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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA CRISTIANE DALAGUA PAIER QUALIDADE FÍSICA E MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO EM SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA SUBMETIDO A DOSES DE NITROGÊNIO DISSERTAÇÃO PATO BRANCO 2015

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

CRISTIANE DALAGUA PAIER

QUALIDADE FÍSICA E MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO EM SISTEMA DE

INTEGRAÇÃO LAVOURA – PECUÁRIA SUBMETIDO A DOSES DE NITROGÊNIO

DISSERTAÇÃO

PATO BRANCO

2015

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

CRISTIANE DALAGUA PAIER

QUALIDADE FÍSICA E MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO EM SISTEMA DE

INTEGRAÇÃO LAVOURA – PECUÁRIA SUBMETIDO A DOSES DE NITROGÊNIO

DISSERTAÇÃO

PATO BRANCO

2015

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CRISTIANE DALAGUA PAIER

QUALIDADE FÍSICA E MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO EM SISTEMA DE

INTEGRAÇÃO LAVOURA – PECUÁRIA SUBMETIDO A DOSES DE NITROGÊNIO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Agronomia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Pato Branco, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Agronomia - Área de Concentração: Produção Vegetal. Orientador: Prof. Dr. Paulo Cesar Conceição Co-Orientador: Prof. Dr. Laércio Ricardo Sartor Co-Orientador: Dr. Vitor Cauduro Girardello

PATO BRANCO

2015

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Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Câmpus Pato Branco Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação

Programa de Pós-Graduação em Agronomia

TERMO DE APROVAÇÃO

Título da dissertação n° 105

QUALIDADE FÍSICA E MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO EM SISTEMA DE

INTEGRAÇÃO LAVOURA – PECUÁRIA SUBMETIDO A DOSES DE NITROGÊNIO

por

CRISTIANE DALAGUA PAIER

Dissertação apresentada às treze horas e trinta minutos do dia vinte e cinco de fevereiro de dois mil e quinze, como requisito parcial para obtenção do título de MESTRE EM AGRONOMIA, Linha de Pesquisa – Produção vegetal, Programa de Pós-Graduação em Agronomia (Área de Concentração: Produção vegetal) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Pato Branco. O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho Aprovado Banca examinadora:

Dr. Vitor Cauduro Girardello UTFPR

Prof. Dr. Laércio Ricardo Sartor UTFPR

Prof. Dr. Itacir Eloi Sandini UNICENTRO

Prof. Dr. Paulo Cesar Conceição UTFPR

Orientador Visto da Coordenação:

Prof. Dr. Giovani Benin Coordenador do PPGAG

* “O Termo de Aprovação assinado encontra-se na Coordenação do PPGAG.”

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Aos meus pais Vera e Vilso Paier

Aos meus irmãos Cleiton e Izabela Paier

Dedico

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AGRADECIMENTOS

A Deus por guiar e iluminar meu caminho todos os dias. E por me

fortalecer nos momentos difíceis.

Aos meus pais Vera e Vilso Paier, por todos os ensinamentos e valores

que me transmitiram durante esses anos. Por me encorajar, amparar, pela confiança,

paciência e pelo apoio, que foram extremamente importantes para que eu chegasse

até aqui.

Ao professor Paulo Cesar Conceição, pela orientação, incentivo,

paciência e os conhecimentos transmitidos desde o período de graduação.

Aos Drs. Vitor Cauduro Girardello e Laércio Ricardo Sartor pela co-

orientação e pelas contribuições feitas, as quais foram muito importantes para o

desenvolvimento do trabalho.

Ao Dr. Itacir Eloi Sandini por conceder a área experimental para as

avaliações.

Aos colegas e amigos do Grupo de Manejo e Conservação do Solo,

Ana R. Dahlem Ziech, Anderson Welter, Carlos T. Heberle, Cidimar Cassol, Dionata

Piske, Gilvanei Candioto, Jaqueline K. da Rosa, Jaqueline M. de Oliveira, Jéssica

Camile, Joseane Derengoski, Maiara Haskel, Nilson M. Balin, Samanta K. Almeida,

Thyara Hilmann e Vitor C. Girardello, pelo auxílio nas coletas de solo, análises

laboratoriais, pela amizade e pelos momentos divertidos e felizes que passamos

juntos. Vocês foram muito importantes para a construção deste trabalho.

À CAPES pela concessão da bolsa.

À UTFPR Câmpus Dois Vizinhos pela estrutura disponibilizada.

Aos familiares e amigos pelo incentivo, apoio e compreensão.

MUITO OBRIGADA!

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“Destruam as cidades e conservem os campos, e as cidades ressurgirão. Destruam os campos e conservem as cidades e estas sucumbirão”. (ABRAHAM LINCOLM)

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RESUMO PAIER DALAGUA, Cristiane. Qualidade física e matéria orgânica do solo em sistema de integração lavoura – pecuária submetido a doses de nitrogênio. 74 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Programa de Pós-Graduação em Agronomia (Área de Concentração: Produção vegetal), Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2015. O pisoteio dos animais favorece o processo de compactação do solo em áreas de Integração Lavoura Pecuária. Essa compactação apresenta efeitos negativos, dificultando o desenvolvimento de raízes, a disponibilidade de nutrientes, água e aeração, ocasionando perdas na produção, tornando-se indispensável à avaliação dos atributos físicos do solo para o monitoramento da qualidade do solo. A matéria orgânica do solo pode ser utilizada para avaliar a qualidade do solo, por apresentar relação com os atributos químicos, físicos e biológicos do solo. Sistemas de manejo conservacionistas com o plantio direto, juntamente com sistemas de integração entre lavoura e pecuária estão sendo utilizados para manter e até mesmo aumentar os teores de matéria orgânica do solo. Para avaliar estas questões está instalado na cidade de Guarapuava, PR, desde 2006, um experimento de integração lavoura – pecuária com ovinos, sob um Latossolo Bruno álico com textura argilosa, sob um clima classificado como Cfb. O estudo teve objetivo avaliar os atributos físicos do solo e quantificar o estoque de carbono orgânico do solo e sua compartimentalização em sistema submetido a quatro doses de N (0, 75, 150 e 225 kg ha-1) na pastagem de inverno, formada pelo consórcio de aveia preta (Avena strigosa) e azevém comum (Lolium multiflorum) e o efeito do pastejo (com e sem). As avaliações de densidade, porosidade total, macroporosidade, microporosidade, agregação e estoques de carbono foram realizadas em duas fases: Fase pecuária (após a saída dos animais da área) e fase lavoura (após o cultivo de milho). As coletas das mostras de solo foram realizadas nas camadas de 0-0,5, 0,05-0,10, e 0,10-0,20 m. Os dados foram submetidos à análise de variância e as hipóteses testadas pelo teste F (p<0,05). Para os dados de efeito quantitativo foram realizadas análises de regressão e os de efeito qualitativo utilizou-se o teste de médias. Nas regressões não significativas utilizou-se a média dos tratamentos e o desvio padrão. O pisoteio animal ocasionou um aumento na densidade do solo na camada de 0,10-0,20 m. A dose de 225 kg de N ha-1 na pastagem de inverno aumentou a porosidade total do solo em 8% em relação a dose 0 kg de N ha-1 na fase lavoura. O pastejo não influenciou na macroporosidade do solo. O Diâmetro médio geométrico dos agregados na fase após pastejo na camada superficial foi prejudicado pelo pastejo. As doses de nitrogênio aplicadas na pastagem de inverno e o pastejo não influenciam nos estoques de carbono orgânico total (COT) e que também não é influenciado pelas doses de nitrogênio aplicadas na pastagem. O pastejo aumenta o estoque de carbono orgânico particulado (COP) na camada de 0,10-0,20 m na fase pecuária e causa no estoque de COP na camada de 0-0,5 m na fase lavoura. O carbono associado aos minerais (CAM) não é influenciado pelas doses de N aplicadas na pastagem, nem pelo pastejo. Palavras-chave: Atributos físicos. Estoques de carbono. Nitrogênio

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ABSTRACT PAIER DALAGUA, Cristiane. Physical quality and soil organic matter in integrated crop - livestock system subjected to nitrogen .74 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Programa de Pós-Graduação em Agronomia (Área de Concentração: Produção vegetal), Federal University of Technology - Paraná. Pato Branco, 2015. The animal trampling favors the soil compaction process in sheep raising and crop production integrated systems. This compression has negative effects, hindering the development of roots, the availability of nutrients, water and aeration, causing production losses, making it essential for the assessment of soil physical attributes for monitoring soil quality. Soil organic matter can be used to assess the quality of the soil, due to its relationship with the chemical, physical and biological soil properties. Conservation management system with tillage, along with systems integration between crops and livestock are being used to maintain and even increase the levels of soil organic matter. For that, a field experiment was carried out over a Oxisol clayey Alic in Guarapuava, PR, from de 2006 one. experiment sheep raising and crop production integrated systems The climate classified as Cfb .. The study was to evaluate the soil physical properties and quantify the stock of soil organic carbon and its compartmentalization in system integration crop - livestock with sheep under four nitrogen rates (0, 75, 150 and 225 kg ha-1) in the winter pasture, formed by the consortium oat (Avena strigosa) and ryegrass (Lolium multiflorum) and the effect of grazing (with and without). The soil samples blades density evaluations, total porosity, macro and micro, aggregation and carbon stocks were held in two phases: Phase livestock (after removal of the animals of the area) and phase crop (after maize cultivation). The collection of soil samples were carried out in layers of 0-0.5, 0.05-0.10, 0.10-0.20 and m. Data were subjected to analysis of variance and the hypotheses tested by the F test (p <0.05). For the quantitative effect data regression and the qualitative effect used the test medium. In non-significant regressions used the average and standard deviation treatments. The animal trampling caused an increase in bulk density in the 0.10-0.20 m layer. The dose of 225 kg N ha-1 in winter pasture increased total soil porosity at 8% compared to dose 0 kg N ha-1 in the crop stage. The grazing had no effect on soil macroporosity. GMD of aggregates in the phase after grazing the surface layer was damaged by grazing. Nitrogen rates used in the winter pasture and grazing not influence the total organic carbon stocks. The TOC is not influenced by nitrogen fertilization on grassland. The grazing increases the stock of POC in the 0.10-0.20 m layer livestock phase and cause the stock of POC in the 0-0.5 m layer in the crop stage. The MAC is not influenced by N rates applied in the pasture or by grazing. Keywords: Physical attributes. Carbon stocks. Nitrogen.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Croqui da área experimental com ILP no município de Guarapuava, PR. . 27

Figura 2- Densidade do solo em função da aplicação de doses de N na pastagem de inverno (média dos dados com e sem pastejo). UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015. ......................................................................................... 33

Figura 3- Densidade do solo na camada de 0-0,05 m para as áreas com e sem pastejo em função da aplicação de diferentes doses de N na pastagem de inverno. UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015. .................................. 34

Figura 4- Porosidade total do solo em função da aplicação de doses de N na pastagem de inverno (média com e sem pastejo). UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015. ......................................................................................... 36

Figura 5- Microporosidade do solo em função da aplicação de doses de N na pastagem de inverno (médias com e sem pastejo). UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015. ................................................................................. 38

Figura 6- Macroporosidade do solo em função da aplicação de doses de N na pastagem de inverno (média dos dados com e sem pastejo). UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015. .................................................................. 40

Figura 7- Macroporosidade do solo na camada de 0,05-0,10 m na fase pecuária para as áreas com e sem pastejo em função da aplicação de diferentes doses de N na pastagem de inverno. UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015. .... 41

Figura 8- Diâmetro médio geométrico (DMG) dos agregados do solo em função da aplicação de doses de N na pastagem de inverno (média dos dados com e sem pastejo). UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015. ........................... 43

Figura 9- Diâmetro médio dos agregados do solo referente às áreas com e sem pastejo nos diferentes períodos de coleta do solo. Médias seguidas por letras distintas sobre cada coluna dentro de cada profundidade diferem-se pelo teste de Tukey (p<0,05), UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015. 45

Figura 10- Estoque de COT (carbono orgânico total) do solo em função da aplicação de doses de N na pastagem de inverno (média com e sem pastejo). UTFPR, Pato Branco, 2015. ................................................................... 58

Figura 11- Estoque de COP (carbono orgânico particulado) do solo em função da aplicação de doses de N na pastagem de inverno (média com e sem pastejo). UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015. ...................................... 61

Figura 12- Estoque de CAM (carbono associado aos minerais) do solo em função da aplicação de doses de N na pastagem de inverno (média com e sem pastejo). UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015. ...................................... 64

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Densidade do solo nas diferentes fases de avaliação (média entre as

doses de N). UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015. ............................... 34

Tabela 2- Resumo da análise de variância para a interação entre os fatores doses de nitrogênio e pastejo (com e sem) na porosidade total do solo. UTFPR, Câmpus Pato Branco,2015. ................................................................... 35

Tabela 3- Porosidade total do solo (m m-³) das áreas com pastejo (CP) e sem pastejo (SP) nos diferentes fases de fases de avaliação. UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015. ......................................................................................... 37

Tabela 4- Resumo da análise de variância para a interação entre os fatores doses de nitrogênio e pastejo (com e sem) na microporosidade do solo. UTFPR, Câmpus Pato Branco,2015. ................................................................... 38

Tabela 5- Microporosidade do solo m m³ das áreas com pastejo (CP) e sem pastejo (SP) nas diferentes fases de coleta do solo. UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015. ......................................................................................... 39

Tabela 6- Resumo da análise de variância para a interação entre os fatores doses de nitrogênio e pastejo (com e sem) na macroporosidade do solo. UTFPR, Câmpus Pato Branco,2015. ................................................................... 40

Tabela 7- Macroporosidade do solo das áreas com pastejo (CP) e sem pastejo (SP) nos diferentes períodos de coleta do solo UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015. ...................................................................................................... 42

Tabela 8- Resumo da análise de variância para a interação entre os fatores doses de nitrogênio e pastejo (com e sem) no diâmetro médio geométrico dos agregados do solo. UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015 ..................... 43

Tabela 9- Resumo da análise de variância para a interação entre os fatores doses de nitrogênio e pastejo no estoque de carbono orgânico total (COT). UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015. .................................................... 57

Tabela 10- Carbono orgânico total (COT) das áreas com pastejo (CP) e sem pastejo (SP) para as diferentes fases de avaliação. UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015. ......................................................................................... 60

Tabela 11- Resumo da análise de variância para a interação entre os fatores doses de nitrogênio e pastejo no estoque de carbono orgânico total (COT). UTFPR, Câmpus Pato Branco,2015. ..................................................... 61

Tabela 12- Carbono orgânico particulado (COP) das áreas com pastejo e sem pastejo para as diferentes fases de avaliação. UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015. ......................................................................................... 63

Tabela 13- Resumo da análise de variância para a interação entre os fatores doses de nitrogênio e pastejo no estoque de carbono associado ao minerais (CAM). UTFPR, Câmpus Pato Branco,2015. ......................................... 63

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Tabela 14- Carbono associado aos minerais (CAM) das áreas com pastejo e sem pastejo para as diferentes fases de avaliação. UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015. ......................................................................................... 65

Tabela 15- Relação entre estoque de COP /COT e CAM/COT nas diferentes fases de avaliação (média entre as doses de N e o fator pastejo). UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015. .................................................................. 65

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LISTA DE SIGLAS

CAM Carbono associado aos minerais COP Carbono orgânico particulado COT Carbono orgânico total DMG Diâmetro médio geométrico Ds Densidade do solo Embrapa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária ILP Integração lavoura-pecuária Ma Macroporosidade Mi Microporosidade MS Unidade da Federação- Mato Grosso do Sul Mss Massa de solo seco em estufa PD Plantio direto PR Unidade da Federação – Paraná Pt Porosidade total RS Unidade da Federação- Rio Grande do Sul SEAB Secretaria de agricultura e do abastecimento SILP Sistema de Integração lavoura-pecuária SPD Sistema de plantio direto Vc Volume do cilindro

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LISTA DE ABREVIATURAS C Carbono cm Centímetros cm³ Centímetros cúbicos g gramas ha Hectare m Metros m³ Metros cúbicos Mg Mega Gramas N Nitrogênio

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Sumário

1 INTRODUÇÃO GERAL .......................................................................................... 15

2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 20

2.1 Objetivo Geral ..................................................................................................... 20

3 CAPÍTULO I – ALTERAÇÕES NOS ATRIBUTOS FÍSICOS DO SOLO EM SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA – PECUÁRIA COM OVINOS, APÓS A APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE N ......................................................... 21

3.1 RESUMO ......................................................................................................... 22

3.3 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 24

3.4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 26

3.4.1 Área experimental ..................................................................................... 26

3.4.2 Pastagem de inverno e cultura do milho ................................................... 27

3.4.3 Delineamento experimental ....................................................................... 28

3.4.4 Coletas de solo .......................................................................................... 28

3.4.5 Avaliação dos atributos físicos do solo ...................................................... 28

3.4.5.1 Densidade do solo .................................................................................. 28

3.4.5.2 Porosidade total, microporosidade e macroporosidade do solo ............. 29

3.4.5.3 Diâmetro médio dos agregados solo ...................................................... 30

3.4.6 Análise estatística ...................................................................................... 30

3.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 32

3.5.1 Densidade do solo..................................................................................... 32

3.5.2 Porosidade do solo .................................................................................... 35

3.5.3 Microporosidade do solo ........................................................................... 37

3.5.4 Macroporosidade do solo .......................................................................... 39

3.5.5 Diâmetro médio geométrico dos agregados do solo estáveis em água .... 42

3.6 CONCLUSÕES ................................................................................................ 46

4 CAPÍTULO II – MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO EM SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA COM OVINOS ...................................................................... 47

4.1 RESUMO ......................................................................................................... 48

4.2 ABSTRACT ...................................................................................................... 49

4.3 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 50

4.4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 53

4.4.1 Área experimental ..................................................................................... 53

4.4.2 Delineamento experimental ....................................................................... 54

4.4.4 Fracionamento granulométrico da matéria orgânica do solo ..................... 55

4.4.5 Teor de carbono no solo ............................................................................ 55

4.4.6 Analise estatística ...................................................................................... 55

4.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 57

4.5.1 Estoques de Carbono no solo ....................................................................... 57

4.6 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 66

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 67

6 REFERENCIAS ...................................................................................................... 68

ANEXOS ................................................................................................................... 74

ANEXO A- Procedimento de preparo das amostras e análises de agregados estáveis em água. .................................................................................................. 74

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1 INTRODUÇÃO GERAL

O Paraná destaca-se no cenário da agricultura nacional por ser um

dos maiores produtores de grãos, ocupando a segunda posição no ranking

nacional. A produção agrícola do estado na safra de 2013/2014 foi de 36,1 milhões

de toneladas, cultivados em 5,8 milhões de hectares, destacando-se a produção de

soja e milho. De toda a área utilizada para a agricultura, apenas 27% foram

utilizados na safa de 2013/2014 com cereais de inverno (SEAB, 2014). Dentre os

motivos que levam ao desinteresse dos produtores pelas culturas de inverno estão

à baixa rentabilidade, os riscos de perdas da safra em virtude de geadas e

problemas sanitários, além dos baixos preços finais dos produtos. Neste sentido,

em muitas propriedades rurais, durante os períodos hibernais o solo é deixado em

pousio e em alguns casos faz – se o uso de plantas de cobertura do solo

(ANDREOLLA, 2010).

No período de inverno as pastagens perenes apresentam baixa

qualidade e produção de matéria seca, comprometendo a qualidade nutricional,

ocasionando perdas na produção de carne e leite e a elevação dos custos de

produção.Nesse período do ano, o produtor pode fazer o uso de pastagens de

inverno, pois apresentam valor nutricional elevado.

A partir deste contexto de dificuldade de cultivo de culturas hibernais,

associado com a baixa produção das pastagens no período de inverno, surge a

possibilidade de integrar áreas produtoras de grãos, nos meses de verão, com a

atividade pecuária, durante os meses de inverno, fazendo o uso das áreas em

pousio ou das áreas ocupadas por plantas de cobertura do solo (LOPES et al.,

2009). O sistema de integração lavoura-pecuária (ILP) possibilita a produção de

pastagens anuais durante o período que a área não está ocupada com culturas de

grãos, sendo a aveia preta (Avena strigosa) e o azevém (Lolium multiflorum) as

duas culturas mais utilizadas para este fim durante o inverno.

Na região Sul do país o sistema ILP adotado caracteriza-se pelo uso

de uma cultura anual para a produção de grãos no verão, em especial a soja por

questões econômicas e espécies de gramínea para formar a pastagem de inverno.

Segundo Macedo (2009) a ILP pode ser definida como sistemas para produção de

grãos, fibras, carne, leite, lã, que tem por objetivo maximizar o uso dos ciclos

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17

biológicos de plantas, animais e seus respectivos resíduos (MACEDO, 2009;

BORTOLINI et al., 2013).

O sistema de ILP necessariamente não precisa ser utilizado somente

para a alimentação de bovinos, mas pode também ser para alimentação de ovinos,

uma vez que o estado do Paraná é o 6º maior produtor de ovinos do país,

apresentando um rebanho em torno de 638 mil animais (SEAB,2013). A produção e

a terminação de ovinos em pastagens hibernais é uma alternativa para incrementar

esta atividade (FREITAS, 2008), uma vez que estas forrageiras de inverno

apresentam alto valor nutricional e há menor disponibilidade de forrageiras perenes

durante esse período.

Os sistemas de integração quando utilizado e manejado de forma

adequada pode trazer benefícios às propriedades físicas do solo, pois o uso de

pastagem em áreas de lavoura com sistema de plantio direto (SPD) promove

melhorias nas propriedades físicas do solo. Segundo Marchão (2007), podem

ocorrer aumentos na estabilidade dos agregados, na macroporosidade e na

condutividade hidráulica, devido à ausência de preparo do solo durante o ciclo da

forrageira, ao tipo de sistema radicular das gramíneas, que atua como agente

agregante e pela maior atividade da macrofauna em solos sob pastagem.

A ILP também favorece as propriedades químicas e biológicas do

solo, quebrando o ciclo de pragas e doenças, aumentando a atividade biológica,

melhorando a fertilidade, através da ciclagem de nutrientes (MACEDO, 2009) e

promove aumentos nos teores de MO do solo devido à presença de palha e do

sistema radicular das gramíneas (LOSS et al., 2011).

Apesar das vantagens que o sistema pode trazer ao solo, muitos

produtores têm receio em introduzir a ILP em suas propriedades com medo que os

animais causem a compactação solo e com isso ocorram perdas na produção de

grãos, porém em sistemas bem manejados este fato não ocorre (LANZANOVA,

2005).

O processo de compactação pode ocasionar o aumento da densidade

do solo, redução da porosidade, da continuidade de poros, da permeabilidade e

disponibilidade de nutrientes e água (STRECK et al., 2004). Isso dificulta o

desenvolvimento do sistema radicular em condições de baixa umidade, e reduz a

sua oxigenação em condições de excesso de umidade (ALBUQUERQUE;

SANGOI; ENDER, 2001), ocasionando a perda da qualidade do solo. No entanto,

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os danos causados às propriedades físicas do solo, pelo pisoteio animal, como o

aumento da densidade, diminuição da macroporosidade, aumento da resistência à

penetração está restrito as camadas superficiais do solo, podendo ser temporário e

reversível (CASSOL, 2003).

Uma estratégia para reduzir o efeito causado pelos animais sobre o

solo é através da alta produção de biomassa, que atua protegendo o solo do “efeito

dos cascos” dos animais. Em muitos casos, devido a alta exploração da pastagem

e de nutrientes do solo, este efeito protetor é perdido. Além do uso de fontes de

potássio (K) e fósforo (P) torna-se indispensável o uso de fertilizantes nitrogenados

na pastagem.

O uso de N em pastagem, além de proporcionar maior produção de

matéria seca, promove uma distribuição mais uniforme da produção da forragem e

um ciclo mais prolongado (HERINGER; MOOJEN, 2002). Dentre os nutrientes, este

é principal limitante à produção da pastagem, uma vez que tem atuação na indução

dos processos metabólicos, que resultam na produção de matéria seca e no

fornecimento de energia para as gramíneas proporcionando o crescimento de

órgãos e sistemas (CECATO et al.,2000).

O pastejo influencia nos processos de mineralização/imobilização do

nutriente aplicado facilitando a decomposição de substratos e pode elevar a taxa

de reciclagem do N em virtude da deposição das excretas (urina e fezes)

disponibilizando-o para as plantas (SANDINI et al., 2011) O uso de diferentes doses

de N na pastagem de inverno proporciona aumentos na produção de forragem, o

que pode acarretar em mudanças nos atributos químicos, físicos

(ANDREOLLA,2010) e biológicos do solo (RIOS, 2010), em virtude do maior

acúmulo de MO no solo (SARTOR, 2012).

As gramíneas, em especial as pastagens, contribuem para a

agregação do solo em ILP, pois o abundante sistema radicular das gramíneas

desempenha um papel fundamental na formação dos agregados (SALTON et

al.,2011).

Sistemas de produção que proporcionam o aumento nos teores de

MOS são considerados sustentáveis, uma vez que a MOS está relacionada às

condições ambientais e de qualidade do solo (SALTON et al.,2011). No entanto

para perceber os efeitos de manejo do solo sobre a matéria orgânica acumulada,

faz-se necessário avaliar a compartimentalização desta, mediante fracionamento

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da MOS, uma vez que o COT (carbono orgânico total) é menos sensível às práticas

de manejo. Desta forma, o acréscimo ou declínio de C nas frações da MOS pode

fornecer informações sobre os possíveis impactos ocasionados pelos sistemas

agrícolas sob os distintos manejos do solo (SILVA et al 2011).

Considerando os benefícios proporcionados pela ILP, é também

importante avaliar o efeito da aplicação de doses de N na pastagem de inverno e a

influencia destas na qualidade física e estrutural do solo em sistemas de

integrados, uma vez que o N aumenta a produção da pastagem, fazendo com que

o animal se locomova menos em busca de alimento, o que contribui para atenuar o

efeito do pisoteio animal nos atributos físicos do solo e elevar os teores de matéria

orgânica do solo pela deposição de resíduos vegetais na superfície do solo e pelas

excretas dos animais, proporcionando melhorias à qualidade do solo.

O presente estudo visa elucidar as alterações nos atributos físicos do

solo, bem como o efeito da ILP na MOS. No primeiro capítulo será abordado os

efeitos do uso de nitrogênio e do pastejo na densidade do solo, porosidade total,

microporosidade, macroporosidade e agregação do solo. Já no segundo momento

será direcionado para aos estoques de carbono no solo.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Avaliar os efeitos da aplicação de diferentes doses de N na pastagem

de inverno e do pastejo, sobre a qualidade física do solo, carbono orgânico total e

sua compartimentalização em sistema de ILP com ovinos.

2.2 Objetivos Específicos

Avaliar a densidade e a porosidade total do solo;

Avaliar a macroporosidade e microporosidade do solo;

Avaliar a estabilidade em água dos agregados do solo.

Quantificar o estoque total de Carbono do solo e sua

compartimentalização mediante fracionamento físico granulométrico.

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3 CAPÍTULO I – ALTERAÇÕES NOS ATRIBUTOS FÍSICOS DO SOLO EM SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA – PECUÁRIA COM OVINOS, APÓS A APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE N

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3.1 RESUMO A compactação do solo causada pelo pisoteio animal e por implementos agrícolas pode gerar efeitos negativos nos atributos físicos do solo, que dificultará o desenvolvimento de raízes, a disponibilidade de nutrientes, água e aeração, ocasionando perdas na produção. O estudo tem como objetivo avaliar o efeito da aplicação de diferentes doses de N na pastagem de inverno e o efeito do pastejo nos atributos físicos do solo em um sistema de ILP com ovinos. O experimento foi conduzido no município de Guarapuava, PR, sob um Latossolo Bruno àlico com textura argilosa. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso em parcelas subdividas com três repetições. Os tratamentos foram constituídos por quatro doses de N (0, 75,150,225 kg de N ha-1) aplicadas na pastagem de inverno e o pastejo (com e sem). As avaliações de densidade, porosidade total, microporosidade, macroporosidade e DMG foram realizadas em amostras coletadas em duas fases: fase pecuária (após a saída dos animais da área) e fase lavoura (após a colheita do milho) nas camadas de 0-0,05, 0,05-0,10 e 0,10-0,20 m. A densidade do solo na fase pecuária foi menor na camada de 0-0,05 m, sendo que a maior densidade foi observada na camada de 0,10-0,20 m. Na fase lavoura a densidade na camada de 0-0,05 m diminui a medida que aumentam as doses de N. O pastejo diminuiu a porosidade total do solo na fase após pastejo na camada de 0,05-0,10 m. A microporosidade do solo na camada de 0-0,5 m na fase lavoura aumentou com o uso de N na pastagem de inverno, enquanto que nas camadas de 0,05-0,10 e 0,10-0,20 m houve uma diminuição. A macroporosidade não foi alterada em virtude das doses de N em ambas as fases de avaliação. Houve uma redução no DMG do solo na camada de 0,10-0,20 m na fase pecuária, à medida que aumentaram as doses de N aplicadas na pastagem. A área com pastejo apresentou menor DMG comparada a área sem pastejo na fase lavoura. O pisoteio animal proporcionou maior densidade na camada de 0,10-0,20 m. A dose de 225 kg de N ha-1 na pastagem de inverno aumentou a porosidade total do solo em 8 % em relação a dose 0 kg de N ha-1 na fase após colheita do milho. O pastejo não influenciou a macroporosidade do solo. O DMG dos agregados na camada superficial foi prejudicado pelo pastejo.

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3.2 ABSTRACT

Soil compaction caused by animal trampling and farm implements can have negative effects on soil physical properties, which hinder the development of roots, the availability of nutrients, water and aeration, causing production losses. The study aims to evaluate the effect of different doses of N in winter pasture and the effect of grazing on soil physical properties in a ILP system with sheep. The experiment was conducted in Guarapuava, PR, under a oxisol Alico clayey. The experimental design was randomized blocks in subdivided plots with three replications. The treatments consisted of four N rates (0, 75,150,225 kg N ha-1) applied in winter pasture and grazing (with and without). The density evaluations, total porosity, microporosity, macroporosity and aggregation were performed on samples collected in two phases: phase livestock (after removal of the animals of the area) and crop stage (after the corn harvest) in the layers of 0-0, 05, 0.05-0.10 and 0.10-0.20 m. Soil density livestock phase was lower in the 0-0.05 m layer, and the highest density was observed in the 0.10-0.20 m layer. In phase crop density in the 0-0.05 m layer decreases as the increase N. doses grazing reduced the total soil porosity on stage after grazing in the layer of 0.05-0.10 m. The soil layer of microporosity in the crop 0-0.5 m phase increased with the use of C in winter pasture, while the layers 0.05-0.10 and 0.10-0.20 m there was a decrease. The macroporosity was not changed because of the N levels in both phases of evaluation. There was a reduction in soil GMD in the 0.10-0.20 m layer livestock phase, as increased nitrogen rates applied in the pasture. The area with grazing showed lower GMD compared to ungrazed area in the crop stage. The animal trampling provided greater density in the 0.10-0.20 m layer. The dose of 225 kg N ha-1 in winter pasture increased total soil porosity at 8% compared to dose 0 kg N ha-1 at the stage after maize harvest. O grazing did not affect the soil macroporosity. DMG of aggregates in the surface layer was damaged by grazing.

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3.3 INTRODUÇÃO

A região Sul do Brasil caracteriza-se por apresentar baixas

temperaturas durante o inverno associadas à ocorrência de geadas, que

compromete a qualidade e a disponibilidade das pastagens tropicais. Para suprir

essa deficiência de alimentos, são utilizadas forrageiras de inverno como fonte de

alimento para os animais. Essas pastagens são alternativas viáveis para a

alimentação dos animais nas diferentes fases de vida, em especial pela qualidade

nutricional e por suprir a deficiência de alimento nessa estação do ano (LUPATINI

et al.,2013), tendo como espécies mais utilizadas a aveia e o azevém, com

semeadura após a colheita das culturas de verão, geralmente a soja ou o milho.

A adubação nitrogenada nas gramíneas hibernais contribui para

maximizar a produção de forragem. Quando se tem N disponível no solo, logo após

o pastejo há uma rápida expansão das folhas, ocasionando a reposição do tecido

fotossintético, desta forma há uma recuperação da forrageira e do vigor de rebrota

(CECATO et al.,200).

Em um sistema de integração lavoura-pecuária (ILP) deve-se busca a

melhor combinação entre a produção de grãos no verão e produção animal no

inverno, para que a produção animal não cause danos prejudiciais à lavoura e vice

versa. Para isso deve-se otimizar o uso da pastagem e controlar a intensidade de

pastejo, para não alterar a biomassa da forragem, que será utilizada como

cobertura do solo (LUNARDI, 2005).

O tráfego de implementos agrícolas e o pisoteio dos animais

favorecem o processo de compactação do solo em áreas de ILP. Essa

compactação dificulta o desenvolvimento de raízes, a disponibilidade de nutrientes,

água e aeração, diminuindo a produção agropecuária (LANZANOVA, 2005). Os

efeitos da compactação do solo se agravam quando estes são manejados em

condições de umidade inadequadas, acarretando na deformação plástica, que

ocorre acima do limite de friabilidade do solo (CONTE et al., 2011).

Uma das formas de avaliar a compactação é através da densidade do

solo, uma vez que ambas estão correlacionadas, pois quanto maiores os valores

de densidade, maior é o grau de compactação do solo, o que pode restringir o

crescimento e o desenvolvimento das plantas. No entanto, a densidade pode variar

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em um mesmo solo, modificando-se de em função do manejo e da estruturação do

solo (ANDREOLLA, 2010).

A porosidade do solo também é alterada pela compactação do solo,

sendo esta uma das propriedades físicas do solo mais importantes no que diz

respeito a influencia dos sistemas de manejo sobre a produtividade das culturas,

uma vez que o desenvolvimento do sistema radicular das culturas é influenciado

pelos tamanhos de poros e pela sua distribuição no perfil, tornando-se assim de

suma importância a quantificação de tais parâmetros (TORMENA; ROLOFF; SÁ,

1998).

Além da densidade e porosidade do solo, a avaliação da estrutura do

solo através da estabilidade dos agregados é uma peça chave para a avaliação do

sistema de manejo adotado (LANZANOVA 2005) uma vez que a estrutura do solo

promove a aeração e a infiltração de água, reduzindo os riscos de erosão

(FERREIRA et al., 2010), atuando ainda na proteção física da matéria orgânica

(FONSECA et al., 2007).

As alterações nessas propriedades físicas do solo podem ocorrer em

um curto período de tempo, como por exemplo, durante o ciclo de uma cultura ou

durante o período de pastejo intensivo (LANZANOVA, 2005). No entanto, a

descompactação deste solo, pode ser realizada pela atividade da macrofauna e

períodos de diferimento da pastagem após o pastejo, para que haja um acúmulo de

fitomassa e consequentemente o crescimento radicular (LUNARDI,2005).

O uso de N também pode melhorar as qualidades físicas do solo, uma

vez que plantas supridas adequadamente com esse macronutriente possuem um

bom desenvolvimento radicular, modificando, assim, as propriedades químicas e

físicas do solo (SILVA et al., 2013).

O estudo tem como objetivo avaliar o efeito da aplicação de diferentes

doses de N na pastagem de inverno e o efeito do pastejo nos atributos físicos do

solo em um sistema de ILP com ovinos.

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3.4 MATERIAL E MÉTODOS

3.4.1 Área experimental

O experimento vem sendo conduzido desde o ano de 2006 no

Câmpus CEDETEG da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) no

município de Guarapuava, PR, sob as coordenadas 25º33' S e 51º 29' O e altitude

de 1.095 m acima do nível do mar. O solo está classificado como Latossolo Bruno

álico, com relevo suavemente ondulado, substrato de rocha basáltica (EMBRAPA,

2006), com textura argilosa (0,624, 0,311 e 0,080 kg kg-1 de argila, silte e areia,

respectivamente). O clima da região é do tipo Cfb (ALVARES et al., 2013) com

precipitações pluviométricas anuais variáveis de 1400 a 1800 mm.

Anterior a adoção do sistema LP a área experimental estava sendo

utilizada em SPD há oito anos. Desde 2006 a área passou a ser cultivada com

aveia branca (Avena sativa), aveia preta (Avena strigosa) e azevém comum (Lolium

multiflorum) no período de inverno e no período de verão, rotação de milho e feijão

para a produção de grãos.

A área total do experimento é de 74.400 m² h, dos quais são utilizados

62.400m², subdividos em três blocos, cada um contendo 2.088 m² . Cada parcela

principal possui uma área de 5.184 m², onde é isolada uma área de 96 m² para que

não ocorra a entrada dos animais (Figura 1).

Para manter a altura da pastagens utilizou-se piquetes reguladores

para manejo dos animais.

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27

Figura 1- Croqui da área experimental com ILP no município de Guarapuava, PR.

3.4.2 Pastagem de inverno e cultura do milho

A semeadura da pastagem de inverno foi realizada no mês de maio

de 2013. Utilizou-se o consórcio de aveia preta (Avena strigosa) e azevém comum

(Lolium multiflorum), com densidades de semeadura de 60 e 40 kg ha-1

respectivamente.

O pastejo foi realizado por ovinos da raça Ile de France em pastejo

contínuo, com taxa de lotação variável, para manter a altura da pastagem em torno

de 14 cm. Os animais permaneceram na área até o dia 01 de outubro de 2013.

Após a saída dos animais foi realizada a dessecação da pastagem, após foi

realizada a semeadura do milho.

A fonte de N utilizada para a adubação da pastagem foi a uréia com

45% de N, aplicada em uma única vez na pastagem de inverno durante a fase de

perfilhamento.

A semeadura do milho ocorreu no dia 16 de outubro de 2013 em

sistema de plantio direto, com espaçamento de 0,8 m. Para a adubação de P e K

utilizou-se as dosagens de 100 kg ha-1 de P2O5 e de K2O. Para a adubação

nitrogenada utilizou-se 250 kg ha-1 de N, onde 1/3 foi aplicado na linha de

Fonte: Adaptado de Sartor, 2012.

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semeadura e 2/3 em cobertura. A fonte de N utilizada foi a ureia com 45% N. A

colheita foi procedida de forma mecanizada no dia 28 de abril de 2014.

3.4.3 Delineamento experimental

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com

parcelas subdividas e três repetições. Nas parcelas principais foram alocadas

doses de N nas quantidades de 0, 75, 150 e 225 kg ha-1 durante a fase de lavoura.

Nas subparcelas casualizou-se o fator com e sem pastejo (Figura 1).

3.4.4 Coletas de solo

As coletas de solo foram realizadas em duas fases: fase pecuária

(após o pastejo dos ovinos) e fase lavoura (após a colheita do milhos),sendo

amostradas em dois pontos aleatórios por parcelas.

As coletas de solo na fase pecuária se procederam nos dias 15 e 16

de outubro de 2013 e na fase lavoura nos dias 29 e 30 de abril de 2014. Foram

coletadas duas amostras por tratamento para as análises físicas e químicas do

solo, nas profundidades de 0-0,05; 0,05-0,10 e 0,10-0,20 m.

3.4.5 Avaliação dos atributos físicos do solo

3.4.5.1 Densidade do solo

A densidade do solo foi determinada utilizando amostras de solo

indeformadas coletadas com o auxílio de anéis de aço com volume conhecido,

seguindo metodologia descrita por Embrapa (1997). O cálculo da densidade foi

realizado utilizando a seguinte fórmula:

Ds = Mss / Vc,

sendo:

Ds = densidade do solo (g cm-3);

Mss = massa de solo seco em estufa a 105º C (gramas), e

Vc = volume do cilindro (cm3).

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3.4.5.2 Porosidade total, microporosidade e macroporosidade do solo

A porosidade total do solo (Pt) foi calculada pela seguinte expressão:

Pt (%) = % Ma + % Mi,

onde:

Ma= macroporosidade

Mi=microporosidade

A microporosidade do solo foi calculada considerando que a mesma

corresponde à classe de diâmetro de poros que retêm água a uma sucção de 60

cm de coluna de água, utilizando a mesa de tensão, conforme metodologia descrita

por Embrapa (1997).

A fórmula utilizada foi a seguinte:

Mi = (Ms60 – Mss) / Vc * 100,

onde:

Mi = microporosidade (%);

Ms60 = massa do solo após 72 horas na mesa de tensão a uma

sucção de 60 cm de altura de coluna de água (gramas);

Mss = massa de solo seco em estufa a 105º C por 24 horas, e

Vc = volume do cilindro (cm³).

A macroporosidade do solo (Map) foi calculada pela seguinte

expressão:

Ma = (Mssat - Ms60) / Vc * 100,

onde:

Ma = macroporosidade (%),

Mssat = massa de solo saturado (gramas), e

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Ms60 = massa do solo após 72 horas na mesa de tensão a uma

sucção de 60 cm de altura de coluna de água (gramas).

Vc = volume do cilindro (cm³).

3.4.5.3 Diâmetro médio dos agregados solo

A avaliação da estabilidade de agregados do solo estáveis em água

foi realizada pela metodologia descrita por Carpenedo; Mielniczuk (1990). As

amostras foram desagregadas manualmente, com força no sentido de tração, para

evitar compressão nos agregados. Após, foram passados em peneira de 9,5 mm.

peneirados e secos ao ar. Pesou-se duplicatas de 50 gramas de agregados e,

umedeceu-se por capilaridade, durante uma noite em papel filtro. Transferiu-se os

agregados para um conjunto de peneiras de 4,76; 2,00; 1,00; 0,50 e 0,25 mm, e

foram agitadas em água, durante 15 minutos, com 42 oscilações verticais.

As amostras contidas nas peneiras foram secas a 105º C, durante

aproximadamente 24 horas e procedeu-se ao cálculo do peso dos agregados de

cada peneira.

O diâmetro médio geométrico (DMG) dos agregados do solo estáveis

em água foi calculado pela fórmula:

, em que:

wi = proporção de cada classe em relação ao total;

xi = diâmetro médio das classes (mm);

wp = peso dos agregados de cada classe (g).

3.4.6 Análise estatística

Os dados foram submetidos a análise de variância e as hipóteses

testadas pelo teste F (p<0,05), utilizando o programa estatístico SILVA; AZEVEDO

(2002). Para os dados de efeito quantitativo foram realizadas análises de regressão

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utilizando o programa gráfico Sigmaplot (2011). Para as regressões não

significativas utilizou-se a média dos tratamentos e o desvio padrão.

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3.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.5.1 Densidade do solo

A análise de variância dos dados obtidos na fase pecuária, não

identificou interação entre os fatores doses de N aplicadas na pastagem de inverno

e pastejo (Tabela 1). No entanto, na fase lavoura houve interação significativa entre

os fatores na camada de 0-0,05m.

Tabela 1- Resumo da análise de variância para a interação entre os fatores doses de nitrogênio e pastejo (com e sem) na densidade do solo. UTFPR, Câmpus Pato Branco,2015

ns Interação doses de nitrogênio e pastejo não significativa a 5% de probabilidade. *Interação doses de nitrogênio e pastejo significativa a 5% de probabilidade.

Os menores valores de densidade do solo foram observados na

camada de 0-0,05 m (Figura 2 A).

Camadas Fase pecuária

m GL SQ QM F

0-0,05 3 0,00556 0,00185 0,7414ns

0,05-0,10 3 0,00343 0,00114 2,1523ns

0,10-0,20 3 0,00465 0,00155 0,6367ns

-----------------------------------Fase lavoura----------------------------

0-0,05 3 0,00022 0,00073 0,0309*

0,05-0,10 3 0,00103 0,0034 0,2769ns

0,10-0,20 3 0,00191 0,00064 0,4594ns

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Fase pecuária

Doses de N (kg ha-1)

0 75 150 225

De

nsid

ad

e d

o s

olo

(M

g m

³)

0,00

0,92

0,94

0,96

0,98

1,00

1,02

1,04

1,06

1,08

1,10

1,12

1,14

1,16

1,18

1,20

0-0,05 m y=1,0312 - 0,0003x + 1,9314x² r²= 0,79

0,05-0,10 m y=1,1273 - 0,0007x + 2,9348x² r²= 0,71

0,10-0,20 m y= 1,1173 - 0,0002x + 1,4766x² r²= 0,96

Fase lavoura

Doses de N (kg ha-1)

0 75 150 225

0,05-0,10 m y= 1,07 ± 0,012

0,10-0,20 m y= 1,04 ± 0,038

BA

Figura 2- Densidade do solo em função da aplicação de doses de N na pastagem de inverno (média dos dados com e sem pastejo). UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015.

Menores valores de densidade do solo na camada superficial podem

ser atribuídos à maior quantidade de matéria orgânica nessa camada. Braida et al.

(2006) ao determinarem a compactação do solo através do ensaio de Proctor em

um Argissolo Vermelho-Amarelo arênico, com textura franco-arenosa e em um

Nitossolo Vermelho distrófico com textura argilosa, observaram que à medida que

aumentaram os teores de carbono orgânico (CO) no solo, houve a diminuição da

densidade do solo. De acordo com Bortolini et al.(2013), teores mais elevados de

MOS nessa camada, contribui para a redução da densidade média do solo , uma

vez que a MOS é menos densa que a fração mineral, além de levar em

consideração que o material orgânico acumulado nessa camada contribui na

redução das forças compactantes.

Para a fase lavoura houve interação entre as doses do N aplicadas na

pastagem de inverno e o pastejo para a densidade na camada de 0-0,05 m. Para

as camadas de 0,05-0,10 e 0,10-0,20 m não houve interação entre os fatores,

apresentando densidade média de 1,07 e 1,04 Mg m-3 respectivamente (Figura 1

B). Ao avaliar diferentes alturas da pastagem de inverno em sistema de ILP, sob um

Latossolo Vermelho distroférrico, Moreira et al. (2014), observaram na camada de

0,07-0,15 cm densidade que variam de 1,30 à 1,33 Mg m-3.

As áreas com e sem pastejo na fase lavoura apresentaram

comportamento semelhante, em função da aplicação de doses de N na pastagem

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34

de inverno. Nota-se que em ambas as áreas houve há uma tendência de redução

na densidade do solo, com o uso de maiores doses de N (Figura 3). Essa menor

densidade pode estar relacionada com o maior estoque de COP encontrado nessa

camada (capítulo 2, figura 10 B), uma vez que a baixa densidade dos resíduos,

juntamente com a susceptibilidade à deformação e elasticidade, possibilita

minimizar o efeito das cargas aplicadas sobre o solo (BRAIDA et al., 2011).

Fase lavoura

Doses de N (kg ha-1

)

0 75 150 225

Den

sid

ad

e (

Mg

m³)

0,0

0,8

0,9

1,0

1,1

1,2

Com pastejo y= 1,0289 - 0,003x r²= 0,81

Sem pastejo y= 1,0490 - 0,0005x r²= 0,95

Figura 3- Densidade do solo na camada de 0-0,05 m para as áreas com e sem pastejo em função da aplicação de diferentes doses de N na pastagem de inverno. UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015.

Ao avaliar de forma isolada o fator pastejo na fase pecuária, não foi

observada diferença entre as áreas com e sem pastejo nas camadas de 0-0,05 e

0,10-0,20 m para a fase pecuária. Na camada de 0,05-0,10 m observou-se que o

pastejo pelos ovinos aumentou a densidade do solo (Tabela 2).

Tabela 2- Densidade do solo nas diferentes fases de avaliação (média entre as doses de N). UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015.

Fase pecuária Fase lavoura

Profundidade CP SP CV CP SP CV

m -------Mg m-3-------- % ------Mg m-3----- % 0-0,05 1,03ns 1,02 4,85 1,00ns 0,98 4,40

0,05-0,10 1,12a 1,09b 2,08 1,07ns 1,06 3,30 0,10-0,20 1,14ns 1,11 4,37 1,05ns 1,03 3,56

CP= Com pastejo, SP= Sem pastejo, ns= não significativo; médias seguidas por letras distintas na linha dentro de cada fator “fase” diferem-se pelo teste de Tukey (p<0,05).

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35

Os valores de densidade obtidos no presente estudo em ambas as

fases de avaliação, estão abaixo do limite 1,3 Mg m-3, considerado crítico ao

desenvolvimento de plantas em solos muito argilosos (REICHERT; REINERT;

BRAIDA, 2003).

Na fase lavoura não foi observado efeito do pisoteio animal nas

camadas avaliadas, apresentando valores que variaram de 0,98 a 1,07 Mg m-3

(Tabela 2). Ausência de diferença entre áreas com e sem pastejo também foi

observado por Carassai et al., (2011) que ao avaliarem a densidade do solo sob

intensidades de pastejo e métodos de pastoreio com cordeiros em um Argissolo

Vermelho distrófico, não observaram diferenças entre as áreas com e sem pastejo

tanto na fase após pastejo, quanto na fase após as culturas de verão. Flores et al.

(2007), avaliando os atributos físicos do solo em sistema de ILP, com bovinos de

corte, utilizando diferentes alturas da pastagem de inverno (0,10; 0,20; 0,30 e 0,40

m) e área sem pastejo, também não observaram diferenças significativas entre

diferentes alturas da pastagem e a área sem pastejo.

3.5.2 Porosidade do solo

Na avaliação da porosidade total do solo não ocorreu interação

(p<0,05) entre os fatores doses de N aplicadas na pastagem e pastejo (com e sem)

independente da fase de e das profundidades avaliadas (Tabela 3).

Tabela 3- Resumo da análise de variância para a interação entre os fatores doses

de nitrogênio e pastejo (com e sem) na porosidade total do solo. UTFPR, Câmpus Pato Branco,2015.

ns Interação doses de nitrogênio e pastejo não significativa a 5% de probabilidade. *Interação doses de nitrogênio e pastejo significativa a 5% de probabilidade.

Camadas Fase pecuária

m GL SQ QM F 0-0,05 3 22,50755 7,50252 1,2460ns

0,05-0,10 3 173,09449 57,69816 1,1687ns

0,10-0,20 3 75,28303 25,09434 0,2130ns

---------------------------------- Fase lavoura------------------------------------- 0-0,05 3 5,56022 1,85341 0,3915ns

0,05-0,10 3 14,97811 4,99270 0,9437ns

0,10-0,20 3 31,61537 10,53846 1,5780ns

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36

Na fase pecuária observou-se que nenhuma equação de regressão se

adequou ao modelo (Figura 4 A). As diferentes doses de N aplicadas na pastagem

de inverno não apresentaram efeito para esta variável, durante a fase pecuária.

Nota-se que na camada de 0-0,05 m a porosidade total do solo foi 6,8% e 9,1%

maior em relação às camadas de 0,05-0,10 e 0,10-0,20 m respectivamente.

Fase pecuária

Doses de N (kg ha-1)

0 75 150 225

Poro

sid

ade tota

l (m

m³)

0,00,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0-0,05 m y= 0,65 ± 0,013

0,05-0,10 m y= 0,62 ± 0,010

0,10-0,20 m y= 0,60 ± 0,007

Fase lavoura

Doses de N (kg ha-1)

0 75 150 225

0-0,05 m y= 0,60 ± 0,026

0,05-0,10 m y= 0,58 ± 0,008

0,10-0,20 m y= 0,59 ± 0,022

A B

Figura 4- Porosidade total do solo em função da aplicação de doses de N na pastagem de inverno (média com e sem pastejo). UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015.

Para a fase lavoura nota-se que na camada de 0-0,05 m as doses de

N aplicadas na pastagem de inverno influenciaram na porosidade total do solo, que

aumentou com o uso de doses mais elevadas (Figura 4 B). A dose de 225 kg ha-1

de N proporcionou um acréscimo de 8,1% em relação à dose 0 kg ha-1 de N. O

aumento da porosidade total pode estar relacionada com a redução numérica da

densidade do solo nessa camada em virtude da aplicação de elevadas doses de N,

(Figura 2 B) e pelo aumento da microporosidade, uma vez que a macroporosidade

não aumentou com o uso de N. Para as camadas 0,05-0,10 e 0,10-0,20 m não foi

observado efeito das doses de N.

O pastejo influenciou na porosidade total na camada de 0,05-0,10 m

na fase pecuária, ocasionando redução de 2,5% e na camada 0-0,05 m na fase

lavoura, causando uma diminuição de 3,7% em relação a área sem pastejo (Tabela

3). A menor porosidade total na área com pastejo pode ser atribuída ao efeito da

compactação, uma vez que a densidade do solo nessa camada foi maior na área

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37

com pastejo (Tabela 2). Menor porosidade total em áreas com pastejo também foi

observada por Lanzanova et al. (2007), ao avaliarem diferentes sistemas de

manejo da pastagem em ILP com bovinos sob um Argissolo Vermelho-Amarelo

alumínico típico. Na camada de 0-0,05 m os autores encontraram valores de 0,60,

0,56 e 0,51 m m³ para as áreas sem pastejo, pastejo a cada 28 dias e pastejo a

cada 14 dias respectivamente.

Nas demais profundidades não foram observadas diferenças entre as

áreas com e sem pastejo, corroborando com os resultados obtidos por Carassai et

al. (2011), que não observou diferença na porosidade total do solo entre a área

com pastejo e a área sem pastejo, em um sistema de ILP com cordeiros, sob um

Argissolo Vermelho distrófico.

Tabela 4- Porosidade total do solo (m m-³) das áreas com pastejo (CP) e sem pastejo (SP) nos diferentes fases de fases de avaliação. UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015.

ns= não significativo; médias seguidas por letras distintas na linha dentro de cada fator “fase” diferem-se pelo teste de Tukey (p<0,05). 3.5.3 Microporosidade do solo

Não houve interação entre os fatores doses de N aplicadas na

pastagem e o pastejo (com e sem) em ambas as fases de avaliação (Tabela 5).

Fase pecuária Fase lavoura

Profundidade CP SP CV CP SP CV

m --------m m³------- % ---------m m³ --------- % 0,00-0,05 0,65ns 0,64 3,79 0,58b 0,60a 3,64 0,05-0,10 0,59b 0,61a 11,60 0,57ns 0,57 4,00 0,10-0,20 0,59ns 0,60 11,70 0,58ns 0,58 4,41

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38

Tabela 5- Resumo da análise de variância para a interação entre os fatores doses de nitrogênio e pastejo (com e sem) na microporosidade do solo. UTFPR, Câmpus Pato Branco,2015.

Profundidade Fase pecuária

m GL SQ QM F 0-0,05 3 124,62905 41,54302 1,7699ns

0,05-0,10 3 58,34134 19,44711 3,9827ns

0,10-0,20 3 7,84561 2,61520 0,6230ns

--------------------------------Fase lavoura---------------------------------

0-0,05 3 0,00152 0,00051 0,1541ns

0,05-0,10 3 0,00823 0,00274 2,3202ns

0,10-0,20 3 0,01675 0,00558 0,6762ns

ns Interação doses de nitrogênio e pastejo não significativa a 5% de probabilidade. *Interação doses de nitrogênio e pastejo significativa a 5% de probabilidade.

Na fase pecuária não foi observado alterações na microporosidade

nas camadas de 0-0,05 e 0,05-0,10m pelo uso de adubação nitrogenada na

pastagem de inverno (Figura 5 A).

Fase pecuária

Doses de N ( kg ha-1)

0 75 150 225

Mic

roporo

sid

ade (

m m

³)

0,000,25

0,30

0,35

0,40

0,45

0,50

0,55

0,60

0,65

0-0,05 m y= 0,50 ± 0,013

0,05-0,10 m y= 0,49 ± 0,015

0,10-0,20 m y= 0,4907 - 0,0001x r²= 0,93

Fase lavoura

Doses de N (kg ha-1)

0 75 150 225

0-0,05 m y= 0,4106+0,0002 r²= 0,91

0,05-0,10 m y= 0,4732 - 0,0001 r²= 0,87

0,10-0,20 m y= 0,4900 - 0,0003 r²= 0,61

A B

Figura 5- Microporosidade do solo em função da aplicação de doses de N na pastagem de inverno (médias com e sem pastejo). UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015.

Na camada de 0,10-0,20 percebe-se uma redução na

microporosidade em função do uso de N. Isso está relacionado com o aumento na

quantidade de macroporos proporcionado pela adubação nitrogenada e pela

diminuição da porosidade total na dose de 225 kg ha-1 de N. Balbinot Junior et al.

(2012) também não encontraram efeito nas camadas de 0-0,05 e 0,05-0,10 m pelo

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uso de N na pastagem de inverno. Ao avaliarem diferentes formas de uso do solo

no inverno em um CAMBISSOLO Háplico, os autores não encontraram diferença

na microporosidade do solo entre uma área de pastagem com aplicação de 100 kg

de N ha-1 e uma área de pastagem sem N.

Na fase lavoura a microporosidade do solo foi influenciada pelo efeito

da aplicação das doses de N na pastagem de inverno (Figura 5 B). Na camada de

0-0,05 m a microporosidade do solo aumentou à medida que foram aumentando as

doses de N. Nas profundidades de 0,05-0,10 e 0,10-0,20 m pode-se observar uma

redução na quantidade de microporos com o aumento das doses de N. Isso

possivelmente aconteceu pelo aumento na quantidade de macroporos nessas

camadas.

Na fase pecuária não houve efeito do pastejo na microporosidade do

solo (Tabela 6). Para a fase lavoura, a área sem pastejo apresentou 2,3% mais

microporos em relação à área com pastejo na camada de 0,05-0,10 m, se diferindo

estatisticamente. Nas demais profundidades não houve diferenças significativas

entre as áreas com e sem pastejo. Lanzanova et al. (2007) ao avaliarem diferentes

sistemas de manejo da pastagem em ILP com bovinos, sob um Argissolo

Vermelho-Amarelo alumínico típico, observaram microporosidade de 0,39 m m³ ,

não apresentando diferença entre as áreas com e sem pastejo.

Tabela 6- Microporosidade do solo m m³ das áreas com pastejo (CP) e sem pastejo (SP) nas diferentes fases de coleta do solo. UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015.

Fase pecuária Fase lavoura

Profundidade CP SP CV CP SP CV

m ----------m m³------- % ---------m m³------- % 0,00-0,05 0,51ns 0,50 9,54 0,43ns 0,45 4,60 0,05-0,10 0,50ns 0,48 4,48 0,45b 0,46a 1,72 0,10-0,20 0,47ns 0,48 4,28 0,46ns 0,46 7,70

ns= não significativo; médias seguidas por letras distintas na linha dentro de cada fator pastejo diferem-se pelo teste de Tukey (p<0,05). 3.5.4 Macroporosidade do solo Em ambas as fases de avaliação não houve interação entre as doses

de N aplicadas na pastagem e o pastejo (com e sem), exceto para a camada de

0,05-0,10 m na fase pecuária (Tabela 7).

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40

Tabela 7- Resumo da análise de variância para a interação entre os fatores doses de nitrogênio e pastejo (com e sem) na macroporosidade do solo. UTFPR, Câmpus Pato Branco,2015.

Camadas Fase pecuária

m GL SQ QM F 0-0,05 3 67,26885 22,42295 1,9608ns

0,05-0,10 3 26,12463 8,70821 4,2118* 0,10-0,20 3 6,24950 2,08317 0,5643ns

--------------------------------Fase lavoura---------------------------------

0-0,05 3 9,57689 3,19230 0,4109ns

0,05-0,10 3 11,72376 3,90792 0,9248ns

0,10-0,20 3 11,72404 3,90801 0,6549ns

ns Interação doses de nitrogênio e pastejo não significativa a 5% de probabilidade. *Interação doses de nitrogênio e pastejo significativa a 5% de probabilidade.

Nas camadas de 0-0,05 e 0,10-0,20 a macroporosidade média foi de

0,13 e 0,12 m m³ respectivamente (Figura 6 A).

Fase pecuária

Doses de N (kg ha-1)

0 75 150 225

Macro

poro

sid

ade (

m m

³)

0,000,06

0,08

0,10

0,12

0,14

0,16

0,18

0,20

0-0,05 m y= 0,13 ± 0,008

0,10-0,20 m y= 0,12 ± 0,012

Fase lavoura

Doses de N (kg ha-1)

0 75 150 225

0-0,05 m y= 0,16 ± 0,003

0,05-0,10 m y= 0,12 ± 0,10

0,10-0,20 m y= 0,13 ± 0,10

A B

Figura 6- Macroporosidade do solo em função da aplicação de doses de N na

pastagem de inverno (média dos dados com e sem pastejo). UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015.

Para a fase lavoura, a camada de 0-0,05 m apresentou valores

médios de macroporos 37,5% e 44,5% maior em relação às camadas de 0,05-0,10

e 0,10-0,20 m (Figura 6 B). Na camada de 0,10-0,20 m nota-se que o uso de doses

de N na pastagem de inverno aumentou a macroporosidade do solo após o ciclo da

cultura do milho. A dose de 225 kg ha-1 de N proporcionou um incremento de 17% e

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41

15,8% na macroporosidade do solo em relação as doses 0 e 75 kg ha-1 de N

respectivamente.

Ao avaliar o efeito da interação entre os fatores doses de N aplicadas

na pastagem de inverno e pastejo (com e sem) para fase pecuária na camada 0,05-

0,10 m, observa-se que as equações de regressão não foram significativas (Figura

7). Verificou-se valores de 0,12 m m³ para as áreas com e sem pastejo, sendo

estes superiores ao proposto por Reichert et al.(2007), que consideram

macroporosidade 10% como sendo o valor limitante para o desenvolvimento do

sistema radicular de plantas, sem prejuízo para a sua produção.

Fase pecuária

Doses de N (kg ha-1

)

0 75 150 225

Macro

poro

sid

ade

(m

m³)

0,00

0,06

0,08

0,10

0,12

0,14

0,16

0,18

Com pastejo y= 0,12 ± 0,02

Sem pastejo y= 0,12 ± 0,03

Figura 7- Macroporosidade do solo na camada de 0,05-0,10 m na fase pecuária para as áreas com e sem pastejo em função da aplicação de diferentes doses de N na pastagem de inverno. UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015.

O pastejo não influenciou na macroporosidade do solo em nenhuma

das fases de avaliação (Tabela 8) corroborando com Carassai et al. (2011) que ao

avaliar diferentes intensidades e métodos de pastejo em sistema de ILP sob um

Argissolo Vermelho distrófico não observou efeito do pisoteio animal na

macroporosidade.

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42

Tabela 8- Macroporosidade do solo das áreas com pastejo (CP) e sem pastejo (SP) nos diferentes períodos de coleta do solo UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015.

ns= não significativo; médias seguidas por letras distintas na linha dentro de cada fator pastejo diferem-se pelo teste de Tukey (p<0,05).

Em ambas as fases de avaliação observaram-se valores de

macroporosidade mais elevados na camada de 0-0,05 m (Tabela 8), possivelmente

pela maior concentração de raízes, maior teor de matéria orgânica presente nessa

camada, uma vez que a macroporosidade é formada pela união de agregados de

maior tamanho, pelas forças eletrostáticas, pela atividade microbiana e crescimento

das raízes (SPERA; SILVEIRA; MOREIRA, 2008).

Maior macroporosidade na camada de 0-0,05 m também foi

observada por Cassol (2003), ao avaliar diferentes alturas da pastagem

aveia+azevém em sistema de ILP sob um Latossolo Vermelho distroférrico típico.

Lanzanova et al. (2007), também observaram maior macroporosidade na camada

de 0-0,05 m ao avaliar três sistemas de manejo da pastagem em ILP com bovinos,

sob um Argissolo Vermelho Amarelo alumínico típico. Os autores observaram que o

efeito do pisoteio dos animais (pastejo a cada 14 e 28 dias) ocasionou uma

redução de 61% e 38% respectivamente na macroporosidade em relação à área

sem pastejo.

3.5.5 Diâmetro médio geométrico dos agregados do solo estáveis em água

A análise de variância obtida para os dados de diâmetro médio

geométrico (DMG) não identificou interação entre as doses de N aplicadas na

pastagem de inverno e o fator pastejo (com e sem) em ambas as épocas de coleta

(Tabela 9).

Fase pecuária Fase lavoura

Profundidade CP SP CV CP SP CV

m ---------m m³-------- % ----------m m³------- %

0-0,05 0,13ns 0,14 24,34 0,15ns 0,16 17,47 0,05-0,10 0,12ns 0,12 11,69 0,12ns 0,11 17,60

0,10-0,20 0,12ns 0,12 15,56 0,12ns 0,12 19,52

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43

Tabela 9- Resumo da análise de variância para a interação entre os fatores doses de nitrogênio e pastejo (com e sem) no diâmetro médio geométrico dos agregados do solo. UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015

Camadas Fase pecuária

m GL SQ QM F

0-0,05 3 0,07501 0,02500 2,3251ns

0,05-0,10 3 0,03854 0,01285 1,6615ns

0,10-0,20 3 0,02301 0,00767 1,0731ns

------------------------------Fase lavoura--------------------------------- 0-0,05 3 0,02041 0,00680 0,7055ns

0,05-0,10 3 0,03854 0,01285 1,6615ns

0,10-0,20 3 0,01335 0,00445 0,7293ns

ns Interação doses de nitrogênio e pastejo não significativa a 5% de probabilidade. *Interação doses de nitrogênio e pastejo significativa a 5% de probabilidade.

Ao avaliar os fatores isoladamente, as análises de regressão não

foram significativas nas três profundidades avaliadas para a fase pecuária (figura 8

A), sendo que na fase lavoura foi significativa apenas para a camada de 0,10-0,20

m (figura 8 B).

Fase lavoura

Doses de N (kg ha-1)

0 75 150 225

DM

G (

mm

)

0-0,05 m y= 1,08 ± 0,09

0,05-0,10 m y= 1,02 ± 0,08

0,10-0,20 m y= 1,1488 - 0,0007x r²= 0,99

Fase pecuária

Doses de N (kg ha-1)

0 75 150 225

DM

G (

mm

)

0,0

0,8

0,9

1,0

1,1

1,2

1,3

1,4

1,5

1,6

0-0,05 m y= 1,08 ± 0,09

0,05-0,10 m y= 1,12± 0,07

0,10-0,20 m y= 1,19 ± 0,09

A B

Figura 8- Diâmetro médio geométrico (DMG) dos agregados do solo em função da

aplicação de doses de N na pastagem de inverno (média dos dados com e sem pastejo). UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015.

O DMG médio na fase pecuária variou de 1,08 a 1,19 mm. Na fase

lavoura DMG médio foi de 1,08 e 1,02 mm para as profundidades de 0-0,05 e 0,05-

0,10m, respectivamente, já para a camada de 0,10-0,20 m observou-se maior DMG

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na dose de 0 Kg de N ha-1 e uma tendência de redução do DMG dos agregados à

medida que aumentaram as doses de N.

Loss et al. (2011), avaliando sistema de ILP, utilizando braquiária em

consórcio com milho safrinha, sob sistema de plantio direto há 17 anos, em um

Latossolo Vermelho distroférrico típico textura argilosa, obteve valores de DMG de

3,83 e 4,85 mm para as camadas de 0-0,05 e 0,05-0,10 m respectivamente. No

entanto, os menores valores de DMG encontrados no presente estudo podem estar

relacionados com o menor tempo de adoção do sistema quando comparados ao

estudo realizado por Loss et al (2011). .

De acordo com Maciel (2008), valor baixo de DMG pode ser um

indicativo de que a área pode estar passando por um possível período de

estabilização da estrutura do solo em relação à condição natural. Ao analisar o

DMG de agregados em relação às médias dos sistemas de culturas e as médias

dos sistemas de frequência de pastejo, na área de pastagem de inverno submetida

às duas doses de N, nas profundidades de 0-0,05 e 0,05-0,10 m, o autor observou

que não houve diferenças significativas entre a dose 0 kg N ha-1 e 200 kg N ha-1

nas profundidades avaliadas.

O pastejo reduziu o DMG dos agregados do solo na fase pecuária

para a camada de 0-0,05 m em relação à área sem pastejo (Figura 9 A). Para as

camadas de 0,05-0,10 e 0,10-0,20 m não houve diferença estatística entre as áreas

com pastejo e sem pastejo. Na fase lavoura não foi observado diferença estatística

entre as áreas com e sem pastejo em nenhuma das camadas avaliadas (Figura 9

B).

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45

Profundidade (m)

0-0,05 0,05-0,10 0,10-0,20

Com pastejo

Sem pastejo

Fase lavoura

ns ns ns

Profundidade (m)

0-0,05 0,05-0,10 0,10-0,20

DM

G (

mm

)

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

Com pastejo

Sem pastejo

Fase pecuária

a

b ns ns

A B

Figura 9- Diâmetro médio dos agregados do solo referente às áreas com e sem

pastejo nos diferentes períodos de coleta do solo. Médias seguidas por letras distintas sobre cada coluna dentro de cada profundidade diferem-se pelo teste de Tukey (p<0,05), UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015.

Ao avaliar um SILP com bovinos, Scapini et al.(1997), observaram

maior DMG em áreas com pastejo. Ao avaliar o DMG em diferentes períodos de

avaliação, após a colheita do milho, antes dos animais entrarem na área e após a

saída dos animais os autores observaram DMG de 2,33 mm para a área com

pastejo após a saída dos animais da área e DMG de 1,77 mm para a área não

pastejada considerando a mesma situação para ambas as áreas

Lanzanova (2005) observou que o pisoteio não apresentou efeito

negativo na estabilidade de agregados do solo avaliada através do DMG, onde a

área com pastejo intenso não se diferiu estatisticamente da área que não foi

pastejada. No entanto, no presente trabalho a área foi ocupada continuamente

pelos animais, sem um intervalo de desocupação, o que pode ter ocasionando o

menor DMG para a camada de 0-0,05 na área com pastejo e também pela espécie

animal utilizada.

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46

3.6 CONCLUSÕES

O pisoteio animal proporcionou maior densidade na camada de 0,10-

0,20 m.

A dose de 225 kg de N ha-1 na pastagem de inverno aumentou a

porosidade total do solo em 8 % em relação à dose 0 kg de N ha-1 na fase após

colheita do milho.

O pastejo não influenciou na macroporosidade do solo.

O DMG dos agregados na camada superficial foi prejudicado pelo

pastejo durante a fase pecuária.

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4 CAPÍTULO II – MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO EM SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA COM OVINOS

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4.1 RESUMO

O teor de matéria orgânica do solo (MOS) pode sofrer alterações, em virtude do sistema manejo adotado. O uso do sistema de plantio direto, associado à integração lavoura-pecuária pode manter ou até mesmo aumentar os teores de MOS. Utilizando a técnica de fracionamento granulométrico da MOS é possível identificar em qual fração da MOS o carbono está armazenado O estudo tem o objetivo de quantificar o estoque de carbono orgânico do solo e sua compartimentalização em sistema de integração lavoura – pecuária com ovinos submetido a quatro doses de N (0, 75, 150 e 225 kg ha-1) na pastagem de inverno, formada pelo consórcio de aveia preta (Avena strigosa) e azevém comum (Lolium multiflorum) e o efeito do pastejo (com e sem). A área experimental está instalada no município de Guarapuava, PR, no campus CEDETEG da UNICENTRO, na qual foi instalado em 2006 o experimento de integração lavoura – pecuária com ovinos, sob um Latossolo Bruno álico com textura argilosa . As avaliações foram realizadas em duas fases: Fase pecuária (após a saída dos animais da área) e fase lavoura (após o cultivo de milho). As amostragens de solo foram realizadas nas camadas de 0-0,5, 0,05-0,10, e 0,10-0,20 m de profundidade. Os dados foram submetidos à análise de variância e as hipóteses testadas pelo teste F (p<0,05). Para os dados de efeito quantitativo foram realizadas análises de regressão e os de efeito qualitativo utilizou-se o teste de médias. Nas regressões não significativas utilizou-se a média dos tratamentos e o desvio padrão. Não houve interação significativa entre o fator quantitativo (doses N) e qualitativo (pastejo) nos os estoques de carbono orgânico total (COT), particulado (COP) ou associado aos minerais (CAM) em ambas as fases de avaliação. Ao avaliar por meio de regressão os estoques de COT, CAM e CAM em função da aplicação de doses de N, constatou que os estoques não foram influenciados pela aplicação de diferentes doses de N. No estoque de COT a área com pastejo não se diferiu da área sem pastejo. O mesmo foi observado para o CAM. Para o COP na fase após pastejo na camada de 0,10-0,20 a área com pastejo foi superir a sem pastejo, não havendo diferença nas demais camadas. Na fase lavoura observou-se maior estoque de COP na camada de 0-0,05 m para a área sem pastejo, não havendo diferença entre as áreas com e sem pastejo nas demais camadas. As doses de nitrogênio aplicadas na pastagem de inverno e o pastejo não influenciam nos estoque de COT. O COP não é influenciado pelas doses de nitrogênio aplicadas na pastagem. O pastejo influencia no estoque de COP na camada de 0,10-0,20 m na fase pecuária e na camada de 0-0,05 m na fase lavoura. O CAM não é influenciado pelas doses de N aplicadas na pastagem, nem pelo pastejo.

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49

4.2 ABSTRACT

The content of soil organic matter (SOM) may change, due to the adopted management system. The use of no-tillage system, associated with crop-livestock integration can maintain or even increase SOM levels. Using the particle size fractionation technique of SOM can be identified in which SOM fraction carbon is stored The study aims to quantify the stock of soil organic carbon and its compartmentalization in integrated crop - livestock system with sheep subjected to four doses N (0, 75, 150 and 225 kg ha-1) in the winter pasture, formed by the consortium oat (Avena strigosa) and ryegrass (Lolium multiflorum) and the effect of grazing (with and without). The experimental area is installed in Guarapuava, PR, CEDETEG campus UNICENTRO, which was installed in 2006 the experiment of integrated crop - livestock with sheep under a Oxisol Alic clayey. The evaluations were carried out in two phases: Phase livestock (after removal of the animals of the area) and phase crop (after maize cultivation). Soil samples were taken in layers of 0-0.5, 0.05-0.10, 0.10-0.20 and m depth. Data were subjected to analysis of variance and the hypotheses tested by the F test (p <0.05). For the quantitative effect data regression analyzes were performed and the qualitative effect used the test medium. In non-significant regressions used the average and standard deviation treatments. There was no significant interaction between the quantitative factors (doses N) and qualitative (grazing) in stocks of TOC, POC and CAM in both phases of evaluation. When evaluating using regression the TOC stocks, CAM and CAM according to the application of N levels, found that stocks were not affected by the application of different doses of N. In stock TOC area with grazing does not differ from ungrazed area. The same was observed for the CAM. For the POC on stage after grazing in the layer of 0.10-0.20 area with grazing was superior the ungrazed, with no difference in the other layers. In crop stage there was a higher stock of POC in the 0-0.05 m layer to the area without grazing, with no difference between areas with and without grazing in the other layers. The nitrogen fertilization on winter pasture and grazing not influence the stock TOC. The POC is not influenced by nitrogen fertilization in the pasture. The grazing influences the COP of stock in the 0.10-0.20 m layer livestock phase and in the 0-0.05 m layer in the crop stage. The CAM is not influenced by N rates applied in the pasture or by grazing.

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4.3 INTRODUÇÃO

A sustentabilidade de um sistema agropecuário dificilmente pode ser

mensurada ao longo do tempo pelo acompanhamento de um único atributo, porém

o teor de matéria orgânica do solo (MOS) pode ser considerado como um dos

atributos que melhor representa a qualidade do solo pelos seguintes fatores: a

MOS é altamente sensível às práticas de manejo do solo, principalmente nas

regiões tropicais e subtropicais; apresenta relação próxima com os atributos do

solo e do ambiente que estão relacionados às funções básicas do solo, como a

estabilidade dos agregados e da estrutura, infiltração e retenção de água,

resistência à erosão, atividade biológica, CTC, disponibilidade de nutrientes para as

plantas, lixiviação de nutrientes, liberação de CO2 e outros gases para a atmosfera

(MIELNICZUK, 2008).

Entende-se como MOS todo o carbono presente no solo, desde os

resíduos recentemente depositados até os presentes em diferentes estágios de

decomposição, os compostos humificados e materiais carbonizados, estando

associados ou não à fração mineral, bem como as raízes, micro, meso e

macrofauna (ROSCOE; MACHADO, 2002). Deste modo, pode-se dizer que a MO

do solo é o resultado da decomposição de resíduos de origem animal e vegetal,

que ao serem depositados no solo primeiramente são decompostos parcialmente

pela mesofauna e posteriormente são decompostos por microrganismos. Durante o

processo de decomposição parte do carbono (C) presente nos resíduos é liberado

para a atmosfera como CO2 e a outra parte não emitida como CO2 torna – se

componente da MO do solo (MIELNICZUK, 2008).

A utilização do solo para fins agrícolas influencia na adição de C ao

solo, pela escolha de sistema de culturas com capacidade de adicionar variáveis

quantidades de fitomassa ao longo do ano, influencia também na taxa de perda de

MOS, que é alterada pelo revolvimento do solo (LOVATO et al., 2004), uma vez que

há o rompimento dos agregados, a fragmentação e incorporação dos resíduos

(BAYER; MIELNICZUK, 1999) estimulando a ação dos microrganismos

decompositores (LOVATO et al., 2004).

Em contrapartida nos sistemas conservacionistas, como por exemplo,

no sistema de plantio direto (SPD) os teores de MOS podem aumentar, uma vez

que há redução na taxa de decomposição em virtude da não fragmentação dos

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resíduos e do não revolvimento do solo. Desta forma, os resíduos permanecem

sobre a superfície, diminuindo a área de contato com o solo (ROSCOE;

MERCANTE; SALTON, 2006), diminuindo a ação dos microrganismos.

O uso do SPD associado a sistemas que integram lavoura e pecuária

estão sendo utilizados para minimizar as perdas e aumentar os teores de MOS,

uma vez que as gramíneas forrageiras adicionam altas quantidades de resíduos

para a cobertura do solo.

A introdução de animais em sistemas de integração influencia na

adição de C ao solo, pois o pastejo estimula o crescimento radicular da pastagem,

e com isso há alterações na relação parte aérea/raízes, o que se torna benéfico

para o sistema, uma vez que as raízes apresentam um importante papel na adição

de C ao solo (BAYER et al., 2011).

Em sistemas de ILP a adição de carbono (C) via resíduos vegetais na

superfície e no perfil do solo ocorre de forma distinta ao que é observado em áreas

que utilizam apenas sistemas agrícolas, uma vez que as forrageiras possuem

grande capacidade de armazenar C ao solo, sendo que a maior parte está

armazenado abaixo da superfície e no sistema radicular (SALTON et al., 2005).

Souza et al., 2009 observaram que com apenas três anos de adoção de sistema de

ILP houve um aumento nos estoques de C do solo de 3,47 Mg ha-1, o que

representa um incremento médio anual de 1,16 Mg ha-1 de C.

O C pode-se acumular nas frações lábeis ou estáveis da MO do solo,

(BAYER et al., 2004). Desta forma, buscando identificar em quais compartimentos

o C está acumulado, utiliza-se técnicas de fracionamento físico da MO. Com ela é

possível quantificar a MO lábil analisando o teor de C presente na fração maior que

53 μm (COP) e a MO estabilizada, pelo teor de C associado aos minerais (CAM)

(COSER et al., 2012).

A MOS lábil esta diretamente relacionada às práticas de manejo do

solo, sendo normalmente a menor fração da MOS morta, apresentando em torno

de 10-30% do teor de carbono orgânico (CO) e a fração associada aos minerais é

mais estável, portanto não apresenta de imediato alteração nos teores de C em

função das praticas de manejo do solo (SALTON et al., 2005).

Estoques de C da fração particulada da MOS de aproximadamente 6

Mg ha-1 foram observados por Souza et al. (2009) em um sistema de ILP com

diferentes intensidade de pastejo no terceiro ano de implantação do sistema. Silva

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et al. 2011, observou que o teor de C da fração lábil da MOS não se diferenciou

entre a área com PD a 23 anos e ILP por 8 anos e ambos aumentaram o teor de C

na fração lábil da MOS em 16 e 27 % em relação as áreas com pastagem revolvida

e ILP por quatro anos respectivamente, ressaltando deste modo, o efeito dos

sistemas de manejo do solo na fração lábil da MOS.

O estudo tem como objetivo quantificar o estoque de carbono

orgânico do solo e sua compartimentalização em sistema de integração lavoura-

pecuária com ovinos, submetido à aplicação de diferentes doses de N na pastagem

de inverno.

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53

4.4 MATERIAL E MÉTODOS

4.4.1 Área experimental

O experimento foi instalado no ano de 2006, no Câmpus CEDETEG

da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), localizada no município

de Guarapuava, PR, sob um Latossolo Bruno álico, apresentando relevo

suavemente ondulado, com textura argilosa (0,624, 0,311 e 0,080 kg kg-1 de argila,

silte e areia, respectivamente).

A área experimental está sob as coordenadas 25º33' S e 51º 29' O e

altitude de 1.095 m acima do nível do mar. O clima da região é classificado como

Cfb (ALVARES et al.,2013), com precipitações pluviométricas anuais variáveis de

1400 a 1800 mm.

Anterior a adoção do sistema ILP, a área experimental era manejada

em SPD há 8 anos. A partir de 2006 a área passou a ser cultivada com aveia

branca (Avena sativa), aveia preta (Avena strigosa) e azevém comum (Lolium

multiflorum) para a produção de pastagem no inverno e no período de verão,

rotação de milho e feijão para a produção de grãos.

A área total do experimento é de 74.400 m² hectares, dos quais são

utilizados 62.400 m², subdividos em três blocos, cada um contendo 2.088 m². As

parcelas principais apresentam uma área de 5.184 m², onde se isolou uma área de

96 m² para permanecer sem pastejo (Capítulo 1, Figura 1). Para o pastejo utilizou-

se ovinos da raça Ile de France em pastejo contínuo, com taxa de lotação variável,

para que a altura da pastagem fosse mantida em torno de 14 cm.

A fonte de N utilizada para a adubação da pastagem foi a uréia com

45% de N, aplicada em uma única vez na pastagem de inverno durante a fase de

perfilhamento.

4.4.2 Pastagem de inverno e cultura do milho

A semeadura da pastagem de inverno foi realizada no mês de maio

de 2013. Utilizou-se o consórcio de aveia preta (Avena strigosa) e azevém comum

(Lolium multiflorum), com densidades de semeadura de 60 e 40 kg ha-1

respectivamente.

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54

Os animais permaneceram na área até o dia 01 de outubro de 2013.

Após a saída dos animais foi realizada a dessecação da pastagem e após fez-se a

semeadura do milho.

Utilizou-se a uréia 45% de N como fonte de N para a adubação

nitrogenada da pastagem. A aplicação foi realizada de acordo com cada

tratamento, em uma única vez na fase de perfilhamento das forrageiras.

A semeadura do milho foi realizada no dia 16 de outubro de 2013 em

sistema de plantio direto, com espaçamento de 0,8 m. A adubação de P e K foi

realizada nas dosagens de 100 kg ha-1 de P2O5 e K2O. Para a adubação

nitrogenada utilizou-se a uréia 45% de N como fonte de N. A dose aplicada foi 250

kg ha-1 de N, onde 1/3 foi aplicado na linha de semeadura e 2/3 em cobertura.

4.4.2 Delineamento experimental

O delineamento foi de blocos ao acaso com parcelas subdivididas e

com três repetições. Os tratamentos foram constituídos por quatro doses de N nas

parcelas principais, sendo elas: 0, 75, 150 e 225 kg ha-1 e pastejo nas subparcelas

(Capítulo 1, Figura 1).

4.4.3 Coletas de solo

As coletas de solo foram realizadas em duas fases: Fase pecuária

(após a saída dos animais da área) e Fase lavoura (após a colheita do milho), em

função do ciclo produtivo e do impacto do manejo adotado. Após o pastejo por ser o

final do ciclo da cultura de inverno e por anteceder o plantio das espécies de verão

que podem ser impactadas pelo manejo adotado pelo componente “pecuária” e

após a colheita do milho por ser coincidente com o final do ciclo da cultura de verão

e antecedendo o início da nova cultura de inverno visando avaliar o efeito da fase

“lavoura” sobre o sistema.

As coletas após o pastejo e após a colheita do milho ocorreram no dia

15 e 16 de outubro de 2013 e 29 e 30 de abril de 2014, respectivamente. Foram

coletadas duas amostras por tratamento nas profundidades de 0,00-0,05, 0,05-0,10

e 0,10-0,20 m.

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55

4.4.4 Fracionamento granulométrico da matéria orgânica do solo

O fracionamento físico granulométrico foi efetuado pela metodologia

proposta por Cambardella; Elliott (1992), o qual consistiu em pesar 20 gramas de

solo em um frasco tipo snap – cap e adicionar 80 ml de solução de

hexametafosfato de sódio 5 g L-1 de água, agitar as amostras horizontalmente por

15 horas em mesa de agitação, transferir para peneira de 0,53 mm, e com o auxílio

de jato de água realizar a retirada da argila. Posteriormente o material fracionado

foi transferido para frasco e levado para secar em estufa de circulação de ar

forçada com temperatura de 50 ºC.

Depois de secas as amostras foram pesadas para determinar a

percentagem de fração leve da matéria orgânica que foi moída em gral de ágata

para posteriormente realizar a determinação do carbono orgânico particulado.

4.4.5 Teor de carbono no solo

Para a determinação do carbono, tanto do solo integral, quanto do

solo fracionado granulometricamente utilizou-se a metodologia proposta por

Yeomans; Bremner (1988), a qual consistiu em pesar 0,5 gramas de solo, moído e

passado em peneira de 2 mm, em um tubo de ensaio, adicionar 5,0 mL da solução

de dicromato de potássio com concentração de 0,167 mol L-1 e 7,5 mL de ácido

sulfúrico concentrado em cada tubo no momento de serem colocados no bloco

digestor pré-aquecido a 150 ºC. Sobre cada tubo foi colocado uma esfera de vidro

e as amostras permaneceram aquecendo no bloco por 30 minutos. Após esse

tempo os tubos contendo as amostras foram retirados do bloco para esfriar e o

conteúdo presente nos tubos foram transferidos para um erlenmeyer de 125 mL, ao

qual foi adicionado 2 mL de acido fosfórico concentrado e cinco gotas de indicador

de fenilanina, com posterior titulação com sulfato ferroso com concentração de 0,5

mol L-1.

4.4.6 Analise estatística

Os dados foram submetidos a análise de variância e as hipóteses

testadas pelo teste F (p<0,05), utilizando o programa estatístico de SILVA;

AZEVEDO (2002) Para os dados de efeito quantitativo foram realizadas análises de

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56

regressão utilizando o programa gráfico Sigmaplot (2011). Para as regressões não

significativas utilizou-se a média dos tratamentos e o desvio padrão.

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57

4.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.5.1 Estoques de Carbono no solo

A interação entre as doses de N aplicadas na pastagem e o fator

pastejo não foi significativa para o estoque de COT em ambas fases de avaliação

(fase pecuária e fase lavoura) em nenhumas das camadas avaliadas (Tabela 10).

. Tabela 10- Resumo da análise de variância para a interação entre os fatores doses

de nitrogênio e pastejo no estoque de carbono orgânico total (COT). UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015.

Fase pecuária

Camadas GL SQ QM F

0-0,05 3 17,52000 5,84003 0,7705ns

0,05-0,10 3 2,78559 0,92853 0,5095ns

0,10-0,20 3 57,29615 19,09872 0,9254ns

-----------------------------------Fase lavoura------------------------------------- 0-0,05 3 8,96384 2,98795 1,0966ns

0,05-0,10 3 2,32758 0,77586 0,5495ns

0,10-0,20 3 0,88435 0,29478 0,1909ns

ns Interação doses de nitrogênio e pastejo não significativa a 5% de probabilidade. *Interação doses de nitrogênio e pastejo significativa a 5% de probabilidade.

Para as varáveis quantitativas (doses de N) em ambas as fases as

equações de regressão não foram significativas (Figuras 10 A e 10B).

Na fase pecuária o estoque de COT foi 14,7% superior em relação a

camada de 0,05-0,10 m (Figura 10 A). No entanto, para a fase lavoura observou-se

um valor 10,6% superior, considerando as mesmas camadas (Figura 10 B).

Maiores valores de estoques de COT na camada superficial do solo em sistema de

plantio direto são esperados, devido a maior deposição de resíduos sobre a

superfície e o revolvimento do solo apenas na linha de semeadura (SILVA et al.,

2011).

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58

Fase pecuária

Doses de N (kg ha-1)

0 75 150 225

Esto

que d

e C

OT

(M

g h

a-1

)

0

10

15

20

25

30

35

40

0-0,05 m

0,05-0,10 m

0,10-0,20 m

Fase lavoura

Doeses de N (kg ha-1)

0 75 150 225

0-0,05 m

0,05-0,10

0,10-0,20 m

A B

y= 20,2 ± 2,3

y= 17,6 ± 1,1

y= 33,7 ± 3,1

y= 16,91 ± 0,62y= 15,26 ± 0,30

y= 27,34 ± 1,42

Figura 10- Estoque de COT (carbono orgânico total) do solo em função da aplicação de doses de N na pastagem de inverno (média com e sem pastejo). UTFPR, Pato Branco, 2015.

As doses de 150 e 225 kg ha-1 de N na camada de 0-0,05 m para fase

pecuária adicionaram 3,1 e 2,8 Mg ha-1 de COT a mais que as doses 0 e 75 kg de

N ha-1 respectivamente (Figura 10 A). Isso pode ser atribuído pelo fato das

gramíneas serem altamente responsíveis a adubação nitrogenada. Desta forma, as

variações do estoque de COT em relação às diferentes doses de N se derivaram

da adição em superfície do C fotossintetizado pela pastagem (NICOLOSO et al.,

2008).

Na camada de 0-0,05 m na fase lavoura o estoque de COT

apresentou pouca variação em relação às doses de N, variando de 16,3 a 17,7 Mg

de COT ha-1 (Figura 10 B). A camada de 0,05-0,10 m apresentou pouca alteração

no estoque de COT, variando de 17,1 a 18,1 Mg ha-1 para a fase pecuária e de 14,9

a 15,5 Mg ha-1 para a fase lavoura.

Na camada de 0,10-0,20 m na fase pecuária observou-se que o COT

variou de acordo com as doses de N, onde as doses de 150 e 225 Kg de N ha-1

apresentaram os valores mais elevados, sendo 34,7 e 34,6 Mg ha-1

respectivamente. Na fase lavoura percebe-se para a dose de 75 kg de N ha-1

apresentou uma redução no COT, que variou de 1,1 a 3,7 Mg ha-1 em relação as

demais doses de N.

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59

De forma geral durante a fase lavoura houve uma redução de 16,3,

13,3 e 18,9% nos estoques de COT em relação à fase pecuária nas camadas de 0-

0,05, 0,05-0,010 e 0,10-0,20 m respectivamente, que pode estar associado à baixa

quantidade de palha adicionada pelas gramíneas após o final do ciclo de pastejo,

não sendo suficiente para manter o teor de MOS durante a cultura do milho, pois

para manter garantir o fluxo de C no solo e a manutenção da atividade biológica,

busca-se fornecer ao solo quantidades adequadas de matéria orgânica partículada

(CARMO et al., 2012). Durante o período de pastagem ocorreram baixas

temperaturas acompanhadas de neve e fortes geadas que causaram a morte das

plantas de aveia e posteriormente as plantas de azevém foram afetadas pela

estiagem, comprometendo a produção das forrageiras.

Diferentemente das pastagens que durante seu ciclo adicionam

constantemente resíduos ao solo pela senescência das folhas e raízes, a cultura do

milho deposita seus resíduos no solo após a colheita. Isso também pode ter

contribuído para a redução nos teores de COT de uma fase para outra, uma vez

que a coleta de solo procedeu-se um dia após a colheita do milho e os resíduos da

cultura ainda não haviam sido decompostos pelos microrganismos. Nota-se

também redução no estoque de CAM, o qual é formado a partir da decomposição

do COP, e está ligado à fração silte e argila. Com isso pode-se dizer que a baixa

adição de resíduos ao solo durante o cultivo do milho reduziu o CAM, que

consequentemente, ocasionou a diminuição do COT.

O pastejo não apresentou efeito significativo nos estoques de COT

em nenhuma das fases de avaliação (Tabela 11) demonstrando que o pastejo por

ovinos em pastagens com resíduo de 14 cm, não causa a redução do estoque de

COT.

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60

Tabela 11- Carbono orgânico total (COT) das áreas com pastejo (CP) e sem pastejo (SP) para as diferentes fases de avaliação. UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015.

ns= não significativo; médias seguidas por letras distintas na linha dentro de cada fator pastejo diferem-se pelo teste de Tukey (p<0,05).

Souza et al., (2009) ao avaliarem diferentes intensidades de pastejo

em sistema de ILP sob um Latossolo Vermelho distroférrico, observaram que com

altura de resíduo de 10 cm no sexto ano de condução do sistema houve uma

redução de aproximadamente 3 Mg ha-1 de COT em relação a área que não teve

pastejo e que com altura de resíduo a partir de 20 cm de altura o estoque de COT

foi semelhante ao da área não pastejada. No entanto, no presente estudo o resíduo

da pastagem de 14 cm de altura mostrou que o pastejo não influencia no COT.

Os estoques de COT nas duas fases de avaliação apresentaram

comportamento decrescente, ou seja, diminuíram à medida que aumentou a

profundidade do solo, considerando a divisão do estoque de COT na camada de

0,10-0,20 m pela metade, pois a espessura desta camada é o dobro em relação às

demais. Maiores valores de COT encontrado na camada superficial em relação às

camadas subsuperficiais em sistema de PD está relacionada ao uso de cobertura e

o não revolvimento do solo (LOSS et al.,2013).

Não houve interação entre as doses de N aplicadas na pastagem e o

fator pastejo (com e sem) para ambas as fases de avaliação no estoque de COP

(Tabela 12).

Fase pecuária Fase lavoura

Camadas CP SP CV CP SP CV

(m) ----------Mg ha-1--------- % -----------Mg ha-1-------- %

0,00-0,05 20,15ns 20,29 13,61 16,90ns 16,91 9,76 0,05-0,10 17,71ns 17,49 7,67 15,02ns 15,48 7,79 0,10-0,20 34,44ns 32,90 13,07 27,66ns 27,02 9,09

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61

Tabela 12- Resumo da análise de variância para a interação entre os fatores doses de nitrogênio e pastejo no estoque de carbono orgânico total (COT). UTFPR, Câmpus Pato Branco,2015.

ns Interação doses de nitrogênio e pastejo não significativa a 5% de probabilidade. *Interação doses de nitrogênio e pastejo significativa a 5% de probabilidade.

Na camada de 0-0,05 m a aplicação de 225 kg ha-1proporcionou um

incremento no estoque de 45% em relação a dose de 0 kg ha-1 de N (Figura 11 A),

na fase lavoura esse aumento foi 43% considerando a mesma situação para

ambas as fases de avaliação (Figura 11 B).

COPFase pecuária

Doses de N (kg ha-1)

0 75 150 225

Esto

que d

e C

OP

(M

g h

a-1

)

0

1

2

3

4

0-0,05 m

0,05-0,10 m

0,10-0,20 m

y= 2,7 ± 0,5

y= 0,9 ± 0,2

y= 1,7 ± 0,1

Fase lavoura

Dodes de N (kg ha-1)

0 75 150 225

0-0,05 m

0,05-0,10 m

0,10-0,20 m

A B

y= 2,66 ± 0,40

y= 1,45 ± 0,08

y= 1,75 ± 0,11

Figura 11- Estoque de COP (carbono orgânico particulado) do solo em função da aplicação de doses de N na pastagem de inverno (média com e sem pastejo). UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015.

Em ambas as fases de avaliação os maiores estoques de COP foram

Fase pecuária

Camadas GL SQ QM F

0-0,05 3 1,48258 0,49419 2,7974ns

0,05-0,10 3 0,11070 0,03690 1,3458ns

0,10-0,20 3 1,18300 0,39433 1,0577ns

-----------------------------------Fase lavoura------------------------------------

0-0,05 3 0,72269 0,24090 0,8087ns

0,05-0,10 3 0,09552 0,3184 0,2247ns

0,10-0,20 3 0,04257 0,01419 0,2237ns

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62

observados nas camadas de 0-0,05 m e, em sequência, na camada de 0,10-0,20

m. Maior adição de COP na camada de 0-0,05 m, foi observado por Carmo et

al.,(2012), ao avaliarem um Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico em SPD com

gramíneasdevido que esta fração da MO, a qual é introduzida pela adição de

resíduos vegetais, apresenta sua decomposição na camada superficial do solo

(CARMO et al., 2012).

Já o estoque de COP na camada de 0,10-0,20 m pode estar

relacionado com a proteção física da MO pelos agregados do solo, pois na análise

de estabilidade de agregados (capitulo I, figura 8 A e B), o DMG dos agregados

nesta camada foi maior em relação as demais.

Na fase pecuária as camadas 0-0,05 e 0,05-0,10 m não apresentaram

diferença estatística entre com e sem pastejo (Tabela 13). A área com pastejo se

diferiu estatisticamente da área sem pastejo na camada de 0,10-0,20 m, sendo 36

% maior o estoque de COP nesta área. Maiores valores de COP em áreas com

pastejo também foi observado por Souza et al., (2009), ao avaliarem diferentes

intensidades de pastejo em sistema de ILP, estes autores observaram maior

adição nas com pastejo em relação a área sem pastejo. O pastejo causa o estimulo

na planta para que haja o rebrote, estimulando o crescimento do sistema radicular

a produção de exudados, alterando a proporção da parte aérea/raízes e a

qualidade do C adicionado (BAYER et al., 2011).

Na fase lavoura somente a camada de 0-0,05 m apresentou diferença

estatística entre a área com e sem pastejo (Tabela 6). A área sem pastejo

apresentou estoque de COP estatisticamente superior á área com pastejo, com

variação de 19 % entre elas. Nota-se que os estoques de COP decresceram com o

aumento na profundidade no solo, mostrando mais uma vez que o estoque de COP

se dá em virtude da adição de resíduos na superfície do solo.

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63

Tabela 13- Carbono orgânico particulado (COP) das áreas com pastejo e sem pastejo para as diferentes fases de avaliação. UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015.

ns= não significativo; médias seguidas por letras distintas na linha dentro de cada fase de avaliação (após pastejo e após pastejo) diferem-se pelo teste de Tukey (p<0,05).

Para o estoque de CAM não houve interação entre os fatores doses

de N aplicadas na pastagem e pastejo (Tabela 14).

Tabela 14- Resumo da análise de variância para a interação entre os fatores doses de nitrogênio e pastejo no estoque de carbono associado ao minerais (CAM). UTFPR, Câmpus Pato Branco,2015.

ns Interação doses de nitrogênio e pastejo não significativa a 5% de probabilidade. *Interação doses de nitrogênio e pastejo significativa a 5% de probabilidade

Em ambas as fases de avaliação as equações de regressão não

foram significativas.Na camada de 0-0,05 m os estoques de CAM variaram de 16,1

a 19,1 Mg ha-1 (Figura 12 A). Para as demais camadas os estoques de CAM não

apresentaram alterações relevantes. Na fase lavoura as maiores variações no CAM

foram observadas na camada de 0,10-0,20 m, com variações de 24,1 a 27,8 Mg ha-

1 (Figura 12 B).

Fase pecuária Fase lavoura

Camadas CP SP CV CP SP CV

(m) ----------Mg ha-1--------- % -----------Mg ha-1-------- %

0,00-0,05 2,66ns 2,64 15,82 2,24 b 2,79 a 21,63 0,05-0,10 1,51ns 1,40 16,88 1,51ns 1,40 25,74 0,10-0,20 2,14 a 1,35 b 34,85 1,20ns 1,10 21,79

Fase pecuária

Camadas GL SQ QM F

0-0,05 3 21,17568 7,05856 1,0812ns

0,05-0,10 3 3,37161 1,12387 0,6020ns

0,10-0,20 3 42,17499 14,05833 0,7781ns

---------------------------------Fase lavoura----------------------------------

0-0,05 3 4,82330 1,60777 0,5844ns

0,05-0,10 3 3,09310 1,03103 0,5961ns

0,10-0,20 3 0,96404 0,32135 0,2912ns

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64

Fase pecuária

Doses de N (kg ha-1)

0 75 150 225

Esto

ques d

e C

AM

(M

g h

a-1

)

0

10

15

20

25

30

35

40

0-0,5 m

0,5-0,10 m

0,10-0,20 m

y= 17,6 ± 1,5

y= 16,6 ± 0,3

y= 31,2 ± 1,1

Fase lavoura

Doses de N (kg ha-1)

0 75 150 225

0-0,05 m

0,05-0,10 m

0,10-0,20 m y= 26,18 ± 1,50

y= 14,38 ± 0,79

y= 13,79 ± 0,29

AB

Figura 12- Estoque de CAM (carbono associado aos minerais) do solo em função da aplicação de doses de N na pastagem de inverno (média com e sem pastejo). UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015.

O CAM representou uma alta proporção do COT, quando comparado ao

COP em ambas às fases de avaliação (Tabela 8). Os valores ficaram entre 84 e

96%. Com essa elevada participação de CAM no estoque de COT pode-se dizer

que esta ocorrendo a estabilização do C no sistema e consequentemente uma

provável diminuição da emissão de C, porém é necessário que o solo apresente

quantidades adequadas de COP para que haja o fluxo de C no solo, mantendo a

atividade biológica (BATISTA et al.,2013)

Os estoques de CAM entre as áreas com e sem pastejo não

apresentaram diferenças estatística em ambas as fases de avaliação (Tabela 15).

Com isso percebe que a retirada da pastagem pelo consumo dos animais não

influencia no estoque de CAM, uma vez que a pastagem que seria utilizada para

MO retorna ao solo pelas excretas (fezes), que ao serem decompostas auxiliam na

manutenção do estoque de CAM.

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65

Tabela 15- Carbono associado aos minerais (CAM) das áreas com pastejo e sem pastejo para as diferentes fases de avaliação. UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015.

ns= não significativo; médias seguidas por letras distintas na linha dentro de cada fase de avaliação (após pastejo e após pastejo) diferem-se pelo teste de Tukey (p<0,05). Tabela 1- Relação entre estoque de COP /COT e CAM/COT nas diferentes fases

de avaliação (média entre as doses de N e o fator pastejo). UTFPR, Câmpus Pato Branco, 2015.

COP: Carbono orgânico particulado. COT: carbono orgânico total. CAM: carbono associado aos minerais.

Fase pecuária Fase lavoura

Camadas CP SP CV CP SP CV%

(m) ----------Mg ha-1--------- % -----------Mg ha-1--------

0,00-0,05 17,49ns 17,64 14,54 14,65ns 14,11 11,53

0,05-0,10 16,72ns 16,51 8,22 13,05ns 14,07 9,53

0,10-0,20 32,29ns 31,54 13,32 26,45ns 25,91 8,74

Relação COP/COT Relação CAM/COT

Camada Fase pecuária

Fase Lavoura

Fase pecuária

Fase lavoura

m ----------------------------------- % -------------------------------------

0-0,05 6,11 5,15 93,89 94,85

0,05-0,10 6,20 5,54 93,80 94,46

0,10-0,20 4,11 4,62 95,89 95,38

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66

4.6 CONCLUSÃO

As doses de nitrogênio aplicadas na pastagem de inverno e o pastejo

não influenciam nos estoque de carbono orgânico total.

O pastejo pelos ovinos não reduz os estoques de COT.

O COP não foi influenciado pelas doses de nitrogênio aplicadas na

pastagem.

O pastejo aumentou o estoque de COP na camada de 0,10-0,20 m

durante a fase pecuária, e reduziu o estoque na camada de 0-0,05 m durante a

fase de pecuária.

Os estoques de CAM não foram prejudicados pelo pastejo dos ovinos. O

uso de N na pastagem de inverno proporciona modificações no estoque de CAM.

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67

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos no presente estudo permitem a constatação

que a introdução de ovinos em áreas com integração à lavouras não provoca o

aumento da densidade do solo acima do nível critico para o desenvolvimento das

plantas e que o aumento da densidade nas áreas com pastejo é temporário e

reversível após o ciclo da cultura do milho.

As doses de nitrogênio aplicadas na pastagem do inverno não

influenciam na porosidade total e na microporosidade do solo durante a fase de

pecuária. No entanto, na macroporosidade do solo, a adubação nitrogenada tem

efeito sobre a camada de 0-0,05 m. O pastejo realizado por ovinos não apresentou

efeito prejudicial a estes atributos físicos do solo, uma vez que seus valores

encontram-se acima dos limites considerados críticos ao desenvolvimento das

plantas.

A influência do pastejo no diâmetro médio geométrico dos agregados

durante a fase de pecuária pode estar mais relacionado com a condição de baixa

umidade do solo durante a coleta das amostras, onde na área sem pastejo em

virtude da maior quantidade de matéria vegetal sobre o solo este apresentava

maior umidade, ocasionando menor rompimento do solo durante a coleta,

principalmente na camada superficial.

As áreas com pastejo apresentaram tendência a aumentar os

estoques de carbono no solo na fase pecuária, especialmente na camada de 0,10-

0,20 m.

De forma geral percebe-se que o sistema de integração lavoura-

pecuária com ovinos torna-se uma opção viável no que diz respeito à qualidade

física e matéria orgânica do solo.

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68

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ANEXOS

ANEXO A- Procedimento de preparo das amostras e análises de agregados

estáveis em água.