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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA VINICIUS RABELO TORREGROSSA USO TÓPICO VERSUS ORAL DO ÁCIDO TRANEXÂMICO EM PACIENTES PORTADORES DE COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS SUBMETIDOS À EXTRAÇÕES DENTÁRIAS: um ensaio clínico randomizado controlado fase III Piracicaba 2018

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA

VINICIUS RABELO TORREGROSSA

USO TÓPICO VERSUS ORAL DO ÁCIDO TRANEXÂMICO

EM PACIENTES PORTADORES DE COAGULOPATIAS

HEREDITÁRIAS SUBMETIDOS À EXTRAÇÕES

DENTÁRIAS:

um ensaio clínico randomizado controlado fase III

Piracicaba

2018

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VINICIUS RABELO TORREGROSSA

USO TÓPICO VERSUS ORAL DO ÁCIDO TRANEXÂMICO

EM PACIENTES PORTADORES DE COAGULOPATIAS

HEREDITÁRIAS SUBMETIDOS À EXTRAÇÕES

DENTÁRIAS:

um ensaio clínico randomizado controlado fase III

Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de

Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas

como parte dos requisitos exigidos para a obtenção

do título de Doutor em Estomatopatologia, área de

concentração em Estomatologia.

Orientadora: Profa. Dra. Maria Elvira Pizzigatti Corrêa.

Este exemplar corresponde à versão final da

Tese defendida pelo aluno Vinicius Rabelo

Torregrossa e orientada pela Profa. Dra. Maria

Elvira Pizzigatti Corrêa.

Piracicaba

2018

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus, por me proporcionar saúde e vivacidade para

encarar os desafios que já se passaram e os que ainda estarão por vir.

Ao apoio incondicional de minha família, obrigado por entender a minha

ausência nos últimos cinco anos. Hoje podemos ver o quanto valeu à pena

compartilhar este sonho comigo.

Ao meu avô Milton Rabelo (In Memoriam), Cirurgião Dentista e professor.

Teu sangue corre em minhas veias.

À minha avó Joanina Rabelo (In Memoriam). É festa no céu, e você está

sorridente com tudo o que está acontecendo aqui comigo. Sem os teus conselhos e o

teu amor nada seria possível.

À minha querida mãe, pró-Zana ou Profª. Zana. É raro ser alfabetizado por

uma mãe. Tive esse privilégio e talvez o maior de todos, que é ser o seu filho. É um

amor incondicional que nos une, é simples e puro, é amor de mãe e filho.

À minha noiva Samilly. Amor que a pós-graduação me deu de presente.

Mesmo que nada disto aqui estivesse acontecendo hoje, já teria valido à pena ter te

encontrado.

À Universidade Estadual de Campinas, na pessoa de seu Magnífico Reitor,

Professor Doutor Marcelo Knobel.

À Faculdade de Odontologia de Piracicaba, na pessoa de seu Diretor,

Professor Doutor Guilherme Elias Pessanha Henriques, e de seu Diretor Associado,

Professor Doutor Francisco Haiter Neto.

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Ao Programa de Pós-Graduação em Estomatopatologia, na pessoa de seu

Coordenador, Professor Doutor Márcio Ajudarte Lopes. Que privilégio poder um dia

fazer parte do time de egressos deste maravilhoso programa de pós-graduação. Sem

sombra de dúvidas uma referência internacional e desejo de muitos que buscam

cruzar as fronteiras do conhecimento.

À minha orientadora, Professora Doutora Maria Elvira Pizzigatti Corrêa.

Como resumir em poucas palavras tudo o que passamos juntos nesses últimos anos?

Certamente uma tarefa árdua descrever em poucas palavras meia década de

convivência intensa. Convivência essa que se traduziu em experiências marcadas por

empenho e determinação, aventuras e frustações, brilho nos olhos e

lágrimas...lapidação. O que mais me deixa feliz é que duas coisas jamais deixaram de

existir em nossa relação durante todo esse tempo: respeito mútuo e admiração.

Ao Professor Doutor Alan Roger dos Santos-Silva. Excelente professor, ser

humano e um líder nato. Incentivador do trabalho em equipe, sabe como poucos

extrair o que há de melhor individualmente em cada um de seus alunos. Sou grato por

você ter aberto as portas do Orocentro para mim, e me sinto honrado pela sua

amizade e apoio concedido durante esses últimos anos.

Ao Professor Doutor Ricardo Della Colleta, que gentilmente cedeu as

instalações e equipamentos do Laboratório de Biologia Molecular do Departamento

de Diagnóstico Oral da Faculdade de Odontologia de Piracicaba para o

processamento das amostras deste estudo.

Aos demais Professores Doutores das áreas de Semiologia e Patologia

Oral da Faculdade de Odontologia de Piracicaba: Edgard Graner, Jacks Jorge, Oslei

Paes de Almeida e Pablo Agustín Vargas.

À Raíza e ao Marquinhos, sem vocês esse estudo jamais sairia do papel.

A todos os meus colegas durante o tempo de pós-graduação aqui em São

Paulo, Campinas e Piracicaba. Seria injusto enumerar aqui apenas alguns nomes.

Todos vocês foram, e continuarão a ser, especiais para mim.

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Ao Hemocentro de Campinas, na pessoa de sua coordenadora, a

Professora Doutora Margareth Castro Ozelo, e sua coordenadora associada, a

Professora Doutora Sara Teresinha Olalla Saad, e aos diretores das Divisões de

Hematologia e Hemoterapia, os Professores Doutores Erich Vinicius de Paula e

Fabrício Bíscaro Pereira, pela concessão ao uso das dependências desta instituição

para a realização da coleta de dados deste estudo.

À toda a equipe do Ambulatório Multiprofissional de Hematologia – Unidade

de Hemofilia Cláudio Luiz Pizzigatti Correa, do Hemocentro de Campinas. Em especial

ao corpo clínico de enfermagem, nas pessoas da Andréia Sambo, Valdirene Ferreira

e Mariana Midori, e ao corpo clínico de médicos, nas pessoas da Dra. Margareth, Dr.

Samuel e Dra. Carol.

À Eliana Miranda, pelo profissionalismo e paciência dispensados durante

as análises estatísticas do nosso estudo. Muito obrigado pelas suas valiosas

contribuições, conselhos e amizade.

À Nicete Romano, pela paciência e apoio durante os últimos cinco anos no

Hemocentro de Campinas.

Ao Serviço de Estomatologia e Odontologia do Hospital das Clínicas da

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, na pessoa

de seu Coordenador, o Professor Doutor Leandro Dorigan de Macedo, e da Dra.

Tatiane Cristina Ferrari.

À Evandra Strazza Rodrigues da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto

pela valiosa ajuda no processamento laboratorial das amostras.

Ao Coordenador do Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear do

LNBio/CNPEM, Professor Doutor Maurício Luís Sforça, sempre solícito e paciente

durante a fase de leitura das amostras. Foi uma das mais fantásticas experiências

poder trabalhar neste precioso lugar com uma equipe tão maravilhosa e acolhedora.

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Aos meus colegas Cirurgiões Dentistas e Auxiliares de Saúde Bucal do

município de Piracicaba, São Paulo. Quantos desafios e aventuras enfrentamos juntos

nestes últimos cinco anos atuando honrosamente no Serviço de Urgência Bucal

municipal! Vocês sempre me motivaram a buscar meus sonhos. Sei que fiz amigos de

verdade, para a eternidade.

Ao Bayer Hemophilia Awards Program pelo apoio financeiro concedido

para a realização deste estudo.

Em especial aos pacientes, queridos e maravilhosos. Aprendi a

ressignificar a palavra “problema” com vocês. Cresci com a força da sua resiliência e

com a simplicidade com que tratam as coisas da vida. Gratidão pelos momentos em

que pudemos conviver juntos.

Muito obrigado!

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RESUMO

INTRODUÇÃO: A terapia antifibrinolítica, por via tópica ou sistêmica, é rotineiramente

empregada como método hemostático adjuvante para o preparo de extrações

dentárias (exodontias) em pacientes portadores de coagulopatias hereditárias (PCH).

OBJETIVOS: Avaliar a eficácia e segurança do uso tópico versus sistêmico do Ácido

Tranexâmico (ATX) como método hemostático adjuvante para exodontias em

pacientes PCH. O objetivo secundário foi identificar e quantificar a presença do ATX

em plasma e saliva após seu uso tópico versus sistêmico. MÉTODOS: Este foi um

ensaio clínico de tratamento fase III, prospectivo, paralelo, com dois braços,

randomizado controlado, aberto e multicêntrico que recrutou pacientes PCH que

necessitavam de exodontias. Cada procedimento de exodontia foi randomizado em

dois grupos: Grupo controle – foi prescrito o uso por via oral do ATX (15 mg/Kg), três

vezes ao dia, durante sete dias, com início da terapia 24 horas antes da exodontia.

Grupo experimental – após a exodontia, foi aplicado por vis tópica o ATX em gel bucal

bioadesivo a 8% (Kin Exogel, Laboratórios Kin S.A., Barcelona, Espanha) sobre a

ferida cirúrgica. Os participantes receberam a orientação de reaplicar o gel de ATX

três vezes ao dia, durante sete dias. Ambos os grupos receberam a terapia de

reposição de fatores de coagulação (TRFC) uma hora antes de cada procedimento de

exodontia, de acordo com a doença de base. Dados clínicos relacionados aos

procedimentos cirúrgicos foram coletados imediatamente após as exodontias (dia D0).

No dia D+7, dados clínicos relativos aos episódios de sangramento secundários às

exodontias e ao processo de cicatrização da ferida cirúrgica foram coletados. Para o

estudo metabolômico do ATX, amostras de sangue periférico e saliva não estimulada

foram coletadas pré e pós-exodontia (dia D0). Todas as amostras de plasma e saliva

foram posteriormente analisadas por espectroscopia de ressonância magnética

nuclear (RMN) com o intuito de detectar e quantificar o ATX. RESULTADOS: Vinte e

seis participantes com necessidade de exodontias foram recrutados, com uma média

de idade de 30 (18-68) anos, sendo quinze (57,7%) participantes do sexo masculino.

Trinta e cinco procedimentos de exodontias foram randomizados, 17 (48,6%) no grupo

controle e 18 (51,4%) no grupo experimental. Um total de 38 dentes foram extraídos,

19 para cada grupo. Terceiros molares corresponderam a 7/19 (37%) dos dentes

extraídos no grupo controle e a 11/19 (58%) no grupo experimental. Apenas 2/35

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(5,7%) episódios de sangramento secundários às exodontias foram encontrados,

ambos no grupo experimental (p= 0,25). Não foram observadas diferenças

estatisticamente significantes em relação à cicatrização da ferida cirúrgica e à

incidência de eventos adversos entre os grupos (p> 0,05). Os níveis plasmáticos do

ATX se encontraram abaixo do limite de detecção (< 0,2 mg/L) no grupo experimental

em ambos os períodos do estudo. No grupo controle, a concentração plasmática

média do ATX foi de 2,3 mg/L (0 – 12,1 mg/L) e 1,59 mg/L (0 – 10,9 mg/L), pré e pós-

exodontia, respectivamente. Nas amostras de saliva, em ambos os grupos, não foram

encontrados níveis detectáveis do ATX no período pré-exodontia. No período pós-

exodontia, somente o grupo experimental apresentou níveis detectáveis do ATX, com

concentração média de 43,24 mg/L (0 – 268,5 mg/L). CONCLUSÃO: O uso tópico do

gel bucal bioadesivo de ATX a 8% apresentou segurança e eficácia comparáveis à

terapia sistêmica com o ATX quando utilizado como método hemostático adjuvante

para exodontias em pacientes PCH. Mesmo após 24h de uso contínuo por via oral do

ATX, nenhuma concentração do medicamento pôde ser detectada na saliva dos

participantes do grupo controle. A aplicação tópica do ATX em gel bucal bioadesivo a

8% sobre o local da exodontia foi capaz de dispensar altas concentrações do

medicamento na saliva, sem induzir a uma absorção sistêmica a níveis detectáveis

pela técnica de espectroscopia de RMN.

Palavras-chave: Ácido tranexâmico. Extração dentária. Transtornos da coagulação

sanguínea.

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ABSTRACT

INTRODUCTION: Antifibrinolytic therapy, either topically or systemically, is often used

as an adjuvant hemostatic method for dental extractions (DE) in patients with inherited

bleeding disorders (IBD). OBJECTIVES: To evaluate the safety and efficacy of the

topical versus systemic use of tranexamic acid (TXA) as an adjuvant hemostatic

method for DE in patients with IBD. The secondary aim was to detect and quantify TXA

in plasma and saliva related to its topical versus systemic use. METHODS: This was

a prospective phase III clinical trial, parallel, with two arms, randomized-controlled,

open-label, multicenter study, which enrolled patients with IBD who needed DE. Each

DE procedure was randomized into two groups: Control group – TXA was prescribed

orally (15 mg/Kg), starting 24 hours before DE and continued three times daily (TID)

for seven days. Experimental group – after DE, an 8% bioadhesive gel of TXA (Kin

Exogel Kin Lab, S.A., Spain) was applied topically on the extraction site. Patients

were advised to reapply the TXA gel, TID for seven days. Both groups received

replacement factor therapy (RFT) one hour before DE, according to the underlying

disease. Clinical data regarding the surgical procedures were collected immediately

after DE (day D0). On day D+7, clinical data regarding bleeding episodes related to

DE and to the wound healing process were collected. For the metabolomic study of

TXA, peripheral blood and non-stimulated saliva samples were collected pre and post-

extraction (day D0). All salivary and plasma samples were then analyzed by nuclear

magnetic resonance (NMR) spectroscopy in order to detect and quantify TXA.

RESULTS: Twenty-six patients who needed DE were enrolled, with a mean age of 30

(18-68) years, and fifteen (57.7%) patients were male. Thirty-five DE procedures were

randomized, 17 (48.6%) into the control group and 18 (51.4%) into the experimental

group. A total of 38 teeth were extracted, 19 for each group. Third molars corresponded

to 7/19 (37%) of extracted teeth in the control group, and to 10/19 (53%) in the

experimental group. Only 2/35 (5.7%) bleeding episodes secondary to DE were found,

both in the experimental group (p= 0.25). No statistically significant differences were

observed regarding the wound healing process and to adverse events between the

two groups (p> 0.05). Plasma levels of TXA were found below the limit of detection (<

0.2 mg/L) in the experimental group in both studied periods. In the control group, the

mean plasma level concentration of TXA was 2.3 mg/L (0 – 12.1 mg/L), and 1.59 mg/L

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(0 – 10.9 mg/L) pre and post-extraction, respectively. In saliva samples, in both groups,

TXA was found below the limit of detection in the pre-extraction period. In the post-

extraction period, only the experimental group presented TXA in detectable levels, with

a mean concentration of 43.24 mg/L (0 – 268.5 mg/L). CONCLUSION: Topical use of

the 8% bioadhesive gel of TXA showed to be equally effective and safe when

compared to systemic TXA therapy as an adjuvant hemostatic method for DE in

patients with IBD. Even after 24 hours of continuous oral use of TXA, no drug

concentration was detected in salivary samples from the control group. Topical use of

an 8% bioadhesive gel of TXA was able to deliver higher drug concentrations in saliva,

despite no systemic absorption using a NMR-spectroscopy approach.

Key-words: Tranexamic acid. Tooth extraction. Blood coagulation disorders.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Esquema ilustrativo do mecanismo de

competição farmacológica utilizado pelo ATX

para inibir a dissolução da fibrina. 31

Figura 2 – Diferentes formas farmacêuticas do ATX. 36

Figura 3 – Exemplo de uso tópico do ATX após exodontia. 37

Figura 4 – Sutura obliterativa do alvéolo dental no pós-

cirúrgico imediato. 50

Figura 5 – Aplicação tópica do gel bucal bioadesivo de ATX

a 8% sobre a ferida cirúrgica pós-exodontia. 51

Figura 6 – Identificação do ATX em espectros de RMN de

1H. 58

Figura 7 – Espectros de RMN de 1H de amostras de plasma

e saliva contendo o Ácido Tranexâmico (ATX). 59

Figura 8 – Diagrama de fluxo do ensaio clínico. 64

Figura 9 – Episódio de sangramento observado durante o

estudo. 69

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classificação do Índice de Placa (IP). 44

Tabela 2 – Classificação do Índice Gengival (IG). 45

Tabela 3 – Classificação da complexidade dos

procedimentos cirúrgicos de exodontia. 52

Tabela 4 – Índice de Sangramento alveolar versus

necessidade de reintervenção local e/ou

transfusional. 54

Tabela 5 – Procedimentos realizados em cada visita. 56

Tabela 6 – Características dos participantes. 62

Tabela 7 – Total de dentes extraídos e razões para as

exodontias por grupo. 66

Tabela 8 – Complexidade dos procedimentos cirúrgicos de

exodontia e episódios de sangramento nos dois

grupos. 68

Tabela 9 – Características clínicas dos episódios de

sangramento tardio observados no grupo

experimental. 70

Tabela 10 – Parâmetros clínicos de avaliação da cicatrização

da ferida cirúrgica distribuídos por grupo. 72

Tabela 11 – Características clínicas dos procedimentos

diagnosticados com retardo no processo de

cicatrização da ferida cirúrgica.

73

Tabela 12 – Eventos adversos registrados nos dois grupos. 75

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Tabela 13 – Identificação e quantificação do ATX em plasma

e saliva pré e pós-exodontia nos dois grupos.

77

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AHA - American Heart Association/Sociedade Americana de

Cardiologia

AINES - antiinflamatórios não-esteróides

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

ATX - ácido tranexâmico

C - Celsius

CCP - concentrado de complexo protrombínico

CCPA concentrado de complexo protrombínico parcialmente

ativado

CEP - Comitê de Ética em Pesquisa

CHR - coagulopatias hereditárias raras

CNPEM - Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais

CPO-D - Índice de dentes Cariados, Perdidos e Obturados

DDAVP - acetato de desmopressina

D2O - água deuterada

DvW - Doença de von Willebrand

EACA - ácido épsilon-aminocapróico

EVA - escala visual analógica

FCM - Faculdade de Ciências Médicas

FOP - Faculdade de Odontologia de Piracicaba

FvW - fator von Willebrand

FVIII - fator VIII

FIX - fator IX

HC - Hospital de Clínicas

HCFMRB - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de

Ribeirão Preto

ICTRP - International Clinical Trials Registry Platform/Plataforma

Internacional de Registro de Ensaios Clínicos

IG - índice gengival

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IP - índice de placa

K - Kelvin

KDa - kilodáltons

LNBio - Laboratório Nacional de Biociências

M - molaridade (mol)

mM - milimol

µL - microlitros

mL - mililitros

mm - milímetros

NMR - nuclear magnetic resonance

PCH - portadores de coagulopatias hereditárias

pH - potencial hidrogeniônico

ppm - partes por milhão

Rco - cofator ristocetina

RFT - replacement fator therapy

rFVIIa - fator VIIa recombinante

rFVIII - fator VIII recombinante

RMN - ressonância magnética nuclear

rpm - rotações por minuto

TCF - Tatiane Cristina Ferrari

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TID - three times daily/três vezes ao dia

t-PA - ativador de plasminogênio tecidual

TRFC - terapia de reposição de fatores da coagulação

UB - unidades Bethesda

UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas

USP - Universidade de São Paulo

UTN - Universal Trial Number

VRT - Vinicius Rabelo Torregrossa

X² - teste Qui-quadrado

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 21

2 REVISÃO DA LITERATURA 23

2.1 Coagulopatias hereditárias

2.1.1 Hemofilias e Doença de von Willebrand

2.1.1.1 Hemofilias

2.1.1.2 Doença de von Willebrand

2.2 Exodontias em pacientes portadores de coagulopatias hereditárias

2.3 A terapia antifibrinolítica

2.3.1 Agentes antifibrinolíticos

2.3.2 Ácido tranexâmico – um antigo e ainda importante inibidor da

fibrinólise

23

23

23

27

29

32

32

34

3 PROPOSIÇÃO 40

3.1 Objetivo geral

3.2 Objetivos específicos

40

40

4 MÉTODOS 41

4.1 Desenho do estudo

4.2 Local do estudo

4.3 População e amostra

4.3.1 Critérios de inclusão

4.3.2 Critérios de exclusão

4.3.3 Considerações éticas

4.4 O ensaio clínico

4.4.1 Técnica de randomização

4.4.2 Avaliação clínica pré-cirúrgica

4.4.2.1 Indicadores de saúde bucal

4.4.2.2 Prescrição medicamentosa

4.4.3 Protocolo de reposição de fatores da coagulação

4.4.3.1 TRFC pré-cirúrgica (dia D0)

41

41

41

41

42

42

44

44

45

45

48

49

49

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4.4.3.2 TRFC pós-cirúrgica (dia D+1 e D+2)

4.4.4 Coleta de sangue periférico e saliva não estimulada

4.4.5 Exodontias

4.4.5.1 Estratificação do grau de complexidade da exodontia

4.4.5.2 Medidas de segurança e monitoramento

4.4.6 Avaliação clínica pós-cirúrgica (dia D+7)

4.4.6.1 Avaliação clínica de falha da hemostasia local

4.4.6.2 Avaliação clínica do processo de cicatrização da ferida

cirúrgica

4.5 Análise metabolômica do ácido tranexâmico em plasma e saliva

4.5.1 Aquisição dos espectros de RMN

4.5.2 Detecção e quantificação do ATX

4.6 Análise estatística

50

50

51

54

54

55

55

57

59

59

59

62

5 RESULTADOS 63

5.1 Caracterização da amostra

5.2 Avaliação da saúde bucal

5.3 Procedimentos cirúrgicos de exodontia

5.3.1 Avaliação clínica do processo de cicatrização da ferida cirúrgica

5.4 Eventos adversos

5.5 Análise metabolômica do ácido tranexâmico no plasma e saliva

5.5.1 Detecção e quantificação do ATX no plasma

5.5.2 Detecção e quantificação do ATX em saliva

63

67

67

73

76

78

78

78

6 DISCUSSÃO 80

7 CONCLUSÃO 87

REFERÊNCIAS 88

APÊNDICES

Apêndice 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Apêndice 2 - Formulário de coleta de dados

Apêndice 3 - Formulário de recomendações pós-operatórias

Apêndice 4 - Material ilustrativo fornecido aos participantes do grupo experimental

109

109

116

144

145

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Apêndice 5 - Resultados gerais dos procedimentos cirúrgicos e laboratoriais

146

ANEXOS

Anexo 1 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da FCM/UNICAMP

Anexo 2 – Certificado de aceite do trabalho no CEP do HCFMRP/USP

Anexo 3 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da FOP/UNICAMP

150

150

172

175

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21

1 INTRODUÇÃO

As coagulopatias hereditárias compreendem um espectro variável de

doenças hemorrágicas resultantes da deficiência quantitativa e/ou qualitativa de

fatores da coagulação (BRASIL, Manual de tratamento das coagulopatias hereditárias,

Ministério da Saúde, 2006).

A realização de procedimentos odontológicos invasivos, como exodontias,

em pacientes portadores de coagulopatias hereditárias (PCH) está frequentemente

associada a um risco aumentado de complicações decorrentes de sangramentos na

cavidade bucal (Sindet-Pedersen & Stenbjerg, 1986). A quantidade e gravidade

destes sangramentos relacionam-se majoritariamente com o tipo de coagulopatia

apresentada, fatores sistêmicos e locais do paciente (van Galen et al., 2015).

Na cavidade bucal, a hemostasia após procedimentos odontológicos

invasivos pode ser modulada por fatores locais inerentes às características da

intervenção (van Galen et al., 2015). Fatores como o grau de complexidade da

exodontia, o número de dentes ou de raízes extraídas, as dimensões da ferida

cirúrgica, a presença de processos inflamatórios e/ou infecciosos podem influenciar a

gravidade dos episódios de sangramento no período pós-cirúrgico (Cortellini et al.,

1992; Cicala & Cirino, 1998; Corrêa et al., 2006; Serrati et al., 2006; van Galen et al.,

2015).

O desafio hemostático após uma exodontia parece ser ainda maior em

decorrência da atividade fibrinolítica se portar de maneira exacerbada na cavidade

bucal (Sindet-Pedersen et al., 1987a). Isto ocorre em função da produção e liberação

de ativadores de plasminogênio tecidual (t-PA) pelas glândulas salivares (Kjaeldgaard

& Kjaeldgaard, 1986; Kjaeldgaard & Kjaeldgaard, 1987; Sindet-Pedersen et al., 1990;

Haze et al., 1994; Virtanen et al., 2006) e pelas células epiteliais da mucosa bucal

(Southam, 1981). Um aumento da liberação do t-PA também foi verificado na

presença de processos inflamatórios e/ou infecciosos (Björlin & Nilsson, 1968; Serrati

et al., 2006) e relacionado à intensidade do trauma cirúrgico local (Basso, 2009). A

exacerbação da atividade fibrinolítica na cavidade bucal está associada à dissolução

precoce do coágulo sanguíneo e subsequente manifestação de episódios de

sangramento secundários às exodontias (Sindet-Pedersen et al., 1990).

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O uso de agentes antifibrinolíticos, por via tópica ou sistêmica, vem sendo

tradicionalmente recomendado na Odontologia como método hemostático adjuvante

para o preparo de exodontias em situações onde há a expectativa de sangramento

pós-cirúrgico (Forbes et al., 1972; Sindet-Pedersen & Stenbjerg, 1986; Ramström et

al., 1989; Sindet-Pedersen et al., 1989; Borea et al., 1993; Ramstrom et al., 1993;

Waly, 1995; Senghore & Harris, 1999; Zanon et al., 2000; Carter et al., 2003; Lee et

al., 2005; Coetzee, 2007; Ripollés-de Ramón et al., 2013; Nuvvula et al., 2014; Soares

et al., 2015; Queiroz et al., 2018).

O ácido tranexâmico (ATX) é o agente antifibrinolítico mais utilizado

mundialmente (Levy et al., 2018). O ATX é utilizado com o intuito de promover um

aumento da estabilidade do coágulo sanguíneo através da inibição da fibrinólise

(Tengborn et al., 2015). Em pacientes PCH, seu uso concomitante à terapia de

reposição de fatores da coagulação (TRFC) apresenta vantagens relacionadas à

redução de episódios de sangramento e de doses adicionais de concentrados de

fatores da coagulação (van Galen et al., 2015).

Apesar dos benefícios relacionados à terapia antifibrinolítica com o ATX, a

preocupação com o desenvolvimento de eventos tromboembólicos secundários a seu

uso sistêmico é motivo de divergências na comunidade científica (Dalury, 2010;

Holmströn et al., 2012).

Devido ao potencial de reduzir sangramentos com mínima absorção

sistêmica, o uso tópico do ATX tem sido tema de investigação nos últimos anos (Ker

et al, 2013; van Galen et al., 2015; Montroy et al., 2018). Contudo, poucos ensaios

clínicos randomizados controlados avaliaram a efetividade, segurança e a absorção

sistêmica gerada após o uso tópico do ATX como terapia hemostática adjuvante após

procedimentos invasivos (Sindet-Pedersen, 1987; Almer, 1992; Wong, 2010;

McCormack, 2012).

Portanto, o objetivo desse estudo foi avaliar a eficácia e segurança do uso

tópico versus sistêmico do ATX para exodontias em pacientes PCH. O objetivo

secundário foi identificar e quantificar a presença do ATX em plasma e saliva após o

seu uso tópico versus sistêmico.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS

As coagulopatias hereditárias constituem um grupo heterogêneo de

doenças hemorrágicas em que há a deficiência congênita quantitativa e/ou qualitativa

de proteínas plasmáticas envolvidas no processo de coagulação (BRASIL, Manual de

tratamento das coagulopatias hereditárias, Ministério da Saúde, 2006).

A classificação das coagulopatias hereditárias ocorre em função da

etiologia e grau da anormalidade encontrados no processo de coagulação (Srivastava

et al., 2013). Cerca de 95% das coagulopatias hereditárias incluem anormalidades no

fator von Willebrand (FvW), e nos fatores VIII (FVIII) e IX (FIX) da coagulação,

responsáveis por causar a Doença de von Willebrand (DvW) e as hemofilias A e B,

respectivamente (Sadler, 1994; Ragni, 2006). Os outros 5% restantes correspondem

às coagulopatias hereditárias raras (CHR), que incluem alterações do fibrinogênio,

protrombina, dos fatores V, VII, X, XI, XIII, além de deficiências combinadas dos

fatores V e VIII da coagulação (BRASIL, Manual das coagulopatias hereditárias raras,

Ministério da Saúde, 2015).

No Brasil, 22.932 indivíduos foram registrados com algum tipo de

coagulopatia hereditária no ano de 2015 (BRASIL, Perfil das coagulopatias

hereditárias no Brasil, Ministério da Saúde, 2017). Deste total, 9.908 (43,21%) eram

portadores de Hemofilia A, 1.948 (8,49%) eram portadores de Hemofilia B e 7.220

(31,48%) eram portadores da DvW. Em relação às CHR, 1.542 indivíduos foram

registrados, e a deficiência de fator VII correspondeu a mais da metade dos casos

(BRASIL, Perfil das coagulopatias hereditárias no Brasil, Ministério da Saúde, 2017).

2.1.1 Hemofilias e Doença de von Willebrand

2.1.1.1 Hemofilias

A hemofilia é uma doença hemorrágica hereditária caracterizada pela

deficiência ou anormalidade da atividade coagulante do FVIII (hemofilia A) ou FIX

(hemofilia B) da coagulação (World Federation of Haemophilia, 2013).

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A etiopatogenia das hemofilias está relacionada a mutações nos genes F8

(hemofilia A) ou F9 (hemofilia B), localizados na porção 2.8 do braço longo do

cromossomo X (Srivastava et al., 2013). Esta característica confere um padrão de

transmissibilidade recessiva quase exclusivo a indivíduos do sexo masculino que

herdaram o gene pelo lado materno (BRASIL, Manual de tratamento das

coagulopatias hereditárias, Ministério da Saúde, 2006). A taxa de mutações

espontâneas é particularmente alta e pode afetar até 30% dos casos (Ragni, 2006).

A anormalidade no processo de hemostasia ocorre de forma similar nas

hemofilias A e B. Enquanto que a hemostasia primária e a formação do tampão

plaquetário encontram-se preservadas, a constituição e estabilização do coágulo

sanguíneo encontram-se deficientes (Bolton-Maggs & Pasi, 2003). Isto se deve à

formação defeituosa da fibrina, que resulta em um coágulo sanguíneo poroso, pouco

aderente e mais susceptível à dissolução pelo sistema fibrinolítico (Chapin & Hajjar,

2015).

O modelo celular da coagulação põe em evidência o papel do FVIII e FIX

na adequada geração de trombina, fundamental no processo de coagulação (Hoffman

& Moroe, 2001; Hoffman, 2003). Após uma lesão vascular, há a ativação do complexo

constituído pelo fator tecidual e o fator VII, que modulam a geração do fator Xa. Esta

produção necessita ser amplificada pelo FVIII e FIX para permitir que o processo de

coagulação avance. Ou seja, nas hemofilias A e B, onde há uma deficiência

quantitativa do FVIII ou FIX, a amplificação e consolidação da geração do fator Xa

será insuficiente para sustentar a hemostasia. Isto se traduz clinicamente na

manutenção de um quadro característico de sangramento tardio (Bolton-Maggs &

Pasi, 2003).

O diagnóstico das hemofilias leva em consideração dados do histórico

familiar e de complicações hemorrágicas, além de testes laboratoriais confirmatórios

(Bolton-Maggs & Pasi, 2003). Histórico positivo para episódios de sangramento

espontâneos ou após pequenos traumas, ainda nos primeiros anos de vida, ou de

sangramentos excessivos após procedimentos cirúrgicos devem ser investigados

(BRASIL, Manual de tratamento das coagulopatias hereditárias, Ministério da Saúde,

2006). O diagnóstico confirmatório é realizado por meio da dosagem da atividade

coagulante do FVIII e FIX. O diagnóstico diferencial para outras coagulopatias, como

a DvW, é mandatório (Srivastava et al., 2013).

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A classificação das hemofilias A e B é baseada na atividade residual

coagulante relacionada aos níveis plasmáticos do FVIII e FIX, respectivamente (White,

2001):

➢ Hemofilia leve – Atividade residual de FVIII ou FIX varia de 5 UI/dL

a 40 UI/dL, ou de 5% a < 40% do normal;

➢ Hemofilia moderada – Atividade residual de FVIII ou FIX varia de 1

UI/dL a 5 UI/dL, ou de 1% a 5% do normal;

➢ Hemofilia grave – Atividade residual de FVIII ou FIX é < 1 UI/dL, ou

< 1% do normal.

No Brasil, a prevalência dos casos de hemofilia A e B foi mapeada na

população de acordo com a gravidade da doença (BRASIL, Perfil das coagulopatias

hereditárias no Brasil, Ministério da Saúde, 2017). Em relação à hemofilia A, 39,36%

dos diagnósticos correspondiam à forma grave, 24,67% dos casos à forma leve e

22,98% dos casos à forma moderada. Em relação à hemofilia B, 32,6% dos casos

correspondiam à forma moderada, 32,08% dos casos à forma grave e 21,97% dos

casos à forma leve (BRASIL, Perfil das coagulopatias hereditárias no Brasil, Ministério

da Saúde, 2017).

A frequência e gravidade dos episódios de sangramento nas hemofilias A

e B são semelhantes e estão intimamente relacionadas aos níveis plasmáticos

circulantes do FVIII e FIX, respectivamente (Bolton-Maggs & Pasi, 2003). Nas

hemofilias leves, sangramentos espontâneos normalmente estão ausentes e é comum

observar sangramentos associados a traumas maiores e/ou procedimentos cirúrgicos.

Nas hemofilias moderadas, sangramentos espontâneos são ocasionais e estão

relacionados a traumas ou a procedimentos cirúrgicos. Nas hemofilias graves, pode-

se observar sangramentos articulares (hemartroses) e/ou musculares espontâneos,

ou relacionados a mínimo trauma (BRASIL, Manual de hemofilia, Ministério da Saúde,

2015).

O tratamento convencional dos episódios de sangramento nas hemofilias

acontece através da reposição específica do fator da coagulação deficiente

(Srivastava et al., 2013). As modalidades do tratamento convencional das hemofilias

são definidas de acordo com a periodicidade com que a TRFC é administrada. O

tratamento pode ser sob demanda ou profilático: O tratamento sob demanda consiste

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na administração da TRFC somente após um episódio de sangramento. Já o

tratamento profilático consiste no uso regular da TRFC no intuito de prevenir episódios

de sangramento através da manutenção de níveis plasmáticos suficientemente

elevados do fator deficiente (BRASIL, Manual de hemofilia, Ministério da Saúde,

2015). O tratamento profilático pode ser contínuo (52 semanas ao ano) ou intermitente

(< 45 semanas ao ano), e possui três modalidades: 1. primária, com início antes de

evidências de alteração osteocondral; 2. secundária, com início após duas ou mais

hemartroses e antes da evidência de alteração osteocondral; 3. terciária, com início

após evidências de alteração osteocondral (Srivastava et al., 2013).

Uma alternativa para o tratamento de sangramentos leves a moderados

inclui o uso do acetato de desmopressina (DDAVP) (BRASIL, Manual de hemofilia,

Ministério da Saúde, 2015). Utilizado desde a década de 70 em pacientes com

hemofilia A, este análogo sintético da vasopressina causa o aumento transitório, em

até seis vezes, dos níveis plasmáticos basais do FVIII proveniente dos reservatórios

endógenos contidos na parede vascular (Mannucci et al., 2018). O uso do DDAPV na

hemofilia A é indicado para os portadores das formas leve e moderada da doença que

apresentam boa resposta terapêutica ao medicamento (Loomans et al., 2018). O

DDVP não afeta os níveis plasmáticos do FIX, portanto não apresenta valor

terapêutico na hemofilia B (Mannucci et al., 2018).

A mais significante complicação no tratamento das hemofilias é a presença

de inibidores, que são aloanticorpos policlonais IgG direcionados contra o FVIII ou FIX

exógeno proveniente da TRFC (Srivastava et al., 2013). Esta condição acomete

aproximadamente 20-30% dos pacientes com hemofilia A grave e 3-5% dos pacientes

com hemofilia B grave (Valentino et al., 2015). A presença de inibidores na hemofilia

está associada a sangramentos graves com baixa resposta à terapia convencional,

alta morbidade, significativo impacto na qualidade de vida e aumento considerável dos

custos envolvidos no tratamento (Berntorp et al., 2006; Valentino et al., 2015).

O conhecimento acerca da etiopatogenia, classificação, manifestações

clínicas, complicações e das modalidades de tratamento das hemofilias é de

fundamental importância para o planejamento e execução de procedimentos

invasivos, como exodontias, neste grupo de pacientes (Levy et al., 2018).

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2.1.1.2 Doença de von Willebrand

A Doença de von Willebrand (DvW) é a coagulopatia hereditária mais

comum em diferentes populações humanas (Pasi et al., 2004). Sua causa está

relacionada à deficiência qualitativa e/ou quantitativa do FvW (Sadler, 1994).

A DvW afeta ambos os sexos e é resultado de mutações no gene

codificador do FvW, localizado na porção 12 do braço curto do cromossomo 12

(Sadler, 1994). Diferentemente das hemofilias, seu padrão de herança pode ser

autossômico dominante (tipos 1, subtipos 2A e 2B) ou recessivo (subtipo 2N e tipo 3)

(BRASIL, Manual de tratamento das coagulopatias hereditárias, Ministério da Saúde,

2006).

O FvW é uma proteína adesiva multifuncional que apresenta papel

regulatório crítico do sistema hemostático, com sítios de ligação ao colágeno, às

glicoproteínas plaquetárias e ao FVIII da coagulação (Montgomery & Flood, 2016). O

FvW tem duas funções principais: 1. os polímeros maiores do FvW são necessários à

adesão normal das plaquetas ao subendotélio nos locais de lesão da parede vascular;

2. os polímeros de todos os tamanhos do FvW participam da síntese, liberação e da

formação de complexos estáveis com o FVIII no plasma sanguíneo (Sharma & Flood,

2018). Portanto, duas coagulopatias hereditárias são capazes de causar alterações

nos níveis plasmáticos do FVIII: hemofilia A e DvW (Longo, 2015).

O diagnóstico da DvW leva em consideração dados do histórico familiar e

de episódios de sangramento já manifestados, além de testes laboratoriais

confirmatórios e discriminatórios (BRASIL, Manual de tratamento das coagulopatias

hereditárias, Ministério da Saúde, 2006). Classicamente, os pacientes que

apresentam sangramentos recorrentes e/ou histórico familiar positivo para a DvW são

submetidos à dosagem do FvW (FvW:Ag) e à investigação da atividade coagulante

do FVIII (FVIII:C) e do FvW via cofator ristocetina (FvW:Rco) (Budde et al., 2002).

Exames discriminatórios podem ser realizados, como a agregação plaquetária

induzida por ristocetina, a análise multimérica do FvW e ensaios de ligação entre o

FvW e FVIII (FvW:FVIIIB) e entre o FvW e o colágeno (FvW:CB – Collagen Binding

Assay) (Sharma & Flood, 2018).

A DvW apresenta 07 subtipos, que podem ser classificados em defeitos

quantitativos e qualitativos (Sadler, 1994):

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Defeitos quantitativos:

➢ Tipo 1 – Deficiência quantitativa parcial do FvW associada a

quadros de sangramento leve/moderado;

➢ Tipo 3 – Deficiência quantitativa grave do FvW associada a níveis

plasmáticos extremamente reduzidos do FVIII.

Defeitos qualitativos:

➢ Tipo 2, subtipo A (2A) – Deficiência qualitativa do FvW associada

com a ausência de polímeros de alto e médio peso molecular;

➢ Tipo 2, subtipo B (2B) – Deficiência qualitativa do FvW caracterizada

pelo aumento da ligação às plaquetas associada com a perda de

polímeros de alto peso molecular e trombocitopenia leve;

➢ Tipo 2, subtipo M (2M) – Deficiência qualitativa do FvW

caracterizada por defeitos na interação com as plaquetas na

presença de polímeros de alto peso molecular;

➢ Tipo 2, subtipo N (2N) – Deficiência qualitativa que resulta na

diminuição da afinidade do FvW pelo FVIII, com subsequente

redução dos níveis plasmáticos de FVIII;

➢ Tipo plaquetário – Excessiva interação plaqueta-FvW, com

subsequente remoção precoce dos polímeros funcionais do FvW e

das plaquetas, caracterizado por um quadro de trombocitopenia e

doença hemorrágica;

O tipo 1 da DvW é o mais prevalente na população, correspondendo a 85%

dos casos diagnosticados, seguido pelo Tipo 2 e seus subtipos (Robertson et al.,

2008). O Tipo 3 é o mais raro de ser encontrado, e afeta cerca de 1/1.000.000 de

indivíduos (Nichols et al., 2008).

No Brasil, apenas 21,86% dos pacientes portadores da DvW apresentam

diagnóstico de subtipo, dos quais 71,42% possuem o Tipo 1, 9,25% o Subtipo 2A,

4,31% o Subtipo 2B, 2,09% o Subtipo 2N, 0,42% o Subtipo 2M, 7,92% o Tipo 3 e

0,21% o Tipo plaquetário (BRASIL, Perfil das coagulopatias hereditárias no Brasil,

Ministério da Saúde, 2017).

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As manifestações hemorrágicas mais frequentes na DvW incluem a

presença de sangramentos mucocutâneos excessivos e prolongados em feridas

triviais, hematomas, epistaxe, menorragia, sangramento gengival e após

procedimentos cirúrgicos, como exodontias (Sharma & Flood, 2018). Crianças e

adultos jovens que apresentam a forma leve da doença, mas que não experimentaram

desafios hemostáticos significativos, podem não possuir história prévia de

sangramentos (Montgomery & Flood, 2016). Tipicamente, apenas pacientes

diagnosticados com o Tipo 3 apresentam sangramento musculoesquelético

espontâneo, como observado nas formas graves das hemofilias, devido aos níveis

baixos de FVIII (Robertson et al., 2008).

As duas principais modalidades de tratamento para a DvW incluem o uso

do DDAVP e de concentrados de fatores de coagulação contendo FVIII e FvW

(concentrado FVIII/FvW) (Goodeve & James, 2018). Pacientes com DvW do Tipo 1

são os melhores candidatos a utilizar o DDAVP (BRASIL, Manual de tratamento das

coagulopatias hereditárias, Ministério da Saúde, 2006). Para estes pacientes, o

DDAVP deve ser previamente testado e, havendo resposta terapêutica, poderá ser

utilizado no tratamento de sangramentos leves/moderados, ou no preparo pré-

cirúrgico de cirurgias de pequeno e médio porte (Miesbach & Berntorp, 2017). O

DDAVP é ineficaz para pacientes com DvW do Tipo 3, e para a maioria dos Subtipos

2, que devem ser tratados com a reposição de concentrados FVIII/FvW (Robertson et

al., 2008).

Assim como nas hemofilias, a prevenção de complicações hemorrágicas

associadas a procedimentos invasivos em portadores da DvW requer um adequado

planejamento, que deve levar em consideração a classificação da coagulopatia, a

terapia de reposição utilizada e a associação de métodos hemostáticos locais (Hsieh

et al., 2017).

2.2 EXODONTIAS EM PACIENTES PORTADORES DE COAGULOPATIAS

HEREDITÁRIAS

Procedimentos invasivos na cavidade bucal são amplamente realizados na

rotina de tratamento odontológico. A maior parcela destes procedimentos compreende

as exodontias, que normalmente estão associadas a sangramentos pós-cirúrgicos

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autolimitantes em indivíduos saudáveis (Hewson et al., 2011). Entretanto, em

pacientes portadores de coagulopatias hereditárias (PCH), até mesmo procedimentos

odontológicos invasivos menores podem precipitar sangramentos excessivos e

prolongados, com significativo impacto na qualidade de vida destes pacientes

(Kouides, 2005)

É comum que alguns pacientes PCH evitem buscar tratamento

odontológico devido à preocupação com o potencial risco de sangramentos

secundários às exodontias (Hsieh et al., 2017). Esta situação provavelmente resultará

na necessidade de cuidados emergenciais em situações de dor, que geralmente

poderá requerer procedimentos mais complexos e invasivos, com maior risco de

sangramento (Hewson et al., 2011).

A preocupação com episódios de sangramento secundários às exodontias

também é frequente entre Hematologistas e Cirurgiões Dentistas envolvidos nos

cuidados médicos-odontológicos de pacientes PCH (Hsieh et al., 2017). Episódios de

sangramento na cavidade bucal destes pacientes comprometem a cicatrização da

ferida cirúrgica, predispõem a infecções secundárias e atrasam a conclusão do

tratamento odontológico, com significativo impacto na qualidade de vida dos pacientes

(Rakocz et al., 1993; Hewson et al., 2011). Além disso, há um aumento considerável

dos custos associados ao tratamento em decorrência do maior consumo de

concentrados de fatores da coagulação, da necessidade de novas consultas e do

recrutamento de diversos profissionais de saúde envolvidos na atenção interdisciplinar

aos pacientes (Abed & Ainousa, 2017).

A frequência e a gravidade dos episódios de sangramento na cavidade

bucal de pacientes PCH submetidos a exodontias pode variar em decorrência de

fatores sistêmicos e locais (van Galen et al., 2015). Os principais fatores sistêmicos

capazes de modular os sangramentos incluem a doença de base e a TRFC utilizada

(Bajkin et al., 2012). Já os fatores locais associam-se predominantemente às

características da exodontia, como o número de dentes extraídos, a necessidade de

confecção de retalhos mucosos ou da remoção de osso, além da presença de

processos inflamatórios e/ou infecciosos no sítio cirúrgico (van Galen et al., 2015;

Hsieh et al., 2017).

A atividade fibrinolítica presente na cavidade bucal também é considerada

um importante fator capaz de modular a incidência de sangramentos secundários às

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exodontias (Sindet-Pedersen et al., 1987a). Sua atividade exacerbada na cavidade

bucal está ligada à produção e liberação fisiológica de ativadores de plasminogênio

tecidual (t-PA) pelas glândulas salivares maiores e pelas células epiteliais

descamadas da mucosa bucal (Kjaeldgaard & Kjaeldgaard, 1986; Kjaeldgaard &

Kjaeldgaard, 1987; Sindet-Pedersen et al., 1987a; Sindet-Pedersen et al., 1990). A

elevada atividade do t-PA na saliva resulta na clivagem precoce da proenzima

plasminogênio em plasmina, com subsequente início da fibrinólise do coágulo

sanguíneo recém-formado (Virtanen et al., 2006).

Altas concentrações do t-PA também foram detectadas no fluido crevicular

gengival (Lamster & Novak, 1992), especialmente em vigência da doença periodontal

(Kinnby et al., 1994; Kinnby et al., 1996; Yin et al., 2000; Kardeşler et al., 2011) e após

a extração de terceiros molares mandibulares intraósseos (Gersel-Pedersen, 1979;

Schatz et al., 1987). Nestas condições, a fibrinólise local foi capaz de agravar a

inflamação gengival, acelerar a destruição dos tecidos periodontais e reduzir o

potencial de reparação tecidual (Catellani, 1979; Olofsson et al., 2003).

Em 2009, Basso avaliou a atividade fibrinolítica no plasma, na saliva e no

sangue alveolar de pacientes anticoagulados submetidos a exodontias. Uma maior

atividade fibrinolítica foi encontrada no sangue alveolar quando comparado ao plasma

e à saliva. Este achado foi correlacionado ao nível de inflamação gengival e ao trauma

cirúrgico no sítio da exodontia, sugerindo uma possível relação entre os efeitos

inflamatórios locais e a atividade fibrinolítica na cavidade bucal.

Considerando-se a complexidade envolvida na obtenção da hemostasia

após exodontias em pacientes PCH, além das complicações provenientes dos

episódios de sangramento e do uso recorrente da TRFC, a busca por métodos

hemostáticos complementares tornou-se tema recorrente no cuidado interdisciplinar

das coagulopatias hereditárias (Anderson et al., 2013; Rea et al., 2014).

Neste contexto, a terapia antifibrinolítica desponta como um método eficaz,

seguro e de baixo custo para a prevenção e tratamento de episódios de sangramento

em pacientes PCH (Hermans et al., 2011).

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2.3 A TERAPIA ANTIFIBRINOLÍTICA

A dissolução precoce da fibrina em condições onde há uma fragilidade

estrutural na sua formação, ou em condições de hiperfibrinólise, pode ser prevenida

e/ou minimizada pelo uso da terapia antifibrinolítica (Levy et al., 2018).

Revisões sistemáticas e estudos de metanálise comprovaram a eficácia da

terapia antifibrinolítica tanto para a profilaxia como para o tratamento de

sangramentos, com impacto na redução do uso de hemoderivados e na diminuição

dos custos associados a procedimentos cirúrgicos em diferentes cenários clínicos

(Roos et al., 2003; Gurusamy et al., 2011; Henry et al., 2011; Ker et al., 2013; Martin-

Hirsch et al., 2013; Novikova et al., 2015; van Galen et al., 2015; McNicol et al., 2016;

Estcourt et al., 2016; Montroy et al., 2018).

2.3.1 Agentes antifibrinolíticos

A descoberta dos agentes antifibrinolíticos ocorreu no começo da década

de 1950, quando experimentos revelaram que o aminoácido lisina foi capaz de inibir

seletivamente a ativação do plasminogênio (Levy et al., 2018). Desde então, três

fármacos com ação antifibrinolítica foram desenvolvidos para uso em humanos: 1.

Ácido épsilon-aminocapróico (EACA); 2. Aprotinina; 3. Ácido Tranexâmico (ATX)

(Henry et al., 2011).

O EACA é um inibidor sintético da ativação do plasminogênio (Levy et al.,

2018) e foi o primeiro agente antifibrinolítico amplamente utilizado na prática clínica

após traumas ou cirurgias (Estcourt et al., 2016). Seu uso é indicado em condições de

fibrinólise exacerbada, como após a isquemia e reperfusão dos tecidos relacionada

ao uso da circulação extracorpórea em cirurgias cardíacas (Dhir, 2013). O uso do

EACA apresentou baixo custo e boa eficácia sob doses elevadas, e seus principais

efeitos adversos incluíram náusea, hipotensão, arritmias cardíacas, rabdomiólise e

insuficiência renal (Manjunath et al., 2002).

A aprotinina é um inibidor de protease de amplo espectro extraído do tecido

pulmonar bovino (Donahue & Price, 2002), e é considerada o mais potente agente

antifibrinolítico disponível (Levy et al., 2018). A aprotinina apresenta a maior meia-vida

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plasmática entre os agentes antifibrinolíticos e consegue inibir reversivelmente a ação

de diversas proteases presentes no plasma sanguíneo, como a tripsina, plasmina,

calicreína e a elastase (Mojcik & Levy, 2001). Apesar da sua alta efetividade, questões

relacionadas à sua segurança, como as elevadas taxas de óbito registradas após o

seu uso em cirurgias cardíacas, fizeram com que a comercialização da aprotinina

fosse suspensa pela maioria das agências regulatórias internacionais em 2008

(Fergusson et al., 2008).

Assim como o EACA, o ATX também é um análogo sintético da lisina

(Tengborn et al., 2015). O ATX é formado pelo aminoácido trans-ácido 4-amino-metil-

ciclohexano carboxílico, que possui forte atração pelo sítio de ligação da lisina ao

plasminogênio por um mecanismo de competição farmacológica (Figura 1). Sua ação

bloqueia a interação do plasminogênio com a fibrina e inibe de forma reversível o

processo de fibrinólise (Dunn & Goa, 1999; Cada & Levien, 2010).

Figura 1 – Esquema ilustrativo do mecanismo de competição farmacológica

utilizado pelo ATX para inibir a dissolução da fibrina.

Fonte: Modificado de Dunn & Goa (1999).

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O ATX foi considerado de seis a dez vezes mais potente que o EACA, e

apresentou uma sustentação mais efetiva da atividade antifibrinolítica nos tecidos

(Melander et al., 1965; Dunn & Goa, 1999). Sua maior tolerabilidade e segurança

clínica fizeram com que se tornasse o agente antifibrinolítico mais prescrito nos dias

atuais (Tengborn et al., 2015; Levy et al., 2018).

2.3.2 Ácido tranexâmico – um antigo e ainda importante inibidor da

fibrinólise

Descoberto em 1962 por Okamoto & Okamoto, o ATX foi extensivamente

estudado como método hemostático adjuvante em situações de trauma ou em

procedimentos cirúrgicos, onde a fibrinólise local e/ou sistêmica constituem-se como

fatores atuantes para a manutenção do quadro de sangramento (Dunn e Goa, 1999;

McCormack, 2012, Tengborn et al., 2015; Levy et al., 2018).

Estudos randomizados controlados e meta-análises demonstraram que o

ATX apresenta resultados superiores quando comparado ao uso de placebo em

desfechos clínicos importantes, como na morte por eventos hemorrágicos, na

incidência de sangramento pós-cirúrgico e na necessidade de transfusões sanguíneas

(Laupacis & Fergusson, 1997; Wong et al., 2010; Ghandi et al., 2013; Ker et al., 2013;

Roberts et al., 2013; Das et al., 2015).

A capacidade de melhorar a estabilidade na formação do coágulo

sanguíneo através da inibição da fibrinólise fez com que o ATX fosse rapidamente

introduzido como medida hemostática adjuvante para a profilaxia e tratamento de

episódios de sangramento em pacientes PCH (Tengborn et al., 2015). Desde então,

diretrizes preconizadas pelas principais organizações de cuidados aos pacientes PCH

recomendam o uso do ATX isolado, ou em associação à TRFC, previamente a

procedimentos cirúrgicos neste grupo de pacientes (Pasi et al., 2004; Brewer &

Correa, 2005; BRASIL, Manual de Atendimento Odontológico a Pacientes com

Coagulopatias Hereditárias, Ministério da Saúde, 2005; BRASIL, Manual de

tratamento das coagulopatias hereditárias, Ministério da Saúde, 2006; BRASIL,

Hemofilia congênita e inibidor: manual de diagnóstico e tratamento de eventos

hemorrágicos, Ministério da Saúde, 2008; Srivastava et al., 2013; BRASIL, Manual de

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hemofilia, Ministério da Saúde, 2015; BRASIL, Manual das coagulopatias hereditárias

raras, Ministério da Saúde, 2015).

A posologia recomendada para o uso do ATX pode variar de acordo com a

topografia e a extensão do procedimento cirúrgico, com a doença de base, presença

de insuficiência renal e risco à trombose (Dunn e Goa, 1999). A somatória desses

fatores contribui para a divergência dos protocolos descritos na literatura acerca da

posologia e vias de administração do ATX (McCormack, 2012).

Estudos demonstraram que após a administração por via endovenosa de

10 mg/Kg de ATX, a maior concentração plasmática foi obtida em menos de 60

minutos (Andersson et al., 1965), com uma meia-vida plasmática entre 80-120 minutos

(Pilbrant et al., 1981; McCormack, 2012). A excreção do ATX é predominantemente

renal e a sua excreção terminal ocorreu em até oito horas após a administração por

via endovenosa (Pilbrant et al., 1981).

Após a administração por via oral de 10mg/Kg, o ATX foi rapidamente

absorvido, independentemente da ingestão concomitante com alimentos (Pilbrant et

al., 1981), e apresentou uma biodisponibilidade de 33% (McCormack, 2012). A

máxima concentração plasmática após a sua administração por via oral foi observada

em 120-180 minutos (Eriksson et al., 1971), com meia-vida de eliminação de 120

minutos e excreção terminal em até onze horas (McCormack, 2012).

O ATX foi capaz de difundir-se no meio intracelular e extracelular (Dunn &

Goa, 1999), e atravessou as barreiras hematoencefálica (Tovi & Tulin, 1972) e

placentária (Kullander & Nilsson, 1970). O ATX também pôde ser encontrado no

líquido sinovial de articulações (Ahlberg et al., 1976) e em baixas concentrações no

leite materno (Eriksson et al., 1971). Na saliva, a presença do ATX não foi detectada

após a administração por via oral de 1 grama do medicamento (Sindet-Pedersen,

1987b). Trabalhos in vitro e in vivo, demonstraram que a concentração plasmática

mínima necessária para o ATX inibir efetivamente a fibrinólise nos tecidos deve estar

entre 5-15 mg/L (Benoni et al.,1995; Fiechtner et al., 2001).

A presença de efeitos adversos relacionados à terapia com o ATX é

relativamente incomum e na maioria dos casos incluiu sintomas gastrointestinais leves

dose-dependentes (Preston et al., 1995). Em raras ocasiões o uso do ATX foi

associado à necrose cortical renal (Koo et al., 1999; Odabas et al., 2001), reações

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ortostáticas (Vermylen et al., 1968), alterações visuais (Kitamura et al., 2003) e à

oclusão da artéria central da retina (Wijetilleka et al., 2017).

A principal preocupação relacionada ao uso do ATX ainda reside em seu

potencial efeito trombogênico (Henry et al., 2011; Sawamura et al., 2009; Roberts et

al., 2013; Tengborn et al., 2015), já demonstrado em trabalhos in vitro (Eisenberg et

al., 1988; Winters et al., 1991) e in vivo (Eisenberg & Miletich, 1989). A explicação

para um maior risco trombótico incorre no uso da terapia antifibrinolítica em quadros

clínicos onde há um aumento da ação protrombótica relacionada à extensiva ativação

do plasminogênio e das plaquetas (Eisenberg et al., 1988). Todavia, uma maior taxa

de eventos tromboembólicos não foi reportada em diversos trabalhos randomizados

controlados (Berntorp et al., 2001; Sukeik et al., 2011; Ross et al., 2012; Roberts et

al., 2013).

Em pacientes com hemofilia e inibidores que necessitam do tratamento

com agentes bypassing para o controle de sangramentos, a recomendação para o

uso da terapia antifibrinolítica com o ATX é tema controverso na literatura científica

(Holmström et al., 2012; Srivastava et al., 2013; Tran et al., 2013). A combinação da

inibição da fibrinólise com uma maior geração de trombina secundária ao uso de

agentes bypassing pode conferir a estes pacientes um maior risco para o

desenvolvimento de eventos tromboembólicos (Windyga et al 2016).

É nesse cenário que o uso tópico do ATX desponta como uma alternativa

promissora para o controle local da hemostasia, sem gerar uma absorção sistêmica

significante (Ker et al, 2013). Em procedimentos cirúrgicos extensos, como em

artroplastias de joelho ou em cirurgias ortopédicas para substituição de quadril, o uso

tópico do ATX foi efetivamente utilizado como método hemostático adjuvante (Almer

et al., 1992; Wong et al., 2010; Montroy et al., 2018). Nestas condições, o uso tópico

do ATX foi capaz de reduzir as taxas de sangramento pós-cirúrgico de forma

equivalente ao seu uso sistêmico, com a vantagem de não induzir a um estado de

hipercoagulabilidade (Ker et al., 2013; Montroy et al., 2018).

Na Odontologia, o uso do ATX por via tópica ou sistêmica vem sendo

extensivamente reportado por diversos autores há mais de quatro décadas (Forbes et

al., 1972; Ramström et al., 1989; Sindet-Pedersen & Stenbjerg, 1986; Ramstrom et

al., 1989; Sindet-Pedersen et al., 1989; Borea et al., 1993; Ramstrom et al., 1993;

Waly, 1995; Senghore & Harris, 1999; Zanon et al., 2000; Carter et al., 2003; Lee et

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al., 2005; Coetzee, 2007; Ripollés-de Ramón et al., 2013; Nuvvula et al., 2014; Peisker

et al., 2014; Soares et al., 2015; Queiroz et al., 2018).

Em pacientes PCH, existe a recomendação para que o ATX seja

administrado por via oral, 24 horas antes da realização de procedimentos

odontológicos invasivos, e mantido por até 07 dias no período pós-cirúrgico (BRASIL,

Manual de Atendimento Odontológico a Pacientes com Coagulopatias Hereditárias,

Ministério da Saúde, 2005; van Galen et al., 2015).

Outras formas farmacêuticas do ATX podem ser utilizadas topicamente na

cavidade bucal após procedimentos invasivos odontológicos (Figura 2). Soluções

parenterais foram utilizadas com sucesso através de bochechos (Sindet-Pedersen &

Stenbjerg, 1986; Sindet-Pedersen, 1987b; Senghore & Harris, 1999), pela irrigação do

alvéolo dental (Anand et al., 2015), ou embebidas em gaze e comprimidas localmente

após exodontias (Queiroz et al., 2018). Comprimidos foram macerados e dissolvidos

em água para a realização de bochechos (Coetzee, 2007), ou ainda macerados e

misturados com solução de cloreto de sódio a 0,9% para formação de pasta a ser

colocada no interior do alvéolo dental (Gersel-Pedersen, 1979), ou sobre a ferida

cirúrgica (Figura 3) (BRASIL, Manual de Atendimento Odontológico a Pacientes com

Coagulopatias Hereditárias, Ministério da Saúde, 2005).

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Figura 3 –

Fonte: Ambulatório de Odontologia do Hemocentro de Campinas/UNICAMP.

Exemplo de uso tópico do ATX após exodontia. Neste caso foi

confeccionado um macerado a partir de 02 comprimidos (total de 500

mg) diluídos em NaCl 0,9%, que foi aplicado sobre o sítio cirúrgico.

Fonte: Imagem do próprio autor.

Figura 2 – Diferentes formas farmacêuticas do ATX. Da esquerda para direita: solução

endovenosa, gel bucal bioadesivo e comprimido.

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Ripollés-de Ramón et al., (2013) utilizaram uma nova formulação tópica do

ATX como método hemostático adjuvante para exodontias em pacientes

anticoagulados. Os autores avaliaram a eficácia e efeitos locais sobre a cicatrização

da ferida cirúrgica após o uso do ATX apresentado sob a forma de gel bucal

bioadesivo a 8%. Os resultados demonstraram que o uso tópico do ATX em gel bucal

bioadesivo a 8% após exodontias foi capaz de favorecer os processos locais de

coagulação e cicatrização nas primeiras 48-72 horas do período pós-cirúrgico

(Ripollés-de Ramón et al., 2013).

Apesar do promissor papel do uso tópico do ATX como método hemostático

adjuvante para exodontias, pouco se sabe sobre a absorção sistêmica gerada após o

seu contato com a mucosa bucal e sobre os efeitos locais gerados sobre o processo

de cicatrização da ferida cirúrgica pelo uso tópico das apresentações comerciais

disponíveis.

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3 PROPOSIÇÃO

3.1 OBJETIVO GERAL

➢ Avaliar a eficácia e segurança do uso tópico versus sistêmico do ácido

tranexâmico (ATX) como terapia hemostática adjuvante para exodontias em

pacientes portadores de coagulopatias hereditárias.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

➢ Avaliar a incidência de desfechos clínicos no período pós-cirúrgico, como

episódios de sangramento, processo de cicatrização local da ferida cirúrgica e

eventos adversos;

➢ Identificar e quantificar o ATX em plasma e saliva após o seu uso tópico versus

sistêmico.

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4 MÉTODOS

4.1 DESENHO DO ESTUDO

Este foi um ensaio clínico de tratamento fase III, prospectivo, paralelo, com

dois braços, randomizado controlado, aberto e multicêntrico.

4.2 LOCAL DO ESTUDO

Para a fase clínica do estudo, a triagem dos participantes foi realizada de

forma simultânea nas seguintes instituições:

a) Centro coordenador: Ambulatório de Odontologia do Hemocentro

de Campinas, Centro de Treinamento Internacional em Hemofilia

(IHTC “Cláudio Luiz Pizzigatti Correa”), Universidade Estadual de

Campinas (UNICAMP), Campinas, São Paulo;

b) Instituição coparticipante: Serviço de Estomatologia e Odontologia

do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão

Preto (HCFMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão

Preto, São Paulo.

Para a fase laboratorial do estudo, a filtragem das amostras ocorreu nas

dependências do Laboratório de Biologia Molecular do Departamento de Patologia

Oral, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP/UNICAMP), Piracicaba, São

Paulo. A análise metabolômica das amostras foi realizada no Laboratório Nacional de

Biociências do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (LNBio/CNPEM),

Campinas, São Paulo.

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

4.3.1 Critérios de inclusão

Os seguintes critérios foram adotados para a inclusão de participantes

neste estudo:

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a) Indivíduos de ambos os sexos com idade ≥ 18 anos;

b) Ser portador de coagulopatia hereditária;

c) Possuir cadastro e seguir em acompanhamento clínico pela equipe

de Médicos hematologistas em uma das instituições participantes

do estudo;

d) Apresentar indicação precisa para exodontia(s).

4.3.2 Critérios de exclusão

Os seguintes critérios foram adotados para a exclusão de participantes

neste estudo:

a) Não concordar em assinar o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido – TCLE (Apêndice 1);

b) Ser incapaz de dar o próprio consentimento por razões

psiquiátricas e/ou mentais;

c) Possuir idade < 18 anos;

d) Ser edêntulo total;

e) Mulheres gestantes ou puérperas;

f) Apresentar risco para trombose;

g) Apresentar hematúria macroscópica nos últimos 6 meses;

h) Apresentar aloanticorpos inibidores para concentrados de FVIII ou

FIX da coagulação (≥ 0,6 UB);

i) Apresentar hipersensibilidade ao ATX, e/ou ao anestésico local

utilizado neste estudo;

j) Ter utilizado o ácido acetilsalicílico, ou antiinflamatórios não-

esteróides (AINES) nas últimas duas semanas que antecederam a

exodontia.

4.3.3 Considerações éticas

Este estudo atendeu às exigências éticas e científicas fundamentais

preconizadas pela resolução 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde para

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pesquisas envolvendo seres humanos e foi aprovado pelos Comitês de Ética em

Pesquisa (CEP) da FCM/UNICAMP – parecer n. 2.584.313, CAAE:

27173414.4.1001.5404 (Anexo 1), do HCFMRP/USP – parecer n. 2.600.519, CAAE:

27173414.4.3001.5440 (Anexo 2) e da FOP/UNICAMP – parecer n. 2.599.432, CAAE:

27173414.4.3002.5418 (Anexo 3). Após a leitura e explanação de seu conteúdo,

todos os participantes assinaram o TCLE previamente à sua inclusão no estudo. Os

participantes ainda receberam seguimento clínico regular, através de consultas de

retorno, para a finalização de seu tratamento odontológico.

Em concordância com a resolução da ANVISA – RDC 36/2012 (BRASIL,

2002), este estudo foi aprovado e divulgado publicamente pelo Registro Brasileiro de

Ensaios Clínicos/ReBEC (identificador primário RBR-2jx9r5) e identificado na

International Clinical Trials Registry Platform (ICTRP) da Organização Mundial de

Saúde (OMS), sob número do UTN (Universal Trial Number) U1111-1206-4180.

Este estudo foi contemplado em 2016 pelo Grant Bayer Hemophilia Awards

– Caregiver Award (Bayer HealthCare LLC). A empresa PharmaKin. Com. Cosm. Ltda

cedeu gratuitamente as bisnagas contendo o gel bucal bioadesivo de ATX a 8% (Kin

Exogel®, PharmaKIN Com. Cosm. Ltda., São Paulo, SP, Brasil) utilizadas nos

procedimentos cirúrgicos de exodontia alocados no grupo experimental.

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4.4 O ENSAIO CLÍNICO

4.4.1 Técnica de randomização

Os participantes que preencheram os critérios de inclusão no estudo

prosseguiram para uma consulta baseline conduzida pelos pesquisadores-

executantes do centro coordenador ou da instituição coparticipante: Vinicius Rabelo

Torregrossa (VRT) e Tatiane Cristina Ferrari (TCF), respectivamente. Para cada

procedimento cirúrgico de exodontia executado, os participantes foram

randomicamente alocados em um dos grupos do estudo. Caso algum participante

apresentasse a necessidade de múltiplas exodontias, e houvesse a indicação de

fracionamento dos procedimentos cirúrgicos em mais de uma consulta, cada novo

procedimento seria igualmente randomizado e incluído no estudo sob anuência do

participante e mediante nova assinatura do TCLE. Para estes casos foi aplicado um

washout1 mínimo de 15 dias.

A randomização permutada em blocos foi utilizada de modo a assegurar

uma distribuição igualitária do número de participantes em ambos os grupos do

estudo. O processo utilizado permitiu à randomização aleatória simples (cara ou

coroa) em blocos de dez participantes. Desta forma, após um dos grupos atingir o

número de cinco participantes, cada novo procedimento incluído no estudo era

automaticamente alocado para o outro grupo até que um bloco de dez fosse

completado, e então o processo era reiniciado.

Os procedimentos cirúrgicos de exodontia foram randomizados em dois grupos:

a) Grupo controle – foi prescrito o ATX (comprimidos de 250 mg)

por via oral (15 mg/kg de peso) três vezes ao dia, durante 07 dias

consecutivos, com início da terapia 24 horas antes da(s) exodontia(s)

(Manual de Atendimento Odontológico a Pacientes com

Coagulopatias Hereditárias, Ministério da Saúde, 2005);

b) Grupo experimental – após a(s) exodontia(s) foi recomendada a

aplicação tópica do gel bucal bioadesivo de ATX na concentração de

1 “Washout”, ou período de repouso, é o tempo que o participante da pesquisa fica sem utilizar o medicamento que está sendo testado para que haja cessação de um possível efeito residual.

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8% (Kin Exogel®, PharmaKIN Com. Cosm. Ltda., São Paulo, SP,

Brasil) sobre a ferida cirúrgica. O gel foi mantido em posição com o

auxílio de uma gaze estéril interposta entre os dentes por 30 minutos.

Os participantes foram orientados a reaplicar o gel de ATX, como

acima explicado, três vezes ao dia, durante 07 dias consecutivos;

4.4.2 Avaliação clínica pré-cirúrgica

Esta avaliação ocorreu na consulta baseline e consistiu na coleta de dados

anamnésicos, exame dos tecidos moles e duros da cavidade bucal e solicitação de

imagens radiográficas panorâmicas e/ou periapicais. Todos os participantes foram

devidamente orientados quanto aos cuidados relativos à higiene bucal, que incluiu

técnicas de escovação e uso do fio dental.

Os dados coletados foram preenchidos em ficha clínica específica

elaborada para o estudo (Apêndice 2) e salvos em uma plataforma online segura

(REDCap application - “Research Eletronic Data Capture” - http://project-redcap.org/).

4.4.2.1 Indicadores de saúde bucal

A condição de saúde bucal dos participantes foi avaliada através dos

seguintes instrumentos:

a) CPO-D – Índice de dentes cariados, perdidos e obturados (Klein

e Palmer, 1938); O CPO-D é um índice recomendado pela OMS para

medir e comparar a experiência de cárie dentária nas populações.

Este índice é avaliado através do exame clínico intrabucal com o

auxílio de espelho clínico odontológico e sonda exploradora. Seu valor

expressa a média de dentes cariados, perdidos e obturados em um

grupo de indivíduos (OMS, 2013). Foram considerados como

“cariados” os dentes que apresentaram evidências clínicas de

descalcificação, com presença de cavidade visível em qualquer uma

de suas faces (vestibular, lingual, mesial, distal e oclusal), dentes que

apresentaram restaurações provisórias e/ou deficientes em suas

margens e raízes residuais. Foram considerados como “restaurados”

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os dentes que apresentaram material restaurador íntegro em qualquer

uma de suas faces (World Health Organization, 2013);

b) IP – Índice de Placa (Silness e Löe, 1964); O IP avaliou a

presença e espessura da placa/biofilme bacteriano visível no terço

cervical dos dentes. Foram avaliadas três regiões de apenas uma face

(vestibular ou lingual/palatina) de cada um dos seis dentes índices

(primeiro molar superior direito, incisivo lateral superior direito,

primeiro pré-molar superior esquerdo, primeiro molar inferior

esquerdo, incisivo lateral inferior esquerdo e o primeiro pré-molar

inferior direito) e do(s) dente(s) a serem extraído(s): 1. superfície

mesial (M), 2. vestibular (V) e 3. distal (D). Sua classificação variou de

0–3 pontos e encontra-se descrita na Tabela 1. O cálculo do IP foi

realizado através da divisão da pontuação total obtida no exame pelo

número de superfícies examinadas. Os dentes índices que se

encontraram ausentes nas arcadas dentárias durante o exame foram

excluídos da análise;

Tabela 1 - Classificação do Índice de Placa (IP).

Pontuação Critério

0 Ausência de placa/biofilme bacteriano.

1 Presença de placa/biofilme bacteriano não visível a olho

nu e identificável apenas à sondagem.

2 Moderado acúmulo de placa/biofilme bacteriano visível a

olho nu na margem gengival e/ou superfície dentária.

3 Abundante acúmulo de placa/biofilme bacteriano visível a

olho nu na margem gengival e/ou superfície dentária.

Fonte: Adaptado de Silness e Löe, 1964.

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c) IG – Índice Gengival (Löe e Silness, 1963); O IG avaliou a

condição de saúde dos tecidos gengivais, através da sondagem do

sulco gengival com o auxílio de uma sonda periodontal do tipo OMS.

Os tecidos gengivais ao redor de cada dente foram avaliados em três

regiões de apenas uma face (vestibular ou lingual/palatina) de cada

um dos seis dentes índices (primeiro molar superior direito, incisivo

lateral superior direito, primeiro pré-molar superior esquerdo, primeiro

molar inferior esquerdo, incisivo lateral inferior esquerdo e o primeiro

pré-molar inferior direito) e do(s) dente(s) a serem extraído(s): 1.

superfície mesial (M), 2. vestibular (V) e 3. distal (D). Sua classificação

variou de 0–3 pontos e encontra-se descrita na Tabela 2. O cálculo

do IG foi realizado através da divisão da pontuação total obtida no

exame pelo número de superfícies examinadas. Os dentes índices

que se encontraram ausentes nas arcadas dentárias durante o exame

foram excluídos da análise.

Tabela 2 - Classificação do Índice Gengival (IG).

Pontuação Critério

0 Sem inflamação.

1 Leve inflamação, discreta alteração de cor, discreto

edema, sem sangramento à sondagem.

2 Moderada inflamação, aspecto brilhante e eritematoso,

com sangramento à sondagem.

3 Grave inflamação, gengiva eritematosa, hipertrofiada e/ou

ulcerada, com tendência ao sangramento espontâneo.

Fonte: Adaptado de Löe e Silness, 1963.

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4.4.2.2 Prescrição medicamentosa

Os medicamentos prescritos neste estudo foram utilizados de forma

preemptiva2 ou terapêutica, e obedeceram a protocolos institucionais específicos

(Manual de Tratamento das Coagulopatias Hereditárias, Ministério da Saúde, 2006).

Além da administração por via tópica ou sistêmica do ATX, também foram adotados

os seguintes protocolos medicamentosos:

a) Antimicrobianos – Os protocolos adotados para o uso profilático

de antimicrobianos seguiram às recomendações da American Heart

Association – AHA (Wilson et al, 2008). Fatores adicionais, como a

presença de infecção local e/ou a condição sistêmica do participante,

também foram levados em consideração para a indicação do uso de

antimicrobianos no período pós-cirúrgico. Quando houve indicação,

foram prescritas 2 gramas de Amoxicilina ou 600 mg de Clindamicina

por via oral, em dose única profilática, uma hora antes de cada

procedimento cirúrgico de exodontia. Adicionalmente, com o objetivo

de reduzir o biofilme bacteriano na cavidade bucal previamente à(s)

exodontia(s), os participantes foram orientados realizar um bochecho

vigoroso durante 01 minuto, com 10 mL de solução não alcoólica de

digluconato de clorexidina à 0,12%;

b) Antiinflamatórios – Foi prescrito o uso da dexametasona (8 mg,

via oral, em dose única, 01 hora antes da exodontia) com o objetivo

de minimizar o edema pós-cirúrgico associado à exodontia de

terceiros molares intraósseos/impactados (Vicentini et al., 2018). Não

foram prescritos antiinflamatórios não-esteróides (AINES);

c) Analgésicos – A prescrição de analgésicos para o controle da

dor pós-cirúrgica foi baseada no uso de uma escala visual analógica

(EVA) graduada de 0 a 10 pontos. Para sintomatologia dolorosa

considerada de intensidade leve/moderada (EVA= 1 a 6 pontos) foi

2 Que prevê ou antecipa uma situação, preventivo ou profilático (Dicionário Priberam da Língua Portuguesa). Disponível em: http://www.priberam.pt/dlpo/chave.

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prescrito paracetamol (750 mg, via oral, a cada 06 horas) ou dipirona

(1 grama a cada 06 horas). Para sintomatologia dolorosa considerada

intensa (EVA= 7 a 10 pontos) foi prescrito a associação entre

paracetamol + fosfato de codeína (500 mg + 30 mg, via oral, a cada

06 horas).

4.4.3 Protocolo de reposição de fatores da coagulação

A terapia de reposição de fatores da coagulação (TRFC) foi planejada em

conjunto com a equipe de Médicos Hematologistas das instituições participantes e de

acordo as práticas e condutas preconizadas pelo Manual de Atendimento

Odontológico a Pacientes com Coagulopatias Hereditárias (BRASIL, Ministério da

Saúde, 2005). A TRFC foi dividida em dois períodos:

4.4.3.1 TRFC pré-cirúrgica (dia D0)

a) Hemofilia A leve e DvW tipos 1 e 2A responsivos ao DDAVP –

Uma hora antes da(s) exodontia(s) foi administrada uma dose única

profilática do acetado de desmopressina (DDAVP), por via

endovenosa, na concentração de 0,3 µg/Kg;

b) Hemofilia A leve (não responsiva ao DDAVP), moderada e

grave – Uma hora antes da(s) exodontia(s) foi administrada uma dose

única profilática de FVIII, por via endovenosa, na concentração de 40

UI/Kg, com o objetivo de elevar os níveis plasmáticos de FVIII para

80%. Portadores de Hemofilia A grave em regime de tratamento

profilático com Fator VIII tiveram suas exodontias agendadas para o

mesmo dia da infusão da dose profilática, que foi elevada para a

concentração de 40 UI/Kg (80%), 01 hora antes da(s) exodontia(s);

c) Hemofilia B – Uma hora antes da(s) exodontia(s) foi administrada

uma dose única profilática de FIX, por via endovenosa, na

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concentração de 80 UI/Kg, com o objetivo de elevar os níveis

plasmáticos de FIX para 80%.

4.4.3.2 TRFC pós-cirúrgica (dia D+1 e D+2)

Doses adicionais da TRFC foram prescritas apenas para os procedimentos

cirúrgicos de exodontia classificados como complexos (ver item 4.4.5.1), em virtude

da maior expectativa de sangramento no período pós-cirúrgico. O protocolo adotado

incluiu a administração de 50% da dose utilizada na TRFC pré-cirúrgica por dois dias

consecutivos (D+1 e D+2), perfazendo um total de 03 doses.

4.4.4 Coleta de sangue periférico e saliva não estimulada

Amostras de sangue periférico foram coletadas em dois momentos: 1.

imediatamente antes do início da exodontia (pré-exodontia); 2. Uma hora após a

exodontia (pós-exodontia). As amostras foram coletadas em tubos do tipo Vacuette Z

de 8,0 mL com soro ativador de coágulo (Greiner Bio-One, Monroe, NC, EUA) e

homogeneizadas após serem suavemente invertidas de cinco a dez vezes. Os tubos

de coleta foram acondicionados em temperatura ambiente na posição vertical por 30

minutos antes de serem centrifugados a 3.000 rpm, a 4º C, durante dez minutos. O

plasma obtido foi armazenado a -80ºC em alíquotas de 1,0 mL, em tubos do tipo

Eppendorf® previamente identificados. A coleta do sangue periférico foi realizada pelo

Serviço de Coleta de Sangue das instituições participantes, e seguiu as normas de

segurança preconizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA

(BRASIL, RDC nº 153, de 14 de junho de 2004).

Amostras de saliva não estimulada foram coletadas pré e pós-exodontia.

Os participantes foram orientados a não ingerir líquidos ou alimentos, exceto água, a

não fumar, não escovar os dentes e a não consumir gomas de mascar pelo período

mínimo de uma hora antes da coleta (Flink et al, 2008). Conforme preconizado por

Dawes (1997), os participantes ficaram sentados e foram orientados a deglutir toda a

saliva contida na boca previamente ao início da coleta. Em intervalos regulares de 60

segundos, durante cinco minutos, a saliva não estimulada foi dispensada em um

recipiente estéril previamente graduado. As amostras coletadas foram imediatamente

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acondicionadas em gelo por 30 minutos e depois centrifugadas a 13.000 rpm, a 4ºC,

durante cinco minutos. O sobrenadante (fase aquosa) obtido foi armazenado a -80ºC

em alíquotas de 1 mL, em tubos do tipo Eppendorf® previamente identificados.

Após a coleta, centrifugação, identificação e estocagem das amostras de

plasma e saliva, as mesmas foram transportadas para o centro coordenador do estudo

para o prosseguimento da etapa de processamento laboratorial. O transporte de

material biológico realizado neste estudo seguiu as normas de segurança

preconizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA (BRASIL, RDC

nº 153, de 14 de junho de 2004).

4.4.5 Exodontias

As exodontias foram realizadas respeitando-se os princípios fundamentais

da cirurgia odontológica, sob técnica minimamente invasiva3. Foram indicados para

exodontia os dentes com as seguintes condições:

a) Cárie profunda, com envolvimento pulpar e sem possibilidade de

tratamento endodôntico;

b) Doença periodontal avançada com perda óssea > 50%;

c) Fraturas coronárias, radiculares, ou corono-radiculares sem

outra possibilidade de aproveitamento terapêutico;

d) Raízes residuais;

e) Terceiros molares (intraósseos, semi-erupcionados e/ou

impactados);

f) Necessidade de extração para fins protéticos ou ortodônticos;

Passados 60 minutos da TRFC, foi recomendado um bochecho com 10 mL

de solução não alcoólica de digluconato de clorexidina à 0,12% durante um minuto.

Para a anestesia local foi utilizada uma solução de cloridrato de mepivacaína a 2%

com epinefrina 1:100.000 (Mepiadre, DFL INDÚSTRIA E COMÉRCIO S.A., Rio de

Janeiro, Brasil). Todos os procedimentos cirúrgicos foram realizados

3 Técnica cirúrgica baseada na máxima preservação dos tecidos originais (Tumenas et al, 2014).

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ambulatoriamente, sem qualquer tipo de sedação farmacológica, apenas pelos

pesquisadores-executantes das instituições participantes.

Após a anestesia, sindesmotomia e luxação, o dente foi removido do

alvéolo dentário. Manobras hemostáticas locais foram empregadas com vistas a

promover, sempre que possível, uma coaptação4 efetiva das margens cirúrgicas

através da manobra de Chompret5, além da confecção de suturas obliterativas (Figura

4).

Todos os participantes foram instruídos a manter uma compressa de gaze

estéril sobre a ferida cirúrgica pelo período mínimo de 30 minutos após a(s)

4 Redução ou aproximação dos ossos deslocados. 5 Compressão bidigital alveolar pós-exodontia.

Figura 4 –

Fonte: Ambulatório de Odontologia do Hemocentro de Campinas/UNICAMP.

Sutura obliterativa do alvéolo dental no pós-

cirúrgico imediato.

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Fonte: Ambulatório de Odontologia do Hemocentro de Campinas/UNICAMP.

Figura 5 – a) Gel bucal bioadesivo de ATX a 8% disposto em gaze estéril; b) Aplicação

tópica do gel de ATX sobre a ferida cirúrgica pós-exodontia.

exodontia(s). Instruções pós-operatórias específicas foram fornecidas verbalmente e

através de material informativo impresso (Apêndice 3).

Para os procedimentos cirúrgicos alocados no grupo experimental, foi

aplicado o gel bucal bioadesivo de ATX a 8% (Kin Exogel®, PharmaKIN Com. Cosm.

Ltda., São Paulo, SP, Brasil) em quantidade suficiente para cobrir toda a extensão da

ferida cirúrgica (Figura 5) imediatamente após a confecção das suturas. Foram

distribuídas, para os participantes que tiveram suas exodontias alocadas no grupo

experimental, sete unidades previamente identificadas de tubos plásticos individuais

contendo cinco gramas do gel bucal bioadesivo de ATX a 8% para aplicação

domiciliar. Estes mesmos participantes foram orientados a reaplicar o gel de ATX

sobre a ferida cirúrgica três vezes ao dia, durante sete dias. Instruções específicas

sobre a aplicação tópica do gel de ATX foram fornecidas verbalmente e através de

material impresso (Apêndice 4). Adicionalmente, foi solicitado que, na consulta de

retorno no dia D+7, estes participantes retornassem os tubos utilizados contendo o

gel de ATX aos pesquisadores-executantes.

(a) (b)

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4.4.5.1 Estratificação do grau de complexidade da exodontia

Ao término da realização da exodontia, cada procedimento cirúrgico foi

classificado de acordo com o grau de complexidade exigido pela técnica operatória,

de acordo com Ardekian et al. (2000) (Tabela 3).

Tabela 3 - Classificação da complexidade dos procedimentos cirúrgicos de

exodontia.

Grau de

complexidade Técnica operatória

I

Exodontia simples incluindo a remoção de 01 (um) dente,

sem a necessidade de confecção de retalho gengival e/ou

osteotomia.

II

Exodontia de 02 (dois) ou mais dentes do mesmo

quadrante, sem a necessidade de confecção de retalho

gengival e/ou osteotomia.

III Exodontia complexa, com a necessidade de confecção de

retalho gengival e osteotomia.

Fonte: Adaptado de Ardekian et al., 2000.

4.4.5.2 Medidas de segurança e monitoramento

Todos os participantes foram orientados a permanecer em sua respectiva

unidade de atendimento pelo período mínimo de 02 horas após a(s) exodontia(s) para

verificação clínica da hemostasia pelos pesquisadores-executantes. Uma terceira

consulta foi agendada no período pós-cirúrgico, no dia D+7, para a remoção das

suturas, avaliação clínica do processo de cicatrização da ferida cirúrgica e coleta de

dados adicionais.

Como estratégia de lembrete para uso do ATX no período pós-cirúrgico, os

pesquisadores-executantes realizaram o cadastro do número de telefone móvel dos

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participantes que concordaram em receber mensagens de texto automáticas através

de um aplicativo de celular (SMS Scheduler, versão 1.9, lylynx.com). Foi também

solicitada a permissão para contato via telefone com os participantes, em até 48 horas

após a exodontia, com o intuito de obter informações clínicas relativas ao controle

local da hemostasia da ferida cirúrgica.

Em caso de relato de episódios hemorrágicos e/ou de eventos adversos,

os participantes foram orientados a entrar em contato com os pesquisadores-

executantes para uma nova avaliação clínica de urgência. Na impossibilidade do

contato, os participantes foram orientados a procurar atendimento médico nas

unidades de pronto atendimento das instituições participantes, além de retorno clínico

para avaliação com os pesquisadores-executantes do estudo, dentro das primeiras 24

horas do episódio de sangramento e/ou evento adverso ocorrido.

A perda de seguimento clínico foi considerada na presença de abandono

ao estudo, com ausência de contato no período pós-cirúrgico e/ou não aderência ao

tratamento farmacológico proposto.

4.4.6 Avaliação clínica pós-cirúrgica (dia D+7)

4.4.6.1 Avaliação clínica de falha da hemostasia local

A falha no processo de hemostasia local foi considerada na presença de

uma das condições clínicas listadas abaixo no período de observação deste estudo

(dia D0 até o dia D+7):

a) Sangramento visível e contínuo proveniente da ferida cirúrgica

por um período maior que 12 horas, não controlado através de

compressão local com o auxílio de uma gaze estéril por 30

minutos;

b) Necessidade de reintervenção local para controle da hemostasia

de acordo com critérios clínicos previamente estabelecidos

(Tabela 4);

c) Necessidade da administração de doses adicionais não

programadas da TRFC no período pós-operatório.

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Tabela 4 – Índice de Sangramento alveolar versus necessidade de reintervenção local e/ou transfusional.

Índice Característica clínica Intervenção local Necessidade transfusional

0 Sangramento local pequeno com hemostasia

espontânea Não há necessidade Não há necessidade

I

Pequenos “filetes” de sangramento

intermitente e/ou coágulo sanguíneo exofítico

de pequenas dimensões

Compressão com gaze estéril sobre o

local durante 30 minutos Não há necessidade

II

Sangramento moderado intermitente e/ou

coágulo sanguíneo exofítico com dimensões

da coroa clínica do dente extraído

Anestesia infiltrativa local, curetagem

local para remoção do coágulo

sanguíneo e novas suturas

Discutir com a equipe médica dose

adicional da TRFC

III

Sangramento abundante intermitente e/ou

coágulo sanguíneo exofítico com dimensões

maiores que a coroa clínica do dente extraído

Anestesia infiltrativa local, curetagem

local para remoção do coágulo

sanguíneo e novas suturas

Dose adicional da TRFC

Fonte: Adaptado de Santos & Soares, 2012.

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4.4.6.2 Avaliação clínica do processo de cicatrização da ferida

cirúrgica

Esta avaliação ocorreu na consulta de retorno, no dia D+7. Parâmetros

clínicos específicos foram utilizados para a avaliação do processo de cicatrização local

da ferida cirúrgica, de acordo com Gazivoda et al. (2015):

a) Necrose local – Presença de tecido necrótico visível no interior

do alvéolo dental;

b) Dor – Presença de sintomatologia dolorosa espontânea no local

da exodontia, com necessidade do uso recorrente de

analgésicos para cessação da dor;

c) Odor necrótico – Presença de odor necrótico associado ao

local da exodontia;

d) Deiscência de suturas – Rompimento parcial ou total das

suturas, com afastamento maior que 0,5 cm entre as margens

da ferida cirúrgica;

e) Edema local – Presença de aumento de volume maior do que 1

(um) centímetro no local onde foi realizada a exodontia, quando

comparado ao lado oposto;

f) Inflamação local – Presença de hiperemia compatível com

quadro inflamatório da mucosa gengival, no local da exodontia,

quando comparado ao lado oposto;

g) Hematoma – Alteração de cor para o roxo ou

amarelo/esverdeado da mucosa bucal, e/ou externamente em

pele, no local correspondente à exodontia, quando comparado

ao lado oposto.

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Todos os procedimentos realizados em cada etapa do estudo encontram-

se sumarizados na Tabela 5.

Tabela 5 – Procedimentos realizados em cada visita.

Avaliação/procedimento Baseline

Pré-

exodontia

(D+0)

Pós-

exodontia

(D+0)

Retorno

(D+7)

Triagem dos participantes X

Assinatura do TCLE X

Randomização X

CPO-D, IP e IG X

Prescrição medicamentosa X

TRFC* X

Coleta de sangue periférico X X

Coleta de saliva X X

Estratificação do grau de

complexidade da exodontia X

Avaliação da hemostasia local X X

Avaliação do processo de

cicatrização da ferida cirúrgica X

TRFC, Terapia de reposição de fatores da coagulação.

* A TRFC foi utilizada por dois dias consecutivos (D+1 e D+2) no período pós-cirúrgico para as exodontias classificadas como

Grau III.

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4.5 ANÁLISE METABOLÔMICA DO ÁCIDO TRANEXÂMICO EM PLASMA E

SALIVA

4.5.1 Aquisição dos espectros de RMN

Para a detecção e quantificação do ácido tranexâmico (ATX) nas amostras

de plasma e saliva foi utilizada a técnica de espectroscopia por Ressonância

Magnética Nuclear (RMN) (Chang et al., 2004; Lucas et al., 2005). Com o objetivo de

compor um volume total de 600 microlitros (µL) em um tubo de RMN de 05 mm, foram

adicionados 260 µL de cada amostra em um filtro de três Kilodaltons – KDa (Amicon®

Ultra 0,5 mL) para a eliminação de macromoléculas, 60 µL de tampão fosfato a 1 M

com pH 7,2 e 280 µL de água deuterada (D2O 99,9%; Cambridge Isotope Laboratories

Inc., Massachusetts, EUA).

Espectros unidimensionais de ¹H foram obtidos a 600 MHz e temperatura

constante de 298 K (25ºC) após utilizar um espectrômetro de RMN equipado com

sonda criogênica de tripla ressonância do tipo Varian-Agilent Inova (Agilent

Technologies Inc.™, Santa Clara, EUA). Um total de 256 varreduras foram coletadas

com 32.000 pontos, e tempo de aquisição de 04 segundos em uma janela de largura

espectral de 16 ppm. Um tempo de espera de 1,5 segundos foi incorporado entre as

varreduras, durante o qual um campo contínuo de radiofrequência de pré-saturação

de água foi aplicado.

O processamento dos espectros obtidos envolveu correções da fase

espectral e linha de base com a ajuda do software Chenomx NMR Suite® v. 7.7

(Chenomx Inc.™, Edmonton, Canadá).

4.5.2 Detecção e quantificação do ATX

Para que o ATX pudesse ser detectado e quantificado após o processo de

perfilagem metabólica dos espectros obtidos, houve a necessidade da realização do

cadastro do sinal de sua molécula na biblioteca de compostos do software Chenomx

NMR Suite®. Com esta finalidade, foi preparada uma amostra teste contendo o ATX

em uma concentração previamente fixada (10 mM), nas mesmas condições de

aquisição dos espectros de RMN (ver item 4.5.1). O espectro obtido foi sobreposto a

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um segundo espectro gerado pela mesma amostra após ser adicionada uma

concentração maior (100 mM) do ATX (Figura 6). O sinal detectado foi cadastrado na

biblioteca de compostos do software Chenomx NMR Suite®.

Figura 6 – Espectros de RMN de 1H obtidos da mesma amostra de plasma com

diferentes concentrações do Ácido Tranexâmico (ATX). Os espectros foram

sobrepostos para a correta identificação do fármaco. Note o aumento do sinal

do ATX após ser adicionado 100 mM na amostra. Solvente: D2O;

equipamento 600 MHz.

+100 mM de ATX

+ 10 mM de ATX

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Para a análise metabolômica foi utilizado o método de processamento de

dados Targeted Profiling. O método consistiu na associação do sinal do ATX salvo na

biblioteca de compostos do software Chenomx NMR Suite® ao espectro de cada

amostra analisada. Esta associação foi considerada válida na presença de um perfeito

alinhamento entre os espectros (Figura 7). Após constatada a correspondência dos

sinais e detectada a presença do ATX, foram analisadas as concentrações do fármaco

nas amostras de plasma e saliva nos períodos pré e pós-exodontia. O experimento foi

realizado em duplicata por um único examinador (VRT), com um intervalo mínimo de

14 dias entre as avaliações, e a média foi calculada.

ATX

Espectro

Figura 7 – Espectros de RMN de 1H de amostras de plasma (A) e saliva (B) contendo o

Ácido Tranexâmico (ATX). Note o perfeito alinhamento entre os espectros das

amostras (linha preta) e do ATX (sombra de cor violeta). A imagem (C)

demonstra a ausência do ATX em uma amostra de plasma. Note a ausência de

alinhamento entre os espectros na mesma região estudada (2.860 ppm no eixo

x). Solvente: D2O; equipamento 600 MHz.

(A) (B)

ATX ATX

Espectro Espectro

(C)

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4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os dados foram agrupados estatisticamente através do programa

Statistical Package for Social Sciences (SPSS for Windows, v. 20.0, SPSS Inc.

Chicago, IL, EUA). A análise descritiva das variáveis quantitativas compreendeu o

cálculo das médias, medianas, valores mínimos e máximos. Os testes t de Student,

exato de Fisher e Qui-quadrado (X²) foram utilizados para comparar as variáveis

categóricas entre os grupos. Foi considerado um intervalo de confiança de 95% (p <

0,05).

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5 RESULTADOS

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

Vinte e seis participantes portadores de coagulopatias hereditárias com

necessidade de exodontias foram incluídos de forma consecutiva no estudo entre

março/2016 a abril/2017. No momento do recrutamento, 21/26 (80,7%) participantes

pertenciam ao Hemocentro de Campinas/UNICAMP – IHTC “Cláudio Luiz Pizzigatti

Correa” e 5/26 (19,3%) pertenciam ao HCFMRP/USP. Do total de participantes, 15/26

(57,7%) eram do sexo masculino e 11/26 (42,3%) do sexo feminino, com média de

idade de 30 (18-68) anos. As características clínicas e demográficas dos participantes

estão sumarizadas na Tabela 6.

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Tabela 6 – Características dos participantes

Variável Total

Pacientes, n. (%) 26 (100)

Idade, média (variação) 30 (18-68)

Sexo

Masculino, no. (%) 15 (57,7)

Feminino, no. (%) 11 (42,3)

Diagnóstico

Hemofilia A leve, no. (%) 5 (19,2)

Hemofilia A grave, no. (%) 6 (23,1)

Hemofilia B moderada, no. (%) 1 (3,8)

DvW tipo 1, no. (%) 6 (23,1)

DvW tipo 3, no. (%) 2 (7,7)

Fibrinólise sistêmica, no. (%) 1 (3,8)

Deficiência Fator VII, no. (%) 2 (7,7)

Coagulopatia não diagnosticada, no (%) 3 (11,6)

Terapia de reposição

Fator VIII, no. (%) 7 (26,9)

Fator VIII/FvW, no. (%) 2 (7,7)

Fator IX, no (%) 1 (3,8)

DDAVP, no. (%) 8 (30,9)

Fator VII recombinante, no. (%) 1 (3,8)

Fator VIII recombinante, no. (%) 1 (3,8)

N/A, no. (%) 6 (23,1)

DDAVP Acetato de desmopressina, DvW Doença de von Willebrand, FvW Fator von Willebrand, N/A Não se

aplica.

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Trinta e cinco procedimentos cirúrgicos de exodontia foram realizados nos

26 participantes portadores de coagulopatias hereditárias incluídos no estudo.

Dezessete (48,6%) procedimentos foram randomicamente alocados no grupo controle

e 18/35 (51,4%) procedimentos no grupo experimental (Figura 8). A análise estatística

dos dados demográficos e clínicos pré-procedimento demonstrou que os grupos foram

estatisticamente comparáveis entre si (Teste t de Student, p> 0,05).

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Alo

ca

çã

o

Se

gu

ime

nto

Analisadas

(n = 18)

Analisadas

(n = 17)

An

áli

se

Figura 8 – Diagrama de fluxo do ensaio clínico.

Ensaio clínico controlado-randomizado fase III

Portadores de coagulopatias hereditárias com necessidade de exodontia

Triagem primária

Grupo Experimental

(n = 18)

Grupo Controle

(n = 17)

24h pré-exodontia:

Uso oral do ATX (15 mg/Kg

de peso)

Posologia: Ingerir, via oral, 3x

ao dia, durante 07 dias.

Pós-exodontia:

Uso tópico de gel bucal

bioadesivo de ATX a 8%

Posologia: Aplicar sobre a

ferida cirúrgica, 3x ao dia,

durante 07 dias;

Randomização dos procedimentos cirúrgicos

Perda de

seguimento

(n = 0)

Perda de

seguimento

(n = 0)

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5.2 AVALIAÇÃO DA SAÚDE BUCAL

A média do índice CPO-D dos participantes foi de 12 (0-32), com valores

médios correspondentes de 2,3 (0-7) dentes cariados, 4,8 (0-28) dentes perdidos e

5,6 (0-19) dentes obturados.

A média global do IP dos participantes foi de 0,9 (0,1-2,1). Os valores

médios do IP apenas dos dentes extraídos foi de 1,7 (0-3). A média global do IG dos

participantes foi de 1 (0-9). Os valores médios do IG apenas dos dentes extraídos foi

de 1,5 (0,3-3).

Esses resultados demonstraram que os valores do IP e IG observados nos

dentes extraídos refletiram um maior acumulo de biofilme e inflamação gengival no

sítio da exodontia, quando comparados aos valores de IP e IG globais dos

participantes.

5.3 PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS DE EXODONTIA

Trinta e oito dentes foram extraídos em 35 procedimentos cirúrgicos, sendo

19 dentes extraídos em cada grupo (Apêndice 5). As principais condições que

motivaram as exodontias incluíram a necessidade de remoção de terceiros molares

em 18/38 (47,4%) casos, presença de dentes cariados e/ou com coroa fraturada em

11/38 (28,9%) casos, exodontia para fins protéticos em 8/38 (21,1%) casos e perda

óssea > 50% secundária à doença periodontal em 1/38 (2,6%) caso (Tabela 7). Não

foram encontradas diferenças estatisticamente significantes na análise comparativa

entre os grupos para as condições que motivaram as exodontias (p> 0,05).

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Tabela 7 – Total de dentes extraídos e razões para as exodontias por grupo.

Razões para exodontias Total

Grupo

Controle

N= 17

Grupo

Experimental

N= 18

Valor

de p*

Dentes extraídos, n. (%) 38 (100) 19 (50) 19 (50) 1

Condição

Cariado/coroa fraturada, n. (%) 11 (28,9) 7 (18,4) 4 (10,6) 0,32

Doença periodontal, n. (%) 1 (2,6) 0 (0) 1 (2,6) -

Terceiros molares, n. (%) 18 (47,4) 7 (18,4) 11 (28,9) 0,28

Fins protéticos, n. (%) 8 (21,1) 5 (13,2) 3 (7,9) 0,45

*Teste Qui-quadrado (X²).

A avaliação do grau de complexidade dos procedimentos cirúrgicos de

exodontia demonstrou que 16/35 (45,8%) dos procedimentos foram classificados

como Grau I, 6/35 (17,2%) como Grau II e 13/35 (37%) como Grau III. Não foram

observadas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos em relação à

distribuição das exodontias Grau I (p= 0,88 – teste X²), Grau II (p= 0,94 – teste X²) e

Grau III (p= 0,6 – teste X²) (Tabela 8).

Dois procedimentos apresentaram sangramento transoperatório: 1.

procedimento n. 3, onde foi realizada a exodontia de 01 dente classificado como Grau

III de complexidade em um participante portador de DvW tipo 3 (participante n. 3);

procedimento n. 32, onde foi realizada a exodontia de 01 dente classificado como

Grau III de complexidade em um participante portador de hemofilia A leve (participante

n. 26). Em ambos os casos, o sangramento transoperatório foi controlado através de

compressão local da ferida cirúrgica com uma gaze estéril até a obtenção de

hemostasia satisfatória.

Não foram registrados episódios de sangramento no período pós-cirúrgico

imediato em ambos grupos. Apesar de 13/35 (37%) dos procedimentos cirúrgicos

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terem sido classificados como complexos, apenas 2/35 (5,8%) procedimentos

apresentaram episódios de sangramento no período pós-cirúrgico tardio, ambos do

grupo experimental (p= 0,25 – teste X²) (Tabela 8).

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Tabela 8 – Complexidade dos procedimentos cirúrgicos de exodontia e episódios de sangramento nos dois grupos.

Grau de complexidade

Procedimentos cirúrgicos de exodontia (n= 35)

Valor

de p* Grupo Controle (n= 17) Grupo Experimental (n= 18)

Procedimentos

n. (%)

Episódios de

sangramento,

n. (%)

Procedimentos

n. (%)

Episódios de

sangramento,

n. (%)

Grau I: Exodontias

simples 8 (22,9) 0 (0) 8 (22,9) 1 (2,9) 0,88

Grau II: Exodontias

compostas 3 (8,6) 0 (0) 3 (8,6) 0 (0) 0,94

Grau III: Exodontias

complexas 6 (17) 0 (0) 7 (20) 1 (2,9) 0,60

* Teste X² – Valor de p relacionado ao grau de complexidade das extrações dentárias entre os dois grupos.

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Os dois episódios de sangramento tardio observados no grupo

experimental corresponderam aos procedimentos n. 11 (participante n. 04) e n. 14

(participante n. 11). Como medida local de controle hemostático, ambos os

procedimentos foram submetidos a curetagem da ferida cirúrgica, novas suturas e

administração de doses adicionais da TRFC (Figura 9), de acordo com o protocolo

descrito no item 4.4.6.1. As características clínicas dos procedimentos que

apresentaram episódios de sangramento tardio estão sumarizadas na Tabela 9.

Fonte: Ambulatório de Odontologia do Hemocentro de Campinas/UNICAMP.

Figura 9 – Episódio de sangramento observado no procedimento n. 11 (participante

n. 04): a) Note a presença do coágulo exofítico entre as suturas no local

da exodontia do terceiro molar superior do lado direito; b) Remoção do

coágulo sanguíneo após curetagem do alvéolo dental.

(a) (b)

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Tabela 9 – Características clínicas dos episódios de sangramento tardio observados do grupo experimental (n= 2).

N.

proced Diag TRFC

N. de

dentes

extraídos

Grau de

complex.

Razão para

exodontia

IP

geral

IP do

dente

extraído

IG

geral

IG do

dente

extraído

Dia do

sangramento

Local do

sangramento Trat.

11 H.A.

leve

DDAVP (0,3

mcg/Kg) 1 Grau I

3º molar

superior

erupcionado

0,72 3 0,22 1,3 D+1 Alvéolo dental

C.L.+

Suturas +

DDAVP

(0,3

mcg/Kg)

14 H.A.

grave

rFator VIII

(80%/40

UI/Kg)

1 Grau III

3º molar

inferior

intraósseo

0,16 - 0 - D+7 Incisão

relaxante

C.L.+

Suturas +

rFator VIII

(50%/40

UI/Kg)

complex complexidade, CL Curetagem local, DDAVP Acetato de desmopressina, Diag Diagnóstico, H.A. Hemofilia A, IG Índice gengival, IP Índice de placa, mcg microgramas, proced Procedimento, rFator VIII Fator VIII recombinante,

Trat Tratamento, TRFC Terapia de reposição de fatores da coagulação, UI Unidades internacionais.

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5.3.1 Avaliação clínica do processo de cicatrização da ferida cirúrgica

Os resultados globais da avaliação clínica do processo de cicatrização da

ferida cirúrgica mostraram que a inflamação local foi a condição mais prevalente no

dia D+7, presente em 18/35 (51,4%) casos. Outras condições menos prevalentes

foram registradas, como edema local em 11/35 (31,4%) casos, dor em 8/35 (22,9%)

casos, necrose local em 5/35 (14,3%) casos, deiscência de suturas em 5/35 (14,3%)

casos, odor necrótico em 4/35 (11,4%) casos e hematoma em 4/35 (11,4%) casos.

Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos em

relação aos parâmetros clínicos utilizados na avaliação do processo de cicatrização

da ferida cirúrgica (p> 0,05) (Tabela 10).

Baseando-se na composição dos parâmetros clínicos que avaliaram o

processo de cicatrização da ferida cirúrgica, 6/35 (17,1%) procedimentos foram

diagnosticados com retardo cicatricial, sem apresentar diferenças estatisticamente

significantes entre os grupos (p= 0,41 – teste X²).

Dentre os seis casos que apresentaram retardo cicatricial da ferida

cirúrgica, dois casos foram do grupo controle e quatro casos do grupo experimental.

Os casos observados no grupo controle incluíram os procedimentos n. 2 (participante

n. 2) e n. 3 (participante n. 3). Os casos observados no grupo experimental incluíram

os procedimentos n. 11 (participante n. 4), n. 14 (participante n. 11), n. 20 (participante

n. 15) e n. 22 (participante n. 17). É importante salientar que dentre os casos

observados no grupo experimental, 2/4 casos incluíram procedimentos em que houve

episódios de sangramento tardios no período pós-cirúrgico secundários às exodontias

(procedimento n. 11/participante n. 4 e procedimento n. 14/participante n.11). A

manifestação do retardo cicatricial da ferida cirúrgica esteve associada à exodontia de

terceiros molares em 4/6 (66,6%) casos (Tabela 11).

O tratamento de escolha para 3/6 (50%) casos compreendeu a curetagem

local e confecção de novas suturas. A administração de doses adicionais da TRFC

previamente à curetagem local da ferida cirúrgica foi necessária apenas em 1/5 (20%)

caso. Os demais casos não foram submetidos a tratamentos locais (Tabela 11).

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Tabela 10 – Parâmetros clínicos de avaliação da cicatrização da ferida cirúrgica distribuídos por grupo.

Parâmetros clínicos

Procedimentos cirúrgicos (n= 35)

Grupo Controle (n= 17) Grupo Experimental (n= 18) Valor de p*

Necrose local 3 2 0,62

Dor 3 5 0,51

Odor necrótico 2 2 0,95

Deiscência de suturas 3 2 0,62

Edema local 4 7 0,36

Inflamação local 8 10 0,63

Hematoma 2 2 0,95

Cicatrização retardada 2 4 0,41

*Teste X².

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Tabela 11 – Características clínicas dos procedimentos diagnosticados com retardo no processo de cicatrização da ferida cirúrgica (n= 6).

N.

proced. Grupo Diag. Comorb. TRFC

N. dentes

extraídos

Grau de

complex.

Razão para

exodontia IP

IP do

dente

extraído

IG

IG do

dente

extraído

Trat. Dia do

trat.

2 C Fibrinólise

sistêmica

HAS, DM,

DAC,

Depressão

N.A. 1 Grau I Raiz residual 1,5 3 1 1,3 C.L. + Suturas D+7

3 C DvW tipo 3 -

FVIII/FvW

(80%/40

UI/Kg)

1 Grau III

3º molar

superior

intraósseo

0,43 1 0,38 1 - -

11 E H.A. leve -

DDAVP

(0,3

mcg/Kg)

1 Grau I

3º molar

superior

erupcionado

0,72 3 0,22 1,3 - -

14 E H.A. grave -

rFator VIII

(80%/40

UI/Kg)

1 Grau III 3º molar inferior

intraósseo 0,16 - - - - -

20 E DvW tipo 1 - DDAVP 2 Grau III 3º molar inferior

erupcionado 0,25 0,83 0,13 0,5

C.L.+ Suturas +

Fator VIII

(50%/40 UI/Kg)

D+5

22 E Def. Fator VII

HAS,

Histórico

de câncer

- 1 Grau I Raiz residual 1,88 1 0,79 0,6 C.L. + Suturas D+7

C Controle, Comorb. Comorbidades, Complex. Complexidade, CL Curetagem local, DAC Doença arterial coronariana, DDAVP Acetato de desmopressina, Def. deficiência, Diag Diagnóstico, DM Diabetes Mellitus DvW

Doença de von Willebrand, E Experimental, H.A. Hemofilia A, HAS Hipertensão arterial sistêmica, IG Índice gengival, IP Índice de placa, mcg microgramas, proced Procedimento, rFator VIII, Fator VIII recombinante, Trat

Tratamento, TRFC Terapia de reposição de fatores da coagulação, UI Unidades internacionais.

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5.4 EVENTOS ADVERSOS

A maioria dos eventos adversos reportados pelos participantes

compreenderam reações gastrointestinais leves, como dor estomacal em 2/35 (5,7%)

casos, náuseas em 1/35 (2,9%) caso e diarreia em 1/35 (2,9%) caso. Cansaço/fadiga

foi reportado em 2/35 (5,7%) casos, cefaleia em 1/35 (2,9%) caso e hipersensibilidade

cutânea em 1/35 (2,9%) caso. O participante n. 13 (procedimento n. 18) alocado no

grupo controle, apresentou quadro clínico de crise hipertensiva no período pós-

cirúrgico. Não foram registrados eventos tromboembólicos durante o período

estudado. A análise comparativa entre os grupos controle e experimental demonstrou

não haver diferenças estatisticamente significantes na incidência de eventos adversos

(p> 0,05) (Tabela 12).

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Tabela 12 – Eventos adversos registrados nos dois grupos.

Eventos

Procedimentos cirúrgicos (n= 35)

Grupo Controle (n= 17) Grupo Experimental (n= 18) Valor de p*

Náusea 1 0 0,46

Diarreia 0 1 0,34

Dor estomacal 1 1 0,92

Cefaleia 1 1 0,92

Hipersensibilidade cutânea 1 0 0,46

Tromboembolismo 0 0 -

Crise hipertensiva 1 0 0,46

Alterações visuais 0 0 -

Cansaço/fadiga 1 1 0,92

*Teste X².

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5.5 ANÁLISE METABOLÔMICA DO ÁCIDO TRANEXÂMICO NO PLASMA E

SALIVA

5.5.1 Detecção e quantificação do ATX no plasma

No grupo controle, o ATX foi detectado em 14/16 (87,5%) amostras no

período pré-exodontia, com concentração plasmática média de 2,3 mg/L (0 – 12,1).

No período pós-exodontia, o ATX foi detectado em 15/17 (88,2%) amostras, com

concentração plasmática média de 1,59 mg/L (0 – 10,9). No grupo experimental, os

níveis plasmáticos do ácido tranexâmico apresentam-se abaixo do limite de detecção

(< 0,2 mg/L) nos dois períodos de coleta (Tabela 13).

5.5.2 Detecção e quantificação do ATX em saliva

No grupo controle, as concentrações do ATX encontraram-se abaixo do

limite de detenção (< 0,2 mg/L) nos dois períodos de coleta. No grupo experimental,

o ATX foi detectado somente no período pós-exodontia, em 16/17 (94,1%) amostras,

com concentrações médias de 42,9 mg/L (0 – 268,13 mg/L) (Tabela 13).

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Tabela 13 – Detecção e quantificação do ATX em plasma e saliva pré e pós-exodontia nos dois grupos.

Grupo

Plasma Saliva

Pré-exodontia Pós-exodontia Pré-exodontia Pós-exodontia

Controle* 2,3 (0 – 12,1) 1,59 (0 – 10,9)

† †

Experimental* † † † 43,2 (0 – 268,5)

* Valores médios e variação em mg/L.

† Valores abaixo do limite de detecção (< 0,2 mg/L).

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6 DISCUSSÃO

O presente estudo demonstrou que o uso tópico do ácido tranexâmico

(ATX) em gel bucal bioadesivo a 8%, como terapia hemostática adjuvante para

exodontias em pacientes portadores de coagulopatias hereditárias (PCH), apresentou

eficácia e segurança clínicas comparáveis ao uso sistêmico do ATX. Adicionalmente,

o uso tópico do ATX em gel bucal bioadesivo a 8% foi capaz de dispensar altas

concentrações do medicamento na saliva, sem induzir a uma absorção sistêmica a

níveis detectáveis pela técnica de espectroscopia de RMN. Mesmo quando o ATX foi

administrado por via oral (15 mg/Kg), com uso contínuo iniciado 24 horas antes das

exodontias, não foram identificadas concentrações salivares a níveis detectáveis pela

técnica de espectroscopia de RMN.

Os benefícios relacionados ao uso do ATX como método hemostático

adjuvante para procedimentos cirúrgicos já foram demonstrados em diversos cenários

clínicos (Roos et al., 2003; Gurusamy et al., 2011; Henry et al., 2011; Ker et al., 2013;

Martin-Hirsch et al., 2013; Novikova et al., 2015; van Galen et al., 2015; McNicol et al.,

2016; Estcourt et al., 2016; Montroy et al., 2018). Entretanto, em pacientes PCH, a

eficácia do ATX na prevenção de sangramentos secundários a exodontias ainda não

foi plenamente estabelecida em decorrência da escassez de estudos randomizados

controlados sobre o tema (van Galen et al., 2015), já que a maioria dos trabalhos

publicados incluíram análises retrospectivas ou séries de casos (Ingram et al., 1972;

Tavenner, 1972; Bennet et al., 1973; Black, 1976; Schiavoni et al., 1983; Stajcić, 1985;

Ramstrom et al., 1989; Waly, 1995; Zanon et al., 2000; Nuvvula et al., 2014).

Em uma revisão sistemática conduzida por van Galen et al. (2015), o

trabalho de Forbes et al. (1972) foi considerado o único ensaio clínico elegível que

avaliou a eficácia do ATX como terapia hemostática adjuvante para exodontias em

pacientes PCH. Forbes et al. (1972) demonstraram os efeitos do ATX sobre a redução

da perda sanguínea e sobre a necessidade de transfusões em pacientes com

Hemofilia A e B submetidos a exodontias e que utilizaram o ATX por via oral (01

grama, três vezes ao dia durante cinco dias, com início da terapia duas horas antes

das exodontias) versus uso de placebo.

Quando comparados os resultados do estudo contemplado nesta tese com

o trabalho de Forbes et al. (1972), é possível notar uma similaridade com relação ao

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número de participantes incluídos (26 e 28, respectivamente) e ao número de

procedimentos cirúrgicos de exodontia executados (35 e 32, respectivamente). As

principais diferenças entre o presente estudo e o de Forbes et al. (1972) incluíram o

tipo de mascaramento utilizado (aberto e duplo-cego, respectivamente), o protocolo

de uso do ATX (uso oral vs. tópico e uso oral vs. placebo, respectivamente) e a

quantidade de dias de administração da TRFC (1-3 dias e 5 dias, respectivamente).

A busca por parâmetros clínicos capazes de predizer o risco de

sangramentos secundários a exodontias é tema frequente na literatura científica. A

influência de fatores locais sobre a frequência e a gravidade da manifestação de

episódios de sangramento na cavidade bucal têm sido correlacionados à quantidade

de dentes extraídos (Peisker et al., 2014) ou de raízes extraídas (Correa et al., 2006),

à confecção de retalhos gengivais (Ardekian et al., 2000), e à necessidade de

osteotomia cirúrgica (Hsieh et al., 2017).

Outro importante fator de risco para o desenvolvimento de sangramentos

tardios secundários a exodontias é a atividade fibrinolítica (Basso et al., 2017). Na

cavidade bucal, a atividade fibrinolítica encontra-se fisiologicamente elevada na saliva

(Kjaeldgaard & Kjaeldgaard, 1986; Kjaeldgaard & Kjaeldgaard, 1987; Sindet-Pedersen

et al., 1987a; Virtanen et al., 2006) e no sague alveolar (Basso, 2009), o que pode

gerar um risco aumentado para a dissolução precoce do coágulo sanguíneo recém-

formado após uma exodontia (Sindet-Pedersen et al., 1990).

Uma pior condição de saúde bucal também foi relacionada a um aumento

da atividade fibrinolítica local (Basso et al., 2017). Em 2017, Basso et al.,

demonstraram que a presença de inflamação gengival no sítio da exodontia,

demonstrada através de valores elevados dos índices de placa (IP) e gengival (IG),

devem ser levados em consideração para o planejamento de exodontias em pacientes

PCH, em decorrência do aumento local da fibrinólise.

Quando comparados os resultados da avaliação de saúde bucal entre o

estudo contemplado nesta tese e o trabalho de Basso et al. (2017), foi possível

observar valores médios discretamente menores do IP (1,7 e 1,76, respectivamente)

e do IG (1,5 e 1,93, respectivamente) nos sítios onde foram realizadas as exodontias.

É importante salientar que os valores médios do IP e IG encontrados nos sítios das

exodontias mostraram-se superiores aos valores médios globais do IP e IG dos

participantes incluídos no presente estudo. Esses resultados refletem um maior

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82

acúmulo de biofilme e um maior grau de inflamação gengival em locais onde há a

presença de dentes com indicação para exodontia, incluindo terceiros molares

parcialmente ou totalmente erupcionados. Segundo Hewson et al. (2011), essa

condição tende a se agravar em pacientes PCH, que podem apresentar dificuldades

em realizar cuidados básicos de higiene bucal devido ao receio de gerar novos

episódios de sangramento.

Exodontias em pacientes PCH são consideradas intervenções de alto risco

para sangramentos excessivos e desafiadores, que requerem uma cooperação

constante entre Hematologistas e Cirurgiões Dentistas (Hsieh et al., 2017). O uso da

TRFC não é garantia da ausência de sangramentos secundários a exodontias, caso

medidas hemostáticas locais não sejam empregadas em associação (Ramström et

al., 1989). No presente estudo, dois procedimentos cirúrgicos alocados no grupo

experimental apresentaram episódios de sangramento (procedimento n.

11/participante n. 4 e procedimento n. 14/participante n. 11), mesmo quando a TRFC

foi utilizada em associação com medidas hemostáticas locais, como suturas

obliterativas e uso da terapia antifibrinolítica com o ATX.

Em relação ao episódio de sangramento observado no procedimento n. 11

(participante n. 4), valores elevados do IP e do IG do dente extraído (3 e 1,3,

respectivamente) podem ter influenciado a um aumento da atividade fibrinolítica na

ferida cirúrgica. Esta associação já foi estudada por Yin et al. (2000), que

comprovaram o aumento da atividade fibrinolítica local nos tecidos periodontais na

presença de gengivite.

Em relação ao episódio de sangramento observado no procedimento n. 14

(participante n. 11), o sítio sangrante foi proveniente do local onde foi realizada a

incisão relaxante vestibular utilizada para acessar o terceiro molar inferior, que se

encontrava intraósseo. É importante salientar que o participante n. 11 relatou ter

aplicado o ATX em gel bucal bioadesivo a 8% apenas sobre o alvéolo dental, e não

sobre o local da incisão relaxante. Este fato pode ter contribuído para a ausência do

efeito antifibrinolítico local esperado pelo uso tópico do gel de ATX sobre a área do

retalho gengival.

A exodontia de terceiros molares foi associada a um maior risco de

sangramentos na cavidade bucal (Passarelli et al., 2017). Este fato pode ser explicado

pela íntima relação das raízes com feixes vásculo-nervosos (Pogrel et al., 2009) e pela

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frequente necessidade de manobras cirúrgicas mais invasivas (Ardekian et al., 2000;

Hsieh et al., 2017). As manobras cirúrgicas utilizadas para a exodontia de terceiros

molares geralmente incluem a necessidade de confecção de retalhos gengivais e

osteotomia, que foram associadas a uma liberação dez vezes maior de ativadores do

plasminogênio quando comparas a exodontias simples (Birn, 1973; Lilly et al., 1974;

Fridrich & Olson, 1990; Dimova et al., 2012) Os ativadores do plasminogênio liberados

no sítio da exodontia convertem o plasminogênio em plasmina, que causa a

dissolução da fibrina e consequente lise do coágulo sanguíneo (Serrati et al., 2006).

No presente estudo, embora as exodontias de terceiros molares tenham representado

18/38 (47%) do total de dentes extraídos, apenas 2/35 (5,8%) procedimentos

apresentaram episódios de sangramentos, ambos provenientes de sítios onde

terceiros molares foram removidos.

Franchini et al. (2005) realizaram 240 exodontias em pacientes PCH, e

observaram uma taxa de sangramento pós-cirúrgico de apenas 3,1%. No presente

estudo, 38 dentes foram extraídos, e a taxa de sangramento pós-cirúrgica observada

foi de 5,8%. A despeito dos resultados apresentados por Franchini et al. (2005), é

importante salientar que os autores desse trabalho associaram a administração oral

do ATX (uma grama, quatro vezes ao dia, durante sete dias) com o uso tópico do ATX

(bochechos com 10 mL da solução endovenosa a 5%, por dois minutos, quatro vezes

ao dia, durante sete dias). No estudo contemplado nesta tese, o ATX foi administrado

apenas por via oral (15mg/Kg, três vezes ao dia, durante sete dias) para os

procedimentos alocados no grupo controle, ou apenas por via tópica (ATX em gel

bucal bioadesivo a 8% sobre a ferida cirúrgica, três vezes ao dia, durante sete dias)

para os procedimentos alocados no grupo experimental. Mais estudos devem ser

realizados no intuito de se avaliar os efeitos benéficos propiciados pela associação da

terapia antifibrinolítica sistêmica e tópica sobre a prevenção de sangramentos

secundários a exodontias em pacientes PCH.

A manutenção da integridade do coágulo sanguíneo no interior do alvéolo

dental exerce papel fundamental no processo de cicatrização da ferida, induzindo à

angiogênese, seguida pela fibrose tecidual e calcificação da matriz óssea (Vezeau,

2000). A terapêutica com o ATX possui a função primária de impedir a dissolução

precoce do coágulo sanguíneo através da inibição do processo de fibrinólise (Sindet-

Pedersen et al., 1987a; Sindet-Pedersen et al., 1990). Apesar de diversas formas

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farmacêuticas do ATX terem sido utilizadas com sucesso por via tópica para a

manutenção da hemostasia após exodontias (Sindet-Pedersen & Stenbjerg, 1986;

Sindet-Pedersen, 1987b; Senghore & Harris, 1999; Coetzee, 2007; Anand et al., 2015;

Queiroz et al., 2018), pouco se sabe sobre os efeitos locais gerados sobre o processo

de cicatrização do alvéolo dental relacionados à essa prática.

Em 1979, Gersel-Pedersen verificou uma maior taxa de complicações

relacionadas ao processo de cicatrização alveolar após aplicar 160 mg de ATX no

interior do alvéolo dental pós-exodontia, quando comparado ao uso de placebo.

Entretanto, Ripollés-de Ramón et al. (2013), observaram uma melhora no processo

de cicatrização local nas primeiras 48-72 horas após utilizarem o ATX em gel bucal

bioadesivo a 8% superficialmente sobre a sítio de exodontias.

No presente estudo, apenas 6/35 (17,1%) procedimentos cirúrgicos

apresentaram uma cicatrização retardada da ferida cirúrgica, sendo que a maioria

(66,6%) dos casos corresponderam ao grupo experimental (p> 0,05), que utilizaram o

ATX sob a forma de gel bucal bioadesivo a 8% (Kin Exogel®, PharmaKIN Com. Cosm.

Ltda., São Paulo, SP, Brasil). Fatores locais, como os episódios de sangramento pós-

cirúrgicos observados nos procedimentos n. 11 e n. 14, podem ter contribuído para

um retardo no processo de cicatrização, como observado por Hsieh et al. (2017).

A exodontia de terceiros molares está associada a um retardo no processo

de cicatrização da ferida cirúrgica (Fridrich & Olson, 1990). Dentre os participantes

que apresentaram um retardo cicatricial da ferida cirúrgica, 4/6 (66,6%) extraíram

terceiros molares. Adicionalmente, o diagnóstico de fibrinólise sistêmica na

participante n. 2 também pode ter influenciado o retardo no processo de cicatrização

da ferida cirúrgica, conforme elucidado por Chapin & Hajjar (2015).

Eventos adversos secundários ao uso do ATX são considerados incomuns

(Dunn & Goa, 1999). O risco teórico do aumento da incidência de eventos

tromboembólicos relacionado ao uso do ATX vem sendo reportado em poucos casos

clínicos isolados (Rydin & Lundberg, 1976; Davies & Howell, 1977; Fodstad &

Liliequist, 1979; Upadhyay et al., 2013). Ross et al. (2012), em um trabalho de

metanálise que incluiu 5.049 pacientes tratados com ATX, constataram uma baixa

frequência (1,9%) de eventos tromboembólicos naquela população. Esses dados

foram posteriormente confirmados no ensaio clínico CRASH-2 (Roberts et al., 2013),

que reuniu 20.211 pacientes tratados com ATX versus. placebo. O ensaio clínico de

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Roberts et al. (2013) demonstrou em seus resultados que eventos tromboembólicos

foram mais prevalentes no grupo placebo (2%) quando comparados ao grupo tratado

com ATX (1,7%) (p> 0,05). No estudo contemplado nesta tese, eventos adversos

foram raros e incluíram em sua maioria reações gastrointestinais leves. A despeito do

risco tromboembólico associado à terapia antifibrinolítica, nenhum caso foi registrado,

apesar do número limitado de participantes.

Concentrações plasmáticas médias de 7 mg/L foram detectadas após 120

minutos da administração por via oral de 1 grama do ATX (Sindet-Pedersen, 1987).

Outros estudos demonstraram que o uso tópico do ATX foi capaz de gerar menos de

1/10 das concentrações plasmáticas usualmente observadas após a sua

administração por via oral ou por via endovenosa (Sindet-Pedersen, 1987; Almer et

al., 1992; Wong et al., 2010). No presente estudo, apenas a administração do ATX por

via oral (15 mg/Kg) foi capaz de gerar concentrações do medicamento a níveis

detectáveis no plasma dos participantes alocados no grupo controle. As

concentrações plasmáticas médias encontradas pré e pós-exodontia foram de 2,3

mg/L (0 – 12,1 mg/L) e 1,59 mg/L (0 – 10,9 mg/L), respectivamente.

Segundo Andersson et al. (1968), concentrações plasmáticas do ATX

compreendidas entre 5-15 mg/L são capazes de gerar cerca de 80% de inibição da

fibrinólise nos tecidos, valor considerado eficiente do ponto de vista clínico. No

presente estudo, concentrações plasmáticas superiores a 5 mg/L foram detectadas

em apenas 2/17 (11,7%) casos alocados no grupo controle (procedimentos n. 31 e n.

33) nos períodos pré e pós-exodontia. Esses resultados sugerem que, mesmo ao

utilizar o ATX por via oral em doses rotineiramente preconizadas para a realização de

exodontias em pacientes PCH (BRASIL, Ministério da Saúde, Manual de Atendimento

Odontológico a Pacientes com Coagulopatias Hereditárias, 2005; Srivastava et al.,

2013), a maioria das concentrações plasmáticas observadas no grupo controle

encontraram-se abaixo do valor considerado eficiente do ponto de vista clínico

proposto por Andersson et al. (1968) pela técnica de espectroscopia de RMN.

De acordo com Sindet-Pedersen (1987b) o ATX não foi excretado na saliva

após a administração de 01 grama do medicamento por via oral. Entretanto, o mesmo

autor demonstrou que, após o bochecho com 10 mL da solução endovenosa do ATX

a 5% durante dois minutos, concentrações médias de 200 mg/L do medicamento

foram detectadas na saliva e permaneceram elevadas por até duas horas. No

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presente estudo, o uso oral do ATX (15 mg/Kg) não foi capaz de gerar concentrações

salivares detectáveis pela técnica de espectroscopia de RMN nos participantes

alocados no grupo controle, o que corrobora os resultados observados por Sindet-

Pedersen (1987b). Todavia, para os participantes alocados no grupo experimental, o

uso tópico do ATX em gel bucal bioadesivo a 8% pós-exodontia foi capaz de gerar

concentrações salivares do ATX a níveis detectáveis em 16/17 (94,1%) das amostras,

que apresentaram concentrações médias de 42,9 mg/L (0 – 268,1 mg/L). As altas

concentrações salivares do ATX detectadas, mesmo após uma hora da aplicação local

do gel bucal bioadesivo de ATX a 8%, sugerem a hipótese de um maior poder local

de inibição da atividade fibrinolítica presente na cavidade bucal apenas com o uso

tópico de agentes antifibrinolíticos.

Em função das limitações contidas no presente estudo, recomenda-se a

realização de novos trabalhos com a inclusão de um número maior de participantes.

Além disso, recomenda-se a combinação de diferentes técnicas espectroscópicas

para a detecção e quantificação mais precisa do ATX em plasma e saliva após o seu

uso tópico em sítios sangrantes na cavidade bucal. Só assim serão definidas a eficácia

e segurança do uso tópico do ATX como método hemostático adjuvante para

exodontias de forma definitiva.

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7 CONCLUSÃO

➢ O uso tópico do ácido tranexâmico em gel bucal bioadesivo a 8% como método

hemostático adjuvante para exodontias em pacientes portadores de

coagulopatias hereditárias apresentou segurança e eficácia clínica

comparáveis ao uso sistêmico do ATX;

➢ Não foram observadas diferenças entre os grupos controle e experimental nos

desfechos clínicos estudados no período pós-cirúrgico: episódios de

sangramento, processo de cicatrização da ferida cirúrgica e incidência de

eventos adversos;

➢ A aplicação tópica do ATX em gel bucal bioadesivo a 8% sobre a ferida cirúrgica

proveniente de exodontias foi capaz de dispensar altas concentrações do

medicamento na saliva, sem induzir a uma absorção sistêmica a níveis

detectáveis pela técnica de espectroscopia de RMN.

➢ Mesmo quando o ATX foi administrado por via oral, com uso contínuo iniciado

24 horas antes da exodontia, não foram observadas concentrações do

medicamento a níveis detectáveis na saliva dos participantes através da técnica

de espectroscopia de RMN.

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* De acordo com as normas da FOP/UNICAMP, baseadas na padronização do International Comitee of Medical Journal Editors – Vancouver Group. Abreviatura dos periódicos em conformidade com o PubMed.

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APÊNDICES

APÊNDICE 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(continua)

Título da pesquisa: Uso Tópico versus Oral do Ácido Tranexâmico em pacientes

portadores de Coagulopatias Hereditárias submetidos a Extrações Dentárias:

um estudo multicêntrico

Pesquisador responsável: MSc Vinicius Rabelo Torregrossa.

Demais pesquisadores: MSc Raiza Meira Vieira, MSc Bruna Alves dos Santos,

Samuel de Souza Medina, Tatiane Cristina Ferrari, Prof. Dr. Marcos Rodrigo

Alborghetti, Prof. Dr. Leandro Dorigan Almeida, Profa. Dra. Maria Elvira Pizzigatti

Correa.

Antes de decidir participar desta pesquisa é importante que você entenda o

porquê deste tratamento ser empregado, quais procedimentos serão realizados, e os

riscos envolvidos na realização dos mesmos. Por favor, dedique-se a ler

cuidadosamente as informações a seguir. Eu, pesquisador responsável deste

estudo, estarei à sua disposição, pessoalmente, ou pelo telefone (19-98805-

9651) para prestar qualquer esclarecimento caso você precise de mais

informações.

Não haverá benefícios financeiros relacionados à sua participação no estudo.

Você está sendo convidado(a) a participar de um estudo que tem como objetivo

comparar a eficácia e distribuição de um medicamento (ácido tranexâmico – ATX) em

seu sangue e na sua saliva quando administrado por via oral através de comprimidos,

ou quando aplicado topicamente sobre o local da sua extração dentária. O ATX é um

medicamento antifibrinolítico que tem como principal função auxiliar na manutenção

do coágulo sanguíneo no local de sua extração dentária, o que diminuirá o seu risco

de sofrer sangramentos após a mesma. O ATX é rotineiramente empregado para a

prevenção e controle de sangramentos em cirurgias diversas, além de ser utilizado de

maneira protocolar em pacientes portadores de coagulopatias hereditárias (hemofilias

A e B, Doença de von Willebrand, entre outras doenças da coagulação do sangue)

que serão submetidos a intervenções cirúrgicas de qualquer natureza.

Caso concordem em participar deste estudo, você poderá ser alocado em dois

grupos distintos, via randomização (sorteio). O sorteio será feito previamente às

extrações dentárias.

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110

APÊNDICE 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(continuação)

Grupo controle – Caso você seja sorteado para participar deste grupo, o ATX

será administrado por via oral na dosagem de 10 mg/Kg, três vezes ao dia, durante

07 dias. O início do uso do medicamento deverá acontecer 24 horas (um dia) antes

de sua extração dentária e deverá ser mantido até que o Cirurgião Dentista

responsável pela sua cirurgia suspenda o medicamento. Caso não haja

intercorrências ou riscos para você, o medicamento deverá ser suspenso no prazo de

07 dias corridos após a cirurgia. O uso deste medicamento não lhe trará custos, tendo

em vista que o mesmo faz parte da lista de Medicamentos de Componentes

Estratégicos fornecidos pelo Ministério da Saúde, e está disponível nas farmácias dos

Hemocentros participantes da pesquisa.

Grupo experimental – Caso você seja sorteado para participar deste grupo, o

ATX será utilizado por via tópica, disponibilizado através de um gel bucal bioadesivo

na concentração de 8% (Kin Exogel, PharmaKIN Com. Cosm. Ltda., São Paulo, SP,

Brasil) sobre o local de sua extração dentária. A aplicação do gel deverá ser realizada

diretamente sobre os pontos de onde foi extraído o(s) seu(s) dente(s). O gel deverá

permanecer sobre os pontos mantido com o auxílio de um “rolinho” de gaze estéril,

por um período mínimo de 30-60 min após a sua extração dentária. Bisnagas contendo

o gel serão fornecidas gratuitamente a você, para que seja feita a reaplicação do gel

três vezes ao dia, durante 07 dias.

Caso concorde com o tratamento proposto, asseguramos que será

preservada a sua privacidade, e o seu nome será removido de forma a não permitir a

sua identificação. Aqueles pacientes que forem sorteados para participar do grupo

experimental (uso tópico do ATX em gel), não serão prejudicados ou sofrerão riscos

em relação aos pacientes do grupo controle (uso oral). Haverá ainda a possibilidade

de utilização de informações suas, como exames de sangue, e fotos clínicas para

apresentações em encontros científicos nacionais e/ou internacionais, e/ou para

publicações em periódicos científicos. Você poderá obter uma cópia caso seja de seu

interesse. Você terá também o direito de interromper o tratamento em qualquer fase,

sem nenhum prejuízo ao seu cuidado nos centros participantes desta pesquisa:

Hemocentro de Campinas/HC da Unicamp; e Fundação Hemocentro do Hospital das

Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

(HCFMRP/USP).

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APÊNDICE 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(continuação)

➢ Procedimentos do experimento/condições a serem avaliadas:

“Todas as avaliações odontológicas e extrações dentárias serão realizadas por

um Cirurgião Dentista treinado da equipe de Odontologia do Hemocentro de

Campinas/HC da Unicamp (Vinicius Rabelo Torregrossa), e do Serviço de

Estomatologia e Odontologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de

Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (Tatiane Cristina Ferrari). Antes do(s)

procedimento(s) de exodontia(s), sempre será realizada a terapia padrão de reposição

dos fatores de coagulação ou de hemoderivados de acordo com a sua doença da

coagulação, de acordo com os protocolos institucionais pré-estabelecidos pelo

Hemocentro de Campinas/HC da Unicamp e pela Fundação Hemocentro do

HCFMRB/USP.

As avaliações citadas a seguir poderão incluir a coleta de dados em mais

de uma fase do estudo:

1. Índice de Placa (IP), Índice Gengival (IG) e CPO-D: Serão avaliados

parâmetros específicos de sua saúde bucal através dos índices IP, IG e CPO-

D por um Cirurgião Dentista treinado, previamente à sua extração dentária. O

exame será realizado em consultório odontológico, sob luz artificial, com

instrumentos odontológicos apropriados: um espelho odontológico, sonda

exploradora e sonda periodontal do tipo OMS;

2. Extrações dentárias: As extrações dentárias serão indicadas após avaliação

por um Cirurgião Dentista treinado nas seguintes condições: 1. Dentes com

cáries profundas com envolvimento da polpa dental, sem possibilidade de

tratamento endodôntico (“tratamento de canal”); 2. Doença periodontal

avançada com perda óssea alveolar maior que 50% (“gengivite grave”); 3.

Raízes residuais (“pedaços de dentes quebrados”); 4. Terceiros molares

impactados (“dente do siso”) inclusos ou parcialmente erupcionados; 5. Outras

indicações, como extração dentária para instalação de aparelho ortodôntico ou

prótese dentária. Todas as extrações serão realizadas com uma técnica

minimamente invasiva, seguindo as normativas cirúrgicas preconizadas na

Odontologia. Os procedimentos cirúrgicos serão feitos sob anestesia local, em

consultório odontológico, e todos os casos de extrações dentárias serão

passíveis da confecção de suturas (“pontos”) da área operada. Após a extração

dentária você poderá sentir adormecimento em um lado da sua boca, na língua

e/ou nos lábios, ou sensação transitória de formigamento. Todas estas

sensações deverão passar em no máximo até 03 (três) horas após a cirurgia.

Poderão ainda ocorrer complicações inerentes ao procedimento cirúrgico a

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112

APÊNDICE 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(continuação)

qual você será submetido, tais como: a) Sangramento/hemorragia; b) Necrose;

c) Dor; d) Infecção; e) Parestesia (adormecimento) temporária ou permanente;

f) Recessão gengival (“perda da gengiva dos dentes”), g) Fratura da coroa dos

dentes, ou de restaurações estéticas e/ou próteses nos dentes próximos à área

operada. Caso você necessite de múltiplas extrações dentárias, pode ocorrer

que não seja possível realizá-las em apenas uma consulta. Se for o caso, o seu

tratamento cirúrgico poderá ser fracionado em mais consultas. Em caso de

fracionamento de seu tratamento e sob concordância de sua parte, o novo

procedimento de extração dentária deverá ser novamente sorteado para o

estudo. Caso você concorde em participar novamente do estudo, o novo

procedimento de extração dentária poderá ser eventualmente incluído no outro

grupo da pesquisa mediante novo sorteio, e uma nova assinatura deste termo

de consentimento poderá ser requerida;

3. Coleta de sangue periférico: Serão coletadas amostras de seu sangue da

região de seu braço em três diferentes momentos: 1. Previamente à infusão de

fatores plasmáticos da coagulação (01 hora antes do procedimento de extração

dentária); 2. Entre 60-120 min após a sua extração dentária; 3. Na sua consulta

de retorno após 07 dias da extração dentária, seguindo o manual de boas

práticas em flebotomia preconizado pela Organização Mundial de Saúde

(OMS), e também o padrão de coletas normatizadas pela Portaria Nº 1353 do

Ministério da Saúde, de 13/07/2011 (www.portal.anvisa.gov.br);

4. Coleta de saliva: Serão coletadas amostras de sua saliva em três diferentes

momentos: 1. Previamente à infusão de hemoderivados ou de fatores da

coagulação; 2. Entre 60-120 min após a sua extração dentária; 3. Na sua

consulta de retorno após 07 dias da extração dentária. Para as coletas das

amostras de saliva você deverá estar na posição sentada, e engolir

previamente toda a saliva contida em sua boca. Após isto, deverá cuspir toda

a saliva que for capaz de produzir, a cada 60 segundos, até completar o tempo

de 05 (cinco) minutos, em um recipiente graduado e estéril fornecido pela

equipe de pesquisadores. Você será orientado a não ingerir nenhum tipo de

alimento ou líquidos (exceto água) por um período mínimo de 01 (uma) hora

antes da consulta;

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APÊNDICE 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(continuação)

Você deverá permanecer na sala de espera do ambulatório por até 120 min

após a sua extração dentária para que a equipe de pesquisadores possa avaliar

criteriosamente se não há sangramento abundante no local da extração dentária que

possa eventualmente pôr em risco a sua integridade física. Sendo assim, você será

dispensado(a) após a constatação de que o sangramento no local da sua extração

dentária estiver controlado.

Foi explicado que você deverá retornar para uma nova consulta odontológica

após 07 dias da extração dentária para que seja feita a remoção das suturas

(“pontos”), reavaliação clínica e nova coleta de amostras de sangue e saliva. Durante

este período você deverá seguir criteriosamente as instruções pós-operatórias que lhe

foram dadas, assim como deverá utilizar os medicamentos que lhe foram receitados.

Adicionalmente, ao aceitar os termos desta pesquisa, você poderá ser contatado via

SMS pela equipe de pesquisa deste estudo para o envio de mensagens como forma

de lembrete no horário estipulado/combinado para a utilização do ATX, de acordo com

o protocolo individual prescrito para você. Além disto, você deverá comparecer às

consultas de retorno e acompanhamento clínico, bem como realizar exames

radiográficos periódicos para acompanhamento, caso sejam solicitados. Passadas

48h da realização da cirurgia, a nossa equipe ainda poderá entrar em contato com

você com o objetivo de monitorar a presença de sangramento/hemorragia no local

operado.

Caso haja sangramento abundante não controlado através de compressão por

20 (vinte) minutos com gaze estéril, em até 12h após a cirurgia, você deverá procurar

a equipe de Cirurgiões Dentistas onde foi operado, durante o horário de atendimento

comercial (das 8 às 17 horas), de segunda à sexta-feira. Fora deste horário você

deverá procurar atendimento no Pronto-Socorro da instituição onde foi operado. Lá

você deverá informar qual protocolo medicamentoso do ATX você está fazendo uso,

exatamente conforme lhe foi prescrito. Além dos Médicos de plantão capacitados para

o atendimento de suporte, a equipe de pesquisadores deste estudo também será

contatada. Em caso de vinda ao Pronto-Socorro, você deverá retornar ao Ambulatório

de Odontologia no primeiro dia comercial seguinte para reavaliação clínica. Em ambas

as situações, você receberá todos os cuidados médicos e odontológicos com o

objetivo maior de controlar o sangramento no local operado e eventuais sintomas

secundários como dor.

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APÊNDICE 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(continuação)

Em relação aos procedimentos que você será submetido (exame odontológico,

extrações dentárias e coleta de amostras de saliva e sangue), lhe foi explicado que

nenhum destes apresenta risco à sua vida. Eventualmente, a coleta do sangue

periférico (braço) pode causar hematoma no local, o qual será devidamente avaliado

e tratado pelo seu médico hematologista responsável. A coleta de saliva será

realizada em um local adequado, onde será preservada a sua privacidade, e não

incorrerá riscos de constrangimento. As coletas de amostras de saliva e sangue serão

necessárias para identificar e quantificar a presença do ATX nestes diferentes fluidos

corporais. Você também deverá saber que o uso do ATX pode estar relacionado a

efeitos adversos comuns, como náuseas, vômitos e diarreia, e a efeitos adversos

raros, como tromboembolismo e coagulação vascular disseminada. Você será

considerado(a) um(a) voluntário(a) da pesquisa somente se não houver

contraindicação e/ou histórico de hipersensibilidade (alergia) relacionado ao uso do

ATX.

Após ler este texto e esclarecer suas dúvidas, você declara aqui que concorda

com todos os termos propostos, e que todas as suas perguntas sobre a pesquisa

foram respondidas, não tendo ficado nenhuma dúvida. Você receberá uma via desse

documento. Durante a pesquisa você terá a total liberdade de retirar a sua autorização

em qualquer momento, e deixar de participar do estudo conforme a determinação da

Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde, sem

prejudicar a continuação do seu tratamento médico e odontológico. Você será

informado(a) sobre os resultados dos exames, e total sigilo será mantido sobre a sua

identidade quando os resultados forem expostos e publicados. Você também está

ciente da possibilidade de armazenamento do material biológico (amostras de saliva

e sangue) para estudos futuros, desde que aprovados pelo Comitê de Ética e

Pesquisa local, e com a sua devida permissão, assinalada, no presente documento,

de acordo com a Resolução CNS 441/2011.

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APÊNDICE 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(conclusão)

__________________, ______ de _______________________ de 20_____

Concorda em participar deste estudo?

SIM NÃO

Ciente,______________________________________________________________

Assinatura do responsável legal, ou impressão digital.

Assinatura do Pesquisador Responsável – Vinicius Rabelo Torregrossa

1ª Via para o(a) participante da pesquisa

2ª Via para o pesquisador principal

Pesquisador responsável: Vinicius Rabelo Torregrossa - Fone: (19) 9.8805.9651 Endereço: Rua Carlos Chagas, 490, Cidade Universitária, Campinas, SP. CEP: 13083-878. E-mail: [email protected] Orientador(a): Maria Elvira Pizzigatti Correa - Fone: (19) 3521.8729 Endereço: Rua Carlos Chagas, 490, Cidade Universitária, Campinas, SP. CEP: 13083-878. E-mail: [email protected]

ATENÇÃO: A sua participação em qualquer tipo de pesquisa é voluntária. Em caso de dúvida

quanto aos seus direitos, escreva para o Comitê de Ética em Pesquisa da FCM – UNICAMP.

Endereço – Cidade Universitária Zeferino Vaz – Barão Geraldo – Campinas- São Paulo – Brasil-

Rua Tessália Vieira de Camargo, 126 – CEP: 13083-997, Fone: (19) 3521-8936 ou 3521-7187, e-

mail: [email protected]

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APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continua)

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(continuação)

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(continuação)

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APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

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APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

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APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

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APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

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APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

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APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

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125

APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

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126

APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

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APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

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128

APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

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APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

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130

APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

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131

APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

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132

APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

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133

APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

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134

APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

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135

APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

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136

APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

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137

APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

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138

APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

INTERVENÇÃO

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139

APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

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140

APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

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141

APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

INTERVENÇÃO

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142

APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(continuação)

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143

APÊNDICE 2 – Formulário de coleta de dados

(conclusão)

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144

APÊNDICE 3 – Formulário de recomendações pós-

operatórias

RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS

Nome: ____________________________________________________________

1. Não faça esforços físicos, não abaixe demais a cabeça, não cuspa ou faça bochechos, e evite falar muito. De preferência, faça repouso nas primeiras 48h (02 dias) após a cirurgia, e evite atividades físicas (prática de esportes) por pelo menos 07 dias;

2. Não toque na ferida cirúrgica com nenhum objeto que não seja para a limpeza da mesma, conforme seu dentista lhe explicou na consulta;

3. Faça normalmente a higiene bucal das outras áreas da boca com escova e fio dental. Os dentes vizinhos à área da extração (cirurgia) devem ser limpos com cuidado para não traumatizar o local da cirurgia; Deixe água escorrer de sua boca sem bochecar ou cospir.

4. Para prevenir e diminuir o edema (inchaço pós-cirúrgico), aplique gelo sobre o lado da face onde foi realizada a cirurgia durante 20 min, de 2/2h, durante as primeiras 48h;

5. Procure alimentar-se bem, com alimentos gelados ou frios, líquidos e pastosos durante as primeiras 48h após a cirurgia (Ex: sorvetes, iogurtes, vitaminas, sopas, sucos → dê preferência a alimentos gelados!);

6. Em caso de sangramento abundante, lave primeiro as mãos, faça um rolinho de gaze conforme lhe foi orientado, e morda sobre o local sangrante por um período mínimo de 30 minutos. A troca da gaze deverá ser realizada somente após o período mínimo de 30 minutos. Caso não haja melhora, entre em contato conosco!!! (Telefone abaixo);

7. Siga todas as orientações corretamente e faça uso das medicações que lhe foram receitadas, pelo período indicado;

O retorno deverá ser feito no dia __/__/____, às ___:___hrs.

Em caso de sangramento, dor intensa, febre ou problemas no local da cirurgia, procure-nos imediatamente.

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APÊNDICE 4 – Material ilustrativo fornecido aos

participantes do grupo experimental

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146

APÊNDICE 5 – Resultados gerais dos procedimentos cirúrgicos e laboratoriais (continua)

Partici

pante Sexo Idade Diag. Comorb Proced. Grupo TRFC

N. dentes

extraídos

Grau

complex.

ATX

sangue

pré-exo

ATX

saliva

pré-exo

ATX

sangue

pós-exo

ATX saliva

pós-exo

01 - - - - Excluído - - - - - - - -

02 F 63

Hiperfibr

inólise

HAS, DM,

DAC,

Depressão

02 C - 1 I 3,39 mg/L 0 1,2 mg/L 0

05 E - 1 I 0 0 0 0,38 mg/L

07 E - 1 I 0 0 0 15

15 E - 1 I 0 0 0 124,6 mg/L

03 F 25 DvW

tipo 3 -

03 C

FVIII/FvW (80% pré-

cirúrgico + 50% pós-

cirúrgico nos dias D+1 e

D+2)

1 III - 0 0 0

16 E FVIII/FvW (80%) pré-

cirúrgico 1 I 0 0 0

-

23 E FVIII/FvW (80%) pré-

cirúrgico 1 I 0 0 0

15,4 mg/L

04 M 30 H.A.

leve -

04 C DDAVP (0,3 µg/Kg) pré-

cirúrgico 1 I 0,29 mg/L 0 0,74 mg/L 0

11 E

DDAVP (0,3 µg/Kg) pré-

cirúrgico + DDAVP no

dia D+1 devido a

sangramento

1 I - 0 0 32,9 mg/L

05 F 23 DvW

tipo 1 - 06 E

DDAVP (0,3 µg/Kg) pré-

cirúrgico 1 II 0 0 0 8,74 mg/L

06 M 58 H.A.

leve DAC 08 E

FVIII (80% pré-cirúrgico

+ 50% pós-cirúrgico nos

dias D+1 e D+2)

1 III 0 0 0 4,93 mg/L

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APÊNDICE 5 – Resultados gerais dos procedimentos cirúrgicos e laboratoriais (continuação)

Partici

pante Sexo Idade Diag. Comorb Proced. Grupo TRFC

N. dentes

extraídos

Grau

complex.

ATX

sangue

pré-exo

ATX

saliva

pré-exo

ATX

sangue

pós-exo

ATX saliva

pós-exo

07 M 30 H.A.

grave - 09 C

rFVIII (80% pré-cirúrgico

+ 50% pós-cirúrgico nos

dias D+1, D+2 e D+7

devido a sangramento

não relacionado à boca)

1 III 1,21 mg/L 0 1,2 mg/L 0

08 M 42 DvW

tipo 3 - 10 C

FVIII/FvW (80% pré-

cirúrgico) 1 I 0 0 0,55 mg/L 0

09 F 22 DvW

tipo 1 - 12 E

DDAVP (0,3 µg/Kg pré-

cirúrgico) 1 I 0 0 0 16,2 mg/L

10 M 30

H.B

modera

da

Prolapso

valva mitral 13 C

Fator IX (80% pré-

cirúrgico) + 50 % pós-

cirúrgico nos dias D+1 e

D+2)

1 III 1,22 mg/L 0 0,44 mg/L 0

11 M 25 H.A.

grave - 14 E

rFator VIII (80% pré-

cirúrgico + 50% nos dias

D+1 e D+2) 1 III 0 0 0 0

12 M 18 H.A.

grave - 17 C

rFVIII (80% pré-

cirúrgico) + 50 % pós-

cirúrgico nos dias D+1 e

D+2)

1 III 1,08 mg/L 0 0,34 mg/L 0

13 F 68 DvW

tipo 1

Prolapso

valva

mitral,

Hipotireoidi

smo, dislip.

18 C DDAVP (0,3 µg/Kg) pré-

cirúrgico 1 I 1,61 mg/L 0 1,19 mg/L 0

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APÊNDICE 5 – Resultados gerais dos procedimentos cirúrgicos e laboratoriais (continuação)

Partici

pante Sexo Idade Diag. Comorb Proced. Grupo TRFC

N. dentes

extraídos

Grau

complex.

ATX

sangue

pré-exo

ATX

saliva

pré-exo

ATX

sangue

pós-exo

ATX saliva

pós-exo

14 F 44 Sem

diag.

HAS, DM,

dislip. 19 C - 1 II 0 0 0 0

15 M 34 DvW

tipo 1 - 20 E

DDAVP (0,3 µg/Kg pré-

cirúrgico) + rFVIII (50%

no dia D+5 pós-cirúrgico

para curetagem local de

alvéolo dental com

retardo cicatricial)

2 III 0 0 0 36 mg/L

16 F 25 Sem

diag. PTI 21 C - 1 I 1 mg/L 0 0,52 mg/L 0

17 F 47 Def.

Fator VII

HAS, hist.

de câncer 22 E - 1 I 0 0 0 3,04 mg/L

18 - - - - Excluído - - - - - - -

19 - - - - Excluído - - - - - - -

20 M 20 H.A.

grave - 26 C

Elevação de dose

profilática de FVIII para

80% pré-cirúrgico +

50% dos dias D+1 e

D+2.

1 III 2,31 mg/L 0 0,94 mg/L 0

21 M 50 H.A.

grave HAS 27 C

Elevação de dose

profilática de FVIII para

80%

1 I 0,83 mg/L 0 1,65 mg/L 0

22 M 44 H.A.

leve - 28 C

rFVIII (80% pré-

cirúrgico) 3 II 0,62 mg/L 0 0,23 mg/L 0

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APÊNDICE 5 – Resultados gerais dos procedimentos cirúrgicos e laboratoriais (continuação)

Partici

pante Sexo Idade Diag. Comorb Proced. Grupo TRFC

N. dentes

extraídos

Grau

complex.

ATX

sangue

pré-exo

ATX

saliva

pré-exo

ATX

sangue

pós-exo

ATX saliva

pós-exo

23 M 49 H.A.

grave - 29 C

Elevação de dose

profilática de FVIII para

80%

1 I 1,14 mg/L 0 0,84 mg/L 0

24 F 19 Sem

diag. -

30 C -

1 I 1,33 mg/L 0 0,86 mg/L 0

36 E 1 III 0 0 0 71,51 mg/L

25 F 32 Def.

Fator VII - 31 C - 1 III

12,16

mg/L 0 5,44 mg/L 0

26 M 29 H.A.

leve - 32 E

rFator VII (80% pré-

cirúrgico). Não utilizou

as doses no pós-

cirúrgico

1 III 0 0 0 44,61 mg/L

27 F 18 DvW

tipo 1 -

33 C

DDAVP (0,3 µg/Kg) pré-

cirúrgico. Não utilizou as

doses no pós-cirúrgico

1 II 8,66 mg/L 0 10,97

mg/L 0

35 E

DDAVP (0,3 µg/Kg) pré-

cirúrgico. Não utilizou as

doses no pós-cirúrgico

1 III 0 0 0 30,26 mg/L

38 E

DDAVP (0,3 µg/Kg) pré-

cirúrgico. Não utilizou as

doses no pós-cirúrgico

1 III 0 0 0 24,04 mg/L

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150

APÊNDICE 5 – Resultados gerais dos procedimentos cirúrgicos e laboratoriais (conclusão)

Partici

pante Sexo Idade Diag. Comorb Proced. Grupo TRFC

N. dentes

extraídos

Grau

complex.

ATX

sangue

pré-exo

ATX

saliva

pré-exo

ATX

sangue

pós-exo

ATX saliva

pós-exo

28 M 56 H.A.

leve - 34 E

DDAVP (0,3 µg/Kg) pré-

cirúrgico 1 II 0 0 0

268,52

mg/L

29 M 30 DvW

tipo 1 - 37 E

DDAVP (0,3 µg/Kg) pré-

cirúrgico 1 II 0 0 0 38,49 mg/L

ATX Ácido Tranexâmico, Comorb. Comorbidade, DAC Doença Arterial Coronariana, DDAVP Acetato de desmopressina, Diag. Diagnóstico, Dislip. Dislipidemia, DM Diabetes Mellitus, DvW Doença de von Willebrand,

exo. Exodontia, F Feminino, H.A. Hemofilia A, HAS Hipertensão Arterial Sistêmica, Hist. Histórico, M Masculino, Proced. Procedimento, PTI Púrpura Trombocitopênica Idiopática, rFator Fator recombinante, TRFC

Terapia de Reposição de Fatores da Coagulação.

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151

ANEXOS

ANEXO 1 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FCM/UNICAMP (continua)

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152

ANEXO 1 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FCM/UNICAMP (continuação)

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153

ANEXO 1 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FCM/UNICAMP (continuação)

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154

ANEXO 1 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FCM/UNICAMP (continuação)

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155

ANEXO 1 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FCM/UNICAMP (continuação)

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156

ANEXO 1 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FCM/UNICAMP (continuação)

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157

ANEXO 1 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FCM/UNICAMP (continuação)

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158

ANEXO 1 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FCM/UNICAMP (continuação)

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159

ANEXO 1 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FCM/UNICAMP (continuação)

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160

ANEXO 1 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FCM/UNICAMP (continuação)

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161

ANEXO 1 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FCM/UNICAMP (continuação)

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162

ANEXO 1 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FCM/UNICAMP (continuação)

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163

ANEXO 1 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FCM/UNICAMP (continuação)

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164

ANEXO 1 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FCM/UNICAMP (continuação)

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165

ANEXO 1 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FCM/UNICAMP (continuação)

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166

ANEXO 1 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FCM/UNICAMP (continuação)

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167

ANEXO 1 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FCM/UNICAMP (continuação)

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168

ANEXO 1 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FCM/UNICAMP (continuação)

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169

ANEXO 1 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FCM/UNICAMP (continuação)

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170

ANEXO 1 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FCM/UNICAMP (continuação)

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171

ANEXO 1 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FCM/UNICAMP (continuação)

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172

ANEXO 1 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FCM/UNICAMP (conclusão)

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173

ANEXO 2 – Certificado de aceite do trabalho no CEP do

HCFMRP/USP (continua)

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174

ANEXO 2 – Certificado de aceite do trabalho no CEP do

HCFMRP/USP (continuação)

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175

ANEXO 2 – Certificado de aceite do trabalho no CEP do

HCFMRP/USP (conclusão)

Page 176: USO TÓPICO VERSUS ORAL DO ÁCIDO …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332357/1/Torre...Paes de Almeida e Pablo Agustín Vargas. À Raíza e ao Marquinhos, sem vocês esse estudo

176

ANEXO 3 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FOP/UNICAMP (continua)

Page 177: USO TÓPICO VERSUS ORAL DO ÁCIDO …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332357/1/Torre...Paes de Almeida e Pablo Agustín Vargas. À Raíza e ao Marquinhos, sem vocês esse estudo

177

ANEXO 3 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FOP/UNICAMP (continuação)

Page 178: USO TÓPICO VERSUS ORAL DO ÁCIDO …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332357/1/Torre...Paes de Almeida e Pablo Agustín Vargas. À Raíza e ao Marquinhos, sem vocês esse estudo

178

ANEXO 3 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FOP/UNICAMP (continuação)

Page 179: USO TÓPICO VERSUS ORAL DO ÁCIDO …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332357/1/Torre...Paes de Almeida e Pablo Agustín Vargas. À Raíza e ao Marquinhos, sem vocês esse estudo

179

ANEXO 3 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FOP/UNICAMP (continuação)

Page 180: USO TÓPICO VERSUS ORAL DO ÁCIDO …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332357/1/Torre...Paes de Almeida e Pablo Agustín Vargas. À Raíza e ao Marquinhos, sem vocês esse estudo

180

ANEXO 3 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FOP/UNICAMP (continuação)

Page 181: USO TÓPICO VERSUS ORAL DO ÁCIDO …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332357/1/Torre...Paes de Almeida e Pablo Agustín Vargas. À Raíza e ao Marquinhos, sem vocês esse estudo

181

ANEXO 3 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FOP/UNICAMP (continuação)

Page 182: USO TÓPICO VERSUS ORAL DO ÁCIDO …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332357/1/Torre...Paes de Almeida e Pablo Agustín Vargas. À Raíza e ao Marquinhos, sem vocês esse estudo

182

ANEXO 3 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FOP/UNICAMP (continuação)

Page 183: USO TÓPICO VERSUS ORAL DO ÁCIDO …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332357/1/Torre...Paes de Almeida e Pablo Agustín Vargas. À Raíza e ao Marquinhos, sem vocês esse estudo

183

ANEXO 3 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FOP/UNICAMP (continuação)

Page 184: USO TÓPICO VERSUS ORAL DO ÁCIDO …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332357/1/Torre...Paes de Almeida e Pablo Agustín Vargas. À Raíza e ao Marquinhos, sem vocês esse estudo

184

ANEXO 3 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FOP/UNICAMP (continuação)

Page 185: USO TÓPICO VERSUS ORAL DO ÁCIDO …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332357/1/Torre...Paes de Almeida e Pablo Agustín Vargas. À Raíza e ao Marquinhos, sem vocês esse estudo

185

ANEXO 3 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FOP/UNICAMP (continuação)

Page 186: USO TÓPICO VERSUS ORAL DO ÁCIDO …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332357/1/Torre...Paes de Almeida e Pablo Agustín Vargas. À Raíza e ao Marquinhos, sem vocês esse estudo

186

ANEXO 3 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FOP/UNICAMP (continuação)

Page 187: USO TÓPICO VERSUS ORAL DO ÁCIDO …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332357/1/Torre...Paes de Almeida e Pablo Agustín Vargas. À Raíza e ao Marquinhos, sem vocês esse estudo

187

ANEXO 3 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FOP/UNICAMP (continuação)

Page 188: USO TÓPICO VERSUS ORAL DO ÁCIDO …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332357/1/Torre...Paes de Almeida e Pablo Agustín Vargas. À Raíza e ao Marquinhos, sem vocês esse estudo

188

ANEXO 3 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FOP/UNICAMP (continuação)

Page 189: USO TÓPICO VERSUS ORAL DO ÁCIDO …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332357/1/Torre...Paes de Almeida e Pablo Agustín Vargas. À Raíza e ao Marquinhos, sem vocês esse estudo

189

ANEXO 3 – Certificado de aceite do trabalho no CEP da

FOP/UNICAMP (conclusão)