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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA COLÉGIO POLITÉCNICO DA UFSM CURSO TÉCNICO EM GEOPROCESSAMENTO USO DE SIG PARA ANÁLISE GEOAMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO JAGUARI - RS RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO Vinicius Silveira dos Santos Santa Maria, RS, Brasil 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA COLÉGIO POLITÉCNICO DA UFSM

CURSO TÉCNICO EM GEOPROCESSAMENTO

USO DE SIG PARA ANÁLISE GEOAMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO JAGUARI - RS

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO

Vinicius Silveira dos Santos

Santa Maria, RS, Brasil 2015

USO DE SIG PARA ANÁLISE GEOAMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO JAGUARI - RS

Vinicius Silveira dos Santos

Relatório de Estágio apresentado ao Curso Técnico em Geoprocessamento da Universidade Federal de Santa Maria - RS, como

requisito parcial para obtenção do título de Técnico em Geoprocessamento

Orientador: Alessandro Carvalho Miola

Santa Maria, RS, Brasil 2015

Universidade Federal de Santa Maria Colégio Politécnico da UFSM

Curso Técnico em Geoprocessamento

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Relatório de Estágio

USO DE SIG PARA ANÁLISE GEOAMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO JAGUARI - RS

Elaborado por Vinicius Silveira dos Santos

Como requisito parcial para obtenção do título de Técnico em Geoprocessamento

COMISSÃO EXAMINADORA:

Alessandro Carvalho Miola, Dr. (Presidente/Orientador)

Ana Caroline Paim Benedetti, Dra. (UFSM)

Diogo Belmonte Lippert, Dr. (UFSM)

Santa Maria, 10 de dezembro de 2015

Universidade Federal de Santa Maria Colégio Politécnico da UFSM

Curso Técnico em Geoprocessamento

USO DE SIG PARA ANÁLISE GEOAMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO JAGUARI - RS

Relatório de Estágio realizado no LABORATÓRIO DE GEOLOGIA AMBIENTAL -LAGEOLAM

Elaborado por Vinicius Silveira dos Santos

Alessandro Carvalho Miola, Dr. (Presidente/Orientador)

Romario Trentin. (Supervisor do Laboratório)

Vinicius Silveira dos Santos (Estagiário)

Santa Maria, 10 de dezembro de 2015

RESUMO

Relatório de Estágio Colégio Politécnico da UFSM

Universidade Federal de Santa Maria

USO DE SIG PARA ANÁLISE GEOAMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO JAGUARI - RS

AUTOR: VINICIUS SILVEIRA DOS SANTOS ORIENTADOR: ALESSANDRO CARVALHO MIOLA

Santa Maria, 10 de Dezembro de 2015

O Estágio Supervisionado, de 210 horas, como requisito parcial para a formação no curso de Técnico em Geoprocessamento do Colégio Politécnico da UFSM, foi desenvolvido no Laboratório de Geologia Ambiental - LAGEOLAM, localizado na Universidade Federal de Santa Maria. Foram desenvolvidas atividades que tiveram como objetivo, caracterizar os elementos físicos do relevo, utilizando as ferramentas de SIG, para realizar a análise geoambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Jaguari – RS. Após a obtenção e interpolação dos dados espaciais, foram elaborados mapas temáticos que descrevam os aspectos naturais do relevo, são eles: hierarquia fluvial, hipsometria, declividade, orientação de vertentes, curvatura de vertentes, geomorfológico, solos, litologia e o mapa geoambiental. Nessa perspectiva, o trabalho desenvolvido no LAGEOLAM, te a finalidade de utilizar o conhecimento adquirido no curso Técnico em Geoprocessamento para a manipulação de softwares de Geoprocessamento, bem como fornecer uma ferramenta para a comunidade acadêmica e para os órgãos públicos.

Palavras-chave: Técnico em Geoprocessamento Sistemas de Informação Geográfica. Estudos Geoambientais.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa de Localização da BHRJ.. ........................................... 23

Figura 2 - Mapa hipsométrico BHRJ.. .................................................... 26

Figura 3 - Mapa de declividade da BHRJ .............................................. 28

Figura 4 - Mapa do Plano e Perfil de Curvatura da BHRJ.. ................... 30

Figura 5 - Mapa do Uso e Ocupação da BHRJ.. ................................... 32

Figura 6 - Mapa Geomorfológico da BHRJ. ........................................... 35

Figura 7 - Mapa Litológico da BHRJ.. .................................................... 37

Figura 8 - Mapa Simplificado de Solos da BHRJ.. ................................. 40

Figura 9 - Mapa Geoambiental da BHRJ.. ............................................. 44

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 8

1.1 Justificativa .................................................................................. 8

1.2 Apresentação do Laboratório de Geologia Ambiental .................... 9

1.2.1 Identificação do Laboratório ........................................................ 9

1.2.2 Histórico do Laboratório de Geologia Ambiental ......................... 9

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................... 12

2. 1 A importância de SIG para os Estudos Geoambientais .............. 12

2.2 Bacias Hidrográficas: unidades de planejamento ........................ 14

2.3 Cartografia Geoambiental: uma contribuição aos estudos

Geoambientais .............................................................................................. 16

3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................... 19

4. RESULTADO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ....................... 22

4.1 Análise da rede de drenagem ...................................................... 22

4.2 Hipsometria .................................................................................. 24

4.3 Declividade .................................................................................. 27

4.5 Uso e ocupação da Bacia Hidrográfica do Rio Jaguari ................ 31

4.7 Litologia ........................................................................................ 36

4.8 Solos ............................................................................................ 38

4.9 Análise Geoambiental .................................................................. 41

4.9.1 Sistema Alto Jaguari ................................................................. 41

4.9.2 Sistema Baixo Jaguari .............................................................. 42

5 CONCLUSÃO ..................................................................................... 45

6 REFERÊNCIAS .................................................................................. 46

8

1 INTRODUÇÃO

Os estudos relacionados à interação do homem com a natureza, vêm

ganhando destaque nas pesquisas cientificas da ciência geográfica, sendo

esta, uma influenciadora na análise e interpretação do espaço geográfico.

No passar dos anos, a intensidade da intervenção antrópica no meio

natural vem crescendo consideravelmente, atendendo na maioria das vezes, as

necessidades econômicas e sociais do Brasil. A ocupação de áreas

inadequadas para habitação ou para a prática do comércio, por exemplo, é

extremamente visível na maioria das cidades brasileiras, onde nas mesmas há

ausência de estudos bem detalhados sobre as características naturais do

relevo.

A análise geoambiental, vem como ferramenta auxiliadora para a

interpretação de dados reais, com base em bancos de dados

georreferenciados, que caracterizarão os elementos físicos da paisagem

(hidrografia, litologia, relevo), resultando em detalhamentos riquíssimos das

formas naturais da área de estudo.

Os estudos geoambientais em bacias hidrográficas, auxiliam no

levantamento de informações referentes às características naturais e

elementos físicos, estabelecendo unidades homogêneas que os descrevam.

1.1 Justificativa

Atendendo as diretrizes curriculares do Curso Técnico em

Geoprocessamento da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o estágio

foi realizado no Laboratório de Geologia Ambiental - LAGEOLAM, localizado no

prédio 17, da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM.

As atividades foram desenvolvidas no LAGEOLAM, a partir do dia

15/09/2015 a 04/12/2015, perfazendo 6 horas diárias, resultando em 24 horas

semanais, e com carga horária total de 210 horas. O horário de trabalho no

grupo de pesquisa, decorria -se nos dias de Segunda-feira, Terça – feira e

Quarta- feira.

A escolha do LAGEOLAM se deu em função dos projetos que

desenvolvo desde o ano de 2012, referentes às temáticas no grupo

9

trabalhadas, sendo que o LAGEOLAM é um dos principais grupos de pesquisa

do curso de Geografia – Licenciatura e Bacharelado da UFSM.

A realização do estágio proporcionou o aprimoramento de algumas

técnicas no manuseio de SIG, e além disso, a oportunidade de aprender novos

métodos, referentes as análises geoambientais.

1.2 Apresentação do Laboratório de Geologia Ambiental

O Laboratório de Geologia Ambiental é vinculado ao curso de Geografia

da UFSM, coordenado pelo Professor Romário Trentin, o qual desenvolve

pesquisas referentes a questões ambientais, através de Sistemas de

Informação Geográfica (SIG), que auxiliam na obtenção de dados espaciais. O

LAGEOLAM, apresenta 40 filiados, entre estudantes de graduação, mestrado e

doutorado.

1.2.1 Identificação do Laboratório

Nome: Laboratório de Geologia Ambiental

Endereço: Av. Roraima, Prédio 17, sala 1113C, UFSM

CEP: 97105-900

Cidade: Santa Maria – Rio Grande do Sul

Contato: (54) 3220-8639

Horário de funcionamento: De segunda à sexta-feira

Manhã: das 8h00min às 12h30min

Tarde: das 13h30 às 17h30min

1.2.2 Histórico do Laboratório de Geologia Ambiental

O Laboratório de Geologia Ambiental iniciou suas atividades no ano de

1996, coordenado pelo prof. Luis Eduardo de Souza Robaina, com o objetivo

de agregar professores/pesquisadores que desenvolvem atividades nas áreas

de diagnóstico ambiental e geologia aplicada. Desde então, o laboratório tem

buscado se consolidar através da integração de trabalhos, qualificação de sua

infra- estrutura e estabelecimento de convênios.

10

Na área de ensino o laboratório tem contribuído em várias áreas do

conhecimento através da docência para os cursos de Geografia Bacharelado e

Licenciatura, Química Industrial e Licenciatura, Agronomia, Engenharia Civil e

Engenharia Florestal.

Vários alunos desenvolvem trabalhos de final de curso de graduação e

de pós-graduação em nível de especialização e mestrado junto ao laboratório.

Trabalhos na área de extensão têm ocorrido junto às escolas da região central

do Rio Grande do Sul, onde são proferidas palestras e amostras de educação

ambiental. Além disso, dispõe de uma amostra permanente de rochas e

minerais, recebendo visitas de escolas de todo o Estado.

A pesquisa tem se constituído na prioridade do laboratório. Atualmente

estão sendo desenvolvidos vários trabalhos com apoio de diversas instituições

de fomento, como FAPERGS e CNPq. Conta atualmente com vários bolsistas

de iniciação científica FIPE/UFSM, FIEX/UFSM, PROLICEN/UFSM, FAPERGS

e PIBICIC/CNPq, executando trabalhos de campo e de laboratório. Os

primeiros alunos formados têm mostrado aspectos bastante positivos, pela

reconhecida qualificação no mercado de trabalho.

O resultado das pesquisas desenvolvidas são apresentados nos

encontros científicos. Os professores e alunos que desenvolvem atividades no

laboratório têm participado dos encontros nacionais e internacionais da área de

Geologia de Engenharia e Ambiental, de Geomorfologia e de Geografia Física.

As pesquisas desenvolvidas no LAGEOLAM concentram-se em duas

vertentes. A primeira está associada com o mapeamento geológico-

geomorfológico e à análise dos processos erosivos relacionados a dinâmica

superficial no Oeste do Estado do Rio Grande do Sul. Nesta linha de pesquisa,

os trabalhos desenvolvidos buscam, dentro da temática dos processos erosivos

e sua relação com a dinâmica superficial, a elaboração de um mapeamento

geoambiental da bacia hidrográfica do Rio Ibicuí.

11

1.2 Atividades desenvolvidas no LAGEOLAM

As atividades desenvolvidas no período de estágio, tiveram como objetivo

contribuir na construção de dados cartográficos e para a análise geoambiental

da bacia hidrográfica do Rio Jaguari (BHRJ), utilizando o software ArcGis®

10.0, sendo este uma ferramenta de geoprocessamento utilizada para análise

espacial dos elementos físicos da natureza. Sendo assim, abaixo segue as

atividades desenvolvidas:

Delimitação da área de estudo;

Utilização da Base vetorial contínua do RS (Hasenack e Weber, 2010);

Passagem dos dados cartográficos para um mesmo DATUM;

Utilização de imagem SRTM, resolução 30 metros;

Utilização de imagem de satélite LANDSAT 8;

Análise da Rede de drenagem (hierarquia fluvial, nº de canais, etc.);

Mapa de Hierarquia Fluvial da BHJ;

Mapa Hipsométrico da BHRJ;

Mapa de Declividade da BHRJ;

Mapa de Orientação de vertentes da BHRJ;

Mapa de Curvatura de vertentes da BHRJ;

Mapa de Uso e Ocupação da Terra da BHRJ;

Mapa Geomorfológico da BHRJ;

Mapa Litológico da BHRJ;

Mapa de Solos da BHRJ;

Mapa Geoambiental da BHRJ

Elaboração do Relatório final.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2. 1 A importância de SIG para os Estudos Geoambientais

O uso de geotecnologias para o monitoramento e planejamento do uso

sustentável dos recursos naturais tem se difundido cada vez mais e facilitando

o desenvolvimento de estudos ambientais. Uma ampla tecnologia existente

permite o uso de ferramentas e produtos capazes de facilitar e agilizar o

levantamento, mapeamento e análise dos recursos naturais existentes.

As geotecnologias são um conjunto de tecnologia para a coleta, o

processamento, a análise e a oferta de informações com referência geográfica,

as geotecnologias integram soluções em hardware e software como poderosas

ferramentas para tomadas de decisões (ROSA, 2005).

Entre os maiores desafios para a gestão de bacias hidrográficas, está a

organização de dados cartográficos de diferentes origens e natureza, para que

possam ser utilizados efetivamente por técnicos e gestores públicos, servindo

de base para a continuidade de futuros programas ou ações.

Além disso, muitos destes dados cartográficos são disponibilizados aos

gestores públicos em formatos inadequados a incorporação dos Sistemas de

Informação Geográfica (SIG) exigindo, portanto, diferentes processos de

transformação. Desta forma, os SIGs são ferramentas imprescindíveis para a

organização, análise e gerenciamento de dados em bacias hidrográficas

(OLIVEIRA et al., 2011).

Câmera e Medeiros (1993), em uma visão mais técnica, trazem os SIGs

como instrumentos computacionais que permitem a realização de análises

complexas ao integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados

georreferenciados. Nessa perspectiva, o SIG contribui na evolução da

tecnologia, abrangidas pelo Geoprocessamento, sendo está definida como

técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento de informações

geográficas.

O uso de geotecnologias ou SIG auxiliam na interpolação dos dados

reais extraídos em bases cartográficas e/ou trabalhos a campo, processados

13

em softwares que aceleram o encontro dos resultados, podendo ser analisados

e interpretados através de mapas temáticos, ricos em detalhes. Desse modo, o

geoprocessamento torna-se uma ferramenta imprescindível nos estudos

ambientais, pois permite uma abordagem complexa e integradora das relações

entre natureza e sociedade, fundamental para a realização das práticas

eficientes na gestão ambiental.

A síntese dos mapas temáticos e a integração dos parâmetros para a

definição adequada dos limites de cada unidade são facilitadas pelas

ferramentas de Cartografia Digital e SIG (FIORI, 2004).

Segundo Robaina et al. (2009), ao discutir em seu trabalho o “Método e

Técnicas Geográficas Utilizadas na Análise e Zoneamento Ambiental”, aborda

a importância do geoprocessamento, sendo uma ferramenta imprescindível nos

estudos ambientais, principalmente aplicado ao Zoneamento Geoambiental,

porque permite uma abordagem complexa e integradora das relações entre a

natureza e a sociedade, fundamental para a realização de práticas eficientes

da gestão ambiental.

No mesmo sentido possibilita a realização de análises complexas ao

integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados

georreferenciados, tornando possível automatizar a produção de documentos

cartográficos e a tomada de decisão de maneira mais rápida e precisa.

O SIG pode ser considerado como um importante meio de apoio e

desenvolvimento de aplicações voltadas ao meio ambiente, facilitando a

integração de dados espaciais e permitindo propor alternativas para diminuir

impactos identificados no ambiente, inclusive no âmbito das bacias

hidrográficas (Menezes, 2011).

A utilização do SIG na geração de mapas temáticos, garante eficiência e

rapidez no processo de manipulação e tratamento de dados, assim como na

tomada de decisões.

É importante ressaltar a aplicabilidade dos dados, uma vez que os

mesmos estão disponibilizados em formatos que podem ser manipulados por

diversos softwares, apresentando-se como uma importante ferramenta para

análise em pequenas e médias escalas de trabalho.

14

2.2 Bacias Hidrográficas: unidades de planejamento

A análise de bacias hidrográficas contribui a planejamentos ambientais

que servem de soluções a problemas que surgem em decorrência de ações

antrópicas e de fenômenos naturais.

Segundo Trentin (2007), quando se discute os problemas relacionados a

questões ambientais, as bacias hidrográficas se apresentam como unidades

relevantes para tal discussão por esta ser um sistema integrado e aberto com

entrada e saída continua de matéria e energia.

A Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída pela Lei nº 9.433, de

8 de janeiro de 1997, incorpora princípios e normas para a gestão de recursos

hídricos adotando a definição de bacias hidrográficas como unidade de estudo

e gestão. Assim, é de grande importância para gestores e pesquisadores a

compreensão do conceito de bacia hidrográfica e de suas subdivisões.

Nos estudos que envolvem o manejo de bacias hidrográficas, surgem

autores com definições referentes a bacias hidrográficas ou rede de drenagem

diferentes, mas que mantém os conceitos básicos.

Segundo Viesmann et al. (1977), a bacia hidrográfica é uma área

definida topograficamente, drenada por um curso d’água ou um sistema

conectado de cursos d’água, dispondo de uma simples saída para que toda

vazão efluente seja descarregada.

Para Barrella (2001), bacia hidrográfica pode ser definida como um

conjunto de terras drenadas por um rio e seus afluentes, formada nas regiões

mais altas do relevo por divisores de água, onde as águas das chuvas, ou

escoam superficialmente formando os riachos e rios, ou infiltram no solo para

formação de nascentes e do lençol freático.

As águas superficiais escoam para as partes mais baixas do terreno,

formando riachos e rios, sendo que as cabeceiras são formadas por riachos

que fluem em terrenos íngremes das serras e montanhas e à medida que as

águas dos riachos descem, juntam-se a outros riachos, aumentando o volume

e formando os primeiros rios, esses pequenos rios continuam seus trajetos

recebendo água de outros tributários, formando rios maiores até

desembocarem no oceano.

Lima e Zakia (2000), em seus estudos sob a hidrologia florestal em

bacias hidrográficas, abordam a mesma como sistemas abertos, que recebem

15

energia através de agentes climáticos e perdem energia através do deflúvio,

podendo ser descritas em termos de variáveis interdependentes, que oscilam

em torno de um padrão, e, desta forma, mesmo quando perturbadas por ações

antrópicas, encontram-se em equilíbrio dinâmico.

Para Attanasio (2004), o termo bacia hidrográfica refere-se a uma

compartimentação geográfica natural delimitada por divisores de água. Este

compartimento é drenado superficialmente por um curso d’água principal e

seus afluentes.

Borsato e Martoni (2004), define bacia hidrográfica como uma área

limitada por um divisor de águas, que a separa das bacias adjacentes e que

serve de captação natural da água de precipitação através de superfícies

vertentes. Por meio de uma rede de drenagem, formada por cursos d’água, ela

faz convergir os escoamentos para a seção de exutório, seu único ponto de

saída.

Para Pires (2000), a opção de trabalhar com a bacia hidrográfica, como

unidade de análise, permite introduzir um aspecto na conceituação que é o

planejamento integrado com a comunidade envolvida, ou seja, trabalhar a

relação homem/natureza no dia-a-dia de cada cidadão.

Lima et al. (2007), ao propor o zoneamento ambiental da bacia

hidrográfica do rio Taquari, no Estado do Rio Grande do Sul, traz a bacias

hidrográficas como excelentes unidades de planejamento e gerenciamento,

pois são sistemas ecológicos que abrangem todos os organismos que funcio-

nam em conjunto numa dada área. Os recursos naturais são interligados e

dependentes.

Para as Ciências Ambientais, a bacia hidrográfica apresenta-se como a

unidade da paisagem mais adequada para estudos de zoneamentos,

basicamente devido ao seu conceito de integração de fatores ecológicos,

socioeconômicos e culturais.

Para Cazula e Mirandola (2010), utilizar a bacia hidrográfica como

unidade de planejamento propicia um conjunto de indicadores, fornecedores de

índices de qualidade, que podem representar um passo importante na

consolidação e da descentralização e do gerenciamento, favorecendo a

conservação e preservação ambiental, estimulando a integração da

comunidade e de instituições.

16

Sendo a bacia hidrográfica unidade básica de planejamento, o

entendimento das relações existentes entre o solo, a água e a cobertura

vegetal torna-se a arte e ciência pra manejar os recursos naturais na produção

de alimentos, em quantidade e qualidade.

Sendo assim, o termo bacia hidrográfica pode ser tratada como unidade

natural de estudo e análise da superfície terrestre, sendo unidade ideal para o

planejamento de uso das terras, onde é possível reconhecer e estudar as inter-

relações existentes entre os diversos elementos da paisagem e os processos

que atuam na sua esculturação.

2.3 Cartografia Geoambiental: uma contribuição aos estudos Geoambientais

O mapeamento geoambiental surge como instrumento para o

planejamento e regulação do uso e ocupação do meio físico, expandindo-se

pelo mundo através de diversas metodologias, sobretudo as desenvolvidas nos

países da Europa. Este tipo de mapeamento quando associado às questões

geomorfológicas trazem resultados mais precisos e satisfatórios (Robaina et

al., 2009). Segundo os autores, o processo de mapeamento geoambiental tem

como rotina fundamental a divisão da área em unidades, de acordo com a

variação de seus parâmetros. As unidades representam áreas com

heterogeneidade mínima quanto aos parâmetros e, em compartimentos com

respostas semelhantes frente aos processos de dinâmica superficial.

O mapeamento geoambiental, consiste numa metodologia centrada na

divisão da área em classes de terreno hierarquizadas, a partir de

características gerais Geológico-Geomorfológicas e de Uso e Ocupação do

solo. A união dessas informações possibilita a fragmentação de áreas

homogêneas, onde é possível indicar Potencialidades e Suscetibilidades

ambientais (SCCOTI, 2015).

O mapeamento geoambiental proporciona estudos detalhados das

características naturais da paisagem, e consequentemente a interação entre os

elementos físicos da área de estudo. Além disso, auxiliam os órgãos gestores

(prefeituras) no conhecimento aprofundado das áreas pertencentes aos seus

domínios, e em futuras decisões administrativas, que às vezes são tomadas,

sob falta de conhecimento sobre estudos ambientais em seus territórios.

17

A análise geoambiental vem como ferramenta auxiliadora para a

interpretação de dados reais, com base em bancos de dados

georreferenciados, que caracterizarão os elementos físicos da paisagem

(hidrografia, litologia, relevo), resultando em detalhamentos riquíssimos das

formas naturais da área de estudo.

Os estudos geoambientais na análise de bacias hidrográficas auxiliam

no levantamento de informações referentes às características naturais e

elementos físicos, estabelecendo unidades homogêneas que os descrevam.

A cartografia geoambiental a partir da década de 1960, desenvolveu-se

intensamente no Brasil. Seu desenvolvimento metodológico vem se

aprimorando, com vários pesquisadores, de diversas instituições, produzindo

documentos de zoneamento geoambiental. Estes trabalhos utilizam,

predominantemente, as bacias hidrográficas como unidade de mapeamento e

tem tido aplicação intensa nos estudos ambientais de caráter mais amplo

(MACIEL FILHO et al., 2014).

Fiori (2004), descrevendo Cartografia Geoambiental, destaca que esta,

ocupa-se da elaboração de mapas e de informações que tratem de problemas

Geoambientais, frequentemente ocasionados por um desequilíbrio do meio

físico, ligados principalmente a fenômenos de erosão, escorregamento,

assoreamento, enchentes, inundações e circulação de água, associados ou

não à ocupação antrópica.

Segundo Vedovello (2004), a Cartografia Geoambiental pode ser

entendida, de forma ampla, como todo o processo envolvido na obtenção,

análise, representação, comunicação e aplicação de dados e informações do

meio físico, considerando-se as potencialidades e suscetibilidades naturais do

terreno, bem como os perigos, riscos, impactos e conflitos decorrentes da

interação entre a ação humana e o meio ambiente fisiográfico. Pode, por isso,

incorporar elementos bióticos, antrópicos e sócio- culturais em sua análise e

representação.

Menezes (2011), ao propor a elaboração do Atlas Geoambiental do

município de São Pedro do Sul-RS, aborda a importância de estudos referente

às características em estudos de natureza geoambiental:

Os estudos de natureza geoambiental possibilitam a caracterização de áreas quanto as suas aptidões e restrições às atividades já em desenvolvimento e/ou prováveis de serem implantadas, além de

18

indicar porções do terreno com graus de fragilidade marcante, e zonas de uma maior qualidade ambiental que possam ser preservadas (Menezes, 2011, p.24).

Segundo o autor, os estudos geoambientais têm como objetivo o

planejamento, gestão e ordenamento do território, mas por formarem uma

grande gema de conhecimentos de um determinado território, disponibilizam

informações que podem atender a diversos usos e finalidades.

O planejamento busca a organização e ordenamento do espaço a partir

de ações lógicas e racionais, visando à melhoria das condições atuais da

sociedade presente naquele espaço. Este se dá a partir do conhecimento da

realidade, a avaliação das ações a serem tomadas e o posterior processo de

transformação, visando sempre melhoramentos futuros FLORENZANO (2008).

Schirmer (2012), ao realizar o mapeamento geoambiental dos

municípios de Agudo, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, Nova Palma e

Pinhal Grande, todos situados no Estado do Rio Grande do Sul, destaca que

no planejamento ambiental, o foco de estudo está voltado aos recursos

naturais e as consequências da apropriação deste pelo homem, como por

exemplo, a própria vulnerabilidade humana. Conforme o autor, é necessário

adoção de sistemas de planejamento que identifiquem e integrem

componentes biofísicos, econômicos, sociais e institucionais, observando a

estrutura e a função dos sistemas naturais, ou antrópicos, de forma a

compreender os seus comportamentos diante das perturbações.

Neste sentido, ao avaliar que o meio ambiente é formado por elementos

interligados e interpendentes, a análise de sistemas compreende o método

mais adequado para estudar e explicar a estrutura e mudanças existentes na

paisagem.

Por fim, conforme Grecci (1998), os estudos de natureza geoambientais,

possibilitam a caracterização de áreas quanto as suas aptidões e restrições as

atividades já em desenvolvimento e/ou prováveis de serem implantadas, além

de indicar porções do terreno com uma maior qualidade ambiental que possam

ser preservadas.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

O levantamento do material cartográfico, contribuiu na construção de

mapas temáticos caracterizadores da área de estudo, auxiliando na análise dos

resultados obtidos na pesquisa. As informações como a rede de drenagem

foram extraídos na Base Vetorial Contínua do Estado do Rio Grande do Sul,

em escala 1: 50.000, organizadas por Hazenack e Weber no ano de 2010. No

mapa de localização, os limites dos municípios foram extraídos a partir da

Malha Digital do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Na elaboração do mapa hipsométrico e do mapa de declividade, utilizou

a imagem SRTM (Shuttle Radar Topography Misson) com resolução espacial

de 30 metros, sendo a mesma trabalha em ambientes do software ArcGis 10.0,

onde os pixels nulos foram corrigidos, através da ferramenta “Fill”.

O mapa hipsométrico foi gerado a partir da ferramenta ArcToolbox “topo

to raster”, onde são interpoladas as informações relacionadas aos parâmetros

altimétricos. As classes foram definidas através de quebras no relevo e

arredondadas a partir de procedimentos matemáticos: São elas: <100m; 100-

200m; 200-300m; 400-500m; >500m.

O mapa de declividade foi elaborado utilizando as classes proposta pelo

Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), sendo: <2%; 2-5%; 5-15%; e >15%.

Para a análise de encostas, definiu-se a partir do Plano e Perfil de

curvatura. Quanto à forma das vertentes em curvatura Perfil - Plano, utilizou-se

a seguinte metodologia de classificação: Perfil de Curvatura: curvatura côncava

e curvatura convexa; Plano de Curvatura: curvatura divergente e curvatura

convergente.

Após a análise e geração do banco de dados relacionado às formas de

vertentes, realizou-se a combinação das feições com a ferramenta Combine do

software ArcGis 10.0, sendo classificadas conforme suas características:

Côncavo – Convergente (Cc.Ct), Convexo – Convergente (Cx. Ct), Côncavo –

Divergente (Cc. Dt), e Convexo – Divergente (Cx. Dt.).

Na elaboração da classificação do uso e ocupação da terra, optou-se por

uma imagem orbital recente. Sendo assim, a imagem utilizada no trabalho é do

mês de Fevereiro, no ano de 2015.

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A classificação da imagem, para a elaboração do mapa de uso e

ocupação da Terra, se deu através do software Envi 5.1 e para a edição dos

mapas e cálculo de área utilizou-se o software ArcGis 10.0. As imagens foram

obtidas através do portal online do Serviço Geológico dos Estados Unidos

(USGS, ANO).

Na classificação das imagens utilizou-se o algoritmo Maxver (máxima

verossimilhança), que é um algoritmo de classificação supervisionada, que usa

parâmetros estatísticos na classificação, visando áreas homogêneas ou de

mesmo valor numérico.

Na elaboração do mapa geomorfológico da bacia hidrográfica do Rio

Jaguari, seguiu-se a proposta de classificação de Robaina et al. (2010), o qual

propôs a classificação da compartimentação geomorfológica da bacia

hidrográfica do Rio Ibicuí, no Estado do Rio Grande do Sul, definindo 3 (três)

níveis de análise da compartimentação geomorfológica.

O primeiro nível da classificação, reflete as formas regionais (unidades

morfoestruturais), cuja escala permite a identificação dos efeitos da estrutura

no relevo.

A determinação das unidades do segundo nível (unidades

morfoesculturais) reflete os compartimentos que foram gerados pela ação

climática ao longo do tempo geológico.

No terceiro nível (unidades morfológicas) são estabelecidas pela

integração das variáveis do relevo e do substrato rochoso em um primeiro

momento e dos materiais e processos superficiais em segundo momento.

Segundo os autores, o primeiro nível de compartimentação

geomorfológica, é definido em duas unidades: Depressão Periférica do Rio

Grande do Sul e Planalto da Serra Geral.

No segundo nível de compartimentação geomorfológica, as unidades

foram definidas como Depressão do Ibicuí, Planalto das Missões e Planalto da

Campanha.

No terceiro nível de compartimentação geomorfológica, as unidades

foram resultantes da interação dos dados sobre formas do relevo

predominantes, substrato litológico, características físicas dos solos e feições

superficiais.

21

Para análise litológica da BHRJ, utilizou-se o método de classificação

proposto por Trentin et al. (2015), que descreveu a litologia da bacia

hidrográfica do Rio Ibicuí.

Para a interpretação da litologia, os autores utilizaram o Mapa Geológico

do Estado do Rio Grande do Sul, em escala 1:750.000, assim como trabalhos à

campo. A análise e processamento dos dados, para este trabalho de

graduação, foi dada pela interface do software ArcGis, o qual possibilitou a

intersecção dos dados referente a bacia hidrográfica do Rio Ibicuí, para a área

de estudo.

As litologias presentes na BHRJ, foram definidas da seguinte forma:

Arenito Eólico- Botucatu, Arenito fluvial com grânulos –Guará, Arenito fluvial

micáceo – Sanga do Cabral, Vulcânica e Vulcânica de Rebordo.

No processamento dos dados, para a execução e análise do mapa

simplificado de solos, utilizou-se a classificação proposta por Streck et al

(2002), o qual descreve os diferentes tipos de solos distribuídos pelo território

do Estado do Rio Grande do Sul.

Além disso, uso-se a base cartográfica de solos da Bacia Hidrográfica do

Rio Ibicuí, disponível no banco de dados do LAGEOLAM. Os tipos de solos

encontrados na BHRJ, são: Argissolos, Latossolos, Neossolos e Planossolos.

Os métodos adotados para a elaboração do mapa geoambiental da

BHRJ, utilizou o banco de dados da litologia, geomorfologia, unidades de

relevo, uso e ocupação da Terra e de solos, para a interpolação dos dados

obtidos, definindo consequentemente, as Unidades Geoambientais.

Para análise geoambiental da BHRJ, as Unidades Geoambientais

devem ser compartimentadas de forma homogêneas, que possam caracterizar

os elementos físicos da paisagem, servindo de suporte para possíveis

ocupações.

Na elaboração do mapa geoambiental, a partir de interpolação das

informações, definiu-se os seguintes Sistemas Geoambientais: Sistema Alto

Jaguari (correlacionando a unidade de rebordo e unidade do planalto

meridional), Sistema Baixo Jaguari (caracterizado por arenitos das colinas e

morrotes) e Sistema Ibicuí (caracterizados pela áreas planas).

22

4. RESULTADO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

4.1 Análise da rede de drenagem

A Bacia Hidrográfica do Rio Jaguari, possui uma área aproximada de

5.149,73 km², tendo seus canais de drenagem distribuídos por 11 (onze)

municípios do Estado do Rio Grande do Sul: Jaguari, Jari, Jóia, Mata, Nova

Esperança do Sul, Santiago, São Francisco de Assis, São Miguel das Missões,

São Vicente do Sul, Toropi e Tupanciretã (Figura 1).

23

Figura 1 - Mapa de Localização da BHRJ. Fonte: O autor.

24

O Rio Jaguari é afluente à margem direita do Rio Ibicuí, sendo este um dos

principais tributários do Rio Uruguai, o qual é o limite natural entre os países do

Brasil e da Argentina. O canal principal do Rio Jaguari, possui uma extensão de

539 km, estando à direção de fluxo, no sentido Norte-Sul.

A bacia hidrográfica conta com 2.451 canais de drenagem, que juntos

contabilizam 6.647,42 km de extensão, resultando como valor no parâmetro

densidade de drenagem 1,29 km/km².

A bacia hidrográfica apresenta como ordem de hierarquia máxima,

conforme a classificação proposta por Strahler (1952), canal de 6ª ordem. A

Tabela 1, apresenta o número de canais e o comprimento total dos canais, por

ordem de hierarquia:

Ordem Nº de Canais Comprimento Total dos Canais (km)

1ª ordem 1.810 3.874,46

2ª ordem 453 1.083,45

3ª ordem 136 626,67

4ª ordem 49 436,07

5ª ordem 2 470,80

6ª ordem 1 155,97

Total 2.451 6.647,42

Tabela 1 - Variáveis morfométricas da rede de drenagem. Fonte: O autor.

4.2 Hipsometria

A análise da hipsometria, leva em consideração as diferentes altitudes

espacializadas na área de estudo, comparadas ao nível do mar. Para isso, é

necessário realizar a interpolação de dados altimétricos, para visualização das

regiões de baixa, média e de altas elevações.

A Bacia Hidrográfica do Rio Jaguari, apresenta uma amplitude

altimétrica de 468 metros, sendo a menor cota de 76 metros, localizada

próxima à foz do rio, e a maior cota é de 544 metros, localizada ao norte da

bacia hidrográfica.

As classes hipsométricas (Tabela 2) foram divididas no software ArcGis,

sendo definidas à partir de arredondamentos matemáticos:

25

Classes Área (km²) Porcentagem (%)

< 100m 430,98 8,36

100 – 200m 1020,43 19,81

200 – 300m 832,18 16,15

300 – 400m 2093,27 40,64

400 – 500m 745,30 14,47

> 500m 27,55 0,53

Tabela 2 - Resultados referentes à área e porcentagem de cada classe hipsométrica. Fonte: O autor.

Desse modo, percebe-se que há a predominância da classe 300 –

400m, ocupando 40,64% da área total da bacia hidrográfica. A classe que

representam altitudes maiores que 500 metros, são as que ocupam uma menor

área na bacia hidrográfica, estando esta situada no Planalto Meridional (Figura

2).

26

Figura 2 - Mapa hipsométrico BHRJ. Fonte: O autor.

27

4.3 Declividade

A declividade de encostas é um elemento muito estudado, já que é um

dos fatores que contribuem em diversos processos de vertente, como os

movimentos de massa, e processos erosivos, além de interferirem nos

processos de uso e ocupação dos solos. Além disso, auxilia no entendimento

dos processos ligados à matéria e energia.

A bacia hidrográfica apresenta como classes predominantes de

declividade, conforme a Tabela 3, declives entre 5 - 15% (2.535,92 km²),

caracterizando o terreno como Colinas Fortemente Onduladas, e declives entre

2 – 5%, caracterizando Colinas Suaves. Essas declividades (Figura 3) são

comumente encontradas próximas às drenagens e topos de morros e morrotes.

Tabela 3- Resultados referentes à área e porcentagem das classes de declividade.

Classes Área (km²) Porcentagem

(%)

< 2% 709,67 13,78

2 – 5% 1222,82 23,74

5 – 15% 2535,92 49,24

> 15% 681,32 13,23

Fonte: O autor.

28

Figura 3 - Mapa de declividade da BHRJ. Fonte: O autor

29

4.4 Curvatura de Vertentes

As vertentes são descritas como um elemento da superfície terrestre

inclinado em relação a horizontal, que apresenta uma gradiente e uma

orientação no espaço.

A feição Divergente - Convergente refere-se à curvatura no Plano,

enquanto que a feição Convexa - Côncava refere-se ao Perfil de curvatura. A

feição Divergente - Convergente está relacionada à direção ortogonal da

vertente, enquanto que a feição Convexa - Côncava refere-se à direção de

orientação, influenciando na velocidade escoamento.

As encostas Convergente – Côncava, apresentam-se com a maior área

1.677,13 km², representando 32,56% da área total, seguida das encostas

Convergente – Convexa, com área de 1.461,93 km², representando 28,38% da

área.

Na Tabela 4, podemos visualizar a distribuição das encostas em áreas

(km²), enquanto que na Figura 4, visualizamos sua representação na bacia

hidrográfica.

Fonte: O autor.

Classes Área (km²) Porcentagem (%)

Convergente - Côncava 1.677,13 32,56

Convergente - Convexa 1.461,93 28,38

Divergente - Convexa 1.452,43 28,20

Divergente - Côncava 558,23 10,84

30

Figura 4- Mapa do Plano e Perfil de Curvatura da BHRJ.Fonte: O autor.

31

4.5 Uso e ocupação da Bacia Hidrográfica do Rio Jaguari

Devido a grande extensão da bacia hidrográfica do Rio Jaguari,

podemos diferenciar os diferentes usos e formas da ocupação do solo,

levando-se as condições físicas do relevo.

A análise do uso e ocupação da área de estudo, percebe-se que a

presença de solo exposto é quase insignificante, compara as demais classes

destacadas no trabalho. A distribuição da vegetação dá-se em quase toda a

área da bacia hidrográfica.

O campo apresenta-se como maior área encontrada, cerca de 2.150,80

km², estando situados próximo aos canais de drenagem, e principalmente na

foz na bacia hidrográfica. Nesse ambiente, facilita a criação e o manejo de

gado.

A vegetação arbórea apresenta-se como a segunda maior área, cerca

de 1.116,13 km², estando esta junto aos canais de drenagem, e também em

regiões de transição do relevo, ou seja, entre o Planalto Meridional e a

Depressão Periférica.

A área urbana presente na área de estudo, com uma área aproximada

de 1.039,03 km², é encontrada em sua maior parte ao Noroeste da bacia

hidrográfica, sendo representando a área urbana do município de Santiago –

RS. Mais ao Sul, encontramos a área urbana do município de Nova Esperança

do Sul –RS, sendo estas as áreas as mais expressivas apresentadas no mapa

(Figura 5).

O uso do solo para à expansão das lavouras, encontramos na porção

Norte da bacia hidrográfica, sendo de forma expressiva a produção de grãos de

trigo, milho e principalmente de soja na região.

Os cursos d’água representam 1,92% da área total, sendo um

componente natural imprescindível para o desenvolvimento econômico para a

região. Além da utilização da água para o uso em atividades agropastoris,

utiliza-se a água para o abastecimento de água potável para a sociedade. Além

disso, as forças das águas do Rio Jaguari, geram energia na Hidrelétrica

Furnas do Segredo.

32

Figura 5- Mapa do Uso e Ocupação da BHRJ. Fonte: O autor.

33

4.6 Geomorfologia

Na análise geomorfológica da BHRJ, baseando-se no terceiro nível

proposto na compartimentação geomorfológica da bacia hidrográfica do Rio

Ibicuí, definiu-se as seguintes unidades: Modelado de patamares do planalto

das missões, Modelado de patamares residuais em arenitos, Modelado de

relevo ondulado em rocha friável, Modelado de áreas planas aluviais e

Modelado de rebordo do planalto (Figura 6).

A unidade Modelado de patamares do planalto das missões, localizada

ao norte da bacia hidrográfica do Rio Jaguari, pode ser caracterizada como

porções do relevo com altitudes situadas entre 400 e 500 metros. Esta unidade

traz como características principais o relevo levemente ondulado junto as

nascentes dos principais cursos d’água passando para um relevo mais

ondulado com associação de morros, morrotes e colinas. Os solos variam de

mal a bem desenvolvidos, de acordo com a posição do relevo e a porção do

derrame em decomposição.

A unidade Modelado de patamares residuais em arenitos, localizada ao

sudoeste da bacia hidrográfica, situa-se em porções do relevo com altitudes

entre 120 e 200 metros. Esta unidade é constituída por formas de relevo do tipo

colinas associadas a morrestes isolados de arenitos. Os solos, predominantes,

sobre as colinas são bem desenvolvidos e arenosos com pouca diferenciação

sobre os horizontes constituídos por Latossolos arenosos e, por vezes, devido

ao baixo teor de argila, podem ser classificados como Neossolos.

A unidade Modelado de relevo ondulado em rocha friável, situa-se em

porções do relevo com altitudes entre 40 a 60 metros, sendo definidas como

formas de colinas que ocorrem sobre sequencia de rochas sedimentares

friáveis de diferentes composições, com predomínios de arenitos finos. Os

solos são bem desenvolvidos, caracterizados como Argissolos vermelho-

amarelos. Concreções e nódulos de ferro são comuns formando lentes e

camadas no solo.

A unidade Modelado de áreas planas aluviais, situa-se em porções do

relevo com altitudes de 80 a 100 metros, sendo caracterizada por depósitos

sedimentares de canal, planície de inundação e terraços. A baixa declividade

34

desta unidade forma áreas planas sujeitas a inundações periódicas

favorecendo os processos de acumulação e deposição de sedimentos.

A unidade Modelado de rebordo do planalto está associada à transição

entre o Planalto das Missões e a Depressão do Ibicuí, estando situada nas

porções do relevo com altitudes que variam entre 180 a 400 metros. Sua

configuração acidentada testemunha a atual fase de evolução do Planalto da

Serra Geral, sendo o relevo é formado por escarpas abruptas associadas a

formas de morros e morrotes.

35

Figura 6 - Mapa Geomorfológico da BHRJ.Fonte: O autor

36

4.7 Litologia

As litologias obtidas na BHRJ (Figura 7), consiste na descrição dos tipos

de rochas presente na área de estudo. As litologias encontradas na BHRJ, são

definidas da seguinte forma: Vulcânica, Vulcânica de Rebordo, Arenito fluvial

micáceo – Sanga do Cabral, Arenito Fluvial com grânulos – Guará e Arenito

Eólico Botucatu.

O litótipo Vulcânica é encontrada no topo do planalto (ao Norte da

BHRJ), sendo rochas vulcânicas ácidas. Constituem a fácie Caxias

apresentando cores cinza claro, esverdeado e castanho. Sob observação

microscópica define-se textura micrográfica, glomeroporfirítica, constituída por

fenocristais de plagioclásio, piroxênio e minerais opacos envoltos em uma

matriz holocristalina (TRENTIN el al., 2015).

O litótipo Vulcânica – rebordo do planalto, são constituídos por basaltos

formadores da base dos derrames que forma a encosta do rebordo. Constituem

litótipos cinza escuros, maciços com arranjos intergranular. Forma segundo

CPRM (2006), a fácie Gramado, que corresponde a basaltos com baixo titânio.

O litótipo Arenito fluvial micáceo, pertencente à Formação Sanga do

Cabral, distribui-se ao sul da BHJ. Esta litologia caracteriza-se pela ocorrência

comum de micas, concreções carbonáticas e fósseis vegetais. O litótipo situa-

se ao Sul da BHJ, em contato com a litologia arenito fluvial com grânulos –

Guará.

O litótipo Arenito Fluvial com grânulos – Guará, caracteriza-se por sua

textura de areia com grânulos silicosos dispersos, estrutura, por vezes bem

definida, de estratos cruzados acanalados e planares. O alto conteúdo de

quartzo, a pouca ocorrência de ligantes gera uma rocha friável com material de

alteração muito susceptível a processos erosivos.

O litótipo localiza-se na BHRJ, entre as litologias arenito fluvial micáceo

e arenito eólico – Formação Botucatu.

O litótipo Arenito eólico – Formação Botucatu, caracteriza-se por

arenitos médios a finos, elevada esfericidade e aspecto fosco, róseos, exibindo

estratificação cruzada tangencial, de médio a grande porte, indicando um

ambiente eólico de deposição. Na BHRJ, situa-se no sentido Leste – Oeste,

próximo ao rebordo do planalto.

37

Figura 7- Mapa litológico da BHRJ.Fonte: O autor.

38

4.8 Solos

A BHRJ apresenta uma grande variação de tipos de solo em sua área,

influenciando os mesmos, nos tipos de vegetação, formas de ocupação, e

principalmente voltado à produção agrícola.

Na elaboração do mapa simplificado dos tipos de solos (Figura 8), foram

definidos os seguintes tipos: Argissolos, Latossolos, Neossolos e Planossolos.

O tipo Neossolo apresenta-se com a maior área na BHRJ (Tabela 5),

com 2.249,80 km² de extensão, representando 43,68 % da área total da área

de estudo. Os Neossolos caracterizam-se por solos rasos ou profundos, de

formações recentes e encontradas nas mais diversas condições de relevo,

refletindo assim, solos pouco desenvolvidos. Na BHRJ, o tipo Neossolos

encontra-se em regiões com declividades entre 5 – 15%, sendo visível a

predominância de campos para pastagens, influenciando na degradação do

solo.

O tipo Latossolo apresenta-se com uma área de 1.479,60 km² de

extensão, representando 28,73% da área total. Os Latossolos caracteriza-se

por serem solos bem desenvolvidos e profundos e altamente intemperizado. Na

BHRJ, os Latossolos localizam-se em maior parte da porção Norte, e uma

pequena parte da região Sudoeste da bacia hidrográfica. Solos bem

desenvolvidos acarretam na utilização para a implantação de lavouras, sendo

visível na BHRJ.

O tipo Argissolo apresenta-se com uma área de 1.162,80 km² de

extensão, representando 22,57 % da área total da BHRJ. Os Argissolos

caracteriza-se por solos profundos e bem drenados, mas com baixa fertilidade

natural. Na BHRJ, os Argissolos apresentam-se em declividades entre 2 – 5%,

ocorrendo em relevos suavemente ondulados, tendo os campos como

cobertura vegetal predominante.

O tipo Planossolo apresenta-se com uma área de 257,50 km² de

extensão, representando 5,0% da área total. Os Planossolos caracterizam-se

como solos mal drenados e textura arenosa. Na BHRJ, os Planossolos situam-

se ao Sul da bacia hidrográfica, próximo ao leito do rio, estando em

39

declividades menores que 2%. Os Planossolos são aptos para o cultivo do

arroz irrigado próximo às várzeas e para o cultivo de pastagens.

Tabela 5- Tipos de solos e sua distribuição na Bacia Hidrográfica do Rio

Jaguari.

Tipo de Solo Área (km²) Porcentagem (%)

Neossolo 2.249,80 43,68

Latossolo 1.479,60 28,73

Argissolo 1.162,80 22,57

Planossolo 257,50 5,0

Fonte: O autor.

A Figura 8 descreve a distribuição dos tipos de solos na BHRJ:

40

Figura 8- Mapa Simplificado de Solos da BHRJ.Fonte: O autor.

41

4.9 Análise Geoambiental

A análise geoambiental da BHRJ propicia o entendimento e

interpretação dos sistemas geoambientais a partir das características físicas

dos elementos naturais componentes da paisagem.

Após as análises da litologia, geomorfologia, unidades de relevo, uso e

ocupação da Terra e de solos, definiu-se os 3 (três) sistemas geoambientais da

BHRJ: Sistema Alto Jaguari, Sistema Baixo Jaguari e Sistema Ibicuí (Figura 9).

4.9.1 Sistema Alto Jaguari

O Sistema Alto Jaguari caracteriza-se por estar em porções de grandes

altitudes, na porção geomorfológica Planalto Serra Geral. Este sistema

geoambiental, distribui-se em declividades que vão de 5 – 15% (Unidade do

Planalto Meridional) e maiores que 15% (Unidade de Rebordo), influenciando

em diferentes usos e manejos do solo.

Apresentam solos desenvolvidos como os Latossolos e os Neossolos,

que facilitam a produção agrícola no Planalto Meridional e o desenvolvimento

de vegetação arbórea, em decorrência da fertilidade do solo, nas porções de

rebordo. Predominam-se colinas de altitudes na porção ao norte da BHRJ,

enquanto que na região de rebordo, há presença de associações de morros e

morrotes.

A Unidade do Planalto localiza-se ao norte da BHRJ, apresentando

declividades entre 5-15%, que facilitam produção em lavouras, e o

desenvolvimento de campos para a criação de gados. A execução dessas

atividades agropastoris está ligada aos tipos de solos, sendo caracterizado

pelos Latossolos e os Neossolos.

A Unidade de Rebordo localiza-se ao sul da Unidade do Planalto,

apresentando declives maiores que 15%, que caracteriza- se pela presença de

vegetação arbórea na região de rebordo. Dessa forma, o uso do solo para a

produção agrícola não se intensifica, devido ao tipo de solo presente na região,

sendo o solo pouco desenvolvido, sendo estas características dos Neossolos.

Em geral, as rochas vulcânicas predominam-se no Sistema Alto Jaguari,

caracterizadas por sua forma ácida, formadas por basaltos escuros, cinza e

42

claros. Nessas características, a rede de drenagem tende a aparece

rencaixada nos vales, influenciando no escoamento da água maior energia.

4.9.2 Sistema Baixo Jaguari

O Sistema Baixo Jaguari caracteriza-se por estar em porções de médias

altitudes, na porção geomorfológica da Depressão Periférica do RS. Este

sistema geoambiental, distribui-se em declividades entre 2 – 5% (Unidade

Arenitos Botucatu e Guará e Unidade Sanga do Cabral), e maiores que 15%

(Unidades Morrotes). Predominam-se colinas suavemente onduladas, com a

presença de Morrotes, que caracterizam os morros testemunhos.

O Sistema Baixo Jaguari apresenta a predominância de solos bem

drenados e profundos, mas que apresentam baixa fertilidade natural

(Argissolos), influenciando na produção agrícola e consequentemente refletindo

na predominância dos campos. Além dos Argissolos, os Latossolos também

estão inseridos nesse sistema geoambiental, mas em menor proporção de

área.

A Unidade Arenitos Botucatu e Guará, situada próximo ao rebordo,

caracterizam-se pelos processos e formas semelhantes. Devido às estruturas e

a textura dos grãos médios, esta unidade é susceptível aos processos

erosivos, de maneira acelerada. Com isso, os canais de drenagem transportam

mais sedimentos em seus leitos, acarretando em depósitos de sedimentos em

áreas mais planas do canal principal.

A Unidade Sanga do Cabral, caracteriza-se pela presença de arenitos

finos, com intrusões de micas. Esta unidade situa-se em declividades entre 2 –

5%, influenciando na velocidade de fluxo do canal principal. O tipo de solos

influencia do uso e ocupação do relevo, sendo que os Argissolos apresentando

baixo índice de fertilidade conforme Streck et al, 2002, resultam na grande

extensão de campos pela unidade geoambiental.

Vale ressaltar, que em menos proporção, há cultivo da plantação de

arroz, próximo ao leito do rio principal, aproveitando regiões de várzea do canal

de drenagem.

A Unidade Morrotes, situada em pequenas áreas ao sul da BHRJ,

caracteriza- se por declividades acima de 15%, descrevendo a presença de

Morrotes isolados. Esses Morrotes isolados caracterizam o recuo do Planalto.

43

Nesta unidade geoambiental, distribui-se vegetação arbórea, caracterizando as

mesmas condições físicas do rebordo do planalto, que também apresenta

vegetação arbórea em sua superfície.

4.9.3 Sistema Ibicuí

O Sistema Ibicuí caracteriza-se por estar em porções de baixas

altitudes, na porção geomorfológica da Depressão Central do RS. Este sistema

geoambiental distribui-se em declividades menores que 2%, caracterizando a

Unidade Áreas Planas.

O Sistema Ibicuí a predominância de solos profundos e bem drenados

(Argissolos), e solos mal drenados encontrado em área de várzea, com relevo

plano e suave (Planossolos). O relevo nessas condições, apresenta fatores

favoráveis a cultura de plantação de arroz, nas áreas de várzea do Rio Jaguari.

As rochas sedimentares encontradas nesse sistema, estão associadas à áreas

de depósito de sedimentos próximo a foz do Rio Jaguari.

44

Figura 9- Mapa Geoambiental da BHRJ. Fonte: O autor.

5. CONCLUSÃO

A realização do estágio foi importante por possibilitar, aplicar na prática,

muito dos conceitos estudados em sala de aula durante o curso Técnico em

Geoprocessamento, assim solidificando o conhecimento adquirido.

Na realização das atividades de estágio, o aluno intensifica os estudos

relacionados a temática que está trabalhando, refletindo assim, em um melhor

preparo para o mercado de trabalho.

O Geoprocessamento surge neste momento, em que o aumento da

exploração dos recursos naturais está intenso, trazendo ferramentas que

possam minimizar esses impactos negativos, através de dados

georreferenciados.

Ao definir os sistemas geoambientais, podem-se entender os processos

naturais a partir das correlações entre geomorfologia, litologia, tipos de solos,

uso e ocupação da terra e a hidrografia, sendo essas temáticas abordadas e

discutidas no decorrer do trabalho.

Portanto, a Análise Geoambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Jaguari

cumpriu o objetivo de caracterizar os elementos físicos do relevo, para

entender os processos naturais existentes na bacia hidrográfica, e caracterizá-

los de forma clara e objetiva.

6 REFERÊNCIAS

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