universidade tuiuti do paranÁ -...

99
1 UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Deise Kamienski Felipe Jamur Fernanda Morales Vieira O PATROCÍNIO E A PLATAFORMA DE COMUNICAÇÃO: ASSOCIANDO A MARCA POSITIVAMENTE Curitiba 2008

Upload: lamminh

Post on 08-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

1

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Deise Kamienski Felipe Jamur

Fernanda Morales Vieira

O PATROCÍNIO E A PLATAFORMA DE COMUNICAÇÃO: ASSOCIANDO A MARCA POSITIVAMENTE

Curitiba 2008

Page 2: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

2

O PATROCÍNIO E A PLATAFORMA DE COMUNICAÇÃO: ASSOCIANDO A MARCA POSITIVAMENTE

Curitiba 2008

Page 3: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

3

Deise Kamienski Felipe Jamur

Fernanda Morales Vieira

O PATROCÍNIO E A PLATAFORMA DE COMUNICAÇÃO: ASSOCIANDO A MARCA POSITIVAMENTE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de MBA em Gestão de Comunicação Empresarial, da Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do nível de Pós-Graduado Lato Sensu - MBA em Gestão de Comunicação Empresarial. Orientadora: Profa. MSc Silvana Taschek Hastreiter.

Curitiba 2008

Page 4: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

4

Ao percorrer mais esse caminho, descobrimos que estávamos juntos para

irmos muito além da nossa própria melhoria.

Estávamos juntos mais uma vez, em mais uma história, entendendo o

nosso desejo de voar, às vezes de sumir devagar, compreendendo

acontecimentos e nos fortalecendo a cada passo.

Por isso dedicamos a conclusão desse trabalho a nossa sincera amizade.

Essa que nós prometemos ser sempre uma fonte de renovação, um

sentimento eterno com múltiplas e inesperadas cores.

Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há muitos anos,

tanto que nem lembramos, dedicamos o término de mais um objetivo.

Page 5: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

5

Agradecimentos sinceros aos nossos pais e mães, por nos darem antes de tudo a vida, e, além disso, nos ensinar princípios para tentar fazer da nossa existência uma execução de amor, coragem, e cooperação.

Agradecimentos aos irmãos Eduardo Kamienski e Fabiane Morales, por

nos emprestar sua mente e coração quando o caminho parece estreito e longo demais.

Agradecimentos à amiga Cintia Campos, carinhosamente chamada de

Cintinha. Saiba você que, sem seus esforços e sua dedicação esse objetivo jamais seria alcançado. Ainda aos amigos, Francielle, Juliana e Luciano.

Em especial aos nossos companheiros de jornada: Fernanda Morales,

Cristiano Bugalski e Felipe Jamur que nos faz sentir a leveza e a paz de um sonho “sonhado a dois”. A ti eterna gratidão e respeito.

Agradecemos ainda nossos mentores que nos acompanham no nosso

caminho evolutivo, sustentando-nos em nossas fragilidades, mostrando o caminho correto para execução de nossas tarefas.

Page 6: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

6

“Quando se tem uma meta, o que era um

obstáculo passa a ser uma das etapas do plano.”

Gerhard Erich Boehme

Page 7: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

7

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS LISTA DE GRÁFICOS LISTA DE FIGURAS LISTA DE QUADROS1. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 13 1.1. APRESENTAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA.................................. 13 1.2. OBJETIVOS............................................................................................................. 17 1.2.1. Objetivo Geral .................................................................................................. 17 1.2.2. Objetivos Específicos ....................................................................................... 17 1.3. ESTRUTURA DO TRABALHO................................................................................. 17 2. FUNDAMENTAÇÃO................................................................................................ 19 2.1. COMUNICAÇÃO...................................................................................................... 19 2.1.1. Comunicação Empresarial................................................................................ 19 2.1.2. Comunicação Dirigida ...................................................................................... 20 2.2. MARKETING............................................................................................................ 25 2.2.1. Marketing Cultural ............................................................................................ 27 2.2.1.1. Investimento Cultural no Brasil em 2007....................................................... 29 2.2.1.2. Incentivos Fiscais ......................................................................................... 31 2.3. EVENTOS................................................................................................................ 37 2.4. MARCA.................................................................................................................... 40 2.5. MECENATO EMPRESARIAL................................................................................... 42 2.6. PATROCÍNIO........................................................................................................... 45 2.6.1. Tipos de Patrocínio .......................................................................................... 48 2.6.2. Lugar do patrocínio no mix de marketing.......................................................... 50 2.6.3. Efetividade do Patrocínio.................................................................................. 53 3. METODOLOGIA...................................................................................................... 56 3.1. ESPECIFICAÇÃO DO PROBLEMA ......................................................................... 56 3.2. DELINEAMENTO DA PESQUISA............................................................................ 57 3.2.1. Estudo de Caso................................................................................................ 57 3.3. DESCRIÇÃO DOS CASOS INDIVIDUAIS................................................................ 62 3.3.1. Caso 1 – Copel................................................................................................. 63 3.4. COLETA DE DADOS............................................................................................... 63 3.4.1. Protocolo de Estudo de Caso ........................................................................... 66 3.4.2. Coleta de Evidências........................................................................................ 68 3.5. TRATAMENTO DOS DADOS .................................................................................. 68 3.5.1. Análise de Evidências ...................................................................................... 69 3.6. LIMITAÇÕES DA PESQUISA .................................................................................. 70 4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ................................................................. 72 4.1. CASO 1 – PANORAMA DE CONTEXTUALIZAÇÃO COPEL................................... 73 4.1.1. Unidade de Análise 1 – Panorama de contextualização COPEL ...................... 73 4.1.1.1. Visão corporativa da empresa. ..................................................................... 75 4.1.2. Unidade de Análise 2 – Entrevista em profundidade ........................................ 81 5. CONCLUSÃO.......................................................................................................... 89 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 96

Page 8: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

8

LISTA DE TABELAS

TABELA 1: CAPTAÇÃO DE RECURSOS POR ANO, REGIÃO E UF.........................30

Page 9: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

9

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1: INVESTIMENTO EM CULTURA POR REGIÃO – 2007.........................31

Page 10: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

10

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: UM MIX AMPLO DE PROMOÇÕES E COMUNICAÇÕES. .................. 53 FIGURA 2: OS FATORES DE SUCESSO DO PATROCÍNIO ................................. 54 FIGURA 3: TIPOS BÁSICOS DE PROJETOS DE ESTUDOS DE CASO. .............. 60 FIGURA 4: MÉTODO DE ESTUDO DE CASO. ...................................................... 61 FIGURA 5: AS PESQUISAS DE PATROCÍNIO ...................................................... 92

Page 11: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

11

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1: MODALIDADES DE PATRONATO CULTURAL......................................45

QUADRO 2: AS MODALIDADES DE PATROCÍNIO E DE AÇÃO INSTITUCIONAL EMPRESARIAL.......................................................................................48

QUADRO 3: PRINCIPAIS CERTIFICAÇÕES E PRÊMIOS..........................................79

Page 12: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

12

RESUMO

Considerando a melhoria da relação entre as empresa patrocinadora e os consumidores, e que o mesmo cria um clima interno pró-ativo, caracterizando um conjunto de valores, este é um trabalho que visa contribuir para os esforços que estão sendo desenvolvidos sobre uma dupla matriz: patrocínio e visibilidade da marca. Isto progressivamente será desenvolvido sobre o objeto patrocínio delimitando-se o estudo nos domínios do fenômeno da cultura na comunicação empresarial da Copel – Companhia Paranaense de Energia. O objetivo é contribuir para um melhor entendimento dos impactos do patrocínio diante a visibilidade da marca. Este estudo conclui que quando gerenciado o patrocínio pode tornar-se eficiente ferramenta para a visibilidade da marca, afirmando ainda que o apoio à cultura pelas empresas em eventos culturais pode gerar uma diferenciação competitiva uma vez que se cria posicionamento favorável na sociedade e conseqüentemente, no consumidor. Palavras chaves: eventos culturais; patrocínio cultural; visibilidade da marca.

Page 13: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

13

1. INTRODUÇÃO

1.1. APRESENTAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA

Atualmente os Profissionais de Comunicação procuram trabalhar para que as

empresas, marcas e produtos sejam tão fortes e convincentes alcançando o sucesso

como resultado de seus esforços. E é quem, no quê ou onde a marca se apóia que está

um dos principais segredos de seu sucesso. (KOTLER, 2005).

D´Alessandro e Owens (2002, p. XVIII) definem marca como “tudo o que o

consumidor pensa quando ouve o nome de sua empresa.”

Nos dias de hoje, o sucesso de uma marca depende, cada vez mais, da

capacidade de resposta das exigências do Mercado. A adaptação a novas filosofias

empresariais faz com que as empresas recorram a novas técnicas de Comunicação e de

Marketing para divulgação e comercialização dos seus produtos ou serviços.

A instalação das bases industriais no mercado cultural nos anos 60 e sua

consolidação nos anos 70 outorgaram aos fenômenos de comunicação de massa a

importância que tem se expressado tanto pela atenção crescente por parte de estudos,

como pela demanda de um mercado ávido por profissionais competentes. Esse processo

expressa-se basicamente na constituição progressiva do sistema de relações de

produção, circulação e consumo de bens culturais. Ocorre o aumento, a diferenciação e a

profissionalização dos produtores e empresários de bens simbólicos; as agências de

legitimação e de difusão passam a ser regidas pelo mercado cultural e assiste-se à

constituição de um público cada vez mais extenso e socialmente diversificado. (LOPES,

2001).

Page 14: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

14

De acordo Kotler “as pessoas são bombardeadas por cerca de 1600 mensagens

comerciais por dia, dentre as quais 80 são percebidas conscientemente e cerca de 12

provocam alguma reação” (2005, p.571).

Segundo a Associação Americana de Marketing, propaganda “é qualquer forma

paga de apresentação, não pessoal de idéias, produtos ou serviços, levada a efeito por

um patrocínio determinado.” (ap. LAS CASAS, ib., p. 246).

Portanto, toda atividade envolvida em apresentar uma mensagem sobre um

produto ou organização, não pessoal, paga com o patrocinador identificado, é

denominada propaganda. Sabe-se que a maioria das organizações utiliza essa

ferramenta de extrema importância para atividade mercadológica. Assim, as empresas

mantêm familiarizados seus clientes no uso de produtos fabricados, na imagem e

credibilidade da organização, objetivando criar a lealdade de marca e estimular a

demanda. (ETZEL, WALKER e STANTON, 2001).

Com tantas mudanças tecnológicas, ambientais, sociais, e de consumo, o

mercado sofre mudanças de vertentes culturais, acrescentando ao consumidor um nível

de conhecimento alto que exige das organizações - especificamente dos profissionais de

comunicação - uma progressão na maneira de comunicar sua marca e sua organização.

Esse processo acabou gerando uma nova linguagem, fazendo acontecer uma troca

enriquecedora, uma influência mútua benéfica da publicidade. (MENDONÇA, 2003).

De acordo com Kotler (2005), o patrocínio é efetivamente classificado como uma

ferramenta de comunicação.

Em sua forma específica o patrocínio busca chamar a atenção para a marca,

compreender os elementos de uma comunicação, e promover um resultado eficiente na

emissão da mensagem ao público. (GRACIOSO, 1995).

Para Sarkovas (2002), com o patrocínio as empresas geram junto a seu público

alvo um impacto da marca, causando um efeito promocional na venda. Temos então o

Page 15: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

15

consumidor como peça central nos negócios dos patrocinadores, pois é através da marca

patrocinada que ambos estabelecem vínculos, ou seja, a empresa patrocinadora

aproxima-se desse público alvo.

O patrocínio é uma forma de comunicação, originada por duas entidades, em que

através do financiamento e outros apoios da primeira (o patrocinador), se procura

estabelecer uma associação positiva entre a imagem, marcas, produtos ou serviços dessa

entidade e o evento, atividade, organização ou indivíduo, da segunda (o patrocinado).

D´Alessandro e Owens (2002, p. XVIII).

Considerando a melhoria da relação entre as empresa patrocinadora e os

consumidores, e que o mesmo cria um clima interno pró-ativo, caracterizando um

conjunto de valores, esté é um trabalho que visa contribuir para os esforços que estão

sendo desenvolvidos sobre uma dupla matriz: patrocínio e visibilidade da marca. Isto

progressivamente será desenvolvido sobre o objeto patrocínio delimitando-se o estudo

nos domínios do fenômeno da cultura na comunicação empresarial

Diante de um cenário competitivo, pode-se dizer que o posicionamento da marca

diante a concorrência e seus consumidores possivelmente será diferenciado por suas

coberturas e referências. Na tentativa acirrada de capturar consumidores através de uma

identificação de estilos, as empresas tentam idealizar a mensagem ao consumidor de

forma mais suave e simpática podendo até ser entendida como uma forma festiva que

agregue conceitos, buscando sempre melhorar a relação da empresa e seus

consumidores.

Segundo Kotler (2005), a cultura é o principal determinante do comportamento e

dos desejos das pessoas. À medida que um indivíduo cresce adquire valores,

percepções, preferências e comportamentos de sua família e de outras.

Page 16: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

16

Churchill Junior e Peter definem cultura como “o complexo de valores e

comportamentos aprendidos que são compartilhados por uma sociedade e destinam-se a

aumentar sua probabilidade de sobrevivência.” (Ib., p.154).

Baseados nessas teorias, esse trabalho visa estudar e aprofundar seu

entendimento no mercado do patrocínio cultural da empresa Copel. O objetivo é contribuir

para um melhor entendimento dos impactos do patrocínio diante a visibilidade da marca.

O que se busca é entender e ampliar os conhecimentos da ferramenta patrocínio

identificando-o como ferramenta de comunicação com forte participação no mix de

comunicação de uma empresa que procura estabelecer uma associação positiva entre a

sua imagem e a marca, através do mercado cultural.

Para traçar o paralelo para o entendimento da ferramenta patrocínio e sua

plataforma de comunicação, e ainda entender a possibilidade do patrocínio cultural ter

influência em processo de visibilidade da marca este trabalho busca responder a seguinte

pergunta:

Qual é a percepção da Copel no que se refere à contribuição do patrocínio de

eventos culturais para atingir os objetivos de comunicação da empresa?

A COPEL – Companhia Paranaense de Energia Elétrica, é uma sociedade por

ações, de capital aberto, constituída sob a forma de sociedade de economia mista,

controlada pelo Governo do Estado do Paraná, e destinada através de subsidiarias a

pesquisar, estudar, planejar, construir, e explorar produção, transformação, transporte,

distribuição, e comercialização de energia, em qualquer das suas formas, principalmente

elétrica, podendo ainda participar, em conjunto com empresas públicas ou privadas de

consórcios, companhias e empresas cujos objetivos sejam o desenvolvimento de

atividades nas áreas de energia, telecomunicações e gás natural. (COPEL - RELATÓRIO

ANUAL DE GESTÃO E SUSTENTABILIDADE 2006, 2007).

Page 17: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

17

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. Objetivo Geral

Verificar a percepção do patrocinador de eventos culturais Copel no que se refere

a contribuição deste para atingir os objetivos de comunicação.

1.2.2. Objetivos Específicos

• Identificar onde e quando os profissionais de comunicação podem interferir

na decisão liberação de um patrocínio cultural;

• Identificar como os profissionais de comunicação percebem que o

patrocínio cultural pode melhorar a imagem da marca patrocinadora;

• Identificar se o patrocínio cultural é percebido pelos profissionais de

comunicação como ferramenta de mídia alternativa ou se faz parte do

elenco das ações de marketing da empresa patrocinadora;

• Identificar como as empresas patrocinadoras mensuram os resultados

alcançados pelo patrocínio de eventos culturais.

1.3. ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho é constituído por capítulos que servirão de base para que o leitor

do mesmo possa se orientar e compreender melhor o contexto utilizado.

Page 18: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

18

São basicamente quatro grandes capítulos: o primeiro baseia-se na introdução

onde é apresentado o tema do trabalho e problema de pesquisa. O segundo capítulo

tratará da fundamentação teórica, trazendo as fontes e autores que irão embasar o que

será estudado. Nessa fase do trabalho serão citados autores como Philip Kotler, E.

Jerome McCarthy, Gilbert A. Churchill Júnior, Michael J. Etzel, Wesley Cardia, Alexandre

Luzzi Las Casas, David F. D’Alessandro, Michele Owens, Duda Mendonça, Marcos

Cobra, Raimar Richers, Gil Nuno Vaz, Xavier Dordor, Ernani B. Contursi, Francisco Paulo

de Melo Neto, Victor T. C. Middleton, Kevin B. Tynam, entre outros, que serão

fundamentais para compreender conceitos como: comunicação dirigida, comunicação

empresarial, patrocínio, mecenato, eventos marca, entre outros enfoques que são de

grande relevância neste estudo.

No terceiro capítulo do trabalho são apresentados os procedimentos

metodológicos da pesquisa documental que serão utilizados para compreender as

medidas patrocínio cultural e a visibilidade da marca, e fornecer aos leitores dados

primários e secundários para estudos nessa área e para que estudiosos futuramente

possam usufruir as informações contidas nesse trabalho.

O quarto e último capítulo há a apresentação dos resultados e uma análise de

um estudo de caso, de onde serão tiradas as conclusões para dar as devidas

recomendações necessárias à complementação do estudo desse trabalho.

Page 19: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

19

2. FUNDAMENTAÇÃO

2.1. COMUNICAÇÃO

2.1.1. Comunicação Empresarial

As organizações estão passando por grandes transformações nas últimas

décadas, este processo irá continuar nos próximos anos, e suas conseqüências ainda não

são previsíveis por conta da velocidade e da natureza destas mudanças. (JORGE, 2000)

De acordo com Machado Neto (2004), a comunicação empresarial, também

chamada comunicação corporativa, deve fazer parte das estratégias de marketing, e

devem ser ações permanentes.

É necessário que os responsáveis pela comunicação empresarial saibam

identificar o público da empresa, o estilo de vida que possuem, para assim, utilizar destes

mecanismos de comunicação baseado na segmentação de mercado. (LISBOA, 2001)

Segundo Batista (2000), a comunicação é uma ferramenta estratégica de gestão,

que deve ser usada com o público interno e externo, e ser foco de constante atenção e

evolução.

De acordo com Bueno (2000), a comunicação empresarial que até pouco tempo

era deixada em segundo plano, obteve uma grande evolução para assumir uma posição

privilegiada na política de negócios das empresas, firmando-se assim como um plano

estratégico, o qual as empresas utilizam para prospectar clientes, sensibilizar

multiplicadores de opinião e interagir com a sociedade.

Page 20: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

20

A comunicação empresarial facilita a execução das atividades empresariais com

mais comprometimento, conhecimento e profissionalismo, para que isto ocorra

eficazmente são utilizadas diversas ferramentas, tais como: boletins internos, murais,

revistas, reuniões periódicas, grupos de reflexão, treinamentos, até meios mais

sofisticados como jornais virtuais, intranet e e-mails. Através destas ferramentas ocorrem

as troca de idéias e informações, a convivência se torna mais amena e assim é possível a

antecipação de algum ruído existentes, que também são conhecidos como rádio peão.

(SARKOVAS, 2002).

De acordo com Bueno (2000), a comunicação empresarial é uma maneira

extremamente eficaz de agregar valor ao serviço prestado, para o público interno e

externo da empresa. Um plano de comunicação de sucesso, é resultante de um profundo

conhecimento da organização, juntamente à criatividade e ao domínio das inovadoras

técnicas de comunicação, com isso é possível desenvolver um plano de comunicação que

contenha soluções para enfrentar os desafios do mercado, impostas pelo cenário

competitivo.

2.1.2. Comunicação Dirigida

A comunicação dirigida surgiu com a constatação de que as mensagens

massificadas não trazem bons resultados, então cada público necessita ser abordado

com ferramentas específicas para que a comunicação se torne eficaz. Assim as empresas

estão cada vez entendendo a necessidade de se manter um relacionamento mais estreito

com seus clientes.

Page 21: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

21

Atualmente, segundo Bueno (2000), o sucesso de um produto ou serviço está

cada vez mais ligado à capacidade de se manter um relacionamento consistente com o

cliente, sendo assim a comunicação dirigida vai além da peça de comunicação.

A comunicação dirigida destina-se a púbicos específicos, pré-determinados, e

conseqüentemente, mais conhecidos pelos idealizadores das diferentes estratégias de

aproximação possíveis. (KUNSCH, 1997).

Segundo Ribeiro (2007), a comunicação dirigida funciona da seguinte maneira,

primeiro é identificado o público de interesse a determinado produto ou serviço (público

receptor), após esta identificação é iniciado o processo de aproximação, assim

estabelece-se uma comunicação adequada com os diversos nichos de mercado que

utilizam o produto ou serviço.

De acordo com Andrade (1965), para a comunicação dirigida ter impacto, é

necessário conhecer e saber como usar suas principais ferramentas, que são:

• Correspondência: Com o formato escrito é possível transmitir um toque pessoal

aos receptores, porém se não for exposta de forma clara e objetiva pode causar

interpretações equivocadas. É uma excelente ferramenta para se combater

boatos.

• Mala Direta: pode ser considerado um dos veículos de maior eficiência. Tem a

vantagem de ser um instrumento de fácil circulação e ser agradável ao receptor.

Uma de suas desvantagens é o alto custo das peças e a dificuldade de conseguir

as listas.

• Publicações (revistas): Seu objetivo é informar aos diversos públicos as políticas,

diretrizes, as atividades da empresa e os acontecimentos da empresa, em

contrapartida desvantagem são ser dispendiosos, pois envolvem mão de obra

especializada, impressão e distribuição para confecção desses.

Page 22: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

22

• Relatório: esse instrumento é utilizado principalmente para informar aos

acionistas. Ele é a síntese das atividades de uma empresa. Suas características

são: clareza, exatidão, concisão, tempestividade (tempo correto), pertinência,

ilustração e atração. Suas vantagens são que ele apresenta de forma

condensada todas as informações referentes à empresa capaz de atrair e

satisfazer investidores.

• Discurso: é um veículo de comunicação dirigida oral de grande utilidade nas

empresas. É importante evitar chavões, vocabulário rebuscado.

• Reunião: existem dois estilos. O primeiro é uma reunião informativa que tem

objetivo de informar número de pessoas, sem caráter formal. O segundo tipo é a

reunião de discussão e possui a finalidade, por meio cooperativo, de promover a

solução de problemas práticos ou a formulação de diretrizes. Essa pode ser

realizada através de seminários, mesa redonda, simpósio e debate. A vantagem

desse veículo é a possibilidade da interação entre as pessoas, evitando ruídos na

comunicação. Sua desvantagem é que seu excesso pode trazer desânimo.

• Eventos: é um acontecimento planejado que acontece em uma determinada data

e local. E a comunidade ou grupo se mobiliza e envolve com o intuito de integrar,

difundir e sensibilizar os participantes para os objetivos (pretendido). Sua

vantagem é proporcionar uma aproximação entre a empresa e os seus públicos.

Sua desvantagem é alto custo, pois envolve certo número de profissionais.

(KUNSCH, 1997).

• Visitas: também conhecido como política de portas abertas. Possui como objetivo

apresentar as atividades da empresa para determinados públicos Sua vantagem

consiste em contato pessoal direto estabelecido pela organização e os seus

públicos.

Page 23: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

23

De acordo Ferreira (1994), existe ainda as seguintes ferramentas de

comunicação dirigida:

• Barra do Hollerith: um instrumento utilizado quando se deseja passar uma

informação comum a todos os funcionários seja ela didático-educativa ou

informativa. É um veículo com grande audiência, pois, geralmente, fazem leituras

minuciosas desse, pois, ele vem no rodapé do contra-cheque. As mensagens

precisam ser curtas e objetivas. Sua vantagem é a certeza do recebimento. E a

sua desvantagem é que pode ficar ocioso, após a entrega pode ficar sem ser

utilizado.

• Manual de Integração: sua finalidade é de integrar o funcionário ao ambiente do

trabalho, deixando claros seus direitos e deveres. Precisa está atualizado

condizente com os objetivos e normas da empresa. Sua vantagem é a

padronização dos procedimentos da empresa. E sua desvantagem é que pode

levar à eliminação do Rito de Iniciação ou Passagem. (VILAÇA, 2004).

• Quadro de Avisos: é um veículo de comunicação utilizado nas empresas para

transmitir, aos funcionários, informações gerais. (ANDRADE, 1965). Sua

vantagem é agilidade nos avisos. E sua desvantagem que o uso inadequado

pelas organizações está banalizando o meio, E com isso proporciona a

descredibilidade das pessoas perante o veículo.

• Jornal Mural: suas características são: programação editorial/pauta diária,

programação visual (recursos gráficos, fotos e ilustrações). Sua vantagem é que

pode ser transformado em outdoor, ou painel e também proporciona o hábito de

leitura. Sua desvantagem é uma mídia de apoio e por isso não pode ser usada

isoladamente.

• Caixa de sugestões: consiste em uma caixa onde sugestões são colocadas

mediante o preenchimento de um formulário. Sua vantagem é que estimula o

Page 24: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

24

público em participar das atividades da empresa. E sua desvantagem é que

precisa de um feedback rápido para o meio continuar com a credibilidade.

• Vídeo Empresarial: o vídeo apresenta de melhor forma a empresa, pois, ao

mostrar em imagens, música e texto a comunicação, revela o seu perfil. As

modalidades do vídeo podem ser vídeo conferência; vídeo release. Sua

vantagem é o dinamismo que o instrumento proporciona. Sua desvantagem é

alto custo em produzi-lo.

De acordo com Ferreira (1994), a comunicação dirigida é uma área que já vem

sendo estudada há tempos pelos profissionais de relações públicas desde a década de

70, os quais utilizam de suas ferramentas para formar e orientar seu público de interesse,

porém só atualmente que vem sendo reconhecida por outros profissionais como uma

forma de se relacionar mais estreitamente com seus clientes.

Não só as empresas, mas também os veículos de comunicação começam a

perceber a necessidade de atingir a públicos específicos, e então começam a ser

desmassificados com o surgimento da comunicação dirigida, que passa a ocupar um

espaço próprio e característico, delimitado por seu campo de atuação e alcance. Os

avanços tecnológicos estarão com grandes inovações futuramente, impondo aos

profissionais a utilização de seus potenciais, para adequar seus conhecimentos teórico-

práticos às contingências do próximo milênio. (FERREIRA, 1994).

Page 25: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

25

2.2. MARKETING

Segundo Richers, “o berço do marketing encontra-se nos Estados Unidos, e sua

difusão pelo mundo foi relativamente lenta. Mesmo na Europa, o marketing só foi aceito

após a Segunda Guerra Mundial.” (2000, p. 4).

De acordo com Las Casas (2001), o termo marketing em 1953 no Brasil foi

traduzido por mercadologia, porém, o termo em inglês significa ação no mercado com a

idéia de não somente estudar o mercado, mas também de praticar as atividades e ações

mercadológicas.

Em 1965 a Ohio State University, definiu marketing como “o processo pelo qual a

estrutura de demandas para bens econômicos e serviços é antecipada ou abrangida e

satisfeita através da promoção, troca, e distribuição física de bens e serviços.” (COBRA,

2000, p. 23).

Com o desenvolvimento do mundo dos negócios, houve necessidade de

concentrar definições mais atualizadas para o entendimento dos interessados que

surgiam em cada época. (KOTLER, 2000).

Em 1978, Hass, definiu marketing como “o processo de descoberta e

interpretação das necessidades e desejos do consumidor para as especificações de

produto e serviço.” (ap. COBRA, ib., p. 27).

De acordo com Kotler, é necessário estabelecer entre as diversas definições de

Marketing uma distinção entre definições sociais e gerenciais. Uma definição social é

“Marketing é um processo social por meio do qual, pessoas e grupos de pessoas obtêm

aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação de produtos e serviços de valor

com outros.” (Ib., p. 29, 30).

Page 26: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

26

A American Marketing Association com relação à definição gerencial oferece a

seguinte definição: “Marketing (administração de) é o processo de planejar e executar a

concepção, a determinação de preço, a promoção e a distribuição de idéias, bens e

serviços para criar negociações que satisfaçam metas individuais e organizacionais.” (ap.

KOTLER, ib., p. 29, 30).

Essas modificações no conceito de Marketing surgiram devido às mudanças nos

comportamentos de consumidores, e também devido ao reconhecimento de que o

conceito de marketing poderia ter aplicações que ultrapassam os limites de atuação

comercial da empresa, tornando-se também função social e cultural, apoiando ações que

procuram formas de fortalecer suas estruturas, promovendo produtos, marcas e

organizações. (RICHERS, ib.).

Sendo assim marketing engloba todas as atividades concernentes às relações de

troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidade dos consumidores, visando

alcançar determinados objetivos de empresa ou indivíduos (LAS CASAS, 2001). Da

mesma forma, Churchill Júnior e Peter concordam dizendo que “a essência do marketing

é o desenvolvimento de trocas em que à organização e clientes participam

voluntariamente de transações destinadas a trazer benéficos para ambos.” (2000, p. 4).

Para Kotler, “marketing é a ciência e a arte de explorar, criar e proporcionar valor

para satisfazer as necessidades de um mercado-alvo com rentabilidade.” (Ib., p.13).

Segundo McCarthy e Perreault (1997), estão incluídas na definição do conceito

de marketing três idéias básicas, que são:

• A satisfação do consumidor: ainda hoje existem empresas que têm a orientação

de produção, preocupando-se apenas em fabricar quaisquer produtos e depois

tentar vende-los, achando que o cliente existe somente para comprar a produção

da empresa e gerar lucro. No entanto, uma empresa bem sucedida tem sua

Page 27: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

27

orientação voltada para o marketing, e tenta fabricar o que os consumidores

necessitam; assim, tentam obter a satisfação do consumidor.

• Esforço total da empresa: todos devem agir em conjunto, pois a produção de um

departamento da empresa pode ser o input de outro, por isso o esforço total da

empresa deve estar direcionado para o que os clientes desejam, e não para o

que cada departamento gostaria de fazer.

O marketing ultrapassou os limites da atuação comercial das empresas para se

tornar atividade-irmã das funções sociais e culturais, em apoio a todas as ações humanas

procurando formas de ampliar e fortalecer suas estruturas, promovendo uma marca, um

produto, ou a própria organização. (RICHERS, ib.).

2.2.1. Marketing Cultural

“Marketing cultural é a atividade deliberada de viabilização físico-financeira de

produtos serviços que, comercializados ou franqueados, venham atender às demandas

de fruição e enriquecimento cultural da sociedade”. (MACHADO NETO, 2004).

De acordo com Melo Neto (2003), é praticamente impossível encontrar uma

atividade cultural que não esteja vinculada ao apoio de alguma instituição privada, as

quais visam criar um relacionamento mais estreito com seus clientes e atraí-los até a

empresa.

Na atualidade o marketing cultural é uma ferramenta muito eficaz na divulgação

de produtos e empresas. Difundir a cultura com responsabilidade social, e propagá-la

para toda sociedade, é uma das novas estratégias do mercado. (MACHADO NETO,

2004).

Page 28: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

28

Segundo Pires (2002), “marketing cultural é uma ferramenta de comunicação,

muito útil para agregar valor à imagem das empresas que proporcionam os recursos

monetários, intelectuais e até mesmo morais, para a execução de projetos pertinentes à

sociedade”.

Para Lisboa (2001), o marketing cultural é um mecanismo que possibilita um

alcance real dos consumidores, então, estes estarão optando por produtos

diferenciados, e darão mais valor aos produtos de empresas que estiverem

comunicando-se de forma personalizada com o mercado.

Marketing Cultural “é o conjunto de ações de Marketing utilizadas no desenvolvimento de um projeto cultural”, aplicadas tanto em relação aos objetivos e critérios que orientam a concessão de fundos como quanto aos procedimentos para arrecadação de recursos. (VAZ, 1995, p. 217).

“O Marketing Cultural estimulado por leis federais e estaduais está ganhando

cada vez mais espaço, como marketing institucional [grifo do autor], e tem sido mais

utilizado por grandes empresas”. (SANT’ANNA, 2001, p. 19).

“O marketing cultural ainda não é muito utilizado por muitas empresas de médio e até grande porte, por desatualização quanto aos benefícios a médio e longo prazo da presença institucional em eventos desta natureza, e, também pela má compreensão do que sejam estas formas de marketing.” (SANT’ANNA, 2001,p. 19).

De acordo com Lisboa (2001), o marketing cultural possibilita as empresas

identificarem semelhanças de públicos e características que esses grupos artísticos

possuem, para assim, decidir aonde deseja ter atrelada sua imagem corporativa. Com

isso além de conseguir uma comunicação com seu público, as empresas reforçam sua

imagem, valorizando a identidade de cada público e suas diferenças.

Page 29: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

29

“No marketing cultural os objetivos visam á conquista, consolidação e aumento

da simpatia pela empresa”. (SANT’ANNA, 2001, p. 20).

Para que o marketing cultural exista deve haver uma estratégia de troca: trocam-

se recursos de patrocínio por retorno institucional. Ao fortalecer sua imagem, a empresa

estabelece sua simpatia com o público e a sociedade em geral , e claro aumenta a venda

de seus produtos ou serviços. ( VIVA, 2003)

Em marketing cultural segundo Pires (2002), não existem um padrão a ser

seguido que sirva para qualquer empresa que esteja interessada em patrocinar

determinado evento, se isto acontecer irá aparecer aquele que pode gastar mais. Os

projetos devem ser apresentados de forma clara, especificando quais os resultados que a

empresa poderá obter e também assumindo os riscos, pois, aqueles que somente

estiverem interessados em benefícios fiscais estarão praticando mecenato e não

marketing cultura.

O marketing cultural é uma estratégia utilizada pela empresa para que através de

patrocínios a projetos culturais, agreguem valor às suas imagens e marcas, é na verdade

uma vertente do marketing institucional, e sendo assim, tem a ver com a sua marca, sua

identidade, e os valores subjetivos associados à organização. ( VIVA, 2003)

2.2.1.1. Investimento Cultural no Brasil em 2007

De acordo com o IEG Sponsorship Report, 11,4 bilhões de dólares seriam gastos em patrocínios na América do Norte em 2004, sendo 69 por cento desse valor reservado para esportes, 10 por cento para turnês e atrações de entretenimentos; 7 por cento para festivais, feiras e eventos anuais; 5 por cento para artes e 9 por cento para o marketing de causas. (KOTLER, 2006, p. 590).

Page 30: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

30

Englobando as áreas esportiva, social, ambiental e cultural, os patrocínios

empresariais movimentam no mundo U$ 27 bilhões por ano, sendo US$ 700 milhões no

Brasil, que correspondem a 7% do orçamento de comunicação das nossas empresas.

(MUYLAERT e SARKOVAS, 2005).

GRÁFICO 1 – INVESTIMENTOS EM CULTURA POR REGIÃO – 2007

0,00

200.000.000,00

400.000.000,00

600.000.000,00

800.000.000,00

Centro Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul

S1

INVESTIMENTOS EM CULTURA POR REGIÃO EM 2007

FONTE: Ministério da Cultura – Estatística. NOTA: Gráfico baseado nos dados de captação de recursos por ano, região e UF.

No Brasil, os investimentos em cultura vêm ganhando maior impulso através da

legislação de fomento à cultura. Quando se compara aos grandes investidores mundiais,

pode-se indentificar que as empresas que atuam no âmbito nacional caminham, mesmo

que lentamente, para que esse cenário se modifique. ( SARKOVAS, 2004)

No Brasil a região que mais investiu em cultura em 2007 é a Sudeste, seguindo a

Região Sul, Nordeste, Centro Oeste e Norte, respectivamente, conforme ilustrado na

tabela abaixo.

Page 31: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

31

TABELA 1: CAPTAÇÃO DE RECURSOS POR ANO, REGIÃO E UF.

2.007 2.008 Centro Oeste 26.343.760,11 2.306.686,30 Distrito Federal 17.739.810,53 2.087.652,51 Goiás 3.926.784,00 189.885,51 Mato Grosso 2.035.588,34 29.148,28 Mato Grosso do Sul 2.641.577,24 Nordeste 60.335.653,31 8.454.467,16 Alagoas 1.438.906,36 10.000,00 Bahia 24.783.547,16 3.733.402,45 Ceará 8.178.044,57 1.492.541,25 Maranhão 2.321.826,05 Paraíba 671.050,00 387.513,88 Pernambuco 17.170.549,90 2.183.837,58 Piauí 524.825,00 198.172,00 Rio Grande do Norte 1.051.344,27 Sergipe 4.195.560,00 449.000,00 Norte 7.792.757,93 510.829,23 Acre 593.448,29 Amapá 160.000,00 Amazonas 1.622.230,39 55.209,00 Pará 3.613.069,51 371.112,23 Rondônia 446.508,00 84.508,00 Roraima 95.000,00 Tocantins 1.262.501,74 Sudeste 769.202.705,00 73.661.671,24 Espírito Santo 7.638.096,86 241.000,00 Minas Gerais 110.981.326,87 5.794.930,63 Rio de Janeiro 220.366.702,85 29.597.821,33 São Paulo 430.216.578,41 38.027.919,28 Sul 98.517.328,09 10.840.632,70 Paraná 21.504.569,75 2.359.970,27 Rio Grande do Sul 58.268.876,24 7.284.050,51 Santa Catarina 18.743.882,10 1.196.611,92 Totalizando 962.192.204,44 95.774.286,63

FONTE: Ministério da Cultura – Estatística.

2.2.1.2. Incentivos Fiscais

Segundo Angelete (2004), o apoio cultural sempre foi interesse das empresas,

porém no Brasil foi intensificado com a promulgação da Lei Sarney (Lei Federal 7.505), a

qual financiava grande parte dos custos dos projetos culturais, beneficiando as empresas

Page 32: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

32

que investissem na cultura com redução de impostos. Em 1990, com a supressão dos

incentivos fiscais pelo governo Collor esta lei parou de vigorar.

Para Brant (2001), o incentivo cultural surgiu quando o governo percebeu o

potencial econômico empresarial, e também a possibilidade de transferência de parte da

responsabilidade pela promoção cultural e social do governo para as empresas e para a

própria sociedade.

De acordo com Brant (2001), para acalmar os ânimos inflados da classe artística

na era Collor e resolver os defeitos da recém-extinta Lei Sarney, foi criada em 1991 a Lei

Rouanet (Lei 8.313).

A Lei Federal Rouanet, segundo Angelete (2004), estabeleceu a seguinte

estrutura de incentivo cultural:

Fundo Nacional da Cultura: recebe recursos de diversas instituições, públicas e

privadas, repassando-os a projetos de natureza comunitária ou de caráter experimental

que, sem o financiamento público, dificilmente despertariam o interesse do investidor

privado.

Mecenato: consiste em apoiar pessoas físicas e jurídicas, que realizam doações

ou patrocínios diretamente a projetos culturais aprovados pelo Ministério da Cultura.

Fundo de Investimento Cultural e Artístico (FICART): é destinado à captação de

recursos no mercado financeiro mediante oferecimento de quotas de fundos em

condomínio administrados por instituições financeiras fiscalizadas pela Comissão de

Valores Mobiliários (CVM). Remuneram os investidores com juros e dividendos por isso

os valores das quotas do FICART não podem ser abatidos do Imposto de Renda. Este

tipo de investimento tem grande valia por reconhecer o caráter lucrativo da cultura.

Áreas Culturais Incentivadas: as doações e patrocínios devem incentivar

qualquer projeto cultura que estejam relacionados às áreas: teatro, dança, ópera, circo,

Page 33: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

33

cinema, vídeo, fotografia, discografia, música, literatura, artes plásticas, artesanato,

folclore, rádio, televisão e acervo patrimonial.

Limites para o Investimento: As doações e patrocínios são descontados do

Imposto de Renda devido pelas pessoas físicas e jurídicas da seguinte forma.

Pessoas físicas: até 80% do valor da doação ou 60% do patrocínio, desde que

não ultrapasse a 6% do imposto devido no ano.

Pessoas jurídicas: - até 100% da doação ou do patrocínio a projetos especiais,

limitados a 4% do imposto devido - até 40% da doação ou até 30% do patrocínio aos

demais projetos, limitados a 4% do imposto devido.

Patrocínios e doações não são abatidos do lucro da empresa quando promovem

os seguintes segmentos culturais: Artes cênicas; Livros de valor artístico, literário ou

humanístico; Música erudita ou instrumental; Exposições de artes visuais.

Doações de acervos para bibliotecas públicas, museus, arquivos públicos e

cinematecas, bem como treinamento de pessoal e aquisição de equipamentos para a

manutenção desses acervos.

Produção de obras cinematográficas e videofonográficas de curta e média

metragem e preservação e difusão do acervo audiovisual.

Preservação do patrimônio cultural material e imaterial.

Produção de obras cinematográficas e videofonográficas brasileiras

independentes de telefilmes, minisséries, documentais, ficcionais, animações e de

programas de televisão de caráter educativo e cultural.

Em 1993, atendendo as reivindicações dos cineastas, foi promulgada a Lei do

Audiovisual, a qual contribuiu para intensificar os investimentos na cultura, sendo a

grande responsável pelo renascimento do cinema brasileiro. (ANGELETE, 2004). A lei do

Audiovisual se tornou a preferida por patrocinadores interessados principalmente em

retornos financeiros, pois com investimento aplicado em audiovisual como despesa

Page 34: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

34

operacional, o patrocinador passou a ter um ganho operacional de 34%, sobre o valor

investido. Além disso, o patrocinador também se torna sócio do projeto, adquirindo

número de cotas proporcional ao patrocínio por ele concedido (BRANT, 2001).

De acordo com Brant (2001), a única maneira que o ministério da Cultura atuou

para ampliar os incentivos fiscais a uma base maior de produções culturais (artes cênicas,

música instrumental, doações a museus e bibliotecas, exposições itinerantes de artes

plásticas) durante 10 anos de vigor da Lei Rouanet, foi o benefício do desconto de 100%

no IR (sem a possibilidade de abatimento como despesa operacional).

Sarkovas (2004), acredita que o incentivo fiscal é o jeito que o Brasil criou de

fazer financiamento público, e que este dinheiro deveria ser canalizado para instituições

de interesse público. Ainda segundo Sarkovas (2004), estamos trocando a possibilidade

de ter uma política pública de artes cênicas, uma política de estímulo à leitura, de

desenvolvimento do cinema brasileiro, por uma transferência de dinheiro pulverizado e

com motivações que não passam necessariamente pelo interesse público.

Brant (2001), já falava que o mercado considera e percebe os efeitos positivos

das leis de incentivo, porém o que precisamos, é que o patrocínio conceda formação de

uma cultura brasileira participativa, abrangente, multifacetada, que responda às

necessidades culturais do país.

Brant (2001), ainda afirma que na prática as leis de incentivo a cultura favorecem

poucos, e aqueles que, na verdade, não necessitariam tanto de incentivo. Verdadeiras

fortunas foram gastas com produções que trouxeram pouco ou nenhum resultado

sociocultural. A produção voltada para os interesses do conjunto da população, para o

desenvolvimento social e para o acesso e formação culturais das populações menos

privilegiadas ainda é um sonho a ser conquistado.

Para Machado Neto (2004), as instituições culturais públicas ao invés de ficarem

esperando que apareça uma verba para sua divulgação, necessitam tomar uma atitude de

Page 35: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

35

marketing, por exemplo, um museu federal, um teatro estadual ou um centro cultural

municipal devem proceder a uma auto-análise mercadológica para verificar quem são

seus concorrentes e onde devem buscar orientações para que dessa forma consigam se

destacar neste mercado.

A análise dos projetos realizados atualmente na maioria das comissões

responsáveis por verificar projetos que terão direito ao incentivo fiscal restringe-se

basicamente ao orçamento e à forma de enquadramento do projeto. É necessário que

sejam aperfeiçoados de modo que se observem os preceitos constitucionais das

finalidades e gestão das verbas públicas. (BRANT, 2001).

Brant (2001), sugere que esta análise seria mais eficiente se levasse em

consideração os critérios de avaliação de conteúdo descritos abaixo, estes receberiam

pontuação e pesos diferenciados, para que assim, as cotas de incentivos fossem

decididas com maior parcialidade, os projetos que tivessem atendido a grande parte dos

critérios artísticos, mas não oferecesse contrapartidas sociais, receberia

proporcionalmente menor volume de incentivos.

Seguem abaixo os critérios que de acordo com Brant (2001), deveriam ser

analisados.

CONCEITO: inventividade, ineditismo, originalidade, qualificação técnica da

equipe de criação/produção e capacidade do projeto de provocar individual ou

coletivamente o desenvolvimento da sensibilidade e da consciência estética, ética e

social.

PESQUISA: referência do produto cultural ao conhecimento existente e

capacidade de criação do novo, o que implica pesquisa e investigação teóricas e técnicas

e a proposição de uma manifestação original.

CUSTO: relação custo/benefício compatível, que concilie a disponibilidade

orçamentária com a dimensão do projeto.

Page 36: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

36

AUTORIA: valorização do projeto cultural desenvolvido com autoria própria.

REPERTÓRIO: priorização dos trabalhos de repertório que provoquem

desdobramentos e desenvolvimento cultural cumulativos.

FORMAÇÃO DE PÚBLICO: sensibilização e formação de novo público,

buscando-se o envolvimento deste num processo de crescimento do interesse pela

cultura.

BENEFÍCIO SOCIAL: capacidade do empreendedor cultural de retribuir o

incentivo fiscal em contrapartida de interesse social.

ACESSO: Disponibilidade do bem cultural às várias regiões e classes sociais.

PROFISSIONALIZAÇÃO: Contribuição do projeto para a formação e

desenvolvimento profissional do setor.

DEMOCRATIZAÇÃO: possibilidade de reprodução e divulgação por diversos

meio para públicos que não são atingidos diretamente pela produção cultural.

Para Angelete (2004), apesar de alguns patrocinadores apoiarem mais projetos

culturais somente pela redução de seus impostos, outros perceberam as vantagens

competitivas que estes podem beneficiar a empresa, tais como: usar esses apoios como

estratégia de marketing da empresa ou de determinado produto; as campanhas de

marketing através de apoio cultural têm menor custo que outras formas de campanhas

promocionais; investidores culturais sempre são vistos com simpatia pela sociedade, no

entanto, o benefício mais importante é do patrocinador contribuir para o bem estar social e

preservação do patrimônio e da cultura da nossa sociedade.

Page 37: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

37

2.3. EVENTOS

“Muitos profissionais de marketing acreditam que o programa de marketing que

acompanha um patrocínio de evento, no fim das contas, é o que determina o seu

sucesso.” (KOTLER, 2006. p. 592).

“Qualquer atividade que junte negócios e consumidores potenciais em um

ambiente interativo qualifica-se como um evento de marketing” (TYNAM, 1995, p. 161).

Ambientes interativos são aquelas situações em que um patrocinador tem a

chance de fazer contato com o consumidor, ou através da oferta de uma amostra do

produto, ou participando de uma atividade, ou simplesmente participando do estilo de vida

do consumidor. (TYNAM, 1995).

Para Britto e Fontes (2002), o evento está sendo utilizado, hoje, como um dos

instrumentos mais viáveis e de maior sucesso em comunicação.

Num mercado cada vez mais globalizado, os eventos se configuram como uma

das principais estratégias de comunicação institucional e mercadológica, criando

conceitos, tentando estabelecer a imagem da instituição, empresa ou organização. (ZAN,

2006).

Para Kotler, (2006) um evento ou uma experiência quando bem escolhido pode

ser visto como extremamente relevante á medida que o consumidor se torna

pessoalmente envolvido.

Embora normalmente restrito a um período breve, o evento tem como principal

trunfo a forte concentração de tensões e atenções criadas pela expectativa em torno de

personalidades e situações circunstanciais. Tem impacto e conseqüentemente

repercussão. (VAZ, 1995, p. 234).

Page 38: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

38

“Um evento especial cuidadosamente desenhado pode alcançar a audiência

certa e reforçar a mensagem através da cobertura ampliada na mídia.” (TYNAM, 1995, p.

148).

“Ao se tornar parte de um momento especial e mais relevante na vida pessoal

dos consumidores, os eventos podem ampliar e aprofundar o relacionamento da empresa

e o mercado – alvo” (KOTLER, 2006, p. 590).

Em eventos de grande de oportunidade, a marca do patrocinador reforça a sua imagem de liderança e competitividade. Nos eventos de grande porte, as marcas dos patrocinadores são vistas como parte do grande espetáculo. O sucesso e a grandiosidade do evento as tornam marcas notórias. (MELO NETO, 2003, p. 258).

Pode-se concluir que o patrocínio a um determinado evento, considerado como

uma ação estratégica dentro do seu planejamento de comunicação implica um

planejamento focado em conceito, imagem, identidade, cultura e posicionamento da

marca patrocinadora. (VAZ, 1995).

É através dos eventos que os patrocinadores obtém uma proximidade com seus

clientes atuais, estabelece comunicação e cria fidelidade a sua marca num ambiente de

interatividade. Podemos dizer que o evento é um instrumento de marketing do

patrocinador quando atinge o público alvo desejado; divulga a sua marca; promove o seu

produto; potencializa suas vendas e contribui para a expansão e a conquista de novos

mercados. (MELO NETO, 2003).

“O patrocínio quase sempre oferece a exposição sustentada da marca, condição necessária para construir seu reconhecimento. Escolhendo com habilidade os eventos ou atividades a serem patrocinados, a identificação com um produto – e, portanto, a lembrança da marca- também podem ser aprimoradas”. (KOTLER, 2006, p. 591).

Page 39: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

39

Um evento ou acontecimento como técnica promocional pela organização deve

advir da conclusão de uma análise mercadológica, englobando mercado, concorrência e

produto, bem como os demais elementos que compões o mix de marketing. Isso

possibilita estabelecer em conjunto, uma diretriz de comunicação como suporte a um

planejamento estratégico de uma ação de patrocínio diante a realidade da empresa.

Assim a empresa vai utilizar da associação direta com o evento, para atingir seus

objetivos corporativos, de marketing ou de comunicação. (ZAN, 2006).

Um “evento ideal” será, portanto, aquele (1) cujo público corresponda bem ao mercado desejado, (2) que gere atenção favorável, (3) que seja singular mas não esteja envolvido com muitos patrocinadores, (4) que fique disponível às atividades de marketing auxiliares e (5) que reflita ou aprimore a marca do patrocinador. (KOTLER, 2006, p. 592).

Para Kotler (Ib.), o patrocínio a um evento é considerado um meio de melhorar a

idéia de que a empresa é simpática, bem sucedida e assim por diante . Afirmando ainda

que as sensações provocadas por um evento quando empolgante ou recompensador

também pode ser associado indiretamente a marca.

O mais importante é a empresa estabelecer um planejamento de patrocínio para

sua marca, baseado em seus atributos, no público que quer atingir e no orçamento

disponível. Assim o patrocínio torna-se uma ferramenta de comunicação estratégica.

(SARKOVAS, 2004).

Os objetivos de marketing e a estratégia de comunicação que foram definidos para a marca devem ser cumpridos pelo evento. O público por ele atendido deve corresponder ao mercado-alvo da marca. O evento deve contar com suficiente conscientização, possuir a imagem desejada e ser capaz de criar os efeitos desejados nesse mercado-alvo. Os consumidores devem atribuir imagens favoráveis ao patrocinador por seu envolvimento no evento. (KOTLER, 2006, p. 592).

Page 40: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

40

Categóricos, D’Alessandro e Owens (2002) afirmam que eventos não é um jogo

suave, e tem regra duras. O departamento de marketing ou comunicação de uma

empresa deve escolher somente patrocínio a eventos que adicionem brilho a sua marca,

e negociar agressivamente o valor do patrocínio, usando-o para criar uma plataforma de

marketing consistente, assegurando-se de que o mesmo lhe traga um retorno real.

Patrocínio a eventos é antes de tudo uma proposta de negócio, e quanto mais for

tratado como tal, mais provará ser o melhor investimento para o sucesso a longo prazo de

sua marca. (D’Alessandro e Owens, 2002).

O patrocínio de eventos é um processo de comunicação integrada que

corresponde a atitude de uma marca. Ele é particularmente eficiente para construir a

reputação da marca. (SARKOVAS, 2004).

2.4. MARCA

“Marcas fortes criam mais confiança e conforto e uma imagem de melhor

qualidade do que marcas menos conhecidas.” (KOTLER, 2004, p. 65).

“Naturalmente, reconhecimento da marca pode ser um dos objetivos do

patrocínio”. (D’ ALESSANDRO e OWENS, 2002, p. 83).

Há mais de uma década, fatores de mercado induzem as empresas a associar

suas marcas a ações de interesse público em múltiplos campos. O império das marcas

beneficia as formas de comunicação envolventes, que emocionam, que expressam

atributos autênticos. (SARKOVAS, 2002).

Page 41: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

41

Para Kotler (2004), uma marca é uma promessa de valor, ela é um ativo de

marketing com um valor de mercado real, e torna-se o conceito organizador para todas as

atividades da empresa que giram em torno da marca.

O valor de uma marca pode ser positivo ou negativo, dependendo de como os

consumidores percebem o seu significado; oferecendo ainda maior valor aos clientes por

ajudá-los a interpretar informações sobre os produtos, dando-lhes a confiança em suas

decisões de comprar a marca e aumentando sua satisfação, assegurando-os de que terão

qualidade ao decidirem suas compras. (CHURCHILL JÚNIOR e PETER, ib.).

A atitude de uma pessoa em relação a uma marca pode variar da aversão á indiferença, assando por uma pequena preferência, por uma forte preferência e pela devoção. Todo mundo tem marcas preferidas, mas poucas marcas criam fãs dedicados. (KOTLER, 2005, p. 71).

Abaixo da linha existe um universo onde as marcas gravitam em torno das ações

culturais, sociais, ambientais e esportivas para atrair os público de seu interesse e

expressar os atributos que compõem sua identidade. (SARKOVAS, 2001).

A marca deve desenvolver profundas associações positivas em relação a ela,

não podendo ser tratada apenas como um nome. As marcas bem reconhecidas facilitam

as compras. A aceitação da marca deve ser obtida com um bom produto e promoção

regular. A promoção de marca traz vantagens para os fabricantes principalmente ao grau

de reconhecimento da marca. (McCARTHY e PERREAULT JÚNIOR, ib.); (KOTLER, ib.).

A associação da marca a programas artísticos, eventos esportivos, projetos

comunitários e causas ambientais concretiza sua comunicação. A marca faz parte de

ações e questões que mobilizam, emocionam, agradam, interessam e envolvem

diretamente as pessoas. (SARKOVAS, 2001).

Page 42: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

42

A marca precisa criar um impacto que permaneça o suficiente na memória do

consumidor para ser reconhecida no próximo contato. (RICHERS, 1996, p.192).

Kotler (2006) nos diz ainda que, para que uma marca seja sólida, robusta ou uma

grande marca é necessário que tenha cinco dimensões: 1) Uma marca deve trazer à

mente determinados atributos, como as características do produto, seu estilo e assim por

diante; 2) Deve sugerir fortemente um ou mais benefícios fundamentais; 3) Se a marca

fosse uma pessoa, visualizaríamos as características da mesma; 4) A marca deve sugerir

algo sobre o sistema de valores da empresa; 5) A marca deve sugerir um retrato dos seus

usuários. Os profissionais de Marketing devem desenvolver esses cinco fatores para

tornar uma marca robusta.

“Promover um nome de marca eficazmente pode levar a construção de uma forte

imagem da empresa, atrair clientes leais e lucrativos, ajudar os segmentos de mercado e

facilitar a introdução de novos produtos.” (SANDUSHEN, ib., p. 378).

O campo de comportamento do consumidor estuda como as pessoas, grupos e organizações selecionam, compram, usam e descartam artigos, serviços, idéias ou experiências para satisfazer suas necessidades e seus desejos. (KOTLER, ib., p. 182).

2.5. MECENATO EMPRESARIAL

O assunto inicial para qualquer esboço sobre marketing cultural passa

obrigatoriamente pelo referimento do mecenato.

A origem do protecionismo praticado pelo poder dominante está indissoluvelmente ligada á figura de Caio Mecenas, político romano que viveu no início da Era Cristã, tendo exercido o cargo de ministro durante o reinado de Otávio Augusto. Em sua gestão estimulou e patrocinou amplamente a produção artística e cultural,

Page 43: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

43

encomendando obras que louvassem e reafirmassem o poderio do Império. Poeta, convivendo com artistas do porte Horácio, Virgilio e outros, Mecenas influenciou o Imperador a assumir uma política de proteção às artes, que provocou o desenvolvimento de um período altamente criativo, hoje considerado a época de ouro do classicismo romano. (VAZ, 1995, p. 215).

Para ALMEIDA e DA-RIN (1992), esse entendimento conservar-se ileso até o

séc. XV, quando começou a insurgir na Europa renascentista diferente tipo de mecenato,

voltado a abastecer as famílias com maior patrimônio da época, do maior número de

produções artísticas que fosse possível. Outro momento de forte atuação do mecenato,

apresentado pelo mesmo, deu-se no início do século XX nos Estados Unidos da América,

onde, grandes fortunas provenientes da Europa e estabilizadas no continente que

despontava, passaram a usar dos mesmos mecanismos de legitimação perante a

comunidade. Surgem assim, as grandes obras de arte norte-americanas e as atenções

artísticas, que antes estavam voltadas para Paris, e passam nesse momento a apontar

também para Nova Iorque.

“As variações históricas pelas quais passou o mecenato resultaram das

mudanças no centro do poder, e, conseqüentemente, da relação entre o poder e a

cultura.” (VAZ, 1995, p. 215).

O princípio da participação das empresas nas atividades artísticas, mesmo como

atividade beneficente, incidiu na década de 1960. Embora alguns empresários

despontarem como incentivadores desse tipo de atividade, prevalecia nas organizações a

visão de que a cultura não precisava e nem justificava os “donativos” proporcionados

pelas organizações. (REISS, 1975).

O mecenato consiste num caráter filantrópico, altruísta e desinteressado de

empenhamento no desenvolvimento cultural e social do país, conceito este que decorre

dum juízo de mecenas como o “protetor das letras e das artes ou dos sábios e artistas”

(FERREIRA, 1999).

Page 44: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

44

Em tempos de concorrência, DORDOR (2007), nos diz que o mecenato já é

reconhecido como ferramenta promocional de uma organização, manifestando que do

contrario de caridade ele visa reconhecimento e visibilidade.

O mecenato empresarial não existe, pois, em si próprio, contraria a natureza, a

lógica e a missão das empresas já que nenhuma desiste, seja em que conjuntura for, de

ter determinada forma ou espécie de retorno, seja ele também qual for. O mecenato

empresarial traduz-se, na maior parte dos poucos casos em que é utilizado, na aquisição

de publicidade (imagem corporativa) ou de reconhecimento social o qual, como é óbvio,

só existe se o financiamento ou apoio for conhecido e amplamente divulgado. (MELO

NETO, 2003).

O que se pode entender é que a atividade do mecenas evoluiu atualmente para o

trabalho de produtor cultural, seja ele o idealizador, o patrocinador, ou produtor de

atividades culturais, que aplicam estratégias do marketing cultural abrindo novos canais

de comunicação. (DORDOR, 2007).

As empresas não patrocinam projetos culturais por caridade e sim para obter

retorno. Assim sendo, quem elabora uma proposta de patrocínio não deve exclusivamente

enfatizar as características culturais do projeto, que também são importantes, mas

propagar, clara e francamente, sua adequação à marca da empresa e às vantagens que

pode oferecer a ela. Um projeto de patrocínio cultural precisa ser percebido pela empresa

como uma boa solução para sua comunicação. (MELO NETO, 2003).

Page 45: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

45

QUADRO 2: MODALIDADES DE PATRONATO CULTURAL PATRONATO FAMILIAR – O artista vinculava-se a uma família em troca de hospitalidade e sustento.

PATRONATO POR CONCENTRAÇÃO E ENCOMENDA – O artista era contratado profissionalmente por uma corte ou família, que lhe conferia “reconhecimento oficial” e, à vezes, recompensa monetária por obras especialmente comissionadas.

PATROCÍNIO – Surge o conceito da obra de arte como mercadoria para ser comercializada. O patrono, como investimento e também em troca de reputação e prestígio social, oferecia apoio a iniciantes ou artistas sem recursos materiais.

MECENATO EMPRESARIAL – O patrocínio comercial evolui para a propaganda institucional. Organizações com fins lucrativos atuam como protetoras das artes.

PATRONATO PRIVADO

MARKETING CULTURAL – O apoio cultural torna-se estratégia de divulgação, de comunicação da empresa com seus diversos público.

PATRONATO PÚBLICO

Surge o conceito da manutenção das atividades culturais com recursos provenientes de tributos. O patronato insere-se na política pública e o Estado assume, principalmente por intermédio dos meios de comunicação, o suporte de parcela da atividade cultural (rádios e televisões estatais).

PATRONATO MISTO

Com a divisão do mercado de bens culturais em dois blocos distintos (cultura de mercado e culto circuito), as artes que não conseguem viabilizar-se mercadologicamente passam a ser mantidas pelo patronato privado por meio de associações, fundações e subscrições muitas vezes em comum com Estado (empresas de economia mista).

NOTA: VAZ, ib., p. 217.

2.6. PATROCÍNIO

Para Melo Neto, “o patrocínio é uma ação cujos resultados vêm afetando cada

vez mais o sucesso das estratégias de marketing das empresas”. (2003, p. 13).

Na literatura pertinente, múltiplos termos são apontados para narrar atividades

que relacionam os investimentos em projetos culturais (BECKER, 1997).

As empresas tendem a passar por três estágios de patrocínio. O primeiro, é o

beneficente, onde prevalecem as decisões por gosto pessoais. Como o investimento não

está conectado ao negócio da companhia, ganha o rótulo de caridade, mecenato,

filantropia. Depois, a empresa começa a perceber que um projeto tem mais a cara da

Page 46: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

46

empresa do que outro, que um projeto apresenta maior reciprocidade do que outro e

ingressa na segunda fase, a reativa. Conforme a oferta seleciona projetos por sua

adequação e reciprocidade. E algumas empresas, no Brasil, já ingressaram na terceira

fase, a pró-ativa, onde o patrocínio segue uma diretriz pré-formulada e integra o

planejamento estratégico da marca, sendo seus resultados medidos por pesquisa.

(SARKOVAS, 2002).

“O patrocínio inclui uma gama de atividades associadas a um processo de

comunicações planejado para utilizar o marketing do esporte e do estilo de vida para

enviar mensagens a um público-alvo”. (MULLIN, HARDY e SUTTON, 2004, p. 193).

"O patrocínio é considerado como uma relação comercial através da qual é

oferecido um apoio em troca de direitos e/ou associação”. (CARDIA, 2004).

Para Melo Neto (2003), patrocínio é a provisão de recursos por uma organização,

diretamente para um evento ou atividade, em permuta de uma associação direta com este

evento ou atividade. A organização provedora pode então usar essa associação direta

para alcançar seus objetivos corporativos, de marketing ou de comunicações.

Por sua vez o patrocínio “envolve freqüentemente dois ou mais elementos do mix

para oferecer agregação, valor, exposição e oportunidade de alavancagem para que o

patrocinador realize os seus objetivos de marketing”. (MULLIN, HARDY e SUTTON, 2004,

p. 191).

Para Vaz (1995), o patrocínio sugere uma alteração do nível das relações entre

patrocinador e patrocinado. Deixando de ser um simples favorecido de uma ação de

concessão, “o patrocinador utiliza-o como parte de sua estratégia de divulgação para

públicos de interesse da empresa, capaz de proporcionar retorno institucional competitivo

em relação a outros canais de divulgação” (VAZ, 1995, p.216).

Page 47: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

47

Desta forma podemos definir o patrocínio como “a aquisição dos direitos de afiliar

ou associar produtos, eventos e/ou marcas, com o intuito de diversificar, e/ou ampliar os

benefícios obtidos com esta associação.” (CONTURSI, 2003, p. 8).

São inúmeros os motivos pelos quais as empresas buscam associar seus nomes

ou sua marca ao patrocínio, tendo nele uma excelente ferramenta de marketing que faz

com que aumente o reconhecimento público, a imagem institucional da empresa

aumentando a credibilidade de seu produto ou serviço ou garantindo a exposição da

marca. (VAZ, 1995).

As empresas aplicam recursos próprios de comunicação para associar suas

marcas a ações de interesse público, nos campos cultural, social, ambiental e esportivo,

objetivando resultados institucionais e mercadológicos (MUYLAERT e SARKOVAS,

2005).

Para Mullin, Hardy e Sutton:

A oportunidade de capitalizar sobre a associação ou transferência da imagem torna o patrocínio atraente para as empresas como um instrumento de comunicação de marketing. A escolha de um esporte ou evento com atributos particulares pode ajudar uma empresa a conquistar uma imagem desejada que reforçará ou mudará as percepções dos consumidores sobre as mesma e os seus produtos. (2004, p. 201).

O patrocínio esta em grande expansão para ser usado como estratégia. O

patrocínio (esportivo, social, cultural, ecológico) tornou-se uma importante atividade de

comunicação de marketing empresarial, fazendo com que, as empresas aprofundem seus

conhecimentos para aplicá-los corretamente para associar sua marca positivamente.

O patrocínio seja ele cultural, social, ambiental ou esportivo, é uma ferramenta

indispensável na estratégia de comunicação das marcas, cumprindo uma função muito

importante no planejamento de comunicação. (SARKOVAS, 2002).

Page 48: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

48

2.6.1. Tipos de Patrocínio

“O patrocínio é uma estratégia de investimento promocional, seja no esporte, na

cultura, na ecologia ou na área social.” (MELO NETO, 2003, p.14).

“As modalidades de patrocínio podem ser inicialmente classificadas em

segmentos de ação institucional empresarial; o esporte, a cultura, o social e o meio

ambiente.” (MELO NETO, 2003, p.14).

Quadro 1 - As modalidades de patrocínio e de ação institucional empresarial - p. 25 mkt de patrocínio. Patrocínio

Esportivo Patrocínio Cultural

Patrocínio Social Patrocínio Ecológico

Objetivo - potencializar a marca

-valorizar a marca

-obter reconhecimento e credibilidade

- obter ganhos econômicos

Motivo Principal

- apelo junto à mídia -mercado vasto - segmentação

-segmentação -apelo junto à mídia -público classe A

- exercício da cidadania empresarial e responsabilidade social

- reconhecimento pelo uso de “tecnologia limpa“

Benefícios Principais

- divulgação da marca

-promoção da marca

- melhor relacionamento com a comunidade

- apoio da comunidade e do governo

Retorno - retorno da mídia -retorno institucional -retorno de vendas

-retorno institucional -retorno promocional - retorno fiscal

- retorno institucional

- retorno institucional - retorno econômico

NOTA: MELO NETO, 2003, p. 25.

“Os patrocinadores podem estrategicamente, identificar-se num evento de diversas maneiras, incluindo faixas, sinais e programas. Para promover um impacto maior eles normalmente complementam essas atividades com amostras, prêmios, propagandas, promoções no varejo e assessoria de imprensa”. (KOTLER, 2007, p. 592).

Page 49: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

49

Outra área de atuação do patrocínio é o comercial, que visa basicamente criar ou

manter relações comerciais existentes entre a empresa e os seus clientes ou

fornecedores.

No entanto existe ainda uma relação entre o patrocínio institucional e o patrocínio

comercial, que visa garantir um conjunto de valores. São eles os patrocínios culturais.

(CONTURSI, 2003).

Na literatura estudada pode-se perceber o direcionamento do mercado ao

selecionar as categorias para os patrocinadores culturais.

O patrocínio cultural existe quando uma ação cultural torna-se ferramenta de

comunicação de uma marca, com um grau suficiente de eficiência que justifique a

empresa investir parcela equivalente de seu orçamento de comunicação nesta ação. É

uma relação de troca, onde a empresa entra com os recursos e a organização cultural

com os benefícios tangíveis e intangíveis de comunicação institucional e/ou

mercadológica gerado por suas ações. (SARKOVAS, 2004).

Para Contursi:

Os direitos de utilização de logotipos, nomes, marcas e/ou representações gráficas, significando uma conexão do produto com o evento. Estes direitos podem ser utilizados em publicidade, promoções, propagandas ou outras atividades de divulgação que sejam empregadas pelo proprietário. (2003, p. 9).

“O direito de utilizar várias designações na conexão com um produto ou evento,

tal como ”patrocinador oficial”, “fornecedor oficial”, “produto oficial” “apoio” etc.”. “(Id., ib.,

p. 10).

No fundo o que difere um patrocínio do outro é bastante óbvio: há o patrocínio

bem feito, desenvolvido por meio de um planejamento eficaz; e o patrocínio malfeito,

Page 50: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

50

criado por impulso, por motivações de natureza pessoal ou em virtude de benefícios

fiscais. (SARKOVAS, 2004).

Em cada segmento há objetivos, benefícios e resultados diferenciados. Dentre as

diversas ferramentas promocionais, patrocínio a eventos tem se mostrado um veículo

eficaz, considerando os benefícios que confere ao patrocinador e as vantagens perante

as estratégias institucionais utilizadas pela empresa patrocinadora. (ZAN, 2006).

O patrocínio começa com a criação de um evento que possui apelo popular,

como um festival, um evento esportivo ou um programa cultural. O então organizador

procura por empresas que desejem investir na atividade em troca de uma oportunidade

de promover produtos e serviços durante o evento, ou ainda através de anúncios,

propagandas e releases anteriores ou posteriores ao evento. (TYNAM, 1995).

2.6.2. Lugar do patrocínio no mix de marketing

De acordo com Kotler (ib., p. 37), “Mix de marketing (ou composto de

marketing) [grifo do autor] é o conjunto de ferramentas que a empresa utiliza para

perseguir seus objetivos no mercado-alvo.”

O marketing mix é classificado em quatro funções básicas apresentados por E.

Jerone McCarthy que desenvolveu um modo de simplificar todos os instrumentos de uma

forma mnemônica conhecida como os 4P´s. (LAS CASAS, ib., p. 19).

Os 4P´s de marketing são denominados: produto, preço, praça (ou ponto de

venda) e promoção (do inglês product, price, place, e promotion). (KOTLER, ib., p. 37).

Page 51: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

51

Etzel, Walker e Stanton (ib., p. 60), afirmam que “juntos, esses quatro fatores

devem satisfazer às necessidades de mercado-alvo e, ao mesmo tempo, atingir os

objetivos de marketing da organização”.

“Convém que se defina primeiro a estratégia, para depois ajustar o marketing mix

a ela, porque dependendo da escolha estratégica, o composto deverá ser diferente.”

(RICHERS, ib., p.158).

De modo geral, essas estratégias, propaganda, publicidade, promoção de

vendas, merchandising, visam divulgar e gerar conhecimento do produto/empresa,

provocar consciência, a fidelidade ou preferência, de um produto, fortalecer ou criar a

imagem do produto/ empresa e, finalmente levar o público á decisão e ação de comprar.

(COSTA e TALARICO, 1996).

É função de o marketing revisar a consistência das decisões do mix de marketing

com as mensagens de comunicação e desenvolver temas promocionais particulares ao

longo do tempo através de diferentes ferramentas de comunicação. (MIDDLETON, 2002).

Em razão das suas próprias características, porém cada uma dessas ferramentas

pode e deve ser utilizada visando o objetivo específico, podendo de acordo com casa

situação ser enfatizada, descartada naquele momento, ou aplicada em conjunto com

outras, resultando em uma comunicação integrada. (COSTA e TALARICO, 1996).

A retórica adequada para esses processos é a comunicação dirigida, que usa de

vários veículos e recursos de linguagem para atingir os inúmeros nichos de mercado.

(VAZ, 1995).

A função do profissional de marketing é manipular essas variáveis para satisfazer

as necessidades do mercado em um ambiente em contínua mudança. (MULLIN, HARDY

e SUTTON, 2004, p. 192).

Com freqüência, como um componente fundamental do mix de marketing, as

promoções são referidas pelos teóricos contemporâneos como o “mix de comunicações”

Page 52: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

52

[grifo do autor]. Comparando-se com muitas outras atividades promocionais as quais são

realizadas isoladamente, as de patrocínio são integradas e formadas por uma variedade

de componentes promocionais e de marketing. (MULLIN, HARDY e SUTTON, 2004).

Os elementos tradicionais das promoções/integração de comunicações têm sido

a propaganda, as vendas pessoais, e a promoções de vendas. (CONTURSI, 2003, p. 12).

Para Mullin, Hardy e Sutton (2004), as combinações de alguns ou todos esses

componentes/elementos são inerentes às atividades de patrocínio.

Na maioria das empresas o patrocínio é uma das mídias do arsenal de marketing

e é mais bem utilizado em combinação com outras ferramentas. (TYNAM, 1995).

“Uma ação de patrocínio não substitui a publicidade ou os trabalhos de

assessoria de imprensa, promoção ou marketing direto.” (SARKOVAS, 2004).

Segundo Mullin, Hardy e Sutton (2004), o patrocínio pode ser combinado com

vendas pessoais, onde o patrocinador é associado a eventos especiais, permitindo que o

patrocinador conduza a atividade de vendas pessoal através do contato face a face com

os clientes fundamentais, também funcionando como promoção, porque está promovendo

a empresa para clientes atuais e potenciais, ou o patrocínio pode ainda ser utilizado em

uma campanha combinando a propaganda e a promoção de vendas, tendo assim uma

oportunidade de integrar uma série de elementos do mix de marketing ou comunicação.

Page 53: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

53

FIGURA 1: Um mix amplo de promoções e comunicações.

FONTE: MULLIN, HARDY e SUTTON, p. 193. VAZ, ib., p. 304.

2.6.3. Efetividade do Patrocínio

“O sucesso da patrocínio está diretamente relacionado à sua capacidade de

‘gerar publicidade’, e de ‘agregar valor à marca do investidor’.” (MELO NETO, 2003, p.

257).

“A resposta (interesse) do consumidor é vigorosamente condicionada pelo nível

de consciência em que a idéia é absorvida.” (VAZ, 1995, p. 40).

“O investidor busca na patrocínio o retorno institucional em termos de melhoria

de sua imagem, e em muitos, o retorno sobre vendas com o foco nos seus produtos e

serviços.” (MELO NETO, 2003, p. 257).

Mix de promoções/comunicações

Propaganda

Vendas pessoais

Licenciamento promocional

Promoção de vendas Publicidade

Page 54: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

54

FIGURA 2: Os fatores de sucesso do patrocínio

FONTE: MELO NETO, ib., p. 259.

Para Mullin, Hardy e Sutton (2004), muitas vezes o patrocínio tem sido utilizado

como a única meta de aumentar a consciência sobre uma empresa e seus produtos,

devido à oportunidade de capitalizar sobre a associação ou transferência da imagem,

tornando assim o patrocínio atraente para as empresas.

O patrocínio oferece oportunidades de marketing valiosas e únicas, que deveriam

ser cuidadosamente avaliadas comparando-as com as metas gerais de marketing da

empresa. O maior erro que uma empresa pode cometer é transformar-se em patrocinador

para satisfazer a vaidade de seu principal executivo, como o presidente por exemplo. Em

programas de patrocínio, como em qualquer outra despesa de comunicação e marketing,

deveria ser aplicada a mesma análise crítica com relação a resultados financeiros.

(TYNAM, 1995).

É preciso que as empresas tenham definido com clareza o que esperam de um

patrocínio ou parceria, havendo sempre um alinhamento e uma sinergia entre o patrocínio

e a estratégia global da empresa. Ainda assim é necessário examinar com minúcia os

inúmeros fatores que competem para assegurar a obtenção e mensuração dos resultados

esperados, e a garantia do sucesso apresentado no planejamento. (ZAN, 2006).

geração de publicidade mudança da imagem da marca ou produto

percepção da promoção junto ao público

garantia da visibilidade do patrocínio

sucesso do patrocínio

Page 55: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

55

Após definir os objetivos, analisar cuidadosamente diversos fatores que

concorrem para assegurar a obtenção dos resultados esperados e reduzir a margem de

riscos presentes no planejamento, quantidade do público atingido, relação custo-

benefício, deve ser algumas das tarefas que a patrocinadora deverá ter como processo

para verificação de efetividade do patrocínio. (MELO NETO, 2003).

Mesmo o evento sendo um sucesso, a audiência recordará de um ou outro

patrocinador apenas, e isto será suficiente para comprometer o resultado quanto aos

objetivos de interesse do patrocinador. (ZAN, 2006).

Na estruturação do plano de marketing deve haver um estudo profundo dos

objetivos e metas pretendidas, e dos resultados que devem ser alcançados, para que a

participação seja verdadeiramente um investimento. (SANT’ANNA, 2001).

Para Mullin, Hardy e Sutton (2004), o potencial para um contrato de patrocínio

efetivo alcança seu auge quando há uma associação entre o grupo/nicho, que a empresa

pretende atingir e o do evento, entre a imagem desejada da empresa e a imagem do

evento, ou entre as características promovidas do produto e a credibilidade da entidade

organizadora do evento ajudando a promover o produto.

Patrocínios são investimentos, e o retorno pode e deve assumir formas de

retorno concreto e positivo, como o aumento da publicidade fazendo com que as

equivalências da propaganda cubram o valor do investimento ou ainda o aumento da

estima pela sua marca. (D’ALESSANDRO e OWENS, 2002).

Com o objetivo de avaliar os resultados obtidos pelo patrocínio e a sua

efetividade, pode e deve ser desenvolvidos “instrumentos de pesquisa” com

questionários, tabulações e análise de dados, onde através da aplicação dos mesmos

possa ser elaborado um “relatório de avaliação” do patrocínio. (MELO NETO, 2003).

Page 56: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

56

3. METODOLOGIA

3.1. ESPECIFICAÇÃO DO PROBLEMA

O patrocínio envolve diferentes ações e busca resultados distintos. As ações de organização objetivam planejar e executar atividades que transformam o patrocínio num bom negócio para os patrocinadores, para os demais parceiros e para o público a ser atingido. (MELO NETO, 2003, p. 260).

O que se busca nesse trabalho de conclusão de curso é entender a possibilidade

de o patrocínio cultural ter influência em processo de visibilidade da marca, este trabalho

busca responder a seguinte hipótese:

Qual é a percepção da Copel no que se refere à contribuição do patrocínio de

eventos culturais para atingir os objetivos de comunicação da empresa?

Para alcançar esse objetivo será utilizado como instrumento estudo documental,

entrevista em profundidade para aprofundamento do estudo do patrocínio cultural da

Copel diante a contribuição para os objetivos de comunicação da empresa na visibilidade

e posicionamento da marca.

Baseados nesta representação e partindo do pressuposto já defendido pelos

autores antes citados nesta fundamentação, o patrocínio objetiva acrescentar algum valor

a marca patrocinadora. O ambiente interativo do evento patrocinado pode colaborar de

forma positiva e criativa para a associação e conscientização da marca na mente do

consumidor. As questões aqui estudadas visam colaborar para o entendimento da

ferramenta patrocínio, comprovando a necessidade de integração e diversificação na

maneira de comunicar a mensagem de marca de uma organização.

Page 57: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

57

Por meio de estudo de caso, análise documental, entrevista em profundidade, e

análise de conteúdo pretende-se identificar, se o patrocínio cultural é entendido pelos

profissionais de comunicação da empresa patrocinadora como uma ferramenta de

comunicação que contém significante tendência na visibilidade da marca, onde e quando

os profissionais de comunicação podem interferir na decisão liberação de um patrocínio

cultural; de que forma a ação patrocínio pode participar do elenco das ações de marketing

da empresa patrocinadora, e ainda como os profissionais de comunicação mensuram os

resultados obtidos através do patrocínio cultural.

3.2. DELINEAMENTO DA PESQUISA

Para alcançar os objetivos propostos neste trabalho, optou-se por realizar estudo

de caso incorporado como estratégia formal de pesquisa, através de investigações

explanatórias objetivando descrever e avaliar as proposições utilizadas.

A pesquisa explanatória será usada em seu objetivo principal que é clarificar

conceitos gerando informações relevantes e precisas para o estudo de caso.

De acordo com Yin,

[...] o estudo de caso permite uma investigação para se preservar as características holísticas e significativas dos acontecimentos da vida real – tais como ciclos de vida individuais, processos organizacionais e administrativos, mudanças ocorridas em regiões urbanas, relações internacionais e a maturação de setores econômicos. (Ib. p. 20).

3.2.1. Estudo de Caso

Durante muito tempo, os acadêmicos acreditaram, equivocadamente, que o

estudo de caso era nada além de um tipo de projeto quase-experimental como um projeto

Page 58: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

58

somente de pós-teste único. Tal concepção errônea só veio a ser corrigida em 1979 por

Cook e Campbell em um artigo sobre projetos quase-experimentais. (YIN, ib.).

Cook & Campbell afirmam que: “Certamente, o estudo de caso como vem sendo

normalmente realizado não deve ser rebaixado pela identificação como um projeto

apenas de pós-teste de um único grupo.” (Apud YIN, ib., p. 40).

De acordo com Mattar (2001), os estudos de casos são uma forma de aprofundar

o conhecimento de problemas não suficientemente definidos.

Schramm afirma que como estratégia de pesquisa,

a essência de um estudo de caso, a principal tendência em todos os tipos de estudo de caso, é que ela tenta esclarecer uma decisão ou um conjunto de decisões: o motivo pelo qual foram tomadas, como foram implementadas e com quais os resultados. (Apud YIN, 2005, p. 31).

Yin (Ib.) cita ainda que, além das decisões como foco principal dos estudos de

caso pode-se listar outros tópicos, a saber, indivíduos, organizações, processos,

programas, bairros, instituições e até mesmo eventos.

“O objeto de estudo pode ser um indivíduo, um grupo de indivíduos, uma

organização, um grupo de organizações, ou uma situação.” (MATTAR, ib., p. 22).

Segundo Yin, pode-se apresentar a definição técnica de estudo de caso em duas

partes, sendo:

1. Um estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos. [...] 2. A investigação de estudo de caso enfrenta uma situação tecnicamente única em que haverá muito mais variáveis de interesse do que pontos de dados, e, como resultado, baseia-se em várias fontes de evidências, com os dados precisando convergir em um formato de triângulo, e, como outro resultado, beneficia-se do desenvolvimento prévio de proposições teóricas para conduzir a coleta e a análise de dados. (Ib. p. 32, 33).

Page 59: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

59

Mattar (Ib.) expõe ainda que, o estudo de caso é um método muito produtivo para

estimular a compreensão, além de possibilitar a ampliação dos conhecimentos sobre o

problema em estudo. Os dados podem ser obtidos em tal nível de profundidade que

permitem caracterizar e explicar detalhadamente os aspectos singulares do caso em

estudo, bem como apontar semelhanças e diferenças quando comparado com outros

casos estudados.

Como forma de investigação do objeto de estudo, o estudo de caso justifica-se

em função de sua principal tendência em tentar esclarecer uma decisão ou um conjunto

de decisões através de evidências e avaliação, quais estratégias foram implementadas e

avaliando-se os resultados obtidos, permitindo ainda, explicar supostos vínculos de causa

e efeito em intervenções na vida real, que dificilmente consegue-se explicar através de

levantamentos convencionais.

[...] O estudo de caso como estratégia de pesquisa compreende um método que abrange tudo – tratando da lógica de planejamento, das técnicas de coleta de dados, e das abordagens específicas a analise dos mesmos. Nesse sentido, o estudo de caso não é nem uma tática para a coleta de dados nem meramente uma característica do planejamento em si (Stoecker, 1991), mas uma estratégia de pesquisa abrangente. (YIN, ib., p. 33).

Neste trabalho acadêmico deve-se considerar que estudos de caso são

generalizáveis a proposições teóricas, como experimento. Não se deve utilizar

populações ou universos como forma de referência distintiva.

Na mesma linha de pensamento acima, Yin expõe da seguinte maneira:

O estudo de caso, como o experimento, não representa uma “amostragem”, e, ao fazer isso, seu objetivo é expandir e generalizar teorias (generalização analítica) e não enumerar freqüências (generalização estatística). (Ib., p. 30).

Page 60: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

60

Portanto é necessário utilizar-se de palavras que traduzam o objetivo deste

projeto e ao invés de população, amostragem ou palavras que levem ao entendimento do

todo ou a generalização estatística utilizare-se-á, por exemplo, “descrição dos casos

individuais”.

De acordo com a FIGURA 3, pode-se demonstrar a estrutura básica de um

projeto de estudo de caso e qual sua estrutura para o desenvolvimento do projeto de

acordo com as diferenciações apresentadas em casos holísticos ou incorporados.

FIGURA 3: Tipos básicos de projetos de estudos de caso.

FONTE: COSMOS Corporation, citado por YIN, ib., p. 61.

CONTEXTO Caso

projetos de caso único projetos de casos múltiplos

holísticos (unidade única de análise)

incorporado (unidades múltiplas de análise)

CONTEXTO Caso Unidade

Incorporada de Análise 1

Unidade Incorporada de

Análise 2

CONTEXTO

Caso

Unidade Incorporada de Análise 1

Unidade Incorporada de Análise 2

CONTEXTO

Caso

CONTEXTO

CONTEXTO

Caso

Caso

Unidade Incorporada de Análise 1

Unidade Incorporada de Análise 1

Unidade Incorporada de Análise 1

Unidade Incorporada de Análise 2

Unidade Incorporada de Análise 2

Unidade Incorporada de Análise 2

CONTEXTO

CONTEXTO

CONTEXTO

CONTEXTO

Caso

Caso Caso

Caso

Page 61: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

61

No contexto deste trabalho de estudo de caso pode-se fazer uma analogia entre

a estratégia de pesquisa escolhida – explanatória e a replicação: Explanatória no sentido

literal é algo que se possa explicar de forma minuciosa. Utiliza de um motivo ou origem a

qual se quer deixar claro a relação entre um acontecimento e o efeito obtido; E a

replicação é utilizada para tornar claro, o que recai na explicação.

A abordagem da replicação ao estudo de caso incorporado encontra-se ilustrada

na FIGURA 4, a figura indica que a etapa inicial ao projetar o estudo consiste no

desenvolvimento da teoria e, em seguida, demonstra que a seleção do caso e a definição

das medidas específicas são etapas importantes para o processo de planejamento e

coleta de dados.

FIGURA 4: Método de estudo de caso.

FONTE: COSMOS Corporation, citado por YIN, ib., p. 72.

�����������������

������� ������������������������

�����������������

�����������������

������������

������������������������

����

����������������������

��������������

������� �����������������

����

���������������������������������

����������������������

��������������

������������� ��������

�������

��������������

����������������������

�����������������������������������

��������������

���� !����"#�"�$!%#�

��& � '%#���(����)�*��+#� (,�(�,�'%#-�"#��+�������� !��

Page 62: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

62

A figura indica que a etapa inicial ao projetar o estudo consiste no desenvolvimento da teoria e, em seguida, demonstra que a seleção do caso e a definição das medidas específicas são etapas importantes para o processo de planejamento e coleta de dados. (YIN, ib., p. 71).

Cada caso pode ser considerado um estudo de caso completo, no qual se

procuram evidências convergentes com respeito aos fatos ou proposições analisadas.

Para o caso múltiplo, acredita-se que as conclusões de cada caso sejam as informações

que necessitam de replicação por outros casos individuais, devendo ainda ser foco para

cada caso individual um resumo indicando porque se demonstrou uma proposição

específica. (YIN, ib.).

3.3. DESCRIÇÃO DOS CASOS INDIVIDUAIS

De acordo com Mattar (ib.), não existem regras para a escolha dos estudos de

casos pesquisáveis.

A definição para compor o projeto de estudos de casos pode ser de forma

aleatória, porém foram escolhidos de forma intencional respeitando os critérios de seleção

definidos a seguir.

Optou-se por empresa com nacionalidade brasileira e que tenha alcançado

abrangência e projeção no mercado cultural do Paraná. Levando em consideração tais

critérios foi escolhido o seguinte caso e delimitados em recortes específicos de atuação

no mercado cultural para pesquisa neste trabalho:

Page 63: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

63

3.3.1. Caso 1 – Copel

A análise dos resultados obtidos através deste estudo de caso será apresentada

na seguinte estrutura e ordem seqüencial.

Unidade de Análise 1:

Panorama de contextualização Copel – principais direcionamentos culturais;

Unidade de Análise 2:

Entrevista em profundidade.

Relatório da entrevista em profundidade.

Após a elaboração do relatório do caso 1, será feita uma conclusão geral deste

trabalho de conclusão de curso com o objetivo de verificar as possíveis inter-relações

existentes entre os objetivos propostos.

Considera-se que tal exemplo de empresa patrocinadora de projetos culturais

preenche os critérios de seleção estabelecidos na metodologia de pesquisa do estudo de

caso incorporado propostos neste trabalho.

3.4. COLETA DE DADOS

Os procedimentos de coleta de dados em projetos de estudos de casos não são

procedimentos que seguem uma rotina. Não existem mecanismos para avaliar as

habilidades necessárias, no entanto, o pesquisador deve ter uma noção clara das

questões que estão sendo estudadas, mesmo que seja uma orientação teórica ou política,

ou que seja de um modo explanatório. (YIN, ib.).

Page 64: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

64

Todo estudo de caso permite que nós façamos generalizações a respeito das relações entre os vários fenômenos estudados. Porém, como tem sido freqüentemente assinalado, um caso é, no fim das contas apenas um caso. (BECKER, 1997, p. 129).

Os dados deste trabalho não pretendem constituir uma generalização científica

em termos do resultado obtido, o que se almeja é conhecer o caso em profundidade, não

se preocupando em desenvolver teorias. O caso constitui o próprio objeto da pesquisa.

O estudo de caso como projeto de pesquisa precisa ser diferenciado do método

de etnografia que é a parte dos estudos que se relacionam com a fase de elaboração dos

dados obtidos em pesquisa de campo.

Segundo Yin, “a etnografia em geral exige longos períodos de tempo no ‘campo’

e enfatiza evidências observacionais detalhadas.” (Ib., p. 30). Yin (Ib.) vai além, deixando

claro que em contraste com a etnografia (método de coleta de dados) os estudos de caso

são uma forma de inquirição que não depende exclusivamente dos dados etnográficos ou

de observadores participantes para atingir seus objetivos com sucesso, qualidade e

confiabilidade.

Yin afirma que: “Você poderia até mesmo realizar um estudo de caso válido e de

alta qualidade sem deixar a biblioteca e o telefone ou a Internet dependendo do tópico

que está sendo utilizado.” (Ib., p. 30).

A coleta de dados segue um plano formal, mas as informações específicas que

podem se tornar relevantes a um estudo de caso não são previsíveis imediatamente. À

medida que o pesquisador realiza o trabalho, deve rapidamente revisar as evidências e

constantemente ponderar os eventos e fatos como o são. (Id., ib.).

Os materiais de observação uma vez que são reunidos e ordenados durante um

longo período de tempo, podem ser analisados seqüencialmente. A análise não precisa

esperar pelo término da coleta de dados, mas pode-se realizar paralelamente a ela.

(BECKER, ib.).

Page 65: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

65

De acordo com Yin (Ib.), a principal maneira de manter a meta original é

evidentemente entender desde o início o propósito da investigação do estudo de caso.

Cada pesquisador de estudo de caso deve entender as questões teóricas e políticas. Pois

é preciso fazer julgamentos analíticos durante a fase de coleta de dados.

O ponto chave é que a coleta de dados para um estudo de caso não se trata meramente de registrar os dados mecanicamente, como se faz em outros tipos de pesquisa. Você deve ser capaz de interpretar as informações á medida que estão sendo coletadas e saber imediatamente, por exemplo, se as diversas fontes de informação se contradizem e levam à necessidade de evidências adicionais. (Id., ib.).

Segundo Yin (ib.), nos estudos de caso os dados podem ser obtidos mediante

análise de documentos, entrevistas, depoimentos pessoais, observação espontânea,

observação participante e análise de artefatos físicos.

As informações documentais são relevantes aos estudos de casos. Esse tipo de

informação pode assumir muitas formas, devendo ser cuidadosamente utilizadas, os

documentos podem fornecer detalhes específicos para legitimar e valorizar as evidências

oriundas de outras fontes. (YIN, ib.).

De acordo com Yin (Ib.), uma das mais importantes fontes de informações para

um estudo de caso são as entrevistas, em função da observação que pode-se fazer entre

a associação usual que se faz entre a entrevista e o método do levantamento de dados.

É desejável possuir um protocolo de estudo de caso onde se constitui os

procedimentos e as regras para o desenvolvimento da pesquisa.

Page 66: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

66

3.4.1. Protocolo de Estudo de Caso

Para Yin (ib.), um protocolo para estudo de caso é mais do que um instrumento e

visa aumentar a confiabilidade da pesquisa de estudo de caso.

“O protocolo contém o instrumento, mas também contém os procedimentos e a

regras gerais que deveriam ser seguidas ao utilizar o instrumento.” (Id., ib.,p. 92).

De acordo com Yin (ib.), o protocolo de estudo de caso deve apresentar uma

visão geral do projeto de estudo de caso que deve incluir as informações prévias sobre o

projeto, as questões que estão sendo estudadas, e as proposições ou hipótese que estão

sendo examinadas.

Utilizou-se como protocolo de estudo de caso a estrutura do trabalho item 1.3 do

capítulo 1, bem como o roteiro de entrevista a seguir:

• Em que área de atividade econômica sua empresa atua?

• A empresa investe em projetos culturais não enquadrados nas leis de incentivo?

• Incentivos fiscais que a empresa utiliza?

• Lei Rouanet (2) Lei do ICMS (3) Lei do Audiovisual (4) Outros:

• Público-alvo que a empresa pretende atingir através do patrocínio cultural:

• Os eventos culturais ofereceram à empresa a possibilidade de colocar sua marca

em contato com um público altamente qualificado – sob pontos de vista como

nível de escolaridade e nível socioeconômico – e numa situação de total

receptividade aos apelos apresentados? A empresa concorda com essa

afirmação?

• Qual é o setor da empresa que recebe e analisa os projetos?

• Existe prazo para o recebimento dos projetos?

• Os profissionais de comunicação podem interferir na decisão de liberação de

patrocínio?

Page 67: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

67

• A empresa utiliza algum programa para viabilizar o cadastro de projetos

culturais?

• Ao receber um projeto cultural, quais critérios são observados como positivo para

a empresa?

• Como a empresa faz para associar o patrocínio aos demais os canais de

comunicação da empresa?

• Eventos e ações de Marketing Cultural sãos vistos pela empresa como uma

mídia diferenciada de comunicação e qualificação da imagem da empresa

patrocinadora? Comente

• A marca da empresa está exposta como material promocional de comunicação

da marca em todos os eventos patrocinados?

• O patrocínio cultural pode ser usado para associar a marca da empresa no

sentido de demonstrar seu posicionamento e suas mensagens. Essa é uma

posição da empresa?

• O patrocínio faz parte do planejamento de comunicação anual da empresa?

• Apontando-se o fato de que as platéias dos eventos culturais se encontram num

estágio de completa abertura àquela experiência, que engloba o evento em si e

toda a estrutura que garante sua realização – o que inclui seus patrocinadores,

como a empresa desenvolve a essa estratégia de patrocínio cultural?

• A empresa utiliza ferramentas de mensuração de resultados do patrocínio. Se

sim quantas pessoas em média são atendidas nos eventos patrocinados?

A visão geral mostra ao leitor o objetivo do estudo de caso e o cenário no qual

ele ocorre, podendo até formar, num momento posterior, a base para a apresentação do

relatório final do estudo de caso. (YIN, ib.).

Page 68: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

68

3.4.2. Coleta de Evidências

As evidências para um estudo de caso podem vir de seis fontes distintas:

documentos, registros em arquivo, entrevistas, observação direta, observação participante

e artefatos físicos. O investigador deve saber como usar essas seis fontes, que exigem o

conhecimento de habilidades e procedimentos metodológicos diferentes. (YIN, ib., p. 109).

As fontes abordadas são as mais comumente utilizadas ao realizar estudos de

caso, entretanto uma lista mais completa de fontes possíveis pode ser bastante extensa –

incluindo filmes, fotografias e videoteipes; técnicas projetivas e testes psicológicos. (Id.,

ib.).

A coleta de evidências para este projeto de estudo de caso se dará através das

seguintes fontes de dados: Documentação; Entrevistas; Fotografias; Arquivos;

Fontes Eletrônicas on line.

Neste trabalho de conclusão de curso o processo de coleta de evidências será

mediante estudo, observação e análise de materiais como publicidade, periódicos,

revistas, livros, documentários, entrevistas em profundidade e de histórias de vida e

outros que possam dar indícios ou evidenciem o registro de utilização do patrocínio como

ferramenta de comunicação.

3.5. TRATAMENTO DOS DADOS

Considera-se em estudo de caso que juntamente com a coleta de dados se dá o

início do processo de análise de evidências e tratamento dos dados.

Page 69: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

69

Pretende-se nesse estudo de caso interpretar e analisar as evidências, de acordo

com os conceitos apresentados e estabelecidos na fundamentação teórica deste trabalho

de conclusão de curso.

Segundo Yin, análise de dados consiste em examinar, categorizar, classificar em

tabelas, testar ou, do contrário, recombinar as evidências quantitativas e qualitativas para

tratar as proposições iniciais de um estudo. (Ib., p. 138).

3.5.1. Análise de Evidências

A familiaridade com várias ferramentas e técnicas de manipulação é muito útil, mas cada estudo de caso deve se esforçar para ter uma estratégia analítica geral – estabelecendo prioridades do que deve ser analisado e por quê. (YIN, ib., p. 137).

A análise de evidências seguirá criteriosamente os objetivos propostos

inicialmente, identificados nos dados obtidos na interpretação analítica do uso do

patrocínio como mídia alternativa ou estratégia de comunicação.

A construção de uma interpretação analítica é um processo difícil e que exige

atenção do pesquisador, aplicação pratica de conceitos e teorias no desenvolvimento da

explanação em relação às proposições teóricas e suas relações causais.

Para Yin (ib.), vieses acontecem quando o pesquisador utiliza o estudo de caso

para comprovar apenas uma posição preconcebida ou tendenciosa. Os pesquisadores

geralmente estão propensos a esse problema, pois devem compreender as questões do

estudo de caso antecipadamente. Devem-se buscar descobertas contrárias que possam

produzir contestações documentáveis tornando a probabilidade de haver vieses na

pesquisa reduzida.

Page 70: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

70

3.6. LIMITAÇÕES DA PESQUISA

Embora o estudo de caso seja uma forma distintiva de investigação empírica,

muitos pesquisadores demonstram certo desprezo para com a estratégia, e vem sendo

encarado como uma forma menos desejável de investigação do que experimentos ou

levantamentos. (YIN, ib.).

Na mesma linha de pensamento acima, considera-se necessário enquadrar a

teoria no contexto real deste trabalho para identificar uma limitação específica relacionada

à mudança cultural organizacional dentro da instituição. Deste modo encontra-se

dificuldade na implementação do tipo de estratégia escolhida para este trabalho de

conclusão de curso.

Por muitas e muitas vezes, o pesquisador de estudo de caso foi negligente, não seguiu procedimentos sistemáticos ou permitiu que se aceitassem evidências equivocadas ou visões tendenciosas para influenciar o significado das constatações e conclusões. É menos provável que essa falta de rigor se faça presente quando se estiver usando as outras estratégias – possivelmente por causa da existência de inúmeros textos metodológicos que fornecem aos pesquisadores procedimentos específicos a serem seguidos. Em contraste, poucos textos, quando muito (além do presente) tratam do método de estudo de caso de uma forma semelhante. (YIN, ib., p. 29).

Encontra-se pouca diversidade literal com relação ao estudo de caso como forma

de pesquisa, e inexiste uma estrutura pré-definida que se enquadre em todos os casos o

que dificulta a padronização ou sistematização e facilita as visões tendenciosas ou a

existência de vieses.

Uma [...] preocupação muito comum em relação aos estudos de caso é que eles fornecem pouca base para fazer uma generalização científica. “Como você pode generalizar a partir de um caso único?”. [grifo do autor] (YIN, ib., p. 29).

Page 71: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

71

Considera-se válido o pensamento acima e reforçando que não se pretende

constituir uma generalização científica neste estudo de caso, até porque que fatos

científicos com confiabilidade dificilmente se baseiam em experimentos únicos. Em geral,

avalia-se um conjunto diversificado de fenômenos que se repitam sob condições

diferentes. Sendo assim, este trabalho de conclusão de curso poderá integrar estudos

maiores e mais abrangentes e até mesmo instigar pesquisadores a analisar outras

variáveis neste mesmo tema. Enfim este trabalho poderá contribuir para entender melhor

a relação existente entre as ações de patrocínio e a exposição da marca como estratégia

de comunicação.

Outra limitação é o fato do estudo se ater exclusivamente nas percepções dos

profissionais de comunicação da empresa. Uma visão mais abrangente poderia ser

contemplada em estudos futuros, observando-se a efetividade das ações de patrocínio

junto ao público que é atingido pelos eventos e aqueles que são expostos às ações

promocionais de divulgação do mesmo, para ver se houve percepção dos conceitos e

imagens que a empresa pretendeu passar.

Page 72: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

72

4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Segundo o Ministério, em 1994, quinze milhões de reais foram investidos em

cultura pelas empresas brasileiras utilizando as Leis de Incentivo à Cultura. Em 1997, 197

milhões. A estimativa para 1998 era de 240 milhões. A produção cultural do país vive um

clima de euforia com o novo sistema de financiamento da cultura vigente. São agentes

culturais visualizando maiores chances de financiamento de seus projetos e empresas

interessadas na mídia. (SARKOVAS, 2002).

Pouco a pouco as empresas estão percebendo a necessidade de se aproximar

da comunidade, ampliando sua visão de “cliente”, assumindo uma responsabilidade

sociocultural, que vai além sa venda de produtos e serviços. (INSTITUTO, 2003).

O pensamento empresarial está mudando em cadeia produtiva acelerada. Muitas

mudanças estão ocorrendo ou vão ocorrer dentro das empresa nos próximos anos. Elas

acarretarão em elevação do nível de consciência de grande número de consumidores que

consequentemente fará que aumente o nível de consciência dos emprerários. Isso

acarreta numa oportunidade na gestão cultural da empresa, podendo crescer o patrocínio

cultural e social.

Projetos culturais bem elaborados estimulam o investimento empresarial na

cultura. Um evento cultural pode tornar-se um bom produto de comunicação e marketing.

O crescimento constante do marketing cultural no país, demonstra o permanente

trabalho da empresas em buscar um trabalho de excelência capaz de gerar um retorno

concreto não apenas financeiro mais também social. (MELO NETO, 2003).

A Copel, empresa estudada destacou-se no ano de 2007 como uma das marcas

mais lembradas segundo pesquisa realizada pelo Instituto Bonilha no prêmio Top Of Mind

Paraná 2007, publicadas na Revista Amanhã edição número 236 de outubro de 2007.

Page 73: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

73

A COPEL recebeu o prêmio Top Of Mind pela sétima vez consecutiva e ainda

conquistou 2 categorias especiais. O prêmio é concedido pela Revista Amanhã e o

Instituto Bonilha e destaca as marcas e serviços mais lembrados pelos paranaenses

desde 1995.

O Top Of Mind da revista AMANHÃ é realizado desde 1994 em parceria com o

Instituto Bonilha e tem o objetivo de apontar as marcas mais lembradas do Paraná. A

pesquisa não engloba apenas as grifes de produtos e consumo, são pesquisados também

nomes de serviços, de veículos de comunicação e até profissionais da mída. (AMANHÃ

GESTÃO, ECONOMIA & NEGÓCIOS, 2007).

O panorama aqui contextualizado relaciona um breve histórico dessa empresa

patrocinadora, a visão corporativa da empresa, e os principais prêmios conquistados em

2007.

O segundo momento será de imersão nessa empresa. Através de entrevistas em

profundidade onde foi levantado com profissionais responsáveis na aréa de comunicação

dessa organização os objetivos propostos por este estudo de caso.

4.1. CASO 1 – PANORAMA DE CONTEXTUALIZAÇÃO COPEL

4.1.1. Unidade de Análise 1 – Panorama de contextualização

COPEL

O conteúdo citado neste tópico foi baseado no livro COPEL 40 anos de história,

uma edição comemorativa lançada em 1996, disponível na Biblioteca da Copel, na sede

da BR-277 em Curitiba. (COPEL 40 ANOS).

Page 74: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

74

Através do Decreto n° 14.947 de 26 de outubro de 1954, assinado por Bento

Munhoz da Rocha Netto, o Governo Estadual criou a Copel – Companhia Paranaense de

Energia Elétrica (hoje apenas Companhia Paranaense de Energia), tendo como base

principal para a integralização de seu capital o Fundo Estadual de Eletrificação.

Com o Decreto n° 1.412, de 1956, a Copel passou a agrupar todas as ações

governamentais de planejamento, construção e exploração dos sistemas de produção,

transmissão, transformação, distribuição e comércio de energia elétrica e serviços

correlatos, tendo incorporado todos os bens, serviços e obras em poder de diversos

órgãos. Coube-lhe, então, a responsabilidade pela construção dos grandes sistemas de

integração energética e dos empreendimentos hidrelétricos previstos no Plano de

Eletrificação do Paraná.

Encontrar uma solução terminante para o abastecimento de energia elétrica em

larga escala constituiu-se no maior desafio para a Copel durante a década de 1960. A

entrada em operação em 1963 da Usina Termelétrica de Figueira (20 MW), no Norte

Pioneiro, foi de essencial importância para a inauguração do Plano Estadual de

Eletrificação, viabilizando os sistemas de interligação que beneficiaram as regiões Norte e

Centro. Em 1967, a Copel inaugurava a Usina de Salto Grande do Iguaçu (15,6 MW), que

veio atender ao Sul do Estado. Em 1970, entrava em operação a Usina Julio de Mesquita

Filho (Foz do Chopim), com 44 MW, redenção energética do Sudoeste e Oeste. E em

1971 era inaugurada a Usina Capivari-Cachoeira, na época a maior central geradora do

Sul do Brasil (250 MW), passo definitivo na constituição de uma infra-estrutura energética

capaz de suportar e acelerar o desenvolvimento paranaense. No momento da sua

inauguração, Capivari-Cachoeira era a principal unidade geradora da Copel e a maior

usina em funcionamento no sul do Brasil.

Em 1980 foi inaugurada a Hidrelétrica Foz do Areia, com 1.676 MW, equipada

com unidades geradoras que eram então as maiores existentes no Brasil. Com a

Page 75: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

75

operação da Foz do Areia, a geração própria da Copel atingiu 2,9 bilhões de kWh, contra

1,9 bilhões do ano anterior.

Nesta ocasião houve no Estado um intenso desenvolvimento do mercado de

energia, estabelecendo esforços cada vez maiores para atender à demanda. Foram

organizados novos projetos, destacando-se o início do empreendimento da Usina de

Segredo e a concessão para construir a Usina Hidrelétrica de Salto Caxias, ambas

estabilizadas na década de 90.

Consagrada em 29 de setembro de 1992, a Usina de Segredo abreviou a

dependência paranaense de energia adquirida de outros estados. Em fevereiro de 1999

entrou em operação Salto Caxias, denotando assim um novo avanço na geração de

energia elétrica, com implicações positivas no desenvolvimento do Estado do Paraná.

Hoje as usinas, linhas de transmissão e de distribuição da Copel irradiam luz e

oferecem conforto e paz social para todo Estado do Paraná e estados vizinhos. Este

cenário de progresso vem sendo conquistado ao longo de 5 décadas, com base no

potencial hidráulico, no domínio tecnológico e, principalmente, no espírito empreendedor e

na capacidade criativa dos seus quadros técnicos e profissionais.

4.1.1.1. Visão corporativa da empresa

A COPEL – Companhia Paranaense de Energia Elétrica, é uma sociedade por

ações, de capital aberto, constituída sob a forma de sociedade de economia mista,

controlada pelo Governo do Estado do Paraná, e destinada através de subsidiarias a

pesquisar, estudar, planejar, construir, e explorar produção, transformação, transporte,

distribuição, e comercialização de energia ,em qualquer das suas formas, principalmente

Page 76: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

76

elétrica, podendo ainda participar , em conjunto com empresas públicas ou privadas de

consórcios, companhias e empresas cujos objetivos sejam o desenvolvimento de

atividades nas áreas de energia , telecomunicações e gás natural. (COPEL - RELATÓRIO

ANUAL DE GESTÃO E SUSTENTABILIDADE 2006, 2007).

Com 54 anos de existência, tem sua trajetória no estado do Paraná, com rastros

de energia e consolidação de compromissos assumidos pela Companhia perante a

coletividade , no âmbito de responsabilidade e governança corporativa. (COPEL -

RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO E SUSTENTABILIDADE 2006, 2007).

A Empresa possui um sistema com mais de 6,9 mil km de linhas de transmissão,

165 mil km de linhas de distribuição e 360 subestações.

Em 2001, um grupo de estudantes ocupou a Assembléia Legislativa do Paraná,

mobilizou a população e conseguiu impedir a privatização da Companhia Paranaense de

Energia Elétrica Copel, sendo dita como uma das maiores manifestações ocorridas no

Estado , que refletiu o orgulho que os paranaenses têm da empresa. (AMANHÃ GESTÃO,

ECONOMIA & NEGÓCIOS, 2007).

A COPEL é a maior empresa do Paraná e tem 3,46 milhões de consumidores. O

percentual de atendimento chega a praticamente 100% dos domicílios nas áreas urbanas

e passa de 90% nas regiões rurais. (COPEL - RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO E

SUSTENTABILIDADE 2006, 2007).

O universo de consumidores ligados inclui 2,7 milhões de lares, 59 mil indústrias,

288 mil estabelecimentos comerciais e 334 mil propriedades rurais. Em média, a Copel

efetua mais de 70 mil novas ligações a cada ano. (SOBRE A COPEL, 2008).

A Companhia atende diretamente a 3.147.071 unidades consumidoras (31.08.04)

em 393 municípios e 1.112 localidades (distritos, vilas e povoados). Nesse universo

incluem-se 2.468 mil lares, 49.779 indústrias, 263 mil estabelecimentos comerciais e 325

Page 77: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

77

mil propriedades rurais. O quadro de pessoal é integrado por 6.695 empregados. (SOBRE

A COPEL, 2008).

A COPEL concluiu o ano de 2007 com um total de 8.347 empregados,

distribuídos da seguinte forma entre as subsidiárias integrais da Companhia: COPEL

Geração e Transmissão = 1.510 empregados, COPEL Distribuição = 6.476 empregados,

COPEL Telecomunicações = 332 empregados, COPEL Participações = 29 empregados,

Ao final de 2007, a COPEL Distribuição possuía 531 consumidores por empregado.

(COPEL – INFORMATIVO TRIMESTRAL 2007, 2008).

Sua missão,é viabilizar o desenvolvimento social, econômico e tecnológico do

Paraná mediante a instalação e operação de um abrangente e eficaz sistema de

produção, transporte e distribuição de energia elétrica, e de moderno e poderoso link de

fibras ópticas em telecomunicações. (SOBRE A COPEL, 2008).

Ao final de 2007, a COPEL apresentou lucro líquido de R$ 1.107 milhões (R$

4,04 por ação). No quarto trimestre, o lucro líquido registrado foi de R$ 312,2 milhões.

(COPEL - RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO E SUSTENTABILIDADE 2006, 2007).

A COPEL utiliza o Balanced Scorecard – BSC como metodologia de gestão,

auxiliando a organização a traduzir as estratégias em objetivos operacionais,

direcionando comportamento e desempenho. (COPEL - RELATÓRIO ANUAL DE

GESTÃO E SUSTENTABILIDADE 2006, 2007).

Nos últimos anos, o foco estratégico da companhia vem se consolidando na

implantação de um sistema de gestão empresarial para a sustentabilidade, que seja

devidamente incorporado na cultura corporativa das atividades cotidianas. Essa decisão

se revela já na primeira dimensão do planejamento plurianual, que prevê adequação a

padrões internacionais de governança, transparência e sustentabilidade até 2008. Além

disso, a iniciativa de implantar mecanismos e ajustar a cultura da corporação no sentido

da ampla promoção da sustentabilidade responde ao compromisso renovado junto ao

Page 78: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

78

Pacto Global, como forma de aprofundar a discussão e implantação de todos os princípios

a sua gestão. Para tanto, foi adotado o modelo de gestão empresarial para a

sustentabilidade, a ser consolidado até 2010. (COPEL - RELATÓRIO ANUAL DE

GESTÃO E SUSTENTABILIDADE 2006, 2007).

O modelo de gestão empresarial para a sustentabilidade integra o planejamento

empresarial e a gestão da sustentabilidade, buscando o alinhamento dos esforços para

atingir e garantir, com base nos valores da Copel e na gestão otimizada dos processos, o

atendimento dos resultados econômico, social e ambiental de forma balanceada para as

partes interessadas, bem como o desenvolvimento e o crescimento sustentável da

Companhia. (COPEL - RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO E SUSTENTABILIDADE 2006,

2007).

A COPEL está entre as grandes empresas da Região Sul, segundo pesquisa

realizada pela Revista Amanhã e pela Price Waterhouse Coopers. O critério empregado

foi à ponderação entre o patrimônio líquido, a receita bruta e o resultado líquido. (COPEL

– INFORMATIVO TRIMESTRAL 2007, 2008).

A Coordenação de Marketing (CMK) é responsável pela interação sistemática

entre a COPEL e seu público interno e externo, planejando também as políticas de

publicidade, propaganda, e de relações públicas da Companhia. A área é subordinada

hierarquicamente à Presidência e possui núcleos de: Planejamento e Controle de

Marketing, Comunicação com os Clientes, Pesquisas e Informações de Marketing,

Endomarketing, Marketing Cultural, Gestão de Eventos, Jornalismo, e Apoio à Gestão.

(COPEL - RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO E SUSTENTABILIDADE 2006, 2007).

A principal estratégia mercadológica da empresa estatal, é se fazer presente no

dia-a-dia dos paranaenses. Em 2006 foram investidos R$ 9 milhões em ações de

marketing. O que inclui ensinar as pessoas a naum desperdiçar eletricidade a evitar

acidentes elétricos. (AMANHÃ GESTÃO, ECONOMIA & NEGÓCIOS, 2007).

Page 79: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

79

De acordo com o Ministério no ano de 2007 a Copel Geração S.A investiu um

total de R$ 598.276,32 (quinhentos e noventa e oito mil, duzentos e setenta e seis reias e

trinta e dois centavos) em projetos culturais.

A empresa enumera ainda ações de responsabilidade social desenvolvidas pela

estatal como importantes para a formação da imagem positiva da empresa nos 399

municípios do estado do Paraná. (AMANHÃ GESTÃO, ECONOMIA & NEGÓCIOS, 2007).

De acordo com a Amanhã Gestão, Economia & Negócios (2007), o fato de a

empresa ser uma estatal favorece uma percepção positiva da marca avaliando que a

população aprendeu a cuidar, fiscalizar, valorizar e prestar atenção no patrimônio que é

seu.

A COPEL foi lembrada pela Morley Fund Management, um dos maiores

gerenciadores de fundos de investimento do mundo, por ser signatária do Pacto Global da

ONU – Organização das Nações Unidas, o que evidencia sério comprometimento com as

práticas corporativas de responsabilidade. (COPEL – INFORMATIVO TRIMESTRAL

2007, 2007).

Quadro 2: Principais certificações e prêmios

Certificações e Prêmios de 2007 GRANDE EMPRESA DO PARANÁ

(Sétima vez consecutiva) 1º lugar Top of Mind Paraná - 2007 A Copel recebeu um índice de 13,8 % na pesquisa, como a "mais lembrada" na categoria Grandes Empresas. Revista Amanhã e Instituto Bonilha de Pesquisa

EMPRESA EM QUE VOCÊ GOSTARIA DE TRABALHAR

A Copel foi apontada com 8% da preferência dos entrevistados na categoria “Empresa em que você gostaria de trabalhar”. Revista Amanhã e Instituto Bonilha de Pesquisa

EMPRESA PREOCUPADA COM PROBLEMAS SOCIAIS

A Copel fechou a 13ª edição do Top of Mind levando também o prêmio de “Empresa Preocupada com Problemas Sociais”. Revista Amanhã e Instituto Bonilha de Pesquisa

MELHORES BALANÇOS SOCIAIS E AMBIENTAIS

Perfil Empresarial do Paraná – 2007 Copel – Companhia Paranaense de Energia Por investir em ações e idéias que ampliam horizontes e demonstram a sua responsabilidade sócio-ambiental de forma transparente pelos demonstrativos no balanço publicado em 2007. Outorgam o presente diploma de reconhecimento:

Page 80: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

80

Rede Nacional de Consultores/Controllers Contábil-Financeiros – RENNACON, Jornal Indústria & Comércio e Fundação de Estudos Sociais do Paraná – FESP.

I RANKING DOS MAIORES EMPREGADORES

Perfil Empresarial do Paraná 2007 Copel – Companhia Paranaense de Energia Reconhecida em 5º lugar no Ranking das Maiores Empregadoras do Paraná, pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná – FACIAP, jornal Indústria & Comércio e Fundação de Estudos Sociais do Paraná - FESP.

PLATTS TOP 250 - GLOBAL ENERGY COMPANY

Entre as maiores do mundo. A Copel foi incluída entre as 250 melhores e maiores companhias energéticas do mundo. O levantamento foi feito pela agência de avaliação de mercado Platts, uma divisão da McGraw-Hill Companies com sede em Nova York, e teve por base os dados do balanço anual de 2006.

PRÊMIO TOP COMM AWARD 2007

A Copel recebeu o prêmio que aponta, anualmente, "os 10 mais" do setor, na categoria de "Telecomunicações Corporativas“. De abrangência nacional, é considerado dentro do setor como "o maior prêmio de telecomunicações do país“. A escolha foi por votação popular na 1ª fase, e depois por votação de um conselho de jurados, indicados pelas 23 entidades apoiadoras.

EXPO MONEY 2007

Respeito ao Investidor Individual Conferido pela Expo Money 2007. Este prêmio mostra o compromisso da Copel com a transparência, igualdade de tratamento e o acesso a informações que tem para com seus investidores.

EMPRESA CIDADÃ - 2007

Empresa Cidadã Conferido pelo Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro, Firjan e Fecomércio. A Copel recebeu este certificado pelas informações apresentadas em seu Relatório Social - ano base 2006.

GRANDES E LÍDERES - 2007

2º lugar entre as 100 maiores Empresas do Paraná - Grandes e Líderes - Revista Amanhã A avaliação do porte e resultados obtidos pelas empresas para a classificação na listagem foi feita pela empresa de auditoria independente "Price Water House Coopers", analisando os balanços publicados pelas empresas.

VALOR 1000 - 2007

Campeã do Setor de Energia Elétrica A Copel Geração, que opera as usinas da Copel, foi escolhida como a melhor empresa do país em 2006, no setor de energia elétrica, pelo jornal Valor Econômico. O levantamento pesquisou as mil maiores companhias do país e apontou as melhores, em 27 diferentes segmentos de atividade.

ANEEL - PRÊMIO IASC 2006

Prêmio IASC Região Sul Pesquisa ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica. Pelo segundo ano consecutivo, a Copel ficou em 1º lugar - Melhor Índice de Satisfação dos Clientes na Região Sul (distribuidoras com mais de quatrocentos mil consumidores). A pesquisa que apurou o índice Aneel de Satisfação do Consumidor – IASC de 2006 foi realizada com consumidores residenciais de todo o Brasil entre os dias 29 de janeiro e 13 de março de 2007. A nota da Copel foi 69,96.

Maior Sociedade Anônima do Paraná

O estudo “Perfil Empresarial do Paraná” atribuiu à Copel o primeiro lugar em quatro quesitos: - lucro líquido, - patrimônio líquido real, - receita operacional líquida e ativos totais

Page 81: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

81

-além de destacá-la como a maior do seu setor (indústria de energia e derivados). O levantamento tomou por base os balanços e relatórios relativos ao ano 2006 apresentados por 500 organizações sediadas no Estado do Paraná. Conferido pela Fundação de Estudos Sociais do Paraná - FESP (curso de Ciências Contábeis), Instituto Indicare de Análises e Planos Empresariais, Rede Nacional de Controllers Contábeis-Financeiros e jornal Indústria & Comércio.

NOTA: Quadro baseado no texto da revista AMANHÃ GESTÃO, ECONOMIA & NEGÓCIOS, 2007, p. 2-6.

4.1.2. Unidade de Análise 2 – Entrevista em profundidade

A entrevista descrita a seguir foi realizada em visitas ao prédio da COPEL na Rua

Coronel Dulcídio, em Curitiba nas seguintes datas: 13 de junho de 2008 concluindo-se em

17 de junho do mesmo mês e ano. A entrevista foi realizada com o Aparecido Massi,

responsável pela triagem e recebimento dos projetos de ações culturais enviados para a

COPEL.

A COPEL Geração e Transmissão S.A. e Copel Distribuição S.A. são

responsáveis pela energia, principal setor de atuação da empresa.

Criando ainda um novo leque de possibilidades para seus consumidores, a Copel

Telecomunicações S.A. traz o nome da Copel para o disputado e altamente promissor

ramo das telecomunicações.

Ainda com a Copel Participações S.A., a empresa desdobra sua performance

fundamentada na qualidade aos ramos de saneamento, tecnologia para o

desenvolvimento e gás canalizado, entre outros.

Segundo Aparecido Massi, responsável pela triagem e recebimento dos projetos

de ações culturais, enviado para a COPEL, atualmente a empresa investe

Page 82: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

82

esporadicamente em projetos não enquadrados nas leis de incentivo, no entanto no último

ano os maiores projetos aprovados são aqueles que utilizam as leis de incentivo.

O profissional de comunicação representante da companhia relatou ainda que os

maiores Incentivos fiscais utilizados seguem a seguinte escala para projetos culturais :

• Incentivos da Lei Rouanet: artes cênicas, artes integradas, artes plásticas,

humanidades, música, patrimônio cultural,

• Lei Municipal do ISS – Lei Municipal de Incentivo à Cultura da Prefeitura

de Curitiba – LEI VANHONI (promulgada em 13 de novembro de 1991 e

implantada em 1993, Lei Complementar nº 15/97 de 15/12/1997, Lei

Complementar nº 21/98 de 16/04/1998 e Decreto nº 242/98 de 20/04/98).

Esta Lei permite o repasse de 20% do ISS ou IPTU a pagar, a um projeto

cultural aprovado pela Comissão do Mecenato, via Fundação Cultural de

Curitiba. (Outras cidades, como Londrina, Maringá, Ponta Grossa,

Cascavel e mais uma ou duas no estado, também têm suas Leis

Municipais aprovadas, portanto, a Copel, através do IPTU dessas

cidades, poderá autorizar o incentivo fiscal, visando patrocínio cultural) ,

• FIA – (Fundo para Infância e Adolescência) , O Fundo para Infância e

Adolescência (FIA) foi criado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente

(Lei Federal 8069 – de 13/07/90 – artigo 260). Através dele, as pessoas

físicas e jurídicas podem destinar parte do Imposto de Renda devido pelo

princípio da Renúncia Fiscal. As doações são aplicadas em projetos

sociais públicos ou privados, projetos de pesquisa e obras que

possibilitam a recuperação, tratamento ou readaptação social de crianças

e jovens. O Fundo para Infância e Adolescência (FIA) tem por

sustentação legal o art. 88, inciso IV do Estatuto da Criança e do

Adolescente (ECA), que institui o Conselho Estadual dos Direitos da

Page 83: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

83

Criança e do Adolescente - CEDCA/PR e o Conselho Municipal dos

Direitos da Criança e do Adolescente (COMTIBA).

• Lei do Audiovisual: produção audiovisual

Quando perguntado qual o público-alvo que a empresa pretende atingir através

do patrocínio cultural, o profissional de comunicação afirma que todas as faixas etárias e

todas as classes socioeconômicas estão como target da COPEL.

Segundo Massi, a empresa tem interesse em atender diversos segmentos da

comunidade. Segundo o profissional de comunicação área de cultura, a companhia, atua

com patrocínio nas áreas do cinema, arte cênica, música, memória, registro, museus,

eventos de literatura, de artes visuais.

Para a companhia, quando um projeto é aprovado leva-se em conta não apenas

a classe econômica de uma comunidade, mas, sim a democratização da cultura.

O objetivo da empresa ao investir em patrocínio cultural é a disponibilidade do

bem cultural ao maior número de pessoas das variadas regiões e camadas sociais.

Quando perguntado sobre a possibilidade dos eventos culturais oferecer a

empresa a a possibilidade de colocar sua marca em contato com um público altamente

qualificado – sob pontos de vista como nível de escolaridade e nível socioeconômico – e

numa situação de total receptividade aos apelos apresentados, ele afirmou que ao investir

em patrocínio cultural a empresa está focada na importância histórica e cultural do projeto

para a comunidade. A finalidade é a sensibilização e formação de novo público,

preferencialmente, sem grandes possibilidades de acesso, buscando o envolvimento

deste num processo de crescimento do interesse pela cultura.

Respeitando o organograma da empresa o setor da empresa que recebe e

analisa os projetos é a Coordenação de Marketing - Setor de patrocínios culturais. A

gerência do patrocínio conglomera a de patrocínio à cultura, patrocínios ambiental e

Page 84: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

84

social. Está no planejamento da empresa atuar com a Lei do Esporte, passando assim a

incorporar em suas estratégias o patrocínio ao esporte.

Com o intuito de aprofundar nosso estudo relacionado a patrocínio cultural dentro

da empresa perguntamos quanto ao prazo de recebimento dos projetos. De acordo com o

profissional entrevistado, a Companhia não utiliza prazo para limitação de recebimento de

projetos.

Ainda percorrendo os objetivos propostos por este estudo de caso, perguntamos

ao profissional: Os profissionais de comunicação podem interferir na decisão de liberação

de patrocínio?

Segundo Massi, os profissionais de comunicação da empresa podem interferir na

decisão de liberação de patrocínio. Foi relatado ainda que quando os projetos utilizam a

Lei de Incentivo Municipal, os profissionais conseguem interferir sempre avaliando os

critérios da comissão, nunca baseados no “achismo”. Alguns profissionais seguem até

alguns autores de marketing cultural.

O que sempre é considerado é o cunho do projeto que não pode ser apenas

comercial. Segundo a Companhia, os projetos devem visar à cultura quanto ao elemento

propulsor do processo, do desenvolvimento, aproximação e integração da empresa com a

comunidade. Mesmo com os palpites dos profissionais, um projeto só é aprovado após

passar pela comissão que avalia e pontua os projetos. Cada projeto é analisado por

pessoas envolvidas no cenário, posso citar, por exemplo, projetos de músicas que são

analisados por pessoas de música.

Na COPEL, não existe um programa diretamente ligado à área viabilizar o

cadastro de projetos culturais. No entanto confirmando o que já havia citado

anteriormente, a empresa recebe durante todo o ano os projetos culturais, concluindo que

a empresa não implantou ainda, um processo de temporada única para cadastros.

Page 85: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

85

Para o profissional, quando são analisados pela comissão os critérios que são

observados como positivo para a empresa, são de mérito qualitativo, onde em geral, são

projetos que contemplem a cultura em toda a sua diversidade étnica e regional. Ainda

assim a empresa segue um critério para avaliação e pontuação dos programas.

Os quesitos avaliados seriam esses:

• Objetivo do projeto – alcança maior pontuação projetos que visam capacitar e

provocar individual e/ou coletivamente o desenvolvimento da sensibilidade e da

consciência estética, ética, cultural e social;

• Qualificação profissional - com maior pontuação projetos que buscam a

qualificação técnica da equipe de criação, produção, execução e entrega;

• Custo – é necessário que o projeto tenha custo compatível com a realidade do

mercado e relação custo/benefício compatível, que concilie a disponibilidade

orçamentária com a dimensão do projeto;

• Desdobramentos – são priorizados os trabalhos que provoquem desdobramentos

e desenvolvimento cultural cumulativos;

• Benefício Social – neste quesito o que se avalia é a capacidade do

empreendedor cultural de retribuir o incentivo fiscal em contrapartida de interesse

social, determinado pela Copel, via Termo de Compromisso;

• Acesso – alcança maior pontuação os projetos que possuem disponibilidade do

bem cultural ao maior número de pessoas das variadas regiões e camadas

sociais;

• Profissionalização – avalia-se a capacidade do projeto de contribuir para a

formação e o desenvolvimento profissional do setor;

• Democratização – quando o projeto proporciona a possibilidade de reprodução e

divulgação por diversos meios para públicos que não são atingidos diretamente

Page 86: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

86

pela produção cultural. (Esses critérios são sugeridos pelo autor Leonardo Brant,

no Livro Mercado Cultural);

• Geração de Empregos – a realização e execução dos projetos devem gerar

empregos à classe artística do estado do Paraná;

• Cultural Local – pontua mais os projetos cujos assuntos e temas versam sobre a

cultura e/ou realidade brasileira, dando prioridade aos temas sociais

paranaenses;

• Paranização – prioridade aos projetos cujos artistas envolvidos em sua

realização, sejam ou estejam residindos no Paraná.

Esses critérios de avaliação seguem a sugestão de Brant (2001), já citado nesta

fundamentação, que visam uma análise mais eficiente.

Para associar o patrocínio aos demais os canais de comunicação da empresa, a

COPEL desenvolve estratégias junto a área de marketing, e hoje está passando por uma

atualização na área de comunicação, com desenvolvimento de gestão da marca.

Por isso alguns canais, deixam de ser utilizados para divulgação do patrocínio

cultural, ainda que a empresa integre o patrocínio cultural ao mix de comunicação da

empresa. No entanto, a empresa utiliza os canais de comunicação dos produtores

culturais dos projetos.

De acordo com os dados relatados na entrevista a ação da empresa na cultura é

alinhada com o planejamento estratégico e procura dar suporte às políticas públicas para

a cultura.

Eventos e ações de Marketing Cultural são vistos pela empresa como uma mídia

diferenciada de comunicação e qualificação da imagem da empresa patrocinadora. De

acordo com o profissional, por tratar-se de comercializar um serviço que além do

benefício da energia carrega junto de si uma série de viés que podem ser consideradas

Page 87: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

87

de impacto ao meio ambiente ou às pessoas, referir-se à empresa como democratizadora

da cultura, e incentivadora do desenvolvimento sustentável é a finalidade das ações de

marketing cultural da empresa.

A marca da empresa está exposta, como material promocional de comunicação

da marca em todos os eventos patrocinados e é gerenciada pelo departamento de

comunicação no setor de gestão de marca.

A empresa entende que o patrocínio cultural pode ser usado para associar a

marca da empresa no sentido de demonstrar seu posicionamento e suas mensagens.

Uma das justificativas do patrocínio é a exibição da marca, a associação da

marca a uma ação.

Segundo o profissional entrevistado, a organização tem como missão a

responsabilidade ambiental, ética, respeito e segurança, e quer ter isso agregado á

associação da marca. Para a COPEL, o maior ganho da imagem da marca da COPEL é a

qualidade nos serviços prestados.

Com uma série de eventos patrocinados a empresa se esforça em apoiar e

proteger projetos cujos assuntos e temas versam sobre a cultura e/ou realidade brasileira,

dando prioridade aos temas sociais paranaenses.

Em concordância ainda com a missão a empresa, um dos motivos para investir

em patrocínio cultural, segundo a companhia, trata-se de definição das bases do

relacionamento externo e interno da empresa. Comprometer-se com o alcance social e a

democratização da cultural vem ao encontro da missão da empresa de prestar serviços

correlatos, promovendo desenvolvimento sustentável e mantendo o equilíbrio dos

interesses da sociedade paranaense e ainda dos acionistas.

A empresa não desenvolve um planejamento para ações culturais, mas todos os

anos investem em ações de patrocínio. Junto á essa ações, o destaque relatado pelo

correspondente da empresa se dá em ações de endomarketing que a empresa vem

Page 88: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

88

desenvolvendo, criando uma cultura de responsabilidade na empresa com estratégias de

comunicação institucional, junto com as demais áreas, como Publicidade, Comunicação

Interna, Imprensa, Planejamento, etc

A empresa não utiliza ferramentas de mensuração de resultados do patrocínio.

No entanto todo projeto patrocinado deve conter relatório final, enviado pelo

produtor junto com cópia do encerramento do projeto que é enviado ao Ministério da

Cultura devido aos incentivos fiscais.

As contribuições levadas a efeito sob o amparo da Lei Rouanet no exercício de

2006 foram efetuadas em projetos devidamente aprovados pelo Ministério da Cultura, no

âmbito do Governo Federal, tendo como proponente, em boa parte, a Sociedade dos

Amigos do Museu Oscar Niemeyer - MON, para a qual foram destinados R$ 7,1 milhões.

Ainda dentro do espírito de voluntariado, a Companhia participou e incentivou

diversas ações, dentre elas a doação ao Fundo dos Direitos da Infância e da

Adolescência - FIA.

Em 2006, a Companhia destinou aproximadamente, por meio de incentivos

fiscais, R$ 2 milhões para diferentes projetos inscritos no FIA, entre os quais foi citado o

projeto de ampliação do Hospital Pequeno Príncipe.

Em reconhecimento ao valor recebido, o maior vindo de uma empresa em toda a

sua história, o Hospital criou a cota “Coração Copel”. Os recursos, integralmente

dedutíveis do imposto a pagar no exercício de 2006, transformar-se-ão em um andar

inteiro, contendo 100 novos leitos e uma UTI neonatal.

A Copel transformou este método em política. Desde então, em todos os anos, a

Companhia irá potencializar ao máximo o emprego de recursos dedutíveis ao FIA,

baseados em estimativas anuais do imposto a pagar, designando tais recursos a projetos

sociais.

Page 89: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

89

5. CONCLUSÃO

Com base nos objetivos propostos para esse trabalho de conclusão de curso,

podem-se levantar algumas considerações sobre a atividade de patrocínio cultural e a

avaliação que as empresas patrocinadoras realizam para os projetos patrocinados.

Dos dados analisados resultantes do estudo da empresa pesquisada, percebe-se

que os profissionais de comunicação e marketing definem o patrocínio a eventos culturais

como um instrumento de apoio de comunicação para construção de imagem de marca.

Antes de investir em comunicação a empresa preocupa-se realmente em realizar

ações que associem a marca da empresa a ações culturais que atendam o retorno do

investimento, ou seja, garantam a visibilidade da marca de forma positiva.

Construir a imagem da empresa, junto ao mercado de forma positiva é uma

forma de disseminar valores da organização que irão se refletir no conjunto de ações que

demonstram o posicionamento da marca.

Em breve análise do relato do profissional de comunicação da empresa, pode-se

concluir que a Companhia apóia e afirma investir em ação cultural como saída para uma

imagem institucional positiva, no sentido de divulgar a mensagem de forma diferenciada –

ainda que ações de marketing cultural no ambiente das empresas tenha se destacado

cada vez mais nas decisões de comunicação, para os alvos buscados pelas

organizações.

Os investimentos da empresa em cultura passaram a ser vistos como estratégia

diferenciada de comunicação e qualificação da imagem das empresas patrocinadoras,

diante de seus públicos-alvo e àquelas pessoas com poder de multiplicar as mensagens

recebidas.

Page 90: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

90

Quando apontado à platéia de eventos culturais, a empresa estudada afirma que

os eventos culturais ofereceram à empresa a possibilidade de colocar sua marca em

contato com um público altamente qualificado, buscando além de posicionamento

contribuir para o fortalecimento das oportunidades de criação, produção e difusão da

cultura brasileira. No entanto utiliza a ferramenta para ir, além disso, visando a ampliação

do acesso dos cidadãos aos bens culturais e para a formação de novas platéias, além de

incentivar ações que tenham a cultura como instrumento de inclusão social.

Desta forma a visibilidade da marca, com o realce que lhe é devido, é objetivo

das ações de patrocínio, e faz parte da execução de estratégias de comunicação, mas, é

ainda assumida e explorada como ação que se cruza com a responsabilidade social da

empresa.

Segundo a empresa pesquisada, ações que complementam as de comunicação

propriamente ditas e promovem maior presença das empresas estudadas no momento do

encontro com o público, também contribui para a associação positiva da marca tornando

presente a imagem institucional da empresa nos eventos, alcançados através de um

trabalho consolidando que busca ampliar o acesso a cultura, mas antes disso prioriza o

fortalecimento social da marca e da empresa

Na prática, os profissionais da organização conseguem interferir na deliberação

de um patrocínio quando está diretamente ligado a comissão de avaliação, com um

processo transparente, ainda que em algumas situações como nos foi relatado, os

profissionais procurem avaliar a possível tendência positiva de um produtor ou projeto o

que interfere mesmo na seleção é a forma como o projeto irá interagir com a comunidade

onde ele estará inserido.

Page 91: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

91

Para a empresa pesquisada ações culturais divulgam a marca da empresa, e ao

mesmo tempo tem em seus esforços, o objetivo de associar sua imagem notoriamente de

forma positiva para a empresa, atribuindo à geração de visibilidade da marca.

A empresa pesquisada não utiliza ferramentas de mensuração de resultados do

patrocínio. O método utilizado é a sondagem de opinião no próprio evento ou na sua

repercussão.

Em estudo de teorias durante o desenvolvimento da fundamentação teórica deste

estudo, tomou-se conhecimento de que hoje existem alguns institutos especializados em

desenvolver instrumentos de pesquisa de fácil preenchimento, tabulação e análise dos

dados, onde através da aplicação desses instrumentos o responsável pelo projeto do

patrocínio seja ele produtor ou empresa incentivadora pode avaliar o impacto do

patrocínio e o resultado de suas ações.

Se a empresa tem clareza dos objetivos, a mensuração do patrocínio é possível.

Para usar qualquer ferramenta de comunicação, é necessário se estabelecer previamente

o resultado que se deseja obter, e pesquisar a situação antes e depois da ação.

(SARKOVAS, 2004).

Pesquisas de acompanhamento ou personalizadas podem investigar a capacidade do patrocínio de influenciar a conscientização, as atitudes e até as vendas. É possível identificar e pesquisar espectadores de eventos com o intuito de medir a lembrança do patrocinador, assim como as atitudes e intenções resultantes. (KOTLER, 2006, p. 592).

Para obter melhores resultados na avaliação do desempenho do patrocínio

cultural sugerimos que a empresa utilize um dos métodos citados por Melo Neto (2003),

para garantir a efetividade do patrocínio:

Page 92: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

92

FIGURA 5: As pesquisas de patrocínio

FONTE: Baseado e adaptado de MELO NETO, ib., p. 260 e 261.

O patrocínio cultural sempre objetiva acrescentar algo de valor a marca do

patrocinador. Daí, a importância do conceito do patrocínio, que corresponde ao conjunto

de significados a serem transmitidos ao mercado através da associação do objeto do

patrocínio e a marca do patrocinador. (MELO NETO, 2003)

Para essa empresa as ações culturais, na medida em que são divulgadas e

direcionadas para um público formador de opinião, deixam de ser puramente institucional

passando a ser considerada dentro do plano de comunicação empresarial da empresa.

Pesquisa de avaliação de visibilidade

Pesquisa de audiência do patrocínio

Pesquisa de avaliação do pacote de patrocínio

Pesquisa de avaliação de conceitos

Pesquisa de retorno de mídia

Pesquisa de conscientização do patrocínio

Pesquisa de impacto do patrocínio

Objetiva verificar se foram bem exploradas todas as oportunidades de exposição das marcas dos patrocinadores.

Objetiva analisar os resultados obtidos junto à audiência e ao público-alvo.

Objetiva avaliar o conjunto das ações promocionais do patrocínio e sua relação com as demais ações de marketing da empresa patrocinadora.

Objetiva avaliar o a adequação do processo de escolha da modalidade esportiva e do tipo de patrocínio e seus reflexos, no posicionamento da marca ou produto do patrocinador.

Objetiva avaliar a cobertura do patrocínio pela mídia

Objetiva avaliar o nível de conscientização do patrocínio junto aos diversos segmentos de interesse da empresa

É a síntese das demais

pesquisas, pois engloba elementos de todas essas pesquisas.

Page 93: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

93

A empresa pesquisada considera que a atividade cultural praticada é

efetivamente considerada uma atividade de comunicação, visto que a Companhia deseja

que a atividade sirva para ampliar a visibilidade da marca. A ação da empresa na cultura

é alinhada com o planejamento estratégico e procura dar suporte as ações de

comunicação da organização, porém na prática, o apoio a atividades culturais, está mais

assemelhado às políticas de responsabilidade social do que ações de comunicação.

A empresa pesquisada só investe em patrocínio que julga apresentar

identificação com sua marca, tomando o cuidado de patrocinar eventos que representam

em seu planejamento estratégico, a questão de rentabilidade associada à da

responsabilidade social.

Compreende-se através deste estudo de caso, que uma empresa constrói e

divulga sua imagem através de todas as situações em que interage com a sociedade. É

importante observar que quando planejado em conjunto com as outras ações de

comunicação da empresa, o patrocínio cultural torna-se uma ação de investimento que

pode dar certo, e ainda contribuir para consolidar a imagem da marca.

A associação de sua marca a eventos e projetos culturais é um dos subsídios de

que a empresa prepara para demonstrar seu posicionamento. Somada, as iniciativas

institucionais, sociais, ambientais e esportivas, às ações mercadológicas, promocionais e

de vendas, as ações culturais evidenciam a forma de a empresa se relacionar com as

comunidades às quais disponibiliza seus serviços.

Muitas empresas, no entanto, apreciam os eventos culturais exclusivamente

como instrumento de geração de visibilidade para suas marcas, o que pode ser um

equívoco, como, por exemplo, quando as empresas atribuem, por princípio, maior estima

a um projeto que traga em seu plano de mídia inserções em determinados veículos de

comunicação, quando comparado a outro projeto que não possua investimentos

semelhantes.

Page 94: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

94

Em uma análise fundamentada apenas no potencial de comunicação das ações

culturais uma série de outros atributos, podem torná-lo mais relevante, para o mercado

cultural e para sua associação à empresa. Destacamos que não se pode visualizar o

patrocínio como uma ação isolada de comunicação, sem vínculo com as demais ações do

mix de comunicação da empresa, ou do processo de gerenciamento da marca.

É necessário interatividade, pois, quando associado como uma ação de

investimento capaz de promover retorno mensurável , o patrocínio cultural vincula-se com

o perfil institucional da empresa, criando condições ideais para oo público envolvido num

evento cultural através do encanto e a emoção do evento transferindo esses sentimentos

para os atributos da marca.

Para D’Alessandro e Owens (2002), não há dúvida que um patrocínio bem

escolhido e bem gerenciado, pode elevar sua marca de modo muito mais atraente e

surpreendente do que quase qualquer outra atividade de marketing, o que explica o

patrocínio crescer mais rápido do que qualquer outra atividade de marketing.

É notável que as empresas estejam investindo cada vez mais em ações de

comunicação que procurem aproximar o público de suas marcas. Procurar alternativas

que consolidem a imagem da empresa na mente do consumidor é a cada dia mais uma

tarefa de importante fator que guia as estratégias das organizações.

Este estudo conclui que quando gerenciado o patrocínio pode tornar-se eficiente

ferramenta para a visibilidade da marca, afirmando ainda que o apoio à cultura pelas

empresas em eventos culturais pode gerar uma diferenciação competitiva uma vez que se

cria posicionamento favorável na sociedade e conseqüentemente na mente do

consumidor.

No entanto, é preciso ressaltar que critério, bom gosto e pertinência são fatores

principais de sucesso para a ferramenta. Fatores esses utilizados pela empresa

pesquisada.

Page 95: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

95

Complementar as estratégias de comunicação de forma integrada, promovendo

interação entre a empresa e o consumidor, atingir consumidores de forma não apenas

tradicionais, mas, envolventes, utilizando de todos os meios que permita uma

comunicação eficaz, demonstra uma evolução nas técnicas utilizadas pelos profissionais

de comunicação para garantir visibilidade para a marca da organização, incluímos aqui a

administração ativa do patrocínio, com meios empíricos de medir o valor do mesmo.

D’Alessandro e Owens (2002), afirmam que um patrocínio bem-administrado

pode dar coerência ao seu programa de comunicação ou marketing inteiro. È necessário

criar uma plataforma de marketing e comunicação consistente, e ainda negociar

agressivamente para proteger o valor investido no patrocínio, de modo que adicione brilho

a marca, assegurando que o mesmo terá um retorno real.

A empresa pesquisada confirma a teoria citada neste estudo de caso, que os

objetivos corporativos que induzem as empresas a utilizar o patrocínio dentro de suas

estratégias de comunicação baseiam-se em expressar comprometimento e

responsabilidade social junto à comunidade mais, além disso, visa reforçar percepções

positivas dos públicos em relação à imagem da marca da empresa e seus produtos,

contribuindo assim para elevar a visibilidade da marca da empresa no mercado.

Page 96: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

96

REFERÊNCIAS

Livros

ALMEIDA, Cândido José Mendes de; DA-RIN, Silvio. Marketing cultural ao vivo: depoimentos. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1992. ANDRADE, Cândido Teobaldo de Souza. Para entender Relações públicas. 2. ed. São Paulo: Biblos, 1965. BECKER, Howard S. Métodos de Pesquisa em Ciências Sociais. Trad. Marco Estevão e Renato Aguiar. 3. ed. São Paulo: Hucitec, 1997. BRANT, Leonardo. Mercado Cultural. São Paulo: Escrituras, 2001. BRITO, J.; FONTES, N. Estratégia para eventos: uma ótica do marketing e do turismo. São Paulo: Aleph, 2002. CARDIA, Wesley. Marketing e patrocínio esportivo. Porto Alegre: Bookman, 2004. CONTURSI, Ernani Bevilaqua. Patrocínio. Rio de Janeiro: Sprint, 2003. COSTA, Antonio Roque. TALARICO, Edison de Gomes. Marketing promocional: descobrindo os segredos do mercado. São Paulo: Atlas, 1996. D’ALESSANDRO, David F; OWENS, Michele. Guerras de Marcas: 10 Regras para Desenvolver uma Marca Vitoriosa. Trad. Joaquim Pinheiro Nunes da Silva. São Paulo: Pearson, 2002. DORDOR, Xavier. Mídia/mídia alternativa: a escolha da estratégia global de comunicação para a empresa. Trad. Fernando Santos. São Paulo: Nobel, 2007. CHURCHILL JÚNIOR, Gilbert A.; PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para o cliente. Trad. Cecília Camargo Bartalotti e Cid Knipel Moreira. São Paulo: Saraiva, 2000. ETZEL, Michael J.; WALKER, Bruce J.; STANTON, William J. Marketing. Trad. Arão Sapiro. São Paulo: Makron Books, 2001. GRACIOSO, Francisco. Propaganda institucional: nova arma estratégica da empresa. São Paulo: Atlas, 1995. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. Trad. Mônica Rosenberg; Brasil Ramos Fernandes; Claudia Freire. 12. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2006. KOTLER, Philip. Administração de Marketing: A Edição do Novo Milênio. Trad. Bazán Tecnologia e Lingüística. 3. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. . O Marketing Sem Segredos: Philip Kotler Responde Suas Dúvidas. Trad. Bazan Tecnologia e Lingüística. Porto Alegre: Bookman, 2005.

Page 97: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

97

KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Obtendo resultados com relações públicas. São Paulo: Pioneira, 1997. KUNTZ, Ronald A.; COMERLATTO, Tadeu; KOSTESKI, Claudino. Como ser um candidato vitorioso: os segredos do sucesso para sua campanha eleitoral. São Paulo: Maltese, 1992. LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Marketing: conceitos, exercícios, casos. São Paulo: Atlas, 2001. LOPES, Maria Immacolata Vassalo de. Pesquisa em Comunicação. 6. ed. São Paulo: Loyola, 2001. MALHOTRA, Naresh. Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada. Trad. Nivaldo Montingelli Jr. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. MATTAR, Fauze Najib. Pesquisa de Marketing: edição compactar. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2001. McCARTHY, E.; PERREAULT, W. Marketing Essencial: uma abordagem gerencial e global. São Paulo: Atlas, 1997. MELO NETO, Francisco Paulo de. Marketing de Patrocínio. 2. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2003. MENDOÇA, Duda. Casos e coisas. São Paulo: Globo, 2003. MIDDLETON, Vitor T. C. CLARKE, Jackie. Marketing de turismo: teoria e pratica. Trad. Fabíola Vasconcelos. Rio de Janeiro: Campus, 2002. MULLIN, Bernard J.; HARD, Stephen; SUTTON, William A. Marketing esportivo. Trad. Carlos Alberto Silveira Netto. 2. ed. Porto Alegre: Artmed/Bookman, 2004. REISS, Alvin H. Responsabilidade cultural das empresas. Coleção tempos modernos. Trad. Noé Gertel. São Paulo: Ibrasa, 1975. RICHERS, Raimar. Surfando as ondas do mercado. 5. ed. São Paulo: RR&CA Editora, 1996. _______________. Marketing: Uma visão Brasileira. São Paulo: Negócio, 2000. SANT’ANNA, Armando. Propaganda: teoria, técnica e pratica.. São Paulo: Pioneira Thomson Learnig, 2001. TYNAN, Kevin B. Marketing de multicanais: maximizando a participação de mercado com uma estratégia de marketing integrado. Trad. Maria Teresa Corrêa de Oliveira. São Paulo: Atlas, 1995. UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ. Normas técnicas: elaboração e apresentação de trabalho acadêmico-científico. 2. ed. Curitiba: UTP, 2006.

Page 98: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

98

VILAÇA, Wilma. Técnicas em Comunicação Dirigida. Centro Universitário Newton Paiva. 2004. VAZ, Gil Nuno. Marketing Institucional: O mercado de Idéias e Imagens. São Paulo: Pioneira, 1995. (Biblioteca Pioneira de administração e negócios). VIVA, Instituto Cultural Cidade. Perfil de empresas patrocinadoras. Rio de Janeiro: Record, 2003. YIN, Robert K. Estudo de Caso: planejamento e métodos. Trad. Daniel Grassi. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.

Periódicos AMANHÃ GESTÃO, ECONOMIA & NEGÓCIOS. Porto Alegre: Revista Amanhã, 2007. Mensal. ISSN 1413-9383. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio: Século XXI. São Paulo: Nova Fronteira, 1999. COPEL - RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO E SUSTENTABILIDADE 2006. Curitiba: Copel – Companhia Paranaense de Energia, 2007. Anual. ISSN [?]. COPEL – INFORMATIVO TRIMESTRAL 2007. 2008. Curitiba: Copel – Companhia Paranaense de Energia, 2007. Trimestral. ISSN [?].

Fontes eletrônicas on line

AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS. A arte de Kurt Schwitters pode ser vista no Museu Oscar Niemeyer a partir de sábado. 2007. Disponível em: http://www.aenoticias.pr.gov.br/modules/news/article.php?storyid=33752. Acesso em: 17 jun. 08. ANGELETE, Lusia. Os incentivos fiscais à Cultura. 2004. Disponível em: http://www.marketing-e-cultura.com.br. Acesso em: 21 abr. 08. BATISTA, Andrea Clara. A revolução da comunicação empresarial. 2000. Disponível em: www.comunicacaoempresarial.com.br. Acesso em: 19 abr. 08 BUENO, Wilson da Costa. A Comunicação como espelho das culturas empresariais. Revista Imes - Comunicação, n. 1, semestral, 2000. Disponível em: www.comunicacaoempresarial.com.br. Acesso em: 19 abr. 08 CURITIBA INTERATIVA. Oscar Niemeyer: trajetória e produção contemporânea no MON. 2008. Disponível em: http://www.curitibainterativa.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=14059. Acesso em: 17 jun. 08. FERREIRA, Waldir. A moda agora é comunicação dirigida. O público, São Paulo, v. 1, n. 43, p. 6, mai-jun. 1994. Disponível em www.portal-rp.com.br. Acesso em: 14 abr. 08.

Page 99: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/10/O-PATROCINIO-E-A-PLATA... · Para a amizade verdadeira e sincera que descobrimos há

99

JORGE, Miguel. A Comunicação Empresarial como vantagem competitiva. 2.000. São Paulo. Disponível em: www.comunicacaoempresarial.com.br. Acesso em: 19 abr. 08. LISBOA, Simone Marilia. A indústria da cultura e o marketing cultural. 2001. Disponível em: http://www.terra.com.br/pensarte/opiniao/aindustria.htm. Acesso em: 05 mai. 08. MACHADO NETO, Manoel Marcondes. Marketing e Cultura: Comunhão de bens. 2004. Disponível em: http://www.marketing-e-cultura.com.br. Acesso em: 21 abr. 08. MINISTÉRIO da Cultura. In: Captação de recursos por ano, região e UF (On line). Disponível em: http://www.cultura.gov.br/site/?cat=455. Acesso em: 01 mai. 08. MUYLAERT, Roberto; SARKOVAS, Yakoff. O preço da cultura. Valor Econômico. São Paulo: Martins, 2005. Disponível em: http://www.articultura.com.br/info_biblioteca.htm. Acesso em: 29 abr. 08. PIRES, Luciano. Marketing cultural com os pés no chão. 2002. Disponível em: http://www.portaldomarketing.com.br. Acesso em: 21 abr. 08. RIBEIRO, Marina. Comunicação Dirigida. 2007. Disponível em: http://marina.ppg.br/content/view/14/28. Acesso em: 16 abr. 08. SARKOVAS, Yakoff. Patrocínio cultural deve estar integrado ao mix de comunicação: entrevista concedida a José Paulo Sant’Anna. Meio & Mensagem, 2004. Disponível em: http://www.geocities.com/pedropnunes/entrev1-patrocinio-cultural.htm. Acesso em: 28 abr. 08. SARKOVAS, Yakoff. Atitudes das marcas rompem a linha. Revista da Criação, 2001. São Paulo. Disponível em: http://www.articultura.com.br/info_biblioteca.htm. Acesso em: 28 abr. 08. SARKOVAS, Yakoff. Patrocínio real. Guia de produção cultural, 2002. Disponível em: http://www.articultura.com.br/info_biblioteca.htm. Acesso em: 28 abr. 08. SARKOVAS, Yakoff. O incentivo fiscal a cultura no Brasil. Articultura, 2004. Disponível em: http://www.articultura.com.br/info_biblioteca.htm. Acesso em: 28 abr. 08. SOBRE A COPEL. Companhia Paranaense de Energia. 2008. Disponível em: http://www.copel.com/pagcopel.nsf/docsap/30E8FF205842AEF4032570B5006218EF?OpenDocument&secao=Gen%E9rica&. Acesso em: 17 jun. 08. ZAN, Maria Rosan Casagrande Amadei. Patrocínio a eventos como ferramenta comunicacional: os fatores que competem na eficácia de seu planejamento. Revista Digital Comunicação & Estratégia, 2006. Disponível em: http://www.comunicacaoempresarial.com.br/rev_artigos4MariaRosana.htm. Acesso em: 29 abr. 08.