uso de adoÇantes dietÉticos: orientaÇÕes...

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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA - UNIFOA PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE DANÚZIA PACHECO NATIVIDADE USO DE ADOÇANTES DIETÉTICOS: ORIENTAÇÕES PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE E DE ENSINO VOLTA REDONDA 2011

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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA - UNIFOA PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA

SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE

DANÚZIA PACHECO NATIVIDADE

USO DE ADOÇANTES DIETÉTICOS: ORIENTAÇÕES PARA

PROFISSIONAIS DE SAÚDE E DE ENSINO

VOLTA REDONDA

2011

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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA

SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE

USO DE ADOÇANTES DIETÉTICOS: ORIENTAÇÕES PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE E DE ENSINO

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Mestrado Profissional em Ensino

em Ciências da Saúde e do Meio Ambiente

como requisito parcial para obtenção do Título

de Mestre.

Aluna: Danúzia Pacheco Natividade

Orientadora: profª Dra. Denise C. G. de

Andrade Rodrigues.

Co-Orientadora: profª Dra. Valéria da Silva

Viera

VOLTA REDONDA

2011

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FICHA CATALOGRÁFICA

Bibliotecária: Gabriela Leite Ferreira -- CRB 7/RJ - 5521

N278u Natividade, Danúzia Pacheco.

Uso de adoçantes dietéticos : orientações para profissionais de

saúde e de ensino / Danúzia Pacheco Natividade . – Volta

Redonda: UniFOA, 2011.

62 f. : il

Dissertação (Mestrado Profissional) – Centro Universitário de

Volta Redonda – UniFOA. Pós Graduação em Ensino em Ciências

da Saúde e do Meio Ambiente, 2011.

Orientadora: Profa. Dra. Denise C. G. de Andrade Rodrigues e Co-orientadora: Profa. Dra. Valéria da Silva Vieira.

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AGRACEDIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, por me

permitir o dom da vida, ter acesso ao

conhecimento e também me proporcionar

possibilidades de cada dia alcançar mais um

degrau na busca do aperfeiçoamento como ser

humano.

Aos meus queridos avôs, por tantos momentos

felizes que preencheram minha existência.

Aos meus pais, pelo amor incondicional, pelo

incentivo permanente, pela maneira como me

fazem sentir especial e sempre me conduzirem

na busca do saber.

Ao meu filho querido, razão de meu viver, pelo

amor, paz no meu coração e orgulho de suas

conquistas.

Ao meu companheiro, Antonio Carlos, pelo

amor, carinho, paciência e apoio que me

dedica em todos nossos momentos, mesmo os

roubados pelas pesquisas ao longo da noite

Aos meus amigos e amigas, que tanto me

incentivam, ajudaram e compartilham nessa

minha busca

A minha orientadora, prof. Denise, pela

amizade construída, e apesar das broncas e

cobranças, sempre me conduziu no melhor

caminho, me fazendo crescer como pessoa e

profissional.

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A minha co-orientadora, pelas palavras de

incentivo e propostas para engrandecer o

estudo, além da sua simpatia.

A todos os professores do Programa de

Mestrado do UniFoa, que acrescentaram seus

ensinamentos para elaboração dessa

dissertação.

Aos professores Fábio e Rosane, que

participaram da minha banca de qualificação,

pelas palavras de elogio, incentivo e como foi

colocado as recomendações, fazendo crescer

em mim um maior interesse de buscar o

melhor, para fazer desse projeto um material

interessante de ser lido, conhecido e aplicado.

Ao meu amigo Gilclay, que tanto me orientou e

colaborou na busca do tema e

desenvolvimento dessa cartilha.

A minha amiga Lucilane que me ajudou na

montagem e formatação.

Obrigada as meninas da secretaria, Ana,

Bruna e Brisa, por atenderem sempre

gentilmente todas minhas solicitações.

Aos meus companheiros de mestrado pela

amizade e cumplicidade nas tarefas.

A todos que de alguma forma me ajudaram

nesse projeto: meu muito obrigado

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RESUMO

O presente trabalho traz orientações redundantes para serem usadas como material

de apoio para profissionais da área de saúde, sobre o uso de adoçantes dietéticos

durante a gestação Os edulcorantes, também conhecidos como adoçantes

dietéticos, geralmente, usados sem muito critério e sem as informações corretas

quanto aos limites de ingestão diária e as possíveis complicações que podem causar

são derivados de substâncias químicas. Para sua utilização, o mais correto é ter a

orientação de um médico e/ou nutricionista que avalie cada necessidade. O tema

desse trabalho, surgiu do interesse de elaborar uma cartilha com esclarecimentos

sobre o uso de adoçantes e as possibilidades de reações adversas pelo seu uso

excessivo em gestantes e, consequentemente para o feto. O principal objetivo é

informar aos orientadores, professores e profissionais dessas áreas acerca do uso

de adoçantes dietéticos. Para tanto, foi utilizado um questionário, distribuído a

algumas gestantes, para verificar quais informações sobre os adoçantes dietéticos

elas possuíam, se as mesmas conheciam os níveis de ingestão diária e

recomendados e ainda se foram orientadas, quanto ao uso de adoçantes dietéticos,

por médicos ou nutricionistas. Esta pesquisa utilizou uma metodologia qualitativo-

quantitativo.

Palavras-chave: adoçantes dietéticos, gestação, cartilha

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ABSTRACT

Sweeteners, also known as artificial sweeteners, often used without much discretion

and without the correct information as to the limits of daily intake and possible

complications that can be caused. Are derived from chemicals and their use in take

needs the guidance of a doctor or dietitian who evaluates each need. This paper

provides guidelines to health professionals to be used as background material on the

use of dietary sweeteners during pregnancy. The interest in this subject arose from

the desire to develop a booklet with information on the use of sweeteners and the

potential adverse reactions by the excessive use of pregnant women and

consequently to the fetus. The main objective is to inform, advisors, teachers and

professionals from these fields about the use of dietary sweeteners. In order to

archive a questionnaire was distributed to pregnant women, to assess the knowledge

about dietetic sweeteners, whether they knew the recommended ingestion, and if

they were oriented, by doctors or nutritionists. For this purpose, we used a

questionnaire, distributed to some pregnant women to ascertain what information

they possessed dietary sweeteners, if they knew the levels and recommended daily

intake and still were told about the use of dietary sweeteners, for medical or

nutritionists. This research used a qualitative-quantitative methodology

Keywords: artificial sweeteners, pregnancy, booklet.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Estrutura Química da Sacarina Sódica ...................................................... 23

Figura 2: Estrutura Química do Ciclamato de Sódio ................................................. 25

Figura 3: Estrutura Química do Aspartame ............................................................... 27

Figura 4: Fluxograma de desenvolvimento do trabalho ............................................. 35

Figura 5: Embalagem de gelatina comum, com os adoçantes sublinhados .............. 41

Figura 6: Embalagem de pó para preparo de bebida ................................................ 42

Figura 7: Respostas referentes à gestação, necessidade de dieta e uso de

adoçantes, em valores absolutos .............................................................................. 43

Figura 8: Resultados referentes às usuárias de adoçantes, em valores absolutos ... 43

Figura 9: Resultados relativos à quantidade de uso dos adoçantes líquidos, em

valores absolutos ...................................................................................................... 44

Figura 10: Capa da cartilha ....................................................................................... 47

Figura 11: Sumário da cartilha .................................................................................. 47

Figura 12: Parte interna da cartilha ........................................................................... 48

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9

2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 12

2.1 Objetivo geral ................................................................................................... 12

2.2 Objetivos específicos ....................................................................................... 12

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 13

3.1 Um pouco da história do açúcar ....................................................................... 13

3.2.1 Legislação sobre o uso dos adoçantes dietéticos no Brasil ....................... 19

3.3 Alimentos para fins especiais ........................................................................... 22

3.3.1 Sacarina sódica ......................................................................................... 22

3.3.2 Ciclamato de sódio .................................................................................... 24

3.3.3 Aspartame ................................................................................................. 26

3.4 O período gestacional ...................................................................................... 28

3.4.1 Aspectos nutricionais na gestação............................................................. 30

3.5 Métodos de ensino ........................................................................................... 31

4 METODOLOGIA ..................................................................................................... 35

4.1 Pesquisa dos rótulos ........................................................................................ 36

4.2 Pesquisa de campo .......................................................................................... 36

4.3 Elaboração do produto ..................................................................................... 38

5 RESULTADOS ....................................................................................................... 40

5.1 A presença de adoçantes como aditivos alimentares ...................................... 40

5.2 Resultados do primeiro questionário ................................................................ 42

5.3 Resultados do segundo questionário ............................................................... 44

5.4 A cartilha .......................................................................................................... 46

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 51

7 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 53

APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .............. 59

APÊNDICE B: PRIMEIRO QUESTIONÁRIO ............................................................. 60

APÊNDICE C: SEGUNDO QUESTIONÁRIO ............................................................ 61

ANEXO 1 – AUTORIZAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA .............................................. 62

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1 INTRODUÇÃO

O sabor mais facilmente aceito pelo nosso organismo é o doce, na natureza

os alimentos doces como as frutas indicam serem bons para o consumo e agradam

o paladar, já os amargos não são bem aceitos e indicam que aquele fruto não serve

de alimento (CARVALHO, 2004).

O hábito e a necessidade de consumir açúcar impulsionaram a procura de

moléculas naturais e/ou artificiais para atender a demanda de grande parte da

população impedida de usar os sacarídeos. Dentre os açúcares naturais, a sacarose

da cana-de-açúcar é tomada como referência para definir o poder adoçante relativa

dos demais compostos doces (BYE et. al., 1993).

Atualmente, com a divulgação da mídia, o culto ao corpo e a boa forma física

fizeram do açúcar um vilão, pelos padrões impostos pela sociedade, gerando uma

mudança nos hábitos alimentares e colocando em destaque os adoçantes dietéticos

como seu substituto.

O uso de produtos com poder adoçante e de baixas calorias representam um

público potencial para dietas com restrição ao açúcar já que a busca de um corpo de

formas perfeitas está associados as exigências da vida moderna. E ainda existe a

praticidade do uso, a necessidade por parte dos diabéticos e a utilização de uma

grande parcela de pessoas acima do peso.

Os adoçantes dietéticos foram considerados medicamentos até a década de

70 e regulamentados pela ANVISA, Divisão de Medicamentos.

O que comumente denomina-se remédio nada mais é do que qualquer

substância ou recurso usado para combater uma moléstia, porém quando se fala em

medicamento o termo trata especificamente de uma formulação farmacêutica

(contendo um ou vários princípios ativos, denominados fármacos) usada para tratar

(ou prevenir) uma doença. A definição legal dada pela Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA), RDC nº 135 de 29/05/2003 para MEDICAMENTO é:

“produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática,

curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. É uma forma farmacêutica terminada

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que contém o fármaco, geralmente em associação com adjuvantes farmacotécnicos”

(Lei nº 5.991, de 17/12/73) (ANVISA, 2003).

O Aspartame, o Ciclamato de Sódio e a Sacarina Sódica, pioneiros no

mercado, conhecidos como adoçantes dietéticos de primeira geração, até meados

dos anos 80 eram considerados medicamentos e usados principalmente por

diabéticos, a partir de 1988 houve uma reclassificação e eles se tornaram alimentos

para fins especiais aumentando seu uso para a população em geral. Porém, de

acordo com a ANVISA, e por conterem substâncias químicas em suas formulações,

é necessário que se tenha alguns cuidados no uso, e, principalmente, nos excessos,

pois em geral são os mais utilizados pela população, bem como, pelas gestantes

(ANVISA, 2003).

Geralmente, os adoçantes dietéticos são utilizados sem muito critério, e

muitos dos seus usuários visam principalmente, a vaidade mais do que suas reais

necessidades. Estes são normalmente utilizados por iniciativa própria, algumas

vezes por indicações aleatórias ou simplesmente pela praticidade do uso. A minoria

usa com recomendações médica ou de nutricionista.

Há uma tendência mundial onde as pessoas estão cada dia mais atentas ao

mercado e a procura de produtos mais saudáveis, inovadores e seguros para sua

dieta, o que torna essa experiência ao mesmo tempo desafiadora, criteriosa e

necessária. No mercado existem designações como produtos diet e light, indicados

para quem precisa manter dietas restritivas ao açúcar, hábitos alimentares

saudáveis ou está preocupado com a estética, porém esses produtos são muitas

vezes mal interpretados pelo consumidor, uma vez que só o termo em si não dá

créditos ao produto, definindo o que ele realmente é.

A falta de esclarecimento quanto à diferença entre estes termos e outros

usados nos rótulos que os tornam diferentes dos alimentos convencionais

representam certo problema, já que desde a introdução dos alimentos diet, o

consumidor caracterizou como sendo saudável e permitido para quem quer perder

peso. O problema se agravou logo em seguida, quando surgiu o ligth, causando

certa confusão.

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Diante do exposto, surgiu o interesse por montar uma cartilha com

orientações e esclarecimentos sobre o uso dos adoçantes dietéticos e suas

possíveis possibilidades de reações adversas, principalmente para as gestantes e

para o feto, para ser usada por orientadores, professores e profissionais da área da

saúde. A intenção foi de informar sobre três principais adoçantes dietéticos, que

deram título à cartilha, “ADOÇANTES DIETÉTICOS: Aspartame, Ciclamato de Sódio

e Sacarina Sódica. Uso durante a gestação e efeitos para a saúde”, com objetivo de

alertar para que se tenha mais cuidado e conhecimento na hora de utilizar essas

substâncias na sua dieta alimentar. Sendo assim, essa cartilha tem a intenção de

fornecer orientações para um trabalho de conscientização do uso desses adoçantes

dietéticos em prol da saúde da gestante, do feto e a todos que tiverem acesso a ela.

A gestação é um momento único que a mulher vive com grande envolvimento

e empenho para proporcionar o melhor possível para o ser que ela está gerando e

para ela própria, e um despertar ao cuidado do corpo e do bem estar se potencializa

nesse período. A gestante se torna mais cuidadosa para perceber e conhecer que

tipo de alimento proporciona conforto e segurança quando ingerido e uma estreita

relação com a natureza é percebida, já que é ela que nos oferece o alimento para

nossa sobrevivência

A maioria dos elementos macro e micro nutriente que chega ao nosso

organismo para compor nossa saúde vêm através da alimentação, por isso é de

relevante importância compreender o excesso ou a deficiência na nutrição, para

avaliar os riscos para a saúde, considerando os aspectos fisiológicos, ambientais ou

sociais que causam modificações nas dietas e conseqüentemente no estado geral

do ser humano (PORFIRIO e OLIVEIRA, 2006).

Durante o período da gestação, os cuidados com a alimentação devem ser

observados, pois os excessos podem ocasionar em ganho de peso, além da

alimentação ter sua imperiosa necessidade para a vida; também há a questão dos

costumes, dos modismo das dietas e sem deixar de falar, que a sobrevivência de

qualquer espécie viva depende da reprodução e da alimentação, pois sem alimentos

adequados e suficientes, a reprodução fica comprometida (CARVALHO, 2004).

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Informar aos orientadores, professores e profissionais da área de saúde sobre

o uso de adoçantes dietéticos, especialmente, pelas gestantes.

2.2 Objetivos específicos

Identificar através de questionário, o conhecimento prévio de gestantes sobre

o uso de adoçantes dietéticos durante a gravidez;

Identificar nos locais de pesquisa se o uso de adoçantes dietéticos pelas

gestantes é por orientação médica e/ou de nutricionista ou se é por iniciativa

própria;

Elaborar cartilha educativa acerca do uso dos adoçantes dietéticos;

Analisar, através de questionário, se a cartilha despertou algum tipo de

interesse no assunto abordado, se a parte gráfica foi bem desenvolvida e

confortável de ler.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Um pouco da história do açúcar

A humanidade conhece o sabor doce há mais de 5.000 anos e se tem

registros de que em 510 AC o imperador Dario da Pérsia, invadiu a Índia e descobriu

uma palheta que “dá mel sem abelhas”. Essa palheta conhecida hoje como a cana-

de-açúcar (Saccarum officinarum) é uma das fontes de extração do açúcar, a qual é

nativa das ilhas do Pacífico, mas a migração propagou-a por além mar. Marco Pólo

em suas viagens ao redor do mundo conheceu o açúcar e o levou para a Europa,

passando a ser mais um item de luxo (BYE et. al., 1993).

Os séculos posteriores viram uma expansão e o açúcar passou a fazer parte

integrante de nossa dieta e de nossa cultura. A evolução do açúcar modificou-se

através do tempo, passando de moeda de troca internacional, produto farmacêutico,

fonte de caloria e substância usada na fabricação de outras fontes energéticas ou

alimentares. Até uns 30 anos atrás o açúcar dominava absoluto tanto no uso

doméstico como também na indústria, sendo considerado como ingrediente principal

para adoçar (BYE et. al., 1993).

Vale lembrar que o açúcar de beterraba é outra fonte de açúcar muito popular

na Europa e ainda existem outros tipos de açúcares obtidos a partir do

processamento da cana de açúcar como:

Açúcar Refinado - Apresenta cor branca e cristais finos, com dissolução

rápida, utilizado no consumo doméstico.

Açúcar de Confeiteiro - É obtido da moagem maior do açúcar refinado, com

acréscimo de 3% de amido, para evitar a agregação dos cristais. É branco e

bastante fino. É muito usado em confeitaria, tanto no preparo de receitas como na

finalização.

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Açúcar Cristal - Não passa por algumas fases de refino, o que resulta em

pequenos cristais, de cor branca. É encontrado também em cubos, obtidos a partir

da compressão com xarope de açúcar, a fim de manter os cristais unidos.

Açúcar Mascavo - É a forma não refinada, de cor marrom e sabor parecido

com o da rapadura.

Açúcar Demerara - De cor similar ao mascavo, passa pelo processo de

secagem, em que há maior perda de água e é mais concentrado, razão de ser mais

doce.

Xarope Invertido- É um xarope feito a partir do açúcar comum. É obtido pela

ação de ácidos e uma enzima na sacarose, o que resulta na quebra da molécula de

sacarose em glicose e frutose. Melhora o processo de produção de refrigerantes,

biscoitos, sucos, sorvetes, molhos e doces em geral. Seu uso na fabricação de balas

evita a cristalização do açúcar (PAQUETE, 2011).

Segundo Carvalho (2009) os nutricionistas já distinguem os açúcares

naturais, intrínsecos, ou seja, os açúcares presentes nas frutas e legumes de sabor

doce, dos adicionados, extrínsecos, como sacarose, mel, glucose e outros. O açúcar

que os químicos chamam de sacarose refinada é, justamente, o açúcar mais nocivo

à espécie humana. Em seu processo de purificação ele perde os nutrientes, como as

proteínas, os sais minerais e as vitaminas nos procedimentos da transformação do

caldo da cana para o açúcar branco (refinado), pois são utilizados vários produtos

químicos, para afastar as impurezas através de sucessivas filtrações, evaporações,

decantações, e precipitações.

Paradoxalmente, apesar do aparecimento de novos produtos, o uso do açúcar

branco cristalizado perdura e nos países industrializados, o consumo de açúcar faz-

se, cada vez mais, sob forma de açúcares incorporados nos produtos alimentícios

(BYE et al., 1993).

Demorou ainda alguns anos para aparecerem os adoçantes de origem

química. Atualmente, as indústrias farmacêuticas e de química fina vêm buscando

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diversificar a geração desses açúcares hipocalóricos por conta do grande sucesso

obtido por estes produtos, principalmente nos países industrializados (PELAEZ,

apud BYE et al.,1993).

A transição nutricional, mudanças nos padrões nutricionais resultantes de

modificações na estrutura da dieta dos indivíduos, ocorrida neste século resultou na

chamada “dieta ocidental” caracterizada pelo alto consumo de gordura, açúcar e

alimentos refinados. As modificações na dieta ocorreram de forma lenta e gradual

nos Estados Unidos e Europa, mas nos países em desenvolvimento tem sido

significativamente mais rápida. Observa-se a partir disso a progressão notável da

obesidade, favorecendo o aparecimento de enfermidades que vão desde

dificuldades respiratórias, problemas dermatológicos e distúrbios do aparelho

locomotor até as potencialmente letais, como doenças cardiovasculares, diabetes e

alguns tipos de câncer (SOUZA e HARDT, 2002).

Corroborando com a idéia de aparecimento de enfermidades devido ao mau

uso dos alimentos, o médico naturalista James Hurt alertava desde 1633, ou seja, há

quase 500 anos, para o perigo do “consumo exagerado” de açúcar na Inglaterra

(apud CARVALHO, 2009).

Em concordância com este pensamento, o Dr. Yotaka Fukuda (2004) afirma

que o açúcar em si é “amigo” e que o problema é o “consumo excessivo”. Banting,

um dos criadores da insulina, manifestava sua desconfiança dizendo: com o

aquecimento e cristalização do açúcar natural da cana alguma coisa é alterada,

transformando o produto refinado num alimento perigos (CARVALHO, 2009).

As semelhanças das palavras através das línguas e as diversidades do uso e

restrições também trazem uma relação como sarkara (sânscrito), sacharon (grego),

sarkhara (talmude), sucre (francês), sugar (inglês), zucker (alemão), açúcar entre

outras. As vantagens do uso do açúcar são a sensação de bem estar, não produzir

alergias e proporcionar energia rápida e as desvantagens são o desequilíbrio

nutritivo, possibilidade de cáries, obesidades, entre outras.

Apesar dos adoçantes dietéticos serem importantes para as pessoas que

necessitam de dieta restrita em calorias, tais como, pessoas com diabetes,

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sobrepeso, com alterações na pressão arterial entre outras, seu uso em gestantes

deve ser acompanhado por médico e ou nutricionista (BYE et. al.,1993).

Produtos como a rapadura, que por algum motivo deixaram de ser usados,

voltam por força da modernidade em outros contextos, em que o gosto pelo alimento

natural, pela qualidade e a imagem do artesanal aparecem reabilitados.

3.2 Os adoçantes

Os adoçantes dietéticos são, conhecidos como xenobióticos, A palavra

xenobiótico é composta por radicais gregos que significam (xeno= estranho, biótico=

a vida). São compostos químicos estranhos a um organismo ou sistema biológico,

tais como os produtos industriais, poluentes da água, do ar, drogas terapêuticas,

aditivos como: conservantes, corantes e adoçantes de alimentos (HELMENSTINE,

2001).

Os xenobióticos são substâncias químicas que rompem o equilíbrio orgânico

e provocam alterações na homeostase do organismo. Uma quantidade crescente

dessas substâncias, consumidas diariamente pelos seres humanos, é capaz de

provocar reações adversas. Entende-se por reação adversa a manifestação de um

estado patológico ocasionado pela interação de um agente químico com um

organismo (LEITE e AMORIM, 2006). O uso abusivo e continuo dessas substâncias

químicas são capazes de produzir uma determinada resposta tóxica a um organismo

vivo. Desse modo a toxicidade depende de vários fatores como a propriedade

potencial que as substâncias químicas possuem em maior ou menor grau, de

instalar um estado patológico em consequência da frequência da dose e sua

interação com o organismo, características físicas e genéticas da população exposta

e também seus hábitos alimentares (TOCCHETTO, 2007).

Estas substâncias podem causar danos genéticos alterando a constituição do

DNA (ácido desoxirribonucléico) afetando gerações futuras e promovendo o

aparecimento de câncer de mama, próstata, testículos, ovários, e etc. (LEE, 2007).

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Flávio Lewgoy, químico integrante do Conselho Superior da Agapan

(Associação Gaúcha de Proteção Ambiente Natural) em sua palestra “Xenóbióticos,

meio ambiente e saúde humana” comenta sobre os documentos e trabalhos

realizados em duas reuniões, uma em 1991 (Wingspread, Wisconsin, USA), e outra

em 1995 (Erice, Itália) com participação de cientistas de vários países, sobre os

efeitos dos xenobióticos. O grupo de Erice alertou para os efeitos sobre o cérebro e

o sistema nervoso central que, no caso de crianças, podem levar a profundas e

irreversíveis anomalias de desenvolvimento, em níveis de exposição que não afetam

os adultos e também debateu efeitos imunotóxicos, neurotóxicos e

comportamentais. Na declaração de Wingspread os efeitos nocivos comprovados

sobre a reprodução da fauna são abordados e as pesquisas sugerem atuação

deletéria de xenobióticos sobre seres humanos do sexo masculino (LEWGOY,

2009).

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os adoçantes

são produtos especificamente desenvolvidos para dar sabor doce aos alimentos e

bebidas, tendo a sacarose (açúcar de cana ou de beterraba) como principal

exemplo. Nos produtos industrializados, o açúcar é largamente utilizado por seu

efeito conservante, antioxidante e antimicrobiano e também substituído algumas

vezes pelos adoçantes (ANVISA, 2001).

Os edulcorantes são substâncias químicas responsáveis pelo sabor doce e

normalmente possuem um poder adoçante muito superior à sacarose, sendo

necessária, portanto, uma quantidade muito menor para se obter a mesma doçura,

com a vantagem de ter menos ou nenhuma caloria. Os adoçantes dietéticos são

constituídos basicamente por edulcorantes e agentes de corpo. Já os agentes de

corpo, também chamados de veículos, são compostos utilizados com a finalidade de

diluir os edulcorantes dando volume ao produto (CESAR, 2011).

Os adoçantes dietéticos são substitutos naturais ou artificiais do açúcar que

conferem sabor doce com menor número de calorias por grama, sem possuir

sacarose na composição, pois são elaborados para atender às necessidades de

pessoas com restrição de carboidratos simples (como, por exemplo, os diabéticos).

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Exemplos de Adoçantes Naturais

• Sacarose (produzida a partir da beterraba)

• Frutose (extraída de cereais, frutas e mel)

• Sorbitol (originado de frutas e algas marinhas)

• Manitol (encontrado em vegetais e algas marinhas)

• Esteviosideo natural do Paraguai, Brasil e Argentina. Calórico, pode ser

usado como adoçante de mesa, em balas, bombons, sorvetes, iogurtes,

gelatinas, bebidas, etc. Não existem restrições do uso por gestantes.

Entretanto, possui um gosto amargo residual. Ingestão diária aceitável:

5,5mg/dia.

Adoçantes Artificiais: também conhecidos como edulcorantes foram criados

exclusivamente para pessoas que não conseguem processar glicose no organismo,

ou seja, para diabéticos. Apesar de não conterem calorias, contêm diversos aditivos

químicos, alguns deles comprovadamente prejudiciais à saúde em longo prazo. Exemplos de Adoçantes Artificiais

• Sacarina Sódica

• Ciclamato de Sódio

• Aspartame

• Acessulfane

Todo adoçante dietético tem um limite de ingestão diária, recomendado pela

Organização Mundial da Saúde, que deve ser respeitado devido a possíveis efeitos

colaterais à saúde, tais como: dor de cabeça, mal estar, perda de humor e diarréia

(IMETRO, 2011).

O uso de adoçantes dietéticos no mercado brasileiro ocorreu, principalmente,

a partir de 1988, quando a legislação deixou de classificar os produtos dietéticos

como fármacos, ou seja, produtos destinados para portadores de doenças

específicas, e passou a aceitá-los como passível de consumo pela população em

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geral. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos (ABIAD)

o mercado para esses produtos cresce anualmente 10% ao ano (TROMMER, 2010).

Até a década de 80, existiam apenas três tipos de adoçantes disponíveis na

maioria dos países industrializados: o aspartame, o ciclamato de sódio e sacarina

sódica, que ficaram conhecidos como adoçantes de primeira geração. Nos últimos

20 anos os adoçantes ganharam destaque nas prateleiras dos supermercados,

farmácias e drogarias em razão do crescente interesse ao culto do corpo e da saúde

no anseio de atingir os padrões da atualidade.

Devido aos avanços da tecnologia em alimentos e os conhecimentos

científicos sobre a relação entre o consumo excessivo de açúcares simples e o

desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, como o diabetes mellitus

tipo 2 e a obesidade, foi possível o desenvolvimento e crescimento da aplicação de

adoçantes dietéticos, provenientes de diversas fontes e de várias estruturas

químicas diferentes, oferecendo baixo ou nenhum valor calórico. Os compostos

utilizados como edulcorantes estimulam a sensação doce por interagirem com os

receptores gustativos da língua e garganta (TONETTO et. al., 2008).

Um estudo feito nos EUA mostra que em um espaço de 20 anos, o número de

americanos que utilizam adoçantes dietéticos passou de 68 milhões, em 1984, para

180 milhões em 2004. Os edulcorantes permitidos para uso em alimentos e bebidas

dietéticas são vários, mas cada um possui características específicas de

intensidade, persistência do gosto doce e presença ou não de gosto residual. Além

disso, tais características podem se modificar em função de suas concentrações

(CESAR, 2011).

3.2.1 Legislação sobre o uso dos adoçantes dietéticos no Brasil

O conceito de alimentos dietéticos sempre esteve presente na legislação,

porém antes era regulamentada como medicamento, por isso a legislação era

considerada antiquada o que gerava muita confusão por parte dos fabricantes e dos

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consumidores. Em 1976 ainda eram tidos como medicamentos, sendo controlados

pela Divisão Nacional da Vigilância Sanitária de Medicamentos.

A partir de 1988, os produtos "diet" e "light" foram enquadrados pelo Ministério

da Saúde na categoria de "alimentos especiais", passando a serem controlados pela

Divisão Nacional da Vigilância Sanitária de Alimentos. Este fato acelerou o

crescimento do mercado, mas somente depois de sete anos, foi publicada a Portaria

nº 122/95 da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária, como resultado do trabalho

conjunto de técnicos e cientistas de alimentos, apresentando um grande avanço na

regulamentação sobre alimentos (VIEIRA et. al., 2007).

Os adoçantes dietéticos são considerados alimentos para fins especiais, pela

Portaria N 29, de 13 de janeiro de 1998, recomendado para dietas especiais ou de

restrição de açúcar (IMETRO, 2006).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, na Resolução RDC n°

271, de 22 de setembro de 2005 define como “Adoçante de Mesa” o produto

formulado para conferir sabor doce aos alimentos e bebidas, constituído de

edulcorante(s) previsto(s) em Regulamento Técnico especifico (IMETRO, 2006).

Pela nova lei, os produtos conhecidos como diet e light passam a ser

conceituados e rotulados sob os mesmos parâmetros adotados nos Estados Unidos

e na Europa. Para facilitar a identificação por parte do consumidor, os fabricantes

devem especificar o perfil do produto na embalagem e destacar a palavra light ou

diet. Mas isso não quer dizer que o consumidor possa se sentir seguro, protegido,

visto que a medida não significa a segurança completa para o consumidor, uma vez

que alguns fabricantes não cumprem rigorosamente as regras adotadas pelo

Ministério da Saúde (SALGADO, 2009).

Segundo a Portaria nº 29/11/98, da Secretaria de Vigilância Sanitária, o termo

diet pode, opcionalmente, ser utilizado em alimentos produzidos de forma que sua

composição atenda às necessidades de indivíduos com exigências físicas e/ou que

sofrem de doenças específicas. Nesses casos podem ser incluídos os alimentos

indicados para as dietas com restrição de nutrientes: carboidratos, gorduras,

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proteínas, sódio; os alimentos exclusivamente empregados para controle de peso; e

os alimentos para dieta de ingestão controlada de açúcares.

Os alimentos para dietas controladas não podem ter adição de nutrientes.

Assim, alimentos para ingestão controlada de açúcar, não podem ter a inclusão

desse nutriente, sendo permitida a existência do açúcar natural do alimento como,

por exemplo, o açúcar natural do cacau, no caso do chocolate (IMETRO, 2003).

Os alimentos restritos em carboidratos, como pão e chocolate, ou gorduras,

como iogurtes desnatados com 0% de gordura, podem conter, no máximo, a adição

de 0,5g desses nutrientes por 100g ou 100 ml do produto. Já os alimentos restritos

em proteínas devem ser isentos desse nutriente (IMETRO, 2003).

É importante que fique claro que nem todos os produtos denominados como

diet apresentam diminuição significativa na quantidade de calorias. Exemplo clássico

é o chocolate diet que apresenta teor calórico próximo ao do chocolate normal. O

chocolate diet é indicado para as pessoas diabéticas, pois é isento (restrito) em

açúcar (carboidrato), mas não para as pessoas que desejam reduzir peso, já que no

chocolate diet há uma maior adição de gordura, o que faz com que seu valor calórico

se aproxime ao do chocolate normal (IMETRO, 2003).

Portanto, com a retirada ou redução de algum nutriente, o alimento pode vir a

apresentar uma diminuição de calorias, e o consumidor que deseja emagrecer deve

estar atento à tabela nutricional, que é obrigatória nestes tipos de produtos, e

verificar se esta redução é significativa e justifica a substituição do alimento

convencional pelo diet, que costumam ser mais caros que os convencionais

(IMETRO, 2004).

É possível efetuar uma pesquisa sobre legislação de aditivos alimentares no

site da Anvisa - acesse http://www.anvisa.gov.br, e siga o caminho clicando em: >

Áreas de Atuação > Alimentos > Legislação > Legislação Específica por Assunto >

Aditivos Alimentares e Coadjuvantes de Tecnologia. - porém no próprio site há uma

observação avisando que legislação sobre aditivos, não está completa. Além disso,

legislações anteriores a 1998 estão disponíveis somente em papel e não estão

disponíveis em meio digital.

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Dentre as normas publicadas temos:

Portaria nº 24 da SNVS de 04/04/88, definiu alimentos de baixo valor

energético, como sendo “aqueles que não apresentam mais de 40% do valor

calórico dos alimentos convencionais, os quais deverão trazer no rótulo a

expressão baixa caloria. Estabeleceu também que os produtos que não

fossem adicionados de açúcares deveriam trazer no rótulo a indicação desta

adição, sua quantidade e uma advertência para os diabéticos”;

Portaria nº 25 da SNVS de 04/04/88, normatizou o uso de adoçantes

dietéticos do ponto de vista de denominação e rotulagem;

Decreto nº 96.354 de 18/07/1988, da Presidência da República, alterou o

Decreto nº 73.267 de 06/12/1973, que previa a ausência de edulcorantes

sintéticos e incluiu o § 2º. no art. 54 – emprego de edulcorantes naturais ou

sintéticos, de conformidade com as normas do Ministério da Saúde;

Resolução nº 3 de 21/07/1988 da CNS/MS – tratou de padrões de identidade

e qualidade, rotulagem e fixou os limites máximos para adição de

edulcorantes naturais e sintéticos;

Instrução Normativa nº 1 de 27/10/1988 – Secretaria de Inspeção do Produto

Vegetal (MA) – determinou que a fabricação de refrigerantes dietéticos

observasse os padrões fixados para os refrigerantes convencionais; entre

outras normas.

3.3 Alimentos para fins especiais

3.3.1 Sacarina sódica

A Sacarina Sódica (Figura 1) foi descoberta acidentalmente em 1879, por Fahlber um dos assistentes do laboratório de Ira Remsen, mais famoso químico

americano do século dezenove, quando notou que uma substância que ele

preparava havia caído em sua mão e tinha sabor singularmente doce. Fahlberg

aparentemente previu alguma importância para essa substância, pois, além de

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desenvolver um processo industrial na sua produção, registrou sua patente em

1885. O nome escolhido para essa substância foi Sacarina, derivado da palavra

latina saccharum, que significava açúcar (BARONE, 2004).

A sacarina sódica foi o primeiro adoçante artificial a ser usado desde 1901.

Composta de enxofre e nitrogênio é um dos adoçantes mais antigos e populares do

mercado. É um derivado da naftalina, aproximadamente 400 vezes mais doce que o

açúcar da cana. Foi amplamente comercializada durante as duas últimas grandes

guerras mundiais. Apesar de estudada em humanos, poucas informações existem

sobre seu uso na gestação e efeitos sobre o feto. Porém estudos demonstram que a

sacarina cruza a barreira placentária e pode ser identificada no sangue do cordão

umbilical logo após o parto. Não há relatos de malformação em abortos espontâneos

e incidência de aumento quando se usa a sacarina durante a gestação. A

preocupação do uso da sacarina é devido ao potencial carcinogênico apresentado

em algumas espécies em animais, porém mesmo não existindo ainda confirmações

em humanos quanto aos riscos do uso da sacarina durante a gestação e possíveis

complicações com o feto, deve-se evitar o seu uso durante esse período. Também

não existem restrições quanto ao uso durante a amamentação, mas julga-se

prudente evitá-la da mesma forma (TORLONI, et. al., 2007).

Figura 1: Estrutura Química da Sacarina Sódica

Pelo alto poder adoçante, a sacarina poderia ser o edulcorante ideal, por ser

altamente estável altamente solúvel em água e não possuir poder cariogênico, que

não desenvolve a cárie (pelo menos até agora). Porém, apresenta sabor amargo, o

que faz necessário a associação com outros edulcorantes. A associação mais

comum é com o ciclamato de sódio. Entretanto, essa combinação foi interpretada

pelo FDA (Food and Drugs Administration) como indutor de câncer de bexiga em

ratos (LABCONSS, 2011).

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Na indústria farmacêutica, a sacaria sódica é também utilizada em

medicamentos líquidos e mastigáveis, para contornar os inconvenientes do sabor

desagradável de algumas substâncias e às vezes associada a outros adoçantes

dietéticos no mesmo produto. Todavia a omissão do teor desses adoçantes contidos

nas formulações se dá por dois fatores: o segredo industrial que envolve a

composição dos produtos e o caráter voluntário, já que a quantificação dos

ingredientes inativos não é obrigatória por lei (BALBANI et. al., 2006).

Segundo o governo americano a sacarina estava incluída na lista de

substâncias perigosa desde 1981 e considerada como cancerígena, depois que

demonstrou que era a causa de câncer de bexiga em animais de laboratório (UOL

CIÊNCIA E SAÚDE, 2011).

Após reexaminar a informação disponível sobre a sacarina sódica e seus sais,

o Programa Nacional de Toxicologia e a Agência Internacional de Pesquisa sobre o

Câncer, concluíram que não há potencial cancerígeno em humanos, como destaca a

EPA (Agencia de Proteção Ambiental) em comunicado depois de constatação de

estudos científicos sobre o assunto (EXAME, 2011).

O governo dos Estados Unidos tirou o adoçante artificial sacarina sódica da

lista de substâncias perigosas para a saúde desde março de 2011 (EXAME, 2011).

3.3.2 Ciclamato de sódio

O ciclamato de sódio, cuja estrutura está representada na Figura 2, surgiu por

um acaso. Em 1937, quando um estudante de graduação de química, chamado

Michael Sveda, trabalhando com L. F. Audrieth, da Universidade de Illinois,

preparava alguns compostos chamados de sulfamatos, esperava-se que eles

tivessem propriedades farmacológicas, porém Sveda percebeu um sabor

nitidamente doce no cigarro que fumava (enquanto estava ainda no laboratório) e

procurou verificar de onde vinha esse sabor. Chegou sem muita dificuldade a uma

das substâncias com que estivera trabalhando, e descobriu ser o cicloexilsulfamato

de sódio. Verificou-se, posteriormente, que o seu sal de cálcio apresentava o sabor

doce também. Os dois sais originados do ácido cicloexilsulfâmico foram utilizados

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como substitutos para o açúcar, sendo que o sal de cálcio era útil, ainda, em dietas

que exigiam baixos teores de sódio. Esses adoçantes foram largamente

empregados nos EUA e no resto do mundo, até 1970, quando foram proibidos pelo

Food and Drug Administration, dos EUA, com base em testes realizados com

animais, onde exerceram uma ação carcinogênica (BARONE, 2004).

Porém outras pesquisas garantem sua segurança e o ciclamato de sódio é

comercializado em mais de 50 países. Existe junto ao FDA uma petição pra

reintroduzir o ciclamato no mercado americano. Não existem estudos controlados

sobre os possíveis efeitos do ciclamato sobre o feto. Não existem dados disponíveis

para recomendar o seu uso durante a lactação (TORLONI, et. al., 2007).

Figura 2: Estrutura Química do Ciclamato de Sódio

De acordo com Helena Meneguetti Rizzo, diretora de Pesquisa e

Desenvolvimento da Steviafarma Industrial, recentemente a ANVISA determinou a

redução da quantidade máxima do uso do ciclamato de sódio e da sacarina em

alimentos e bebidas diet e ligth. Uma ação que o governo está seguindo em função

das regras aplicadas em outros países, como por exemplo, a proibição do uso da

sacarina sódica no Canadá e do ciclamato de sódio nos Estados Unidos. Essa

medida aplicada pela ANVISA se deu pela alta presença de sódio apresentada

nesses adoçantes, uma vez que altas doses de sódio é condenado pela OMS

(Organização Mundial da Saúde). Com isso o consumo em grandes quantidades

desses adoçantes contendo sódio, substância inserida pra realçar o sabor dos

alimentos, pode ser prejudicial à saúde, principalmente por hipertensos.

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Sendo assim é de fundamental importância que os consumidores

desenvolvam o hábito da leitura do rótulo e busquem conhecimentos sobre data de

validade, indicação quantitativa do conteúdo, valores calóricos e energéticos,

informações nutricionais, tipo de edulcorante e ingredientes, bem como as contra-

indicações para determinadas doenças (IMETRO, 2006).

3.3.3 Aspartame

A descoberta do aspartame, assim como a da grande maioria dos

edulcorantes, foi acidental. Nos anos 60, um dos projetos da G.D. Searle and

Company, era encontrar um inibidor para gastrina, produto utilizado no tratamento

de úlcera. O pesquisador James M. Schatter em 1965 aquecia o composto em um

frasco contendo metanol quando a mistura espirrou para fora do frasco e caiu-lhe

nos dedos. Minutos após, levando o dedo à boca para folhear um livro sentiu um

sabor extremamente doce, descobrindo o fortíssimo poder edulcorante do

aspartame. O aspartame é o éster metílico de dois aminoácidos, a fenilalanina e o

ácido aspártico, ou seja, éster metílico de L-aspartil-L-fenilalanina (MATTOS, 2011).

A estrutura do aspartame é apresentada na Figura 3. Uma combinação dos

aminoácidos fenilalanina e ácido aspártico com metanol, não podendo ser

consumido por portadores de fenilcetonúria1 e, apesar de ter quatro calorias por

grama, são permitidos para diabéticos.

De acordo com Jonh Olney, James Turner e o grupo Label Inc., antes de o

aspartame chegar ao mercado, foi registrada uma objeção formal para a aprovação

junto o FDA, citando provas que o uso do aspartame pode causar danos cerebrais,

especialmente em crianças. A revista Medical World News de 1978 relata que o teor

de metanol do aspartame é de 1.000 vezes maior do que a maioria dos alimentos

sob controle do FDA. Em concentrações elevadas, o metano ou o álcool, são um

veneno mortal (apud THOMAS, 2005).

1 A fenilcetonúria é uma anomalia rara, que ocorre em pessoas que o organismo é incapaz de metabolizar a fenilalanina (aminoácido existente no leite, carne, pão, etc.), geralmente diagnosticada após o nascimento, através do teste do pezinho. Por esta razão o consumo de ASPARTAME é desaconselhado para gestantes. Há controvérsias a respeito da ingestão de ASPARTAME pelas suspeitas de aparecimento de tumores cancerígenos, mudanças de humor e perda de memória. Porém vários estudos científicos continuam sendo feitos nos países mais desenvolvidos.

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Em 22 de outubro de 1981 o FDA aprovou aspastame como adoçante. No

ano seguinte em 15 de outubro anunciou que a Searle apresentou uma petição para

aprovação do aspartame como edulcorante em bebidas carbonatadas, vitaminas

infantis e outras bebidas liquidas. Depois de várias queixas dos consumidores, em

março de 1984, o FDA solicita que US agency the Centers for Control and

Prevention (CDC) iniciou investigação de número de casos de reações adversas ao

aspartame.

Uma bibliografia de 167 estudos documentando os efeitos adversos

associados com o aspartame foi realizada pelos US National Institutes of Health em

1991. Em abril de 1995, uma consumidora ativista e fundadora do Grupo Missão

Possível anti aspartame usou o serviço de Livre Informação dos Estados Unidos a

forçar o FDA realizar uma lista oficial dos efeitos adversos associados com a

ingestão do aspartame (THOMAS, 2005).

Figura 3: Estrutura Química do Aspartame

De acordo com Freitas e Araújo (2010) algumas pesquisas realizadas em

ratos constataram que o acúmulo de aspartato, um dos metabólicos do aspartame

usado durante a gestação, apresenta toxicidade e que a ingestão maciça desse

metabolito produzia necrose neuronal hipotalâmica. Entretanto, Stegink (1987),

afirma que mesmo grandes doses dessa substância administrada em humanos, não

causa danos cerebrais e ainda afirma que o metabolito do aspartame, o asparato

não acumula nos tecidos fetais.

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3.4 O período gestacional

A gestação é o período onde mulheres de diferentes culturas e gerações

olham com mais cuidado para o desenvolvimento e as transformações do próprio

corpo e percebem as suas necessidades com mais empenho e determinação. O

ciclo gravídico se inicia com o óvulo se alojando na parede uterina, após a

fecundação. A partir deste momento, durante aproximadamente nove meses, o

óvulo irá se desenvolver, transformando-se inicialmente em um embrião, que se

desenvolve até o terceiro mês, e, a partir de então, temos o feto propriamente dito,

que se desenvolve até o momento do parto. Este período é marcado pela

amenorréia, ou ausência de menstruação.

Nesse sentido o cuidado deve ser bem observado, visto que, além de si, há

uma vida sendo gerada que requer cuidados e atenção específica, uma vez que

todas as ações que ela pratica têm relação direta com o feto.

A gravidez normalmente é acompanhada por alterações anatômicas,

fisiológicas e psicológicas que afetam quase todas as funções orgânicas da

gestante. Cada gestante vivencia essa fase de forma única e, muitas vezes, ocorrem

diferenças de uma gestação para outra, na mesma mulher. Muitas dessas são

evidenciadas logo nas primeiras semanas de gestação, indicando que fazem parte

do sistema materno-fetal que cria um ambiente favorável para o desenvolvimento

normal do concepto. Essas mudanças são necessárias para regular o metabolismo

materno, promover o crescimento fetal, preparar a mãe para o trabalho de parto e

lactação. Para melhor assistência pré-natal é preciso a compreensão desse

processo gestacional (ÁRABE et. al., 2011).

A presença dos ajustes fisiológicos impostos pela gravidez no organismo

materno, traduzidos nos sinais e sintomas, associado com uma serie de reações e

novos sentimentos se tornam visíveis (SOUZA e COUTINHO, 2009).

A gestação engloba uma série de pequenos e contínuos ajustes fisiológicos

que afetam o metabolismo de todos os nutrientes. Estes ajustes são individuais,

dependentes do estado nutricional pré-gestacional, e de determinantes genéticos do

tamanho fetal e do estilo de vida da mãe (KING, 2000).

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Durante a gravidez normal, os componentes do ganho de peso são: o feto, o

líquido amniótico, a placenta, o útero e o tecido mamário aumentados, e o aumento

do volume sanguíneo. Em conjunto, constituem o ganho de peso “obrigatório”

associado a gravidez. Além disso, há o acúmulo variável de líquido tecidual e tecido

adiposo (SHILS et. al., 2002).

A ingestão insuficiente de vitaminas e nutrientes podem comprometer o

crescimento e desenvolvimento fetal; por isso esforços para alcançar um bom

estado nutricional maternos antes da concepção e durante a gestação são

fundamentais (KING, 2000).

Durante a gestação ocorrem ajustes no metabolismo de nutrientes,

juntamente com mudanças fisiológicas no organismo materno que propiciam o

desenvolvimento fetal, enquanto mantêm a homeostase materna e a preparam para

a lactação. De acordo com King (2000), dependendo do nutriente, pode ocorrer pelo

menos uma das seguintes mudanças:

- acréscimo nos novos tecidos ou deposição nas reservas maternas;

- redistribuição entre os tecidos;

- aumento na taxa de metabolismo.

Os ajustes no metabolismo de nutrientes ocorrem desde as primeiras

semanas de gestação, apesar da demanda fetal por nutrientes ocorrer

principalmente durante a última metade da gestação, quando ocorre mais de 90% do

crescimento fetal; há aumento de cerca de 60% na taxa de metabolismo basal neste

período (SILVA, 2000).

As mudanças metabolismo protéico acontecem gradualmente durante a

gestação, sendo maiores ao final e são acompanhados de ajustes fisiológicos que

melhoram a utilização da proteína dietética (KING, 2000).

Shibao (2010) alerta para se evitar o uso de compostos químicos durante a

gestação e a amamentação como uma orientação para evitar as contra indicações e

possíveis alergias no bebe, também não recomenda o uso em crianças, exceto as

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que possuem diabetes ou obesidade, porém sempre com orientações do médico ou

nutricionista.

3.4.1 Aspectos nutricionais na gestação

Na gestação o aspecto nutricional da gestante tem papel decisivo, pois os

alimentos são essenciais para a vida, especialmente nas fases de crescimento e

desenvolvimento. Sem o suprimento de alimento e nutrientes, um organismo vivo

não pode crescer e se desenvolver adequadamente, podendo chegar à morte.

Neste período, o atendimento das recomendações nutricionais maternas

tem grande influência no ganho ponderal gestacional e no resultado obstétrico -

peso ao nascimento e idade gestacional ao nascer. Evidências atuais revelam que

o ganho de peso gestacional, mesmo nas fases iniciais da gestação, tem impacto

representativo nas condições do concepto, podendo modificar o peso ao nascer e

o índice ponderal do concepto (DEMETRIO, 2011).

Os requerimentos energéticos da gestante estão aumentados em

comparação aos requerimentos da mulher não-grávida. Idealmente, as mulheres

devem conceber com adequado estado nutricional, visando melhores resultados

obstétricos, ressaltando-se que as mulheres com desvio ponderal (baixo peso ou

sobrepeso/obesidade pré-gestacional merecem maior atenção (ACCIOLY, 2009).

Os requerimentos aumentados no período gestacional são necessários para

promover o adequado ganho de peso gestacional e desenvolvimento fetal;

desenvolvimento da placenta e dos tecidos maternos; atendimento às demandas

metabólicas aumentadas durante a gestação (GUIMARÃES et. al., 2003).

Ao engravidar, é comum a mulher que usa adoçantes dietéticos perguntarem

ao seu médico se essas substâncias são seguras para o feto e se pode continuar a

usá-las durante a gravidez. Porém, sabe-se que o uso de adoçantes dietéticos no

período gestacional deve ser acompanhado pelo médico ou nutricionista, pois pode

trazer complicações, se usado sem a orientação adequada.

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Segundo Trommer (2010), o uso de adoçantes dietéticos na gravidez deve

obedecer a uma recomendação de ingestão diária (IDA), porém o IDA é calculado

para a população em geral, ao passo que a gestação é uma situação peculiar e

exige estudo específico de segurança para avaliação dos riscos de seu uso.

Chemello e Pandolfo (2004) afirmam que a gestante deve estar atenta e ter

muito cuidado na escolha dos produtos químicos que utiliza. Adoçantes dietéticos

não são saudáveis, pois podem oferecer riscos à saúde, são produtos químicos que

o corpo detecta como toxina, tidos como inofensivos aos adultos, porém gestantes

devem evitá-los, pelos efeitos incertos sobre o feto.

3.5 Métodos de ensino

A educação é um dos requisitos fundamentais para que os indivíduos tenham

acesso ao conjunto de bens e serviços disponíveis na sociedade. Ela é um direito de

todo ser humano como condição necessária para ele usufruir de outros direitos

constituídos numa sociedade democrática (GADOTTI, 2005).

Para Gadotti (2005) a educação formal tem objetivos claros e específicos e é

representada principalmente pelas escolas e universidades. Ela depende de uma

diretriz educacional centralizada como o currículo, com estruturas hierárquicas e

burocráticas, determinadas em nível nacional, com órgãos fiscalizadores dos

ministérios da educação. Toda educação é, de certa forma, educação formal, no

sentido de ser intencional, mas o cenário pode ser diferente: o espaço da escola é

marcado pela formalidade, pela regularidade, pela sequencialidade.

A educação não-formal (e nessa modalidade se enquadra a pesquisa aqui

descrita) é também uma atividade educacional organizada e sistemática, porém

aplicada fora do sistema formal. Daí também alguns a chamarem impropriamente de

“educação informal”. São múltiplos os espaços da educação não-formal. Na

educação não-formal, a categoria espaço é tão importante como a categoria tempo.

O tempo da aprendizagem na educação não-formal é flexível, respeitando as

diferenças e as capacidades de cada um. Uma das características da educação

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não-formal é sua flexibilidade tanto em relação ao tempo quanto em relação à

criação e recriação dos seus múltiplos espaços (BIANCONI e CARUSO, 2005).

Entende-se que educação informal é toda gama de aprendizagens que

realizamos e que acontece sem que haja um planejamento específico e, muitas

vezes, sem que nos demos conta (TRILLA, 1986 apud GASPAR, 1992). Acontece

ao longo da vida, constitui um processo permanente e contínuo e não previamente

organizado (AFONSO, 1989 apud GASPAR, 1992).

Keis et al. (1992) ainda fazem uma sutil diferenciação entre educação informal

e incidental. Para eles, este termo diz respeito a algumas experiências

educacionalmente não-intencionais, mas não menos poderosas. Os resultados são

tão comuns e são produzidos tão completamente sem consciência ou intenção que

são comumente pensados como sendo ‘naturais’ ou ‘inerentes’. O fato é que são

aprendidos. Em seguida, dizem os autores sobre o outro termo que as mesmas

experiências ou similares podem ser conscientemente examinadas e

deliberadamente incrementadas através de conversa, explanação, interpretação,

instrução, disciplina e exemplo de pessoas mais velhas, de pares e de outros, tudo

dentro do contexto de vivência individual e social do dia-a-dia. Alguns incrementos

podem pretender ser educativos, mas as próprias experiências não são planejadas

conscientemente para isso. Alguns incrementos de experiências da vida real

constituem a educação informal.

Fazem parte deste rol de aprendizagens e conhecimentos a percepção

gestual, moral, comportamentos, provenientes de meios familiares, de amizade, de

trabalho, de socialização, midiática, nos espaços públicos em que repertórios são

expressos e captados de formas assistemáticas. Tais experiências e vivências

acontecem, inclusive, nos espaços institucionalizados, formais e não-formais, e a

apreensão se dá de forma individualizada, podendo, posteriormente, ser socializada.

Aprendizagem significativa se dá através da interação entre o novo

conhecimento e o conhecimento prévio. Nesse processo, que é não-literal e não-

arbitrário, o novo conhecimento adquire significados para o aprendiz e o

conhecimento prévio fica mais rico, mais diferenciado, mais elaborado em termos de

significados, e adquire mais estabilidade, para promover a aprendizagem

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significativa é preciso averiguar esse conhecimento e ensinar de acordo. Na

aprendizagem significativa, o aprendiz não é um receptor passivo. Longe disso. Ele

deve fazer uso dos significados que já internalizou, de maneira substantiva e não

arbitrária, para poder captar os significados dos materiais educativos. Nesse

processo, ao mesmo tempo em que está progressivamente diferenciando sua

estrutura cognitiva, está também fazendo a reconciliação integradora de modo a

identificar semelhanças e diferenças e reorganizar seu conhecimento. Quer dizer, o

aprendiz constrói seu conhecimento, produz seu conhecimento (MOREIRA, 2000).

Sendo assim, ensinar ciências é mais que promover a fixação dos termos

científicos; é privilegiar situações de aprendizagem que possibilitem ao aprendiz a

formação de sua bagagem cognitiva. Para os profissionais preocupados com o

ensino a tarefa é árdua. Pesquisas junto ao público docente apontam que os

espaços fora do ambiente escolar, mais comumente conhecidos como não-formais,

são percebidos como recursos pedagógicos complementares ao ambiente formal.

Motivados por essa preocupação com o ensino de ciências, surgiram vários estudos

sobre as diferentes formas educacionais, que objetivam tornar o ensino mais

prazeroso, aumentando o interesse pelo aprendiz (BIANCONI e CARUSO, 2005).

Paulo Freire era um educador que sempre falava bem da escola, mesmo

quando criticava a escola conservadora e burocrática. Ele a concebia como um

espaço de relações sociais e humanas. Uma das contribuições originais de Paulo

Freire refere-se à importância da informalidade na aprendizagem e expressa seu

pensamento dentro desse assunto na frase:

Se estivesse claro para nós que foi aprendendo que aprendemos ser possível ensinar, teríamos entendido com facilidade a importância das experiências informais nas ruas, nas praças, no trabalho, nas salas de aula das escolas, nos pátios dos recreios, em que variados gestos de alunos, de pessoal administrativo, de pessoal docente se cruzam cheios de significação (FREIRE, 1997).

Para Moreira e Veit (2006), o homem vive na linguagem e as palavras são

signos linguísticos que se tornam necessários para ensinar. Para haver um

intercâmbio, uma negociação de significados, dependemos da linguagem. A

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linguagem é essencial no processo ensino-aprendizagem, no reconhecimento dos

conhecimentos prévios e na facilitação da aprendizagem significativa.

A estratégia de projetos didáticos propicia a articulação das atividades

educativas de modo potencialmente significativo, favorecendo assim uma

aprendizagem, onde o aprendiz consegue relacionar os conceitos com aplicações do

mundo em que vive, tornando uma aprendizagem significativa (MOREIRA e VEIT,

2006).

Ausubel identifica que para ser potencialmente significativo, o material deve

ser relacionável à estrutura cognitiva do aluno e para que a aprendizagem possa ser

significativa, este tenha disposição para relacionar esse material à sua estrutura

cognitiva de maneira não-arbitrária e não literal, ou seja, o aprendiz faz parte do

processo de ensino e aprendizagem, desde que esteja disposto a relacionar o

material potencialmente significativo à sua estrutura cognitiva. Ele deve apresentar

uma predisposição para aprender (MOREIRA e VEIT, 2006).

Outra condição para ocorrer a aprendizagem significativa é trabalhar com

material potencialmente significativo, uma vez que não existe livro significativo, nem

aula significativa, nem problema significativo, pois o significado está nas pessoas e

como elas usam o material e não propriamente nos materiais (MOREIRA, 2000).

Pensando em educação formal, na região da cidade de Volta Redonda

observou-se que os Cursos de Nutrição do Centro Universitário UniFOA e do Centro

Universitário de Barra Mansa (UBM) abordam a questão da utilização de

substâncias dietéticas em sua grade curricular nas disciplinas de Nutrição e dietética

materno-infanto-juvenil; Nutrição e Dietoterapia; Nutrição do Adulto e Idoso, Técnica

Dietética e Tecnologia de Alimentos.

Sugere-se que seja importante incorporar o material apresentado nessa

dissertação juntamente com a cartilha sobre os adoçantes dietéticos, para os

docentes destes núcleos, para fins de consulta e divulgação das informações

contidas, visando contribuir para a integração entre educação formal e não-formal,

como uma relação estreita e complementar, que sirva para ampliar o conhecimento

de docentes e discentes no âmbito do ensino.

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4 METODOLOGIA

Este estudo possui enfoque quanti-qualitativo, descritivo, exploratório que

segundo Cervo e Bervian (1983) percorrem as fases inerentes a pesquisa

bibliográfica, porém contém características próprias como a utilização de

questionários, com pesquisa de campo. As etapas da pesquisa encontram-se no

diagrama da Figura 4.

Figura 4: Fluxograma de desenvolvimento do trabalho

Revisão Bibliográfica

Pesquisa dos Rótulos

Elaboração da Cartilha (versão 1)

Pesquisa de campo Questionário 1

Distribuição da Cartilha

Pesquisa de Campo Questionário 2

Elaboração da Cartilha (versão final)

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O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos

e aprovado sob o número 211/09 (ANEXO 1) de acordo com a Resolução 196/96 do

Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, visando a coleta de dados

junto a gestantes voluntárias do Município de Volta Redonda.

Para esse trabalho, foram feitas buscas nas bases de dados PUBMED e

SCIELO, limitando os artigos em idioma (língua inglesa e portuguesa) e ano de

publicação (a partir de 2000), usando como palavras-chaves os termos: gestação,

adoçantes dietéticos, aspartame, ciclamato de sódio, sacarina sódica, ensino não-

formal.

4.1 Pesquisa dos rótulos

Em complementação à pesquisa bibliográfica, fez-se um levantamento do

conteúdo informativo dos rótulos de alguns alimentos, a fim de se verificar a

acessibilidade das informações disponíveis aos consumidores. Foi feita uma

pesquisa nas embalagens aleatórias de gelatina e foi verificado que havia presença

de até quatro adoçantes dietéticos, sem que houvesse qualquer informação quanto

a esses ingredientes na frente da embalagem. O que dificulta para o consumidor o

entendimento das informações dos rótulos, uma vez que a letra é tão pequena que

torna quase impossível de se ler. E para dificultar ainda mais essa identificação,

existem algumas embalagens que trazem suas apresentações dos ingredientes da

composição em forma de siglas, o que dificulta ou impossibilita o entendimento do

consumidor, nesse caso o risco de trazer sérios prejuízos para a saúde do

consumidor é ainda maior.

A pesquisa foi conduzida através da analise de rótulos de algumas

embalagens de gelatina observadas nas prateleiras dos supermercados.

4.2 Pesquisa de campo

Após o projeto ter sido aprovado pelo comitê de ética, foi encaminhada uma

declaração para a Secretaria de Saúde de Volta Redonda e para a Clínica Femina,

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para conhecimento e autorização do local da pesquisa. Iniciou-se a pesquisa de

campo, que foi desenvolvida em três locais distintos. Entrevistaram-se setenta e

nove gestantes que fazem parte do Programa de Estratégia da Família em um posto

de atendimento da rede municipal, a saber: Policlínica da Mulher no Bairro Aterrado.

Depois oito gestantes do programa da família do PSF do UniFOA. E por último 25

gestantes da Clínica Femina. Ao todo foram entrevistadas 112 mulheres, entre o

primeiro e o oitavo mês de gestação, que assinaram termo de consentimento livre e

esclarecido.

Em concordância com os objetivos do Programa de Mestrado em Ensino em

Ciências da Saúde e do Meio Ambiente, foi desenvolvido um produto, o qual

consiste em uma cartilha educativa impressa que foi disponibilizada às gestantes

participantes da pesquisa e com possibilidades de ser usada posteriormente como

material de apoio a tutores e professores da área de saúde.

Para poder apontar as principais dúvidas das gestantes sobre o uso de

adoçantes no período da gravidez foi aplicado o primeiro questionário, com o

propósito de verificar o nível de conhecimento das participantes sobre a temática, o

tipo de adoçante utilizando, se a utilização se dá por orientação médica e/ou

nutricional ou se por iniciativa própria e se esta conhece os possíveis riscos do uso

de adoçantes neste período.

Logo após responder ao primeiro questionário, a gestante recebeu uma

cartilha intitulada “Saiba mais sobre os adoçantes artificiais: Aspartame, Ciclamato

de Sódio e Sacarina Sódica.

Foi aplicado um segundo questionário para avaliar se o uso da cartilha

desempenhou sua função, ou seja, se proporcionou algum tipo de aprendizagem às

participantes da pesquisa. Nesta etapa também houve perguntas acerca do

conteúdo e da disposição gráfica do mesmo na cartilha.

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4.3 Elaboração do produto

A metodologia empregada na elaboração da cartilha foi baseada nas

seguintes etapas:

A primeira consistiu em “definir o objetivo da cartilha”. É importante que o

objetivo fique claro logo de início, pois, do contrário, corre-se o risco de que a

cartilha se transforme num artefato meramente ilustrativo. Não é pelo fato de tratar-

se de um instrumento educacional informal que se exigirá menos atenção ou rigor na

sua elaboração (BACELAR et. al., 2000).

A segunda etapa consistiu em “promover uma tempestade de idéias

(brainstorming) sobre o assunto em questão”. Trata-se de um método de geração

coletiva de novas idéias através da participação de diversos indivíduos em um

grupo. Seu pressuposto básico é o de que um grupo gera mais idéias do que os

indivíduos isoladamente. É precisamente através deste compartilhamento e

apresentação de idéias que surgem as propostas sobre o enredo da cartilha e as

personagens que a comporão. Neste caso, o brainstorming foi feito através de

conversas informais com grupos de amigos sobre a temática (BACELAR et. al.,

2000).

Na terceira fase buscou-se definir qual seria efetivamente a mensagem

principal e as mensagens específicas a serem transmitidas, por meio da definição do

enredo e falas que comporiam a cartilha.

Para a definição das figuras foi preciso conceber situações-chave que

permitiriam transmitir a mensagem. Depois foi preciso desenvolver as “falas da

personagem”, objetivando uma ação educativa.

Uma ação educativa engloba os processos de ensino e aprendizagem que

são mediados pelo processo de comunicação. Comunicação, por sua vez, envolve

basicamente três ações: codificação, transmissão e decodificação de uma

mensagem. A aprendizagem só ocorre quando esta mensagem é devidamente

recepcionada e incorporada pelo indivíduo. Por isso deve-se buscar uma maneira

adequada de codificação e transmissão da mensagem (GOMES et. al., 2009).

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A cartilha oferece em suas 16 páginas informações relevantes sobre os

adoçantes: ciclamato de sódio, sacarina sódica e aspartame. Como conteúdos têm-

se as limitações no uso destes produtos divulgados pela Agência de Vigilância

Sanitária (ANVISA) e também o que é importante saber sobre a saúde e o uso dos

adoçantes. Portanto, o enredo é simples e de fácil entendimento para o público alvo.

As falas presentes na cartilha são sucintas e possuem uma linguagem de fácil

entendimento dos leitores.

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5 RESULTADOS

5.1 A presença de adoçantes como aditivos alimentares

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, visando a

proteção e a saúde dos consumidores e a facilitação dos países que compõe o

MERCOSUL (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), o tema que se aplica a

rotulagem nutricional, foi discutido e harmonizado em 1994, tendo o Brasil como

principal interessado de forma a atender as diretrizes da Política Nacional de

Alimentação e Nutrição, sendo aprovada a solicitação de revisão em 2001 e

aprovadas em 2003 as Resoluções quanto a obrigatoriedade de serem declarados

no rotulo a definição dos nutrientes e a porção do alimento.

Após a pesquisa dos rótulos verificou-se que mesmo os que não apresentam

referências ou indicações quanto à presença de adoçantes dietéticos algumas vezes

contêm esses ingredientes em sua formulação. Ressalta-se que alguns desses

alimentos se destinam ao público infantil e mesmo sem apresentar indicações de

ligth/diet, além de conter açúcar branco, também apresenta aspartame, ciclamato de

sódio e sacarina sódica na sua composição.

Observou-se que os pós para preparo de gelatinas, são os que mais contêm a

presença de adoçantes dietéticos, chegando a ter aspartame, ciclamato de sódio e

sacarina sódica juntos na mesma fórmula (Figura 5). Como se pode observar nas

informações da embalagem de gelatina mostrada nesta figura há indicação da

presença de adoçantes dietéticos na composição, mas não apresenta a quantidade

utilizada e nem os valores de ingestão recomendada.

Outro exemplo de rótulo pode ser visto na Figura 6. No pó para preparo de

bebidas da Figura 6 verifica-se que os nomes dos adoçantes dietéticos, são

apresentados somente por código, o que dificulta o conhecimento do consumidor

acerca do que está sendo ingerido. A codex alimentarium que normatiza aditivos

alimentares, estabelece o INS 951 para o aspartame (limite diário 0.056g/100ml);

INS 952 para ciclamato de sódio (limite diário 0.097g/100ml e INS 954 para sacarina

sódica (limite diário 0.022g/100ml) (CODEX ALIMENTARIUM, 2011).

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Figura 5: Embalagem de gelatina comum, com os adoçantes sublinhados

A quantidade de adoçante não fica clara e também a recomendação diária de

ingestão.

Segundo Tonetto et. al. (2008) o uso de aditivos em alimentos só se justifica

quando servir para melhorar as condições dos alimentos quanto a seu valor nutritivo,

conservação, estabilidade e aparência. Não deve ser utilizado se oferecerem riscos

à saúde, a quantidade de aditivo utilizada não deve ser superior às mínimas

necessárias para se obter os efeitos desejados e devem cumprir as normas de

pureza que estão estabelecidas. Mesmo que estudos indiquem que não há

toxicidade, deve-se manter vigilância adequada sobre eles. A autoridade competente

deve autorizar quais aditivos podem ser usados nos alimentos, a aprovação de uma

substância como aditivo não implica em seu uso indiscriminado em alimentos.

Como afirma Shibao (2010) a Anvisa e a Organização Mundial de Saúde

(OMS) estabelece um limite para a ingestão diária aceitável, este valor é calculado

pelo peso do indivíduo. Se houver ingestão dentro dos limites estabelecidos os

edulcorantes não causam risco de efeito deletério, no entanto, em quantidades

excessivas, eles podem causar de diarréia a efeitos neurológicos.

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Figura 6: Embalagem de pó para preparo de bebida

5.2 Resultados do primeiro questionário

Após a aplicação do primeiro questionário verificou-se que das 112 mulheres

entrevistadas, 35 estão grávidas pela primeira vez e 77 já tiveram outra gestação.

Os resultados relativos à gestação, necessidade de dieta e uso de adoçantes

dietéticos são mostrados na Figura 7.

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Figura 7: Respostas referentes à gestação, necessidade de dieta e uso de adoçantes, em

valores absolutos

Os motivos apontados pelas gestantes para a necessidade de dieta especial

foram: pré- natal (31), pressão alta (16), obesidade (10), gravidez de risco (5),

diabetes (4).

A maioria das gestantes faz acompanhamento só com médico. Como

mostrado na Figura 7, as gestantes entrevistadas 76.8% utilizam o açúcar para

adoçar e somente 23,2% usam adoçantes, sendo que, entre as que usam, 42.30%

o fazem por iniciativa própria e 57.70% por recomendação médica. Na Figura 8 são

mostrados os resultados relativos às usuárias de adoçantes dietéticos.

Figura 8: Resultados referentes às usuárias de adoçantes, em valores absolutos

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Figura 9: Resultados relativos à quantidade de uso dos adoçantes líquidos, em valores

absolutos

5.3 Resultados do segundo questionário

Após a aplicação do primeiro questionário a cartilha foi distribuída para as

gestantes voluntárias. Um segundo questionário foi aplicado em torno de um a dois

meses depois de ter sido entregue a cartilha para que houvesse tempo para a

gestante ler e ter as impressões da mesma, a fim de se verificar a qualidade e o

alcance do tema discutido na cartilha. Estas informações foram levadas em

consideração para a confecção da versão final do produto e os resultados são

mostrados a seguir.

Ao se aplicar o segundo questionário, algumas foram encontradas no mesmo

lugar de consulta e outras deixaram o número do telefone para um contato posterior

de acordo com a disponibilidade da gestante. Das 112 gestantes, noventa e três (93)

leram a cartilha e dezenove (19) não leram. Dentre as que não leram, três

responderam que não tiveram tempo; quatro que apenas leram algumas partes; uma

esqueceu; duas perderam; uma deu para a vizinha e oito simplesmente não leram.

Das que leram; sobre a pergunta quais as informações desconheciam sessenta e

três responderam que todas; quatorze que tinha algum conhecimento; quatro

desconheciam muitas coisas; quatro ficaram sem opinar; uma respondeu que

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desconhecia que os adoçantes dietéticos não podem ser usados por hipertensos;

duas que o excesso pode ser prejudicial e não deve ser usado por gestantes; uma

que não causa cárie; uma não conhecia os tipos de diabetes; uma não sabia dos

adoçantes e uma que os adoçantes não podem ir ao fogo.

A tabela 01 mostra as respostas obtidas para a pergunta: Qual tópico da

cartilha você achou mais interessante?

Tabela -1 – Respostas das gestantes

Qual tópico da cartilha você achou mais interessante?

Tudo muito interessante 19

Informações sobre os adoçantes dietéticos 11

Os sabores na língua 09

As recomendações sobre adoçantes dietéticos 06

Os cuidados no uso de adoçantes dietéticos 17

Os cuidados para gestantes diabéticas 01

Informações sobre as gestantes 05

Outras respostas 18

Não opinaram 07

Na pergunta se as informações foram úteis, setenta e oito responderam que

eram muito interessantes; oito ficaram sem resposta; seis responderam mais ou

menos e uma não sabia dos adoçantes dietéticos.

Em relação a pergunta se estaria seguindo as informações contidas na

cartilha, cinquenta e oito responderam que sim; oito que estão tendo mais cuidado;

três que estavam olhando os rótulos; três responderam mais ou menos; uma que era

perigoso; nove ficaram sem resposta; quatro que não estão seguindo; cinco

responderam que não usam adoçantes; duas que substituíram o açúcar pelo mel e

açúcar mascavo.

Na Tabela 02 é mostrada a avaliação da cartilha feita pelas gestantes. Pode-

se verificar que a cartilha foi bem avaliada em relação à organização, parte gráfica,

assunto abordado e possibilidade de utilização, com a maioria das respostas sendo

ótima e boa.

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Tabela 2: Avaliação da cartilha Itens Avaliados

ÓTIMO BOM REGULAR

ORGANIZAÇÃO 53 33 0

PARTE GRÁFICA 46 32 2

ASSUNTO ABORDADO 51 36 5

ENTENDIMENTO DO TEXTO 48 22 11

POSSIBILIDADE DE APROVEITAMENTO 26 18 16

5.4 A cartilha

A cartilha elaborada e distribuída às gestantes foi impressa separadamente,

com as seguintes especificações:

Miolo no formato A5, 15x21cm, 4x4 cores em papel Off-set 75g, dobrado e

grampeado, a fonte utilizada foi a Trebuchet MS, sendo usado o tamanho 12

para os títulos e o tamanho 9 para o texto. Composta de 16 páginas.

A capa no formato de 21x30,3cm, 4x4 cores, em couche liso 115g, dobrada e

grampeada, com predominância das cores vermelha e rosa, dando um

contraste e chamando a atenção para o assunto em questão, também

utilizando a fonte Trebuchet MS. Porém o item de maior destaque como título

e o texto do balão que corresponde ao pensamento da formiga em corpo 23,

e o subtítulo em corpo 15.

Como personagem central, escolheu-se uma formiga, por ser este inseto

popularmente relacionado ao açúcar e doces. O desenho da formiga foi feito em

estilo cartoon, que é um estilo mais simplificado, fazendo com que pessoas de

diferentes idades consigam se identificar com o mesmo. A falta de detalhes facilita

ainda mais essa identificação, pois o observador se enxerga naquela figura.

Na Figura 10 é apresentada a capa da cartilha, na Figura 11 o sumário com o

conteúdo da mesma. Um exemplo de conteúdo é mostrado na Figura 12.

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Figura 10: Capa da cartilha sobre adoçantes dietéticos

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Figura 11: Sumário da Cartilha

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Figura 12: Parte interna da cartilha

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A cartilha inicia-se com a definição e características gerais dos adoçantes

dietéticos. A seguir fala-se dos tipos de sabores existentes e de como estes são

sentidos pela língua humana. Depois há uma descrição sucinta sobre o açúcar

branco e suas restrições em caso de diabetes e obesidade. Destacam-se os

adoçantes abordados neste estudo e suas principais características fazendo uma

comparação entre os mesmos. A seguir é possível visualizar orientações sobre o

uso de adoçantes dietéticos durante a gestação. Alguns aspectos relativos aos

rótulos são também salientados. Finaliza-se com os mais importantes a serem

observados no caso da necessidade de usar adoçantes dietéticos e bibliografia.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso de adoçantes dietéticos durante a gestação e os possíveis efeitos

adversos que podem ocorrer se apresentam neste estudo. Embora não haja muitos

estudos disponíveis acerca de seus efeitos sobre a gestante e o feto, o uso da

sacaria sódica, do aspartame e do ciclamato de sódio deve ser evitado na gestação

pelo seu potencial carcinogênico em experiências com animais.

Recentemente a ANVISA determinou a redução da quantidade máxima do

uso do ciclamato de sódio e da sacarina em alimentos e bebidas diet e ligth, Uma

ação que o governo está seguindo em função das regras aplicadas em outros

países, como por exemplo, a proibição do uso da sacarina sódica no Canadá e do

ciclamato de sódio nos Estados Unidos. Essa medida aplicada pela ANVISA se deu

pela alta presença de sódio apresentada nesses adoçantes dietéticos, uma vez o

sódio em altas doses, é condenado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Com isso o consumo em grandes quantidades desses adoçantes dietéticos

contendo sódio, substância inserida pra realçar o sabor dos alimentos, pode ser

prejudicial à saúde, principalmente por hipertensos e grávidas.

A melhor conduta durante esse período é evitar o uso dos adoçantes

dietéticos, produtos industrializados que possam conter esses aditivos e evitar

adicionar adoçantes dietéticos às bebidas, afinal como os estudos ainda são muito

recentes e inconclusivos, a prevenção ainda é a melhor opção. Se for necessário o

uso de adoçantes dietéticos, o ideal é seguir as recomendações de consumo. Sendo

assim é de fundamental importância que os consumidores em geral e,

principalmente, as gestantes desenvolvam o hábito da leitura do rótulo e busquem

conhecimentos sobre data de validade, indicação quantitativa do conteúdo, valores

calóricos e energéticos, informações nutricionais, tipo de edulcorante e ingredientes,

bem como as contra-indicações para determinadas doenças.

O ensino não-formal foi a modalidade de ensino utilizada para desenvolver

essa pesquisa e fazer o levantamento de dados. Os resultados obtidos pelos

questionários aplicados mostraram que algumas das entrevistadas tinham

conhecimentos prévios sobre o assunto. A cartilha atingiu seu objetivo ao despertar

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o interesse sobre os novos aspectos do assunto abordado. Houve uma renovação

do conhecimento e possibilidades de aplicação das orientações contidas na cartilha,

por parte de algumas participantes que fazem uso dos adoçantes dietéticos e

passaram a olhar com mais critério, os rótulos, ao fazer a escolha e o uso desses.

Com a realização da pesquisa concluiu-se que as gestantes entrevistadas

não fazem uso generalizado de adoçantes dietéticos, e quando o fazem, é sob

recomendação médica, mas elas desconhecem as alterações que o uso

indiscriminado do adoçante pode trazer para a saúde.

Observou-se que o assunto abordado foi, em todos os lugares de pesquisa,

muito bem aceito e que além de despertar interesse para as participantes, chamou

atenção dos acompanhantes que ouviram a abordagem e a entrevista.

Vendo o objetivo alcançado e o interesse despertado além do foco principal,

sugere-se propor que seja incorporado o conteúdo dessa pesquisa, juntamente com

a cartilha sobre os adoçantes dietéticos, nas disciplinas de Bromatologia, Nutrição e

dietética materno-infanto-juvenil; Nutrição e Dietoterapia; Nutrição do Adulto e Idoso,

Técnica Dietética e Tecnologia de Alimentos que fazem parte da grade curricular dos

cursos de Nutrição, Farmácia e outro, e que são de relevante importância como

fonte de consulta e debate para ampliar o conhecimento dos docentes e discentes

de saúde e de ensino.

Nos resultados observou-se que muitas pessoas desconhecem que a

utilização de adoçantes dietéticos deve obedecer a certos critérios de ingestão e que

muitos produtos, inclusive os destinados ao público infantil, possuem em sua

composição estes edulcorantes, sem, no entanto, apresentar qualquer menção em

destaque na embalagem.

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APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(De acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde)

Comitê de Ética em Seres Humanos – CoEPS/UniFOA

Você está convidada para participar, como voluntária, em uma pesquisa sobre

Adoçantes artificiais.

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:

Título do Projeto: Xenobióticos: Uso durante a gestação e suas possíveis

complicações.

Pesquisador Responsável: Danúzia Pacheco Natividade. Cel. 24-9965-5050

Orientador do Projeto: Denise Celeste Godoy Rodrigues

Comitê de Ética em Pesquisa: Campus Três Poços – Av. Paulo Alves Abrantes,

n. 1325 – Volta Redonda – Aprovado sob o n. 211/09

1. Antes de aceitar participar da pesquisa, leia atentamente as explicações abaixo que informam sobre a pesquisa.

2. Para isso você deverá responder um questionário. 3. Você poderá recusar a participar da pesquisa e poderá abandonar o

procedimento em qualquer momento, sem nenhuma penalização ou prejuízo. Durante o procedimento poderá recusar a responder qualquer pergunta que por ventura lhe causar constrangimento.

4. A sua participação como voluntária ( DECLARAÇÃO DE NUREMBERG, 1046), não auferirá nenhum privilégio, seja ele de caráter financeiro ou de qualquer natureza, podendo se retirar do projeto em qualquer momento sem prejuízo a V.S.a

5. A sua participação não envolve qualquer tipo de risco. 6. Serão garantidos o sigilo e privacidade, sendo reservado a participante o

direito de omissão de sua identidade ou de dados que possam comprometê-los.

7. Na apresentação dos resultados não serão citados os nomes das participantes.

Confirmo ter conhecimento do conteúdo desse termo. A minha assinatura

abaixo indica que concordo em participar e por isso dou o meu consentimento.

Eu,_____________________________________________________________

Endereço________________________________________________________

Volta Redonda: ________/_______/_______

Assinatura;_____________________________ Telefone:_________________

Nome e assinatura do pesquisador: Danúzia Pacheco Natividade

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APÊNDICE B: PRIMEIRO QUESTIONÁRIO QUESTIONÁRIO 1

1. Gostaria de participar de uma iniciativa com uma cartilha com orientações sobre o uso dos adoçantes e artificiais, alimentos diet e ligth,, durante a gestação e possíveis efeitos à saúde? ( )SIM ( ) NÃO 2. Em que mês se encontra de gestação?________________________ É sua primeira gravidez? ( ) SIM ( ) NÃO 3. Necessita de dieta especial? ( ) SIM ( ) NÃO Faz acompanhamento com médico/nutricionista? ( ) SIM ( ) NÃO Motivo:____________________________________________________ 4.Faz uso de alimentos diet e/ou ligth? ( ) SIM ( ) NÃO Em caso positivo, por recomendação do médico/nutricionista ou iniciativa própria?_________________________________________________________ 5.Usa o açúcar convencional ou o adoçante para adoçar? Em caso de adoçante, por recomendação do medico/nutricionista ou por iniciativa própria?____________________________________________ 6.Qual tipo de adoçante? Líquido ( ) Pó ( ) Em quais preparações usa o adoçante? Café, chás, sucos ou outros? __________________________________________________________ Qual quantidade usa? Líquido (n de gotas)________ Pó (quantidade de saquinhos)__________________________________ 7. Ao usar o adoçante ou alimento ligth/diet, percebeu alguma reação diferente no seu corpo? ( )SIM ( )NÃO 8. Sabe que o uso indevido ou excessivo dos adoçantes pode provocar alterações à saúde? ( )SIM ( ) NÃO

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APÊNDICE C: SEGUNDO QUESTIONÁRIO

QUESTIONÁRIO 2

1. VOCÊ LEU A CARTILHA SOBRE O “USO DOS ADOÇANTES E

ALIMENTOS DIET E LIGHT, DURANTE A GESTAÇÃO E POSSÍVEIS

EFEITOS À SAÚDE"?

( ) SIM ( ) NÃO

2. EM CASO AFIRMATIVO, DAS INFORMAÇÕES CONTIDAS NA

CARTILHA, QUAIS VOCÊ DESCONHECIA?

3. QUAL TÓPICO DA CARTILHA VOCÊ ACHOU MAIS INTERESSANTE?

4. AS INFORMAÇÕES FORAM ÚTEIS?

5. VOCÊ ESTÁ SEGUINDO AS ORIENTAÇÕES CONTIDAS NA CARTILHA?

6. COMO VOCÊ AVALIA A CARTILHA EM RELAÇÃO À:

Itens Avaliados

ÓTIMO

BOM

REGULAR

Sugestões

ORGANIZAÇÃO

PARTE GRÁFICA

ASSUNTO ABORDADO

ENTENDIMENTO DO TEXTO

POSSIBILIDADE DE APROVEITAMENTO

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ANEXO 1 – AUTORIZAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA