensatório que as permitiu

finalizar o período experimental dentro da faixa preconizada como ideal para o

abate.

A existência de um ganho de peso compensatório durante a utilização

do RSC, sugere que a porção fibrosa mesmo em elevadas concentrações não

interferiu no desenvolvimento das aves, o que reforça ainda mais o um possível

efeito da presença de leveduras interagindo de maneira benéfica ao

desenvolvimento das aves, isto vai de encontro ao proposto por Braz et al.

(2011), que sugerem que as elevadas concentrações de fibra tende a trazer

danos ao desenvolvimento das aves, quando utilizadas sem a presença de

componentes que interfiram sobre seu valor antinutricional, permitindo a

retomada do desempenho somente após terem sido suspensas as inclusões

desse ingrediente nas dietas.

Os valores encontrados com a utilização do RSC, em comparação a

outros experimentos realizados com outros subprodutos como resíduo de

manga (VIEIRA et al., 2008), farelo de girassol (FURLAN et al.,2001) DDGS

(SCHÖNE, 2015) e farelo de algodão ( CARAVALHO et al., 2010), sugerem

que o resíduo de cervejaria apresenta uma capacidade nutritiva muito pouco

explorada, com grande potencial para utilização nas rações comerciais de

aves.

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Os valores obtidos mediante a avaliação sanguínea (Tabela 3)

demonstram que houve efeito P˃0,05 da inclusão sobre os valores de

colesterol (COL), fato que não se repetiu nas demais variáveis representadas

pela creatina (CR), albumina (ALB) alanina aminotrasferase (ALT),

triglicerídeos (TAG), ácido úrico (AU), creatina (CR), aspartato

aminotransferase (AST), albumina (ALB), proteínas totais (PT) e Uréia (U) que

não demonstraram alterações frente a inclusão de RSC .

Tabela 3. Parâmetros sanguíneos de frangos de corte aos 42 dias de idade alimentados com RSC de 21 a 42 dias.

NS: Não Significativo, CV: coeficiente de variação, P: probabilidade. COL: colesterol, TAG: triglicerídeos, AU: ácido úrico, CR: creatina, AST: aspartato aminotrasferase, ALB: albumina, PT: proteínas totais, ALT: alanina aminotrasferase; U: uréia. g/L: gramas por litro, mg dl

-1: miligramas por decilitro, UI: unidades internacionais por litro

Os valores de TAG mesmo com a inclusão de RSC permaneceram

inalterados em relação a ração testemunha. No entanto, estão muito abaixo

dos relatados por Evans et al.(1977) e Santos (2015), que encontraram valores

de 150mg dl-1 e 173mg dl-1 de sangue respectivamente, aproximando-se

apenas do encontrado por Rosin (2012) avaliando a inclusão de níveis

crescentes de cevada na alimentação de frangos de corte, o que permite

determinar que esse tipo de resposta se trata de uma resposta intrínseca desse

cereal .

Ainda em relação à inclusão da cevada na alimentação de frangos de

corte Rosin (2012), relata não ter observado alterações significativas mediante

a inclusão de até 10% de cevada, sobre valores triglicerídeos no soro

Inclusão RSC (%)

Col(mg dL-1)

Tag(mg dL-1)

AU

(mg dL-1)

CR

(mg dL-1)

AST

(UI L-

1)

ALB

(g dL-

1)

PT (g L-1)

ALT

UI L-

1)

U (mg dL-1)

0 130,4

33,5 2,53 0,18 423,8 1,50 3,31 11,1

1,90 2 129,3

31,7 2,12 0,19 364,7 1,52 3,20 9,2

1,40

4 141,2

33,7 2,15 0,19 410,1 1,59 3,23 9,7

1,90 6 147,3

28,5 2,47 0,20 387,6 1,61 3,22 8,8

1,90

8 134,4

28,3 2,03 0,20 351,2 1,63 3,39 7,7

1,40 10 125,5

30,0 2,01 0,20 401,5 1,53 3,16 8,9

1,60

CV 10,59 16,76 38,26 10,60 22,24 8,43 9,82 28,78 45,66

EPM 2,403 0,837 0,129 0,003 13,388 0,020 0,048 0,423 0,1188

P 0,012 0,077 0,624 0,396 0,416 0,161 0,625 0,128 0,402 Linear 0,793

Quadrática 0,002

Equação

Col Col = 126,679 + 6,12536*RSC - 0,616964RSC2 (R

2= 015)

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sanguíneo de frangos de corte, o que poderia explicar a inexistência de

resposta frente à inclusão do RSC também em níveis crescentes, inclusive

quando da utilização de seu maior nível, ou seja, 10%.

Os níveis de AU não foram influenciados pela inclusão, ficando abaixo

do proposto por Ross et al. (1978), que relataram valores iguais a 4,42 mg dl-1

de sangue, o que revela que a porção proteica do RSC não foi capaz de

propiciar por meio de sua quebra um maior acúmulo desse tipo de metabólito

no organismo das aves.

Assim como os valores encontrados para AU, os valores para

concentração de U a nível plasmático não apresentaram variação, quando da

comparação entre os tratamentos e a ração sem inclusão, estando estes dentro

do proposto por Schmidt et al. (2007), com valores variando entre 0 e 5 mg dl-1

de sangue.

Os valores de creatina apresentaram um comportamento dentro do

proposto por Saukas (1993), que definiu como padrão para essa variável

valores entre 0,16 e 0,41 mg dl-1. A existência de alterações nos valores dessa

variável em geral estão associadas a quadros patológicos, sendo sua elevação

um possível indicativo de redução da atividade renal acompanhada de uma

degeneração do tecido muscular, e que nesse caso poderiam ter sido

propiciadas em resposta da inclusão desse co-produto.

Para as enzimas hepáticas AST e ALT, os valores encontram-se

superiores aos propostos por Borsa et al. (2006), que encontraram 209±17 UI/L

e 7±7UI/L respectivamente.

A presença de valores superiores ao relatado na literatura inclusive

para as aves do tratamento controle, podem estar associadas a dificuldades no

momento da coleta das amostras, pois reações de hemólise podem

desencadear esse tipo de alterações, tendo em vista que esse tipo de enzima

se encontra na membrana das hemácias, em níveis muitas vezes superiores

aos existentes naturalmente no plasma sanguíneo (HOCHLEITHNER et al.,

1994).

O nível de ALB encontra-se, dentro do valor definido como padrão por

Ross et al. (1978), situando-se entre 1,08 e 1,61. Já os valores de PT, situam-

se abaixo do proposto por Kaneko et al. (1997), que para frangos de corte é de

5,6 mg/dl-1 de sangue

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Os valores de colesterol muito embora se apresentem próximos aos

encontrados por Ross et al. (1978), entre 72 a 130 mg dl-1 para frangos da

linhagem Cobb, demonstraram um comportamento quadrático com ponto

máximo determinado no nível de 4,96 % de inclusão.

Essa elevação de valores para variável colesterol é incomum, sobre

tudo pela utilização de um resíduo que apresenta elevados teores de fibra,

composta em grande maioria por polissacarídeos não amiláceos, dentre os

quais ressaltam-se os beta-glucanos, (BEDFORD, 1996), que possuem a

capacidade de reduzir essa variável a nível plasmático, quando presentes em

altas concentrações nas dietas.

Um possível fator que pode ter contribuído para essa elevação, quando

se objetivava uma redução dos valores dessa variável, foi a necessidade de

serem introduzidas nas dietas quantidades crescentes de óleo de soja, com o

intuito de equilibrar o valor energético da dieta, reduzido com a presença de

fibras encontradas no produtos e subprodutos de origem cerealífera em

especial a cevada (WARD e MARQUARDT, 1987).

Os valores encontrados para rendimento de carcaça e de cortes nobres

(Tabela 4) não apresentaram alterações em reposta a inclusão (P˂0,05).

Tabela 4. Rendimento de carcaça, peito, coxa, sobrecoxa e asa de frangos de corte alimentados com resíduo seco de cervejaria de 21 a 42dias de idade

Níveis de Inclusão

Carcaça (%) Peito (%) Coxa (%) Sobrecoxa (%) Asa (%)

0 85,1 35,4 11,1 12,4 8,78 2 77,3 38,7 12,7 14,6 9,57 4 83,8 34,9 11,1 13,1 8,95 6 82,2 34,2 12,0

13,6 9,05

8 82,4 34,1 11,4 13,3 8,72 10 82,4 33,4 12,0 13,2 9,17

CV 8,14 16,85 12,79 15,56 12,03

EPM 0,282 0,897 0,235 0,319 0,163

P 0,450 0,627 0,301 0,501 0,722

CV- coeficiente de variação.

Os resultados para rendimento de carcaça foram superiores aos

obtidos quando da utilização de outros co-produtos agroindustriais também na

forma de níveis, como é o caso do resíduo de arroz (CANCHERINI et al.,

2008), do ensilado de grãos de sorgo (GONÇALVES et al., 2007), e da

inclusão de DDGS de milho (SANTOS et al., 2015)

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O rendimento de peito embora não tenha demonstrado um efeito da

inclusão sobre seus valores, apresentou resultado semelhante ao relatado por

Vasconcellos et al. (2010), onde pode-se ressaltar que mesmo com os níveis

de fibra da dieta elevados, não foram suficientes para interferir no

desenvolvimento das ave se na absorção de nutrientes. Isto fica demonstrado

nos valores de rendimento de peito, que é o principal corte a apresentar

variação de peso em resposta a diferentes níveis proteicos nas dietas dado o

aporte de nutrientes necessários para sua formação ( COSTA et al., 2001).

Os valores para rendimento de asa se equiparam ao encontrado por

Santos et al. (2015), porém com valores para coxa e sobrecoxa inferiores em

comparação com esse mesmo autor. A existência desse tipo de resposta em

relação a esses cortes pode estar associada aos baixos níveis do aminoácido

lisina presentes no RSC, quando da comparação a outros ingredientes

proteicos, o que poderia explicar também a ausência de efeito sobre os valores

de rendimento peito observado anteriormente, pois segundo Kerr et al (1999)

os níveis de lisina da dieta tem total influência no desenvolvimento da carcaça

e de cortes como peito.

Os valores referentes aos pesos relativos de órgãos e de gordura

abdominal não sofreram influência dos níveis de inclusão (Tabela 5), onde

P˂0,05.

Tabela 5. Peso relativo de órgãos e porcentagem de gordura abdominal de frangos de corte aos 42 dias alimentados com resíduo seco de cervejaria.

Níveis de Inclusão

Fígado (%)

Coração (%)

Moela (%)

Intestino (%)

GA (%)

0 2,09 0,52 2,87 6,28 0,67 2 2,22 0,56 2,92 7,30 0,48 4 2,09 0,51 2,95 7,02 0,51 6 2,29 0,55 2,97 6,74 0,52 8 1,88 0,49 2,90 6,40 0,59 10 2,07 0,52 3,06 6,81 0,59

CV 13,32 11,23 3,69 12,06 26,69

EPM 0,045 0,045 0,034 0,126 0,095

P 0,150 0,231 0,711 0,205 0,338

GA: gordura abdominal. CV: coeficiente de variação.

O peso relativo de fígado não apresentou variação entre os seus

valores, onde alterações poderiam estar associadas a presença de fibras

responsáveis por uma sobrecarga de metabólitos nesse órgão, e ficariam

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claras através da análise do bioquímica sanguínea em especial aos valores de

AST, que servem como um indicativo de degeneração tecidual.

Os pesos relativos de coração também mantiveram-se frente a

inclusão, indicando que a presença do RSC não foi capaz de desenvolver

repostas pelas aves. Não foram encontradas alterações nos valores de moela,

a qual poderia ter sofrido uma hipertrofia, frente à presença das fibras e a

dificuldade de maceração propiciada pela sua presença nas rações.

Os valores para porcentagem de gordura abdominal encontra-se,

abaixo do encontrado por Moraes et al. (2013), que utilizaram farelo de canola.

Demonstrando que a presença do RSC na dieta não interferiu na deposição

mesmo com incremento de óleo nas dietas com maiores níveis de inclusão

Ainda quanto aos valores gordura abdominal para os maiores níveis de

inclusão essa reposta demonstra, que não houve um da dissolução dos valores

de energia por pela presença das fibras do RSC que poderia afetar o

desenvolvimento das aves e fica claro ao avaliarmos os dados de desempenho

(tabela 2).

Também deve-se ressaltar que para os menores níveis o

comportamento apresentado pela gordura abdominal foi normal segundo Picoli

(2013) onde a medida que os níveis de fibra da dieta se elevaram houve

redução da gordura abdominal.

Quando da avaliação da composição corporal, não foi observado efeito

(P˂0,05) dos tratamentos sobre valores de deposição de extrato etéreo e

proteína bruta na matéria natural, das carcaças, da mesma forma não se

observou efeito para as taxas de deposição de gordura (TDG) e proteína (TDP)

(Tabela 6).

Tabela 6. Porcentagem de extrato etéreo, proteína bruta e taxas de deposição de proteína e gordura na composição da carcaça de frangos alimentados com resíduo seco de cervejaria de 21 a 42 dias de idade

Níveis de Inclusão EE/MN (%)

TDG (g/dia)

PB/MN (%)

TDP (g/dia)

0 14,52 21,24 17,83 22,84 2 14,50 18,26 16,54 21,51 4 15,17 21,31 17,41 23,27 6 14,61 18,62 17,24 22,66 8 14,67 18,63 17,53 23,70 10 14,73 17,21 17,04 21,81

CV 6,29 21,29 8,81 9,52

EPM 0,472 0,637 0,240 0,333

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P 0,267 0,342 0,643 0,401

EE: extrato etéreo, PB: proteína bruta, TDG: taxa de deposição de gordura, TDP: taxa de deposição de proteína, MN: matéria natural. CV: coeficiente de variação. P: probabilidade

A não ocorrência de alterações com efeito significativo, nos valores de

proteína bruta na matéria natural, bem como na TDP, a partir das amostras de

carcaça, demonstram que a presença de fatores antinutricionais na dieta

exerceu interferência sobre o desenvolvimento das aves o que poderia explicar

também a resposta obtida nos valores de desempenho em especial para o

ganho de peso.

Os valores de extrato etéreo e de TDG não diferiram entre os

tratamentos, mesmo com a presença dos maiores níveis de inclusão os quais

necessitaram do acréscimo de óleo de soja para equilibrar o valor energético

da dieta. Essa resposta nos permite deduzir que a composição do RSC foi

efetiva na redução das taxas de deposição de gordura não permitindo que

tivéssemos uma deposição excessiva no entre as fibras musculares.

A utilização de um subproduto também contribuiu para isso, pois os

valores de gordura oscilam em resposta ao conteúdo energético das dietas e

como utilizou-se um alimento alternativo, que apresentam valores energéticos

reduzidos este pode ter contribuído para a minimizar resposta diluindo os

valores energéticos da dieta (NASCIMENTO, 2004; VASCONCELLOS et al.,

2010; CENTENARO et al. , 2008).

A inclusão de RSC não desempenhou efeito sobre o comprimento de

vilosidade e profundidade de cripta (Tabela 7), sendo P˂0,05.

Tabela 7. Morfofisiologia da vilosidade, profundidade de cripta e relação vilo:cripta, do duodeno de aves abatidas as 42 dias de idade

Níveis de Inclusão Vilosidades (µm)

Criptas (µm)

Relação V/C

0 1259,8 208,1 6,05 2 1260,6 207,0 6,08 4 1265,4 207,3 6,10 6 1255,3 209,1 6,01 8 1251,8 211,9 5,91

10 1255,5 208,0 6,04

CV 1,54 3,42 3,68

EPM 2,883 1,063 0,033

P 0,818 0,780 0,658

µm: micrómetro V/C: relação comprimento de vilosidade/profundidade de cripta; CV: coeficiente de variação.

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Esse resultado diverge do relatado por Cavalieri (2013) quanto aos

valores, o qual trabalhando com inclusões de sorgo com diferentes teores de

tanino, encontrou variações para ambas as estruturas como uma forma do

organismo das aves melhorarem a absorção de nutrientes a nível intestinal,

com consequente adaptação a composição da dieta.

A presença de fibras na dieta tem a capacidade de estimular a

proliferação de células intestinais, tanto de maneira positiva quanto negativa,

podendo interferir no tamanho e no número de vilosidades e criptas (Maiorka et

al., 2002)

Apesar de não terem sido observadas alterações significativas no

comprimento de vilosidade e profundidade de cripta, foi constatada a formação

de bifurcações no material intestinal analisado, o que poderia explicar a não

existência de prejuízos ao desempenho das aves, tendo em vista que o

desenvolvimento desse tipo de alteração ocorre como uma forma do organismo

compensar a dificuldade de absorção, por meio do aumento da superfície de

contato (ALEIXO et al., 2011).

Para UNI et al. (1998) esse tipo de alteração a nível intestinal se deve

ao fato de que à medida que o tecido intestinal fica sujeito a situações de

estresse, o mesmo sofre um decréscimo no desenvolvimento das vilosidades,

com espessamento da região proliferativa consequente redução da capacidade

absortiva.

Os valores de profundidade de cripta, além de não terem sofrido efeito

do teor de fibras presentes na dieta, encontram-se semelhantes aos relatados

para animais alimentados com dietas basais (FAVERI, 2015).

Esse tipo de resposta, no entanto é incomum, pois quando trabalha-se

com alimentos com elevados teores de fibras pode-se ocasionar lesões na

superfície intestinal, com consequente espessamento tecidual local e aumento

na profundidade das criptas (DOWLING, 1992), o que não foi observada nessa

pesquisa.

Os valores encontrados para qualidade de carne de peito

apresentaram efeito apenas para os valores de perda por cocção com o

desenvolvimento de uma resposta cúbica, não sendo observado efeito sobre as

demais variáveis (Tabela 8).

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Tabela 8. Parâmetros avaliados na determinação da qualidade de carne de peito, para frangos de corte de 21- 42 dias alimentados com RSC.

Níveis de Inclusão

Perda por Cocção (%)

Perda de Água por Gotejamento

(%)

Força de Cisalhamento

(kgf/cm2)

0 22,08 23,38 3,15 2 23,49 23,35 3,85 4 25,19 24,60 3,42 6 25,51 24,12 3,32 8 25,02 25,79 3,35

10 18,72 23,03 2,79

CV 19,52 14,22 30,51

EPM 0,7559 0,4360 0,1544

P 0,066 0,536 0,472

Kgf/cm2: quilograma-força por centímetro quadrado.

Segundo Vieira (2007)a ausência de alterações nos valores de perda

de água por gotejamento frente a inclusão de RSC demonstra que não

existiram alterações nos teores de água do tecido muscular, os quais

poderiam agir influenciando de maneira negativa a qualidade da carne,

trazendo prejuízos a características como maciez, textura e valor nutricional.

Quando comparamos os resultados obtidos para perda por cocção

mesmo com o desenvolvimento de uma resposta cúbica estes são

semelhantes ao encontrados por Dornellas et al. (2015), a ausência de

resposta para os valores de força de cisalhamento não minimizou a diferença

encontrada em comparação com esse mesmo autor, onde os resultados

mantiveram-se acima dos relatados por este.

A existência desse tipo de resposta para os valores para perda de

cocção, mediante a inexistência de alterações nos para as demais variáveis

nos permitem sugerir que sejam feitas novas avaliações para que se determine

se esse efeito encontrado representa uma alteração pontual as aves, ou

encontra-se associada a presença de RSC na dieta.

Conclusões

Em função dos resultados obtidos neste trabalho, recomenda-se a

inclusão de até 10% de resíduo seco de cervejaria na alimentação de frangos

de corte no período de 22 a 42 dias, sem que sejam prejudicadas

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características ligadas a desempenho, rendimento de carcaça, peso de órgãos,

qualidade da carne, composição corporal, parâmetros sanguíneos e

características anatômicas intestinais.

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