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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR Centro de Ciências Tecnológicas CCT Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária Renata Pereira Menezes Uso de jaqueta para a recuperação de ambientes marinhos após o descomissionamento das plataformas offshore FORTALEZA CE 2015

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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR

Centro de Ciências Tecnológicas – CCT Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária

Renata Pereira Menezes

Uso de jaqueta para a recuperação de ambientes marinhos após o descomissionamento das

plataformas offshore

FORTALEZA – CE 2015

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Renata Pereira Menezes

Uso de jaqueta para a recuperação de ambientes marinhos após o descomissionamento das

plataformas offshore

Trabalho de Conclusão do Curso apresentado à Universidade de Fortaleza – UNIFOR, para obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Ambiental e Sanitária. Orientadora: Professora MSc. Denise Fernandes

FORTALEZA - CE

2015

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A Deus. A Nossa Senhora. A memória de Francisco Monteiro da Silva Júnior. A minha família por estar sempre me apoiando em tudo que faço, em especial, aos meus avós por serem exemplo para nossa família. Aos amigos pela paciência e por me ajudarem no desenvolvimento do meu trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por abençoar e iluminar minha trajetória acadêmica e colocar

sempre pessoas boas na minha vida.

Agradeço o PRH-53 – ANP pelo incentivo, apoio e infraestrutura para o

desenvolvimento e conclusão deste projeto. Em especial, ao Profº Antônio Roberto

Menescal de Macedo e aos meus companheiros de trabalho por todo o esforço e

dedicação para manter e melhorar o PRH-53.

A Profª Denise Fernandes, orientadora, professora, amiga, muito obrigada pela

dedicação e ajuda durante toda minha vida acadêmica. Muito obrigada por guiar meus

passos dentro da universidade durante tantos anos, sempre acreditando no meu

potencial e trabalho.

A todos os professores do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da

Universidade de Fortaleza por serem tão atenciosos com seus alunos. À Universidade

de Fortaleza pelo apoio a graduação e ao desenvolvimento deste trabalho

A minha família por ser exemplo de perseverança, união, responsabilidade e por

estarem ao meu lado durante toda a minha jornada. Aos meus tios, avós e primos pelo

companheirismo em todos os momentos.

Aos meus pais por serem tão pacientes, pelos puxões de orelha, conselhos e por

serem tão carinhosos. Ao meu irmão por toda a parceria de vida que temos. A vocês eu

guardei todo o amor do mundo.

Ao meu Tio Francisco Monteiro da Silva Junior que mesmo não estando presente

fisicamente sempre foi um exemplo de garra. Por ter me proporcionado realizar este

sonho.

Aos meus amigos que estão sempre presentes na minha vida, pela paciência

nos dias mais difíceis. Em especial, a Flavia e Larissa, por terem me auxiliado no

desenvolvimento deste trabalho. Enfim, pela irmandade vivida durante todos estes

anos.

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Aos amigos conquistados na universidade, obrigada por estarem do meu lado

sempre que precisei, contribuindo para que essa trajetória acadêmica tenha sido tão

engrandecedora.

Muito obrigada a todos vocês!

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“O primeiro passo em direção ao sucesso é dado quando você se recusa a ser prisioneiro do ambiente no qual você inicialmente se encontra.” (Mark Caine).

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RESUMO

Durante anos o oceano foi explorado pela indústria petrolífera e aos poucos as reservas petrolíferas estão se esgotando. Quando elas não produzirem mais o que deve ser feito com as estruturas instaladas pelo homem? Como recuperar estes ambientes? Perguntas que serão apresentadas e discutidas durante a leitura deste trabalho, que é um estudo pioneiro no Estado do Ceará. Estruturas que durante anos ficaram submersas e tornaram-se parte do ecossistema são retiradas do ambiente marinho e levadas a galpões para posterior descarte, este trabalho propõem a utilização dessas estruturas para auxiliar o ambiente marinho na sua recuperação. A plataforma Xaréu PXA-3, localizada no município de Paracuru – CE está prestes a ser desativada e o trabalho aqui apresentado simulou o seu tombamento e a posterior criação de um recife artificial naquela região com o intuito de trazer benefícios ao ambiente marinho e aos pescadores da região, tomando como base experiências realizadas em outros estados, com as mesmas características de clima, ventos e correntes, já que o clima tropical da região favorece a formação desses recifes artificiais, pois as espécies se proliferam mais rapidamente. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, onde foi criado um arquivo multimídia, ilustrando o descomissionamento, a formação do recife artificial e a recuperação do ambiente marinho, buscando mostrar que o tombamento das jaquetas, forma um recife artificial e proporcionará refúgios para as espécies, e ainda podem vir a se tornar um local de pesquisas científicas, pesca familiar, mergulho e outras atividades. O clima tropical da região proporciona a proliferação mais rapidamente da ictiofauna e das outras espécies que ainda irão se aproximar dos recifes. Fazendo com que o repovoamento ocorra de forma natural a partir da criação do recife artificial. Visto que as jaquetas estarão cobertas por espécies marinhas mesmo antes de serem tombadas, a neutralização dessas jaquetas será realizada por esta cobertura, minimizando o risco de contaminação marinha devido à corrosão do aço. Conforme os dados levantados sobre dimensões da jaqueta, não haverá riscos de choques com os navios que passam pelo litoral cearense. Na busca de recuperar o ambiente degradado, o trabalho aqui exposto traz uma forma de realizar esse descomissionamento mais sustentável.

Palavras – chave: Recifes Artificiais. Plataforma Petrolífera. Descomissionamento.

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ABSTRACT

For years, the Ocean has been explored by the oil industry and gradually the oil reserves are running out. When they run out what should be done with the structures installed by man? How to recover these environments? Questions like these can be clarified during the reading of this work, which is a pioneering study in the State of Ceará. Structures that for years were submerged and became part of the ecosystem are removed from the marine environment and taken to warehouses for later disposal, the current work proposes the use of these structures to assist the marine environment in its recovery. The platform Xaréu PXA-3, located in the city of Paracuru-CE, is about to be turned off and the work presented here propose simulate your tipping and the subsequent creation of an artificial reef in the region in order to bring benefits to the marine environment and the region's fishermen, based on experiments conducted in other States, with the same characteristics of climate, winds and currents, since the tropical climate of the region favors the formation of this artificial reefs because the species proliferate faster. It is a bibliographical research, where a multimedia file, illustrating the decommissioning, the formation of the artificial reef and the recovery of the marine environment, seeking to show that the tipping of the jackets, form an artificial reef and provide refuges for species, and still can become a place of scientific research, family fishing, diving and other activities. The tropical climate of the region provides the faster proliferation of fish fauna and other species that will still get close to the reef. Making the repopulation occur naturally from the creation of the artificial reef. Since the jackets will be covered by marine species even before being toppled, the neutralization of these jackets will be held by this cover, minimizing the risk of marine pollution due to corrosion of steel. According to the data collected about jacket dimensions there won't be risks of shocks with ships that pass through the coast of Ceara. In the quest to recover the degraded environment, the work here exposed brings a way to perform this more sustainable decommissioning. Keywords: decommissioning. Oil Rig. Artificial Reefs.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Mapa de localização do Campo Xaréu 18

Figura 2: Produção anual de petróleo no Ceará 19

Figura 3: Tipos de plataforma 20

Figura 4: Estrutura das jaquetas 21

Figura 5: Desenho esquemático da instalação da Plataforma Jaqueta 22

Figura 6: Principais elementos que compõem uma jaqueta 23

Figura 7: Fotografia de um nó (junta tubular) de uma jaqueta de aço 24

Figura 8: Tombamento no local 26

Figura 9: Mapa das experiências brasileiras com recifes artificiais 29

Figura 10: Estrutura construída com pneus 30

Figura 11 a e b: Estruturas de concreto 31

Figura 12 a e b: Estruturas reaproveitada 31

Figura 13: Localização e limites da Bacia do Ceará 34

Figura 14: Zona Costeira do Brasil

Figura 15: Praia de Paracuru

37

40

Figura 16: Medição de Potencial Eletroquímico em plataforma 42

Figura 17: Plataforma tombada no Golfo do México 45

Figura 18: Jaquetas da plataforma abandonada 46

Figura 19: Mapa dos Rigs to Reefs 48

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Calendário de chuvas anuais no Litoral do Pecém 36

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABEGÁS – Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado

ANP – Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

BDEP – Banco de Dados e Exploração e Produção

BSEE – Bureau of Safety and Environmental Enforcement

COPPE – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia

CPA – Climate and Pollution Agency

EUA – Estados Unidos da América

FEPERJ – Federação de Pescadores do Estado do Rio de Janeiro

FPSO – Floating, Production, Storage and Offloading System

FUNCEME – Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos

GERCO/CE – Gerenciamento Costeiro do Ceará

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IEAPM – Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira

IMO – International Maritime Organization

LABOMAR – Laboratório de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará

MMA – Ministério do Meio Ambiente

MPA – Ministério da Pesca e Aquicultura

SEMACE – Superintendência Estadual do Meio Ambiente

SEP – Secretaria de Portos

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Sumário

Capítulo I....................................................................................................................... 14

1 Introdução.................................................................................................................. 14

1.1 Justificativa .......................................................................................................... 15

1.2 Objetivos .............................................................................................................. 16

1.2.1Objetivo Geral .................................................................................................. 16

1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 17

1.2.3 Localização da área de Estudo ..................................................................... 17

Capítulo II...................................................................................................................... 19

2 Estudo da Arte........................................................................................................... 19

2.1 Plataformas Offshore .......................................................................................... 19

2.1.1 Plataforma Fixa .............................................................................................. 21

2.1.2 Materiais que Compõem as Plataformas ..................................................... 22

2.1.3 Descomissionamento das Plataformas Offshores ..................................... 24

2.2 Recifes Artificiais ................................................................................................ 27

2.2.1 Tipos de Recifes Artificiais ............................................................................ 30

2.2.2 Recifes Artificiais em Estruturas Offshore .................................................. 32

2.3 Região de Estudo ................................................................................................ 33

2.3.1 Ecossistemas da Região de Estudo ............................................................. 34

2.3.2 Marés, Direção de Correntes, Ondas e Ventos da Região de Estudo ........ 35

2.4 Zona Costeira do Brasil ...................................................................................... 36

2.4.1 Zona Costeira do Ceará ................................................................................. 39

2.5 Mitigação de Impactos Ambientais Causados por Descomissionamento e

Posterior Formação de Recifes Artificiais ................................................................. 40

Capítulo III..................................................................................................................... 44

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3. Metodologia.............................................................................................................. 44

3.1 Desenvolvimento de multimídia para mostrar a construção do Recife

Artificial......................................................................................................................... 44

Capítulo IV..................................................................................................................... 45

4. Resultados e Discussões........................................................................................ 45

Capítulo V...................................................................................................................... 50

Conclusão..................................................................................................................... 50

Capítulo VI..................................................................................................................... 51

Referências Bibliográficas.......................................................................................... 51

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MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o

descomissionamento das plataformas offshore.

Capitulo I

1 Introdução

Não se sabe ao certo quanto tempo ainda os campos petrolíferos terão de vida

útil, o que se sabe é que quando este campo deixa de ser rentável é necessário realizar

um processo de descomissionamento.

O descomissionamento de plataformas refere-se a sua desativação quando não

existe mais, gás e/ou óleo, em quantidade para continuar o processo de retirada.

Corresponde a etapa mais crítica do processo, pois não há mais interesse econômico e

ocorre um grande passivo ambiental (MACHADO; TEXEIRA; VILANI, 2013).

Este trabalho propõe minimizar este passivo com a construção de um recife

artificial utilizando partes de uma plataforma e materiais que seriam descartados

também durante a obra. Visto que durante o período de exploração as estruturas

submersas viram habitats de espécies de peixes, algas, corais, moluscos, ou seja,

torna-se parte daquele ecossistema submarinho.

Nesse sentido, pretende-se realizar o descomissionamento da plataforma

offshore Xaréu 3, onde a partir de outras experiências bem sucedidas, mostra um

descomissionamento mais sustentável, gerando ganhos ao ambiente marinho, com a

volta da fauna e flora, ao seu local de origem. Além disso, traga para o município de

Paracuru, onde se localiza a plataforma objeto dessa pesquisa, um aumento na

quantidades de pescados para que as famílias que dependem da pesca possam viver

melhor.

Pretende-se abordar somente a composição das estruturas submersas, pois são

estas que serão propostas para o uso na construção do recife artificial e por ser descrito

como a maneira mais eficaz de finalizar as operações de produção de um campo

petrolífero, quando da retirada de todo o material. Esse tipo de proposta a partir de

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MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o

descomissionamento das plataformas offshore.

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plataforma offshores já é desenvolvida por alguns países, como Japão e Estados

Unidos, e trouxe benefícios sociais, econômicas e ambientais para essas regiões.

Para fins de maior organização, este trabalho está dividido em 6 (seis) capítulos,

discriminados abaixo:

Capítulo 1- tratamos da Introdução, mostrando o que será realizado no trabalho,

com a justificativa, seus objetivos e localização da área de estudo.

Capitulo 2- realizamos o Estudo da Arte, mostrando o que existe no Brasil e no

mundo em relação ao descomissionamento de Plataformas e o uso de jaquetas

ou outros materiais para a construção de recife artificial; abordamos conceitos

pertinentes a compreensão do estudo e a Mitigação dos Impactos Ambientais,

gerais que podem ocorrer após a derrubada da jaqueta.

Capitulo 3 - aborda a Metodologia utilizada no trabalho.

Capítulo 4 - aponta os Resultados e Discussões, baseia-se em áreas que

apresentam as mesmas características climáticas e que obtiveram sucesso no

uso de jaquetas para recuperação da fauna local.

Capítulo 5 – apresenta a Conclusão do trabalho

Capítulo 6 - dispõe sobre as Referências bibliográficas usada na pesquisa.

1.1Justificativa

Quando determinado campo petrolífero deixa de ser rentável, pode-se recuperar

o ambiente degradado. Assim, o presente trabalho traz uma proposta de recuperação

do ambiente marinho localizado em Paracuru. Isto é, a utilização do recife artificial para

recuperar o ambiente, com o uso de parte da estrutura da antiga plataforma.

Este tipo de projeto já foi desenvolvido na Bacia de Campos, Rio de Janeiro, e

teve como consequência o retorno de espécies desaparecidas no local abrindo

oportunidades para as comunidades pesqueiras artesanais. Propõe-se, então, o

tombamento da plataforma para a criação de um recife artificial com a estrutura imersa,

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MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o

descomissionamento das plataformas offshore.

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buscando minimizar os possíveis impactos gerados durante a retirada total da

plataforma. Para que haja uma remoção parcial da plataforma a IMO (International

Maritime Organization, 1989) exige um espaço mínimo de 55 metros para instalações

acima de 75 metros de coluna d’água e a PXA-3 apresenta-se a apenas 29 metros de

coluna d’água. Por esse motivo não é permitida a retirada parcial da plataforma, é

indicado que seja feita a remoção total das estruturas. Porém, depois de todo o tempo

de permanência da plataforma no oceano, a parte submersa torna-se parte daquele

ecossistema.

Segundo a COPPE, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa

de Engenharia (2012), no Brasil já existem recifes artificiais que foram feitos a partir de

estruturas e materiais das plataformas offshore.

Nesse contexto, buscando a redução do impacto que seria a retirada de toda a

estrutura para esse ecossistema, justifica-se o presente trabalho, pois o tombamento da

estrutura submersa dará origem a um recife artificial, servindo de atrativo a muitas

espécies marinhas nativas do local.

.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar a possibilidade da utilização de jaquetas de Plataformas Petrolíferas no

Estado do Ceará, para a formação de recife artificial.

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MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o

descomissionamento das plataformas offshore.

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1.2.2 Objetivos Específicos

Avaliar se as condições ambientais são adequadas à utilização de jaquetas para

a formação de recifes artificiais no Estado do Ceará; e

Desenvolver um arquivo de multimídia, visando à demonstração da utilização da

jaqueta, da Plataforma offshore, após seu descomissionamento, para a formação de

recife artificial.

1.3 Localização da área de Estudo

Localizado no setor oriental da Bacia do Ceará, está o Campo de Xaréu (Figura

1), descoberto em 05 de fevereiro de 1977, ele possui 3 (três) plataformas a PXA-1,

PXA-2 e PXA-3. Nossa pesquisa desenvolveu-se na PXA-3 que apresenta 9 (nove)

poços, todos produtores, descoberto a partir da perfuração do poço 1-CES-0008-CE

(ANP, 2013).

A PXA-3 situa-se na Plataforma Continental do Estado do Ceará, na sub-bacia

de Mundaú, distante 42 km a Norte da cidade de Paracuru e a 95 km a Noroeste de

Fortaleza, em uma lâmina d'água aproximada de 32 m. Situa-se a sudoeste do campo

de Atum e a oeste dos campos de Curimã e Espada (ANP, 2013).

Tal plataforma é fixa na estrutura convencional de jaqueta com estacas cravadas

e convés com pisos de operação, lançados com a utilização de balsa guindaste

(op.cit.).

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MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o

descomissionamento das plataformas offshore.

18

Figura 1: Mapa de localização do Campo Xaréu.

Fone: ANP, 2013

A grande extensão territorial e marítima do Brasil favorece a diversidade de

espécies encontradas ao longo de sua extensão, e suas características singulares

fazem com que algumas espécies da fauna e flora sejam endêmicas, somente

encontradas no litoral brasileiro.

O estudo para o desenvolvimento do recife artificial deve levar em conta as

espécies encontradas na região onde será proposta tal instalação, visto que ele deve

fazer parte do ecossistema e ser capaz de interagir de forma mais próxima ao natural

com o ambiente marinho e seus habitantes.

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MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o

descomissionamento das plataformas offshore.

Capítulo II

2. Estudo da Arte

Segundo o Banco de Dados e Exploração e Produção (BDEP), no ano de 2014,

durante os meses de março a dezembro, o estado do Ceará foi responsável somente

por 0,3 % da produção de petróleo e 0,1% da produção de gás natural do país.

Figura 2: Produção anual de petróleo no Ceará

Fonte: BDEP, 2014 modificada.

Já durante o período de 2000 a 2014 a produção petrolífera teve notável queda

na sua produção (Figura 2).

2.1 Plataformas Offshore

No Brasil existem, aproximadamente, 168 blocos offshore em fase de

exploração, no nordeste estão 6 (seis) bacias (Brasil, 2014). E mais especificamente no

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MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o

descomissionamento das plataformas offshore.

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Ceará existe a Bacia do Ceará que é composta por 4 (quatro) campos de exploração: o

Xaréu, Curimã, Espada e Atum, descobertos nos anos 1977, 1978, 1978 e 1979,

respectivamente, e que extraem óleo de excelente qualidade, mas que desde 1986

começou o declínio de suas atividades exploratórias (HAESER, 2013).

Plataformas offshore são estruturas alocadas na plataforma continental para

auxiliar na produção petrolífera no mar. Essas estruturas podem ser fixas ou flutuantes,

de perfuração ou produção e completação seca ou molhada (Amorim, 2010). Podem

ser de diferentes tipos, a plataforma escolhida para a exploração deverá ser adequada

à profundidade do campo e também à distância do campo em relação ao continente. Na

figura 3, são mostrados alguns tipos de plataformas offshore existentes.

Figura 3: Tipos de plataformas

Fonte: MEDEIROS, 2009 (modificada).

De acordo com a Petrobras (2013), no Brasil são utilizadas as plataformas dos

tipos: Fixas, FPSO (Floating, Production, Storage and Offloading Systems), Navios-

Sonda, Semi-Submersíveis e Autoeleváveis.

O fator mais relevante para escolha da plataforma é a profundidade dos campos

a serem explorados, poços rasos utilizam plataformas fixas, pois sua composição e

estrutura são bastante eficazes para desenvolver o trabalho na região, enquanto que

poços mais profundos necessitam de estruturas que possibilitem a perfuração e

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MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o

descomissionamento das plataformas offshore.

21

extração do óleo, de forma mais dinâmica, já que para essas profundidades seria

inviável a construção de jaquetas para sustentar a estrutura.

A escolha sobre qual o melhor tipo de plataforma, para cada região a ser

utilizada, e definida de acordo com o tipo de exploração, trata-se do Estudo de

Viabilidade Técnica, que utiliza como parâmetro a lâmina d’água; a distância do mesmo

a costa, o escoamento do óleo e a viabilidade econômica do processo.

2.1.1 Plataforma Fixa

Plataforma fixa são unidades de perfuração e produção fixadas nos solos

marinhos por estacas ou gravidade. Caracterizadas por sua utilização em lâminas

d’água pequena, em torno de 300 metros (PETROBRAS, 2013).

A jaqueta tem como principal característica uma estrutura de revestimento

formada por tubos de aço. E é composta por uma estrutura treliçada e fixada no fundo

do mar por estacas (figura 4), normalmente, possui de 4 a 8 pés fixos a fim de

estabilizá-la contra a força das ondas (AMORIM, 2010).

Figura 4: Estrutura das jaquetas

Fonte: TEKLA, [sd].

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MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o

descomissionamento das plataformas offshore.

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Estes tipos de plataformas foram às pioneiras na exploração petrolífera offshore.

Ela é bastante utilizada em perfuração de poços já conhecidos e estão menos sujeitas

as condições físicas adversas do mar, por serem fixas (Mariano, 2007). Isso quer dizer

que as plataformas fixas sofrem menos influências em suas estruturas; por conta das

condições oceânicas.

A instalação das jaquetas inicia-se com seu transporte feito por barcaças, até o

local do poço, e posterior lançamento dessa estrutura treliçada ao mar, ela flutua e é

verticalizada com o auxílio de guindastes flutuantes, a última etapa do processo é o

assentamento no leito marinho por estacas cravadas ao solo, o passo a passo desse

procedimento pode ser visto na Figura 5.

Figura 5: Desenho esquemático da instalação da Plataforma Jaqueta

Fonte: AMORIM, 2010.

2.1.2 Materiais que Compõem as Plataformas

As plataformas offshore são estruturas que apresentam em sua composição

muitos materiais diferentes. Nesse trabalho aborda-se, somente, a composição das

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MENEZES, Renata P. O uso de jaquetas para a recuperação de ambientes marinhos após o

descomissionamento das plataformas offshore.

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estruturas submersas, pois é a partir delas a proposta para a construção do recife

artificial.

Cada plataforma é diferente, pois suas características dependem da lâmina

d’água, do local aonde será instalada; o objetivo a que é destinada; as propriedades

físico-químicas dos hidrocarbonetos presentes no reservatório; à profundidade do

reservatório, e também de análises dos parâmetros meteorológicos e oceanográficos da

região, dentre outros (ORSINI, 2013).

As estruturas submersas são chamadas de jaquetas, estas são compostas de

tubos de aço unidos por juntas tubulares. Os principais elementos estruturais que

formam uma jaqueta de aço são: pernas, luvas para ligação (perna/estaca), perna e

diagonal (brace) (Figura 6).

Figura 6: Principais elementos que compõem uma jaqueta

Fonte: modificado de CHAKRABARTI, 2005.

As pernas das jaquetas são suas colunas principais, correspondem aos

elementos mais necessários para a manutenção da integridade da plataforma.

As pernas são conectadas entre si por meio dos braces, responsáveis pela

integração de todo o conjunto.

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Os braces dão à jaqueta a característica de ser treliçada, a ligação dos

elementos do brace com as pernas de uma jaqueta se dá nos nós dessas

estruturas comumente chamada de juntas tubulares (Figura 7).

Figura 7: Fotografia de um nó (junta tubular) de uma jaqueta de aço.

Fonte: Delfilippo, 2007 e Almeida, 2008.

2.1.3 Descomissionamento das Plataformas Offshore

Segundo Ruivo (2001), o descomissionamento refere-se ao processo que ocorre

no fim da vida útil das instalações de exploração e produção de petróleo e gás. Diz

respeito ao desmonte e, na maior parte das vezes, a retirada dos equipamentos. Pode

ser descrito como a maneira mais eficaz de finalizar as operações de produção de um

campo petrolífero.

Ainda, segundo BSEE (2013), descomissionamento refere-se ao processo de

encerramento nas operações offshore de petróleo e gás, das plataformas, e retorno das

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condições ambientais do oceano para as condições anteriores a instalação daquela

estrutura.

Para o descomissionamento de uma plataforma fixa existem diferentes

metodologias a serem abordadas. As principais metodologias são: remoção completa,

remoção parcial, tombamento no local, reutilização e deixar no local para utilizações

alternativas (RUIVO, 2001):

A remoção total corresponde na retirada de toda a estrutura submersa e exposta da plataforma. A remoção parcial refere-se à retirada da parte superficial da plataforma e do corte a uma determinada profundidade da parte submersa. O tombamento é a derrubada da estrutura no fundo do mar, com o auxilio de rebocadores. A reutilização pode ser feita para diferentes alternativas como base de lançamentos de foguetes, centros de pesquisas, recifes artificiais, locais de ecoturismo, entre outras.

Todas as opções citadas possuem um grau de impacto sobre o ambiente

marinho, maior ou menor, dependendo do local onde a plataforma esteja instalada.

Sobre esta variação dos impactos causados, Osmundsen e Tveteras (2003), acreditam

que o descomissionamento pode ter as seguintes alternativas: deixar a estrutura no

local, remoção parcial com as alternativas e a remoção total com alternativas:

A colocação ou derrubada no local, Levar a estrutura à terra a fim de reciclá-la ou descartá-la como lixo, A eliminação da estrutura em fossas abissais, o uso para a formação

de recifes artificiais, O reuso ou outros usos.

Dentre as várias metodologias adotadas para realizar a desativação das

plataformas fixas, o trabalho irá abordar o tombamento que é uma forma de finalizar as

atividades petrolíferas sem que toda a estrutura da plataforma seja removida.

Nessa metodologia é retirada a parte superficial da plataforma e a parte

submersa é tombada com o auxilio de explosivos e de um rebocador que irá auxiliar o

tombamento da estrutura (Figura 8).

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Figura 8: Tombamento no local.

Fonte: SILVA, 2008 (modificada).

Segundo Amorim (2010), tal processo de descomissionamento tem como

benefícios o baixo custo, quando comparado às outras opções como: remoção

completa e parcial, além da estrutura disposta no fundo marinho, atuar como um habitat

para a vida marinha e ser uma opção vantajosa para a pesca comercial.

Durante toda a vida útil da plataforma devem ser tomados cuidados com os

impactos das atividades desenvolvidas no meio ambiente, pois a melhor forma de

minimizar os impactos na fase de descomissionamento da plataforma é garantir que os

parâmetros de qualidade ambiental foram cumpridos durante toda a vida útil do projeto.

Caso contrário, permanecerá a ideia de que ocorrerão danos ao meio ambiente,

somente a partir do encerramento da produção (LUCZYNSKI, 2002).

Parte do passivo ambiental deixado pelo descomissionamento pode vir a

prejudicar a economia das regiões próximas, famílias que tem sua renda baseada na

pesca e podem sofrer com ausência dos peixes e/ou com a contaminação da água, que

pode ser decorrente do processo de descomissionamento.

Segundo ABEGÁS - Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás

Canalizado (2013), os campos petrolíferos da Bacia do Ceará estão todos maduros

com uma baixa produtividade com uma produção ociosa de 20 mil barris por dia. Além

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disso, a Petrobrás não apresentou até o momento nenhum plano de revitalização das

áreas.

A idade de um campo de petróleo é mensurada conforme a quantidade de

petróleo explorada por ele. São usadas nomenclaturas para identificar essa idade:

Um poço juvenil é um poço com alta produção;

Um poço senil é um poço que necessita da injeção de água ou gases para que o

petróleo seja retirado; e

Um poço maduro é o poço que já não está próximo de esgotar sua exploração.

A pesca extrativa marinha corresponde à atividade de pesca que serve para

subsidiar a alimentação das famílias de pescadores e para atividades de pesca com

fins lucrativos. Logo, além de minimizar o impacto no ambiente marinho o trabalho

pretende também, com a construção dos recifes artificiais, aumentar a produção do

pescado na região a fim de melhorar a renda das colônias de pescadores da região do

Paracuru.

2.2 Recifes Artificiais

Recife artificial é uma estrutura construída ou composta de materiais de origem

natural ou antropogênica, inerte e não poluente disposta intencionalmente em meio

subaquático em contato direto com o substrato, capaz de alterar significativamente, de

forma planejada, o relevo dos fundos naturais ou influenciar processos físicos,

biológicos, geoquímicos e socioeconômicos, de acordo com interesses nacionais,

regionais e locais (BRASIL, 2009).

De grande importância por serem os sistemas marinhos de maior complexidade,

os recifes de corais são também importantes para os homens em diversos aspectos.

Eles protegem as áreas costeiras da ação do mar, sua grande diversidade quanto aos

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organismos existentes forma uma teia alimentar de grande complexidade que culmina

em predadores como peixes que por sua vez são alimentos de seres humanos. Dessa

forma os recifes funcionam como criadores de peixes, favorecendo a reposição de

populações de áreas bastante exploradas (PENNINGS, 1997).

Com os recifes artificiais não poderia ser diferentes, a criação deste trará para o

município de Paracuru, um aumento nas quantidades de pescados. Tal modalidade

pode ser construída a partir de diversos materiais como concreto, navios naufragados,

rochas e bambus, bem como o proposto com a parte submersa de uma plataforma de

petróleo. A forma como as estruturas serão colocadas, a composição delas, sua

resistência às condições marinhas e outras especificidades irão influenciar na eficácia

deste recife.

Acredita-se que o material utilizado na construção das jaquetas da plataforma

PXA-3, por já estar no ambiente, há quase 40 anos transformou-se em habitat para

muitas espécies. O tombamento dessa estrutura vai contribuir para que estas espécies

ainda vivam naquela região, ao contrário do que ocorre quando é utilizada a retirada

total das estruturas da plataforma.

A utilização das estruturas submersas para a construção de um recife já foi

realizada pela COPPE, em 2003, no Rio das Ostras quando se criou um dos maiores

recifes artificiais do Hemisfério Sul em parceria com a Gerência de Segurança, Meio

Ambiente e Saúde da Unidade de Negócios Bacia de Campos da Petrobras, o Instituto

de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) e a Federação de Pescadores do

Estado do Rio de Janeiro (FEPERJ).

Os recifes artificiais já implantados no Brasil (Figura 9) mostram que suas

construções trouxeram benefícios ecológicos e sociais como o aumento e a

conservação da biodiversidade marinha, o aumento da biomassa pesqueira, a utilização

destes locais para a pesca esportiva, o aumento e/ou surgimento do turismo ecológico e

também a utilização dessas regiões para fins de pesquisa científica.

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Figura 9: Mapa das experiências brasileiras com recifes artificiais

Fonte: BASTOS, 2005.

Outros países do mundo como Japão, EUA e França a criação de recifes como

alternativa para o descomissionamento das plataformas offshore trouxe resultados

positivos para as regiões onde foram aplicadas. No Japão, três anos após a instalação

dos recifes, a produção dos pescados nas regiões de Kyusho e Fukuoka, passou de

2950 para 5427 toneladas, de peixes (PLANETA COPPE, 2003).

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2.2.1 Tipos de Recifes Artificiais

A construção de estruturas para atrair espécies marinhas já é praticada no Brasil

há muito tempo e com emprego de diversos artifícios. Difundida entre algumas tribos

litorâneas e ribeirinhas, popularmente conhecidas como “marambaias” ou “pesqueiros”,

referente a ramadas de galhos de mangue e pedras que eram atiradas ao mar a fim de

atrair peixes (SCOTT; COELHO; MATHIAS, 2002).

Os recifes artificiais podem ser construídos a partir de diversos materiais como

pneus, concreto, estruturas de aço e outras. Existem muitas propostas de como devem

ser construídos os recifes. Porem a escolha desse material deve levar em consideração

os impactos que o mesmo irá causar no ambiente marinho. Abaixo estão alguns

materiais utilizados nesta construção em varias partes do mundo (Figuras 10, 11 a e b e

12 a e b).

Figura 10: Estruturas construídas com pneus

Fonte: Ambiente Brasil [sd]

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Figura 11 a e b: Estruturas de concreto

Fonte: Pontal do Paraná, 2014.

Figura 12 a e b: Estruturas reaproveitadas

Fonte: Pontal do Paraná, 2014

A construção dos recifes artificiais não é uma tarefa muito complicada, pois a

parte mais complexa se dá de forma natural. Qualquer estrutura colocada no fundo do

mar vira um recife artificial em poucos anos, inicialmente com a incrustação de

microalgas e bactérias nas estruturas e depois por peixes em busca de alimentos.

A construção de recifes artificiais com restos de estruturas já é praticada em

muitos países com diferentes intuitos, alguns querem melhorar a pesca e outros

somente dar um destino aos seus resíduos (MALTA, 2015). Como exemplo disso,

podem-se citar os trens nova-iorquinos que foram descartados no Oceano Atlântico

11a

11b

12a

12b

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para que virassem recifes artificiais; no Brasil foram afundados navios que hoje servem

à pesquisa e ao turismo (op. cit.).

Para a formação desse tipo de recife cientistas acreditam que seja necessário

apenas dois anos para que o ecossistema se estabeleça inteiramente, dessa forma tais

estruturas sevem para atrair peixes, desenvolvimento de pesquisas, turismo ecológico e

outros (op. cit.).

2.2.2 Recifes Artificiais em Estruturas Offshore

A utilização de estruturas offshore para a construção de recifes artificiais ainda

não foi disseminada em todo o mundo, mas alguns países já se utilizam desse artifício

para se desfazer de suas estruturas.

No Brasil o primeiro experimento com estruturas metálicas de grande porte foi o

projeto Marambaia. Tal projeto se deu nos municípios de Galinhos, Diogo Lopes,

Barreiras, Macau e Guamaré, no Estado do Rio Grande do Norte, e tiveram como

matéria prima, containers descartados das plataformas, tais materiais foram dispostos

no mar para a formação de recifes artificiais. Desenvolvido pela PETROBRAS e pelo

Instituto LABOMAR (Laboratório de Ciências do Mar da Universidade Federal do

Ceará), tal projeto foi utilizado como medida compensatória no processo de

licenciamento, de um dos empreendimentos no Rio Grande do Norte (PETRÓLEO

BRASILEIRO S.A., 2001).

A prática mais comum para a formação dos recifes artificiais é a utilização de

carcaças de navios como matéria prima. Tal utilização serve não somente como um

sistema de agregação de peixes, mas também como incremento ao turismo nestes

locais. Em Recife três rebocadores (Servemar X, Lupus e Minuano) foram fundeados

em locais pré-determinados com o objetivo de servirem como pontos de turismo de

mergulho (BASTOS, 2005).

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Na região Sudeste do Brasil o navio “Orion” foi descomissionado para servir

como habitat artificial para melhorar a pesca artesanal. Com a limpeza e cortes das

chapas laterais, a fim de aumentar a circulação e a luminosidade dos espaços internos

do casco. Tal atitude quando realizada com sucesso traz beneficio aos pescadores

artesanais e esportivos, e amplia as áreas de exclusão de arrasto (BASTOS, 2005).

Já nos Estados Unidos, os primeiros trabalhos mais elaborados e detalhados de

recifes artificiais incluíam sucatas de veículos e estruturas de plataformas de petróleo.

No Golfo do México, onde se encontram instaladas mais de 2200 plataformas de

petróleo, constatou-se que em 30 anos a produção de pescado passou de 113 mil para

630 mil toneladas. Diante deste cenário os americanos passaram a empregar como

recifes artificiais as grandes estruturas de sucatas como cascos de navios, plataformas

de petróleo e restos de construção e outras estruturas. Atualmente no Estado da

Califórnia já existem 20 plataformas descomissionadas servindo como atratores de

peixes (ALENCAR; SILVA; CONCEIÇÃO, 2003).

2.3 Região de Estudo

Ainda considerando a divisão feita pelo GERCO/CE [sd], a plataforma que está

localizada no município de Paracuru encontra-se no Setor II, Fortaleza e Região

Metropolitana. Nesse local encontra-se a Bacia do Ceará. Tal bacia acompanha a costa

do Brasil à aproximadamente 450 km. Limita-se ao sul pelo embasamento cristalino, ao

norte pela Falha Transformante do Ceará, a oeste com a Bacia de Barreirinhas e a leste

com a Bacia Potiguar (Figura 13) (COSTA et al., 1990).

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Figura 13: Localização e limites da Bacia do Ceará

Fonte: ANP, 2013 (modificado).

Segundo a ANP (2013), o campo de Xaréu, apresenta 49 poços perfurados,

sendo 12 exploratórios e 37 explotatórios. Poços exploratórios objetivam a descoberta

de novos campos ou jazidas de petróleo enquanto poços exploratórios servem para

extrair o óleo da rocha reservatório (Neves, 2010).

2.3.1 Ecossistemas da Região de Estudo

A praia de Paracuru possui uma extensa formação de recifes de arenito com

pequenas pedras. Na área podem ser encontrados vários “currais de pesca”, que Von

Brandt (1984), define como sendo armadilhas fixas para peixes usadas em áreas de

maré e que não impedem completamente o escape dos peixes, mas sim dificultam a

saída dos mesmos. Esse tipo de pesca é muito praticado em quase toda a costa do

Ceará.

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Durante estudo realizado pelo MMA nos anos de 2002 e 2003, foram realizadas

coletas em dois períodos de cada ano, seguindo o padrão meteorológico regional. As

coletas foram realizadas nas marés de sizígia, de acordo com a tábua de maré para o

porto do Pecém - CE. Os materiais coletados foram analisados e identificados em

laboratório, para o município do Paracuru foram registradas 53 espécies de algas

bentônicas das espécies Rhodophyta, Chlorophyta e Phaeophyta, e da fauna bentônica

foram encontradas espécies de cnidários, moluscos, poliquetas, crustáceos,

sipunculídeos, equinodermos e urocordados, sendo os grupos de moluscos e

crustáceos, os que têm maior número de espécies no local.

Essa fauna bentônica representa os organismos que constituem a epifauna e a

endofauna. Os representantes da epifauna correspondem aos que ocorrem sobre o

substrato e a endofauna inclui todos os organismos que escavam e que podem ser

encontrados enterrados no sedimento (Pereira e Soares, 2009; Gray e Elliot, 2009). A

fauna bentônica é alimento de varias espécies, auxiliando o retorno de espécies

ameaçadas quando da formação de recife artificial.

2.3.2 Marés, Direção de Correntes, Ondas e Ventos da Região de Estudo

O Ceará possui marés semidiurnas com suas amplitudes variando entre 0,75 m a

3,23 m, com ondas que apresentam médias de altura de 1,15 m e com moda de 1,14 m

e períodos de onda mais frequente de 5,70 segundos, associado à altura, e média de

5,89 segundos e direção de corrente de NW (FREIRE, 1985; MAIA, 1998).

Após observar o mapa de chuvas, durante os anos de 2010 a 2015 (FUNCEME,

2015), identificou-se que a região tem uma pluviosidade, na maioria dos anos menor,

que o normal estabelecido. Somente no ano de 2011, a região apresentou uma

pluviosidade, maior que a normal (Quadro 1).

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Quadro 1: Calendário de chuvas anuais no Litoral do Pecém.

Anos Normal (mm) Observado (mm)

2010 877,50 483,60

2011 877,50 1064,40

2012 877,50 424,20

2013 877,50 619,50

2014 877,50 574,70

2015 877,50 436,50

Fonte: FUNCEME, 2015

Tendo em vista os dados de pluviosidade, marés e alturas das ondas e direção

da corrente, pode-se concluir que o ambiente em estudo não apresenta muitas

variações ambientais e, portanto, a aplicação da metodologia proposta, não trará

problemas ao ser desenvolvida.

2.4 Zona Costeira do Brasil

A Zona Costeira é a porção territorial que sofre influência direta e indireta do mar

(ondas, marés, ventos, biota ou salinidade), que se limita ao lado da terra a uma ordem

quilométrica e ao lado do mar estende-se até o limite da plataforma continental (Gomes,

2007). Tal região apresenta a maior parte da população brasileira e por este motivo

sofre um grande impacto das atividades antrópicas, as quais são expostas.

Segundo o MMA (2010), a Zona Costeira e Marinha Brasileira (Figura 14),

estendem-se da foz do rio Oiapoque (04°52’45”N) à foz do rio Chuí (33°45’10”S), e dos

limites dos municípios da faixa costeira, a oeste, até as 200 milhas náuticas, incluindo

as áreas em torno do Atol das Rocas, dos arquipélagos de Fernando de Noronha e de

São Pedro e São Paulo e das ilhas de Trindade e Martin Vaz, situadas além do citado

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limite marítimo. Com uma faixa terrestre que corresponde a aproximadamente, 10.800

Km ao longo da costa. E a parte marinha compreende cerca de 3,5 milhões de km².

Figura 14: Zona Costeira do Brasil

Fonte: SOSMA, 2014.

Essa grande extensão territorial, acrescentado da variedade climática e da

geomorfologia da Zona Costeira brasileira, cria um ambiente que explica toda a

diversidade de espécies e de ecossistemas que o litoral do Brasil possui e é

responsável, também (MMA, 2010):

Por uma grande variedade de funções ecológicas, assim como a prevenção da erosão costeira, da intrusão salina e de inundações;

A proteção quando ocorrem tempestades; A reciclagem de alimentos e de elementos poluidores, e a abundância

direta ou indireta de habitats e de recursos para uma diversidade de espécies existentes.

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Este ambiente de zona costeira é bastante complexo, portanto, a implantação

descontrolada de diferentes empreendimentos pode gerar muitos impactos negativos.

Além disso, a Plataforma Continental brasileira apresenta uma geomorfologia

bastante diversificada, variando de 08 a 370 km. Tendo as profundidades da Zona

Econômica uma variação de 11 metros a pouco mais de 4 mil metros, e a quebra se dá

entre 75 e 80 metros. Sendo área da Zona Econômica, ainda, um trecho de Planície

Abissal do Ceará, onde se observam alguns altos-fundos, elevações que se localizam

no fundo do mar (KNOPPERS et al., 2002).

A Plataforma nordestina possui uma largura média, entre 36 e 55 km, decorrente

do clima tropical e da sedimentação terrígena desprezível. Sua sedimentação reflete a

geologia, clima, drenagem e ambiente tectônico, apresenta-se estreita e a sua quebra

varia entre 40 e 80 metros, constituída por fundos irregulares e formações de algas

calcárias. Em frente aos estados do Ceará e Rio Grande do Norte, além das ilhas

oceânicas, apresentam-se uma série de bancos oceânicos rasos (MMA, 2010 e VITAL;

SILVEIRA; AMARO, 2005).

A biodiversidade marinha existente na Zona Costeira do Brasil é relativamente

pouco conhecida. Muitas regiões, ecossistemas e ambientes ainda necessitam ser

catalogados adequadamente. Mesmo assim, os números das espécies de peixes

inventariados no bioma variam entre 705 e 1.209, incluindo aquelas de áreas de

estuário (CORRÊA, 2010).

Ainda dispondo sobre a diversidade de espécies presentes nos ecossistemas, os

únicos recifes coralíneos existentes no Atlântico Sul está presente em território

brasileiro. Cerca de 6% de todas as espécies de corais recifais presentes no mundo

foram registradas no Brasil, sendo que algumas são vistas somente em mares

brasileiros (SCHAEFFER-NOVELLI, 2002).

O ambiente em questão, apresentado como faixa de ligação do mar com a terra,

abriga atividades humanas características por sua situação de privilégio como

transporte marítimo, pesca comercial e esportiva, instalação de plataformas petrolíferas,

maricultura, entre outras. Por todos esses motivos, a Zona Costeira é caracterizada

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pelas complexas atividades que abriga e pela sensibilidade de seus ecossistemas

(MARCELINO, 1999).

2.4.1 Zona Costeira do Ceará

De acordo com a divisão elaborada Muehe (1998), a zona costeira nordestina é

compartimentada em duas: a costa semiárida que se encontra a noroeste do Cabo do

Calcanhar, e a costa oriental, que se estende do Cabo do Calcanhar até a Baía de

Todos os Santos. O Ceará encontra-se na parte na costa semiárida e sua Zona Costeira

possui 573 km, compreendendo 33 municípios, divididos em 4 setores pelo

Gerenciamento Costeiro do Ceará (GERCO/CE), realizado pela Superintendência

Estadual do Meio Ambiente (SEMACE) e pelo Governo do estado do Ceará.

Localizada na margem equatorial atlântica a Plataforma Continental do estado do

Ceará, possui uma profundidade que chega a 100 m. Com sedimentação influenciada

pelo clima semiárido na Zona Costeira, essa região possui um reduzido aporte fluvial

(Maia, 1998). Isso significa dizer que não existe uma influência continental significativa

na geologia costeira da região.

O lado oeste do Ceará possui 21 praias, uma delas é a praia de Paracuru, onde

está a Plataforma Petrolífera, que será descomissionada. O litoral cearense apresenta

vastas extensões de praias arenosas e planícies de acumulação de sedimentos onde

ocorrem dunas fixas e móveis. Essa característica arenosa é interrompida por

afloramentos rochosos e recifes de praia, ou beach rocks (Mattheus-Cascon; Lotufo,

2006).

Tal Estado ainda apresenta comunidades com renda familiar voltada à pesca e

com o município de Paracuru não poderia ser diferente. O município de estudo

apresenta uma cultura voltada para a agricultura, turismo e pesca artesanal, que

contempla a obtenção de alimento para as famílias dos pescadores ou para fins

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exclusivamente comerciais. Caracteriza-se também pela presença de recifes de praia,

como mostra a Figura 15.

Figura 15: Praia de Paracuru

Disponível: <http://www.pbase.com/alexuchoa/image/137475924>, 2010. Acesso em: 19 de abril de 2015.

No estado existem projetos de recuperação dos animais marinhos encontrados na

Costa Cearense e em suas proximidades. Podemos citar o Aquasis, que cuida da

preservação dos mamíferos marinhos, como o peixe-boi, e o Tamar que busca a

preservação das espécies de tartarugas encontradas na costa. Projetos como estes

fazem com que a construção do recife, seja ainda mais interessante do ponto de vista

da conservação ambiental da fauna e da flora da região.

2.5 Mitigação de Impactos Ambientais Causados por Descomissionamento e

Posterior Formação de Recifes Artificiais

As jaquetas são compostas por estruturas de aço treliçadas e essas estruturas

em contato com a água do mar podem sofrer corrosão e liberar materiais tóxicos no

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meio ambiente. Quando as plataformas ainda estão em funcionamento é feito um

procedimento para impedir esta corrosão, mas quando tombadas isso já não ocorre

mais e por tanto se faz necessário um monitoramento dessas estruturas até que recife

se estabeleça e não exista mais o risco da corrosão.

A corrosão é um processo natural de deterioração dos metais no qual agente

externos quando em contato com os metais causam perda material por dissolução, este

processo pode comprometer as estruturas e podem liberar materiais tóxicos após as

reações químicas. Segundo Gentil (1996), corrosão é definida como a deterioração de

um metal por ação química ou eletroquímica.

Existem algumas variáveis que estão ligadas ao aumento da taxa de corrosão,

que devem ser estudadas:

Como a velocidade com que o fluido passa pelo metal;

A temperatura que pode aumentar a velocidade das reações;

Fatores mecânicos como fadiga, atrito e outros.

A deterioração em ambientes marinhos profundos caracteriza-se por baixas

temperaturas, alta concentração de cloreto, baixa quantidade de oxigênio, presença de

CO2 e H2S, microrganismos e alta concentração de sais dissolvidos. Entre os diferentes

tipos de corrosão, o desenvolvimento de pites é bastante comum em água do mar e

mais difícil de ser controlado (ANSELMO et al, 2006).

A corrosão por pites é um tipo muito localizado de ataque, onde a destruição é

confinada a pequenas áreas resultando em furos bem pequenos que penetram o metal,

enquanto outras partes do metal permanecem passivas (Galvele, 1978). Por serem

pequenos furos, de ordem de milímetros quadrados ou menos, é difícil de ser

observada.

A resistência à corrosão dos aços inoxidáveis pode ser feita a partir do processo

de passivação do aço ou pela proteção catódica. Segundo Carbó (2005), o processo de

passivação corresponde à formação de uma película de proteção contra a corrosão e

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necessita formar um óxido com a utilização de um meio oxidante para formas o filme

passivo melhor e mais homogêneo sem remover nenhum material.

Enquanto a proteção catódica é uma técnica que reduz ou elimina a corrosão do

aço tornando-o catódico, seja por impressão direta em sua superfície de corrente

contínua com uso de retificadores, seja pela introdução de corrente contínua galvânica

com a utilização de ânodos de sacrifício (FERREIRA, 2013).

Nas jaquetas da maioria das plataformas marítimas adota-se a proteção com

corrente contínua galvânica contra a corrosão de suas estruturas. Um ponto crítico na

proteção catódica é a distribuição da corrente ao longo da estrutura. A existência de

nós, com grandes números de elementos estruturais, criam condições de blindagem,

dificultando o acesso da corrente nesses locais e fazendo-se necessária a colocação de

anodos galvânicos, a fim de inserir nestes locais a corrente necessária (Cândido, 2011).

É feito durante todo o tempo de permanecia da plataforma verificações a fim de medir o

potencial eletroquímico em plataforma (Figura 16).

Figura 16: Medição de Potencial Eletroquímico em plataforma

Fonte: LEODIVERS, 2008.

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Como a água do mar é rica em saís torna-se um eletrólito de resistência elétrica

muito baixa, logo, a resistência do circuito de proteção catódica é também baixa.

Resultando num baixo consumo de energia para realizar a proteção. Nas partes

emersas das jaquetas é utilizado o processo de pintura para impedir a corrosão.

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Capítulo III

3. Metodologia

A metodologia do trabalho é baseada em pesquisa bibliográfica, na busca de

informações sobre plataformas offshore, sua construção e sua desativação.

Segundo Macedo (1994), esse tipo de pesquisa consiste na busca de

informações bibliográficas, utilizando uma seleção de documentos que correspondem

ao tema da pesquisa (livros, artigos de revistas, trabalhos de congressos, verbetes de

enciclopédias, teses, dissertações, etc.), seguido de fichamento das referências

utilizadas ao final do trabalho.

3.1. Desenvolvimento de multimídia para mostrar a construção do Recife Artificial

Para o desenvolvimento do recife, foi utilizada a parte submersa da plataforma,

chamada de jaquetas, uma estrutura formada por tubos de aço. A partir dessa estrutura

foi realizada a simulação, com o desenvolvimento de multimídia, utilizando os seguintes

programas:

Google Sketchup versão 2015;

Adobe Photoshop versão CS5;

Windows Movie Maker.

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Capítulo IV

4. Resultados e Discussões

Como vantagem essa técnica permite a formação do recife artificial no local do

tombamento e como desvantagem, o CPA - Climate and Pollution Agency (2011),

mostra a possibilidade do risco ambiental envolvido em dispor esses materiais no fundo

do mar, pois existe o risco de contaminação devido aos resíduos perigosos usados na

construção das estruturas.

Os descomissionamentos realizados em outros locais demonstram que o

tombamento proporciona a criação de um recife artificial que vai auxiliar o ambiente a

recuperar-se da atividade anteriormente desenvolvida. Por exemplo, pode-se citar o

tombamento de plataformas offshore do tipo jaqueta que funcionava na região do Golfo

do México (Figura 17) a imagem mostra em uma sequência de fotos retiradas de um

vídeo mostrando a vida que se forma após o tombamento das jaquetas e quando o

recife se estabelece nas estruturas.

Figura 17: Plataforma tombada no Golfo do México

Fonte: CAPTAINALWALKER, 2012.

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A corrente marinha do Golfo do México é bastante conhecida por ser de águas

quentes e por levar essas águas ao oeste europeu tornando os países dessa região

mais quentes do que outros países que estão na mesma posição que eles em outras

áreas do globo.

Essa corrente quente aquece o clima no Golfo do México o que contribui para a

pluviosidade da região, logo suas águas quentes favorecem a evaporação. Nessa

região é comum o acontecimento de tempestades e furações.

Durante muitos anos a plataforma fica em produção e as jaquetas tornam-se

habitat de várias espécies, acredita-se que a retirada delas pode causar mais impactos

negativos no ambiente, do que a utilização das mesmas para a criação de recifes

artificiais.

Abaixo será mostrada uma sequência de imagens que corresponde a uma

plataforma também no Golfo do México que não está mais em funcionamento e que

não teve suas estruturas retiradas até a data da filmagem, tal imagem mostra a vida

que está refugiada nessas estruturas (Figura 18).

Figura 18: Jaquetas da plataforma abandonada.

Fonte: MARKPRIMO, 2013.

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Por ser uma pesquisa pioneira no Estado, o esperado é que aconteça o mesmo

que em outras partes do mundo, já que o tombamento consiste na realização do corte

da estrutura (de aço) com remoção do deck (estrutura que fica acima da coluna d’água),

guardando uma profundidade de aproximadamente 30 metros e tombando a estrutura.

Diversos estados americanos adotaram como sistema de descomissionamento a

construção de um recife artificial a partir das estruturas de suas plataformas. Por

exemplo, a Louisiana, Texas, Flórida, Mississipi, Califórnia e Alabama.

No estado da Louisiana foi criado um programa de recifes artificiais que utiliza as

plataformas de petróleo e gás obsoletas na criação dos recifes. Desde o início do

programa foram utilizadas 320 jaquetas de plataformas desativadas e criaram-se 71

recifes na costa da Louisiana. A utilização destes materiais provou ser altamente bem

sucedida (DEPARTMENT OF WILDLIFE AND FISHERIES, [sd]).

O Texas Parks and Wildlife Artificial Reef Program é um programa de construção

de recifes artificiais que conta com 66 locais de recifes que variam de 5 a 100 milhas da

costa do Golfo do México, sendo este local utilizado para a pesca comercial e recreativa

e para a prática de mergulho desempenhando um papel importante na economia local.

Este programa é financiado através de parcerias industriais (TEXAS PARKS &

WILDLIFE, [sd]).

Na Florida o Florida Fish and Wildlife Conservation Commission é um programa

que utiliza não somente partes de plataforma na construção de seus recifes, mas

também navios antigos, tanques de guerra inativos e diferentes outros materiais

(FLORIDA FISH AND WILDLIFE CONSERVATION COMMISSION, [sd]).

O programa Mississipi Artificial Reef Bureau de construção dos recifes artificiais

iniciou-se na década de 1960 com a implantação de carrocerias de automóveis em

águas marinhas e posteriormente o estado recebeu alguns navios abandonados para

transformá-los em habitats da vida marinha. O Departamento de Recursos Marinhos do

Mississipi (MDMR) em parceria com as companhias de petróleo utilizam também

plataformas offshore desativadas no desenvolvimento de novos recifes artificiais

conhecidos como Ring to Reef (Figura 19) (DEPARTMENT OF MARINE RESOURCES

MISSISSIPI, 2013).

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48 Figura 19: Mapa dos Rigs to Reefs

Fonte: Mississipi, 2013.

Quanto à corrosão podemos dizer que:

As plataformas petrolíferas tem uma vida útil de, aproximadamente, 25 anos e

durante esse tempo as jaquetas tornam-se parte do ecossistema com a incrustação de

varias espécies. Logo, acredita-se que não exista um grande risco de haver corrosão

nestes materiais.

Quando tombada a estrutura terá essa camada de proteção que servirá como

capa de proteção contra a corrosão. Ainda assim, é necessário ser realizado um

monitoramento da estrutura após o tombamento com o objetivo de acompanhar o

desenvolvimento do recife, visto que essa metodologia nunca foi adotada no Brasil.

Em relação a risco de acidentes, podemos afirmar que:

Não haverá riscos de ocorrerem choque entre os navios e a jaqueta (recife

artificial), pois tomando como base as dimensões da jaqueta da plataforma de Mexilhão

(PMXL-1) que possui jaquetas de 182 m de altura total, 70 m x70m de dimensões da

base, 40 m x 40 m de dimensões do topo e está a uma lâmina d’água de 172 m (PE

DESENVOLVIMENTO, 2009).

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O calado, profundidade em que o navio fica submerso, permitido nos Terminais

Portuários do Pecém e do Mucuripe, é em média, respectivamente, 14,0 m e 10,6 m

(CEARÁPORTOS, [sd] & SEP, 2012) caracterizando os navios que passam pela costa

cearense com calado inferior a 14 metros.

Logo, o recife artificial será um ambiente que não causará risco de encalhe aos

navios que costumam passar pela costa, pois as dimensões da jaqueta da PXA-03,

objeto deste estudo, que se encontra a uma lâmina d’água de 32 m (ANP, 2013), tem

altura total de 42 m, dimensões da base de 16,2 m x 16,2 m e dimensões do topo 9,3 m

x 9,3 m.

O arquivo multimídia desenvolvido durante o desenvolvimento do trabalho,

mostra desde o tombamento até a formação do recife artificial. Intitula-se Tombamento

e Posterior Formação de Recife Artificial, disponível para visualização em:

<https://www.youtube.com/watch?v=XKqnOH2_YAk>.

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Capítulo V

Conclusão

Como objetivos tivemos:

- Avaliar se as condições ambientais são adequadas à utilização de jaquetas

para a formação de recifes artificiais no Estado do Ceará; e

- Desenvolver um arquivo de multimídia, visando à demonstração da utilização

de Plataformas offshore, após o descomissionamento, para a formação de recife

artificial.

Identificou-se que no Brasil ainda não foi aplicada a metodologia proposta no

presente trabalho, em nenhuma de suas plataformas descomissionadas. Segundo a

Resolução ANP nº 27/2006, a regra geral é a desativação com remoção das instalações

com a possibilidade de partes da estrutura ficar também disposta no leito marinho.

Os recifes artificiais servem como refúgio de varias espécies podendo vir a se

tornar um local de pesquisas científicas, pesca familiar, mergulho e outras atividades. O

clima tropical da região proporciona a proliferação mais rapidamente da ictiofauna e das

outras espécies que ainda irão se aproximar dos recifes, fazendo com que o

repovoamento ocorra de forma natural a partir da criação do recife artificial.

Visto que as jaquetas estarão cobertas por espécies marinhas mesmo antes de

serem tombadas, a neutralização dessas jaquetas será realizada por esta cobertura,

minimizando o risco de contaminação marinha devido à corrosão do aço.

Conforme os dados levantados sobre dimensões da jaqueta não haverá riscos

de choques com os navios que passam pelo litoral cearense. Assim, na busca de

recuperar o ambiente degradado, o trabalho aqui exposto traz uma forma de realizar

esse descomissionamento mais sustentável.

A versão digital, postado em 08 de jun de 2015, está disponível em,

<https://www.youtube.com/watch?v=XKqnOH2_YAk&feature=youtu.be>,

intitulado Tombamento e posterior formação de recife artificial.

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Capítulo VI

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