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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE–UNIVALE FACULDADE DE DIREITO, CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E ECONÕMICAS-FADE CURSO DE DIREITO Altair Gonçalves Costa RETENÇÃO NA FONTE DO ISSQN NA LEI COMPLEMENTAR 116/2003 LEGISLAÇÃO DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARES E SIMPLES NACIONAL Governador Valadares-MG 2010

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE–UNIVALEFACULDADE DE DIREITO, CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E ECONÕMICAS-FADE

CURSO DE DIREITO

Altair Gonçalves Costa

RETENÇÃO NA FONTE DO ISSQN NA LEI COMPLEMENTAR 116/2003 LEGISLAÇÃO DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARES E SIMPLES

NACIONAL

Governador Valadares-MG2010

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ALTAIR GONÇALVES COSTA

RETENÇÃO NA FONTE DO ISSQN NA LEI COMPLEMENTAR 116/2003 LEGISLAÇÃO DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARES E SIMPLES

NACIONAL

Monografia apresentada como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Direito, apresentada pela Faculdade de Direito, Ciências Administrativas e Econômicas – FADE, da Universidade Vale do Rio Doce – UNIVALE

Orientador: Prof. Hélcio Armond Junior

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Governador Valadares-MG2010

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ALTAIR GONÇALVES COSTA

RETENÇÃO NA FONTE DO ISSQN NA LEI COMPLEMENTAR 116/2003 LEGISLAÇÃO DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARES E SIMPLES

NACIONAL

Monografia apresentada como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Direito, apresentada pela Faculdade de Direito, Ciências Administrativas e Econômicas – FADE, da Universidade Vale do Rio Doce – UNIVALE

Governador Valadares, 7 de maio de 2010.

Banca Examinadora:

___________________________________Prof. Hélcio Armond Junior - Orientador

Universidade Vale do Rio Doce

_______________________________Prof. Ronald Amaral Junior

Universidade Vale do Rio Doce

_______________________________Prof. Evandro dos Santos CostaUniversidade Vale do Rio Doce

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Dedico este trabalho primeiramente a Deus,

minha esposa Cida, meus filhos Bruno e

Gustavo, pelo incentivo, apoio, amor, carinho e

compreensão que sempre me ofereceram.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu orientador Prof. Hélcio Armond Junior pela dedicação e paciência.

A Deus, autor da minha vida, aos meus pais, Noé e Naná, minha esposa Cida pelo

apoio e confiança.

Aos meus filhos, Bruno e Gustavo pelo amor e compreensão.

Aos professores e colegas pelos momentos que dividiram comigo.

E a todos que, de alguma forma contribuíram para que este trabalho fosse possível,

e torceram por esta vitória.

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“Os impostos, apesar de tudo, são as dívidas

que nós pagamos pelos privilégios da

sociedade em uma sociedade organizada”.

Franklin D. Roosevelt

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RESUMO

A primeira lei geral do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN (também denominado simplesmente como ISS) veio com o advento do Decreto-Lei Federal nº 406, de 31 de dezembro de 1968 (doravante denominado DL 406/68), que sofreu inúmeras alterações, principalmente no tocante à lista de serviços a ele anexa. A Lei Complementar 116, de 31 de julho de 2003 (doravante denominada LC 116/2003), segunda lei genérica desse imposto, revogou todos os dispositivos do DL 406/68, pertinente ao ISSQN, com exceção de seu art. 9º e parágrafos que continua em vigor até serem substituídos por uma terceira lei geral em fase de elaboração legislativa, conforme projeto de Lei Complementar nº 183/01 em discussão na Câmara dos Deputados, após ter sido aprovado no Senado Federal com algumas modificações (PLC nº 70/02). Depois de 35 anos de vigência do DL 406/68 foi editada a LC 116/2003. Tal lei surgiu para atualizar o já antigo, defasado e muito criticado DL 406/68 (recepcionado como lei complementar pela Constituição Federal de 1988), o qual trazia as normas gerais de tributação do ISSQN. Dessa forma, a LC 116/2003 já nasce com a difícil missão de tentar uniformizar as milhares de leis municipais que regem o ISSQN, especialmente no tocante à determinação do fato gerador, base de cálculo, contribuinte etc. A nova legislação promoveu grande ampliação do fato gerador do ISSQN, elencando 203 serviços tributáveis (5 vetados), divididos em 40 grupos, ao passo que o DL 406/68 continha 101 itens (1 vetado) relativos às prestações de serviços sujeitas ao ISSQN. Previu que, na prestação de alguns serviços, haverá a retenção do imposto na fonte. O tema da retenção do ISSQN na fonte está intimamente ligado ao tema do estabelecimento prestador, referido nos artigos 3º e 4º da LC 116. Todavia, o modo como foi redigida esta Lei Complementar deixou inúmeras dúvidas de aplicação concretas. Dependendo da interpretação que se tenha do conceito de estabelecimento prestador, teremos a resposta de quais prestadores de serviços terão seu imposto retido na fonte e a determinação para qual município será feito o repasse do tributo. Por fim, lembramos que as alterações promovidas pela LC 116/2003 necessitam ser incorporadas às milhares de leis municipais que instituem o ISSQN, obedecida a anterioridade tributária (artigo 150, inciso III, alínea b da Constituição Federal).

Palavras-chave: Substituição Tributária de ISSQN. Simples Nacional. Governador Valadares.

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ABSTRACT

The first general law of Tax Services of any kind - ISSQN (also known simply as ISS) came with the advent of the Federal Decree-Law No. 406 of December 31, 1968 (hereinafter DL 406/68), which has suffered numerous changes, particularly regarding the list of services attached to it. Complementary Law 116 of July 31, 2003 (hereinafter LC 116/2003), the second law of general tax, repealed all provisions of Decree 406/68, the relevant ISSQN, with the exception of his art. 9 and paragraphs that remained in force until replaced by a third general law in preparation of legislation, according to the project of Complementary Law No. 183/01 under discussion in the House of Representatives, after having passed the Senate with some modifications (PLC No. 70/02). After 35 years of the DL 406/68 was issued LC 116/2003. This law was created to upgrade the already old, outdated and highly criticized DL 406/68 (approved as a supplementary law by the Federal Constitution of 1988), which brought the general rules of taxation ISSQN. Thus, the LC 116/2003 is born with the difficult task of trying to standardize the thousands of municipal laws governing ISSQN, especially in determining the taxable event, basis, etc. taxpayer. The new legislation, promoted a great expansion of the taxable event of ISSQN, listing 203 taxable services (5 vetoed), divided into 40 groups, while the DL 406/68 contained 101 items (1 vetoed) related to services subject to ISSQN . Predicted that, in providing some services, there will be a withholding tax at source. The issue of withholding at source ISSQN is intimately linked to the issue of establishing provider, referred to in Articles 3 and 4 of the LC 116. However, the way this law was drafted Supplementary left many questions of practical application. Depending on the interpretation that has the concept of establishing provider will have the answer to which service providers will have their tax deducted at source and to determine which city will be the transfer of the tax. Finally, remember that the changes promoted by LC 116/2003 need to be incorporated into the thousands of municipal laws establishing the ISSQN, obeyed the prior tax (Article 150, paragraph III, subparagraph b of the Constitution).

Key-words: Tax substitution. Simple national. Governador Valadares

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LISTA DE ABREVIATURAS

CF – Constituição FederalCTM – Código Tributário MunicipalCTN – Código Tributário NacionalDL – Decreto-LeiJUS – Jurisprudência LC – Lei ComplementarPLC – Projeto de Lei Complementar

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LISTA DE SIGLAS

OAB – Ordem dos Advogados do BrasilSTF – Supremo Tribunal FederalSTJ – Superior Tribunal de Justiça

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 15 2 IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA ........................................ 18 2.1 ESTABELECIMENTO PRESTADOR ............................................................................. 21 2.2 ESTABELECIMENTO PRESTADOR NOS TERMOS DA LEI COMPLEMENTAR Nº 116/2003 ................................................................................................................................... 27 3 O SIMPLES NACIONAL .................................................................................................... 32 3.1 CONCEITO DE SIMPLES NACIONAL ........................................................................... 34 3.2 DEFINIÇÃO DE MICROEMPRESA - ME E EMPRESA DE PEQUENO PORTE – EPP ................................................................................................................................................... 35 4 RETENÇÃO NA FONTE ..................................................................................................... 36 4.1 RETENÇÃO ESTABELECIDA NA LC FEDERAL 116/2003 ........................................ 37 4.2 HIPÓTESES GERAIS DE RETENÇÃO ......................................................................... 40 4.3 RETENÇÃO NA FONTE DE ISSQN SOBRE OS ENTES PÚBLICOS .......................... 42 4.4 RETENÇÃO NA FONTE DAS EMPRESAS ENQUADRADAS NO SIMPLES NACIONAL .............................................................................................................................. 48 4.5 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS VINCULADAS À RETENÇÃO NA FONTE ................ 49 5 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 50 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 51 ANEXOS .................................................................................................................................. 53 ANEXO A – LEI COMPLEMENTAR 116, DE 31 DE JULHO DE 2003 .............................. 54 ANEXO B - ANEXOS DA LEI COMPLEMENTAR 123, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2006 ................................................................................................................................................... 67 ANEXO C - LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL N. 034, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2001 – ART. 99 ......................................................................................................................... 69

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1 INTRODUÇÃO

O presente estudo tem como tema principal a retenção na fonte do Imposto

sobre Serviço de Qualquer Natureza previsto pela LC 116/2003 e pela legislação do

município de Governador Valadares.

O trabalho tende a verificar em quais hipóteses deve haver a retenção do

Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza na fonte, esclarecendo as regras

determinadas na legislação federal e municipal. O objetivo geral visa, também,

analisar a retenção na fonte das empresas optantes pelo Simples Nacional (Lei

Complementar Federal 123, de 14 de dezembro de 2006), bem como esclarecer

questões polêmicas a respeito das regras de retenção na fonte dos serviços

tomados pelos entes públicos (União, Estado, Distrito Federal e Municípios).

Serão verificadas, ainda, as novas regras de estabelecimento prestador

trazidas pela LC 116/2003, quais serviços deverão sofrer a devida retenção, e se a

atual legislação do município de Governador Valadares está compatível com as

novas regras do ISSQN.

Portanto, justifica-se o trabalho pelas mudanças consideráveis no que diz

respeito a novos parâmetros a serem aplicados por todos os municípios brasileiros.

A principal legislação aplicável, na atualidade, é a LC 116/2003, cujos

parâmetros devem ser observados em todos os municípios brasileiros. Esta LC

116/2003 prevê algumas hipóteses de retenção na fonte. Mas cada município pode

incluir outras hipóteses.

Entre os objetivos propostos é de se verificar em quais hipóteses deve haver

a retenção do Imposto Sobre Serviços Qualquer Natureza na Fonte, tais como:

a) Verificar e analisar as hipóteses de retenção previstas pela LC 116/2003,

art. 6º, § 2º;

b) Verificar e analisar as hipóteses de retenção previstas pela Lei

Complementar Municipal no. 034/2001, art. 99;

c) Verificar e analisar as hipóteses de retenção no que diz respeito às

empresas optantes pelo Simples Nacional;

d) Verificar e analisar a obrigação dos entes públicos em reter o ISSQN na

fonte, bem como a obrigação de pagar multa em função de tal omissão, e

se tal obrigação fere o principio constitucional da imunidade recíproca.

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Esta nova legislação, ao passo que ampliou a lista de serviços tributáveis,

previu que, na prestação de alguns serviços, haverá a retenção do imposto na fonte.

Instaurou-se um embate entre os municípios brasileiros, cada qual querendo

demonstrar onde fica o “estabelecimento prestador”, pois é muito comum um

prestador de serviço estar instalado oficialmente em uma localidade, e exercer suas

atividades em muitas outras. Dependendo da interpretação que se faça deste

conceito de “estabelecimento prestador” é que se estará determinando a qual

município o recolhimento do imposto é devido.

O tema da retenção do ISSQN na fonte está intimamente ligado ao tema do

estabelecimento prestador, referido nos artigos 3º e 4º da LC 116/2003. Todavia, o

modo como foi redigida esta Lei Complementar deixou inúmeras dúvidas de

aplicação concretas.

Dependendo da interpretação que se tenha do conceito de estabelecimento

prestador teremos a resposta de quais prestadores de serviços terão seu imposto

retido na fonte e a determinação para qual município será feito o repasse do tributo.

O problema da pesquisa foi: todos os serviços constantes na lista de serviço

devem ser alcançados pela retenção na fonte? Todos os serviços prestados dentro

dos limites geográficos de Governador Valadares sofrem retenção na fonte do

ISSQN de acordo com a LC 116/2003 e legislação municipal? As empresas optantes

pelo Simples Nacional deverão sofrer a retenção na fonte de acordo com os

parâmetros da LC 116/2003? Os entes públicos como tomadores de serviços têm

obrigação de reter o ISSQN na fonte? Tal fato fere o principio constitucional da

imunidade recíproca? Por força da legislação do município de Governador Valadares

alguns outros serviços não elencados no rol da LC 116/2003 devem ser alcançados

pela retenção na fonte?

Foram elaboradas as hipóteses, desejando alcançar a resposta adequada:

a) Todos os serviços prestados dentro dos limites geográficos de Governador

Valadares sofrem retenção na fonte do ISSQN de acordo com a LC 116/2003 e

legislação municipal;

b) As empresas optantes pelo Simples Nacional deverão sofrer a retenção na

fonte de acordo com os parâmetros da LC 116/2003;

c) Os entes públicos como tomadores de serviços têm obrigação de reter o

ISSQN na fonte e pagar multa no caso de tal omissão; tal fato fere o principio

constitucional da imunidade recíproca;

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d) Todos os serviços constantes na lista de serviços devem ser alcançados

pela retenção na fonte.

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2 IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA

O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza surgiu com o advento da

Emenda Constitucional nº 18/65, que implantou a Reforma Tributária centrada em

preocupações exclusivamente de natureza econômica, ignorando questões de

relevância jurídica. Por incompatível com o principio federativo, o Sistema Tributário

Nacional resultante daquela reforma não chegou a ser implementado. Ele foi logo

substituído pelo novo sistema implantado pela Constituição Federal de 1967 que,

repetindo a disposição do art. 15 da Emenda nº 18/65, dispôs, em seu art. 25, inciso

II, que compete aos municípios decretarem o imposto "sobre serviços de qualquer

natureza não compreendidos na competência tributária da União ou dos Estados,

definidos em lei complementar". Essa disposição foi reiterada na Emenda nº 1/69.

Essas duas restrições constitucionais – serviços compreendidos na

competência impositiva da União e dos Estados e a definição dos serviços em lei

complementar - continuam até hoje, sendo certo que a Constituição de 1988 retirou

a ressalva quanto à competência da União, e discriminou os serviços abrangidos na

competência dos Estados. Além disso, estatuiu mais uma limitação no poder

tributário municipal, ao conferir à lei complementar federal a faculdade de fixar

alíquotas máximas do imposto (art. 155, inciso III, e § 3º da Constituição Federal). A

Emenda Constitucional nº 37/02 acrescentou, também, a faculdade de a lei

complementar fixar suas alíquotas mínimas.

Do ponto de vista constitucional, o ISSQN, desde sua previsão na Emenda nº

18/65 até agora, não sofreu maiores alterações. No âmbito infraconstitucional, os

arts. 71 e 73 do CTN regulavam esse imposto em caráter nacional, e foram logo

substituídos pelas disposições do DL 406/68, parcialmente alterado pelo Decreto-Lei

nº 834/69.

A lista de serviços tributáveis foi aumentando paulatinamente ao longo do

tempo. Começou com 19 itens, chegando sucessivamente a 66, 100, 101 até 193,

com o advento da lista anexa à atual lei de regência nacional do ISSQN, a LC

116/03.

A LC 116/2003 aproveitou e melhorou as diretrizes incluídas no Decreto-Lei nº

406/68, estabelecendo uma lista de serviços mais pormenorizada. O fundamento do

ISSQN na Constituição Federal brasileira encontra-se no art. 156, inciso III, no qual

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indica a competência dos Municípios para instituir o Imposto Sobre Serviços de

Qualquer Natureza, definidos em Lei Complementar. Foram excetuados dois

serviços: de telecomunicações e de transportes intermunicipais e interestaduais, que

ficam sujeitos a outro imposto, o ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e

Serviços:

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar;(Constituição Federal, art. 156, Inciso III com a r edação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993.)

Conforme já ressaltado, as exceções de serviços não incluídos no ISSQN

estão definidas no art. 155, II da Constituição Federal, sendo a base de cálculo de

outro tributo: o ICMS:

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

Como se vê, compete apenas aos municípios a prerrogativa de instituir

impostos sobre serviços de qualquer natureza que não estejam compreendidos no

art. 155, inciso II da Constituição Federal (ICMS), assim definidos em lei

complementar.

A referência ao disposto no art. 155, inciso II, aliás, é matéria que tem sua

pertinência destacada, uma vez que a competência delegada aos Estados também

implica em tributação sobre alguns serviços, tal qual a União, que tributa serviços de

industrialização - ambas as hipóteses previstas na Constituição Federal.

Daí porque se torna necessária a edição de norma geral, mediante Lei

Complementar, na forma prevista no art. 146, inciso I, como meio de dispor sobre

conflitos de competência entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Nesse sentido, hoje, essa tarefa é executada pela LC 116/2003, que regula o

referido tributo, de modo a evitar o conflito de competência, nela se encontrando a

lista de serviços atualmente vigente, que não exercita nem limita competência, mas

sim afasta ou restringe o conflito entre os entes federados. Conforme definido

constitucionalmente, a lista de serviços tributáveis pelo ISSQN está definida em Lei

Complementar, aplicável a todos os municípios brasileiros.

A primeira lista de serviços aplicável ao ISSQN estava prevista originalmente

no Código Tributário Nacional, art. 71 a 73, sendo que as principais alterações foram

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introduzidas pelo Decreto-Lei nº 406/68, Decreto-Lei 834/69, Lei Complementar nº

56/87, e mais recentemente, pela Lei Complementar n° 116/03.

Embora a Constituição Federal utilize a expressão "serviços de qualquer

natureza... definidos em lei complementar" (art. 156, inciso III) há margem legal para

uma interpretação ampla e analógica.

Conforme determina o CTN - Código Tributário Nacional, há necessidade de

se fazer uma integração da legislação tributária. Isto significa, grosso modo, que

nada pode ser lido separadamente, aleatoriamente. Indica também que toda a

legislação tem que ser lida numa visão de conjunto.

Por conveniência administrativa, cada empresa tem a liberdade de adotar a

nomenclatura que considerar mais adequada, e, através de sinonímia descrever

determinadas atividades com palavras diferentes, mas que em última instância, são

desdobramentos de uma mesma atividade, mas que, por interesses os mais

diferentes, recomendem a utilização de expressões diferentes, visando adequação

para melhor controle contábil, gerencial, orçamentário, administrativo, financeiro etc.

Atento a esta possibilidade de manipulação, desde muito cedo o Supremo

Tribunal Federal aderiu ao conceito de que a lista de serviços possui caráter

taxativo. É Taxativa em sua verticalidade, no sentido de que ao município não cabe

acrescentar outros itens além dos que os previstos pela Lei Complementar. De outro

lado, a lista, em sua horizontalidade enseja uma interpretação ampla e analógica.

Assim tem se pronunciado o STF - Supremo Tribunal Federal, na questão da

taxatividade:

É limitativa - e não simplesmente exemplificativa - a lista anexa ao artigo 8º do Decreto-Lei 834/69: embora cada um de seus tópicos comporte interpretação ampla. (Recurso Extraordinário nº 105.477-8, do STF).Na opinião geral, a lista a que se referem o art. 24, inciso II, da Constituição Federal e o art. 8º do DL 834/69 é taxativa: tributáveis serão só os serviços nela mencionados, embora cada item desta lista comporte "interpretação ampla e a analógica" (Recurso Extraordinário nº 75.952, da 2º Turma do STF).

A posição interpretativa do STF pode assim ser resumida: a Lista de Serviços

é taxativa na sua verticalidade. Porém, compreende também interpretação ampla,

analógica e extensiva, na sua horizontalidade. A seu turno, a interpretação analógica

é a que partindo de um texto de lei faz incluir situações análogas, embora não

expressamente referidas no texto e não cria direito novo, mas apenas completa o

alcance do direito existente.

Para fins de enquadramento, o que vale é a natureza do serviço, sendo

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irrelevante o nome dado pelo contribuinte. O que importa é a essência do serviço,

ainda que o nome atribuído ao serviço não esteja previsto, especificamente, na lista

de serviço, conforme precedentes do STF - Supremo Tribunal Federal.

Pela vasta terminologia técnica, seria incabível que todos os nomes de

serviços existentes nela constassem. É de considerar a natureza do serviço.

Portanto, os serviços prestados podem ter seu enquadramento na Lista de

Serviços, editados pela Lei Complementar nº 116 de 31/07/2003, por uma

interpretação ampla, analógica e extensiva.

O uso de expressões vagas ou nomenclaturas distintas daquelas registradas

na Lista de Serviços exige do intérprete e do aplicador sua identificação, o que não

se constitui, em hipótese alguma, inclusão de fatos novos na lei, mas, apenas,

identificação que a lei impõe.

Se a interpretação da Lista de Serviço fosse apenas literal abrir-se-ia ao

contribuinte a possibilidade de, batizando sua atividade com nome diverso, fugir à

tributação.

A propósito, a Lei complementar nº 116/2003 deixou claro esta questão,

determinando que a incidência do imposto não depende da denominação (ou seja,

do nome, ou dos conceitos) dada aos serviços prestados:

Lei Complementar nº 116/2003 Art. 1o O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador.§ 4º A incidência do imposto não depende da denominação dada ao serviço prestado.

A atual lista de serviço, prescrita pela LC 116/2003 está disposta em 40 itens

principais, subdividido em subitens, que se desdobram ainda em várias situações

congêneres, praticamente esgotando todos os serviços prestados em qualquer

modalidade.

2.1 ESTABELECIMENTO PRESTADOR

O recolhimento do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza está ligado

diretamente ao conceito de estabelecimento prestador.

Para identificar o estabelecimento prestador devem ser levados em conta

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diversos fatores que, isolados ou conjugadamente, caracterizam a existência de

estabelecimento como: a habitualidade da prestação em determinado município; a

existência de um ponto de contacto com clientes; os cartões de visita; o site na

internet; as contas de telefone, de fornecimento de energia elétrica e de água; a

manutenção de pessoal e equipamentos necessários à execução dos serviços; as

informações do tomador de serviços; as eventuais inscrições em outros órgãos

públicos; os anúncios e propagandas etc.

Em se tratando de estabelecimento prestador, a legislação básica que regia o

ISSQN estava previsto no Decreto-Lei n° 406/1968. Após 35 anos de vigência desta

legislação foi editada a Lei Complementar Federal nº 116, que introduziu novos

parâmetros a serem aplicados por todos os municípios brasileiros.

Esta nova legislação, ao passo que ampliou a lista de serviços tributáveis,

previu que, na prestação de alguns serviços, haverá a retenção do imposto na fonte.

A atual lei de regência nacional, ao contrário da anterior, que só excepcionava

a hipótese de construção civil, estatuiu 22 hipóteses excepcionais de tributação.

Com o veto aos incisos X e XI, restaram 20 hipóteses especiais de determinação do

estabelecimento prestador.

O tema retenção na fonte do ISSQN está intimamente ligado ao tema do

estabelecimento prestador, referido nos artigos 3º e 4º da Lei Complementar nº

116/2003.

Todavia, o modo como foi redigida esta Lei Complementar deixou inúmeras

dúvidas de aplicações concretas.

Dependendo da interpretação que se tenha do conceito de estabelecimento

prestador teremos a resposta de quais prestadores de serviços terão seu imposto

retido na fonte e a determinação para qual município será feito o repasse do tributo.

Os municípios brasileiros têm entre suas competências tributárias, a de

arrecadar o ISSQN - Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza, sendo

importante salientar que os municípios devem exercer sua competência tributária,

respeitando os parâmetros previstos na Constituição Federal, no Código Tributário

Nacional e legislação pertinente.

Todavia, existem conflitos de 'competência tributária ativa', que persistem

desde a vigência do Decreto-Lei 406/1968, que fixou parâmetros para aplicação a

todos os municípios brasileiros.

O Decreto-Lei nº 406/1968, para determinar o município competente á

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cobrança do tributo fixou:

Art. 12. Considera-se local da prestação do serviço:a) o do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, o do domicílio do prestador;b) no caso de construção civil, o local onde se efetuar a prestação.

Ou seja, fixou que, em regra geral, o município competente para a cobrança

do tributo seria aquele em que estivesse instalado o "estabelecimento prestador".

Mas o que vem a ser 'estabelecimento prestador'? O Decreto-Lei nº 406/1968

não define este conceito.

Durante muitos anos foi a doutrina e jurisprudência que procuram definir este

conceito. A jurisprudência se firmou no sentido de que não se poderia confundir

'estabelecimento prestador' com sede, filial, sucursal, etc.

Uma primeira armadilha é imaginar que estabelecimento prestador tenha o

mesmo significado de matriz ou filial, para efeito do ISSQN.

A questão se coloca principalmente pelo fato de existirem empresas que se

instalam oficialmente em uma localidade, contratam o serviço em outra, e por várias

vezes envolvendo terceiras localidades.

Caso exemplar é o julgado pelo RE 71.307-PE, RTJ 61/459, onde a matriz é a

cidade do Rio de Janeiro, a filial fica em Recife, sendo que funcionários da filial de

Recife contratam serviços em cidades vizinhas.

A questão proposta foi: onde deve ser recolhido o ISSQN pelo serviço

contratado?

Na oportunidade, o Ministro Oswaldo Trigueiro expressou no seu voto:

Trata-se de empresa que tem sede no Rio de Janeiro, que mantém filial no Recife e que presta serviços em outros Estados. Se a filial do Recife contrata a edição da lista telefônica dessa cidade, é lícito à Prefeitura local cobrar o imposto com base no valor desse contrato. Mas não vejo como possa a Prefeitura do Recife tributar um contrato celebrado com a Prefeitura de Maceió.Note-se que, na hipótese, o contrato é celebrado em Alagoas, as listas telefônicas são impressas no Rio de Janeiro e o serviço de propaganda, que se pretende tributar, é efetivamente prestado na capital alagoana.

Os conceitos de sede ou filial, do Direito Comercial, não podem ser

confundidos com o conceito de estabelecimento prestador, do Direito Tributário.

O estabelecimento prestador, para efeito de pagamento do ISSQN é basicamente

ligado aos fatos e circunstâncias. Cada caso concreto o definirá.

O art. 3º da Lei Complementar 116/2003 estabelece que o tributo deve ser

cobrado no lugar onde se encontra o estabelecimento do prestador; no caso de

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impossibilidade de se verificar esse local, o imposto será devido no domicilio do

prestador.

O artigo definitivamente põe fim às discussões acerca do sujeito ativo

competente para cobrança do tributo, uma vez que a lei anterior não estabelecia

com clareza a questão.

Os municípios também foram adaptando suas legislações para incluir

indicativos do que seria estabelecimento prestador. A legislação de Governador

Valadares – Lei Complementar no. 034/2001, art. 82, seguindo esta doutrina e

jurisprudência fixou alguns parâmetros.

Mais recentemente, com a edição da Lei Complementar Federal no. 116/2003

foi praticamente confirmado este entendimento, quando em seu artigo 4º define o

que vem a ser “estabelecimento prestador”;

LC 116/2003 (federal)Art. 4º Considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas.

Dependendo da interpretação que se faz do conceito de “estabelecimento

prestador”, têm-se definido o município competente para receber o tributo pelo

serviço prestado.

E aqui, chegamos ao tema propriamente proposto, a questão da retenção do

imposto.

Interpretando o disposto na Lei Complementar Federal no. 116/2003, art. 6º, §

2º, Carla Cristina Paschoalotte Rossi dispõe:

Independentemente da previsão em lei municipal ou do Distrito Federal sobre a atribuição de responsabilidade tributária, consideram-se responsáveis os tomadores ou intermediários de serviços provenientes ou que tenham tido início no exterior do país, bem como as pessoas jurídicas, ainda que imunes ou isentas, tomadoras ou intermediárias com relação aos serviços constantes nos itens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05,. 7.09,0 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.16, 7.17, 7.19, 11.02, 17.05 e 17.10 da lista (ROSSI, 2004).

O município de Governador Valadares, pela Lei Complementar Municipal no.

034/2001, com alterações implementadas pela Lei Complementar Municipal no.

051/2003 acrescenta algumas outras hipóteses aplicáveis à retenção do ISSQN na

fonte. Pretendemos analisar de forma integrada cada uma das hipóteses de

retenção do imposto, previstas pela legislação federal e municipal.

Muitas empresas ainda persistem na dúvida quanto a aplicação das regras

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aplicáveis à retenção na fonte, integrando a legislação aplicável e a posicionamentos

da doutrina e jurisprudência.

Uma das principais polêmicas relativas ao ISS diz respeito ao local da

prestação do serviço para fins de recolhimento do imposto.

De acordo com a regra geral do art. 12, do DL 406/68, considera-se local da

prestação do serviço o do estabelecimento prestador, o que significa dizer que o

imposto deve ser pago ao Município onde está localizado o respectivo prestador. A

única exceção prevista no DL 406/68 aplica-se aos serviços de construção civil, em

relação aos quais o pagamento deve ocorrer no local da obra.

Ocorre que diversos Municípios passaram a exigir o pagamento do imposto

no local da prestação, com fundamento em decisões do Superior Tribunal de Justiça

(STJ) no sentido de que o imposto seria devido no local onde fosse prestado ou

realizado.

A Lei Complementar Federal no. 116/2003 trouxe inovações a respeito, mas

está longe de solucionar pacificamente a controvérsia.

GRUPENMACHER, Betina Treiger (2008, p. 17) anota:

Além de manter o disposto pelo Dec.-lei 406/68, quanto à identificação do local da prestação de serviços e de estabelecer o conceito de estabelecimento prestador, a LC 116/2003 previu, ainda, de maneira expressa e taxativa, qual o local da prestação de serviços relativamente a 22 (vinte e dois) serviços que elenca em seu art. 3º.É certo que as novas regras não solucionaram definitivamente a questão, no entanto, é possível vislumbrar, em relação às mesmas, uma evolução no que diz respeito à modificação do âmbito espacial de incidência do ISS, o que ocorreu com a inserção de regras consentâneas com o arquétipo constitucional do tributo para vinte e dois serviços.

Cumpre-nos anotar que em grande parte, as dúvidas que persistem derivam-

se da confusão dos intérpretes entre os conceitos de estabelecimento prestador e as

exceções quanto ao estabelecimento prestador, fixados pela LC 116/2003.

MEIRA JUNIOR (2004), também concorda com a necessidade de se

estabelecer o estabelecimento prestador, antes de se determinar se é possível ou

necessário a retenção na fonte, verifica-se qual município é competente para

tributar:

Em que pese reconhecermos que o artigo 3º da LC 116/03 retrocitado não irá solucionar todos os problemas que envolvam a definição deste local em função das naturais discussões jurídicas existentes, ele restringe o problema, criando, a partir da sua vigência, uma regra que diminui o tamanho da polêmica, pois a definição de local é primordial para se pensar em retenção, pois esta última só existirá se o imposto for devido no local do tomador do serviço, pouco importando a previsão de retenção se o imposto for devido a outro município.

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Não se trata de equívoco da lei, mas sim de se fazer uso da lógica em tal interpretação. Ou seja, a inteligência da lei nos conduz ao raciocínio simplista segundo o qual, havendo previsão de retenção, esta só se consumará, se e quando o serviço venha a ser devido no local onde esteja estabelecido o tomador, pouco adiantando tal previsão se o ISS é devido a outro município, demonstrando-se com isto, a importância prévia de se definir para quem iremos recolhê-lo, para depois, se for o caso, verificarmos a necessidade de retenção.

TAUIL (2005) ressalta alguns exemplos práticos para a determinação do

estabelecimento prestador:

Neste teor, imaginemos uma situação em que uma empresa de assistência técnica, sediada no Município A, envia um técnico ao Município B, para consertar uma máquina instalada no estabelecimento do cliente. Se o conserto foi integralmente realizado no local onde a máquina está instalada, torna-se evidente que o “estabelecimento prestador” passou a ser o do cliente, onde todo o serviço foi realizado, ensejando que o imposto deva ser cobrado pelo Município B, e não pelo Município A, sede da empresa de assistência técnica. Em tal situação, o estabelecimento prestador seria assim caracterizado:- O Estabelecimento é um local, edificado, privado, de terceiro, onde a atividade foi exercida temporariamente. Ou seja, por força de uma situação temporária, aquele estabelecimento passou a ser, em vista de uma prestação de serviço, o “estabelecimento prestador” da empresa de assistência técnica.Imaginemos, agora, outra situação em que o técnico da empresa, não tendo condições de consertar a máquina no estabelecimento do cliente, é obrigado a levá-la até a sede da sua empresa, no Município A. Após o conserto, transporta de volta a máquina consertada para reinstalação no estabelecimento do cliente. Neste caso, a situação se inverte, passando a ser estabelecimento prestador a sede da empresa de assistência técnica, onde o serviço foi efetivamente executado. A incidência tributária ocorre no Município A, pois o trabalho de remoção e reinstalação da máquina seriam atividades complementares, e não atividade-fim, o conserto do equipamento.Percebe-se, pelo exemplo exposto, as imensas dificuldades práticas, tanto do Fisco Municipal quanto do próprio contribuinte em conhecer nitidamente o local da incidência do tributo. O fato de o contribuinte saber e registrar os serviços executados na casa do cliente, separando-os daqueles exercidos em seu próprio estabelecimento, não eliminaria a divergência de posições que fatalmente surgiria entre Município A e Município B. Com base em suas leis e regulamentos, ambos se insurgiriam pelo pagamento do imposto a favor de seus municípios.A piorar, existem situações de difícil interpretação, quando o serviço é realizado parcialmente em estabelecimentos distintos. Vamos usar um exemplo: uma empresa de informática, localizada no Município A, é contratada para implantar um sistema de software em um cliente do Município B. Todo o serviço é realizado, testado e consumado no estabelecimento do cliente, mas o sistema original foi criado na sede da empresa de informática. Neste exemplo, a atividade-fim (implantar o sistema) foi, na verdade, realizado em dois estabelecimentos, pois um serviço era forçosamente dependente do outro.

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2.2 ESTABELECIMENTO PRESTADOR NOS TERMOS DA LEI COMPLEMENTAR Nº 116/2003

A nova lei complementar manteve como regra matriz o estabelecimento

prestador, critério idêntico ao adotado anteriormente, mas, desta vez, tem o cuidado

de definir a expressão "estabelecimento prestador", da seguinte forma:

LC 116/2003Art. 4º. Considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas.

Temos na definição o aspecto de que estabelecimento prestador é

configurado como unidade econômica ou profissional do próprio contribuinte, ou

seja, do prestador do serviço, descaracterizando o raciocínio de que, em certas

situações, estabelecimento prestador poderia ser o estabelecimento do tomador do

serviço, apesar de manter uma lógica irrefutável.

Em vista da inquestionável evidência de que diversas atividades são de fato

prestadas no estabelecimento do tomador, ou no local onde surgem os efeitos dos

serviços realizados, a nova lei incluiu várias exceções á "regra matriz" procurando

alcançar todas as hipóteses em que os serviços são realmente prestados no

estabelecimento do tomador:

LC 116/03:Art. 3º O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXII, quando o imposto será devido no local:

Deste modo, um novo painel é arquitetado na definição do local da incidência

do imposto:

1º - O ISS incide no local do estabelecimento prestador do serviço;

2º - O ISS incide no local do domicilio do prestador quando este não tem

unidade econômica ou profissional;

3º - O ISS incide no local onde surgem os efeitos da prestação do serviço, nas

atividades relacionadas na lei complementar.

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2.3 ESTABELECIMENTO PRESTADOR NA LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

A Lei Complementar Federal nº 116/2003 trouxe em seu art. 4º a definição de

estabelecimento prestador, porém anterior a tal regra, em grande parte das

legislações municipais já era previsto este conceito, inclusive o município de

Governador Valadares.

O município de Governador Valadares anterior a LC Federal 116/2003,

caracterizava o estabelecimento prestador de acordo com as jurisprudências

pacificadas, especialmente as consolidadas no Superior Tribunal de Justiça, no qual

tratava a matéria estabelecimento prestador.

A legislação que regulamenta o ISS no município de Governador Valadares

elenca alguns indicativos que configura a existência do estabelecimento prestador.

LC 034/2001Art. 82. Considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas. (Art. 82, caput, com redação da LC 051, 29.12.2003)§ 1º. Indica a existência de estabelecimento prestador, a conjugação, parcial ou total, dos seguintes elementos: (art. 82, § 1o com redação da LC 051, 29.12.2003)I - manutenção de pessoal, material, máquinas, instrumentos e equipamentos necessários à execução dos serviços;II - estrutura organizacional ou administrativa;III - inscrição em órgãos públicos, inclusive previdenciários;IV - indicação como domicílio fiscal, para efeitos de outros tributos;V - permanência ou ânimo de permanecer no local, para a exploração econômica de atividade de prestação de serviços, exteriorizada através de elementos tais como:a) indicação do endereço em impressos, formulários ou correspondências;b) locação do imóvel;c) propaganda ou publicidade;d) fornecimento de energia elétrica, água ou telefone, em nome do prestador ou seu representante;e) a declaração do tomador do serviço como o serviço foi prestado no limite geográfico do Município;VI – outros elementos que possam configurar o estabelecimento prestador.

Portanto, o art. 82, § 1º do Código Tributário Municipal, elenca em seus

incisos de I a V, indícios que indicam o estabelecimento prestador.

O primeiro deles diz respeito à “manutenção de pessoal, material,

máquinas, instrumentos e equipamentos necessários à execução dos

serviços”. Este é o maior caracterizador, pois configura de forma clara o

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estabelecimento prestador, pois sem estes indicativos, impossível é a realização dos

serviços.

O segundo indicativo é a configuração de uma “estrutura organizacional ou

administrativa”. Este indicativo está relacionado ao anterior, tendo em vista que

uma estrutura organizacional depende de pessoal, material, instrumentos,

equipamentos, e tudo isso, normalmente é caracterizado pela manutenção de pelo

menos um contato da empresa no município. Este contato pode ser um gerente, um

chefe de obras, ou mesmo ainda uma sala de referência, que tenha por finalidade

facilitar o exercício dos serviços, atraindo fregueses, ou gerenciando a execução das

obras ou serviços.

Uma terceira indicação é a promoção de “inscrição em órgãos públicos,

inclusive previdenciários”. Esta inscrição pode ser a nível municipal, estadual ou

federal. É o caso, por exemplo, de se abrir uma inscrição municipal, pelos serviços

executados nos limites geográficos do município, utilizando-se do número de

inscrição do CNPJ da sede, que esteja localizada em outro município ou Estado.

Uma quarta caracterização do estabelecimento prestador é a “indicação

como domicílio fiscal, para efeito de outros tributos”. Por tributos entendam-se

impostos, taxas ou contribuições de melhoria, nos termos do Código Tributário

Nacional - Lei nº 5. 172, de 25 de Outubro de 1966, art. 5º.

Os tributos em referência podem ser tanto a nível municipal, estadual ou

federal. Um exemplo de tributo que pudesse caracterizar este estabelecimento

prestador é o recolhimento de uma “Taxa para Autorização de Construção” de uma

obra, nos limites geográficos do município.

Uma quinta indicação possível do estabelecimento prestador é a

“permanência ou ânimo de permanecer no local, para a exploração econômica

de atividade de prestação de serviços, exteriorizada através de elementos tais

como: a) indicação do endereço em impressos, formulários ou

correspondências; b) locação do imóvel; c) propaganda ou publicidade; d)

fornecimento de energia elétrica, água ou telefone, em nome do prestador ou

seu representante; e) a declaração do tomador do serviço como o serviço foi

prestado no limite geográfico do Município”.

Esta quinta indicação possível procura ressaltar o aspecto de permanência ou

ânimo de permanecer no local para a exploração econômica da atividade de

prestação de serviços.

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Esta permanência ou ânimo de permanecer não precisa ser indefinida. Pode

acontecer que a intenção de permanecer seja por apenas alguns dias já

predeterminados para iniciar e terminar, como os parques de diversão itinerantes.

Um desdobramento do item é a indicação do endereço em impressos,

formulários ou correspondências; estes impressos podem ser de qualquer

natureza: bilhetes, ingressos, folhetos de propaganda ou anúncios, ou ainda, como

já ressaltado, formulários de qualquer natureza ou correspondências do

empreendimento (informações no cabeçalho, com o logotipo do empreendimento, ou

no conteúdo das próprias correspondências trocadas entre as diversas unidades do

empreendimento, sejam eles matriz, filial, agência, posto de atendimento, sucursal,

escritório de representação, contato ou quaisquer outras que venham a ser

utilizadas).

Outro desdobramento do item é a locação de imóvel para utilização do

empreendimento dos limites geográficos do município. O imóvel pode ser utilizado

instalação da estrutura organizacional (seja ela matriz, filial, agência, posto de

atendimento, sucursal, escritório de representação, contato ou quaisquer outras que

venham a ser utilizadas), ou local para acomodar os materiais, máquinas,

instrumentos e equipamentos necessários à execução dos serviços.

Outro desdobramento do item é “propaganda ou publicidade”. Esta

propaganda ou publicidade pode ser impressa, através de folhetos, ou publicados

em jornais, revistas ou periódicos. Para a propaganda ou publicidade podem ser

utilizados outros meios tais como a televisão, o rádio, ou a internet.

Outro desdobramento do item é o “fornecimento de energia elétrica, água

ou telefone, em nome do prestador ou seu representante”; assim sendo, o

fornecimento de energia elétrica, água ou linha de telefone em nome do prestador

dos serviços representa mais um indício do estabelecimento prestador.

Chama-nos a atenção o final do item: “fornecimento de ... em nome do ... seu

representante”.

Esta representação pode ser legal ou contratual. A análise do documentário

disponível que demonstre a representação, combinado com outros elementos

indicativos estabelecidos no art. 82, § 1º do CTM.

O último desdobramento do item é a declaração do tomador do serviço

como o serviço foi prestado no limite geográfico do Município. Tomador do

serviço é quem contrata o serviço. Esta declaração entre outros indicativos poderá

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ser útil na demonstração do estabelecimento prestador.

A legislação municipal de Governador Valadares no inciso VI do § 1º do art.

82 faz menção a "outros elementos que possam configurar o estabelecimento

prestador”. Tais elementos dizem respeito a outras situações ou circunstâncias que

não estejam especificadas no art. 82, § 1º. Tais elementos estão relacionados nos

§§ 2º ao 7º, incluindo-se hipóteses de serviços itinerantes (§ 3º), rodovias e ferrovias

(§§ 5º e 6º), serviços em águas marítimas (§ 7º), entre outras.

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3 O SIMPLES NACIONAL

O princípio da isonomia tributária impõe a desigualdade de tratamento entre

os sujeitos passivos que estejam em situação desigual, na medida das

desigualdades entre eles havidas.

No que concerne às empresas, a diferença de capacidade contributiva entre,

de um lado, as microempresas e empresas de pequeno porte e, de outro, as médias

e grandes empresas já justificaria o tratamento diferenciado.

Quando se analisa o fato de o primeiro grupo ser responsável pela geração

da maioria dos empregos no País e necessitar da proteção do Estado para que

consiga concorrer numa economia de mercado, reforça-se a conclusão de que foi

acertada a decisão do legislador constituinte ao incluir no art. 179 da Constituição

Federal a regra abaixo Transcrita:

Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.

Na esfera federal, o tratamento diferenciado previsto no texto constitucional

tornou-se mais efetivo com o advento da Lei 9.317/1996, sede normativa do Simples

– Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas

e Empresas de Pequeno Porte.

No âmbito dos Estados e Municípios, vários sistemas simplificados foram

instituídos, de forma que vieram trazer uma indesejável falta de uniformidade de

tratamento entre empresas de idêntica capacidade contributiva situadas em pontos

distintos do território nacional.

Visando a solucionar o problema, a Emenda Constitucional 42/2003 incluiu

uma alínea d no inciso III do art. 146 da Constituição Federal, prevendo que caberia

à lei complementar nacional estabelecer normas gerais sobre definição de

tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de

pequeno porte, inclusive regimes especiais para as empresas de pequeno porte,

inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do ICMS, das contribuições

previdenciárias a cargo do empregador, da empresa ou da entidade a ela

equiparada, na forma da lei, e da contribuição para o PIS/PASEP.

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Também foi inserido ao art. 146 da Constituição um Parágrafo único

autorizando que a lei complementar que veiculasse as normas gerais acima

referidas instituísse um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições

da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Nos termos constitucionais, ao ser criado o Simples Nacional, logo

denominado "Super Simples" pelos profissionais da área, pretendeu obedecer aos

seguintes parâmetros (CF, art. 146, Parágrafo único):

a) adesão opcional para o contribuinte;

b) possibilidade de estabelecimento de condições de enquadramento

diferenciadas por Estado;

c) recolhimento unificado e centralizado, com imediata distribuição da

parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados,

sendo vedada qualquer retenção ou condicionamento;

d) possibilidade de compartilhamento entre os entes federados do

sistema de arrecadação, fiscalização e cobrança, com adoção de

cadastro nacional único de contribuintes.

Também em sintonia com o objetivo de uniformizar nacionalmente o

cumprimento do art. 179 da Constituição Federal, a Emenda Constitucional 42/2003

incluiu o art. 94 no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, prevendo a

cessação dos diversos regimes especiais de tributação para microempresas e

empresas de pequeno porte, a partir da entrada em vigor do regime previsto no art.

146, III, d , da Constituição.

Com fundamento na autorização constitucional, foi editada a Lei

Complementar 123/2006, instituindo, conforme afirma seu primeiro artigo "normas

gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às

microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos poderes da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios".

O sistema previsto na Lei 9.317/1996 (Simples Federal) e os regimes

estaduais, distrital e municipais de tributação para microempresas e empresas de

pequeno porte adotados nos Estados, no Distrito Federal e Municípios não foram

imediatamente revogados com a publicação da lei, ocorrida em 17 de dezembro de

2006, pois a vigência do novo sistema de tributação foi diferida para 1º de julho de

2007, data em que entrou em vigor o Simples Nacional e, conforme prevêem os arts.

94 da ADCT, 88 e 89 da LC 123/2006, ocasião em que foram revogados os demais

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sistemas.

Posteriormente foi editada a Lei Complementar 127/2007, trazendo algumas

alterações na sistemática e a Lei Complementar 128/2008, introduzindo

modificações bem mais profundas.

3.1 CONCEITO DE SIMPLES NACIONAL

O Simples Nacional não é um sistema de imposto único nem uma etapa de

migração para tal sistema. Trata-se, de um regime de tratamento diferenciado e

favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito da união, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

No que concerne aos aspectos tributários da sistemática, a diferenciação de

tratamento decorre fundamentalmente da apuração e recolhimento: da maioria dos

impostos e contribuições da União; do ICMS, estadual e distrital; e do ISSQN

municipal e distrital, mediante regime único de arrecadação e de obrigações

acessórias.

Por conseguinte, em vez de recolher diversos impostos e contribuições, as

empresas optantes pela sistemática farão mensalmente um único pagamento,

calculando mediante a aplicação de um percentual progressivo sobre sua receita

bruta.

Como o tratamento é favorecido, o que se espera é que o valor recolhido de

maneira centralizada seja menor que a soma dos valores que seriam pagos no caso

de não-adoção da sistemática. É necessário ressaltar, contudo, que os sujeitos

passivos que possuam uma folha de pagamento baixa, quando comparada com a

respectiva receita bruta, poderão sofrer prejuízos caso optem pelo Simples Nacional.

Portanto, o ideal para as microempresas e empresas de pequeno porte é

fazer os cálculos de maneira detalhada para não formularem opções que gerem uma

tributação mais onerosa que a convencional.

De qualquer forma, ressalvadas situações bastante específicas, é possível

definir o Simples Nacional como um regime jurídico simplificado e favorecido,

tendente a reduzir a burocracia e a carga tributária a que estão submetidas as

microempresas e empresas de pequeno porte no País.

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3.2 DEFINIÇÃO DE MICROEMPRESA - ME E EMPRESA DE PEQUENO PORTE – EPP

Conforme previsto no art. 3º da LC 123/2006, consideram-se microempresas

ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples e o

empresário a que se refere o art. 966 do Código Civil, devidamente inscritos no

Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas,

conforme o caso:

I - microempresa equivale ao empresário, à pessoa jurídica, ou à ela

equiparados, que aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$

240.000,00;

II - empresa de pequeno porte equivale ao empresário, à pessoa jurídica, ou a

ela equiparada, que aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$

240.000,00 e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00.

Percebe-se que a nova sistemática permite a opção de diversas empresas

que estavam fora do simples federal estatuído pela Lei 9.317/1996, bem como

possibilita que várias que estavam enquadradas na condição de empresas de

pequeno porte sejam consideradas microempresas, uma vez que os valores limites

de cada faixa foram dobrados pela Lei Complementar 123/2006.

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4 RETENÇÃO NA FONTE

Inserida no âmbito da autonomia municipal, a Lei Complementar nº 116/03,

em seu artigo 6º, teve a sabedoria de reconhecer a faculdade do município em

imputar a responsabilidade pelo cumprimento da obrigação tributária a terceira

pessoa que não o sujeito passivo originário. A retenção do imposto também

conceituada como substituição tributária significa transferir a terceiro a tarefa de

recolher o tributo, por conveniência administrativa.

A instituição da responsabilidade tributária a terceira pessoa já era regulada e

permitida desde o art. 10 do DL 406/68, bem como no artigo 121, Parágrafo único,

inciso II, e art. 128 do CTN, nestes termos:

Código Tributário Nacional:Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador;II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.

Neste sentido Luciano Amaro (2003, p. 295):

A presença do responsável como devedor na obrigação tributária traduz uma modificação subjetiva no pólo passivo da obrigação, na posição que, naturalmente, seria ocupada pela figura do contribuinte. Contribuinte é alguém que, naturalmente, seria o personagem a contracenar com o fisco, se a lei não optasse por colocar outro figurante em seu lugar [...].

De outra parte, relativamente ao pólo passivo da relação jurídica tributária,

também assume relevância a qualificação do responsável, assim tratado pelo art. 6º

da Lei Complementar 116/2003.

A modalidade mais comum de substituição tributária, aplicável ao ISSQN

consiste em atribuir ao tomador do serviço (aquele que contrata o serviço), a função

de reter na fonte o imposto devido na operação, ficando ele ainda responsável por

repassar o imposto retido, à administração tributária.

A Lei Complementar nº 116/2003 especifica algumas hipóteses em que

devam ocorrer a retenção do ISSQN na fonte, aplicáveis automaticamente a todos

os municípios brasileiros: são os serviços incluídos nos itens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05,

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7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.16, 7.17, 7.19, 11.02, 17.05, e 17.10 da lista de

serviço.

Art. 6º Os Municípios e o Distrito Federal, mediante lei, poderão atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação, inclusive no que se refere à multa e aos acréscimos legais.§ 2º Sem prejuízo do disposto no caput e no § 1º deste artigo, são responsáveis:I – o tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País;II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços descritos nos subitens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.16, 7.17, 7.19, 11.02, 17.05 e 17.10

O texto esclarece de início que os responsáveis discriminados não esgotam o

alcance permitido no artigo ("sem prejuízo do disposto no caput....."). Pode assim, o

legislador municipal abarcar outras situações, não ficando restrito aos itens

relatados, ou seja, os municípios podem atribuir outras hipóteses de substituição

tributária, além daquelas já referidas no § 2º, inciso II do mesmo artigo.

No município de Governador Valadares a substituição tributária quanto ao

ISSQN foi instituída pelo art. 2º da Lei nº 3058, de 30 de dezembro de 1987, sendo

atualmente regida pela Lei complementar nº 034, de 14 de dezembro de 2001, art.

99, com alterações introduzidas pelas Leis Complementares, 044, de 27 de

dezembro de 2002 e 051, de 29 de dezembro de 2003.

4.1 RETENÇÃO ESTABELECIDA NA LC FEDERAL 116/2003

A Lei complementar nº 116/2003, pelo seu art. 6º e parágrafos, regula essa

questão de forma confusa e contraditória, misturando a figura do responsável

tributário com o regime de retenção do imposto na fonte.

Dispõe o art. 6º:

Art. 6o Os Municípios e o Distrito Federal, mediante lei, poderão atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação, inclusive no que se refere à multa e aos acréscimos legais.§ 1o Os responsáveis a que se refere este artigo estão obrigados ao recolhimento integral do imposto devido, multa e acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada sua retenção na fonte.

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§ 2o Sem prejuízo do disposto no caput e no § 1o deste artigo, são responsáveis:I – o tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País;II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços descritos nos subitens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.16, 7.17, 7.19, 11.02, 17.05 e 17.10 da lista anexa.

O caput do art. 6º está em perfeita harmonia com o art. 128 do CTN, que

cuida da substituição tributária genérica por atribuição de responsabilidade. Limitou-

se a atribuir a responsabilidade a terceira pessoa vinculada ao fato gerador do ISS.

Cuida, pois, de substituição tributária específica para o ISS.

Já o § 1º determina que o responsável tributário recolha integralmente o

imposto devido, "independentemente de ter sido efetuada sua retenção na fonte".

A norma é bem confusa. Estar-se-ia diante do ressarcimento do imposto pago

pelo responsável tributário (tomador do serviço), por meio de retenção na fonte? Se

afirmativa, como ficaria na hipótese de não haver retenção decorrente, por exemplo,

de uma medida liminar concedida a favor do prestador do serviço para não se

sujeitar à retenção, visto que essa responsabilidade tributária foi transferida ao

tomador de serviços?

De fato, na substituição tributária por atribuição de responsabilidade a outrem,

o contribuinte, sujeito passivo natural (prestador de serviço) fica desonerado do

pagamento do tributo. Sua responsabilidade é supletiva do total ou parcial

cumprimento da obrigação tributária pelo substituinte, o responsável tributário

(tomador de serviço).

Daí por que não cabe a cogitação do regime de retenção do imposto na

fonte, que está voltado para sua utilização em outras situações, como nos casos de

antecipação da receita tributária, ou nas hipóteses de não emissão de nota fiscal ou

documento equivalente pelo prestador de serviços, ou, ainda, de não estar o

prestador de serviços inscrito na repartição pública municipal competente. Em todas

essas hipóteses, o tomador de serviços limita-se a reter na fonte o imposto devido

pelo prestador, recolhendo-o, na ocasião própria, aos cofres públicos, em nome e

por conta do contribuinte.

A retenção do imposto na fonte insere-se no âmbito da obrigação acessória.

Na substituição tributária por responsabilidade, o tomador de serviço recolhe o

imposto em nome próprio, porque substituiu o prestador de serviços na relação

tributária. Ele cumpre a obrigação principal, o que não acontece com a pessoa

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abrigada a reter o imposto na fonte.

O que não é possível, nem pode ser, é o fato de permitir que o município

finque um pé em cada barco exigindo o imposto, simultaneamente, do contribuinte e

do responsável tributário, porque, como já esclarecido, na substituição tributária a

responsabilidade do substituído só poderá revestir o caráter supletivo, isto é,

somente na hipótese de inviabilidade do recebimento do tributo é que o respectivo

encargo seria suportado pelo contribuinte (substituído).

Efetivamente, o responsável tributário substitui o sujeito passivo natural na

relação jurídica tributária que este mantém com o fisco.

A substituição prevista nesse § 2º é compulsória, vale dizer, a lei nacional de

regência do ISS, nesse particular, é auto-aplicável. Independe de a legislação local

encampar ou deixar de encampar a substituição compulsória ai mencionada.

O inciso II enumera os serviços cuja prestação implica transferência da

sujeição passiva do ISS á pessoa jurídica tomadora ou intermediária dos serviços,

ainda que imune ou isenta.

Interpretação literal desse inciso legal conduziria ao absurdo jurídico de

transformar entidade imune em sujeito passivo indireto do ISS, isto é, pessoa

obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade.

Em relação a entidades imunes ou isentas não há como operar a substituição

passiva tributária. A expressão são responsáveis, para essas hipóteses, não tem o

mesmo sentido que se extrai do caput do art. 6º e de seu § 1º, que não deixam

dúvida quanto á sujeição passiva indireta, mas tem o sentido de atribuir uma

obrigação acessória, responsabilizando as entidades imunes ou isentas da retenção

do imposto devido.

A redação desse inciso II deixa muito a desejar, misturando hipóteses de

substituição tributária com hipóteses de retenção do imposto na fonte. Como o

caput, tal qual o § 1º, versa sobre sujeição passiva indireta, em boa hermenêutica

não se pode interpretar todo o texto do inciso II do § 2º como sendo casos de

retenção do imposto na fonte que, repita-se, configura mera obrigação acessória, e

não obrigação principal.

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4.2 HIPÓTESES GERAIS DE RETENÇÃO

Os casos de substituição tributária compulsória operam-se apenas em relação

aos serviços descritos nos subitens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05,7.09,7.10,7.12, 7.14, 7.15,

7.16, 7.17, 7.19, 11.02, 17.05, e 17.10, que estão abrangidos pela regra

excepcional do art. 3º, da LC 116 o qual elege como sujeito ativo do ISS o

município em cujo território for efetivamente prestado o serviço.

Textualmente estes subitens se referem a:

3.05 – Cessão de andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas de uso temporário.7.02 – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e a instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).7.04 – Demolição.7.05 – Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).7.09 – Varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem, separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer.7.10 – Limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres.7.12 – Controle e tratamento de efluentes de qualquer natureza e de agentes físicos, químicos e biológicos.7.16 – Florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e congêneres.7.17 – Escoramento, contenção de encostas e serviços congêneres.7.19 – Acompanhamento e fiscalização da execução de obras de engenharia, arquitetura e urbanismo.11.02 – Vigilância, segurança ou monitoramento de bens e pessoas.17.05 – Fornecimento de mão-de-obra, mesmo em caráter temporário, inclusive de empregados ou trabalhadores, avulsos ou temporários, contratados pelo prestador de serviço.17.10 – Planejamento, organização e administração de feiras, exposições, congressos e congêneres.

O item 7.19, referente aos serviços de acompanhamento e fiscalização da

execução das obras de engenharia, arquitetura e urbanismo, embora não esteja

contemplado expressa e diretamente no elenco das exceções do art. 3º, na verdade

acha-se incluído no inciso II desse mesmo art. 3º, que abrange tanto a execução dos

serviços previstos no item 7.02, como também a execução dos serviços referidos no

item 7.19.

Todos esses casos de substituição tributária compulsória coincidem com os

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serviços, cuja execução importa em presença física do prestador no local. A única

exceção é a do item 11.02, que consiste no serviço de vigilância, segurança ou

monitoramento de bens e pessoas, que pode ser prestado à distância, e, por

conseguinte, o prestador e tomador de serviços podem estar em municípios

diferentes. Porém, esse fato, como vimos, não prejudica a sujeição passiva indireta

por lei complementar.

O Município de Governador Valadares utilizando-se de sua faculdade

normativa, ampliou as hipóteses de retenção na fonte:

Código Tributário Municipal:Art. 99. As pessoas físicas ou jurídicas, na condição de fontes pagadoras de serviços, ficam sujeitas ao Regime de Responsabilidade Tributária, conforme disposto abaixo:I – os bancos e demais instituições financeiras, pelo imposto devido sobre os serviços das empresas de guarda e vigilância, de conservação e limpeza, e outros serviços;II – as empresas imobiliárias, incorporadoras e construtoras, pelo imposto devido sobre as comissões pagas às empresas corretoras de imóveis, e outros serviços;III – as empresas que explorem serviços médicos, hospitalares e odontológicos, mediante pagamento prévio de planos de assistência, pelo imposto devido sobre as comissões pagas às empresas que agenciem, intermediem ou façam a corretagem desses planos junto ao público, e outros serviços;IV – as empresas seguradoras e de capitalização, pelo imposto devido sobre as comissões das corretoras de seguros, de capitalização e sobre o pagamento às oficinas mecânicas, relativos ao conserto de veículos sinistrados, e outros serviços;V – as empresas e entidades que explorem loterias e outros jogos permitidos, inclusive apostas, pelo imposto devido sobre as comissões pagas a seus agentes, revendedoras ou concessionários, e outros serviços;VI – as operadoras turísticas, pelo imposto devido sobre as comissões pagas a seus agentes intermediários, e outros serviços;VII – as agências de propaganda, pelo imposto devido pelos prestadores de serviços classificados como produção externa, e outros serviços;VIII – as empresas proprietárias de aparelhos, máquinas e equipamentos instalados em estabelecimentos de terceiros sob contrato de co-exploração, pelo imposto devido sobre a parcela de receita bruta auferida pelo co-explorador, e outros serviços;IX – as empresas de construção civil, pelo imposto devido pelos respectivos empreiteiros, e outros serviços;X – as empresas empreiteiras, pelo imposto devido pelos respectivos subempreiteiros ou fornecedores de mão-de-obra;XI – a Prefeitura, os órgãos da administração pública, direta e indireta, autárquicos e fundacionais, das esferas federal, estadual e municipal, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as concessionárias, permissionárias, autorizadas e delegadas de serviços públicos;XII – os tomadores de serviços, quando:a) o prestador de serviço não comprovar sua inscrição no Cadastro Mobiliário;b) o prestador de serviço, obrigado à emissão de Nota Fiscal de Serviço, deixar de faze-lo;XIII - O tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País;XIV - A pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou

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intermediária dos serviços descritos nos subitens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.16, 7.17, 7.19, 11.02, 17.05 e 17.10 da lista constante no artigo 80 desta Lei Complementar.XV – Indústrias e grandes estabelecimentos comerciais, definidos em Portaria baixada pelo Secretário Municipal da Fazenda.

4.3 RETENÇÃO NA FONTE DE ISSQN SOBRE OS ENTES PÚBLICOS

Com a implementação da Lei Complementar Federal 116/2003, os municípios

passaram a exigir que os órgãos da administração pública retenham o valor do

ISSQN sobre os serviços tomados e repasse aos cofres da municipalidade. Tal regra

já era estatuída no Código Tributário Nacional, em seus artigos 9º, 121 e 128, que

estabelece:

Art. 9°. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:(...)IV - cobrar imposto sobre: a) o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros;(...)§ 1° O disposto no inciso IV não exclui a atribuição, por lei, às entidades nele referidas, da condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte, e não as dispensa da prática de atos, previstos em lei, assecuratórios do cumprimento de obrigações tributárias por terceiros.§ 2° O disposto na alínea a do inciso IV aplica-se, exclusivamente, aos serviços próprios das pessoas jurídicas de direito público a que se refere este artigo, e inerentes aos seus objetivos.(...)Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento do tributo ou penalidade pecuniária.Parágrafo Único - O sujeito passivo da obrigação principal, diz-se:I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador;II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa na legislação tributária.(...)Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.

A LC 116 de 31 de julho de 2003 em seu artigo 6º, que atualmente delibera o

ISSQN em todo o território nacional reforçou em grande escala o que já era previsto

na legislação anterior, e simplesmente ratifica o que já era permitido, nestes termos:

Art. 6o Os Municípios e o Distrito Federal, mediante lei, poderão atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo

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do cumprimento total ou parcial da referida obrigação, inclusive no que se refere à multa e aos acréscimos legais.(...)§ 2o Sem prejuízo do disposto no caput e no § 1o deste artigo, são responsáveis:(...)II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços descritos nos subitens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.16, 7.17, 7.19, 11.02, 17.05 e 17.10 da lista anexa.

Não obstante o estatuído na legislação pertinente, alguns órgãos da

administração pública, federais ou estaduais, usando a imunidade recíproca como

argumento defendem que devem eximir-se de assumir o encargo, bem como o

pagamento de penalidade no caso de tal omissão.

Neste caso, o que acontece é o sofrimento da maioria dos municípios, que

se encontram desprovidos do poder econômico que os Estados e União possuem.

Os defensores da recusa de responsabilidade tributária imputada a órgãos da

administração pública e da aplicabilidade de multas pelo seu descumprimento usam

dos seguintes argumentos:

Parece levar, inevitavelmente, à conclusão de que, se União, Estados, Distrito Federal e Municípios estão impedidos de usarem o seu poder constitucional tributante para colocarem os demais entes políticos no pólo passivo da relação tributária, como contribuinte originário, não poderão fazê-lo, também, pelo atalho da substituição tributária ou da responsabilidade tributária. Nem a União, nem os Estados, nem o Distrito Federal, nem os Municípios, podem ser tidos, no contexto da legislação dos tributos que incidam sobre o patrimônio, a renda e os serviços, como sujeitos passivos da relação tributária, ou como estando vinculados aos respectivos fatos geradores.Não existe norma constitucional que permita venha a ser afastada ou restringida a imunidade recíproca, pelo subterfúgio da substituição tributária de contribuintes pelos entes políticos protegidos por aquela imunidade, sendo, assim frontalmente contrários à Constituição qualquer lei ou ato que vise impor essa condição aos referidos entes políticos (BRITTO, 2001).

No que diz respeito à aplicação de penalidade por descumprimento da

obrigação imposta aos entes públicos, há também quem defenda a impossibilidade

de existência de multa entre pessoa jurídicas de direito público, conforme assim se

pronunciou Celso Antônio Bandeira de Mello, citado em Parecer da Consultoria

Jurídica da Procuradoria Geral do Instituto Nacional de Seguro Social nº 24/97, in

verbis:

Multa no campo do Direito Público é sanção de ordem pecuniária cabível quando prevista em lei, imposta pelo Poder Público aos que descumprem deveres para com ele. Seu fundamento, obviamente é o imperium do Estado, é a supremacia, sobre os que lhe estão sujeitos, assim como seu pressuposto é a inadimplência de um dever.

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(...) À falta de um estado de sujeição, característico de situação de inferioridade, não há que pensar em submissão ao ato de império traduzido na multa. Só quem se encontra em posição subalterna, própria de súdito, pode ser colhido por uma tão relevante manifestação de autoridade.Daí, ser rematado dislate, data vênia, admitir-se a hipótese de que uma pessoa meramente administrativa possa onerar com multas uma entidade política, de dignidade constitucional, como o município.(...) Se a própria tributação recíproca dos entes públicos, através de impostos, é vedada pela Constituição (art. 19, nº III, a), com maior razão o é a imposição de multa. Nem União, nem Estados, nem Municípios podem reciprocamente se multar. Que dizer, então, de uma autarquia multar um município? Uma simples ramificação administrativa, desnutrida de qualquer poder político, exercer imperium sobre entidade de existência constitucional necessária é hipótese que agride os mais rudimentares princípios de Direito.

Por outro lado, no que diz respeito aos dispositivos legais citados, fica evi-

dente a responsabilidade tributária da pessoa jurídica de direito público quando a lei

assim dispuser. Pregar o contrário é chocar-se ao que a legislação complementar

claramente regula, através do CTN, art. 9o, §§ 1o e 2o, e da LC 116/2003, art. 6o, § 2o,

II, os quais, frisa-se, encontram-se plenamente em vigor, não caracterizando ne-

nhuma inconstitucionalidade na norma. Diante da tão alegada inconstitucionalidade,

vejamos o que diz a CF sobre a tão citada imunidade recíproca:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:(...)VI - instituir impostos sobre:a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;(...)§ 2.º A vedação do inciso VI, a, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo poder público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.§ 3.º As vedações do inciso VI, a, e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exoneram o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.

Sobre o conceito de "patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros", válido o

ensinamento de Aliomar Baleeiro, citado por Sacha Calmon:

Constituem o patrimônio todos os bens ou todas as coisas vinculadas à propriedade pública e integrantes do serviço público, móveis ou imóveis, corpóreas ou não, inclusive complexo de coisas, como uma empresa, universitas rerum.(...)Rendas não são apenas os tributos, mas também os preços públicos que possam provir do exercício de suas atribuições, de venda de seus bens e utilização de seus serviços.(...)Serviços são os públicos, segundo a noção que deles dá o direito administrativo (COÊLHO, 2000, p. 143).

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A imunidade recíproca não tem qualquer relação com o serviço tomado por

uma pessoa jurídica de direito público e com o imposto a ele inerente, pois o ISSQN

é um imposto sobre a prestação de serviço; a responsabilidade só deixa de existir,

sob o manto da imunidade recíproca, se o serviço for prestado pelo ente público e

na condição de não estar relacionado a exploração de atividades econômicas

regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que não haja

contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário.

O imposto cobrado sobre o serviço prestado ao ente público não mutila o

patrimônio deste, mas sim do prestador do serviço, o qual é o contribuinte original do

tributo, e que é o titular da disponibilidade econômica ou jurídica da renda; tanto é,

que sua retenção indevida constitui crime de apropriação indébita, um

enriquecimento sem causa da parte de quem retém.

Assim, o dever de reter o imposto, quando da efetivação do pagamento, e

que posteriormente é recolhido aos cofres públicos, apenas objetiva conferir maior

eficácia e segurança à fiscalização e arrecadação tributária, de modo a assegurar o

cumprimento de obrigações tributárias referidas à capacidade contributiva de

terceiros, em nada agredindo o regime federativo da Nação, razão de ser da

imunidade recíproca.

Se admitirmos o oposto, repelindo a figura da retenção, aí sim estaremos

pondo a Federação em risco, pois, por certo, haverá municípios cuja sobrevivência

financeira será precária em função de não terem como dispor de outros instrumentos

de arrecadação tão eficazes.

Pórem há quem queira aplicar uma "interpretação ampla" à regra imunizante,

de modo a alcançar as despesas do ente público, seja adquirindo serviços ou

produtos. O Supremo Tribunal Federal (STF) demonstra rechaçar essa linha de

raciocínio, pois entende que "as normas constitucionais concessivas de benefícios

devem ser interpretadas restritivamente" e, em situação semelhante, editou Súmula

que bem evidencia esse entendimento: "Súmula n° 591 - A imunidade ou a isenção

tributária do comprador não se estende ao produtor, contribuinte do imposto sobre

produtos industrializados".

Ademais, se não fosse possível imputar a figura da responsabilidade tributária

sobre um ente da Federação, que necessidade teria a Constituição em determinar

um destino diferenciado a determinadas hipóteses de imposto de renda incidente na

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fonte retido por Estados, Distrito Federal e Municípios (CF, arts. 157, I, e 158, I)?

Logo, a luz dos fatos, não há que ter dúvidas sobre a constitucionalidade do

CTN, art. 9o, §§ 1o e 2o, e da LC 116/2003, art. 6o, § 2o, II, que permitem a atribuição

de responsabilidade tributária aos entes imunes.

No que se refere à imposição de penalidades aos entes públicos, o Supremo

Tribunal Federal, já esclareceu a questão em sentido oposto, ou seja, que as

pessoas jurídicas de direito público não se acham imunes à imposição de multas,

além de juros e outras cominações legais (Acórdão nos Recursos Extraordinários ns.

65.806-RJ - 2ª Turma, in RTJ - 55-438; 70.089-SP - 2ª Turma, in RTJ-58-479;

75.064-SP - 2ª Turma in RTJ-66-274; 75.062-ES - 2ª Turma in RTJ-67-816; 75.224-

MG - 2ª Turma, in RTJ-67-229).

Esta reiterada jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem um de seus

melhores momentos no voto do Ministro Carlos Thompson Flores, no RE -

65.806/RJ:

Aos argumentos invocados pelo eminente Relator permito-me acrescentar outro. É que, a Municipalidade fazendo o desconto como o faz, não opera no âmbito da Pessoa Jurídica de Direito Público, mas, como empregadora, apenas, e como tal torna-se depositária somente das importâncias. Não dando o destino dos valores nos momentos próprios, fixados em lei, sujeita-se como tal, como empregadora, às conseqüências, as sanções pela mesma lei atribuídas.

Como bem observou o Consultor da União, Sr. Galba Velloso, em Parecer

aprovado pelo Excelentíssimo Senhor Presidente da República em 12 de julho de

2004:

Note-se que o Ministro Thompson Flores acrescentou argumento àqueles expendidos pelo relator - de que não há imunidade para pessoas jurídicas de direito público - sem deles dissentir. A esse acréscimo convém aditar, explicitando o que está implícito, que além de empregadores serem tratados igualmente, infratores também devem sê-lo, infratores de qualquer legislação, sob pena de discriminação em favor da impunidade. Pessoas jurídicas de direito público não podem, por exemplo, violar leis ambientais e exigir inação dos órgãos especializados.(...)A decisão do Supremo Tribunal Federal, àquela época, está de acordo com a atual Constituição, na qual nada existe que impeça a aplicação de multas a pessoas jurídicas de direito público - ao contrário, os princípios que consagra impedem, isto sim, o estabelecimento de exceções (BRASIL, 2004).

Relacionado, temos ainda o voto do Sr. Ministro Adauto Lúcio Cardoso,

Relator, no RE 65.806 - RJ, aprovado pelo Pretório Excelso e acorde com as demais

decisões citadas, no sentido de caber a multa: "Não há imunidade alguma das

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pessoas jurídicas de direito público, morosas no pagamento de seus débitos, em

relação aos juros e multas em que incorrem e são condenadas".

Também o Tribunal de Contas da União tende a posicionar-se na linha do

Supremo Tribunal Federal, sendo relevantes os fundamentos da Decisão TCU nº

588/2002 - Plenário, dos quais transcrevemos o seguinte trecho:

62. Entendo que a atribuição de prerrogativas e privilégios extensivos e imotivados aos órgãos e entidades da Administração Pública não é coerente com a idéia de um Estado Democrático de Direito.63. Pretender que a Administração Publica passe a deter prerrogativas em todas as relações que estabelece com os cidadãos, pessoas físicas ou jurídicas, é negar que essa mesma Administração foi concebida para a satisfação do interesse público. E não há interesse público em atribuir a órgãos e entidades da Administração a faculdade de pagar contas de serviços públicos com atraso, sem multa moratória. Se isso ocorre, ferem-se os princípios da isonomia e da moralidade, fundamentais em nosso sistema jurídico.EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL. AUTARQUIA PREVIDENCIÁRIA. IMUNIDADE RECÍPROCA. DESCABIMENTO. É sabido que a imunidade recíproca dos entes políticos, prevista no art. 150, VI, ''a'' e extensível às autarquias por força do § 2º do mesmo artigo, refere-se a tributos, mais precisamente a impostos. Por seu turno, "tributo", gênero do qual os impostos constituem uma de suas espécies, tem como definição "toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada" (art. 3º do CTN). Ou seja, a imunidade tributária recíproca prevista constitucionalmente longe está de abranger as multas, as quais constituem sanção por ato ilícito, que não se enquadram no conceito de tributo.

Assim, cabe novamente citar o Sr. Galba Velloso:

(...) conceituado o poder de polícia como a prevalência do coletivo sobre o individual, assinale-se que sendo conceito, materializa-se através de normas de direito positivo e do conteúdo destas é que se pode deduzir a amplitude de sua abrangência. (...) A interpretação das Leis que disciplinam o exercício do poder de polícia não pode, como ensina Carlos Maximiliano, levar ao absurdo, que seria o estímulo à desídia, negligência e até a comportamentos tipificadores de ilícito penal. A fiscalização e a multa interessam não a quem a exerce ou aplica, mas à moralidade, à eficiência... (BRASIL, 2004).

Portanto, percebe-se equivocada a posição dos que se opõem tanto à

responsabilidade pela substituição tributária imputada aos entes públicos, quanto às

penalidades. É dever dos entes públicos cumprirem com suas responsabilidades

tributárias no que diz respeito ao ISSQN, da mesma forma que cumprem em relação

aos outros tributos, quais sejam: Imposto de Renda, INSS, etc.

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4.4 RETENÇÃO NA FONTE DAS EMPRESAS ENQUADRADAS NO SIMPLES NACIONAL

Com o advento da Lei Complementar 128/2008, a retenção na fonte do

ISSQN a cargo das microempresas ou das empresas de pequeno porte optantes

pelo simples nacional deixa de ser feita utilizando-se a alíquota do Município

competente. Passa a ser aplicado o percentual do imposto previsto nos anexos III,

IV ou V da Lei Complementar 123/2006, para a faixa de receita bruta a que a

microempresa ou a empresa de pequeno porte estiver sujeita no mês anterior ao da

prestação.

No entanto, quando o prestador do serviço for um Microemprendedor

Individual - MEI optante pela sistemática de recolhimento do Simples Nacional por

valores fixos mensais, não caberá a retenção, tendo em vista que nesta hipótese, o

ISSQN a cargo do optante também é fixo, correspondendo a R$ 5,00 (cinco reais).

O recolhimento do valor retido terá caráter definitivo, não sendo objeto de

partilha com outros municípios. Sobre a receita de prestação de serviços que sofreu

a retenção não haverá incidência de ISSQN a ser recolhido no Simples Nacional.

Para que o tomador dos serviços possa efetuar corretamente a retenção do

ISSQN na fonte, o prestador deve informar, no “corpo” da Nota Fiscal, o seu

percentual correspondente ao ISSQN conforme a tabela do Anexo III da LC 123.

Mas há de se prestar atenção, pois, caso informe uma alíquota inferior à

devida, ou, caso o prestador dos serviços não informe a alíquota no “corpo” da Nota,

fica valendo a maior alíquota do ISSQN, ou seja, 5%.

Por fim, a retenção na fonte do ISSQN das microempresas ou das empresas

de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional somente será permitida se

observado o disposto no art. 3º da Lei Complementar 116/2003, e deverá observar

as seguintes normas:

I - na hipótese de o serviço sujeito à retenção ser prestado no mês de início

de atividades da microempresa ou empresa de pequeno porte, deverá ser aplicada

pelo tomador a alíquota correspondente ao percentual de ISSQN referente à menor

alíquota prevista nos Anexos III, IV ou V da Lei Complementar 128/2008;

II - constatando-se que houve diferença entre a alíquota utilizada e a

efetivamente apurada, caberá à microempresa ou empresa de pequeno porte

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prestadora dos serviços efetuar o recolhimento dessa diferença no mês subseqüente

ao do início de atividade em guia própria do Município;

III - na hipótese de a microempresa ou empresa de pequeno porte estar

sujeita à tributação do ISS no Simples Nacional por valores fixos mensais, não

caberá a retenção do ISS;

IV - não será eximida a responsabilidade do prestador de serviços quando a

alíquota do ISS informada no documento fiscal for inferior à devida, hipótese em que

o recolhimento dessa diferença será realizado em guia própria do Município.

4.5 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS VINCULADAS À RETENÇÃO NA FONTE

A formalização da retenção do imposto está detalhada nos §§ 5º ao 9º do art.

99 do Código Tributário Municipal.

Em regra geral esta retenção será comprovada pela consignação no

documento fiscal, pela aposição de carimbo ou declaração alusiva.

Art. 99, § 5º. A retenção do imposto por parte da fonte pagadora será consignada no documento fiscal emitido pelo prestador do serviço e comprovada mediante aposição de carimbo ou declaração do contratante em uma das vias pertencentes ao prestador, admitida, em substituição, a declaração em separado do contratante.

A base de cálculo é o preço dos serviços, aplicando-se as mesmas alíquotas

previstas no art. 80 do Código Tributário Municipal.

Art. 99, § 6º. Para retenção do imposto, base de cálculo é o preço dos serviços, aplicando-se a alíquota correspondente.

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5 CONCLUSÃO

O objetivo do presente trabalho foi analisar as hipóteses de retenção na fonte

do Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza previsto pela LC 116/2003 e pela

legislação do município de Governador Valadares.

Verificou-se que existem regras impositivas aplicáveis uniformemente a todos

os municípios brasileiros, como também regras específicas do município de

Governador Valadares.

Recentemente, com a implementação do sistema Simples Nacional para

microempresas e empresas de pequeno porte, pela Lei Complementar Federal 123,

de 14 de dezembro de 2006, foram introduzidos várias condicionantes.

Entre as questões polêmicas observadas, a respeito das regras de retenção

na fonte, estão os serviços tomados pelos entes públicos (União, Estado, Distrito

Federal e Municípios).

Foram verificadas as novas regras de estabelecimento prestador trazidas pela

LC 116/2003, quais serviços devem sofrer a devida retenção, e as particularidades

introduzidas pela legislação do município de Governador Valadares.

A principal legislação aplicável, na atualidade, é a LC 116/2003, cujos

parâmetros devem ser observados em todos os municípios brasileiros. Esta LC

116/2003 prevê algumas hipóteses de retenção na fonte. Mas cada município pode

incluir outras hipóteses.

O tema da retenção do ISSQN na fonte está intimamente ligado ao tema do

estabelecimento prestador, referido nos artigos 3º e 4º da LC 116/2003. Todavia, o

modo como foi redigida esta Lei Complementar deixou inúmeras dúvidas de

aplicação concretas.

Dependendo da interpretação que se tenha do conceito de estabelecimento

prestador, ter-se-á a resposta de quais prestadores de serviços terão seu imposto

retido na fonte e a determinação para qual município será feito o repasse do tributo.

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BRASIL. Instituto Nacional de Seguro Social. Consultoria Jurídica. Parecer CJ nº 1.710 de 7 de abril de 1999 (DOU 09.04.1999). Síntese Fiscal, ano 6 - nº 39. São Paulo: IOB Informações Objetivas Publicações Jurídicas, out/nov 2005.

BRASIL. Consultoria Geral da União. Parecer nº AC – 16, de 12 de julho de 2004. Disponível em: http://www.agu.gov.br/SISTEMAS/SITE/PaginasInternas/Normas Internas/AtoDetalhado.aspx? idAto=8435&ID_SITE= Acesso em: 12 de abril de 2010.

BRITTO, Ditimar Sousa. Imunidade recíproca versus substituição tributária. Jus Navigandi, Teresina, ano 5, n. 49, fev. 2001. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=1303>. Acesso em: 07 abr. 2010.

COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Comentários ao Código Tributário Nacional, coord. Carlos Valder do Nascimento, 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2000. p. 143.

GRUPENMACHER, Betina Treiger. ISS – Local em que é devido o tributo. In: MARTINS, Ives Gandra da Silva (Org.). ISS : LC 116/2003 à luz da doutrina e da jurisprudência. 2. ed., São Paulo, MP Editora, 2008

HARADA, Kiyoshi. ISS: Doutrina e Prática. São Paulo: Atlas, 2008.

MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 26 ed., São Paulo: Malheiros Editores, 2005

MARTINS, Ives Gandra da Silva (Org.). ISS : LC 116/2003 à luz da doutrina e da jurisprudência. 2. ed., São Paulo, MP Editora, 2008

MARTINS, Sergio Pinto. Manual de Direito Tributário. 6. ed., São Paulo: Atlas, 2007.

MEIRA JUNIOR, José Julberto. Substituição tributária no ISS: retenção. Considerações gerais para a sua compreensão. Jus Navigandi, Teresina, a. 8, n.

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406, 17.ago.2004. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp? id=5591>.

NUNES, Alexandre Gomes. Responsabilidade tributária de ISS sobre ente público. Jus Navigandi, Teresina, ano 10, n. 1101, 7 jul. 2006. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=8612>. Acesso em: 07 abr. 2010.

RODRIGUES JÚNIOR, Luiz Fernando. Manual do Direito Tributário Municipal: IPTU – ISS - ITBI - COSIP - Contribuição de melhoria. Porto Alegre : Andesa, 2008.

ROSSI, Carla Cristina Paschoalotte. O ISSQN em face da Emenda Constitucional nº 37/02 e da Lei Complementar nº 116/03 . Jus Navigandi, Teresina, ano 8, n. 220, 12 fev. 2004. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp? id=4817>. Acesso em: 07 abr. 2010.

TAUIL, Roberto Adolfo. Curso: O imposto sobre serviços de qualquer natureza e prática de fiscalização. Rio de Janeiro, Consultor Municipal, 2005

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ANEXOS

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ANEXO A – LEI COMPLEMENTAR 116, DE 31 DE JULHO DE 2003

Dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de

Qualquer Natureza, de competência dos Municípios

e do Distrito Federal, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:

Art. 1º O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador.

§ 1º O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País.

§ 2º Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela mencionados não ficam sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de mercadorias.

§ 3º O imposto de que trata esta Lei Complementar incide ainda sobre os serviços prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos explorados economicamente mediante autorização, permissão ou concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário final do serviço.

§ 4º A incidência do imposto não depende da denominação dada ao serviço prestado.

Art. 2o O imposto não incide sobre:I – as exportações de serviços para o exterior do País;II – a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores

avulsos, dos diretores e membros de conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e fundações, bem como dos sócios-gerentes e dos gerentes-delegados;

III – o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor dos depósitos bancários, o principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações de crédito realizadas por instituições financeiras.

Parágrafo único. Não se enquadram no disposto no inciso I os serviços desenvolvidos no Brasil, cujo resultado aqui se verifique, ainda que o pagamento seja feito por residente no exterior.

Art. 3o O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXII, quando o imposto será devido no local:

I – do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, na hipótese do § 1o do art. 1o desta Lei Complementar;

II – da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas, no caso dos serviços descritos no subitem 3.05 da lista anexa;

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III – da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02 e 7.19 da lista anexa;

IV – da demolição, no caso dos serviços descritos no subitem 7.04 da lista anexa;

V – das edificações em geral, estradas, pontes, portos e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.05 da lista anexa;

VI – da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem, separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer, no caso dos serviços descritos no subitem 7.09 da lista anexa;

VII – da execução da limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.10 da lista anexa;

VIII – da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores, no caso dos serviços descritos no subitem 7.11 da lista anexa;

IX – do controle e tratamento do efluente de qualquer natureza e de agentes físicos, químicos e biológicos, no caso dos serviços descritos no subitem 7.12 da lista anexa;

X – (VETADO) XI – (VETADO)XII – do florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e

congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.16 da lista anexa;XIII – da execução dos serviços de escoramento, contenção de encostas

e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.17 da lista anexa;XIV – da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no subitem

7.18 da lista anexa;XV – onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos serviços

descritos no subitem 11.01 da lista anexa;XVI – dos bens ou do domicílio das pessoas vigiados, segurados ou

monitorados, no caso dos serviços descritos no subitem 11.02 da lista anexa;XVII – do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e

guarda do bem, no caso dos serviços descritos no subitem 11.04 da lista anexa;XVIII – da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e

congêneres, no caso dos serviços descritos nos subitens do item 12, exceto o 12.13, da lista anexa;

XIX – do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos serviços descritos pelo subitem 16.01 da lista anexa;

XX – do estabelecimento do tomador da mão-de-obra ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.05 da lista anexa;

XXI – da feira, exposição, congresso ou congênere a que se referir o planejamento, organização e administração, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.10 da lista anexa;

XXII – do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário ou metroviário, no caso dos serviços descritos pelo item 20 da lista anexa.

§ 1o No caso dos serviços a que se refere o subitem 3.04 da lista anexa, considera-se ocorrido o fato gerador e devido o imposto em cada Município em cujo território haja extensão de ferrovia, rodovia, postes, cabos, dutos e condutos de qualquer natureza, objetos de locação, sublocação, arrendamento, direito de passagem ou permissão de uso, compartilhado ou não.

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§ 2o No caso dos serviços a que se refere o subitem 22.01 da lista anexa, considera-se ocorrido o fato gerador e devido o imposto em cada Município em cujo território haja extensão de rodovia explorada.

§ 3o Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no local do estabelecimento prestador nos serviços executados em águas marítimas, excetuados os serviços descritos no subitem 20.01.

Art. 4o Considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas.

Art. 5o Contribuinte é o prestador do serviço.Art. 6o Os Municípios e o Distrito Federal, mediante lei, poderão atribuir de

modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação, inclusive no que se refere à multa e aos acréscimos legais.

§ 1o Os responsáveis a que se refere este artigo estão obrigados ao recolhimento integral do imposto devido, multa e acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada sua retenção na fonte.

§ 2o Sem prejuízo do disposto no caput e no § 1o deste artigo, são responsáveis:

I – o tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País;

II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços descritos nos subitens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.16, 7.17, 7.19, 11.02, 17.05 e 17.10 da lista anexa.

Art. 7o A base de cálculo do imposto é o preço do serviço.§ 1o Quando os serviços descritos pelo subitem 3.04 da lista anexa forem

prestados no território de mais de um Município, a base de cálculo será proporcional, conforme o caso, à extensão da ferrovia, rodovia, dutos e condutos de qualquer natureza, cabos de qualquer natureza, ou ao número de postes, existentes em cada Município.

§ 2o Não se incluem na base de cálculo do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza:

I - o valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos serviços previstos nos itens 7.02 e 7.05 da lista de serviços anexa a esta Lei Complementar;

II - (VETADO)§ 3o (VETADO)Art. 8o As alíquotas máximas do Imposto Sobre Serviços de Qualquer

Natureza são as seguintes:I – (VETADO)II – demais serviços, 5% (cinco por cento).Art. 9o Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.Art. 10. Ficam revogados os arts. 8 o , 10, 11 e 12 do Decreto-Lei n o 406, de

31 de dezembro de 1968; os incisos III, IV, V e VII do art. 3 o do Decreto-Lei n o 834, de 8 de setembro de 1969; a Lei Complementar n o 22, de 9 de dezembro de 1974 ; a

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Lei n o 7.192, de 5 de junho de 1984 ; a Lei Complementar n o 56, de 15 de dezembro de 1987; e a Lei Complementar n o 100, de 22 de dezembro de 1999.

Brasília, 31 de julho de 2003; 182o da Independência e 115o da República.LUIZ INÁCIO LULA DA SILVAAntônio Palocci Filho

Lista de serviços anexa à Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.

1 – Serviços de informática e congêneres.1.01 – Análise e desenvolvimento de sistemas.1.02 – Programação.1.03 – Processamento de dados e congêneres.1.04 – Elaboração de programas de computadores, inclusive de jogos

eletrônicos.1.05 – Licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de

computação.1.06 – Assessoria e consultoria em informática.1.07 – Suporte técnico em informática, inclusive instalação, configuração

e manutenção de programas de computação e bancos de dados.1.08 – Planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas

eletrônicas.2 – Serviços de pesquisas e desenvolvimento de qualquer natureza.2.01 – Serviços de pesquisas e desenvolvimento de qualquer natureza.3 – Serviços prestados mediante locação, cessão de direito de uso e

congêneres.3.01 – (VETADO)3.02 – Cessão de direito de uso de marcas e de sinais de propaganda.3.03 – Exploração de salões de festas, centro de convenções, escritórios

virtuais, stands, quadras esportivas, estádios, ginásios, auditórios, casas de espetáculos, parques de diversões, canchas e congêneres, para realização de eventos ou negócios de qualquer natureza.

3.04 – Locação, sublocação, arrendamento, direito de passagem ou permissão de uso, compartilhado ou não, de ferrovia, rodovia, postes, cabos, dutos e condutos de qualquer natureza.

3.05 – Cessão de andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas de uso temporário.

4 – Serviços de saúde, assistência médica e congêneres.4.01 – Medicina e biomedicina.4.02 – Análises clínicas, patologia, eletricidade médica, radioterapia,

quimioterapia, ultra-sonografia, ressonância magnética, radiologia, tomografia e congêneres.

4.03 – Hospitais, clínicas, laboratórios, sanatórios, manicômios, casas de saúde, prontos-socorros, ambulatórios e congêneres.

4.04 – Instrumentação cirúrgica.4.05 – Acupuntura.4.06 – Enfermagem, inclusive serviços auxiliares.4.07 – Serviços farmacêuticos.4.08 – Terapia ocupacional, fisioterapia e fonoaudiologia.4.09 – Terapias de qualquer espécie destinadas ao tratamento físico,

orgânico e mental.

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4.10 – Nutrição.4.11 – Obstetrícia.4.12 – Odontologia.4.13 – Ortóptica.4.14 – Próteses sob encomenda.4.15 – Psicanálise.4.16 – Psicologia.4.17 – Casas de repouso e de recuperação, creches, asilos e congêneres.4.18 – Inseminação artificial, fertilização in vitro e congêneres.4.19 – Bancos de sangue, leite, pele, olhos, óvulos, sêmen e congêneres.4.20 – Coleta de sangue, leite, tecidos, sêmen, órgãos e materiais

biológicos de qualquer espécie.4.21 – Unidade de atendimento, assistência ou tratamento móvel e

congêneres.4.22 – Planos de medicina de grupo ou individual e convênios para

prestação de assistência médica, hospitalar, odontológica e congêneres.4.23 – Outros planos de saúde que se cumpram através de serviços de

terceiros contratados, credenciados, cooperados ou apenas pagos pelo operador do plano mediante indicação do beneficiário.

5 – Serviços de medicina e assistência veterinária e congêneres.5.01 – Medicina veterinária e zootecnia.5.02 – Hospitais, clínicas, ambulatórios, prontos-socorros e congêneres,

na área veterinária.5.03 – Laboratórios de análise na área veterinária.5.04 – Inseminação artificial, fertilização in vitro e congêneres.5.05 – Bancos de sangue e de órgãos e congêneres.5.06 – Coleta de sangue, leite, tecidos, sêmen, órgãos e materiais

biológicos de qualquer espécie.5.07 – Unidade de atendimento, assistência ou tratamento móvel e

congêneres.5.08 – Guarda, tratamento, amestramento, embelezamento, alojamento e

congêneres.5.09 – Planos de atendimento e assistência médico-veterinária.6 – Serviços de cuidados pessoais, estética, atividades físicas e

congêneres.6.01 – Barbearia, cabeleireiros, manicuros, pedicuros e congêneres.6.02 – Esteticistas, tratamento de pele, depilação e congêneres.6.03 – Banhos, duchas, sauna, massagens e congêneres.6.04 – Ginástica, dança, esportes, natação, artes marciais e demais

atividades físicas.6.05 – Centros de emagrecimento, spa e congêneres.7 – Serviços relativos a engenharia, arquitetura, geologia, urbanismo,

construção civil, manutenção, limpeza, meio ambiente, saneamento e congêneres.7.01 – Engenharia, agronomia, agrimensura, arquitetura, geologia,

urbanismo, paisagismo e congêneres.7.02 – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de

obras de construção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e a instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo

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prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).

7.03 – Elaboração de planos diretores, estudos de viabilidade, estudos organizacionais e outros, relacionados com obras e serviços de engenharia; elaboração de anteprojetos, projetos básicos e projetos executivos para trabalhos de engenharia.

7.04 – Demolição.7.05 – Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes,

portos e congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).

7.06 – Colocação e instalação de tapetes, carpetes, assoalhos, cortinas, revestimentos de parede, vidros, divisórias, placas de gesso e congêneres, com material fornecido pelo tomador do serviço.

7.07 – Recuperação, raspagem, polimento e lustração de pisos e congêneres.

7.08 – Calafetação.7.09 – Varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem,

separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer.7.10 – Limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros

públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres.7.11 – Decoração e jardinagem, inclusive corte e poda de árvores.7.12 – Controle e tratamento de efluentes de qualquer natureza e de

agentes físicos, químicos e biológicos.7.13 – Dedetização, desinfecção, desinsetização, imunização,

higienização, desratização, pulverização e congêneres.7.14 – (VETADO)7.15 – (VETADO)7.16 – Florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e

congêneres.7.17 – Escoramento, contenção de encostas e serviços congêneres.7.18 – Limpeza e dragagem de rios, portos, canais, baías, lagos, lagoas,

represas, açudes e congêneres.7.19 – Acompanhamento e fiscalização da execução de obras de

engenharia, arquitetura e urbanismo.7.20 – Aerofotogrametria (inclusive interpretação), cartografia,

mapeamento, levantamentos topográficos, batimétricos, geográficos, geodésicos, geológicos, geofísicos e congêneres.

7.21 – Pesquisa, perfuração, cimentação, mergulho, perfilagem, concretação, testemunhagem, pescaria, estimulação e outros serviços relacionados com a exploração e explotação de petróleo, gás natural e de outros recursos minerais.

7.22 – Nucleação e bombardeamento de nuvens e congêneres.8 – Serviços de educação, ensino, orientação pedagógica e educacional,

instrução, treinamento e avaliação pessoal de qualquer grau ou natureza.8.01 – Ensino regular pré-escolar, fundamental, médio e superior.8.02 – Instrução, treinamento, orientação pedagógica e educacional,

avaliação de conhecimentos de qualquer natureza.9 – Serviços relativos a hospedagem, turismo, viagens e congêneres.

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9.01 – Hospedagem de qualquer natureza em hotéis, apart-service condominiais, flat, apart-hotéis, hotéis residência, residence-service, suite service, hotelaria marítima, motéis, pensões e congêneres; ocupação por temporada com fornecimento de serviço (o valor da alimentação e gorjeta, quando incluído no preço da diária, fica sujeito ao Imposto Sobre Serviços).

9.02 – Agenciamento, organização, promoção, intermediação e execução de programas de turismo, passeios, viagens, excursões, hospedagens e congêneres.

9.03 – Guias de turismo.10 – Serviços de intermediação e congêneres.10.01 – Agenciamento, corretagem ou intermediação de câmbio, de

seguros, de cartões de crédito, de planos de saúde e de planos de previdência privada.

10.02 – Agenciamento, corretagem ou intermediação de títulos em geral, valores mobiliários e contratos quaisquer.

10.03 – Agenciamento, corretagem ou intermediação de direitos de propriedade industrial, artística ou literária.

10.04 – Agenciamento, corretagem ou intermediação de contratos de arrendamento mercantil (leasing), de franquia (franchising) e de faturização (factoring).

10.05 – Agenciamento, corretagem ou intermediação de bens móveis ou imóveis, não abrangidos em outros itens ou subitens, inclusive aqueles realizados no âmbito de Bolsas de Mercadorias e Futuros, por quaisquer meios.

10.06 – Agenciamento marítimo.10.07 – Agenciamento de notícias.10.08 – Agenciamento de publicidade e propaganda, inclusive o

agenciamento de veiculação por quaisquer meios.10.09 – Representação de qualquer natureza, inclusive comercial.10.10 – Distribuição de bens de terceiros.11 – Serviços de guarda, estacionamento, armazenamento, vigilância e

congêneres.11.01 – Guarda e estacionamento de veículos terrestres automotores, de

aeronaves e de embarcações.11.02 – Vigilância, segurança ou monitoramento de bens e pessoas.11.03 – Escolta, inclusive de veículos e cargas.11.04 – Armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda

de bens de qualquer espécie.12 – Serviços de diversões, lazer, entretenimento e congêneres.12.01 – Espetáculos teatrais.12.02 – Exibições cinematográficas.12.03 – Espetáculos circenses.12.04 – Programas de auditório.12.05 – Parques de diversões, centros de lazer e congêneres.12.06 – Boates, taxi-dancing e congêneres.12.07 – Shows, ballet, danças, desfiles, bailes, óperas, concertos,

recitais, festivais e congêneres.12.08 – Feiras, exposições, congressos e congêneres.12.09 – Bilhares, boliches e diversões eletrônicas ou não.12.10 – Corridas e competições de animais.

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12.11 – Competições esportivas ou de destreza física ou intelectual, com ou sem a participação do espectador.

12.12 – Execução de música.12.13 – Produção, mediante ou sem encomenda prévia, de eventos,

espetáculos, entrevistas, shows, ballet, danças, desfiles, bailes, teatros, óperas, concertos, recitais, festivais e congêneres.

12.14 – Fornecimento de música para ambientes fechados ou não, mediante transmissão por qualquer processo.

12.15 – Desfiles de blocos carnavalescos ou folclóricos, trios elétricos e congêneres.

12.16 – Exibição de filmes, entrevistas, musicais, espetáculos, shows, concertos, desfiles, óperas, competições esportivas, de destreza intelectual ou congêneres.

12.17 – Recreação e animação, inclusive em festas e eventos de qualquer natureza.

13 – Serviços relativos a fonografia, fotografia, cinematografia e reprografia.

13.01 – (VETADO)13.02 – Fonografia ou gravação de sons, inclusive trucagem, dublagem,

mixagem e congêneres.13.03 – Fotografia e cinematografia, inclusive revelação, ampliação,

cópia, reprodução, trucagem e congêneres.13.04 – Reprografia, microfilmagem e digitalização.13.05 – Composição gráfica, fotocomposição, clicheria, zincografia,

litografia, fotolitografia.14 – Serviços relativos a bens de terceiros.14.01 – Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga,

conserto, restauração, blindagem, manutenção e conservação de máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos, motores, elevadores ou de qualquer objeto (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS).

14.02 – Assistência técnica.14.03 – Recondicionamento de motores (exceto peças e partes

empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS).14.04 – Recauchutagem ou regeneração de pneus.14.05 – Restauração, recondicionamento, acondicionamento, pintura,

beneficiamento, lavagem, secagem, tingimento, galvanoplastia, anodização, corte, recorte, polimento, plastificação e congêneres, de objetos quaisquer.

14.06 – Instalação e montagem de aparelhos, máquinas e equipamentos, inclusive montagem industrial, prestados ao usuário final, exclusivamente com material por ele fornecido.

14.07 – Colocação de molduras e congêneres.14.08 – Encadernação, gravação e douração de livros, revistas e

congêneres.14.09 – Alfaiataria e costura, quando o material for fornecido pelo usuário

final, exceto aviamento.14.10 – Tinturaria e lavanderia.14.11 – Tapeçaria e reforma de estofamentos em geral.14.12 – Funilaria e lanternagem.14.13 – Carpintaria e serralheria.

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15 – Serviços relacionados ao setor bancário ou financeiro, inclusive aqueles prestados por instituições financeiras autorizadas a funcionar pela União ou por quem de direito.

15.01 – Administração de fundos quaisquer, de consórcio, de cartão de crédito ou débito e congêneres, de carteira de clientes, de cheques pré-datados e congêneres.

15.02 – Abertura de contas em geral, inclusive conta-corrente, conta de investimentos e aplicação e caderneta de poupança, no País e no exterior, bem como a manutenção das referidas contas ativas e inativas.

15.03 – Locação e manutenção de cofres particulares, de terminais eletrônicos, de terminais de atendimento e de bens e equipamentos em geral.

15.04 – Fornecimento ou emissão de atestados em geral, inclusive atestado de idoneidade, atestado de capacidade financeira e congêneres.

15.05 – Cadastro, elaboração de ficha cadastral, renovação cadastral e congêneres, inclusão ou exclusão no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos – CCF ou em quaisquer outros bancos cadastrais.

15.06 – Emissão, reemissão e fornecimento de avisos, comprovantes e documentos em geral; abono de firmas; coleta e entrega de documentos, bens e valores; comunicação com outra agência ou com a administração central; licenciamento eletrônico de veículos; transferência de veículos; agenciamento fiduciário ou depositário; devolução de bens em custódia.

15.07 – Acesso, movimentação, atendimento e consulta a contas em geral, por qualquer meio ou processo, inclusive por telefone, fac-símile, internet e telex, acesso a terminais de atendimento, inclusive vinte e quatro horas; acesso a outro banco e a rede compartilhada; fornecimento de saldo, extrato e demais informações relativas a contas em geral, por qualquer meio ou processo.

15.08 – Emissão, reemissão, alteração, cessão, substituição, cancelamento e registro de contrato de crédito; estudo, análise e avaliação de operações de crédito; emissão, concessão, alteração ou contratação de aval, fiança, anuência e congêneres; serviços relativos a abertura de crédito, para quaisquer fins.

15.09 – Arrendamento mercantil (leasing) de quaisquer bens, inclusive cessão de direitos e obrigações, substituição de garantia, alteração, cancelamento e registro de contrato, e demais serviços relacionados ao arrendamento mercantil (leasing).

15.10 – Serviços relacionados a cobranças, recebimentos ou pagamentos em geral, de títulos quaisquer, de contas ou carnês, de câmbio, de tributos e por conta de terceiros, inclusive os efetuados por meio eletrônico, automático ou por máquinas de atendimento; fornecimento de posição de cobrança, recebimento ou pagamento; emissão de carnês, fichas de compensação, impressos e documentos em geral.

15.11 – Devolução de títulos, protesto de títulos, sustação de protesto, manutenção de títulos, reapresentação de títulos, e demais serviços a eles relacionados.

15.12 – Custódia em geral, inclusive de títulos e valores mobiliários.15.13 – Serviços relacionados a operações de câmbio em geral, edição,

alteração, prorrogação, cancelamento e baixa de contrato de câmbio; emissão de registro de exportação ou de crédito; cobrança ou depósito no exterior; emissão, fornecimento e cancelamento de cheques de viagem; fornecimento, transferência, cancelamento e demais serviços relativos a carta de crédito de importação,

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exportação e garantias recebidas; envio e recebimento de mensagens em geral relacionadas a operações de câmbio.

15.14 – Fornecimento, emissão, reemissão, renovação e manutenção de cartão magnético, cartão de crédito, cartão de débito, cartão salário e congêneres.

15.15 – Compensação de cheques e títulos quaisquer; serviços relacionados a depósito, inclusive depósito identificado, a saque de contas quaisquer, por qualquer meio ou processo, inclusive em terminais eletrônicos e de atendimento.

15.16 – Emissão, reemissão, liquidação, alteração, cancelamento e baixa de ordens de pagamento, ordens de crédito e similares, por qualquer meio ou processo; serviços relacionados à transferência de valores, dados, fundos, pagamentos e similares, inclusive entre contas em geral.

15.17 – Emissão, fornecimento, devolução, sustação, cancelamento e oposição de cheques quaisquer, avulso ou por talão.

15.18 – Serviços relacionados a crédito imobiliário, avaliação e vistoria de imóvel ou obra, análise técnica e jurídica, emissão, reemissão, alteração, transferência e renegociação de contrato, emissão e reemissão do termo de quitação e demais serviços relacionados a crédito imobiliário.

16 – Serviços de transporte de natureza municipal.16.01 – Serviços de transporte de natureza municipal.17 – Serviços de apoio técnico, administrativo, jurídico, contábil, comercial

e congêneres.17.01 – Assessoria ou consultoria de qualquer natureza, não contida em

outros itens desta lista; análise, exame, pesquisa, coleta, compilação e fornecimento de dados e informações de qualquer natureza, inclusive cadastro e similares.

17.02 – Datilografia, digitação, estenografia, expediente, secretaria em geral, resposta audível, redação, edição, interpretação, revisão, tradução, apoio e infra-estrutura administrativa e congêneres.

17.03 – Planejamento, coordenação, programação ou organização técnica, financeira ou administrativa.

17.04 – Recrutamento, agenciamento, seleção e colocação de mão-de-obra.

17.05 – Fornecimento de mão-de-obra, mesmo em caráter temporário, inclusive de empregados ou trabalhadores, avulsos ou temporários, contratados pelo prestador de serviço.

17.06 – Propaganda e publicidade, inclusive promoção de vendas, planejamento de campanhas ou sistemas de publicidade, elaboração de desenhos, textos e demais materiais publicitários.

17.07 – (VETADO)17.08 – Franquia (franchising).17.09 – Perícias, laudos, exames técnicos e análises técnicas.17.10 – Planejamento, organização e administração de feiras, exposições,

congressos e congêneres.17.11 – Organização de festas e recepções; bufê (exceto o fornecimento

de alimentação e bebidas, que fica sujeito ao ICMS).17.12 – Administração em geral, inclusive de bens e negócios de

terceiros.17.13 – Leilão e congêneres.17.14 – Advocacia.17.15 – Arbitragem de qualquer espécie, inclusive jurídica.

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17.16 – Auditoria.17.17 – Análise de Organização e Métodos.17.18 – Atuária e cálculos técnicos de qualquer natureza.17.19 – Contabilidade, inclusive serviços técnicos e auxiliares.17.20 – Consultoria e assessoria econômica ou financeira.17.21 – Estatística.17.22 – Cobrança em geral.17.23 – Assessoria, análise, avaliação, atendimento, consulta, cadastro,

seleção, gerenciamento de informações, administração de contas a receber ou a pagar e em geral, relacionados a operações de faturização (factoring).

17.24 – Apresentação de palestras, conferências, seminários e congêneres.

18 – Serviços de regulação de sinistros vinculados a contratos de seguros; inspeção e avaliação de riscos para cobertura de contratos de seguros; prevenção e gerência de riscos seguráveis e congêneres.

18.01 - Serviços de regulação de sinistros vinculados a contratos de seguros; inspeção e avaliação de riscos para cobertura de contratos de seguros; prevenção e gerência de riscos seguráveis e congêneres.

19 – Serviços de distribuição e venda de bilhetes e demais produtos de loteria, bingos, cartões, pules ou cupons de apostas, sorteios, prêmios, inclusive os decorrentes de títulos de capitalização e congêneres.

19.01 - Serviços de distribuição e venda de bilhetes e demais produtos de loteria, bingos, cartões, pules ou cupons de apostas, sorteios, prêmios, inclusive os decorrentes de títulos de capitalização e congêneres.

20 – Serviços portuários, aeroportuários, ferroportuários, de terminais rodoviários, ferroviários e metroviários.

20.01 – Serviços portuários, ferroportuários, utilização de porto, movimentação de passageiros, reboque de embarcações, rebocador escoteiro, atracação, desatracação, serviços de praticagem, capatazia, armazenagem de qualquer natureza, serviços acessórios, movimentação de mercadorias, serviços de apoio marítimo, de movimentação ao largo, serviços de armadores, estiva, conferência, logística e congêneres.

20.02 – Serviços aeroportuários, utilização de aeroporto, movimentação de passageiros, armazenagem de qualquer natureza, capatazia, movimentação de aeronaves, serviços de apoio aeroportuários, serviços acessórios, movimentação de mercadorias, logística e congêneres.

20.03 – Serviços de terminais rodoviários, ferroviários, metroviários, movimentação de passageiros, mercadorias, inclusive suas operações, logística e congêneres.

21 – Serviços de registros públicos, cartorários e notariais.21.01 - Serviços de registros públicos, cartorários e notariais.22 – Serviços de exploração de rodovia. 22.01 – Serviços de exploração de rodovia mediante cobrança de preço

ou pedágio dos usuários, envolvendo execução de serviços de conservação, manutenção, melhoramentos para adequação de capacidade e segurança de trânsito, operação, monitoração, assistência aos usuários e outros serviços definidos em contratos, atos de concessão ou de permissão ou em normas oficiais.

23 – Serviços de programação e comunicação visual, desenho industrial e congêneres.

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23.01 – Serviços de programação e comunicação visual, desenho industrial e congêneres.

24 – Serviços de chaveiros, confecção de carimbos, placas, sinalização visual, banners, adesivos e congêneres.

24.01 - Serviços de chaveiros, confecção de carimbos, placas, sinalização visual, banners, adesivos e congêneres.

25 - Serviços funerários. 25.01 – Funerais, inclusive fornecimento de caixão, urna ou esquifes;

aluguel de capela; transporte do corpo cadavérico; fornecimento de flores, coroas e outros paramentos; desembaraço de certidão de óbito; fornecimento de véu, essa e outros adornos; embalsamento, embelezamento, conservação ou restauração de cadáveres.

25.02 – Cremação de corpos e partes de corpos cadavéricos.25.03 – Planos ou convênio funerários.25.04 – Manutenção e conservação de jazigos e cemitérios.26 – Serviços de coleta, remessa ou entrega de correspondências,

documentos, objetos, bens ou valores, inclusive pelos correios e suas agências franqueadas; courrier e congêneres.

26.01 – Serviços de coleta, remessa ou entrega de correspondências, documentos, objetos, bens ou valores, inclusive pelos correios e suas agências franqueadas; courrier e congêneres.

27 – Serviços de assistência social.27.01 – Serviços de assistência social.28 – Serviços de avaliação de bens e serviços de qualquer natureza.28.01 – Serviços de avaliação de bens e serviços de qualquer natureza.29 – Serviços de biblioteconomia.29.01 – Serviços de biblioteconomia.30 – Serviços de biologia, biotecnologia e química.30.01 – Serviços de biologia, biotecnologia e química.31 – Serviços técnicos em edificações, eletrônica, eletrotécnica,

mecânica, telecomunicações e congêneres.31.01 - Serviços técnicos em edificações, eletrônica, eletrotécnica,

mecânica, telecomunicações e congêneres.32 – Serviços de desenhos técnicos.32.01 - Serviços de desenhos técnicos.33 – Serviços de desembaraço aduaneiro, comissários, despachantes e

congêneres.33.01 - Serviços de desembaraço aduaneiro, comissários, despachantes

e congêneres.34 – Serviços de investigações particulares, detetives e congêneres.34.01 - Serviços de investigações particulares, detetives e congêneres.35 – Serviços de reportagem, assessoria de imprensa, jornalismo e

relações públicas.35.01 - Serviços de reportagem, assessoria de imprensa, jornalismo e

relações públicas.36 – Serviços de meteorologia.36.01 – Serviços de meteorologia.37 – Serviços de artistas, atletas, modelos e manequins.37.01 - Serviços de artistas, atletas, modelos e manequins.38 – Serviços de museologia.

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38.01 – Serviços de museologia.39 – Serviços de ourivesaria e lapidação.39.01 - Serviços de ourivesaria e lapidação (quando o material for

fornecido pelo tomador do serviço).40 – Serviços relativos a obras de arte sob encomenda.40.01 - Obras de arte sob encomenda.

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ANEXO B - ANEXOS DA LEI COMPLEMENTAR 123, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2006

ANEXO III DA LC 123Partilha do Simples Nacional – Serviços e Locação de Bens Móveis

(Redação dada pela Lei Complementar nº 128, de 2008)

Receita Bruta em 12 meses (em R$) ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ISS

Até 120.000,00 6,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 4,00% 2,00%

De 120.000,01 a 240.000,00 8,21% 0,00% 0,00% 1,42% 0,00% 4,00% 2,79%

De 240.000,01 a 360.000,00 10,26% 0,48% 0,43% 1,43% 0,35% 4,07% 3,50%

De 360.000,01 a 480.000,00 11,31% 0,53% 0,53% 1,56% 0,38% 4,47% 3,84%

De 480.000,01 a 600.000,00 11,40% 0,53% 0,52% 1,58% 0,38% 4,52% 3,87%

De 600.000,01 a 720.000,00 12,42% 0,57% 0,57% 1,73% 0,40% 4,92% 4,23%

De 720.000,01 a 840.000,00 12,54% 0,59% 0,56% 1,74% 0,42% 4,97% 4,26%

De 840.000,01 a 960.000,00 12,68% 0,59% 0,57% 1,76% 0,42% 5,03% 4,31%

De 960.000,01 a 1.080.000,00 13,55% 0,63% 0,61% 1,88% 0,45% 5,37% 4,61%

De 1.080.000,01 a 1.200.000,00 13,68% 0,63% 0,64% 1,89% 0,45% 5,42% 4,65%

De 1.200.000,01 a 1.320.000,00 14,93% 0,69% 0,69% 2,07% 0,50% 5,98% 5,00%

De 1.320.000,01 a 1.440.000,00 15,06% 0,69% 0,69% 2,09% 0,50% 6,09% 5,00%

De 1.440.000,01 a 1.560.000,00 15,20% 0,71% 0,70% 2,10% 0,50% 6,19% 5,00%

De 1.560.000,01 a 1.680.000,00 15,35% 0,71% 0,70% 2,13% 0,51% 6,30% 5,00%

De 1.680.000,01 a 1.800.000,00 15,48% 0,72% 0,70% 2,15% 0,51% 6,40% 5,00%

De 1.800.000,01 a 1.920.000,00 16,85% 0,78% 0,76% 2,34% 0,56% 7,41% 5,00%

De 1.920.000,01 a 2.040.000,00 16,98% 0,78% 0,78% 2,36% 0,56% 7,50% 5,00%

De 2.040.000,01 a 2.160.000,00 17,13% 0,80% 0,79% 2,37% 0,57% 7,60% 5,00%

De 2.160.000,01 a 2.280.000,00 17,27% 0,80% 0,79% 2,40% 0,57% 7,71% 5,00%

De 2.280.000,01 a 2.400.000,00 17,42% 0,81% 0,79% 2,42% 0,57% 7,83% 5,00%

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ANEXO IV DA LC 123

PARTILHA DO SIMPLES NACIONAL – SERVIÇOS

Receita Bruta Total em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL COFINS Pis/Pasep ISS

Até 120.000,00 4,50% 0,00% 1,22% 1,28% 0,00% 2,00%

De 120.000,01 a 240.000,00 6,54% 0,00% 1,84% 1,91% 0,00% 2,79%

De 240.000,01 a 360.000,00 7,70% 0,16% 1,85% 1,95% 0,24% 3,50%

De 360.000,01 a 480.000,00 8,49% 0,52% 1,87% 1,99% 0,27% 3,84%

De 480.000,01 a 600.000,00 8,97% 0,89% 1,89% 2,03% 0,29% 3,87%

De 600.000,01 a 720.000,00 9,78% 1,25% 1,91% 2,07% 0,32% 4,23%

De 720.000,01 a 840.000,00 10,26% 1,62% 1,93% 2,11% 0,34% 4,26%

De 840.000,01 a 960.000,00 10,76% 2,00% 1,95% 2,15% 0,35% 4,31%

De 960.000,01 a 1.080.000,00 11,51% 2,37% 1,97% 2,19% 0,37% 4,61%

De 1.080.000,01 a 1.200.000,00 12,00% 2,74% 2,00% 2,23% 0,38% 4,65%

De 1.200.000,01 a 1.320.000,00 12,80% 3,12% 2,01% 2,27% 0,40% 5,00%

De 1.320.000,01 a 1.440.000,00 13,25% 3,49% 2,03% 2,31% 0,42% 5,00%

De 1.440.000,01 a 1.560.000,00 13,70% 3,86% 2,05% 2,35% 0,44% 5,00%

De 1.560.000,01 a 1.680.000,00 14,15% 4,23% 2,07% 2,39% 0,46% 5,00%

De 1.680.000,01 a 1.800.000,00 14,60% 4,60% 2,10% 2,43% 0,47% 5,00%

De 1.800.000,01 a 1.920.000,00 15,05% 4,90% 2,19% 2,47% 0,49% 5,00%

De 1.920.000,01 a 2.040.000,00 15,50% 5,21% 2,27% 2,51% 0,51% 5,00%

De 2.040.000,01 a 2.160.000,00 15,95% 5,51% 2,36% 2,55% 0,53% 5,00%

De 2.160.000,01 a 2.280.000,00 16,40% 5,81% 2,45% 2,59% 0,55% 5,00%

De 2.280.000,01 a 2.400.000,00 16,85% 6,12% 2,53% 2,63% 0,57% 5,00%

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ANEXO C - LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL N. 034, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2001 – ART. 99

[...]Art. 99. As pessoas físicas ou jurídicas, na condição de fontes pagadoras

de serviços, ficam sujeitas ao Regime de Responsabilidade Tributária, conforme disposto abaixo:

I – os bancos e demais instituições financeiras, pelo imposto devido sobre os serviços das empresas de guarda e vigilância, de conservação e limpeza, e outros serviços;

II – as empresas imobiliárias, incorporadoras e construtoras, pelo imposto devido sobre as comissões pagas às empresas corretoras de imóveis, e outros serviços;

III – as empresas que explorem serviços médicos, hospitalares e odontológicos, mediante pagamento prévio de planos de assistência, pelo imposto devido sobre as comissões pagas às empresas que agenciem, intermediem ou façam a corretagem desses planos junto ao público, e outros serviços;

IV – as empresas seguradoras e de capitalização, pelo imposto devido sobre as comissões das corretoras de seguros, de capitalização e sobre o pagamento às oficinas mecânicas, relativos ao conserto de veículos sinistrados, e outros serviços;

V – as empresas e entidades que explorem loterias e outros jogos permitidos, inclusive apostas, pelo imposto devido sobre as comissões pagas a seus agentes, revendedoras ou concessionários, e outros serviços;

VI – as operadoras turísticas, pelo imposto devido sobre as comissões pagas a seus agentes intermediários, e outros serviços;

VII – as agências de propaganda, pelo imposto devido pelos prestadores de serviços classificados como produção externa, e outros serviços;

VIII – as empresas proprietárias de aparelhos, máquinas e equipamentos instalados em estabelecimentos de terceiros sob contrato de co-exploração, pelo imposto devido sobre a parcela de receita bruta auferida pelo co-explorador, e outros serviços;

IX – as empresas de construção civil, pelo imposto devido pelos respectivos empreiteiros, e outros serviços;

X – as empresas empreiteiras, pelo imposto devido pelos respectivos subempreiteiros ou fornecedores de mão-de-obra;

XI – a Prefeitura, os órgãos da administração pública, direta e indireta, autárquicos e fundacionais, das esferas federal, estadual e municipal, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as concessionárias, permissionárias, autorizadas e delegadas de serviços públicos;

XII – os tomadores de serviços, quando:a) o prestador de serviço não comprovar sua inscrição no Cadastro

Mobiliário;b) o prestador de serviço, obrigado à emissão de Nota Fiscal de Serviço,

deixar de faze-lo;XIII - O tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior do

País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País;XIV - A pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou

intermediária dos serviços descritos nos subitens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10,

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7.12, 7.16, 7.17, 7.19, 11.02, 17.05 e 17.10 da lista constante no artigo 80 desta Lei Complementar.

XV – Indústrias e grandes estabelecimentos comerciais, definidos em Portaria baixada pelo Secretário Municipal da Fazenda.

§ 1º. A responsabilidade é extensiva ao promotor ou ao patrocinador de espetáculos esportivos e de diversões públicas em geral e às instituições responsáveis por ginásios, estádios, teatros, salões e congêneres, em relação aos eventos realizados.

§ 2º. As empresas enquadradas no Regime de Responsabilidade Tributária, ao efetuarem pagamento às pessoas físicas ou jurídicas relacionadas, ficam atribuídas na responsabilidade pela retenção e recolhimento do ISSQN, correspondente ao preço dos respectivos serviços.

§ 3º. A Nota Fiscal de Serviço prevista no inciso XII, alínea b, deve ser de emissão autorizada por este Município, nos termos da Lei, sob pena do prestador do serviço ter o ISS retido e recolhido pelo tomador do serviço.

§ 4º. consideram-se:I – produção externa, os serviços gráficos, de composição gráfica, de

fotolito, de fotografia, de produção de filmes publicitários por qualquer processo, de gravação sonora, elaboração de cenários, painéis e efeitos decorativos; desenhos, textos e outros materiais publicitários;

II – subempreiteiros e fornecedores de mão-de-obra, as pessoas jurídicas fornecedoras de mão-de-obra para serviços de conservação, limpeza, guarda e vigilância de bens móveis e imóveis.

§ 5º. A retenção do imposto por parte da fonte pagadora será consignada no documento fiscal emitido pelo prestador do serviço e comprovada mediante aposição de carimbo ou declaração do contratante em uma das vias pertencentes ao prestador, admitida, em substituição, a declaração em separado do contratante.

§ 6º. Para retenção do imposto, base de cálculo é o preço dos serviços, aplicando-se a alíquota correspondente.

§ 7º. O valor do imposto retido constituirá crédito daquele que sofrer a retenção dedutível do imposto a ser pago no período.

§ 8º. Os contribuintes alcançados pela retenção do imposto, de forma ativa ou passiva, manterão controle em separado das operações sujeitas a esse regime para exame periódico da fiscalização municipal.

§ 9º. o não cumprimento do disposto neste artigo obrigará o responsável ao recolhimento integral do tributo, acrescido de multa, juros e correção monetária, conforme o disposto na legislação vigente;

§ 10. O disposto neste artigo não exclui a responsabilidade supletiva do contribuinte no caso de descumprimento total ou parcial, da obrigação pelo responsável.

[...]

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