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0 UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Francelize Fabianowicz O CLIENTE OCULTO COMO FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO Curitiba 2012

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Francelize Fabianowicz

O CLIENTE OCULTO COMO FERRAMENTA DE

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

Curitiba

2012

1

Francelize Fabianowicz

O CLIENTE OCULTO COMO FERRAMENTA DE

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Gestão Estratégica de Pessoas, da Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção de Título de Especialista Lato Sensu.

Orientador: MSc. Ubiracir Mazanek de Almeida

Curitiba

2012

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SUMÁRIO

I) INTRODUÇÃO.............................................................................................................03

II) REVISÃO TEÓRICA ...................................................................................................04

III) METODOLOGIA .......................................................................................................11

IV) DESENVOLVIMENTO...............................................................................................13

V) CONCLUSÃO .............................................................................................................16

VI) REFERÊNCIAS.........................................................................................................19

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O CLIENTE OCULTO COMO FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE DE SEMPENHO

I) INTRODUÇÃO

Segundo Lucena (2004), os clientes estão mais exigentes e conscientes,

dispostos a pesquisar os diferenciais que o mercado oferece, a competitividade desse

mercado busca cada vez mais ampliar seu espaço de preferência dos clientes, e a

expansão das fronteiras comandadas pelo processo de globalização dirigem suas

baterias para avaliar rigidamente cada empresa como um todo: seus produtos e/ou

serviços, seus processos de trabalho, suas atitudes no atendimento e nas relações

múltiplas que se estabelecem no dia a dia. Devido à constante avaliação pública, as

organizações devem avaliar permanentemente o contexto interno.

Com as rápidas transformações que ocorrem atualmente em um mundo

globalizado, empresas competitivas são aquelas que empregam pessoas mais capazes

que a concorrência e, portanto, o crescimento das empresas não pode ser dissociado

do crescimento das pessoas que nela trabalham (BÖHMERWALD, 1999).

Diante deste cenário as empresas verificam a necessidade em obter um

diferencial no atendimento dos clientes para uma maior competitividade no mercado.

Para isso sugere-se a aplicação de avaliação de desempenho, através de Cliente

Oculto, sendo uma técnica de observação, avaliação e coleta de dados, visando a

detecção dos pontos a desenvolver dos profissionais. Desta maneira proporcionando

informações para tomada de decisões estratégicas para melhoria e,

consequentemente, o atingimento de melhores resultados.

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II) REVISÃO TEÓRICA

Chiavenato (2000) afirma que em uma organização os colaboradores são

sempre avaliados, seja formal ou informalmente. A avaliação de desempenho é um

processo para avaliar qualidades e potencial de desenvolvimento futuro, tanto do

indivíduo quanto da empresa, sendo uma ferramenta extremamente imprescindível na

atividade administrativa.

A avaliação de desempenho é uma análise sistemática da atuação, através dos

trabalhos executados, das metas e resultados atingidos e do potencial de

desenvolvimento. Esse sistema visa localizar problemas de supervisão e gerência, e de

relação de indivíduos à organização, tendo por objetivo planejar formas para eliminá-los

(CHIAVIENATO, 2004).

Para Chiavenato (2000) a avaliação de desempenho possui três objetivos

fundamentais, são eles:

“Permitir condições de medição do potencial humano no sentido de determinar sua plena aplicação. Permitir o tratamento dos recursos humanos como importante vantagem competitiva da organização e cuja produtividade pode ser desenvolvida, dependendo, obviamente, da forma de administração. Fornecer oportunidades de crescimento e condições de efetiva participação a todos os membros da organização, tendo em vista, de um lado, os objetivos organizacionais e, de outro, os objetivos individuais.” (CHIAVENATO, 2000, p. 332).

Para um melhor funcionamento da Avaliação de Desempenho, deve-se procurar

garantir que os resultados subsidiem outros sistemas que visem à gestão e o

desenvolvimento humano, exista aplicação imediata para os resultados, além de que

deve ser autorizada e divulgada pela alta direção e que a mesma se comprometa com a

realização e aplicação de seus resultados (BÖHMERWALD, 1999).

5

As empresas dispõem de diferentes sistemas de Recursos Humanos que podem

ser adotados a fim de manter as pessoas estimuladas a buscar, adquirir e aplicar seus

conhecimentos visando o desenvolvimento. Dentre as principais práticas destacam-se:

treinamento, rodízio de função, sistema de sugestões, plano de cargos e salários,

remuneração variável, entre outros (BÖHMERWALD, 1999).

Constitui-se como principal objetivo da Avaliação de Desempenho contribuir para

o aumento da motivação através da aplicação de seus resultados na recompensa

(BÖHMERWALD, 1999).

Quando a empresa expressa sua gratidão ao funcionário pelo esforço

empregado no atingimento de metas, estará contribuindo para a satisfação de

necessidades sociais e de estima, essenciais ao ser humano, e consequentemente

para sua motivação (BÖHMERWALD, 1999).

De acordo com Böhmerwald (1999) este reconhecimento deve ser formal, feito

pelo superior imediato e amplamente divulgado na organização através de

comunicação interna, murais, jornal, correio eletrônico. As pessoas também podem ser

premiadas com brindes ou dinheiro, os brindes devem ser objetos que o empregado

possa levar para casa tendo, desta forma, também o reconhecimento da família.

Böhmerwald (1999) considera um equivoco e uma injustiça, talvez até mais

grave que um erro que possa ocorrer pela escolha de um determinado processo de

avaliação de desempenho, recompensar o mesmo de forma aleatória ou igual a

diferentes indivíduos.

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A avaliação de desempenho serve pelo menos a dois amplos fins, o julgamento e

o desenvolvimento. O julgamento diz respeito a decisões relacionadas a aumentos

salariais e promoções, já o desenvolvimento refere-se ao auxílio aos colaboradores a

fim de melhorar o desempenho bem como adquirir novas habilidades necessárias às

suas funções (HAMPTON, 1992).

De acordo com Böhmerwald (1999), o crescimento profissional não é espontâneo

e natural, as pessoas necessitam ser treinadas, mas isso só não é suficiente, elas

precisam estar motivadas.

Para Chiavenato (2004) a avaliação de desempenho se faz importante porque

proporciona informações ao avaliando, quanto ao seu desempenho, bem como o que

se espera dele e como este é visto pelo seu chefe, ao passo que ao avaliador, permite

ter um melhor julgamento sobre reajustes salariais e promoções, transferências e

demissões de funcionários. Também, permite visualizar e sugerir ao seu funcionário

quais mudanças se fazem necessárias, no comportamento, nas atitudes, habilidades ou

conhecimentos.

Segundo Chiavenato (2004) a avaliação deve mensurar o desempenho dentro do

cargo e também metas e objetivos, enfatizar o individuo no cargo, e não seus hábitos

pessoais. A devolutiva sobre o desempenho dever ser passada aos indivíduos a fim de

corrigir falhas e sugerir mudanças. As empresas devem avaliar seus funcionários

através de um julgamento preciso sobre o desempenho e definir o que fazer com seus

funcionários, como treinar, promover ou demitir.

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Além disso, a avaliação deve ser composta por resultados quantitativos e

qualitativos e o desempenho avaliado através de análise e comparação com critérios

previamente estabelecidos, baseado em fatos e dados, a fim de garantir a precisão e

credibilidade (BÖHMERWALD, 1999).

Quando os indivíduos envolvidos vêem a avaliação como uma punição, injusta,

interpretam negativamente a devolutiva da empresa ou o processo fica apenas como

preenchimento de relatórios, encontramos alguns pontos negativos (CHIAVENATO,

2004).

Ainda existe, como fatores indicativos do mau funcionamento do sistema de

avaliação de desempenho, a falta de foco em resultados, onde prevalecem

características de personalidade, capacidade e potencial; a subjetividade quando o

desempenho obtido não é comparado com o estabelecido; a descontinuidade, quando a

avaliação de desempenho deixa de ser utilizada; e a dificuldade de se estabelecerem

metas (BÖHMERWALD, 1999).

Além disso, existem outros fatores que impedem que o sistema de avaliação de

desempenho cumpra seu devido papel, entre eles a falta de comprometimento da alta

direção, o não estabelecimento de objetivos, e a falta de conhecimento dos resultados

(BÖHMERWALD, 1999).

Böhmerwald (1999) relata que todos os que, na hierarquia organizacional,

gerenciam equipes devem ser envolvidos, e que a avaliação deve ser individualizada

ou, em situações especiais, em equipes muito homogêneas, ou ainda do cliente avaliar

o fornecedor.

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Mesmo que a escolha de determinada ferramenta de avaliação de desempenho

tenha sido feita de forma cuidadosa, não garante seu bom funcionamento, dentre as

principais causas, Böhmerwald (1999) destaca o desconforto sentido por grande parte

dos Gerentes e do RH em realizar esta atividade.

Também se constituem fortes causas do insucesso neste sistema, de acordo

com Böhmerwald (1999) a existência de “chefe paternalista” (avaliando bem seus

subordinados, não apresentando dados reais), também pelo receio do superior ser

avaliado em algum momento pelo subordinado e a não aderência de todos ao

processo.

Chiavenato (2004) faz uma crítica aos métodos tradicionais, pois tratam as

pessoas de forma padronizada, tem funcionamento como um fim sendo que deveria ser

como meio. O objetivo atual é trabalhar com seres individuais numa integração para a

melhoria da empresa.

Também defende Böhmerwald (1999) que para avaliar o desempenho deve-se

constituir um sistema capaz de avaliar as pessoas de maneira imparcial e precisa e,

além disso, definir o que fazer com os resultados que serão obtidos.

Novos métodos estão surgindo como a avaliação participativa por objetivos, onde

trabalham juntos funcionários e gerentes numa visão pró-ativa, democrática e

motivadora, onde estes estabelecem juntos os resultados que devem ser alcançados

dentro de um determinado tempo. Deve haver comprometimento pessoal quanto ao

alcance dos objetivos conjuntamente formulados, negociação com o gerente sobre os

tipos dos recursos e meios necessários para o alcance dos objetivos, constante

9

monitoramento dos resultados e comparação com os objetivos estabelecidos e

alcançados (CHIAVENATO, 2004).

Outra ferramenta que pode ser utilizada na avaliação de desempenho é o Cliente

Oculto, uma maneira de observar e reunir informações específicas, de maneira

anônima, em um estabelecimento comercial. Tem por objetivo verificar, quantificar e

assegurar a adesão do funcionário aos procedimentos e padrões da empresa. A

relevância deste procedimento encontra-se no fato de que ele avalia aspectos

intangíveis, como por exemplo, a forma como um vendedor cumprimenta, as ações por

ele adotadas e a maneira como conduz o atendimento ao cliente, aspectos estes,

imensuráveis através de outros processos de avaliação. Esta ferramenta é utilizada

para verificar se os procedimentos passados aos colaboradores estão sendo

devidamente utilizados (GRUPO FRIEDMAN, 2007).

Existem duas formas de avaliação através do Cliente Oculto, a avaliação geral,

com intuito mais abrangente, a fim de obter uma visão mais ampla a respeito da adesão

aos procedimentos e normas da empresa; e a avaliação específica, focada em uma

norma ou procedimento específico (GRUPO FRIEDMAN, 2007).

O Cliente Oculto vem sendo empregado pelo mercado há muitos anos como

ferramenta de avaliação de equipes, principalmente as que atendem diretamente o

consumidor. Com o aumento da preocupação das empresas em encantar os clientes, a

demanda por este tipo de avaliação do atendimento cresce no Brasil e no mundo

(SILVEIRA, 2008).

10

A principal vantagem de utilizar o Cliente Oculto é a imparcialidade, pois não

convive no ambiente em que irá atuar. O consultor que irá avaliar está livre de “vícios” e

suas impressões sobre o atendimento são mais certeiras. Além disso, esta técnica

permite que se avalie na prática o atendimento, ao invés da utilização de formulários de

satisfação de clientes (SILVEIRA, 2008).

Segundo Silveira (2008) o Cliente Oculto avalia de maneira profissional e

individualizada conforme o perfil da empresa:

“Ao contrário do que se possa imaginar, agir como cliente oculto é mais do que ir até a loja e tirar conclusões genéricas. Antes de iniciar um serviço, o especialista estuda a situação da empresa, percebe suas carências, analisa dados e só depois vai a campo. Assim, pode ter uma conclusão mais precisa sobre as demandas da companhia a respeito de atendimento, exposição de produtos e atendimento. Os consultores são treinados para cada novo serviço. Após o serviço, a empresa contratante recebe relatórios com reconhecimentos e sugestões de melhorias” (SILVEIRA, 2008).

Sem condições de encontrar-se sempre presente muitos Gerentes e

Supervisores de Vendas, adotam a estratégia de cliente oculto para testar a eficiência e

o comportamento dos seus funcionários, onde se utilizam pessoas treinadas para se

passarem por clientes e detectarem eventuais dificuldades que prejudicam o

atendimento. Ferramenta que auxilia a identificação de falhas na execução de algumas

funções, o não cumprimento de tarefas propostas em treinamentos, reuniões e, em

alguns casos, até mesmo as ações e estratégias da concorrência. O profissional que se

faz de cliente é instruído a abordar o vendedor e fazer uma série de perguntas de

acordo com um briefing passado pela empresa (SILVEIRA, 2008).

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III) METODOLOGIA

Sugere-se para a utilização do Cliente Oculto com ferramenta na Avaliação de

Desempenho, o desenvolvimento de um formulário a ser utilizado pelos avaliadores que

contemple as principais diretrizes defendidas pela empresa em termos de

procedimentos para a área em questão.

O método caracteriza-se pelo desconhecimento, por parte do avaliando, do exato

momento em que a análise será feita, tendo por objetivo investigar o comportamento

natural do profissional em sua atuação.

O departamento responsável pela Avaliação de Desempenho deve selecionar

para avaliar seus colaboradores, pessoas que não tenham vínculo com o avaliado ou

uma empresa especializada, para assim, manter a precisão e imparcialidade.

Os avaliadores devem ser previamente treinados para a execução desta

atividade, a fim de tomarem conhecimento dos objetivos, procedimentos e receberem

orientações para avaliar questões comportamentais e técnicas do atendimento.

Segue abaixo modelo proposto pelo Grupo Friedman (2007) que poderá ser

utilizado ou adaptado para a avaliação:

FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO GERAL – CLIENTE OCULTO

Data: _______ Hora: ______ Nome do Cliente:________________________________

Nome do Vendedor:______________________________________________________

Descrição do Vendedor:___________________________________________________

______________________________________________________________________

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APARÊNCIA DA LOJA SIM NÃO PONTUAÇÃO

1) A loja está limpa? 20

2) A loja está movimentada? 0

3) A equipe de vendas está vestida

adequadamente?

10

4) Os vendedores estão usando seus crachás? 10 RECEPÇÃO NA LOJA SIM NÃO PONTUAÇÃO

5) Você foi recebido por um vendedor? 10

6) O vendedor o cumprimentou verbalmente? 10

7) O vendedor iniciou um diálogo relacionado com

vendas?

20

8) O vendedor tentou iniciar uma conversa? 20

REUNINDO INFORMAÇÕES SIM NÃO PONTUAÇÃO

9) O vendedor perguntou o que o trouxe à loja? 10

10) O vendedor perguntou o que você estava

procurando e por que, antes de mostrar a

mercadoria?

20

11) O vendedor usou perguntas abertas? 10

12) O vendedor obteve informações suficientes para

mostrar-lhe mercadorias que atendessem suas

necessidades?

10

13) Se você requisitou mercadorias que não

estavam disponíveis na loja, o vendedor tentou

consegui-las para você?

10

14) Se a mercadoria não pode ser conseguida, o

vendedor lhe mostrou itens semelhantes que

estavam disponíveis?

10

13

Comentários / Observações:_______________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

NOTA: Por favor, anexe o recibo da compra ao formulário.

IV) DESENVOLVIMENTO

Nota-se que, com a competitividade atual, o atendimento aos clientes torna-se

um importante diferencial para as empresas. Visando um atendimento de qualidade que

corresponda às exigências de seus clientes, as empresas encontram na Avaliação de

Desempenho uma ferramenta para identificar e corrigir falhas.

DEMONSTRANDO MERCADORIAS SIM NÃO PONTUAÇÃO

15) O vendedor lhe apresentou mercadorias

apropriadas aos seus desejos e necessidades?

10

16) O vendedor explicou as características das

mercadorias?

10

17) O vendedor explicou por que as características

o beneficiariam?

10

TENTATIVA DE FECHAR A VENDA / VENDER

ADICIONAIS

SIM NÃO PONTUAÇÃO

18) O vendedor tentou fechar a venda? 20

19) Você expressou alguma objeção? 0

20) O vendedor tentou contornar a sua objeção? 20

21) O vendedor sugeriu algum adicional para

acompanhar a sua compra?

20

22) O vendedor continuou a oferecer adicionais até

que você dissesse não?

10

23) O vendedor mencionou algum evento ou

promoção?

10

AGRADECENDO AO CLIENTE SIM NÃO PONTUAÇÃO

24) O vendedor agradeceu pela sua compra? 10

25) O vendedor o convidou à retornar a loja? 10

PONTUAÇÃO TOTAL 300

14

Além disso, esta ferramenta fornece dados para a execução de treinamentos

entre outras medidas que podem ser adotadas para manter seus colaboradores

envolvidos e motivados com o trabalho, como por exemplo, promoções, reajustes

salariais, reconhecimento e premiações.

Conforme diversos autores relatam, os sistemas de Avaliação de Desempenho

mais comuns apresentam falhas em cumprir seus principais objetivos por diversas

razões, entre as principais podemos citar a subjetividade, o paternalismo e a própria

dificuldade do gestor em ser imparcial ao avaliar seus subordinados.

Tendo em vista tais aspectos, sugere-se a utilização de Cliente Oculto como

ferramenta na Avaliação de Desempenho, pois se bem elaborada, poderá eliminar tais

dificuldades, uma vez que é feita por uma pessoa desconhecida, mantendo assim a

objetividade, o foco em dados concretos e a não influência de aspectos emocionais.

Como os demais instrumentos de Avaliação de Desempenho, o Cliente Oculto

deve ser utilizado para o levantamento de informações sobre a atuação dos

profissionais que serão utilizadas para ações subsequentes. De acordo com o que já foi

mencionado, o sistema de Avaliação de Desempenho serve para alimentar os demais

subsistemas de Recursos Humanos, entre os principais destacam-se o de Cargos &

Salários, Plano de Carreira, Treinamento & Desenvolvimento.

Importante salientar que o processo de avaliação terá insucesso caso os dados

não sejam repassados para os avaliados e que não haja uma aplicação imediata para

os resultados por ele obtidos, seja através de premiações, promoções, reajustes

salarias, enquadramento ou treinamento.

15

Também é relevante destacar que para a ferramenta apresentar bons

resultados, os colaboradores precisam saber que será feita uma avaliação através de

Cliente Oculto, mas não devem ter conhecimento do período exato em que serão

avaliados. Isso permite que o desempenho mantenha-se uniforme e que a pessoa não

se sinta prejudicada por desconhecer o processo.

A Avaliação de Desempenho através de Cliente Oculto, é indicada para as

funções em que há contato direto com clientes ou fornecedores, em outras funções

pode mostrar-se inadequada não cumprindo seu principal objetivo. Além disso, ela deve

ser elaborada e/ou adaptada ao cargo específico que se pretende avaliar, não pode ser

tomada como um método de avaliação geral em uma empresa para diferentes funções.

Importante mencionar que o Cliente Oculto, assim como demais ferramentas de

Avaliação de Desempenho possui suas limitações, a principal consiste em avaliar o

colaborador em um único momento, não contemplando o desempenho geral do mesmo.

Esse fator deve ser considerado, pois as pessoas oscilam de performance, portanto o

Cliente Oculto não deve ser utilizado como a única ferramenta de avaliação.

Por isso, essa técnica é indicada como uma ferramenta complementar de

avaliação, não descartando os processos tradicionais onde o gestor avalia seu

subordinado. Também deve ser realizada com certa frequência, ocorrendo pelo menos

uma vez a cada seis meses.

Outro aspecto a ser levado em consideração, é que por essa característica, o

Cliente Oculto deve ser utilizado em empresas que possuam baixo índice de

rotatividade, para que o programa tenha continuidade.

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Além disso, destaca-se a importância de treinar adequadamente as pessoas que

farão a avaliação. Elas deverão ter informações suficientes sobre os produtos ou

serviços que a empresa oferece, a fim de argumentar com o vendedor durante a

negociação.

As pessoas que irão desempenhar as funções de Cliente Oculto deverão ter

características pessoais bastante diferenciadas entre si, tendo em vista analisar se o

vendedor, independente do perfil do comprador, apresentará a mesma performance,

seguindo os exatos padrões de atendimento desejados pela empresa. Torna-se

relevante destacar que esta equipe deve ter um supervisor para acompanhar a

execução das visitas e assegurar que as mesmas estão sendo efetuadas de maneira

correta e de acordo com um cronograma previamente estabelecido.

Caso a empresa tenha dificuldades na seleção e formação da equipe a realizar o

Cliente Oculto, poderá contar com a assessoria de empresas especializadas neste tipo

de serviço, tendo o cuidado de verificar a idoneidade da mesma.

V) CONCLUSÃO

Devido ao aumento na exigência dos clientes, resultado da concorrência que

existe atualmente, torna-se necessário que as empresas monitorem o desempenho de

seus colaboradores, em especial daqueles que mantêm contato direto com os clientes.

Com esta finalidade, as empresas podem utilizar ferramentas para acompanhar

a performance de seus colaboradores, no entanto, mais do que monitorar, a avaliação

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de desempenho, deve servir para alimentar outros subsistemas do departamento de

Recursos Humanos.

Na realidade, este processo deve ser utilizado como um instrumento para a

coleta de dados, para que com estes se tomem outras ações. Normalmente estas

ações servem para recompensar, readequar ou desenvolver as pessoas.

O principal objetivo deste artigo é mostrar que o Cliente Oculto pode ser

utilizado como uma ferramenta adicional na avaliação de desempenho e possui

vantagens se comparada aos processos tradicionais, obviamente, como outros

recursos, se elaborada de forma coerente e condizente com a realidade da função e da

empresa.

Constituem-se como principais vantagens deste instrumento a imparcialidade,

devido a ausência de contato prévio entre avaliando e avaliador; a objetividade e

precisão pois, pelo fato de não haver vínculo estabelecido entre as partes, a

subjetividade fica controlada.

Além disso, o Cliente Oculto permite que seja eliminada a dificuldade do superior

imediato avaliar de forma fidedigna a performance de seu colaborador, sem a influência

emocional, julgamento de valor e de personalidade.

Porém, torna-se relevante destacar que o Cliente Oculto não deve ser adotado

como única forma de avaliar os colaboradores em uma empresa, pois analisa em um

único momento o desempenho do profissional. Portanto, é eficaz como ferramenta de

apoio ao processo tradicional de avaliação de desempenho porque fornece uma visão

diferente da do Gestor e desvinculada da hierarquia organizacional.

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Assim, o Cliente Oculto pode ser utilizado para realizar comparações entre a

análise feita pelo Comprador Oculto e pelo Gestor, com isso é possível identificar

distorções e interferências pessoais do superior imediato ao avaliar seu subordinado.

Importante também salientar que para obter bons resultados com a utilização do

Cliente Oculto é necessário ter critérios bem definidos na seleção e treinamento da

equipe de avaliadores, ou na contratação de uma empresa especializada, que com

seriedade tenha o compromisso com o processo.

Por fim, o processo de Avaliação de Desempenho e a utilização do Cliente

Oculto devem ter a finalidade de mensurar o desempenho e acima de tudo

recompensá-lo ou desenvolvê-lo.

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VI) REFERÊNCIAS

BÖHMERWALD, Pedro. Gerenciando o Sistema de Avaliação do Desempenho . Belo

Horizonte: Editora de Desenvolvimento Gerencial, 1999.

CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos – Versão Compacta, São Paulo:

Editora Atlas, 2000. 6ª ed.

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: e o novo papel de recursos human os

nas organizações . Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 2 ° ed.

GRUPO FRIEDMAN. Programa de Treinamento de Gerentes . Consultoria e

Treinamento em Varejo. Apostila de Programa de Treinamento, 2007.

HAMPTON, David R. Administração contemporânea: teoria prática e casos . São

Paulo: McGraw-Hill, 1992. 3ª ed.

LUCENA, Maria Diva da Salete. Planejamento Estratégico e Gestão do

Desempenho para Resultados. São Paulo: Editora Atlas, 2004.

20

SILVEIRA, Katiuscia. Cliente Oculto / Proposta Cliente Oculto . Julho, 2008.

Disponível em: http://clientesocultos.blogspot.com.br/2008/07/proposta-cliente-

oculto_05.html. Acesso em 14 d abril de 2012.