uso de tecnologias assistivas no ensino de...

100
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA MESTRADO EM ENSINO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA CLÁUDIA DANIELLE DE FRANÇA OTONI USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE GEOMETRIA: UMA EXPERIÊNCIA EM ALUNO COM MÚLTIPLAS DEFICIÊNCIAS DISSERTAÇÃO PONTA GROSSA 2016

Upload: vongoc

Post on 02-Dec-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

MESTRADO EM ENSINO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

CLÁUDIA DANIELLE DE FRANÇA OTONI

USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE GEOMETRIA:

UMA EXPERIÊNCIA EM ALUNO COM MÚLTIPLAS DEFICIÊNCIAS

DISSERTAÇÃO

PONTA GROSSA 2016

Page 2: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

CLÁUDIA DANIELLE DE FRANÇA OTONI

USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE GEOMETRIA:

UMA EXPERIÊNCIA EM ALUNO COM MÚLTIPLAS DEFICIÊNCIAS

Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ensino de Ciência e Tecnologia, do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Orientadora: Professora Drª. Sani de Carvalho Rutz da Silva

PONTA GROSSA 2016

Page 3: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

Ficha catalográfica elaborada pelo Departamento de Biblioteca da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Ponta Grossa n.30/16

O88 Otoni, Cláudia Danielle de França

Uso de tecnologias assistivas no ensino de geometria: uma experiência em aluno com múltiplas deficiências. Cláudia Danielle de França Otoni / Ponta Grossa, 2016.

98 f.; il. 30 cm Orientadora: Profa. Dra. Sani de Carvalho Rutz da Silva Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciência e Tecnologia) - Programa de Pós-

Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Ponta Grossa, 2016.

1. Geometria - Estudo e ensino. 2. Crianças deficientes - Educação. 3. Inclusão

escolar. 4. Educação especial. 5. Tecnologia educacional. I. Silva, Sani de Carvalho Rutz da. II. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. III. Título.

CDD 507

Page 4: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

FOLHA DE APROVAÇÃO

Título da Dissertação Nº 109/2016

USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE GEOMETRIA: UMA EXPERIÊNCIA EM ALUNO COM MÚLTIPLAS DEFICIÊNCIAS

por

Cláudia Danielle de França Otoni

Esta dissertação foi apresentada às 14 horas do dia 30 de agosto de 2016 como requisito

parcial para a obtenção do título de MESTRE EM ENSINO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA,

com área de concentração em Ciência, Tecnologia e Ensino, do Programa de Pós-

Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia. A candidata foi arguida pela Banca

Examinadora composta pelos professores abaixo citados. Após deliberação, a Banca

Examinadora considerou o trabalho aprovado.

Profa. Dra. Elsa Midori Shimazaki (UEM) Profa. Dra. Nilcéia Aparecida Maciel Pinheiro (UTFPR)

Profa. Dra. Sani de Carvalho Rutz da Silva (UTFPR) – Orientadora

Profa. Dra. Eloiza Aparecida Silva Avila de

Matos (UTFPR) Coordenadora do PPGECT - Mestrado

A FOLHA DE APROVAÇÃO ASSINADA ENCONTRA-SE NO DEPARTAMENTO DE

REGISTROS ACADÊMICOS DA UTFPR – CÂMPUS PONTA GROSSA

Page 5: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

A Deus e a minha família.

Page 6: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

AGRADECIMENTOS

A DEUS, porque tenho fé em sua palavra “sobre mim a mão do Senhor”

(Ezequiel, 37:1);

Ao meu esposo Deidson, por tudo que ele significa para mim, companheiro

fiel, dedicado, carinhoso, pelos conselhos nas madrugadas de estudo por meio de

palavras de apoio, dando-me forças para vencer;

A minha querida, amada e guerreira mãe Rosiane, por ter me ajudado com

os afazeres do lar, sempre presente em todos os momentos da minha vida, me

dando colo e forças para viver;

A minha tia Rosilda, pela dedicação, compreensão, ajuda e amor que

sentimos uma pela outra;

As minhas queridas amigas Denise e Rejane, pelos conselhos, carinho,

sugestões e auxilio neste estudo;

Ao meu amigo Paulo, que foi quem me incentivou, apoiou e confiou em meu

trabalho.

E, em especial, a minha orientadora Profª Drª Sani de Carvalho Rutz da

Silva, pela confiança, paciência, dedicação, compreensão, durante toda a realização

deste trabalho.

Page 7: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

“O sucesso nasce do querer, da determinação

e persistência em se chegar a um objetivo.

Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e

vence obstáculos, no mínimo fará coisas

admiráveis”. José de Alencar

Page 8: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

RESUMO

Esta pesquisa, de abordagem qualitativa, apresenta como tema o ensino de Geometria e a inclusão de alunos com Múltiplas Deficiências em classes de ensino regular. Busca-se, por meio dessa, evidenciar as contribuições que as Tecnologias Assistivas trazem para o ensino e aprendizagem do conteúdo matemático de Geometria para esses alunos, de forma a favorecer sua autonomia na realização de atividades comuns nas turmas de ensino regular. A revisão de literatura, nesta investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino de geometria e a inclusão escolar, utilizando Tecnologias Assistivas. Na intervenção pedagógica

foram abordados conceitos matemáticos em Geometria, retas, semirretas, construção e medição de ângulos, em uma turma do quinto ano do Ensino Fundamental de uma escola pública, do interior do Paraná, que contava com uma aluna com Múltipla Deficiência inclusa. Para o desenvolvimento das atividades, elaborou-se o material didático “Transferidor Adaptado”, para auxiliar alunos com Múltiplas Deficiências e/ou com alunos com Deficiência Física Neuromotora. Após a aplicação das atividades, foi possível observar a contribuição do uso da Tecnologia Assistiva para o ensino de geometria, aos alunos com Múltiplas Deficiências, permitindo a eles a compreensão e aprendizagem de conceitos matemáticos.

PALAVRAS-CHAVE: Inclusão Educacional; tecnologia assistiva; geometria.

Page 9: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

ABSTRACT

This paper, in a quality approach, aims to present the teaching of Geometry and the inclusion of students with Multiple Disabilities in classes of regular education. It also aims to elucidate the contributions of Assistive Technologies in teaching and learning mathematical contents of Geometry encouraging students’ autonomy when carrying out regular activities in regular education classes. The revision of literature in this investigation contemplated studies on teaching Geometry and scholar inclusion, using Assistive Technologies. In the pedagogical intervention mathematical concepts in Geometry were addressed, straight lines, semistraight lines, construction and measurement of angles, in a fifth grade class of the Primary Education in a public school, in the countryside in the state of Paraná, which has included a girl student with Multiple Disabilities. In order to develop those activities, a didactic material “Adapted Protractor” was elaborated, to help the students with Multiple Disabilities and/or students with Neuromotor Physical Disabilities. After the application of activities, it was possible to observe the contribution of the use of Assistive Technology to the teaching of Geometry for students with Multiple Disabilities, allowing them to understand and learn mathematical concepts.

KEY-WORDS: Educational inclusion; assistive technology; geometry.

Page 10: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

LISTA DE SIGLAS

APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

CAT - Comitê de Ajudas Técnicas

INES - Instituto Nacional de Educação de Surdos

MEC – Ministério da Educação

PPP – Projeto Político Pedagógico

SENEB - Secretaria Nacional de Educação Básica

TA – Tecnologia Assistiva

Page 11: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Avaliação inicial - Exercício número 2 – “G1” ...................................... 50

Figura 2 - Aluno utilizando o material de apoio: canudos de plástico .............. 56

Figura 3- Aluno utilizando o material de apoio: canudos de plástico ................ 56

Figura 4- Ângulos e os números ............................................................................ 58

Figura 5- Ângulos e as letras ................................................................................. 58

Figura 6- Exercício número 1 da Atividade III – “C1” ........................................... 59

Figura 7- Exercício número 1 da Atividade III – “G1” ........................................... 59

Figura 8- Exercício número 2, Atividade III – “R1” e “S1” ................................... 60

Figura 9- Exercício número 3, alternativa (a), Atividade III – “B1” ...................... 61

Figura 10- Transferidor Adaptado .......................................................................... 62

Figura 11- Transferidor Adaptado .......................................................................... 63

Figura 12- Aluna utilizando o transferidor adaptado ........................................... 65

Figura 13- Aluna utilizando o transferidor adaptado ........................................... 65

Figura 14 – Construção de ângulos, atividade 5 – aluna “G1” ............................ 66

Figura 15- Transferidor Adaptado / ponteiros ...................................................... 67

Figura 16- Transferidor Adaptado / ponteiros ...................................................... 67

Page 12: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - O processo de desenvolvimento das ajudas técnicas ...................... 37

Quadro 2- Caracterização dos sujeitos da pesquisa ........................................... 40

Quadro 3- Atividade I – História dos Ângulos ...................................................... 42

Quadro 4- Atividade II – Definição de Ângulos ..................................................... 43

Quadro 5- Atividade III – Tipos de Ângulos .......................................................... 43

Quadro 6- Atividade IV – Medir Ângulos ............................................................... 44

Quadro 7- Atividade V – Construir Ângulos .......................................................... 44

Page 13: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13

1.1 JUSTIFICATIVA E DEFINIÇÃO DO PROBLEMA DA PESQUISA ...................... 13

1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA ............................................................................... 16

1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 16

1.2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 16

1.3 ESTRUTURA DA PESQUISA ............................................................................. 16

2 CAPÍTULO I: EDUCAÇÃO ESPECIAL ................................................................. 18

2.1 BREVE CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL ..... 18

3 CAPÍTULO II: ENSINO DE GEOMETRIA E A INCLUSÃO DE ALUNOS COM

MÚLTIPLAS DEFICIÊNCIAS .................................................................................... 29

3.1 A DEFICIÊNCIA FÍSICA NEUROMOTORA ........................................................ 29

3.2 A MÚLTIPLA DEFICIÊNCIA ................................................................................ 30

3.3 ENSINO DE GEOMETRIA E O ALUNO COM MÚLTIPLA DEFICIÊNCIA .......... 32

4 CAPÍTULO III: TECNOLOGIA ASSISTIVA E O AMBIENTE ESCOLAR .............. 35

4.1 TECNOLOGIA ASSISTIVA ................................................................................ 35

4.2 TECNOLOGIA ASSISTIVA NO AMBIENTE EDUCACIONAL ............................. 36

5 METODOLOGIA .................................................................................................... 39

5.1 DELINEAMENTOS DA PESQUISA .................................................................... 39

5.2 LOCAL DA PESQUISA ....................................................................................... 39

5.3 SUJEITOS DA PESQUISA .................................................................................. 39

5.4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS ............................................................ 41

5.4.1 Coleta de Dados ............................................................................................... 41

5.4.2 Avaliação Inicial ................................................................................................ 41

5.4.3 Intervenção Pedagógica ................................................................................... 42

6 RESULTADOS E ANÁLISES ................................................................................ 45

6.1 A COLETA DE DADOS ....................................................................................... 45

6.1.1 Entrevista com a Equipe Pedagógica ............................................................... 45

6.1.2 Entrevista com a Professora ............................................................................ 46

6.1.3 Entrevista com a Aluna com Múltiplas Deficiências ......................................... 47

6.2 A AVALIAÇÃO INICIAL ....................................................................................... 48

6.2.1 Questão 1: Distinguir uma Reta ou Semirreta .................................................. 49

6.2.2 Questão 2: Quantidade de Segmentos ............................................................ 50

Page 14: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

6.2.3 Questão 3: Conjunto de Retas ......................................................................... 51

6.2.4 Questão 4: União ou Interseção de Semirretas ................................................ 51

6.2.5 Questão 5: Regiões que Representam Retas ou Semirretas ........................... 53

6.3 ATIVIDADE I – HISTÓRIA DOS ÂNGULOS ....................................................... 54

6.4 ATIVIDADE II – DEFINIÇÃO DE ÂNGULOS ....................................................... 55

6.5 ATIVIDADE III – TIPOS DE ÂNGULOS .............................................................. 57

6.5.1 Exercício Número 1 – Ângulos: Letras e Numerais .......................................... 59

6.5.2 Exercício Número 2 – Identificar Tipos de Ângulos .......................................... 60

6.5.3 Exercício Número 3 – Caracterizar Tipos de Ângulos ...................................... 61

6.6 ATIVIDADES IV E V MEDIR E CONSTRUIR ÂNGULOS ................................... 62

6.7 O MATERIAL DIDÁTICO “TRANSFERIDOR ADAPTADO” ................................ 66

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 69

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 71

ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO ..................... 83

APÊNDICE A - ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM A EQUIPE PEDAGOGICA . 88

APÊNDICE B - ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM O PROFESSOR ................. 89

APÊNDICE C - ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM A ALUNA COM MÚLTIPLA

DEFICIÊNCIA ........................................................................................................... 90

APÊNDICE - D – AVALIAÇÃO INICIAL ................................................................... 91

APÊNDICE E – ATIVIDADE I – HISTÓRIA DOS ÂNGULOS................................... 93

APÊNDICE F – ATIVIDADE II – DEFINIÇÃO DE ÂNGULOS .................................. 94

APÊNDICE G – ATIVIDADE III –TIPOS DE ÂNGULOS .......................................... 95

APÊNDICE H – ATIVIDADE IV – MEDIR ÂNGULOS .............................................. 97

APÊNDICE I – ATIVIDADE – CONSTRUIR ÂNGULOS .......................................... 98

Page 15: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

13

1 INTRODUÇÃO

1.1 JUSTIFICATIVA E DEFINIÇÃO DO PROBLEMA DA PESQUISA

As escolas de ensino regular estão recebendo com maior frequência alunos

com deficiência. O acesso desses alunos em turmas de ensino regular objetiva para

minimizar a exclusão, valorizando a diversidade humana e garantindo o acesso de

todos às escolas comuns.

Entretanto, o ingresso dos alunos com deficiência nas classes de ensino

regular exige uma organização pedagógica diferenciada, com auxilio de materiais

adaptados e profissionais capacitados para atender as especificidades de cada

aluno (BRASIL, 2006).

A respeito disso, a Lei 10.845/2004, em seu 1º art. Inciso II, relata que as

instituições educacionais devem “garantir, progressivamente, a inserção dos alunos

portadores de deficiência nas classes comuns de ensino regular” (BRASIL, 2004,

p.1), buscando alternativas de ensino e adaptações de acordo com as necessidades

de cada discente.

Nesse sentido, a pesquisadora, formada em Licenciatura em Matemática,

atua há quatro (4) anos no Ensino Fundamental e Médio. Nesses anos de atuação

como profissional da educação, a pesquisadora teve alunos com deficiência física,

deficiência auditiva e com deficiência física neuromorota, os quais necessitaram de

um auxilio diferenciado nas explicações e o uso de alguns materiais para facilitar sua

aprendizagem, como: uso de linguagem em sinais, processador de som, jogos e

materiais escolares adaptados. Uma dessas experiências foi há três (3) anos com

uma aluna que possuía Deficiência Física Neuromotora, a qual estava matriculada

em uma classe de ensino regular. No decorrer do ano letivo, várias situações foram

percebidas, especificamente no ensino de geometria. Uma das dificuldades

evidenciada pela pesquisadora foi a dificuldade em utilizar materiais como régua,

transferidor e compasso. Assim, a pesquisadora desenvolveu um estudo sobre a

elaboração de conceitos geométricos, especificamente, nos conceitos do conteúdo

matemático de ângulos, fazendo uso de materiais adaptados.

Para os estudantes que não conseguem utilizar alguns materiais durantes as

suas atividades escolares, tais como caneta, lápis, ou régua, são necessárias

Page 16: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

14

adaptações no currículo escolar e nos materiais pedagógicos para a efetivação da

pratica escolar. Segundo BRASIL (2003), as adaptações asseguraram aos alunos

condições apropriadas para a elaboração do conhecimento. Essas adequações

devem ter flexibilidade e dinamicidade, de modo que cada aluno desenvolva um

aprendizado ativo e de qualidade.

O aluno deficiente ou não deve sentir-se acolhido no ambiente escolar e

compreender que suas dificuldades ou limitações físicas ou intelectuais não são

obstáculos para a sua aprendizagem. Para tanto, o professor deve buscar

alternativas que auxiliem esses alunos no processo de apropriação do

conhecimento, sendo um dos meios a utilização de materiais adaptados. Para

oferecer esse tipo de material, o professor deve conhecer o processo de

desenvolvimento e aprendizagem do aluno. Esses recursos só adquirem

funcionalidade se estimularem o aluno na construção do conhecimento (BRASIL,

2006).

Para BRASIL (2006) e Rocha e Deliberato (2012), a Tecnologia Assistiva

(TA) também se torna um auxiliar para a educação, podendo proporcionar ou

ampliar as habilidades funcionais dos alunos com dificuldades ou limitações. O uso

de TA nas escolas não é somente um recurso, mas também um serviço, que oferece

estratégias para atender as necessidades especificas de cada aluno, auxiliando no

processo de ensino e de aprendizagem.

Ao se rever a literatura, no que se refere ao ensino da Matemática

designadamente sobre conceitos geométricos, são encontradas poucas pesquisas

que abordam como tema a elaboração de conceitos matemáticos e a Deficiência no

ensino regular com o auxilio de materiais didáticos criados ou adaptados.

Rocha e Silva (2013), a partir da inclusão escolar de alunos com múltiplas

deficiências, enfocando o desenvolvimento de praticas pedagógicas adaptadas e

para garantir a acessibilidade ao currículo escolar, bem como beneficiar o processo

de ensino e aprendizagem embaçando-se na área da TA, desenvolveram alguns

materiais como: pranchas, cartões, tabuleiros para uma melhor comunicação e

desenvolvimento das atividades pedagógicas, os quais estimulam as percepções

táteis do aluno e materiais para o desenvolvimento de conceitos matemáticos.

Kalef, et. al. (2010) propõem recursos didáticos que permitem motivar o aluno com

deficiência visual, para a aprendizagem de formas e conceitos geométricos, por

Page 17: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

15

meio da utilização de quebra-cabeças e aparelhos didáticos criados ou adaptados

para esse fim.

O estudo de conceitos geométricos, segundo BRASIL (1997) e Mendes e

Carvalho (2012), é essencial para o currículo escolar, podem estar presentes em

formas naturais e culturais que desenvolvem no aluno a compreensão do espaço

físico e do mundo concreto.

O estudo da Geometria está estruturado em um raciocínio lógico de

construções relativas a figuras planas, sólidos geométricos, medidas de ângulos e

diagonais. Apresenta formas de organizar e analisar conhecimentos espaciais, que

estão em quase todos os lugares, composto por gráficos, figuras planas e ângulos.

Essas semelhanças entre os conhecimentos da Geometria e as relações cotidianas

desenvolvem no aluno a construção de conhecimentos matemáticos, humanos e

culturais.

Alunos que apresentam fraqueza muscular ou falta de coordenação podem

apresentar dificuldades em manusear alguns materiais durante aulas de geometria

como régua, transferidor e até mesmo um lápis. Esses estudantes requerem

adaptações para o seu desenvolvimento escolar, necessitando de materiais

adaptados que os auxiliem nas atividades escolares (BRASIL, 2006).

Durante a trajetória profissional, a pesquisadora desenvolveu com uma

aluna com Deficiência Física Neuromotora um estudo sobre a elaboração de

conceitos geométricos e ângulos com a utilização de um transferidor, fazendo uso

de materiais adaptados. Algumas discussões deste estudo estarão novamente

sendo abordadas nesta pesquisa.

O intuito de uma pesquisa é promover a ampliação da prática docente, além

de refletir e apontar caminhos para soluções que contribuam para a melhoria do

ensino.

A partir do exposto, a pesquisa aqui apresentada procura responder ao

seguinte questionamento:

Qual contribuição a Tecnologia Assistiva traz aos alunos com Múltiplas

Deficiências inclusos no ensino regular, para que eles se apropriem de conceitos

geométricos como construção e medição de ângulos?

Diante da questão levantada, há o pressuposto que as escolas e professores

podem fazer uso de materiais adaptados para suprir as dificuldades de alunos com

deficiência em turmas regulares de ensino. Nesse sentido, Camargo (2010), Uliana

Page 18: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

16

(2013) e Viginheski (2013) apontam que os alunos com deficiência precisam de

recursos pedagógicos para auxiliá-los no processo de ensino e de aprendizagem.

Para que esses estudantes se adaptem às salas comuns de ensino, é necessário

que o professor busque recursos disponíveis ou elabore materiais para oferecer o

conhecimento.

1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar as contribuições da Tecnologia Assistiva no processo de construção

e medição de ângulos em alunos com Múltiplas Deficiências inclusos no ensino

regular.

1.2.2 Objetivos Específicos

• Apresentar Tecnologia Assistiva especifica para o ensino de Geometria para

alunos com Múltiplas Deficiências;

• Desenvolver intervenção pedagógica na disciplina de Matemática, com alunos

que possuem Múltiplas Deficiências, por meio do conteúdo ângulos;

• Avaliar os resultados obtidos, propondo alternativas que supram as

adversidades encontradas e

• Construir um transferidor adaptado.

1.3 ESTRUTURA DA PESQUISA

Para alcançar os objetivos propostos, além do capítulo introdutório e da

metodologia a ser realizada, o presente estudo desenvolve marco teórico em três

capítulos. O Capítulo I refere-se à inclusão educacional de alunos com deficiência

nas escolas de ensino regular em uma breve história dessa trajetória, com aspectos

legais da inclusão e a inclusão nos bancos escolares. Apresenta-se no Capítulo II, o

ensino de geometria, para alunos com Múltiplas Deficiências, ressaltando aspectos

específicos dessa deficiência e também da Deficiência Física Neuromotora, a qual

pode ser decorrente da deficiência múltipla. No Capitulo III destaca-se a Tecnologia

Page 19: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

17

Assistiva como ferramenta para auxiliar alunos com deficiência e como a TA pode

ser utilizada no ensino e aprendizagem de conceitos geométricos.

Page 20: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

18

2 CAPÍTULO I: EDUCAÇÃO ESPECIAL

Neste capítulo apresenta-se uma breve trajetória do contexto histórico da

educação especial no Brasil, como também a inclusão nas instituições de ensino

regular.

2.1 BREVE CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL

O contexto histórico da Educação Especial é marcado por uma sociedade

com pensamentos, crenças e valores próprios que se transformava de acordo com a

concepção de homem, sociedade e trabalho. Para as pessoas com deficiência, essa

visão de crenças e valores realizou-se de forma preconceituosa e excludente por

muitos anos.

De acordo com Ferreira (2012), concretizaram-se muitas manifestações por

algumas culturas e crenças que puniam e até mesmo eliminavam as pessoas que

apresentavam imperfeições ou algum tipo de deformidade, apontando-as como

inválidos e incapacitados. A falta de conhecimento e de desenvolvimentos da ciência

fazia com que essas pessoas fossem marginalizadas e ignoradas pela sociedade.

Neste contexto, movimentos sociais buscaram igualdade todos. Aos poucos

foram buscando formas de integrar as pessoas com deficiência na sociedade,

inclusive na educação, a qual é uma ferramenta básica para ampliar a construção do

conhecimento das pessoas, objetivando uma aprendizagem com direitos iguais para

os estudantes.

Assim, a partir do século XIX, foram dados os primeiros passos para a

Educação Especial no Brasil, por alguns brasileiros inspirados em experiências que

já haviam sido realizadas na Europa e nos Estados Unidos com pessoas cegas,

surdas e deficientes intelectuais e físicos. A educação oferecida às pessoas com

deficiência começa a ser desenvolvida a partir de 1854, por iniciativas de caráter

privados e oficiais, em nível nacional, a partir de 1957, com a criação de campanhas

para deficientes visuais, auditivos, mentais e com propostas, planos educacionais

todos voltados às pessoas com deficiência (MAZZOTTA, 2011).

Em meados do século XIX, há registros da criação das primeiras instituições

de atendimentos aos deficientes no Brasil. Para garantir aos cegos os seus direitos

de cidadania, foi criada a instituição Imperial Instituto dos Meninos Cegos, fundada

Page 21: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

19

por Dom Pedro II em 1854, no Rio de Janeiro, a qual em 1891 recebeu o nome de

Instituto Benjamin Constant – IBC. Atualmente com o mesmo nome, essa instituição

é conhecida como uma referência nacional aos deficientes visuais, possuindo

escola, capacitação profissional nessa área de deficiência, atendimentos

oftalmológicos, materiais especializados em Braille, entre outros (IBC, 2005).

Outra instituição que teve início em meados do século XIX, para atender os

deficientes, foi o Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES, sendo chamado

naquela época como Colégio Nacional para surdos-mudos, criado por iniciativa do

francês E. Huet. Hoje, o INES promove fóruns, publicações, seminários, pesquisas e

assessorias em todo o território nacional e oferece, no seu Colégio de Aplicação,

Educação Precoce e Ensinos Fundamental e Médio, como também forma

profissionais surdos e ouvintes no Curso Bilíngue de Pedagogia (BRASIL, 2016).

A educação no Brasil em meados de 1932 vivenciou o movimento

educacional conhecido como Movimento Escola Nova, apresentando novos

caminhos para a educação daquela época. Sua proposta visava à renovação e a

fundamentação do homem para a indagação e resolução de seus problemas, uma

“pedagogia voltada para o individuo: único, diferenciado, interagindo com um mundo

dinâmico. O caráter psicológico da pedagogia da existência faz apresentar o

educando, ou a criança, como o verdadeiro sujeito da educação” (SANTOS et. al.,

2006, p. 133).

No campo educacional, a Constituição Federal sancionada em 16 de julho

de 1934, visava ao ensino como um direito de todos os cidadãos, a ser ministrada

pela família e pelos poderes públicos, começando a implantar bases para uma

educação nacional, assegurando também a criação de um ensino público, gratuito e

obrigatório (BRASIL, 2016).

O Instituto Benjamin Constant em 1942 editou em braile a Revista Brasileira

para Cegos, sendo a primeira do gênero no País. Em 1943, também instalou uma

imprensa braile para auxiliar principalmente os alunos dessa instituição. No ano de

1947, o instituto e a Fundação Getúlio Vargas – RJ realizaram o primeiro curso de

especialização de professores na didática de cegos. Também em 1949, regido pela

Portaria Ministerial nº 504 de 17 de setembro daquele ano, o instituto passou a

distribuir gratuitamente livros em braile aos deficientes visuais que os solicitassem

(MAZZOTTA, 2011).

Page 22: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

20

Em 1932 surgiu a sigla MEC quando os desígnios relacionados à saúde

ganharam mais autonomia e o então Ministério da Educação e Saúde, criado no

mesmo ano, se desmembrou, tornando se em 1954 somente Ministério da Educação

e Cultura a qual em 1985 passou a ser Ministério da Educação e do Desporto e

somente em 1995, a instituição passou a ser responsável apenas pela área da

educação tornando se o então Ministério da Educação (MAZZOTTA, 2011).

Com a intenção de unir os pais e a comunidade em geral que possuíam

interesse em apoiar os deficientes, em 1954, no Rio de Janeiro, foi criada a primeira

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE. Com o passar dos anos,

novas APAEs foram construídas em diversas cidades brasileiras e, para uma melhor

articulação de ideias entre todas, em 1962 foi criada a Federação das APAEs,

caracterizando-se como filantrópica, de caráter cultural, assistencial e educacional.

As APAEs no Brasil possuem a missão de promover e articular ações de defesa dos

direitos das pessoas com deficiência, objetivando o pleno desenvolvimento do

educando, seu preparo no exercício da cidadania e sua qualidade para o trabalho

(FENAPAES, 2003).

A partir de 1957, os governantes da época deram início a campanhas

voltadas aos deficientes. A primeira campanha a ser instituída foi a Campanha para

a Educação do Surdo Brasileiro (CESB), em 03 de dezembro de 1957, pelo Decreto

Federal nº 42.728, a qual tinha por finalidade promover medidas necessárias ao

ensino e assistência dos deficientes auditivos, em todo o território nacional. Alguns

anos depois essa campanha foi desativada pelo cancelamento de supressão

orçamentárias (MAZZOTTA, 2011).

No ano seguinte, em 1958, foi lançada a Campanha Nacional de Educação e

Reabilitação de Deficientes da Visão, pelo decreto nº 44.236, de 01 de agosto,

vinculada à direção do Instituto Benjamin Constante. Segundo Mazzotta (2011),

sendo organizada e regulamentada pela Portaria nº 477, de 17 de setembro de

1958. A qual naquele mesmo ano foi constituída, pela portaria nº 566 a comissão

diretoria sob presidência do Ministério de Estado da Educação e Cultura entre outros

integrantes, da fundação para o Livro do Cego no Brasil.

Um ano e meio depois da criação desta campanha para os deficientes

visuais, ela sofreu mudanças estruturais pelo Decreto nº 48.252, de 31 de maio de

1960, deixando de ser vinculada ao Instituto Benjamin Constant e sendo

Page 23: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

21

denominada de Campanha Nacional de Educação de Cegos (CNEC), dirigida pelo

Ministério da Educação e Cultura (MAZZOTTA, 2011).

As atividades então desenvolvidas pela CNEC foram: treinamentos e

especialização de professores na área de educação e reabilitação de deficientes

visuais, com auxilio, de livros, material para leitura e escrita, bem como assistência

técnica e financeira para a educação especial (MAZZOTTA, 2011).

Outra campanha foi criada em 1960, pelo decreto nº 48.961, de 22 de

setembro de 1960, instituída como Campanha Nacional de Educação e Reabilitação

de Deficientes Mentais (CADEME), com a finalidade de promover, em todo o

território nacional, assistência e educação aos deficientes mentais (MAZZOTTA,

2011).

A partir de 1961, os órgãos educacionais municipais e estaduais começaram

a ganhar mais autonomia, com a aprovação da primeira Lei de Diretrizes e Bases da

Educação – LDB, Lei nº 4.024/61, sancionada em 20 de dezembro de 1961.

Segundo a referida lei, a educação seria direito de todos e comprometimento do

poder público em prover o ensino em todos os graus, zelando pela qualidade e

aperfeiçoamento do ensino. Os artigos nos 88 e 89, sobre a educação para os

excepcionais, enquadram esses alunos no sistema de ensino geral, tendo

tratamento especial, como bolsas de estudo e subsídios do governo, com o intuito

de integrá-los com a comunidade (MAZZOTTA, 2011).

No ano de 1967 foi estabelecida a Constituição Federal, a qual instituía uma

educação para todos, sendo o ensino dos sete aos quatorze anos obrigatório e

gratuito nos estabelecimentos primários e oficiais (BRASIL, 2016).

Na década de 1970, foi aprovada a Lei nº. 5.692/71, regulamentada pelo

Decreto nº 3298/99 de Diretrizes de Bases da Educação do Ensino de 1º e 2º graus

de âmbito Nacional, a qual, em seu artigo 9º, instituía que os estudantes que

apresentassem deficiências físicas ou mentais, os que se encontrassem em atraso

considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados deveriam

receber tratamento especial, de acordo com suas necessidades (BRASIL, 2016).

Segundo Costa (2013), foram desenvolvidos inúmeros movimentos de

inclusão da pessoa com deficiência, como centros, escolas e classes especiais de

apoio e reabilitação na década de 1970. A autora descreve ainda que nesse mesmo

momento fosse formado um grupo de Educação Especial, o qual contribuiu para a

criação do Centro Nacional de Educação Especial – CENESP - que em 1986 foi

Page 24: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

22

transformado em Secretaria de Educação Especial - SESPE, com a intenção de

promover a melhoria no atendimento aos deficientes no Brasil.

Outra Constituição Federal no ano de 1988 foi elabora, norteando objetivos

fundamentais como reduzir as desigualdades sociais e regionais. Para realizar tal

objetivo, a Constituição assegura o direito à educação de todos no território

brasileiro, sem descriminação de qualquer raça, sendo responsabilidade do Estado

em garanti-lo (BRASIL, 2016).

A lei nº 7.853, regulamentada no ano de 1989, deixou instituídas normas

gerais que asseguravam aos deficientes o pleno exercício dos seus direitos, com

oportunidades na educação, ofertada gratuitamente, com programas em níveis de

Educação Infantil até o Ensino Superior, onde os alunos com deficiência teriam

acesso a material gratuito e bolsas de estudo, organizando um atendimento

educacional com direitos a todos (BRASIL, 2016).

Em 15 de março de 1990, conforme relatam os autores Mazzotta (2011) e

Costa (2013), a Secretaria de Educação Especial – SESPE foi extinta, passando a

ser Secretaria Nacional de Educação Básica – SENEB. O Decreto nº 99.678, de 8

de novembro de 1990, incluiu como órgão da SENEB o Departamento de Educação

Supletiva e Especial (DESE), ficando responsável pelas competências da Educação

Especial. Assim, o Instituto Benjamin Constant e o Instituto Nacional de Educação

de Surdos ficaram vinculados à SENEB, para fins de supervisão ministerial, mas se

mantendo como órgãos autônomos.

Atualmente, o DESE é chamado de Secretaria de Educação Continuada,

Alfabetização, Diversidade e Inclusão – SECADI, a qual pratica políticas

educacionais nas áreas de: alfabetização e educação de jovens e adultos; educação

ambiental; educação em direitos humanos; educação especial; do campo; escolar

indígena, quilombola e educação para as relações étnico-raciais. Todas essas

políticas objetivam o desenvolvimento inclusivo dos sistemas de ensino, voltado à

valorização das diferenças e da diversidade, à promoção da educação inclusiva, dos

direitos humanos e da sustentabilidade socioambiental (BRASIL, 2016).

Em 13 de julho de 1990, o Congresso Nacional sancionou a Lei nº 8069, a

qual apresentava o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA com preceitos para

os direitos sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. Com a criação do

ECA, as crianças e adolescentes brasileiros, sem distinção de raça, cor ou classe

social, contam com direitos à vida, saúde, educação e ao respeito. Em seu Capitulo

Page 25: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

23

I, artigo 11, inciso 1º, ela assegura o atendimento sem discriminação ou segregação

em suas necessidades gerais de saúde e especificas de habilitação e reabilitação

(BRASIL, 2016).

No ano de 1994, é divulgada a Política Nacional de Educação Especial –

PNEE, que estabelece o acesso ao ensino regular aos que possuíam condições de

acompanhar às classes comuns de ensino, gerando uma reformulação da prática

escolar de modo que “sejam valorizados os diferentes potenciais de aprendizagem

no ensino comum, mas mantendo a responsabilidade da educação desses alunos

exclusivamente no âmbito da educação especial” (BRASIL, p.10, 2005).

No ano de 1994, na cidade de Salamanca – Espanha, realizou-se a

Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, contando com a

representação de noventa e dois (92) países e vinte e cinco (25) organizações

internacionais, com o compromisso em prol de uma educação para todos.

Reconhecendo a necessidade de incluir as pessoas com qualquer tipo de deficiência

no quadro do sistema de ensino regular, proclamaram-se direitos e oportunidades a

todos os estudantes sem distinções (UNESCO, 1998).

A Lei n. 9.394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Especial, em seus

artigos 58º e 59º, assegura aos alunos com deficiência, que os sistemas de ensino

devem organizar métodos e recursos educativos para atender as suas

necessidades, como também oferecer especializações adequadas aos professores

para o atendimento especializado em turmas regulares de ensino (BRASIL, 2016).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Especial garante ao aluno a

terminalidade específica para os que não puderem conseguir atingir as condições

exigidas para o término do Ensino Fundamental, em consequência das suas

limitações, e acelerar a conclusão do período escolar para os superdotados

(BRASIL, 2016).

Em 09 de janeiro de 2001, o Congresso Nacional aprovou a Lei nº 10.172, a

qual consentiu o Plano Nacional da Educação – PNE, objetivando a elevação do

nível de escolaridade da população, como também a melhoria da qualidade do

ensino em todos os níveis e a permanência nos bancos escolares, como também

estimular cursos para a formação de professores. (BRASIL, 2016).

Na perspectiva da Educação Inclusiva, a Resolução CNE/CP nº 2/2002

institui que a formação de professores da educação básica organize um currículo

que contemple conhecimentos voltados à educação de alunos com deficiência.

Page 26: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

24

Nesse mesmo ano é reconhecida a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS pela Lei nº

10.436, como um meio legal de sinalização dos códigos que representam a Língua

Portuguesa, e em 2003 com a portaria nº 2.678 foi recomendada seu uso em todo o

território nacional (MAZZOTTA, 2011).

O Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, em 2007, divulgou a

implantação de salas de recursos multifuncionais com acessibilidade arquitetônica

dos prédios escolares e materiais pedagógicos especializados, com a intenção de

auxiliar os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e com

altas habilidades, matriculados em escolas de ensino regular publicas (BRASIL,

2016).

Em 2008, foi divulgada a Política Nacional de Educação Especial na

Perspectiva da Educação Inclusiva, com a finalidade de proporcionar aos alunos

com deficiências, transtornos e superdotados o acesso às escolas regulares, da

Educação Infantil até o Ensino Superior, e atendimento especializado com

professores capacitados para o desenvolvimento das atividades educacionais

desses alunos (BRASIL, 2016).

No ano de 2009, o Decreto nº 6.949, de 25 de agosto, promulga a

Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu

Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007, relatando

em seu art. 1º o propósito de assegurar e proteger todos os direitos humanos e

liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência (BRASIL, 2016).

A Resolução nº 4, de 02 de outubro de 2009, instituiu Diretrizes

Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado - AEE na Educação

Básica para a modalidade Educação Especial. Essa Resolução descreve em seu art.

2° a função do AEE como serviços e recursos de acessibilidade que possam

eliminar barreiras na participação dos alunos com deficiência na sociedade e no

desenvolvimento de sua aprendizagem (BRASIL, 2016).

O Plano Nacional de Educação do ano de 2011 apresentou na Meta de

número quatro universalizar atendimento escolar aos estudantes com deficiência,

transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação em

idade de 7 anos a 17 anos na rede regular de ensino, para buscar um sistema

educacional inclusivo em todos os níveis (BRASIL, 2016).

Em 27 de dezembro do ano de 2012, foi formulada a Lei nº 12.764, que

sancionou a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno

Page 27: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

25

do Espectro Autista, a qual descreve a pessoa com transtorno de espectro autista

como pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais, garantindo-lhes, assim,

acesso a todos os níveis educacionais, inclusive ao ensino profissionalizante

(BRASIL, 2016).

Segundo dados do Portal Brasil, o Censo Escolar obteve, em 2014, um

crescimento significativo nas matrículas de alunos com deficiência na educação

básica regular, indicando 698.768 matrículas. Neste mesmo ano o Ministério da

Educação estabeleceu a Lei nº 13.005 de 25 de junho de 2014, com vinte metas

para o Plano Nacional da Educação, sendo a meta de número quatro, universalizar,

aos estudantes que possuam deficiência, direitos à educação básica com recursos e

serviços especializados (BRASIL, 2016).

Em 06 de julho de 2015, instituiu-se a Lei nº 13.146 para Inclusão da Pessoa

com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), para assegurar e promover,

condições de igualdade as pessoas com deficiência. Em seu art. 3º inciso III,

descreve a TA como um auxiliar no ensino inclusivo, ajudando as pessoas com

deficiência ou mobilidade reduzida a terem mais autonomia e independências em

suas atividades escolares (BRASIL, 2016).

Desta forma, ao longo da história da Educação Especial e Inclusiva, é

reconhecido um avanço desde o século XIX até os dias atuais. São de fundamental

importância o cumprimento e a realização dessas normas, decretos e leis nas ações

pedagógicas das instituições comuns de ensino regular, para que as pessoas com

deficiência seja ela qual for (física, intelectual, sensorial ou com transtornos globais

do desenvolvimento), com altas habilidades ou superdotação consigam ter seus

direitos assegurados como qualquer outra pessoa. Portanto, o direito de

participação, apropriação de conhecimentos culturais e científicos são instrumentos

para a cidadania.

2.2 O CONTEXTO ESCOLAR E A INCLUSÃO.

Nos últimos anos, as escolas e os profissionais da educação vêm

vivenciando a inclusão escolar, com discussões e considerações sobre a

importância de pessoas com deficiências, transtornos globais de desenvolvimento

ou com altas habilidades participarem das atividades escolares em classes do

ensino regular.

Page 28: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

26

Para Paraná (2006):

Atualmente, qualquer alusão à educação de crianças e jovens com necessidades educacionais especiais depreende uma interpretação essencialmente pedagógica. Estando ou não em situação de deficiência, apresentando altas habilidades e superdotação em qualquer área ou qualquer outro problema de aprendizagem que requeira atendimento educacional especializado, é fundamental que se tenha em mente que se trata de um sujeito social, historicamente situado, com interesses e necessidades relativos à sua faixa etária e que tem direitos e deveres, entre os quais o do acesso à educação escolar formal (PARANÁ, 2006, p. 48).

Uma escola inclusiva deve ter uma estrutura adequada para transmitir o

conhecimento a todos os deficientes ou não, sem haver barreiras para as atividades

escolares. Para Costa (2010) e Barreto (2013), é necessário que essas instituições

de ensino reestruturem seu espaço físico e utilizem materiais diferenciados para que

os alunos com deficiência estejam presentes na escola para aprender os conteúdos

apresentados, seguindo a mesma matriz curricular oferecida aos demais alunos.

A escola permite o acesso ao conhecimento, historicamente elaborado pelos

homens e favorece a diversidade na medida em que considera que os alunos podem

ter dificuldades e assegura a igualdade de condições para o acesso, a permanência

na escola, sem qualquer tipo de discriminação. Escola inclusiva é aquela que

contribui para o processo de aprendizagem de cada aluno, respeitando e

reconhecendo as diversidades (BRASIL, 2005). Ressalta-se que, além do acesso e

permanência sem descriminação, as pessoas com deficiência devem ter acesso ao

conhecimento que os homens elaboraram ao longo da história.

A educação inclusiva deve reconhecer as diferenças e buscar formas de

integrar o aluno com deficiência, pois esse estudante precisa de um espaço em que

consiga desenvolver suas habilidades e procurar meios para auxiliar em suas

dificuldades.

Segundo Teixeira et. al. (2014), é necessário pensar em qualidade da

educação inclusiva, uma vez que ainda existem lacunas na efetivação da inclusão

escolar, sendo preciso pensar nas condições existentes, pois as escolas necessitam

de profissionais qualificados além de recursos, materiais e estruturas adequadas. A

inserção de alunos com deficiência em escolas de ensino regular requer a

adaptação de materiais escolares e de estrutura física.

Page 29: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

27

Na educação inclusiva é preciso observar no aluno suas habilidades e

dificuldades, pois a escola deve ser um ambiente de igualdade e de

desenvolvimento. Faz-se necessária uma educação direcionada ao apoio e

orientações das práticas pedagógicas desenvolvidas com cada aluno, um

atendimento que elimine barreiras e auxilie os alunos na sua formação e em sua

autonomia na escola e fora dela (BRASIL, 2005).

Para Mendes (2013), o processo de inclusão e aprendizagem estão

relacionados a como a escola aborda as limitações de cada aluno e como a

instituição trabalha para que esse aluno tenha um conhecimento efetivo. O aluno

com deficiência precisa ser motivado para enfrentar suas dificuldades, a motivação

do aluno está relacionada ao processo de aprendizagem, possibilitando a formação

integral desses indivíduos.

Para que a inclusão educacional se torne efetiva, é necessário que todos os

membros da equipe escolar estejam envolvidos nos planejamentos e nas ações. A

equipe pedagógica que envolve pedagogos e diretores, professores regentes ou

auxiliares e também os profissionais, que orientam os alunos com deficiência em

suas dificuldades de aprendizagem nomeados como tutores, precisam agir

coletivamente em suas práticas pedagógicas para que, realmente, os alunos

inclusos se sintam seguros em suas atividades escolares (SANT’ANA, 2005).

O contexto escolar é um ambiente estimulador para o aluno, para Toledo e

Martins (2009), a escola se torna um estimulante favorável no desenvolvimento dos

alunos, destacando que um dos elementos principais é o professor, que tem como

papel principal de observar as dificuldades de cada aluno e procurar alternativas que

os façam despertar a capacidade de conhecimento e aprendizagem.

A escola é uma diversificação de diferentes pensamentos e informações, de

diferentes culturas e óticas. Segundo Brasil (2013), diante de inúmeras

transformações e responsabilidades, os profissionais da educação devem estar

dispostos a acolher diferentes heterogeneidades. Nesse sentido, cabe à escola

desempenhar um papel que leve o individuo ao desenvolvimento e a uma

aprendizagem que envolva todas as experiências culturais, educativas, sociais,

fundamentados na valorização das diferenças tanto física, sensorial, intelectual,

raça, entre outras, visando assim à superação das desigualdades.

Promover uma educação inclusiva não é uma tarefa fácil. Ensinar em

classes de ensino regular, em que as diferenças existem e as pessoas aprendem de

Page 30: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

28

formas diferentes, desse modo, uma igualdade de oportunidades para a apropriação

do conhecimento precisa ser oferecida a todos os alunos. Para que a escola não

seja somente um espaço de superação das desigualdades, é preciso saber trabalhar

com todos os tipos de deficiências, como também as diferenças de gêneros e as

culturais, buscando corresponder de maneira satisfatória às necessidades de

qualquer aluno.

Para BRASIL (2007), Covatti e Fischer (2012) e Ribeiro (2011), a escola

proporciona a construção de conhecimentos, devendo reconhecer as diferenças,

apoiar e garantir a participação efetiva de todos os alunos, respeitando as

especificidades e ritmos de cada um. A instituição escolar tem o papel de organizar-

se para oferecer direitos iguais aos estudantes, independente das características,

interesses e necessidades individuais.

A relação entre a inclusão de alunos com deficiências em turmas de ensino

regular e no ensino de matemática, especificamente no estudo de geometria está

apresentada no próximo capítulo.

Page 31: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

29

3 CAPÍTULO II: ENSINO DE GEOMETRIA E A INCLUSÃO DE ALUNOS COM

MÚLTIPLAS DEFICIÊNCIAS

Neste capítulo apresentam-se aspectos e características da Deficiência

Física Neuromotora e da Múltipla Deficiência, bem como o ensino de geometria para

alunos com Múltiplas Deficiências.

3.1 A DEFICIÊNCIA FÍSICA NEUROMOTORA

A deficiência pode se apresentar de forma congênita, adquirida, antes e

durante o nascimento ou no decorrer da vida. As pessoas com deficiência, segundo

a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2012), são aquelas

que por motivos variados têm o impedimento para o crescimento das condições

físicas, mentais, intelectuais ou sensoriais.

As condições físicas, mentais, intelectuais ou sensoriais existem, mas devem

ser respeitadas e assumidas:

Somos natural e biologicamente diferentes: nascemos brancos, negro, amarelo, vermelho ou mestiço, homem ou mulher. Isso não quer dizer que necessariamente devamos ser desiguais. Diferença e desigualdade não são as mesmas coisas. As crianças com deficiências apresentam características que fogem do convencionado padrão de normalidade, mas devem ser consideradas com características individuais. Esta mesma criança é um ser com direitos (GODÓI, 2006, p. 13).

Assim como todas as deficiências, a deficiência física é bastante ampla,

podendo apresentar alterações no funcionamento do aparelho locomotor,

comprometimento da movimentação, apresentando alterações na estrutura óssea,

muscular e nervosa. A deficiência física neuromotora apresenta alterações físicas e

também alterações fisiológicas do aparelho locomotor, podendo se manifestar em

qualquer fase da vida, por causas naturais ou adquiridas. Refere-se às deficiências

geradas por lesões nos centros e vias nervosas que comandam os músculos, cujas

manifestações exteriores incidem em fraqueza muscular, paralisia ou na falta de

coordenação (BRASIL, 2006).

Esses comprometimentos do aparelho locomotor podem tornar a pessoa

dependente para atividades cotidianas como higiene pessoal, alimentação, escrita,

Page 32: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

30

desenho, locomoção. Essa deficiência também compromete o aparelho locomotor, o

sistema muscular e o sistema nervoso, causando limitações físicas de baixa ou alta

gravidade, dependendo do tipo da lesão ou como os membros foram afetados,

podendo produzir dificuldades para execução de algumas funções ou não

(DEFICIENTE ONLINE, 2014).

O organismo dos seres humanos passa por diferentes processos e

equilíbrios, esses processos podem ser fases ou etapas. Uma dessas fases é o

desenvolvimento motor o qual sofre diferentes processos, para Israel e Bertoldi

(2010), ele é visto como uma alteração estável no comportamento humano ao longo

da vida, como o desenvolvimento ocorrido com o crescimento, a experiência, a

maturação, a adaptação e também as suas relações afetivas, cognitivas e

psicomotoras. A pessoa com deficiência física neuromotora pode apresentar má

formação na função neuromuscular que define os movimentos, ou seja, em seu

desenvolvimento motor, ocasionando algumas limitações, as quais normalmente

necessitam do auxílio de recursos especiais.

Como já apontado anteriormente, os alunos com Deficiência Física

Neuromotora, na maioria das vezes, apresentam limitações no uso de alguns

materiais escolares do cotidiano, tais como: lápis, régua, tesoura. Assim sendo,

recursos diferenciados para auxiliá-los com eficiência em suas dificuldades, isso é,

essas pessoas podem necessitar de uma organização do espaço físico da instituição

escolar e recursos pedagógicos adaptados ou elaborados para esse fim. Como

qualquer outro aluno, o professor deve auxiliá-lo no processo de aprendizagem,

identificando x suas necessidades e dificuldades. O papel do professor no

atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais é de grande

importância, ele deve buscar alternativas didático-pedagógicas para ampliar as

possibilidades de aprendizagem desses alunos (SELVATICI et al., 2012).

Atender as necessidades de um aluno com deficiência dentro do contexto

escolar requer uma postura “centrada no aluno, capaz de propiciar o

desenvolvimento de suas habilidades e competências de acordo com a sua

capacidade motora” (BRASIL, 2006, p. 24). Criando condições adequadas para o

desenvolvimento e progresso discente, respeitando as capacidades de cada um.

3.2 A MÚLTIPLA DEFICIÊNCIA

Page 33: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

31

A Múltipla Deficiência caracteriza o conjunto de duas ou mais deficiências

associadas, de ordem física, sensorial, mental, emocional ou de comportamento

social. Para designar uma pessoa com múltiplas deficiências, não é considerado o

somatório dessas alterações, mas sim o nível de desenvolvimento, como também as

possibilidades funcionais, a interação social e de aprendizagem (BRASIL, 2006).

As pessoas com Múltipla Deficiência podem apresentar dificuldades tais

como: na abstração das rotinas diárias, como nos gestos e na comunicação; no

reconhecimento de pessoas do seu cotidiano; em seus movimentos corporais,

apresentando respostas mínimas a estímulos causados por barulhos ou toques.

Além dessas características, essas pessoas podem demonstrar alguns fatores

como: movimentos estereótipos e repetitivos, rir e chorar sem motivos aparentes,

resistência ao contato físico e distúrbios de sono (DEFICIENTES EM AÇÃO, 2016).

Existem vários tipos de múltipla deficiência, as quais podem ser associadas

a outras deficiências, como:

• Surdez com deficiência mental leve ou severa;

• Surdez com distúrbios neurológicos, de conduta e emocionais;

• Surdez com deficiência física (leve ou severa);

• Baixa visão com deficiência mental leve ou severa;

• Baixa visão com distúrbios neurológicos, emocionais e de linguagem e

conduta;

• Baixa visão com deficiência física (leve ou severa);

• Cegueira com deficiência física (leve ou severa);

• Cegueira com deficiência mental (leve ou severa);

• Cegueira com distúrbios emocionais, neurológicos, conduta e linguagem

(DEFICIENTES EM AÇÃO, 2016).

Essas deficiências, que ocasionam atraso no desenvolvimento educacional,

vocacional, social e emocional, podem ser causadas por doenças como: rubéola,

sarampo, meningite, infecções hospitalares, doenças venéreas, gravidez de risco

(DEFICIENTES EM AÇÃO, 2016).

No que se refere ao desenvolvimento educacional das pessoas com múltipla

deficiência, segundo Brasil (2006), alunos com múltipla deficiência podem

apresentar dificuldades de aprendizagem, não se desenvolver ou aprender

espontaneamente, necessitando de um currículo escolar adaptado às necessidades

especificas de cada um como: adaptação de jogos pedagógicos, materiais

Page 34: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

32

específicos e recursos tecnológicos que favoreçam a interação, a comunicação e

aprendizagem. Esses recursos e procedimentos “são essenciais, pois determinam a

qualidade da oferta educativa para o sucesso na aprendizagem e a inclusão desses

alunos no sistema regular de ensino” (BRASIL, 2006, p. 21).

Na aprendizagem de alunos com múltiplas deficiências, é fundamental o uso

de tecnologias e recursos de acessibilidade, como as tecnologias assistivas. Fazer o

uso de uma TA na escola é buscar uma estratégia para que o aluno realize as suas

atividades escolares, a qual ajude os a aumentar as suas habilidades e a construir o

conhecimento (BRASIL, 2007).

A inclusão desses alunos não depende do grau ou nível da deficiência ou de

seu desempenho intelectual, mas sim de adequações necessárias da instituição

para atendê-los, com disponibilidades de adaptações nos diferentes níveis de

escolaridade e estratégias que favoreçam e potencializem a aprendizagem desses

estudantes.

3.3 ENSINO DE GEOMETRIA E O ALUNO COM MÚLTIPLA DEFICIÊNCIA

O estudo da Geometria auxilia o homem em algumas atividades do dia a dia,

como na agricultura, na indústria, em produções artísticas, em moveis, construção

civil, por isso, é fundamental que as instituições de ensino construam uma proposta

pedagógica que permita os alunos a exploração e percepção da relação dos

conceitos geométricos com a realidade (BRASIL, 1997).

A Geometria é um campo da Matemática que envolve situações-problemas,

contribuindo para a aprendizagem de números e medidas, estimulando o aluno a

perceber semelhanças e diferenças entre esses. Consiste em levar o estudante a

também perceber a presença da natureza nessa disciplina, sendo visualizadas por

meio de atividades que explorem formas geométricas que vão de elementos

marinhos, de uma teia de aranha, até uma colméia (BRASIL, 1997).

O ensino de conceitos geométricos também apresenta regras e técnicas

para a construção de formas geométricas, utilizando materiais como compasso,

régua, esquadros e transferidor. As construções geométricas são uma “forma de

concretizar os conhecimentos teóricos da geometria em forma gráfica” (VILLA et al.,

2012, p. 3). A geometria não é somente apresentar fórmulas ou copiar desenhos, é

elaborar conceitos que envolvam as construções geométricas, utilizando

Page 35: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

33

instrumentos básicos que consistem em traçar retas ou medir ângulos.

(RAYMUNDO, 2010).

Alunos que possuem deficiência, inclusos no ensino regular, podem

apresentar dificuldades em manusear ou utilizar alguns materiais escolares, como

régua, lápis. Para Reis e Trinchão (2011), é necessário que os professores ajustem

seu planejamento, adequando esses materiais, de maneira que os alunos tenham

direito de participar ativamente do processo de ensino e aprendizagem, ou seja, ser

um sujeito participante.

O processo de adaptações no ensino não requer apenas uma aceitação dos

alunos com deficiências, mas sim uma transformação nas práticas pedagógicas:

O desempenho e as competências dessas crianças são heterogêneos e variáveis. Alunos, com níveis funcionais básicos e possibilidades de adaptação ao meio podem e devem ser educados em classe comum, mediante a necessária adaptação e suplementação curricular. Outros, entretanto, com mais dificuldades, poderão necessitar de processos especiais de ensino, apoios intensos, contínuos e currículo alternativo que correspondam às suas necessidades na classe comum (GODOI, 2006, p. 11).

O conhecimento de Geometria, visto como um conteúdo que permite ao

aluno ter uma compreensão entre a teoria e o mundo real, a partir da construção de

figuras geométricas, retas e ângulos. Segundo Moura e Lins (2013), o uso de

materiais concretos e adaptados pode ser de grande importância para o ensino de

conceitos geométricos e também para o processo de inclusão. Para essas autoras, o

uso de materiais lúdicos é essencial para desenvolver no aluno a intuição espacial e

de visualização, porém, sem perder o foco matemático ou geométrico. A ideia de

utilizar materiais alternativos ou manipulativos para a aprendizagem de geometria é

fundamental para o desenvolvimento intelectual dos alunos, principalmente, dos que

possuem alguma deficiência.

É importante que as instituições de ensino e os professores utilizem recursos

metodológicos adequados para suprir as necessidades de cada aluno. Para Silva e

Leivas (2013) e Araujo, Nunes e Schirmer (2013), as metodologias de ensino, que

buscam como auxilio os materiais adaptados, tornam-se uma alternativa para

melhores resultados no processo ensino e aprendizagem do aluno.

Page 36: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

34

O professor, ao deparar-se com um aluno com deficiência, seja ela motora

ou sensorial, deve tentar encontrar recursos pedagógicos adaptados para cada

situação educacional. Os recursos utilizados em sala de aula devem ser auxiliares

tanto para os alunos como para os professores, pois o aluno “deve sentir-se acolhido

e perceber que a diversidade não se constitui um obstáculo e sim um estímulo”

(BRASIL, p.3, 2002).

Independente da deficiência ou de qualquer limitação, todos os alunos têm

direitos e oportunidades a um ensino de qualidade. Faz-se necessário disponibilizar

recursos e condições para que os alunos que apresentam dificuldades de

aprendizagem ou de acessibilidade possam interagir e aprender ao mesmo tempo

em que o restante da turma em que estão regularmente matriculados (BRASIL,

2006).

Considerar a inclusão de pessoas com deficiência nas instituições de ensino

regular não constitui somente em incluí-los em uma classe comum, mas sim

proporcionar condições pedagógicas para a apropriação do conhecimento escolar.

As intervenções pedagógicas realizadas com alunos que apresentam alguma

deficiência devem ser especificas e acessíveis para cada aluno, necessitam de

adaptações ou organização do currículo escolar para responder às necessidades de

todos os alunos.

O próximo capítulo apresenta as Tecnologias Assistivas como produtos e

serviços, bem como, sua utilidade para alunos com deficiência, inclusos no ambiente

educacional.

Page 37: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

35

4 CAPÍTULO III: TECNOLOGIA ASSISTIVA E O AMBIENTE ESCOLAR

Para este capítulo apresenta-se o termo Tecnologia Assistiva, seus recursos

e serviços, seu emprego e benefícios no ensino de alunos com Deficiência.

4.1 TECNOLOGIA ASSISTIVA

O termo Tecnologia Assistiva (TA), oficialmente Assistive Technology, foi

instituído no ano de 1988, como um elemento jurídico da legislação norte americano

Public Law 100-47 que compõe juntamente com outras leis o ADA-American With

Disabilities Act. , que regula os direitos da pessoa com deficiência (BEIDACKI,

2011).

Em dezembro de 2007, no Brasil, o termo TA foi definido como recursos e

serviços, objetivando o auxílio das pessoas com deficiência a terem autonomia e

independência em atividades diárias e escolares.

Segundo o Comitê de Ajudas Técnicas – CAT,

Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (CAT, 2008, p.3).

A terminação de TA, definida como recursos e serviços, segundo Bersch

(2014), os recursos são todo e qualquer item, fabricado em série ou sob medida,

utilizado para aumentar ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com

deficiência. Os serviços são definidos como aqueles que auxiliam diretamente uma

pessoa com deficiência a selecionar, comprar ou usar um recurso.

Recursos: podem variar de uma simples bengala a um complexo sistema computadorizado. Estão incluídos brinquedos e roupas adaptadas, computadores, softwares e hardwares especiais, que contemplam questões de acessibilidade, dispositivos para adequação da postura sentada, recursos para mobilidade manual e elétrica, equipamentos de comunicação alternativa, chaves e acionadores especiais, aparelhos de escuta assistida, auxílios visuais, materiais protéticos e milhares de outros itens confeccionados ou disponíveis comercialmente.Serviços: São aqueles

Page 38: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

36

prestados profissionalmente à pessoa com deficiência visando selecionar, obter ou usar um instrumento de tecnologia assistiva. Como exemplo, podemos citar avaliações, experimentação e treinamento de novos equipamentos. Os serviços de Tecnologia assistiva são normalmente transdisciplinares envolvendo profissionais de diversas áreas, tais como: Fisioterapia, Terapia ocupacional, Fonoaudiologia, Educação, Psicologia, Enfermagem, Medicina, Engenharia, Arquitetura, Design, Técnicos de muitas outras especialidades (BERSCH et. al., 2014).

A utilização desses recursos e serviços está relacionada à inovação, à

pesquisa, à fabricação e ao uso de equipamentos para facilitar as habilidades

funcionais das pessoas com deficiência, para auxiliar nas tarefas do dia a dia, na

atuação profissional e no desempenho educacional (ASSISTIVA, 2014).

A TA tem como finalidade proporcionar às pessoas que possuem deficiência

maior independência na vida pessoal, social e educacional. Esses recursos podem

ser auxílios para a vida diária, tais como materiais adaptados para comer, vestir-se,

tomar banho (BERSCH, 2014).

Os recursos da TA podem ser também equipamentos que permitam à

comunicação, à grafia, utilização de próteses ou auxílios de mobilidade como

cadeiras de rodas, andadores e aparelhos com adequações para o transporte

pessoal em veículos, como também auxílios e adaptações para atividades escolares

de escrita, visualização e motora que facilitem no desempenho escolar (BERSCH,

2014).

O uso de uma TA, como recurso ou serviço para melhorar as capacidades

funcionais das pessoas com deficiência, contribui para uma vida independente,

ampliando a comunicação e a integração. Também proporciona qualidade de vida,

inclusão social e educacional, minorando os problemas encontrados pelas pessoas

com deficiência.

4.2 TECNOLOGIA ASSISTIVA NO AMBIENTE EDUCACIONAL

A TA no ambiente educacional é um recurso que oferece um atendimento

especializado para alunos que possuem deficiência, possibilitando a execução de

atividades que até, então, eram impedidos de realizar. Segundo Vilaronga et al.

(2014) e GIROTO et al. (2012), para que alunos com deficiência participem de uma

escola de ensino regular, que atenda todas as suas necessidades, sem deixá-los

excluídos dos colegas de turma, é preciso criar e utilizar recursos didáticos como a

Page 39: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

37

TA, que tragam ao aluno a construção do conhecimento, auxiliando-os no seu

desenvolvimento e em sua aprendizagem.

Alunos com deficiência podem apresentar dificuldades de aprendizado,

podem necessitar de um atendimento educacional especializado, o qual envolve um

conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos prestados à

formação de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e

com altas habilidades ou superdotação (INEP, 2011).

Para Sartoretto e Bersch (2014), o professor deve identificar as dificuldades

e também as habilidades dos alunos para, então, pesquisar, desenvolver e

programar atividades que os levem a ter autonomia na realização do trabalho

escolar. Para que haja esse atendimento especializado nas instituições de ensino,

tais autoras relatam o uso de TA como um fator que pode auxiliá-los em suas

dificuldades, diminuindo os problemas enfrentados por eles e, assim, ajudando-os a

frequentarem turmas de ensino regular.

Os profissionais da educação, ao receberem alunos que possuem

deficiência, precisam em um primeiro momento conhecer as limitações de cada

aluno, suas dificuldades de aprendizagem. Devem analisar se realmente é a

deficiência que os impede de participar ativamente das atividades escolares, ficando

atendo a todas as situações em que o aluno passa dentro da escola, buscando

ideias, escolhendo alternativas ou construindo materiais ou objetos que auxiliem o

aprendizado, avaliando e acompanhando a desenvoltura do aluno diante dos

materiais utilizados, enfim, verificando se, realmente, facilitaram e ajudaram o aluno

em seu aprendizado. Para Manzine e Deliberato (2006), os professores dos alunos

com deficiência devem identificar e buscar entender suas particularidades físicas e

psicológicas.

Abaixo, o quadro 1 apresenta como o professor inicialmente deve agir ao

conhecer o aluno com deficiência e como atuar em situações que envolvem o

estudante, criando, assim, estratégias e alternativas que auxiliem os alunos durante

as aulas. Esse processo deve facilitar a aprendizagem dos estudantes, os quais

devem ser acompanhados pelo educador, para que se necessário, fazer

adaptações.

Quadro 1 - O processo de desenvolvimento das ajudas técnicas

Entender a situação que envolve o estudante

• Identificar as características físicas/psicomotoras;

• Notar a dinâmica do estudante

Page 40: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

38

durante as aulas. Gerar ideias • Pesquisar quais materiais

poder ser usados e encontrar outras possíveis alternativas.

Escolher a alternativa viável • Considerar as necessidades a serem atendidas e a disponibilidade de recursos.

Representar a idéia • Definir os materiais.

Construir o objeto para experimentação

• Utilizar em atividades de sala de aula.

Avaliar o uso do objeto • Considerar se atendeu o contexto determinado.

Acompanhar o uso • Ver se com o passar do tempo é preciso fazer alguma adaptação.

Fonte: Adaptado de Manzine; Deliberato, 2006, p.9.

É importante a construção e o desenvolvimento de materiais alternativos

para a educação, sendo esse processo que envolve todos os alunos, professores e

a escola. Assim, os obstáculos encontrados pelos alunos com deficiência se tornam

mais flexíveis quando existem maneiras ou materiais para ajudar no ensino e na

aprendizagem (FILHO, 2012). A TA pode ser utilizada em qualquer faixa etária, pois

potencializa as capacidades funcionais da pessoa com deficiência, podendo ser um

recurso para a inclusão de pessoas com deficiência no ensino regular.

Até aqui, foram abordados temas sobre o contexto histórico da educação

especial no Brasil, bem como o contexto escolar e a inclusão, a deficiência física

neuromotora, a múltipla deficiência, o ensino de geometria e o aluno com múltiplas

deficiências, tecnologia assistiva e a tecnologia assistiva no ambiente educacional,

ou seja, a fundamentação teórica que embasa essa dissertação.

A metodologia, analises e resultados desse trabalho especificamente no

estudo de geometria utilizando TA com alunos que possuem deficiência

regularmente matriculados no ensino regular apresentada-se nos próximo tópicos.

Page 41: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

39

5 METODOLOGIA

Neste capítulo apresentar-se-á a metodologia utilizada, situando-se a

pesquisa em todas as etapas, discorrendo-se sobre cada uma em particular.

5.1 DELINEAMENTOS DA PESQUISA

Essa pesquisa apresentará uma abordagem qualitativa nos procedimentos e

análise dos resultados, pois possui aspectos que auxiliam na construção de novos

conhecimentos, com variedade de abordagens e métodos. Tal abordagem define

uma estrutura de práticas teóricas metodológicas com apropriabilidade de teorias e

procura retratar as perspectivas dos participantes e sua diversidade (FLICK, 2009).

5.2 LOCAL DA PESQUISA

A pesquisa foi desenvolvida em uma escola da rede municipal de ensino, no

interior do Paraná. Na época a escola contava com cento e setenta e oito (178)

alunos matriculados no período matutino e vespertino. Destes, uma (1) aluna era

inclusa com Múltiplas Deficiências .

O processo de inclusão está assegurado no Projeto Político Pedagógico -

PPP da escola, todavia, apresenta preocupações pela falta de profissionais

especializados para auxiliar as professoras regentes das turmas com alunos

inclusos. Outro problema apontado referia-se à falta de materiais adaptados e

específicos para receber cada aluno com deficiência nas classes de ensino regular

e, assim, realizar um ensino de qualidade para todos os alunos.

5.3 SUJEITOS DA PESQUISA

A pesquisa foi desenvolvida na disciplina de Matemática, em uma turma do

5º ano do Ensino Fundamental, constituída por dezoito (18) alunos, com idade entre

nove e dez anos. Do total de alunos, dez (10) eram do sexo feminino e oito (8) do

sexo masculino. A turma foi escolhida por contar com uma aluna com múltipla

deficiência inclusa.

Page 42: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

40

O quadro 2 relaciona os sujeitos que participaram da pesquisa, sendo os

apresentados, a seguir, fornecidos pela diretora da escola:

Quadro 2- Caracterização dos sujeitos da pesquisa

Participante Idade Sexo

Sujeito “A1” 10 M

Sujeito “A2” 09 M

Sujeito “A3” 09 F

Sujeito “B1” 10 F

Sujeito “B2” 10 M

Sujeito “C1” 09 F

Sujeito “D1” 09 F

Sujeito “D2” 10 M

Sujeito “G1” 10 F

Sujeito “J1” 10 F

Sujeito “J2” 10 M

Sujeito “L1” 10 M

Sujeito “N1” 09 F

Sujeito “R1” 10 M

Sujeito “S1” 10 M

Sujeito “S2” 09 F

Sujeito “T1” 09 F

Sujeito “V1” 09 F

Fonte: acervo da pesquisadora

A aluna com múltipla deficiência é identificada nesta pesquisa como sujeito

“G1”. De acordo com a coordenação pedagógica da escola, a aluna apresentava

laudo com data relativa ao início do ano letivo com Síndrome de Down, deficiência

física neuromotora e visão subnormal. Neste laudo o profissional da saúde fez

orientações para a escola como: repetição das orientações e explicações das

atividades escolares; necessidade de auxílio ao escrever; assistência ao copiar do

quadro negro ou de livros e que ela se sentasse próximo ao professor.

Page 43: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

41

5.4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS

Os instrumentos e procedimentos que foram utilizados para o

desenvolvimento desta pesquisa serão descritos a seguir. Todas as produções dos

alunos foram recolhidas e guardadas pela pesquisadora depois das análises.

5.4.1 Coleta de Dados

A coleta de dados foi realizada por meio da observação, entrevistas e

intervenção pedagógica.

A pesquisadora não tinha nenhum contato com os alunos antes do estudo.

Dessa forma, após ser autorizada pela Secretária Municipal de Educação, para o

desenvolvimento do projeto, a pesquisadora fez observação participativa e direta por

um período de três (03) aulas. Com objetivo de coletar informações importantes para

a intervenção pedagógica.

Observando como a professora regente da turma trabalhava na disciplina

de matemática com a aluna que possuía múltipla deficiência, como essa aluna

interagia com a professora e os demais alunos, quais procedimentos pedagógicos a

professora utilizava para o ensino e aprendizagem dessa aluna com deficiência

juntamente com os demais alunos, bem como reconhecer quais as dificuldades essa

aluna encontrava durante as aulas de matemática.

Nessa etapa da pesquisa, para coletar dados sobre como a instituição de

ensino considera o processo de inclusão educacional, realizou-se uma entrevista

semi-estruturada com a diretora e com a pedagoga, reunindo dados sobre o PPP

dessa escola para obter conhecimento de quais são os métodos aplicados com os

alunos que possuem deficiência física neuromotora. A professora da turma foi

entrevistada procurando conhecer as metodologias e dificuldades em relação à

inclusão, a aluna “G1” também foi entrevistada, buscando saber quais suas

dificuldades em matemática, se a professora buscava alternativas para quando ela

encontrava barreiras para a sua aprendizagem (APÊNDICES A, B e C).

5.4.2 Avaliação Inicial

Page 44: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

42

Durante o período de observação na escola para coletar as informações

necessárias para a intervenção pedagógica, foi necessário observar e conhecer as

dificuldades e limitações que os alunos tinham no decorrer das suas atividades

escolares. Segundo BRASIL (1998), é fundamental compreender e conhecer os

aspectos de aprendizagem dos alunos sobre determinados assuntos.

Dessa forma, identificaram-se os conhecimentos que os alunos tinham sobre

conceitos geométricos, como retas, segmentos de reta e semirretas, pré-requisitos

necessários para abordagem geométrica do conteúdo ângulos. A pesquisadora

elaborou 5 (cinco) exercícios para os alunos, cujas questões apresentavam

orientações básicas para medir e construir ângulos, como: distinguir retas entre

varias figuras apresentadas; descrever quantos segmentos de retas havia nas

figuras apresentadas; e descrever em quais objetos ou partes da estrutura da escola

haviam regiões que representavam retas ou o encontro delas (APÊNDICE D).

5.4.3 Intervenção Pedagógica

Para a intervenção pedagógica realizada pela pesquisadora na turma, foram

elaborados planos de aulas, executados em dez (10) aulas, mais duas (02) aulas

utilizadas para a aplicação da avaliação inicial, num período de um mês e quinze

dias. As aulas aconteceram no horário normal de aula na disciplina de Matemática,

em que a professora regente da disciplina esteve presente. Os quadros 3, 4, 5, 6 e 7

a seguir, resumem todas as atividades (APÊNDICES E, F, G, H e I) escolhidas:

Quadro 3- Atividade I – História dos Ângulos

Aulas: 02 aulas

Data: 04/11/15

Atividade 1: História dos ângulos

Objetivo:

- Conhecer como surgiu a definição de ângulos.

Recursos:

- Quadro de giz;

- Folhas de papel;

- Lápis;

- Borracha.

Page 45: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

43

Encaminhamentos: Contar a história dos ângulos, como e quem descreveu a

primeira conjectura sobre a definição de ângulos.

Fonte: Acervo da pesquisadora

Quadro 4- Atividade II – Definição de Ângulos

Aulas: 02 aulas

Data: 11/11/15

Atividade 2: Como definimos um ângulo

Objetivos:

- Relatar como se delineia um ângulo;

- Demonstrar qual unidade de medida se usa para medir ângulos.

Recursos:

- Quadro de giz;

- Caderno;

- Lápis;

- Borracha;

- Canudos de plástico.

Encaminhamentos: Mostrar como se forma e desenha um ângulo através de figuras

e imagens e qual a unidade de medida utilizada para medir os mesmos.

Fonte: Acervo da Pesquisadora

Quadro 5- Atividade III – Tipos de Ângulos

Aulas: 02 aulas

Data: 16/11/15 e 18/11/15

Atividade 3: Tipos de ângulos

Objetivo:

- Reconhecer tipos de ângulos.

Recursos:

- Quadro de giz;

- Folhas de papel;

- Cola;

- Tesoura;

- Lápis;

Page 46: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

44

- Borracha.

Encaminhamentos: Mostrar aos alunos os tipos de ângulos (ângulos agudos,

obtusos e retos).

Fonte: Acervo da pesquisadora

Quadro 6- Atividade IV – Medir Ângulos

Aulas: 02 aulas

Data: 25/11/15

Atividade 4: Medir ângulos

Objetivo:

- Fazer medição de ângulos;

- Reconhecer tipos de ângulos.

Recursos:

- Transferidor tradicional ou transferidor adaptado.

Encaminhamentos: Explorar o transferidor, medindo os ângulos apresentados e

descrever os tipos de ângulos.

Fonte: Acervo da pesquisadora

Quadro 7- Atividade V – Construir Ângulos

Aulas: 02 aulas

Data: 02/12/15 e 09/12/15

Atividade 5: Construção de ângulos.

Objetivos:

- Construir ângulos com o auxílio do transferidor;

- Reconhecer tipos de ângulos.

Recursos:

- Transferidor tradicional ou transferidor adaptado.

Encaminhamentos:Explorar o transferidor, construindo e relacionando os tipos de

ângulos.

Fonte: Acervo da pesquisadora

Page 47: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

45

6 RESULTADOS E ANÁLISES

6.1 A COLETA DE DADOS

A fase da coleta de dados teve início com as entrevistas realizadas com a

pedagoga e diretora da escola, com a professora da turma pesquisada e com a

aluna com múltiplas deficiências. As entrevistas foram semiestruturas, por seguirem

um roteiro previamente estabelecido. (APÊNDICES A, B e C)

6.1.1 Entrevista com a Equipe Pedagógica

Em entrevista com a pedagoga e com a diretora (APÊNDICE A), foi possível

constatar que a escola se preocupa muito entre a relação de socialização e inclusão

do aluno com deficiência. Defendem que na socialização o aluno com deficiência se

adapta à rotina da escola, já no processo de inclusão a escola é que deve se

adaptar ao aluno deficiente e não o deficiente à escola, buscando alternativas que

facilitem sua aprendizagem, respeitando as limitações de cada um.

Entende-se que existem diversidades na população escolar, respeitar e

atender a essas heterogeneidades se torna uma ferramenta básica para a

aprendizagem dos alunos deficientes. Segundo Brasil (1998), buscar dimensionar o

sentido e o alcance às adaptações curriculares da ação educativa escolar pressupõe

atender a diversificação das necessidades dos alunos na escola.

Em relação à base para a inclusão, a escola possuía poucos materiais

adaptados, somente uma professora especializada na área de inclusão escolar e

não contava com um professor auxiliar ou uma professora de apoio para ajudar a

professora regente da turma que possuía aluno com deficiência, conforme

estabelece a resolução 04/2005 (BRASIL, 2009).

Quanto às dificuldades enfrentadas pela escola, foi apontada a falta de

interesse das famílias dos alunos com deficiência, a falta de materiais adaptados e

de profissionais capacitados. Expuseram que muitas famílias não tomam o cuidado

de sempre atualizar o laudo médico dos alunos, não se disponibilizam a conversar

com a escola, quando necessário. Quando a escola necessita de materiais ou de

profissionais especializados leva algum tempo para que a secretaria de educação

Page 48: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

46

encaminhe-os até a instituição, ou até em alguns casos, como o da aluna “G1” que

foi encaminhado o pedido de uma tutora para auxiliá-la, entretanto, não tinha sido

disponibilizada até o momento desta entrevista.

A relação escola e família é de grande importância no processo de

desenvolvimento do aluno e da inclusão escolar. Entende-se que o trabalho

realizado pela escola terá maior êxito, se acompanhado diretamente pelos membros

da família do aluno deficiente.

Os professores de apoio ou tutores são profissionais que atuam em sala de

aula atendendo alunos com comprometimentos ou limitações que dificultam seu

acompanhamento curricular. Nesse sentido, o professor de apoio auxilia o professor

regente, prestando auxilio ao aluno deficiente, fazendo uso de linguagem de sinais

ou técnicas que possibilitem seu aprendizado.

A equipe pedagógica da escola destacou que, embora com muitas

dificuldades enfrentadas em relação à inclusão, têm o interesse de sempre estar

buscando solucionar essas dificuldades relatadas, procurando formas de conhecer

cada tipo de deficiência dos alunos.

6.1.2 Entrevista com a Professora

Na entrevista com a professora da turma (APÊNDICE B), ela relatou que se

formou em Pedagogia, em sua graduação houve algumas abordagens sobre

educação especial e inclusão, mas que não foram claras e detalhadas. Ela

comentou que as escolas e os profissionais da educação deveriam ter mais apoio

em relação à educação inclusiva, com mais cursos nesta área e que as escolas

contassem com uma professora de apoio para cada aluno incluso. Revelou que em

outra instituição de ensino em que trabalhou, havia um profissional da educação que

auxiliava o aluno com deficiência, observando uma melhora significativa em seu

aprendizado.

Observa-se que a educação inclusiva exige dos professores práticas

pedagógicas diferenciadas de ensino e conhecimentos em relação a tipos de

deficiências, além do como auxiliar e conduzir o aluno durante as atividades

escolares. Entretanto, muitos professores não tiveram acesso a essas informações

ao longo de sua formação inicial.

Page 49: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

47

Os cursos de formação de professores necessitam de novos olhares que

permitam aos professores desempenharem de maneira responsável e satisfatória

seu papel de ensinar para a diversidade, ou seja, elaborar um programa educacional

voltado para práticas mais inclusivas, adequando a formação de professores às

novas exigências educacionais, ou seja, habilidades e competências necessárias

aos professores de acordo com a realidade das escolas inclusivas (PLETSCH,

2009).

Para ensinar a aluna “G1”, a professora afirmou que no início do ano,

juntamente com a pedagoga da escola, elaboraram um planejamento diferenciado

para a aluna, para adaptar as atividades ao nível de aprendizado dela e auxiliá-la em

suas dificuldades. A grande dificuldade enfrentada pela professora estava

relacionada à falta de uma professora de apoio para esta aluna, pois necessitava dar

apoio aos demais alunos e que, desse modo, avaliava a situação como

“complicada”, pois a aluna “G1” apenas fazia as atividades com ela ao seu lado,

auxiliando. Ainda segundo informações da professora, a “G1” teve grande evolução,

mas que se conseguisse atendê-la em tempo integral a aprendizagem seria mais

construtiva.

A atuação do professor de apoio se torna fundamental para a aprendizagem

do aluno com deficiência, permitindo a esses estudantes um apoio continuo, com um

atendimento mais individualizado, auxiliado com recursos tecnológicos e/ou

materiais, além de códigos e linguagens mais adequadas às diferentes situações de

aprendizagem.

Para Lippe e Camargo (2009) e Mousinho et.al. (2010) o professor de apoio

atua como mediador nas questões de comunicação e linguagem, nas limitações

motoras ou da leitura, estimulando os alunos com deficiência no cotidiano escolar.

Auxiliam os alunos na aprendizagem, com atenção individual, quando os alunos

estão com dificuldades de acompanhar o restante da turma.

6.1.3 Entrevista com a Aluna com Múltiplas Deficiências

Na entrevista com a aluna (APÊNDICE C), ela descreveu que suas

limitações dificultavam algumas atividades na escola, como escrever, desenhar,

Page 50: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

48

recortar e fazer atividades físicas, mas fazia apenas alguns meses que frequentava

a escola e que se sentia bem, porque todos os colegas de turma a tratavam com

muito carinho e a professora lhe dava atenção. Na outra escola em que estudou, a

professora não a ajudava muito nos conteúdos, ainda contou que ela gostava muito

de ir para a escola e que gostava muito de fazer operações matemáticas. A

professora dessa escola sentava-se ao seu lado para lhe ajudar nas atividades e

quando ela trazia materiais diferenciados para as aulas, como: dominó de tabuada,

jogos de tabuleiro e da memória, quando utilizava o computador e isso ajudava na

compreensão dos conteúdos e possibilitava executar as atividades.

Afirmou que gostou de conversar com a pesquisadora e perguntou se a

pesquisadora iria levar materiais diferentes para a sala de aula. Relatou também que

gosta de estudar porque quer ser dentista ou professora.

A aluna tinha dificuldades na fala e para compreender as perguntas feitas, a

pesquisadora fez as perguntas de forma simples, utilizando alguns gestos e

mostrando objetos como o caderno, o lápis. Foi necessário falar com um tom de voz

mais alto, repetir vagarosamente e várias vezes as mesmas frases.

No entanto, a aluna “G1” apresentou interesse em estudar e em relação a ir

para a escola. Afirmou que é bom ler livros, que sua professora sempre a levava e

os colegas da turma á biblioteca da escola, mas que possuía dificuldades quando

não tinha ninguém para auxiliá-la nas leituras e que não gostava quando os colegas

conversavam muito nas aulas.

Foi possível compreender que o atendimento dos alunos com múltiplas

deficiências requer modificações, flexibilidade, tolerância, compreensão do

comportamento e das suas necessidades emocionais. Segundo Brasil (2006),

atender ás necessidades especificas desses alunos é essencial, pois determina a

qualidade da oferta educativa para o sucesso na aprendizagem e a inclusão desses

alunos no sistema regular de ensino.

6.2 A AVALIAÇÃO INICIAL

A avaliação inicial foi elaborada com base em requisitos básicos para o

ensino do conteúdo de ângulos, como retas, semirretas e segmentos de reta.

Page 51: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

49

Como “G1” possuía dificuldades em interpretar algumas frases, foi

necessário que a pesquisadora a auxiliasse ao responder as questões. Sua

avaliação ocorreu com os demais alunos.

A avaliação foi respondida por dezoito (18) alunos e os resultados, após

analisados, conduziram às seguintes conclusões:

6.2.1 Questão 1: Distinguir uma Reta ou Semirreta

A primeira questão da avaliação inicial continha 6 (seis) figuras das quais

variavam entre retas, semirretas e curvas e os alunos precisavam marcar as

alternativas que representavam retas ou semirretas.

Entre os alunos que responderam à avaliação, todos assinalaram

corretamente quais imagens representavam uma reta ou semirreta. Constatou-se

que os alunos conseguiram conceituar reta e semirreta por meio de imagens,

utilizando conceitos geométricos básicos de reta, formada por infinitos pontos que

estão alinhados, sendo infinita nos dois sentidos, podendo ser construída em

posições como na vertical, horizontal ou inclinada e uma semirreta possui origem,

mas é ilimitada no outro sentido, ou seja, possui começo, mas não fim.

A aluna “G1”, ao ler essa questão com o auxílio da pesquisadora,

seguidamente marcou as alternativas corretas relatando “esse eu sei, as outras

fazem voltas”. A aluna ainda se referindo as figuras comentou que “as outras não

são como uma régua são tortas”. Outros três alunos também citaram

espontaneamente a diferença entre retas ou semirretas e as curvas, com exemplos

das curvas como uma “linha não reta”, “linhas com contornos”, “possui dobras”.

Mesmo os alunos descrevendo com suas palavras, estavam se referindo

que as alternativas que não representavam uma reta ou semirreta mostravam curvas

e não linha reta.

Por meio dessas respostas, verificou-se que os alunos podem atribuir

conceitos de diferentes maneiras, segundo Müller (2002), quando o professor

questiona ou avalia uma turma ou um aluno, ele não quer respostas e definições

prontas, ou que já conhece, quer que o aluno reflita de maneira diferente, que

considere modos alternativos de pensar e agir.

Page 52: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

50

Verificou-se por meio das respostas obtidas, que os alunos apresentavam

conhecimento sobre retas e semirretas, porém, com suas próprias conjecturas e

pensamentos, possivelmente por serem abordados em momentos anteriores de

forma simples e apropriados ao seu raciocínio. O professor, ao promover a

aprendizagem, adapta as tarefas e explicações que cabem a cada idade, permitindo

ao estudante receber uma informação e conseguir assimilar conforme seu estágio

mental (RAASCH, 1999).

6.2.2 Questão 2: Quantidade de Segmentos

A segunda questão consistia em somar quantos segmentos de reta exibiam

cada figura apresentada. Do total de alunos que responderam à avaliação, todos

apresentaram facilidade em descrever a quantidade de segmentos exibidos nos

desenhos, respondendo corretamente a essa questão.

A aluna “G1” apresentou dificuldades em contar quantos segmentos existiam

nas figuras. A pesquisadora descreveu a atividade e a aluna conseguia mostrar os

segmentos, mas teve dificuldade em somar um com o outro. Então, foi necessário

mostrar a representação da quantidade nos dedos e com barrinhas desenhadas com

a avaliação, de forma repetitiva, para que ela associasse as quantidades, segundo a

figura 1.

Figura 1- Avaliação inicial - Exercício número 2 – “G1”

Fonte: Acervo da pesquisadora

Pode-se afirmar que a aluna necessita de maior atenção na execução das

atividades escolares, pois consegue raciocinar sozinha, mas de forma lenta, ao

escutar repetitivamente as mesmas palavras consegue responder com clareza o que

lhe foi pedido.

Page 53: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

51

Os alunos com múltiplas deficiências precisam de estratégias de

comunicação e instrução, a mediação e a modificação do meio são fundamentais

para propiciar oportunidades de aprendizagem deles (MAGALHÃES; et al., 2013).

Um ambiente escolar que apresente experiências diversificadas respeite o

tempo e o momento de cada aluno com deficiência, pode determinar o sucesso na

aprendizagem desses estudantes (BRASIL, 2006).

6.2.3 Questão 3: Conjunto de Retas

A questão de número 3 (três) apresentava 5 (cinco) imagens entre curvas e

retas, sendo que os alunos deveriam circular as quais deparavam com um conjunto

de retas. Todos os alunos assinalaram as questões corretas, inclusive a aluna “G1”.

A referida aluna fez essa questão com rapidez e agilidade, sem a pesquisadora

repetir o enunciado ou ter que explicar com mais clareza o que deveria ser realizado.

Observou-se, neste exercício, que os alunos conseguiram com bastante

facilidade realizar a distinção entre retas e curvas, ou seja, o exercício mostrou a

capacidade de discriminação visual dos alunos para distinguir as retas que

representam uma linha com pontos alinhados e diferenciar as curvas que também

são linhas, mas que apresentam irregularidades em seu alinhamento.

É importante propor atividades que proporcionem ações de classificação,

ordenação e comparação de objetos, formas e figuras. Para os alunos com múltiplas

deficiências, exercícios de comparação e classificação facilitam o processo de

comunicação e aprendizagem, aumentando o desenvolvimento cognitivo (BRASIL,

2006).

6.2.4 Questão 4: União ou Interseção de Semirretas

As alternativas da questão de número 4 (quatro), todas apresentavam

semirretas, entretanto, os alunos deveriam marcar somente as semirretas que

tinham intersecção entre elas.

Todos os alunos que responderam a esta avaliação, 4 (quatro) deles

deixaram de marcar todas as alternativas que representavam o encontro de

Page 54: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

52

semirretas, inclusive a aluna “G1”. Nesta questão, observou-se que os alunos

entendiam como encontro de semirretas, quando somente 2 (duas) semirretas se

encontravam e em uma das alternativas obtinha 3 (três) semirretas que se

encontravam.

No momento da avaliação, um dos alunos da classe perguntou se

tivéssemos 3 (três) ou mais semirretas também estaria correto relatar que elas

estavam se encontrando.

Quando este aluno fez a pergunta, a turma já havia respondido a essa

questão e outros alunos também questionaram sobre a dúvida do colega, relatando

“sim, elas estão juntas também”, “acho que não”, “sim, não importa a quantidade”,

ao ouvirem a afirmação da pesquisadora, que poderia conter mais de duas

semirretas, desde que houvesse intersecção.

Novamente os alunos participaram e neste instante a pesquisadora já sabia

quantos alunos haviam respondido incorretamente a questão, pois os quatro alunos

espontaneamente comentaram “poxa, não pensei assim”, “ah, eu errei”, “eu não

sabia”, “errei então professora” e também os alunos que acertaram fizeram

comentários como “nossa, eu acertei”.

A aluna “G1” chamou a pesquisadora até sua carteira e mostrou que havia

marcado somente uma alternativa, pois também não sabia que poderiam ser mais

de duas semirretas.

Logo após o término da avaliação inicial, a pesquisadora foi até o quadro de

giz e desenhou as alternativas da questão de número 4 (quatro), mostrando aos

alunos quais estavam corretas e, ao mesmo tempo, explicando que as semirretas ao

se encontrarem, ocorre um intersecção em um ponto dessas, pois são formadas por

pontos alinhados e que por um mesmo ponto pode sim, passar infinitas semirretas.

Os 4 (quatro) alunos que deixaram de marcar uma alternativa, pois não

sabiam que a intersecção corresponde ao encontro de duas ou mais semirretas em

um ponto qualquer, demonstraram falhas no desenvolvimento do raciocínio abstrato,

o qual é capaz de pensar e criar coisas diferentes.

Na matemática o raciocínio abstrato está presente em inúmeras conjecturas,

inclusive no estudo da geometria. Esses estudos permitem o uso de conceitos para

construir retas, pontos, planos, sendo uma etapa abstrata de argumentação e

demonstração matemática (GRAVINA, 1996).

Page 55: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

53

Segundo Brasil (1997), a Matemática move-se quase exclusivamente no

campo dos conceitos abstratos e de suas inter-relações. Apesar de seu caráter

abstrato, seus conceitos e resultados têm origem no mundo real e encontram muitas

aplicações da vida diária. No entanto, cada professor deve estimular a busca

coletiva de soluções para o ensino dessa área. Soluções que tornem os

conhecimentos matemáticos acessíveis a todos os alunos.

6.2.5 Questão 5: Regiões que Representam Retas ou Semirretas

Para a questão 5 (cinco), os alunos deveriam observar a sala de aula e citar

quais objetos ou partes da estrutura da escola representavam semirretas ou retas

que possuíam intersecção, ou seja, um ponto em comum entre elas.

Eles responderam com facilidade a essa questão, apresentaram várias

respostas: a estrutura que representava o contorno das portas e janelas; as linhas

do caderno e do quadro de giz; os ferros que compunham as carteiras e cadeiras da

sala de aula. A pesquisadora notou que os alunos conseguiram vincular

corretamente o conteúdo geométrico de retas e semirretas com elementos que estão

presentes em seu dia a dia.

Considera-se que os alunos conseguem assimilar conceitos sobre retas, por

meio de exemplos simples e que estavam a sua volta. Nas aulas em que a

pesquisadora realizou as observações, a professora regente sempre trabalhava os

conteúdos citando exemplos relacionados ao dia a dia dos alunos. Em uma das

aulas o conteúdo era divisão com números decimais, a professora fez exemplos

relacionados a cédulas de dinheiro, unidades de medidas. Dessa forma, o ensino da

matemática permite resolver problemas da vida cotidiana, tem muitas aplicações no

dia a dia dos estudantes e também se torna essencial para a construção de

conhecimentos em outras áreas curriculares (BRASIL, 1997).

Verificou-se nessa avaliação que, de uma forma geral, assim como o

conceito de retas, semirretas e segmentos de retas, os alunos apresentaram

apropriação desses conceitos geométricos, abordando exemplos vivenciados na

sala de aula e no cotidiano.

Page 56: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

54

6.3 ATIVIDADE I – HISTÓRIA DOS ÂNGULOS

A história da matemática é um grande auxiliar para o processo de ensino e

aprendizagem de conceitos matemáticos. Segundo Gaspere e Pacheco (2007),

ensinar a matemática a partir da sua história, não se trata apenas de ensinar

geometria ou álgebra, mas sim uma manifestação cultural que auxilia o aluno a

compreender as definições e conceitos matemáticos.

Nessa atividade apresentou-se a história dos ângulos para a turma, citando

que há mais ou menos 4.000 a.C foram os egípcios e os árabes que começaram a

estudar os ângulos por meio da Astronomia, neste momento foi necessário explicar

para os alunos que a Astronomia é uma das mais antigas ciências, que estuda

corpos celestes como: as estrelas, os planetas, as galáxias, pois alguns alunos

interrogaram “o que era essa palavra diferente”. A aluna “C1” relatou ter ouvido falar

em Astronomia, mas que não se lembrava do que realmente se tratava; já o aluno

“R1” comentou saber mais ou menos o que era e perguntou “isso estuda os

planetas?”, pois ele não conseguiu explicar o que realmente definia a palavra

astronomia.

Quando foi exposto o significado da palavra astronomia todos os alunos

comentaram que haviam estudado os planetas, mas que não lembravam que esse

estudo também podia ser chamado de Astronomia.

Em seguida, a pesquisadora, utilizando o quadro de giz, representou a teoria

dos sábios daquela época sobre o surgimento dos ângulos e da unidade de medida

chamada de grau.

Desenhou uma circunferência, dividindo-a em doze partes iguais e

descrevendo que também dividiram essas doze (12) em trinta (30) partes iguais,

pois esses estudiosos acreditavam que o Sol girava em torno da Terra em uma

órbita que levava trezentos e sessenta (360) dias para completar uma volta,

comparando essa volta com um arco de circunferência, o qual para eles fez-se

corresponder a um ângulo, passando então a ser descrito como uma unidade de

medida, chamado de grau.

Antes de apontar aos alunos que hoje se tem a teoria que é a Terra que gira

em torno do Sol, um dos alunos comentou que já haviam estudado sobre o Sol, a

Lua e que eram os planetas que se movimentavam ao redor do Sol, e que esse

movimento se chamava translação.

Page 57: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

55

Observou-se grande interação entre a pesquisadora e a turma nesta

atividade, os alunos participaram ativamente da aula, fazendo perguntas e

comentários relacionados ao tema. Os alunos “A2”, “B1”, “C1” e “R1” foram os que

mais interrogaram sobre a relação da matemática, neste caso os ângulos com as

disciplinas de geografia e a de ciências, fazendo comentários sobre os movimentos

da Terra, e como os estudiosos da antiguidade foram importantes para as nossas

vidas.

A escola é um ambiente com pluralidade cultural, que direciona a construção

de significados compartilhados entre o aluno e o professor. A relação do professor

com o aluno é uma condição do processo de aprendizagem, pois essa relação

dinamiza e dá sentido ao processo educativo. Essa relação deve estar baseada na

confiança, afetividade e respeito, cabendo ao professor orientar o aluno para seu

crescimento interno, isto é, fortalecer-lhe as bases morais e críticas, não deixando

sua atenção voltada apenas para o conteúdo a ser dado (MÜLLER, 2002).

A aluna “B2” comentou “como é bom aprender matemática, sabendo de

onde ela veio”. Já a aluna “G1” chamou a pesquisadora e relatou que nunca teve

uma aula de matemática em que a professora contava a história dos conceitos

matemáticos.

Observou-se que os alunos não estavam habituados a aprender matemática,

por meio da sua história. Conforme BRASIL (1997), ao proporcionar a história de

conceitos matemáticos para o aluno, a compreensão se torna mais ampla pois,

muitas vezes o conteúdo é apresentado somente com cálculos sem incorporar a

apresentação dos fatos ou biografias.

Constatou-se nessa atividade que os alunos apresentaram interesse pela

matéria, principalmente sobre a origem dos conceitos relatados. Ao ouvir os alunos

declarando terem gostado de ouvir e aprenderam a matemática a partir de sua

história, evidenciou-se a importância de abordar os conceitos de cada conteúdo,

seus porquês, suas causas, ou seja, como esse conhecimento foi construído.

6.4 ATIVIDADE II – DEFINIÇÃO DE ÂNGULOS

Para que os alunos compreendessem melhor como se delineava a definição

de um ângulo, em um primeiro momento, foram-lhes apresentados exemplos reais

Page 58: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

56

de onde existia a formação de ângulos, mostrando-lhes os ângulos contidos na sala

de aula, como no armário, no quadro de giz, na porta e nas janelas da sala de aula.

Em seguida propôs-se a atividade de construção de ângulos com canudos de

plástico, que representariam semirretas. A atividade foi desenvolvida com a turma

toda. Cada aluno recebeu dois canudos de plástico e deveriam representar e

mostrar o ângulo formado (figuras 2 e 3).

Figura 2 - Aluno utilizando o material de apoio: canudos de plástico

Fonte: Acervo da pesquisadora

Figura 3- Aluno utilizando o material de apoio: canudos de plástico

Fonte: Acervo da pesquisadora

Inicialmente, os alunos ficaram em dúvida em qual parte da intersecção

entre os canudos estava formando um ângulo, sendo necessário auxiliá-los. A aluna

Page 59: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

57

“S2” também teve dificuldades em compreender a formação de um ângulo,

pesquisadora sentou-se ao seu lado e explicou novamente a definição de ângulos,

até que ela compreendeu a constituição desse conceito matemático. No momento

da execução, essa aluna demonstrou dificuldades em unir os canudos que

representariam os ângulos, foi necessário que a pesquisadora a auxiliasse para

segurar os canudos.

Verificou-se que o uso dos canudos de plástico como material auxiliar

permitiu aos alunos a compreensão da definição de ângulos. Inicialmente, muitos

comentaram o que eles iriam fazer com aqueles canudos e qual a relação dos

canudos com o conteúdo estudado.

Logo após o termino das explicações e da prática realizada com os canudos

de plástico, os alunos “D2” e “N1” fizeram comentários como: “depois que usamos

esse material, ficou mais fácil de entender esses ângulos”, “gostei dessa atividade,

fica fácil de entender assim”. Verificou-se que a atividade desenvolvida constitui um

caminho para uma aprendizagem com significados, uma vez que os alunos

construíram ângulos sozinhos, e eles mesmos esboçavam como gostariam de

formá-los.

Andrade e Massabni (2011) destacam que a utilização de materiais

alternativos nas práticas pedagógicas é uma forma de permitir ao aluno melhor

compreensão da aula teórica, tornando-se a aprendizagem repleta de raciocínio e

criação.

A atividade desenvolvida mostrou que com poucos recursos podem-se criar

novas maneiras de aprendizagem. Cabe ao professor criar situações em que os

alunos busquem produzir o conhecimento, de maneira adequada e significativa.

6.5 ATIVIDADE III – TIPOS DE ÂNGULOS

Para esta atividade a pesquisadora apresentou para os alunos tipos de

ângulos: ângulos agudos, ângulos obtusos e ângulos retos. Em um primeiro

momento, questionou sobre tipos de ângulos menores e maiores que 90°,

exemplificando no quadro de giz e interrogando-os:

"- Um ângulo que mede 30º, é menor ou maior que 90°?;

- Um ângulo que mede 120º, é menor ou maior que 90º?;

Page 60: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

58

- Citem exemplos de ângulos menores que 90º graus;

- Agora citem exemplos de ângulos maiores que 90º graus;

- Alguém gostaria de vir até o quadro e representar/descrever um ângulo de

qualquer medida?"

Os alunos “B1”, “V1”, “A1”, “D2” e “L1” foram até o quadro e descreveram

ângulos de 100°, 34°, 01°, 90° e 179°. Em seguida, a pesquisadora perguntou para a

turma quais eram os nomes dos ângulos que os colegas haviam representado, e

esses responderam com clareza cada um. O aluno “J1” comentou “são dois ângulos

agudos e dois obtusos e um igual a 90°, então é reto!”.

Em seguida, foi apresentada aos alunos a formação de ângulos nos

numerais conforme a figura 4, descrevendo a eles os símbolos de cada numeral e

mostrando-lhes a quantidade de ângulos que cada número apresentava.

Figura 4- Ângulos e os números

Fonte: Acervo da pesquisadora

Também foram apontadas aos alunos as vogais do alfabeto e quantidade de

ângulos cada letra apresentava, figura 5.

Figura 5- Ângulos e as letras

Fonte: Acervo da pesquisadora

Os estudantes “B1”, “C1” e “L1” fizeram alguns comentário: “se vimos que o

zero não possui ângulos, então o O também não tem”, “o U não tem ângulos, pois

tem uma curvinha”, “apesar da letra i parecer uma reta, não tem ângulo”. Foi

Page 61: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

59

possível observar a facilidade dos alunos em associar a quantidade de ângulos nos

numerais e em letras.

Nessa terceira etapa todos os alunos participaram e foram realizados 3 (três)

exercícios.

6.5.1 Exercício Número 1 – Ângulos: Letras e Numerais

Inicialmente, para o primeiro exercício, cada aluno recebeu a inicial de seu

nome e os números que formavam a sua idade impressos em pedaços de papel. Em

seguida, deveriam colar essa letra e esses números no material fornecido pela

pesquisadora, sendo necessário responder quantos ângulos essa letra e esses

numerais possuíam (figuras 6 e 7)

Figura 6- Exercício número 1 da Atividade III – “C1”

Fonte: Acervo da pesquisadora

Figura 7- Exercício número 1 da Atividade III – “G1”

Fonte: Acervo da pesquisadora

Todos os alunos souberam e conseguiram realizar com êxito este

exercício, inclusive a aluna “G1”, que apenas teve dificuldades em utilizar uma

tesoura para fazer o recorte da letra de seu nome e em seguida realizar a colagem

no lugar direcionado. Pode-se afirmar que essas dificuldades de coordenação

motora da aluna estão associadas à deficiência física neuromotora, que impede a

Page 62: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

60

habilidade de usar de forma precisa os movimentos dos membros superiores, como

das mãos e dos braços, prejudicando a escrita, o recortar e digitar. Então, foi

necessário que a pesquisadora a ajudasse nesses exercícios de recorte e colagem.

Utilizar estratégias de ensino caracterizadas ao dia a dia dos alunos, como a

letra inicial do nome de cada estudante e os numerais que formam a idade deles,

possibilitou aos alunos descobrirem mais exemplos de ângulos em situações do

cotidiano.

É fundamental que os alunos vejam a matemática como um conhecimento

em diferentes linguagens, que possam favorecer o desenvolvimento do seu

raciocínio em diferentes situações de sua vida (BRASIL, 1998).

6.5.2 Exercício Número 2 – Identificar Tipos de Ângulos

No segundo exercício, os alunos deveriam identificar os ângulos

apresentados no material fornecido pela pesquisadora, (figura 8), escrevendo o

nome de cada ângulo.

Figura 8- Exercício número 2, Atividade III – “R1” e “S1”

Fonte: Acervo da pesquisadora

A fundamentação inicial apresentada aos alunos sobre os nomes dos tipos

de ângulos foram construtivas, pode-se afirmar que os estudantes conseguiram

realizar esse exercício com bastante agilidade, respondendo todas as alternativas

corretamente, inclusive a aluna “G1”. Ao responderem os exercícios, os alunos “A1”,

“B2”, “J1” e “N1” fizeram alguns comentários como: “esse é menor que 90º, então é

agudo”, “maior que 90º, é obtuso”, “eu fiz um ângulo reto no quadro”, “ah, esse foi

feito na explicação da professora”.

Page 63: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

61

Entendeu-se que as explicações e interrogações no início da aula foram

importantes, pois fizeram os alunos lembrarem facilmente dos nomes dos ângulos

ao responderem os exercícios.

Cabe ao professor, conduzir o seu grupo de alunos a compreender o

conteúdo planejado, em diferentes conceitos, criando situações em que eles

interajam e discutam, buscando a aprendizagem (BRASIL, 2001).

6.5.3 Exercício Número 3 – Caracterizar Tipos de Ângulos

Este exercício apresentava figuras que reproduziam relógios (figura 9) e os

alunos precisavam comparar os seus ponteiros a semirretas e descrever quais tipos

de ângulos essas representações estavam indicando.

Figura 9- Exercício número 3, alternativa (a), Atividade III – “B1”

Fonte: Acervo da pesquisadora

É possível afirmar nesse exercício que os alunos realmente tinham

compreendido os tipos de ângulos, pois todos responderam corretamente as

questões apresentadas.

Dessa forma a realização da Atividade III possibilitou aos alunos enxergarem

o conteúdo de ângulos em outras situações como, por exemplo, na inicial de seu

nome e nos algarismos que formavam a sua idade, sem ser somente em formas

geométricas ou em cálculos algébricos.

Segundo Paraná (2008), para enriquecer a construção do conhecimento, é

necessário uma abordagem pedagógica que desenvolva no aluno a capacidade de

compreensão da abrangência do conteúdo estudado e a sua articulação com objetos

ou situações do dia a dia.

Page 64: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

62

Verificou-se também que os alunos gostaram de interagir com os colegas de

turma e com a pesquisadora, ao irem ao quadro de giz e ao participarem da aula.

6.6 ATIVIDADES IV E V MEDIR E CONSTRUIR ÂNGULOS

O material utilizado nesta atividade foi desenvolvido há anos para uma aluna

que possuía Deficiência Física Neuromotora, matriculada em uma turma de ensino

regular, a qual possuía dificuldades em medir e desenhar ângulos utilizando um

transferidor. Verificou-se, na época, a dificuldade por parte desta aluna, pois não

tinha coordenação em manipular, ao mesmo tempo, materiais como o transferidor e

o lápis, para fazer as marcações necessárias de ângulos. Assim, para que essa

aluna não se sentisse excluída dessas atividades, que envolviam o uso de um

transferidor, a pesquisadora desenvolveu um material constituído por um pedaço de

uma folha de isopor em forma circular com uma imagem em forma de um

transferidor fixada sobre essa peça, com alfinetes presos a um pedaço de linha para

marcar os ângulos (figura 10).

Figura 10- Transferidor Adaptado

Fonte: Acervo da pesquisadora

Para o presente estudo, a pesquisadora desenvolveu um novo material, o

qual se constituía por uma placa de acrílico com marcações fixas em forma de um

transferidor, com dois ponteiros fixos para indicar os ângulos, os quais possuíam

encaixe para uma caneta adaptada, para que pudesse ser utilizado por alunos com

deficiência física neuromotora.

Page 65: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

63

A figura 11 retrata o transferidor adaptado:

Figura 11- Transferidor Adaptado

Fonte: Acervo da pesquisadora

Para o desenvolvimento das atividades, foi necessária a utilização de um

transferidor para medir e construir ângulos, cada aluno recebendo um transferidor

tradicional para auxiliá-los no desenvolvimento de cada atividade (APÊNDICE H e I).

Em uma primeira fase destas atividades os alunos não apresentaram

qualquer dificuldade em manusear o transferidor para medir ângulos, apenas a aluna

“G1” que não conseguiu manipulá-lo sozinha, apresentava falta de coordenação

motora para segurá-lo e, ao mesmo tempo, fazer uso de um lápis, necessitando do

auxílio da pesquisadora, para que segurasse o transferidor e a aluna somente

usasse um lápis para fazer as marcações na folha.

Nessa etapa, observou-se que a aluna “G1” estava um pouco nervosa, pois

não conseguia realizar a atividade sozinha, fez alguns comentários como: “essa

atividade é difícil”, “não sei se eu entendi”. A pesquisadora respondeu: “é a primeira

vez que você está utilizando esse material, eu vou auxiliá-la e você irá conseguir”.

Constatou-se que a aluna ficou mais tranquila, quando ouviu as palavras da

pesquisadora e também quando a aluna “B1” chamou para que a pesquisadora lhe

mostrasse o lado correto de utilizar o transferidor e o aluno “J1” disse: “eu errei duas

vezes, dai consegui”.

Page 66: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

64

Em outra etapa, foi explicado para os alunos que a pesquisadora tinha outro

tipo de transferidor, que ele era um pouco diferente do utilizado anteriormente, mas

que podia proporcionar a mesma utilidade. Ele apresentava dois ponteiros e

encaixes para colocar uma caneta, caso o aluno optasse por fazer as marcações por

esta opção.

Pelo fato de alguns alunos perguntarem de quem era aquele material,

porque a pesquisadora havia apresentado a eles esse transferidor diferente, foi

necessário explicar que a pesquisadora queria “inventar um material diferente” do

transferidor tradicional e gostaria de fazer uma avaliação se ele era capaz de ter a

mesma utilidade do outro transferidor.

Em nenhum momento foi exposto aos alunos que aquele transferidor era

adaptado para deficientes, pois a aluna “G1” estaria sendo exposta ao restante da

turma, sentindo-se constrangida e excluída.

Em seguida todos os alunos refizeram as atividades para medir e construir

ângulos com o uso do transferidor adaptado. Observou-se que os alunos “C1”, “D1”,

“D2”, “J2” e “V1” gostaram do novo material, fizeram comentários como: “esse

parece ser mais fácil”, “não precisa fazer muita força para segurar” e também alguns

relatos como: “eu gostei dos dois”, “eu consegui utilizar os dois igual”.

O uso de materiais auxiliares ou adaptados durante as aulas favorece tanto

os alunos que necessitam desses materiais como o restante da turma. O

desenvolvimento de ajudas alternativas é um processo que envolve a todos,

respeitando as características e desenvolvimento de cada um, sendo fundamentais

para a aprendizagem (BRASIL, 2006).

Em outra etapa, os alunos fizeram medição e construção de ângulos,

escolhendo quais transferidores gostariam de utilizar, inclusive a aluna “G1” pôde

escolher qual transferidor utilizar, o adaptado ou o tradicional. A aluna “G1” optou

por fazer a atividade, usando o transferidor adaptado (figuras 12 e 13).

Page 67: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

65

Figura 12- Aluna utilizando o transferidor adaptado

Fonte: Acervo da pesquisadora

Figura 13- Aluna utilizando o transferidor adaptado

Fonte: Acervo da pesquisadora

Outros treze (13) alunos também optaram por utilizar o transferidor

adaptado, e relataram que o uso desse material era de fácil manuseio e que também

satisfazia a construção e medição de ângulos.

A aluna “G1” sentiu-se satisfeita quando a pesquisadora expôs que os

alunos poderiam escolher quais transferidores gostariam de usar. No mesmo

momento a aluna relatou ter conseguido utilizar o transferidor adaptado sozinha,

ressaltando que “estava aprendendo” a medir e a construir ângulos.

No momento em que “G1” utilizava o transferidor adaptado, descreveu que o

material era “fácil de usar”, que “ao usar o outro material, parecia que só ela não

conseguia usar”, que havia conseguido “resolver todos os exercícios sozinha, sem o

auxilio da professora”.

Constatou-se que a aluna “G1” havia respondido a todos os exercícios sobre

construção e medição de ângulos corretamente, quando utilizou o transferidor

Page 68: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

66

adaptado (figura 14). Nos exercícios anteriores, com a utilização do transferidor

tradicional, a aluna não conseguiu resolver as atividades sozinhas, em todos os

exercícios necessitou do auxilio da pesquisadora.

Figura 14 – Construção de ângulos, atividade 5 – aluna “G1”

Fonte: Acervo da pesquisadora

Segundo Brasil (1998), para que os alunos que possuem deficiência possam

participar integralmente das atividades educacionais e obtenham resultados

favoráveis, é necessário que os docentes se preparem para lhes dar apoio

necessário durante as aulas, apresentando-lhes um ambiente rico em recursos

tecnológicos, adaptados e especializados para cada deficiência.

Portanto, o uso do transferidor adaptado permitiu aos alunos medir e

construir ângulos com precisão. Para a aluna “G1”, o uso desse instrumento supriu

suas dificuldades e fez com que se sentisse apta a usar um transferidor, juntamente

com os demais alunos.

Verificou-se que a utilização desse material conduziu a aluna com múltiplas

deficiências a obter a aprendizagem necessária sobre os conceitos de medição e

construção de ângulos. Portanto, o uso de materiais didáticos adaptados em sala de

aula facilita o ensino e aprendizagem de alunos com deficiência.

6.7 O MATERIAL DIDÁTICO “TRANSFERIDOR ADAPTADO”

O material “Transferidor Adaptado” desenvolvido pela pesquisadora para

este estudo foi confeccionado em acrílico, por se tratar de um material durável, de

Page 69: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

67

pouco peso e de fácil manejo, possibilitando o uso do aluno com múltipla deficiência

e também com deficiência física neuromotora. Constituído por uma placa retangular

de acrílico com dimensões 30 cm x 22,5cm x 0,03mm, em uma das faces estão dois

ponteiros moveis com 7 cm de comprimento em acrílico fixados ao centro a um

parafuso, para que o aluno consiga girá-los até perfazer o ângulo desejado. Esses

ponteiros também possuem um encaixe circular de diâmetro 0,5cm, se houver

necessidade de o aluno utilizar uma caneta adaptada. A figura 15 representa os

ponteiros deste material.

Figura 15- Transferidor Adaptado / ponteiros

Fonte: Acervo da pesquisadora

Um adesivo com diâmetro 17,5cm, em formato de transferidor com

marcações de 0º a 360º, foi colado na parte de cima da placa de acrílico com centro

nos dois ponteiros fixados. A figura 16 representa o material completo.

Figura 16- Transferidor Adaptado / ponteiros

Fonte: acervo da pesquisadora

Page 70: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

68

O material Transferidor Adaptado pode ser utilizado em sala de aula com

alunos que apresentem dificuldades motoras, por alunos que possuem Deficiência

Física Neuromotora e também por alunos com múltiplas deficiências. Pode ser uma

alternativa para o professor no ensino sobre ângulos e um facilitador para a

compreensão dos conceitos de ângulos para os alunos.

Acredita-se que o uso de materiais didáticos adaptados em sala de aula

facilita o ensino e aprendizagem de alunos com deficiência.

Segundo Barbosa (2015) e Tostes et. al. (2016) materiais didáticos

adaptados facilitam a construção do conhecimento de cada aluno. A produção de

materiais pedagógicos adaptados de acordo com a necessidade do aluno é de

grande importância para possibilitar melhor resultado no que diz respeito ao ensino e

aprendizagem.

Page 71: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

69

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O professor, ao se deparar, com um aluno com deficiência, em uma classe

de ensino regular, muitas vezes, pode sentir-se preocupado em como transmitir o

conhecimento a esse aluno e, ao mesmo tempo, despreparado para atender as

heterogeneidades que existem em escolas regulares.

As concepções a respeito da educação inclusiva conduzem à necessidade

de proporcionar a todos os alunos condições favoráveis à apropriação do

conhecimento. A escola torna-se inclusiva a partir do momento em que assegura a

todos o direito à igualdade, com condições necessárias para o processo de

aprendizagem.

A inclusão de alunos com múltiplas deficiências, no ensino regular, necessita

de um plano de aula com métodos e adaptações necessárias que atendam todos os

alunos e que todos participem do processo de aprendizagem.

O ensino de conceitos geométricos, para ser incluso, depende do

planejamento das aulas a serem ministradas, de uma metodologia com adaptações

necessárias que possibilitem o acesso ao conhecimento do aluno.

Ao propor uma metodologia para o ensino de conceitos geométricos, como

medir e construir ângulos, que incluísse alunos com múltiplas deficiências, foi

possível verificar mudanças conceituais dos alunos, a partir do material elaborado,

das atividades desenvolvidas e do auxílio de uma TA. Foi possível constatar, nos

resultados, que o uso de uma Tecnologia Assistiva, para medir e construir ângulos

possibilita a participação dos alunos com deficiência física neuromotora e múltiplas

deficiências na atuação nas atividades comuns, como estratégia para promover a

aprendizagem.

Uma preocupação em particular da pesquisadora é que ela esperava

encontrar uma aluna em que as suas limitações eram apenas na coordenação

motora e não esperava em deparar-se com uma aluna que possuía múltipla

deficiência. Os conhecimentos que a pesquisadora tinha na área de Educação

Inclusiva, especificamente, sobre a deficiência física neuromotora, foram importantes

para concluir todas as etapas deste trabalho e para atender a aluna que apresentava

outras deficiências também, além da deficiência física neuromotora.

Desta forma, se torna importante o professor ter conhecimentos em relação

à inclusão, tipos de deficiências, para que possa praticar uma educação inclusiva.

Page 72: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

70

Essa experiência de ensino e aprendizagem de conceitos geométricos, com

a ajuda de uma TA, demonstrou a necessidade de um maior desenvolvimento de

materiais adaptados nas escolas e por parte dos professores. A utilização de

canudos de plástico como material pedagógico e de uma TA tornou-se um grande

auxiliar para a aprendizagem dos alunos, inclusive da aluna com deficiência, sendo

fundamentais para a sua aprendizagem.

O uso do “transferidor adaptado”, no andamento desta pesquisa, apresentou

resultados positivos para o desenvolvimento dos conceitos geométricos de ângulos,

por pessoas com deficiência física neuromotora e múltiplas deficiências no ensino

regular, assim como para os demais alunos, pois pode ser utilizado por todos os

estudantes, de forma que lhes sejam proporcionados condições para a elaboração

desse conhecimento.

Pode-se observar que as escolas ainda têm uma carência em construir ou

utilizar materiais pedagógicos adaptados, principalmente em relação ao ensino de

matemática, por mais que existam inúmeros recursos que podem ser utilizados com

alunos com deficiência, a demanda para as instituições de ensino ainda é pouca ou

desconhecida, o material elaborado para esta pesquisa foi desenvolvido por

recursos próprios da pesquisadora.

Portanto, o intuito desta pesquisa, ou seja, de contribuir para o

desenvolvimento, ensino e aprendizagem de conceitos geométricos de alunos com

deficiência física neuromotora e múltiplas deficiências, matriculados em escolas de

ensino regular, a partir do uso de uma TA, proporcionou a inclusão e contribui para a

qualidade do ensino da aluna com deficiência, uma vez que lhe ofereceu um ensino

que atendesse as suas necessidades e dificuldades em medir ou construir ângulos.

Page 73: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

71

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Marcelo L. F. de. MASSABNI, Vânia G. M. O desenvolvimento de atividades práticas na escola: um desafio para os professores de ciências. Ciência & Educação. Bauru, v. 17, n. 4, p. 835-854, 2011. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/ciedu/v17n4/a05v17n4.pdf >. Acesso em 14 jan. 2016, 10:30.

ARAUJO, Cláudia A. G. NUNES, Leila R. O. P. SCHIRMER, Carolona. Os efeitos do trabalho colaborativo na inclusão de alunos com Deficiência Física em escolas municipais do Rio de Janeiro. V Congresso Brasileiro de Comunicação Alternativa. 2013. Disponível em: < http://www.ufrgs.br/teias/isaac/VCBCAA/pdf/116134_1.pdf >. Acesso em 21 jan. 2016, 13:00. BARBOSA, Paula M. A adaptação de materiais didáticos para alunos com deficiência visual. Boletim Centro de Estudos e Pesquisas do Instituto Benjamin Constant. Rio de Janeiro – RJ, 2015. Disponível em: <http://www.ibc.gov.br/media/common/bce/2015/boletim-mai-jun.pdf >. Acesso: 10 out. 2016, 20:00.

BARRETO, Mylane dos S. Educação Inclusiva - Um estudo de caso na construção do conceito de função polinomial do 1º. grau por alunos cegos utilizando material adaptado. 2013. 132 f. Dissertação (Mestrado em Matemática) – Centro de Ciência e Tecnologia, Universidade Estadual do Norte Fluminense, Campo dos Goytacazes, 2013. Disponível em: <http://bit.profmat-sbm.org.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/260/2011_00107_MYLANE_DOS_SANTOS_BARRETO.pdf?sequence=1>. Acesso em: 03 de abr. 2014, 21:00.

BEIDACKI, Katia S. O uso da Tecnologia Assistiva na adaptação de um instrumento de avaliação de priming semântico: construindo possibilidades de avaliação para um caso de Paralisia Cerebral. 2011. 24 f. Monografia (Especialização em Neuropsicologia) – Instituto de Psicologia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/37196/000787649.pdf?sequence=1>. Acesso em: 23 de abr. 2014, 14:17.

BERSCH, Rita. Tecnologia Assistiva na Educação. I Simpósio Internacional de Tecnologia Assistiva. Centro Nacional de Referencia em Tecnologia Assistiva. Campinas, jun., 2014. Disponível em:< http://www.cti.gov.br/images/cnrta/pdf/Sala%20de%20Recursos%20Multifuncional%20-%20Rita%20Bersch.pdf >. Acesso em: 22 set. 2015, 11:00.

Page 74: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

72

BRASIL. Atendimento educacional especializado – Deficiência Física. Ministério da Educação. Brasília – DF, 2007. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_df.pdf>. Acesso em: 04 set. 2016, 19:30.

_______. Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência. Secretaria de Direitos Humanos. Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Brasília, 2012. Disponível em: < http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/publicacoes/convencaopessoascomdeficiencia.pdf >. Acesso em: 13 out. 2015, 10:30.

_______. Decreto nº 42.728, de 03 de dezembro de 1957. Institui a Campanha para a Educação do Surdo Brasileiro. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 03 dez. 1957. Disponível em: < http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1950-1959/decreto-42728-3-dezembro-1957-381323-publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em: 12 jul. 2015, 20:00.

_______. Decreto nº 44.236, de 01 de agosto de 1958. Institui a Campanha Nacional de Educação e Reabilitação dos Deficitários Visuais. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 01 ago. 1958. Disponível em: < http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1950-1959/decreto-44236-1-agosto-1958-383373-publicacaooriginal-1-pe.html >. Acesso em: 03 jul. 2015, 10:00.

_______. Decreto nº 48.252, de 31 de maio de 1960. Altera dispositivos do Decreto n° 44.236, de 1 de agosoto de 1958. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 mai. 1960. Disponível em: < http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1960-1969/decreto-48252-31-maio-1960-387860-publicacaooriginal-1-pe.html >. Acesso em: 03 jul. 2015, 10:10.

_______. Decreto nº 48.961, de 22 de setembro de 1960. Institui a Campanha Nacional de Educação e Reabilitação de Deficientes Mentais. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 set. 1960. Disponível em: < http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1960-1969/decreto-48961-22-setembro-1960-388634-publicacaooriginal-1-pe.html >. Acesso em: 13 jan. 2015, 09:00.

_______. Decreto nº 99.678, de 08 de novembro de 1990. Aprova a Estrutura Regimental do Ministério da Educação e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 08 nov. 1990. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D99678.htm >. Acesso em: 12 jul. 2015, 20:00.

Page 75: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

73

_______. Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências. Institui a Campanha para a Educação do Surdo Brasileiro. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 dez. 1999. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm >. Acesso em: 12 jul. 2015, 20:00.

_______. Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009. Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 ago. 2009. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6949.htm >. Acesso em: 12 jul. 2015, 20:00.

_______. Direito à educação : subsídios para a gestão dos sistemas educacionais : orientações gerais e marcos legais / Organização: Ricardo Lovatto Blattes . – 2. ed . – Brasília : MEC, SEESP, 2006. 343 p. Disponivel em: < http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/direitoaeducacao.pdf >. Acesso em: 15 set. 2015, 10:30.

_______. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Básica. Ministério da Educação. Secretária de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral. – Brasília: MEC/SEB/DICEI, 2013. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=13677-diretrizes-educacao-basica-2013-pdf&Itemid=30192 >. Acesso em 29 mai. 2014, 21:30.

______. Equipamento e material pedagógico para educação, capacitação e recreação da pessoa com deficiência física: recursos pedagógicos adaptados. Ministério da Educação. Secretária de Educação Especial.– Brasília: MEC/SEESP, 2002. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/rec_adaptados.pdf >. Acesso em 22 jan. 2016, 11:00.

_______. Estratégias para a educação de alunos com necessidades educacionais especiais / coordenação geral: SEESP/MEC ; organização: Maria Salete Fábio Aranha - Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2003. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/serie4.pdf >.

_______. Educação infantil: saberes e práticas da inclusão: dificuldades de comunicação e sinalização : deficiência física. [4. ed.] / elaboração profª Ana Maria de Godói – Associação de Assistência à Criança Deficiente – AACD... [et al.].

Page 76: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

74

– Brasília : MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006. 98 p. : il. 1. Educação infantil. 2. Educação dos deficientes físicos. 3. Atendimento especializado. 4. Educação inclusiva. I. Godói, Ana Maria de. II. Brasil. Secretaria de Educação Especial. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/deficienciafisica.pdf >. Acesso em: 10 abr. 2016, 20:00.

_______. Guia de Orientações Metodológicas Gerais. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Brasília, 2001. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/guia_orient.pdf >. Acesso: 15 set. 2016, 14:30.

_______. Indagações sobre currículo : currículo, conhecimento e cultura. Ministério da Educação – Brasilia, 2007.

_______. Inclusão: Revista de Educação Especial. Brasília, out, 2005. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/revinclusao5.pdf >. Acesso em: 18 set. 2016.

_______. Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 dez. 1961. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4024.htm >. Acesso em: 12 jul. 2015, 20:00.

_______. Lei nº 5.692/71, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1° e 2º graus, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 ago. 1971. Disponível em: <http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%205.692-1971?OpenDocument>. Acesso em: 12 jul. 2015, 13:50.

_______. Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989. Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - Corde, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 out. 1989. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/leis/L7853.html>. Acesso em: 12 jul. 2015, 17:15.

Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 13 jul.

Page 77: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

75

1990. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm >. Acesso em: 12 jul. 2015, 20:00.

_______. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 dez. 1996. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/leis/L9394.htm >. Acesso em: 12 jul. 2015, 20:05.

_______. Lei nº 10.172, de 09 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 09 jan. 2001. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm >. Acesso em: 12 jul. 2015, 20:00.

_______. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/Leis/2002/L10436.htm. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 abr. 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/Leis/2002/L10436.htm >. Acesso em: 12 jul. 2015, 23:00.

_______. Lei nº 10.845, de 05 de março de 2004. Institui o Programa de Complementação ao Atendimento Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de Deficiência, e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.845.htm >. Acesso:

_______. Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 dez. 2012. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm >. Acesso em: 12 jul. 2015, 20:00.

_______. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 jun. 2014. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2014/lei-13005-25-junho-2014-778970-publicacaooriginal-144468-pl.html>. Acesso em: 12 jul. 2015, 17:00.

_______. Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 06 jul. 2015. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm >. Acesso em: 12 jul. 2015, 20:00.

Page 78: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

76

_______. Ministério da Educação. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/secretaria-de-regulacao-e-supervisao-da-educacao-superior-seres/legislacao-e-atos-normativos>. Acesso em: 03 set. 2016.

_______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Marcos Político-Legal da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva . Secretaria de Educação Especial. - Brasília: Secretaria de Educação Especial, - 2010. Disponível em: < http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-conteudos-de-apoio/publicacoes/educacao/marcos-politico-legais.pdf >. Acesso em: 04 set. 2016.

______, Ministério da Educação. Inclusão: Revista de Educação Especial, Brasília, out, 2005. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/revinclusao5.pdf >. Acesso em: 18 set. 2016.

_______. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília: MEC, Secretaria de Educação Fundamental, 1997. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro03.pdf>. Acesso em: 01 jul. 2015, 16:04.

_______. Parâmetros Curriculares da Educação Especial. Secretaria de Educação Especial. Secretaria de educação Fundamental. – Brasília: SEESP/SEF, 1998. Disponível em: < http://www.conteudoescola.com.br/pcn-esp.pdf >. Acesso em 11 jan. 2016, 09:00.

_______. Parâmetros Curriculares Nacionais: Adaptações Curriculares / Secretaria de Educação Fundamental. Secretaria de Educação Especial. – Brasília: MEC /SEF/SEESP, 1998. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/serie4.pdf>. Acesso em 30 mai. 2014, 22:35.

______. Portaria nº 2.678, de 24 de setembro de 2002. Institui GRAFIA BRAILLE PARA A LÍNGUA PORTUGUESA. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 set. 2002. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/txt/grafiaport.txt>. Acesso em: 03 jul. 2015, 14:30.

_______.Portaria nº 504, de 04 de out de 2016. Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 ago. 2009. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6949.htm >. Acesso em: 12 jul. 2015, 20:00.

Page 79: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

77

_______. Portaria nº 504, de 24 de setembro de 2002. Institui GRAFIA BRAILLE PARA A LÍNGUA PORTUGUESA. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 set. 2002. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/txt/grafiaport.txt>. Acesso em: 03 jul. 2015, 14:30.

______. Portal Brasil. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/>. Acesso em: 15 jul. 2015, 22:00.

______. Resolução Resolução CNE/CEB nº 4, de 2 de outubro de 2009. Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 02 out. 2009. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=13684:resolucoes-ceb-2009 >. Acesso em: 03 jul. 2015, 10:00.

CAMARGO, Eder P. A comunicação como barreira à inclusão de alunos com deficiência visual em aulas de mecânica. Revista Ciência & Educação. Bauru – SP, v. 16, n. 1, p. 259-275, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S151673132010000100015&script=sci_attext> .Acesso em: 20 de jun. 2014,12:00.

CAT. COMITÊ DE AJUDAS TÉCNICAS DA SECRETARIA NACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. 2008. Disponível em: <http://www.infoesp.net/CAT_Reuniao_VII.pdf>. Acesso em 5 jul. 2014.

COSTA, Vanderlei C. Inclusão Escolar na Educação Física: Reflexões acerca da formação docente. Revista Motriz. Rio Claro, v. 16, n. 4, p. 889-899, out./dez. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1980-65742010000400009>. Acesso em: 9 abr. 2014, 09:50.

COSTA, Analia Maria de Fátima. Atividades pedagógicas de inclusão para o aluno com necessidades educativas especiais: uma proposta colaborativa com docentes em formação. 2013. 129 f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciência e Tecnologia) – Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ponta Grossa, 2013. Disponível em: <http://ppgect.pg.utfpr.edu.br/site/?page_id=576>. Acesso em: 21 abr. 2015, 13:40. COVATTI, Fabio A. FISCHER, Julianne. Reflexões sobre a avaliação da aprendizagem: diversidade e inclusão escolar. Revista de Educação Especial. Santa Maria, v.25, n.43, p.303-318, maio/ago. 2012. Disponível em: <

Page 80: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

78

http://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/4085/3822 >.Acesso em: 02 de ago. de 2015, 01:30.

DEFICIENTE EM AÇÃO. Disponível em: < http://www.deficientesemacao.com.br/deficiencia-multipla> Acesso em: 20 set. 2016, 20:00.

DEFICIENTE ONLINE. Disponível em: <http://www.deficienteonline.com.br/deficiencia-quem-sao-as-pessoas-com-deficiencia___3.html>. Acesso em: 17 jul. 2014, 08:17.

FENAPAES. Projeto Águia, Manual de Conceitos. Federação Nacional das Apaes, 2003. Disponível em: <http://portal.apae.com.br/Artigo/view/17112>. Acesso em 14 jan. 2016, 14:30.

FERREIRA, Sandra M. S. Mobiliário escolar com recomendações ergonômicas e recursos da tecnologia assistiva: adequações para alunos com baixa visão. Revista Informática na Educação: Teoria & Prática, Porto Alegre – RS, v. 15, n. 2, jul./dez. 2012. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/InfEducTeoriaPratica/article/view/22768>. Acesso em: 11 mar. 2014, 21:10.

FILHO, Teófilo G. Tecnologia Assistiva: favorecendo o desenvolvimento e a aprendizagem em contextos educacionais inclusivos. In: GIROTO, C. R. M.; POKER, R. B.; OMOTE, S. (Org.). As tecnologias nas práticas pedagógicas inclusivas. Cultura Acadêmica,Marília - SP, p. 65-92, 2012. Disponível em: <http://www.galvaofilho.net/TA_educacao.pdf>. Acesso em 26 mar. 2014, 22:05.

FLICK, Uwe. Introdução à pesquisa qualitativa/ UweFlick; tradução Joice Elias Costa. – 3. Ed. – Porto Alegre: Artmed, 2009. 405 p.

GASPERI, Wlasta N. H. de. PACHECO, Edilson, R. A história da matemática como instrumento para a interdisciplinaridade na educação básica. PDE: Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria da Educação do Estado do Paraná. 2007. Disponível em: < http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/4321/1/MD_EDUMTE_2014_2_43.pdf >. Acesso em 14 jan. 2016, 10:00.

GRAVINA, Maria A. Geometria dinâmica uma nova abordagem para o aprendizado da geometria. VII Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, p.1-13, Belo Horizonte – MG, 1996. Disponível em:

Page 81: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

79

<http://www.ufrgs.br/espmat/disciplinas/midias_digitais_I/modulo_VIII/artigo.pdf>. Acesso em: 12 out. 2016, 22:00.

GIROTO, Cláudia R. M.; POKER, Rosimar B.; OMOTE, Sado. As tecnologias nas práticas pedagógicas inclusivas. Cultura Acadêmica, Marilia – SP, 2012. Disponível em: <https://www.marilia.unesp.br/Home/Publicacoes/as-tecnologias-nas-praticas_e-book.pdf> Acesso em: 4 mai. 2014, 13:45.

GODÓI, Ana M. de. Educação infantil: saberes e práticas da inclusão: dificuldades de comunicação e sinalização: deficiência física. [4. ed.] / elaboração prof.ª Ana Maria de Godói – Associação de Assistência à Criança Deficiente – AACD... [et al.]. – Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006. 98 p.

IBC. Instituto Benjamin Constant. Disponível em: < http://www.ibc.gov.br/?itemid=89 >. Acesso em 22 jan. 2016, 14:00.

INEP. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Disponível em: < http://portal.inep.gov.br/web/educacenso/educacao-especial >. Acesso em: 13 set. 2016, 22:00.

ISRAEL, Vera L.; BERTOLDI, Andréa, L. S. Deficiência Físico-Motora: Interface entre educação especial e repertório funcional. Curitiba: Ibpex, 2010. 149p.

KALEF, Ana M. R. ROSA, Fernanda M. C. VOTTO, Bárbara G. Uma aplicação de materiais didáticos no ensino de geometria para deficientes visuais. X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade. Salvador – BA, 2010. Disponível em: < http://www.lematec.net.br/CDS/ENEM10/artigos/RE/T19_RE433.pdf >.

LIPPE, Eliza M. O. CAMARGO, Eder P. O ensino de ciências e seus desafios para a inclusão: o papel do professor especialista. Editora: UNESP, São Paulo – SP, 2009. Disponível em: < http://books.scielo.org/id/g5q2h/pdf/nardi-9788579830044-09.pdf >. Acesso em: 21 set. 2016, 20:00.

MAGALHÃES, Shamila D. P. ROCHA, Maíra G. S. PLETSCH, Márcia D. A aprendizagem de alunos com deficiência múltipla: contribuições da teoria histórico cultural por meio da pesquisa colaborativa. VIII Encontro da Associação Brasileira de pesquisadores em Educação Especial. Londrina – PR, 2013. Disponível em: <

Page 82: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

80

<http://www.uel.br/eventos/congressomultidisciplinar/pages/arquivos/anais/2013/AT16-2013/AT16-022.pdf>. Acesso em: 12 set. 2016, 20:00.

MANZINI, Eduardo J.; DELIBERATO, Débora. Portal de ajudas técnicas para educação: equipamento e material pedagógico especial para educação, capacitação e recreação das pessoas com deficiência física: recursos para comunicação alternativa. MEC-SEESP, 2 ed. Brasília, , 2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/ajudas_tec.pdf>. Acesso em: 28 jul. 2014, 23:05.

MAZZOTTA, Marcos J. S. Educação especial no Brasil: história e políticas públicas. 6 ed. São Paulo: Cortez, 2011.

MENDES, Marcelo S. Da inclusão à evasão escolar: o papel da motivação no Ensino Médio. Estudos de Psicologia. Campinas, v.30, n.2, p. 261-265, abr./jun., 2013. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/estpsi/v30n2/12.pdf >. Acesso em 14 set. 2015, 14:00.

MENDES, Rosimeri C. M.; CARVALHO, Ana M. F. T. Aspectos da Geometria Espacial na Arte, Arquitetura e Publicidade. Programa de Desenvolvimento Educacional, Secretaria de Educação do Paraná, 2012. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2012/2012_uel_mat_artigo_rosimeri_cristina_martins_mendes.pdf>. Acesso em: 05 set. 2014, 20:06.

MOURA, Andréa A. LINS, Abigail L. A Educação Matemática numa perspectiva inclusiva com materiais manipuláveis. Actas del VII CIBEM, set., 2013. Disponível em: < http://www.cibem7.semur.edu.uy/7/actas/pdfs/877.pdf >. Acesso em 30 mar. 2016, 22:00. MOUSINHO, Renata. SCHMID, Evelin. MESQUITA, Fernanda. PEREIRA, Juliana. MENDES, Luciana. SHOLL, Renata. NÓBREGA, Vanessa. Mediação escolar e inclusão: revisão, dicas e reflexões. Revista Psicopedagogia, São Paulo – SP, v.27, p. 92 - 108, 2010. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoped/v27n82/v27n82a10.pdf>. Acesso em: 02 out. 2016. 21:30.

MÜLLER, Luiza S. M. A interação professor - aluno no processo educativo. Integração: ensino- pesquisa – extensão, 2002. Disponível em: < http://www.usjt.br/proex/arquivos/produtos_academicos/276_31.pdf >. Acesso: 01 set. 2016, 20:30.

Page 83: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

81

PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a construção de currículos inclusivos. Secretária de Educação. – Curitiba: SEED, 2006. Disponível em:< http://www3.tce.pr.gov.br/contasdogoverno/2009/educacao/diretrizes_curriculares_.pdf >. Acesso em: 20 jul. 2015, 19:00.

_______. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Matemática. Secretária de Educação. – Curitiba: SEED, 2008. Disponível em:< http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_mat.pdf >. Acesso em: 27 set. 2015, 21:00. PLETSCH, Márcia D. A formação de professores para a educação inclusiva: legislação, diretrizes políticas e resultados de pesquisas. Editora UFPR Educar, Curitiba, n. 33, p. 143-156, 2009.

RAYMUNDO, Márcia F. S. M. CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS GEOMÉTRICOS:investigando a importância do ensino de Desenho Geométrico, nos anos finais do Ensino Fundamental. 2010. 120f. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática). Universidade Severino Sombra. Vassouras. 2010. Disponível em: <http://www.uss.br/arquivos;jsessionid=878FE3484470177F9A43419B1A7EA8C0/posgraduacao/strictosensu/educacaoMatematica/dissertacoes/2010/dissertacao-marcia-vfinal.pdf>. Acesso em 22 jun. 2014, 21:20. REIS, Rosângela R. TRINCHÃO, Gláucia. Ensino de Geometria para Deficientes Visuais: Entraves e Possibilidades. XX Simpósio Nacional de Geometria Descritiva e Desenho Técnico e IX International Conference on Graphics Engineering for Arts and Design. 2011. Disponível em: < http://www.graphica.org.br/CD/PDFs/EDUCA/EDUCA31.pdf >. Acesso em 21 jan. 2016, 13:20. ROCHA, Alia N. D. C.; DELIBERATO, Débora. Tecnologia assistiva para a criança com paralisia cerebral na escola: identificação das necessidades. Revista Brasileira de Educação Especial. Marilia, v.18, n.1, p. 71-92, Jan. Mar., 2012, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-65382012000100006&script=sci_arttext>. Acesso em: 30 mai. 2014, 20:30.

ROCHA, Maíra G. S. SILVA, Raquel N. M. A construção de materiais adaptados para alunos com múltiplas deficiências: práticas vivenciadas em duas salas de recursos multifuncionais. VIII Encontro da Associação Brasileira de Pesquisas em Educação Especial. Londrina, 2013. Disponível em: < http://www.uel.br/eventos/congressomultidisciplinar/pages/arquivos/anais/2013/AT14-2013/AT14-023.pdf >

Page 84: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

82

RIBEIRO, Solange L. ACESSIBILIDADE PARA A INCLUSÃO NA ESCOLA: PRINCÍPIOS E PRÁTICAS. Sitientibus. Feira de Santana, n. 44, p. 79-98, jan./jun. 2011. Disponível em: < http://www2.uefs.br:8081/sitientibus/pdf/44/C_evaz_Sitientibus_alvaro_artigos4.pdf >. Acesso em 21 abr. 2016, 15:30.

RAASCH, Leida. A motivação do aluno para a aprendizagem. Faculdade Capixaba de Nova Venécia, 1999. Disponível em: <http://tupi.fisica.ufmg.br/michel/docs/Artigos_e_textos/Motivacao/motivacao%20do%20aluno.pdf >. Acesso em: 02 out. 2016, 19:00.

SANT’ANA, Izabella M. Educação Inclusiva: Concepções de Professores e Diretores. Psicologia em Estudo. Maringá, v. 10, n.2, p.227-234, mai./ago. 2005. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/pe/v10n2/v10n2a09.pdf >.Acesso em: 02 de maio de 2015, 00:30.

SARTORETTO, Mara L.; BERSCH, Rita. ASSISTIVA - TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO, 2014. Disponível em <http://www.assistiva.com.br/tassistiva.html>. Acesso em: 6 jul. 2014, 18:27.

SANTOS, Irene S. F. PRESTES, Reulcinéia I. VAL, Antônio M. Brasil, 1930-1961: Escola Nova, LDB e Disputa entre Escola Pública e Escola Privada. Revista Histerdbr On-line, Campinas, n.22, p. 131-149, jun. 2006. Disponível em: <http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/22/art10_22.pdf&gws_rd=cr&ei=tiDfV7eMEpGuwgSKsLn4Bg >. Acesso em: 03 set. 2016.

SELVATICI, Rosana H. P.; MOURA, Simone M. de. Construindo materiais e reconstruindo conceitos e valores na educação inclusiva. Revista Eletrônica Pro-Docência. UEL. Edição nº. 1, vol. 1, jan-jun. 2012. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/prodocenciafope>. Acesso em: 03 mar. 2015, 19:20.

SILVA, Davi C. LEIVAS, José C. P. Ensino de Geometria na escola básica para alunos com Deficiência Visual. VI Congresso Internacional de Ensino da Matemática. Canoas – RS, 2013. Disponível em: < http://www.conferencias.ulbra.br/index.php/ciem/vi/paper/viewFile/1008/345 >. Acesso em 21 jan. 2016, 12:30. TEIXEIRA, Carolina T. RECH, Andréia J. D. FREITAS, Soraia N. Crianças com deficiência em situação de acolhimento institucional: debates sobre gestão educacional e inclusão. Educação, inclusão e qualidade [recurso eletrônico] / Leandra Bôer Possa (organizadora). – Santa Maria, RS : UFSM, Centro de

Page 85: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

83

Educação, 2014. 1 e-book. Disponível em: < http://coral.ufsm.br/seminariopoliticasegestao/2014/assets/arquivos/ebook4.pdf >. Acesso em: 18 dez. 2015, 14:00.

TOLEDO, Elizabete H. de. MARTINS, João B. A atuação do professor diante do processo de inclusão e as contribuições de Vygotsky. IX Congresso Nacional de Educação e III Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia. 2009. Disponível em: < http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/3298_1675.pdf >. Acesso em 21 jan. 2016, 10:00.

TOSTES, Talita A. REIS, Haydéa M. S. VICTER, Eline F. Tabuleiro das expressões: um auxiliador no ensino da matemática para alunos com deficiência visual. Revista de Educação, Ciências e Matemática. v.6, n.1, p. 151 – 163, 2016. Disponível em: <http://publicacoes.unigranrio.edu.br/index.php/recm/article/view/3415/1775>. Acesso: 18 out. 2016, 19:00.

ULIANA, Márcia R. Inclusão de Estudantes Cegos nas Aulas de Matemática: a construção de um kit pedagógico. Revista Bolema. Rio Claro- SP, v. 27, n. 46, p. 597-612, ago. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-636X2013000300017&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 21 abr. 2015, 09:30.

UNESCO. Declaração de Salamanca sobre princípios, política e práticas na área das necessidades educativas especiais -1994. UNESCO, 1998. Disponível em: < http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001393/139394por.pdf >. Acesso em: 12 out. 2015, 13:30.

VIGINHESKI, Lúcia V. M. Uma abordagem para o ensino de produtos notáveis em uma classe inclusiva: o caso de uma aluna com deficiência visual. 2013. 156f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciência e Tecnologia) - Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Ponta Grossa, 2013. Disponível em: <http://ppgect.pg.utfpr.edu.br/site/?page_id=576>. Acesso em: 21 abr. 2015, 08:50.

VILLA, Airton D. A RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS MATEMÁTICOS, UTILIZANDO COMO FERRAMENTA O ENSINO DO DESENHO GEOMÉTRICO: A importância do desenho geométrico no 8º e 9º anos da Educação Básica. PDE - Programa de Desenvolvimento Educacional. O professor PDE e os desafios da escola publica Paranaense. V.1.2012. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2012/2012_fafipar_mat_artigo_airton_della_villa.pdf>. Acesso em: 28 mai. 2014, 19:50.

Page 86: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

84

VILARONGA, Carla A. R. MENDES, Enicéia G. Ensino colaborativo para o apoio à inclusão escolar: práticas colaborativas entre os professores. Revista Brasileira Estudos Pedagógicos. Brasilia, v. 95, n. 239, p. 139-151, jan./abr. 2014. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rbeped/v95n239/a08v95n239.pdf >. Acesso em 14 fev. 2016, 22:30.

Page 87: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

85

ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

Ponta Grossa, ______ de ______________de_______

Senhores pais e/ou responsáveis:

Vimos, pelo presente, apresentar o projeto de Mestrado da Professora

Cláudia Danielle de França Otoni, uma proposta de inclusão na disciplina de

Matemática, que será desenvolvido nas aulas de Matemática do ______, do Colégio

Estadual__________________________, por essa turma contar com um aluno (a)

com deficiência física neuromotora fina. O projeto tem como objetivo desenvolver

procedimentos didático-metodológicos que possibilitem aos alunos com deficiência

física neuromotora fina inclusos, a apropriação dos conhecimentos matemáticos

juntamente com os demais alunos.

O desenvolvimento do projeto poderá trazer algum desconforto aos alunos,

por estar sendo abordadas questões como a deficiência neuromotora fina, a

diversidade. Desta forma, poderão se instalar situações constrangedoras entre os

alunos. Os procedimentos adotados para a execução do projeto apresentam um

risco mínimo, que poderá ser reduzido por meio do diálogo entre os participantes do

projeto.

Caso o aluno precisar de alguma orientação por se sentir prejudicado no

decorrer da pesquisa, será encaminhado à equipe pedagógica do colégio, que

acompanhará o desenvolvimento do projeto.

Entre os benefícios, espera-se, com o desenvolvimento do projeto, contribuir

para a apropriação de conceitos matemáticos pelos alunos com deficiência física

neuromotora final, da mesma forma como para alunos sem deficiência. Professores

de Matemática também poderão ser beneficiados, pois poderão ampliar seus

conhecimentos sobre a deficiência física neuromotora final, a inclusão dessas

pessoas no sistema educacional, as adaptações necessárias para o ensino de

Matemática com qualidade, para todas as pessoas.

Durante a execução do projeto, as aulas serão filmadas, sendo os registros

utilizados exclusivamente para fins de análise dos resultados obtidos no seu

desenvolvimento. As imagens e os dados obtidos serão arquivados em um banco de

dados de acesso restrito (somente a professora pesquisadora terá acesso), ficarão

Page 88: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

86

em segredo, sendo garantido o sigilo dos dados, mesmo na apresentação dos

resultados. As atividades também serão fotografadas, de forma que as fotos serão

utilizadas exclusivamente para fins da pesquisa.

Lembramos que a participação do aluno é voluntária, tendo a liberdade de

não querer participar, e poder desistir, a qualquer momento, mesmo após o projeto

ter iniciado, sem que isto acarrete qualquer prejuízo a ele.

Caso seja de seu interesse a participação de seu filho nessa pesquisa,

esclarecemos que não haverá nenhuma compensação financeira.

Se tiver alguma dúvida a respeito da pesquisa e/ou dos métodos nela

utilizados, pode procurar a qualquer momento a pesquisadora responsável:

Nome da Pesquisadora: Cláudia Danielle de França Otoni

Endereço: Rua Jaguapitã, 855 – Boa Vista – Ponta Grossa – Paraná

Telefone: (42) 99179810

E-mail: [email protected]

Dessa forma, caso estejam de acordo, solicitamos dos senhores a

autorização para a participação de seu filho nesse projeto e para que possamos

fazer uso das imagens como uma das formas de análise dos resultados obtidos pelo

desenvolvimento do projeto. Ao término das atividades, os resultados estarão

disponíveis para apreciação e consulta.

Cláudia Danielle de França Otoni

Mestranda do Curso de Pós Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Page 89: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

87

Eu, ______________________________________________________, responsável

pelo aluno (a), autorizo a participação de meu (minha) filho (a) neste projeto de

pesquisa, bem como a utilização dos dados obtidos na intervenção pedagógica

como um instrumento de análise, para a pesquisa e a utilização de fotos de meu

(minha) filho (a) ______________________________________________________.

durante a realização do projeto.

____________________________________________

Assinatura do responsável

___________________________________________

Assinatura do aluno

Page 90: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

88

APÊNDICE A - ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM A EQUIPE PEDAGOGICA 1) Quantos alunos inclusos estão matriculados atualmente na escola?

2) Como a escola em um todo vê a inclusão de pessoas com deficiência no ensino

regular?

3) O colégio recebe algum tipo de apoio para o trabalho inclusivo? Qual?

4) Que procedimentos são tomados para adaptar o processo de ensino e

aprendizagem ao aluno com deficiência incluso na sala de aula?

5) Quais dificuldades são encontradas no cotidiano escolar?

Page 91: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

89

APÊNDICE B - ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM O PROFESSOR Nome __________________________________________________ 1) Qual sua opinião sobre a inclusão escolar? 2) Já havia trabalhado com alunos com deficiência antes? Quantos? 3) Quais foram os procedimentos necessários para adaptar o processo de ensino-aprendizagem desse (s) aluno (s) ? 4) Procurou formação específica na área? 5) Recebeu algum tipo de apoio para trabalhar com esse (s) aluno (s)? Quais? 6) Utilizou algum auxilio como tecnologias assistivas para trabalhar com esse (s) aluno (s)? Quais? 7) Quais dificuldades foram encontradas?

AUTORIZAÇÃO Autorizo a publicação dos dados obtidos por meio desta entrevista, preservando minha identidade. ( ) sim ( ) não

Ponta Grossa, _____ de ____________________ de2015.

________________________________________________

Page 92: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

90

APÊNDICE C - ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM A ALUNA COM MÚLTIPLA DEFICIÊNCIA

1) Comente sobre a seu relacionamento com os seus professores e colegas de

turma.

2) Como foi e como é a sua trajetória escolar?

3) A sua escola oferece condições necessárias para que aconteça o seu

aprendizado?

4) Quais as dificuldades que você encontra no cotidiano escolar?

5) Como é o seu relacionamento com a disciplina de Matemática?

6) Apresenta dificuldades na disciplina de Matemática? Entre os conteúdos

matemáticos, qual você tem maior facilidade?

7) Os professores utilizam recursos como materiais adaptados para que você tenha

acesso ao conhecimento matemático ensinado na escola?

8) Você consegue acompanhar todas as explicações do professor e realizar todas as

atividades?

Page 93: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

91

APÊNDICE - D – AVALIAÇÃO INICIAL

1) Marque com um X as alternativas em que as figuras representam uma

semirreta ou reta :

a) d)

b) e)

c) f)

2) Responda quantos segmentos de reta compoem cada figura abaixo:

a) b) c) d)

R: ______ R: ______ R: ______ R: ______

ATIVIDADE – Avaliação Inicial

Nome: _______________________ Turma: 5º ano ___ Data: ___/___/___

Page 94: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

92

3) Nas figuras abaixo circule as quais representam um conjunto de retas?

4) Das alternativas a seguir em quais podemos observar semirretas? Quais se

encontram?

a) b) c)

d)

R:

5) Na sala de aula quais objetos ou em quais partes da estrutura da sala você

consegue observar regiões que representam o encontro de semirretas ou retas?

R:

Page 95: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

APÊNDICE E – ATIVIDADE I

Mais ou menos no ano de 4.000 a.C, os egípcios e árabes utilizavam muito os astros como

o sol e a lua para auxiliá-los nas plantações e nas colheitas. Portanto, baseavam se através da

Astronomia para viver o que era normal e habitual.

Os sábios da época dividiram um circulo em 12 partes iguais:

Mais tarde, dividiram essas12 partes da circunferência em 30 partes iguais, totalizando

360 pedaços iguais (12 x 30 = 360).

Acreditava-se que o Sol girava em torno da Terra numa órbita que levava

completar uma volta. Desse modo, a cada dia o Sol percorria uma parcela dessa órbita, ou seja,

um arco de circunferência de sua órbita. A esse arco fez

era o centro da Terra e cujos lados passavam pelas

passou a ser uma unidade de medida e foi chamado de

Hoje sabemos que é a Terra que realiza tal movimento em torno do sol. Porém manteve

se a tradição em dizer que o um arco de circunferência mede um grau

dessa circunferência.

Esse ângulo passou a ser uma unidade de medida.

ATIVIDADE 1

Nome: _______________________Turma: 5º ano ___Data: ___/___/___

ATIVIDADE I – HISTÓRIA DOS ÂNGULOS

Um pouquinho da História dos Ângulos

Mais ou menos no ano de 4.000 a.C, os egípcios e árabes utilizavam muito os astros como

los nas plantações e nas colheitas. Portanto, baseavam se através da

Astronomia para viver o que era normal e habitual.

ios da época dividiram um circulo em 12 partes iguais:

Mais tarde, dividiram essas12 partes da circunferência em 30 partes iguais, totalizando

360 pedaços iguais (12 x 30 = 360).

se que o Sol girava em torno da Terra numa órbita que levava

completar uma volta. Desse modo, a cada dia o Sol percorria uma parcela dessa órbita, ou seja,

um arco de circunferência de sua órbita. A esse arco fez-se corresponder um ângulo cujo vértice

era o centro da Terra e cujos lados passavam pelas extremidades de tal arco. Assim, esse ângulo

passou a ser uma unidade de medida e foi chamado de grau.

Hoje sabemos que é a Terra que realiza tal movimento em torno do sol. Porém manteve

a tradição em dizer que o um arco de circunferência mede um grau quando corresponde a

Esse ângulo passou a ser uma unidade de medida.

ATIVIDADE 1 – História dos Ângulos

Nome: _______________________ Turma: 5º ano ___

93

Mais ou menos no ano de 4.000 a.C, os egípcios e árabes utilizavam muito os astros como

los nas plantações e nas colheitas. Portanto, baseavam se através da

Mais tarde, dividiram essas12 partes da circunferência em 30 partes iguais, totalizando

se que o Sol girava em torno da Terra numa órbita que levava 360 dias para

completar uma volta. Desse modo, a cada dia o Sol percorria uma parcela dessa órbita, ou seja,

se corresponder um ângulo cujo vértice

extremidades de tal arco. Assim, esse ângulo

Hoje sabemos que é a Terra que realiza tal movimento em torno do sol. Porém manteve-

quando corresponde a �

���

Page 96: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

94

APÊNDICE F – ATIVIDADE II – DEFINIÇÃO DE ÂNGULOS

Ângulos

O ângulo é a região de um plano concebida pelo encontro de duas semirretas ou retas

que possuem uma origem em comum, chamada vértice do ângulo.

A abertura do ângulo é medida em graus e para medir um ângulo utilizamos um

transferidor.

Atividade: Com o auxilio do material de apoio, os canudos de plástico, que irão

representar retas ou semirretas, construa formas que delineie ângulos.

ATIVIDADE 2 – Definição de Ângulos

Nome: _______________________ Turma: 5º ano ___ Data: ___/___/___

Page 97: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

95

APÊNDICE G – ATIVIDADE III –TIPOS DE ÂNGULOS

Tipos de ângulos

Menores que 90° = agudos

Maiores que 90° = obtusos

Igual a 90° = reto

___________ ____________ ______________

Ângulos e os números

ATIVIDADE 3 – Tipos de Ângulos

Nome: _______________________ Turma: 5º ano ___ Data: ___/___/___

Ângulos e as Letras AEI O U

Page 98: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

96

1) Quantos ângulos a letra do seu nome possui? E os números que representam a

sua idade possui quantos ângulos?

R: ____________________

2) Identifique os ângulos abaixo, escrevendo o seu nome:

a) 90°= _______________

b) 125°= ______________

c) 44°= _______________

d) 58° = _______________

e) 244° = ______________

f) 89° = _______________

g) 91° = _______________

3) Os relógios abaixo estão representando que tipo de ângulo:

_____________ _______________ ______________

____________ _______________ ______________

Page 99: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

97

APÊNDICE H – ATIVIDADE IV – MEDIR ÂNGULOS

1) Utilizando um transferidor, escreva quantos graus cada ângulo possui e

em seguida escreva o nome de cada ângulo (reto, agudo ou obtuso): R:_________ R:_________ R:_________ R:_________ R:_________

ATIVIDADE 4 – Medir Ângulos

Nome: _______________________ Turma: 5º ano ___ Data: ___/___/___

Page 100: USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DE …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2479/1/PG_PPGECT_M_Otoni... · investigação, considerou estudos relacionados ao tema ensino

98

APÊNDICE I – ATIVIDADE – CONSTRUIR ÂNGULOS

1) Com o auxilio de um transferidor, desenhe ângulos que possuam: a) 45° b) 110° c) 20° d) 60° e) 150°

ATIVIDADE 5 – Construir Ângulos

Nome: _______________________ Turma: 5º ano ___ Data: ___/___/___