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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Ozias Alexandre Ferreira Alves
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
DISPLASIA DA ARTICULAÇÃO ÚMERO-RADIO-ULNAR EM CÃES
CURITIBA
2011
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
DISPLASIA DA ARTICULAÇÃO ÚMERO-RADIO-ULNAR EM CÃES
CURITIBA
2011
Ozias Alexandre Ferreira Alves
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
DISPLASIA DA ARTICULAÇÃO ÚMERO-RADIO-ULNAR EM CÃES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de
Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade
Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a
obtenção do título de Médico Veterinário.
Orientador: Prof° Esp.Milton Mikio Morishin Filho.
CURITIBA
2011
DEDICATÓRIA
´´A minha mãe querida que desde pequeno me trilhou no caminho do
conhecimento, moldou a pessoa que sou, e hoje estou realizando nossos sonhos e
meus objetivos``
AGRADECIMENTOS
A realização desta monografia significa o caminho trilhado durante toda minha
vida como estudante e posteriormente acadêmico de medicina veterinária.
Durante esse caminho conheci muitas pessoas, que contribuíram para que eu
pudesse iniciar minha vida acadêmica, contribuirão do seu tempo, palavras de
incentivo e admiração.
Agradeço em especial aos meus pais, Maria Luiza e Laércio Alves que me
educaram e fizeram de mim o que sou hoje, sendo os principais responsáveis pelo
realizar deste sonho, bem como me apoiaram sempre, durante o meu percurso
académico e na vida, e são modelos de educação e respeito. Ao meu irmão Murilo
por ser a pessoa que é, alegre, doativo, generoso e por sempre estar ao meu lado. A
minha querida namorada e futuramente esposa Shara Karine por estar ao meu lado,
nos momentos de felicidade, dificuldade pelo apoio e paciência em todos os
momentos que estávamos juntos. A todos os familiares pelas palavras de incentivo,
momentos passados e realização desse sonho.
No período como acadêmico pude estar com vários profissionais, professores
que fazem parte de minha formação, e do profissional que hoje sou, agradeço a eles
por abdicar do seu tempo para transmitir seu conhecimento, e compartilhar de suas
experiências para comigo.
Agradeço aos grandes amigos Luís Fabiano Severo, Patrícia Ortega, Andréia
Basso pelas oportunidades, votos de confiança, e exemplo de pessoas que são e
pela contribuição para minha formação.
Agradeço aos meus amigos de infância, juventude e nesta ultima fase pelas
palavras de incentivo, admiração, momentos alegrias, comemorações e força que
sempre transmitiram durante esta fase.
Em especial ao Dr. Roberto Lange pela oportunidade de fazer parte daquela
equipe onde pude me desenvolver profissionalmente durante o período como
estagiário. Ao Dr. Gilson Melo Rocha pelo voto de confiança e palavras de incentivo.
Aos meus co-orientadores Denise Gabardo, Gisalda Cristina Bortolotto por
todo o apoio, disponibilidade, profissionalismo, compreensão, competência,
paciência e todos os conhecimentos que me transmitiram, durante a realização do
estágio obrigatório.
Ao meu orientador Prof. Milton Mikio Morishin Filho por toda a disponibilidade
prestada e pelo apoio durante a realização da monografia.
RESUMO
A articulação do cotovelo representa as principais afecções ortopédicas
responsáveis pela claudicação dos membros torácicos em cães. A displasia do
cotovelo (DC) conduz a vários graus de doença articular degenerativa em cães em
crescimento, de várias raças de médio á grande, e compreende quatro doenças do
desenvolvimento, sabendo-se que consequente cada forma da DC levara á uma
osteoartrite secundaria grave ao bem estar do animal nesta articulação. As principais
etiologias são: não união do processo ancóneo, osteocondrite dissecante do côndilo
umeral, incongruência articular e doenças do coronóide medial, sendo esta última a
que mais acomete essa disfunção. Atualmente são utilizadas várias modalidades de
técnicas imagiológicas de forma a melhorar o diagnóstico, e estabelecer uma
modalidade padrão. No entanto, de acordo com o International Elbow Working
Group (IEWG), fundado em 1989, o diagnóstico padrão continua a ser á radiografia
simples, sendo o meio mais utilizado, pelo seu baixo custo e fácil acesso, servindo
de base à classificação da DC e futuramente será desenvolvido um certificado
padrão como ocorre em outras doenças. As principais modalidades utilizadas para o
diagnóstico da DC são radiografias, ressonância magnética, a tomografia
computadorizada que permite uma grande precisão diagnóstica, e a artroscopia
sendo a modalidade ouro para o diagnóstico e tratamento. Infelizmente o
prognóstico mesmo com tratamentos atuais é variável de acordo com a idade a
patologia envolvida ou o grau de osteoartrite envolvida, sendo inevitável à
progressão de osteoartrose e degeneração articular.
Palavras chaves: displasia do cotovelo, osteoartrite, incongruência, tomografia computadorizada, artroscopia.
ABSTRACT
The elbow joint is the main responsible for orthopedic conditions of the thoracic limb lameness in dogs. Elbow dysplasia (DC) leads to various degrees of degenerative joint disease in growing dogs of various breeds of medium to large, and comprises four disease developments, knowing that each form of the resulting DC led to severe secondary osteoarthritis the animal's welfare in this joint. The main causes are: non-union of the ancones process, osteochondritis dissecans of the humeral condyle, incongruity medial coronoid disease, the latter being the one that affects this dysfunction. Are currently used various types of imaging techniques to improve the diagnosis and establish a standard mode. However, according to the International Elbow Working Group (IEWG), founded in 1989, the diagnosis remains the standard radiography, being the most used, because of its low cost and easy access, serving as a basis for classification of DC and eventually will develop a standard certificate as in other diseases. The main modalities used for the diagnosis of DC are X-rays, MRI, CT scan allows a great accuracy, and arthroscopy is the modality for the diagnosis and treatment. Unfortunately the prognosis even with current treatments is variable according to age or pathology involved the degree of osteoarthritis involved, with the inevitable progression of osteoarthritis and joint degeneration.
Keywords: elbow dysplasia, osteoarthritis, incongruence, computed tomographic, arthroscopy.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Instalações HVSM: centro cirúrgico (A), setor de diagnóstico por imagem
(B), setor de odontologia (C), setor de internamento (D)...........................................20
FIGURA 2 Instalações SOS: consultório clínico (A), laboratório (B), setor de
diagnóstico por imagem (C), centro cirúrgico (D).......................................................23
FIGURA 3 Úmero vista caudal (A); úmero vista distal (B), úmero vista cranial
(C).....27
FIGURA 4 Rádio e ulna vista cranial (A), vista lateral (B)..........................................28
Figura 5 Cotovelo vista lateral (A), cotovelo vista medial (B).....................................28
FIGURA 6 Cotovelo em posição medial (A), cotovelo em posição crânio caudomedial
15-20° oblíqua (B)......................................................................................................29
FIGURA 7 Cotovelo em projeção médio lateral flexionado num ângulo de abertura de
45° (A), e projeção médio lateral oblíqua ângulo de 15° estendido e supinado em 15°
(B)...............................................................................................................................36
FIGURA 8 Projeções médio lateral em posição neutra em torno de 110-135° (A), e
projeção craniocaudal com 15° de pronação e ângulo de 15° proximal (B)..............37
FIGURA 9 Projeção médio lateral com NUPA...........................................................40
FIGURA 10 Projeção crânio caudo medial com
OCD............................................................................................................................43
FIGURA 11 Aspecto típico de uma kissing lesion no côndilo umeral medial por ART
(A), aspecto típico de uma kissing lesion no côndilo umeral medial por TC (B)........44
FIGURA 12 Projeções médio lateral (A), e crânio caudal com DCM (B)...................47
FIGURA 13 Aspecto típico de fragmentação do coronóide medial por ART (A),
Aspecto típico de fragmentação do coronóide medial por TC (B)..............................48
FIGURA 14 Algoritmo de tratamento para DCM........................................................49
FIGURA 15 Cotovelo em projeções médio lateral com incongruências nas
articulações................................................................................................................52
FIGURA 16 Reconstrução por TC sagital da cabeça radial (A), reconstrução radial
da cabeça do radio (B), reconstrução de incongruência em articulação do cotovelo
(C), reconstrução de incongruência entre a cabeça radial e processo coronóide
medial.........................................................................................................................53
FIGURA 17 Características artroscopia em cotovelos incongruentes. Os desenhos
abaixo mostrar as imagens artroscopia suas e localizações.....................................54
FIGURA 18 Projeção médio lateral com OA, esclerose e presença de osteófitos,
incongruência, osteoartrose, com NUPA (A). Projeção crânio caudal com OA,
esclerose, presença de osteófitos, incongruência, osteoartrose, com NUPA
(B)...............................................................................................................................56
FIGURA 19 Vista cranial (A), lateral (B), cranial (C), lateral (D), crânio lateral oblíqua
(E), lateral (F), de próteses de cotovelo usado desde
2001............................................................................................................................60
FIGURA 20 Simulação de prótese fixada e cimentada..............................................61
FIGURA 21 Projeção médio lateral no pós-operatório de ATC..................................63
FIGURA 22 Projeções laterais pré-operatória (A), pós-operatório imediato (B), e um
ano após intervenção com ATC (C)...........................................................................63
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 Relatório de estágio HVSM por especialidade ....................................21
GRÁFICO 2 Relatório de estagio HVSM por especialidade cirúrgica.......................21
GRÁFICO 3 Relatório de estágio SOS por especialidade........................................24
GRÁFICO 4 Relatório de estágio SOS por especialidade cirúrgica..........................24
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Escore de classificação radiográfica segundo o IEWG..............................38
LISTA DE ABREVIATURAS, SÍMBOLOS E SIGLAS
AINEs – antiinflamatórios não esteróidais
ATC – artroplastia total do cotovelo
ART – artroscopia
COX 2 – cicloxigenase
DAD – doença articular degenerativa
DC- displasia do cotovelo
DCM- doença do coronóide medial
FPC E OU FPCM- fragmentação do processo coronóide medial
HVSM – hospital veterinário Santa Mônica
IEWG- international elbow working group
INC- incongruência.
Kg – quilograma
KV – kilovoltagem
mm – milímetros
NUPA- não união do processo ancôneo
OA- osteoartrite
OC- osteocondrite dissecante
OCD- osteocondrite dissecante
OTC- osteocondrose
RX – raio x
SOS – clínica veterinária SOS
TC – tomografia computadorizada
T° - temperatura
TPC – tempo de preenchimento capilar
UI – Unidades Internacionais
~ - variável
% - porcentagem
< - menor
> - maior
° - ângulo em graus
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO..................................................................................................17
2 RELATÓRIO E ATIVIDADES DE ESTÁGIO .........................................................18
2.1 HOSPITAIS VETERINÁRIO SANTA MÔNICA...................................................18
2.2 CLÍNICA VETERINÁRIA SOS.............................................................................22
3 INTRODUÇÃO.......................................................................................................25
4 ANATOMIA.............................................................................................................26
5 ETIOLOGIA............................................................................................................30
5.1 INFLUÊNCIAS GENÉTICAS...............................................................................30
5.2 INFLUÊNCIAS NUTRICIONAIS..........................................................................31
5.3 INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS..............................................................................33
5.4 INFLUÊNCIAS MECÃNICAS..............................................................................34
6 DIAGNÓSTICO POR IMAGEM..............................................................................34
6.1 DIAGNÓSTICO RADIOGRÁFICO.......................................................................35
PATOLOGIAS............................................................................................................39
7 NÃO UNIÃO DO PROCESSO ANCÔNEO............................................................39
7.1 DIAGNÓSTICO RADIOGRÁFICO.......................................................................40
7.1.2 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA............................................................41
7.1.3 ARTROSCOPIA...............................................................................................41
7.1.4 TRATAMENTO.................................................................................................42
8 OSTEOCONDRITE DISSECANTE........................................................................42
8.1 DIAGNÓSTICO RADIOGRÁFICO.......................................................................43
8.1.2 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA............................................................44
8.1.3 ARTROSCOPIA...............................................................................................44
8.1.4 TRATAMENTO.................................................................................................45
9 DOENÇA DO CORONÓIDE MEDIAL....................................................................45
9.1 DIAGNÓSTICO RADIOGRÁFICO.......................................................................46
9.1.2 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA............................................................47
9.1.3 ARTROSCOPIA...............................................................................................48
9.1.4 TRATAMENTO.................................................................................................49
10 INCONGRUÊNCIA...............................................................................................50
10.1 DIAGNÓSTICO RADIOGRÁFICO.....................................................................51
10.1.2 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA..........................................................52
10.1.3 ARTROSCOPIA.............................................................................................53
10.1.4 TRATAMENTO...............................................................................................54
11 OSTEOARTRITE..................................................................................................55
11.1 DIAGNÓSTICO RADIOGRÁFICO.....................................................................56
11.1.2 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA..........................................................57
11.1.3 TRATAMENTO...............................................................................................57
12 DENERVAÇÃO DO COTOVELO NO CONTROLE DA DOR...............................58
13 PRÓTESE DE COTOVELO.................................................................................59
13.1 MUDANÇAS EM PRÓTESE E TÉCNICAS CIRÚRGICAS...............................60
14 TERAPIA DE REABILITAÇÃO.............................................................................64
15 CONCLUSÃO.......................................................................................................65
16 BIBLIOGRAFIA.....................................................................................................66
19
1 APRESENTAÇÃO
O presente trabalho traduz as atividades desenvolvidas durante o estágio
curricular, o qual me orientou à elaborar o desenvolvimento desta monografia.
Encontra-se descrito em uma revisão bibliográfica relacionada a displasia do
cotovelo em cães, onde serão abordados diversos elementos que possibilitem a
compreensão da displasia do cotovelo e das várias patologias que a constituem,
bem como as opções de diagnóstico e tratamentos existentes. A escolha do tema da
monografia reflete o interesse que desenvolvi pela área da ortopedia, juntamente
com excelentes profissionais desta área que pude acompanhar durante o percurso
como acadêmico, com isso fomentei minha curiosidade sobre o tema abordado, para
que posteriormente possa propiciar a esses pacientes melhor qualidade de vida e
bem estar durante essa enfermidade.
20
2 RELATÓRIO E ATIVIDADES DE ESTÁGIO
O cronograma de estágio curricular obrigatório foi decorrido durante o
segundo semestre de 2011 em dois locais diferentes nesta cidade, onde o primeiro
foi realizado no Hospital Veterinário Santa Mônica localizado na Rua Brigadeiro
Franco, número 4029, bairro Rebouças e após finalizando o período de estágio na
SOS Clínica Veterinária, localizada na Avenida Comendador Franco, número 2656,
bairro Guabirotuba. Os mesmo representaram um grande valor ético profissional
durante o período de estagio, onde pude vivenciar aprender e fomentar as minhas
dúvidas com grandes profissionais com ênfase em todas as áreas de atuações,
usufruindo todas as estruturas disponibilizadas por esses locais, compreendendo a
realidade do dia-a-dia da rotina do profissional médico veterinário em nossa cidade.
2.1 HOSPITAL VETERINÁRIO SANTA MÔNICA
O período de estágio foi realizado entre os dias 01 de agosto ao dia 02 de
setembro de segunda a sexta feira num período de 8 horas diárias perfazendo um
total de 200 horas.
O HVSM conta com as mais diversas especialidades, com uma estrutura
física e corpo profissional multidisciplinar: Quatro consultórios, subdivididos para as
especialidades (felinos, ortopedia, dermatologia e oftalmologia), um ambiente para o
setor de diagnóstico por imagem (radiografia, ultrassom e eco-cardiografia), setor de
emergências, setor de odontologia, setor de análises laboratoriais, centro cirúrgico e
serviço de anestesiologia com acompanhamento do pós-operatório, setor de
internamento para felinos, setor de internamento para pacientes com doenças
infectocontagiosas, e o internamento principal.
21
Durante o período de estágio pude acompanhar as mais diversas
especialidades, pois era uma rotina coletiva ocupando-se integralmente durante todo
o dia de estágio.
Internamento: Pelas primeiras horas da manhã era feito o acompanhamento
dos pacientes internados, aferição de parâmetros (T° central, T° periférica
[estimando o delta T]), frequência cardíaca e respiratória, tempo de preenchimento
capilar (TPC), coleta de bolsa de urina nos pacientes que as utizavam e mensurar a
quantidade e qualidade para posterior avaliação, avaliar o quadro clinico de cada
paciente, após essa rotina era realizado a medicação dos pacientes internados,
avaliação de fluidoterapia do mesmo com a utilização de bombas infusoras.
Clínica médica cirúrgica: Todo paciente que iria a vir realizar algum
procedimento cirúrgico realizava exames pré-operatórios no laboratório de analises
clínicas do hospital para realização dos procedimentos cirúrgicos pela manhã, e
após, o acompanhamento no pós-operatório e aferição dos parâmetros vitais de
cada paciente.
Clínica médica geral: No setor de clínica médica geral, principalmente
acompanha- do durante o período da tarde ou intervalos entre os procedimentos da
manhã. Com consultas eletivas agendadas para as demais especialidades
(dermatologia, oftalmologia, cardiologia, laboratório, oncologia, ortopedia,
acupuntura, odontologia).
Após cada procedimento, consulta com clinico geral ou com especialista,
diagnóstico por imagem etc, era posto em pauta o caso clínico para posterior
retirada de dúvidas.
22
Setor de diagnóstico por imagem: O acompanhamento dessa rotina se dava
principalmente no período da tarde e ou nos intervalos entre as rotinas da manhã
(radiografias, ultrassonografias, eco-cardiografia).
FIGUARA 1 INSTALAÇÕES HVSM, CENTRO CIRÚRGICO (A), SETOR DE DIAGNÓSTICO POR
IMAGEM (B), SETOR DE ODONTOLOGIA (C), E SETOR DE INTERNAMENTO (D).
A B
23
C
D FONTE: HVSM
GRÁFICO 1 RELATÓRIO DE ESTÁGIO HVSM POR ESPECIALIDADE.
24
GRÁFICO 2 RELATÓRIO DE ESTAGIO HVSM POR ESPECIALIDADE CIRÚRGICA
2.2 SOS CLÍNICA VETERINÁRIA.
25
O período de estágio foi realizado entre os dias 03 de outubro ao dia 04 de
novembro de segunda a sexta feira num período de 8 horas diárias perfazendo um
total de 200 horas.
A SOS conta com as mais diversas especialidades, estrutura física e corpo
profissional multidisciplinar especializada em dermatologia e ortopedia, nesta ultima
fomentei minhas dúvidas com o especialista dessa determinada área que
correlacionei com dúvidas sobre o desenvolvimento de minha monografia.
O Corpo físico da clinica SOS, rotina e especialidades se assemelha ao
HVSM, onde me adaptei com facilidade a rotina do dia-a-dia. Por se assemelhar ao
outro estágio.
Internamento: Pela manhã eram realizadas as atividades pertinentes aos
pacientes internados, avaliações clínicas, suporte clínico e medicações.
Clínica médica cirúrgica: após serem realizadas as avaliações no pacientes
internados a rotina do centro cirúrgico era iniciada (exames clínicos, laboratoriais),
juntamente com as necessidades anestesio lógicas para cada paciente.
Clínica médica geral: Essas atividades eram acompanhadas nos intervalos do
período da manhã e principalmente no período da tarde em todas as especialidades,
sempre que possível acompanhado o retorno de todos os pacientes (dermatologia,
oftalmologia, cardiologia, laboratório, oncologia, ortopedia, acupuntura, odontologia).
Setor de diagnóstico por imagem: O acompanhamento dessa rotina se dava
principalmente no período da tarde e ou nos intervalos entre as rotinas da manhã
(radiografias, ultrassonografias).
26
FIGURA 2 INTALAÇÕES SOS, CONSULTÓRIO CLÍNICO (A), LABORATÓRIO (B), SETOR DE
DIAGNÓSTICO POR IMAGEM (C), CENTRO CIRÚRGICO (D).
A B
27
C
D FONTE: SOS
GRÁFICO 3 RELATORIO DE ESTÁGIO SOS POR ESPECIALIDADE – arrumar acupuntura
28
GRÁFICO 4 RELATÓRIO DE ESTÁGIO SOS POR ESPECIALIDADE CIRÚRGICA
DISPLASIA DA ARTICULAÇÃO ÚMERO-RADIO-ULNAR EM CÃES
29
3 INTRODUÇÃO
O International Elbow Working Group (IEWG) protocola e registra os sinais de
osteoartrite e a presença das principais formas de lesões primarias da displasia do
cotovelo (DC), doença do coronóide medial e ou fragmentação do processo
coronóide medial (DCM/FPCM); osteocondrite dissecante e ou osteocondrose
(OC/OTC); não união do processo ancôneo (NUPA) e incongruência (INC)
(TELHELM, 2010).
Sabendo-se que cada forma de DC vai levar consequentemente à osteoartrite
(OA), potencialmente graves para o bem-estar do animal (HAZEWINKEL, 2008).
Há discordância sobre as manifestações patológicas do cotovelo que devem
ser incluído sob a forma de égide da DC. Isto é, destacado pela variável inclusão ou
exclusão de doenças como epicôndilo medial não unido e incongruências do
cotovelo (FITZPATRICK & YEADON, 2009).
Embora a epidemiologia, etiopatogenia, diagnóstico e tratamento da DC têm
sido amplamente estudados, à abordagem ideal para o diagnóstico com precisão
para determinar a presença e a extensão da DC não foi estabelecida com
consistência (COOK & COOK, 2009).
4 ANATOMIA
30
A articulação do cotovelo é uma articulação composta (gínglimo) pelas
articulações umerorradial (capítulo do côndilo umeral com a cabeça do rádio),
umeroulnar (troclear do côndilo umeral e fossa do olecrano, respectivamente com o
encaixe semilunar e ancôneo da ulna) e radioulnar proximal (união entre
circunferência articular do rádio e incisura radial da ulna), permitindo flexão e
extensão do úmero sobre o rádio e ulna. Nos cães, a circunferência do radio (no
aspecto caudal da cabeça do rádio) é capaz de girar na incisura radial da ulna
durante a pronação e supinação (CONSTANTINESCU & CONSTANTINESCU,
2009). Que possuem uma cápsula em comum (De CAMP, 1995; SCHALLER, 1999;
TROSTEL et al., 2003).Essa cápsula articular abrange apenas o aspecto cranial do
cotovelo. A cápsula fibrosa comum é anexada no úmero proximal à fossa radial e
supra ao forame troclear, e sob a cabeça do radio após a inserção com o ligamento
anular. A cápsula fibrosa conjunta termina lateralmente e medialmente nos
ligamentos colaterais laterais e mediais, respectivamente (CONSTANTINESCU &
CONSTANTINESCU, 2009). A maior superfície de contato entre o úmero e a ulna
ocorre no processo coronóide medial; o processo coronóide lateral proporciona
pouco contato (SCHULZ & KROTSCHECK, 2003).
FIGURAS 3 ÚMERO VISTA CAUDAL (A), DISTAL (B) E CRANIAL (C).
31
A B C
FONTE: CONSTANTINESCU & CONSTANTINESCU, 2009.
O principal movimento da articulação do cotovelo é em flexão e extensão,
mas a articulação radioulnar proximal permite um grau limitado de supinação e
pronação (DASSLER & VASSEUR, 2003). A articulação umeroulnar limita o
movimento em um plano sagital e aumenta a estabilidade articular (DeCAMP, 1995).
A maioria do peso transmitido ao cotovelo é suportada pela articulação umerorradial
(DeCAMP, 1995; DASSLER & VASSEUR, 2003).
Os ligamentos colaterais limitam o deslocamento lateral (valgo) e medial
(varo) da articulação (DeCAMP, 1995). O ligamento colateral lateral origina-se no
epicôndilo lateral do úmero e divide-se distalmente para unir ao rádio e ulna
proximais; o ligamento colateral medial origina-se no epicôndilo medial do úmero,
cruza o ligamento anular e divide-se em crura cranial e caudal (DeCAMP, 1995;
SCHULZ & KROTSCHECK, 2003).
FIGURA 4 RÁDIO E ULNA VISTA CRANIAL (A), VISTA LATERAL (B).
32
A B
FONTE: FITZPATRICK & YEADON 2009.
FÍGURA 5 COTOVELO VISTA LATERAL (A) E VISTA MEDIAL (B).
A B
FONTE: CONSTANTINESCU & CONSTANTINESCU, 2009.
O ligamento anular divide-se em crura cranial e caudal (DeCAMP, 1995;
SCHULZ & KROTSCHECK, 2003). A crura das inserções laterais do ligamento
colateral com o ligamento anular. A crura cranial de ambos os ligamentos anexão ao
radio, enquanto que o crura caudal atribui à ulna. Eles são considerados
33
espessamentos da cápsula fibrosa comum (CONSTANTINESCU &
CONSTANTINESCU, 2009). Outras estruturas de suporte, segundo Trotil et al
(2003), são o ligamento anular do rádio, o ligamento oblíquo, o ligamento do
olécrano e o ligamento intraósseo (TROSTEL et al., 2003). Os nervos medianos,
Ulnar e radial cursam próximo à articulação do cotovelo e abaixo da fáscia ante
braquial (MORISHIN, 2006).
FÍGURA 6 COTOVELO EM POSIÇÃO MEDIAL EM EXTREMA FLEXÃO (A) E POSIÇÃO CRANIAL
LATERAL-CAUDOMEDIAL 15-20° OBLÍQUO (B).
A B
FONTE: CONSTANTINESCU & CONSTANTINESCU, 2009.
5 ETIOLOGIAS
34
A articulação do cotovelo é estruturada a partir de cinco centros de
ossificação, ou seja, côndilo medial e lateral, epicôndilo medial, epífise e do
processo proximal anconeal, embora este último seja um centro de ossificação
secundário em todas as raças (HAZEWINKEL, 2006).
A Displasia do Cotovelo (DC) ocorre frequentemente em cães de médio a
grande porte, de 4 a 6 meses de idade , durante o período de crescimento. Por
motivos que levam ao desenvolvimento de doenças esqueléticas, doenças
genéticas, influências nutricionais ou trauma, todos esses fatores podem ser
responsabilizados pela ocorrência da DC (HAZEWINKEL, 2008).
5.1 INFLUÊNCIAS GENÉTICAS
A população de cães de raças geneticamente puras, onde altas intensidades
de seleção e posteriormente elevados níveis de consanguinidade são comuns,
representam o fator de risco genético, por terem um padrão de herança dominante,
que leva a sinais clínicos antes do envelhecimento natural, então o cão e seus pai(s)
podem ser descartados da reprodução, como nos cães condrodisplásicos. No
entanto, se o fator de risco genético tem um padrão recessivo de herança ou
poligênica, tem um padrão variável de penetração, com base em uma doença
genética com uma alta influência de aspectos ambientais, especialmente quando
manifesta-se nos idosos, a entidade tem todas as chances de espalhar entre
população antes de ser reconhecido. Isto é especialmente verdadeiro quando há
uma falta de registro adequado da doença. Nestas doenças, a propagação do alelo
da doença pode ser considerável antes que estas doenças sejam reconhecidas
como doenças genéticas em certas raças (HAZEWINKEL, 2007).
35
Quando as diferentes entidades da DC não diferem, tem provado ser
poligênica, sendo demonstrado em programas de melhoramento. Futuramente,
espera-se que a análise de DNA da população de cães detecte o gene afetados que
não expressam a doença (devido às excelentes condições de pesquisas) ou
heterozigotos para a doença. A análise do DNA no plantel de cães afetados trará
frustração para os criadores que deveram investigar os pais e seus descendentes
fenotipicamente normais e, portanto, um lento declínio na incidência de doenças
hereditárias nas gerações futuras (HAZEWINKEL, 2007).
5.2 INFLUÊNCIAS NUTRICIONAIS
A partir de uma variedade de estudos tornou-se claro que a nutrição tem um
impacto importante sobre o desenvolvimento do esqueleto. Estudos de campo, e de
laboratório padronizadas demonstram que o alto consumo de alimentos ricos em
cálcio e minerais causam alterações na ossificação endocondral. Isso torna o
esqueleto mais vulnerável a influências mecânicas como lesões de sobrepeso como
á OC, bem como e, possivelmente, condromalácia. A alta ingestão de alimentos,
com taxas excessivas de cálcio e vitamina D, portanto também podem levar a
osteocondrose (HAZEWINKEL, 2007).
Elevados níveis de cálcio ou vitamina D, fará com que a cartilagem retenha as
placas de crescimento e, portanto, uma alteração de crescimento em comprimento
sobre as placas de crescimento rápido, especialmente da ulna distal e rádio distal.
Alterações do crescimento em comprimento podem levar à síndrome do radio curvus
ou síndrome de radio curto, respectivamente. Incongruência do cotovelo em caso de
síndrome de radio curto pode coincidir com NUPA, enquanto incongruência com um
36
pequeno radio pode igualar centros de ossificação da DCM, ossificação secundaria
(tais como o processo anconeal), através do processo de ossificação endocondral.
Em cães de raças grandes á ossificação completa leva mais tempo do que em cães
de raças pequenas para o processo coronóide, que é de 20 semanas versus 14
semanas de idade, respectivamente. Cães criados com alimentação com excesso de
cálcio têm alterações de ossificação endocondral e que levará mais tempo para
concluir o processo de ossificação, apesar do aumento no peso corporal, sem
alterações, o que provoca caroços na cartilagem macia, mais vulnerável a danos. A
caracterização da alta qualidade dos alimentos para cães filhotes de raças grandes
devem ter uma preparação especial e devem ser fornecidos, com baixo teor de
cálcio (~ 1,0% de cálcio na matéria seca) e controle de vitamina D (~ 500 UI / kg de
alimentos). Tem sido demonstrado que um aumento do nível de proteína de alta
qualidade, típico das melhores dietas para filhotes, não tem uma influência negativa
sobre o desenvolvimento do esqueleto e é de suma importância para o crescimento
de tecidos moles e sistemas de defesa imunológicos. Em conclusão, as diversas
entidades da DC são causadas por influências genéticas e do meio ambiente, um
dos últimos pode ser nutrição (HAZEWINKEL, 2007. HUCK et al, 2009).
37
5.3 INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS
Sobre as estimativas de herdabilidade pode-se concluir que outros fatores
podem desempenhar um papel importante na manifestação da DC. Em diferentes
estudos tornou-se claro que o cruzamento com cães não displásicos (com base no
rastreamento radiológico) irá diminuir a incidência de DC consideravelmente quando
comparado com a criação de positivo X positivo, ou negativo X positivo e ou negativo
x desconhecido. DC em Labradores (e em Golden Retrievers a uma menor
extensão) é visto mais frequentemente em machos do que em cães fêmeas, embora
pode-se esperar que os fatores ambientais não difiram de tal forma entre os sexos.
Calculamos que, no caso de DC segue o padrão hereditário de uma variabilidade na
expressão de um gene, a expressão da DCM em Labradores masculino é de 70% e
em cadelas é apenas 28%. Em outras palavras, em um Labrador com o alelo da
doença para o DCM, esta doença vem à expressão em 70% dos machos e apenas
em 28% das fêmeas, assim, uma fêmea fenotípica negativa tem uma maior chance
de passar os genes para a próxima geração de um Labrador negativo do sexo
masculino, mesmo quando analisado com cuidado. Para os criadores essa é uma
informação importante, pois garante não só a seleção do plantel, mas também de
animais incluídos e filhos, o que poderia dizer mais sobre a constituição genética de
um cão especial que a própria radiografia das suas articulações do cotovelo
(HAZEWINKEL, 2007).
38
5.4 INFLUÊNCIAS MÊCANICAS
Lesão traumática das placas de crescimento, por exemplo Salter Harris
fraturas do tipo V, podem alterar o crescimento em comprimento de qualquer radio
ou ulna, e como tal pode ser responsável pela sobrecarga de ulna e rádio,
respectivamente. No caso do processo coronóide ser principalmente cartilaginoso o
processo ancôneo permanece separado da cartilagem do olécrano (<5 meses de
idade), isso pode resultar em FPC e NUPA, respectivamente. Não se sabe muito
ainda sobre a influência da carga sobre o desenvolvimento do esqueleto de cães.
Sabe-se que a descarga vai causar tanto a osteoporose por desuso como a
degradação da cartilagem, especialmente em cães jovens em rápido crescimento.
Aumento da carga funcional das articulações através de exercício moderado provoca
um aumento na espessura da cartilagem articular do conteúdo proteoglicanos e
rigidez mecânica, embora o exercício intenso possa levar à formação de lesões do
tecido cartilagíneo. As áreas de conteúdo rico em proteoglicanos são logicamente os
mais resistentes às mudanças degenerativas que afetam uma articulação na
osteoartrite. Mais pesquisas são necessárias para saber sobre rolamento de peso
ideal ou de treinamento de cães jovens, que crescem rapidamente para desenvolver
adaptação funcional ideal (HAZEWINKEL, 2007).
6 DIAGNÓSTICO POR IMAGEM
A radiografia tem sido utilizada como uma ferramenta para avaliação da DC
por muitos anos. Recentemente, modalidades e técnicas alternativas têm expandido
nosso conhecimento sobre a DC e nossa abordagem clínica desta desordem. A
Medicina nuclear tem sido utilizado para auxiliar na localização da claudicação na
39
articulação do cotovelo. Ultrassonografia tem se mostrado útil para imagens das
estruturas dos tecidos moles adjacentes à articulação, bem como anomalias ósseas
superficiais, como visualização, da DCM. A tomografia computadorizada e a
ressonância magnética são modalidades de imagem avançados que permitem a
visualização do cotovelo, em múltiplos planos tridimensionais reconstrutivos,
permitindo assim que a visualização das lesões sejam mais precisas e abrangentes.
Avaliação da incongruência do cotovelo em particular, tem sido beneficiada por
essas técnicas avançadas de imagem, por causa da importância da imagem no
plano sagital e dorsal. Determinando com precisão a reconstrução das relações
articulares entre superfície radial e ulnar. Estudos comparativos utilizando várias
técnicas e modalidades de imagem com correlação com padrões de referência e os
resultados dos pacientes será vital para o progresso contínuo nesta área (COOK &
COOK, 2009).
6.1 DIAGNÓSTICO RADIOGRÁFICO
A radiografia continua sendo a técnica padrão para o diagnóstico de distúrbios
do cotovelo no cão. Ela está prontamente disponível, de baixo custo e tem excelente
resolução espacial (VAN BREE, 2008).
Para o diagnóstico precoce da lesão primária é muito importante um
tratamento precoce garantindo um melhor prognóstico. O diagnóstico de DC em
cães é tido por uma combinação de sinais clínicos, exame clinico (manipulação) das
articulações, e exames de imagens. Uma variedade de opções de diagnóstico por
imagem já está disponível, mas o protocolo de imagem perfeita não existe porque
40
cada modalidade tem suas vantagens e desvantagens e limitações. Considerações
econômicas também terão que ser tidos em conta (VAN BREE, 2008).
A radiografia tem sido á modalidade padrão de atendimento de imagem e de
classificação, diagnóstico e registro da DC. Para precisa e completa avaliação
radiográfica de distúrbios do cotovelo, 4 projeções devem ser realizadas: As
principais projeções radiográficas são médio lateral com o cotovelo em posição
flexionada (45º de ângulo de abertura), de forma a produzir superimposição,
FÍGURAS 7 COTOVELO EM PROJEÇÃO MÉDIO-LATERAL FLEXIONADO NUM ÂNGULO DE
ABERTURA DE 90° (A), E PROJEÇÃO MÉDIO-LATERAL OBLÍQUA ÂNGULO DE 90° ESTENDIDO
E SUPINADO EM 15° (B).
A B
FONTE: HAZEWINKEL 2008.
concêntrica dos côndilos umerais laterais e mediais. O processo coronóide medial é
identificado melhor na posição mediolateral oblíqua em 15º, desde que o membro
seja colocado em posição lateral, estendido e supinado em 15º. Outras posições
41
adicionais são a médio lateral em posição neutra (em torno de 110º de ângulo de
abertura) e craniocaudal com 15º de pronação do membro e 15º de angulação do
radio em direção proximal. As lesões devem ser graduadas (Tabela 1), porém se
não for possível no primeiro exame radiográfico, esse deve ser repetido após três
meses. As radiografias devem ser arquivadas em local apropriado por 10 anos
(MORISHIN, 2006; FLUCKIGER, 2007; COOK & COOK, 2009).
FÍGURAS 8 PROJEÇÕES MÉDIO-LATERAL EM POSIÇÃO NEUTRA EM TORNO DE 110-135° (A),
E PROJEÇÃO CRANIOCAUDAL COM 15° DE PRONAÇÃO E ÂNGULO DE 15° PROXIMAL (B).
A B
FONTE: FLÜCKIGER, 2010.
Os cães devem ter a idade mínima de 12 meses e sempre os dois cotovelos
precisam ser avaliados. Em casos de sinais de claudicação, o exame radiográfico
deve ser efetuado independente da idade. O cotovelo deve ser colocado diretamente
sobre o cassete, sem grid. A fonte é colimada para melhorar a qualidade da imagem
e velocidade deve ser de 200 ou menos, e 50-60kv (FLÜCKIGER, 2007).
42
O diagnóstico de DC canino é baseado em programas de investigação com
avaliações de radiografias de acordo com o protocolo de atualizações do Grupo de
Trabalho Internacional do cotovelo (IEWG) (TELHELM, 2010).
TABELA 1 ESCORE DA DISPLASIA DO COTOVELO BASEADO NOS ACHADOS
RADIOGRÁFICOS, SEGUNDO O INTERNATIONAL ELBOW WORKING GROUP.
FONTE: FLÜCKIGER, 2010
Ao mesmo tempo, é importante compreender a utilidade das ferramentas e as
limitações dos métodos de diagnóstico. Métodos (por exemplo, históricos, exame
clínico, e de imagem) para identificação das características da doença são
pertinentes (FITZPATRICK & YEADON 2009).
ESCORE DA DISPLASIA DO COTOVELO
ACHADOS RADIOGRAFICOS
0
ARTICULAÇÃO DO COTOVELO NORMAL
ARTICULAÇÕES DO COTOVELO NORMAIS, NENHUMA EVIDÊNCIA DE ESCLEROSE, INCONGRUÊNCIA OU OSTEOARTRITE.
1
OSTEOARTRITE LEVE
PRESENÇA DE OSTEOFITOS < 2 mm DE ALTURA, SUSPEITA DE ESCLEROSE NA BASE DO PROCESSO CORONÓIDE.
2
OSTEOARTRITE MODERADA OU SUSPEITA DE LESÃO PRIMÁRIA
PRESENÇA DE OSTEÓFITOS DE 2 Á 5 mm DE ALTURA. ESCLEROSE ÓBVIA NA BASE DP PROCESSO CORONÓIDE. PASSAGEM DE 3-5 mm ENTRE O RÁDIO E ULNA (SUSPEITA INC), A LESÃO PRIMÁRIA SUSPEITA (NUPA, DCM, OCD).
3
ARTRITE GRAVE OU LESÃO PRIMÁRIA EVIDENTE
HIGH STEP PRESENÇA DE OSTEÓFITOS > 5 mm ENTRE O RÁDIO E ULNA (OBVIAMENTE INC) E PRESENÇA ÓBVIA DE LESÃO PRIMÁRIA (NUPA, DCM, OCD
43
PATOLOGIAS
7 NÃO UNIÃO DO PROCESSO ANCONEO
A NUPA foi descoberta pela primeira vez, provavelmente devido a seu
grande tamanho e sua óbvia aparência radiológica. A NUPA se trata da separação
na ponte cartilaginosa entre o centro de ossificação secundária do processo
ancôneo e o olecrano que pode causar a separação parcial ou total do processo
ancôneo (HAZEWINKEL, 2006; 2008).
Em cães de raças grandes, o processo ancôneo é separado do centro de
ossificação da ulna, cães imaturos entre 20 á 22 semanas de idade detém a linha
fisária associada com o centro de ossificação anconeal, se a mesma permanecer
visível radiograficamente após esse tempo considera-se não união (COOK E COOK,
2009; HAZEWINKEL, 2006).
Uma hipótese popular é que o rápido processo de crescimento anconeal em
cães afetados é a compressão contra a tróclea do úmero. Isso cria uma força de
cisalhamento que separa o processo anconeal da metáfise ulnar (BEALE, 2010).
7.1 DIAGNÓSTÓSTICO RADIOGRÁFICO
Uma NUPA é melhor diagnosticada em uma projeção de flexão médio lateral
onde aparecerá radiograficamente com uma diferença de radiolúcência discreta,
irregularmente marginada entre o processo anconeal e proximal da ulna (COOK &
COOK, 2009).
44
FÍGURA 9 PROJEÇÃO MÉDIO LATERAL COM NUPA.
FONTE: FLÜCKIGER, 2007.
Uma projeção de flexão médio lateral evita sobreposição do epicôndilo umeral
medial em relação ao processo anconeal permitindo a observação clara do
processo. A linha fisária associado com o epicôndilo medial do úmero faz
sobreposição sobre o processo anconeal, em projeções médio lateral estendida,
uma sobreposição da linha fisária do epicôndilo umeral medial normal pode ser
confundida com a NUPA se a projeção médio lateral flexionado não for realizada.
Apesar de alterações radiográficas associadas com NUPA serem consistentemente
observadas em outras projeções, todas as 4 projeções são recomendadas e devem
ser obtidas e avaliadas devido ao potencial para desordens (COOK & COOK, 2009).
45
7.2 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
A TC adiciona informações sobre o deslocamento do fragmento, as lesões do
processo coronóide medial e da gravidade da incongruência. A melhor localização
para diagnosticar um processo de NUPA na TC é a parte proximal da incisura
troclear em cortes transversais e em reconstruções sagitais através do centro do
entalhe (SAMOY et al, 2011).
7.3 ARTROSCOPIA
A artroscopia permite a avaliação da integridade do fragmento anconeal, o
grau de estabilidade dos fragmentos e o grau de osteoartrite. Se o fragmento é de
integridade boa, é um bom candidato para a reabilitação. Se o fragmento é
remodelado e friável, a remoção é recomendada. A estabilidade do fragmento
também deve ser avaliada (BEALE, 2010).
A artroscopia pode ser realizada utilizando uma abordagem medial (Van Bree
e Van Ryssen, 1997). Exame artroscopico de uma articulação afetada revela um
fragmento destacado na parte proximal da fossa troclear. Além disso, lesões,
erosões no côndilo do úmero pode ser visto e concomitante do processo coronóide
medial pode ser diagnosticada (SAMOY et al 2011).
7.4 TRATAMENTO
O tratamento é conservador ou cirúrgico. Quando os sinais clínicos são
mínimos, um tratamento conservador com repouso e anti-inflamatórios não
esteróides pode ser proposto. Em todos os outros casos, o tratamento cirúrgico é
recomendado. Várias técnicas têm sido descritas, tais como fixação com um
46
parafuso de tração, a remoção do processo anconeal e uma ulnatomia proximal. Em
cães jovens, uma osteotomia ulnar proximal dinâmica combinada com a fixação do
fragmento produz os melhores resultados. Em cães adultos, o fragmento é retirado
por meio de artrotomia ou artroscopia. O prognóstico é bom para reservado por
causa da instabilidade articular posterior e osteoartrite secundária (MEYER-
LINDENBERG, 2006; SAMOY et al, 2011).
8 OSTEOCONDRITE DISSECANTE
Em alguns casos de OCD, desenvolverão linhas de fissura na cartilagem
espessada que leva a uma cartilagem eventualmente solta (flap), esta fase é
chamada de osteocondrite dissecante. Os sinais clínicos são semelhantes aqueles
DCM, reações de claudicação, inchaço das articulações, crepitação e dor ligeira da
pata, na flexão e extensão. Ao mesmo tempo visualizações radiológicas da
articulação do cotovelo radioulnar e visualizações anteroposterior e oblíqua
radiológica irá revelar um recuo no côndilo medial do úmero, assemelhando-se a
"lesão do beijo" e ou “Kissing Lesions’’ (HAZEWINKEL, 2006)”.
Osteocondrite dissecante é uma doença multifatorial (genética, dieta,
mecânica, sobrecarga, sistema endócrino e outras etiologias traumáticas
envolvidas). OCD é o resultado do atraso na ossificação endocondral da cartilagem
articular de espessura. Como as camadas mais profundas da cartilagem não são
mineralizadas são vítimas de difusão ineficiente de nutrientes do líquido sinovial.
Clivagem, isso se traduz em um retalho de cartilagem anormal conhecida como
indutor osteocondral, derrame articular, edema, sinovite subcondral e doença
articular degenerativa que levam à dor e claudicação (PALMER, 2010).
47
8.1 DIAGNÓSTICO RADIOGRÁFICO
Lesões de OCD são diagnosticadas em um ângulo de 15 ° crânio medial
caudolateral visão (pronado) oblíqua. A lesão aparece a partir da idade de cinco a
seis meses, como uma pequena lesão radio lúcida achatada ou côncava na parte
medial do côndilo umeral. Osteoartrite ou uma área de esclerose ao redor da lesão
pode ser visível. A projeção mediolateral pode mostrar um achatamento da parte
caudal da tróclea umeral. Quando a OCD é acompanhado pela DCM, alterações
radiográficas do processo coronóide medial também pode estar presente (SAMOY et
al, 2011).
FÍGURA 10 PROJEÇÃO CRANIO-CAUDO MEDIAL COM OCD.
FONTE: FLÜCKIGER, 2007
8.2 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
A lesão OCD é caracterizada por uma área de esclerose ao redor de uma
região com opacidade diminuída no côndilo umeral (medial). Confirmando uma área
48
de perda de osso subcondral e esclerose. Contudo, um côndilo umeral
aparentemente normal numa TC não exclui a presença de OCD, pois nem sempre a
erosão do osso subcondral é evidente à TC (BEALE, 2010; SAMOY et al 2011).
8.3 ARTROSCOPIA
A artroscopia permite a detecção e o tratamento simultâneo do flap. A
cartilagem patológica localizada na parte medial do côndilo umeral ainda pode ser
anexada, parcialmente ou totalmente isolada (SAMOY, GIELEN, VAN BREE, VAN
RYSSEN, 2011).
FIGURA 11: ASPECTO TÍPICO DE UMA KISSING LESION NO CÔNDILO UMERAL MEDIAL POR
ART (A). ASPECTO TÍPICO DE UMA KISSING LESION NO CÔNDILO UMERAL MEDIAL POR TC
(B).
A B
FONTE FÍGURA (A): FITZPATRICK E YEADON, 2008.
FONTE FÍGURA (B): VAN BREE, 2009.
49
8.4 TRATAMENTO
Nos casos em que apenas pequenas lesões são visíveis, um tratamento
conservador pode ser considerado. Em todos os outros casos, a remoção cirúrgica
do retalho é aconselhável, de preferência por via artroscopia. Desde OCD e DCM
tendem a ocorrer juntos, uma inspeção completa da articulação é aconselhada no
tratamento de uma das duas lesões. Apesar de que há poucos dados disponíveis
sobre resultados em longo prazo do tratamento OCD do cotovelo, o prognóstico
pode ser considerado bom se o diagnóstico e tratamento são realizados
precocemente (SAMOY et al ,2011).
A previsão para a melhora da claudicação depende de quando a cirurgia é
realizada e o grau pré-existentes de OA. É considerado como bom se a cirurgia é
realizada em um estágio inicial, ou seja, quando a OA ainda não se estabeleceu ou
está em um nível baixo. Infelizmente, porém, é difícil fazer um diagnóstico precoce,
raramente às mesmas lesões podem ser identificadas radiograficamente (MEYER-
LINDENBERG, 2006).
9 DOÊNÇA DO CORONÓDE MEDIAL
DCM é o distúrbio mais comum do complexo de displasia do cotovelo
(SAMOY et al, 2011).
Trata-se de fragmentação ou fissura do processo coronóide medial da ulna
com separação parcial ou completa do coronóide medial da ulna; lesão primária do
osso subcondral com as alterações da cartilagem secundária, embora também
condromalácia no coronóide medial seja considerada parte desta entidade
(HAZEWINKEL, 2008).
50
Processo coronóide medial fragmentado é mais apropriadamente chamado de
DCM, exames avançados de imagem e análise histopatológica, demonstraram que a
doença avançada pode estar presente sem bruta fragmentação do coronóide com
formação de microfissuras ósseas sub-condrais, característica de falha por fadiga
local, devido à sobrecarga mecânica, precede o início da patologia (FITZPATRICK &
YEADON, 2009; PALMER, 2010).
O processo coronóide medial da ulna e a margem medial da articulação
radioulnar, podem ser parcial ou totalmente fragmentada (FCP) ou insuficientemente
ossificados (condromalácia), pode-se ver pela incongruência do cotovelo (INC), ou
seja, um radio relativamente curto. A DCM pode ser visto nas radiografias, às vezes
em combinação com lesão osteocondróticas (lesão de beijo), incongruência do
cotovelo (radio curto) ou NUPA (HAZEWINKEL, 2006).
9.1 DIAGNÓSTICO RADIOGRÁFICO
A avaliação radiográfica do processo coronóide medial é muitas vezes difícil e
devem ser baseado na extensão de alta qualidade médio lateral, flexão mediolateral
oblíqua e ângulo 15° craniomedial caudolateral. A lesão primária muitas vezes não é
visível por causa da sobreposição do coronóide medial e da cabeça do rádio.
Alterações primárias e secundárias podem ser sutis e, portanto, podem não ser
diagnosticados em radiografias simples. Alterações radiográficas típicas são a
esclerose sub troclear da fossa troclear delineando á ulna, do aspecto proximal do
processo coronóide medial e osteoartrite secundária. A radiografia é muitas vezes
insuficiente para chegar a um diagnóstico conclusivo, o que requer um exame mais
aprofundado como TC ou ART (SAMOY et al, 2011).
51
FÍGURA 12 PROJEÇÕES MÉDIO LATERAL (A), E CRANIO-CAUDAL COM DCM (B).
A B
FONTE: FLÜCKIGER, 2007
9.2 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
A tomografia computadorizada é considerada o melhor diagnostico para DCM.
Com os cães posicionados em decúbito lateral, ambos os cotovelos podem ser
facilmente avaliados simultaneamente. Desta forma, o processo coronóide medial
pode ser avaliado sem sobreposição das estruturas ósseas (SAMOY et al, 2011).
52
9.3 ARTROSCOPIA
A artroscopia permite uma inspeção direta e detalhada do processo coronóide
medial. Diferentes tipos de fragmentação e cartilagem lesões do processo coronóide
medial podem ser identificados, e as lesões beijo ou OCD concomitante da parte
medial do côndilo umeral pode ser demonstrado (SAMOY et al 2011).
A artroscopia é recomendada como um método alternativo para o diagnóstico
precoce do FPC, esta abordagem minimamente invasiva é claramente superior a
outros métodos de detecção (radiografia, TC) nestas circunstâncias. Nos últimos
anos, a artroscopia não só tem sido usada como um meio de diagnóstico, mas
também para a remoção cirúrgica da DCM (MEYER-LINDENBERG, 2006).
FÍGURA 13: A SETA INDICA O ASPECTO TÍPICO DE FRAGMENTAÇÃO DO CORONÓIDE MEDIAL
POR ART (A). A SETA INDICA O ASPECTO TÍPICO DE FRAGMENTAÇÃO DO CORONÓIDE
MEDIAL POR TC (B).
A B
FONTE: VAN BREE, 2008.
53
9.4 TRATAMENTO
Nos casos leves, o tratamento conservador com repouso, AINEs e
condroprotetores podem ser considerados (figura 14). Em todos os outros casos, o
tratamento cirúrgico é recomendado. O tratamento consiste na remoção do
fragmento solto(s). A melhora clínica em 90% dos pacientes é de se esperar quando
se utiliza a artroscopia. Ao usar artrotomia, apenas 72% dos casos mostram melhora
clínica. Cirurgia realizada em uma idade jovem produz melhores resultados do que o
tratamento conservador (SAMOY et al, 2011).
FIGURA 14 ALGORITIMO DE TRATAMENTO PARA DCM.
FONTE: FITZPATRICK & YEADON, 2009. ADAPTADO POR COSTA RIBEIRO, 2011
54
10 INCONGRUÊNCIA
Displasia do cotovelo é caracterizada por vários graus de incongruência da
articulação do cotovelo, fragmentações ósseas (fragmentos de ossos) e, finalmente,
a mudança artrítica grave. (Van Bree, 2008). Incongruência da articulação do
cotovelo (INC) é a situação em que a superfície articular da tróclea umeral não é
paralela à superfície articular do rádio e ulna. INC pode ser dividido em:
(1) uma ulna relativamente curta em comparação com o comprimento do
radio, que pode coincidir com NUPA ou ulna (a pressão do rádio com a intacta união
do processo ancôneo).
(2) um radio relativamente curto, que pode coincidir com DCM (como
frequentemente em cães Bernese Mountain.
3) uma forma oval incisura troclear relativa, que pode coincidir com o NUPA e
ou DCM (3)
Incongruência também causa OA devido ao fato de que apenas uma área
menor do que o peso corporal normal é realizado, portanto, está sob alta pressão
constante. Com o exame clínico é difícil de diagnosticar INC se mais sinais
secundários (DCM, NUPA) dão resultados anormais. Os sinais clínicos podem ser
muito inconfundíveis como à nutrição é induzida (bilateral) síndrome de radio curvus,
como no radio curto, especialmente quando vista a incongruência das estruturas
ósseas na superfície da cartilagem articular que podem ser incongruente e deverão
estar presentes. (HAZEWINKEL, 2006).
Por causa do achado frequente de INC concomitante a outras formas de DC
(DCM, NUPA, OCD), é impossível ligar claudicação exclusivamente à incongruência
55
do cotovelo. Os sinais clínicos são semelhantes aos de outros tipos de cotovelos
displásicos: claudicação, distensão articular, dor e atrofia muscular. O grau de
incongruência também desempenha um papel na natureza da claudicação.
Incongruência grave é mais susceptível de causar alterações radiográficas e
patologia do que as formas leves de incongruência. (SAMOY et al 2011).
10.1 DIAGNÓSTICO RADIOGRÁFICO
A sensibilidade radiográfica apenas é estimada para detecção de INC grave
(> 2 mm), e é influenciada pelo posicionamento da articulação (COOK & COOK,
2009).
Embora a incongruência não seja sempre fácil de detectar na radiografia,
quatro características típicas foram descritas nos padrões radiográficos mediolateral
e as projeções craniocaudal: um passo de rádio ulnar, uma forma elíptica de gota
troclear, um aumento do espaço úmero ulnar, um úmero e radio conjunto e um
deslocamento cranial da côndilo umeral. A correlação entre a gravidade da
incongruência e do grau de osteoartrite secundária é bom (SAMOY et al, 2011).
56
FÍGURA 15: COTOVELO EM PROJEÇÃO MÉDIO LATERAL COM INC NAS ARTICULAÇÕES, SETA
INDICA AREAS DE ESCLEROSE, PROLIFERAÇÃO DE OSTEÓFITOS.
FON
TE: SAMOY , VAN RYSSEN,GIELEN, WALSCHOT, VAN BREE, 2006.
10.2 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
Vários sinais de INC têm sido descritas na TC. As características são mais
frequentemente observadas. A TC permite identificar algumas formas de INC do
cotovelo através de imagens reconstruídas dos planos dorsal e sagital, pois
permitem uma boa visualização das superfícies articulares e a medição direta da
INC radioulnar (HOLSWORTH, 2005, SAMOY et al, 2011).
57
FÍGURA 16: RECONSTRUÇÃO POR TC: RECONSTRUÇÃO SAGITALCABEÇA RADIAL (A),
RECONSTRUÇÃO SAGITAL DE UMA INCONSGRUÊNCIA NA CABEÇA DO RÁDIO (B),
RECONSTRUÇÃO DE INCONGRUÊNCIA DO COTOVELO DE UMA ARTICULAÇÃO (C),
RECONSTRUÇÃO DE INCONGRUENCIA ENTRE A CABEÇA RADIAL E PROCESSO CORONÓIDE
MEDIAL (D).
FONTE: SAMOY, VAN RYSSEN, GIELSEN, WALSCHOT, & VAN BREE, 2006.
A B
C D
58
10.3 ARTROSCOPIA
A artroscopia permite a visualização direta das diferenças de nível entre rádio
e ulna. Além disso, mudanças típicas estão presentes em mais articulações
severamente incongruentes. Algumas das características vistas em artroscopia
articular é um nível incongruente inferior da cabeça do rádio no final do entalhe
troclear e o compartimento lateral, borda irregular da cartilagem do rádio e ulna,
cartilagem descolorida, irregulares ou solta sobre a cabeça do rádio e da incisura
troclear (VAN BREE, GIELEN, 2008; SAMOY et al, 2011).
FÍGURA 17: CARACTERÍSTICAS ARTROSCÓPICA EM COTOVELOS INCONGRUENTES. OS
DESENHOS ABAIXO MOSTRAM AS IMAGENS ARTROSCÓPICA E SUAS LOCALIZAÇÕES.
F
ONTE: SAMOY, B, GIELSEN, VAN BREE, VAN RYSSEN, 2011.
59
10.4 TRATAMENTO
O tratamento da INC do cotovelo depende do tipo específico da INC, o grau e
a idade do paciente. Depende do caso individual (MEYER-LINDENBERG, 2006).
Incongruência é muitas vezes acompanhada por patologias do cotovelo, e o
tratamento deve também envolver essas lesões. Existem vários tipos de tratamento
da incongruência do cotovelo. A ulnatomia proximal é a técnica mais comumente
usada para resolver INC. O objetivo deste procedimento é para aliviar a pressão na
articulação pela inclinação da ulna. O alongamento radial mostra resultados
semelhantes com ulnatomia proximal. Embora tenha sido sugerido como uma boa
alternativa para um ulnatomia, esta técnica é raramente usado atualmente.
Coronoidectomia foi descrito por um autor. Um estudo recente descreve os
resultados da remoção artroscopia do processo coronóide sem correção da
incongruência (SAMOY et al, 2011).
11 OSTEOARTRITE
Osteoartrite pode ser primária ou secundária. OA primária é rara no cão, é
mais frequentemente secundária a uma patologia principal, como displasia
coxofemoral ou displasia do cotovelo, osteocondrose, deformidades de crescimento,
lesões ligamentares, fraturas articulares (PEIRONE, LOTTI & BOERO, 2010).
Os sinais clínicos clássicos são: dificuldade do exercício, rigidez, manqueira,
redução da amplitude de movimento, atrofia muscular, crepitação e inchaço nas
articulações.
60
Os resultados adicionais incluem mineralização peri articular (mineralização /
avulsão dos tendões flexores no epicôndilo medial), a OA de origem desconhecida
ou qualquer outra anormalidade observada deve preferencialmente ser relatada .
Estas alterações podem ter etiologias diferentes e variáveis relevâncias, mas deve
ser registrado para a pesquisa no futuro. Em vários países a presença de uma lesão
primária, NUPA, DCM, OCD, ou INC acima 2 mm radiograficamente, traduz
automaticamente em uma a suspeita lesões primárias resultando em uma pontuação
(HAZEWINKEL, 2008).
11.1 DIAGNÓSTICO RADIOGRÁFICO
Em ortopedia veterinária, radiografia simples é a técnica de imagem de
escolha. Mudanças específicas na aparência das articulações com osteoartrite
incluem: estreitamento do espaço articular, aumento da densidade do osso
subcondral, formação de novo osso nas margens articulares, alterações
proliferativas e líticas no local de aplicação da cápsula articular e ligamentar.
(PEIRONE, LOTTI & BOERO, 2010). Qualquer que seja a principal causa, o padrão
de OA é semelhante, osteófitos são visíveis em diferentes lugares no caso de
osteoartrose (HAZEWINKEL, 2007).
61
FÍGURA 18 PROJEÇÃO MÉDIO LATERAL COM OA, ESCLEROSE E PRESENÇA DE
OSTEÓFITOS, INCONGRUÊNCIA, OSTEOARTROSE, COM NUPA (A). PROJEÇÃO CRANIO
CAUDAL COM OA, ESCLEROSE, PRESENÇA DE OSTEÓFITOS, INCONGRUÊNCIA,
OSTEOARTROSE, COM NUPA (B).
A B
FONTE: CORTESIA DR. GILSON BARTOLLOTO, 2011.
11.2 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
A tomografia computadorizada permite um diagnóstico morfológico mais
detalhado e específico que a radiografia e facilita muito o exame em estruturas
complexas conjuntas, tais como o cotovelo e tarso. Nova formação óssea e lise
óssea são mais bem identificadas em imagens de TC (PEIRONE, LOTTI & BOERO,
2010).
62
11.3 TRATAMENTO
Restrição alimentar, exercícios, fisioterapia, para prevenir ou para tratar o
excesso de peso são tratamentos para manter a amplitude de movimento da
articulação afetada, são sempre recomendados. Tratamento farmacológico gira
principalmente em torno do uso de AINEs, auxiliado por condroprotetores, como
glucosamina e sulfato de condroitina, em cães com OA, administrados por 5-12 dias.
AINEs inibem a enzima ciclocoxigenase (COX-2) e vias lipoxigenase, que são os
componentes-chave do ciclo de inflamação. Em pacientes de idade, é recomendável
o uso de drogas gastro-protetora para evitar efeitos colaterais gastrointestinais.
Tratamento em pacientes em que a cirurgia não é viável é focado em tratamento da
dor crônica. Nestes casos, a terapia prolongada (mais de 3 semanas). É obrigatório
o uso de inibidores COX-2 específicos (PEIRONE, LOTTI & BOERO , 2010).
63
12 DENERVAÇÃO DO COTOVELO NO CONTROLE DA DOR
Os estudos relatam que a articulação do cotovelo tem uma taxa de
incidência para DAD de 12,8% para 17,8%. em todos os estudos, doença articular
degenerativa (DAD) é a mais comum condição dolorosa da articulação.
Existem vários tratamentos disponíveis desenvolvidos para restaurar a
função e / ou controlar a dor associada com DAD, no entanto, quando a articulações
afetadas é a do cotovelo, as opções são limitadas para o manejo da dor com base
na administração de AINEs, artrodese ou substituição total (ATC).
Denervação articular é uma técnica cirúrgica com base na neurotomia
seletiva das fibras nervosas sensoriais na região peri-capsular, resultando em alívio
da dor permanente ou a longo prazo. Na medicina veterinária de pequenos animais,
o quadril é a articulação onde a denervação tem sido descrita com bons resultados.
Embora todos os estudos subjetivos demonstram que o procedimento cirúrgico
detém uma taxa de sucesso de 90% após o procedimento cirúrgico, análises
objetivas mostraram que apenas 50% dos doentes tinham melhorado. Através de um
extenso estudo e caracterização anatômica da inervação e relações anatômicas
medianas, ulnar, musculo cutâneo e nervos radiais para estruturas vizinhas do
membro anterior, uma técnica cirúrgica para promover a denervação do cotovelo foi
desenvolvida. O estudo demonstrou que apenas os ramos nervais da cápsula
articular foram ressecados (ZAMPROGNO, 2009).
64
13 PRÓTESE DE COTOVELO
Alternativas de tratamento para cães com moderada a severa osteoartrite
(OA) incluem gestão não cirúrgica, Artroplastia de desbridamento (remoção de
corpos livres e osteófitos incomuns, e artrodeses (CONZEMIUS, 2009). Infelizmente,
nenhuma dessas opções de tratamento aos pacientes de forma consistente com um
bom prognóstico em longo prazo para redução da dor articular e melhorar a função
do membro e o estágio final da OA do cotovelo continuam a ser um problema não
resolvido em ortopedia veterinária (CONZEMIUS, 2003). Osteoartrite é progressiva,
em muitos cães com sinais clínicos, piorando mesmo com tratamentos paliativos.
Esta progressão clínica serve como um indicativo para intervenção cirúrgica.
Substituição total do cotovelo pode ser benéfica, mas é caro e inclui riscos ao
paciente. Independentemente do design da prótese, para a substituição do cotovelo,
para ser utilizada, deve resultar na função do membro, superior à alcançada sem a
cirurgia, que não foi estabelecida. Para qualquer prótese em um limiar mínimo, para
substituição da articulação em cães deverá ter sinais de claudicação e dor
diariamente, mesmo com os devidos tratamentos não cirúrgicos, e melhora da
função dos membros deverão objetivamente ser documentado após a intervenção
cirúrgica. A substituição total do cotovelo em um animal foi descrita inicialmente em
1964, quando uma prótese (dobradiça like) restrita foi usada para tratar um gato com
uma fratura cominutiva do cotovelo (CONZEMIUS, 2009). Recentemente, a
Artroplastia Total do Cotovelo (ATC) foi descrita como bem sucedida em 3 de 6 cães
normais usando um sistema semi-restritivo (CONZEMIUS, 2003). E apesar de algum
sucesso alcançado, concluiu-se que, por causa da alta incidência de complicações,
o implante precisou ser redesenhado. Principais conclusões foram que os
componentes do cotovelo devem ser menos constrangidos; evitar sinostose entre o
65
rádio e ulna, isso poderia ser alcançado usando apenas uma osteotomia ulnar distal
e enxerto ósseo entre o aspecto proximal do rádio e ulna (CONZEMIUS , 2009 ).
FÍGURA 19 VISTA CRANIAL (A), LATERAL (B), CRANIAL (C), LATERAL (D), CRANIO LATERAL
OBLÍQUA (E), LATERAL (F), DE PRÓTESES DE COTOVELO USADO DESDE 2001.
FONTE: CONZEMIUS, 2009.
13.1 MUDANÇAS EM PRÓTESES E TÉCNICAS CIRÚRGICAS
O componente côndilo umeral foi redesenhado para fixação de compostos
com uma haste acimentada e crescimento poroso interno na interface dos lados do
componente e do côndilo umeral criando um ambiente estável para crescimento
ósseo nas superfícies porosas. O crescimento ósseo nas superfícies porosas
fornece a fixação de longo prazo para mecanicamente proteger o tronco cimentado.
Outras modificações foram mudança da superfície articular de modo que nenhum
aspecto fica-se plano, a curvatura radial melhorara a estabilidade em rotação, o
componente de metal também foi removido do sulco central do úmero para permitir
mais a flexão ou extensão durante a articulação com o componente radioulnar.
66
FÍGURA 20 SIMULAÇÃO DE PRÓTESE FIXADA E CIMENTADA
FONTE: CONZEMIUS, 2009.
O principal desafio técnico que permaneceu foi desenvolvimento de
perfuração e corte de guias que permitissem a colocação do componente umeral no
centro de rotação da origem dos ligamentos colaterais e posicionamento do
componente radioulnar no mesmo centro de rotação com o componente umeral.
Esta abordagem foi desenvolvida para atingir um resultado mais reprodutível
reduzindo a probabilidade de luxação lateral, e aumentar a amplitude de movimento
do paciente, sem tecidos moles vinculativos. Acompanhamento radiográfico para o
1º ano é recomendado para todos os pacientes. Até o momento, todas as gerações
dos componentes para este sistema do componente umeral é universal para os
membros direito e esquerdo. Enquanto que esse recurso reduz os custos de
fabricação, limita inventário que os hospitais precisam, ela exige que a superfície da
articulação entre os componentes sejam idêntico para membros esquerdo e direito.
Esta característica de projeto da tróclea em linha reta difere da anatomia normal do
tróclea umeral, que é mais espiral anatomicamente, embora o projeto atual semi-
restritivo permite alguma rotação interna e externa entre os componentes, é possível
que o design troclear aumente a probabilidade de luxação do componente. Isto é
especialmente provável dado que abordagem atual para a transecção (conjunto
ligamento colateral lateral) desestabiliza o conjunto lateralmente e fornece um
67
caminho de menor resistência para luxação radioulnar do componente. Redesenhar
a superfície articular dos componentes de modo que o radio de curvatura é maior
deve prever uma maior resistência à rotação e reduzir a frequência de luxação
Quando um cão é admitido em estágio final de OA do cotovelo e a claudicação, não
responde a gestão de tratamentos não cirúrgicos, a substituição do cotovelo é
considerada uma razoável opção de tratamento. Os proprietários devem ser
plenamente informados de todas as opções de tratamento, sobre as taxas de
sucesso relatadas de substituição do cotovelo (atualmente, 80%), e que isso
significa que 20% dos cães vai exigir uma segunda intervenção cirúrgica.
Infelizmente, o sistema ideal de substituição do cotovelo está muito distante, projetos
requerem um ajuste quase perfeito entre a anatomia do osso existente e o implante.
Melhorias em substituição cotovelo existentes sistemas com base na experiência
gerada a partir de cirurgiões que a utilizam, com e sem sucesso ajuda as nossas
chances de desenvolvimento do sistema ideal do cotovelo (CONZEMIUS, 2009).
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FÍGURA 21 PROJEÇÃO MÉDIO-LATERAL NO PÓS-OPERATÓRIO ATC.
FONTE: FITZPATRICK 2008.
FÍGURA 22 PROJEÇÕES LATERAIS PRÉ-OPERATÓRIA (A), PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO (B), E
UM ANO APÓS A INTERVENÇÃO COM ATC (C).
FONTE: CONZEMIUS 2009
69
14 TERAPIA DE REABILITAÇÃO
Claudicação do membro torácico causada por patologias do cotovelo ocorrem
comumente em cães. Embora a etiopatogenia e tratamento cirúrgico de doenças do
cotovelo estão bem documentadas, entretanto, recomendações e protocolos para
terapia de reabilitação após a intervenção cirúrgica não estão bem descritas. O
objetivo final da reabilitação é devolver o cão ao seu nível anterior funcional de
forma rápida e segura. Vários princípios fundamentais devem ser abordados na
reabilitação do cotovelo: (1) os efeitos da imobilização devem ser minimizados, (2)
tecido de cicatrização, não deve ser excessivo, (3) o cão deve cumprir certos
critérios em todas as fases da reabilitação, (4) o programa deve ser baseado em
pesquisa científica e clínica atual, (5) o processo deve ser adaptável para cada cão e
seus objetivos específicos, e (6) o programa de reabilitação deve ser um esforço de
equipe entre o cirurgião, terapeutas de reabilitação, proprietário e paciente.
Comunicação entre cada membro da equipe é essencial para bons resultados
incluindo uma combinação de técnicas como a crioterapia, outras modalidades
adjuvantes, terapias manuais, e um programa de exercícios em casa, ajudando
assim a diminuir a dor pós-operatória e inflamação, restaurando a amplitude de
movimento, a força muscular e condição de retornar à função do membro. (CANAPP
et al, 2008).
70
15 CONCLUSÃO
A DC é a afecção dos membros torácicos mais comumente causadora de
claudicação em cães Apresenta-se como sendo uma doença multifatorial,
frequentemente atingindo determinadas raças de cães, de médio a grande porte em
sua fase e crescimento rápido, em torno dos 4 aos 9 meses de idade. O IEWG
protocola e registra os sinais de osteoartrite e a presença das principais entidades
da DC, DCM, OCD, NUPA e INC, sabendo-se que entidade causará OA secundária,
potencialmente graves para o bem-estar do animal.
O desenvolvimento da afecção se deve a vários fatores, influências genéticas,
influências nutricionais ou trauma, todos esses fatores podem ser responsabilizados
pela ocorrência da DC, sendo aconselhável a instituição de programas de rastreio
das articulações do cotovelo para diminuir a incidência da doença.
Muitas modalidades de imagem têm sido estudadas com ótimas
caracterizações para o diagnóstico de patologias do cotovelo em cães. Então o
médico veterinário se torna o responsável por determinar qual é a melhor técnica
imagiológicas para o diagnóstico e qual a melhor opção de tratamento, o desafio
então é indicar as melhores opções para cada paciente especifico. No entanto,
mesmo com as mais avançadas técnicas de diagnóstico e tratamento, o tratamento
cirúrgico ainda não é considerado curativo. Embora que o tratamento cirúrgico seja
método de tratamento preferencial, e sempre esclarecer aos proprietários de que a
articulação afetada permanecerá mais vulnerável e que isso pode interferir com a
atividade física mais tarde.
71
16 BIBLIOGRAFIA
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