urbanismo moderno · le corbusier (1887-1965) seu maior ... suficiente e a calma útil ao trabalho...
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Urbanismo Moderno
Antonio Castelnou
Introdução
O MOVIMENTO MODERNO (1915/45)deu-se paralelamente a um gradativo
empenho tecnológico, quando se consolidaram os princípios do
funcionalismo e do urbanismo moderno.
No primeiro pós-guerra, o problema da moradia tornou-se agudo em muitos
países europeus, graças à carência de habitações, tanto devido aos danos da
guerra como à paralisação das atividades de construção durante o conflito.
Com o encarecimento dos materiais, da mão-de-obra e dos terrenos, fez-se necessária a intervenção estatal, voltada a assegurar a moradia para as classes mais baixas, a qual se deu de duas maneiras:
Por meio de créditos e facilidades concedidas às associações particulares, especialmente através de
leis na Grã-Bretanha;
Por meio de construção de alojamentos por iniciativa
direta de entidades públicas, mais freqüente
na França, Alemanha, Holanda e Itália. Zehlendorf (1925/7, Berlim)
Bruno Taut (1880-1938)
Hufeisen-Britz (1925/9, Berlim)
Enquanto as intervenções públicas aumentaram de tal modo a controlarem a maior parte da construção de moradias e bairros, as orientações urbanísticas através de leis e planos reguladores cresceram em menos intensidade.
A INGLATERRA foi a pioneira em leis e planos
urbanos, criados na década de 1920, enquanto
os demais países europeus somente se preocuparam com isso nos anos 30 ou até 40, no segundo pós-guerra.
Otto Wagner (1841-1918)Proposta urbanística p/o22o. Distrito de Viena(1911, Áustria)
Amsterdam South Plan(1915, Holanda)H. P. Berlage (1856-1934)
Na década de 1920, o URBANISMO MODERNOamadureceu em direção à busca de alternativas para a cidade burguesa
pós-liberal, mas sem procurar corrigir seus conflitos, limitando-se
em prosseguir as idéias das décadas anteriores
à Primeira Guerra Mundial (1914/18), em especial as propostas de Walter Gropius (1883-
1969) e de Le Corbusier (1887-1965).
Walter Gropius (1883-1969)Törten Siedlung (1926/8, Dessau)
Os urbanistas modernos estudavam a cidade a partir de sua DECOMPOSIÇÃO – setores,
bairros, quadras e ruas, células ou unidades elementares –; metodologia que objetivava a economia de meios de realização, já que
respondia a critérios de produção industrial.
Praunheim Siedlung(1925/7, Jahre Alem.)
GesellschaftSiedlung(1927/9, Berlim)
Ernst May(1886-1970)
Wohnhaus (1932, Moscou)
Quando algumas idéias modernas tornaram-se maduras para serem colocadas em prática, através de modelos
aplicáveis na realidade, a produção da construção civil começou a declinar,
por efeito da crise econômica dos anos 30,
a qual conduziu à Segunda Guerra Mundial(1939/45), transferindo para os anos 40 e 50 as maiores experiências.
Siemensstadt Siedlung (1930, Berlim) Walter Gropius (1883-1969)
Ludwig Hilberseimer (1885-1969)Proposta Bairro em Berlim (1930)
Urbanismo Racionalista
Tendo como principais precursores Howard, Soria y Mata, Garnier e Sitte, o urbanismo moderno encontrou em
Le Corbusier (1887-1965) seu maior expoente, que fundou os princípios do URBANISMO RACIONALISTA.
Para os racionalistas, o homem urbano equivale apenas a uma unidade
estatística, pois consideraram em seus planos essencialmente os aspectos
quantitativos da cidade, defendendo a eficiência e a densidade demográfica.
Os urbanistas racionalistas desenvolveram uma série de propostas, principalmente no
período entre guerras, muitas das quais aplicadas na criação de novos bairros de cidades européias, voltados às classes proletárias e aos refugiados de guerra.
Hufeisen-Britz Siedlung(1925/9, Berlim)
Bruno Taut (1880-1938)
Weissenhof Siedlung(1926/7, Stuttgart Alemanha)
A M. van der Rohe E H. PoelzigB J. J. P. Oud F Mart StamC Le Corbusier G P. BehrensD Walter Gropius H H. Scharoun
A
C
F
A
B
C
D E
F
G
H
Os NOVOS BAIRROS eram compostos de modo
unitário e em bloco, com cuidados de ventilação e
iluminação, separação de tráfego e arborização,
baseados em:
RACIONALIZAÇÃO(padronização de elementos
construtivos e pré-fabricação visando a
industrialização);
ESTANDARDIZAÇÃO(adoção de modelos para as
unidades habitacionais, preferindo-se as casas em
fileiras ou agrupadas em blocos de até três andares).
Italiensichergarten(1925/7, Zelle Alem.) Otto Haesler (1880-1962)
Werkbund Siedlung(1930/2, Viena Áustria)
A O. StrnadB W. SobotkaC R. NeutraD A. LoosE G. RietveldF O. Breuer
B
A
EA
B
C
D
E
F
Altamente segregacionistas, os modelos das cidades racionalistas eram baseados em 04 (quatro) postulados fundamentais:
Descongestionar o centro das cidades para atender exigências da circulação;
Aumentar a densidade do centro das cidades para realizar o contato exigido pelos negócios;
Aumentar os meios de circulação, ou seja, modificar completamente a concepção atual da rua que se encontra sem efeito diante do novo fenômeno dos meios modernos de transporte (metrôs ou automóveis, trens, aviões, etc.);
Aumentar as superfícies verdes, a única maneira de assegurar a higiene suficiente e a calma útil ao trabalho atento exigido pelo sistema de negócios.
Os ideais racionalistas em relação à questão urbana tiveram sua
consagração definitiva a partir da realização do 4º CIAM, ocorrido em
1933 e onde foi formulada a CARTA DE
ATENAS, um documento com 95 conclusões tiradas a partir da
análise de 33 cidades, que foi publicado apenas
em 1943 e com seu autor identificado (Le
Corbusier) só em 1957.Plano Geral de Canberra
(1912, Austrália) Walter B. Griffin (1876-1937)
Algumas das suas conclusões foram:
A cidade e o campo dependem um do outro e são elementos inseparáveis de uma mesma unidade regional, a qual deve ser tratada pelo PLANEJAMENTO URBANO;
O desenvolvimento urbano de cada cidade depende das suas características geográficas, potencialidades econômicas e situação política e social;
As chaves do urbanismo moderno encontram-se em 04 (quatro) funções a serem tratadas especificadamente: a habitação, o trabalho, o lazer e o transporte.
Bad Dürrenberg (1928/30, Berlim) Alexander Klein (1879-1961)
Riedhof-West Siedlung(1934, Frankfurt Alemanha)
O nascimento do planejamento urbano ou urban planning permitiu uma avaliação mais
precisa da cidade industrial, que passou a ter como base o desenvolvimento de uma
METODOLOGIA MULTIDISCIPLINAR, tornando a urbe objeto de conhecimentos históricos, políticos, sociais, econômicos e
tecnológicos, entre outros.