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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ - SEED

SUPERINTÊNCIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃODIRETORIA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

CADERNO PEDAGÓGICO PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS DA ESCOLA ESPECIAL E DO ENSINO REGULAR, FRENTE AO

DESAFIO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

RIO BRANCO DO SUL - PR

2011

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REGINA APARECIDA RIBEIRO DO VALE

CADERNO PEDAGÓGICO PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS DA ESCOLA ESPECIAL E DO ENSINO REGULAR, FRENTE AO

DESAFIO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Material Pedagógico apresentado à Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED, como parte dos requisitos do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE.

Orientador: Prof. Percy Nohama

RIO BRANCO DO SUL - PR

2011

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus pela vida, por estar sempre no meu

caminho, iluminando e guiando as escolhas certas.

Agradeço também ao meu esposo, José Luiz, que de forma especial e

carinhosa, me deu força e coragem, me apoiando, principalmente nos momentos

difíceis, com muita paciência e dedicação, sempre um grande companheiro. Ao meu

filho Felipe Augusto, que embora sem ter conhecimento real desta pesquisa, mas foi

fonte de inspiração para que eu pudesse buscar mais conhecimentos. Agradeço a

minha mãe Ruth, pela minha existência e por sempre acreditar em mim.

Agradeço ao meu Orientador Prof. Percy e a Prof. Josiane – PDE-NRE-Norte,

pelas contribuições e sugestões, com as quais pude aprimorar este trabalho; e pela

confiança a mim depositada.

Aos meus colegas professores, técnicos e alunos da Escola Especial Maria

Aidê, pela história de vida que temos, que me serviu de sustentação, para que

pudesse chegar até aqui.

Aos meus colegas e professores do PDE turma 2010, pela amizade, convívio,

compreensão e estudos.

Enfim, a todos que contribuíram para o sucesso deste trabalho. Muito

obrigada!

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É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem é que se pode melhorar a próxima prática.

Paulo Freire

Não há ensino de qualidade, nem reforma educativa, nem inovação pedagógica, sem uma adequada formação de professores.

Nóvoa

A escola não muda o mundo. A escola muda pessoas. Pessoas é que mudam o mundo.

Carlos R. Brandão

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 1

2 DESCRITIVO DAS ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS...................... 4

3 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................. 6

3.1 CALENDÁRIO DAS OFICINAS.......................................................................... 7

4 INCLUSÃO EDUCACIONAL DE ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NA PERSEPCTIVA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS VIGENTES..........

8

4.1 UNIDADE I – FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E A RESSIGNIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL.........................................

8

4.1.1 Objetivos da aprendizagem......................................................................... 8

4.1.2 Breve histórico da Educação Especial....................................................... 9

4.1.2.1 Síntese da Educação Especial no contexto brasileiro.......................... 13

4.1.2.2 A Educação Especial no contexto paranaense...................................... 16

4.1.3 A inclusão educacional e a ressignificação da Educação Especial........ 19

4.1.4 O papel do professor no processo de inclusão........................................ 20

4.2 UNIDADE II – ANÁLISE E CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEGISLAÇÃO VIGENTE NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO EDUCACIONAL PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA.........................................................................

26

4.2.1 Objetivos da aprendizagem......................................................................... 26

4.2.2 Preceitos que sustentam a legislação vigente para a Educação Especial e a Educação Inclusiva....................................................................

26

4.2.3 Políticas Públicas de Educação Especial Nacional e Estadual na perspectiva da inclusão..................................................................................

31

4.2.3.1 A proposta de inclusão educacional do Governo Federal.................... 31

4.2.3.2 A proposta de inclusão educacional do Governo do Estado do Paraná com base na Política Estadual de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva................................................................

35

4.2.4 Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da inclusão 38

4.2.4.1 Decreto 6.571/2008.................................................................................... 38

4.2.4.2 Resolução 04/2009.................................................................................... 39

4.2.5 Política Estadual de Educação Especial na perspectiva da inclusão .... 39

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4.2.5.1 Deliberação 02/2003 ................................................................................. 39

4.3 UNIDADEIII – SERVIÇOS E APOIOS ESPECIALIZADOS.............................. 43

4.3.1 Objetivos da aprendizagem.......................................................................... 43

4.3.2 A política estadual de inclusão e a garantia da rede de apoio aos alunos com necessidades especiais.............................................................

43

4.3.3 Serviços de Apoio........................................................................................ 46

4.4 UNIDADE IV – PRÁTICA: PESQUISA EMPÍRICA............................................

56

4.4.1 Orientações gerais para a aplicação da pesquisa.................................... 56

4.4.2 Aplicação da pesquisa de campo............................................................... 57

4.4.2.1 Problema.................................................................................................... 57

4.4.2.2 Objetivos..................................................................................................... 57

4.4.2.3 Justificativa................................................................................................ 58

4.4.2.4 Metodologia............................................................................................... 58

4.4.3 Análise dos dados coletados...................................................................... 58

4.4.4 Discussão sobre as melhorias a serem implementadas.......................... 59

4.5 UNIDADE V – REALIZAÇÃO DO SEMINÁRIO................................................. 60

5 ORIENTAÇÕES E RECOMENDAÇÕES............................................................ 61

6 PROPOSTA DE AVALIAÇÃO........................................................................... 62

REFERÊNCIAS........................................................................................................ 63

APÊNDICES............................................................................................................. 66

ANEXOS.................................................................................................................. 81

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1 INTRODUÇÃO

As determinações na legislação federal e estadual quanto à política de

inclusão vêm suscitando dúvidas entre os profissionais da educação que atuam na

Educação Especial e no ensino regular.

Em linhas gerais, a nova política nacional para a educação especial, nos

ternos do Decreto 6.571 de setembro de 2008 do Ministério da Educação – MEC -

tem como principal determinação que todas as crianças e jovens com necessidades

especiais devem estudar no ensino regular, extinguindo assim as escolas e classes

especiais, embora o atendimento especializado continue existindo no contra turno. A

proposta configura uma Inclusão Educacional total, para todos os alunos no ensino

regular.

Já a proposta de inclusão educacional apresentada pelo Governo do Estado

do Paraná, através da Secretaria de Educação e do Departamento de Educação

Especial e Inclusão, direciona para uma nova forma de repensar e reestruturar

políticas públicas e estratégias educativas, considerando uma inclusão responsável

e gradativa, de maneira a não apenas criar oportunidades efetivas de acesso para

crianças e adolescentes com necessidades educacionais especiais, mas, sobretudo,

garantir condições indispensáveis para que possam manter-se na escola e aprender.

Considerando que tais mudanças sejam grandes e impliquem numa revisão

conceitual e procedimental por parte das instituições e dos profissionais da

educação; e, ante a importância de assegurar o atendimento a todos os alunos sem

nenhum tipo de discriminação, torna-se imprescindível a difusão dessas

determinações e fomentar a discussão sobre o assunto para reorientar as práticas

pedagógicas e de acompanhamento. Contudo, ainda não existe a oferta de uma

capacitação institucionalizada, específica sobre essa temática.

Evidencia-se, assim, a necessidade de esclarecer aos professores,

pedagogos, psicopedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e

terapeutas ocupacionais que atuam na educação especial e no ensino regular, os

aspectos gerais e suas especificidades das diferentes propostas dos Governos

Federal e Estadual no tocante à inclusão de alunos com necessidades especiais na

rede regular de ensino, para que esses possam refletir sobre esses preceitos

fundamentais passando a incorporá-los à sua prática, favorecendo a concretização

do processo de inclusão de forma crítica, eficaz e humana.

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E, considerando que o Estado do Paraná vem se destacando ao longo dos

anos por sua política de educação inclusiva, tona-se necessário àqueles que se

interessam pelo tema, perseverar nessa linha de atuação promovendo a formação

continuada dos profissionais que atuam na Educação Especial e na Educação

Inclusiva, razão pela qual este estudo, que se desenvolve dentro do Programa de

Desenvolvimento da Educação – PDE – tem por objetivo capacitar profissionais da

área de educação especial e do ensino regular no atendimento especializado, em

conformidade com as Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a

Construção de Currículos Inclusivos do Governo do Estado do Paraná, proposta

essa limitada ao universo de 25 profissionais que atuam na Educação Especial e no

Ensino Regular, no município de Rio Branco do Sul.

Por outro lado, a discussão sobre o assunto com os profissionais que atuam

na Educação Especial e ensino regular é oportuna e necessária uma vez que as

diferentes recomendações - notadamente quanto à inclusão imediata de alunos da

Educação Especial no Ensino Regular, conforme preconizado pelo Governo Federal

e a recomendação do Governo do Estado do Paraná para uma inclusão gradual -

trazem incerteza e dúvidas para todos os envolvidos, principalmente para os pais

dos alunos especiais que necessitam informações precisas e, para tanto, dependem

das instituições onde seus filhos estão matriculados e dos profissionais que nela

atuam para esses esclarecimentos.

Esses aspectos aqui elencados, compreendidos na ótica de uma proposta

de inclusão realmente eficaz e humana, por si só ratificam a iniciativa de capacitação

proposta.

A metodologia de trabalho para a consecução desse objetivo compreende a

pesquisa bibliográfica feita em fontes primárias e secundárias necessária para o

embasamento teórico e documental sobre o tema; a realização de oficinas temáticas

durante o segundo semestre de 2011, para proporcionar aos profissionais da escola

especial e do ensino regular o acesso a instrumentos teóricos e práticos para

subsidiar ações e decisões adequadas a cada caso e em observância à legislação

vigente, inclusive no tocante aos serviços e apoios disponíveis pela SEED.

Diante do exposto, este Caderno Pedagógico visa proporcionar aos

profissionais que atuam na Educação Especial e no ensino regular, os

conhecimentos básicos acerca da legislação vigente nos âmbitos federal e estadual

quanto à inclusão educacional de alunos com necessidade especiais. Os

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pressupostos teóricos e legais estão acostados ao documento e as atividades

práticas desenvolver-se-ão com base na metodologia de pesquisas, análises,

discussões e, como resultado do material aplicado, os capacitandos terão de

articular os conceitos apreendidos na forma de uma investigação empírica realizada

ao final da capacitação para verificar quais os serviços disponíveis no Estado e no

Município, e, dentre esses quais poderiam ser mais bem divulgados e utilizados;

assim como identificar os recursos que poderiam ser incorporados para a melhoria

no atendimento a esse público diferenciado.

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2 DESCRITIVO DA ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS

A prática do dia a dia e a convivência com professores da Escola Especial e

do Ensino Regular mostram que ainda existem dúvidas sobre a inclusão educacional

e que esses profissionais necessitam de maiores informações sobre o assunto,

situação essa, que gera insegurança quanto aos atendimentos e encaminhamentos

pertinentes.

De forma mais explícita, percebe-se a necessidade de esclarecimentos sobre

a inclusão educacional, referentes os serviços e apoios especializados

disponibilizados pela Secretaria Estadual de Educação – SEED através do

Departamento de Educação Especial e Inclusão – DEEIN e a possibilidade da

contribuição dos profissionais da Escola Especial, como suporte no processo de

inclusão educacional.

Assim sendo, e em atendimento aos objetivos específicos estabelecidos para

este estudo, o presente Caderno Pedagógico volta-se à capacitação dos

profissionais que atuam na Educação Especial e no ensino regular relativamente às

determinações federais e estaduais para a Inclusão educacional de alunos com

necessidades especiais. Portanto, espera-se que, ao final do curso de capacitação,

esses capacitandos estejam aptos a:

• Analisar o contexto de inclusão educacional e a ressignificação da Educação

Especial (fundamentos históricos da Educação Especial);

• Revisar a legislação vigente - nível estadual, federal e internacional

(fundamentos legais);

• Analisar a Proposta de Inclusão Educacional adotada no Estado do Paraná,

com base na Política Estadual de Educação Especial na Perspectiva da

Educação Inclusiva;

• Reconhecer o novo papel atribuído aos professores a partir das políticas de

inclusão implementadas pelos Governos Federal e Estadual;

• Relacionar os serviços e apoios especializados previstos pela Secretaria

Estadual de Educação através do Departamento de Educação Especial e

Inclusão Educacional do Paraná;

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• Identificar ações e programas educacionais especializados disponíveis nas

escolas públicas do ensino fundamental do município de Rio Branco do Sul.

• Socializar, por meio de seminário, as informações levantadas durante o

desenvolvimento da capacitação e respectiva articulação teórica-prática

(pesquisa de campo);

• Avaliar o programa de capacitação, após sua aplicação, objetivando a

melhoria de seu formato com vistas à multiplicação da iniciativa.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia empregada neste caderno será do método dialético que

compreende o estudo e o debate de uma tese, num processo de articulação teórico-

prática, para estabelecer uma antítese e se chegar a uma nova tese – uma síntese

(LAKATOS, 1979).

Para tanto, serão utilizadas técnicas de trabalho coletivo, indicadas para

situações em que se visa a troca de experiências, o debate saudável, a

oportunidade de ver o assunto estudado sob a ótica de outros. De acordo com

(AMARAL, 2011), são estratégias que “preenchem perfeitamente a expectativa de

quem comunga do princípio de que a aprendizagem é um fenômeno social e se

enriquece mediante a experiência coletivamente partilhada”, razão pela qual devem

ser usadas quando o objetivo é promover um debate sobre temas mais complexos

e/ou mais polêmicos.

A adoção da metodologia dialógica aliada a técnicas de trabalho coletivo

confere uma abordagem sociocultural à proposta de trabalho, posto que essa

objetiva contribuir para a mudança da sociedade. E, nesse sentido, evidencia-se o

papel do docente no processo, relativamente à escolha das melhores estratégias de

ensino para a tratativa de determinadas questões que exigem um processo reflexivo

e amplamente fundamentado para favorecer a análise, a desconstrução de

conceitos já superados e sua necessária reconstrução ”para fazer coisas diferentes

das que sempre faz” (SILVA et al., 2011).

Com base nos estudos de Freire (1996) e Romanowski (2007), os autores

enfatizam que as mudanças sociais e culturais não ocorrem isoladamente, mas

resultam de um trabalho coletivo, no qual os profissionais da educação juntam-se ao

processo de desenvolvimento para refletirem em grupo; o que requer participação,

envolvimento e clima de aprendizagem profissional, tendo por base a compreensão

da prática na aula e orientado para facilitar a compreensão e transformação da

própria prática (SILVA et al., 2011).

Para Silva et al. (2011), essa abordagem reveste-se de um caráter ético que

deve orientar a atividade de ensino, ao passo que observa os valores que devem

reger a intencionalidade educativa, em especial no que diz respeito à “diversidade

cultural e aos alunos com necessidades especiais, a democratização da educação”,

dentre outros.

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3.1 CALENDÁRIO DAS OFICINAS

No Quadro 1, abaixo, cronograma de atividades previstas para as oficina de

capacitação:

Número de encontros no mês

DatasUnidades Temáticas

Conteúdos

Julho 1 21/07/2011Apresentação do Projeto

Apresentação do projeto no Encontro Pedagógico para o 2° Semestre de 2011

Agosto 2

19/08/2011 Unidade I Fundamentos históricos da Educação Especial

26/08/2011 Unidade IRessignificação da Educação Especial Inclusão EducacionalO papel dos profissionais no processo de inclusão

Setembro 3

02/09/2011 Unidade II

Fundamentos Legais - Análise e considerações sobre a legislação vigente na perspectiva da Inclusão Educacional para pessoas com deficiência

16/09/2011 Unidade II

Explanação e detalhamento das políticas públicas específicas – Política Nacional e Estadual de Educação Especial na Perspectivada Inclusão Educacional

30/09/2011 Unidade II

Legislação vigente Nacional e Estadual - Explanação e sobre a Deliberação 02/2003; Decreto 6.571/2008 e Resolução 04/2009

Outubro 2

07/10/2011 Unidade III Serviços e Apoios Especializados

21/10/2011Unidade IV

Orientações gerais acerca da pesquisa de campo a ser realizada sobre os serviços de apoio especializados

Novembro

2

11/11/2011 Unidade IV Pesquisa de Campo

25/11/2011 Unidade IV

Análise dos resultados obtidos com a pesquisa de campo; contextualização dessas informações aos conteúdos estudados; proposição de melhorias a serem implementadas e identificação de formas para viabilizá-las

Dezembro

1 09/12/2011 Unidade VSeminário e avaliação do programa de capacitação

QUADRO 1 – CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DAS OFICINASFONTE: A AUTORA (2011)

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4 INCLUSÃO EDUCACIONAL DE ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS: A PERSPECTIVA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS VIGENTES

A presente fundamentação teórica é baseada em publicações de autores

renomados, textos, artigos, documentos e legislação específica vigente, que

abordam a história da Educação Especial e sua importância no atendimento a

alunos com necessidades educacionais diferenciadas, as políticas públicas de

inclusão educacional, e, o papel do professor no processo de inclusão de alunos da

Educação Especial no ensino regular.

4.1 UNIDADE I - FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E A

RESSIGNIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

4.1.1 Objetivos da aprendizagem

Ao finalizar o estudo deste capítulo, o capacitando deverá conhecer e

compreender:

• os fatores culturais que influenciaram evolução e a organização da

Educação Especial ao longo dos séculos;

• o processo histórico da Educação Especial no contexto brasileiro e no

contexto paranaense;

• o papel dos movimentos sociais na construção das políticas públicas de

educação e atendimento aos alunos com deficiência;

• a importância da Educação Especial, da inclusão educacional e do

acesso ao atendimento especializado, compreendidos como partes de

um trabalho conjugado em favor do desenvolvimento das capacidades

latentes e das potencialidades existentes e da superação das limitações

presentes nesse grupo diferenciado;

• as transformações sociais, conceituais e na esfera política que vêm

ressignificando a Educação Especial ao logo dos tempos no Brasil;

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• o papel do professor no processo de inclusão de alunos da Educação

Especial no ensino regular;

• a proposta inclusão educacional adotada no Estado do Paraná, com

base na Política Estadual de Educação Especial na perspectiva da

Educação Inclusiva;

• a rede de apoio disponibilizada pelo Estado do Paraná.

4.1.2 Breve histórico da Educação Especial

Os estudos desenvolvidos por Marcos J. Silveira Mazzota (1996) mostram

que a organização da Educação Especial, desde a Antiguidade até os dias atuais,

sempre esteve determinada por um critério básico, a definição de um grupo de

sujeitos que, por inúmeras razões, não corresponde à expectativa de normalidade

ditada pelos padrões sociais vigentes, e motivada por concepções de atendimento

que refletem diferentes paradigmas nas relações da sociedade com esse segmento

populacional.

Para Mazzota (1996), a principal razão para essa discriminação é que o

homem apresenta dificuldade para lidar com o diferente, com questões que fogem

ao seu conhecimento e, em se tratando de pessoas com deficiência e, durante a

Idade Média, essa resistência foi fortemente influenciada pela igreja, consolidando o

paradigma da segregação. Esse aspecto é evidenciado nas seguintes

considerações:

A própria religião, com toda sua força cultural, ao colocar o homem como “imagem e semelhança de Deus”, ser perfeito, inculcava a idéia da condição humana como incluindo a idéia de perfeição física e mental. E não sendo “parecidos com Deus”, os portadores de deficiência (ou imperfeitos) eram postos à margem da condição humana (MAZZOTA, 1996, p. 16).

De acordo com Soares (2009), como consequência dessa visão distorcida

ao longo dos tempos, os indivíduos de deficiência foram caracterizados como

“incapacitados e inválidos”.

Assim, ocorreu “o extermínio, a separação, o disciplinamento, a

medicalização”, a adoção, enfim, de “diferentes práticas para se relacionar com as

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pessoas que fogem ao padrão de normalidade”, práticas essas “produzidas no

interior de cada grupo social para responder às suas exigências de existência”,

destacando-se que “a cada um dos momentos envolvidos nos processos históricos

de produção da vida decorre uma concepção de homem, sociedade e conhecimento

que determinam a natureza e a abrangência das políticas de atendimento a essa

população” (PARANÁ, 2006).

Para a Soares (2009), esse conjunto de conceitos e preconceitos orientou as

práticas de atendimento aos indivíduos com deficiência durante séculos, reforçadas,

inclusive pelo modelo médico da deficiência, que pautava apenas pelo aspecto

biológico, “direcionando o atendimento às ações de adaptação do sujeito à

sociedade, sem buscar transformações sociais que transpusessem as barreiras

estruturais e humanas impostas à pessoa com deficiência”, perspectiva essa que

durante muitos anos teve como foco apenas as limitações do indivíduo e não nas

suas possibilidades.

Esse contexto é explicitado nas DCEs da Educação Especial, destacando

que

Precisamente a partir do final do século XIX, com o desenvolvimento de pesquisas na área da Medicina, um novo enfoque passou a ser dado à deficiência, centrado em concepções clínicas que se ocupavam da doença, dos tratamentos e da cura. Desse modo, pode-se afirmar que as primeiras práticas científicas de atenção à pessoa com deficiência tinham como finalidade sua segregação, em instituições, para cuidado, proteção ou tratamento médico, caracterizando o paradigma da institucionalização, que vigorou aproximadamente por oito séculos, durante parte da Idade Média até o início do século XX (PARANÁ, 2006, p. 18).

Silva (2010, p. 20-21) recorre aos estudos de Mendes (2002) e Januzzi (2004)

para destacar que no Brasil o acesso das pessoas com deficiência à educação foi

conquistado de forma muita lenta, conforme as oportunidades educacionais para a

população em geral também foram sendo ampliadas, notadamente pela influência

dos ideais liberais que surgiram na Europa entre o final do século VXIII e início do

século XIX.

A influência européia no surgimento das primeiras instituições de atendimento

especializado também é destacada nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCEs) da

Educação Especial:

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Assim, sob a concepção de institucionalização vigente na Europa, foram criadas as primeiras instituições para o atendimento às pessoas cegas e às pessoas surdas, como lugar de residência e trabalho, entre 1854 e 1857, à época do Império. A preocupação com outras áreas de deficiência, como a física e mental, deu-se muito mais tarde, em torno de 1950. O atendimento especializado centrado em cuidados assistenciais e terapêuticos estendeu-se por mais de um século, enraizando concepções e práticas até os dias atuais (PARANÁ, 2006, p. 20).

Ainda de acordo com esse documento referencial, a exemplo do que se

dava em outros países, as primeiras iniciativas no atendimento às pessoas com

deficiência tiveram caráter privado:

...já que os grupos pioneiros envolvidos nesse processo de criação de serviços tinham suas ações reguladas por interesses pessoais, como a necessidade de oferecer algum atendimento a um familiar, ou simplesmente pela beneficência, incentivada pela Igreja nas classes mais abastadas (PARANÁ, 2006, p. 21).

Discorrendo sobre o papel dos pais de pessoas de deficiência e da

sociedade como um todo nessas conquistas, Soares (2009) enfatiza: “as lutas dos

movimentos sociais, que defendiam uma sociedade mais democrática e acessível a

todos, culminaram com grandes avanços no atendimento às pessoas com

deficiência”.

E, com base nos estudos de Sassaki (1997), discorre sobre esses avanços,

destacando que

Antes a sociedade praticava a exclusão total, pois não as aceitava como seres pertencentes à humanidade. Em seguida destinou-as um atendimento segregado, dentro de instituições especializadas e mais recentemente procura nortear suas práticas com a filosofia da inclusão social, que se caracteriza por buscar um atendimento pautado no respeito às diferenças, tendo como alicerce a democracia e a cidadania. [...] Evidentemente, essas fases não ocorreram ao mesmo tempo para todos os segmentos populacionais. Ainda hoje vemos a exclusão e a segregação sendo praticadas em relação a diversos grupos sociais vulneráveis, em vários pontos do Brasil, assim como em praticamente todos os outros países. Mas também vemos a prática da tradicional integração dando lugar, gradativamente, à inclusão (SASSAKI, 1997, apud SOARES, 2009, p. 2-3).

No que se refere à educação dos alunos com deficiência, os avanços,

contemporaneamente, são nítidos, notadamente nas políticas públicas promovidas

em âmbito nacional e, em especial no Estado do Paraná, que há décadas vem

desenvolvendo uma atuação pioneira nesse atendimento especializado.

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Com os avanços sociais observados a partir da segunda metade do século

XX, surgiu um novo modelo de atendimento na Educação Especial, denominado de

paradigma de serviços, cuja principal contribuição teórica foi “o questionamento da

tese determinista de desenvolvimento, adotada até então nas práticas

especializadas” (PARANÁ, 2006, p.23).

Sobre os princípios norteadores do paradigma de serviços, destaca-se, no

tocante à educação,

...o reconhecimento do potencial para a aprendizagem desses sujeitos, promovendo etapas para sua integração, que envolviam diferentes possibilidades de inserção: escolas especiais, classes especiais, classes comuns com apoios e classes comuns sem apoio. A condição para a inserção dependia do aluno, de suas possibilidades individuais e de sua capacidade de adaptação às opções oferecidas pelo sistema de ensino, atenuando o estereótipo da incapacidade que, por muito tempo, os acompanhou (FERNANDES, 2006ª, apud PARANÁ, 2006, p. 23).

Nesse período destacam-se “as experiências pedagógicas pioneiras

realizadas por Itard (1774-1838) e Séguin (1812-1880), no século XIX, ampliaram-se

e ganharam sustentação nos trabalhos de Montessori (1870-1922), Binet (1905),

Skinner (1904-1990) e Piaget (1896-1980)”, estudiosos que a partir de suas

pesquisas sobre o desenvolvimento e as aprendizagens humanas, “revolucionaram

as práticas em Educação Especial e apontaram necessárias relações entre o tipo de

inteligência, capacidades e habilidades pessoais e experiências socioambientais”

(ROSS, 1998, apud PARANÁ, 2006, p. 23).

Entre as décadas de 1970 e 1980 houve um retrocesso em termos

conceituais em relação às pessoas com deficiência, predominando a configuração

de uma educação do tipo especial para pessoas “que requerem cuidados clínicos e

terapêuticos, em função de suas alterações orgânicas e limitações delas

decorrentes”; que, como se percebe, o adjetivo “especial” reforça a idéia de

“pessoas que apresentam alterações orgânicas, estruturais ou funcionais, que as

impedem de ter uma vida “normal” em sociedade” (PARANÁ, 2006, p. 24).

Ainda nesse período, “fundou-se a compreensão da diversidade como

constituinte das diferentes sociedades e culturas” (PARANÁ, 2006, p. 25-27), direito

esse expresso na Constituição Federal de 1988.

Todos esses avanços esses que evidenciaram as bases do paradigma de

suporte que “associou a ideia da diversidade como fator de enriquecimento social e

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o respeito às necessidades de todos os cidadãos como pilar central de uma nova

prática social” (PARANÁ, 2006), prática essa definida pelo MEC como

...a construção de espaços inclusivos em todas as instâncias da vida na sociedade, de forma a garantir o acesso imediato e favorecer a participação de todos nos equipamentos e espaços sociais, independentemente das suas necessidades educacionais especiais, do tipo de deficiência e do grau de comprometimento que estas apresentem (BRASIL, 2004, p. 13).

Com base nos estudos de Tessaro (2005), Soares discorre sobre os

resultados da mobilização da sociedade em defesa dos direitos das pessoas com

deficiência:

...o movimento de luta pelos direitos das pessoas com deficiência teve seu marco histórico em 1981, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou-o como o Ano Internacional das Pessoas Deficientes. Neste ano, importantes conceitos ganharam conhecimento internacional, com os conceitos de vida independente, o de igualdade (de poder exercer os direitos de cidadãos) e o de capacidade, que representa a garantia de terem as mesmas oportunidades da população em geral. A partir desse momento, o movimento ganha maior visibilidade, e vai impulsionar outros posteriormente, como a inclusão escolar (Tessaro, 2005, apud SOARES, 2009, p. 6).

Contudo, Ross (1998, apud PARANÁ, 2006), alerta para o fato de que,

mesmo a despeito desses avanços, prevalece, ainda “a visão ingênua da crença de

que a igualdade de direitos, baseada apenas em postulados formais, amplia,

concretamente, as possibilidades de participação”, haja vista que o “o mero direito

jurídico não produz o novo sujeito político, não materializa formas organizativas; não

expressa necessidades nem institucionaliza bandeiras de luta e resistência”.

4.1.2.1 Síntese da Educação Especial no contexto brasileiro

O Quadro 2, apresentado na sequência, traz uma síntese dos principais fatos

que marcaram a história que marcaram a Educação Especial no Brasil, no qual se

observa que as primeiras iniciativas ocorrem em meados dos Século XIX, mas o

início da Educação Especial no Brasil deu-se cerca de um século depois, na década

de 1950.

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1854 Problema médico - Dom Pedro II funda o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, no Rio de Janeiro Não há preocupação com a aprendizagem

1948 Escola para todos - É assinada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que garante o direito de todas as pessoas à Educação 1954 Ensino especial - É fundada a primeira APAE Surge o ensino especial como opção à escola regular

1961LDB inova - Promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que garante o direito da criança com deficiência à Educação, de preferência na escola regular

1971 Retrocesso jurídico - A Lei nº 5692 determina “tratamento especial” para crianças com deficiência, reforçando as escolas especiais

1973Segregação - É criado o Centro Nacional de Educação Especial (Cenesp) A perspectiva é integrar os que acompanham o ritmo Os demais vão para a Educação Especial

1988 Avanço na Constituição Federal - A CF1988 estabelece a igualdade no acesso à escola O Estado deve dar atendimento especializado, de preferência na rede regular

1989 Agora é crime - Aprovada a Lei nº 7853, que criminaliza o preconceito (ela só seria regulamentada dez anos depois, em 1999)

1990O dever da família - O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) dá a pais ou responsáveis a obrigação de matricular os filhos na rede regular Direito universal - A Declaração Mundial de Educação para Todos reforça a Declaração Mundial dos Direitos Humanos e estabelece que todos devem ter acesso à Educação

1994Influência externa - A Declaração de Salamanca define políticas, princípios e práticas da Educação Especial e influi nas políticas públicas da Educação Mesmo ritmo - A Política Nacional de Educação Especial condiciona o acesso ao ensino regular àqueles que possuem condições de acompanhar “os alunos ditos normais”

1996 LDB muda só na teoria - Nova lei atribui às redes o dever de assegurar currículo, métodos, recursos e organização para atender às necessidades dos alunos 1999 Decreto 3298 – Cria a Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e define a EE como ensino complementar

2001

As redes se abrem - Resolução CNE/CEB 2 divulga a criminalização da recusa em matricular crianças com deficiência Cresce o número delas no ensino regular Direitos - O Brasil promulga a Convenção da Guatemala, que define como discriminação, com base na deficiência, o que impede o exercício dos direitos humanos

2002Formação docente - Resolução CNE/CP 1 define que a universidade deve formar professores para atender alunos com necessidades especiaisLibras reconhecida - Lei nº 10436/02 reconhece a língua brasileira de sinais como meio legal de comunicação e expressãoBraile em classe - Portaria 2678 aprova normas para o uso, o ensino, a produção e a difusão do braile em todas as modalidades de Educação

2003Inclusão se difunde - O MEC cria o Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade, que forma professores para atuar na disseminação da Educação Inclusiva

2004 Diretrizes gerais - O Ministério Público Federal reafirma o direito à escolarização de alunos com e sem deficiência no ensino regular 2006 Direitos iguais - Convenção aprovada pela ONU estabelece que as pessoas com deficiência tenham acesso ao ensino inclusivo

2008Fim da segregação - A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva define: todos devem estudar na escola comumCurva inversa - Pela primeira vez, o número de crianças com deficiência matriculadas na escola regular ultrapassa o das que estão na escola especialConfirmação - Brasil ratifica Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiências, da ONU, fazendo da norma parte da legislação nacional

QUADRO 2 – SÍNTESE DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO CONTEXTO BRASILEIROFONTE: NOVA ESCOLA (2009)

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Na sequência dos eventos determinantes para o atual modelo de Educação

Especial destacam-se a Convenção de Guatemala e a Convenção da ONU:

• Convenção Interamericana para a eliminação de todas as formas de

discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência –

Guatemala, 1999-2001: cujo documento reafirma que as pessoas

portadoras de deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades

fundamentais que outras pessoas e que estes direitos, inclusive o direito

de não ser submetidas a discriminação com base na deficiência,

emanam da dignidade e da igualdade que são inerentes a todo ser

humano; portanto, prevê o favorecimento da sua integração na

sociedade, define o termo "deficiência", compreendido como uma

restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou

transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades

essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente

econômico e social; e também define o termo “discriminação” quando

aplicado a pessoas portadoras de deficiência, que significa toda

diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência,

antecedente de deficiência, consequência de deficiência anterior ou

percepção de deficiência presente ou passada, que tenha o efeito ou

propósito de impedir ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício por

parte das pessoas portadoras de deficiência de seus direitos humanos e

suas liberdades fundamentais (BRASIL, 2011);

o A título de esclarecimento (*), embora a referida convenção seja

datada de 8 de junho de 1999, somente dois anos depois é que as

determinações passaram a incorporar o ordenamento jurídico

brasileiro, através do Decreto nº 3.956, de 8 de outubro de 2001.

• Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência – ONU,

2006: a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da

Educação Inclusiva (BRASIL, 2007), destaca a Convenção sobre os

Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pela ONU em 2006 e da

qual o Brasil é signatário. O documento referencial dessa Convenção

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estabelece que os Estados-Partes devem assegurar um sistema de

educação inclusiva em todos os níveis de ensino, em ambientes que

maximizem o desenvolvimento acadêmico e social compatível com a

meta da plena participação e inclusão, adotando medidas para garantir

que:

a) As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema

educacional geral sob a alegação de deficiência e que as crianças

com deficiência não sejam excluídas do ensino fundamental gratuito

e compulsório, sob alegação de deficiência;

b) As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino

fundamental inclusivo, de qualidade e gratuito, em igualdade de

condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem

(Art.24).

4.1.2.2 A Educação especial no contexto paranaense

As informações apresentadas na sequência foram compiladas do

documento “Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a Construção de

Currículos Inclusivos no Estado do Paraná” e constituem o resumo oficial do

processo de desenvolvimento que culminou no atual modelo político e pedagógico

para a Educação Especial adotado no território paranaense.

Desde a criação da primeira escola especial, em 1939, o Instituto Paranaense de Cegos, reproduzem-se concepções e práticas já atestadas nos movimentos sociais, nacionais e internacionais. No entanto, pelo pioneirismo das ações aqui ambientadas, como a criação da primeira classe especial na rede pública (atual Escola Estadual Guaíra, em Curitiba), em 1958, e a criação do primeiro serviço de Educação Especial, em nível governamental, em 1963, o Paraná foi vanguarda das políticas de atendimento educacional especializado, em nível nacional (PARANÁ, 2006, p. 31).

Como se observa, e essa é a ênfase dada pelo próprio documento, “desde o

início, a educação escolar de pessoas com deficiência estendeu-se aos dois

contextos: as escolas especiais e os então denominados programas especializados

na rede pública” (ibidem).

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De acordo com o documento em questão,

...em função do descaso histórico do Estado, já atestado anteriormente no contexto mundial, em relação aos direitos educacionais das pessoas com deficiência, mobilizam se diferentes lideranças comunitárias na luta pelo acesso aos serviços especializados. A ação das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) destaca-se pela ampla rede de instituições que disseminou em vários municípios do Estado para atender esse grupo de alunos. Pela falta de investimentos públicos, coube ao movimento apaeano buscar e difundir metodologias, materiais específicos e dar suporte à criação de programas de formação e capacitação de professores. Outro dado interessante é que por constituir a única possibilidade de atendimento especializado nos municípios, passou a incorporar, além da deficiência mental, alunos com deficiências sensoriais, além dos chamados distúrbios de comportamento e/ou emocionais (PARANÁ, 2006, p. 31).

Discorrendo sobre a estruturação do DEE - Departamento de Educação

Especial e sobre a cobertura das ações do Estado no atendimento aos indivíduos

com necessidades especiais, o documento revela, ainda, que

...apenas na década de 1970, com a estruturação do Departamento de Educação Especial, integrando a organização político-administrativa da SEED, que se mantém, intensificaram-se as ações no âmbito da escola pública, com a expansão do atendimento em diferentes municípios do Estado e a criação de classes especiais voltadas ao atendimento de deficiências, por área. Destaca-se como relevante, neste ponto, a política de descentralização administrativa, com a criação das equipes de Educação Especial nos Núcleos Regionais de Educação que possibilitou a interiorização dessa modalidade de ensino. Por meio de convênios de amparo técnico e financeiro, a SEED e as organizações não-governamentais, em parceria, expandem gradativamente a oferta de Educação Especial no Estado e consolidam uma política de atendimento fortemente marcada pela institucionalização. Essa tendência explicita-se nos dados estatísticos da SEED, em 2002: dos 399 municípios do Estado do Paraná, 354 ofertavam algum tipo de atendimento educacional especializado, correspondendo ao percentual significativo de 88,72% de cobertura. Ou seja, naquele momento, 65% dos alunos eram atendidos pela rede conveniada formada pelas escolas especiais (PARANÁ, 2006, p. 31-33).

De acordo com as DCEE-CCIs (PARANÁ, 2006, p. 33), até o final do ano de

2002, inúmeros debates e discussões sobre o melhor modelo de inclusão que

envolveram a comunidade escolar e a sociedade civil organizada, o que “acarretou,

de fato, retrocesso em relação a alguns aspectos conceituais e atitudinais, porque se

reforçou a exclusão do alunado da Educação Especial no sistema regular de

ensino”.

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Entretanto, a partir de 2003, “a SEED retomou sua função social de fazer

políticas públicas em Educação Especial”, desenvolvendo ações estruturais para a

mudança sobre a compreensão da oferta do atendimento especializado sob o

fundamento de que “o processo de inclusão escolar se dá gradativamente, conforme

se estruture uma sólida rede de apoio ao aluno, aos profissionais da educação e à

família” (ibidem).

As DCEE-CCIs (PARANÁ, 2006, p. 334) descrevem a partir do ano de 2003

foi retomado o diálogo com representantes dos diferentes segmentos que,

“historicamente, colocam em prática a Educação Especial no Estado do Paraná”,

objetivando de um trabalho conjunto e articulado entre o poder público e a sociedade

civil; e, na sequência, implementadas ações orientadas à mudança no trato das

políticas inclusivas, com especial destaque para o primeiro Concurso Público para a

Educação Especial da história do Paraná, com a nomeação de 4.555 professores

especializados ao Quadro Próprio do Magistério, “que contribuiu para mudar a

concepção de atendimento especializado em dois aspectos: na expansão de apoios

na rede pública e na melhor qualificação dos professores da rede conveniada”, isso

porque nas últimas três décadas a maioria dos professores que atuava nas

instituições especializadas fora contratada mediante repasse de recursos

financeiros, “por Convênio de Cooperação Técnica e Financeira entre a SEED e as

entidades filantrópicas, a fim de cumprir o preceito constitucional que obriga a oferta

gratuita de Educação Especializada aos alunos que dela necessitam”; e contribui

também para tornar mais estável o quadro profissional das instituições.

Como resultado dessas ações, houve “uma significativa expansão da

Educação Especial” que passou de 52.139 alunos atendidos, em 2002, para 79.375,

em 2006, o que representa 52,32% de acréscimo no número de matrículas”.

Observe-se que o maior crescimento deu-se na rede pública de ensino que passou

de 17.796, em 2002, para 40.760 alunos, em 2006, algo equivalente a 129,04% de

crescimento; sendo que nesse mesmo período, as matrículas na rede conveniada

cresceram apenas 12,5% (ibidem).

Como decorrência da ampliação no atendimento na rede pública de ensino,

foi preciso reorganizar a rede de apoio e serviços especializados: salas de recursos,

a contratação de intérpretes de Libras e professores de apoio permanente, dentre

outros e promover a gradativa remoção das barreiras físicas na escola, com a

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construção ou reforma de prédios; a produção de materiais de apoio adaptados,

dentre outros aspectos normatizados pela Deliberação n. 02/03).

Como se observa, o Governo do Estado do Paraná trabalha sob a

perspectiva “do compromisso da escola com todos e para todos”, privilegiando a

construção de espaços sociais inclusivos, “organizados para atender ao conjunto de

características e necessidades de todos os cidadãos, inclusive daqueles que

apresentam necessidades educacionais especiais”, reafirmando o papel do Estado

na buscar novos caminhos para superar obstáculos presentes no seio social, os

quais distanciam segmentos excluídos do acesso aos bens e serviços e, no caso

específico da inclusão escolar, do direito à educação (PARANÁ, 2006, p. 34-35).

4.1.3 A inclusão educacional e a ressignificação da Educação Especial

De acordo com as DCEs da Educação Especial “a atenção educacional aos

alunos com necessidades especiais [...] tem se ressignificado ao longo de processos

históricos de transformação social, tendo caracterizado diferentes momentos nas

relações da sociedade com esta clientela” (PARANÁ, 2006).

Poleto (2011) destaca que na última década, o Governo Federal e o Estado

do Paraná vêm discutindo propostas pedagógicas que possam nortear ações para

atender a diversidade presente nas escolas, com ênfase na inclusão escolar sua

principal estratégia, observando que

A inclusão escolar é um movimento mundial que vem sendo amplamente discutido em vários países, tendo como eixo principal a concepção de educação de qualidade para todos, fundamentada no respeito à diversidade e igualdade de acessibilidade e permanência para os educandos na rede pública de ensino (POLETO, 2011, p. 2).

Essa também é a linha de pensamento de Montoan (2003, p. 19), para

quem, apesar de conceitos distintos, a inclusão escolar teve suas raízes fundadas

na integração escolar, mas, tem se mostrado incompatível com a integração “já que

prevê a inserção escolar de forma radical, completa e sistemática”.

Explicitando as diferentes perspectivas sobre o assunto, Poletto (2011, p. 4)

destaca a posição do Governo do Estado do Paraná acerca da operacionalização da

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inclusão escolar, observando que o texto constitutivo das Diretrizes Curriculares da

Educação Especial para a Construção de Currículos Inclusivos fomenta a parceria

entre as escolas especiais e regulares, enfatizando a importância de uma inclusão

educacional responsável. Condição essa também defendida por Fernandes (2006,

p. 43), para quem “é inconcebível descartar a necessidade da continuidade de oferta

de atendimento especializado em classes e escolas especiais quando há tantas

dificuldades de formação profissional e falta de estrutura física e pedagógica nas

escolas”.

Mas, a percepção do Governo Federal é bastante diferente, já que, de

acordo com o artigo 2° da Resolução CNE/CEB nº2/2001, determina que

Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos (BRASIL, MEC/SEESP, 2001).

Poleto (2011, p.9) pondera acerca desse contexto, enfatizando que a

inclusão é garantida por lei, mas que determinados casos – como o da deficiência

mental, por exemplo – necessitam de um suporte educacional diferenciado, possível

com a realização de um trabalho conjunto com a escola especial. Tal estratégia, na

visão da autora “viria a contribuir para a organização da escola comum na inserção,

condução e efetivação do aprendizado desta clientela e para desenvolvimento de

suas potencialidades” (ibidem).

Essa é a perspectiva adotada pelo Governo do Estado do Paraná para a

elaboração da sua proposta inclusão educacional, com base na Política Estadual de

Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.

4.1.4 O papel do professor no processo de inclusão

Dada a ressignificação da Educação Especial - principalmente devido às

novas determinações governamentais para a inclusão de alunos da Educação

Especial no ensino regular - o papel do professor assumiu novas conformações,

exigindo novas e diferentes habilidades que até então não eram necessárias, mas

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que agora se tornaram indispensáveis, como o domínio de técnicas de comunicação

(língua de sinais, braile, dentre outros).

Discorrendo sobre as transformações no cenário educacional introduzidas

pela inclusão, Vidal (2009), observa:

A inclusão surge no cenário educacional como uma nova perspectiva que envolve rever concepções a respeito da educação, do ensinar e do aprender. Com ela emergem vários questionamentos sobre o que fazer e como fazer. Em meio a isso, o professor, é levado a questionar-se sobre os saberes necessários para trabalhar com crianças com necessidades educacionais especiais, considerando que não dispôs de formação para tal (VIDAL, 2009).

Veiga (2009) alerta para a necessidade da formação continuada do

professor quando afirma que

Aprender a trabalhar com a inclusão é um desafio para os docentes e para a Escola de modo geral, que necessitam criar meios para aprender a trabalhar com perspectiva. Assim, o professor, cuja função é ensinar, tem também a necessidade de aprender (VEIGA, 2009).

Essa afirmação é justificada pela autora pelo fato de que “aprender é

adquirir conhecimentos, construir saberes que são ferramentas para desenvolver

seu trabalho” (VIEGA, 2009); e assim “o professor vai aprendendo a ensinar

enfrentando cotidianamente diversas situações que lhe possibilitam construir tais

ferramentas” (Tardif, apud VEIGA, 2009).

E, discorrendo sobre a capacitação permanente dos professores, Veiga

(2009) destaca ainda que “a inclusão traz a voga à questão de que nós, professores

não estamos prontos, formados, nos faz enxergar que sempre temos algo a

aprender e que essa aprendizagem é diária e tem que fazer parte do nosso

cotidiano”.

Essas são afirmações verdadeiras que se evidenciam quando analisada a

questão da formação acadêmica dos professores, tendo em vista que embora as

grades curriculares dos cursos de licenciatura venham sendo adaptadas para

atender à exigência da competência nessa área; no entanto, a abordagem que se

faz ainda é superficial, mais voltada a demonstração dos recursos existentes do que

à capacitação do alunado para o trabalho com a diversidade em sala de aula.

Entende-se que essa seja uma condição temporária, em função da

necessidade de adequação dos currículos das Instituições de Ensino Superior, tendo

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em vista que o ideal é que esses currículos sejam revistos, reestruturados, com

ampliação do número de horas/aula para incremento dos estudos sobre Braile,

Língua de Sinais/LIBRAS e de Fundamentos Históricos, Filosóficos e Sociológicos

da Educação Especial e da Inclusão, dentre outros cujo aprofundamento é

indispensável para a atuação do professor no novo cenário educacional.

Isso significa que os professores devem ser orientados, capacitados, enfim,

para perceber e conceber a inclusão não de forma transversal, mas como uma

condição do paradigma que ora se apresenta; preparados, enfim, para lidar com

essa realidade, tendo em vista que a presença de alunos com necessidades

especiais nas salas de aula do ensino regular já é iminente.

Vidal (2009) reafirma a importância da formação continuada para os

profissionais que atuam em qualquer segmento, compreendendo-a como “um

processo diário e para toda a vida”; e que “na docência, este quadro não é

diferente”, razão pela qual reafirma a importância de o professor manter-se

constantemente atualizado, e “estruturar seus saberes e consolidar sua trajetória”.

De acordo como DEEIN, os profissionais, que atuam na Educação Especial

possuem em seu currículo vários cursos de capacitação e passaram pela formação

continuada proporcionada pela SEED para melhorar a qualidade de seu atendimento

a alunos com necessidade educacionais diferenciadas. Mas, existe um considerável

contingente de professores do ensino regular que não receberam tais capacitações

e que carecem de informações específicas para que possam estar habilitados para

assumir suas turmas inclusivas. Por isso a SEED tem investido na formação

continuada dos profissionais do ensino regular e da Educação Especial,

paralelamente ao aperfeiçoamento do Projeto Político Pedagógico e a reformulação

do currículo; ações essas compreendidas como estratégias viabilizadoras da

implantação da política educacional vigente.

A realização do projeto de capacitação dos professores da rede pública de

ensino de Rio Branco do Sul sobre as políticas públicas de inclusão - objeto do

presente estudo - é uma dessas iniciativas, posto que integre o Programa de

Desenvolvimento Educacional (PDE) do Governo do Estado do Paraná.

Reafirmando o papel do Estado nesse processo e a importância de o

professor investir em sua capacitação, a posição do DEEIN (2009) é clara: “o

investimento na formação continuada dos profissionais da educação é componente

essencial da transformação da sociedade atual em uma sociedade inclusiva”;

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principalmente, porque “a inclusão educacional é um processo irreversível, uma

conquista contemporânea que, ampliando os horizontes do contexto educacional,

repercute intensamente na transformação da realidade social”.

ATIVIDADES

23

Discorra sobre os fatores culturais que influenciaram evolução e a organização da Educação Especial ao longo dos séculos.

Qual o papel dos movimentos sociais na construção das políticas públicas de educação e atendimento aos alunos com deficiência?

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Cite as principais transformações sociais, conceituais e na esfera política que vêm ressignificando a Educação Especial ao logo dos tempos no Brasil.

Discorra sobre o papel do professor no novo cenário da educação inclusiva.

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Analise o filme As Borboletas de Zagorski, produzido em 1992, que trata do trabalho desenvolvido em uma escola surgida na Rússia, com crianças cegas e surdas, inspirado nos estudos de Lev Vygotsky. Discorra sobre o trabalho desenvolvido nessa escola.

Apresentação em PPT: Linha do Tempo – História da Educação Especial no Brasil

Discorra sobre os fatos que você considera mais marcante do processo histórico da EE no Brasil, justificando sua opinião.

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4.2 UNIDADE II – FUNDAMENTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL - ANÁLISE E CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEGISLAÇÃO VIGENTE NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO EDUCACIONAL PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS

4.2.1 Objetivos da aprendizagem

Ao finalizar o estudo deste capítulo, o capacitando deverá conhecer e

compreender:

• os pressupostos que influenciam a construção das políticas públicas

vigentes para a inclusão de alunos com necessidades especiais no

ensino regular;

• as diferentes abordagens presentes nas atuais legislações federal e

estadual no tocante à inclusão de alunos da Educação Especial no

ensino regular;

• a necessidade de uma prática de inclusão que respeite as necessidades

específicas e individuais dos alunos da Educação Especial, para

assegurar-lhes reais condições de aprendizagem e de acesso à

cidadania.

4.2.2 Preceitos que sustentam a legislação vigente para a Educação Especial e a Educação Inclusiva

O Quadro 3, apresentado na sequência, apresenta uma síntese dos preceitos

que influenciaram as políticas públicas atuais para a inclusão de alunos da

Educação Especial no ensino regular.

26

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27

1. Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)

Delineia os direitos humanos básicos, e embora não seja um documento que representa obrigatoriedade legal, serviu como base para os dois tratados sobre direitos humanos da ONU, de força legal, o Tratado Internacional dos Direitos Civis e Políticos, e o Tratado Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.

2. Constituição da República Federativa do Brasil (1988)

Prevê o pleno desenvolvimento dos cidadãos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade os quaisquer formas de discriminação; garante o direito à escola para todos. E coloca como princípio para a Educação o “acesso aos níveis mais elevados do ensino, das pesquisas e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”.

3. Lei n° 7.853/1989Define como crime recusar, suspender, adiar, cancelar ou extinguir a matrícula de um estudante por causa de sua deficiência, em qualquer curso ou nível de ensino, seja ele público ou privado. A pena para o infrator pode variar de um a quatro anos de prisão, mais multa.

4. Lei n° 8.069/1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente

Garante o direito à igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, sendo o Ensino Fundamental obrigatório e gratuito (também aos que não tiveram acesso na idade própria); o respeito dos educadores. E atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular.

5. Declaração de Salamanca (1994)O texto, que não tem efeito de lei, relata que os sistemas educativos devem ser projetados e os programas aplicados contemplando toda a gama das diferentes características e necessidades da sua clientela e, que as escolas comuns, com esta orientação inclusiva, representaria o meio mais eficaz de combater atitudes discriminatórias e dar educação para todos.

6. Lei n° 9.394/1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

Em seu capítulo V, Art. 58, trata da Educação Especial, também como modalidade de ensino da educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educando com necessidades educacionais especiais, garantido em seu artigo 59 a organização específica de currículo, métodos, técnicas e recurso educativos visando atender essas necessidades.

7. Decreto n° 3.298 - Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de deficiência (1999)

Estabelece a matrícula compulsória de pessoas com deficiência, em cursos regulares e a consideração da educação especial como modalidade da educação escolar que permeia transversalmente todos os níveis e modalidades de ensino, bem como, entre outras medidas, a oferta obrigatória e gratuita da educação especial em estabelecimentos públicos de ensino.

8. Lei n° 10.048/2000 Garante atendimento prioritário de pessoas com deficiências nos locais públicos.

9. Lei n° 10.098/2000 Estabelece normas sobre acessibilidade física e define como barreira obstáculos nas vias e no interior dos edifícios, nos meios de transporte e tudo o que dificulte a expressão/recebimento de mensagens por intermédio dos meios de comunicação, sejam ou não de massa.

10. Resolução n° 02/2001Em seu artigo 2º diz que os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação e qualidade para todos.

11. Parecer n° 17/2001 do Conselho Nacional de Educação (CNE)

Institui as Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica define quem são os alunos com necessidades educacionais especiais.

12. Deliberação n° 02/2003Fixa as normas para a Educação Especial, na modalidade da Educação Básica, para o Sistema de Ensino do Estado do Paraná, para alunos com necessidades educacionais especiais.

13. DCEs para a construção de currículos inclusivos no Estado do Paraná (2006)

Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a Construção de Currículos Inclusivos - Documento que esclarece sobre a inclusão responsável pretendida pelo Governo do Estado do Paraná.

14. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008)

Documento sobre a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva que objetiva assegurar a inclusão educacional de alunos com deficiência, transtornos globais e superdotação.

15. Decreto n° 6.571/2008 Dispõe sobre o atendimento educacional especializado, considerando como “conjunto de atividade, recursos de acessibilidade e pedagógicos, organizados institucionalmente e prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular”.

16. Resolução n° 04/2009 Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial.

QUADRO 3 – A INCLUSÃO DE ALUNOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO ENSINO REGULAR: PRECEITOS QUE SUSTENTAM A LEGISLAÇÃO VIGENTE

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FONTE: ADAPTADO DE SILVA (2010)

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28

Como se pode perceber no Quadro 3, os preceitos que norteiam a Educação

Inclusiva no Brasil constam em 16 documentos principais, cuja disposição obedece a

uma ordem cronológica.

Esses documentos complementam-se na constituição de um painel onde se

observa amplamente assegurado às pessoas com deficiência o direito à educação, e

explicitada a normatização das formas de operacionalização. Mas, a experiência

profissional acumulada em anos de trabalho na educação especial e no ensino

regular permite assegurar que, apesar de todas as políticas públicas com

direcionamento inclusivo, ainda não é possível atestar o sucesso da inclusão

educacional na prática na maioria das escolas. Por essa razão e em consonância

com as políticas públicas para educação inclusiva no Estado do Paraná, “sob o

fundamento de que o processo de inclusão escolar se dá gradativamente, conforme

se estruture uma sólida rede de apoio ao aluno, aos profissionais da educação e à

família” (PARANÁ, 2006, p. 33), é que se pretende analisar o papel da escola

especial neste contexto, notadamente no que se refere às determinações do decreto

n° 6.571/2008.

As DCEs da Educação Especial (PARANÁ, 2006, p. 27) referenciam os textos

legais que influenciaram na legislação brasileira vigente referente ao atendimento às

pessoas com deficiência, como “a proposta de Educação para Todos (Jomtien-

Tailândia) e a Declaração de Salamanca (Espanha, 2004)”; documentos esses que

influenciaram inclusive a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996,

que destina o Capítulo V (Artigos 58, 59 e 60) à Educação Especial, cujos princípios

...abriram espaço para a ampla discussão sobre a necessidade de os governos contemplarem em suas políticas públicas o reconhecimento da diversidade dos alunos e o compromisso em atender às suas necessidades nos contextos escolares comuns (PARANÁ, 2006, p. 27).

Destaca-se que os fundamentos político-legais desses documentos redefinem

a condição do alunado da Educação Especial, considerado agora como aluno com

necessidades especiais, desfazendo o equívoco conceitual então vigente que

compreendia a modalidade como um “subsistema, paralelo e distanciado das

práticas do contexto geral de educação, historicamente posto” (PARANÁ, 2006, p.

27-28).

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Contudo, mesmo a despeito dessas mudanças, persistia a necessidade de

redefinição dos recursos e dos apoios especializados para dar o necessário suporte

ao atendimento dos alunos da Educação Especial notadamente no que se refere à

questão da aprendizagem, aspecto esse abordado por Sassaki (1997), para quem,

cabe à sociedade, como um todo,

...eliminar todas as barreiras arquitetônicas, programáticas, metodológicas, instrumentais, comunicacionais e atitudinais para que as pessoas com deficiência possam ter acesso aos serviços, lugares, informações e bens necessários ao seu desenvolvimento pessoal, sócia, educacional e profissional (Sassaki, 1997, apud SOARES, 2009, p. 7).

Nesse sentido, e objetivando organizar os sistemas, as Diretrizes Nacionais

para a Educação Especial, considera alunos com necessidades educacionais

especiais aqueles que,

...no processo educacional, apresentarem dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações para acompanhar as atividades curriculares (não vinculadas a uma causa específica, ou relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências); condições de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, demandando uso de linguagens e códigos aplicáveis e altas habilidades ou superdotação (PARANÁ, 2006, p. 28).

No que tange às ações governamentais na esfera federal, destacam-se:

PNEE - Política Nacional de Educação Especial (BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Secretaria de Educação Especial, 1994); a nova LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL. Senado Federal : Lei de nº 9394/96, 1997), o PCN – Parâmetro Curricular Nacional de Adaptações Curriculares para a educação de alunos com NEE ( BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação/ Secretaria de educação especial, 1999) e o PNE – Plano Nacional de Educação (SANTOS, 2007, apud SOAREZ, 2009, p. 12).

Na contramão dessas melhorias, Fernandes (apud PARANÁ, 2006, p. 28-29)

alerta para o distanciamento entre o conjunto teórico-legal existente e a prática

observada na sociedade, haja vista que de acordo com dados oficiais, no Brasil,

cerca de 10% da população apresenta algum tipo de deficiência, o que corresponde

a 15 milhões de brasileiros; contudo, apenas 300 mil estão matriculados oficialmente

em todo o país, sendo que mais da metade das instituições que oferecem

atendimento especializado são mantidas pela iniciativa privada.

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Os valores aqui registrados foram compilados das Diretrizes Curriculares da

Educação Especial para a Construção de Currículos Inclusivos, documento

publicado em 2006 pela SEED-PR, e refletem o quantitativo naquele período, mas

que possibilitam dimensionar o universo existente de pessoas com algum tipo de

deficiência no país.

Esse cenário controvertido revela o quanto ainda é preciso avançar para

assegurar às pessoas com deficiência o direito que lhes é garantido por lei; contudo,

como afirma Soares (2009, p. 13), “para transformar a lei em uma realidade, é

preciso que a sociedade faça pressão sobre os órgãos públicos, de modo a

concretizar a inclusão de uma maneira satisfatória, disponibilizando não só vagas,

como também qualidade de ensino”.

ATIVIDADES

Pesquisar (conforme sites sugeridos)

Constituição República Federativa – 1988; disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm

Lei de Diretrizes e Bases da Educação: LDBN 9394/96portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ ldb .pdf

Orientações gerais:a) Em cada documento, destacar os capítulos, artigos e parágrafos que dizem respeito à Educação Especial;b) Comentar e registrar os pontos mais importantes de cada documento.

30

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4.2.3 Políticas Públicas de Educação Especial Nacional e Estadual, na perspectiva da Inclusão Educacional.

Pelo que se observa da atuação dos profissionais que atuam na Educação

Especial e Ensino Regular no tocante à inclusão educacional, alguns orientam suas

práticas pelas determinações contidas na proposta do Governo Federal, ao passo

que outros adotam como referência a proposta do Governo do Paraná, até porque

ambas estão em vigência. Mas, em que pese o fato ambas de explicitarem a

intenção dos governos para a tratativa da inclusão de alunos com necessidades

educacionais especiais, existem pontos bastante distintos entre elas, exigindo uma

análise mais profunda sobre seus textos.

4.2.3.1 A proposta de inclusão educacional do Governo Federal -

De acordo com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da

Educação Inclusiva (BRASIL, 2008, p.14), devem ser priorizados o acesso, a

participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas escolas regulares, orientando

os sistemas de ensino para promover respostas às necessidades educacionais

especiais, garantindo: a transversalidade da educação especial desde a educação

infantil até a educação superior; o atendimento educacional especializado; a

continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino; a formação de

professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da

educação para a inclusão escolar; a participação da família e da comunidade; a

acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, nos

transportes, na comunicação e informação; e a articulação intersetorial na

implementação das políticas públicas.

Tais iniciativas visam à integração dos alunos da Educação Especial no

ensino regular, em observância ao princípio preconizado pela Declaração de

Salamanca (1994) quando à eliminação de medidas e ações discriminatórias: “as

escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de suas

condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras” (BRASIL,

2008, p. 14-15).

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Ainda segundo esse documento, “na perspectiva da educação inclusiva, a

educação especial passa a constituir a proposta pedagógica da escola, definindo

como seu público-alvo os alunos com deficiência, transtornos globais de

desenvolvimento e altas habilidades/superdotação”. (ibidem).

E, embora a proposta vise a inclusão imediata dos alunos da Escola Especial

no ensino regular, as necessidades diferenciadas desses não foram esquecidas, de

forma que para todos os casos de transtornos funcionais específicos, “a educação

especial atua de forma articulada com o ensino comum, orientando para o

atendimento às necessidades educacionais especiais desses alunos”. Nesse

sentido, são diretrizes da política nacional de educação especial na perspectiva da

educação inclusiva, a compreensão e o reconhecimento de que a Educação

Especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e

modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os

serviços e recursos próprios desse atendimento e orienta os alunos e seus

professores quanto a sua utilização nas turmas comuns do ensino regular (BRASIL,

2008, p. 15).

Sobre o Atendimento Educacional Especializado - AEE, a política

governamental estabelece os seguintes aspectos:

O atendimento educacional especializado identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela (BRASIL, 2008, p. 15-16).

O Ministério da Educação, criou o Programa de Implantação de Salas de

Recursos Multifuncionais, instituído pela Portaria Normativa nº 13 de 24 de abril de

2007, reafirma e apóia os sistemas de ensino na implantação dessas salas de

recursos, disponibilizando materiais pedagógicos e de acessibilidade, para a

realização do atendimento educacional especializado.

O caderno publicado pela Secretaria de Educação Especial do MEC

(BRASIL, 2006), intitulado Salas de Recursos Multifuncionais: Espaços para

Atendimento Educacional Especializado, que visa subsidiar técnica e

pedagogicamente a organização dos serviços de atendimento educacional

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especializado, esclarece quanto à denominação “Sala de Recursos Multifuncionais”,

explicitando que essa nomenclatura

... se refere ao entendimento de que esse espaço pode ser utilizado para o atendimento das diversas necessidades educacionais especiais e para desenvolvimento das diferentes complementações ou suplementações curriculares. Uma mesma sala de recursos, organizada com diferentes equipamentos e materiais, pode atender, conforme cronograma e horários, alunos com deficiência, altas habilidades/superdotação, dislexia, hiperatividade, déficit de atenção ou outras necessidades educacionais especiais. Para atender alunos cegos, por exemplo, deve dispor de professores com formação e recursos necessários para seu atendimento educacional especializado. Para atender alunos surdos, deve se estruturar com profissionais e materiais bilíngues. Portanto, essa sala de recursos é multifuncional em virtude de a sua constituição ser flexível para promover os diversos tipos de acessibilidade ao currículo, de acordo com as necessidades de cada contexto educacional (BRASIL, 2006, p. 14).

Em linhas gerais, o atendimento educacional especializado que se

desenvolve nas Salas de Recursos Multifuncionais constitui, prioritariamente, serviço

“de natureza pedagógica”, razão pela qual deve ser conduzido por professor

especializado – entenda-se: profissional especializado em Educação Especial deve

comprovar pós-graduação, graduação ou cursos de formação continuada nas áreas

específicas de Educação Especial – e que suplementa no caso dos alunos com altas

habilidades/superdotação e complementa no caso dos alunos com dificuldades

acentuadas de aprendizagem vinculadas ou não à deficiência (BRASIL, 2006, p. 14).

De forma prática, esse serviço pode ser realizado individualmente ou em

pequenos grupos em horário diferente daquele em que frequentam a classe comum;

ou seja,

A sala de recursos multifuncionais é, portanto, um espaço organizado com materiais didáticos, pedagógicos, equipamentos e profissionais com formação para o atendimento às necessidades educacionais especiais. No atendimento, é fundamental que o professor considere as diferentes áreas do conhecimento, os aspectos relacionados ao estágio de desenvolvimento cognitivo dos alunos, o nível de escolaridade, os recursos específicos para sua aprendizagem e as atividades de complementação e suplementação curricular (BRASIL, 2006, p. 14).

A intenção desse programa é atender com qualidade alunos com deficiência,

transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação,

matriculados nas classes comuns do ensino regular. O programa é destinado às

escolas das redes estaduais e municipais de educação, em que os alunos com

essas características estejam registrados no Censo Escolar MEC/INEP. Para tanto,

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a Secretaria de Educação Especial oferece equipamentos, mobiliários e materiais

didático-pedagógicos e de acessibilidade para a organização das salas de recursos

multifuncionais, do Tipo I e do Tipo II, de acordo com as demandas apresentadas

pelas secretarias de educação em cada plano de ações articuladas (BRASIL, 2011).

O AEE compreende programas de enriquecimento curricular, o ensino de

linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, ajudas técnicas e

tecnologia assistiva, dentre outros e deve estar articulado com a proposta

pedagógica do ensino comum.

O atendimento educacional especializado é realizado mediante a atuação de profissionais com conhecimentos específicos no ensino da Língua Brasileira de Sinais, da Língua Portuguesa na modalidade escrita como segunda língua, do sistema Braille, do soroban, da orientação e mobilidade, das atividades de vida autônoma, da comunicação alternativa, do desenvolvimento dos processos mentais superiores, dos programas de enriquecimento curricular, da adequação e produção de materiais didáticos e pedagógicos, da utilização de recursos ópticos e não ópticos, da tecnologia assistiva e outros (BRASIL, 2008, p. 16).

Assim sendo, cabe aos sistemas de ensino, ao organizar a educação especial

na perspectiva da educação inclusiva, disponibilizar as funções de instrutor,

tradutor/intérprete de Libras e guia intérprete, bem como de monitor ou cuidador aos

alunos com necessidade de apoio nas atividades de higiene, alimentação,

locomoção, entre outras que exijam auxílio constante no cotidiano escolar. E. no que

se refere ao trabalho do professor, há a exigência da formação, inicial e continuada,

tendo em vista que a atuação pedagógica deverá estender-se desde as salas

comuns do ensino regular, passando pelas salas de recursos, centros de

atendimento educacional especializado, núcleos de acessibilidade das instituições

de educação superior, classes hospitalares e ambientes domiciliares (BRASIL, 2008,

p. 16-17).

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação

Inclusiva compreende em seu bojo o AEE, conforme se depreende da NOTA

TÉCNICA da Secretaria de Educação Especial do MEC - SEESP/GAB/Nº 11/2010

de 7 de maio de 2010 (Anexo 5), que apresenta orientações para a

institucionalização da oferta do Atendimento Educacional Especializado – AEE em

salas de recursos multifuncionais, implantadas nas escolas regulares.

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4.2.3.2 A proposta de inclusão educacional do Governo do Estado do Paraná com base na Política Estadual de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva

Recorrendo aos estudos desenvolvidos por Vandiana Borba (2007, p. 59-83),

sobre as políticas de inclusão educacional e os limites e desafios em uma sociedade

de classes, destaca-se que atualmente existem, ao menos, três tendências sobre o

modo de se pensar e praticar o processo de inclusão nos sistemas educacionais que

diferem em natureza, princípios e formas de concretização em sala de aula. De

acordo com a autora, essas três tendências são denominadas inclusão condicional,

inclusão total/radical e inclusão responsável, sendo que a primeira - inclusão

condicional - é considerada a forma mais conservadora de todas, pois

Dos partidários desse posicionamento, ouvem-se afirmações do tipo “se todos os professores forem capacitados antes”, “quando todas as escolas estiverem adaptadas”, “apenas se diminuírem o número de alunos por turma”, “se eu tiver um especialista como auxiliar...” Ou seja, afirmações que remetem a um futuro incerto que, pela impossibilidade de concretização em curto prazo, inviabiliza o direito de acesso e permanência desses alunos à escola, no momento atual, descumprindo o preceito assegurado na Constituição Federal (BORBA, 2007, p. 59).

A autora observa que em direção radicalmente oposta a esse

posicionamento, está a inclusão total ou radical, proposta essa defendida por

“muitos intelectuais e pesquisadores na área da educação, representantes de

organizações não governamentais em defesa dos direitos de pessoas com

deficiência, os quais defendem a inclusão irrestrita de TODOS os alunos no ensino

regular”. E complementa que, diante desses dois extremos, situa-se uma terceira

posição, que tem sido denominada de inclusão responsável (BORBA, 2007, p. 83).

O desafio da inclusão escolar é enfrentado como uma nova forma de

repensar e reestruturar políticas e estratégias educativas, de maneira a não apenas

criar oportunidades efetivas de acesso para crianças, jovens e adultos com

necessidades educacionais diferenciadas; mas, para garantir condições

indispensáveis desses se manterem na escola e aprender (BORBA, 2007, p. 59).

Os preceitos que sustentam a inclusão responsável são observados na

política do Governo do Estado do Paraná para a Educação Especial na perspectiva

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da Educação Inclusiva, a qual considera imperativo manter “uma rede de ajuda e

apoio aos educadores, alunos e familiares” (Edler Carvalho, apud DEEIN, 2009).

Em linhas gerais, o modelo de inclusão vigente no Paraná, compreende

...um projeto gradativo, dinâmico e em transformação e em sua fase de transição exige do Poder Público, o absoluto respeito e reconhecimento às diferenças individuais dos alunos e a responsabilidade quanto à oferta e manutenção de uma Rede de Apoio composta por serviços apropriados ao seu atendimento, tais como, Sala de Recursos de 5ª a 8ª séries na área da deficiência intelectual e transtornos funcionais do desenvolvimento, sala de recursos na área das Altas habilidades/superdotação para enriquecimento curricular, sala de recursos para alunos com transtornos globais do desenvolvimento, professor de apoio de sala para alunos com transtornos globais do desenvolvimento, tradutores e intérpretes para educandos surdos com domínio da língua de sinais/LIBRAS, professor de apoio à comunicação alternativa para a alunos com acentuado comprometimento físico / neuromotor e de fala e centros de atendimentos para alunos das áreas da deficiência visual, da deficiência física neuromotora e da surdez (DEEIN, 2009).

Nesse sentido, a Política do Governo do Estado do Paraná para a Educação

Especial na perspectiva da Educação Inclusiva preconiza como regra geral:

...o alunado da Educação Especial deve estar matriculado na rede regular de ensino, com os apoios especializados disponibilizados para seu processo de aprendizagem. A exceção – aos alunos que apresentam altas especificidades, que demandam espaços especialmente preparados, necessidades intensas e contínuas, sobretudo nas áreas da deficiência intelectual e transtornos globais do desenvolvimento, são assegurados o direito de matrícula nas escolas especiais. DEEIN ( 2009).

Na visão do Governo do Estado, através da SEED- DEEIN (2009), o Paraná

está fazendo uma inclusão educacional processual e responsável, por entender

que esta não pode ser dissociada dos demais aspectos básicos de responsabilidade

de todos os outros segmentos sociais, que inter-relacionados fortalecerão os

sentimentos éticos e de cidadania da população paranaense.

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ATIVIDADES

Cite os principais aspectos da proposta inclusão educacional adotada no Estado do Paraná, com base na Política Estadual de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva – e os pontos em que ela se diferencia da proposta do Governo Federal.

Cite os principais serviços disponibilizados pela rede de apoio especializado pelo Governo do Estado do Paraná.

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4.2.4 Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Educacional

4.2.4.1 Decreto 6.571/2008

O Decreto 6.571 de 2008, do MEC – cujo texto encontra-se na íntegra no

Anexo 2 - dispõe sobre o atendimento educacional especializado e regulamenta o

parágrafo único do art. 60 da LDBN n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (vide

Anexo 1).

Em linhas gerais, esse decreto determina que a União preste o apoio

necessário à ampliação da oferta do atendimento educacional especializado aos

alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades

ou superdotação, matriculados na rede pública de ensino regula; considerando,

como “atendimento educacional especializado” o conjunto de atividades, recursos de

acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma

complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular, o qual deve

integrar a proposta pedagógica da escola, envolver a participação da família e ser

realizado em articulação com as demais políticas públicas.

Também estabelece os objetivos do atendimento educacional especializado -

prover condições de acesso, participação e aprendizagem desses alunos no ensino

regular; garantir a transversalidade das ações da educação especial no ensino

regular; fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que

eliminem as barreiras no processo de ensino e aprendizagem; e assegurar

condições para a continuidade de estudos nos demais níveis de ensino. E, para

tanto, determina apoios a implantação de salas de recursos multifuncionais;

formação continuada para os profissionais envolvidos no processo; adequação

arquitetônica de prédios escolares para acessibilidade nas instituições de todos os

níveis e a produção e distribuição de recursos educacionais para a acessibilidade

incluem livros didáticos e paradidáticos em braile, áudio e LIBRAS - Língua

Brasileira de Sinais, laptops com sintetizador de voz, softwares para comunicação

alternativa e outras ajudas técnicas que possibilitam o acesso ao currículo (BRASIL,

2008).

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4.2.4.2 Resolução 04/2009

A Resolução n° 4 de 2 de outubro de 2009, do Conselho Nacional de

Educação – Câmara de Educação Básica, do MEC (BRASIL, 2009), institui as

Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação

Básica, na modalidade da Educação Especial.

Esse documento, cujo texto na íntegra consta do Anexo 3 deste Caderno

Pedagógico, consiste nas regulamentação da implementação do Decreto nº

6.571/2008 (Anexo 2), no tocante à obrigatoriedade da matricula dos alunos com

deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades /

superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional

Especializado (AEE), ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em Centros

de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições

comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos; e estabelece as

características desse público-alvo e quais são os serviços ofertados pelas AEEs.

4.2.5 Política Estadual de Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Educacional

4.2.5.1 Deliberação 02/2003

A Deliberação n° 02/03 do Conselho Estadual de Educação presente no

Anexo 4), normatiza a Educação Especial, modalidade da Educação Básica para

alunos com necessidades educacionais especiais, no Sistema de Ensino do Estado

do Paraná, visando assegurar a educação de qualidade a todos os alunos com

necessidades educacionais especiais, em todas as etapas da educação básica, e

apoio, complementação e/ou substituição dos serviços educacionais regulares, bem

como a educação profissional para ingresso e progressão no trabalho, formação

indispensável para o exercício da cidadania.

De acordo com esse documento, “o atendimento educacional especializado

será feito em classes e escolas especiais ou por serviços especializados, sempre

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que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível sua

educação no ensino regular” (PARANÀ, 2003).

Para a efetivação dessa determinação, a SEED se responsabilizará, dentre

outros aspectos por manter setor próprio para orientar, acompanhar, oferecer apoio

técnico, pedagógico e administrativo, supervisionar e fiscalizar as instituições de

ensino; serviços de atendimento especializado para alunos com necessidades

educacionais especiais, preferencialmente, na rede pública; além de interfaces com

as secretarias de saúde, trabalho, cidadania e promoção social e outras, para

assegurar serviços especializados de natureza clínico-terapêutica, profissionalizante,

assistencial aos alunos com necessidades educacionais especiais no sistema de

ensino público e conveniado, parcerias ou convênios com organizações públicas e

privadas que garantam uma rede de apoio interinstitucional, para assegurar

atendimentos complementares, quando necessário.

E, ainda, parcerias com instituições de ensino superior, para implantação de

temas e conteúdos relacionados ao atendimento das pessoas com necessidades

educacionais especiais na formação de alunos de graduação e pós-graduação,

realização de pesquisas e atividades de extensão, bem como programas e serviços

relativos ao processo de ensino e aprendizagem de alunos com necessidades

educacionais especiais, visando o aperfeiçoamento desse processo educativo.

O documento determina que os estabelecimentos de ensino regular de

qualquer nível ou modalidade deverão garantir em sua proposta pedagógica o

acesso e o atendimento a alunos com necessidades educacionais especiais,

buscando a promoção da adequação e organização de classes comuns para

receber e atender esse grupo diferenciado de alunos e implantar os serviços e

apoios pedagógicos especializados e classes especiais; e, para tanto, deverão

prever e prover as mudanças necessárias para garantir a acessibilidade nas

edificações, com a eliminação de barreiras arquitetônicas nas instalações, no

mobiliário e nos equipamentos, conforme normas técnicas vigentes; a capacitação

de professores e equipe técnica-pedagógica habilitados ou especializados; apoio

docente especializado, conforme a oferta regimentada; atendimento educacional

especializado complementar e suplementar; flexibilização e adaptação curricular, em

consonância com a proposta pedagógica da escola; e a oferta de educação bilíngue.

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Page 49: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ€¦ · CADERNO PEDAGÓGICO PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DOS ... 4.1 UNIDADE I – FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E

Como se observa, a Política Estadual de Educação Especial na Perspectiva

da Inclusão Educacional preconiza o atendimento em caráter especial, seja na forma

de Classes ou de Escolas Especiais.

Quanto às Classes Especiais, a determinação é clara: essas deverão ser

instituídas sempre que necessário nos estabelecimentos de ensino regular, nas

séries ou ciclos iniciais do Ensino Fundamental, cuja organização fundamente-se na

legislação vigente, em caráter transitório, a alunos que apresentem: casos graves de

deficiência mental ou múltipla que demandem ajuda e apoio intensos e contínuos

que a classe comum não consiga prover; condições de comunicação e sinalização

diferenciadas dos demais alunos; condutas típicas de síndromes e quadros

psicológicos neurológicos ou psiquiátricos.

Para a organização do atendimento em classe especial deverão ser

assegurados: professores habilitados ou especializados em educação especial;

agrupamento de alunos por necessidades educacionais especiais de características

assemelhadas; equipamentos e materiais específicos, adequados às peculiaridades

dos alunos; flexibilização e adaptações nos elementos curriculares, em consonância

com a proposta pedagógica da escola; turmas formadas por no máximo dez alunos;

avaliação pedagógica semestral, realizada pelo professor e equipe técnico-

pedagógica, registrada em formulário próprio, sob orientação do órgão competente

da SEED; oferta de educação bilíngue para alunos surdos.

Já a Escola Especial deve ser mantida para assegurar o atendimento a

alunos com necessidades educacionais especiais; com graves comprometimentos,

múltipla deficiência ou condições de comunicação e sinalização diferenciadas.

Para a organização desse atendimento, as Escolas Especiais que oferecem

Educação Básica devem atender aos seguintes requisitos: Proposta Pedagógica

(PPP) ajustada às necessidades educacionais do aluno e ao disposto na legislação

vigente; acessibilidade nas edificações, com a eliminação de barreiras arquitetônicas

nas instalações, mobiliário e de equipamentos, conforme normas técnicas vigentes;

professores, equipe técnico-pedagógica e direção habilitados ou especializados em

Educação Especial; ajuda e apoio intensos e contínuos e flexibilizações e adaptação

curricular tão significativa que a escola regular não tenha conseguido prover.

Especificamente quanto às PPPs, essas deverão tomar como base as normas e

diretrizes curriculares nacionais e estaduais, atendendo ao princípio da flexibilização.

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Quanto à qualificação dos profissionais, observa-se que para a Escola

Especial, a determinação é que essas instituições contem, em sua equipe técnico-

pedagógica, com no mínimo um profissional habilitado ou especializado na

modalidade da Educação Especial. E, ao professor de sala comum, a mantenedora

deverá assegurar formação continuada, para atendimento aos alunos com

necessidades educacionais especiais.

Isso significa, na prática, que os professores, a direção e a equipe técnica-

pedagógico dos estabelecimentos de ensino que ofertam serviços e apoios

pedagógicos especializados devem apresentar comprovante de habilitação ou

especialização na modalidade de educação especial, em nível médio ou superior; e,

independentemente dessa formação, esses profissionais devem manter-se

continuamente em processo de capacitação, nos termos da legislação vigente.

ATIVIDADES

Analisar o Decreto 6.571/2008 do MEC; a Resolução 04/2009 do Conselho Nacional de Educação e a Deliberação 02/2003 do Conselho Estadual de Educação, presentes nos Anexos 2, 3 e 4, respectivamente; e, com base nessas leituras:

a) Destacar os capítulos, artigos e parágrafos que definem as políticas relativas à Educação Especial e à inclusão ;

b) Comentar os principais pontos desses documentos;

c) Estabelecer um parâmetro entre essas determinações, com referência aos pontos divergentes.

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4.3 UNIDADE III – SERVIÇOS E APOIOS ESPECIALIZADOS

4.3.1 Objetivos da aprendizagem

Ao finalizar o estudo deste capítulo, o capacitando deverá conhecer e

compreender:

• os principais preceitos da Política Estadual de Educação Especial na

perspectiva da Inclusão Educacional no que se refere aos serviços e

apoios especializados;

• os serviços de apoio especializados disponibilizados pelo Governo do

Estado do Paraná;

• a especificidade de cada serviço da rede de apoio, sendo capaz de

identificar aqueles necessários para cada aluno sob sua

responsabilidade;

• as formas de acesso (encaminhamento/direcionamento) dos alunos com

necessidades educacionais diferenciadas aos serviços específicos

disponibilizados pela rede de apoio.

4.3.2 A política estadual de inclusão e a garantia da rede de apoio aos alunos de necessidades especiais

Discorrendo sobre a inclusão responsável, Edler Carvalho (2004), observa

que o referencial filosófico dessa política é a idéia de que

...a inclusão educacional é mais que a presença física, muito mais que acessibilidade arquitetônica, e muito mais que matricular alunos com deficiência nas salas de aula do ensino regular, é bem mais que um movimento da educação especial, pois se impõe como movimento responsável que não pode abrir mão de uma rede de ajuda e apoio aos educadores, alunos e familiares (CARVALHO, 2004).

No Estado do Paraná, os serviços e apoios especializados integram as

atividades do Departamento Estadual de Educação Inclusiva (DEEIN) da Secretaria

de Estado da Educação e, de acordo com a Política Estadual de Educação Especial

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na Perspectiva da Inclusão (PARANÁ, 2009), a inclusão educacional dos alunos

com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação para efetivar-se necessita do suporte da Educação

Especial, incluindo a implantação e/ou implementação de uma rede de apoio.

Nos termos das DCEs para a construção de currículos inclusivos (PARANÁ,

2006), neste Estado, a inclusão educacional é um projeto gradativo, dinâmico e em

transformação e em sua fase de transição exige do Poder Público, o absoluto

respeito e reconhecimento às diferenças individuais dos alunos e a responsabilidade

quanto à oferta e manutenção de uma Rede de Apoio composta por serviços

apropriados ao seu atendimento, tais como, Sala de Recursos de 5ª a 8ª séries na

área da deficiência intelectual e transtornos funcionais do desenvolvimento; sala de

recursos na área das Altas habilidades/superdotação para enriquecimento curricular;

sala de recursos para alunos com transtornos globais do desenvolvimento; professor

de apoio de sala para alunos com transtornos globais do desenvolvimento,

tradutores e intérpretes para educandos surdos com domínio da língua de

sinais/LIBRAS, professor de apoio à comunicação alternativa para alunos com

acentuado comprometimento físico/neuromotor e de fala, e centros de atendimentos

para alunos das áreas da deficiência visual, da deficiência física neuromotora e da

surdez.

Destaca-se que desde janeiro de 2003, o Governo do Estado do Paraná, por

meio da SEED-DEEIN, faz a inclusão de alunos com necessidades educacionais

especiais (com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidades e/ou superdotação) em salas de ensino regular, num processo crescente

de matrícula que alcançou no início de 2009, a marca de 108,39% em relação ao

ano de 2002, índices que apontam a priorização da organização escolar inclusiva no

espaço público e regular de ensino.

Mas, embora a recomendação da política estadual de educação especial na

perspectiva da inclusão, defendida pelo Departamento de Educação Especial e

Inclusão Educacional (PARANÁ, 2009), oriente a matrícula do aluno da educação

especial, preferencialmente, na rede regular de ensino – para que esse possa contar

com os apoios especializados disponibilizados para seu processo de aprendizagem,

há uma parcela de crianças, adolescentes e adultos que, em função de seus graves

comprometimentos, requerem ainda que seu atendimento educacional seja realizado

em escolas de Educação Especial e isso não pode lhe ser negado porque as

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escolas de ensino regular e seus profissionais ainda não estão devidamente

adaptados à realidade e às necessidades impostas pela inclusão.

De acordo com Matiskei (2004, p. 195), “o processo de inclusão educacional

exige planejamento e mudanças sistêmicas político-administrativas na gestão

educacional, que envolvem desde a alocação de recursos governamentais até a

flexibilização curricular que ocorre em sala de aula”.

Essa perspectiva engloba o conjunto de serviços, ofertados pela escola e

comunidade em geral, para dar respostas educativas às dificuldades de

aprendizagem apresentadas pelos alunos com necessidades educacionais especiais

decorrentes das deficiências, mental, visual, física neuromotora e surdez; das

condutas típicas de síndromes e quadros neurológicos, psicológicos graves e

psiquiátricos; das altas habilidades / superdotação.

ATIVIDADES

Discorra sobre os principais preceitos da Política Estadual de Educação Especial na perspectiva da Inclusão Educacional no que se refere aos serviços e apoios especializados.

Relacione os serviços de apoio especializados disponibilizados pelo Governo do Estado do Paraná.

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4.3.3 Serviços de Apoio

Os serviços de apoio pedagógico especializado ocorrem no contexto da sala

de aula, ou em contra turno, por meio da oferta de recursos humanos, técnicos,

tecnológicos, físicos e materiais e têm por objetivo possibilitar o acesso e a

complementação do currículo comum ao aluno. E, quando realizados em classes

especiais, ou em instituições especializadas da rede pública ou conveniada, são

denominados serviços especializados, conforme previsto na legislação (Resolução

CNE/CEB n. 01/02 e Deliberação. CEE 02/03).

O princípio de sustentação da rede de apoio é que os diferentes segmentos

envolvidos funcionem em rede, numa teia infinita de fios invisíveis em que cada

elemento seja interdependente do outro, se influenciado mutuamente (PARANÁ,

2006).

Essa rede de apoio consiste de serviços, estruturas, entidades e instituições

que possam oferecer apoio especializado, adaptações curriculares, equipe técnico-

pedagógica especializada, contra turno, profissional intérprete de libras/língua

portuguesa para surdos, professor de apoio permanente para alunos com deficiência

física neuromotora, com graves comprometimentos na comunicação e locomoção,

sala de recursos para alunos com deficiência mental, distúrbios de aprendizagem e

altas habilidades e superdotação, matriculados no Ensino Fundamental, classe

especial para alunos com deficiência mental e condutas típicas, Escolas Especiais,

dentre outros.

O Governo do Paraná, em sua política educacional, apesar de tendências

contrárias a esse posicionamento no contexto nacional, optou pela permanência das

classes especiais e instituições especializadas em sua rede de apoio, entendendo

que algumas crianças, jovens e adultos com graves comprometimentos e problemas

no desenvolvimento não apresentarão as mesmas condições de aprendizagem

acadêmica formal dos demais alunos, necessitando de propostas curriculares

alternativas em natureza e finalidade àquelas desenvolvidas pela escola regular. E é

por essa razão que a SEED entende como necessária a formação continuada dos

profissionais da escola especial e do ensino regular com vistas ao enfrentamento do

desafio da educação Inclusiva, na perspectiva do atendimento educacional

especializado.

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Assim sendo, na deliberação 02/2003 – que normatiza a Educação Especial,

modalidade da Educação Básica para alunos com necessidades educacionais

especiais, no Sistema de Ensino do Estado do Paraná - especial atenção é dada aos

Serviços e Apoios Especializados de caráter educacionais diversificados ofertados

pela escola regular, para atender às necessidades educacionais especiais do aluno.

Apoios pedagógicos especializados: são considerados recursos e serviços e apoios

pedagógicos especializados e diversificados aqueles ofertados pela escola regular

para atender às necessidades educacionais especiais do aluno; e, para sua

efetivação, deverão ser previstos e providos sempre que necessário, os seguintes

apoios pedagógicos especializados:

a) Professor de Educação Especial - professor habilitado em educação

especial em nível médio, em curso normal ou equivalente; professor

habilitado em cursos de licenciatura em educação especial; professor

especializado com formação em pós-graduação em áreas específicas da

educação especial;

b) Professor intérprete: profissional bilíngue (língua brasileira de sinais -

Libras/língua portuguesa) que atua no contexto do ensino regular onde há

alunos surdos, usuários da língua de sinais, como meio de comunicação e

uso corrente, nas situações cotidianas e regularmente matriculados nos

diferentes níveis e modalidades da Educação Básica, da rede pública de

ensino; O intérprete não substitui a figura do professor na função central

do processo de aprendizagem, com relação ao aspecto acadêmico,

tampouco com relação ao vínculo afetivo que deve sustentar a relação

professor/aluno;

c) Professor itinerante: professor habilitado ou especializado em educação

especial que atua, periodicamente, em uma ou várias escolas do ensino

comum, oferecendo apoio pedagógico aos alunos com necessidades

educacionais especiais, aos professores do ensino regular e à escola,

proporcionando-lhes orientações para a realização da flexibilização e

adaptações curriculares necessárias ao sucesso na aprendizagem;

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d) Professor de apoio permanente em sala de aula: professor habilitado ou

especializado em educação especial que presta atendimento educacional

ao aluno que necessite de apoios intensos e contínuos, no contexto do

ensino regular, auxiliando o professor regente e a equipe técnico-

pedagógica da escola; Com este profissional pressupõe-se um

atendimento mais individualizado, subsidiado com recursos, técnicos,

tecnológicos e/ou materiais, além de códigos e linguagens mais

adequadas às diferentes situações de aprendizagem;

e) Instrutor de Língua Brasileira de Sinais – Libras: profissional com

capacitação para o ensino de língua de sinais, ofertada por instituição e/ou

órgão reconhecido; Esse profissional atuará no contexto das escolas

comuns e especiais promovendo a difusão e o ensino da língua brasileira

de sinais;

f) Recursos técnicos, tecnológicos, físicos e materiais específicos – referem-

se aos apoios técnicos, tecnológicos, físicos e materiais específicos

utilizados para permitir o acesso ao currículo dos alunos com

necessidades educacionais especiais, tais como material didático em

braile ou ampliado, bengala, reglete, sorobã, punção, máquinas Perkins,

computadores com sistema DOS-VOX, lupas, telelupas, pistas táteis,

softwares adaptados, mobiliários anatômicos e adaptados, ambientes com

acessibilidade, entre outros;

g) Salas de Recursos: serviço de natureza pedagógica, desenvolvido por

professor habilitado ou especializado em educação especial, que

suplementa (no caso dos superdotados) e complementa (para os demais

alunos) o atendimento educacional realizado em classes comuns da

educação básica. Esse serviço realiza-se em escolas, em local dotado de

equipamentos e recursos pedagógicos adequados às necessidades

educacionais especiais dos alunos, podendo estender-se a alunos de

escolas próximas, nas quais ainda não exista esse atendimento; Pode ser

realizado individualmente ou em pequenos grupos, para alunos que

apresentem necessidades educacionais especiais semelhantes, em

horário diferente daquele em que frequentam a classe comum;

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h) Centro de Atendimento Especializado: serviço de natureza pedagógica,

desenvolvido por professor habilitado ou especializado em educação

especial ofertado a alunos com necessidades educacionais especiais

matriculados na educação básica; A finalidade desse serviço será a de

oferecer apoio à escolarização formal do aluno e/ou possibilitar o acesso a

línguas, linguagens e códigos aplicáveis, bem como a utilização de

recursos técnicos, tecnológicos e materiais, equipamentos específicos,

com vistas a sua maior inserção social; O atendimento nesse serviço tem

início na faixa etária de zero a seis anos e realiza-se em escolas, em salas

adequadas, podendo estender-se a alunos de escolas próximas, nas quais

ainda não exista esse atendimento; Pode ser realizado individualmente ou

em pequenos grupos, para alunos que apresentem necessidades

educacionais especiais semelhantes, em turno contrário, caso frequentem

a classe comum.

Serviços especializados, que se caracterizam pela realização por meio de

interfaces entre as políticas públicas ou parcerias com as áreas de educação, saúde,

assistência social e trabalho, entre outras, incluindo apoio e orientação à família, à

comunidade e à escola, quais sejam:

a) Classe especial - é uma sala de aula, em escola de ensino regular com

acessibilidade nas edificações, com a eliminação de barreiras

arquitetônicas nas instalações, no mobiliário e nos equipamentos,

conforma normas técnicas vigentes, organizada para atendimento às

necessidades educacionais especiais de alunos que apresentam casos

graves de deficiência mental ou múltipla, condições de comunicação e

sinalização diferenciadas dos demais alunos, ou que apresentam condutas

típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou

psiquiátricos. É um serviço desenvolvido por professor habilitado ou

especializado em educação especial que utiliza métodos, técnicas,

procedimentos didáticos e recursos pedagógicos especializados e, quando

necessário, equipamentos e materiais didáticos específicos, conforme

série/ciclo/etapa iniciais do ensino fundamental, para que o aluno tenha

acesso ao currículo da base nacional comum; Pode ser utilizada

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principalmente nas localidades onde não há oferta de escolas especiais,

quando se detectar, nesses alunos, grande defasagem idade/série;

quando faltarem, ao aluno, experiências escolares anteriores, dificultando

o desenvolvimento do currículo em classe comum;

b) Escola especial – serviço especializado destinado exclusivamente a

alunos que apresentam casos graves de deficiência mental ou múltipla,

condições de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos,

ou que apresentam condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos,

neurológicos ou psiquiátricos; Deve assegurar-se que o currículo escolar

observe as normas e diretrizes curriculares nacionais e estaduais para as

etapas e modalidades da educação básica e que os alunos recebam

atenção individualizada nas atividades da vida autônoma e social, bem

como ajudas e apoios intensos e contínuos, flexibilizações e adaptações

curriculares tão significativas que a escola comum não tenha conseguido

prover; É importante que esse atendimento, sempre que necessário, seja

complementado por serviços das áreas de saúde, trabalho e assistência

social, entre outros;

c) Classes hospitalares - serviço destinado a prover a educação escolar a

alunos com necessidades educacionais especiais impossibilitados de

frequentar as aulas, em razão de tratamento de saúde que implique

internação hospitalar, mediante atendimento especializado realizado por

professor habilitado ou especializado em educação especial vinculado a

um serviço especializado;

d) Atendimento pedagógico domiciliar - serviço destinado a viabilizar a

educação escolar de alunos com necessidades educacionais especiais

que estejam impossibilitados de frequentar as aulas, em razão de

tratamento de saúde que implique permanência prolongada em domicílio,

mediante atendimento especializado realizado por professor habilitado ou

especializado em educação especial vinculado a um serviço

especializado;

e) Centro de apoio pedagógico – serviço destinado ao apoio pedagógico de

alunos com necessidades educacionais especiais, professores e

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comunidade escolar; Tem como proposta a utilização de tecnologias para

a produção e transcrição de materiais didático-pedagógicos, a

disponibilização de materiais e equipamentos específicos necessários ao

processo ensino-aprendizagem, o desenvolvimento de estudos e a

promoção de cursos de capacitação, atualização ou aperfeiçoamento em

serviço, além de se constituir em espaço interativo para favorecer a

convivência, troca de experiências, pesquisa e desenvolvimento de

atividades lúdicas e culturais;

f) Centro multidisciplinar de atendimento especializado – espaço destinado

aos atendimentos de natureza pedagógica, clínica, terapêutica,

assistencial, profissionalizante entre outros, realizados por equipe

multiprofissional (professores e pedagogos habilitados ou especializados

em educação especial, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos entre

outros) para alunos com necessidades educacionais especiais;

g) Educação profissional – a educação profissional deve efetivar-se nos

cursos oferecidos pelas redes regulares de ensino públicas ou privadas,

por meio de adequações e apoios em relação aos programas de educação

profissional de nível básico, técnico e tecnológico, de forma que seja

viabilizado o acesso das pessoas com necessidades educacionais

especiais ao trabalho; Quando esgotados os recursos da rede regular na

provisão de resposta educativa adequada às necessidades educacionais

especiais e quando o aluno demandar apoios e ajudas intensos e

contínuos para seu acesso ao currículo, a educação profissional poderá

realizar-se em escolas especiais, públicas ou privadas;

h) Atendimentos clínico-terapêuticos (fonoaudiólogos, psicólogos,

fisioterapeutas, entre outros) e assistenciais (assistente social).

Como se observa, a oferta de Serviços e Apoios Especializados na rede

regular de ensino visa o atendimento de alunos com necessidades educacionais

especiais nas áreas das deficiências mental, visual, física, surdez, condutas típicas

de quadros neurológicos e psiquiátricos e psicológicos graves e altas

habilidades/superdotação; e, para cada uma dessas situações existe um tipo

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apropriado de atendimento, conforme se observa na síntese organizada nos

Quadros 6 e 7, apresentados na sequência.

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SE

RV

IÇO

S E

SP

EC

IAL

IZA

DO

S

Classe Especial

Para alunos com Deficiência Intelectual

É uma sala de aula em escola do Ensino Regular, em espaço físico e modulação adequados, cujo atendimento é feito por professor especializado na área da deficiência mental utiliza métodos, técnicas, procedimentos didáticos e recursos pedagógicos especializados e, quando necessário, equipamentos e materiais didáticos específicos, conforme série/ciclo/etapas iniciais do Ensino Fundamental (1ª a 4ª séries).A ação pedagógica da Classe Especial visa o acesso ao currículo da base nacional comum, a ser complementada em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar por uma parte diversificada, promovendo avaliação pedagógica contínua para a tomada de decisão quanto ao ingresso ou reingresso do aluno no Ensino Regular

Escola Especial

Para alunos com

Deficiência intelectual, Deficiência física, Deficiência visual, Deficiências múltiplas Condutas típicas e Surdez

Trata-se de uma instituição destinada a prestar serviço especializado de natureza educacional a alunos com necessidades especiais com graves comprometimentos, múltiplas deficiências ou condições de comunicação ou sinalização diferenciadas quando o grau desse comprometimento não lhes possibilite ter acesso ao currículo desenvolvido no ensino comum, pelo fato de requererem também atendimentos complementares/terapêuticos dos serviços especializados da área da saúde quando se fizerem necessários.Para esse alunado que requer atenção individualizada nas atividades da vida autônoma e social, bem como ajudas e apoios intensos e contínuos, flexibilizações e adaptações curriculares muito significativas, o currículo escolar desenvolvido deverá observar as diretrizes curriculares nacionais para as etapas e modalidades da Educação Básica.

QUADRO 6 – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS FONTE: PARANÁ (2006)

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SE

RV

IÇO

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E A

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IO E

SP

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IAL

IZA

DO

SSala de Recursos Para alunos com Deficiência intelectual, Condutas típicas, Transtornos funcionais específicos, Superdotação/Altas Habilidades

Serviço de apoio especializado de 1ª a 8ª séries ofertado no período contrário daquele em que o aluno frequenta na Classe Comum, com professor da Educação Especial, em espaço físico adequado, onde o atendimento pedagógico específico se dá individualmente ou em pequenos grupos, com cronograma de atendimento, com vistas ao progresso global dos alunos que apresentam dificuldade no processo de aprendizagem, com utilização de programações específicas, métodos, estratégias, atividades diversificadas e extracurriculares.

Centro de Atendimento Especializado para alunos com Deficiência Visual, Surdez e Surdo-cegueira

Serviço de apoio especializado de natureza pedagógica, ofertado nos estabelecimentos do ensino regular da Educação Básica (inclusive EJA). As atividades são desenvolvidas com atendimento por cronograma, de acordo com as áreas e necessidades dos alunos.

Professor de Apoio Permanente para alunos com Deficiência física

Apoio prestado por professor especializado que atua no contexto da sala de aula do Ensino Fundamental, Médio e de Educação de Jovens e Adultos, junto aos alunos com deficiência física/neuromotora que apresentam graves dificuldades nos movimentos, na coordenação motora e na fala.

Profissional Intérprete para atendimento à área da surdez

Profissional bilíngue (Libras/Língua Portuguesa) que atua no contexto do ensino regular onde há alunos surdos usuários da língua de sinais, regularmente matriculados nos diferentes níveis e modalidades da educação básica.

Instrutor Surdo para atendimento à área da surdez

Profissional surdo que atua em serviços especializados, desenvolvendo atividades relacionadas ao ensino e à difusão da Língua Brasileira de Sinais – Libras e de aspectos socioculturais da surdez na comunidade escolar.

Classes hospitalares Atendimento que se desenvolve em clínicas, com crianças e adultos impossibilitados de frequentar a sala de aula por motivos de saúde – exige a atuação de professor habilitado ou especializado em educação especial vinculado a um serviço especializado

Atendimento domiciliarAtendimento que se desenvolve em domicílio, nas casas de alunos (crianças e adultos) impossibilitados de frequentar a sala de aula por motivos de saúde – exige a atuação de atendimento especializado realizado por professor habilitado ou especializado em educação especial vinculado a um serviço especializado

QUADRO 7 – SERVIÇOS DE APOIO ESPECIALIZADOS FONTE: PARANÁ (2006 )

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Nessa ótica o Atendimento Educacional Especializado (AEE) é suporte

indispensável no processo de inclusão. De modo que o Governo do Estado do

Paraná adota o tipo 2 de Sala de Recursos Multifuncionais, dada a sua maior

abrangência – já que incorpora também os recursos do tipo 1, mostrando-se, assim,

ambivalente:

As Salas de Recursos Multifuncionais Tipo II e/ou o Centro de Atendimento Educacional Especializado na Área da Deficiência Visual – CAEDV é um Atendimento Educacional Especializado para alunos cegos, de baixa visão ou outros acometimentos visuais (ambliopia funcional, distúrbios de alta refração e doenças progressivas), que funcionam em estabelecimentos do ensino regular da Educação Básica, das redes: estadual, municipal e particular de ensino, no turno inverso da escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns, podendo, ser realizado também em instituições comunitárias ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a Secretaria de Educação ou órgão equivalente (PARANÁ, 2010).

A Instrução n° 020/2010 da SUED/SEED, presente no Anexo 6, além de

orientações gerais sobre a organização desse serviço, também define a natureza do

atendimento prestado, as características do público-alvo e as formas de ingresso, e

demais aspectos relevantes, dentre os quais destaca-se a questão do seu

funcionamento, que poderá ocorrer em estabelecimentos de ensino regular, (público,

particular) que ofertam Educação Básica, ou Instituições conveniadas devidamente

autorizadas pela Secretaria de Estado da Educação, tanto na forma de Salas de

Recursos com na modalidade de Centros de Atendimento Educacional

Especializado.

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• ATIVIDADES

Detalhe a especificidade de cada serviço da rede de apoio – identificando aqueles indicados para cada aluno sob sua responsabilidade.

Cite as formas de acesso (encaminhamento/direcionamento) dos alunos com necessidades educacionais diferenciadas aos serviços específicos disponibilizados pela rede de apoio.

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4.4 UNIDADE IV - ATIVIDADE PRÁTICA: PESQUISA EMPÍRICA

Esta unidade temática consiste na articulação teórico-prática dos conceitos

estudados até então, quais sejam: UNIDADE I - Fundamentos Históricos da

Educação Especial e a Ressignificação da Educação Especial; UNIDADE II - Análise

e considerações sobre a legislação vigente na perspectiva da Inclusão Educacional

para pessoas com deficiências; UNIDADE III - Explanação e debates sobre os

seguintes documentos legais: Deliberação Estadual 02/2003; Decreto Federal

6.571/2008; Resolução Federal 04/2009; e, sobre as políticas públicas de Educação

Especial Nacional e Estadual, na perspectiva da Inclusão Educacional; e UNIDADE

IV - serviços e apoios especializados. Para tanto, os capacitandos serão orientados

para a realização de uma Pesquisa de Campo, cujas atividades compreendem

quatro ações distintas: organização para a aplicação da pesquisa; aplicação da

pesquisa em campo; análise dos resultados da pesquisa; discussão sobre as

melhorias a serem implementadas.

4.4.1 Orientações gerais para a aplicação da pesquisa

Os capacitandos deverão organizar-se em grupos de até 5 profissionais, para

a realização de visitas às instituições de ensino do município – relacionadas no

Quadro 8 - objetivando levantar os serviços de apoio nelas disponibilizados.

QUADRO 8 – SERVIÇOS DE APOIOS ESPECIALIZADOS DISPONÍVEIS NAS ESCOLAS DA REDE PÚBLICA DE ENSINO, EM RIO BRANCO DO SUL-PR

FONTE: A AUTORA (2011)

Escola Municipal Prefeito Octávio Furquim – Ensino Fundamental

• Centro de Atendimento Especializado – Área Surdez

• Sala de Recursos Colégio Estadual Zacarias Cardoso de Christo (CAIC)

• Centro de Atendimento Especializado – Área Deficiência Visual

Colégio Estadual Pof. Manoel Borges de Macedo • Sala de RecursosColégio Estadual Maria da Luz Furquim • Sala de RecursosEscola Munic. Mª da Luz Christo Lima – Educação Infantil e Ensino Fundamental ( CAIC) • Sala de Recursos

Escola Munic. Victor de Oliveira Franco • Sala de RecursosEscola Especial Maria Aide – APMI • Serviço Especializado – Deficiência IntelectualEscola Municipal Maria Eliza Cruz • Sala de RecursosEscola Municipal Abrão Miguel • Sala de Recursos

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4.4.2 Aplicação da pesquisa de campo

Para facilitar a realização dessa atividade, são estabelecidos na sequência os

pontos a serem observados, obedecendo a estrutura de um projeto de pesquisa:

4.4.2.1 Problema

Para a efetivação de uma proposta de educação inclusiva gradativa, eficaz e

humana, portanto, que respeite as especificidades e individualidades dos alunos de

educação especial alocados no ensino regular, torna-se necessário assegurar-lhes o

acesso à rede de apoio disponibilizada pelo Governo do Estado do Paraná,

SEED/DEEIN.

Daí a se perguntar: Quais são esses serviços? Onde são ofertados? Existe

algum tipo de apoio disponível no município e se sim, em qual instituição esse se

desenvolve e qual é sua capacidade de atendimento?

4.4.2.2 Objetivos

Objetivo Geral

Identificar os serviços de apoio existentes na rede estadual de apoio e a

forma como vêm sendo utilizados pelos alunos da educação especial de Rio Branco

do Sul.

Objetivos Específicos

• Conhecer os serviços de apoio oferecidos pelo Governo do Estado do

Paraná;

• Identificar os serviços de apoio oferecidos dentro do município, as

instituições onde eles se desenvolvem, o número de atendimentos

possível e formas de acesso;

• Enumerar os serviços de apoio da rede estadual que poderiam ser

utilizados mediante apoio logístico da Administração Municipal.

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4.4.2.3 Justificativa

A composição de um painel sobre os serviços existentes, locais de oferta e

formas de acesso facilitará o encaminhamento pelos profissionais que atuam na

Educação Especial e nas escolas inclusivas, dos alunos que necessitam de apoio

especializado em paralelo ao trabalho educacional.

4.4.2.4 Metodologia

Trata-se de uma pesquisa empírica que se desenvolverá inicialmente com

base no levantamento dos dados sobre os serviços existentes na rede estadual e

depois, de forma prática, pela verificação in loco, nas instituições de Rio Branco do

Sul, dos apoios disponibilizados e a forma de acesso a eles. E, da mesma forma,

sobre os apoios disponíveis em Curitiba que poderão ser utilizados desde que

assegurados os necessários recursos logísticos.

Como instrumento de pesquisa de coleta de dados será utilizado um

questionário semiestruturado, com perguntas abertas e fechadas de forma a

assegurar o mesmo nível de qualidade das informações a serem levantadas pelos

diversos grupos.

O Modelo do Questionário encontra-se presente no Apêndice 1.

4.4.3 Análise dos dados coletados

Os dados serão analisados de forma comparativa, alinhando-se as

informações obtidas acerca dos serviços de apoio oferecidos pela rede estadual

àquelas obtidas durante a pesquisa de campo.

Para a análise dos resultados obtidos, cada capacitando deverá procurar

responder às seguintes perguntas:

• os serviços oferecidos pelo município são suficientes para atender à

demanda?

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• existe algum tipo de apoio que em função da alta demanda municipal

deveria ser implementado em Rio Branco do Sul?

• existe algum tipo de apoio na rede estadual fora do município e que

poderia ser utilizado mediante um suporte logístico da Administração

Municipal?

• se SIM, quais seriam as ações (providências de encaminhamento)

necessárias para a consecução desse objetivo?

4.4.4 Discussão sobre as melhorias a serem implementadas

Ante a síntese obtida pela articulação teórico-prática relativamente aos

conceitos e fundamentos legais trabalhados nas Unidades I, II e III, e aos dados

obtidos com a pesquisa de campo, os capacitandos serão orientados a debater

sobre as melhorias necessárias para o acesso aos serviços de apoio especializados

disponíveis e formas de sua viabilização.

Esse encontro consistirá de três momentos: (1) contextualização das

informações levantadas pelos 6 grupos; (2) indicação/sugestão das propostas para

melhorias; e, (3) análise sobre sua viabilização (aspectos políticos, estruturais e

logísticos).

Tais considerações, sistematizadas na forma de um breve diagnóstico sobre a

realidade do atendimento aos alunos com necessidades educacionais diferenciadas

de Rio Branco do Sul, serão divulgadas no último encontro, com a realização de

seminário previsto para o dia 09/12/2011; poderá também, subsidiar, a construção

de um documento como forma de socializar as informações coletadas e reafirmar a

importância da capacitação.

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4.5 UNIDADE V - REALIZAÇÃO DO SEMINÁRIO

O seminário que constituirá a culminância da capacitação dos profissionais da

educação que atuam na educação inclusiva (escolas de ensino regular) e nas

classes especiais tem sua realização prevista para o dia 09 de dezembro de 2011,

com início as 13:00 horas e término as 17:30 horas, no Prédio da ASEM, situado à

Rua Domingos Alessandro Nodari, 63, Bairro Centro, Rio Branco do Sul - PR

Nesse momento, os presentes poderão conhecer os principais pontos que

caracterizam e distinguem as determinações do Governo Federal e do Governo

Estadual para a inclusão de alunos da educação especial no ensino regular e os

serviços de apoio especializado existentes na rede estadual e em oferta no

município, além de considerações sobre as melhorias necessárias e os prováveis

meios para sua implementação.

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5 ORIENTAÇÕES PARA RECOMENDAÇÕES

Este Caderno Pedagógico destina-se aos profissionais que atuam na

Educação Especial e no ensino regular, e oferece subsídios à interpretação das

políticas públicas educacionais implementadas pelo Governo Federal e pelo

Governo do Estado do Paraná em relação ao respeito e reconhecimento do direito

das pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação e dos alunos em conflito com a lei à educação de

qualidade. Neste documento constam também as respectivas legislações

apresentadas pelos Governos Federal e Estadual, para a efetivação dessas

políticas.

Recomenda-se aos profissionais que farão uso deste Caderno Pedagógico a

leitura acurada e uma análise criteriosa sobre a abrangência dessas leis, refletindo

sobre os reais benefícios que elas asseguram aos alunos que necessitam de

atendimentos educacionais diferenciados.

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6 PROPOSTA DE AVALIAÇÃO

Ao final desta capacitação, sugere-se aos profissionais da Educação Especial

e ensino regular que reflitam sobre o aproveitamento da capacitação realizada,

tomando por base as questões abaixo relacionadas, indicando ( ) Sim ou ( ) Não

para as questões propostas:

1. Esta capacitação possibilitou a você aprofundar conhecimentos sobre o

histórico da inclusão educacional, seu atual contexto e a ressignificação da

Educação Especial? ( ) Sim ( ) Não

2. Os estudos desenvolvidos e a reflexão dele decorrente permitem a você

reconhecer o novo papel atribuído aos professores no contexto educacional

sob o paradigma da inclusão? ( ) Sim ( ) Não

3. A revisão das Propostas de Inclusão Educacional do Governo Federal e do

Estado do Paraná na Perspectiva da Educação Inclusiva, possibilitaram a você,

maior entendimento sobre as políticas públicas implementadas em nível

nacional e estadual, e suas respectivas legislações? ( ) Sim ( ) Não

4. A partir deste estudo, você consegue distinguir a abrangência da proposta do

Governo Federal e a do Governo Estadual, em relação ao suporte assegurado

aos alunos da Educação Especial, em termos do Atendimento Educacional

Especializado? ( ) Sim ( ) Não

5. Você já tinha conhecimento dos serviços e apoios especializados previstos

pela SEED-DEEIN? Consegue identificar alunos de sua escola que poderiam

estar se beneficiando desse suporte? ( ) Sim ( ) Não

6. Você tinha conhecimentos das ações e programas educacionais

especializados, disponíveis nas escolas públicas do ensino fundamental, do

município de Rio Branco do Sul? Consegue identificar alunos de sua escola

que poderiam estar se beneficiando desse suporte? ( ) Sim ( ) Não

7. Esta capacitação, suas dinâmicas e estudos desenvolvidos, foram úteis à sua

atuação frente aos desafios da educação inclusiva? ( ) Sim ( ) Não

8. Destaque os pontos positivos e/ou pontos negativos da capacitação.

Muito obrigada!

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REFERÊNCIAS

AMARAL, Ana L. Planejamento do Ensino: Objetivos, Métodos e Técnicas – Parte I: Seção 3: A Seleção de Métodos e Técnicas de Ensino, Sem data de publicação; disponível em http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.asp?id_projeto=27&ID_OBJETO=31807&tipo=ob&cp=000000&cb=; Acesso em 08 de julho de 2011; às 21h03min.

BORBA, Vandiana. Políticas de Inclusão Educacional: limites e desafios em uma sociedade de classes. Publicado em 2007; disponível em http://cac-php.unioeste.br/projetos/pee/arquivos/Monografias/pol_d_inc_edu_lim_e_des_e_u_soc_d_cla.txt. Acesso em 27 de abril de 2011; às 18h49min.

BRASIL. Declaração Universal de Direitos Humanos - 1948; disponível em http://portal.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm. Acesso em 03 de agosto de 2011; às 14h55min.

_______. Constituição República Federativa – 1988; disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm. Acesso em 03 de agosto de 2011; às 14h56min.

_______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9394/96. Brasília, 1996.

_______. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Parecer CNE/CEB n.017/2001.

_______. Ministério da Educação – MEC – Secretaria de Educação Especial – Salas de Recursos Multifuncionais: Espaço para atendimento educacional especializado. Brasília: MEC, 2006.

_______. Decreto nº 6571/08, de 17 de setembro de 2008. Dispõe sobre o Atendimento Educacional Especializado. Brasília 2008

_______. Ministério da Educação. Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais (documentos). Publicado em 2009; disponível em http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/salas_de_recursos.pdf. Acesso em 17 de agosto de 2011; às 12h45min.

_______. Ministério da Educação – MEC – Secretaria da Educação Especial – Revista da Educação Especial – Inclusão 08; disponível em http://portal.mec.gov.br/seesp acessado em agosto e setembro de 2010.

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_______. Ministério da Educação – MEC - Secretaria de Educação Especial – Programas e Ações da Nova Política Nacional de Educação Especial. Publicado em 2004; disponível em http://portal.mec.gov.br/secretariadeeducaçãoespecial acessado em setembro de 2010.

_______. Ministério da Educação – MEC – Secretaria de Educação Especial – Salas de Recursos Multifuncionais; disponível em http://portal.mec.gov.br/seesp; acesso em 31 de julho de 2011; às 11h53min.

_______. Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. Sem data de publicação; disponível em http://portal.mte.gov.br/fisca_trab/2-5-convencao-interamericana-para-a-eliminacao-de-todas-as-formas-de-discriminacao-contra-as-pessoas-portadoras-de-deficiencia.htm. Acesso em 31 de julho de 2011; às 20h11min.

CARVALHO, Rosita E. Educação inclusiva: com os pingos nos is. Porto Alegre: Mediação, 2004.

LAKATOS, Eva Maria. Sociologia Geral. São Paulo: Atals, 1979.

MANTOAN, Maria Teresa Egler. Inclusão Escolar. O que é? Por quê? Como se faz? São Paulo, 2003.

MATISKEI, Angelina C. R. M. Políticas Públicas de Inclusão Educacional: Desafios e Perspectivas. In: EDUCAR EM REVISTA. Curitiba, PR: Ed. UFPR, n.23, 2004. p.185-202.

MAZZOTTA, Marcos J. S. Educação Especial no Brasil: História e políticas públicas. S. Paulo: Cortez, 1996.

PARANÁ, Conselho Estadual de Educação. Deliberação n.º 02/2003.

________. Secretaria de Estado de Educação. Superintendência de Educação. Ensino Fundamental na Rede Pública de Ensino da Educação Básica do Estado do Paraná. Curitiba: SEED/SUED, 2005

________. Secretaria do Estado da Educação – Superintendência da Educação – Superintendência da Educação – Departamento de Educação Especial e Inclusão Educacional – Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a Construção de Currículos Inclusos. Curitiba, SEED 2006

________. Secretaria do Estado da Educação – Departamento de Educação Especial e Inclusão Educacional, Política Estadual de Educação Especial na Perspectiva da Inclusão, Curitiba DEEIN / 2009

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______. Superintendência da Educação, SEED. Instrução N° 020/2010 - SUED/SEED. Curitiba: SUED/SEED, 2010.

POLETO, Nadia A. Ressignificação do papel da Escola Especial e do professor especialista itinerante frente à Inclusão Educacional da criança com deficiência intelectual. Disponível em http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1069-4.pdf. Acesso em 20 de abril de 2011, às 15hh.

REVISTA NOVA ESCOLA – História e Tendências: Linha do Tempo - A História da Educação Especial no Brasil, p. 10-13. Editora Abril - Edição Especial Inclusão, nº 24, julho de 2009. São Paulo-SP

SILVA, Aline M. Educação Especial e inclusão escolar: história e fundamentos. Curitiba: IBPEX, 2010.

SILVA, Antonio F.; OLIVEIRA, Odaílde S.; SOUZA, Valtey Martins; SOUZA, Nilene F. C. Novas Perspectivas em Metodologia de Ensino e Prática Docente. Sem data de publicação; disponível em http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_15349/artigo_sobre_novas_perspectivas_em_metodologia_de_ensino_e_pr%C3%81tica_docente. Acesso em 05 de julho de 2011; às 10h36min.

SOARES, Angela S. Pressupostos da Educação Inclusiva. Publicado em 2009; disponível em http://www.artigonal.com/educacao-artigos/pressupostos-da-educacao-inclusiva-1080600.html. Acesso em 17 de abril de 2011; às 20h25min.

UNESCO & MEC-Espanha. Declaração de Salamanca e Linha de Ação. Brasília: CORDE, 1994; disponível em http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001393/139394por.pdf; acesso em 03 de agosto de 2011; às 14h54min .

VIDAL, Rosana. O papel do educador na inclusão social. Publicado em 2009, disponível em http://www.artigonal.com/educacao-artigos/o-papel-do-educador-na-inclusao-social-993763.html. Acesso em 03 de agosto de 2011; às 00h29min.

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APÊNDICES

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APÊNDICE 1 - MODELO DE QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA DE CAMPO

Instituição:

Informações prestadas por (indique apenas o cargo/função – não é necessário citar nomes)

( ) Diretor ( ) Coordenador

1. Qual o tipo de serviço de atendimento especializado que a escola oferta?

Especifique:

2. Qual a clientela atendida?

Tipo de deficiência Nº de alunos

AuditivaVisualFísicaIntelectual

3. Desses alunos atendidos quantos são desta escola?

4. Quais os recursos materiais específicos para essa clientela disponíveis na escola?

Especifique:

5. Quais os recursos didáticos específicos para essa clientela disponíveis na escola?

Especifique:

6. A estrutura da escola (corredores, rampas, sanitários, mobiliário) é adaptada para atender alunos com deficiência?

( ) sim ( ) não

6.1 Se SIM, quais são essas dificuldades?

Especifique:

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7. A instituição tem dificuldades quanto ao atendimento de alunos com necessidades educacionais diferenciadas?

( ) sim ( ) não

7.1 Se SIM, quais são essas dificuldades?

Especifique:

8. Algum professor do ensino regular que atende alunos com necessidades especiais em sala comum sente dificuldade em sua prática pedagógica?

( ) sim ( ) não

8.1 Se SIM, qual é a principal queixa?

(indique tantas opções julgar necessário)

( ) Capacitação (cursos específicos na área)( ) Formação continuada dentro da escola( ) Recursos materiais( ) Adaptações físicas (espaço flexível)( ) Flexibilização do processo de ensino-aprendizagem (currículo e

seus conteúdos, avaliação, recursos didáticos, tempo, ritmo individual)

( ) Apoio de professor permanente em sala de aula

9. O que você sugere como melhorias a serem implementadas na escola?

Especifique:

10. O que sua escola tem feito para garantir o acesso e a permanência do aluno com deficiência?

Resposta:

11. Pela sua experiência, tem sido possível observar se, na sua cidade, vem sendo possibilitado à pessoa com deficiência o pleno exercício da cidadania?

Resposta:

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APÊNDICE 2 – SLIDES SOBRE A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO

BRASIL – LINHA DO TEMPO

1854Problema médicoDom Pedro II funda o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, no Rio de Janeiro. Não há preocupação com a aprendizagem.

1948Escola para todosÉ assinada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que garante o direito de todas as pessoas à Educação.

1954Ensino especialÉ fundada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). Surge o ensino especial como opção à escola regular.

1961LDB inovaPromulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que garante o direito da criança com deficiência àEducação, de preferência na escola regular.

1971Retrocesso jurídicoA Lei nº 5.692 determina “tratamento especial” para crianças com deficiência, reforçando as escolas especiais.

1973SegregaçãoÉ criado o Centro Nacional de Educação Especial (Cenesp). A perspectiva é integrar os que acompanham o ritmo. Os demais vão para a Educação Especial.

1988Avanço na nova cartaA Constituição estabelece a igualdade no acesso à escola. O Estado deve dar atendimento especializado, de preferência na rede regular.

1989Agora é crimeAprovada a Lei nº 7.853, que criminaliza o preconceito (ela sóseria regulamentada dez anos depois, em 1999.

1990O dever da famíliaO Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) dá a pais ou responsáveis a obrigação de matricular os filhos na rede regular.

1996LDB muda só na teoriaNova lei atribui às redes o dever de assegurar currículo, métodos, recursos e organização para atender às necessidades dos alunos.

1999Decreto 3.298É criada a Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e define a Educação Especial como ensino complementar.

2001As redes se abremResolução CNE/CEB 2 divulga a criminalização da recusa em matricular crianças com deficiência. Cresce o número delas no ensino regular.

Direito universalA Declaração Mundial de Educação para Todos reforça a Declaração Mundial dos Direitos Humanos e estabelece que todos devem ter acesso à Educação.

1994Influência externaA Declaração de Salamanca define políticas, princípios e práticas da Educação Especial e influi nas políticas públicas da Educação.

Mesmo ritmoA Política Nacional de Educação Especial condiciona o acesso ao ensino regular àqueles que possuem condições de acompanhar “os alunos ditos normais”.

História da Educação Especial no Brasil

Fonte Revista Nova EscolaEdição Especial Inclusão nº24

Julho de 2009

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2003Inclusão se difundeO MEC cria o Programa Educação Inclusiva: Direito àDiversidade, que forma professores para atuar na disseminação da Educação Inclusiva.

2004Diretrizes geraisO Ministério Público Federal reafirma o direito à escolarização de alunos com e sem deficiência no ensino regular.

2006Direitos iguaisConvenção aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) estabelece que as pessoas com deficiência tenham acesso ao ensino inclusivo.

2008Fim da segregaçãoA Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva define: todos devem estudar na escola comum.

Curva inversaPela primeira vez, o número de crianças com deficiência matriculadas na escola regular ultrapassa o das que estão na escola especial.

ConfirmaçãoBrasil ratifica Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiências, da ONU, fazendo da norma parte da legislação nacional.

Fonte: Revista Nova Escola –Edição Especial – Inclusão nº 24

Julho de 2009

DireitosO Brasil promulga a Convenção da Guatemala, que define como discriminação, com base na deficiência, o que impede o exercício dos direitos humanos.

2002Formação docenteResolução CNE/CP 1 define que a universidade deve formar professores para atender alunos com necessidades especiais.

Libras reconhecidaLei nº 10.436/02 reconhece a língua brasileira de sinais como meio legal de comunicação e expressão.

Braile em classePortaria 2.678 aprova normas para o uso, o ensino, a produção e a difusão do braile em todas as modalidades de Educação.

Fonte: Revista Nova EscolaEdição Especial Inclusão nº24

Julho de 2009

Apresentação: Prof. Regina Aparecida Ribeiro do ValePDE – Turma 2010

Obrigada pela atenção!

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APÊNDICE 3 – SLIDES: ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO –POLÍTICAS PÚBLUCAS NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Política Nacional da Educação Especial na Perspectivada Educação Inclusiva

Atendimento Educacional EspecializadoAEE

Fonte: MEC – SEESPApresentação: Prof. Regina do Vale

PDE 2010

Educação Especial

É uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis e etapas e todas as modalidades da educação básica e superior.

Disponibiliza o AEE e os recursos próprios desse atendimento.

Orienta alunos e professores quanto à utilização desses recursos nas turmas comuns do ensino regular.

AEE Atendimento Educacional Especializado (2008). Na modalidade Educação de Jovens e Adultos - EJA e na Educação Profissional, a Educação Especial possibilita: - ampliação de oportunidades de escolarização - formação para inserção no mundo do trabalho – efetiva participação de alunos com deficiência na sociedade.

Identificação de necessidades e elaboração de plano de atendimento

Identifica as necessidades específicas do aluno com deficiência. Identifica os resultados desejados. Identifica as habilidades do aluno. Realiza levantamento de materiais e equipamentos. Elabora plano de atuação, visando serviços e recursos de

acessibilidade ao conhecimento e ambiente escolares. Atendimento ao aluno

Organiza o tipo e o número de atendimentos ao aluno com deficiência Produção de materiais

Transcreve, adapta, confecciona, amplia, grava, entre outros materiais, de acordo com as necessidades dos alunos. Aquisição de materiais

Indica a aquisição de: softwares, recursos e equipamentos tecnológicos, mobiliário, recursos ópticos, dicionários e

Atuação da Educação Especial nas escolas

Atuação da Educação Especial nas escolasAcompanhamento do uso dos recursos em sala de aula

Verifica a funcionalidade e a aplicabilidade do recurso. Impacto, efeitos, distorções, pertinência, negligência, limites e

possibilidades do uso na sala de aula, na escola e em casa.

Orientação as famílias e professores quanto ao recurso utilizado pelo aluno

Orienta, ensina o uso e aplicação de recursos, materiais e equipamentos aos alunos, pais e professores

nas turmas do ensino regular.

Formação Promove a formação continuada para os professores do

atendimento especializado; para os professores do ensino comum, visando o entendimento

das diferenças e para a comunidade escolar em geral.

Profissionais que atuam na Educação Especial

Professor especializado da Sala de Recurso Multifuncional

Professor especializado do Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento à Deficiência Visual –CAP

Professor de LIBRAS Professor de Português, como segunda língua de

alunos com surdez Revisor Braille

A quem se destina a Educação Especial?

A Educação Especial se destina a alunos com deficiência física, deficiência mental, alunos com surdez, cegueira, baixa visão, surdocegueira, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades.

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Que tipo de formação deve ter o profissional que atua na Educação Especial ?

Para atuar na Educação Especial, o professor deve ter como base da sua formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da área.

Alguns conteúdos específicos da formação dos professores de AEE Atendimento Educacional Especializado

LIBRAS Língua Portuguesa para alunos com surdez Sistema Braille Informática aplicada à produção braille Recursos tecnológicos e informática aplicada à deficiência

visual(sintetizadores de voz,lupas eletrônicas, magnificadores de tela para baixa visão)

Produção braille e adaptação de material impresso em tinta Recursos ópticos e não ópticos para baixa visão. Técnica de uso do sorobã Adaptação de livros didáticos e de literatura para pessoas cegas Avaliação funcional da visão Orientação e mobilidade para pessoas cegas Escrita cursiva, grafia do nome e assinatura em tinta para pessoas

cegas Tecnologia Assistiva: comunicação alternativa, informática acessível,

materiais pedagógicos adaptados, mobiliário acessível. Instrutor de LIBRAS Comunicação para o aluno surdo-cego Outras

Objetivos da Política Nacional de Educação Especial, na Perspectiva da Educação Inclusiva

Assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, orientando os sistemas de ensino para :

garantir o acesso de todos os alunos ao ensino regular (com participação, aprendizagem e continuidade nos níveis mais elevados de ensino

Oferecer o AEE Formar professores para o AEE e demais professores para a inclusão Prover acessibilidade arquitetônica,nos transportes, nos mobiliários,

comunicações e informação Estimular a participação da família e da comunidade Promover a articulação intersetorial na implementação das políticas

públicas educacionais

Atendimento Educacional Especializado -O que é o AEE ?

É um serviço da educação especial que [...] identifica, elabora, e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas (SEESP/MEC, 2008).

O AEE complementa e/ou suplementa a formação do aluno, visando a sua autonomia na escola e fora dela, constituindo oferta obrigatória pelos sistemas de ensino.

O AEE não se confunde com reforço escolar. Esse atendimento tem funções próprias do ensino especial, as quais não se destinam a substituir o ensino comum e nem mesmo a fazer adaptações aos currículos, às avaliações de desempenho e outros.

O que faz o AEE ?

Apóia o desenvolvimento do aluno com deficiência, transtornos gerais de desenvolvimento e altas habilidades

Disponibiliza o ensino de linguagens e de códigos específicos de comunicação e sinalização

oferece tecnologia assistiva – TA adequa e produz materiais didáticos e pedagógicos,trndo

em vista as necessidades específicas dos alunos, oportuniza o enriquecimento curricular (para alunos com

altas habilidades)

O AEE deve se articular com a proposta da escola comum, embora suas atividades se diferenciem das realizadas em salas de aula de ensino comum

Para quem?

O AEE se destina a alunos com deficiência física, mental, sensorial (visual e pessoas com surdez parcial e total)

Alunos com transtornos gerais de desenvolvimento e com altas habilidades (que constituem o público alvo da Educação Especial) também podem ser atendidos por esse serviço.

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AEE em outras modalidades de ensino

O AEE está presente como serviço da Educação Especial na educação indígena , do campo e quilombola e nos projetos pedagógicos construídos com base nas diferenças socioculturais desses grupos.

Por quem?O AEE para pessoas com deficiência

é realizado mediante a atuação de professores com conhecimentos específicos no ensino de: LIBRAS, Língua Portuguesa na modalidade escrita, como

segunda língua de pessoas com surdez Sistema Braille, sorobã, orientação e mobilidade, utilização

de recursos ópticos e não ópticos Atividades de vida autônoma Tecnologia Assistiva Desenvolvimento de processos mentais, Adequação e produção de materiais didáticos e

pedagógicos e outros Para os alunos com altas habilidades o AEE oferece

programas de enriquecimento curricular, desenvolvimento de processos mentais superiores e outros.

AEE em todas as etapas e modalidades da educação básica e do ensino superior

O AEE é organizado para suprir as necessidades de acesso ao conhecimento e à participação dos alunos com deficiência e dos demais que são público alvo da Educação Especial, nas escolas comuns

Constitui oferta obrigatória dos sistemas de ensino, embora participar do AEE seja uma decisão do aluno e/ou de seus pais/responsáveis

AEE na Educação Infantil

O AEE expressa-se por meio de serviços de intervenção precoce, que objetivam otimizar o processo de desenvolvimento e aprendizagem, em interface com os serviços de saúde e assistência social

Espaços de AEE

Escola comum: salas de recursos multifuncionais

Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento à Deficiência Visual – CAP

Centro Especializado

Quando e Onde?

O AEE é realizado no período inverso ao da classe comum freqüentada pelo aluno e, PREFERENCIALMENTE, na própria escola desse aluno.

Há ainda a possibilidade de esse atendimento acontecer em uma outra escola próxima.

AEE em outras modalidades de ensino

O AEE está presente como serviço da Educação Especial na educação indígena , do campo e quilombola e nos projetos pedagógicos construídos com base nas diferenças socioculturais desses grupos.

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Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual – CAP

O CAP é um centro com salas equipadas com computadores, impressora Braille e laser, fotocopiadora, gravador, circuito interno de TV, CCTV, máquina de escrever em Braille.

Tem como objetivo produzir materiais didáticos e pedagógicos adequados aos alunos com cegueira e aos alunos com baixa visão

Salas de Recursos Multifuncionais

As Salas de Recursos Multifuncionais são espaços localizados nas escolas de educação básica onde se realiza o Atendimento Educacional Especializado –AEE.

Elas são constituídas de mobiliários, materiais didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos específicos e de professores com formação para realizar o AEE.

O Professor da Sala de Recursos Multifuncionais

Atribuições • Identificar, elaborar, produzir e organizar serviços,

recursos pedagógicos, de acessibilidade e estratégias, considerando as necessidades específicas dos alunos de forma a construir um plano de atuação para eliminá-las.

• Reconhecer as habilidades do aluno: ao identificar certas necessidades do aluno, o professor de AEE reconhece também as suas habilidades e a partir de ambas traça o seu plano de atendimento.

• Produzir materiais tais como: transcrição de textos, adequação de materiais didático-pedagógicos, ampliação de textos, gravação de textos, entre outros.

Tipos de Salas de Recursos Multifuncionais

O Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Especial, criou o Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais – SRM, instituído pela Portaria n. 13 de 24 de abril de 2007.

O Programa tem como finalidade a disponibilização dessas Salas e visa apoiar as redes públicas de ensino na organização e na oferta do AEE.

Salas do tipo I e tipo II

Alunos atendidos

Alunos com deficiência: aqueles com impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual ou sensorial que podem ter obstruída/dificultada sua participação plena e efetiva na sociedade diante de barreiras que esta lhes impõem, ao interagirem em igualdade de condições com as demais pessoas (ONU, 2006).

Alunos atendidosAlunos com transtornos globais do desenvolvimento:

aqueles que apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicose infantil) e transtornos invasivos sem outra especificação (MEC/SEESP, 2008).

Alunos com altas habilidades/ superdotação: estes alunos devem ter a oportunidade de participar de atividades de enriquecimento curricular desenvolvidas no âmbito de suas escolas em interface com as instituições de ensino superior, institutos voltados ao desenvolvimento e promoção da pesquisa, das artes, dos esportes, entre outros.

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As Salas de Recursos Multifuncionais Tipo I

são constituídas de microcomputadores, monitores, fones de ouvido e microfones, scanner, impressora laser, teclado e colméia, mouse e acionador de pressão, laptop, materiais e jogos pedagógicos acessíveis, software para comunicação alternativa, plano inclinado, mesas, cadeiras, armário, quadro melanínico. (mobiliários adaptados)

As Salas de Recursos Multifuncionais Tipo II

são constituídas dos recursos da sala Tipo I, acrescidos de outros recursos específicos para o atendimento de alunos com cegueira, tais como impressora Braille, máquina de datilografia Braille, reglete de mesa, punção, soroban, guia de assinatura, globo terrestre acessível, kit de desenho geométrico acessível, calculadora sonora, software para produção de desenhos gráficos e táteis; livros didáticos e paradidáticos impressos em letra ampliada, em Braille; áudio livro

Fonte: MEC/ SEESP – 2008

Obrigada !

Prof. Regina do Vale - PDE 2010

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APÊNDICE 4 – SLIDES: CADERNO SOBRE A POLÍTICA PÚBLICA DO GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO

Prof. Regina do ValeProf. Regina do Vale

RIO BRANCO DO SUL RIO BRANCO DO SUL –– PARANPARANÁÁ20112011

POLPOLÍÍTICA ESTADUAL DE EDUCATICA ESTADUAL DE EDUCAÇÇÃO ÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA

INCLUSÃO EDUCACIONAL INCLUSÃO EDUCACIONAL

O desafio da inclusão escolar O desafio da inclusão escolar se estende para alse estende para aléém das m das oportunidades de acesso a oportunidades de acesso a criancriançças, jovens e adultos com as, jovens e adultos com necessidades educacionais necessidades educacionais diferenciadas; mas, de garantir diferenciadas; mas, de garantir condicondiçções indispensões indispensááveis desses veis desses se manterem na escola e se manterem na escola e aprender (BORBA, 2007, p. 59).aprender (BORBA, 2007, p. 59).

Os Desafios da InclusãoOs Desafios da Inclusão

Três tendências sobre as Três tendências sobre as formas de pensar e praticar o formas de pensar e praticar o processo de inclusão concepprocesso de inclusão concepçções ões de inclusão, segundo Borba (2007, de inclusão, segundo Borba (2007, p. 59p. 59--83):83):

inclusão condicionalinclusão condicional inclusão total/radicalinclusão total/radical inclusão responsinclusão responsáávelvel

Três formas de pensar e Três formas de pensar e praticar a inclusãopraticar a inclusão

Os preceitos que sustentam aOs preceitos que sustentam ainclusão responsinclusão responsáávelvel são observados são observados na polna políítica do Governo do Estado do tica do Governo do Estado do ParanParanáá para a Educapara a Educaçção Especial na ão Especial na perspectiva da Educaperspectiva da Educaçção Inclusiva, a ão Inclusiva, a qual considera imperativo manter qual considera imperativo manter ““uma rede de ajuda e apoio aos uma rede de ajuda e apoio aos educadores, alunos e familiareseducadores, alunos e familiares””((EdlerEdler Carvalho, apud DEEIN, 2009).Carvalho, apud DEEIN, 2009).

A PolA Políítica Estadual e a inclusão tica Estadual e a inclusão responsresponsáável na prvel na prááticatica

O modelo de inclusão O modelo de inclusão (respons(responsáável) vigente no Paranvel) vigente no Paranáácontempla:contempla:

Inclusão gradativa e dinâmicaInclusão gradativa e dinâmica

Respeito e reconhecimento Respeito e reconhecimento ààs s diferendiferençças individuais dos alunos as individuais dos alunos

Oferta e manutenOferta e manutençção de uma Rede ão de uma Rede de Apoio (DEEIN, 2009).de Apoio (DEEIN, 2009).

Aspectos constitutivos da inclusão Aspectos constitutivos da inclusão responsresponsáável em prvel em práática no Parantica no Paranáá

Rede de ApoioRede de Apoio Sala de Recursos de 5Sala de Recursos de 5ªª a 8a 8ªª ssééries na ries na

áárea da deficiência intelectual e rea da deficiência intelectual e transtornos funcionais do transtornos funcionais do desenvolvimentodesenvolvimento

Sala de recursos na Sala de recursos na áárea TDAHrea TDAH

Sala de recursos para alunos com Sala de recursos para alunos com transtornos globais do desenvolvimentotranstornos globais do desenvolvimento

Professor de apoio de sala para alunos Professor de apoio de sala para alunos com transtornos globais do com transtornos globais do desenvolvimentodesenvolvimento

(DEEIN, (DEEIN, 2009)2009)

Rede de Apoio preconizada pelo Rede de Apoio preconizada pelo Governo do Estado do ParanGoverno do Estado do Paranáá

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Rede de ApoioRede de Apoio Tradutores e intTradutores e intéérpretes para rpretes para

educandoseducandos surdos com domsurdos com domíínio da nio da llííngua de sinais/LIBRASngua de sinais/LIBRAS

Professor de apoio Professor de apoio àà comunicacomunicaçção ão alternativa para a alunos com alternativa para a alunos com acentuado comprometimento facentuado comprometimento fíísico / sico / neuromotorneuromotor e de falae de fala

Centros de atendimentos para alunos Centros de atendimentos para alunos das das ááreas da deficiência visual, da reas da deficiência visual, da deficiência fdeficiência fíísica sica neuromotoraneuromotora e da e da surdez surdez

(DEEIN, 2009)(DEEIN, 2009)

Rede de Apoio preconizada pelo Rede de Apoio preconizada pelo Governo do Estado do ParanGoverno do Estado do Paranáá Regra Geral para a Inclusão no

Estado Paraná

A Política do Governo do Estado do Paraná para a Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva preconiza como regra geral: ...o alunado da Educação Especial deve estar matriculado na rede regular de ensino, com os apoios especializados disponibilizados para seu processo de aprendizagem. A exceção – aos alunos que apresentam altas especificidades, que demandam espaços especialmente preparados, necessidades intensas e contínuas, sobretudo nas áreas da deficiência intelectual e transtornos globais do desenvolvimento, são assegurados o direito de matrícula nas escolas especiais. DEEIN ( 2009).

Isso porque a inclusão educacionalIsso porque a inclusão educacional ÉÉ mais que a presenmais que a presençça fa fíísicasica Muito mais que acessibilidade arquitetônicaMuito mais que acessibilidade arquitetônica Muito mais que matricular alunos com Muito mais que matricular alunos com

deficiência nas salas de aula do ensino deficiência nas salas de aula do ensino regularregular

ÉÉ bem mais que um movimento da bem mais que um movimento da educaeducaçção especialão especial

...pois se impõe como movimento respons...pois se impõe como movimento responsáável vel que não pode abrir mão de uma rede de ajuda que não pode abrir mão de uma rede de ajuda e apoio aos educadores, alunos e familiares e apoio aos educadores, alunos e familiares (CARVALHO, 2004).(CARVALHO, 2004).

Inclusão responsInclusão responsáável = rede de vel = rede de apoio acessapoio acessíívelvel

No Estado do ParanNo Estado do Paranáá,, os Servios Serviçços os e Apoios Especializadose Apoios Especializados integram as integram as atividades do Departamento Estadual atividades do Departamento Estadual de Educade Educaçção Especial e Inclusão ão Especial e Inclusão (DEEIN) da Secretaria de Estado da (DEEIN) da Secretaria de Estado da EducaEducaçção e, de acordo com a Polão e, de acordo com a Políítica tica Estadual de EducaEstadual de Educaçção Especial na ão Especial na Perspectiva da Inclusão (PARANPerspectiva da Inclusão (PARANÁÁ, , 2009).2009).

ServiServiçços e Apoios Especializadosos e Apoios Especializados

Os Apoios e Serviços especializados

Os serviços de apoio pedagógico especializado ocorrem no contexto da sala de aula, ou em contra turno, por meio da oferta de recursos humanos, técnicos, tecnológicos, físicos e materiais e têm por objetivo possibilitar o acesso e a complementação do currículo comum ao aluno. E, quando realizados em classes especiais, ou em instituições especializadas da rede pública ou conveniada, são denominados serviços especializados, conforme previsto na legislação (Resolução CNE/CEB n. 01/02 e Deliberação. CEE 02/03).

A oferta da Rede de Apoio

A rede de apoio consiste de serviços, estruturas, entidades e instituições que possam oferecer apoio especializado, adaptações curriculares, equipe técnico-pedagógica especializada, contra turno, profissional intérprete de libras/língua portuguesa para surdos, professor de apoio permanente para alunos com deficiência física neuromotora, com graves comprometimentos na comunicação e locomoção, sala de recursos para alunos com deficiência mental, distúrbios de aprendizagem e altas habilidades e superdotação, matriculados no Ensino Fundamental, classe especial para alunos com deficiência mental e condutas típicas, Escolas Especiais, dentre outros.

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Apoios Pedagógicos Especializados:

São considerados recursos e serviços e apoios pedagógicos especializados e diversificados aqueles ofertados pela escola regular para atender às necessidades educacionais especiais do aluno; e, para sua efetivação, deverão ser previstos e providos sempre que necessário, os seguintes apoios pedagógicos especializados:

Apoios Pedagógicos Especializados

Professor de Educação Especial professor habilitado ou especializado em educação especial

Professor intérprete: profissional bilíngue(língua brasileira de sinais - Libras/língua portuguesa) que atua no contexto do ensino regular onde há alunos surdos, usuários da língua de sinais

Apoios Pedagógicos Especializados

Professor itinerante: habilitado ou especializado em educação especial que atua, periodicamente, em uma ou várias escolas do ensino comum, oferecendo apoio pedagógico aos alunos com necessidades educacionais especiais, aos professores do ensino regular e à escola.

Professor de apoio permanente em sala de aula: professor habilitado ou especializado em educação especial que presta atendimento educacional ao aluno que necessite de apoios intensos e contínuos, no contexto do ensino regular.

Apoios Pedagógicos Especializados

Instrutor de Língua Brasileira de Sinais –Libras: profissional com capacitação para o ensino de língua de sinais, ofertada por instituição e/ou órgão reconhecido; atuará no contexto das escolas comuns e especial.

Recursos técnicos, tecnológicos, físicos e materiais específicos – referem-se aos apoios técnicos, tecnológicos, físicos e materiais específicos utilizados para permitir o acesso ao currículo dos alunos com necessidades educacionais especiais.

Apoios Pedagógicos Especializados

Salas de Recursos: serviço de natureza pedagógica desenvolvido por professor habilitado ou especializado em educação especial, que suplementa (no caso dos superdotados) e complementa (para os demais alunos) o atendimento educacional realizado em classes comuns da educação básica.

Centro de Atendimento Especializado: serviço de natureza pedagógica professor habilitado ou especializado em educação especial A finalidade desse serviço será a de oferecer apoio àescolarização formal do aluno e/ou possibilitar o acesso a línguas, linguagens e códigos aplicáveis, bem como a utilização de recursos técnicos, tecnológicos e materiais, equipamentos específicos, com vistas a sua maior inserção social.

Serviços Especializados

Se caracterizam pela realização por meio de interfaces entre as políticas públicas ou parcerias com as áreas de educação, saúde, assistência social e trabalho, entre outras, incluindo apoio e orientação àfamília, à comunidade e à escola, quais sejam:

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Serviços Especializados

Classe especial - é uma sala de aula, em escola de ensino regular com acessibilidade nas edificações, com a eliminação de barreiras arquitetônicas, organizada para atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos que apresentam casos graves de deficiência mental ou múltipla, condições de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, ou que apresentam condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos.

Serviços Especializados

Escola especial – serviço especializado destinado exclusivamente a alunos que apresentam casos graves de deficiência mental ou múltipla, condições de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, ou que apresentam condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos; Deve assegurar-se que o currículo escolar observe as normas e diretrizes curriculares nacionais e estaduais para as etapas e modalidades da educação básica e que os alunos recebam atenção individualizada nas atividades da vida autônoma e social, bem como ajudas e apoios intensos e contínuos, flexibilizações e adaptações curriculares tão significativas que a escola comum não tenha conseguido prover;

Serviços Especializados

Classes hospitalares - serviço destinado a prover a educação escolar a alunos com necessidades educacionais especiais impossibilitados de freqüentar as aulas, em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar.

Serviços Especializados

Atendimento pedagógico domiciliar - serviço destinado a viabilizar a educação escolar de alunos com necessidades educacionais especiais que estejam impossibilitados de frequentar as aulas, em razão de tratamento de saúde que implique permanência prolongada em domicílio.

Centro de apoio pedagógico – serviço destinado ao apoio pedagógico de alunos com necessidades educacionais especiais, professores e comunidade escolar; Tem como proposta a utilização de tecnologias para a produção e transcrição de materiais didático-pedagógicos .

Serviços Especializados

Centro multidisciplinar de atendimento especializado – espaço destinado aos atendimentos de natureza pedagógica, clínica, terapêutica, assistencial, profissionalizante entre outros, realizados por equipe multiprofissional(professores e pedagogos habilitados ou especializados em educação especial, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos entre outros) para alunos com necessidades educacionais especiais;

Serviços Especializados

Educação profissional – a educação profissional deve efetivar-se nos cursos oferecidos pelas redes regulares de ensino públicas ou privadas, por meio de adequações e apoios em relação aos programas de educação profissional de nível básico, técnico e tecnológico, de forma que seja viabilizado o acesso das pessoas com necessidades educacionais especiais ao trabalho; acesso das pessoas com necessidades educacionais especiais ao trabalho;

Atendimentos clínico-terapêuticos(fonoaudiólogos, psicólogos, fisioterapeutas, entre outros) e assistenciais (assistente social).

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Atendimento de alunos

A oferta de Serviços e Apoios Especializados na rede regular de ensino visa o atendimento de alunos com necessidades educacionais especiais nas áreas das deficiências mental, visual, física, surdez, condutas típicas de quadros neurológicos e psiquiátricos e psicológicos graves e altas habilidades/superdotação; e, para cada uma dessas situações existe um tipo apropriado de atendimento.

Governo do Estado do ParanGoverno do Estado do Paranáá -- por por meio da SEEDmeio da SEED--DEEINDEEIN -- desde janeiro de desde janeiro de 20032003, , faz a inclusão de alunos com faz a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais (com necessidades educacionais especiais (com deficiência, transtornos globais do deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades e/ou desenvolvimento e altas habilidades e/ou superdotasuperdotaçção) emão) em salas de ensino regularsalas de ensino regular, , num processo crescente de matrnum processo crescente de matríícula que cula que alcanalcanççouou no inno iníício de 2009cio de 2009, , a marca dea marca de108,39% em rela108,39% em relaçção ao ano de 2002. ão ao ano de 2002.

Razões para manter a PolRazões para manter a Políítica tica Estadual de InclusãoEstadual de Inclusão

HHáá uma parcela de crianuma parcela de criançças,as,adolescentes e adultosadolescentes e adultos que, em funque, em funçção ão de seus graves comprometimentosde seus graves comprometimentos, , requeremrequerem ainda que seuainda que seu atendimento atendimento educacionaleducacional seja realizadoseja realizado em escolas em escolas de Educade Educaçção Especialão Especial e issoe isso não pode não pode lhes ser negadolhes ser negado porque as escolas de porque as escolas de ensino regular e seus profissionais ensino regular e seus profissionais ainda não estão devidamente ainda não estão devidamente adaptados adaptados àà realidade e realidade e ààs s necessidades impostas pela inclusãonecessidades impostas pela inclusão.

Porque perseverar...Porque perseverar...

O Governo do Paraná, em sua política educacional

O Governo do Paraná, optou pela permanência das classes especiais e instituições especializadas em sua rede de apoio, entendendo que: - algumas crianças, jovens e adultos com graves comprometimentos e problemas no desenvolvimento não apresentarão as mesmas condições de aprendizagem acadêmica formal dos demais alunos, necessitando de propostas curriculares alternativas em natureza e finalidade àquelas desenvolvidas pela escola regular. E é por essa razão que a SEED entende como necessária a formação continuada dos profissionais da escola especial e do ensino regular com vistas ao enfrentamento do desafio da educação Inclusiva, na perspectiva do atendimento educacional especializado. (PARANÀ 2006)

Muito Obrigada!Muito Obrigada!

Prof. Regina do ValeProf. Regina do ValePDE PDE --20102010

Outros apoios

CAS – Centro de Apoio ao Surdo, vinculado com MEC e o DEEIN – com uma unidade em funcionamento no Estado para apoio aos alunos e profissionais da área;

CAPS - Centro de Apoio Pedagógico na Área Visual – com cinco unidades que atuam na produção de materiais específicos e atendimento aos profissionais e alunos.

NAAHS - Núcleo de Atendimento de Altas Habilidades e superdotação, com uma unidade de atendimento, cujo apoio é vinculado ao MEC e o DEEIN

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ANEXOS

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ANEXO 1 – CAPÍTULO V - ARTIGOS 58-60 DA LDBN 9394/96

CAPÍTULO V - Da Educação Especial

“Art. 58º. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade

de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para

educandos com necessidades especiais.

§ 1º. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular,

para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.

§ 2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços

especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não

for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.

§ 3º. A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na

faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.

Art. 59º. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades

especiais:

I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos,

para atender às suas necessidades;

II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido

para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e

aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os

superdotados;

III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para

atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados

para a integração desses educandos nas classes comuns;

IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em

sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade

de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais

afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas

artística, intelectual ou psicomotora;

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V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares

disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.

Art. 60º. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de

caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com

atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo

Poder Público.

Parágrafo único. O Poder Público adotará, como alternativa preferencial, a

ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria

rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições

previstas neste artigo” (BRASIL, 1996)

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ANEXO 2 – DECRETO N° 6.5710 de 17 de setembro de 2008

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – MEC

Dispõe sobre o atendimento educacional especializado, regulamenta o parágrafo

único do art. 60 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e acrescenta

dispositivo ao Decreto n° 6.253, de 13 de novembro de 2007.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,

inciso IV, e tendo em vista o disposto no art. 208, inciso III, ambos da Constituição,

no art. 60, parágrafo único, da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e no art. 9°

§ 2° da Lei n° 11.494, de 20 de junho de 2007, D E C R E T A :

Art. 1° A União prestará apoio técnico e financeiro aos sistemas públicos de ensino

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na forma deste Decreto, com a

finalidade de ampliar a oferta do atendimento educacional especializado aos alunos

com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou

superdotação, matriculados na rede pública de ensino regular.

§ 1º Considera-se atendimento educacional especializado o conjunto de atividades,

recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado

de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular.

§ 2° O atendimento educacional especializado deve integrar a proposta pedagógica

da escola, envolver a participação da família e ser realizado em articulação com as

demais políticas públicas.

Art. 2° São objetivos do atendimento educacional especializado:

I - prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular aos

alunos referidos no art. 1º;

II - garantir a transversalidade das ações da educação especial no ensino regular;

III - fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que eliminem

as barreiras no processo de ensino e aprendizagem; e IV - assegurar condições

para a continuidade de estudos nos demais níveis de ensino.

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Art. 3° O Ministério da Educação prestará apoio técnico e financeiro às seguintes

ações voltadas à oferta do atendimento educacional especializado, entre outras que

atendam aos objetivos previstos neste Decreto:

I - implantação de salas de recursos multifuncionais;

II - formação continuada de professores para o atendimento educacional

especializado;

III - formação de gestores, educadores e demais profissionais da escola para a

educação inclusiva;

IV - adequação arquitetônica de prédios escolares para acessibilidade;

V - elaboração, produção e distribuição de recursos educacionais para a

acessibilidade; e

VI - estruturação de núcleos de acessibilidade nas instituições federais de educação

superior.

§ 1° As salas de recursos multifuncionais são ambientes dotados de equipamentos,

mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos para a oferta do atendimento

educacional especializado.

§ 2° A produção e distribuição de recursos educacionais para a acessibilidade

incluem livros didáticos e paradidáticos em braile, áudio e Língua Brasileira de Sinais

- LIBRAS, laptops com sintetizador de voz, softwares para comunicação alternativa

e outras ajudas técnicas que possibilitam o acesso ao currículo.

§ 3° Os núcleos de acessibilidade nas instituições federais de educação superior

visam eliminar barreiras físicas, de comunicação e de informação que restringem a

participação e o desenvolvimento acadêmico e social de alunos com deficiência.

Art. 4° O Ministério da Educação disciplinará os requisitos, as condições de

participação e os procedimentos para apresentação de demandas para apoio

técnico e financeiro direcionado ao atendimento educacional especializado.

Art. 5° Sem prejuízo do disposto no art. 3°, o Ministério da Educação realizará o

acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola por parte dos beneficiários

do benefício de prestação continuada, em colaboração com os Ministérios da Saúde

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e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e com a Secretaria Especial dos

Direitos Humanos da Presidência da República.

Art. 6° O Decreto n° 6.253, de 13 de novembro de 2007, passa a vigorar acrescido

do seguinte artigo:

Atos do Poder Executivo.

"Art. 9° A. Admitir-se-á, a partir de 1° de janeiro de 2010, para efeito da distribuição

dos recursos do FUNDEB, o cômputo das matriculas dos alunos da educação

regular da rede pública que recebem atendimento educacional especializado, sem

prejuízo do cômputo dessas matrículas na educação básica regular.

Parágrafo único. O atendimento educacional especializado poderá ser oferecido

pelos sistemas públicos de ensino ou pelas instituições mencionadas no art. 14."

(NR)

Art. 7° As despesas decorrentes da execução das disposições constantes deste

Decreto correrão por conta das dotações próprias consignadas ao Ministério da

Educação.

Art. 8° Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.

Brasília, 17 de setembro de 2008; 187º da Independência e 120º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Fernando Haddad

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ANEXO 3 - RESOLUÇÃO N° 4 DE 2 DE OUTUBRO DE 2009

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA

RESOLUÇÃO Nº 4, DE 2 DE OUTUBRO DE 2009

Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na

Educação Básica, modalidade Educação Especial.

O Presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de

Educação, no uso de suas atribuições legais, de conformidade com o disposto na

alínea “c” do artigo 9ºda Lei nº 4.024/1961, com a redação dada pela Lei nº

9.131/1995, bem como no artigo 90, no § 1º do artigo 8º e no § 1º do artigo 9º da Lei

nº 9.394/1996, considerando a Constituição Federal de 1988; a Lei nº 10.098/2000;

a Lei nº 10.436/2002; a Lei nº 11.494/2007; o Decreto nº 3.956/2001; o Decreto nº

5.296/2004; o Decreto nº 5.626/2005; o Decreto nº 6.253/2007; o Decreto nº

6.571/2008; e o Decreto Legislativo nº 186/2008, e com fundamento no Parecer

CNE/CEB nº 13/2009, homologado por Despacho do Senhor Ministro de Estado da

Educação, publicado no DOU de 24 de setembro de 2009, resolve:

Art. 1º Para a implementação do Decreto nº 6.571/2008, os sistemas de ensino

devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento

e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no

Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de recursos

multifuncionais ou em Centros de Atendimento Educacional Especializado da rede

pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins

lucrativos.

Art. 2º O AEE tem como função complementar ou suplementar a formação do aluno

por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias

que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e

desenvolvimento de sua aprendizagem.

Parágrafo único. Para fins destas Diretrizes, consideram-se recursos de

acessibilidade na educação, aqueles que asseguram condições de acesso ao

currículo dos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, promovendo a

utilização dos materiais didáticos e pedagógicos, dos espaços, dos mobiliários e

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equipamentos, dos sistemas de comunicação e informação, dos transportes e dos

demais serviços.

Art. 3º A Educação Especial se realiza em todos os níveis, etapas e modalidades de

ensino, tendo o AEE como parte integrante do processo educacional.

Art. 4º Para fins destas Diretrizes, considera-se público-alvo do AEE:

I – Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de

natureza física, intelectual, mental ou sensorial.

II – Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que apresentam

um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento

nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa

definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett,

transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra

especificação.

III – Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um

potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano,

isoladas ou combinadas: intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade.

Art. 5º O AEE é realizado, prioritariamente, na sala de recursos multifuncionais da

própria escola ou em outra escola de ensino regular, no turno inverso da

escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns, podendo ser realizado,

também, em centro de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou

de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos,

conveniadas com a Secretaria de Educação ou órgão equivalente dos Estados,

Distrito Federal ou dos Municípios.

Art. 6º Em casos de Atendimento Educacional Especializado em ambiente hospitalar

ou domiciliar, será ofertada aos alunos, pelo respectivo sistema de ensino, a

Educação Especial de forma complementar ou suplementar.

Art. 7º Os alunos com altas habilidades/superdotação terão suas atividades de

enriquecimento curricular desenvolvidas no âmbito de escolas públicas de ensino

regular em interface com os núcleos de atividades para altas

habilidades/superdotação e com as instituições de ensino superior e institutos

voltados ao desenvolvimento e promoção da pesquisa, das artes e dos esportes.

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Art. 8º Serão contabilizados duplamente, no âmbito do FUNDEB, de acordo com o

Decreto nº 6.571/2008, os alunos matriculados em classe comum de ensino regular

público que tiverem matrícula concomitante no AEE.

Parágrafo único. O financiamento da matrícula no AEE é condicionado à matrícula

no ensino regular da rede pública, conforme registro no Censo Escolar/MEC/INEP

do ano anterior, sendo contemplada:

a) matrícula em classe comum e em sala de recursos multifuncionais da mesma

escola pública;

b) matrícula em classe comum e em sala de recursos multifuncionais de outra escola

pública;

c) matrícula em classe comum e em centro de Atendimento Educacional

Especializado de instituição de Educação Especial pública;

d) matrícula em classe comum e em centro de Atendimento Educacional

Especializado de instituições de Educação Especial comunitárias, confessionais ou

filantrópicas sem fins lucrativos.

Art. 9º A elaboração e a execução do plano de AEE são de competência dos

professores que atuam na sala de recursos multifuncionais ou centros de AEE, em

articulação com os demais professores do ensino regular, com a participação das

famílias e em interface com os demais serviços setoriais da saúde, da assistência

social, entre outros necessários ao atendimento.

Art. 10. O projeto pedagógico da escola de ensino regular deve institucionalizar a

oferta do AEE prevendo na sua organização:

I – sala de recursos multifuncionais: espaço físico, mobiliário, materiais didáticos,

recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos específicos;

II – matrícula no AEE de alunos matriculados no ensino regular da própria escola ou

de outra escola;

III – cronograma de atendimento aos alunos;

IV – plano do AEE: identificação das necessidades educacionais específicas dos

alunos, definição dos recursos necessários e das atividades a serem desenvolvidas;

V – professores para o exercício da docência do AEE;

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VI – outros profissionais da educação: tradutor e intérprete de Língua Brasileira de

Sinais, guia-intérprete e outros que atuem no apoio, principalmente às atividades de

alimentação, higiene e locomoção;

VII – redes de apoio no âmbito da atuação profissional, da formação, do

desenvolvimento da pesquisa, do acesso a recursos, serviços e equipamentos, entre

outros que maximizem o AEE.

Parágrafo único. Os profissionais referidos no inciso VI, atuam com os alunos

público alvo da Educação Especial em todas as atividades escolares nas quais se

fizerem necessários.

Art. 11. A proposta de AEE, prevista no projeto pedagógico do centro de

Atendimento Educacional Especializado público ou privado sem fins lucrativos,

conveniado para essa finalidade, deve ser aprovada pela respectiva Secretaria de

Educação ou órgão equivalente, contemplando a organização disposta no artigo 10

desta Resolução.

Parágrafo único. Os centros de Atendimento Educacional Especializado devem

cumprir as exigências legais estabelecidas pelo Conselho de Educação do

respectivo sistema de ensino, quanto ao seu credenciamento, autorização de

funcionamento e organização, em consonância com as orientações preconizadas

nestas Diretrizes Operacionais.

Art. 12. Para atuação no AEE, o professor deve ter formação inicial que o habilite

para o exercício da docência e formação específica para a Educação Especial.

Art. 13. São atribuições do professor do Atendimento Educacional Especializado:

I – identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de

acessibilidade e estratégias considerando as necessidades específicas dos alunos

público-alvo da Educação Especial;

II – elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado, avaliando

a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade;

III – organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos

multifuncionais;

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IV – acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de

acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em outros

ambientes da escola;

V – estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de estratégias e

na disponibilização de recursos de acessibilidade;

VI – orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de

acessibilidade utilizados pelo aluno;

VII – ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais

dos alunos, promovendo autonomia e participação;

VIII – estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando à

disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das

estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares.

Art. 14. Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as

disposições em contrário.

(a) CESAR CALLEGARI

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ANEXO 4 – DELIBERAÇÃO 02/2003 (e respectiva fundamentação legal)

COMISSÃO TEMPORÁRIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL DO CONSELHO

ESTADUAL DE EDUCAÇÃO - PARANÁ

DELIBERAÇÃO N.º 02/03 (PROCESSO N.º 730/03), APROVADA EM 02/06/03

COMISSÃO TEMPORÁRIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

INTERESSADO: SISTEMA ESTADUAL DE ENSINO ESTADO DO PARANÁ

ASSUNTO: Normas para a Educação Especial, modalidade da Educação Básica

para alunos com necessidades educacionais especiais, no Sistema de Ensino do

Estado do Paraná.

[...]

O CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO do Estado do Paraná,

sando das atribuições que lhe são conferidas por lei, tendo em vista as disposições

constantes na Indicação nº 1/03, da Comissão Temporária de Educação Especial e

ouvida a Câmara de Legislação e Normas, DELIBERA:

CAPÍTULO I - DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Art. 1° A presente deliberação fixa normas para a Educação Especial, modalidade

da Educação Básica, para o Sistema de Ensino do Estado do Paraná, para alunos

com necessidades educacionais especiais, aqui denominada Educação Especial.

Parágrafo único - Esta modalidade assegura educação de qualidade a todos os

alunos com necessidades educacionais especiais, em todas as etapas da educação

básica, e apoio, complementação e/ou substituição dos serviços educacionais

regulares, bem como a educação profissional para ingresso e progressão no

trabalho, formação indispensável para o exercício da cidadania.

Art.2° A Educação Especial, dever constitucional do Estado e da família, será

oferecida, preferencialmente, na rede regular de ensino.

Parágrafo único - A oferta obrigatória da educação especial tem início na educação

infantil, faixa etária de zero a seis anos.

Art. 3° O atendimento educacional especializado será feito em classes e escolas

especiais ou por serviços especializados, sempre que, em função das condições

específicas dos alunos, não for possível sua educação no ensino regular.

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Art. 4° A Secretaria de Estado da Educação incumbir-se-á de manter:

I. sistema atualizado de informação e interlocução com órgãos do censo

demográfico e escolar, para conhecimento das demandas e acompanhamento da

oferta de atendimento em Educação Especial; II. setor próprio para orientar,

acompanhar, oferecer apoio técnico, pedagógico e administrativo, supervisionar e

fiscalizar as instituições de ensino; III. serviços de atendimento especializado para

alunos com necessidades educacionais especiais, preferencialmente, na rede

pública; IV. interfaces com as secretarias de saúde, trabalho, cidadania e promoção

social e outras, para assegurar serviços especializados de natureza clínico-

terapêutica, profissionalizante, assistencial aos alunos com necessidades

educacionais especiais no sistema de ensino público e conveniado; V. parcerias ou

convênios com organizações públicas e privadas, que garantam uma rede de apoio

interinstitucional, para assegurar atendimentos complementares, quando necessário;

VI. parcerias com instituições de ensino superior, para implantação de temas e

conteúdos relacionados ao atendimento das pessoas com necessidades

educacionais especiais na formação de alunos de graduação e pós-graduação,

realização de pesquisas e atividades de extensão, bem como programas e serviços

relativos ao processo de ensino e aprendizagem de alunos com necessidades

educacionais especiais, visando o aperfeiçoamento desse processo educativo.

CAPÍTULO II - DAS NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

Art. 5° As necessidades educacionais especiais são definidas pelos problemas de

aprendizagem apresentados pelo aluno, em caráter temporário ou permanente, bem

como pelos recursos e apoios que a escola deverá proporcionar, objetivando a

remoção das barreiras para a aprendizagem.

Art. 6° Será ofertado atendimento educacional especializado aos alunos com

necessidades educacionais especiais decorrentes de: I. dificuldades acentuadas de

aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultem o

acompanhamento das atividades curriculares, não vinculadas a uma causa orgânica

específica ou relacionadas a distúrbios, limitações ou deficiências; II. dificuldades de

comunicação e sinalização demandando a utilização de outras línguas, linguagens e

códigos aplicáveis; III. condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos

neurológicos ou psiquiátricos; IV. superdotação ou altas habilidades que, devido às

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necessidades e motivações específicas, requeiram enriquecimento, aprofundamento

curricular e aceleração para concluir, em menor tempo, a escolaridade, conforme

normas a serem definidas por Resolução da Secretaria de Estado da Educação.

Art. 7º O aluno que requeira atenção individualizada nas atividades da vida

autônoma e social, recursos ou ajudas intensos e contínuos, adaptações curriculares

significativas que a escola regular não consiga prover, deverá ser atendido em

escolas especiais, públicas ou privadas.

Art. 8º Os estabelecimentos de ensino poderão firmar convênios e parcerias com o

Estado, Municípios ou organizações não-governamentais, visando à melhoria do

atendimento educacional especializado ofertado.

CAPÍTULO III - DOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO

SEÇÃO I - DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO REGULAR

Art. 9º O estabelecimento de ensino regular de qualquer nível ou modalidade

garantirá em sua proposta pedagógica o acesso e o atendimento a alunos com

necessidades educacionais especiais.

Art. 10 A escola regular, ao construir e implementar sua proposta pedagógica,

deverá promover a adequação e organização de classes comuns e implantar os

serviços e apoios pedagógicos especializados e classes especiais.

Art. 11 Para assegurar o atendimento educacional especializado os

estabelecimentos de ensino deverão prever e prover: I. acessibilidade nas

edificações, com a eliminação de barreiras arquitetônicas nas instalações, no

mobiliário e nos equipamentos, conforme normas técnicas vigentes; II. professores e

equipe técnico-pedagógica habilitados ou especializados; III. apoio docente

especializado, conforme a oferta regimentada; IV. redução de número de alunos por

turma, com critérios definidos pela mantenedora, quando estiverem nela incluídos

alunos com necessidades educacionais especiais significativas os quais necessitam

de apoios e serviços intensos e contínuos; V. atendimento educacional

especializado complementar e suplementar; VI. flexibilização e adaptação curricular,

em consonância com a proposta pedagógica da escola; VII. projeto de

enriquecimento curricular e de aceleração para superdotados; VIII. oferta de

educação bilíngue.

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SEÇÃO II - DOS SERVIÇOS E APOIOS ESPECIALIZADOS

Art. 12 São considerados serviços e apoios pedagógicos especializados os de

caráter educacionais diversificados ofertados pela escola regular, para atender às

necessidades educacionais especiais do aluno.

Art. 13 Para a escolarização de alunos com necessidades educacionais especiais

deverão ser previstos e providos pela mantenedora, quando necessário, os serviços

de apoio por: I. Professor com habilitação ou especialização em Educação Especial;

II. Professor – intérprete; III. Professor itinerante; IV. Professor de apoio permanente

em sala de aula; V. Instrutor de Língua Brasileira de Sinais – Libras; VI. Recursos

técnicos, tecnológicos, físicos e materiais específicos; VII. Salas de Recursos; VIII.

Centros de Atendimento Especializado;

Art. 14 Os serviços especializados serão assegurados pelo Estado, que também

firmará parcerias ou convênios com as áreas de educação, saúde, assistência

social, trabalho, transporte, esporte, lazer e outros, incluindo apoio e orientação à

família, à comunidade e à escola, compreendendo: I. Classe especial; II. Escola

especial; III. Classes hospitalares; IV. Atendimento pedagógico domiciliar; V. Centro

de apoio pedagógico; VI. Centro multidisciplinar de atendimento especializado; VII.

Educação profissional; VIII. Atendimentos clínico-terapêuticos e assistenciais;

Art. 15 As mantenedoras poderão criar outros serviços e apoios pedagógicos

especializados afins.

SEÇÃO III - DA CLASSE ESPECIAL

Art. 16 Os estabelecimentos de ensino regular poderão criar, sempre que

necessário, classes especiais, nas séries ou ciclos iniciais do Ensino Fundamental,

cuja organização fundamente-se na legislação vigente, em caráter transitório, a

alunos que apresentem: I. casos graves de deficiência mental ou múltipla que

demandem ajuda e apoio intensos e contínuos que a classe comum não consiga

prover; II. condições de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos;

III. condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos neurológicos ou

psiquiátricos.

Parágrafo único - Para encaminhamento de alunos com casos graves de deficiência

mental ou múltipla e condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos

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neurológicos ou psiquiátricos, deverá ser assegurada avaliação, realizada por

equipe multiprofissional.

Art. 17 Para a organização do atendimento em classe especial deverão ser

assegurados: I. professores habilitados ou especializados em educação especial; II.

agrupamento de alunos por necessidades educacionais especiais de características

assemelhadas; III. equipamentos e materiais específicos, adequados às

peculiaridades dos alunos; IV. flexibilização e adaptações nos elementos

curriculares, em consonância com a proposta pedagógica da escola; V. turmas

formadas por no máximo dez alunos; VI. avaliação pedagógica semestral, realizada

pelo professor e equipe técnico-pedagógica, registrada em formulário próprio, sob

orientação do órgão competente da SEED.

§ 1º - Deverá ser assegurada a oferta de educação bilíngue nas classes especiais

para alunos surdos.

§ 2º - A alocação de turmas mencionadas no inciso V deste artigo deverá respeitar

critérios de espaço físico, localização, salubridade e iluminação adequados de

acordo com as necessidades especiais atendidas.

Art. 18 A classe deverá configurar a etapa ou ciclo das séries iniciais do Ensino

Fundamental em que o aluno se encontra, promovendo avaliação pedagógica

contínua para a tomada de decisão quanto ao seu ingresso ou reingresso no ensino

regular.

SEÇÃO IV - DA ESCOLA ESPECIAL

Art. 19 A criação de Escola Especial é ato pelo qual o representante legal da

mantenedora expressa a disposição de ofertar Educação Básica, na modalidade de

Educação Especial, exclusivamente para alunos com necessidades educacionais

especiais, com graves comprometimentos, múltipla deficiência ou condições de

comunicação e sinalização diferenciadas.

§ 1º Em face das condições específicas associadas à surdez, o estabelecimento de

ensino que ofertar Educação Básica exclusivamente para surdos, deverá assegurar

proposta de educação bilíngue e comprovar o domínio da língua de sinais pela

direção, equipe técnico-pedagógica e corpo docente.

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§ 2º A criação, autorização para funcionamento, reconhecimento, renovação de

reconhecimento, verificação e cessação de atividades deverão atender às normas

estabelecidas pelo Conselho Estadual de Educação do Paraná, para o seu Sistema

de Ensino.

Art. 20 Será caracterizado como estabelecimento de ensino especial a instituição

que ofereça Educação Básica atendendo aos seguintes requisitos: I. proposta

pedagógica ajustada às necessidades educacionais do aluno e ao disposto na

legislação vigente; II. acessibilidade nas edificações, com a eliminação de barreiras

arquitetônicas nas instalações, mobiliário e de equipamentos, conforme normas

técnicas vigentes; III. professores, equipe técnico-pedagógica e direção habilitados

ou especializados em Educação Especial; IV. ajuda e apoio intensos e contínuos e

flexibilizações e adaptação curricular tão significativa que a escola regular não tenha

conseguido prover.

Parágrafo único - A delimitação de alunos por turma seguirá orientação da

Secretaria de Estado da Educação, considerando as necessidades educacionais

especiais dos mesmos.

Art. 21 Os estabelecimentos de ensino não governamentais e sem fins lucrativos

que necessitem pleitear apoio técnico, pedagógico, administrativo e financeiro dos

órgãos governamentais deverão ter, além da autorização, o acompanhamento e a

avaliação da SEED e cumprir as determinações da presente deliberação.

CAPÍTULO IV - DA PROPOSTA PEDAGÓGICA

Art. 22 A organização da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino deverá

tomar como base as normas e diretrizes curriculares nacionais e estaduais,

atendendo ao princípio da flexibilização.

§ 1º As escolas devem garantir na sua proposta pedagógica a flexibilização

curricular e o atendimento pedagógico especializado para atender as necessidades

educacionais especiais de seus alunos.

§ 2º Em casos de graves comprometimentos mentais ou de múltipla deficiência, o

estabelecimento de ensino deverá prever adaptações significativas, proporcionando

diversificação curricular, objetivando desenvolver as habilidades adaptativas.

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Art. 23 A proposta pedagógica será constituída pelos seguintes elementos, conforme

legislação vigente: I. explicitação sobre a organização da entidade escolar; II.

filosofia e princípios didático-pedagógicos do estabelecimento; III. conteúdos,

propostas e respectivos encaminhamentos metodológicos; IV. atividades escolares e

ações didático-pedagógicas desenvolvidas no tempo e espaços escolares, incluindo

as atividades complementares; V. matriz curricular; VI. processos de avaliação e

promoção, classificação, reclassificação e dependência, conforme opção do

estabelecimento; VII. regimento escolar; VIII. calendário escolar; IX. condições

físicas e materiais; X. relação de corpo docente, equipe técnico-pedagógica e

direção habilitada ou especializada em educação especial, em caso de escola

especial; XI. relação do corpo docente habilitado ou especializado em educação

especial, no caso de escola regular.

Parágrafo único - Cabe à SEED orientar e acompanhar a elaboração e execução da

proposta pedagógica, verificando sua legalidade e respeitando a autonomia didático

pedagógica do estabelecimento de ensino.

CAPÍTULO V - DA AVALIAÇÃO PARA A IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES

EDUCACIONAIS ESPECIAIS

Art. 24 O estabelecimento de ensino deve realizar avaliação, no contexto escolar,

para a identificação das necessidades educacionais do aluno, do professor e da

escola e para a tomada de decisões quanto aos recursos e apoios necessários à

aprendizagem, conforme o que segue: I. a avaliação de que trata o caput deverá ser

realizada pelo professor de sala de aula, com o apoio da equipe técnico-pedagógica

ou de professor especializado, podendo contar, ainda, com profissionais dos

serviços especializados (interno/externo) sempre que necessário; II. no caso de

encaminhamento do aluno para classes especiais e escolas especiais, cabe à

mantenedora garantir ao estabelecimento de ensino meios para a realização da

avaliação por equipe multiprofissional.

Art. 25 Os procedimentos para classificação, reclassificação e aproveitamento de

estudos, previstos nas normas que regem o Sistema Estadual de Ensino, aplicam-se

aos alunos com necessidades educacionais especiais.

Art. 26 Receberá certificação de conclusão de escolaridade com terminalidade

específica o aluno que, em virtude de suas necessidades educacionais especiais,

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mesmo com as adaptações, o tempo e os serviços e apoios necessários, não atingir

o exigido no nível fundamental.

§ 1º A certificação a que se refere o caput deverá ser fundamentada em avaliação

pedagógica, realizada pelo professor e equipe técnico-pedagógica, com histórico

escolar que apresente, de forma descritiva, o conhecimento apropriado pelo aluno

no processo de aprendizagem.

§ 2º A terminalidade específica deverá possibilitar novas alternativas educacionais

ou encaminhamento para cursos de educação de jovens e adultos e para a

educação profissional, para inserção na sociedade e no trabalho.

§ 3º Cabe à SEED orientar, acompanhar e aprovar os procedimentos dos casos de

certificação da terminalidade específica.

Art. 27 Ao aluno que apresentar característica de superlotação e altas habilidades

poderá ser oferecido o enriquecimento curricular, no ensino regular ou salas de

recursos, e a possibilidade de aceleração de estudos para concluir em menor tempo

o programa escolar, utilizando-se dos procedimentos da reclassificação compatível

com o seu desempenho escolar e maturidade sócio emocional.

CAPÍTULO VI - DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Art. 28 O estabelecimento de ensino que atende alunos com necessidades

educacionais especiais deverá integrar na sua equipe técnico- pedagógica no

mínimo um profissional habilitado ou especializado na modalidade da educação

especial.

Art. 29 Ao professor de sala comum, a mantenedora deverá assegurar formação

continuada, para atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais.

Art. 30 Os professores dos estabelecimentos de ensino que ofertam serviços e

apoios pedagógicos especializados devem apresentar comprovante de habilitação

ou especialização na modalidade de educação especial.

Art. 31 A direção, equipe técnico-pedagógica e professores dos estabelecimentos de

ensino que ofertam Educação Básica exclusivamente para alunos com

necessidades educacionais especiais devem comprovar habilitação ou

especialização na modalidade de educação especial, em nível médio ou superior.

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Parágrafo único - Serão aceitos, em caráter emergencial, o profissional formado em

curso superior que comprovar em seu histórico escolar, carga horária de no mínimo

trezentas e sessenta horas, destinada à modalidade de educação especial.

Art. 32 Deverá ser assegurado ao professor habilitado ou com especialização em

Educação Especial, que atua em serviços ou apoios pedagógicos especializados,

classes e escolas especiais, os mesmos direitos e deveres previstos na legislação

vigente para os demais professores do sistema de ensino.

CAPÍTULO VII - DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Art. 33 A formação de professores para a educação especial em nível superior dar-

se-á: I. em cursos de licenciatura em educação especial associados ou não à

licenciatura para a educação infantil ou para os anos iniciais do ensino fundamental;

II. em curso de pós-graduação específico para educação especial; III. em programas

especiais de complementação pedagógica nos termos da legislação vigente.

Art. 34 Será admitida a formação de professores para a educação especial em curso

normal ou equivalente, em nível médio, de forma conjugada ou não com a educação

infantil e anos iniciais do ensino fundamental.

Art. 35 A capacitação de professores para atuar em classes comuns com alunos que

apresentam necessidades educacionais especiais deverá ocorrer de forma

continuada, em consonância com a legislação vigente.

CAPÍTULO VIII - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 36 A falta de atendimento aos padrões de qualidade e a ocorrência de

irregularidade de qualquer ordem nos estabelecimentos de ensino serão objeto de

diligência, sindicância e, se for o caso, de processo administrativo que vise a sua

apuração.

Art. 37 Esta Deliberação entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as

Deliberações 20/86 e 05/97, do Conselho Estadual de Educação e demais

disposições em contrário.

Sala Pe. José de Anchieta, em 02 de junho de 2003.

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SUMÁRIO SISTEMÁTICO DA DELIBERAÇÃO Nº 2/03-CEE

CAPÍTULO I - DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

CAPÍTULO II - DAS NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

CAPÍTULO III - DOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO

Seção I - Do Estabelecimento de Ensino Regular

Seção II - Dos Serviços e Apoios Especializados

Seção III - Da Classe Especial

Seção IV – Da Escola Especial

CAPÍTULO IV - DA PROPOSTA PEDAGÓGICA

CAPÍTULO V - DA AVALIAÇÃO PARA IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES

EDUCACIONAIS ESPECIAIS

CAPÍTULO VI - DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

CAPÍTULO VII - DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

CAPÍTULO VIII - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

PROCESSO N.º 730/03 - Indicação n.º 1/03 APROVADA EM 02/06/03

COMISSÃO TEMPORÁRIA – PORTARIA N.º 22/00-CEE

INTERESSADO: SISTEMA ESTADUAL DE ENSINO ESTADO DO PARANÁ

ASSUNTO : Normas para a Educação Especial, modalidade da Educação Básica

para alunos com necessidades educacionais especiais, no Sistema de Ensino do

Estado do Paraná.

RELATORES: SOLANGE YARA SCHMIDT MANZOCHI, CLEMENCIA MARIA

FERREIRA RIBAS, DARCI PERUGINE GILIOLI, JOSÉ FREDERICO DE MELLO,

MARINÁ HOLZMANN RIBAS, ROSI MARIANA KAMINSKI e SHIRLEY AUGUSTA

DE SOUSA PICCIONI

1. Histórico

Com o objetivo de elaborar as normas complementares para a Educação Especial

no Paraná, proposta pela Câmara de Ensino Fundamental, foi constituída uma

101

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Comissão Especial, designada pela Portaria n.º 22/00-CEE, de 05 de setembro de

2000 [...].

O trabalho teve início pela seleção do referencial bibliográfico, destacando-se

principalmente os seguintes documentos:

• Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre necessidade Educativas

Especiais.

• Proposta Orientadora das Ações Educacionais.

• Política de Educação Inclusiva para o Estado do Paraná – Documento do Polo de

Cascavel.

• Contribuição do Grupo de Trabalho sobre a Educação Especial do Fórum

Paranaense em Defesa da Escola Pública Gratuita e Universal.

• Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica.

• Política Nacional de Educação Especial.

• A Prática da Pesquisa na Organização do Trabalho Pedagógico em Escolas

Inclusivas.

• Orientações a respeito do funcionamento da Sala de Recursos e do Centro de

Atendimento Especializado.

• Direito à Educação de Pessoas Portadoras de Deficiência.

• Educação Especial-Inclusão ou Segregação?

• Encontro com Coordenadores de Educação Especial das Secretarias Municipais de

Educação - setembro/1998.

• Linhas Programáticas para o Atendimento Especializado na Sala de Apoio

Pedagógico Específico.

• Capacitação de Professores: Primeiro Passo para Educação Inclusiva.

Prosseguindo os estudos, esta Comissão analisou as Deliberações CEE n.ºs

020/86, de 21 de novembro de 1986 e 005/97, de 05 de maio de 1997. Na análise,

foi observado que elas cumpriram sua função normativa para aquele momento

histórico mas que, frente às exigências crescentes de uma sociedade em processo

de renovação e de busca incessante de novas práticas e atitudes operadas no

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interior da educação escolar, se faz necessária uma atualização da legislação

vigente.

Além das discussões internas entre os membros da Comissão, foram ouvidos

especialistas da área, representantes das várias Instituições: Departamento de

Educação Especial da Secretaria de Estado da Educação, Instituto de Educação do

Paraná Professor Erasmo Pilotto e a Federação das Associações Paranaense dos

Amigos dos Excepcionais.

Com base nas discussões internas e nos subsídios colhidos, a Comissão Especial

reuniu condições para redação da minuta e da deliberação referente à Educação

Especial, que foi enviada, para apreciação, às diferentes instituições que trabalham

com pessoas com necessidades especiais e, posteriormente, discutida em

audiências públicas realizadas por este Conselho.

2. Fundamentos Legais

Todo o trabalho foi pautado seguindo normas e dispositivos legais contidos na

Constituição Federal de 1998; Lei n.º 10.172/01 (Aprova o Plano Nacional de

Educação e dá outras providências); Lei n.º 7.853/89 (Dispõe sobre o apoio às

pessoas com deficiências, sua integração social, assegurando o pleno exercício de

seus direitos individuais e sociais); Lei n.º 8.069/90 (Estatuto da Criança e do

Adolescente); Lei n.º 9.394/96 (Estabelece as diretrizes e bases da educação

nacional); Decreto n.º 3.298/99 (Regulamenta a Lei n.º 7.853/89, que dispõe sobre a

Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida

as normas de proteção e dá outras providências); Portaria do MEC n.º 1.679/99

(Dispõe sobre os requisitos de acessibilidade a pessoas portadoras de deficiência

para instruir processos de autorização e de reconhecimento de cursos e de

credenciamento de instituições); Lei n.º 10.098/00 (Estabelece normas gerais e

critérios básicos para promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de

deficiência ou com mobilidade reduzida e dá outras providências); Parecer n.º 17/01-

CNE/CEB ( Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica;

Resolução 02 de 11 de setembro de 2001.

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3. Audiências Públicas

Foram realizadas nos dias 24 e 25 de abril de 2003, no auditório Brasílio Itiberê, da

Secretaria de Estado da Cultura, com um total de 179 participantes representativos

dos vários Municípios do Estado do Paraná.

3.1 Regiões e/ou Municípios representados:

- NRE de Curitiba: reuniu todos os Professores, Diretores, Secretários, Supervisores

e Orientadores Educacionais por segmento para discussão e estudos mais

elaborados sobre a Minuta da Deliberação.

- NRE Área Sul: reuniu todos os Municípios de sua Jurisdição para estudar a Minuta

da Deliberação, os Municípios jurisdicionados ao NRE são:

. Agudos do Sul; Araucária; Balsa Nova; Campo do Tenente; Contenda; Fazenda

Rio Grande; Lapa; Mandirituba; Piên; Quitandinha; Rio Negro; São José dos Pinhais;

Tijucas do Sul.

- NRE Área Norte: reuniu vários segmentos - Professores, Escolas Especiais e

Secretários de Educação Municipal de todos os Municípios sob sua jurisdição:

Adrianópolis; Almirante Tamandaré; Bocaiúva do Sul; Campina Grande do Sul;

Campo Magro; Cerro Azul; Colombo; Doutor Ulysses; Itaperuçu; Pinhais; Piraquara;

Quatro Barras; Rio Branco do Sul; Tunas do Paraná.

- Associação dos Representantes dos Programas e Entidades para Portadores de

Deficiência (CRAAD/Cascavel): reuniu todos os Municípios da Região Oeste do

Paraná para discussão da Minuta da Deliberação, os Municípios presentes foram:

Anahy; Boa Vista da Aparecida; Braganey; Cafelândia; Campo Bonito; Capitão

Leônidas Marques; Cascavel; Catanduvas; Céu Azul; Corbélia; Guaraniaçu; Ibema;

Iguatu; Lindoeste; Santa Lúcia; Santa Tereza do Oeste; Vera Cruz do Oeste;

3.2 Autoridades presentes:

APAES de todo Estado do Paraná; APP Sindicato: Débora de Albuquerque;

Associação dos Deficientes Visuais do Paraná: Leonir Barbosa; Associação dos

Professores Cegos do Paraná: Antonio Luiz de Abreu; Associação Franciscana de

Educação ao Cidadão Especial: Nilda Gonçalves; CEDAP – Paranaguá: Heleni

Montovani Monteiro; Delegacia das APAES de Cidade Gaúcha: Marlene Rodrigues;

Deputado Estadual: Tadeu Veneri (Presidente da Comissão de Educação da

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Assembléia Legislativa do Estado do Paraná); FACINTER: Wilson Pickler (Diretor);

Faculdade Bagozzi e Instituto de Educação do Paraná: Maria Doraci; Faculdade

Vizinhança Vale do Iguaçu –VIZIVALI: Helena Mª Guareschi; Faculdades Católicas

de Palmas – FACEPAL: Luiza Mara Motta Santos; Federação Brasileira das

Instituições de Reabilitação - FEBIEX: José Alcides Marton (Presidente); Federação

das APAES – Marli Rosa Muller; Fórum Permanente em Defesa da Escola Pública:

Sônia Guariza Miranda; Fundação de Assistência à Criança Cega: Jamir Nabi Elias;

Instituto Brasileiro de Pós Graduação e Extensão – IBPEX: Ivo José Both e Ezequiel

Westphal; Instituto do Litoral do Paraná: Vera Lúcia Toledo; ISULPAR - Paranaguá:

Vera Lúcia Vieira Toledo; NRE - Área Sul: Ires Pereira e Alba Cristina Bonai; NRE -

Cascavel: Terezinha Volkmann; NRE - Francisco Beltrão: Rosa Bortoloti; NRE - Área

Norte: Ires Pereira; NRE - Curitiba: Mara Schmidt; Pontifícia Universidade Católica

do Paraná – PUC: Tatiani Correia Silva; Representante dos Ciganos: Cláudio

Ovanovitchi; - Secretaria de Educação Municipal de Curitiba: Rosemeri Castro,

Carmem Pellanda, Solange Martins; - Secretaria de Educação Municipal de Piraí do

Sul: Ceni Mainardes; - Secretaria Municipal de Educação de Campo Magro: Patrícia

Biernaski; - Secretaria Municipal de Educação de Matinhos: Marcia Elisa Rios;

Secretaria Municipal de Educação de Palmeira: Janete Apª dos Santos Neves;

Secretaria Municipal de Educação de Ponta Grossa: Cleide Elisa Kubiak

Martynychen; - SEED/DEE – Angelina Carmela Romão Mattar Matiskei, Nanci

Furtado de Menezes, Nilva Escorsin, Dirce Zagli, Eliete Cristina Berti Zamproni, Vera

Lúcia Carvalho, Sueli Fernandes, Rita de Cássia M. de Barros e Couto e Ana Marta

Roble Knechtel; Senador Flávio Arns: representado por Cláudia Camargo;

Sindicato dos Professores Municipais de Curitiba: Maria Apª Silva; SINEPE – Maria

Tereza Cordeiro; UNESPAR – Campus de Cornélio Procópio: Carmem Prado;

União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação – UNDIME: Ivanilde

Fernando; - Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG: Marinê Batistão Leite;

Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO e Centro de Atendimento

Especial à Pessoa Portadora de Deficiência Visual - APADEVI: Eglecy Lipmann;

Universidade Tuiuti do Paraná: Vanessa Hermann;

3.3 Instituições que entregaram sugestões:

APAE de Marmeleiro; Associação Cascavelense de Deficientes Visuais (ACADEVI);

- Associação Cascavelense de Surdos (ACAS), Associação Medianeirense de

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Surdos e Fissurados (AMESFI), Associação de Pais e Amigos dos Surdos de Foz do

Iguaçu (APASFI); - Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais (APADEVI)

de Ibiporã; - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Cantagalo (APAE);

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Nova Tebas (APAE); Associação

dos Deficientes Físicos de Ponta Grossa; - Associação dos Representantes dos

Programas e entidades para Portadores de Deficiência (CRAAD); - Centro

Ocupacional de Londrina; - Centro de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão

Bagozzi; - Centro Regional de Atendimento e Avaliação Diagnóstica; - Escola de

Educação Especial e Fundamental ASTRAU CENTRAU; - Escola para Surdos –

Ensino Fundamental (APADA), de Toledo; - Faculdade Estadual de Filosofia,

Ciências e Letras de Cornélio Procópio – FAFICOP; - Federação das APAES do

Estado do Paraná; Fórum Municipal em Defesa dos Direitos da Pessoa com

Deficiência de Cascavel; GT – Educação Especial – Fórum Paranaense em Defesa

da Escola Pública, Gratuita e Universal; Instituto Londrinense de Instrução e

Trabalho para Cegos de Londrina; NRE Área Sul; NRE Área Norte; NRE de

Cianorte; NRE de Curitiba.

4. Finalidade, Concepção e Currículo de Educação Especial

Educação Especial é uma modalidade da educação escolar definida em uma

proposta pedagógica, que assegura um conjunto de recursos, apoios e serviços

educacionais especiais, organizados institucionalmente para apoiar, complementar,

suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de

modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das

potencialidades dos educandos que apresentam necessidades educacionais

especiais, em todos os níveis, etapas e modalidades da educação.

A educação especial, dever constitucional do Estado e da família, será oferecida,

preferencialmente, na rede regular de ensino, tendo início como oferta obrigatória na

educação infantil, faixa etária de zero a seis anos, prolongando-se durante toda a

educação básica, atingindo também o ensino superior, quando as possibilidades de

desenvolvimento do aluno assim o permitirem.

5. Das Necessidades Educacionais Especiais

Entende-se por necessidades educacionais especiais aquelas definidas pelos

problemas de aprendizagem apresentados pelo aluno, em caráter temporário ou

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permanente, bem como pelos recursos e apoios que a escola deverá proporcionar,

objetivando a remoção das barreiras para a aprendizagem.

Será ofertado atendimento educacional especializado aos alunos com necessidades

educacionais especiais decorrentes de: I - dificuldades acentuadas de aprendizagem

ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento

das atividades curriculares, não vinculadas a uma causa orgânica específica ou

relacionadas a distúrbios, limitações ou deficiências; II - dificuldades de

comunicação e sinalização demandando a utilização de outras línguas, linguagens e

códigos aplicáveis; III - condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos

neurológicos ou psiquiátricos; IV - superdotação/altas habilidades que, devido às

necessidades e motivações específicas, requeiram enriquecimento e/ou

aprofundamento curricular, assim como aceleração para concluir, em menor tempo,

a escolaridade, conforme normas a serem definidas por resolução da Secretaria de

Estado da Educação.

5.1 Avaliação para a Identificação das Necessidades Educacionais Especiais

O estabelecimento de ensino deve realizar a avaliação, no contexto escolar, para a

identificação das necessidades educacionais do aluno, objetivando conhecer os

fatores que impedem e dificultam o processo educativo e suas múltiplas dimensões.

Os resultados facultam ao professor rever sua prática pedagógica em sala de aula,

assim como indicam e orientam o tipo e a intensidade dos apoios individuais que os

alunos requerem para aprender.

Essa avaliação deverá ser realizada pelo professor de sala de aula, com o apoio da

equipe técnico-pedagógica ou de professor especializado, podendo contar, ainda,

com profissionais dos serviços especializados (interno ou externo) sempre que

necessário. Para encaminhamento às classes especiais e escolas especiais, cabe à

mantenedora garantir ao estabelecimento de ensino meios para a realização da

avaliação por equipe multiprofissional.

5.2 Terminalidade Específica

Para o aluno que, em virtude de suas necessidades educacionais especiais, após

realizadas as adaptações curriculares de grande porte, a flexibilização temporal na

organização da aprendizagem e os apoios necessários, não atingir os

conhecimentos mínimos exigidos no ensino fundamental, receberá certificação de

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conclusão de escolaridade com terminalidade específica. A terminalidade específica

deverá ser adotada somente depois de esgotadas todas as possibilidades de

atendimento educacional. Ela possibilitará que o aluno prossiga estudos na

Educação de Jovens e Adultos e/ou Educação Profissional, oportunizando novas

alternativas para inserção na sociedade e no trabalho.

A certificação deverá ser fundamentada em avaliação pedagógica, realizada pelo

professor e equipe técnico-pedagógica e formalizada com histórico escolar, em

formulário próprio, que apresente, de forma descritiva, o conhecimento apropriado

pelo aluno no processo de aprendizagem. A Secretaria de Estado da Educação

deverá orientar, acompanhar e aprovar os procedimentos para a certificação da

terminalidade específica.

Ao aluno que apresentar característica de superdotação poderá ser oferecido o

enriquecimento curricular, no ensino regular ou salas de recursos, e a possibilidade

de aceleração de estudos para concluir em menor tempo o programa escolar,

utilizando-se dos procedimentos da reclassificação compatível com o seu

desempenho escolar e maturidade sócio emocional.

6. Serviços e apoios especializados

Diferentemente do que em épocas anteriores onde eram utilizados modelos clínicos,

hoje o atendimento educacional especializado fundamenta-se no modelo

pedagógico que, investigando as potencialidades do aluno, objetiva o

desenvolvimento máximo de suas possibilidades.

As alternativas de atendimento educacional assim se caracterizam:

6.1 Apoios pedagógicos especializados: são considerados recursos e serviços e

apoios pedagógicos especializados e diversificados aqueles ofertados pela escola

regular para atender às necessidades educacionais especiais do educando.

Para a escolarização dos alunos com necessidades educacionais especiais deverão

ser previstos e providos pela mantenedora, quando necessário, os seguintes apoios

pedagógicos especializados:

a) Professor de Educação Especial - professor habilitado em educação especial em

nível médio, em curso normal ou equivalente; professor habilitado em cursos de

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licenciatura em educação especial; professor especializado com formação em pós-

graduação em áreas específicas da educação especial.

b) Professor intérprete: profissional bilíngue (língua brasileira de sinais -

Libras/língua portuguesa) que atua no contexto do ensino regular onde há alunos

surdos, usuários da língua de sinais, como meio de comunicação e uso corrente,

nas situações cotidianas e regularmente matriculados nos diferentes níveis e

modalidades da Educação Básica, da rede pública de ensino.

O intérprete não substitui a figura do professor na função central do processo de

aprendizagem, com relação ao aspecto acadêmico, tampouco com relação ao

vínculo afetivo que deve sustentar a relação professor/aluno.

c) Professor itinerante: professor habilitado ou especializado em educação especial

que atua, periodicamente, em uma ou várias escolas do ensino comum, oferecendo

apoio pedagógico aos alunos com necessidades educacionais especiais, aos

professores do ensino regular e à escola, proporcionando-lhes orientações para a

realização da flexibilização e adaptações curriculares necessárias ao sucesso na

aprendizagem.

d) Professor de apoio permanente em sala de aula: professor habilitado ou

especializado em educação especial que presta atendimento educacional ao aluno

que necessite de apoios intensos e contínuos, no contexto do ensino regular,

auxiliando o professor regente e a equipe técnico-pedagógica da escola. Com este

profissional pressupõe-se um atendimento mais individualizado, subsidiado com

recursos, técnicos, tecnológicos e/ou materiais, além de códigos e linguagens mais

adequadas às diferentes situações de aprendizagem.

e) Instrutor de Língua Brasileira de Sinais – Libras: profissional com capacitação

para o ensino de língua de sinais, ofertada por instituição e/ou órgão reconhecido.

Esse profissional atuará no contexto das escolas comuns e especiais promovendo a

difusão e o ensino da língua brasileira de sinais.

f) Recursos técnicos, tecnológicos, físicos e materiais específicos – referem-se aos

apoios técnicos, tecnológicos, físicos e materiais específicos utilizados para permitir

o acesso ao currículo dos alunos com necessidades educacionais especiais, tais

como material didático em braile ou ampliado, bengala, reglete, sorobã, punção,

máquinas Perkins, computadores com sistema DOS-VOX, lupas, telelupas, pistas

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táteis, softwares adaptados, mobiliários anatômicos e adaptados, ambientes com

acessibilidade, entre outros.

g) Salas de Recursos: serviço de natureza pedagógica, desenvolvido por professor

habilitado ou especializado em educação especial, que suplementa (no caso dos

superdotados) e complementa (para os demais alunos) o atendimento educacional

realizado em classes comuns da educação básica. Esse serviço realiza-se em

escolas, em local dotado de equipamentos e recursos pedagógicos adequados às

necessidades educacionais especiais dos alunos, podendo estender-se a alunos de

escolas próximas, nas quais ainda não exista esse atendimento. Pode ser realizado

individualmente ou em pequenos grupos, para alunos que apresentem necessidades

educacionais especiais semelhantes, em horário diferente daquele em que

frequentam a classe comum.

h) Centro de Atendimento Especializado

Serviço de natureza pedagógica, desenvolvido por professor habilitado ou

especializado em educação especial ofertado a alunos com necessidades

educacionais especiais matriculados na educação básica. A finalidade desse serviço

será a de oferecer apoio à escolarização formal do aluno e/ou possibilitar o acesso a

línguas, linguagens e códigos aplicáveis, bem como a utilização de recursos

técnicos, tecnológicos e materiais, equipamentos específicos, com vistas a sua

maior inserção social. O atendimento nesse serviço tem início na faixa etária de zero

a seis anos e realiza-se em escolas, em salas adequadas, podendo estender-se a

alunos de escolas próximas, nas quais ainda não exista esse atendimento. Pode ser

realizado individualmente ou em pequenos grupos, para alunos que apresentem

necessidades educacionais especiais semelhantes, em turno contrário, caso

frequentem a classe comum.

6.2 Serviços especializados

Caracterizam-se como serviços especializados aqueles realizados por meio de

interfaces entre as políticas públicas ou parcerias com as áreas de educação, saúde,

assistência social e trabalho, entre outras, incluindo apoio e orientação à família, à

comunidade e à escola.

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São os seguintes:

a) Classe especial - é uma sala de aula, em escola de ensino regular com

acessibilidade nas edificações, com a eliminação de barreiras arquitetônicas nas

instalações, no mobiliário e nos equipamentos, conforma normas técnicas vigentes,

organizada para atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos

que apresentam casos graves de deficiência mental ou múltipla, condições de

comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, ou que apresentam

condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos.

É um serviço desenvolvido por professor habilitado ou especializado em educação

especial que utiliza métodos, técnicas, procedimentos didáticos e recursos

pedagógicos especializados e, quando necessário, equipamentos e materiais

didáticos específicos, conforme série/ciclo/etapa iniciais do ensino fundamental, para

que o aluno tenha acesso ao currículo da base nacional comum. Pode ser utilizada

principalmente nas localidades onde não há oferta de escolas especiais, quando se

detectar, nesses alunos, grande defasagem idade/série; quando faltarem, ao aluno,

experiências escolares anteriores, dificultando o desenvolvimento do currículo em

classe comum.

b) Escola especial – serviço especializado destinado exclusivamente a alunos que

apresentam casos graves de deficiência mental ou múltipla, condições de

comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, ou que apresentam

condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos.

Deve assegurar-se que o currículo escolar observe as normas e diretrizes

curriculares nacionais e estaduais para as etapas e modalidades da educação

básica e que os alunos recebam atenção individualizada nas atividades da vida

autônoma e social, bem como ajudas e apoios intensos e contínuos, flexibilizações e

adaptações curriculares tão significativas que a escola comum não tenha

conseguido prover. É importante que esse atendimento, sempre que necessário,

seja complementado por serviços das áreas de saúde, trabalho e assistência social,

entre outros.

c) Classes hospitalares - serviço destinado a prover a educação escolar a alunos

com necessidades educacionais especiais impossibilitados de frequentar as aulas,

em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, mediante

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atendimento especializado realizado por professor habilitado ou especializado em

educação especial vinculado a um serviço especializado.

d) Atendimento pedagógico domiciliar - serviço destinado a viabilizar a educação

escolar de alunos com necessidades educacionais especiais que estejam

impossibilitados de frequentar as aulas, em razão de tratamento de saúde que

implique permanência prolongada em domicílio, mediante atendimento especializado

realizado por professor habilitado ou especializado em educação especial vinculado

a um serviço especializado.

e) Centro de apoio pedagógico – serviço destinado ao apoio pedagógico de alunos

com necessidades educacionais especiais, professores e comunidade escolar. Tem

como proposta a utilização de tecnologias para a produção e transcrição de

materiais didáticopedagógicos, a disponibilização de materiais e equipamentos

específicos necessários ao processo ensino-aprendizagem, o desenvolvimento de

estudos e a promoção de cursos de capacitação, atualização ou aperfeiçoamento

em serviço, além de se constituir em espaço interativo para favorecer a convivência,

troca de experiências, pesquisa e desenvolvimento de atividades lúdicas e culturais.

f) Centro multidisciplinar de atendimento especializado – espaço destinado aos

atendimentos de natureza pedagógica, clínica, terapêutica, assistencial,

profissionalizante entre outros, realizados por equipe multiprofissional (professores e

pedagogos habilitados ou especializados em educação especial, fonoaudiólogos,

fisioterapeutas, psicólogos entre outros) para alunos com necessidades

educacionais especiais.

g) Educação profissional – a educação profissional deve efetivar-se nos cursos

oferecidos pelas redes regulares de ensino públicas ou privadas, por meio de

adequações e apoios em relação aos programas de educação profissional de nível

básico, técnico e tecnológico, de forma que seja viabilizado o acesso das pessoas

com necessidades educacionais especiais ao trabalho. Quando esgotados os

recursos da rede regular na provisão de resposta educativa adequada às

necessidades educacionais especiais e quando o aluno demandar apoios e ajudas

intensos e contínuos para seu acesso ao currículo, a educação profissional poderá

realizar-se em escolas especiais, públicas ou privadas.

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h) Atendimentos clínico-terapêuticos (fonoaudiólogos, psicólogos,fisioterapeutas,

entre outros) e assistenciais (assistente social).

7. Formação de professores para a educação especial

A formação de professores deve se dar nos termos da legislação vigente. No âmbito

do Sistema Estadual de Ensino do Estado do Paraná, as instituições que ofertam os

antigos cursos de estudos adicionais deverão adequar-se às normas deste

Conselho, solicitando alteração de denominação destes cursos para Curso de

Formação de Professores para a Educação de Alunos com Necessidades

Educacionais Especiais, na modalidade Normal, em nível Médio, em uma ou mais

áreas. Estes cursos destinar-se-ão a: a) portador de comprovante de conclusão de

curso de formação de professores dos anos iniciais do ensino fundamental, em nível

médio, ou equivalente na legislação anterior; b) portador de comprovante de

conclusão do curso de Pedagogia, habilitação Magistério; c) portador de

comprovante de conclusão do Curso Normal Superior.

O processo de amadurecimento das discussões a respeito da educação especial foi

longo, envolvendo parcela significativa da sociedade paranaense. Seu resultado, o

presente documento, pretende sintetizar este momento histórico e oferecer ao

Estado do Paraná, possibilidades e respaldo legal para que a educação especial,

por meio de seus profissionais, tão comprometidos com a educação de excelência,

se concretize em diferentes espaços e propostas que, de fato, atendam aos alunos

com necessidades educacionais especiais, sustentando o direito pleno ao exercício

da cidadania. Neste contexto será possível uma constante revisão de valores e

compromissos profissionais mais efetivos, que contribuirão não somente para a

consolidação de uma política educacional de maior qualidade para todos, mas

também para a construção de uma sociedade mais solidária, igualitária e de maior

justiça social.

Assim sendo, a Comissão Temporária de Educação Especial encaminha a presente

matéria ao Conselho Pleno, para a aprovação da Deliberação correspondente.

É a Indicação. Curitiba, 02 de junho de 2003.

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ANEXO 5 – NOTA TÉCNICA DO MEC/SEESP N° 11/2010 – 07/05/2010

NOTA TÉCNICA – SEESP/GAB/Nº 11/2010 Data: 7 de maio de 2010

Interessado: Sistemas de ensino

Assunto: Orientações para a institucionalização da Oferta do Atendimento

Educacional Especializado – AEE em Salas de Recursos Multifuncionais,

implantadas nas escolas regulares.

A educação inclusiva, fundamentada em princípios filosóficos, políticos e

legais dos direitos humanos, compreende a mudança de concepção pedagógica, de

formação docente e de gestão educacional para a efetivação do direito de todos à

educação, transformando as estruturas educacionais que reforçam a oposição entre

o ensino comum e especial e a organização de espaços segregados para alunos

público alvo da educação especial.

Nesse contexto, o desenvolvimento inclusivo das escolas assume a

centralidade das políticas públicas para assegurar as condições de acesso,

participação e aprendizagem de todos os alunos nas escolas regulares, em

igualdade de condições.

Na perspectiva da educação inclusiva, a educação especial é definida como

uma modalidade de ensino transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, que

disponibiliza recursos e serviços e realiza o atendimento educacional especializado –

AEE de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos público alvo da

educação especial.

Assim, na organização dessa modalidade na educação básica, devem ser

observados os objetivos e as diretrizes da política educacional, atendendo o

disposto na legislação que assegura o acesso de todos a um sistema educacional

inclusivo, onde se destacam:

• A Constituição da República Federativa do Brasil (1988), define, no art.

205, a educação como um direito de todos e, no art.208, III, o atendimento

educacional especializado às pessoas com deficiência preferencialmente

na rede regular de ensino;

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• A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006),

publicada pela ONU e promulgada no Brasil por meio do Decreto nº

6.949/2009, determina no art. 24, que os Estados Partes reconhecem o

direito das pessoas com deficiência à educação; e para efetivar esse

direito sem discriminação, com base na igualdade de oportunidades,

assegurarão um sistema educacional inclusivo em todos os níveis;

• A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação

Inclusiva (2008), tem como objetivo garantir o acesso, a participação e a

aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e altas habilidades/superdotação na escola regular,

orientando para a transversalidade da educação especial, o atendimento

educacional especializado, a continuidade da escolarização, a formação

de professores, a participação da família e da comunidade, a

acessibilidade e a articulação intersetorial na implementação das políticas

públicas;

• O Decreto nº 6.571/2008, dispõe sobre o apoio técnico e financeiro da

União para ampliar a oferta do atendimento educacional especializado,

regulamentando, no art.9º, para efeito da distribuição dos recursos do

FUNDEB, o cômputo das matrículas dos alunos da educação regular da

rede pública que recebem atendimento educacional especializado, sem

prejuízo do cômputo dessas matrículas na educação básica regular;

• A Resolução CNE/CEB nº 4/2009, institui Diretrizes Operacionais para

o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, dispondo,

no art. 3º, que a educação especial se realiza em todos os níveis, etapas e

modalidades, tendo esse atendimento como parte integrante do processo

educacional. A Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da

Educação Inclusiva (2008, p.15) define o atendimento educacional

especializado - AEE com função complementar e/ou suplementar à

formação dos alunos, especificando que “o atendimento educacional

especializado tem como função identificar, elaborar e organizar recursos

pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena

participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas”.

Esse atendimento constitui oferta obrigatória pelos sistemas de ensino

115

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para apoiar o desenvolvimento dos alunos público alvo da educação

especial, em todas as etapas, níveis e modalidades, ao longo de todo o

processo de escolarização. O acesso ao AEE constitui direito do aluno

público alvo do AEE, cabendo à escola orientar a família e o aluno quanto

à importância da participação nesse atendimento.

O Decreto nº 6.571/2008 dispõe sobre o atendimento educacional

especializado, definido no §1º do art.1º, como o conjunto de atividades, recursos de

acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente e prestados de forma

complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular. No §2º do

art.1º, determina que o AEE integra a proposta pedagógica da escola, envolvendo a

participação da família e a articulação com as demais políticas públicas.

Dentre as ações de apoio técnico e financeiro do Ministério da Educação

previstas nesse Decreto, destaca-se, no art.3º, a implantação de salas de recursos

multifuncionais, definidas como “ambientes dotados de equipamentos, mobiliários e

materiais didáticos para a oferta do atendimento educacional especializado”.

Para a implementação do Decreto nº 6.571/2008, a Resolução CNE/CEB nº

4/2009, no art. 1º, estabelece que os sistemas de ensino devem matricular os alunos

público alvo da educação especial nas classes comuns do ensino regular e no

atendimento educacional especializado, ofertado em salas de recursos

multifuncionais ou centros de atendimento educacional especializado da rede

pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins

lucrativos; e no seu art.4º define o público alvo do AEE como:

I – Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de

natureza física, intelectual, mental ou sensorial; II – Alunos com transtornos globais

do desenvolvimento: aqueles que apresentam um quadro de alterações no

desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na

comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com

autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Ret, transtorno desintegrativo

da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação; III – Alunos

com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um potencial elevado

e grande envolvimento com as áreas de conhecimento humano, isoladas ou

combinadas: intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade.

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De acordo com essas diretrizes, no art. 5º, o AEE é realizado prioritariamente

na sala de recursos multifuncionais da própria escola ou de outra escola, no turno

inverso da escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns. A elaboração e

execução do Plano de AEE são de competência dos professores que atuam nas

salas de recursos multifuncionais em articulação com os demais professores do

ensino comum, com a participação da família e em interface com os demais serviços

setoriais, conforme disposto no art.9º. O art. 10º determina que o Projeto Político

Pedagógico da escola deve institucionalizar a oferta do AEE, prevendo na sua

organização:

I - salas de recursos multifuncionais: espaço físico, mobiliário,

materiais didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade e

equipamentos específicos; II – matrícula no AEE de alunos

matriculados no ensino regular da própria escola ou de outra

escola; III – cronograma de atendimento dos alunos; IV – plano

do AEE: identificação das necessidades educacionais

específicas dos alunos, definição dos recursos necessários e

das atividades a serem desenvolvidas; V - professores para o

exercício da docência do AEE; VI - profissionais da educação:

tradutores e intérprete de Língua Brasileira de Sinais, guia

intérprete e outros que atuem no apoio, principalmente às

atividades de alimentação, higiene e locomoção; VII – redes de

apoio no âmbito da atuação profissional, da formação, do

desenvolvimento da pesquisa, do acesso a recursos, serviços e

equipamentos, entre outros que maximizem o AEE.

De acordo com o disposto nesses documentos, o poder público deve

assegurar aos alunos público alvo da educação especial o acesso ao ensino regular

e adotar medidas para a eliminação de barreiras arquitetônicas, pedagógicas e nas

comunicações que impedem sua plena e efetiva participação nas escolas da sua

comunidade, em igualdade de condições com os demais alunos.

Na institucionalização da Sala de Recursos Multifuncionais, compete aos

sistemas de ensino prover e orientar a oferta do AEE nas escolas urbanas, do

campo, indígenas, quilombolas, na modalidade presencial ou semipresencial.

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A implantação das Salas de Recursos Multifuncionais nas escolas da rede

pública é efetuada sem prejuízo das parcerias da Secretaria de Educação com os

demais órgãos responsáveis pelos serviços de saúde, trabalho, assistência e outros

que têm por finalidade o acesso a recursos e atendimentos clínicos e terapêuticos,

às atividades ocupacionais e de recreação, a programas de geração de renda

mínima, entre outros.

I – Na implantação da Sala de Recursos Multifuncionais para a oferta de

AEE, compete à escola:

a) Contemplar, no Projeto Político Pedagógico - PPP da escola, a

oferta do atendimento educacional especializado, com professor

para o AEE, recursos e equipamentos específicos e condições de

acessibilidade;

b) Construir o PPP considerando a flexibilidade da organização do

AEE, realizado individualmente ou em pequenos grupos, conforme

o Plano de AEE de cada aluno;

c) Matricular, no AEE realizado em sala de recursos multifuncionais, os

alunos público alvo da educação especial matriculados em classes

comuns da própria escola e os alunos de outra(s) escola(s) de

ensino regular, conforme demanda da rede de ensino;

d) Registrar, no Censo Escolar MEC/INEP, a matrícula de alunos

público alvo da educação especial nas classes comuns; e as

matriculas no AEE realizado na sala de recursos multifuncionais da

escola;

e) Efetivar a articulação pedagógica entre os professores que atuam na

sala de recursos multifuncionais e os professores das salas de aula

comuns, a fim de promover as condições de participação e

aprendizagem dos alunos;

f) Estabelecer redes de apoio e colaboração com as demais escolas da

rede, as instituições de educação superior, os centros de AEE e

outros, para promover a formação dos professores, o acesso a

serviços e recursos de acessibilidade, a inclusão profissional dos

alunos, a produção de materiais didáticos acessíveis e o

desenvolvimento de estratégias pedagógicas;

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g) Promover a participação dos alunos nas ações intersetoriais

articuladas junto aos demais serviços públicos de saúde,

assistência social, trabalho, direitos humanos, entre outros.

II - Atribuições do Professor do Atendimento Educacional Especializado:

1. Elaborar, executar e avaliar o Plano de AEE do aluno,

contemplando: a identificação das habilidades e necessidades

educacionais específicas dos alunos; a definição e a organização

das estratégias, serviços e recursos pedagógicos e de

acessibilidade; o tipo de atendimento conforme as necessidades

educacionais específicas dos alunos; o cronograma do atendimento

e a carga horária, individual ou em pequenos grupos;

2. Programar, acompanhar e avaliar a funcionalidade e a aplicabilidade

dos recursos pedagógicos e de acessibilidade no AEE, na sala de

aula comum e nos demais ambientes da escola;

3. Produzir materiais didáticos e pedagógicos acessíveis, considerando

as necessidades educacionais específicas dos alunos e os desafios

que estes vivenciam no ensino comum, a partir dos objetivos e das

atividades propostas no currículo;

4. Estabelecer a articulação com os professores da sala de aula

comum e com demais profissionais da escola, visando a

disponibilização dos serviços e recursos e o desenvolvimento de

atividades para a participação e aprendizagem dos alunos nas

atividades escolares; bem como as parcerias com as áreas

intersetoriais;

5. Orientar os demais professores e as famílias sobre os recursos

pedagógicos e de acessibilidade utilizados pelo aluno de forma a

ampliar suas habilidades, promovendo sua autonomia e

participação;

6. Desenvolver atividades próprias do AEE, de acordo com as

necessidades educacionais específicas dos alunos: ensino da

Língua Brasileira de Sinais – Libras para alunos com surdez; ensino

da Língua Portuguesa escrita para alunos com surdez; ensino da

Comunicação Aumentativa e Alternativa – CAA; ensino do sistema

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Braille, do uso do soroban e das técnicas para a orientação e

mobilidade para alunos cegos; ensino da informática acessível e do

uso dos recursos de Tecnologia Assistiva – TA; ensino de

atividades de vida autônoma e social; orientação de atividades de

enriquecimento curricular para as altas habilidades/superdotação; e

promoção de atividades para o desenvolvimento das funções

mentais superiores.

III . Aspectos a serem contemplados no Projeto Político Pedagógico da

escola:

1. Informações Institucionais

1.1. Dados cadastrais da escola

1.2. Objetivos e finalidades da escola.

1.3. Ato normativo de autorização de funcionamento da escola.

1.4. Código do Censo Escolar/INEP.

2. Diagnóstico local

Dados gerais da comunidade onde a escola se insere.

Com relação aos alunos matriculados no AEE, descrever as condições

desse grupo populacional na comunidade.

3. Fundamentação legal, político e pedagógica.

Referenciais atualizados da política educacional, da legislação do ensino e da

concepção pedagógica que embasam a organização do PPP da escola.

Com relação ao AEE, indicar os referenciais da educação especial na

perspectiva da educação inclusiva que fundamentam sua organização e oferta.

4. Gestão

4.1. Existência de cargos de direção, coordenação pedagógica,

conselhos deliberativos; forma de escolha dos gestores e

representantes dos conselhos;

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4.2. Corpo docente e respectiva formação: número geral de docentes

da escola; o número de professores que exercem a função

docente; a formação inicial dos professores para o exercício da

docência (normal de nível médio, licenciatura); a carga horária e o

vínculo de trabalho dos professores (servidor público, contrato de

trabalho, cedência, outro);

Com relação ao(s) docente(s) do AEE, informar o número de

professores, carga horária, formação específica (aperfeiçoamento, graduação,

pós-graduação), competências do professor e interface com o ensino regular;

4.3. Profissionais da escola não docentes: número geral de

profissionais que não exerce a função docente; formação desses

profissionais; carga horária e vínculo de trabalho; função exercida

na escola (administrativa, educacional, alimentação, limpeza, apoio

ao aluno, tradutor intérprete, guia intérprete, outras).

5. Matrículas na Escola

Identificação das matrículas gerais da escola, por etapas e modalidades,

séries/anos, níveis ou ciclos; dos participantes em programas e ações educacionais

complementares e outras.

Com relação aos alunos público alvo da educação especial, além das

matrículas em classes comuns do ensino regular informar as matrículas no

AEE realizado na sala de recursos multifuncionais (anexos I e II deste

documento). A escola que não tiver sala de recursos multifuncionais deverá

constar, no Projeto Político Pedagógico, a informação sobre a oferta do AEE

em sala de recursos de outra escola pública ou em centro de AEE.

6. Organização da Prática Pedagógica da Escola

6.1. Organização curricular, programas e projetos desenvolvidos na

escola: descrição dos objetivos, da carga horária, dos espaços,

das atividades, dos materiais didáticos e pedagógicos, entre

outros integrantes da proposta curricular da escola para a

formação dos alunos.

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6.2. Avaliação do ensino e da aprendizagem na escola: descrição da

concepção, dos instrumentos e do registro dos processos

avaliativos do desenvolvimento dos alunos nas atividades

educacionais e das estratégias de acompanhamento do processo

de escolarização dos alunos;

6.3 Formação continuada de professores no âmbito da escola e/ou do

sistema de ensino: descrição da proposta de formação na escola

(a organização, as parcerias, entre outros); a participação em

cursos de formação promovidos sistema de ensino e Instituições

de Educação Superior: nível do curso (extensão, aperfeiçoamento

ou pós-graduação), carga horária e modalidade (presencial ou à

distância); número de professores/cursistas da escola.

Com relação aos alunos público alvo da educação especial, informar a

organização da prática pedagógica do AEE na Sala de Recursos

Multifuncionais:

a) Atividades e recursos pedagógicos e de acessibilidade, prestados de

forma complementar à formação dos alunos público alvo da educação

especial, matriculados no ensino regular;

b) Articulação e interface entre os professores das salas de recursos

multifuncionais e os demais professores das classes comuns de ensino

regular;

c) Plano de AEE: identificação das habilidades e necessidades educacionais

específicas do aluno; planejamento das atividades a serem realizada

avaliação do desenvolvimento e acompanhamento dos alunos; oferta de

forma individual ou em pequenos grupos; periodicidade e carga horária; e

outras informações da organização do atendimento conforme as

necessidades de cada aluno;

d) Existência de espaço físico adequado para a sala de recursos

multifuncionais; de mobiliários, equipamentos, materiais didático-

pedagógicos e outros recursos específicos para o AEE, atendendo as

condições de acessibilidade;

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7. Infra-estrutura da escola:

Descrição do espaço físico: existência e número de salas de aula, sala de

professores, sala de informática, sala multimeio, salas de recursos multifuncionais e

outras; de laboratório de informática, de ciências e outros; de biblioteca; de refeitório;

de ginásio, quadra de esportes e outras instalações desportivas; de sanitários

feminino e masculino, para alunos e professores/profissionais, para pessoas com

deficiência ou com mobilidade reduzida; de mobiliários; de equipamentos; e

demais recursos.

9. Condições de acessibilidade na escola:

Descrição das condições de acessibilidade da escola: arquitetônica (banheiros

e vias de acesso, sinalização táctil, sonora e visual); pedagógica (livros e textos em

formatos acessíveis e outros recursos de TA disponibilizados na escola); nas

comunicações e informações (tradutor/intérprete de Libras, guia intérprete e outros

recursos e serviços); nos mobiliários (classe escolar acessível, cadeira de rodas e

outros); e. no transporte escolar (veículo rebaixado para acesso aos usuários de

cadeira de rodas, de muletas, andadores e outros).

Brasília, 7 de maio de 2010.

Martinha Clarete Dutra dos Santos

Diretora de Políticas da Educação Especial

De acordo.

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ANEXO 6 - INSTRUÇÃO N° 020/2010 - SUED/SEED- PARANÁ

INSTRUÇÃO N° 020/2010 - SUED/SEED

Assunto: orientações para organização e funcionamento do Atendimento

Educacional Especializado na Área da Deficiência Visual.

A Superintendente da Educação, no uso de suas atribuições e considerando os

preceitos legais que regem a Educação Especial; (Constituição Federal art. 205 e

208; Lei 9394/96 - Diretrizes e Bases da Educação Nacional; Parecer CNE/CEB n°

17/2001 - Diretrizes nacionais para a Educação Especial na Educação Básica;

Decreto nº 6253/2007 que dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento

da Educação Básica e de Valorização dos profissionais da Educação; Decreto n°

13/2009 - Diretrizes Operacionais para o atendimento educacional especializado na

Educação Básica, modalidade Educação Especial; Resolução nº 04/2009 que institui

as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na

Educação Básica, modalidade Educação Especial – AEE; Parecer nº17/01 – CNE; e

a Deliberação 02/03 – CEE Normas para a Educação Especial, na modalidade da

Educação Básica para alunos com necessidades educacionais especiais, no

Sistema de Ensino do Estado do Paraná; expede a seguinte

INSTRUÇÃO:

I) DA NATUREZA

1. As Salas de Recursos Multifuncionais Tipo II e/ou o Centro de Atendimento

Educacional Especializado na Área da Deficiência Visual – CAEDV é um

Atendimento Educacional Especializado para alunos cegos, de baixa visão ou outros

acometimentos visuais (ambliopia funcional, distúrbios de alta refração e doenças

progressivas), que funcionam em estabelecimentos do ensino regular da Educação

Básica, das redes: estadual, municipal e particular de ensino, no turno inverso da

escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns, podendo, ser realizado

também em instituições comunitárias ou filantrópicas sem fins lucrativos,

conveniadas com a Secretaria de Educação ou órgão equivalente.

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II) DO ALUNADO

1. As Salas de Recursos Multifuncionais Tipo II e/ou o Centro de Atendimento

Educacional Especializado na Área da Deficiência Visual – CAEDV destina-se ao

atendimento de pessoas cegas, de baixa visão ou outros acometimentos visuais

(ambliopia funcional, doenças progressivas e distúrbios de alta refração) que

poderão frequentar o Atendimento Educacional Especializado na Área da Deficiência

Visual:

a) alunos cegos, de baixa visão, ou outros acometimentos visuais em faixa etária de

zero a cinco (5) anos, preferencialmente, matriculados na Educação Infantil:

b) alunos cegos, de baixa visão, ou outros acometimentos visuais, a partir de seis

(06) anos, regularmente matriculados na Educação Básica e ou outras modalidades;

c) pessoas com cegueira adquirida ou baixa visão que necessitam de atendimento

complementar e suplementar como Orientação e Mobilidade, Sistema Braille,

Atividades de Vida Autônoma e Social dentre outros, por tempo determinado.

III) DA FINALIDADE

1. As Salas de Recursos Multifuncionais Tipo II e/ou Centro de Atendimento

Educacional Especializado na Área da Deficiência Visual, independente de seu

funcionamento ser em escola da rede pública, instituições comunitárias ou

filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a Secretaria de Educação, tem

como principal finalidade em turno contrário ao da escolarização, a garantia de

oferta do AEE, a organização, disponibilização de recursos, serviços pedagógicos e

de acesso para o atendimento às necessidades educacionais específicas, do aluno

com deficiência visual, desde a educação infantil, conforme prevê a legislação.

2. A oferta de orientações do professor itinerante, às escolas do ensino regular em

turno contrário à matricula dos alunos cegos, de baixa visão ou outros

acometimentos visuais matriculados nas diferentes etapas da Educação Básica,

orientando no desenvolvimento de atividades para a participação e acesso ao

conhecimento formal e à aprendizagem.

3. A oferta do atendimento pedagógico especializado, de forma não substitutiva à

escolarização dos alunos com deficiência visual matriculados na Educação Básica

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do município, independente da rede de sua matrícula (municipal e estadual),

considerando o direito do aluno.

IV) DO INGRESSO

1. Para frequentar as Salas de Recursos Multifuncionais Tipo II ou Centro de

Atendimento Educacional Especializado na Área da Deficiência Visual, os alunos

deverão estar preferencialmente matriculados na Educação Básica.

2. Os pais e/ou responsáveis pelo aluno deverão apresentar na matrícula o

diagnóstico oftalmológico que comprove a deficiência visual.

3. Caberá ao professor especializado realizar, no momento do ingresso, avaliação

pedagógica para identificar conhecimentos apropriados em relação à Orientação e

Mobilidade, Sistema Braille, Metodologia do Soroban, necessidade de ampliação de

textos, estimulação visual, dentre outros, de modo a desenvolver proposta

pedagógica que contemple a especificidade do aluno, bem como, deverá propor

orientações para o acesso ao currículo para o professor do ensino regular, e

encaminhamentos complementares, quando necessário.

4. O relatório de acompanhamento da aprendizagem constitui-se em documentação

escolar oficial do aluno e deverá ser atualizada, periodicamente (semestral), pelo

professor conforme indicado no Projeto Político-Pedagógico do Estabelecimento.

V) DA ORGANIZAÇÃO

1. As Salas de Recursos Multifuncionais Tipo II ou o Centro de Atendimento

Educacional Especializado na Área da Deficiência Visual – CAEDV é um

Atendimento Educacional Especializado - AEE que funciona nas escolas da rede

pública, no turno inverso da escolarização, não sendo substitutivo às classes

comuns.

2. A elaboração e execução do Plano de AEE são de competência dos professores

que atuam nestes serviços, em articulação com os demais professores do ensino

regular.

3. O Projeto Político-Pedagógico da escola onde estão em funcionamento os apoios,

deve institucionalizar a oferta do AEE, prevendo sua organização.

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4. A organização dos Centros de Atendimento Educacional Especializado na Área

da Deficiência Visual das Instituições privadas sem fins lucrativos conveniadas para

o AEE, deverão prever a oferta desse atendimento no Projeto Político-Pedagógico e

submetê-lo à aprovação da Secretaria de Estado da Educação

5. A carga horária mínima para funcionamento das Salas de Recursos

Multifuncionais Tipo II ou o CAEDV é de 20 horas semanais, nos turnos matutino,

vespertino e/ou noturno, a depender da necessidade dos alunos matriculados.

6. As Salas de Recursos Multifuncionais Tipo II ou o CAEDV poderá atender, no

máximo, 10 (dez) alunos, de forma individual e/ou coletiva, no contraturno de sua

matrícula no ensino regular.

7. Nos casos em que haja problemas de transporte para o deslocamento diário do

aluno, o atendimento poderá ser realizado em período integral (4 horas diárias),

desde que seja ofertado em dias alternados.

8. O agrupamento dos alunos será realizado por meio de cronograma, contemplando

os seguintes critérios de organização:

a) momentos coletivos, envolvendo todos os alunos matriculados, para promover a

identificação com seus pares, convivência e a aprendizagem;

b) grupos formados pelo nível de conhecimento do Sistema Braille, Metodologia do

Soroban, independentemente, de sua série de matrícula no ensino regular,

oferecendo condições de aprendizagem e possibilidades metodológicas que

favoreçam o aproveitamento escolar;

c) caso seja necessário, o professor poderá realizar atendimento ao aluno por meio

do serviço itinerante na sala de aula do ensino regular, oferecendo orientações ao

professor regente sobre recursos pedagógicos e de acessibilidade utilizados pelo

aluno promovendo sua autonomia, participação e acesso ao currículo;

d) o cronograma de atendimento deverá ser elaborado pelo professor(a) da Salas de

Recursos Multifuncionais Tipo II ou do CAEDV, com participação da equipe técnico

pedagógica da escola, de modo a garantir o cumprimento de sua carga horária

semanal integral, assegurando hora/atividade, conforme Lei Complementar

103/2004;

e) garantir e fazer constar no cronograma um horário disponível para que o

professor especializado possa participar do Conselho de classe, bem como orientar

o professor de classe comum sobre os procedimentos didático-pedagógicos

necessários que oportunizem ao aluno acesso à aprendizagem.

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VI) DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR

1. Para atuar nas Salas de Recursos Multifuncionais Tipo II ou no Centro de

Atendimento Educacional Especializado na Área da Deficiência Visual – CAEDV, o

professor deverá comprovar sua formação, conforme indicado na Deliberação Nº.

02/03 CEE:

“Art.33 A formação de professores para Educação Especial em nível superior dar-se-

á:

I. em cursos de licenciatura em educação especial associados ou não à licenciatura

para educação infantil ou para os anos iniciais do ensino fundamental;

II. em cursos de pós graduação específico para educação especial;

IV. em programas especiais de complementação pedagógica nos termos da

legislação vigente.”

VII) DOS RECURSOS MATERIAIS

1. Espaço Físico: sala de aula com espaço, localização, salubridade, iluminação e

ventilação adequados, de acordo com os padrões da Associação Brasileira de

Normas Técnicas (ABNT 9050/1994).

2. Materiais pedagógicos: a mantenedora do Estabelecimento de Ensino deverá

prever e prover recursos materiais, técnicos e/ou tecnológicos específicos, que

viabilizem o acesso à comunicação, à informação e à educação dos alunos com

deficiência visual.

3. Os materiais pedagógicos, cedidos pelo Departamento de Educação Especial e

Inclusão Educacional/SEED, farão parte do acervo dos CAEDVs, e deverão ser

realocados em caso de transferência de endereço do serviço.

4. Os recursos que compõem o Kit da Sala de Recursos Multifuncionais podem ser

disponibilizados para os alunos utilizarem na sala de aula nas atividades escolares,

e para realizarem seus estudos e tarefas em domicílio, mediante assinatura de

termo de responsabilidade. Esses equipamentos são de uso exclusivo do aluno e

do professor do atendimento educacional especializado, não podendo ser utilizados

para outros fins.

5. Quando for cessada a Sala de Recursos Multifuncionais ou não tiver mais os

alunos indicados no Censo Escolar/INEP, o diretor do estabelecimento de ensino

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deve comunicar à equipe de educação especial do NRE jurisdicionado, a

disponibilidade dos equipamentos e esta tomará as medidas cabíveis.

VIII) DAS ATRIBUIÇÕES DO PROFESSOR

1. Figuram como responsabilidades do professor especializado no contraturno e no

Atendimento Educacional itinerante, as seguintes atribuições:

a) promover a triagem visual e encaminhamento oftalmológico quando necessário;

b) estabelecer a articulação com a equipe pedagógica das escolas para a realização

da Formação Continuada dos professores do ensino regular;

c) elaborar, executar e avaliar o Plano de AEE do aluno, contemplando: a

identificação das necessidades educacionais específicas dos alunos; a definição e

organização das estratégias metodológicas, serviços e recursos pedagógicos e de

acessibilidade; o tipo de atendimento conforme as necessidades educacionais

específicas dos alunos; o cronograma do atendimento e a carga horária, individual

ou em pequenos grupos;

d) garantir e apoiar a alfabetização pelo Sistema Braille desenvolvendo práticas de

letramento;

e) produzir materiais didáticos e pedagógicos acessíveis, considerando as

necessidades educacionais específicas dos alunos e os desafios que este vivencia

no ensino regular, a partir dos objetivos e atividades propostas no currículo;

f) realizar reuniões periódicas com os professores da sala de aula comum, na qual o

aluno está matriculado, para orientações quanto: formas de comunicação/interação

com os alunos cegos, de baixa visão ou outros acometimentos visuais com

utilização de estratégias metodológicas alternativas, que viabilizem o acesso ao

conhecimento;

g) desenvolver atividades do AEE, de acordo com as necessidades educacionais

específicas dos alunos, tais como: ensino da Informática acessível; ensino do

Sistema Braille; ensino do uso do Soroban; ensino das técnicas para a Orientação e

Mobilidade;

Atividades de Vida Autônoma e Social;

h) oportunizar ao professor do ensino regular critérios de avaliação coerentes com o

aprendizado do Sistema Braille e metodologia do Soroban (aluno cego), como

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também do aluno de baixa visão ou outros acometimentos visuais, na correção das

provas escritas, valorizando e reconhecendo as especificidades desse alunado.

i) realizar relatório descritivo do desenvolvimento integral do aluno e da apropriação

do conteúdo acadêmico, além de outros aspectos julgados relevantes.

IX) AUTORIZAÇÃO, RENOVAÇÃO E CESSAÇÃO

1. As Salas de Recursos Multifuncionais Tipo II ou o Centro de Atendimento

Educacional Especializado na Área da Deficiência Visual poderá funcionar em

estabelecimentos de ensino regular, (público, particular) que ofertam Educação

Básica, ou Instituições conveniadas devidamente autorizadas pela Secretaria de

Estado da Educação, de acordo com as exigências estabelecidas pela

Superintendência de Desenvolvimento Educacional/Coordenação de Estrutura e

Funcionamento – SUDE/CEF/SEED.

2. Para a autorização, cessação e renovação das Salas de Recursos Multifuncionais

Tipo II e/ou dos Centros de Atendimento Educacional Especializado na Área da

Deficiência Visual é necessário:

a) análise e parecer da equipe técnico pedagógica da Educação Especial dos NREs,

quanto à necessidade do atendimento;

b) análise de ingresso;

c) verificação do espaço físico adequado;

d) ter matricula preferencialmente na Educação Básica;

e) análise e parecer da equipe técnico pedagógica da Área da Deficiência Visual do

DEEIN;

f) autorização de acordo com a documentação exigida pela Coordenação de

Estrutura e Funcionamento da SEED.

X) DA PERMANÊNCIA E DESLIGAMENTO

1. A permanência do aluno nas Salas de Recursos Multifuncionais Tipo II ou

CAEDV, no atendimento por contra turno e itinerância, estará condicionada à

necessidade de apoio ao processo de escolarização na Educação Básica,

independentemente de sua faixa etária.

2. Ao concluir o Ensino Médio, o desligamento do aluno far-se-á automaticamente.

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Page 140: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ€¦ · CADERNO PEDAGÓGICO PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DOS ... 4.1 UNIDADE I – FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E

3. Em caso de transferência e/ou desligamento das Salas de Recursos

Multifuncionais Tipo II ou nos CAEDVs, o Estabelecimento de Ensino deverá

fornecer ao aluno relatório descritivo que sintetize a especificidade do atendimento

(cegueira/baixa visão e outros acometimentos visuais), aspectos do

desenvolvimento e aprendizagem em seu percurso acadêmico, desde o ingresso

nas Salas de Recursos Multifuncionais Tipo II ou no Centro de Atendimento

Educacional Especializado na Área da Deficiência Visual.

XI)Casos omissos serão resolvidos pelo DEEIN.

Curitiba, 08 de novembro de 2010.

Alayde Maria Pinto Digiovanni

Superintendente da Educação

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