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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ RODRIGO TANCK MARTINS AVALIAÇÃO REPRODUTIVA EM TOUROS CURITIBA 2015

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

RODRIGO TANCK MARTINS

AVALIAÇÃO REPRODUTIVA EM TOUROS

CURITIBA

2015

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RODRIGO TANCK MARTINS

AVALIAÇÃO REPRODUTIVA EM TOUROS

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso

de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências

Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná,

como requisito parcial para obtenção do Grau de Médico

Veterinário

Orientador: Prof. Dr. Welington Hartmann

Orientador Profissional: Med. Vet. Antônio Carlos Pereira

CURITIBA

2015

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Reitor

Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos

Pró-Reitor Administrativo

Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos

Pró-Reitora Acadêmica

Prof. Dra. Carmen Luiza da Silva

Pró-Reitor de Planejamento e Avaliação

Sr. Afonso Celso Rangel Santos

Diretor de Graduação

Prof. Dr. João Henrique Faryniuk

Coordenador do Curso de Medicina Veterinária

Prof. Dr, Welington Hartmann

CAMPUS: PROF. SYDNEI LIMA SANTOS

Rua: Sydnei A. Rangel Santos, 238 – Santo Inácio

CEP: 82010-330 – Curitiba - Paraná

Fone: (41) 3331-7700

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TERMO DE APROVAÇÃO

RODRIGO TANCK MARTINS

AVALIAÇÃO REPRODUTIVA DE TOUROS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para o a obtenção do

título de Médico Veterinário por banca examinadora do curso de Medicina

Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná

Curitiba, de 23 de novembro de 2015

BANCA AVALIADORA

Presidente Prof. Dr. Welington Hartmann

Prof. Dr. Odilei Rogerio Prado

Prof. M. Sc. João Filipi Scheffer Pereira

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APRESENTAÇÃO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é constituído do relatório do

estágio curricular, sendo descritas as atividades na área de manejo nutricional,

reprodutivo, genético e clínico de bovinocultura de corte, acompanhadas no período

de 03/08/2015 a 09/10/2015 em Uruguaiana – RS, e revisão de literatura sobre a

Avaliação Reprodutiva de Touros. O estágio curricular foi realizado na empresa GAP

Genética, localizada no município de Uruguaiana – RS, cumprindo o estágio

correspondente a 400 horas de atividades.

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AGRADECIMENTO

Primeiramente agradecer a Deus, pela dádiva da vida, por ser aquele que em

momentos difíceis sempre está conosco, e ter me mostrado o caminho para hoje ser

a pessoa que sou, fazendo realizar meu objetivo de ser Médico Veterinário.

A meus pais, sempre pessoas guerreiras e batalhadoras, sempre me

apoiando e dando suporte para todos os desafios, ensinando os valores da vida, me

dando educação. Ao meu pai que sempre me mostrou a cultura gaucha, hoje posso

dizer que sou gaucho de fato, mesmo tendo nascido no Paraná, e a minha mãe que

considero a mulher batalhadora, persistente, guerreira.

Aos meus Avós, Protázio Martins (in memorian), Tereza Borges (in

memorian), José Tanck (in memorian), eterno agradecimento e saudades de todos.

A minha avó Maria Ieda Borges Tanck, a esta um agradecimento mais que especial,

que me ajudou, em muitos conselhos, e sempre foi minha segunda mãe, muito

obrigado.

Ao meu padrinho Carlos Tanck, que sempre em momentos de erro me

corrigiu, me aconselhou a ser uma pessoa séria e estudada, meu eterno

agradecimento.

A minha namorada Anne, que tive o prazer de conhecer no decorrer do curso,

e hoje é uma pessoa especial na minha vida, junto com seus país e irmão, que se

tornam minha segunda família.

Ao meu primo o Médico Veterinário Ricardo Tanck Lacerda, sempre me

ajudando e me aconselhando no curso, e sendo um exemplo para seguir nesta

carrega brilhante.

Agradeço ao professor Welington Hartmann, por me orientar nesta etapa, me

passar seus conhecimentos nestes cinco anos de curso e pela amizade.

Ao Médico Veterinário Antonio Carlos Pereira, profissional de grande respeito,

agradeço a oportunidade de estagiar na GAP Genética, e por me passar seus

conhecimentos.

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A todos os professores do Curso de Medicina Veterinária – UTP, o

reconhecimento pela sua dedicação ao ensino, contribuindo para a formação de

todos os estudantes.

Não poderia esquecer de agradecer aos meus colegas de curso,

principalmente Matheus, Gabriel, Jorge e Caio, amigos que seguirão comigo para o

resto da vida, muito obrigado.

A todos, familiares, amigos e pessoas que de alguma forma estiveram

comigo nestes anos de dedicação e aprendizado, fica meu agradecimento e o meu

muito obrigado.

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RESUMO

O presente trabalho tem o objetivo de explanar detalhadamente a realização da

avaliação reprodutiva de bovinos de corte, através do avaliação andrológica e teste

de libido. A avaliação reprodutiva de touros e exame clínico externo é de extrema

importância devido a exploração da alta eficiência reprodutiva, com isso ocorrerá um

melhoramento genético dos touros e suas progênies, com uma boa qualidade

reprodutiva, melhorando as taxas de prenhez e a qualidade do rebanho. Um melhor

conhecimento do aspectos anatômicos do aparelho reprodutivo do macho,

endócrinos do eixo hipotálamo-hipófise-gonodal, seleção dos touros em itens como:

aprumos, masculinidade, padrão racial, temperamento, e avaliação do sêmen como

morfologia, vigor, mobilidade e turbilhão. Estes parâmetros todos juntos, nos dão

dados para melhor selecionar aquele touro que esteja apto para a reprodução ou

aquele que deve ser descartado do rebanho. Foram avaliados 302 touros da raça

Brangus em uma fazenda localizada em Uruguaiana – RS.

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LISTA TABELAS

Tabela 1 - Teste de libido para zebuínos....................................................... 27

Tabela 2 - Tabela de referencia para avaliação da circunferência escrotal

mínima recomendada. Usada para animais Bos Taurus

Taurus...........................................................................................

32

Tabela 3 - Circunferência escrotal mínima de touros zebuínos,

classificados por idade..................................................................

33

Tabela 4 - Média e desvio padrão, da circunferência escrotal de touros das

raça avaliadas, nas idades de dois anos e três anos, no estado

do Rio Grande do Sul...................................................................

34

Tabela 5 - Características do ejaculado de touros coletados pela vaginal

artificial.........................................................................................

49

Tabela 6 - Atividades realizadas no estágio obrigatório............................... 54

Tabela 7 - Circunferência escrotal de tourinhos Brangus com um e dois

anos de idade...............................................................................

55

Tabela 8 - Peso de tourinhos Brangus nas idades de desmame, um ano, e

dois anos.....................................................................................

56

Tabela 9 - Índices de prenhez GAP – Genética......................................... 60

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Representação esquemática dos envoltórios do testículo

com funículo do touro...........................................................

17

Figura 2- Representação esquemática glândulas genitais acessórias

do touro.................................................................................

19

Figura 3- Representação esquemática dos órgãos genitais do

touro.....................................................................................

21

Figura 4- Relação entre os testículos, o hipotálamo e a glândula

pituitária no controle da função reprodutiva

masculina...........................................................................

24

Figura 5- Avaliação testicular no exame andrológico....................... 31

Figura 6- Medição da circunferência escrotal .................................. 32

Figura 7- Palpação retal para avaliação das glândulas

anexas................................................................................

37

Figura 8- Utilização do eletroejaculador............................................ 39

Figura 9- Modelo de eletroejaculador............................................... 39

Figura 10- Vagina artificial modelo bovino.......................................... 40

Figura 11- Reticulo central de um dos dois lados da câmara

Neubauer...........................................................................

44

Figura 12- Classificação das anormalidades espermáticas................ 47

Figura 13- Fabrica de rações GAP – São Pedro................................ 51

Figura 14- Alimentação de touros a cocho......................................... 51

Figura 15- Terneiros recém-nascidos................................................ 52

Figura 16- Cesarianas a campo......................................................... 53

Figura 17- Prolapso uterino e sua correção....................................... 53

Figura 18- Curva de regressão linear das características peso ao

desmame (1), peso de sobreano (2) e peso aos dois anos

(3) de tourinhos Brangus em Uruguaiana-RS.......................

56

Figura 19- Coleta seminal com copo coletor ......................................... 58

Figura 20- Microscópio para avaliação seminal .................................... 59

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LISTA DE ABREVIATURAS

GAP Genética Agropecuária

RS Rio Grande do Sul

MS Mato Grosso do Sul

CBRA Colégio Brasileiro de Reprodução Animal

ha Hectare

cab Cabeça

cm Centímetros

SNC Sistema Nervoso Central

GnRH Hormônio liberador de gonadotrofina

LH Hormônio luteinizante

FSH Hormônio folículo estimulante

MR/min Movimentos respiratórios por minuto

BC/min Batimentos cardíacos por minuto

MOV/min Movimentos ruminais por minuto

°C Graus Celsius

ECC Escore condição corporal

CE Circunferência escrotal

mA Miliampère

ml Mililitro

mm³ Milímetro cúbico

min Minuto

% Porcentagem

cm³ Centímetro cúbico

PV Peso vivo

P Peso

PD Peso desmame

PS Peso sobreano

DEPh Diferença esperada na progênie

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................... 15

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO................................ 16

3. ANATOMIA REPRODUTIVA DO TOURO............................. 17

3.1 TESTÍCULOS.......................................................................... 17

3.2 EPIDÍDIMO.............................................................................. 18

3.3 DUCTO DEFERENTE............................................................. 18

3.4 BOLSA ESCROTAL.................................................................. 18

3.5 GLÂNDULAS ANEXAS............................................................ 19

3.5.1 Glândulas vesiculares.............................................................. 19

3.5.2 Glândula prostática.................................................................. 20

3.5.3 Glândulas bulbo-uretrais......................................................... 20

3.6 PÊNIS...................................................................................... 20

3.7 PREPÚCIO................................................................................ 21

4. CONTROLE NEUROENDÓCRINO........................................... 23

5. AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE REPRODUTIVA................... 25

5.1 PUBERDADE............................................................................. 25

5.2 AVALIAÇÃO FENOTÍPICA........................................................ 25

6. AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO REPRODUTIVO.......... 27

6.1 LIBIDO....................................................................................... 27

6.2 CAPACIDADE DE SERVIÇO.................................................... 28

7. EXAME ANDROLÓGICO.......................................................... 29

7.1 IDENTIFICAÇÃO E ANAMNESE............................................... 29

7.2 EXAME CLÍNICO GERAL.......................................................... 29

7.3 EXAME CLÍNICO DOS ORGÃOS REPRODUTIVOS............... 30

7.3.1 Escroto....................................................................................... 30

7.3.2 Testículo.................................................................................... 31

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7.3.3 Biometria testicular...................................................................... 31

7.3.4 Epidídimos................................................................................... 34

7.3.5 Cordões espermático.................................................................. 35

7.3.6 Pênis........................................................................................... 35

7.3.7 Prepúcio ..................................................................................... 35

7.3.8 Glândulas sexuais acessórias..................................................... 36

8. COLETA E AVALIAÇÃO SEMINAL........................................... 38

8.1 MÉTODOS DE COLETA............................................................. 38

8.1.1 Eletroejaculador.......................................................................... 38

8.1.2 Vagina artificial............................................................................ 39

8.1.3 Massagem ampolas e glândulas vesiculares.............................. 40

8.2 Características físicas seminais.................................................. 41

8.2.1 Volume e aspecto....................................................................... 41

8.2.2 Turbilhonamento/motilidade em massa...................................... 42

8.2.3 Motilidade e vigor........................................................................ 42

8.2.4 Concentração.............................................................................. 43

8.3 CARACTERISTICAS MORFOLOGICAS DO SÊMEN................ 45

8.3.1 Métodos de avaliação da morfologia espermática ..................... 45

8.3.1.1 Lâminas úmidas.......................................................................... 45

8.3.1.2 Esfregaço corado........................................................................ 45

8.3.2 Análise das características morfológicas.................................... 46

8.3.2.1 Defeitos maiores......................................................................... 46

8.3.2.2 Defeitos menores........................................................................ 46

8.3.2.3 Total de defeitos......................................................................... 46

9. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS.................................. 48

10. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO....................... 50

11. ACOMPANHAMENTO DO DESENVOLVIMENTO DE UM GRUPO DE TOURINHOS.........................................................

55

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12. ATIVIDADES RELACIONADA A AVALIAÇÃO REPRODUTIVA DE TOUROS..................................................

57

13. CONCLUSÃO............................................................................. 61

REFERÊNCIAS........................................................................... 62

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1. INTRODUÇÃO

O avanço da pecuária de corte no Brasil, com o auxilio da tecnologia para

melhoramento reprodutivo e ganho genético, faz com que os produtores tenham

uma demanda maior por animais de alto desempenho reprodutivo. Assim há maior

atenção para a fertilidade dos machos do que das fêmeas, uma vez que os machos

podem fecundar um grande numero de fêmeas, tanto em monta natural como em

inseminação artificial.

A escolha ou seleção dos reprodutores para criar futuras gerações é

fundamental na determinação do futuro reprodutivo do rebanho e pode também ter

impacto na futura performance reprodutiva (BALL e PETERS, 2006).

A avaliação reprodutiva de touros constitui um conjunto de análises utilizadas

para determinar o potencial reprodutivo de um bovino macho, sendo a soma de

fatores inerentes à reprodução como idade, puberdade, qualidade do sêmen,

circunferência escrotal e libido, e está devidamente suportado por condição física

adequada que permita pôr em prática os processos que culminam com a monta

(SANTOS et al., 2005).

Para a seleção de touros para reprodução, são necessárias as etapas como:

exame clínico geral, exame andrológico e teste de libido. Estes exames em conjunto

indicam os touros superiores e aptos à reprodução. Porém para essa seleção, há

necessidade de elevado conhecimento e equipamentos adequados.

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2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO

O estágio curricular foi realizado na empresa GAP – Genética Agropecuária,

em sua estância GAP – São Pedro localizada na BR 290, km 636, no município de

Uruguaiana – RS, no período de 03/08/2015 a 09/10/2015, completando um total de

400 horas, supervisionado pelo Médico Veterinário Antônio Carlos Pereira,

responsável pela estância São Pedro. A empresa conta com nove estâncias, das

quais sete se localizam no Rio Grande do Sul, uma em Jaciara – MS, e uma no

Uruguai.

A GAP Genética representa no cenário da pecuária nacional, um modelo em

seleção e comercialização de reprodutores de raça, sendo elas Angus, Brangus,

Hereford e Braford. Em 1906 foi fundada a Estancia Azul por João Viera de Macedo,

o qual foi responsável pela importação de raças de origem britânica, buscando

qualificar as características genéticas de carcaça e precocidade do rebanho da

propriedade, cuja seleção era feita, fundamentalmente, baseada na experiência dos

técnicos. Em 1993 teve início a GAP – Genética Agropecuária, dirigida por Eduardo

de Macedo Linhares, sendo referencia em genética e nos resultados do uso de seus

reprodutores. Além disso, mantém parcerias comerciais e técnicas com criadores,

empresas agropecuárias, instituições de ensino e pesquisa e também com

frigoríficos, para fornecimento de carne nobre através do abate de novilhos jovens.

O principal objetivo é a criação de Reprodutores geneticamente qualificados. A

seleção é realizada através do programa NATURA GENSYS.

A estância São Pedro, localizada em Uruguaiana – RS, possui área total de

10.000 ha, que são utilizados para a criação de bovinos da raça Brangus (7.000

cab), ovinos da raça Corriedale (2.075 cab), equinos da raça Crioulo (720 cab).

O foco principal do estágio foi o manejo reprodutivo de bovinos de corte, com

a realização de exames andrológicos, diagnósticos de gestação por palpação e

ultra-som, tendo em vista o manejo nutricional e sanitário destes animais. Também

houve acompanhamento aos atendimentos clínicos e cirúrgicos.

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17

3. ANATOMIA REPRODUTIVA DO TOURO

3.1 TESTÍCULOS

Os testículos dos bovinos são pendulares, de localização extra-abdominal e

encontram-se suspensos na bolsa escrotal em posição vertical e situados

paralelamente um ao outro (Figura 1) (GONÇALVES et al, 2014).

O cordão espermático (funículo espermático), que contém os vasos

sanguíneos, nervos, linfáticos e o ducto deferente, mantém suspenso cada testículo

individual dentro do escroto. O cordão espermático e seu testículo são duplamente

revestidos com peritônio, uma bolsa serosa conhecida como túnica vaginal

(FRANDSON et al, 2011).

Figura 1 Representação esquemática dos envoltórios do testículo com funículo do touro.

FONTE: KONIG E LIEBICH, 2011

As células intersticiais (células de Leydig), que se situam entre os túbulos

seminíferos, secretam hormônios masculinos nas veias testiculares e nos vasos

linfáticos. As células espermatogênicas do túbulo dividem-se e diferenciam-se para

formar espermatozoides (HAFEZ e HAFEZ ,2004).

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18

Segundo Frandson (2011), as células de Sertoli, dentro dos tubos

seminíferos, envolvem os espermatozoides em desenvolvimento e seus precursores,

nutrindo-os e mediando os efeitos do hormônio folículo estimulante (FSH) e da

testosterona nas células germinativas (FRANDSON et al, 2011) .

3.2 EPIDÍDIMO

O epidídimo é composto pelo longo e tortuoso ducto do epidídimo que

conecta os ductulos eferentes do testículo ao ducto deferente. O epidídimo abriga o

espermatozóide à medida que amadurecem antes de serem expelidos pela

ejaculação. O epidídimo é dividido em uma cabeça, um corpo situado sobre o eixo

longitudinal do testículo, e uma cauda inserida diretamente ao testículo por

ligamentos e a túnica vaginal adjacente (FRANDSON et al, 2011).

O armazenamento de espermatozoides no epidídimo conserva a capacidade

de fertilização durante várias semanas; a cauda do epidídimo é o principal órgão de

armazenamento e contém cerca de 75% do total de espermatozóides epididimários

(HAFEZ e HAFEZ, 2004).

3.3 DUCTO DEFERENTE

O ducto deferente sobe pela face medial do testículo, e acompanha a margem

cranial do epidídimo depois de emergir na cauda; é facilmente identificado à

palpação como um filamento de consistência firme, porem estreito (DYCE et al,

1997).

Nos ruminantes o ducto deferente se une ao ducto excretor (ductus

excretorius) da glândula vesicular próximo ao seu término. A passagem

compartilhada desses dois ductos é conhecida como ducto ejaculatório (KONING e

LIEBICH, 2011).

3.4 BOLSA ESCROTAL

O órgão pendular situa-se entre as partes craniais das coxas e pode atingir o

nível das articulações do jarrete. Acompanha a forma dos testículos e é marcado por

um sulco mediano, que corresponde à divisão interna. A pele escrotal delgada e

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19

flexível é escassamente coberta por pelos finos e adere com firmeza ao músculo

dartos subjacente (DYCE et al, 1997).

3.5 GLÂNDULAS ANEXAS

Todas as glândulas genitais acessórias (Figura 2) possuem cápsula de tecido

mole bem desenvolvidas e septos internos, os quais são ricos em fibras musculares

lisas. Essas fibras musculares são inervadas pelo sistema nervoso autônomo e são

responsáveis por expelir a secreção das glândulas (KONING e LIEBICH, 2011).

FIGURA 2 Representação esquemática das glândulas genitais acessórias do touro

FONTE: KONIG E LIEBICH, 2011

3.5.1 Glândulas vesiculares

As glândulas vesiculares são órgãos pares de estrutura lobulada compacta,

situadas sobre o colo da bexiga. O seu comprimento varia entre 6 a 10 cm no touros

jovens, podendo alcançar ate 15 cm nos adultos (GONÇALVES et al, 2014).

As vesículas seminais não desempenham função de reservatório de

espermatozóides e sim a de secretar o líquido seminal no qual estão contidas as

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20

células espermáticas. Esta secreção possui o papel de nutriente e de manutenção

de pH (GANDOLFO, 2007).

Têm como função secretar o plasma seminal, que é o maior responsável pelo

volume do ejaculado (GONÇALVES et al, 2014).

Frutose e ácido cítrico são importantes componentes das secreções da

vesícula seminal dos ruminantes domesticados (HAFEZ e HAFEZ, 2004).

3.5.2 Glândula prostática

A próstata é uma glândula ímpar, situada sobre a uretra pélvica. Em bovinos,

o seu comprimento varia de 3 a 4 cm e o diâmetro de 1 a 1,5 cm. Consiste na pars

disseminata, constituída por elementos glandulares disseminados ao longo da

parede uretral, e no corpo, situado anteriormente à entrada do conduto deferente.

Apenas o corpo é acessível à palpação retal (GONÇALVES et al, 2014).

A próstata disseminada estende-se caudalmente tanto quanto os ductos das

glândulas bulbo-uretrais. O corpo da próstata é pequeno no touro (HAFEZ e HAFEZ,

2004).

3.5.3 Glândulas bulbo-uretrais

As glândulas bulbouretrais são pequenas, dorsoventralmente achatadas e

situadas quase paralelas ao arco isquiático. São amplamente cobertas pelo espesso

e potente músculo bulbo esponjoso e drenam o divertículo dorsal. Sua secreção

aquosa é expelida antes do principal ejaculado e irriga a uretra peniana antes da

passagem da fração rica em espermatozoides (DYCE et al, 1997).

3.6 PÊNIS

O pênis de um touro adulto tem quase um metro de comprimento (Figura 3),

mas cerca de um quarto de sua extensão é ocupado pela flexura sigmoide

localizada acima e atrás do escroto. O pênis é do tipo fibroelástico e, portanto, é

relativamente rígido, mesmo quando não está em ereção (DYCE et al, 1997).

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21

O tipo de pênis fibroelástico dos ruminantes possui pequenos espaços

sanguíneos divididos por tecido fibroelástico resistente e é envolvido por uma túnica

albugínea espessa que envolve tanto o corpo cavernoso quanto o corpo esponjoso

(KONIG e LIEBICH, 2011).

A verga apresenta duas flexões em “S” na região retroescrotal, chamadas de

“S” peniano ou flexura sigmoide (Figura 3). O “S” peniano é mantido pelo músculo

retrator do pênis e se apresenta esticado durante a ereção (GONÇALVES et al,

2014).

FIGURA 3 Representação esquemática dos órgãos genitais do touro

FONTE: KONIG E LIEBICH, 2011

3.7 PREPÚCIO

O prepúcio, ou bainha, é uma dobra de pele que cobre a extremidade livre do

pênis em estado de repouso. Ele consiste de uma lâmina externa e outra interna, as

quais são contínuas no óstio prepucial (KONIG e LIEBICH, 2011).

A extremidade cranial do pênis é recoberta pela folha interna da mucosa do

prepúcio, que permite boa mobilidade em razão da presença de pregas prepuciais e

de tecido conjuntivo frouxo submucoso. O óstio prepucial é a abertura pela qual

ocorre a exteriorização do pênis (GONÇAVES et al, 2014).

A cavidade prepucial é longa (cerca de 40 cm) e estreita; apenas a parte mais

profunda é normalmente ocupada pelo pênis retraído.

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Os músculos prepuciais craniais originam-se da região xifoide e inserem-se

ao lado atrás da abertura prepucial; tracionam a parte pendente do prepúcio para a

frente e para cima, além de ajudar a contrair o orifício. Os músculos prepuciais

caudais, em geral, também estão presentes, porém são menores e de importância

duvidosa. Ambos os grupos são derivados do músculo cutâneo do tronco e recebem

a inervação do plexo braquial (DYCE et al, 1996).

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4. CONTROLE NEUROENDÓCRINO

Ao longo do tempo, o controle da reprodução dos mamíferos deixa de ser

considerado como regulado apenas pelo sistema nervoso central (SNC), passando a

ser visto como função controlada por dois sistemas separados: o sistema nervoso

central e o sistema endócrino (HAFEZ e HAFEZ, 2004).

Na regulação da atividade sexual, o eixo hipotálamo-hipófise-gônodal

desempenha importante função. O controle se dá em três níveis: fatores reguladores

hipotalâmicos, hormônios hipofisários e hormônios secretados pelos testículos

(GONÇALVES et al 2014).

Segundo HAFEZ e HAFEZ (2004), ambos os sistemas, nervoso e endócrino,

funcionam no sentido de iniciar e coordenar ou regular as funções do sistema

reprodutivo. Diferentemente do sistema nervoso, que controla as funções orgânicas

por meio de rápidos impulsos nervosos elétricos como, por exemplo, a regulação do

sistema musculoesquelético, o sistema endócrino utiliza mensageiros químicos ou

hormônios para regular processos orgânicos mais lentos, como, por exemplo, o

crescimento e a reprodução.

Uma parte fundamental do controle das funções sexuais masculinas começa

com a secreção do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) pelo hipotálamo.

Esse hormônio, por sua vez estimula a hipófise anterior a secretar dois outros

hormônios gonadotróficos: Hormônio Luteinizante (LH) e Hormônio folículo-

estimulante (FSH). O LH estimula as células de Leydig dos testículos a secretarem

testosterona e o FSH regula a espermatogênese nos túbulos seminíferos. A

testosterona secretada pelos testículos em resposta ao LH tem o efeito recíproco de

inibir a secreção hipofisária de LH no hipotálamo ou diretamente sobre a hipófise

(Figura 4). A maior parte da inibição resulta do efeito da testosterona sobre o

hipotálamo, diminuindo a secreção de GnRH. Isso causa uma diminuição

correspondente da secreção de LH e FSH pela hipófise anterior, ao passo que o

decréscimo do LH diminui a secreção de testosterona pelos testículos

(GONÇALVES et al, 2014).

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Figura 4 Relação entre os testículos, o hipotálamo e a glândula pituitária no controle da função reprodutiva masculina

FONTE: BALL E PETERS, 2006

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5. AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE REPRODUTIVA

5.1 PUBERDADE

Durante a puberdade uma série de transformações ocorre nos órgãos

reprodutivos, com o início da produção de espermatozoides e, também, das

concentrações gonadais e circulatórias dos hormônios masculinos. Diferentes

definições podem ser utilizadas para caracterizá-la, porém a definição mais utilizada

considera a puberdade como o momento em que o animal apresenta ejaculado com

o mínimo de 50 milhões de espermatozoides e pelo menos 10% de motilidade

espermática progressiva retilínea (LOPES et al., 2013).

A seleção funcional do macho também é resultante dos mesmos fatores:

nutrição, manejo adequado e seleção para ganho de peso, pensando sobre tudo na

variável tempo de engorda e antecipação do processo reprodutivo, que implica a

antecipação da puberdade e sua habilidade de exteriorizá-la (SANTOS et al., 2005).

Em decorrência das dificuldades de correlacionar os critérios biológicos de

seleção reprodutiva observáveis na fase pré-púbere e púbere com o desempenho

desses machos na idade adulta, esse instrumento seletivo, em zebuínos, tem sido

completado de forma geral aos 18 – 24 meses de idade (COSTA e SILVA et al,

2013).

5.2 AVALIAÇÂO FENOTÍPICA

As características raciais devem obedecer aos padrões de cada raça, pois a

sua uniformidade fenotípica facilita a preservação e possibilita a manutenção da

pureza racial. No entanto, o animal racialmente perfeito, nem sempre demonstra

uma capacidade reprodutiva excelente, o que pode invalidar sua perfeição racial.

Por isso, há necessidade de se avaliar, juntamente com as características raciais, as

características reprodutivas. Intranqüilidade, apatia, sonolência, além de

temperamento bravio, são fatores negativos, que podem comprometer o

comportamento na monta, representando um prognóstico desfavorável (SANTOS et

al., 2005).

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Normalmente há maior incidência de touros de temperamento difícil nos Bos

taurus que nos Bos indicus, tendo sido a proporção de 60,42% para 41,54%,

destacando que animais de temperamento difícil são mais onerosos quanto ao

manejo na central de inseminação artificial e mais perigosos quanto a risco de

acidentes, devendo ser evitados (GANDOLFO, 2007).

Segundo SILVA e DODE (1993) a masculinidade é uma característica que

depende da testosterona. Dentro desta característica, incluem-se o maior

desenvolvimento muscular, o desenvolvimento dos órgãos reprodutivos, o

comportamento sexual típico de macho e a libido. Ocorrendo maior desenvolvimento

da musculatura do pescoço, quartos anterior e posterior, assim como maiores

capacidades torácicas e ruminal. O touro utilizado como reprodutor não deve ser

gordo demais, porque prejudica o ato de monta, podendo ocorrer, também,

distúrbios na espermatogênese devido a rações mal balanceadas. O reprodutor

deve apresentar boa conformação e tamanho corporal de acordo com a raça, sendo,

porém, importante apresentar normalidade nos testículos. O crescimento do

esqueleto é influenciado pela testosterona ao nível das epífises, fenômeno que se

observa pela diferença de animais castrados e inteiros.

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6. AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO REPRODUTIVO

6.1 LIBIDO

A libido é o desejo e habilidade do macho em procurar a fêmea, completando

com a monta. Que o mesmo avalia a libido sendo importante componente na

atividade sexual do macho que influencia o manejo dos touros, pois, dependendo do

grau de interesse do reprodutor, deve-se variar até mesmo a relação touro-vaca.

Fazem parte do cortejo sexual, na maioria das espécies, os seguintes

comportamentos: demonstrar interesse ou atenção pela fêmea; aproximar se

frontalmente e fazer abordagem; cheirar diversas regiões do corpo; realizar o reflexo

de flehmen e algumas tentativas de monta sem ereção (CBRA, 2013).

Segundo MENDONÇA (2010), cada touro é avaliado individualmente em um

curral de 13 x 15m, durante 10 minutos. Três fêmeas não contidas, com estro

presente, são utilizadas como estímulo sexual para o touro. O novo sistema de

pontuação leva em consideração as atitudes do touro testado em relação à fêmea,

sendo os animais classificados através da pontuação obtida em uma escala de zero

a 10 (Tabela 1).

Tabela 1- Teste de libido para zebuínos.

Pontuação Atitude

0 Touro não mostrou interesse sexual.

1 Interesse sexual mostrado somente uma vez (ex.: cheira a região perineal).

2 Positivo interesse sexual pela fêmea, com persistente interesse sexual.

3 Ativa perseguição da fêmea, com persistente interesse sexual.

4 Uma monta ou tentativas de monta, mas nenhum serviço.

5 Duas montas ou tentativas de monta, mas nenhum serviço.

6 Mais do que duas montas ou tentativa de monta, mas nenhum serviço.

7 Um serviço, seguido por nenhum interesse sexual.

8 Um serviço seguido por interesse sexual, incluindo montas ou tentativas de

montas.

9 Dois serviços, seguidos por nenhum interesse sexual.

10 Dois serviços, seguidos por interesse sexual, incluindo montas, tentativas de

monta ou serviço.

BARBOSA et al (2005).

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De acordo com Gandolfo (2007), os animais são classificados segundo as reações, em:

• Baixa: touro questionável (notas 0 a 3). • Média: touro bom (notas 4 a 6). • Alta: touro muito bom (notas 7 a 8). • Muito alta: touro excelente (notas 9 a 10).

Testes de libido são eficientes para avaliar o potencial reprodutivo de touros e

devem ser utilizados de maneira complementar ao exame andrológico. É possível

classificar qualquer população de touros em superiores, médios e inferiores, e

utilizar essa ordem como critério para o estabelecimento da proporção touro:vaca

(BARBOSA et al., 2005).

6.2 CAPACIDADE DE SERVIÇO

Segundo BARBOSA et al. (2005), o teste mais utilizado é o de “capacidade

de serviço”, que se baseia na observação do número de cópulas que o touro

consegue realizar durante 40 minutos em vacas em estro contidas em troncos. O

numero de touros em teste deve ser sempre maior do que o de fêmeas contidas (5:2

ou 5:3). Testes de comportamento de monta, bem como o de libido, devem ser

realizados com fêmeas em estro, no caso de zebuínos. A fêmea pode ter o estro

induzido com estradiol (ECP) (6 mg diários durante três ou mais dias seguidos), e

pode ser ovariectomizada, ou não, devendo, porém, estar contida para facilitar a

monta. O tempo para observação do comportamento de monta pode ser de 30 a 60

minutos para zebuínos, em local isolado, tranquilo, sem distrações, quando é

avaliado o número de montas completas, classificando o resultado em:

Fraco: uma monta sem interesse;

Bom: uma monta e continua o interesse;

Muito bom: mais de uma monta completa e continua o interesse.

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7. EXAME ANDROLÓGICO

7.1 IDENTIFICAÇÃO E ANAMNESE

O Cerificado do Exame Andrológico deve conter informações sobre o

proprietário/propriedade e o animal. Sobre o animal é importante anotar: a espécie, a

raça, o nome, a tatuagem, o número de registro, a data de nascimento e, quando

possível, o peso e a filiação.

Poderão ser questionados entre outros, os seguintes itens, no seu todo ou em

partes, dependendo do objetivo do exame:

Data da constatação das alterações;

Evolução do processo em curso;

Tratamentos executados e respostas clínicas;

Situação sanitária e reprodutiva do rebanho ou grupo de animais;

Regime de atividade sexual (monta natural / doador de sêmen);

Índice de prenhez;

Condição de manejo e alimentação. (CBRA, 2013).

7.2 EXAME CLÍNICO GERAL

O animal deverá ser avaliado por meio da inspeção quanto à normalidade dos

diversos sistemas (respiratório, circulatório, nervoso, digestório, locomotor), tanto em

repouso como em movimento, com atenção para aprumos, os cascos e as

articulações (BARBOSA et al, 2005).

Segundo Gandolfo (2007) durante o exame clínico, não havendo alteração do

estado geral, o touro deve ser submetido a uma inspeção rápida, e também, a

eventual presença de fatores externos que possam vir a limitar sua utilização. Essa

inspeção deve ser metódica, observando-se: pelo, pele, cabeça, linha do dorso e

cauda, peito, abdômen, membros e cascos. Deve-se prestar atenção a tudo,

especialmente a defeitos hereditários que possam ser transmitidos aos

descendentes: bragnatismo e prognatismo, estreitamento peitoral, inserção da

cauda demasiadamente alta ou baixa, lordose, xifose, hérnia umbilical, inguinal ou

abdominal, postura defeituosa dos membros, cascos em bico ou demasiadamente

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moles, hiperplasia interdigital, bem como alteração da locomoção dos membros

traseiros. A presença de uma das deficiências supracitadas ou outros defeitos

hereditários deve ser utilizada para excluir o touro.

Devem ser observados os valores de referências vitais de bovinos conforme

GARCIA (1996).

Frequência respiratória: 15 a 35 MR/min

Frequência Cardíaca: 60 a 80 BC/min

Temperatura: 38,5 a 39,5 ºC

Frequência de movimentos ruminais 7 a 12 mov/5min

O estado corporal do reprodutor deve ser referido no laudo e como sugestão

para esta avaliação pode-se empregar o escore de condição corporal (ECC) cujos

valores variam de 1 a 5, sendo que o 1 representa o pior estado e o 5 a condição de

obesidade (CBRA, 2013).

7.3 EXAME CLÍNICO DOS ORGÃOS REPRODUTIVOS

Os órgãos genitais externos são examinados por inspeção e palpação, já os

internos são examinados por palpação retal (BARBOSA et al., 2005).

Verificam-se no(s) órgão(s) a presença ou ausência, as dimensões, a

consistência, a simetria, a mobilidade (quando aplicável), a sensibilidade de cada

segmento, avaliando-se a compatibilidade dos achados, com o desenvolvimento

corporal e com a idade, registrando-se quaisquer alterações encontradas (CBRA,

2013).

7.3.1 Escroto

O escroto e as estruturas adjacentes, como túnicas e espaços entre túnicas,

devem ser examinados com o animal em estação (CBRA, 2013).

Com o animal devidamente contido, o escroto deve ser examinado quanto a

espessura da pele, sensibilidade, mobilidade, temperatura, presença de

ectoparasitas, aderências e possíveis lesões de pele (BARBOSA et al, 2005).

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7.3.2 Testículo

Ambos devem ser tracionados para dentro da bolsa escrotal e examinados

quanto a presença, forma, simetria, consistência, mobilidade dentro do escroto,

posição, temperatura, sensibilidade, tamanho(Figura 5) (BARBOSA et al., 2005).

Figura 5 Avaliação testicular no exame andrológico

A consistência é avaliada numa graduação de 1 a 5, sendo a consistência 5 a

ideal, indicando produção espermática normal. A consistência 4 e 4-5 podem indicar

leve degeneração testicular, ou regeneração de processo anterior; consistência 3

indica degeneração testicular moderada e 2 e 1 degenerações graves (GANDOLFO,

2007).

7.3.3 Biometria testicular

Tamanho dos testículos pode ser facilmente estimado, medindo-se a

circunferência escrotal (CE). Essa medida é de fácil obtenção, por meio de fitas

especificas (BARBOSA et al., 2005).

A CE deve ser medida com o touro em estação, posicionando o dedo polegar

e o indicador na região superior (cabeça do epidídimo), a fita métrica deverá ser

colocada na porção central do escroto, onde o diâmetro testicular é maior (Figura 6)

(FERNANDES e MORAES, 2009).

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Figura 6 Medição da circunferência escrotal

Mas segundo o CBRA (2013), a decisão técnica do ponto de descarte deve

ficar a critério do médico veterinário, levando-se em consideração as características

especificas encontradas na propriedade, tais como manejo alimentar, pressão de

seleção, raça, entre outras.

BARBOSA et al, (2005), citaram que a Society for Theriogenology (EUA)

elaborou uma tabela de referência dos valores mínimos de circunferência escrotal

(cm) nas diferentes idades para animais de raça taurinas (Bos taurus, taurus),

conforme Tabela 2.

Tabela 2 - Tabela de referência para avaliação da circunferência escrotal mínima recomendada. Usada para animais Bos taurus, taurus.

Idade (meses) Circunferência escrotal (cm)

<15 30

>15 <18 31

>18 <21 32

>21 <24 33

>24 34

Fonte:BARBOSA et al. (2005).

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Na Tabela 3 podem ser observados os valores mínimos circunferência

escrotal de touros zebuínos (Bos taurus, indicus).

Tabela 3 – Circunferência escrotal mínima de touros zebuínos, classificados por idade.

Idade (meses) Circunferência escrotal (cm)

7<12 >17,5

12 < 18 >21,5

18 < 24 >26,0

24 < 36 >29,0

36 < 48 >30,5

> 48 >33,0

Fonte: BARBOSA et al (2005).

MENEGASSI et al (2011), demonstram um estudo realizado (Tabela 4)

durante avaliação reprodutiva, para a venda em feiras e leilões, ou para utilização na

exploração pelo programa de avaliação destes touros, aonde demonstra a CE de

várias raças de touros, como Aberdeen Angus, Herefor, Braford, Brangus, Nelore.

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Tabela 4 - Média e desvio-padrão do circunferência escrotal de touros das raças avaliadas, nas idades de dois anos e três anos, no estado do Rio Grande do Sul

Grupos Raciais Raças 2 anos 3 anos

n Média DP n Média DP

Aberdeen Angus 1681 36,45b 2,79 1439 37,53ab 2,76

Devon 364 36,69ab 3,05 280 38,06a 2,73

Hereford 600 36,43b 3,19 535 37,08b 3,08

Britânicas Polled Hereford 1376 37,86a 3,3 966 37,86a 2,92

Red Angus 1705 36,83ab 2,99 1485 37,88a 2,82

Shorthorn 12 33,38c 2,48 51 35,05c 2,13

Total Britânicas 5738 36,27A 3,09 4756 37,24A 3,03

Charolesa 516 36,19a 3,11 346 37,52a 3,11

Continentais Limousine 69 32,98b 3,31 36 36,62b 3,41

Total Continentais 585 35,45A 3,22 382 37,24A 3,04

Braford 1210 34,93b 2,91 1162 35,99b 2,99

Brangus 1312 35,71ab 3,29 1401 37,13a 3,05

Sintéticas Montana 310 36,18a 2,64 59 37,47a 2,47

Santa Gertudis 77 34,98b 2,95 46 36,84ab 3,01

Total Sintéticas 2909 35,45AB 3,36 2668 36,85A 3,08

Nelore 344 32,45a 3,29 261 34,17a 2,79

Zebuínas Tabapuã 88 32,13a 3,43 168 34,13a 2,89

Totais Zebuínas 432 32,29B 3,57 429 34,15B 3,14

Total Geral/média 9664 35,15 3,31 8235 36,47 3,07

Letras diferentes na mesma coluna indicam resultados significativamente diferentes (p< 0,05)

Fonte: MENEGASSI et al (2011)

7.3.4 Epidídimos

De modo geral, as características a serem avaliadas nos epidídimos são as

mesmas descritas para o exame testicular, resguardando aspectos de forma,

tamanho, e posição, característicos de cada espécie.

As cabeças do epidídimos estão justapostas ao polo proximal da gônada junto

à inserção do funículo espermático, enquanto a porção dos corpos epididimários

está situada em posição medial, sendo de difícil palpação em virtude ao formato de

fita. As caudas dos epidídimos estão localizadas no polo distal, apresentando maior

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ou menor consistência de acordo com a reserva espermática existente (CBRA,

2013).

7.3.5 Cordões espermáticos

Segundo BARBOSA et al (2005), os cordões espermáticos estão diretamente

relacionados à capacidade de termorregulação testicular. O grau de distensão dos

cordões espermáticos varia em função das condições climáticas, da raça, e da

idade.

Um aumento de volume do nos cordões pode indicar a existência de cistos,

varicoceles, hérnias ou processos inflamatórios. Um encurtamento afeta a posição

testicular, assim como a incapacidade de retração e pode prejudicar a

termorregulação testicular (CBRA, 2013).

7.3.6 Pênis

Todo o órgão deve ser examinado em repouso ou após a ereção. Várias

alteração podem ser detectadas. Se a protrusão (exposição) do pênis não for

possível, examinar após a ereção com o eletro ejaculador durante a colheita de

sêmen (BARBOSA et al., 2005).

Deve-se verificar o tamanho, a mobilidade, a mucosa, as secreções e a

presença de anormalidade (PALHANO, 2008).

7.3.6 Prepúcio

Ao exame clínico o veterinário deve atentar para a abertura prepucial (óstio)

sendo que este não deverá ter menos do que dois dedos de largura, ser flexível e

livre de lesões e outro aspecto a ser considerado é o tamanho do prepúcio. Raças

europeias possuem prepúcio curtos, já raças indianas possuem o prepúcio comprido

(FERNANDES e MORAES, 2009).

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7.3.7 Glândulas sexuais acessórias

O exame dos órgãos genitais internos pode ser feito por palpação retal

(Figura 7) ou ultrassonografia transretal. Devem se avaliadas as ampolas dos ductos

deferentes e as glândulas vesiculares, quanto a tamanho, forma, lobulação e

sensibilidade (BARBOSA et al, 2005).

A vesiculite seminal é uma importante doença em touros, pois reduza a

fertilidade, principalmente em animais jovens. A inflamação das glândulas

vesiculares aumenta as células e mediadores inflamatórios no sêmen, reduzindo sua

viabilidade. A causa mais provável é a infecciosa; inúmeros micro-organismos,

incluindo vírus, protozoários, Clamydophila, Mycoplasma, Brucella abortus e outras

bactérias (McGAVIN e ZACHARY, 2009).

Ocorre especialmente quando há alta concentração de machos no mesmo

local, devido a prática de sodomia. A infecção pode ocorrer por via ascendente

(uretral), descendente (testículo, epidídimo, próstata ou ampola) ou hematogênica

por meio de outros locais de infecção ou inflamação. As anomalias congênitas da

glândula podem predispor ao processo inflamatório. Em alguns casos, os animais

não apresentam sinais clínicos da doença, sendo a alteração apenas aparente

durante o exame andrológico, pois no momento da palpação retal verifica-se perda

da arquitetura lobular de uma ou ambas as vesículas, aumento no tamanho e

consistência, nos casos mais severos presença de aderências e reação de dor

(BICUDO et al, 2007).

Inflamações na pélvis podem afetar a próstata que, uma vez inflamada, pode

provocar obstrução da uretra e retenção urinária, comprometendo a capa c idade

reprodutiva do animal. A glândula bulbo-uretral é raramente afetada, mas quando

acontece, os agentes patogênicos são os mesmos da vesiculite (SILVA e DODE,

1993).

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Figura 7: Palpação retal para avaliação das glândulas anexas

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8. COLETA E AVALIAÇÃO SEMINAL

Etapa importante para se avaliar a fertilidade de um animal, por esse

motivo deve-se tomar um cuidado no processo de coleta e avaliação do sêmen, para

que não venha a comprometer um animal com boa fertilidade, que através de

alterações após coleta possa ter a qualidade do seu sêmen alterada, avaliação da

capacidade reprodutiva do macho somente se completa com o exame espermático

(SANTOS et al, 2005).

8.1 MÉTODOS DE COLHEITA

8.1.1 Eletroejaculador

A colheita com eletroejaculador (Figura 8 e 9), por ser um método de fácil

manuseio, rápido e seguro, é o mais empregado na rotina das avaliações

andrológicas a campo. Amostras provenientes da eletroejaculação, principalmente

quanto à concentração espermática, são mais suscetíveis a variações individuais e

de fatores como a intensidade e frequência da estimulação (FERNANDES et al,

2013).

Segundo GONÇALVES et al. (2014), o eletroejaculador consiste na indução

da ejaculação por meio da estimulação elétrica da medula no nível da quarta

vértebra lombar. Aplica-se estímulos elétricos rápidos de 200 mA, com duração de 2

a 3 segundos com intervalos de 0,5 segundo. A intensidade e o tempo de

estimulação devem ser aumentados progressivamente, até a ejaculação. Uma vez

que o animal libere o pré-ejaculado, aplica-se estímulos mais intensos (300 mA) e de

duração mais prolongada(3 a 5 segundos).

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Figura 8: Utilização do eletroejaculador

8.1.2 Vagina artificial

O método da vagina artificial é o que melhor corresponde às exigências

higiênicas de obtenção de sêmen bovino, sendo o de eleição para reprodutores em

regime permanente de colheita. Consiste na ejaculação em uma vagina artificial

durante a monta de uma fêmea, contida de maneira adequada. Com essa finalidade

pode-se também utilizar o manequim, com as mesmas dimensões de um animal

adulto (GONÇALVES et al, 2014).

Segundo FERNANDES e MORAES (2009) é o método de colheita mais

representativo do ejaculado. Este método permite que o touro sirva naturalmente,

possibilitando a avaliação do comportamento sexual. Geralmente, para exame de

sêmen, esperam-se alguns minutos (15-30 minutos) para o touro se manifestar e

subir na fêmea antes de se optar por um outro método de coleta.

Figura 9: Modelo de Eletroejaculador

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A vagina artificial consiste basicamente em um cilindro rijo, de borracha ou

ebonite, aberto em ambas as extremidades. Em seu interior se acomoda um tubo

flexível de borracha, que é fixado as bordas do tubo rijo por meio de tiras elásticas,

formando um compartimento entre ambos. Nesse compartimento são introduzidos

água morna e ar, visando à obtenção de uma temperatura final para a colheita entre

39 e 41°C(Figura 10).

Figura 10: Vagina artificial modelo bovino composta de: 1) peça principal ou tubo

rígido; 2) válvula; 3)mucosa ou tubo flexível; 4) peça intermediária ou cone; 5) copo

coletor; 6) protetor do copo coletor; Antissepsia e preparação da vagina artificial

(CBRA, 2013)

O volume e a pressão no interior do compartimento são controlados com o

auxílio de uma pequena torneira presente no cilindro rijo. O sêmen é colhido em um

pequeno recipiente graduado de vidro, que se encontra acoplado a uma das

extremidades do aparelho. A outra extremidade constituiu a porção vulvar da vagina

artificial na qual será introduzido o pênis (GONÇALVES et al, 2014).

8.1.3 Massagem ampolas e glândulas vesiculares

Técnica pouco utilizada devido sua dificuldade de coletar sêmen de boa

qualidade, porém é uma alternativa para animais que não pode ser empregado

vagina artificial e eletro ejaculador (SANTOS et al., 2005).

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O tempo necessário de massagem varia individualmente, de pouco segundos

a mais de 10 min. A primeira fração obtida consiste apenas na secreção das

glândulas vesiculares, seguida da fração rica em espermatozoides. O conhecimento

anatômico é indispensável para o sucesso da operação (GONÇALVES et al., 2014).

8.2 Características físicas seminais

O sêmen ao ser coletado deve se fazer algumas avaliações, tais como:

características físicas (aspecto, cor, volume) e características microscópicas

(turbilhonamento, motilidade, vigor, concentração espermática, morfologia

espermática e exames complementares) (SANTOS et al, 2005).

O sêmen é constituído basicamente por plasma seminal e espermatozoides.

Pode ainda conter outros elementos, como grânulos lipoides, cristais, bactérias e

células epiteliais. O exame do sêmen é feito inicialmente a olho nu, sem auxilio de

qualquer instrumento (avaliação macroscópica). Em seguida o sêmen é avaliado por

métodos laboratorias e à microscopia (GONÇALVES et al, 2005).

8.2.1 Volume e aspecto

O volume do ejaculado deve ser lido diretamente no tubo de colheita e

expresso em mililitros (mL). Esse valor é relativo e dependo do método de colheita e

do regime sexual anterior à colheita e não existe valor mínimo e máximo (BARBOSA

et al, 2005).

O volume do sêmen colhido em touros pode variar entre 0,5 e 25 mL, sendo

de 2 a 10 ml quando obtido com a vagina artificial e de 5 a 14 mL na

eletroejaculação (GONÇALVES et al, 2014).

Segundo HAFEZ e HAFEZ (2004), o sêmen deve ser relativamente uniforme

de aparência opaca, o que indica alta concentração espermática. Amostras

translúcidas contêm poucos espermatozoides. A amostra não deve conter pêlos,

poeira e outros contaminantes. Amostras com aspecto coalhado, contendo grumos

de material, não devem ser usadas; isso indica infecção. Os touros podem

apresentar sêmen amarelado, devido à presença de riboflavina, que é inócua.

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Ainda para GONÇALVES et al, (2014), A aparência pode ser cremosa,

leitosa, opalescente ou aquosa. A aparência cremosa corresponde a altas

concentrações espermáticas (maior ou igual a 1 milhão/mm³) e a aquosa indica

baixas concentrações (menor ou igual a 0,2 milhão/mm³).

8.2.2 Turbilhonamento/ motilidade em massa

Segundo o CBRA (2013) é o movimento em forma de ondas observado em

uma gota de sêmen puro. A intensidade é resultante da motilidade, do vigor e da

concentração espermática. A avaliação do turbilhonamento é realizada colocando-se

uma gota de sêmen sobre uma lâmina previamente aquecida a 37°C. O movimento

é observado em microscópio óptico ou de contraste de fase utilizando-se objetiva de

10x (o que, com ocular 10x, resultará em 100x). A interpretação é subjetiva e é

expressa usando-se uma classificação de zero a cinco, em que zero é a ausência de

turbilhonamento e cinco o valor máximo dado a um acentuado movimento de massa.

8.2.3 Motilidade e vigor

Representa o número de espermatozoides móveis, expressa em

porcentagem. É uma avaliação subjetiva. O exame é realizado colocando-se uma

gota de sêmen em uma lâmina coberta por uma lamínula previamente aquecida a

37°C e observada no microscópio com objetiva de 10 a 40x (PALHANO, 2008).

Segundo GONÇALVES et al (2014) Para efeito de avaliação, uma motilidade

progressiva média de 70% tem sido adotada como valor de referência, com variação

de 40 a 80%.

O vigor expressa a velocidade do movimento de espermatozoides com

motilidade progressiva. A avaliação é subjetiva e o resultado deverá ser expresso de

zero a cinco, de acordo com a velocidade do movimento progressivo:

0: ausência de movimento progressivo;

1: movimento lento;

2: movimento ativo;

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3: movimento bastante ativo;

4: movimento muito ativo;

5: movimento vigoroso.

Para efeito de avaliação, o vigor deve ter o valor mínimo de 3 (BARBOSA et al,

2005).

8.2.5 Concentração

Representa o número de espermatozoides por milímetro (mm³) ou centímetro

cúbico (cm³). O procedimento mais comum para se obter a concentração

espermática consiste na contagem das células na câmara de Neubauer. A

concentração sofre variações devido a fatores extrínsecos, como o método de

coleta, a frequência de atividade sexual do reprodutor, o condicionamento, a fatores

intrínsecos, como a idade o tamanho e estado de higidez testicular (CBRA, 2013).

A concentração normal em bovinos varia entre 0,2 a 2 milhões/ mm³ quando o

sêmen é obtido por eletroejaculação e entre 0,5 a 2,2 milhões/mm³ com a vagina

artificial.

O numero total de espermatozoides no ejaculado ( x109) obtém-se pela

multiplicação da concentração espermática pelo volume. O numero total de

espermatozoides no ejaculado pode variar 0,4 a 20 x109 (o valor médio esperado: 6

a 7 x109) (GONÇALVES et al, 2014).

Para a contagem da concentração espermática na câmara de Neubauer,

segundo o CBRA (2013), o sêmen poderá ser diluído em solução formol-salina,

citrato de sódio formolado ou água destilada. É necessária a perfeita

homogeneização da amostra diluída antes de colher a alíquota. Preencher-se a

câmara de Neubauer, após a montagem com a lamínula específica, depositando o

liquido sob a lamínula ate completar toda a superfície de um lado. Esta câmara

devera permanecer em repouso horizontal (5 minutos) para as células se

sedimentares no fundo dela.

Utiliza-se um microscópio óptico ou de contraste de fase com a objetiva de

40, 100 ou 200x. Os espermatozoides devem ser contados em cinco quadrados, em

cada lado da câmara, totalizando dez quadrados grandes(Figura 11).

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Figura 11: Reticulo central de um dos dois lados da camâra de Neubauer

Para FERNANDES e MORAES (2009), após obter a média entre as duas,

sendo que a diferença na contagem da porção superior em relação a inferior não

poderá ultrapassar 10%. Nesse caso, o sistema deverá ser montado novamente.

Segundo GONÇALVES et al (2014), a média obtida deverá ser multiplicada

por 50.000, o que resultara no número de espermatozoides por mm³.

Porém para o CBRA (2013), existe uma formula utilizada para o cálculo da

concentração :

A : Numero de espermatozoides contados nos dois retículos (10 quadrados);

B: Fator de diluição (ex: 1:20=20; 1:50=50; 1:100=100)

N: Numero de quadrados grandes contados – (10 quadrados)

1/10: altura da câmara (0,1mm).

Multiplicado por 1000 para descobrir a concentração em mL.

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8.3 CARACTERISTICAS MORFOLOGICAS DO SÊMEN

A morfologia espermática é componente essencial para o exame de sêmen

dando a estimativa do percentual de espermatozoides normais ou íntegros

estruturalmente, assim como a distribuição dos diferentes defeitos morfológicos

(FERNANDES e MORAES, 2009).

8.3.1 Métodos de avaliação da morfologia espermática

3.8.1.1 Lâminas úmidas

Serão depositadas tantas gotas de sêmen quantas necessárias até a

obtenção de um aspecto leitoso em um frasco contendo solução de formol-salina

tamponada (1 mL), previamente aquecido à temperatura de 37°C.

A preparação úmida consiste na colocação de uma alíquota de sêmen diluído

sobre a lâmina cobrindo-a com uma lamínula. A lâmina deve ser levada a um

microscópio de contraste ou interferência diferencial de fase, com objetiva de 100x,

sob óleo de imersão (CBRA, 2013).

3.8.1.2 Esfregaços corados

Após a coleta do sêmen, preparam-se dois ou três esfregaços bem delgados

em lâminas limpas e previamente aquecidas a 37°C. A gota do sêmen pode estar

associada ou não ao corante. O esfregaço deve ser imediatamente examinado ao

microscópio (400x) para avaliar a distribuição das células na lâmina e deve ser

identificado. Deverão ser contadas, no mínimo, 200 células e anotados os defeitos

de forma e estrutura (CBRA,2013).

As lâminas coradas são analisadas sob imersão, em um aumento de 1.000 a

2.000x em microscopia de campo claro. Os métodos de coloração mais utilizados

são os de Williams, eosina-nigrosina, vermelho-congo, Karras e fucsina

(GONÇALVES et al, 2014).

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8.3.2 Análise das características morfológicas

8.3.2.1 Defeitos maiores

São classificados como defeitos maiores segundo PALHANO (2008),

patologia de acrossoma, vacúolo nuclear (pouch formation), gota citoplasmática

proximal, subdesenvolvido, teratológicas, defeitos de peça intermediária, cauda

fortemente dobrada/enrolada, estreito na base, cauda enrolada na cabeça, pseudo

gota, piriforme, cabeça pequena anormal, cabeça com contorno anormal, entre

outros defeitos (Figura 12).

O valor máximo de tolerância é de até 20%. O rigor ou tolerância na

interpretação dessa característica deve levar em consideração o quadro clínico e

espermático do animal e inclusive a distribuição dos defeitos individuais (FRENEAU,

2011).

8.3.2.2 Defeitos menores

São classificados como defeitos menores, gota citoplasmática distal, cauda

enrolada, cabeça delgada, cabeça isolada normal, abaxial, retroabaxial e oblíqua,

cauda dobrada, cabeça pequena normal, cabeças gigantes, curta ou largas e

acrossoma destacado (Figura 12) (PALHANO, 2008).

Os defeitos menores ou secundários têm menor importância na avaliação da

fertilidade do reprodutor, não estando diretamente relacionado a processos

patológicos dos testículos (GONÇALVES at al, 2014).

O valor máximo de tolerância é de ate 30%, respeitando o limite de 70% de

normais e inclusive a distribuição dos defeitos individuais (FRENEAU, 2011).

8.3.2.3 Total de defeitos

São considerados normais, quanto á morfologia espermática os animais que

após terem atingido a maturidade sexual, apresentarem no máximo 15% na soma

dos defeitos maiores, 24% nos defeitos menores e somando-se os defeitos maiores

aos defeitos menores não ultrapassar 30% de defeitos totais (PALHANO, 2008).

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Segundo FRENEAU (2011), os limites de defeitos individuais estejam em

torno de 5% para defeitos maiores e 10% para defeitos menores, entretanto a

interpretação desses valores não é matemática e sim biológica. Alerta-se para o fato

de que a elevação individual de defeitos espermáticos com relatos de associação à

origem deve ser objeto de maior rigor no respeito ao valor sugerido.

Figura 12: Classificação das anormalidades espermáticas: (A) Acrossomo: n normal;

1 grande; 2 granuloso; 3 oblíquo; 4 pequeno; 5 em desprendimento; 6 isolado; 7

grânulo persistente; 8 deformado.(B) Cabeça: I gigante; 2 vacúolo nuclear (pouch

formation); 3 pequena anormal; 4 pequena normal ou estreita; 5 piriforme; 6

lanciforme; 7 raquetiforme; 8 globuliforme; 9 isolada, normal; 10 base reta; 11 base

invertida; 12 base estreita; 13 base larga; n inserção simétrica normal do colo; 14

inserção abaxial; 15 inserção paraxial; 16 inserção retroaxial; 17 ruptura do colo; 18

isolada, anormal; 19 subdesenvolvida. (C) Peça intermediária: n normal; I curta;' 2

comprida; 3 estreita (desnuda); 4 em saca-rolha;5 rompida; 6 repregueada; 7 tipo

axial; 8 tipo fibrilar. (D) Cauda: I gota proximal; 2 gota distal; 3 pseudogota; 4

dobrada simples ou enrolada; 5 enrolada na porção terminal; 6 fortemente dobrada

ou enrolada; 7 subdesenvolvida. (F) Formas teratológicas: 1 caudas duplas, triplas

ou quádruplas; 2 cabeças duplas comcaudas duplas ou triplas (GONÇALVES et al,

2014).

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9. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Ao final do exame andrológico, de posse dos resultados do exame clínico

geral, do resultado do exame detalhado do sistema genital, da análise representativa

de uma amostra de sêmen quanto às suas características físicas e morfológicas e

do exame de comportamento sexual, o médico veterinário poderá classificar o touro

como apto, inapto ou questionável (BARBOSA et al, 2005).

Segundo COSTA e SILVA et al(2015), um prognóstico de fertilidade quanto a

aptidão reprodutiva do reprodutor em que se classifica o animal quanto ao

prognóstico de utilização do animal para reprodução:

Aptos – Aqueles que não apresentarem restrições de qualquer natureza

Aptos com restrições – Aqueles que apresentarem, em algum dos parâmetros

avaliados, características indesejáveis, mas reversíveis ou tidas como de alta

variabilidade. Nesse caso exames posteriores são indispensáveis para permitirem a

conclusão definitiva do laudo.

Inaptos temporários – aqueles que apresentarem quadros comuns a

problemas genéticos e adquiridos que necessitarem de outros exames para o

diagnóstico diferencial. Se a alteração for adquirida, conforme comprovado pelo

sucessivos espermiogramas, o reprodutor deverá ser liberado para o serviço após

total recuperação. Entretanto, se herdável, deverá ser eliminado, mesmo que

apresente um bom potencial de fertilidade.

Inaptos definitivos – os que apresentarem quadros conclusivos de patologias

irreversíveis, herdáveis ou não. (hipoplasia gonadal, degeneração testicular grave,

alteração de aprumos, etc.). Entre estes são incluídos todos os que não alcançaram

circunferência escrotal mínima para sua faixa etária.

O CBRA (2013), demonstra as características seminais desejáveis para

bovinos, pela coleta com vagina artificial, demonstrado na tabela 5.

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Tabela 5. Características do ejaculado de touros coletados pela vagina artificial

Características Valores

Volume (Vagina Artificial) 5-8 mL

Cor Branco ou amarelo-marfim

Odor “sui generis”

Movimento em massa ≥3

Motilidade Espermática ≥60%

Vigor ≥3

Concentração espermática ~350 x106/mL

N° total de sptz/ejaculado 3 – 5 x109

Espermatozoides Normais ≥70%

Defeitos maiores ≤10%

Defeitos menores ≤20%

Defeitos individuais maiores ≤5%

Defeitos individuais menores ≤5%

Fonte: CBRA (2013)

O CBRA (2013), ainda frisa a para a avaliação dos aspectos sanitários, no

qual são consideradas as doenças especificas da reprodução a brucelose, a

tricomonose, a campilobacteriose, o herpes genital e as micoplasmoses; como não

especificas, todas as outras que chegam ao trato reprodutivo e ou produzem lesão,

diminuindo a qualidade do sêmen ou sendo transmitidas por meio dele e causando a

infecção do feto ou da placenta.

E se tratando de doenças consideradas especificas, há necessidade de um

controle mais rígido, e os touros devem entrar na central de sêmen livre delas. Para

isso, os touros devem ser originados de rebanhos livres ou apresentarem exames

negativos, após um período de quarentena e após a realização de vários exames

consecutivos com resultado negativo, de acordo com padrão estabelecido para cada

agente.

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10. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO

As atividades realizadas no estágio foram voltadas ao manejo reprodutivo,

nutricional, sanitário e de produção de gado de corte, com a possibilidade de

acompanhar alguns procedimentos clínico e cirúrgicos de bovinos da raça Brangus,

com algumas atividades com a raça Angus. Com a possibilidade de também

acompanhar a comercialização de animais, com o comprador direto na propriedade,

e no leilão anual de primavera da GAP - Genética

Das atividades relacionadas a reprodução, foram englobados o manejo tanto

com machos e fêmeas, nas fêmeas com menor foco, mas foram feitos diagnósticos

de gestação tanto por palpação e por ultrassonografia. Nos machos sendo o foco

maior do estágio, foram realizadas as atividades para a seleção de touros aptos a

reprodução, com avaliação andrológica e seminal de touros da raça Brangus, e para

touros de cria foram dosificados com suplemento injetável antes de entrarem em

estação de monta.

Relacionado a manejo nutricional, a empresa conta com uma fabrica de

ração nas dependências da estância São Pedro (Figura 13), aonde são fabricadas

as suplementações para os touros que são comercializados, e touros e vacas de

exposição, os quais eram racionados a cocho de plástico (Figura 14), uma vez ao

dia, na quantidade de 0,5 a 1% do peso vivo (PV). Também relacionado a parte

nutricional, procurava se fazer a rotação de piquetes entre pasto nativo, pastagem

cultivada, juntamente com suplementação de sal mineral para todos os animais, e

sal proteinado para vacas prenhas.

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Figura 13 Fabrica de Rações GAP - São Pedro

De manejo sanitário, eram realizados, em machos, terneiros recém nascidos

e fêmeas, para ectoparasitas e endoparasitas, dosificando com antiparasitários

injetáveis (Ivermectina, Doramectina, Levamisol, Abamectina), associando em

Figura 14: Alimentação de touros a cocho

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alguns casos a utilização de produtos pour on (Fipronil, Fluazuron), sempre buscava

utilizar somente se animais apresentavam algum carrapato, ou mosca do chifre. A

associação de injetáveis junto com pour on, faz com que ocorra a potencialização

dos medicamentos. Também se utilizava de banhos de imersão, ou pulverização,

para os animais (Cipermetrina, Clorpirifós, Citronelal) como agente carrapaticida,

mosquicida, bernicida, sarnicida, piolhicida e repelente.

De manejo geral de produção, foram acompanhados marcações a ferro

quente, na picanha, ou marcação de registro juntamente com técnico da associação.

Manejo de terneiros recém-nascidos, com a pesagem, cura do umbigo , dosificação

de 1 mL de antiparasitário (Doramectina), aplicação do brinco de identificação na

orelha esquerda, anotação do dia do nascimento, numero da mãe, juntamente com

peso e pelagem. Após umas semanas esses terneiros eram levados a mangueira

para (Figura 15) com as mães, para fazer a tatuagem na parte interior das orelhas,

com o numero do brinco.

Foi acompanhado algum manejo com ovinos, que no caso, foi a dosificação

antiparasitária (Closantel, Albendazole), via oral, e remanejar entre piquetes.

Figura 15: Terneiros recém nascidos

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Foi acompanhado e realizados também procedimentos clínicos e cirúrgicos de

bovinos, entre eles, o acompanhamento de cesariana (Figura 16), no qual

apresentava distocia, e não foi possível fazer a reversão do feto para saída pelo

canal do parto. Prolapso de útero e vagina, o qual foram recolocados, e feita sutura

com auxílio de cano de plástico, para que não ocorra novamente a exteriorização

(Figura 17). Orquiectomia de touros refugados da reprodução. Tratamento de

vesiculite em touros, tratamento de paresia pós parto, tratamento de tristeza

parasitaria, algum procedimento de casqueamento corretivo. Também foi realizado o

exame de tuberculina em vacas.

Figura 16 Cesariana a campo

Figura 17: Prolapso uterino e sua correção

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Esta e algumas outras atividades estão descritas na Tabela 6.

Tabela 6: Atividades realizadas no estágio curricular

Atividade n %

Dosificação Antiparasitária 505 12,09%

Banho de imersão 497 11,89%

Manejo Rotação de Pastagem 421 10,07%

Racionamento no cocho 376 9,00%

Tatuagem terneiros 340 8,13%

Diagnostico Gestação U.S 332 7,94%

Dosificação ovinos 330 7,90%

Orquiectomia 310 7,42%

Avaliação Andrológica 302 7,23%

Marcação a fogo 215 5,14%

Exame de Tuberculina 150 3,59%

Dosificação pour on 126 3,01%

Diagnostico gestação palpação 125 2,99%

Dosificação de suplemento injetável 80 1,91%

Manejo terneiros recém nascidos 49 1,17%

Tratamento vesiculite 8 0,19%

Casqueamento 3 0,07%

Cesariana 3 0,07%

Hipocalcemia pós parto 2 0,04%

Prolapso Vagina 1 0,02%

Prolapso Útero 1 0,02%

Tratamento tristeza parasitária 1 0,02%

Total 3.871 100%

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11. ACOMPANHAMENTO DO DESENVOLVIMENTO DE UM GRUPO DE

TOURINHOS

Durante o período de estágio foi acompanhada a pesagem de 223 tourinhos

da raça Brangus com idade de 2 anos, e medido a circunferência escrotal. Eram

criados em regime extensivo, em pastagem de sorgo forrageiro no verão e azevém

no inverno, consorciado com cornichão e trevo branco. O desmame foi realizado em

abril, com a idade de 6 meses. Os dados obtidos foram adicionados às pesagens

anotadas ao desmame (PD 180), com um ano de idade (PS365) e com 2 anos

(P730), e também à medida da circunferência escrotal com 1 ano. Após tratamento

estatístico dos dados, pelo programa Excell®, foi possível observar o desempenho

dos animais, conforme as Tabelas 7 e 8. O ganho de peso médio diário (P730 –

P180) foi de 0,732 kg e na análise de regressão, a equação de regressão da curva

de crescimento estimada foi:

Y = 206,5x + 5

O grau de confiabilidade da equação linear foi R2 = 0,997 (Figura 18).

Tabela 7: Circunferência escrotal de tourinhos Brangus com um e dois anos de

idade

Circunferência escrotal em cm (n = 223)

CE sobreano CE 2 anos

Mínimo 28 30 Máximo 42 43,5 Média 34,71 36,81

Desvio-padrão 2,9066 2,9392 Coeficiente de variação

% 8,3573 7,9842

As médias de circunferência escrotal se apresentaram superiores às descritas

por Silva et al. (2012), PE = 33,8 cm.

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Tabela 8: Peso de tourinhos Brangus nas idades de desmame, um ano e dois anos

Peso em kg (n = 223)

Peso à Desmama* Peso de Sobreano

Peso aos 2 anos

Mínimo 152 284 352 Máximo 296 568 810 Média 218,46 405,53 631,95

Desvio-padrão 25,7865 47,1996 53,9560 Coeficiente de

variação % 11,8037 11,6389 8,5378

*180 dias

Os pesos dos tourinhos apresentaram médias superiores às relatadas por

Lopes et al. (2009), PD180 = 171,6 e PS = 306,8 kg. E superiores aos pesos de

sobreano encontrados nos estudos de Guterres et al. (2007), PS = 292,9 kg.

Figura 18: Curva de regressão linear das características peso ao desmame (1), peso

de sobreano (2) e peso aos dois anos (3) de tourinhos Brangus em Uruguaiana-RS

y = 206,5x + 5 R² = 0,997

0

100

200

300

400

500

600

700

1 2 3

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12. ATIVIDADES RELACIONADAS A AVALIAÇÃO REPRODUTIVA DE TOUROS

No estágio, houve a oportunidade de acompanhar a seleção de touros

reprodutores, para a comercialização, sendo selecionados os melhores de cada

categoria, através de exame andrológico e a seleção pelo Prorama NATURA® .

Esta seleção ocorria na estância São Pedro, com touros da raça Brangus,

animais com 24 e 36 meses, os quais eram selecionados os melhores touros para

serem comercializado no leilão anual de primavera da GAP – Genética, e os touros

com índices menores eram comercializados, por venda direta na propriedade com

preços fixos.

A seleção destes touros começa quando são terneiros ainda, selecionando os

melhores já logo após o nascimento, para que depois na desmama sejam avaliados

criteriosamente, com todos os aspectos da programa, assim selecionando os

melhores já na desmama. Logo após isto, estes serão reavaliados no sobre ano (1

ano e 6 meses), o qual podem ter alterações dos melhores para os piores. No qual

poderá já aparecer algum refugo, que não terá condições de ir para a reprodução. Já

no sobre ano é feita uma avaliação da circunferência escrotal (PE), para que aos 24

meses, no exame andrológico possa então ter uma média de crescimento e

aumento da circunferência escrotal destes animais.

O programa natura é baseado em avaliar as características fisiológicas,

anatômicas de touros, com base na avaliação subjetiva pelo técnico ou pessoa

responsável pela seleção, no qual serão apresentadas sob forma de DEPh –

Diferença esperada na progênie, ou seja, é dado uma DEPh, superior ou inferior,

para as características avaliadas, no animal, mostrando se ele será melhor ou pior

em tal categoria. Entre as DEPh avaliadas são elas, Peso ao nascer, Duração da

Gestação, Ganho de peso do nascimento a desmama, Conformação, Precocidade,

Musculatura, entre outras características.

Na avaliação andrológica realizada no estágio, foram examinados em um total

de 302 touros, de 24 e 36 meses, no qual eram avaliados, clinicamente em aprumos

e condição corporal, e logo em seguida era examinados andrologicamente nos

seguintes passos:

Circunferência escrotal, Tônus e anatomia testicular.

Palpação das Glândulas anexas e ampola do ducto deferente

Coleta do Sêmen no copo coletor (Figura 18), com auxilio do eletro ejaculador

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Avaliação do aspecto do sêmen (Aquoso, Leitoso, Cremoso)

Avaliação do Turbilhão no microscópio (Figura 19), com lamina aquecida

Avaliação da motilidade, classificados de 0 a 100%

Avaliação vigor, classificado de 0 a 5

Avaliação da concentração, se dava pelo aspecto do sêmen

No caso não eram examinados as morfologias espermáticas, pois são touros

para reprodução a campo, no caso animais que faz coleta de sêmen para venda, dai

serão analisadas as morfologias.

Todos os dados eram anotados em planilhas , para serem analisados e

passados ao compradores.

Alguns touros apresentaram, vesiculite ao exame de palpação das glândulas,

e foram tratados com antibiótico terapia, ate a estabilização do quadro. Estas

vesiculites ocorrem devido ao ato homosexual, de um touro montar sobre o outro,

fazendo com que entre bactérias pelo canal utretral.

Figura 18: Coleta seminal com copo coletor

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Figura 20: Microscópio para avaliação seminal

Através da seleção de touros, com alto poder genético, e altos índices

reprodutivos, a GAP- São Pedro alcança índices de prenhez favoráveis(Tabela 9),

mais também se faz necessário a seleção das reprodutoras que estarão aptas a

reprodução, juntamente com fatores ambientais, como campo nativo, clima, e o fator

de extrema importância para todos os animais que entrarão na estação de monta, a

nutrição adequada, para um melhor desempenho.

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Tabela 9 - Índices de Prenhez GAP - São Pedro

SSP P VP F VF TP TG %

2015 2073 188 956 241 2261 3458 65,40%

2014 2260 62 661 100 2322 3083 75,30%

2013 2156 185 511 109 2341 2961 79,10%

2012 1831 90 816 121 1921 2858 67,20%

2011 1845 233 1034 168 2078 3280 63,40%

2010 2189 297 662 245 2486 3393 73,30%

2009 2016 166 996 221 2182 3399 64,20%

2008 2521 305 486 139 2826 3451 81,90%

2007 2422 205 542 166 2627 3335 78,80%

2006 2176 114 713 58 2290 3061 74,80%

2005 2401 236 439 222 2637 3298 80,00%

2004 2111 24 604 90 2135 2829 75,50%

2003 1977 453 525 162 2430 3117 78,00%

2002 1640 276 634 211 1916 2761 69,40%

2001 1594 223 659 192 1817 2668 68,10%

2000 1708 129 529 129 1837 2495 73,60%

P: Vacas Prenhas; VP: Vacas Velhas Prenhas; F: Vacas Falhadas; VF: Vacas Velhas Falhadas; TP: Total de Prenhas; TG: Total Geral; %: indice de prenhez.

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13. CONCLUSÃO

A avaliação reprodutiva de touros se faz necessária quando se busca um

melhoramento do rebanho, tanto no aumento de taxas de concepção, como no

melhoramento genético, diminuir a quantidade de touros com problemas

reprodutivos, e selecionar os reprodutores com índices superiores.

O exame andrológico tem por finalidade a seleção de touros aptos para a

reprodução, com funções anatômicas, fisiológicas normais, ou seja, touros com

índices elevados de reprodução, com biometria testicular alta, morfologicamente

corretos, aprumos, aparelhos reprodutivos sem nenhuma alteração; com

comportamento sexual normal, que apresente interesse pela monta, e também a

avaliação de um sêmen de alta qualidade. Fazendo com que assim sejam

eliminados os touros do rebanho com defeitos patológicos e hereditários, que

poderão atrapalhar o futuro do rebanho.

O touro pode ser classificado como um ótimo reprodutor na sua avaliação

genética, mas se ele não tiver seu manejo nutricional e sanitário adequado, sua

qualidade como reprodutor poderá ser seriamente comprometida. Devido a isto, se

deve realizar o exame andrológico não apenas no início da vida reprodutiva, mas

deverá ser reavaliado a cada ano.

As técnicas de avaliação semiológica, clínica, comportamental do aparelho

reprodutivo, juntamente com avaliação seminal dos touros, se associadas a métodos

de biotécnicas como inseminação artificial, transferências de embriões, fertilização in

vitro, podem juntos trazer resultados satisfatórios para o produtor, com avanço e

melhoramento genético do rebanho.

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