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Usina Hidreltrica de Furnas Wikipdia, a enciclopdia livre

http://pt.wikipedia.org/wiki/Represa_de_Furnas

Usina Hidreltrica de FurnasOrigem: Wikipdia, a enciclopdia livre.

(Redirecionado de Represa de Furnas) A Usina Hidreltrica de Furnas foi a primeira a ser construda pela empresa que dela herdou o nome. Est localizada no curso mdio do Rio Grande, no trecho denominado "Corredeiras das Furnas", entre os municpios de So Jos da Barra e So Joo Batista do Glria, em Minas Gerais. No incio da construo pertencia ao municpio de Passos, e possui uma potncia nominal de 1.216 MW (8 X 152 MW)[1]. Sua construo comeou em julho de 1958, tendo a primeira unidade entrado em operao em 1963. A construo dessa usina, uma das maiores da Amrica Latina na poca, permitiu que se evitasse o colapso energtico do Pas, na dcada de 60.

Furnasome: Capacidade: Barragem - Altura - Extenso rea alagada: Localizao: Rio: Perodo de construo: Proprietrio: Furnas 1.216 MW 60 m m 800 m m 1.440 km2 Minas Gerais Grande 1958 - 1963 Furnas Centrais Eltricas

O reservatrio, um dos maiores do Brasil, com 1.440 km e 3.500 km de permetro, banha 34 municpios de Minas Gerais. A operao da Usina de Furnas est certificada pela NBR ISO 9002, desde dezembro de 2000.

ndice1 Histrico da construo da Usina de Furnas 1.1 Origem 1.2 Construo 1.3 Transposio do Rio Piumhi 1.4 guas 1.5 A usina e as Comunidades do Lago 1.6 A tentativa de privatizao 2 O Lago de Furnas 3 Municpios atingidos pela represa 4 Impostos 5 Balsas 6 Outros benefcios 7 Ver tambm 8 Referncias 9 Ligaes externas

Histrico da construo da Usina de FurnasOrigemContam as histrias que foi o engenheiro da Cemig Francisco Noronha quem descobriu as Corredeiras das Furnas, quando saiu para pescar a convite da famlia Mendes Jnior. Era sabido que a Cemig j procurava no Rio Grande um lugar ideal para construir uma usina. Diante de um cnion longo e profundo, o engenheiro, impressionado, tirou fotos, desenhou barragens sobre as mesmas, calculou a profundidade do reservatrio e, em Belo Horizonte, apresentou seus estudos ao engenheiro John Reginald Cotrim, ento vice-presidente da Cemig e futuro presidente de FURNAS. O diretor tcnico de Furnas foi o engenheiro hidrulico Flvio Lyra. Cotrim verificou pessoalmente o local e chegou concluso que estava diante de um potencial que permitiria a construo de uma usina de grande porte para atender os trs principais centros socioeconmicos do pas: So Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, evitando assim o colapso energtico que ameaava o pas.

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Em 1955, Cotrim passou a integrar a equipe de governo de Juscelino Kubitschek, que em 28 de fevereiro de 1957, assinou o decreto 41.066 e criou uma das maiores obras do seu governo: a Central Eltrica de Furnas, com sede em Passos, Minas Gerais.

ConstruoConstruir a maior usina hidreltrica do pas na poca, com capacidade de gerar uma potncia eltrica de 1.216 MW, exigiu a contratao de profissionais estrangeiros, principalmente ingleses, e a importao de equipamentos da Itlia, Sucia, Estados Unidos, Sua, Canad e Japo, mas tambm contou com a criatividade dos engenheiros e operrios brasileiros que ajudaram na resoluo de muitos problemas tcnicos de ltima hora. Os estudos em modelos fsicos reduzidos foram efetuados no Laboratrio de Hidrulica Saturnino de Brito no Rio de Janeiro comandados pelo engenheiro Thephilo Benedicto Ottoni Netto. Fbio Carvalho Alves, na poca, empregado de uma pequena empreiteira chamada Mendes Jnior, trabalhou no ncleo de argila da barragem da usina e conta que no foram poucos os problemas enfrentados. "Deslocar equipamentos pesando cerca de 30 mil kg em balsas era muito difcil. Lembro do dia em que uma afundou com uma carreta de combustvel e tive que usar escafandro sem nunca antes ter mergulhado", lembra. Fbio, hoje aposentado, vive nas Escarpas do Lago, primeiro e maior empreendimento turstico do Reservatrio de Furnas, que aprisionou 21 bilhes de metros cbicos de gua dos rios Grande e Sapuca. A Mendes Jnior, cujo crescimento, em suas prprias palavras, se deve construo da usina de Furnas, uma das maiores construtoras do pas.

Transposio do Rio PiumhiVisando no inundar da cidade de Capitlio, o Rio Piumhi, afluente do Rio Grande, teve toda sua bacia (com seus 22 afluentes), juntamente com sua ictiofauna, transposta para a Bacia do Rio So Francisco quando da construo da Usina Hidreltrica de Furnas. Atualmente, pesquisadores da Universidade Federal de So Carlos e da Universidade Federal do Rio de Janeiro desenvolvem pesquisas na regio.

guasA construo de tneis e galerias para desviar o curso dos rios Grande e Sapuca desafiou a habilidade tcnica de engenheiros e exigiu grandes esforos de operrios. Muito esforo tambm foi necessrio para convencer os proprietrios de terras dos municpios da regio a vend-las para a Empresa, em nome do interesse nacional. Nem Jos Cndido Barbosa, um dos primeiros e nicos a negociar com Furnas "sem entrar em demanda", se convenceu fcil de que as guas fossem alagar suas terras, localizadas no municpio de Guap. "Eu fiquei desconfiado porque vieram pedir para demarcar minhas terras e s botavam estacas em terra boa. Fiquei com medo que eles quisessem era invadir a terra da gente". Depois de consultar um advogado, que explicou que as melhores terras geralmente ficam nos vales, finalmente se decidiu. "Pensei Ah, vou vender esse trem, porque tudo custou meu suor mesmo, no recebi herana de ningum. Fui l e vendi". O valor pago pela Empresa ele no lembra, mas garante que os dois cheques que recebeu foram suficientes para comprar a fazenda onde mora hoje, que lhe custou seis milhes de cruzeiros, e revela que ainda sobrou dinheiro. Houve gente para quem nem o dinheiro oferecido, nem a ameaa de ver tudo ficar debaixo d'gua era suficiente para abandonar a terra. A maioria recebeu o valor venal, depositado em juzo pela Empresa. Dona Clarisse de Souza Rodrigues deu mais trabalho aos advogados de Furnas. Nem mesmo a carta do presidente Juscelino a convenceu de vender as terras. Dona da fazenda Corredeiras, que abriga hoje as instalaes da usina, ela lutou com unhas, dentes, gua fervente e tiros de carabina para no ser desapropriada. Hoje falecida, seu filho Jos Rodrigues Filho, o Vinho, ex-funcionrio de FURNAS, que relata que o nico que conseguia conversar com ela era o advogado Aldo Hildo Motta. "Minha me era brava e para ela as terras no tinham preo. Furnas oferecia dinheiro, fazendas melhores que a nossa e ela no aceitava nada. As obras comearam com ela dentro do canteiro". Motta, depois de lhe dar presentes, lev-la ao Rio de Janeiro, encheu os olhos de dona Clarisse com um sobrado alugado pela Empresa na nova So Jos da Barra, todo mobiliado, "com geladeira e tudo mais que s milionrio tinha na poca.

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Ela nunca tinha visto nada igual". O aluguel do sobrado por cinco anos somado a 2,7 milhes de cruzeiros, "em notas bonitas, douradas", fizeram Clarisse mudar-se com a famlia. "O dinheiro ela emprestou, guardou, acabou. Ela morreu numa casinha humilde, na rua Alagoas". Hoje, Vinho, que trabalhou como servente, zelador, ajudante de cozinha, cozinheiro e garom na Casa de Visitas de Furnas, sonha em comprar reas que ficavam na antiga propriedade e que no foram utilizadas pela Empresa. "Se FURNAS colocar venda esses remanescentes, eu quero comprar em memria dos meus pais, que amavam aquelas terras".

A usina e as Comunidades do LagoNo dia 9 de janeiro de 1963 o tnel que desviou o curso do rio Grande para a construo da Usina de Furnas foi fechado e as guas que formaram um dos maiores reservatrios do mundo, criou praias, formou cnions e cachoeiras inundou vilarejos e mudou para sempre a histria dos 34 municpios que ficam ao longo dos 1.440 km de extenso do Lago de Furnas. A sede do municpio de Guap ficou praticamente submersa, o que levou construo de uma nova sede em local definido pela populao. O distrito de So Jos da Barra, ento pertencente a Alpinpolis e emancipado em 1994, ficou integralmente debaixo das guas e deu lugar "Nova Barra", que a pedido do padre Ubirajara Cabral, proco local, foi construda pela Central Eltrica de Furnas na forma de um banjo. A maioria dos municpios possua vocao agropecuria, mas com o alagamento das reas produtivas diversificaram suas atividades. Surgiram pequenos comrcios e o turismo, ainda pouco explorado, apresenta-se hoje como opo natural para gerao de renda na regio. So cerca de 260 empreendimentos tursticos, entre hotis, pousadas e clubes nuticos, de acordo com a Associao dos Municpios do Lago de Furnas (Alago) que movimentam a economia local, gerando empregos e impostos para os municpios.

A tentativa de privatizaoA empresa Furnas havia sido includa no Plano Nacional de Desestatizao, idealizado e implantado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Porm, o ento governador de Minas Gerais, Itamar Franco, insurgiu-se contra a privatizao da empresa, conclamando o povo mineiro e brasileiro para impedirem que mais um patrimnio do brasileiro fosse privatizado. Na ocasio, Itamar mobilizou a Polcia Militar de Minas Gerais na regio da usina, ameaando explodir uma barragem caso Furnas fosse privatizada. Apesar desta postura ter sido criticada, Itamar conseguiu seu objetivo e a empresa no foi privatizada.[2]

O Lago de FurnasO Lago de Furnas a maior extenso de gua do Estado de Minas Gerais e um dos maiores lagos artificiais do mundo, por isto chamado Mar de Minas. Alimentado por nascentes e rios de guas cristalinas, cobre uma superfcie de 1.457,48km, tendo modificado a paisagem dos trinta e quatro municpios atingidos pela sua inundao, com a criao de praias e desfiladeiros. Segundo a Associao dos Municpios do Lago de Furnas (ALAGO): "historicamente a regio guarda a memria das tribos indgenas que ali habitaram, das trilhas bandeirantes em busca de ouro, das fazendas seculares e dos quilombos rebeldes. Muito dessa histria submergiu em fevereiro de 1963, quando as guas do lago subiram seu nvel por sobre casas, plantaes e at mesmo cidades, transformando definitivamente o lugar. Seus habitantes levaram algum tempo para reconhecer a nova paisagem e as novas possibilidades oferecidas pelo grande lago que se formara. Aos poucos, porm, em seus remansos, agradveis pousadas, frteis pesqueiros e elegantes embarcaes foram surgindo e delineando o futuro turstico do Lago de Furnas".

Municpios atingidos pela represaTrinta e quatro municpios foram atingidos pelo Lago de Furnas. Estes municpios, a fim de explorar turisticamente as transformaes advindas da criao da represa, buscando a sustentabilidade econmica e a preservao ambiental dos municpios lindeiros banhados pelo lago, formaram a Associao dos Municpios do Lago de Furnas (ALAGO), da qual fazem parte Aguanil, Alfenas, Alpinpolis, Alterosa, Areado, Boa Esperana, Cabo Verde, Camacho, Campo Belo, Campo do Meio, Campos Gerais, Cana Verde, Candeias, Capitlio, Carmo do Rio Claro, Coqueiral, Cristais, Divisa Nova, Eli Mendes, Fama, Formiga,Guaransia, Guap,Guaxup ,Ilicnea, Itapecerica, Lavras, Nepomuceno, Paraguau, Perdes, Pimenta, Ribeiro Vermelho, So Joo Batista do Glria, So Jos da Barra, Trs Pontas e Varginha.

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ImpostosApenas os impostos gerados pela produo de energia na Usina de Furnas respondem pela maior parte dos recursos de cidades como So Joo Batista do Glria e So Jos da Barra que, por sediarem as instalaes da usina, dividem meio a meio o ICMS pago pela Empresa. As demais cidades tambm so beneficiadas e recebem, proporcionalmente rea alagada, a Compensao Financeira dos Recursos Hdricos (CFRH).

BalsasComo o sistema virio, composto na maior parte por estradas vicinais, tambm foi inundado pelo reservatrio, a Empresa disponibilizou balsas populao local. Ao todo so 15 embarcaes, sendo trs jusante e 12 montante da barragem, operadas em convnio com 11 prefeituras. Alm do investimento inicial, FURNAS arca com os custos de manuteno. O transporte para pedestres gratuito, mas a renda obtida com o transporte de veculos fica integralmente para o municpio.

Outros benefciosOutros benefcios diretos aos municpios, criados pela presena da Usina de Furnas, advm da poltica de meio ambiente e responsabilidade social da Empresa. A estao de Hidrobiologia e Piscicultura, implantada na dcada dos 70, alm de produzir espcies nativas como dourado, trairo, piau-trs-pintas, piracanjuba, curimbat e pau-caranha, para repovoar o reservatrio, faz a distribuio de tilpias invertidas para os produtores rurais de So Jos da Barra. So fornecidos cerca de 150 mil alevinos por perodo reprodutivo a produtores selecionados pela Emater, segundo o bilogo Paulo Srgio Formgio. Um deles Nelson Alves Batista, proprietrio do stio Vargem dos Pinheiros. Em 2002, ele recebeu o primeiro lote de alevinos/juvenis de tilpia-niltica e a orientao profissional dos tcnicos da piscicultura de Furnas. Hoje ele se diz satisfeito com o resultado e com a produo de cerca de 90 toneladas/ano. A estao tambm realiza o levantamento das comunidades de peixes de cada reservatrio das usinas em operao no Rio Grande, Paranaba e Paraba do Sul e emite relatrios para rgos ambientais, como Instituto Florestal e Ibama. Alm disso, avalia a qualidade da gua em termos ambientais, medindo o grau de poluio atravs dos nveis de fsforo e nitrognio. Outra atividade que beneficia diretamente os municpios vizinhos usina realizada pelo Horto, que produz cerca de 80 mil mudas/ano de espcies nativas cultivadas para o reflorestamento de parte da mata ciliar e destinadas arborizao das cidades banhadas pelo Lago de Furnas. Horta nas Nascentes e o Pomar Comunitrio, recm implantado, tambm so projetos que fornecem alimentos para famlias carentes de comunidades prximas e entidades beneficentes

Ver tambmRio Turbina hidrulica Energia maremotriz Hidrologia Lista de usinas hidreltricas do Brasil Furnas Centrais Eltricas

Referncias1. Azevedo-Santos, V. M.; Costa-Neto, E. M.; Lima-Stripari, N. 2010. Concepo dos pescadores artesanais que utilizam o reservatrio de Furnas, Estado de Minas Gerais, acerca dos recursos pesqueiros: um estudo etnoictiolgico. Revista Biotemas, 23 (4): 135-145 2. "Itamar vai guerra". In: http://veja.abril.com.br/250899/p_046.html)

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Ligaes externasAssociao dos Municpios do Lago de Furnas (http://www.alago.org.br/nova/index.php) Furnas Centrais Eltricas S.A. (http://www.furnas.com.br) Estudos sobre a transposio do Rio Piumhi (http://www.transpiumhi.ufscar.br/)

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