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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CIÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE MULHERES USUÁRIAS DE UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE MORADORAS DO BAIRRO RINCÃO - PERIFERIA DE SÃO PAULO BRUNO HOLANDA FERREIRA SÃO PAULO 2017

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

EM CIÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO

PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE MULHERES USUÁRIAS DE UNIDADE

BÁSICA DE SAÚDE MORADORAS DO BAIRRO RINCÃO - PERIFERIA DE

SÃO PAULO

BRUNO HOLANDA FERREIRA

SÃO PAULO 2017

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BRUNO HOLANDA FERREIRA

PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE MULHERES USUÁRIAS DE UNIDADE

BÁSICA DE SAÚDE MORADORAS DO BAIRRO RINCÃO - PERIFERIA DE

SÃO PAULO

Dissertação apresentada ao programa

de Mestrado Stricto Sensu em Ciências

do Envelhecimento sob orientação da

Prof.ª Dra. Graciele Massoli Rodrigues.

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Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da

Universidade São Judas Tadeu

Bibliotecária: Cláudia Silva Salviano Moreira - CRB 8/9237

Ferreira, Bruno Holanda

F383p Perfil Sociodemográfico de mulheres usuárias de Unidade Básica de Saúde

moradoras do bairro Rincão / Bruno Holanda Ferreira. - São Paulo, 2017.

f.136: il.; 30 cm.

Orientadora: Graciele Massoli Rodrigues.

Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2017.

1. Envelhecimento. 2. Mulheres. 3. Promoção da saúde. I. Rodrigues, Graciele

Massoli. II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto

Sensu em Ciências do Envelhecimento. III. Título

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AGRADECIMENTOS

À toda minha família, que constantemente me incentivou a quebrar barreiras

em todas as etapas da minha vida. Em especial, gostaria de agradecer aos meus

pais, Flavia Holanda Ferreira e Manoel Borges Ferreira, que desde criança sempre

me proporcionaram palavras tanto de consolo como de incentivo para poder traçar

uma vida digna e honesta. Aos meus irmãos, Manoel Holanda Ferreira e Gabriela

Holanda Ferreira, pela constante demonstração de carinho e compaixão.

Aos meus avós maternos Maria da Conceição e José Belarmino de Holanda e

avós paternos Otacílio Ferreira (in memoria) e Benedita Ferreira (in memoria) pelo

constante apoio e ternura que todo neto gostaria de ter.

Ao meu sobrinho, Gustavo Maruyama, nascido com 24 semanas, por

demonstrar que merecemos viver com garra, cada momento da vida, como se fosse

o único.

Agradeço à Alessandra Biazin, por tolerar, entender, incentivar, ler e reler

esse trabalho (inúmeras vezes) sem deixar abalar o respeito, carinho e afeto, que ao

longo desses 8 anos de convivência, nunca deixou faltar.

Em especial, agradeço à minha colega, amiga, mãe acadêmica e orientadora

Graciele Massoli Rodrigues, que me acolheu na Universidade e demonstrou total

confiança e paciência, apesar dos “puxões de orelha” ao longo do curso. Além disso,

agradeço a ela por apresentar os considero hoje meus amigos e conselheiros:

Milena Pedro de Moraes, Janísio Xavier de Souza, Uirá de Siqueira Farias, Renata

Chagas, Paulo Clepard Silva Januário e Gilberto Martins Freire, e com quem tive

contato ao longo dos 24 meses de curso.

Às professoras Maria Luiza de Jesus Miranda e Bruna Gabriela Marques pela

oportunidade e confiança depositadas sobre a análise deste trabalho para o

desenvolvimento desta dissertação.

À todos os professores da USJT, por dividirem seus conhecimentos nas

disciplinas oferecidas, sempre dispostos a me auxiliar no trabalho acadêmico. Em

especial agradeço o apoio e carinho à professora Claudia Borim, que além de se

colocar a disposição em diversos momentos no decorrer deste projeto, se

apresentava sempre disposta e com bom humor para nossos encontros, mesmo

diante de uma agenda conturbada e apertada.

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SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................................................. 10

ABSTRACT ......................................................................................................................................... 11

APRESENTAÇÃO .............................................................................................................................. 12

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 14

2. OBJETIVO ................................................................................................................................... 18

2.1 Geral ......................................................................................................................................... 18

2.2 Específicos .............................................................................................................................. 18

3. QUADRO TEÓRICO .................................................................................................................. 19

3.1 Processo de envelhecimento populacional ........................................................................ 19

3.2 Transição epidemiológica e demográfica da população idosa brasileira. ..................... 23

3.3 O progresso da Mulher no Brasil ......................................................................................... 26

3.4 Considerações acerca da Qualidade de Vida .................................................................... 34

3.5 Reflexões acerca da criação do sistema único de saúde ................................................ 43

4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................................... 49

4.1 Delineamento do Estudo ....................................................................................................... 49

4.2 Local do Estudo ...................................................................................................................... 49

4.2.1 Aspecto situacional do Jardim Rincão ............................................................................ 49

4.2.2 Trajetória para coleta dos dados e amostra ................................................................... 50

4.3 Instrumentos ............................................................................................................................ 52

4.3.1 Anamnese ............................................................................................................................ 52

4.3.2 Perfil Sociodemográfico ..................................................................................................... 53

4.3.3 Questionário Baecke de Atividade Física Habitual ....................................................... 53

4.3.4 Autoavaliação da capacidade funcional .......................................................................... 54

4.3.5 Escala de Satisfação Global com a Vida ........................................................................ 55

4.4 Analise Estatística .................................................................................................................. 55

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................... 57

5.1 Características sociodemográfica das usuárias das pesquisadas ................................. 58

5.2 Características dos agravos à saúde das usuárias do sistema único de saúde .......... 62

5.3 O comportamento das variáveis: grupos de faixa etária, quedas, doenças,

características do estilo de vida e a capacidade funcional sob o olhar da Análise de

Correspondência Múltipla. ................................................................................................................ 79

6. CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 91

7. LIMITAÇÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................................................... 93

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................ 13

Anexo 1 - Termo de Consentimento e Livre Esclarecimento .................................................... 110

Anexo 2 - Parecer consubstanciado do CEP (1) ......................................................................... 112

Anexo 3 - Parecer consubstanciado do CEP (2) ......................................................................... 116

Anexo 4 - Parecer Coordenadoria regional da saúde norte ...................................................... 119

Anexo 6 - Questionário de Classificação Econômica Brasil ...................................................... 124

Anexo 7 - Autoavaliação da Capacidade Funcional ................................................................... 126

Anexo 8 - Escala de Satisfação Global Com a Vida ................................................................... 128

Anexo 9 - Questionário de Atividade Física Habitual .................................................................. 129

Anexo 10 - Breve explicação da Análise da Correspondência Múltipla .................................. 132

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Descrição das variáveis sociodemográficas da população, Jd. Rincão-SP, 2016.

59

Tabela 2 - Distribuição da amostra por faixa etária segundo relato de doença,

Jd. Rincão-SP, 2016. 63

Tabela 3 - Distribuição da amostra por faixa etária das doenças segundo Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, Jd. Rincão-SP, 2016.

65

Tabela 4 - Média e desvio padrão sobre a quantidade de medicamento por faixa etária, Jd. Rincão, 2016.

67

Tabela 5 - Distribuição de quedas por faixa etária, Jd. Rincão-SP, 2016. 70

Tabela 6 - Análise estatística da SGV de acordo com faixa etária, classe social, escolaridade e capacidade funcional, Jd. Rincão-SP, 2016.

71

Tabela 7 - Distribuição da Capacidade Funcional por faixa etária, Jd. Rincão-SP, 2016.

74

Tabela 8 - Distribuição quanto ao hábito de fumar e consumo de bebida alcoólica por faixa etária, Jd. Rincão-SP, 2016.

75

Tabela 9 - Distribuição dos escores da AFO, EFL e AFLL por faixa etária, Jd. Rincão-SP, 2016.

76

Tabela 10 - Distribuição dos escores de AFH por faixa etária, Jd. Rincão-SP, 2016.

77

Tabela 11 - Distribuição da AFH categorizado por Faixa etária, Jd. Rincão-SP, 2016.

78

Tabela 12 - Descrição das variáveis incluídas na ACM. 79

Tabela 13 – Descrição da inércia por dimensão. 81

Tabela 14 - Medidas de discriminação.

82

Tabela 15 - Quantificação da coordenada de centroides nas dimensões 1 e 2.

84

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Declive dos valores de inércia. 81

Figura 2 - Medidas de discriminação. 83

Figura 3 - Dimensão1: Doenças, Capacidade Funcional e Quedas. 86

Figura 4 - Dimensão 2 : Faixa etária, AFH e Hábitos. 87

Figura 5 - Mapa de associações entre agravos à saúde por grupo de faixa etária.

88

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABVD - Atividade Básica de Vida Diária

AIS - Ações Integradas de Saúde

CEBES - Centro Brasileiro de Estudos de Saúde

CF – Capacidade Funcional

ESF - Estratégia Saúde da Família

INAMPS - Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social

NASF - Núcleo de Apoio à Saúde da Família

OMS – Organização Mundial da Saúde

PNAB - Politica Nacional de Atenção Básica

QV – Qualidade de Vida

SABE - Saúde, Bem-estar e Envelhecimento

SGV – Satisfação Global com a Vida

SPS - Serviços Públicos de Saúde

SUDS - Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde

UBS – Unidade Básica de Saúde

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RESUMO

As alterações demográficas populacionais e o elevado número de mulheres no mundo têm estimulado profissionais da saúde a buscarem ações para a melhoria da qualidade de vida da população. Para isso, cada vez mais, mostram-se necessárias mudanças e inovações nos programas de atenção à saúde, especialmente para as mulheres. Essa pesquisa caracteriza-se como exploratória descritiva transversal com abordagem quantitativa cujo objetivo geral é delinear os fatores associados ao processo de envelhecimento em mulheres de uma comunidade de São Paulo. Foram utilizados questionários que levantaram informações acerca das participantes, sendo: Anamnese, Classe Social (CS), Atividade Física Habitual (AFH); Escala de Satisfação Global com a Vida (SGV), Capacidade Funcional (CF). O estudo contou com 190 mulheres acima de 50 anos usuárias de uma Unidade Básica de Saúde do Jardim Rincão, zona norte de São Paulo. Os dados foram tabulados no programa SPSS versão 20.0 para: obter a frequência absoluta, porcentagem para as variáveis categórica e para as variáveis quantitativas: média, desvio padrão, valores mínimos e máximos, intervalo interquartil. Foi usada a ANOVA fator único para avaliar as diferenças entre (1) quantidade de medicamentos pela faixa etária (FE), (2) SGV nos diferentes níveis CF, (3) SGV de nos diferentes níveis de CS e (4) SGV nos diferentes níveis escolares (ES). Os resultados foram considerados estatisticamente significativos para valores de p ≤ 0,05. Para traçar o perfil dos diferentes grupos de faixas etárias foi realizada a Análise de Correspondência Múltipla com as variáveis: faixa etária, doenças, capacidade funcional, AFH, quedas e hábitos saudáveis. A média de idade foi de 67,3 anos (DP = 7,2) sendo, 53,7% composta na faixa etária de 60 a 69 anos. O perfil sociodemográfico predominante das participantes é de casadas; não alfabetizadas com ensino fundamental I incompleto; possuem filhos; são aposentadas e pertencentes a classe média baixa. Quanto às doenças, identificou-se que o grupo possui, em sua maioria, problemas no aparelho circulatório (73,7%) e sistema endócrino e metabólico (63,7%). As condições mais frequentes são de hipertensão, diabetes, enfermidades na coluna, osteoporose e labirintite. Não foi evidenciada diferença na quantidade usual de medicamentos entre FE (M=3,16 a 3,75, p=0,581). O nível de SGV foi considerado elevado (M=8,67 DP=1,88), assim como na relação entre o nível de SGV com FE (F=0,300 p=0,825), ES (F=1,137 p=0,498) e CS (F=0,520 p=0,721). No entanto, foi evidenciado nível de SGV inferior para o grupo que possui baixa CF (F=6,05 p=0,005). Em relação à análise conjugada, o estudo caracterizou 4 grupos: G1 com faixa etária de 50 a 59 anos, livre de doenças, independente fisicamente e com nível elevado de AFH, porém com um pior estilo de vida. O G2 (60 a 69 anos) foi associado a um perfil de ex-fumantes, dependência física, média AFH, diversos tipos de doenças crônicas e elevada quantidade de quedas. O G3 (70 a 79 anos) associou-se com dependência moderada, poucas quedas, hábitos saudáveis, baixo nível de AFH e sem doenças. O G4 (> 80 anos) com dependência física, baixo nível de AFH, doenças metabólicas e do aparelho respiratório. Ao delinear o perfil da população estudada, a pesquisa evidenciou a importância da caracterização psicofisicosociais de grupos para o planejamento de ações multidisciplinares em comunidades periféricas que visam ampliar a qualidade de vida dessas pessoas.

Palavras chave: Envelhecimento; Mulheres; Promoção da Saúde.

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ABSTRACT

The population demographic changes and the high number of women in the world

have stimulated health professionals to seek actions to improve the quality of life of

the population. For this, more and more changes and innovations in health care

programs, especially for women. This research is characterized as a descriptive

cross-sectional exploratory study with a quantitative approach whose general

objective is to delineate the factors associated with the aging process in women from

a community of São Paulo. Questionnaires were used to gather information about

participants, such as: Anamnesis, Social Class (SC), Habitual Physical Activity

(HPA); Global Satisfaction with Life Scale (GSL), Functional Capacity (FC). The

study had 190 women over 50 years old who were using a Basic Health Unit in

Jardim Rincão, in the north of São Paulo. The data were tabulated in SPSS version

20.0 to obtain the absolute frequency, percentage for categorical variables and for

quantitative variables: mean, standard deviation, minimum and maximum values,

interquartile range. One-way ANOVA was used to evaluate the differences between

(1) quantity of drugs by age group (AG), (2) GSL in different FC levels, (3) GSL of

different levels of SC, and (4) GSL in different School levels (SL). The results were

considered statistically significant for p ≤ 0.05 values. To analyze the profile of the

different groups of age groups, Multiple Correspondence Analysis was performed

with the variables: age group, diseases, functional capacity, HPA, falls and healthy

habits. The mean age was 67.3 years (SD = 7.2), being 53.7% composed in the age

group of 60 to 69 years. The predominant sociodemographic profile of the

participants is married; Not literate with elementary school I incomplete; Have

children; Are retired and belonging to the lower middle class. As for diseases, it was

identified that the group has, in most cases, problems in the circulatory system

(73.7%) and endocrine and metabolic system (63.7%). The most frequent conditions

are hypertension, diabetes, spinal diseases, osteoporosis and labyrinthitis. There

was no difference in the usual amount of medication among AG (M = 3.16 to 3.75, p

= 0.581). The GSL level was considered high (M = 8.67 SD = 1.88), as well as in the

relationship between the level of GSL with AG (F = 0.300 p = 0.825), SL (F = 1,137 p

= 0,498) and SC (F = 0.520 p = 0.721). However, lower SGV level was evidenced for

the group that has low FC (F = 6.05 p = 0.005). In relation to the conjugated analysis,

the study characterized 4 groups: G1, 50- to 59-year-old, disease-free, physically

independent and with a high level of HPA, but with a worse lifestyle. G2 (60-69

years) was associated with a profile of ex-smokers, physical dependence, mean

HPA, various types of chronic diseases and high number of falls. G3 (70-79 years)

was associated with moderate dependence, few falls, healthy habits, low HPA and

no disease. G4 (> 80 years) with physical dependence, low level of HPA, metabolic

and respiratory diseases. In outlining the profile of the studied population, the

research highlighted the importance of the psychophysiological and social

characterization of groups for the planning of multidisciplinary actions in peripheral

communities that aim to increase the quality of life of these people.

Keywords: Aging; Wome; Health Promotion

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APRESENTAÇÃO

“Paciência e perseverança tem o efeito mágico de fazer as dificuldades desaparecerem e os obstáculos sumirem”.

John Quincy Adams

A reflexão pelos desafios em investigar os idosos foi sendo desenvolvida no

decorrer da minha graduação em Educação Física realizada no Centro Universitário

Adventista de São Paulo concluída no ano de 2008. No primeiro ano letivo do curso

me foi oferecida uma bolsa integral pela própria universidade, em paralelo a vários

incentivos dos professores para iniciar trabalhos de Iniciação Cientifica e cursos

voltados para a prática de atividade física com idosos. Parte dos questionamentos

que afloraram na fase inicial da graduação a cerca da prescrição de exercícios, ficou

ainda mais evidente quando fui transferido para atuar como auxiliar dos professores

nas atividades aquáticas, despertando ainda mais o interesse em aprofundar os

estudos.

Neste contexto, o emaranhado de experiências advindas dos cursos e dos

estágios não foi suficiente para responder aos meus questionamentos sobre a

maneira ideal de prescrever exercícios para idosos. Com isso, mesmo sabendo de

algumas condutas e posturas políticas adotadas para identificar e combater agravos

à saúde na população mais velha, optei por iniciar o curso de Pós-Graduação Latu-

Sensu em Atividade Física para Grupos Especiais e Reabilitação Cardíaca oferecido

na Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU com duração de 2 anos.

À medida que percebia a importância de estar sempre baseado nas

evidências cientificas, oferecidas no curso de especialização e as experiências

compartilhadas com o Prof. Dr. José Antônio Aguilar Cortez coordenador do curso e

diretor do Programa de reabilitação Cardíovascular e Metabólica - FITCOR, fui

percebendo e desenvolvendo novas condutas e posturas em prol do beneficio do

idoso.

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A aproximação junto ao coordenador do curso de especialização despertou-

me o interesse em auxiliá-lo em pesquisas com os frequentadores do programa de

Reabilitação Cardíaca oferecido no Hospital Sírio Libanês, a frequentar o Laboratório

de Psicossociologia do Esporte-USP e a participar de Congressos na área de

Reabilitação Cardíaca. A oportunidade acadêmica gerou a profissional, pois

passados alguns meses, fui convidado a trabalhar na FITCOR “empresa que

prestava serviços para o Hospital Sírio Libanês”, isso me levou ao contato direto

com os pesquisados.

O cenário da pesquisa e experiência profissional relatado anteriormente, me

deu a base para poder estruturar um projeto de pesquisa voltado para a Promoção

da Saúde e apresentar ao programa de mestrado acadêmico em Ciências do

Envelhecimento na Universidade São Judas Tadeu.

Ao iniciar a disciplina “Autocuidado com a Saúde na Velhice” oferecida pela

Professora Drª Maria Luiza de Jesus Miranda, houve a oportunidade de conhecer o

projeto de tese que estava em processo de coleta, sob a orientação da Profa.

Miranda, para a defesa de Tese de Doutorado em Educação Física da Professora

Ms. Bruna Gabriela Marques, que tinha algumas particularidades semelhantes ao

meu projeto como Promoção da Saúde e a Atividade Física.

Após a análise e discussão com a minha orientadora Professora Drª Graciele

Massoli Rodrigues, identificamos a oportunidade de analisar a coleta partindo do

pressuposto de que os dados já haviam sido coletados. Vale lembrar, que na medida

em que participava desta nova pesquisa acadêmica fui convidado pelas professoras

Graciele e Miranda a participar do Projeto Sênior para a Vida Ativa. Este projeto

abrange tanto a área de Pesquisa como de Extensão que vem sendo ofertada pela

própria universidade à comunidade em torno, sempre com profundas reflexões sobre

o processo de envelhecimento, já que seu princípio norteador se destaca como

sendo o de “educar para a autonomia” baseada na educação dialógica de Paulo

Freire e os ideais filosóficos da Promoção da Saúde. Durante este projeto foram

realizados testes e pesquisas que nos permitem acompanhar como forma de

ferramenta seus respectivos desenvolvimentos, que me levaram a refletir sobre

algumas decisões desta pesquisa relacionadas à qualidade de vida e conquistas

adquiridas pelas mulheres.

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1. INTRODUÇÃO

As discussões sobre as práticas em saúde vêm sendo constantemente

tratadas e reformuladas desde suas bases conceituais no final do século XX e início

do século XXI. Neste período, apesar de ser reconhecida como uma área da saúde

desde 1998, a questão sobre a prática de atividades físicas vem sendo colocada em

nossa sociedade, de modo geral, principalmente a partir dos benefícios que de

maneira regular, produz.

No entanto, a busca incessante por melhorias da qualidade de vida (QV) da

população vai além de um estilo de vida saudável e investimentos com cobertura

assistencial. São necessários pré-requisitos básicos que estejam presentes para

viabilizar o incremento das condições de saúde entre os quais estão a participação

no controle do processo de promoção da saúde e o desenvolvimento de

capacidades pessoais, que tem por iniciativa mais importante, a atenção para saúde,

valorização e autocuidado (FREITAS, 2006).

Destacamos Almeida, Gutierrez e Marques (2012) que trata a QV como sendo

um conhecimento multidisciplinar, englobando diversos modos e conceitos

científicos, assim como inúmeras linhas de abordagem. Os autores ainda comentam

que atrelado a um tratamento do senso comum e mercadológico, diferentes autores

ou sujeitos, dentro ou fora das margens científicas, abordam esse tema sob

perspectiva diferentes.

Como parte das ações de políticas de saúde públicas, a partir da década de

60, vem sendo incentivada a prática de atividades físicas, com o intuito de mobilizar

indíviduos sedentários a participar de programas a fim de obter a melhora da QV e

ampliarem a participação na sociedade (OKUMA, 2012).

A cada novo estudo divulgado, surgem quadros alarmantes de sedentarismo

na população brasileira, cerca de 45,4% do conjunto da população brasileira não

alcançou o nível suficiente de atividade física, e ainda, as mulheres são

representadas como sendo a maior parcela com 53,4% comparada com os homens

35,3% e este percentual tende a aumentar com o avanço da idade e baixa

escolaridade (BRASIL, 2017).

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Ao comparar as capitais do Brasil e Distrito Federal, podemos observar no

estudo de Brasil (2017) que Brasília e Boa Vista possuem o maior contingente de

pessoas com o nível suficiente de atividade física com 60,7% e 47,6%

respectivamente. Os dados ainda apontam que São Paulo está classificado como o

estado que possui 47,7% de adultos insuficientemente ativos. Através disso,

necessitamos intensificar a sociedade a praticar não apenas para as questões

medicalizadas “prevenção e tratamento de doenças”, mas também na construção e

reflexão dos aspectos relacionados à melhoria da saúde e da QV em seu cotidiano e

da comunidade.

A medida que estamos percebendo a inversão do perfil epidemiológico e

demográfico da população brasileira, valorizamos cada vez mais as necessidades

de mudanças e inovações nos paradigmas de atenção a saúde da população. A

visão de Ramos (2003) deixa claro esta atualização, com o desenvolvimento em

atividade multiprofissionais, treinamentos mediante a abertura de disciplinas nas

universidades, residências médicas e de linhas de financiamento a pesquisa.

Mesmo assim, Sousa (2010) relata a dificuldade de encontrar dados que

envolvam mulheres idosas residentes em localidades de baixa renda. Assim,

delinear fatores associados ao processo de envelhecimento, pode subsidiar

propostas e estratégias à população com vistas à adoção de um estilo de vida

saudável.

Nesse sentido, Lima (2003) apresenta algumas estratégias que vem sendo

incorporadas para atender a população brasileira como: Saúde da Família,

Programa de Saúde, Universidade da Terceira Idade e Movimentos Sociais. E

dentre estes programas Mendes et al (2011), destacam o Programa de Estratégia

Saúde da Família (ESF) que foi inspirado na promoção de saúde e prevenção de

doenças realizado em países como Cuba, Inglaterra e Canadá.

A ESF é um programa de Atenção Básica criada pelo Ministério da Saúde em

2001 e tem como objetivo acompanhar de perto a saúde da população, com o

objetivo de atender às suas necessidades específicas, descobertas através de

pesquisas realizadas nas áreas de abrangência do programa.

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O grande diferencial da ESF é que o serviço de saúde não espera que o

usuário o procure, e sim vai até ele com as informações e orientações que têm como

finalidade evitar que determinados problemas se agravem.

A expansão e consolidação da ESF por todo o país têm garantido importantes

conquistas, que possibilitaram a ampliação de suas ações com a inserção de

diversos profissionais envolvidos na promoção da saúde, e que pode ser confirmado

com a criação e implantação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF)

(BRASIL, 2008).

Vale lembrar, que somos seres únicos e com maneiras diferentes de se

cuidar, com características individuais, tanto físicas quanto emocionais e

intelectuais, exigindo um aprendizado especial para aperfeiçoar ações a favor da

saúde e superar as mudanças produzidas por doenças ou pelo processo de

envelhecimento. Sobre essas considerações, Correa (2003) refere-se ao

autocuidado como a obtenção de um melhor conhecimento de si mesmo como

pessoa mais objetiva, com qualidades e limitações gerando como consequência, o

efeito positivo na autoaceitação, autocontrole, autoestima, autovalorização,

autoimagem, autoeficácia e resiliência.

Segundo Neri (2001), as intervenções, tais como, nos programas de

promoção da saúde estimulam a consciência de que é importante identificar e

promover condições que permitam a ocorrência de uma velhice longa e saudável,

com uma relação custo-beneficio favorável para indivíduos e instituições sociais.

No entanto, alguns anos se passaram desde os primeiros estudos

multidimensionais sobre a população feminina no país, em diferentes regiões,

estados e municípios. Não obstante, ainda é necessária e pertinente a busca por

informações em estudos de base populacional sobre quem são e como vivem as

mulheres acima de 50 anos em uma zona periférica da maior metrópole do Brasil. E

além disso, devemos levar em consideração o tamanho do território, a diversidade

cultural e as iniquidades sociais e de saúde, características do processo de

envelhecimento populacional do país, para que seja levado a necessidade de

ampliar o universo de conhecimento no que diz respeito a QV de determinada

população tendo como base alguns estudos de referência para comparações com os

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achados aqui apresentados, enquadradas as diferenças metodológicas de cada

uma.

Diante disso, qual a atual situação das mulheres nascidas no século XX,

moradoras de uma área urbana e periférica do estado de São Paulo? Esta

indagação é o ponto de partida do qual concebemos e desenvolvemos o presente

estudo objetivando delinear fatores associados ao processo de envelhecimento de

mulheres moradoras do Jardim Rincão e frequentadoras da Unidade Básica de

Saúde (UBS).

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2. OBJETIVO

2.1 Geral

Delinear fatores associados ao envelhecimento de usuárias da Unidade

Básica de Saúde (UBS) moradoras do Jardim Rincão, zona norte de São Paulo.

2.2 Específicos

1. Identificar o perfil sócio demográfico da população estudada;

2. Identificar a prevalência de doenças por faixa etária;

3. Identificar o nível de capacidade funcional por faixa etária;

4. Identificar o perfil de satisfação com a vida e comparar com: faixa etária, nível

de dependência funcional, escolaridade e a classe social;

5. Identificar os diferentes domínios da atividade física habitual e comparar com

faixa etária;

6. Identificar a associação entre agravos de saúde, hábitos e condição física por

grupos de faixa etária.

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3. QUADRO TEÓRICO

3.1 Processo de envelhecimento populacional

Em meados do século XX, com o surgimento das teorias sociológicas do

envelhecimento, o processo de envelhecimento era visto pela dimensão biológica

como um período que não evoluía caracterizado por perdas biológicas irreversíveis

(PY, 2004). E, nos dias de hoje, em todo o mundo o processo de envelhecimento

vem sendo moldado e discutido por diversas áreas de conhecimento.

Neste contexto, Bassit e Witter (2010) complementa que a visão

interdisciplinar sobre o fenômeno do processo de envelhecimento no mundo é

atribuída ao maior conhecimento da população de idosos, possibilitando ser

estudada de forma ampla resultando em diversos fatores como as taxas de

fecundidade, fertilidade, natalidade, mortalidade infantil e a melhora das condições

de infraestrutura e saneamento básicos.

Apesar de ser um fator discutido e muito comum nos seres vivos, o termo

envelhecimento não é uma tarefa fácil de ser conceituada, e alguns autores como

Brito e Litvoc (2004) declaram apresentar algumas lacunas e controvérsias quanto à

natureza e dinâmica de seu processo, além das dificuldades de sua caracterização e

definição do ponto de vista científico.

No entanto, Brito e Litvoc (2004), em sua investigação cientifica fazem uma

tentativa de explicar e declaram que o envelhecimento é um processo dinâmico,

progressivo e irreversível, ligados intimamente a fatores biológicos, psíquicos e

sociais. Já para Filho (2009) o termo se refere a um processo que se estende a

todos os humanos de forma inevitável e de evolução contínua, com características

de perda progressiva da reserva funcional de cada órgão responsável pela nossa

homeostasia, reconhecido como alterações da senescência, envelhecimento

primário ou eugeria.

Para Spirduso (2005), o envelhecimento é considerado como o conjunto de

processos que ocorrem em organismos vivos apresentando perda de

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adaptabilidade, deficiência funcional e morte com o passar do tempo. E ainda faz

parte do envelhecimento a extensão fisiológica do crescimento e desenvolvimento

dos seres humanos (IBDEM).

Taylor e Johnson (2015) caracteriza o envelhecimento em dois tipos: o

eugérico que são alterações funcionais não produzidas por doenças, acarretando no

ser humano a máxima expectativa de vida. O segundo tipo é o envelhecimento

patogérico, que sofre alterações através das influências de perturbações ambientais,

mutações genéticas e acidentes da natureza ou do ambiente humano.

Com base na existência de inúmeros conceitos e de mecanismos propostos

para a definição do envelhecimento, que tende a evoluir com o avanço do

conhecimento da área, o presente estudo se baseou em Spirduso (2005) que define

o envelhecimento como uma ação que ocorre em organismos vivos apresentando

perda de adaptabilidade, deficiência funcional e morte com o passar do tempo.

Neste contexto de degradação progressiva e diferencial, Lustri e Morelli

(2007) e Fries e Pereira (2011), nos chama a atenção ao tentar explicar a influência

dos fatores intrínsecos dentre eles a genética que é responsável pela longevidade

máxima e os fatores extrínsecos como o estilo de vida externo, as exposições

ambientais a quais o indivíduo foi exposto como a poluição, alimentação, presença

de radicais livres e as doenças crônicas. A interação destes fatores pode influenciar

significativamente o modo em que ocorre o processo de envelhecimento.

Já para Silva e Ferrari (2011), o passar dos anos e o estilo de vida vulnerável

como o estresse, má alimentação, poluição, qualidade da água, má higiene, pouco

sono, inatividade física e sexo, alteram negativamente a quantidade de antioxidantes

naturais fazendo com que o organismo fique mais vulnerável à ação dos radicais

livres. Parte destas alterações químicas que ocorrem nas células acarreta uma série

de alterações nas funções que são responsáveis para a manutenção da vida celular,

como a respiração e a produção de energia, e acabam destruindo enzimas e

atacando as células e, caso esses radicais livres não sejam eliminados ou detidos,

podem levar à destruição de componentes vitais das células, podendo chegar aos

seus núcleos e promover defeitos nas cadeias de DNA, modificando o código

genético e dando origem a células diferentes, que podem tornar-se perigosas se não

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contidas pelo sistema de defesa, favorecendo a aceleração do processo de

envelhecimento.

Embora o processo de envelhecimento seja um fenomeno universal, as

alterações biológicas que ocorrem nas células tornam-se menos capazes de manter

a homeostase quando submetido a um estresse fisiológico. Tais modificações,

principalmente quando associadas à idade cronológica avançada, determinam maior

suscetibilidade à ação de multiplas doenças, crescente vulnerabilidade e maior

probabilidade de morte.

Neste caso, algumas alterações geram doenças crônicas como a hipertensão

arterial, diabetes, câncer e patologias cardiovasculares que eram tidas como

exclusivas das faixas etárias mais avançadas, mas tem se observado uma maior

predominância na população de idade cronológica mais avançada.

Nesse contexto, Farinatti (2008) comenta que inúmeras alterações estruturais

podem ocorrer nos indivíduos, sendo considerado como um fator heterogêneo,

apresentando degradações biológicas nas estruturas, funções dos sistemas

orgânicos e das células. Com isso, à medida que o tempo passa, falhas poderão

ocorrer na regeneração, causando problemas principalmente nas funções orgânicas

por conta das variações do meio interno. Assim, a Organização Mundial da Saúde -

OMS (2005) conclui que as doenças crônicas parecem ter uma interação entre

fatores genéticos predisponentes, alterações fisiológicas do envelhecimento e

fatores de risco modificáveis como tabagismo, ingesta calórica excessiva,

sedentarismo, consumo de alimentos não saudáveis e obesidade.

Dessa maneira, quando relacionamos as modificações biológicas e

fisiológicas sobre o processo de envelhecimento, Spirduso (2005) e Farinatti (2008)

concluem que é um processo multifatorial que evolui de forma contínua de acordo

com as características intrínsecas, o que teria início bem antes da velhice. A

característica mais evidente do envelhecimento é a diminuição da capacidade de

adaptação do organismo face às alterações do meio ambiente, alterando

principalmente com a idade e a instalação de afecções crônicas ocasionando um

aumento gradual de determinadas doenças crônicas-degenerativas que podem

precipitar a incapacidade ou o fim da vida.

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Assim, os possíveis efeitos marcadores do processo de envelhecimento são

dependentes de fatores externos como: o estilo de vida, condições sócio

econômicas e doenças crônicas, já para os internos que são relacionados aos

fatores biológicos como: os planos moleculares, celulares, tecidual e orgânico do

individuo (FECHINE e TROMPIERI, 2012).

Com isso, nos últimos tempos a questão “saúde” durante o processo de

desenvolvimento da vida adulta, principalmente no que diz respeito à meia-idade e o

idoso tem crescido, principalmente por conta dos avanços da medicina e da

tecnologia pois, ambos têm levado ao aumento da expectativa de vida da população

mundial, gerando desafios no convívio com esta população de idosos, pois se sabe

que a idade máxima do ser humano está entre 110 e 120 anos (FARINATTI, 2008).

Além da medicina, a melhoria na condição da vida na sociedade como

moradia e ações sanitária, informações nutricionais, iniciativas educativas para a

redução do tabagismo, melhora dos hábitos alimentares, controle do estresse e

estímulo à adoção de atividade física regular no Brasil, fizeram com que a esperança

de vida ao nascer aumentasse 30 anos entre 1940 e 1996. Entre os homens a

expectativa de vida aos 60 anos entre os anos de 1980 e 1996 passou de 14,2 para

16,3 anos, e entre as mulheres passou de 17,6 em 1980 para 20,4 anos em 1996

(CAMARANO et al 1999; PNAD, 2000).

Quando comparamos por sexo, as características da expectativa de vida da

população brasileira, demonstram uma superioridade feminina. Segundo últimos

dados do IBGE (2010b), a esperança de vida dos brasileiros foi de 74,5 anos, sendo

que para as mulheres a estimativa foi de 78,2 anos e para os homens de 70,9 anos.

Com isso, torna-se significativamente superior a proporção de mulheres em relação

aos homens. Nos dados do PNAD (2000) no ano de 1991 as mulheres

correspondiam a 54% da população de idosos e passou a ser de 55,1% (8,11

milhões) no ano de 2000. Um século depois, a fatia de mulheres idosas passou a ser

composta por 55,5% (BRASIL, 2012).

Compreender o processo de envelhecimento é entender de forma holística os

aspectos individuais e coletivos da vida e, uma conscientização de que as pessoas

não envelhecem todas da mesma maneira. Mesmo assim, a maioria das instituições

que procuram dar atenção a saúde física, psicológica e social procuram adotar um

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critério cronológico devido a dificuldade de definir a idade biológica, causando visões

contraditórias sobre o início do processo de envelhecimento (FREITAS e PY, 2013).

Para Mazo et al (2004), a idade cronológica do idoso delimita o marco inicial

da velhice, mas na maior parte das vezes, não corresponde à idade biológica do

indivíduo. Embora Jardim (2007) citando Paschoal (1996) destaque que o critério

cronológico é menos preciso, ele é o mais utilizado sempre que for exigida a

necessidade de delimitar a população em estudo, ou para fazer uma análise

epidemiológica ou para fins de planejamento e oferta de serviços.

Mesmo assim, no Brasil a divisão populacional conforme faixa etária se

encontra da seguinte forma: os jovens, do nascimento até aos 19 anos de idade, o

adulto corresponde à população que possui entre 20 a 59 anos de idade; e do ponto

de vista legal, o idoso é toda a pessoa com mais de 60 anos de idade, segundo a Lei

8.8842 (BRASIL, 1994) e o Estatuto do Idoso, Lei 10.741 (BRASIL, 2003). Vale

lembrar que para a OMS (2009) o envelhecimento é inevitavel e comumente medido

por idade cronológica assim, uma pessoas com 65 anos ou mais é referida como

idoso, sendo que essa diferença na idade cronológica está alicerçada em fatores

socioeconômicos e correspondente, nos países desenvovidos.

O Brasil passou por mudanças significativas na estrutura populacional entre

os anos de 1950 e 2010. Nos dados disponibilizados pelo IBGE (2010) a população

de jovens passou de 41,8% para 24,1%; a população adulta era de 53,9% para

65,1% e os idosos que eram 4,3% da população, ampliaram para 10,8%. Bodstein,

Lima e Barros (2014) apontaram que, a população acima de 60 anos estava entorno

de 810 milhões o que representa 11,5% da população global no ano referência do

estudo.

3.2 Transição epidemiológica e demográfica da população idosa brasileira.

As repercussões no âmbito epidemiológico e demográfico da população ao

longo dos anos vem trazendo repercussões na econômia, no meio social e cultural,

tanto nos países desenvolvidos como nos que estão em desenvolvimento (PEREIRA

et al 2015; Albuquerque, 2003).

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No Brasil, essas repercussões incentivaram a criação de programas para

idosos. Os movimentos sociais e lutas pelos direitos sociais dos aposentados em

1992, contribuíram para o aumento de pesquisas envolvendo o envelhecimento em

meados de 1996, que para Lima (2003), passou a ser promovido nas ultimas

década do século XXI, uma mudança na esfera de cuidados sob a responsabilidade

da família privada para a pública. Além disso, Lima (2003) citando Lima (1996) nos

alerta sobre a ameaça na reprodução da vida social como por exemplo, os custos de

aposentadoria e a cobertura médico assistencial, uma vez que em menos de 30

anos, o Brasil passou de um perfil de morbimortalidade típico de uma população

jovem para um quadro caracterizado por enfermidades complexas e onerosas,

próprias das faixas etárias mais avançadas.

A consequência destas mudanças epidemiológicas contribui para o

comprometimento da saúde do grupo de população com idade avançada,

necessitando dar importância nas pesquisas para poder compreender a distribuição,

os determinantes e as consequências da perda da Capacidade Funcional (CF) nas

populações idosas (VERAS, 2011).

A presença de doenças, associadas a características de maior vulnerabilidade

e necessidades de saúde especificas da população idosa, é acompanhada no

relatório divulgado pelo IBGE (2010), revelando que na faixa etária acima de 65

anos, 77,6% dos entrevistados referiram ter ao menos uma doença crônica.

Além disso, o resultado da pesquisa do grupo Saúde, Bem-estar e

Envelhecimento (SABE) divulgado por Duarte et al (2010), ditam os estudos de

Duarte (2001) e Lebrão; Duarte (2003) onde revela um período crítico de transição.

No ano de 2000, 19,2% dos idosos participantes apresentavam alguma dificuldade

na realização das Atividade Básicas de Vida Diaria (ABVDs) e que, após o período

de seis anos, esse índice aumentou para 26,6% e a proporção de idosos que

declarou ter três ou mais dessas dificuladades passou de 5,6% para 12%, e 67%

não recebiam nenhuma ajuda para realizar as ABVDs.

Desse modo, torna-se muito importante a identificação do tamanho absoluto

da população idosa, sua proporção e os correspondentes índices, principalmente

nos que demonstram a existência de países distintos no que tange a esta

população. Segundo dados do IBGE (2010b) a região latino-americana vem

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apresentando crescimento e diversidade na proporção de idosos, com destaque de

6,4% para a Venezuela, 7,0% para o Peru, 8,6% para o Brasil, 10,1% o Chile e

17,1% o Uruguai.

Veras (2007), comenta que por conta desta transição demográfica, o Brasil é

um país “jovem de cabelos brancos”, pois estima-se que a cada ano 650 mil idosos

são incorporados à população brasileira, devido ao número de pessoas com idade

igual e superior a 60 anos que passou de 3 milhões em 1960 para 7 milhões em

1975. No ano de 2000 a população idosa era composta de 14,5 milhões e passou

para 17 milhões em 2006; e por fim, em 2010 a população idosa ocupou 20,6

milhões do território nacional (IBGE, 2010a).

Boa parte desta população idosa que vivia nas zonas rurais em 1991 era

composta por 23,3%, e em 2000 passou para 18,9%. Já em 2010 passou a ocupar

11,0% IBGE (2010b). Parte desta população está localizada nos municípios das

capitais do Brasil onde destacamos o Rio de Janeiro com 13% e região de São

Paulo com 11,6% do total da população de idosos (IBGE, 2010a).

Com relação à escolaridade, o IBGE (2010b) nos apresenta a proporção de

idosos que declaram saber ler e escrever pelo menos um bilhete simples passou de

55,8% no ano de 1991 para 65,8% em 2000 e estes 10,5% haviam concluído o

ensino médio. No entanto os homens continuam sendo mais alfabetizados em

relação às mulheres com 67,7% contra 62,6% respectivamente.

É por meio das atividades de trabalho e da rotina que os idosos estabelecem

metas, planos, laços afetivos, garantindo sua independência e produtividade.

Segundo Medina (1993), as dificuldades enfrentadas por idosos não alfabetizados

e/ou com incapacidade funcional para realizar as atividades da vida diária, como

usar transportes coletivos é um exemplo da inadequação das grandes cidades para

atender mais amplamente as necessidades cotidianas dos que envelheceram.

Quanto à renda, segundo dados do Censo retirado da Pesquisa Nacional por

Amostra de Domicilio (PNAD) no ano de 2013, o rendimento de aposentadoria de

maneira geral representava 54,1% do principal componente da renda familiar,

enquanto o rendimento do trabalho respondeu por apenas 36%. Já para as idosas,

quase 80% da renda se referiu aos rendimentos de pensão e aposentadoria.

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Desta maneira, a assistência oferecida para idosos nos serviços de saúde,

em particular nos serviços públicos de saúde, ainda representa, um recurso limitado

para atender a sofisticada necessidade de saúde e especialmente para promover a

saúde dos que estão em processo de envelhecimento. Além disso, os programas de

saúde específicos para idosos oferecidos nesses serviços definem, em grande parte,

suas ações a partir da estratégia de controle de risco, para doenças crônicas

degenerativas, experimentando restrições na possibilidade de intervir nos

determinantes relacionados ao contexto social mais ampliado, posto que o aspecto

das ações se centra nos indivíduos (LIMA, 2003).

Lima (2003), ainda comenta que as estratégias para promover a atenção aos

cuidados a toda população, foram iniciadas principalmente pelos padrões de

morbimortalidade relacionados ao processo de transição demográfica tanto nacional

como internacional. Segundo a autora, a Carta de Ottawa divulgada pela OMS em

1986, é considerada uma iniciativa importante no movimento internacional na busca

de estratégias e concepções consideradas mais promissoras e abrangentes para

enfrentar os múltiplos problemas de saúde que afetam as populações humanas e

seus entornos. Esse documento sintetiza a primeira conferência internacional de

promoção da saúde e tem como objetivo alcançar a saúde para todos no ano de

2000.

Segundo Lima (2003), as dificuldades econômicas dos países periféricos em

enfrentar a complexidade dos seus quadros sanitários e ao pouco desenvolvimento

de modelos assistenciais e tecnologias de atenção mais adequadas às pessoas,

fizeram com que até o início do século XXI a meta de saúde para todos, no ano de

2000, não se concretizasse. Com isso, vê-se que o envelhecimento humano não se

resume a um problema demográfico, mas, sobretudo a um fenômeno complexo que

envolve aspectos socioculturais, políticos e econômicos que possui uma interação

dinâmica e permanente com a dimensão biológica e subjetiva dos indivíduos.

3.3 O progresso da Mulher no Brasil

A história nos conta que entre os séculos XIX e XX houve uma agitação por

inúmeras tensões e extrema mobilidade no destino do ser humano. Parte destas

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transformações, conquistas e visibilidade se deu para mais da metade da população

mundial as mulheres.

Dentre as principais conquistas femininas em todo o mundo, destacam-se os

movimentos sociais iniciados em 1859, na cidade de São Petersburgo localizada na

Rússia, com o movimento de luta pelos direitos das mulheres. Depois disso, as

mulheres conquistaram o poder de votar pela primeira vez nas eleições municipais

da Suécia em 1862 (PIGATTO e PIGATTO, 2010).

Pingatto e Pingatto (2010), nos conta que em 1865 uma alemã chamada

Louise Otto, criou a primeira Associação Geral das Mulheres Alemãs. Era uma

organização de classe média que exigia oportunidades iguais de educação, o direito

de ingressar nas profissões liberais e melhorias nos direitos da família, o direito ao

voto.

Em seguida, as mulheres do Reino Unido passaram a ter mais espaço

através de um economista chamado John S. Mill que em 1866 escreve uma carta

sobre o direito de voto para as mulheres inglesas. Assim, a chamada “primeira onda”

feminina ocorrida em meados do século XIX, agitou países como os Estados Unidos,

França, Japão e Brasil em prol dos direitos civis e políticos buscando igualar

juridicamente homens e mulheres (PIGATTO e PIGATTO, 2010).

O movimento feminista, quase que no mundo todo, perdeu forças nas

atividades devido às prioridades da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). E

somente após o choque da guerra, o feminismo retomou suas atividades sufragistas

pelo mundo, conquistando não só o direito de eleger, mas de serem eleitas. Entre o

período de 1910 e 1940, destacamos o dia 24 de fevereiro de 1932, um marco na

história da mulher brasileira com voto feminino, além de dar o direito de serem

eleitas para os cargos no executivo e no legislativo, inicia-se o lento processo de

emancipação (MESTRE, 2004).

Com o advento da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as atividades

feministas foram novamente interrompidas e colocadas em “segundo plano”. Com as

forças renovadas após a guerra, os movimentos se deram a grandes conotações

libertárias e igualitaristas no final de 1960. Neste período, a situação social das

mulheres passa por mudanças importantes, com a ampliação da mão de obra

feminina no trabalho assalariado, aumento da escolaridade e a possibilidade de

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diminuição do número de filhos (FARIAS, 2013). Torna-se mais clara e objetiva a

luta pela divisão dos papéis entre homens e mulheres no mercado de trabalho.

Contudo, a percepção das diferenças expressas pelas discrepâncias salariais assim

como a força do trabalho industrial, acabou por intensificar fortemente os

movimentos pró-feminino, que advogavam por direitos iguais (MESTRE, 2004).

Não diferente de outros países, no Brasil quem discutia as ideias feministas

era a elite “econômica e cultural”, e nas décadas de 1920 e 1940 com a inserção de

imigrantes nos espaços sociais, as questões foram acessíveis à camada

trabalhadora, dando início a diversas agremiações (PIGATTO e PIGATTO, 2010).

Neri (2001), comenta que nas décadas de 70 e 80 a literatura era abarrotada

de discussões sobre o conceito de gênero que menosprezavam as mulheres e

demonstravam a superioridade masculina em domínios socialmente mais

valorizados, tais como a política, as ciências exatas, a administração e as finanças.

Esta superioridade masculina dominada na década passada, veio a ser

superada com mobilizações e mudanças paradigmáticas no momento em que a

própria mulher descobre a identidade de “guerreira” que não existia, percebendo

assim que poderia se tornar protagonista, reger sua vida e obter um espaço na

sociedade através da superação dos modelos e dos preconceitos (COSTA e

D'OLIVEIRA, 2012).

Costa e D'Oliveira (2012) citando Giulani (2010) comenta que para alcançar

os direitos sociais no trabalho, as mulheres questionaram sua marginalização na

definição dos direitos e a igualdade com os maridos no exercício das

responsabilidades familiares, a fim de tentar abolir a discriminação de gênero nas

relações econômicas, culturais e sociais, com isso, essas ações nas dimensões

culturais na divisão sexual do trabalho buscaram superar as incertezas e as tensões

no interior dos estatutos sociais.

Assim, as mudanças nas normas etárias e de gêneros que regulam o

comportamento e suas expectativas, as relações intergeracionais e os intercâmbios

de apoio material, instrumental e efetivo entre gerações das mulheres, contribuiu

com mudanças no âmbito sociodemográfico em boa parte do mundo. E hoje, a

mulher possui muito mais flexibilidade do que no passado em relação a aspectos

sociais e familiares, comportamento sexual e a liberdade (NERI, 2007).

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Diante destas melhorias, o estudo de Costa (2013) evidenciou o elevado grau

de satisfação com a condição feminina em relação a 20 ou 30 anos vem crescendo

ao longo dos anos, e ainda, vai paulatinamente continuar a melhorar. Este

julgamento pode estar relacionado na independência da classe social, que as

mulheres vêm conquistando para um novo estilo de vida a partir da participação em

programas, movimentos sociais, religiosos e da aquisição de autonomia financeira

conquistada pelo beneficio da aposentadoria, além de determinada liberdade de

gênero decorrente da redução das tarefas domésticas (CARVALHO et al. 2009).

Costa (2013) considera inegável o avanço das mulheres no século XX e ainda,

considera como a década das mulheres.

Parte das alterações ocorridas no século XX no Brasil, foi obtida por

importantes transformações educacionais, econômicas, culturais e demográficas,

não esquecendo da progressão escolar da população em geral. A escolaridade é um

dos eventos mais marcantes desta nova era feminina. Cerca de 64,8% dos homens

e 64,4% das mulheres tinham menos de 4 anos de estudo enquanto 15,6% dos

homens e 17,1% das mulheres apresentava escolaridade de nível médio completo

ou superior incompleto no final do século XX. Já no início do século XXI as mulheres

passaram para 47,8% com menos de 4 anos de estudo e 25% apresentaram ter até

9 anos de estudo, em comparação aos homens com 24,1% (IBGE, 2010a).

Outra característica recorrente da escolaridade feminina e ao reconhecimento

dos direitos das mulheres no Brasil, são as oportunidades de inclusão no mercado

de trabalho que vem crescendo exponencialmente. Segundo Lameiras (2013), o

crescimento da População Economicamente Ativa (PEA) feminina passou de 13,6%

em 1950 para 48,9% em 2010.

Isso pode ser explicado com o avanço da taxa de atividade feminina, que até

o final dos anos de 1970 em sua maioria eram jovens, solteiras e sem filhos, e

passaram a ser mais velhas, casadas e mães. Em 2009, a mais alta taxa de

atividade feminina está entre as mulheres de 30 a 39 anos com 75% e 71% das

mulheres de 40 a 49 anos (BRUSCHINI et al 2011).

Para Costa (2013), o mundo do trabalho é um importante parâmetro de

avaliação da sensação de bem-estar. Esta sensação cresce de 63% entre as que

vivem com rendimentos de um salário-mínimo para 70% daquelas que vivem entre

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um e dois salários-mínimos, 79% das que se situam entre dois e cinco e, chega a

86% as que vivem com mais de cinco salários-mínimos.

Vale lembrar que além da luta pela igualdade salarial, o acesso e a

permanência no mercado de trabalho, as mulheres são sobrecarregadas com a

invisível estrutura do mercado de trabalho, popularmente conhecido como a dupla

jornada. Segundo dados divulgados pelo IBGE (2010a) há um longo caminho pela

busca da igualdade entre os sexos, pois os afazeres domésticos atingem 88% das

mulheres com 16 anos ou mais de idade enquanto entre os homens este percentual

era 46%.

Graças aos avanços conquistados anteriormente citados, as mulheres vêm

obtendo status de referência no domicílio ou sendo considerada a pessoa

responsável pelos seus membros. Segundo PNAD (2013) entre as famílias com

pessoa de referência do sexo feminino, 42,7% eram compostas por mulheres sem

cônjuge com filhas/os; 22,9% era composta por casais com filhas/os e 17,8% das

famílias com pessoa de referência do sexo feminino eram formadas por mulheres

vivendo sozinhas.

Costa (2013), nos mostra que mesmo com todas estas alterações ocorridas

na era feminina, as principais vantagens de ser mulher estão na esfera privada como

a alegria da maternidade, a criação de filhos, o casamento e família, sobretudo, nas

expressivas conquistas e valorização da arena social, com maior liberdade,

independência e ampliação do terreno conquistado no mercado de trabalho.

No mundo, já se tem um consenso sobre a superioridade das mulheres em

termos epidemiológicos, e segundo a OMS (2009) a maioria vive em países de baixa

ou média renda. No Brasil, segundo dados do PNAD (2013), a população que reside

nas cidades urbanas corresponde a 85%, e destes 52% são mulheres.

A razão de sexo é de 94,8 pessoas do sexo masculino para cada grupo de

100 pessoas do sexo feminino obtendo uma composição de 48,7% e 51,3% (PNAD,

2013). Essa superioridade feminina em termos demográficos aumenta

proporcionalmente a sua faixa etária, resultando em um processo de feminização da

população idosa (RASEAM, 2014). Além disso, diferentemente dos homens, as

mulheres são as principais usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) e ainda,

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acompanham crianças e outros familiares, pessoas idosas, deficiência, vizinhos e

amigos (BRASIL, 2004).

Parte desta feminização, se deu com a expectativa de vida nos dias atuais,

onde constatamos pessoas com uma esperança de vida acima dos 80 anos em mais

de 35 paises, porém, a situação não é uniformemente positiva (OMS, 2011), já que

os últimos levantamentos do IBGE (2010a) nos alertam sobre o comprometimento

por incapacidade funcional com a longevidade.

No Brasil a expectativa de vida da população feminina acima de 60 anos de

idade passou de 9,3% em 2000 para 11,8% em 2010, e como consequência, a

população feminina idosa é mais predominante entre os idosos constituida por

55,5%. Essa proporção está irregularmente distribuida em nosso território sendo que

a região norte e sul do país concentra 13,1% cada, enquanto a região nordeste

possui 11,1%, Centro-Oeste 9,1% e Norte com 6,7% (IBGE, 2010a).

Por viverem mais que os homens, as mulheres representam uma proporção

crescente mas não necessariamente mais saudável fisica e socialmente, acumulam

no decorrer da vida desvantagens como violência, discriminação, salários inferiores

aos homens, dupla jornada, baixa escolaridade, solidão pela viuvez, além de

apresentarem maior probabilidade de serem mais pobres do que os homens,

dependendo assim de mais recursos externos (NICODEMO e GODOI, 2010).

Assim, Veras (2011), comenta que a ampliação do tempo de vida foi uma das

maiores conquistas da humanidade mas exige dos gestores da área da saúde,

mudanças nos modelos assistenciais, principalmente pelo aumento dos custos, pelo

número de incapacidades e aumento do uso serviços de saúde, internações

frequentes e o tempo no leito são próprias do envelhecimento e ganham uma maior

expressão no conjunto da socidade.

Com isso, Freitas et al (2013), fala sobre a necessidade de providenciar

ações políticas públicas e maiores investimentos em pesquisa para garantir uma

melhor ação preventiva e terapêutica com relação a saúde da mulher.

Hoje em dia, a vida das mulheres de todas as idades e em todos os países

está sendo moldada por uma série de fatores epidemiológicos, sociais, culturais,

econômicos e ambientais. Estes mesmos fatores influenciam a vida dos homens,

porém algumas adversidades afetam particularmente as mulheres.

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O aumento da expectativa de vida traz a possibilidade de que um número

cada vez maior de mulheres vivencie o climatério e a menopausa. Esta fase é

caracterizada pela transição do período reprodutivo para o não reprodutivo

denominado fase de declínio funcional dos ovários. Freitas et al (2013), comentam

que parte das alterações fisiológicas que ocorre na mulher e em especial entre 35 e

65 anos de idade. O metabolismo ao longo dos anos sofre algumas alterações,

especialmente relacionadas com funções do sistema endócrino e diminuição da

atividade ovariana, podendo paralizar o próprio fluxo vital e consequentemente a

demonsttração de sinais de envelhecimento.

A diminuição hormonal e o aumento da expectativa de vida da mulher

brasileira contribuem com os elevados custos hospitalares por conta de tratamentos

hormonais decorrentes da fase do envelhecimento ovariano (Nams, 2010; Freitas et

al 2013), falta de informações ou de condições financeiras (Freitas et al, 2013),

mudanças significativas na composição corporal como aumento de adiposidade

corporal em especial a central (Abdulnour et al 2012), afligem as mulheres

contribuindo para uma má QV.

Embora seja um processo fisiológico, a menopausa resulta em profundas

modificações e alterações de ordem morfológica, funcional e hormonal no organismo

da mulher, determinado quase sempre por diversos sintomas clínicos como os

vasomotores, além de torná-la suscetível ao aparecimento de doenças entre elas a

osteoporose, cardiovascular, atrofia urogenital, declínio cognitivo, depressão e

Alzheimer (FREITAS, 2013).

Contudo, muitas mulheres passam esta fase da vida sem queixas ou

necessidade de medicamentos, sendo necessário um acompanhamento sistemático

visando à promoção da saúde, diagnóstico precoce, tratamento imediato dos

agravos e a prevenção de danos decorrentes deste processo. Assim, Neri (2001)

nos mostra através de uma reflexão de que a maior longevidade das mulheres

idosas significa mais risco do que vantagem, uma vez que um terço de sua vida no

período de climatério é após este período, que muitas vezes tem sua condição de

saúde agravada.

Sabe-se que à medida que se avança no conhecimento, conquistas sociais e

tecnológicas, surgem meios de diagnósticos eficazes na detecção precoce de

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doenças, transplantes de órgãos e maior acesso à saúde. Neste sentido, os

resultados divulgados pela OMS (2009) detectam que dentre as principais causas de

óbitos entre as mulheres acima de 60 anos estão: doença cardíaca isquêmica,

acidente vascular cerebral e doença pulmonar obstrutiva crônica, que juntas

representam 45% dos óbitos em mulheres acima de 60 anos de idade no mundo e

15% é referente a câncer, principalmente câncer de mama, pulmão e cólon. O

mesmo estudo aponta que anualmente a doença vascular causa maior número de

morte em mulheres mais velhas do que em homens mais velhos. Também a

proporção de doenças crônico-degenerativas é maior entre as mulheres (75%) do

que entre os homens (62%) (LIMA-COSTA, 2003a). Parte destas alterações,

segundo Lobo et al (2014), podem ser minimizadas através de mudanças no estilo

de vida através da dieta e exercício e com a cessação do tabagismo e do consumo

excessivo de álcool.

No entanto, quando relacionamos as condições socioeconômicas com as

mulheres idosas, o estudo publicado pelo PNAD (2013) aponta que a previdência

social é considerada como um grande desafio na atualidade, pois do total de idosos

no Brasil, apenas 76,1% recebia algum tipo de beneficio, sendo que 59,8% eram

idosas que recebiam aposentadorias.

As idosas de todas as classes sociais formam um segmento cada vez mais

visível e diferenciado, que responde a variadas exigências da sociedade e do

envelhecimento em um mundo crescente e globalizado (NERI, 2001). Elas

desempenham papéis chave em suas famílias e comunidade como em países com

grave epidemia de HIV, as idosas têm papel crucial no cuidado ao grande número

de órfãos (OMS, 2009).

Com isso, a predominância da população idosa feminina em nosso país vem

tendo repercussões importantes nas demandas por politicas públicas em termos

epidemiológicos, principalmente por coincidir com o aumento do número de

mulheres idosas com taxas mais altas de doenças crônicas, incapacidade física,

déficit cognitivo, dor, depressão, fadiga, estresse crônico, consumo de

medicamentos, quedas, hospitalização e manifestações psiquiátricas (NERI, 2007).

Como vimos as evidências científicas que colaboraram para profundas

modificações na estrutura do progresso das mulheres nas últimas décadas,

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destacamos também, a importância em vislumbrar os fatores acerca da qualidade de

vida desta população.

3.4 Considerações acerca da Qualidade de Vida

Pode-se inferir que o envelhecimento populacional provoca profundas

mudanças em todos os setores da sociedade. Neste sentido, é de fundamental

importância investigar a QV para melhor compreender a temática de conhecimento

para que sejam adotadas algumas esferas de percepção deste conceito, a fim de

adotar uma perspectiva e associá-la.

No entanto, ao iniciar a leitura acerca da (QV), deparo-me com a reflexão

sobre o conceito da palavra Qualidade. Ao investigar o termo, Santin (2002) recorre

para sua etimologia que deriva de “qualis” [latim] que significa o modo de ser

característico de alguma coisa, tanto considerado para si mesmo, como relacionado

a outro objeto, podendo assumir características tanto positivas como negativas.

Nesta mesma visão, Almeida, Gutierrez e Marques (2012), trazem uma

análise semântica em um sentido filosófico do termo Qualidade realizada por Betti

em 2002. O autor refere-se a palavra como um caráter objetivo que nada diz sobre

ele, sem propriedades ou possibilidades, obtendo uma forma boa ou ruim,

caracterizando o que é uma boa qualidade para alguém não é necessariamente para

outra pessoa. A natureza abstrata do termo qualidade explica por que a boa

qualidade tem significados diferentes para diferentes pessoas, lugares e ocasiões

(FREITAS et al 2013).

Ao analisar a inserção do termo QV, presenciamos um sentido comum na

sociedade contemporânea e percebida como um senso comum, principalmente

devido a colonização por parte dos meios comerciais e de comunicação, com um

jargão útil para promessas fáceis e propagandas enganosas manipulando a opinião

da população (ALMEIDA, GUTIERREZ e MARQUES, 2012).

Wood-dauphinee (1999) comenta que a primeira vez que o termo foi

mencionado foi em 1920 por Pingou, que escreveu um livro “The economics of

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Welfare” que falava sobre o impacto da vida de indivíduos menos favorecidos

através do apoio do governo.

Percebendo constantes transformações sobre o termo, Faquhar (1995)

citando o estudo de Alexander e Willems (1981) faz uma referência cronológica,

onde afirmam que o termo foi comumente utilizado após a Segunda Guerra Mundial

e os Americanos passaram a utilizar a QV em referência a bens materiais como:

casa, carro, quantidade e qualidade dos aparelhos, dinheiro para viagens e

aposentadoria.

Com isso, Pereira, Teixeira e Santos (2012) comentaram que devido a

utilização do termo como indicadores econômicos e sociais para avaliar a QV, os

Estados Unidos eram considerados uma referência devido à ascensão econômica

do país, mesmo com os problemas da violência e criminalidade que emergiram

apesar da riqueza econômica, eles passaram a influenciar cientificamente os

economistas e sociólogos a buscar índices positivos como riqueza econômica e

índices negativos como a quantidade da população como fatores para avaliar a QV

dos indivíduos e sociedades.

Minayo, Hartz e Buss (2000), falam que a área das ciências da saúde está

relacionada com a QV a fim de evitar ambiguidades e tentar distinguir a QV em seu

senso comum e possivelmente devido aos agravos pela deterioração funcional,

percepção e condições sociais que são induzidas pelas doenças, agravos e

tratamentos. Já na sociologia e na política, os conceitos sobre o termo, são

utilizados em um enfoque populacional e não individual.

No campo da psicologia social, a referência mais forte é a experiência

subjetiva de QV com o conceito de satisfação (NERI, 2000). Já no campo da

economia Farquhar (1995); Group (1995) e Neri (2000), comentaram que no

decorrer dos anos o termo QV apresentou diferentes enfoques sendo na melhoria do

padrão de vida, na aquisição de bens materiais (casa própria, carro, salários e

outros), ao desenvolvimento social, como educação, saúde e lazer até chegar à

compreensão no aspecto subjetivo, valorizando a opinião do individuo.

Almeida, Gutierrez e Marques (2012) e Diniz (2013), atribuem a

compreensão da QV a inúmeros campos do conhecimento humano, biológico,

social, político, econômico, médico, entre outros, numa constante inter-relação. E

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ainda, por ser uma área de pesquisa recente, encontra-se em processo de

afirmação de fronteiras e conceitos por isso, a existência de várias definições e

amplitudes sobre o termo e nem sempre concordantes (ALMEIDA; GUTIERREZ;

MARQUES, 2012).

Vale destacar que diversos autores Paschoal (2000), Diogo (2003), Kimura e

Silva (2009); Chachamovich, Trentini e Fleck (2011) e Freitas et al (2013),

concordam com as diversas definições atribuidas a cada área com multiplos fatores

que nem sempre são faceis de serem cientificamente avaliados e discutidos. Além

disso, Paschoal (2000) comenta que a QV pode acarretar vários significados para as

pessoas, culturas, tempos e nas áreas de aplicação, causando para o indivíduo uma

provável percepção de sua própria QV e por este motivo que é difícil obter uma

única definição. Podendo ser atribuido por Freitas et al (2013) a cada individuo de

maneira particular.

Para um grupo de pesquisadores, o Group (1995), a QV é a capacidade de

perceber a sua posição na própria vida, no conjunto de circunstâncias que ocorre de

acordo com os valores da sociedade em que vive, estabelecendo relações aos seus

objetivos, expectativas, padrões e preocupações. O grupo ainda atribui três

caracteristicas em seu constructo: subjetividade, multidimensionalidade e

bipolaridade. A subjetividade é o aspecto que o individuo avalia sua percepção em

níveis diferentes de questionamentos, obtendo uma distinção entre condições

objetivas, por exemplo, os recursos materiais, e os aspectos subjetivos com

questões envolvendo desempenho e avaliação global do desempenho. A

Multidimensionalidade refere-se ao relacionamento de que o construto é composto

por pelo menos três diferentes dimensões básicas: Física, Psicológica e a Social, já

a Bipolaridade, está relacionada aos aspectos positivos e negativos da QV, e podem

ser aplicadas a condições tão diversas como o desempenho de papéis sociais, a

mobilidade, a autonomia, a dor, a fadiga e a dependência (GROUP, 1995).

Já para Minayo, Hartz e Buss (2000) o conceito da QV possui três fóruns de

referência: o histórico, cultural e estratificações ou classes sociais. Em um

determinado tempo histórico de seu desenvolvimento econômico, social e

tecnológico, uma sociedade especifica tem um parâmetro de QV diferente da mesma

sociedade em outra etapa histórica. Os valores e necessidades culturais são

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construídos e hierarquizados diferentemente dos povos, revelando suas tradições. E

por fim, os estudos que analisam as desigualdades e heterogeneidades são muito

fortes e mostram que os padrões e as concepções de bem-estar são também

estratificados tendo a ideia de QV relacionada ao bem-estar.

Além disso, Minayo, Hartz e Buss ainda comentam que podemos atribuir a

composição da QV por origem subjetiva e objetiva, uma vez identificando que sua

abordagem com valores não materiais como amor, liberdade, solidariedade,

participação social, realização pessoal e felicidade afetam subjetivamente e quanto

ao desemprego, exclusão social, violência são fatores que implicam de maneira

objetiva na QV (MINAYO, HARTZ e BUSS, 2000).

Por outro lado, Santos et al (2002) relacionam a QV com a autoestima e ao

bem-estar pessoal e passaram a identificar uma série de aspectos como a CF, o

nível sócio econômico, o estado emocional, a interação social, a atividade

intelectual, o autocuidado, o suporte familiar, o próprio estado de saúde, os valores

culturais, éticos e religiosos como parte do conceito de QV.

Já Chachamovich, Trentini e Fleck (2011), indicam que no campo da saúde a

QV pode ser considerada por parâmetros objetivos, que implicam em avaliações que

levem em conta os parâmetros externos de natureza biológica, clínica e

epidemiológica, e os parâmetros subjetivos, que consideram as avaliações de

indivíduos e grupos, que baseiam em parâmetros internos, embora referenciados por

normas e a expectativa social e do bem-estar.

Com isso, fica evidente que na análise sobre a QV na visão destes autores

mencionados anteriormente, existem várias dimensões, múltiplos pontos de vista e

váriações de compreensão em diferentes momentos, países, culturas, classe social

e até mesmo, de individuo para individuo. Mais que isso, varia para um mesmo

indivíduo conforme o decorrer do tempo, função de estados emocionais e ocorrencia

de eventos cotidianos, sócio-históricos e ecológicos. Essa multiplicidade de

possibilidades nos leva refletir sobre a multiplicidade de percepções sobre o

assunto, dificultando possiveis comparações.

Mesmo assim, endendemos que de maneira geral a QV é um conjunto

multimensional, subjetivo e condicionado ao tempo, uma vez que as aspirações e

percepções do mesmo sujeito pode variar ao longo da vida, ou modificar em

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determinadas mundanças, podendo ser internas e/ou externas. Por exemplo, as

sucessivas crises pelas perdas de papéis sociais, lutos e mudanças de vida, que

esgotam os recursos psicológicos e no esforço de adaptação, acarretam problemas

de depressão, ansiedade, baixa autoestima afetando a QV.

No entanto, Neri (2002) comenta que sua promoção excede os limites da

responsabilidade pessoal e deve ser vista como um empreendimento de caráter

sociocultural, e como forma de identificar uma avaliação das caracteristicas de seus

dominios, a autora tem como referência critérios biológicos, sociais, e psicológicos

aplicados às relações atuais, passadas e prospectivas, de individuos, grupos

humanos e sociedades com o ambiente físico e social. Nesta avaliação são levados

em conta os valores individuais e sociais a respeito do que é normal e do que é tido

como desejavel ou ideal quanto ao bem-estar objetivo e subjetivo.

Vale lembrar as pesquisas envolvendo a QV do idoso vêm tendo repercussão,

devido principalmente a relevância que a longevidade trouxe à vida humana,

principalmente quando levada em conta as sequelas e complicações crônicas como

a dependência e a incapacidade (PASCHOAl, 2000). Vale lembrar, que devido o

acelerado processo cronológico do envelhecimento populacional, fez com que a QV

estivesse em evidência, principalmente porque há um fortalecimento da ideia de que

velhice patológica demanda altos custos para o indivíduo e a sociedade (NERI,

2004).

Neste direcionamento Fleck, Chachamovich e Trentini (2003), comentaram

que as investigações sobre as condições que permitem uma boa QV na velhice,

bem como as variações que a idade comporta e reveste são de grande importância

científica e social.

Mas entendemos também que haveria a necessidade de estar atento aos

critérios psicológicos e socioestruturais. Pensando nisso, constatamos nos dados da

OMS (2010) informando que a medida que um indivíduo envelhece, sua QV é

fortemente determinada por sua habilidade de manter autonomia e independência.

Neste ponto de vista, Almeida (2008) deixa claro que nas sociedades atuais há um

desnível cultural entre jovens e idosos os que interferem nos juízos e valores.

Além disso, Paschoal (2000) comenta que com a chegada da velhice ocorrem

alterações e debilidade física, dependência, perda de papéis, estereótipos e

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preconceitos, estipulados como perdas inevitáveis decorrentes do processo de

envelhecimento que podem levar à diminuição da QV dos idosos. Surge então a

preocupação em transformar a sobrevida aumentada do ser humano numa etapa

significativa da vida.

Pensando nisso, Spidurso (2005) comenta que existem onze fatores que

afetam a QV do idoso, sendo elas: função emocional, função cognitiva, sensação de

bem-estar, satisfação pessoal, condição financeira, atividade recreativa, função

social, condição de saúde, energia e vitalidade, função física e função sexual.

Já para Neri (1993) a QV na velhice depende das condições físicas do

ambiente, das condições oferecidas pela sociedade relativas à renda, saúde,

educação formal e informal, existência de redes de relações de amizade e

parentesco, do grau de urbanização e das condições de trabalho, das condições

biológicas propiciadas pela genética, pela maturação, pelo estilo de vida e pelo

ambiente físico.

Freitas e PY (2013), tentam definir a QV na velhice apresentando o modelo

de Lawton (1983) com diversos aspectos e influências construído e representado por

quatro dimensões inter-relacionadas. A primeira relaciona-se às condições

ambientais que diz respeito ao contexto físico, ecológico e ao construído pelo

homem, que influi na competência adaptativa (emocional, cognitiva e

comportamental) e lhe dá as bases, ou seja, o ambiente deve oferecer condições

adequadas à vida das pessoas. A segunda se refere à competência comportamental

que traduz o desempenho dos indivíduos frente às diferentes situações de sua vida

e, portanto, depende do potencial de cada um, de suas experiências e condições de

vida, dos valores agregados durante seu curso e do desenvolvimento pessoal, que

por sua vez, é influenciado pelo contexto histórico-cultural. A terceira é a QV

percebida que reflete a avaliação da própria vida, influenciada pelos valores que o

indivíduo foi agregando e pelas expectativas pessoais e sociais. Igualmente, a

pessoa avalia as condições de seu ambiente, físico e social, e a eficácia de suas

ações nesse ambiente. A quarta é o bem-estar subjetivo, que significa a satisfação

com a própria vida, a satisfação global e a satisfação específica em relação a

determinados aspectos da vida o que refletem nas relações entre condições

objetivas (ambientais), competência adaptativa e percepção da própria QV. As três

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dimensões precedentes são mediadas pelos antecedentes pessoais (históricos,

genéticos e socioeconômico-culturais), pela estrutura de traços de personalidade e

pelos seus mecanismos de autorregulação (senso de significado pessoal, sentido da

vida, religiosidade/transcendência, senso de controle, senso de eficácia pessoal e

adaptabilidade).

Pensando na promoção da boa QV na velhice, Neri (1993) comenta que os

limites de responsabilidade pessoal devem ser vistos como um empreendimento de

caráter sociocultural. Uma velhice satisfatória não depende apenas do indivíduo

biológico, psicológico ou social, resultando na interação entre pessoas que vivem

numa sociedade onde ocorrem constantes mudanças, é evidente que deve ser

levado em conta à preocupação em promover modos de viver mais saudável em

todas as etapas da vida.

Levando em conta de que a melhora da QV não é considerada apenas devido

à evolução da tecnologia e medicina, mas também as condições socioeconômicas, a

vivência em grupos de idosos a realização de atividade física e de lazer (SERBIM E

FIGUEIREDO, 2011). Destacamos a influência da prática de atividades físicas no

cotidiano e no lazer, o acesso a alimentos saudáveis, e a redução do consumo de

tabaco e bebida alcoólica, que podem exercer sobre as questões do envelhecimento

saudável, o que significa também um ganho substancial em QV e saúde (WHO,

2005).

No entanto, desde 2001, Neri nos alerta sobre a falta de trabalhos que

relacionam a QV entre homens e mulheres, provavelmente devido a outras

categorias que são agregadas contextualizando a experiência evolutiva do ser

humano. A mesma autora ainda fala que, por ser idosa e do sexo feminino, a mulher

acarreta riscos em parte por fatores biológicos, estilo de vida, histórico de saúde e

doença, pobreza, baixa escolaridade e isolamento social com o passar dos anos.

Levando em conta os problemas que podem vir acarretar as mulheres,

destacamos a investigação de Barreto, Giatti e Kalache (2004) com uma população

de ambos os sexos e com idade igual ou superior a 60 anos, em que compararam a

relação de diversas características e fatores associados as suas condições de vida,

estado de saúde e padrão de utilização de serviços de saúde. O estudo indicou que

as mulheres idosas apresentam desvantagens claras no que concerne à saúde,

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independência e mobilidade física quando comparadas com os homens, bem como,

maior dependência, e ainda, observaram que as mulheres referem sofrer de mais

doenças que os homens.

Já no estudo de Azevedo et al (2013), que analisaram 920 sujeitos do Rio

Grande do Sul dos quais 72,6% são mulheres frequentadoras de UBS e com idade

variando de 14 a 96 anos, destacamos a percepção da QV inferior nas mulheres, em

pessoas mais velhas, que possui classe social baixa, que não viviam com o

companheiro e com alguma doença crônica.

Na tentativa de minimizar os problemas que acarretam o envelhecimento,

Matsudo, Matsudo e Neto (2001) apontaram que a relação entre atividade física,

saúde, QV e envelhecimento pode ser a perfeita combinação para obter benefícios

ao longo da vida. Os autores ainda relatam a relação da longevidade com a prática

da atividade física na redução de doenças cardiovasculares, acidente vascular

cerebral e câncer e a diminuição de todas as causas de mortalidade, ainda não é

adotada em boa parte da população.

Mesmo sabendo dos benefícios que a prática da atividade física proporciona

para a QV, Bernstein, Morabia e Sloutskis (1999), em pesquisa realizada na Suíça

com 1176 pessoas de ambos os sexos, identificaram sedentarismo em 87,3% da

população urbana feminina. E após quase um século, Filho (2006) relata as

consequências deste grande paradoxo que vem acontecendo na sociedade, pois ao

mesmo tempo em que justificamos a prática de atividade física pelo maior número

de pessoas possíveis, os grandes centros urbanos tendem a limitar ao máximo as

suas possibilidades de movimentação. E ainda conclui que o atual modelo do

envelhecimento nos é condenado a viver em meio a uma grande comunidade de

idosos dependentes e mal assistidos (FILHO, 2006)

Neste sentido, Spirduso (2005) afirma que a atividade física pode melhorar a

QV em consequência da melhoria da função física, levando o indivíduo a continuar

participando de atividades. Tal fato é justificado pela referida autora, pelos

benefícios que a prática da atividade física exerce na melhora da manutenção do

desempenho das atividades diárias do individuo, em especial para a pessoa idosa,

reduzindo o impacto do déficit funcional natural causado pelo seu processo de

envelhecimento. Filho (2006) ainda comenta que a prática de atividade física em

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contraposição ao sedentarismo constitui a um fator importante que contribui a

Promoção da Saúde dos Idosos, que segundo a OMS consiste no conjunto de ações

que se manifestam por alterações no estilo de vida e que resultam numa redução do

risco de adoecer e de morrer.

Já para Matsudo, Matsudo e Neto (2000), há grandes evidências

epidemiológicas que sustentam a prática de atividade física na prevenção ou

minimização de efeitos deletérios do envelhecimento. Este fator torna-se relevante

para que seja incluída dentro dos programas mundiais de promoção da saúde para

adoção de um estilo de vida saudável e melhora da QV (OMS, 2005). A exemplo

disso, Carmo, Mendes e Brito (2008) identificaram em seu estudo, a tendência em

apresentar maior grau de autonomia funcional com as idosas ativas em relação a

idosas sedentárias. Assim, o incentivo diante dos beneficios da atividade física deve

ser ofertado aos idosos a fim de manter sua CF, para prolongar a sua autonomia

funcional e consequentemente uma melhor QV.

Além disso, o estudo de Civinski, Montibeller e Braz (2011) promove os

hábitos saudáveis de não fumar, não ingerir bebidas alcoólicas, ter uma alimentação

balanceada, repouso diário entre 7 e 8 horas, controle de estrese, vida social ativa,

entre outros, como fatores que auxiliam na promoção e na manutenção da QV.

Dentre os benefícios cruciais associados a atividade física estão a diminuição de

quedas e fraturas, problemas de saúde como hipertensão arterial, osteoporose,

artrite e depressão, taxa de gordura corporal e aumento da força muscular.

Para a OMS (2005), a probabilidade de um indivíduo e/ou comunidade ser

fisicamente ativa está relacionado à influência da análise de fatores individuais,

micro e macro ambiental. Segundo essa instituição, os fatores macro ambientais

incluem as condições gerais socioeconômicas, culturais e ambientais. As influências

resultantes dos micros ambientes incluem a ligação do ambiente onde se vive e se

trabalha, bem como o suporte das normas sociais e das comunidades locais. Nos

fatores individuais, as atitudes em relação à atividade física, o acreditar na sua

própria possibilidade de ser ativo ou o conhecimento de oportunidades no dia-a-dia,

pode influenciar a probabilidade de ser ativo ou de alguém tentar novas atividades.

Destacamos também Felix (2015) citando dados de Jackson (2004), onde

comenta que hábitos passados do indivíduo também pode ser uma barreira na

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adoção de um programa de atividade física. As experiências passadas podem fazer

com que o individuo tenha adquirido gostos e conhecimentos sobre o

comportamento-alvo, facilitando sua prática no futuro (DUMITH, 2008).

Carvalho e Carvalho (2009), apontam que algumas propostas de programas

de atividade física para idosos visam o ganho ou melhoria cardiovascular e

muscular, interação social com outras idosas, uma nova visão de presente e futuro

em relação às atividades de vida diária, e uma busca de lazer com prazer.

Segundo esses autores supracitados, estes fatores podem causar uma

melhora da percepção de QV destas idosas devido ao aumento da autoestima e da

capacidade muscular, contribuindo nas realizações de atividades prazerosas e da

capacidade de realização de atividades de vida diária (AVD), o que muda a visão de

QV e saúde enquanto praticantes destas atividades.

Contudo, é possível que as mulheres idosas continuem a ser mais enérgicas

e envolvidas socialmente do que os homens, por causa de fatores sociais e de

aprendizagem social. Neri (2001) considera que as mulheres de todas as idades são

menos agressivas, mais solidárias, mais sugestionáveis, mais envolvidas e mais

relacionadas socialmente do que os homens. Estas características estão

positivamente relacionadas com a Satisfação Global com a Vida - SGV e com

satisfação relativa às relações sociais. Porém, na meia-idade e na velhice são as

mulheres as mais afetadas pelas consequências negativas do prestar cuidados a

pessoas da mesma idade ou mais velhas, geralmente o cônjuge, pais e sogros.

Mesmo assim, dados divulgados pelo VIGITEL (2010) revelam que São Paulo

está entre as cidades que possui maior nível de inatividade física no tempo livre

(lazer) em ambos os sexos. E ainda concluiu que pessoas com 60 anos ou mais de

idade de ambos os sexos, 37,1%, dos homens e 37,2% das mulheres não praticam

atividade física no tempo livre.

3.5 Reflexões acerca da criação do sistema único de saúde

Em um contexto histórico, os cuidados com a saúde no Brasil percorrem

desde ações filantrópicas oferecidas por instituições e médicos que atendiam

prioritariamente as zonas urbanas destinadas à classe trabalhadora formal, até as

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ações sob o comando do Ministério Público que foi marcada inicialmente no

combate a epidemias em caráter preventivo na população de baixa renda, como

ações de vacinação e/ou saneamento básico ocorridas no final do século XIX e

início do XX (PAIVA e TEIXEIRA, 2014).

Martins (2011) nos conta que no início do século XX, a Saúde Pública

vinculada ao Ministério da Saúde era voltada ao atendimento de doenças

específicas. E a assistência médica era vinculada ao sistema previdenciário,

orientada para o atendimento médico individual aos contribuintes do sistema.

Em meados da Segunda Guerra Mundial, a saúde era apresentada como uma

expressão setorial e não tinha importância econômica. Somente após esse período

sua consolidação como política se deu principalmente dos sistemas de saúde

disponibilizados na Europa e nos Estados Unidos. Assim, a saúde começou a ser

observada como um dos problemas centrais de alocação, devido à necessidade de

melhoria no atendimento, demanda nos quadros técnico-científicos e diminuição de

recursos (PAIVA e TEIXEIRA, 2014).

Além disso, Westphal (2014) nos conta que a década de 70 foi marcada pela

crise do Estado de Bem-Estar Social, em função do esgotamento dos recursos do

Estado em atender às necessidades da população devido à alteração do perfil

demográfico e da saúde da população.

Em contrapartida, Paiva e Teixeira (2014), menciona que nesta mesma

década de reforma sanitarista brasileira nasceu o Centro Brasileiro de Estudos de

Saúde (CEBES), cujo objetivo era gerar mudanças progressivas nas bases da

organização do Sistema de Saúde do país. Dentre as ações realizadas destaca-se o

Programa de Interiorização de Ações de Saúde e Saneamento (PIASS), que tinha

em vista a expansão da rede de atenção primária de saúde em municípios do

interior. Seus dois grandes propósitos foram (1) aumentar o alcance da cobertura

dos serviços médicos, especialmente nas áreas rurais; (2) e viabilizar, com foco nos

cuidados primários em saúde, a regionalização da atenção e da assistência médica,

de forma descentralizada e hierarquizada. No entanto, nos padrões da ditadura o

Sistema de Saúde tinha como objetivo o direito e dever de disponibilizar atendimento

a todos os cidadãos. Com o passar do tempo, tornou-se insustentável a

permanência do PIASS por parte pública, obrigando o governo a reposicionar

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institucionalmente em sentido contrário ao que se buscavam os projetos de reformas

de base promovidas por atividades centralizadas e concentradas impulsionadas pela

crise da previdência na década de 80 (PAIVA E TEIXEIRA, 2014).

Devido a essa crise, Carvalho (2013) comenta que a criação das Ações

Integradas de Saúde (AIS) em parceria entre o Instituto Nacional de Assistência

Médica da Previdência Social (INAMPS) e os Serviços Públicos de Saúde (SPS),

procurou realizar ações pelos Estados e Municípios.

No geral, os debates e discussões ocorridos entre os anos 70 e 80 originaram

uma nova concepção de saúde, baseada no homem como um ser integral, cujo

bem-estar físico, mental, social e espiritual não só é afetado por fatores

biogenéticos, mas também pelo ambiente físico, social, econômico, político e cultural

(Westphal, 2014), impulsionando o aprimoramento da AIS a partir de 1987,

modificando para os Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde (SUDS).

Nota-se que a melhora da saúde da população vem sendo alvo de debate por

vários anos e em vários países, ofertando experiências e modelos práticos para o

Brasil e afora, auxiliando o Sistema Público de Saúde brasileiro. No mesmo ano em

que ocorria a I Conferência Internacional de Promoção da Saúde e a VIII

Conferência Nacional da Saúde em 1986, os profissionais reconheceram que a

saúde não é somente a ausência de doença, mas o resultante de condições de vida

no trabalho (WESTPHAL, 2014).

Assim várias Universidades, escolas e institutos de pesquisa tem sido alvo

para ofertar informações relacionadas à saúde para a maioria dos habitantes do

planeta, contribuindo para que a área da saúde seja disponibilizada para a

sociedade e obtendo o reconhecimento do completo bem-estar físico, mental e

social e não apenas a ausência de doença, passando a reconhecer a saúde como

uma proposta de viver com mais qualidade (PAIM, 2015).

Neste aspecto, o movimento sanitário brasileiro procurou inovar com um

movimento de Reforma Sanitária, instituída pela Constituição Federal em 1988 e

consolidada pelas Leis 8.080 e 8.142 denominando de Sistema Único de Saúde

(SUS) (CARVALHO, 2013). Sua missão era que a saúde é direito de todos e dever

do Estado, garantia mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do

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risco de doenças e de outros agravos, além do acesso universal, proteção e

recuperação (BRASIL, 1988).

Esta relação de proximidade com a sociedade e ciência, está vinculada a uma

ideia central do SUS onde todas as pessoas têm direito à saúde, e este direito está

ligado à condição de cidadania, independentemente de pagar previdência social, de

provar condição de pobreza, de poder aquisitivo muito menos da caridade

(filantropia). Com base na concepção de seguridade social, o SUS supõe uma

sociedade solidária e democrática, movida por valores de igualdade e de equidade,

sem discriminações ou privilégios (PAIM, 2015).

Baseados nos preceitos constitucionais, o SUS é um projeto que assume e

consagra os princípios da Atenção à Saúde a todos e qualquer cidadão,

independentemente da complexidade, local onde reside, sem privilégios ou

barreiras, e com a capacidade de prestar assistência integral. Neste sentido, o SUS

é um projeto vinculado a universalidade, integralidade e equidade de atenção à

saúde da população brasileira, controle social, descentralização e a regionalização

(MARTINS, 2011).

O principio da universalidade consiste em garantir a saúde como um direito de

todos e o Estado tem a obrigação de prove-la, ofertando-a em todos os níveis de

assistência. No entanto, o SUS constitucional universal convive com o SUS real e

segmentado, ao permitir à iniciativa privada atuar na prestação de serviços de forma

complementar. Sendo assim, o SUS comporta dois outros subsistemas em sua

estrutura: o sistema de saúde suplementar com os planos de saúde e o desembolso

direto (MARTINS, 2011).

O principio da integralidade destaca que todas as pessoas, grupos e classes

sociais encontram-se expostos a diversos riscos a oferta de ações de saúde deve

ser integral e simultânea, incluindo ações simples. Dentre as atenções à saúde inclui

a promoção, prevenção e recuperação da saúde, tanto individual quanto

coletivamente (MARTINS, 2011).

O principio da equidade significa tratar todo o cidadão de forma igual,

respeitando o direito de cada um. Este princípio assegura a justiça, no sentido de

ambiguidade marcada pelo direito de acesso de forma igualitária (MARTINS, 2011).

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O principio do controle social, consiste na participação dos usuários na gestão

do SUS por meio de conferências e conselhos de saúde, que são meios para a

participação efetiva da população no sentido de promover as mudanças necessárias

para seu bem-estar e qualidade de vida (MARTINS, 2011).

A descentralização encaminha o processo de redistribuição das

responsabilidades e atribuições das ações e serviços de saúde entre os governos

federal, estadual e municipal. Uma das características deste processo é a estratégia

de reconhecer o município como principal responsável pela saúde de sua população

partindo da ideia de que está mais próximo, influenciando fortemente na tomada de

decisão do gestor.

A regionalização orienta e organiza as ações dos serviços de saúde tendo em

vista as condições demográficas, territoriais e epidemiológicas de cada região de

nosso país.

O modelo atual de organização da atenção à saúde encontra-se estruturado

em três níveis hierárquicos complementares:

(1) Atenção Primária que é oferecida diretamente à população nas

unidades de atenção primárias, na UBS ou no domicílio, priorizando ações de

promoção e prevenção da saúde tais como campanhas de vacinação, programas de

controle de hipertensão, controle de câncer de colo de útero e outros.

(2) Atenção Secundária consiste no atendimento ambulatorial, cuja

assistência na prática clínica precisa de profissionais especializados e com recursos

tecnológicos, para um bom apoio ao diagnóstico e tratamento.

(3) Atenção Terciária é o conjunto de procedimentos que, no contexto do

SUS, envolve tecnologia de ponta e alto custo, propiciando à população acesso a

serviços de maior complexidade, integrando os demais níveis de atenção a saúde.

Sendo assim, o SUS é um processo em construção permanente e será

sempre um desafio constante a atingir, em todo o território nacional. A experiência

acumulada de vários fatores envolvidos historicamente com movimentos sociais,

usuários, trabalhadores e gestores dos governos deu origem à Politica Nacional de

Atenção Básica (PNAB). O programa possui uma consolidação do SUS, que é

desenvolvida com alto grau de descentralização, capilaridade e proximidade da vida

das pessoas (BRASIL, 2014). Neste contexto, surge o Núcleo de Atenção à Saúde

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da Família (NASF) um novo programa estratégico para a melhoria da qualidade de

Atenção Básica, por meio do compartilhamento de saberes, ampliando também a

capacidade de resolutividade clínica (BRASIL, 2014).

O NASF é uma equipe com profissionais de diferentes áreas de conhecimento

e atua com os profissionais da Saúde da Família, compartilhando e apoiando as

práticas em saúde nos territórios sob a responsabilidade das equipes de Atenção

Básica. O grupo deve ser definido pelos próprios gestores municipais e as equipes

de Atenção Básica, mediante critérios de prioridades, identificadas a partir das

necessidades locais e da disponibilidade de profissionais de cada uma das

diferentes ocupações (BRASIL, 2014).

Conforme a PNAB (BRASIL, 2014), os NAFS são equipes multiprofissionais

que devem atuar de maneira integrada e apoiando os profissionais das equipes de

Saúde da Família e das equipes de Atenção Básica.

Esta integração deve se dar a partir das necessidades, das dificuldades ou

dos limites das equipes de Atenção Básica diante das demandas e das

necessidades de saúde, buscando ao mesmo tempo, contribuir para o aumento da

capacidade de cuidado das equipes apoiadas, para ampliar o escopo de ofertas das

UBS, bem como para auxiliar a articulação com outros pontos de atenção da rede,

quando isso for necessário, para garantir a continuidade do cuidado dos usuários.

As transformações sociais e econômicas ocorridas no Brasil, como já

mencionado anteriormente, provocaram mudanças importantes no perfil de

ocorrência de doenças. Esta transição vem tendo impacto na área da saúde pública

local, e o desenvolvimento de estratégias para o controle das doenças tornou-se

prioridade para o SUS.

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4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

4.1 Delineamento do Estudo

A pesquisa caracteriza-se como um estudo descritivo transversal de

abordagem quantitativa que segundo Thomas e Nelson (2012) visa descrever as

características, fatos e os problemas relacionados à população. Almeida (2014)

complementa que este método busca utilizar ferramentas estatísticas para o

tratamento dos dados, visando medir as relações existentes entre as variáveis.

O presente estudo envolve dados coletados por ocasião do levantamento das

características da população do Jardim Rincão envolvidos na investigação do

Doutorado de Bruna Gabriela Marques, cujo título: Saúde, autocuidado, atividade

física e envelhecer: saberes construídos na alteridade dos olhares e das vozes do

jardim rincão que está sob a orientação da Dra. Maria Luiza de Jesus Miranda

conforme já mencionado na apresentação da Dissertação.

4.2 Local do Estudo

4.2.1 Aspecto situacional do Jardim Rincão

O Jardim Rincão é um bairro localizado na zona norte da região metropolitana

de São Paulo, Brasil. A Associação de Bairro Cantareira (2013), nos apresenta o

perfil histórico do bairro que se estruturou no início do século XX, como bairro

chamado na época de Jardim Alvina após um loteamento de 4 alqueires de terra,

que era povoado pelos descendentes de escravos. Os relatos sobre o povoamento

da região, ressaltam que em meados do século XX não havia energia elétrica e água

encanada na fazenda, apenas uma linha de ônibus conhecida como o ônibus dos

professores, que fazia quatro viagens por dia de Perus à Pirituba (CANTAREIRA,

2013).

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Acredita-se que na época, o crescimento da população local fez com que a

prefeitura regulamentasse 20% da área dos loteamentos que pertencia a uma

família fazendeira para a criação de ruas, creches, escolas e postos de saúde dando

início ao Bairro Jardim Rincão (CANTAREIRA, 2013). Ainda com base em

Cantareira (2013), registra-se que a alteração do nome para Rincão foi devido à

expressão dos tropeiros que partiam de Campinas com destino ao Coreto de Taipas.

No entanto, diante do levantamento histórico até os dias atuais, observa-se

que parte das necessidades pré-estabelecidas pela subprefeitura de Pirituba/

Jaraguá, localizada na região noroeste de São Paulo não se concluiu. O cenário

atual é de um processo de ocupação da região do Jardim Rincão, com diversas

invasões, como muitas da região suburbana de São Paulo, oriundas da explosão

demográfica e urbana, resultando em um processo de crescimento horizontal

(periferização). O assentamento densamente povoado pelas famílias urbana e

informal é constituído por uma população de baixa renda e 80% de origem

nordestina, sendo a sua maioria por baianos, piauienses, pernambucanos, mineiros

e paulistas (CANTAREIRA, 2013)

Segundo último levantamento do Sistema de Informação da Atenção Básica -

SIAB (2014) demonstrou que o bairro possui 11.789 moradores dos quais, 52% dos

moradores são do sexo feminino, 33,5% estão na faixa de 20 a 39 anos, 17,%

possui plano de saúde, 16,3% são cadastradas no programa bolsa familia, 97,4% da

população acima de 15 anos é alfabetizada e 95,3% das crianças de 4 a 14 anos

estão matriculadas na escola.

E essa região possui 3.431 famílias cadastradas e destas, 99% tem acesso à

energia elétrica; 99,6% possui abastecimento de água através da rede pública; 98%

possui casa de tijolo e alvenaria; 99,5% das famílias cadastradas têm como destino

do lixo a coleta pública e 90,9% possuem o sistema de esgoto (SIAB, 2014).

4.2.2 Trajetória para coleta dos dados e amostra

O projeto foi apresentado ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da

Universidade São Judas Tadeu e após cumprir com as exigências de todas as

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considerações éticas com relação a pesquisa com seres humanos, inclusive o direito

de privacidade e anonimato, obteve o parecer favorável sob o número CAAE:

32009014.9.3001.0086, em 05 de março de 2015 com o Parecer nº 973.011 (Anexos

2, 3 e 4).

Durante os encontros com a equipe técnica e a gerente da unidade, passou-

se estipular a quantidade de entrevistadas, e para não comprometer o andamento

dos serviços oferecidos pela unidade, decidiu-se da técnica de probalística por

amostragem aleatória simples com 18,7% do total de 1.347 cadastros de mulheres

acima de 50 anos e usuárias do Sistema Único de Saúde da UBS do Jardim Rincão.

Assim, a amostra inicial foi composta por 252 mulheres. Foram excluídas da

pesquisa as mulheres que não apresentaram pré-disposição para colaboração com

a pesquisa e/ou que apresentaram dificuldades de compreensão com relação aos

procedimentos.

Em seguida, tendo como principio inserir os colaboradores da pesquisa com a

total compreensão do universo do presente estudo, foram estabelecidos pela

pesquisadora seis (6) encontros com os Auxiliares de Enfermagem (AE) e os

Agentes Comunitários de Saúde (ACS) previamente agendados pelos

coordenadores da Unidade Básica. E em seguida, estabeleceu-se que o número de

pessoas para cada Agente seria de ±14 sendo: os AE foram os responsáveis por

aplicar a anamnese e o questionário Baecke de Atividade Física Habitual e os ACS,

com os questionários sociodemográfico, a autoavaliação da Capacidade Funcional e

a escala de satisfação com a vida.

E a fim de desenvolver um trabalho minucioso de aproximação, acolhimento e

escuta com os pesquisadores, foi estipulado que cada agente fosse acompanhado

pela pesquisadora responsável durante 2 (duas) coletas e somente após estas

coletas “modelos” os AE e ACS seriam autorizados a fazer a coleta logo após

explicitar o objetivo do estudo e a leitura e assinatura do Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (TCLE) (ANEXO 1), foi realizada a coleta de informações.

Assim, A coleta o inquérito domiciliar ocorreu no período entre agosto a

dezembro de 2015 que resultou em 252 cadastradas e sorteadas na UBS. No

entanto, 20 recusaram-se a participar do estudo, 37 não se encontravam no

domicílio na ocasião da coleta das informações e 2 (dois) foram excluídos pela

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incapacidade de se comunicar, resultando em 193 participantes. Além disso,

durante a análise dos dados foram identificadas 3 (três) mulheres com idade >50

anos. Com isso, a amostra final do presente estudo foi composta por 190 mulheres

usuárias da UBS e pertencentes a diferentes classes sociais, econômicas e étnicas

da periferia da zona norte de São Paulo, moradoras do bairro Jardim Rincão.

4.3 Instrumentos

O presente estudo utilizou-se dos instrumentos aplicados no Projeto Sênior

para a Vida Ativa, que desde sua criação em 2001 diversas pesquisas vem sendo

divulgados como trabalhos de conclusão de curso de Educação Física,

Dissertações, artigos e livros produzidos por Costa, 2002; Gerez, 2002; Salvador,

2002; Gerez, Miranda, 2002; Miranda, Velardi, 2002; Miranda et al., 2002; Souza,

Velardi, 2002; Câmara, 2005; Gerez, 2006; Matsuo, 2007; Gerez et al, 2005; Gerez

et al, 2007; Matsuo et al, 1364 2007; Miranda, 2003; Ribeiro et al, 2006; Silva Junior

et al, 2006a; Silva Junior et al, 2006b; Velardi; Silva Junior, 2007; Miranda; Gerez;

Velardi, 2004) além de vários trabalhos que foram apresentados em eventos

científicos nacionais e internacionais contribuindo para o conhecimento do Grupo de

Estudo e Pesquisa Sênior (GREPES) e para a população idosa em nosso País.

4.3.1 Anamnese

Contendo dados do meio de locomoção mais utilizado, hábitos sociais, tais

como o consumo de bebidas alcoólicas e fumo (atual e pregresso independente da

quantidade), informações sobre problemas médicos (hipertensão arterial, pressão

baixa, angina, marca passo, sopro cardíaco, dificuldade de respirar, falta de ar,

asma, bronquite, enfisema pulmonar, diabetes, colesterol elevado, triglicérides

elevado, tireoide, labirintite, osteoporose, artrose, artrite, hérnia, desvio na coluna,

rigidez muscular, fraqueza muscular, tendinite, aparelho digestivo, aparelho genito-

urinário e principais dores no corpo).

Além disso, este questionário contém: 1) sintomas gerais como fôlego curto,

falta de energia, insônia, cansaço, fraqueza generalizada, tontura e vertigens; 2)

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medicamentos utilizados; 3) histórico de cirurgias; 4) histórico de fratura óssea; 5)

lesão musculo-articular; 6) histórico de quedas e, 7) tipo e frequência de atividade

física pregressa e atual, Anexo 5.

4.3.2 Perfil Sociodemográfico

Nesta seção encontram-se as questões referentes às informações pessoais

da população estudada como: nome, endereço, data de nascimento, estado civil,

possui filhos, com quem reside, principal ocupação e grau de instrução.

A fim de determinar a classe econômica em que a população estudada está

inserida, foi utilizado a classificação proposta pela Associação Brasileira de

Empresas de Pesquisa – critério 2008 (ABEP, 2009). Para estabelecer os diferentes

extratos econômicos, o questionário ABEP se baseia no poder de consumo (bens

materiais e serviços), além da escolaridade do chefe da família. A partir dos escores

alcançados onde a pontuação mínima é zero e a máxima é 46 pontos, as famílias

são distribuídas nas classes A1, A2, B1, B2, C1, C2, D e E. A classe (A) representa

a melhor situação; as classes B, C e D são consideradas como intermediárias e a

classe E, representa a pior situação econômica, Anexo 6.

4.3.3 Questionário Baecke de Atividade Física Habitual

O questionário de Atividade Física Habitual (AFH) de Baecke e cols (1982)

validado no Brasil por Florindo et al (2003) para aplicação em jovens, adultos e

idosos, possui um recordatório de atividade física dos últimos 12 meses composto

por 16 questões que abrangem três componentes da atividade física:

A) As Atividades Físicas Ocupacionais (AFO) que abrange as questões de 1 a

8. A primeira questão leva em conta o tipo de ocupação, classificada em três níveis

de gasto energético: leve, moderado e vigoroso. Para essa classificação, Florindo et

al (2003), recomenda a utilização do compêndio de atividades físicas de Ainsworth

et al (2000), as questões 2 a 8 se referem às atividades durante o trabalho e são

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bem objetivas: ficar sentado, ficar em pé, andar, carregar carga pesada, se sentir

cansado após o trabalho e comparar fisicamente o trabalho com pessoas da mesma

idade;

B) Os Exercícios Físicos no Lazer (EFL) – São abordadas pelas questões de

9 a 12, que abrange os exercícios físicos praticados durante o tempo de lazer (EFL);

C) as Atividades de Lazer e Locomoção (ALL) – São as questões 13 a 16,

estas questões se referem à atividade de assistir televisão (atividade sedentária),

caminhar, andar de bicicleta e uma última questão sobre os minutos por dia em

atividades de locomoção (caminhar ou uso de bicicleta para ir e voltar do trabalho,

escola ou compras).

Todas as respostas são codificadas mediante uma escala de Lickert de 5

pontos, com exceção da ocupacional profissional e da modalidade de esporte que

prática. Florindo et al (2004) comenta que para o calculo do Escore Total de ATH

(ET), são somados os escores de AFO, EFL e ALL. E ainda, para as questões que

ficarem sem resposta nas escalas, recomenda-se adotar o valor médio de todas as

questões do respectivo escore. Dados os escores finais para toda a amostra, a

mesma foi subdividida em quartil, assim como Fonseca (2009), Cazoto (2010),

Valério (2011), Codogno (2012) e Codogno (2015) onde os valores inferiores ao

primeiro quartil foram classificados como baixo índice, os valores entre o primeiro e

terceiro quartil foram classificados como índice mediano e por fim, os valores acima

do terceiro quartil foram tratados como alto índice, Anexo 9.

4.3.4 Autoavaliação da capacidade funcional

Em relação ao questionário de autoavaliação da Capacidade Funcional

segundo Matsudo, Matsudo e Araujo (2001) visou-se oferecer informações dos

problemas funcionais dentro da população, facilitando nas decisões em relação ao

tipo de serviços e cuidados necessários.

Sua estrutura é constituída em uma ordem crescente de dificuldades que

melhor expresse a capacidade de realizar essas atividades independentemente do

individuo realiza-las ou não. Os critérios preconizados para as dificuldades foram

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classificados como: A) Realizar sem ajuda e com facilidade B) Realizar sem ajuda

mas com algum grau de dificuldade C) Realiza com ajuda ou depende de outros

para realizar.

O teste é composto por 18 tipos diferentes de perguntas sobre as atividades

da vida diária divididas em: A) Atividades da vida Diária como: comer e beber,

lavar o rosto e as mãos, ir ao banheiro, levantar da cadeira entrar e sair da cama,

movimentar-se dentro de casa, vestir-se, mover-se fora da casa em terreno plano,

subir e descer escadas, arrumar a cama e fazer compras B) Atividades

instrumentais da Vida Diária como: tomar banho, cuidar dos pés e das unhas,

atividades leves de limpeza da casa, preparar o jantar, preparar o café da manhã e o

almoço, atividades pesadas de limpeza, lavar e passar roupa.

A classificação foi realizada segundo proposta por Spirduso (2005), onde se

baseia pelo número de atividades que a pessoa consegue fazer sem ajuda e com

facilidade considerando (0-9) Capacidade Funcional Baixa; (10-17) Capacidade

Funcional Moderada; (18) Capacidade Funcional Avançada, Anexo 7.

4.3.5 Escala de Satisfação Global com a Vida

A escala de SGV é um instrumento composto por uma única interrogativa:

“Qual é o ponto desta escada que melhor reflete a sua satisfação com sua própria

vida no momento? ” A proposta é fazer com que o avaliado reflita em que ponto da

escada ele se encontra. Na expressão em forma de escala, o último degrau (valor

10) representa o maior grau de satisfação com a vida enquanto que o degrau mais

baixo (valor 1) representa o menor grau de satisfação com a vida (NERI,2001). Varia

de 1 a 10, onde 1 corresponde a informação de pior satisfação com a vida e 10, a

percepção de melhor satisfação com a própria vida no momento. Deve-se marcar

com um “X” o valor escolhido; considera-se assim o grau de satisfação com a vida

do avaliado, Anexo 8.

4.4 Analise Estatística

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56

Inicialmente os dados foram digitados em planilha do pacote Microsoft Office

2015 Software Excel 2015 e em seguida os resultados foram exportados e

analisados pelo programa SPSS (Statistical Package for Social Science), versão

21.0

Para descrever os resultados, foram utilizadas frequência absoluta e

porcentagem para as variáveis categórica e média, desvio padrão, valores mínimos

e máximos, intervalo interquartílico para as variáveis quantitativas. Foi feito o teste

da normalidade de Kolmogorov Smirnov e Shapiro-Wilk para todas as variáveis

quantitativas divididas em grupos. Foi também utilizado o teste de Levene

(homogeneidade de variâncias) para avaliar a utilização (ou não) da Anova fator

único.

Foi usada a ANOVA fator único para avaliar a diferença da (1) quantidade de

medicamentos pela faixa etária, (2) Nível de Satisfação Global com a Vida por faixa

etária; (3) Nível de Satisfação Global com a Vida nos diferentes níveis de

dependência funcional, (4) Nível de Satisfação Global de nos diferentes níveis

econômicos da amostra e (5) Nível de SGV nos diferentes níveis escolares.

Para identificar as associações em cada grupo de faixa etária foi realizada a

Análise de Correspondência Múltipla (ACM) com as variáveis: doenças, capacidade

funcional, AFH, quedas e hábitos de fumar e beber ou por apresentam importância

teórica, vide Anexo 10 uma breve explicação da ACM.

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57

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Observamos de uma maneira geral, alguns estudos que evidenciaram

determinadas regiões quanto ao envelhecimento no cenário mundial e, entre eles,

destacamos a cidade de São Paulo nos resultados do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística - IBGE (2010), que apresenta a variação da composição

demográfica envelhecida nos núcleos da metrópole do município de São Paulo com

8,13% e da periferia dos outros municípios com 5,78%. O estudo ainda nos

apresenta que o índice de envelhecimento está em 39,16% na capital e em 24,60%

na periferia (IBGE, 2010).

Outra característica observada pelo IBGE (2010) sobre a quantidade de

homens e mulheres que vivem na capital paulistana mostra que a proporção de

homens é de 89,93 para cada 100 mulheres vivendo fora da periferia, enquanto que

na periferia a proporção de homens sobe para 94,90. Em 2010, o instituto apontou

que no Bairro Jd. Rincão, a população era composta por 10414 habitantes. Nesse

montante, 1182 eram mulheres e 1108 homens que possuíam idade igual ou acima

de 50 anos. Passados 6 anos, o mesmo instituto divulgou que o bairro passou a ter

10801 habitantes, o que reforçou a necessidade de investigação para se tomar

medidas condizentes a uma realidade em constante desenvolvimento (IBGE, 2016).

Por essa razão, buscou-se reforçar algumas características do contexto

feminino através da busca literária para traçar um perfil e compor em nossa

discussão. No geral, demonstramos certa similaridade na posição de Sousa (2010)

onde relata a dificuldade de encontrar dados que envolvam mulheres idosas

residentes em localidades de baixa renda. Tal fato aflora um desafio para a

comunidade científica no sentido de produzir conhecimento que possa subsidiar o

poder público e a sociedade civil.

Os estudos brasileiros que tratam da saúde de uma maneira geral foram

incluídos para compor nossa discussão, a fim de tornar ainda mais importante o

conhecimento do perfil dos usuários que recebem o atendimento no SUS, em

especial das mulheres, favorecendo um cuidado particularizado e possibilitando

intervenção por meio de Promoção da Saúde afim de prevenir acometimentos.

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58

Durante a análise dos resultados, ficou claro o número expressivo de

mulheres de diferentes regiões brasileiras e de usuárias do SUS em relação aos

homens, entre eles destacamos Victor et al (2009) em Fortaleza-CE; Menegazzo et

al (2010) em Campinas-SP, Ferreira et al (2010) em Goiania-GO, Clares (2011) em

Fortaleza-CE, Sousa (2011) em Ananindeua-PA, Dantas et al (2012) e Araújo (2012)

em João Pessoa-PB, Cruz et al (2012) em Juiz de Fora – MG, Monteiro (2013) em

Belém-PA, Santos e GrIep (2013), Azevedo et al (2013) me Rio Grande do Sul-RS,

Turi et al (2014) em São Paulo-SP, Barbosa et al (2014) em Montes Claros-MG,

Goulart et al (2014) em Rondonópolis-MT, Felchilcher et al (2015) em Meio-Oeste

Catarinense-SC, Santos et al (2015) em Natal – RN, Codogno et al (2015) em Bauru

– SP, Bezerra et al (2016) em Ejuçuoca-CE e Lago et al (2016) no Município de

Criciúma- SC.

5.1 Características sociodemográfica das usuárias das pesquisadas

Dos resultados obtidos do perfil sociodemográfico de 190 mulheres

disponibilizado na Tabela 1. Evidenciamos que a faixa etária das mulheres variou

entre 50 e 90 anos, com o valor médio de 67,3 anos (DP = 7,2 anos). Na distribuição

das faixas etárias constatamos que o grupo feminino de 60 a 69 anos representa

53,7%, do total de entrevistados. Estas evidências corrobora com outros estudos

envolvendo usuários do Sistema Público de Saúde, como Sousa et al (2010) que

menciona a média de idade 69 anos (DP=6,73 anos). O estudo de Monteiro et al

(2013) com a prevalência de mulheres na faixa etária entre 60 a 69 anos atendidos

no programa de Atenção à Saúde do Idoso em Belém-PA. Na pesquisa de Ferreira

et al (2010) observou que dentre os 418 pesquisados, a faixa etária predominante

era de 60 a 74 anos atendidos no SUS em Goiania-GO. Já no estudo de Turi et al

(2014) houve a prevalência de 73,4% de mulheres acima de 50 anos de idade com

média das participantes de 65 anos (DP = 9 anos) atendidos no SUS em São Paulo-

SP. Estas características evidencia a predominância de uma população feminina

idosa jovem.

Algumas características desse público podem ser visualizadas na Tabela 1.

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59

Tabela 1 – Descrição das variáveis sociodemográficas da população, Jd. Rincão-SP, 2016.

(Continua)

Variável Categoria n %

Faixa etária

50-59 16 8,4

60-69 102 53,7

70-79 59 31,1

>80 13 6,8

Analfabeto/Fund. 1 incompleto 86 45,3

Fund. Completo/ Fundamental 2 incompleto 68 35,8

Escolaridade Fundamental 2 completo/ médio incompleto 20 10,5

Médio completo/ Superior Incompleto 14 7,4

Superior Completo 2 1,1

Possui filhos

Sim 170 89,5

Não 10 5,3

Não Respondeu 10 5,3

Classificação Econômica Familiar

E 1 0,5

D 34 17,9

C2 59 31,1

C1 56 29,5

B2 34 17,9

B1 5 2,6

Não respondeu 1 0,5

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60

Em relação ao nível de escolaridade, nota-se diante da Tabela 1 o predomínio

entre os que não possuem instrução ou o ensino fundamental 1 incompleto, com

45,3%, seguido do ensino fundamental 1 completo ao ensino fundamental 2

incompleto apresentado na Tabela 1. Estas evidências corroboram com dados do

IBGE (2010) que indicam que a população feminina de uma maneira geral e

nacional, prevalece o número de mulheres que não tem instrução e/ou não

completaram o ensino fundamental com 41,3%, apenas 15,8% possuem o ensino

fundamental completo e/ou o ensino médio inclompleto, 26,6% possuem o ensino

médio completo e ensino superior incompleto e 15,8% possuem o ensino superior

completo. Além disso, identificamos no estudo de Ferreira et al (2010), Santos e

Tabela 1 – Descrição das variáveis sociodemográficas da população, Jd. Rincão-SP, 2016.

(Continuação)

Relação Conjugal Atual

Casada 82 43,2

União Estável 2 1,1

Separada 19 10

Solteira 12 6,3

Viúva 60 31,6

Outros 2 1,1

Não Respondeu 13 6,8

Ocupação

Empregada 16 8,4

Desempregada 3 1,6

Aposentada 70 36,8

Aposentada e continua trabalhando 6 3,2

Aposentada por ordem médica 5 2,6

Dona de casa 64 33,7

Dona de casa/pensionista 24 12,6

Autônoma 2 1,1

TOTAL 190 100

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61

Griep (2013), Turi et al (2014) e Goulart et al (2014) onde apontaram que a maioria

das mulheres cursaram somente até o ensino fundamental. Tal evidência pode ter

sido pelas dificuldades de acesso às escolas tanto na época que as mulheres do

nosso estudo nasceram e cresceram, como nas condições de vida atual.

Outra caracteristica marcante relacionada ao nível de escolaridade, se dá ao

perceber que ao mesmo tempo em que dados do IBGE (2010) apontavam uma

melhora do perfil educacional feminino, Silva et al (2011) em um levantamento que

engloba boa parte do território brasileiro sobre os aspectos do perfil

sociodemográfico de utilização de serviços de saúde no âmbito do SUS nos anos de

2003 e 2008, também demonstrou sinais de melhora do perfil educacional das

mulheres que buscam assistência a saúde.

E ainda, destacamos o perfil de mulheres acima de 60 anos nos dados do

IBGE (2010), que apontou queda na proporção de pessoas analfabetas acima desta

idade no Brasil, passando de 34,2% em 2000 para 26,3% em 2010. Já no municipio

de São Paulo, passou de 13,1% em 2000 para 9% em 2010 (IBGE, 2010). Assim,

concluímos de uma maneira geral que ocorreram avanços significativos na

escolaridade feminina contribuindo de uma maneira geral para a qualidade de vida,

pois a capacidade de saber ler e escrever promove o acesso à informação, abre

espaço em termos de oportunidade de emprego e possibilita uma integração social

mais ampla (ALMEIDA, GUTIERREZ E MARQUES, 2012).

Outra característica marcante no que diz respeito a aspectos culturais se dá

por conta da maternidade. Segundo Costa (2013), dentre as principais vantagens de

ser mulher está a alegria de ser mãe. E esta relação da mulher com a maternidade é

evidenciada em nosso estudo, pois 89,5% delas possui filhos. O IBGE (2010)

destaca que há uma transformação social no país, com diminuição da quantidade de

filhos e crescimento dos níveis de instrução das mulheres. Nosso estudo ainda não

reflete essa condição.

Observamos na Tabela 1 o estado conjugal atual, onde 43,2% das

entrevistadas declararam ser casadas e 31,6% viúvas. Evidenciamos este perfil de

mulheres no estudo de Santos e Griep (2013) na região de Belém (PA) e Victor et al

(2009) na região de Fortaleza (CE), que apontam a maioria ser casadas e viúvas.

Um aspecto importante a ser ressaltado no estudo de Victor et al (2009) é que

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62

89,5% das mulheres entrevistadas possuem filhos, o que pode levar ao

questionamento: parte desse grupo cria seus filhos sozinha?

Além disso, podemos perceber na Tabela 1 a classe econômica das

pesquisadas, que apontam 78,5% como pertencentes às classes C1, C2 e D. Tal

achado corrobora com os estudos de Ferreira et al (2010), Azevedo et al (2013),

Codogno et al (2015), Turi et al (2014) e Lago et al (2016), evidenciando a

prevalência desta classe econômica como a maior usuária dos serviços públicos de

saúde. E ainda, segundo dados da ABEP (2014) no Brasil, a soma dos percentuais

dos indivíduos classificados nas classes econômicas C1, C2, D e E, totalizaram

74,1% da população total.

Quanto à atividade ocupacional, nota-se que entre as usuárias do SUS a

maioria declarou ser dona de casa 36,8% e aposentadas 33,7%, vide Tabela 1. Esta

característica foi também evidenciada no estudo de Goulart et al (2014), com 238

pessoas acima de 60 anos, predominantemente feminino. Segundo Louvison e Rosa

(2010), características como viuvez e dependência econômica inferior eram sinais

de uma população idosa e, ainda, associada a aspectos negativos. No entanto,

graças a um sistema previdenciário consolidado no país, a proporção de idosos

pobres tem diminuído sensivelmente, sendo que em 2005 a proporção da população

idosa pobre foi 4,7 vezes inferior à da população não idosa.

No entanto, Costa (2013) comenta que graças ao declínio da pobreza no país,

ao aumento da expectativa de vida, à diminuição da mortalidade infantil, à redução

do analfabetismo e aumento da escolaridade, ocasionou mudanças no perfil social

das mulheres na segunda metade do século XX. Assim, essas características

sociodemográficas reforçam a importância de uma investigação quanto aos agravos

que podem levar a diminuição da QV.

5.2 Características dos agravos à saúde das usuárias do sistema único de

saúde

Além do perfil socioeconômico e demográfico, procuramos também identificar

algumas características quanto aos agravos à saúde que podem nos auxiliar no

entendimento de modo geral no quadro de usuárias de serviços públicos de saúde.

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63

Dentre elas, destacamos a frequência do número de problemas com hipertensão

seguida de diabetes, enfermidades da coluna, artrose e labirintite. Além disso, outra

característica que podemos notar em relação as doença é a predominância que

existe nas faixas etárias entre 60 e 79 anos, dados encontrados na Tabela 2.

Tabela 2 - Distribuição da amostra por faixa etária segundo relato de doença, Jd. Rincão-SP, 2016.

(Continua)

Doença

50-5

9

60-6

9

70-7

9

>80

TO

TA

L

n % n % n % n % N %

Hipertensão Sim 11 7,9 73 52,5 44 31,7 11 7,9 139 73,2

Não 5 9,8 29 56,9 15 29,4 2 3,9 51 26,8

Angina Sim 1 5,9 11 64,7 2 11,8 3 17,6 17 8,9

Não 15 8,7 91 52,6 57 32,9 10 5,8 173 91,1

Sopro Cardíaco

Sim * * * * 1 50 1 50 2 1,1

Não 16 8,5 102 54,3 58 30,9 12 6,4 188 98,9

Dificuldade de Respirar

Sim * * 9 52,9 6 35,3 2 11,8 17 8,9

Não 16 9,2 93 53,8 53 30,6 11 6,4 173 91,1

Falta de ar Sim 3 14,3 12 57,1 4 19 2 9,5 21 11,1

Não 13 7,7 90 53,3 55 32,5 11 6,5 169 88,9

Asma Sim 2 22,2 7 77,8 * * * * 9 4,7

Não 14 7,7 95 52,5 59 32,6 13 7,2 181 95,3

Bronquite Sim 3 23,1 8 61,5 2 15,4 * * 13 6,8 Não 13 7,3 94 53,1 57 32,2 13 7,3 177 93,2

Enfisema Pulmonar

Sim * * 2 100 * * * * 2 1,1 Não 16 8,5 100 53,2 59 31,4 13 6,9 188 98,9

Diabete Sim 6 9.2 29 44,6 22 33,8 8 12,3 65 34,2 Não 10 8 73 58,4 37 29,6 5 4 125 65,8

Colesterol Sim 4 6,2 39 60,9 17 26,6 4 6,2 22 33,7

Não 12 9,5 63 50 42 33,3 9 7,1 168 66,3

Triglicérides Sim 2 9,1 13 59,1 6 27,3 1 4,5 33 11,6

Não 14 8,3 89 53 53 31,5 12 7,1 157 88,4

Problemas com a Tireoide

Sim 1 3 19 57,6 11 33,3 2 6,1 41 17,4

Não 15 9,6 83 52,9 48 30,6 11 7 149 82,6

Labirintite Sim 1 2,4 26 63,4 9 22 5 12,2 45 21,6

Não 15 10,1 76 51 50 33,6 8 5,4 145 78,4

Osteoporose Sim 2 4,4 25 55,6 11 24,4 7 15,6 45 23,7

Não 14 9,7 77 53,1 48 33,1 6 4,1 142 76,3

Artrose Sim 2 4,2 29 60,4 13 27,1 4 8,3 48 25,3

Não 14 9,9 73 51,4 46 32,4 9 6,3 142 74,7

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64

Considerando o perfil de doenças no presente estudo, notamos semelhanças

no estudo descritivo utilizando os dados do PNAD 1998 da população brasileira

investigado por Lima-Costa et al (2003a) , que detectou um perfil feminino com

quantidades elevadas de hipertensão, reumatismo, doenças do coração, diabete e

asma/bronquite, e ainda com grande incidência no uso de serviços de saúde, a

presença destas comorbidades e nesta faixa etária merece atenção, devido a maior

vulnerabilidade frente às possíveis complicações inocorrentes.

Após a identificação do perfil de doenças, o presente estudo visou classificá-

las segundo Classificação Internacional da Saúde (CID-10), e foram organizados

com os dados encontrados, 4 grupos predominantes de doenças: Aparelho

Circulatório (73,7%) seguidas pelas Endócrinas e Metabólicas (63,7%), Sistema

Osteomuscular e Tecido Conjuntivo (55,8%), Outras Doenças (30%) e por fim as

Doenças do Aparelho Respiratório (17,9%), disponibilizadas na Tabela 3.

Tabela 2 - Distribuição da amostra por faixa etária segundo relato de doença, Jd. Rincão-SP, 2016.

(Continuação)

Doença

50

-59

60

-69

70

-79

>8

0

TO

TA

L

n % n % n % n % n %

Artrite Sim * * 13 68,4 4 21,1 2 10,5 19 10 Não 16 9,4 89 52 55 32,2 11 6,4 171 90

Hérnia Sim * * 9 69,2 1 7,7 3 23,1 13 6,8 Não 16 9 93 52,5 58 32,8 10 5,6 177 93,2

Enfermidade na coluna

Sim 4 7,4 32 60,4 14 26,4 3 5,7 53 27,9 Não 12 8,8 70 51,1 45 32,8 10 7,3 137 72,1

Rigidez Muscular

Sim * * 2 66,7 1 33,3 * * 3 1,6 Não 16 8,6 100 53,5 58 31 13 7 187 98,4

Fraqueza Muscular

Sim 1 12,5 5 97 2 25 * * 8 4,2 Não 15 8,2 62,5 53,3 57 31,3 13 7,1 182 95,8

Tendinite Sim 3 18,8 10 62,5 3 18,8 0 0 16 8,4 Não 13 7,5 92 52,9 56 32,2 13 7,5 174 91,6

Aparelho Digestivo

Sim 2 9,1 11 50 7 31,8 2 9,1 22 11,6 Não 14 8,3 91 54,2 52 31 11 6,5 168 88,4

Aparelho Geniturinário

Sim 1 25 2 50 1 58 * * 4 2,1 Não 15 8,1 100 53,8 25 31,2 13 7 186 97,9

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As evidências de saúde segundo o autorrelato das pesquisadas,

demonstraram semelhanças com outros estudos epidemiológicos brasileiros, como

Victor et al (2009), Clares et al (2011), IBGE (2013), Felchilcher et al (2015) que

destacaram o este perfil prevalente no sexo feminino, contribuindo para uma má QV.

No que diz respeito às doenças do aparelho circulatório, Marques e Confortin (2015)

comentam que mesmo apresentando diminuição entre os anos de 2003 e 2012, esta

doença crônica ainda é a principal causa de internação, sobretudo entre mulheres,

que exibiram maior taxa de internações em 2012.

Assim, nossos dados juntamente com os da literatura existente, reforçam o

peso das doenças crônicas o que nos remete a uma atenção voltada à população

em estudo, pois a tendência dos próximos anos, provavelmente, é de seu aumento

expressivo e como consequência, maiores internações demandando maiores gastos

públicos.

Tabela 3 – Distribuição da amostra por faixa etária das doenças segundo Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, Jd. Rincão-SP, 2016.

VARIÁVEL CODIGO CATEGORIA

50

-59

60

-69

70

-79

>8

0

TO

TA

L

n % n % n % n % n %

Doença do Aparelho

Circulatório DAC

Sim 12 75 74 72,5 43 72,9 11 84,6 140 73,7

Não 4 25 28 27,5 16 27,1 2 15,4 50 26,3

Endócrinas e metabólicas

DEM Sim 10 62,5 63 61,8 39 66,1 9 69,2 121 63,7

Não 6 37,5 39 38,2 20 33,9 4 30,8 69 36,3

Doença do Sistema

Osteomuscular e tecido

Conjuntivo

DSOC

Sim 8 50 63 61,8 26 44,1 9 69,2 106 55,8

Não 8 50 39 38,2 33 55,9 4 30,8 84 44,2

Outras Doenças

OD Sim 3 18,8 32 31,4 16 27,1 6 46,2 57 30

Não 13 81,2 70 68,6 43 72,9 7 53,8 133 70

Doença no Aparelho

Respiratório DAR

Sim 4 25 19 18,6 9 15,3 2 15,4 34 17,9

Não 12 75 83 81,4 50 84,7 11 84,6 156 82,1

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66

No entanto, não bastassem os problemas relacionados anteriormente,

Ferreira et al (2010) além de identificar doenças circulatórias mais prevalente nas

mulheres em seu estudo, apontaram ainda a prevalência de tabagismo, consumo de

álcool e sedentarismo. Esta observação nos alerta sobre os cuidados e orientação

não só sobre a recomendação, acompanhamento das doenças, mas a promoção de

hábitos saudáveis para a população.

Segundo Secoli (2010) a decorrência de doenças crônicas constitui-se em

uma epidemia medicamentosa entre a população que possui idade cronológica

avançada. Sua consequência tem impacto no âmbito clínico e econômico no que

repercute na segurança dos que consomem.

Diante da lei de nº 9,080, de 1990, o SUS prevê a execução de ações de

assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica, tendo como diretriz a

universalização do acesso com equidade e integralidade das ações e serviços de

saúde (BRASIL, 1990). Entretanto, apenas em 1998 foi aprovada a Política Nacional

de Medicamentos (PNM) que mais tarde em 2004 foi substituída pela Política

Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) que busca garantir a segurança,

eficácia e qualidade dos medicamentos, a promoção do uso racional e acesso a

população aqueles considerados essenciais (BRASIL, 2002).

Essa regulamentação contribui para o tratamento de doenças crônico-

degenerativas e saúde mental, morbidades estas que apresentam prevalência

crescente no Brasil em decorrência das alterações causadas pelo envelhecimento

da população. Parte destas alterações, Secoli (2010) comenta em sua revisão

literária que é devido à vulnerabilidade das mulheres aos eventos adversos

relacionados ao uso de medicamentos. Embora o uso de medicamento seja

essencial para a manutenção e sobrevivência do ser humano, Secoli (2010) nos

alerta sobre os prejuízos e desfechos negativos quanto ao acúmulo de

medicamentos utilizados pelos idosos.

Nessa linha de raciocínio, podemos inferir sobre a possível complicação

advinda da quantidade de medicamentos utilizada pelas mulheres, acarretando

possíveis reincidências de consultas aos serviços de saúde. Mesmo assim, Murray e

Callahan (2003) ressaltam que o uso de medicamento está entre as intervenções

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mais utilizadas e de grande valor no tratamento de doenças em idosos, oferecendo

sobrevida e melhorando a qualidade de vida.

Considerando a análise por faixa etária, observamos nesta investigação que

as pesquisadas consomem entre em média 3 a 4 tipos diferentes de medicamentos.

Além disso, após a análise estatística da Anova Fator Único, não houve diferença

estatisticamente significativa entre as faixas etárias (p=0,581) apresentando uma

homogeneidade neste aspecto (Tabela 4).

Diante dos dados encontrados durante a busca na literatura, evidenciamos

diferenças sobre a quantidade de medicamentos de acordo com a faixa etária, sexo,

local e área de residência. E entre eles destacamos o estudo de Costa et al (2011)

realizado em Campinas-SP, que além de constatar o maior consumo médio de

medicamentos entre as mulheres, os autores detectaram que o consumo médio

aumenta com o avanço da idade cronológica. Destacamos a faixa etária acima de 70

anos, que apresentou valor médio de 3,55 tipos de medicamentos, próximos ao

nosso estudo.

Já nos estudos de Simões e Falvo (2000) e Lago et al (2016), identificaram o

valor médio de 2,6 e 2,53 tipos diferentes de medicamentos consumidos por idosos

em Araraquara-SP e Distrito Sanitário Santa Luzia-MG respectivamente. Pereira et

al (2010), evidenciou que as mulheres com uma idade média de 64,7 anos são as

principais usuárias farmacológicas com 4 tipos de medicamentos na cidade de Ijuí-

RS. Já o estudo de Filho et al (2004) composto pela predominância feminina (64%)

detectou entre os pesquisados acima de 65 anos de idade, uma proporção de 60,7%

de idosos usando pelo menos um tipo de medicamentos prescrito em áreas

Tabela 4 – Média e desvio padrão sobre a quantidade de medicamento por faixa etária, Jd. Rincão, 2016.

Categoria M DP F P

50-59 3,75 1,69

0,655 0,581 60-69 3,16 1,62

70-79 3,28 1,7

>80 3,46 1,33

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periféricas, 67,5% em áreas intermediárias e 80,3% áreas central. Quanto à

quantidade de medicamentos prescritos por idosos foi de 1,3 medicamentos em

áreas periféricas, 2,3 em áreas centrais e 1,5 em áreas intermediárias no município

de Fortaleza-CE.

Pizzol et al (2012) ao avaliar o uso de medicamentos entre 811 pessoas

acima de 60 anos moradores de áreas urbanas e rurais no município de Carlos

Barbosa – RS, encontrou o valor médio de uso contínuo de medicamentos maior

entre mulheres e em ambas as áreas e ainda, este consumo aumenta para aquelas

que possui mais idade, sem companheiro, com maior escolaridade, e no geral, para

a população que vivia nas áreas urbana.

É interessante observar no presente estudo, a presença de uso de

medicamento em todas as faixas etárias e ainda, ao tecermos comparações entre os

grupos observa-se que não foi evidenciada diferença estatisticamente significativa.

Identificamos no estudo de Codogno et al (2012) uma reflexão e alerta sobre

interesse da área científica em relacionar diversos custos à saúde com a prática de

atividade física somente a partir de 2006. Neste sentido, o estudo de Codogno et al

(2012) na região de Bauru-SP com usuários de medicamentos com idade média de

60±9 anos de duas UBS’s: Vila Cardia e Otávio Rasi, utilizando características

retrospectivas através do questionário de Atividade Física Habitual de Baecke e

Anamnese, apontou que os pacientes ativos apresentaram menores gastos com o

tratamento farmacológico em relação aos sedentários. Vê-se que é necessário

estimular todas as faixas etárias da população de ambos os sexos à prática regular

de atividade física (LAGO et al 2016).

Outro fato marcante relacionado ao uso concomitante de medicamentos, se

dá pelo possíveis problemas decorrentes. Segundo Secoli (2010) a administração

concomitante de medicamentos possui uma probabilidade aumentada de três a

quatro vezes o risco de quedas, sendo de 13% quando estão associados a dois

medicamentos e de 82% para sete ou mais. Além disso, Gawryszewski et al (2010),

comentaram que dentre os fatores de risco associados às quedas estão os fatores

extrínsecos associados à qualidade e intensidade da iluminação, superfícies

irregulares, tapetes soltos, condições e riscos associados às próprias atividades que

o individuo realiza. Já os fatores intrínsecos podem ser adjuntos a redução da força

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muscular, alterações de equilíbrio, modificações no padrão da marcha, déficit visual,

perdas funcionais e cognitivas são decorrentes do processo de envelhecimento e/ou

doenças.

Ao avaliar 1667 pessoas acima de 65 anos residentes em uma comunidade

no município de São Paulo em um estudo dividido em dois cortes transversais com

intervalo de 1 ano, Perracini e Ramos (2002) identificaram que 30% dos idosos

afirmaram ter caído no primeiro inquérito e 29,1% no segundo inquérito. Além disso,

o estudo revelou que as chances de queda recorrente aumentaram entre as

mulheres, os que são viúvos, solteiros ou desquitados, histórico prévio de fratura,

grau de comprometimento nas atividades de vida diária e os que não possuíam a

leitura como atividade de lazer.

Além disso, os estudos de Cruz et al (2012), Dantas et al (2012) e Fhon et al

(2012) apontaram elevada frequência de quedas entre as mulheres e ainda, entre as

idosas com idade maior ou igual a ≥60 anos. Destacamos o estudo de Fhon et al

(2012) que indicam os locais mais frequentes, dentre eles, o pátio, cozinha, quarto e

banheiro.

Assim, a investigação sobre as quedas torna-se de grande relevância devido

à preocupação em sua frequência e consequências em relação à QV. Em nosso

estudo foi evidenciado a predominância de 1-2 quedas na vida, para a faixa etária de

70-79 anos. Em relação às mulheres que relataram nunca ter caído, identificamos

nas faixas etárias entre 50 a 69 e >80 anos concentram as mais frequentes (Tabela

5).

Pensando nas repercussões psicológicas da queda, o estudo de Santos et al

(2013), revelaram que o medo de cair novamente repercute em ser a problemática

mais frequente entre os indivíduos fragilizados e com redução da CF. Destacamos

também o aspecto vulnerável atribuído aos familiares perante às quedas como o ato

de sentar, levantar, tropeçar e descer do ônibus.

Chaimowicz (2013) comenta que aproximadamente 3 a 5% das quedas

originam ferimentos graves, como lesões corto-contusas, hematomas e fraturas.

Vale lembrar que a fratura do fêmur é considerada uma das mais temidas devido a

sua elevada letalidade. Diante disso, devemos estar atentos aos efeitos

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devastadores na QV das mulheres quando relacionamos a queda, mesmos para

aquelas que não sofreram fraturas (CHAIMOWICZ, 2013).

Assim como Perracini e Ramos (2002), identificamos a necessidade de ações

multidimensionais no que diz respeito às consequências e agravos à saúde para o

individuo, familiares e o Sistema de Saúde, representando maiores custos sociais e

econômicos.

Dentre estas abordagens multidimensionais destacamos o bem-estar

psicológico. A SGV pode ser definida como o bem-estar psicológico que as pessoas

têm em relação a sua própria vida e é afetada mais diretamente pelo nível

socioeconômico, educação, estado civil, atividade da vida diária, interação social,

condições de residência e principalmente pelo nível de saúde percebida

(SPIRDUSO, 1995).

Em nosso estudo, podemos notar que o valor médio da SGV foi de 8,67

(DP=1,88) da SGV. Ao comparar o nível de SGV pelas variáveis: faixa etária

(p=0,825), classe econômica (p=0,721) e pelo nível de escolaridade (p=0,186)

utilizando a análise de variância da ANOVA fator único, foi registrado inexistência de

diferenças estatisticamente significativa entre as categorias de cada variável exceto

na capacidade funcional (Tabela 6). Este valor médio vai ao encontro com os

resultados obtidos no estudo de Santos (2003); Egito et al (2005); Ordonez et al

(2011); Vieira et al (2015); Vieira et al (2015a) que se referem a nível alto de

satisfação com a vida em seus pesquisados.

Tabela 5 – Distribuição de quedas por faixa etária, Jd. Rincão-SP, 2016.

QUEDAS

Nunca 1-2 3-6 ≥7

IDADE N % N % N % N %

50 a 59 anos 6 37,5 4 25 5 31,2 1 6,2

60 a 69 anos 37 36,3 36 35,3 22 21,6 7 6,9

70 a 79 anos 19 32,2 29 49,2 10 16,9 1 1,7

> 80 anos 6 46,2 2 15,4 2 15,4 3 23,1

TOTAL 68 71 39 12

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No que diz respeito à faixa etária, destacamos o estudo de Santos (2003) que

avaliou o escore da SGV em 3 grupos com faixas etárias: 20-29, 40-49 e 60 a 69

anos. Nesse estudo não foi observado diferenças entre as faixas etárias. Assim

como o estudo de Egito et al (2005) com faixas etárias divididos em décadas acima

de 50 anos de idade. No entanto, Ordonez et al (2011) revelaram valores médio da

SGV inferior entre os idosos mais velhos quando comparado com os idosos jovens.

Esses autores concluíram que a idade cronológica é um fator determinante para

reduzir o escore médio da SGV. Assim, diante destas características evidenciadas,

notamos que entre as pessoas pertencentes a grupos da mesma faixa etária que

identificam principalmente, as desigualdades em relação a costumes, valores,

experiências sócio-históricas e educacionais podem ocorrer em pessoas vividas em

situações diferentes. Outra característica que nos remete a interpretação se refere

Tabela 6 - Análise estatística da SGV de acordo com faixa etária, classe

social, escolaridade e capacidade funcional, Jd. Rincão-SP, 2016.

Variável Categorias SGV

Média DP F P

Faixa Etária

50-59 8,31 1,77

0,300 0,825 60-69 8,70 1,89

70-79 8,76 1,63

≥80 8,46 2,90

Classificação econômica

D e E 8,3 2,2

0,520 0,721

C2 8,6 1,8

C1 8,6 2,0

B2 9,0 1,3

B1 9,0 2,2

Escolaridade

Analf/E.F. 1 inc. 8,4 2,1

1,137 0,186

EF1 comp./EF2 inc 8,8 1,8

EF2 comp./EM inc 9,3 1,1

EM comp. /ES inc 9,2 1,2

ES 7,5 3,5

Capacidade Funcional

Alta 8,8ᵃ 1,7

6,05 0,005 Média 8,9ᵃ 1,6

Baixa 7,1ᵇ 2,7

Média seguida da mesma letra não diferem entre si.

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às novas gerações que são mais exigentes e possuem elevada capacidade de

autoajuste, o que facilita a busca de suas metas, recursos e desenvolvimento de

competências interferindo no resultado da sua satisfação com a vida (FREIRE, 2001;

ORDONEZ, 2011).

Em relação à escolaridade, a pesquisa realizada por Vieira et al (2015a)

identificou diferenças no escore médio entre as que possuíam o ensino superior,

ensino fundamental e médio em 111 idosas de 60 a 79 anos da Universidade

Estadual do Piauí.

Neri (2001) citando Diener e Suh (1998) mostra que mesmo com o avanço da

idade e com os problemas de saúde associados à idade, status conjugal e a renda,

o bem-estar subjetivo não declina. Cabe ressaltar que os estudos de Batistoni et al

(2013) e de Ordonez et al (2011) revelaram que indivíduos ingressantes e

frequentadores da Universidade Aberta da Terceira Idade demonstraram ser

altamente satisfeitos com a vida. Assim, podemos inferir que o programa pode ser

um indicador de contribuição para a melhora do bem-estar subjetivo dos idosos.

Além disso, identificamos no estudo de Joia (2007) que a satisfação com a

vida pode refletir as experiências de vida de maneira positiva estabelecidas, em

partes, pelo bem-estar subjetivo individual. E ainda, no estudo de Kinoshita (2012)

identificou uma correlação positiva sobre as doenças crônicas em relação a idade e

negativa com a SGV.

Diante destes achados, resgatamos a visão de Neri (2001) que declara que a

satisfação com a vida parece ser uma variável extrínseca, determinada por

condições da vida pessoal, mas pode ser fortemente influenciada por fatores

internos (sensações). E ainda Daig et al (2009), complementa isso, se

considerarmos que a satisfação com a vida é um balanço entre as expectativas e

desejos e a percepção do estado atual.

Em relação a presente pesquisa, a semelhança evidenciada estatísticamente

dos valores médios identificados na faixa etária, nível de escolaridade e classe

social, possivelmente está atrelada ao fato de que todas as mulheres pertencem à

mesma comunidade, o que as tornam com certa semelhança nas adversidades

sociais, favorecendo o nível de relacionamento social e autonomia, contribuindo para

uma melhor percepção do bem-estar subjetivo.

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Na análise dos valores médios da SGV em relação às variáveis atribuídas a

capacidade funcional (Tabela 6) foi constatada que não houve diferença significativa

da SGV entre os grupos de CF alta e média. Mas o grupo com a capacidade

funcional baixa mostrou a nota média de SGV inferior ao grupo com capacidade

funcional alta e média. Assim, a perspectiva de perda da capacidade física

apresenta-se como um fator agravante, pois indivíduos que possuem idade

cronológica mais avançada podem ser mais vulneráveis e temerem necessitar de

auxilio para manter suas atividades.

Segundo Freire (2001) as alterações mentais e físicas podem diminuir

dependendo da concepção que o idoso tem do envelhecimento, das suas alterações

e de si e da satisfação com a vida. Assim, podemos concluir que as alterações

mentais e físicas, influenciam a qualidade de vida dos idosos, no qual depende de

uma inter-relação de múltiplos fatores, sendo fortes influências dos hábitos de vida

de cada pessoa, da atividade física, da dieta, do comportamento preventivo, da

percepção de bem-estar, das condições físicas e ambientais, da renda, da

percepção subjetiva de saúde, do relacionamento familiar, das amizades e dos

aspectos espirituais religiosos (CONDE, 2004).

E nesse contexto, cabe-nos ressaltar que alguns estudiosos vêm de fato

contribuindo na identificação de danos funcionais em decorrência do processo de

envelhecimento e sua consequência natural como os altos índices de processos

patológicos, fato evidenciado devido às alterações implicadas na vulnerabilidade.

Segundo Netto (1996), a precária condição socioeconômica exposta associa-

se as múltiplas afecções concomitantes, as perdas não raras de autonomia e

independência, dificuldade de adaptação do idoso às exigências do mundo

moderno, que levam o velho ao isolamento social. Nos dias atuais estamos

vivenciando a problemática de que um quarto dos idosos é afetado pela

incapacidade funcional.

Os dados de Lima-Costa et al (2003) corroboram com esta afirmação ao

identificar a incapacidade dos idosos em poder alimentar-se, tomar banho ou ir ao

banheiro. Já o estudo de Chaimowicz (2013) citando o estudo do grupo SABE,

mostrou que praticamente um quinto dos idosos necessitava de auxilio para realizar

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pelo menos uma ABVDs, afetando a sobrevivência e QV. E ainda, estudo citou que

a necessidade era maior entre as mulheres e os mais idosos.

Bispo et al (2012) e Barbosa et al (2014) verificaram que 61,9% dos 286

idosos pesquisados eram mulheres cadastradas no programa de Estratégia de

Saúde da Família- ESF e independentes. Em nosso estudo, foi identificada a

prevalência de mulheres capazes de realizar ABVD e AIVD de forma moderada nas

faixas etárias entre 50 e 79 anos. No entanto, nota-se declínio físico mais presente

nas faixas etárias mais avançadas (>80 anos), visto na Tabela 7.

Levando em consideração a mesma aplicação metodológica, foi observado

que nossos achados corroboram com o estudo de Cavalcante et al (2014). Os

autores identificaram em um grupo de 30 pessoas acima de 60 anos cadastradas

em um Sistema Único de Assistência Social - SUAS e com predominância do sexo

feminino, a prevalência de mulheres com a capacidade funcional moderada e ainda,

com índices baixos ao comparar com os dos homens.

Além das questões mencionadas até o momento, outros fatores precisam ser

considerados, tais como os hábitos saudáveis. Em nossa casuística observamos em

nosso estudo a frequência elevada de mulheres que nunca fumaram e consumiram

bebida alcóolica. Contudo, destacamos a faixa etária de 60-69 anos que dentre o

grupo de ex-fumante é a que se destaca com (57,8%) e fumante (55%). Isto pode

ser visto na Tabela 8.

Tabela 7 – Distribuição da Capacidade Funcional por faixa etária, Jd. Rincão-SP, 2016

Capacidade Funcional

Baixa Moderada Alta

IDADE N % N % N %

50 a 59 anos 0 0 10 62,5 6 37,5

60 a 69 anos 9 8,8 72 70,6 21 20,6

70 a 79 anos 6 10,2 42 71,2 11 18,6

≥ 80 anos 6 46,2 6 46,2 1 7,7

TOTAL 21 11,1 130 68,4 39 20,5

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Segundo Edwards (2004) o uso do tabaco é um dos principais causadores

evitáveis de morte e incapacidade, e é considerada uma das maiores ameaças à

saúde atual e futura. Cerca de 80% dos fumantes vivem em países de baixa e média

renda. Contudo, o autor ainda menciona que o consumo de tabaco vem diminuindo

na população em geral. No entanto, Edwards (2004) em seu estudo de revisão já

vinha apontando o aumento da adoção de consumo de tabaco entre as mulheres. E

tal fato, se igualou perante os sexos na pesquisa evidenciada por Chaimowicz

(2013), que apontou diminuição do hábito de consumir tabaco nos homens, mas não

entre as mulheres e se igualou dentre os adolescentes.

Assim, Chaimowicz (2013) prevê um novo perfil de doenças que são

relacionadas ao tabagismo para as próximas gerações como vem ocorrendo nos

países da Europa. Observa-se que nos últimos 25 anos as taxas de mortalidade por

neoplasias da traqueia, brônquios e pulmões já vêm declinando acentuadamente

dentre os homens de 30 a 70 anos, mas aumentando nas mulheres da mesma faixa

etária (CHAIMOWICZ, 2013).

Em outro estudo de revisão coordenado por Warburton et al (2006) foi

mostrado que a hipertensão arterial, obesidade, colesterol, consumo de álcool, de

tabaco e o sedentarismo são fatores contribuintes para o agravo das doenças

crônicas. Mas, a prática de atividade física de maneira regular é capaz de prevenir e

Tabela 8 – Distribuição quanto ao hábito de fumar e consumo de bebida alcoólica por faixa etária, Jd. Rincão-SP, 2016.

Variável Categoria

50

-59

60

-69

70

-79

≥80

TO

TA

L

n % n % n % n % n %

Tabagismo

Fuma 4 2,1 11 5,8 3 1,6 2 1,1 20 10,5

Ex-Fumante 4 2,1 26 13,7 11 5,8 4 2,1 45 23,7

Nunca fumou 7 3,7 63 33,2 44 23,2 7 3,7 121 63,7

Não respondeu

1 0,5 2 1,1 1 0,5 0 0 4 2,1

Álcool

Sim 6 3,2 13 6,8 3 1,6 0 0 22 11,6

Não 10 5,3 89 46,8 65 29,5 13 6,8 168 88,4

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interagir de maneira positiva sobre os fatores de risco (WARBURTON et al, 2006).

Além disso, segundo WHO (2015) dentre os benefícios proporcionados à prática de

atividade física estão capacidade física e mental com a preservação da força

muscular, função cognitiva, redução da ansiedade, da depressão e melhorar a

autoestima, redução dos riscos de enfermidades como cardiopatia, diabetes e

acidentes cerebrovasculares e ainda, melhora a resposta social contribuindo como

facilitador na participação da comunidade, redes sociais e vínculos intergeracionais.

Apesar dos claros benefícios da prática de atividade física, a proporção de

pessoas que pratica diminui com a idade (WHO, 2015). Em nosso, mesmo

apresentando perda de 1 (um) pesquisado devido ao preenchimento inadequado do

questionário de Atividade Física Habitual, observamos que entre as diferentes

categorias disponibilizadas pelo questionário, podemos perceber que não houve

uma diferença estatística significativa entre as diferentes faixas etárias nos domínios

AFO (p=0,073), EFL (p=0,545) e AFLL (p=0,079).

No entanto, ao correlacionar os escores do presente estudo com a literatura,

observamos no estudo de Garcia et al (2013) valores inferiores apenas no domínio

AFLL e valores superiores no domínio de AFH com escore médio 7,85 na AFH. Vale

lembrar, que a pesquisa de Garcia et al (2013) foi desenvolvida com uma população

predominantemente feminina (69%) com idade mínima de 19 e máxima 73 anos,

com participantes da pesquisa “Ambiente Ativo” que visa avaliar intervenções para a

Tabela 9 – Distribuição dos escores da AFO, EFL e AFLL por faixa etária, Jd. Rincão-SP, 2016.

AFO EFL AFLL

Idade N Mín. Média Máx. F P Mín. Média Máx. F P Mín. Média Máx. F P

50 a 59 15 2,50 3,04 3,38

2,326 0,073

1,50 1,85 2,25

0,714 0,545

2,25 3,08 3,75

2,297 0,079

60 a 69 100 2,25 2,94 4,13 1,00 1,73 4,00 1,50 2,89 4,00

70 a 79 58 2,13 2,82 3,75 1,00 1,75 3,25 2,00 2,87 3,75

≥ 80 13 2,25 2,89 3,25 1,00 1,61 2,50 2,00 2,69 3,25

AFO-Atividades físicas ocupacionais; AFL - Exercícios físicos no lazer; AFLL - Atividades físicas no lazer e

locomoção; *Análise realizada a partir da média.

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promoção da atividade física no Sistema Único de Saúde pela Estratégia de Saúde

da Família na comunidade de Ermelino Matarazzo.

Em relação aos aspectos culturais disponibilizado pelo domínio AFO, o estudo

de Codogno et al (2015) observou que mesmo tendo conquistado espaço no

mercado de trabalho, as mulheres com idade acima de 50 anos continuam a ser as

principais responsáveis por tarefas domésticas, justificada pelo escore superior nas

atividades ocupacionais.

Na tabela 10 podemos observar os valores mínimos, médio e máximo, dados

a partir da soma das categorias atribuídas a AFH por faixa etária. Após a análise

estatística, concluímos que os valores médios do Índice de AFH por faixas etárias

não possuem diferenças estatísticas (p=0,051) e com assim, podemos observar uma

homogeneidade entre as pesquisadas de diferentes faixas etárias.

Embora não tenha havido diferença significativa o Índice de AFH quando

comparada pela idade em todos os domínios de AFH, o presente estudo optou por

classificar os pesquisados divididos em percentil de acordo com seus respectivos

escores de AFH sendo: baixo índice (≤P25), índice mediano (≥P25 e ≤P75) e alto

índice (≥P75), por faixa etária (GARCIA et al, 2013) (CODOGNO et al 2015a).

Na Tabela 11 apresentamos a classificação, quantidade de participantes e

percentuais por faixa etária. Após a caracterização, nota-se a prevalência da

população estudada no índice mediano.

Tabela 10 – Distribuição dos escores de AFH por faixa etária, Jd. Rincão-SP, 2016.

Atividade Física Habitual (AFH)

Idade N Mínimo Média Máximo F* P*

50 a 59 anos 15 7,13 7,97 8,75

2,636 0,051 60 a 69 anos 100 5,75 7,57 11,0

70 a 79 anos 58 5,63 7,46 9,63

≥ 80 anos 13 6,5 7,20 7,75

*Análise realizada a partir da média

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Florindo (2000) comenta que as atividades físicas e os exercícios físicos

estão entre as melhores estratégias de intervenção em Saúde Pública,

principalmente por atuarem diretamente na prevenção e tratamento das quedas,

doenças endócrinas e metabólicas, aparelho respiratório, aparelho circulatório e no

Sistema Osteomuscular e Tecido Conjuntivo, contribuindo para a melhora da QV.

Além disso, indivíduos com escore baixo de atividade física habitual possui maior

Tabela 11 – Distribuição da AFH categorizado por Faixa etária,

Jd. Rincão-SP, 2016.

Idade Categoria N %

50 a 59 anos

Baixo índice (< 7,50) 4 26,7

Índice Mediano (7,51 – 8,62) 7 46,7

Alto Índice (> 8,63) 4 26,7

60 a 69 anos

Baixo índice (< 7,03) 25 25

Índice Mediano (7,04 à 8,09) 50 50

Alto Índice (>8,10) 25 25

70 a 79 anos

Baixo índice (<7,09) 14 24,1

Índice Mediano (7,10 à 7,87) 30 51,7

Alto Índice (>7,88) 14 24,1

≥ 80 anos

Baixo índice (<6,87) 2 15,4

Índice Mediano (6,88 à 7,62) 7 53,8

Alto Índice (>7,63) 4 30,8

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79

probabilidade de ser inseridas em grupos com despesas mais elevado de saúde

(CODOGNO et al, 2015).

Em se tratando de indivíduos ativos e sedentários, acima de 50 anos, ambos

os sexos e que passaram por uma intervenção invasiva de revascularização do

miocárdio (RM), Nery e Barbisan (2010) identificaram que nos escores superiores de

AFH (Ativos), os indivíduos apresentaram quadro de menor incidência de eventos

em decorrência das complicações circulatórias e tempo de internação hospitalar

através da prática de exercícios. Além disso, o estudo de Santos et al (2016)

constataram que quanto menos o escore de AFH, maiores foram as chances dos

pesquisados de ambos os sexos de possuírem pouca força muscular.

Desta maneira, além de visualizar um contexto geral entre as gerações

definidas por faixas etárias nos diferentes domínios da AFH, podemos verificar os

desdobramentos gerados para aqueles que possuem baixo, médios e elevados nível

de atividade física.

5.3 O comportamento das variáveis: grupos de faixa etária, quedas,

doenças, características do estilo de vida e a capacidade funcional sob o olhar

da Análise de Correspondência Múltipla.

Diante dos resultados obtidos até o momento, passamos a analisar as

variáveis que apresentam características de agravos à saúde relevantes na literatura

com sua frequência elevada e diferença estatisticamente significativa entre as faixas

etárias, e selecioná-las para compor à ACM. A partir disso, identificamos 11

variáveis que juntas somam 30 categorias que podem ser observadas na tabela 12.

Tabela 12 - Descrição das variáveis incluídas na ACM

(Continua)

Variáveis Categorias Codificação Total de

Categorias

Faixa Etária

50-59 G1

4 60-69 G2

70-79 G3

≥80 G4

Doenças

Endócrinas e metabólicas Possui s

2 Não n

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Tabela 12 - Descrição das variáveis incluídas na ACM (Continuação)

Variáveis Categorias Codificação Total de

Categorias

Doença no aparelho

Respiratório

Possui s 2

Não n

Doença do aparelho

Circulatório

Possui s 2

Não n

Doença do sistema

osteomuscular e tecido

conjuntivo

Possui s

2 Não n

Outras doenças Possui s

2 Não n

Capacidade Funcional

Baixa b

3 Moderada m

Alta a

Atividade Física Habitual

Baixo Índice b

3 Índice Mediano m

Alto Índice a

Tabagismo

Fuma s

4 Ex-fumante ef

Nunca fumou n

Não respondeu nrd

Consumo de bebidas Álcool s

2 Não consome n

Quedas

Nunca n

4 Quedas 1-2 1-2x

Quedas 3-6 3-6x

Quedas ≥7 ≥7x

Identificadas a quantidade de variáveis e categorias, passa-se a analisar os

dados através de orientações estatísticas que será apresentada em 4 etapas. Na

primeira etapa, consiste em selecionar as dimensões e construir as representações

gráficas que irá compor nosso estudo, e para auxiliar a seleção, são disponibilizados

dois indicadores: a inércia e as medidas de discriminação das variáveis

(CARVALHO, 2008).

Vale lembrar que o conjunto dessas dimensões, é definido como espaço

multidimensional e, apesar de serem habituais duas ou três dimensões, torna-se

necessário validar a sua escolha. Para isso, passamos a analisar seus respectivos

valores de inércia que pode variar entre 0 e 1, sendo quanto mais próximo do limite

superior mais variância é explicada por dimensão (CARVALHO, 2008).

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Assim, Carvalho (2008) nos orienta que para visualizar e analisar os valores

de inércia decrescentes disponibilizados por cada dimensão convém solicitar o

número máximo de dimensões através do total de variáveis que possui dados

completo (V) subtraída pelo total de categorias (C). Assim, identificamos em nosso

estudo V= 30 com nenhuma das variáveis registrando não respostas e C=11,

obtemos um total de 19 dimensões na análise. Para ilustrar e obter uma melhor

compreensão, o presente estudo identificou através do Gráfico 1 e Tabela 13, e

podemos concluir um decréscimo mais acentuado a partir da dimensão 2. Assim, as

duas primeiras dimensões são as mais representativas em termos de inércia.

Figura 1 – Declive dos valores de inércia.

Com isso, podemos inferir que a dimensão 1 é de 18,3% (0,183) e a

dimensão 2 é de 15,7% (0,157) e juntas formam 34% da distribuição das variáveis

no espaço.

Na segunda etapa, passa-se a analisar as medidas de discriminação.

Carvalho (2008) recomenda visualizar os valores de cada variável em cada

dimensão para identificar os valores elevados e baixos, sendo: quanto mais alto

representa ser de características distintas, e os valores baixos ser de grupos

homogêneos. Assim, com as características apresentadas em negrito na Tabela 14

e com as destacadas através de formato geométrico na Figura 2, foi possível

Dimensão Inércia

1 0,183

2 0,157

3 0,147

4 0,117

5 0,115

6 0,105

7 0,098

8 0,089

9 0,088

10 0,084

11 0,081

12 0,076

13 0,071

14 0,069

15 0,058

16 0,055

17 0,053

18 0,042

19 0,041

Total 1,727

Média 0,091 Número de Dimensões

Tabela 13 – Descrição da Inércia por

dimensão

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82

identificar que as variáveis capacidade funcional, as doenças do aparelho

circulatório, respiratório, endócrinas e metabólicas, do tecido osteomuscular e tecido

conjuntivo, outras doenças e quedas é melhor explicada na Dimensão 1. Já a faixa

etária, características dos hábitos e atividade física habitual é melhor explicado na

Dimensão 2.

Na perspectiva de sustentar as variáveis em suas respectivas dimensões,

passamos a analisar as pontuações de cada variável, e podemos identificar por meio

da Tabela 14, que a capacidade funcional, doenças do aparelho respiratório,

endócrinas e metabólicas, outras doenças e quedas, possuem valores de

discriminação superior ao valor da inércia da dimensão 1 (0,183), e para a dimensão

2 as variáreis faixa etária, fumo e álcool com valores de discriminação superiores a

0,157.

Tabela 14 - Medidas de discriminação

Variável Dimensão

1 2

Faixa etária 0,154 0,406

Autoavaliação da capacidade funcional 0,203 0,143

Fuma 0,260 0,414

Álcool 0,006 0,482

Doença do Aparelho Circulatório 0,202 0,003

Doença no Aparelho Respiratório 0,176 0,001

Doenças Endócrinas e/ou metabólicas 0,176 0,012

Doença do sistema osteomuscular e tecido conjuntivo 0,392 0,017

Outras doenças 0,242 0,007

Quedas 0,195 0,095

Atividade física habitual 0,006 0,146

Total ativo 2,012 1,728

% de variação 18,295 15,71

Valores de referência: Dimensão 1=0,183 / Dimensão 2 =0,157

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Figura 2 – Medidas de discriminação

Em relação às variáveis com valores de discriminação baixa, Carvalho (2008)

recomenda que ao mesmo tempo em que se deva dar importância à consistência

numérica das variáveis, deve-se levar em conta a explicação teórica por cada item.

Assim, passou-se a considerar as doenças respiratórias, endócrinas e metabólicas

devido à proximidade de sua pontuação com o valor da dimensão 1, além disso, a

sua permanência se dá pelas evidências apontadas pelo PNS (2013) como uma das

DCNT mais impactantes da população que está com idade cronológica avançada,

consideramos pertinente a permanência destas variáveis na análise.

Em relação a Dimensão 2, destacamos duas importantes características para

que permaneça a variável atividade física habitual. A primeira se dá pela

proximidade de pontuação, e a segunda, por conta da importância de pesquisas

sobre o “estilo de vida”, que além do tabaco, passou a incluir o consumo de bebidas

alcoólicas e atividade física como forma sistemática do controle de comorbidades

(IBGE, 2014).

Após examinar os valores das variáveis a partir das medidas de

discriminação, passa-se para a 3ª etapa caracterizada como observação das

coordenadas de centroide.

Para Carvalho (2008) o processo de quantificação das categorias de cada

variável “Coordenadas de Centroide” se dá pelo valor da medida de discriminação

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da sua respectiva variável. Seu valor quantifica a variância de cada variável. Vale

lembrar, que os resultados podem registrar valores de dispersão semelhantes,

ocasionando semelhanças entre si, além disso, a leitura das quantificações pode

aferir a especificidade das relações e oposições através dos sinais (CARVALHO,

2008).

Assim, para facilitar a apresentação das dimensões via categorias, interpretá-

las e classificá-las, passou-se a observar na Tabela 15 suas quantificações, e em

seguida, tomando como referência os sinais para que sejam organizadas de forma

hierárquica as Figuras 2 e 3.

Tabela 15 – Quantificação da coordenada de centroides nas dimensões 1 e 2

(Continua)

VARIÁVEIS

CC

1 2

Faixa etária

G1 0,452 1,726

G2 -0,053 0,160

G3 0,255 -0,596

G4 -1,296 -0,674

Doenças Endócrinas e metabólicas

p -0,317 -0,083

np 0,556 0,145

Doença no Aparelho Respiratório

p -0,900 0,061

np 0,196 -0,013

Doença do Aparelho Circulatório

p -0,269 -0,035

np 0,752 0,099

Doença do Sistema Osteomuscular e tecido Conjuntivo

p -0,558 0,118

np 0,704 -0,148

Outras Doenças

p -0,751 0,131

np 0,322 -0,056

Capacidade Funcional

b -1,258 -0,439

m. 0,111 -0,146

a. 0,306 0,724

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Tabela 15 – Medidas das coordenadas de

Centroides nas dimensões 1 e 2 (Continuação)

VARIÁVEIS CC

1 2

Atividade Física Habitual

b -0,020 -0,505

m -0,114 -0,181

a 0,077 0,384

Hábitos Saudáveis

Fumo

s 0,217 1,723

n 0,044 -0,335

ex -0,488 0,220

nrd 3,065 -0,947

Álcool

c 0,217 1,919

nc -0,028 -0,251

Quedas

nc 0,364 -0,186

1-2 0,141 -0,186

3-6 -0,548 0,526

>7 -1,115 0,447

CC - Coordenadas de Centroides nas dimensões

Durante a análise da Figura 3 podemos observar que a dimensão 1 diferencia

para os que não possuem doença, independência física e poucas quedas com suas

quantificações positivas, e em oposição, observa-se a presença de vários tipos de

doenças, dependência física e elevada quantidade de quedas com as quantificações

negativas. Assim, com as características apresentadas no sinal positivo

classificamos de baixa vulnerabilidade, e o lado oposto sinal negativo como alta

vulnerabilidade.

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86

Ao analisar as posições relativas das categorias dos múltiplos indicadores da

Figura 4, podemos observar que o lado positivo foi composto pelos grupos G1 e G2,

possuir hábitos de fumar, ser ex-fumante e consumo de bebidas alcoólicas e

elevada nível de AFH. Em oposição observamos os grupos G3 e G4, não fumar, não

beber, nível baixo e mediano de AFH. Diante destas características apresentadas na

dimensão 2 optamos por classificá-las características do estilo de vida.

+

Figura 3 - Dimensão 1 composto por Doenças, Capacidade Funcional e Quedas.

Livre

Independente

Possui

Dependente

Alto

Doenças

Capacidade Funcional

Quedas

+

+

=

Baixa Alta Vulnerabilidade

+

Baixo

=

(Não possui doenças); (CFm; CFa); (nunca

caiu; 1-2 quedas)

NEGATIVO POSITIVO

(Possui doenças);

(CFb); (3-6 quedas;

>7 quedas)

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Após estas verificações, é possível partir para a etapa 4 para analisar as

possíveis associações entre as variáveis através da interpretação gráfica.

Inicialmente, podemos perceber que o lado esquerdo da Dimensão 1 possui apenas

as categorias negativas classificada como: alta vulnerabilidade, e o lado direito, as

positivas classifica como baixa vulnerabilidade. Já na Dimensão 2 podemos notar

que os valores negativos estão na porção inferior do gráfico e em oposição a

superior ambas classificadas como características do estilo de vida. Assim, foi

possível identificar 4 grupos da nossa amostra com características diferentes.

Ao analisar o perfil da faixa etária de 50 a 59 anos de idade identificada como

G1, podemos perceber uma associação com a ausência de doenças, alta

capacidade funcional, nível elevado de Atividade física habitual, porém, com hábitos

de fumar e beber.

Figura 4 – Dimensão2composto por Faixa etária, AFH

e Hábitos Saudáveis 1

Gru

po

AFH

Esti

lo d

e V

ida

Baix

a e

dia

E

levada

Hábitos n

ão

saudáveis

G3;

G4

G1;

G2

Hábitos

saudáveis

POSITIVO

NEGATIVO

(G1; G2;); (AFHa); (Fuma, Ex-Fumante);

(Consome Álcool)

(G3; G4); (AFHb; AFHm); (Não fuma; Não

respondeu); não consome bebida alcoólica)

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Figura 5 – Mapa de associações entre agravos à saúde por grupo de faixa etária

Legenda: Álcool (c - consumidor / nc-não consumidor) Fumo (s – sim / n – não /ex - ex_fumante);

Doenças Endócrinas e Metabólicas (p – possui / np - não possui); Doenças Respiratórias (p - possui /np -

não possui); Doenças Circulatórias (p – possui / np - não possui); Doenças do Sistema Osteomuscular e

Tecido Conjuntivo (p – possui / np - não possui); Outras Doenças (p – possui / np - não possui); Capacidade

Funcional (b – baixa / m – média / a - alta); Atividade Física Habitual (b – baixa / m – mediano / a - alto);

Quedas (nc - nunca caiu/ 1-2 -histórico de 1 à 2 quedas / 3-6 - Histórico de 3 à 6 quedas / >7 - histórico de ≥7

quedas); Grupos (G1 – 50 a 59 anos / G2 – 60 a 69 anos/G3 – 70 a 79 anos / G4 - ≥80 anos); Associação

1; Associação 2; Associação 3; Associação 4.

Em relação aos hábitos (fumar e beber) encontrados neste grupo, condiz com

a literatura disponibilizada pela IBGE (2013), que identifica como sendo uma

realidade atual vivenciada de forma mais frequente nas faixas etária jovem, entre 40

a 59 anos. Assim lembramos que o conhecimento sobre o período de menopausa

Alt

a V

uln

era

bil

idad

e

Ba

ixa

Vu

lne

rab

ilid

ad

e

Características do Estilo de Vida

Características do Estilo de Vida

Dim

en

o 2

– 1

5,7

%

Dimensão 1 – 18,3%

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89

ocorre no período de 45 a 50 anos, fato que se torna imprescindível a adoção de

medidas visando obter uma melhor qualidade de vida durante e após o climatério

BRASIL (2004). Acreditamos que esta evidência se caracteriza em ser um grande

desafio para gestores, profissionais e pesquisadores do campo, principalmente por

apresentar uma característica de hábitos não saudáveis de intensa modificação no

ser humano, influenciando os sobrerriscos de morbimortalidade ao completarem

outra década de vida.

Já no grupo G2, observamos uma associação com ex-fumantes, elevada

quantidade de quedas, baixa capacidade funcional, nível mediano de atividade física

habitual, possuir doenças do sistema osteomuscular e tecido conjuntivo, do aparelho

respiratório e de outras doenças. Este perfil nos remete a refletir sobre uma geração

que possivelmente aderiu a hábitos saudáveis pelo fato do surgimento de diversas

doenças crônicas que podem estar relacionadas ao tabagismo e, além disso,

destacamos as ações do Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT)

liderada pelo Ministério da Saúde, que visa reduzir a prevalência em até 30% de

fumantes no país, e consequentemente as morbimortalidades causadas por doenças

relacionadas ao uso do tabaco.

Em relação às quedas, índice mediano de AFH e baixa capacidade funcional,

revelou ser um panorama preocupante, ilustrado principalmente pela elevada

quantidade de quedas. Pensando nas possíveis consequências em decorrência a

queda, Decullier et al (2010) propõem uma ação baseada em abordagens

interdisciplinar com destaque para prática regular de atividade física. Esta

característica vem sendo alvo de diversas ações entre a população idosa como

Agita São Paulo, Agita Mundo e Projeto Sênior para a Vida Ativa.

Já para o grupo G3 possui uma associação com a capacidade funcional

média, nunca caiu, 1 – 2 quedas, hábitos saudáveis (não fumar e beber), baixo nível

de Atividade Física Habitual e livre de doenças. A associação para um perfil de

Capacidade Física Média nesta faixa etária, corrobora com as características de

uma população acima de 75 anos segundo estudo de Barbosa et al (2014). Tal fato,

Flechine e Trompieri (2012) declaram como marcador do processo de

envelhecimento. Com isso, reforçamos a extrema necessidade de não apenas

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90

observar as alterações voltadas a CF junto às enfermidades, mas também a

manutenção das condições de funcionalidade sobre as faixas etárias.

Além disso, notamos que o nível de Atividade Física Habitual pode ser um

grande indicador de limitações físicas, pois nota-se no mapa, que conforme ocorre

queda na classificação da atividade física habitual observa-se queda nos níveis de

Capacidade Funcional acompanhada com a crescente evolução da idade

cronológica. Esta relação vem sendo percebida e destacada em algumas pesquisas

científicas, o que nos permite relacionar as grandes repercussões nas demandas por

politicas públicas para que se proporcione um envelhecimento mais satisfatório em

termos quantitativo e qualitativo. Neste sentido, segundo dados do OMS (2005) a

quantidade de pessoas acima de 80 anos no mundo deve quadruplicar nos próximos

33 anos. Segundo dados do IBGE (2011) a população brasileira acima de 80 anos é

composta por 2.935.585, destes 61,4% são mulheres que estão em maior número

na maioria dos Estados do Brasil.

Mesmo sendo representada por 6,8% em nosso estudo. O grupo com idade

>80 anos (G4) está associado com baixa capacidade funcional, nível mediano de

Atividade física habitual, doenças metabólicas, circulatórias e endócrinas

metabólicas. Filho (2006) relatou que o acúmulo de agravos à saúde como a

dependência física e as doenças crônicas, é um marcador para faixa etária mais

avançada. Outro fator importante mencionado por Costa (2010) é a diminuição

parcial ou total da capacidade de realizar atividades da vida diária conforme a

evolução da idade cronológica.

No entanto, segundo Mazo (2003) parte desta relação entre faixa etária e

dependência funcional, se dá por conta da inatividade física e mental dos idosos,

pois, à medida que a idade cronológica aumenta, as pessoas tendem a se tornarem

menos ativas gerando um possível “potencializador” de fator de risco, que pode

aumentar o declínio funcional e os custos com tratamentos (MOSCHNY, 2011).

Neste sentido, o incremento não só de diferentes programas de atividade física, mas

de conscientização sobre a prática de atividade física, pode ser empregado com

estratégia eficaz nos efeitos da dor, no aumento da energia, vitalidade, CF, dentre

outros aspectos físicos (TOSCANO e OLIVEIRA, 2009). Para que se promova o

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91

bem-estar, saúde física e emocional, autonomia, autoestima e interação social

contribuindo na QV dos mais idosos.

Destacamos ainda em nosso estudo, a relação de maior vulnerabilidade para

os grupos G2 e G4 associados à presença de doenças crônicas, baixa capacidade

funcional e elevada quantidade de quedas. Para estes fatos as observações de

Alves et al (2007) e Barbosa et al (2014) ao evidenciar forte influência das doenças

crônicas com a capacidade funcional e, ainda, o estudo de Rocha-Brischiliari et al

(2014) que relataram a presença de DCNT está associada a adultos mais velhos,

evidencia o significativo número de agravos a saúde. Alves et al (2007) ainda

destacam em seu estudo que a hipertensão arterial aumenta em 39% de chances de

o idoso ser dependente nas Atividade Instrumentais da Vida Diária (AIVDs), doença

cardíaca aumenta em 82%, artropatia em 59% e a doença pulmonar em 50%.

Segundo Duarte et al (2010) quando não controlada adequadamente, as

doenças crônicas ou agudas podem afetar a funcionalidade dos idosos e, como

consequência, o desempenho de suas atividades cotidianas conhecidas como as

ABVD e AIVD. Já no estudo de Pilger et al (2013) com mulheres acima de 60 anos,

evidenciou que as faixas etárias de 60 a 79 foram as que apresentaram mais

frequente um quadro de dependência moderada ou grave. Assim, devemos explorar

simultaneamente os fatores que agravam as doenças já estabelecidas e as ações

referentes à manutenção ou aumento da capacidade funcional.

Assim percebemos o processo de envelhecimento pode ser afetado pelos

determinantes sociais, nos quais se nasce, cresce, vive e trabalha, alterando a

saúde e a longevidade (Azambuja et al 2011).

6. CONCLUSÃO

O presente trabalho nos leva a concluir que as ações e desenvolvimentos que

cercam indivíduos que estão em processo de envelhecimento e principalmente para

aqueles que já estão com a idade cronológica mais avançada é considerado uma

tarefa de múltiplas interfaces para os gestores de politicas publicas. Além disso,

algumas características de perfil podem comprometer de forma significativa a saúde

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92

e QV das mulheres, tornando imprescindível o olhar atento da equipe interdisciplinar

para poder captar e entender as necessidades de diferentes grupos vivendo na

comunidade periférica.

Neste sentido, entender algumas características dos principais usuários do

Sistema de Saúde no Brasil deve ser constantemente pesquisado e, ao estudar 190

mulheres com idade de 50 anos a mais, usuárias de uma UBS localizada no Jardim

Rincão notam-se algumas peculiaridades sociodemográficas, hábitos e patologias. A

faixa etária de 60-69 anos foi à população mais frequente neste estudo. No geral a

maioria relatou ter uma relação conjugal atual casada e em seguida viúvas, como

principal ocupação encontra-se a aposentada seguida de dona de casa; possuem

baixa escolaridade, com filhos e são de maioria pertencentes a classe social C1 e

C2.

Quanto às condições clínicas, observou-se que as doenças crônicas mais

frequentes encontram-se entre a faixa etária de 60 a 70 anos. Em relação à CF, os

resultados do presente estudo coincidem com a problemática observada em outros

estudos relacionados, pois com o avançar da idade cronológica os problemas com a

dependência física são mais frequentes. Assim, é de suma importância não só para

a comunidade do Jardim Rincão, mas para toda sociedade a manutenção da

Capacidade Funcional. Contudo, a população estudada está satisfeita com a vida

independente da idade, escolaridade e classe social, mas, quando comparada com

um quadro de dependência funcional observou-se diminuição no que diz respeito à

satisfação com a vida.

No que diz respeito aos domínios de AFH, os resultados evidenciaram uma

homogeneidade entre as mulheres de diferentes faixas etárias. Quando comparado

com a literatura, o domínio AFLL foi considerado mais elevado que de outras

regiões.

A identificação de associação entre o perfil de saúde, estilo de vida e

condição física, verificadas através da ACM, possibilitou perceber que as mulheres

mais jovens (G1) possuem um pior estilo de vida e as condições físicas estão

preservadas pelo elevado índice de AFH e possuem hábitos de beber e fumar.

Quanto ao grupo de faixa etária de 60 a 69 anos (G2), identificamos ser um grupo

com a maior associação com as doenças crônicas do aparelho respiratório, sistema

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osteomuscular e tecido conjuntivo, mas sinalizam mudanças positivas quanto aos

hábitos de tabagismo e álcool, quedas nos índices de AFH, CF e alta incidência de

quedas.

Já para o grupo de 70 a 79 anos de idade (G3), notamos ser de um perfil com

dependência moderada, baixa incidência de quedas e hábitos saudáveis; não foi

identificada uma associação com as doenças. No entanto, foi possível observar

queda no nível de AFH. Para a população com idade cronológica mais avançada

(>80 anos/G4), podemos perceber associação entre as doenças do aparelho

circulatório, endócrino e metabólico, baixa capacidade funcional e índice de AFH.

Diante dos 4 grupos observados pelas associações disponibilizadas através

da ACM, destacamos a identificação de determinadas comorbidades que estão

relacionadas ao perfil de moradoras usuárias de uma UBS. Diante disso, a

elaboração de uma intervenção e acompanhamento das ações em prol da

Promoção da Saúde, deve incluir diversos profissionais independente do tipo de

serviço de saúde a fim de obter benefícios psicofisicosociais e como consequência o

aumento da Qualidade de vida nos diferentes grupos de Faixas Etárias.

No que se refere aos profissionais de educação física, consideramos ser

fundamental investigar as características de alta e baixa vulnerabilidade, bem como

a participação nas discussões em comunidades periféricas a fim de auxiliar no

planejamento das ações que propiciem a promoção da saúde dessa população e

impactam na qualidade de vida dessas pessoas.

7. LIMITAÇÕES E RECOMENDAÇÕES

O presente trabalho apresentou algumas limitações e recomendações ao

buscar identificar e analisar a atual situação das mulheres com idade igual ou

superior a 50 anos e usuárias de uma UBS com o uso de uma análise de natureza

inovadora, que serão apresentadas a seguir.

Uma das lacunas encontradas diz respeito ao preenchimento incompleto ou

em branco dos questionários, favorecendo para diminuir a população de estudo.

Outro ponto importante, especialmente para a elaboração da discussão, se dá

pela escassez de trabalhos que apontam a situação atual somente das mulheres

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usuárias do SUS com características de baixa renda. Desse modo, sugerimos que

os acadêmicos e profissionais de diversas áreas, inspirem-se neste material e

busquem contribuir com as discussões ampliando a literatura nacional.

Além disso, recomendamos futura investigação com ações e levantamentos

com caráter longitudinal para que se possa utilizar a ACM e acompanhar os

desdobramentos das ações multidisciplinares. Para inferir o impacto dos fatores que

podem alterar o processo de envelhecimento nas mulheres, recomendamos a

aplicação deste instrumento de medida a um maior número de usuárias das UBS na

tentativa de obter resultados mais expressivos e conclusivos.

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VIEIRA, C. M. S.; ARAUJO, M. A. M.; MOREIRA-ARAÚJO, R. S. R. Satisfação Global com a com a vida: Um estudo com Mulheres Idosas do Município de Teresina Piauí. 9º Congresso Paulista de Geriatria e Gerontologia. GERP, São Paulo. (Anais) 2015(a), p. 137. VIEIRA, C. M. S.; MONTE, A. S. I.; SOARES, L. R. S.; COSTA, M. J. M.; SILVA, O. T; LAGES, S. M. R. N. Satisfação com a vida e escolaridade em idosas da Universidade Aberta à Terceira Idade da UESPI. 9º Congresso Paulista de Geriatria e Gerontologia. GERP, São Paulo. (Anais) 2015, p. 136. WARBURTON, D. E. R.; NICOL, C. W.; BREDIN, S. S. D. Health benefits of physical activity: the evidence. Canadian Medical Association Journal, v.6, n. 174, p. 801-9, 2006. WESTPHAL, M. F. Promoção da Saúde e Qualidade de Vida. In: FERNANDEZ, J. C. A; MENDES, R. (Org.) Promoção da Saúde e Gestão Local. 2ª Ed. São Paulo: Hucitec, Cepedoc Cidades Saudáveis, p. 17-59, 2014.

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Anexo 1 - Termo de Consentimento e Livre Esclarecimento

Este é um convite para você participar da pesquisa: “Saberes femininos em foco:

conversas sobre saúde e hábitos saudáveis”, sob a responsabilidade da professora Bruna

Gabriela Marques.

Esta pesquisa pretende ouvir sua opinião sobre como é envelhecer em seu bairro, e

compreender como você identifica as necessidades que envolvem a saúde em sua

comunidade. Você poderá falar abertamente, dos pontos positivos e negativos além de

expressar sua opinião, sobre o que você gostaria que fosse feito em seu bairro para

contribuir com a sua saúde e seu envelhecimento.

Ao participar desta pesquisa não são esperados quaisquer riscos significativos a

você, além da expressão da sua opinião. Mas caso ocorra algum constrangimento durante

a pesquisa de ordem emocional ou psicológica, você será encaminhada para o

departamento de psicologia da Universidade São Judas Tadeu e seu atendimento será

gratuito.

Serão oito encontros distribuídos uma vez na semana, durante dois meses com

mulheres acima de 60 anos, de sua comunidade e usuárias da unidade básica de saúde

(UBS) Jardim Rincão, como também a Profa. Bruna Gabriela Marques e caso o grupo

achar necessário, outras pessoas poderão participar da roda de conversa. Os encontros

acontecerão na unidade básica de saúde, podendo ser ampliadas para outros espaços

comunitários.

Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado em

nenhum momento. Os dados serão guardados por cinco anos em local seguro e a

divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar sua participação.

Você não terá benefícios pessoais diretos ao participar da pesquisa, mas contribuirá

para o melhor entendimento das necessidades de saúde de quem está envelhecendo em

seu bairro, podendo, ao participar expor sua opinião e, contribuir para o possível

desenvolvimento de programas direcionados para os idosos na comunidade. Assim você

poderá ser beneficiado indiretamente. O pesquisador não terá nenhum benefício

pessoal/financeiro com esta pesquisa.

Lembramos que, você tem total liberdade para interromper a qualquer momento sua

participação na pesquisa, é importante esclarecer que o seu atendimento na unidade

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básica de saúde (UBS- Jardim Rincão) não será prejudicado, caso você prefira deixar de

participar da pesquisa.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas através do e-

mail do pesquisador responsável: [email protected]. ou pelo telefone (11)

965592922. Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa também poderão ser

questionadas ao Comitê de Ética em Pesquisa da USJT no telefone (11) 2799- 1944, como

também no Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde no telefone

(11) 33972464, e-mail [email protected].

Após ter sido devidamente esclarecido (a), concordo em participar do estudo.

São Paulo,_____de ____________ de 201__.

______________________________

Participante

_____________________________

Pesquisadora

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SECRETARIA MUNICIPAL DA

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SMS/SP

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

Elaborado pela Instituição Coparticipante

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Título da Pesquisa:A prática de atividade física e o autocuidado: possibilidades de representar e fortalecer

a comunidade em projeto Photovoice. Pesquisador: Maria Luiza de Jesus Miranda Área Temática:

Versão: 2

CAAE: 32009014.9.3001.0086 Instituição Proponente: AMC Serviços Educacionais S/C Ltda Patrocinador Principal: Financiamento Próprio

DADOS DO PARECER

Número do Parecer: 973.011 Data da Relatoria: 05/03/2015

Apresentação do Projeto: Projeto já aprovado por este CEP em 24 de Novembro de 2014, parecer nº 882.353 Trata esta relatoria da avaliação ética da seguinte emenda: “A solicitação desta emenda tem como objetivo ampliar o número de participantes da Fase 1 do estudo, a fim

de caracterizar as moradoras idosas do jardim rincão e contribuir para o melhor entendimento das

necessidades de saúde das idosas da comunidade. Para isso, foram incluídos dois novos documentos: TCLE

(fase de caracterização) e a escala de avaliação da capacidade funcional do idoso. '' Tendo em vista as

alterações propostas na presente emenda, o projeto se apresenta da seguinte forma: Metodologia Proposta:

A perspectiva adotada para o desenvolvimento desta pesquisa inscreve-se na Pesquisa-Ação Participativa

(PAR), compreendida como um processo participativo e democrático, preocupado com o desenvolvimento do

saber prático na busca de valiosos propósitos humanos, baseada em uma visão de mundo colaborativa

(RAZÃO E BRADBURY, 2001). Levando em conta essa visão de construção social do conhecimento, esta

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UF: SP Município: SAO PAULO

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Anexo 2 - Parecer consubstanciado do CEP (1)

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pesquisa será organizada em dois momentos a Fase 1- Estudo da realidade e a Fase 2- Desenvolvimento do projeto Photovoice. Fase 1- Estudo da realidade: a) caracterização da população idosa do Jardim Rincão; b) oferta de um canal de comunicação, por meio de rodas de conversa, destinado a mulheres em processo de envelhecimento, com o slogan: “Saberes femininos em foco: conversas sobre saúde e hábitos saudáveis” dentro da UBS Jardim Rincão, onde mulheres usuárias do serviço possam expressar suas opiniões e saberes, com relação a sua saúde e como identificam na comunidade as possibilidades do cuidado integral para a manutenção e promoção de comportamentos saudáveis. A caracterização será estabelecida nas visitas das Agentes Comunitárias de Saúde e das equipes de enfermagem, quando serão aplicados instrumentos para caracterizar o perfil dos integrantes da comunidade Jardim Rincão. Desta maneira utilizar-se-á os seguintes instrumentos: Anamnese; Questionário de Classificação Econômica Brasil (ABEPE, 2008); Questionário Baecke de Atividade Física Habitual (AFH) (FLORINDO et al., 2004), Escala de Satisfação Global com a Vida (NERI, 2001a), Escala de Auto-avaliação da Capacidade funcional. Para estabelecer um amplo canal de comunicação com a comunidade serão realizadas entrevista semiestruturada com informantes chave. Fase 2: A metodologia Photovoice: Desenvolvimento do projeto: “O que é Saúde! Câmeras! Ação”. Para tanto, será desenvolvido o método Photovoice, o qual é compreendido como uma estratégia metodológica desenvolvida por Wang e Burris em 1997, que tem como princípios, promover a participação e conscientização dos indivíduos sobre os problemas de sua comunidade. Este método provê câmeras às mãos das pessoas que serão capacitadas a atuarem como fotógrafos e, assim, refletirem sobre as realidades que são expostas, tornando-se catalisadores de mudanças políticas e sociais em suas próprias comunidades (WANG, BURRIS, 1997). Nesta perspectiva, Wang e Burris, (1997) enfatizam a estrutura metodologia orientada por três etapas, as quais perpassam procedimentos Teóricos e metodológicos que serão desenvolvidos durante o processo de pesquisa: I- Etapa de Preparação: formação do grupo de colaboradoras e capacitação dos demais investigadores que auxiliarão no decorrer da pesquisa; II- Etapa Ação: Momento em que se iniciam as sessões de intervenção com o grupo, ressalta-se que o(s) objetivo (s), específicos deste trabalho serão construídos e eleitos coletivamente com os colaboradores durante esta etapa bem como, o treinamento teórico prático

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sobre como fotografar e, posteriormente inicia-se as sessões em que será empregada uma técnica de

questionamento, a fim de propiciar o diálogo crítico dos registros escolhidos coletivamente; III- Etapa de

Finalização: Momento em que os resultado(s) da pesquisa serão compartilhados com a comunidade por

meio da exposição das fotografias. Critério de Inclusão: Ressalta-se que apesar de compreender que a idade cronológica por si só não é suficiente para explicar o

envelhecimento, bem como é difícil precisar quando uma pessoa começa a envelhecer, optamos em

estabelecer para fins de organização, mulheres acima de 50 anos e usuárias do Sistema Único de Saúde da UBS Jardim Rincão. Na Fase II será composta uma amostra de 10 das

colaboradoras na Fase I sendo, cinco mulheres idosas socialmente ativas, ou seja, mulheres que tenham

algum grau de participação na comunidade, por exemplo, nos grupos de terceira idade, nos grupos religiosos, trabalhos voluntários, associação de bairro entre outros. Como também, cinco

mulheres que não participam de nenhuma atividade comunitária e dois agentes externos: um agente

comunitário de saúde e um membro do conselho gestor da unidade básica de saúde do Jardim Rincão. As

especificidades propostas para a composição da amostra, pretendem privilegiar os vários olhares e

significados ao mesmo fenômeno. Critério de Exclusão: Não apresentar pré-disposição para colaboração na pesquisa, ter dificuldade de compreensão com relação

aos procedimentos da pesquisa e não ser usuária da Unidade Básica de saúde do Jardim Rincão.

Objetivo da Pesquisa: Os objetivos estabelecidos para este trabalho são: (1) compreender os significados de envelhecer na comunidade Jardim Rincão, (2) investigar as questões que envolvem o autocuidado e o acesso à prática de atividade física na referida

comunidade e (3) possibilitar o fortalecimento da autonomia e o protagonismo de mulheres idosas, em contextos de

participação comunitária.

Avaliação dos Riscos e Benefícios: idem parecer anterior.

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SMS/SP Continuação do Parecer: 973.011

Comentários e Considerações sobre a Pesquisa: Do ponto de vista ético, esta emenda não muda a essência do estudo que continua a mesma, estando de acordo com a Res 644/12 e suas complementares. Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória: - Recomendações: - Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações: Sem pendências ou inadequações. Situação do Parecer: Aprovado Necessita Apreciação da CONEP: Não

SAO PAULO, 04 de março de 2015

Assinado por: SIMONE MONGELLI DE FANTINI

(Coordenador)

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SMS/SP PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

Elaborado pela Instituição Coparticipante

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Título da Pesquisa: A prática de atividade física e o autocuidado: possibilidades de representar e

fortalecer a comunidade em projeto Photovoice. Pesquisador: Maria Luiza de Jesus Miranda Área

Temática:

Versão: 2

CAAE: 32009014.9.3001.0086 Instituição Proponente: AMC Serviços Educacionais S/C Ltda Patrocinador Principal: Financiamento Próprio

DADOS DO PARECER

Número do Parecer: 882.353 Data da Relatoria: 03/12/2014 Apresentação do Projeto: Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa participativa exploratória. Haverá dois momentos: Fase 1- Estudo da realidade Participarão da primeira fase deste estudo 150 Idosos usuários da Unidade Básica de Saúde da zona norte de São Paulo (UBS) Jardim Rincão, dos quais, serão selecionadas dez mulheres Idosas para a realização da segunda fase deste trabalho. Fase 2- Desenvolvimento do projeto Photovoice. A metodologia Photovoice: Desenvolvimento do projeto: “O que é Saúde! Câmeras! Ação”. Para tanto, será desenvolvido o método Photovoice, o qual é compreendido como uma estratégia metodológica desenvolvida por Wang e Burris em 1997, que tem como princípios, promover a participação e conscientização dos indivíduos sobre os problemas de sua comunidade. Este método provê câmeras às mãos das pessoas que serão capacitadas a atuarem como fotógrafos e, assim, refletirem sobre as realidades que são expostas, tornando-se catalisadores de mudanças políticas e sociais em suas próprias comunidades.

Endereço: Rua General Jardim, 36 - 1º andar

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Anexo 3 - Parecer consubstanciado do CEP (2)

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SMS/SP

Continuação do Parecer: 882.353

Objetivo da Pesquisa: Os objetivos estabelecidos para este trabalho são: (2) Compreender os significados de envelhecer na comunidade Jardim Rincão, (2) Investigar as questões que envolvem o autocuidado e o acesso à prática de atividade física na referida

comunidade e (4) Possibilitar o fortalecimento da autonomia e o protagonismo de mulheres idosas, em contextos de

participação comunitária.

Avaliação dos Riscos e Benefícios:

Riscos: Considera-se que não serão esperados prejuízos físicos e emocionais para as pessoas participantes da pesquisa, nem tampouco gastos de ordem financeira. Entretanto, há um risco mínimo de ocorrer, por exemplo, algum constrangimento durante a pesquisa, seja de ordem emocional ou psicológica. Caso ocorra algum constrangimento ao participante, o mesmo será encaminhado ao departamento de psicologia da Universidade São Judas Tadeu. Benefícios: Consideram-se possíveis benefícios ao participar desta pesquisa, por exemplo, refletir sobre os significados de envelhecer em sua comunidade, bem como opinar sobre os aspectos que envolvem a elaboração de programas direcionados as idosas em sua comunidade, participar de grupos de conversa sobre a saúde e comunidade. Comentários e Considerações sobre a Pesquisa: A metodologia é adequada aos objetivos; a condição de risco/desconforto ao sujeito da pesquisa foi analisada, tal condição encontra-se devidamente justificada no desenho da pesquisa. Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória: A Folha de Rosto está corretamente preenchida, foram identificadas instituição proponente e coparticipante, autorização para realização da pesquisa foi adequadamente apresentada. Cronograma foi atualizado. Orçamento foi apresentado, a fonte financiadora é o próprio pesquisador. Foram apresentados TCLE para fases 1 e 2, considerados adequados. Recomendações: - Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações: Sem pendências ou inadequações.

Endereço: Rua General Jardim, 36 - 1º andar

Bairro: CENTRO CEP: 01.223-010

UF: SP Município: SAO PAULO

Telefone: (11)3397-2464 E-mail: [email protected]

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SECRETARIA MUNICIPAL DA

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SMS/SP Continuação do Parecer: 882.353

Situação do Parecer: Aprovado Necessita Apreciação da CONEP: Não Considerações Finais a critério do CEP: Para início da coleta dos dados, o pesquisador deverá se apresentar na mesma instância que autorizou a realização do estudo (Coordenadoria, Supervisão, SMS/Gab, etc). Se o projeto prever aplicação de TCLE, todas as páginas do documento deverão ser rubricadas pelo pesquisador e pelo voluntário e a última página assinada por ambos, conforme Carta Circular no 003/2011 da CONEP/CNS. Salientamos que o pesquisador deve desenvolver a pesquisa conforme delineada no protocolo aprovado. Eventuais modificações ou emendas ao protocolo devem ser apresentadas ao CEP de forma clara e sucinta, identificando a parte do protocolo a ser modificada e suas justificativas. Lembramos que esta modificação necessitará de aprovação ética do CEP antes de ser implementada. De acordo com a Res. CNS 466/12, o pesquisador deve apresentar a este CEP/SMS os relatórios semestrais. O relatório final deverá ser enviado através da Plataforma Brasil, ícone Notificação. Uma cópia digital (CD/DVD) do projeto finalizado deverá ser enviada à instância que autorizou a realização do estudo, via correio ou entregue pessoalmente, logo que o mesmo estiver concluído.

SAO PAULO, 24 de novembro de 2014

____________________________________

Assinado por: SIMONE MONGELLI DE FANTINI

(Coordenador)

Endereço: Rua General Jardim, 36 - 1º andar

Bairro: CENTRO CEP: 01.223-010

UF: SP Município: SAO PAULO

Telefone: (11)3397-2464 E-mail: [email protected]

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Anexo 4 - Parecer Coordenadoria regional da saúde norte

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Anexo 5 - Anamnese

Data _____________

Nome ______________________________________________________

Habitualmente quais as formas de locomoção que você mais utiliza?

( ) a pé ( ) ônibus ( ) outros

( ) carro ( ) metrô

Bebidas alcoólicas:

( ) não bebe nunca ( ) bebe _____ copo(s) por dia

( ) bebe ___ copo(s) eventualmente

Fumo:

( ) nunca fumou ( ) fuma _____ cigarros/dia, há _____ anos

( ) fuma eventualmente ( ) parou de fumar há _____ anos

Tem algum problema médico?

Sim Não

Hipertensão

Pressão Baixa

Angina no peito

Marca passo

Sopro cardíaco

Dificuldade para respirar

Falta de ar

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Asma

Bronquite

Enfisema pulmonar

Diabetes

Colesterol elevado

Triglicérides elevado

Tireóide

Labirintite

Osteoporose

Artrose

Artrite

Hérnia

Desvio na coluna (região)

Rigidez muscular

Fraqueza muscular

Tendinite

Aparelho digestivo

Aparelho genito-urinário

Dores (quais, região)

Sintomas gerais:

( ) fôlego curto ( ) falta de energia ( ) insônia ( ) cansaço

( ) fraqueza generalizada ( ) tontura ( ) vertigens

Usa medicamentos regularmente?

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Nome Indicação Posologia Horário Tempo de uso

de mg

de mg

de mg

de mg

de mg

de mg

Cirurgias importantes realizadas ao longo da vida: Não ( ) Sim ( )

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

_____________________________________________

Você já fraturou algum osso? Não ( ) Sim ( )

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

_____________________________________________

Para mulheres: essa fratura foi após a menopausa? Sim ( ) Não ( )

Apresentou alguma lesão músculo-articular importante? Sim ( ) Não ( )

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

_____________________________________________

Caiu alguma vez nos últimos cinco anos?

Sim ( ) Não ( ) Quantas vezes? 1-2 ( ) 3-6 ( ) 7 ou + ( )

Explique a razão da queda, em cada caso (ex: superfície irregular, ao descer escada,

tropeçou na rua, etc)

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________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

_____________________________________________

Fazia algum tipo de Atividade Física (dança, caminhada, ginástica, esportes, brincadeiras

infantis) nas fases da vida:

Sim Não Tipo Frequência

Infância

Adolesc.

20 – 30 anos

31 – 40 anos

41 – 50 anos

51 – 60 anos

Atualmente pratica:

AF 1 ____________________ (____) horas (____) vezes/sem há (_____)anos

AF 2 ____________________ (____) horas (____) vezes/sem há (_____)anos

AF 3 ____________________ (____) horas (____) vezes/sem há (_____)anos

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Anexo 6 - Questionário de Classificação Econômica Brasil

Data _____________

QUESTIONÁRIO DE CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA BRASIL

Nome __________________________________________________________

Data de Nascimento __________________ Local _______________________

Endereço _______________________________________________________

Bairro ________________________ CEP ___________________________

Fone _________________________

Estado Civil _______________________

Tem filhos SIM ( ) NÃO ( )

Você mora sozinho ? SIM ( ) NÃO ( ) Com quem? ____________________

Você se encontra:

Empregado ( )

Desempregado ( )

Aposentado ( )

Aposentado por ordem médica ( )

Dona de casa ( )

Qual o seu grau de instrução

Não fui à escola ( )

Primário – cursado até ______________ série

Ginásio – cursado até ______________ série

Colegial – cursado até _____________ série

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Faculdade – cursado até ___________ série

Pós graduação – nível _______________

Você tem em sua casa Não tem Tem

(quantos)

Televisores em cores

Rádios

Banheiros

Automóveis

Empregadas Mensalistas

Máquinas de lavar roupa

Vídeos cassete / DVD

Geladeiras

Freezer (independente ou 2ª porta da geladeira)

total

Instrução do chefe da família

Analfabeto / Fundamental 1 Incompleto ( )

Fundamental 1 Completo / Fundamental 2 Incompleto ( )

Fundamental 2 Completo / Médio Incompleto ( )

Médio Completo / Superior Incompleto ( )

Superior Completo ( )

Renda familiar

Até 05 salários mínimos

De 05 a 10 salários mínimos

Mais de 10 salários mínimos

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Anexo 7 - Autoavaliação da Capacidade Funcional

Nome____________________________________________________

Idade___________Sexo_______________Data____________________

Para as seguintes atividades assinale o número (1,2, ou 3) que melhor expressa a

sua CAPACIDADE de realizar essa atividade independente de você realiza-la ou não.

Numere conforme os critérios a sua capacidade de realizar essas atividades:

(1): Realiza sem ajuda e com facilidade.

(2) Realiza sem ajuda mas com algum grau de dificuldade.

(3) Realiza com ajuda ou depende de outros para realizar.

ATIVIDADES 1 2 3

1. Comer e beber

2. Lavar o rosto e as mãos

3. Ir ao banheiro

4. Levantar da cadeira

5. Entrar e sair da cama

6. Movimentar-se dentro de casa

7. Vestir-se

8. Tomar banho

9. Mover-se fora da casa em terreno plano

10. Subir e descer escadas

11. Cuidar dos pés e das unhas

12. Atividades LEVES de limpeza de casa

13. Preparar o jantar

14. Preparar casa da manhã e almoço

15. Arrumar a casa

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16. Lavar e passar roupas

17. Fazer compras

18. Atividades PESADAS de limpeza da casa

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Anexo 8 - Escala de Satisfação Global Com a Vida

DATA

NOME

IDADE

SEXO

Qual é o ponto desta escada que melhor reflete a sua satisfação

com a sua própria vida no momento?

Marcar com um X.

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

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Anexo 9 - Questionário de Atividade Física Habitual

Por favor, circule a resposta apropriada para cada questão:

Nos últimos 12 meses:

1) Qual tem sido sua principal

ocupação? 1 3 5

2) No trabalho eu sento: 1 2 3 4 5

nunca / raramente / algumas vezes / frequentemente / sempre

3) No trabalho eu fico em pé: 1 2 3 4 5

nunca / raramente / algumas vezes / frequentemente / sempre

4) No trabalho eu ando: 1 2 3 4 5

nunca / raramente / algumas vezes / frequentemente / sempre

5) No trabalho eu carrego carga

pesada: 1 2 3 4 5

nunca / raramente / algumas vezes / frequentemente / sempre

6) Após o trabalho eu estou

cansado: 5 4 3 2 1

muito frequentemente / frequentemente / algumas vezes / raramente / nunca

7) No trabalho eu suo: 5 4 3 2 1

muito frequentemente / frequentemente / algumas vezes / raramente / nunca

8) Em comparação com outros

da minha idade eu penso que meu trabalho é fisicamente:

5 4 3 2 1

muito mais pesado/ mais pesado / tão pesado quanto / mais leve / muito mais leve

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9) Você pratica ou praticou

esporte ou exercício físico nos últimos 12 meses:

sim / não

a) Qual esporte ou exercício físico você pratica ou praticou mais frequentemente?

1 3 5

b) quantas horas por semana? <1 1 a 2 3 a 4 > 4

c) quantos meses por ano? <1 1 a 3 4 a 6 7 a 9 >9

d) Se você faz um fez segundo

esporte ou exercício físico, qual o tipo?:

1 3 5

quantas horas por semana? <1 1 a 2 2 a 3 3 a 4 >4

quantos meses por ano?

<1 1 a 3 4 a 6 7 a 9 >9

10) Em comparação com outros

da minha idade eu penso que minha atividade física durante as horas de lazer é:

1 2 3 4 5

muito maior / maior / a mesma / menor / muito menor

11) Durante as horas de lazer

eu suo: 5 4 3 2 1

muito frequentemente / frequentemente / algumas vezes / raramente / nunca

12) Durante as horas de lazer

eu pratico esporte ou exercício físico:

1 2 3 4 5

nunca / raramente / algumas vezes / frequentemente / muito frequentemente

13) Durante as horas de lazer eu vejo televisão:

1 2 3 4 5

nunca / raramente / algumas vezes / frequentemente / muito frequentemente

14) Durante as horas de lazer

eu ando: 1 2 3 4 5

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nunca / raramente / algumas vezes / frequentemente / muito frequentemente

15) Durante as horas de lazer

eu ando de bicicleta: 1 2 3 4 5

nunca / raramente / algumas vezes / frequentemente / muito frequentemente

16) Durante quantos minutos

por dia você anda a pé ou de bicicleta voltando do trabalho, escola ou compras?

1 2 3 4 5

<5 / 5-15 / 16-30 / 31-45 / >45

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Anexo 10 - Breve explicação da Análise da Correspondência Múltipla

Segundo Knop (2008) as considerações matemáticas a respeito da Análise de

Correspondência (AC) foram feitas por Hirschfeld, em 1935. A partir daí os

procedimentos numéricos e algébricos foram aplicadas em diferentes contextos, em

destaque as áreas da ecologia e psicologia. No inicio da década de 60, a técnica foi

redescoberta na França e, desde então, tem sido utilizada pelos franceses de forma

extensiva com um método gráfico de análise de dados (Knop, 2008; Carvalho, 2008),

e somente e a partir de 1975, essa técnica passou a ser utilizada em diversas áreas

do conhecimento (KNOP, 2008).

Vele lembrar que a base da técnica da AC foi desenvolvida através das

tabelas de contingência, quadros de dupla entrada cruzando duas variáveis

qualitativas contendo as frequências absolutas da co-ocorrência das respectivas

modalidades. Mesmo em sua versão inicial, a AC permitia estabelecer relações no

interior de cada conjunto de modalidades e isso fez com que novos rumos da técnica

fossem desenvolvidos, abrindo porta para a modernização das variáveis qualitativas

com a versão da Correspondência Múltipla (ACM).

Com isso, a versão atual segundo Carvalho (2008) é especialmente adaptada

à interpretação de inquéritos por questionários que permite analisar a relação das

variáveis nominais, ordinais ou quantitativas após a classificação.

Embora seja considerada uma técnica multivariada exploratória, com

conjuntos de dados com mais de duas variáveis categóricas, Knop (2008) comenta

que a ACM é uma ferramenta flexível e útil para análise de dados com visualização

de associações entre linhas e colunas, ou seja, associações ou similaridades entre

variáveis qualitativas, permitindo uma visualização das relações entre categorias de

variáveis, podendo ser possível a associação de indivíduos e/ou grupos de

indivíduos, ou até mesmo propriedades projetadas e relacionadas no mesmo gráfico

(SILVA et al. 2015).

Assim, a exibição destas relações pode ser representada graficamente como

pontos formando um mapa, permitindo identificar as associações estabelecidas entre

as categorias dos diferentes indicadores de análise, contribuindo na exibição de

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subconjuntos (grupos tendenciosamente homogêneos) com padrões específicos

(CARVALHO, 2008; GREENACRE, 2010).

Estas relações entre as variáveis são analisadas na ACM por meio de gráfico

e medidas tais como inércia, discriminação e coordenadas de centroide. A inércia

(Eigenvalue) indica a variação explicada por cada dimensão do gráfico. “A inércia

varia entre 0 e 1 e quanto mais perto do limite superior mais variância é explicada,

por dimensão” (CARVALHO, 2008, p. 62), com isso, tende-se a reter para análise

um subconjunto inicial de dimensões, cuja variância explicada se destaque das

restantes (CARVALHO, 2008).

A escolha das variáveis em cada dimensão se dá pela medida de

discriminação das variáveis (discrimination measures), que representa a contribuição

de cada variável na definição das dimensões (CARVALHO, 2008).

A autora ainda comenta que

“Se a medida de discriminação apresenta valor baixo isso significa que os pontos que representam as categorias dessa variável tendem a estar próximos da origem e, por consequência, essa variável não discrimina bem os objetos; Se a medida de discriminação for elevada, então está-se perante uma variável na qual as suas categorias tendem a ter projeções distantes entre si e, como tal, existe maior garantia de serem

definidos grupos de objetos distintos” (Carvalho, 2008, p. 75).

Carvalho (2008) propõe um critério para a análise da medida de

discriminação: em cada dimensão a medida de discriminação da variável deve ser

superior ao valor da inércia de sua respectiva dimensão. A autora explica:

“Ao mesmo tempo que se reconhece a pertinência analítica das medidas de discriminação, é-se confrontado com a inexistência de critérios de índole quantitativa que, de alguma forma, auxiliem essa tarefa selectiva. (...) começar-se-ia assim por privilegiar, em cada uma das dimensões já destacadas pela sua inércia, as variáveis cuja discriminação seja pelo menos idêntica a esse limiar da inércia” (p.79).

Além de selecionar a variável pela importância numérica da medida de

discriminação, Carvalho (2008) nos alerta sobre a possibilidade de escolha de uma

variável com baixo valor de discriminação, mas com importância teórica para

dimensão.

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Após escolhidas as variáveis pela medida de discriminação e pela sua

importância teórica, deve-se proceder novamente a análise da ACM. Carvalho

(2008) ainda explica que

“Em face de situações nas quais se constata que existem indicadores

que não diferenciam os objetos – o que equivale a terem medidas de

discriminação próximas de zero – pode equacionar-se a hipótese de

realizar novo ensaio excluindo essas variáveis. Nesse caso pode

então admitir-se dois momentos:

1. Procede-se à seleção dos indicadores que mais contribuem

para discriminar os objetos em análise. Ao mesmo tempo faz-se a

validação da consistência do sistema de indicadores;

2. E investe-se na caracterização das configurações decorrentes

da interdependência entre essas múltiplas variáveis. “ (p. 88)

A coordenada de centroide irá indicar as associações e oposições por meio

da análise dos sinais positivo e negativo respectivamente. Para isso, Carvalho

comenta que “[...] as oposições correspondem a quantificações de sinais contrários

e, por sua vez, as associações são traduzidas por quantificações com o mesmo

sinal”, quanto mais elevada for, maior será a dispersão entre as categorias da

variável, fazendo com que seja identificado com mais facilidade (CARVALHO, 2008,

p. 96).

Além dos sinais de oposição que identifica a diferença entre categorias, é

preciso concretizar a interpretação através da análise das quantificações dadas a

cada categoria. Esta análise nos possibilita visualizar as categorias que efetivamente

possuem um maior nível de diferenciação entre os objetos, o que nos permite

relacionar alguns aspectos para a interpretação (CARVALHO, 2008).

No entanto, Carvalho (2008) explica ainda que não é pelo fato de que uma

variável possuir medida de discriminação elevada que todas as suas categorias são

necessárias e igualmente diferenciadoras.

Carvalho ainda nos alerta que

“Podem ocorrer situações nas quais certas categorias com frequências mais residuais (menor peso) venham a registrar quantificações elevadas (independentemente do seu sinal). Mas, neste caso, é a sua residualidade que provoca o afastamento face ao perfil médio e isso deve ser tido em conta na interpretação” (CARVALHO, 2008, p. 95).

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Ao passar para visualização gráfica, onde pretende escolher trabalhar com 2

dimensões a análise das relações entre as variáveis e suas respectivas categorias é

simplificada em um único gráfico. Carvalho (2008) explica que a identificação de

grupos homogêneos se dá a partir da análise do espaço onde estão representadas

as propriedades que os caracterizam.

Em resumo, com base nas recomendações de Carvalho (2008) os critérios

para a tomada de decisão na ACM neste estudo foram os índices de inércia,

discriminação e coordenadas de centroide orientadas através das quantificações das

categorias.