universidade sÃo judas tadeu programa de pÓs … · 2018. 10. 3. · de treinamento físico e...

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU DOUTORADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA EFEITO DE NOVE SEMANAS DE TREINAMENTO DE FORÇA PERIODIZADO LINEAR E ONDULATÓRIO NO RENDIMENTO ESPORTIVO DE TENISTAS ADOLESCENTES JOÃO MARCELO DE QUEIROZ MIRANDA Orientador: Prof. Dr. Aylton Figueira Júnior São Paulo 2018

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU

DOUTORADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

EFEITO DE NOVE SEMANAS DE TREINAMENTO DE FORÇA

PERIODIZADO LINEAR E ONDULATÓRIO NO RENDIMENTO

ESPORTIVO DE TENISTAS ADOLESCENTES

JOÃO MARCELO DE QUEIROZ MIRANDA

Orientador: Prof. Dr. Aylton Figueira Júnior

São Paulo

2018

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU

DOUTORADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

JOÃO MARCELO DE QUEIROZ MIRANDA

EFEITO DE NOVE SEMANAS DE TREINAMENTO DE FORÇA

PERIODIZADO LINEAR E ONDULATÓRIO NO RENDIMENTO

ESPORTIVO DE TENISTAS ADOLESCENTES

Tese apresentada ao Programa de

Pós-Graduação Stricto Sensu em

Educação Física da Universidade

São Judas Tadeu como requisito

parcial à obtenção do título de

Doutor em Educação Física, sob

orientação Profº Drº Aylton

Figueira Junior.

São Paulo

2018

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Miranda, João Marcelo de Queiroz.

M672e Efeito de nove semanas de treinamento periodizado linear e

ondulatório no rendimento esportivo de tenistas adolescentes

/ João Marcelo de Queiroz Miranda. - São Paulo, 2018.

125f.: il.; 30 cm.

Orientador: Aylton Figueira Junior

Dissertação (doutorado) – Universidade São Judas Tadeu,

São Paulo, 2018.

1. Tênis de campo. 2. Periodização do treinamento físico. 3.

Adolescentes I. Figueira Junior, Aylton. II. Universidade São Judas

Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação

Física. III. Título

CDD 22 – 796.4077

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca

da Universidade São Judas Tadeu Bibliotecária: Cláudia Silva Salviano Moreira - CRB 8/9237

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DEDICATÓRIA

Dedico essa tese de doutorado a minha mãe,

Hélvia Maria Aquino de Queiroz, que sempre esteve

ao meu lado em todos os momentos. Ao meu pai,

Marcelo Miranda, incentivador em tantos projetos.

Em especial, a minha esposa Thais Peinado

Berberian, minha apoiadora em todas as etapas deste

projeto e minha filha, Gabriela Berberian Miranda,

luz que me ilumina.

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AGRADECIMENTOS

A minha esposa por incentivar, apoiar e ajudar em todas as etapas desse estudo.

Ao meu orientador, Professor Doutor Aylton Figueira Júnior, por aceitar de braços

abertos o desafio do presente estudo e por me fazer crescer profissionalmente.

Aos professores e amigos Rogério Brandão Wichi, Gerson dos Santos Leite e Danilo

Bocalini por me fazerem enxergar sempre mais à frente.

A CAPES pela bolsa concedida durante todo o doutorado em Educação Física na

Universidade São Judas Tadeu.

Aos meus professores de graduação em Educação Física na Universidade Federal da

Bahia, Hélio Campos e Francisco Pitanga, que estiveram presentes de modo

significativo no início da minha formação acadêmica, e que de algum modo, estão

sempre presentes no meu caminhar, como referência e fonte de inspiração.

Aos colegas de trabalho da UNICID e UNINOVE que me fazem refletir o dia-a-dia da

prática profissional em Educação Física.

Aos alunos que me instigam e contribuem para um movimento de eterno aprendizado e

aperfeiçoamento.

Aos clubes e academias de tênis que cederam seus atletas para participação desse

estudo.

Aos técnicos e preparadores físicos de tênis que se envolveram e ajudaram no projeto.

Aos atletas que suaram de fato para que esse trabalho se concretizasse.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Teste de velocidade de 10 e 20 metros em tenistas adolescentes............. 104

FIGURA 2 Spider Run Test em tenistas adolescentes................................................ 105

FIGURA 3 Teste de preensão manual: mão dominante e mão não dominante em

tenistas adolescentes...................................................................................

106

FIGURA 4 Teste de salto horizontal em tenistas adolescentes: posição inicial e final 107

FIGURA 5 Teste de arremesso de medicine ball em tenistas adolescentes.................. 108

FIGURA 6 Aplicativo Beep Test utilizado para controle do ritmo do teste yo-yo

endurance test...........................................................................................

109

FIGURA 7 Teste anaeróbio para tenistas (TAT – adaptado)........................................ 110

FIGURA 8 Avaliação da velocidade dos fundamentos técnicos com a utilização do

radar Buchnel............................................................................................

111

FIGURA 9 Posicionamento da câmera durante a avaliação da partida de tênis de

campo.........................................................................................................

112

FIGURA 10 Monitoramento da intensidade da partida de tênis.................................... 115

FIGURA 11 Treinamento técnico-tático utilizando exercícios específicos (Drills) de

tênis de campo...........................................................................................

117

FIGURA 12 Treinamento físico com exercícios específicos para tenistas

adolescentes................................................................................................

118

FIGURA 13 Treinamento físico da resistência aeróbia e anaeróbia para tenistas

adolescentes................................................................................................

119

FIGURA 14 Monitoramento da intensidade de treinamento e estado de recuperação

do atleta pelas escalas de percepção subjetiva da recuperação (PSR) e

esforço (PSE).............................................................................................

124

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Sistemas energéticos utilizados na partida de tênis............................. 101

QUADRO 2 Delineamento do estudo...................................................................... 102

QUADRO 3 Macrociclo das avaliações e simulação dos jogos durante a

temporada de treinamento....................................................................

103

QUADRO 4 Descrição das variáveis da CEP e seus respectivos equipamentos

para análise..........................................................................................

113

QUADRO 5 Momentos de mensuração das variáveis da CIP antes, durante e

depois da simulação da partida de tênis...............................................

114

QUADRO 6 Macrociclo detalhando a organização dos testes, partidas e

microciclos do treinamento físico e técnico-tático..............................

116

QUADRO 7 Descrição das variáveis de carga externa de treinamento para o

desenvolvimento dos exercícios específicos e da resistência..............

120

QUADRO 8 Descrição das variáveis de carga externa de treinamento para o

desenvolvimento da força muscular a partir de diferentes modelos

de periodização....................................................................................

121

QUADRO 9 Cálculo da carga de treinamento semanal das periodizações linear e

ondulatória de força muscular.............................................................

122

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Perfil amostral de tenistas adolescentes submetidos a um macrociclo

de 9 semanas de treinamento físico e técnico-tático...............................

51

TABELA 2 Variação semanal da intensidade de esforço e estado de recuperação

percebida pelos atletas por meio da PSE e PSR ao longo das 9 semanas

de treinamento físico e técnico-tático......................................................

53

TABELA 3 Efeito do macrociclo de 9 semanas de treinamento físico e técnico-

tático sobre a intensidade antes, durante e após simulação de 90

minutos de jogo em tenistas adolescentes...............................................

56

TABELA 4 Efeito do macrociclo de 9 semanas de treinamento físico e técnico-

tático sobre indicadores de desempenho temporais ao longo da

simulação de 90 minutos de jogo em tenistas adolescentes....................

59

TABELA 5 Efeito do macrociclo de 9 semanas de treinamento físico e técnico-

tático sobre indicadores de desempenho técnico-táticos ao longo da

simulação de 90 minutos de jogo em tenistas adolescentes....................

61

TABELA 6 Correlação entre pontos vencidos e variáveis de capacidades físicas e

indicadores de desempenho nos momentos PRÉ e PÓS.........................

125

TABELA 7 Efeito das 9 semanas de treinamento físico e técnico-tático sobre

variáveis antropométricas e composição corporal em tenistas

adolescentes.............................................................................................

65

TABELA 8 Efeito do macrociclo de 9 semanas de treinamento físico e técnico-

tático sobre variáveis da aptidão física cardiorrespiratória em tenistas

adolescentes.............................................................................................

68

TABELA 9 Efeito do macrociclo de 9 semanas de treinamento físico e técnico-

tático sobre variáveis da aptidão física neuromotora em tenistas

adolescentes.............................................................................................

72

TABELA 10 Magnitude do efeito induzido pelo macrociclo de treinamento físico e

técnico-tático sobre a aptidão física em tenistas

adolescentes.............................................................................................

77

TABELA 11

Efeito do macrociclo de 9 semanas de treinamento físico e técnico-

tático sobre os fundamentos técnicos específicos em tenistas

adolescentes.............................................................................................

80

TABELA 12 Magnitude do efeito induzido pelo macrociclo de treinamento físico e

técnico-tático sobre a velocidade dos fundamentos técnicos em tenistas

adolescentes..............................................................................................

82

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 Carga semanal de treinamento de força linear e ondulatório... 123

GRÁFICO 2 Comportamento do lactato antes, durante e depois da partida. 126

GRÁFICO 3 Comportamento da PSR antes e PSE durante e depois da

partida......................................................................................

126

GRÁFICO 4 Comportamento da FC antes, durante e depois da partida....... 126

GRÁFICO 5 Carga interna da partida (PSE x 90 min) nos momentos PRÉ

e PÓS.......................................................................................

57

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO 1 Termo de Assentimento Livre e Esclarecido................................ 94

ANEXO 2 Termo de Consentimento livre e Esclarecido............................... 96

ANEXO 3 Parecer do Comitê de Ética e Pesquisa......................................... 98

ANEXO 4 Prancha de Tanne.......................................................................... 99

ANEXO 5 Flexiteste adaptado – 8 posições.................................................. 100

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LISTA DE APÊNDICES

APÊNDICE 1 Sistemas energéticos utilizados na partida de tênis..................... 101

APÊNDICE 2 Delineamento do estudo.............................................................. 102

APÊNDICE 3 Macrociclo das avaliações e simulação dos jogos durante a

temporada de treinamento............................................................

103

APÊNDICE 4 Teste de velocidade de 10 e 20 metros em tenistas adolescentes 104

APÊNDICE 5 Spider Run Test em adolescentes tenistas.................................... 105

APÊNDICE 6 Teste de preensão manual: mão dominante e mão não

dominante em praticantes de tênis...............................................

106

APÊNDICE 7 Teste de salto horizontal em tenistas: posição inicial e final....... 107

APÊNDICE 8 Teste de arremesso de medicine ball em adolescente tenista...... 108

APÊNDICE 9 Aplicativo Beep Test utilizado para controle do ritmo do teste

yo-yo endurance test....................................................................

109

APÊNDICE 10 Teste anaeróbio para tenistas (TAT)............................................ 110

APÊNDICE 11 Avaliação da velocidade dos fundamentos técnicos com a

utilização do radar Buchnel.........................................................

111

APÊNDICE 12 Posicionamento da câmera durante a avaliação da partida de

tênis de campo.............................................................................

112

APÊNDICE 13 Descrição das variáveis da CEP e seus respectivos

equipamentos para análise...........................................................

113

APÊNDICE 14 Momentos de mensuração das variáveis da CIP antes, durante e

depois da simulação da partida de tênis.......................................

114

APÊNDICE 15 Monitoramento da intensidade da partida de tênis...................... 115

APÊNDICE 16 Macrociclo detalhando a organização dos testes, partidas e

microciclos do treinamento físico e técnico-tático......................

116

APÊNDICE 17 Treinamento técnico-tático utilizando exercícios específicos

(Drills) de tênis de campo............................................................

117

APÊNDICE 18 Treinamento físico da velocidade com exercícios específicos

tenistas..........................................................................................

118

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APÊNDICE 19 Treinamento físico da resistência aeróbia e anaeróbia para

tenistas adolescentes....................................................................

119

APÊNDICE 20 Descrição das variáveis de carga externa de treinamento para o

desenvolvimento dos exercícios específicos e da resistência......

120

APÊNDICE 21 Descrição das variáveis de carga externa de treinamento para o

desenvolvimento da força muscular a partir de diferentes

modelos de periodização..............................................................

121

APÊNDICE 22 Cálculo da carga de treinamento semanal das periodizações

linear e ondulatória de força muscular.........................................

122

APÊNDICE 23 Carga semanal de treinamento de força linear e ondulatório....... 123

APÊNDICE 24 Monitoramento da intensidade de treinamento e estado de

recuperação do atleta pelas escalas de percepção subjetiva da

recuperação e do esforço..............................................................

124

APÊNDICE 25 Correlação entre pontos vencidos e variáveis de capacidades

físicas e indicadores de desempenho nos momentos PRÉ e

PÓS.............................................................................................

125

APÊNDICE 26 Gráficos de lactato, percepção subjetiva do esforço e

frequência cardíaca antes, durante e após a partida de

tênis.............................................................................................

126

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LISTA DE ABREVIATURAS

ATP Associação de tenistas profissionais

BIA Bioimpedância

BH Backhand

BPM Batimentos por minuto

CBT Confederação Brasileira de Tênis

CEP Carga externa da partida

CIP Carga interna da partida

DOC Dobras cutâneas

FH Forehand

FPM Força de preensão manual

GC Grupo controle

GO Grupo ondulatório

GL Grupo linear

ITF International Tennis Fedaration

LAC Lactato

ME Magnitude do efeito

MD Mão dominante

MND Mão não-dominante

PSE Percepção subjetiva de esforço

PSR Percepção subjetiva de recuperação

WTA Associação Feminina de Tênis

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RESUMO

A exigência física durante uma partida de tênis pode ser determinante para a

vitória ou derrota contra o oponente e o treinamento físico tem assumido fator

importante nesse processo. Dessa forma, o objetivo deste projeto foi verificar o efeito de

dois modelos de periodização de treinamento de força após nove semanas sobre

indicadores de desempenho no jogo de tênis, aptidão física e velocidade das habilidades

específicas em tenistas adolescentes. Foram selecionados 27 tenistas divididos em três

diferentes grupos de investigação: grupo controle (GC) e os grupos de treinamento de

força com periodização linear (GL) e periodização ondulatória (GO), todos compostos

por adolescentes com idade de 14 a 18 anos do sexo masculino. Antes (PRÉ) e depois

(PÓS) da intervenção de 9 semanas foram avaliados a composição corporal,

capacidades físicas, velocidades do saque, forehand (FH) e backhand (BH). Antes,

durante e após a partida de tênis foi monitorado a intensidade por meio da frequência

cardíaca (FC), nível de lactato sanguíneo (LAC) e percepção subjetiva de esforço (PSE).

Foram analisados pelo scout e por meio da videografia o número de troca de bolas nos

ralis, a duração dos ralis e os intervalos entre ralis. Além disso, a distância total

percorrida na partida foi mensurada pelo GPS Garmin modelo Forerunner 610. Os

resultados foram expressos pela média e desvio padrão. A normalidade dos dados foi

verificada pelo Software Prism, versão 5, pelo teste Shapiro-Wilk. Os testes Kruskal

Walis seguido do post hoc de Dunns e Anova Two Way utilizado para comparação dos

grupos nos momentos PRÉ e PÓS. Foram considerados valores de p<0,05 significantes

e calculado a magnitude do efeito (ME) da intervenção de treinamento nas variáveis

considerando os tenistas treinados recreacionalmente. Os principais achados mostraram

que GO E GL melhoraram os indicadores de desempenho ao longo da partida em

relação ao GC. O GO apresentou redução de LAC (%) e FC (%) antes do

início da partida, menor PSE (%) no trigésimo minuto da partida e menor FC

(%) no sexagésimo minuto da partida. Os ralis foram mais longos (%)

entre 30 e 60 minutos no GO e o número de trocas de bola aumentou (%) entre

60 e 90 minutos no GO. A distância percorrida e o número de passos foram maiores no

GL e GO durante o jogo. Observamos melhor desempenho do GO vs GL nos testes de

velocidade e resistência anaeróbia, aumento da potência aeróbia máxima em ambos

grupos de treinamento, melhora nos testes das diferentes manifestações de força no GL

e GO e redução da flexibilidade apenas no GO. Embora o estudo apresente algumas

limitações metodológicas, consideramos que o programa de treinamento físico

promoveu alterações positivas, considerando os diferentes modelos de periodização na

força muscular e desenvolvimento da especificidade da modalidade e resistência. Desta

forma podemos concluir que o GO apresentou mudanças significantes em 11 variáveis

de aptidão física enquanto que o GL em 8 variáveis. Em relação a velocidade de

execução dos fundamentos técnicos, GO apresentou magnitude moderada-grande no

saque, FH e BH, enquanto GL apresentou pequena-moderada em saque e FH. Ainda

ressaltamos que o estudo estabeleceu uma relação entre a melhora das capacidades

físicas e os indicadores de desempenho antes, durante e após a partida, o que pode

fornecer aos técnicos e preparadores físicos subsídios mais concretos para o

planejamento do treinamento em longo prazo assim como a escolha da participação do

atleta em competições mais ou menos importantes.

PALAVRAS-CHAVE: tênis de campo; periodização de treinamento físico; força

muscular; respostas fisiológicas

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ABSTRACT

The physical requirement during a tennis match can be decisive for the victory or defeat

against the opponent and physical training has assumed an important factor in this

process. Thus, the objective of this project was to verify the effect of two strength

training periodization models after nine weeks on performance indicators in the game of

tennis, physical fitness and speed of specific skills in adolescent tennis players. We

selected 27 tennis players divided into three different research groups: control group

(CG) and strength training groups with linear periodization (GL) and wave

periodization (GO), all composed of adolescents aged 14 to 18 years of age male. Pre

(PRE) and post (POS) of the intervention of 9 weeks were evaluated the body

composition, physical capacities, service speeds, forehand (FH) and backhand (BH).

Before, during and after tennis match, intensity was monitored by means of heart rate

(HR), blood lactate level (BLL) and subjective perception of effort (SPE). The scout

and videography were analyzed by the number of ball changes in rallies, the duration of

rallies and the intervals between rallies. In addition, the total distance traveled in the

match was measured by the Garmin GPS model Forerunner 610. The results were

expressed by means and standard deviation. The normality of the data was verified by

Software Prism, version 5, by the Shapiro-Wilk test. The Kruskal Walis tests followed

by the post hoc Dunns and Anova Two Way used for comparison of groups in the PRE

and POS moments. Significant p <0.05 values were considered and the effect size (ES)

of the training intervention in the variables considering the recreationally trained tennis

players was calculated. The main findings showed that GO E GL improved the

performance indicators throughout the game compared to the CG. The GO showed a

reduction of BLL (%) and HR (%) before the start of the match, lower SPE

(%) in the thirtieth minute of the match and lower HR (%) in the sixtieth

minute of the match. The rallies were longer (%) between 30 and 60 minutes in

the GO and the number of ball changes increased (%) between 60 and 90

minutes in the GO. The distance traveled, the number of steps, were higher in GL and

GO during the game. We observed better performance of the GO vs GL in the tests of

anaerobic velocity and resistance, increase of the maximum aerobic power in both

groups of training, improvement in the tests of the different manifestations of strength

in the GL and GO and reduction of the flexibility only in the GO. Although the study

presents some methodological limitations, we consider that the physical training

program promoted positive changes, considering the different models of periodization

in muscular strength and development of the specificity of the modality and resistance.

In this way we can conclude that the GO showed significant changes in 11 physical

fitness variables while the GL in 8 variables. Regarding the speed of execution of the

technical fundamentals, GO showed moderate-large magnitude in the serve, FH and

BH, while GL presented small-moderate in serve and FH. We also pointed out that the

study established a relationship between the improvement of physical capacities and

performance indicators before, during and after departure, which can provide

technicians and physical trainers with more concrete subsidies for long-term training

planning as well as choice of the athlete's participation in more or less important

competitions.

KEY WORDS: field tennis; periodization of physical training; muscle strength;

physiological responses

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

1.1 Entendendo minha trajetória .......................................................................... 19

1.2 O problema....................................................................................................... 21

1.3 Justificativa....................................................................................................... 23

1.4 Objetivos de estudo e hipóteses........................................................................ 24

CAPÍTULO 2 – REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Tênis de campo: caracterização da modalidade............................................... 26

2.2 Aptidão física no jogo de tênis de campo......................................................... 29

2.3 Periodização do treinamento físico no tênis de campo..................................... 32

CAPÍTULO 3 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 Tipo de pesquisa .............................................................................................. 37

3.2 Delineamento do estudo................................................................................... 37

3.3 Perfil amostral................................................................................................... 37

3.4 Critérios de seleção da amostra............................................................... 38

3.5 Organização das avaliações.............................................................................. 39

3.5.1 Avaliação do estágio de maturação sexual.................................................... 39

3.5.2 Avaliação antropométrica e da composição corporal.................................... 39

3.5.3 Avaliação da aptidão física............................................................................ 40

3.5.4 Avaliação da flexibilidade............................................................................. 40

3.5.5 Avaliação da velocidade................................................................................ 41

3.5.6 Avaliação da força muscular......................................................................... 42

3.5.7 Avaliação da resistência............................................................................... 43

3.5.8 Avaliações específicas para tenistas............................................................ 44

3.6 Simulação da partida de tênis de campo........................................................... 44

3.6.1 Avaliação dos indicadores de desempenho na partida de tênis..................... 45

3.6.2 Avaliação do estado de recuperação, intensidade e cálculo da carga interna

na partida de tênis...................................................................................................

46

3.7 Macrociclo de treinamento físico e técnico-tático............................................ 47

3.7.1 Treinamento técnico-tático............................................................................ 47

3.7.2 Treinamento da resistência cardiorrespiratória e exercícios específicos

para tenistas............................................................................................................

47

3.7.3 Treinamento da força muscular..................................................................... 49

3.7.4 Monitoramento da intensidade do treinamento físico e técnico-tático.......... 49

3.7.5 Monitoramento do estado de recuperação.............................................. 49

3.8 Análise estatística............................................................................................. 50

CAPÍTULO 4 – DESCRIÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

51

Análise 1 – Efeito dos modelos de periodização linear e ondulatório de força

em 9 semanas de intervenção nos indicadores de desempenho na partida de

tênis.........................................................................................................................

55

Análise 2 – Efeito dos modelos de periodização linear e ondulatório de força

em 9 semanas de intervenção na composição corporal e aptidão

cardiorrespiratória e neuromuscular de tenistas....................................................

65

Análise 3 – Efeito dos modelos de periodização linear e ondulatório de força

em 9 semanas de intervenção na velocidade das habilidades técnicas de saque,

forehand e backhand de tenistas.............................................................................

80

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Principais achados 83

Aplicações práticas do estudo e considerações finais........................................ 83

Limitações do estudo....................................................................................... 84

Futuras análises............................................................................................... 84

Referências............................................................................................................ 86

Anexos.................................................................................................................... 94

Apêndices........................................................................................................... 101

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19

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

1.1 Entendendo minha trajetória

Meu envolvimento com esportes se iniciou desde muito cedo. Estudei em uma

escola tradicional de Salvador – BA onde as aulas de educação física e as escolinhas de

esporte sempre tiveram muita importância na formação dos alunos. O Colégio 2 de

Julho realizava anualmente as tradicionais Olimpíadas Baker e as turmas competiam em

diversas modalidades. Eu participava de muitas modalidades, mas, destacava-me nas

modalidades de esportes coletivos como basquete, handebol e vôlei. Meus pais, de

maneira inconsciente, sempre me matriculavam em diferentes práticas corporais como

capoeira, caratê, futebol, judô e etc. Isso ajudou muito a ampliar meu repertório motor e

também me deu a chance de poder fazer a escolha de uma prática que eu mais gostasse.

Escolhi treinar basquete no turno oposto da escola e dei continuidade nessa modalidade

até o ensino médio. Joguei em diferentes clubes de Salvador e a vontade de me tornar

jogador profissional aflorava cada vez mais. Disputando alguns torneios em diferentes

cidades, comecei a perceber que o meu sonho ficava cada vez mais distante se eu não

fosse para um centro de treinamento, normalmente localizados em São Paulo ou Rio de

Janeiro. O tempo passou, não me tornei atleta de alto rendimento, mas, me apaixonei

pela prática de atividades físicas e ingressei no curso de Educação Física.

No curso de Educação Física da Universidade Federal da Bahia, percebi que

poderia continuar sonhando de outra forma. “Se não poderei ser atleta, serei treinador”.

A trajetória foi longa, fiz estágio com musculação e corrida na primeira parte da

formação. De maneira despretensiosa soube da possibilidade de realizar um intercâmbio

em Coimbra -Portugal e me aventurei com essa possibilidade. Passei um ano em

Coimbra e mais estágios contribuíram para a minha formação: musculação e preparação

física com basquete e participação de pesquisas científicas como sujeito.

Ao longo do curso percebi que a maioria dos treinadores que conhecia já

haviam sido atletas profissionais. Pensei: “se não posso ser treinador, serei professor”.

Retornando para Bahia, na reta final do curso, comecei a participar de um grupo de

pesquisa liderado pelo renomado professor Francisco Pitanga e fui monitor da disciplina

de treinamento esportivo ministrada pelo professor Hélio Campos.

Novamente percebi que para me tornar professor da área de treinamento,

precisaria pensar em sair da Bahia em busca dos grandes centros de pesquisa: São Paulo

ou Rio de janeiro. Em 2006, após uma semana de formatura me mudei para casa de um

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tio em São Paulo. Ainda nesse ano me matriculei no curso de pós-graduação lato sensu

em avaliação física e prescrição de exercícios na FMU. Nas aulas de pós-graduação

conheci o professor Denis Foschini, responsável pelo meu primeiro emprego na capital

paulista numa academia de musculação que ele tinha alunos de treinamento

personalizado. Em 2007, iniciei a minha relação com a Universidade São Judas Tadeu

dando início ao curso de mestrado com a orientação do professor Rogério Brandão

Wichi. Em 2009 concluí a minha dissertação intitulada “Efeitos agudos do treinamento

resistido em adolescentes com sobrepeso e obesidade” e comecei a participar do grupo

de estudos no InCor/Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade

de São Paulo para dar continuidade com o doutorado.

Em 2010 consegui alcançar um objetivo: tornei-me professor universitário. Por

indicação do professor Gerson dos Santos Leite iniciei as atividades no Ensino Superior

na Universidade Cidade de São Paulo (Unicid). A partir desse ano a minha relação com

o tênis se iniciou pelo fato de ser a disciplina (Esportes de Raquetes) que eu deveria

ministrar na universidade. Porém, eu jamais havia tocado em uma raquete antes, a não

serem as de tênis de mesa. Associado à docência ainda matinha alguns alunos de

treinamento personalizado, sendo um deles um tenista 3ª classe da Federação Paulista

de Tênis (FPT) que começou a me dar algumas dicas dentro da quadra de tênis após

treinos físicos por mim conduzidos. A partir de então o envolvimento só foi crescendo

até que em 2011 após assumir a docência na Universidade Nove de Julho (UNINOVE)

também ministrando a disciplina de Esportes de Raquetes percebi que o projeto que eu

estava desenvolvendo no InCor não tinha relação com minha trajetória e decidi investir

no tênis para contemplar meu projeto pessoal: pesquisar na área de treinamento

esportivo.

Foi aí que retornei à Universidade São Judas, em 2013, e juntamente com o

professor Aylton Figueira Júnior fizemos ajustes no meu projeto inicial e após perceber

uma carência de estudos utilizando diferentes modelos de periodização em tenistas,

decidimos desenvolver o projeto investigando o efeito de diferentes modelos de

periodização de treinamento físico sobre a aptidão física e no jogo de tênis de campo.

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1.2 O problema

O tênis é uma modalidade acíclica e caracterizada pela imprevisibilidade das

ações motoras que na maior parte do jogo ocorrem em ambiente aberto. Santos et al.

(2012) mostram que as particularidades do jogo de tênis tornam essa modalidade

extremamente variável.

Segundo Kovacs (2007) uma partida de tênis pode ser jogada em diferentes tipos

de piso, com bolas diferentes e em quantidades diferentes de sets. Uma partida de tênis

pode apresentar diferentes durações, variando entre 40 minutos até mais de 6 horas

(MIRANDA, 2011). Muitos aspectos podem influenciar a duração do ponto, como o

tipo de piso, o estilo de jogo dos tenistas, a tática adotada pelo jogador, dentre outras

variáveis.

A partir do entendimento dessas características é possível dimensionar a

exigência física e motora de uma partida de tênis, assim como, determinar as

capacidades físicas e habilidades motoras envolvidas nessa prática para que as mesmas

possam ser desenvolvidas por meio de treinamento físico.

Dessa forma, preparadores físicos e treinadores ganham importância diante de

tal cenário tornando-se fundamentais nesse processo. Santos et al. (2012) destacam a

importância desses dois membros de uma equipe técnica para melhoria do rendimento

esportivo. Para esses autores, são eles que devem elaborar as sessões de treinamento

manipulando as variáveis de volume e intensidade para organização da carga de

treinamento.

Outro aspecto de grande importância, porém, difícil de mensurar, é a

transferência do treinamento físico para o jogo de tênis. Ou seja, se as capacidades

físicas e habilidades motoras se desenvolverem por meio do treinamento físico,

significa que o atleta de tênis terá melhor desempenho na partida? Esse é o principal

problema que tentaremos responder ao longo do nosso projeto de pesquisa.

Essa dificuldade é ainda mais latente por se tratar de uma modalidade individual,

mas, com características extremamente complexas como as imprevisibilidades que

ocorrem durante o jogo como a duração dos pontos, os intervalos entre os pontos, a

distância percorrida por ponto e durante todo o jogo, a quantidade de pontos vencidos

ou erros cometidos, dentre outras variáveis que compõe o que denominamos de carga

externa da partida de tênis (CEP).

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Para tentarmos responder o nosso problema de pesquisa, ou seja, o que está

associado ao rendimento esportivo, nos apoiamos na literatura científica a partir da

utilização de scouts, quantificação da CEP e respostas psicofisiológicas antes, durante e

após as partidas de tênis (FERNANDEZ-FERNANDEZ et al., 2011; SANTOS et al.,

2012; GOMES et al., 2013).

Para que as adaptações cardiovasculares e neuromusculares do treinamento

fossem asseguradas, sugerimos com base na literatura (Kraemer et al. 2000; Kraemer et

al. 2003; Barber-Westin et al. 2010; Gomes et al. 2013) que o treinamento físico com

ênfase no treinamento da força muscular fosse periodizado ao longo de 9 semanas a

partir de diferentes modelos de organização de carga de treinamento.

Roschel et al. (2011) citam que no treinamento de força os modelos não

periodizados, periodizados lineares e os periodizados não lineares. Para Roschel et al.

(2011) a comparação entre esses modelos tem trazido resultados bastante controversos.

Tal fato nos inquietou em saber qual modelo de periodização é mais eficiente na

melhora do rendimento em tenistas.

Nesse contexto, este estudo foi delineado para analisar como diferentes modelos

de periodização de treinamento físico com ênfase na força muscular poderia influenciar

o rendimento esportivo durante as partidas de tênis em adolescentes.

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1.3 Justificativa

A melhora da aptidão física está relacionada com o sucesso esportivo (BOMPA,

2002; DANTAS, 2014; URSO e PACIARONI, 2016). Além disso, a preparação física

está relacionada à menor incidência de lesões (KOVACS, 2007). Abrahão e Mello

(2008) relatam que a biomecânica incorreta do gesto técnico, os movimentos repetitivos

e o tipo de piso da quadra como alguns fatores para causa de lesões musculoesqueléticas

no tenista.

Nesse sentido, os aspectos supracitados adicionados aos componentes da aptidão

física devem ser foco da atenção de técnicos e preparadores físicos em seu planejamento

anual em busca do melhor rendimento esportivo. Somado a isso, o monitoramento dos

indicadores de fadiga a longo prazo podem ser sensíveis ao aparecimento da síndrome

do overtraining (BORIN et al., 2007; ROSCHEL et al., 2011).

Afinal, quais seriam as variáveis a serem manipuladas (volume, intensidade,

densidade, seleção dos exercícios, dentre outras) para induzir adaptações fisiológicas

específicas e ótimas para as modalidades esportivas?

No tênis, poucos estudos acompanharam o desenvolvimento da aptidão física

por meio da intervenção com o treinamento de força em tenistas estrangeiros (Kraemer

et al. 2000; Kraemer et al. 2003; Salonikidis e Zafeiridis, 2008; Maffiulett et al. 2009;

Barber-Westin et al. 2010) ou nacionais (Gomes et al. 2013) por longos períodos. Para

tanto, utilizamos como critérios a busca em bases de dados (PubMed, SPORTDiscus e

Medline) utilizado as palavras-chave: “Resistance Training” And “Tennis Players”

entre os anos de 2000 a 2013.

Destacamos ainda que na análise de tenistas, não encontramos estudos que

estabeleceram relação entre o rendimento esportivo e a melhora da aptidão física em

jogadores de tênis. Assim, partimos da elaboração e aplicação de diferentes modelos de

periodização da força muscular ao longo de 9 semanas no intuito de verificar se o

rendimento esportivo, avaliado nesse projeto por meio de simulações de partida de

tênis, pode receber a influência do desenvolvimento das capacidades físicas e

habilidades motoras.

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1.4 Objetivos de estudo e hipóteses

Objetivo geral

O objetivo do estudo foi verificar e comparar o efeito de dois modelos de

treinamento periodizado de força no rendimento esportivo e aptidão física de tenistas

adolescentes.

Segue abaixo os objetivos específicos e suas respectivas hipóteses organizadas

sob a forma das análises:

ANÁLISE 1 – Comparar o efeito de 9 semanas de treinamento periodizado linear e

ondulatório de força nos indicadores de desempenho na partida de tênis.

Hipóteses:

Haverá aumento significante na duração do rali e número de troca de bolas ao

longo da partida de tênis entre as avaliações PRÉ e PÓS;

Haverá melhor aproveitamento de pontos vencidos e erros não forçados durante

a partida de tênis entre as avaliações PRÉ e PÓS;

Haverá reduções significantes na frequência cardíaca, lactato e PSE ao longo da

partida de tênis entre as avaliações PRÉ e PÓS.

Haverá correlação entre os pontos vencidos durante a partida e os indicadores de

desempenho e aptidão física nas avaliações PRÉ e PÓS.

ANÁLISE 2 – Comparar o efeito de 9 semanas de treinamento periodizado linear e

ondulatório de força na composição corporal, aptidão cardiorrespiratória e

neuromuscular de tenistas.

Hipóteses:

Haverá alterações significantes na composição corporal entre as avaliações PRÉ

e PÓS;

Haverá alterações significantes na aptidão física, principalmente sobre as

manifestações de força, entre as avaliações PRÉ e PÓS.

Os grupos de treinamento físico apresentarão maior magnitude do efeito quando

comparado ao grupo controle.

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ANÁLISE 3 – Comparar o efeito de 9 semanas de treinamento periodizado linear e

ondulatório de força nas habilidades técnicas de saque, forehand e backhand de tenistas.

Hipóteses:

Haverá aumento significante sobre a velocidade das habilidades técnicas entre as

avaliações PRÉ e PÓS;

Os grupos de treinamento físico apresentarão maior magnitude do efeito sobre a

velocidade das habilidades técnicas quando comparados ao grupo controle.

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CAPÍTULO 2 – REVISÃO DE LITERATURA

2.1 TÊNIS DE CAMPO: CARACTERIZAÇÃO DA MODALIDADE

Duração da partida

Uma partida de tênis pode ser jogada em diferentes tipos de piso, com diferentes

bolas e em diferentes quantidades de sets (melhor de 3 ou 5) (KOVACS, 2007). Apenas

os homens realizam partidas em melhor de 5 sets em torneios de Grand Slam´s, Davis

Cup e final olímpica, ou seja, ao longo de uma temporada a maioria dos torneios

acontecem em melhor de 3 sets.

Podemos citar o exemplo do ex número 1 do mundo, o tenista Andy Murray, que

em 2016 disputou cerca de 17 torneios sendo 12 destes em disputas em melhor de 3 sets

(ATP, 2017). Com tantas variáveis e variações, o tempo do jogo de tênis é indefinido.

Segundo Miranda (2011), uma partida de tênis pode ter diferentes durações, variando

entre 40 minutos até mais de 6 horas. Segundo Fernandez-Fernandez et al. (2006) uma

partida de tênis disputada em melhor de 3 sets dura em média 1 hora e trinta minutos.

Em partidas disputadas em melhor de 5 sets a duração é consequentemente mais

longa. No tênis profissional são registrados alguns recordes de jogos como a final mais

longa de um Grand Slam entre os tenistas Rafael Nadal e Novak Djokovic disputado na

Austrália em 2012 com duração de 5 horas e 53 minutos. Porém, a partida mais longa

da história foi registrada no mais tradicional Grand Slam dos 4 existentes, Wimbledom.

Foram necessárias 11 horas e 5 minutos para determinar o vencedor entre o americano

John Isner e o francês Nicolas Mahut com vitória do americano.

Duração e número de trocas de bola por ponto

Conforme referimos, muitos aspectos podem influenciar a duração do ponto,

como o tipo de piso, o estilo de jogo dos tenistas, a tática adotada pelo jogador, dentre

outros. Um estudo realizado por Kovacs et al. (2004) com adolescentes em um torneio

colegial mostrou que o tempo médio de duração de um ponto é 6,3±4,3 segundos. No

trabalho conduzido por Santos et al. (2012) com 12 tenistas juvenis ranqueados entre os

50 melhores tenistas do Brasil, observou, em partidas simuladas, que a maior parte dos

pontos (31,8%) ocorrem entre 4 a 6 segundos com execução de 1 a 4 golpes (89,5%)

por ponto.

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A duração de pontos curtos não é exclusividade do tênis juvenil. As durações

dos ralis podem ser extremamente rápidas no circuito profissional quando, por exemplo,

um jogador enfrenta um grande sacador que faz muitos Aces (pontos de saque).

Jogadores se destacaram no circuito profissional por serem grandes sacadores,

como foi o caso dos americanos Pete Sampras e Andy Roddick, que sacou a 259 km/h.

O recorde de saque mais rápido atualmente é do tenista australiano Samuel Groth que

em 2012 alcançou a marca dos 263 km/h (ATP, 2017). Nesses casos,

independentemente do nível técnico do tenista que estiver recebendo, fatalmente errará

a devolução do saque resultando em um ponto extremamente rápido.

A Womam Tennis Association (WTA, 2017) registrou em 2014 o saque feminino

mais rápido. A tenista Sabine Lisicki atingiu 214 km/h em um torneio da cidade de

Stanford. Para Fernandez-Fernandez et al. (2006) a duração dos pontos em jogos

femininos é significativamente mais longa quando comparado aos homens. Tal fator

pode estar associado à velocidade do jogo masculino onde a velocidade atingida pela

bola também é significativamente maior para os homens desde o saque aos golpes de

fundo.

Por outro lado, os pontos em partidas masculinas podem ser também

extremamente superiores à média reportada anteriormente. Jogadores que apresentam

grande consistência dos golpes e erram muito pouco normalmente disputam pontos mais

longos. Por exemplo, na final do Australian Open de 2011, Andy Murray e Novak

Djokovic trocaram em um único ponto 39 bolas em 50 segundos. Alguns anos mais

tarde em mais um Grand Slam, desta vez o US Open, os dois novamente disputaram um

ponto extremamente longo com 54 trocas de bolas e duração de 77 segundos (ATP,

2017).

Intervalos durante a partida e relação de esforço e recuperação

A International Tennis Federation (ITF) estabelece desde 2004, 20 segundos de

descanso entre os pontos, 90 segundos entre os games ímpares e 120 segundos entre os

sets (FERNANDEZ-FERNANDEZ et al., 2006; ITF, 2012). Dessa maneira, durante o

jogo, em três momentos distintos o tenista deve gerir sua recuperação antes do retorno à

atividade.

Urso e Paciaroni (2016) ressaltam que apesar da regra dos 20 segundos de

recuperação entre os pontos, eventualmente o tenista ultrapassa esse tempo pelo barulho

ou movimento da torcida, problemas com a raquete ou pela própria opção do jogador.

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Vale lembrar que em torneios oficiais o tenista pode ser advertido inicialmente e

posteriormente, punido pelo árbitro quando este percebe abuso do atleta na utilização do

tempo dispensado à recuperação excessiva.

Fernandez-Fernandez et al. (2006) mostram em seu trabalho de revisão que a

relação entre esforço e recuperação ocorre entre 5 a 10 segundos para 10 a 20 segundos,

respectivamente (1:1 a 1:4). Em um trabalho envolvendo atletas avançados e

recreacionais, Fernandez-Fernandez et al. (2009) mostram uma relação de esforço e

recuperação de 1:2,3 e 1:1,8 com tempo efetivo de jogo de 21,7±1,3% e 23,6±5,4%,

respectivamente. Ou seja, em uma partida de tênis passa-se mais tempo em recuperação

do que em atividade. Hornery et al. (2007) avaliaram 14 tenistas profissionais que

jogaram em quadras duras e de saibro e observaram intervalos entre os pontos de

25,1±4,3 e 17,2±3,3 segundos, respectivamente.

Distâncias percorridas por ponto e jogo

Durante a partida, a variação de jogo imposta pelo adversário pode levar o seu

oponente a fazer dezenas ou centenas de tiros curtos e explosivos para alcançar a bola

(KOVACS, 2006). Em média, um jogador percorre de 8 a 12 metros por ponto e um

total de 300 a 500 esforços de alta intensidade em uma partida melhor de 3 sets

(FERNANDEZ-FERNANDEZ et al., 2006).

Hornery et al. (2007) não observaram diferença significativa na quantidade de

mudanças de direções por ponto na quadra de cimento (2,5±0,9) e saibro (2,4±1,3). Em

média o tenista executa cerca de 2 a 4 mudanças de direção por ponto (FERNANDEZ-

FERNANDEZ et al., 2006).

Urso e Paciaroni (2016) fragmentam em 3 momentos o deslocamento do tenista

durante o ponto. Inicialmente ocorre a aceleração do jogador até a bola seguido da

desaceleração para atingir o ponto ideal de execução do golpe e posteriormente a

mudança de direção e retorno à posição mais adequada para uma nova recepção.

A distância total percorrida em um jogo também é variável. A literatura tem

reportado que em 3 sets uma média de 3km e valores superiores a 6km em 5 sets

(MARTINEZ-GALLEGO et al., 2013). Pereira et al. (2017) avaliaram em dois sets 8

tenistas profissionais que percorreram no total 3160,0±880,1 metros sem apresentar

diferença entre os dois sets. Nesse estudo ainda foi observado que os jogadores

percorreram em média 5,8±7,2 e 5,3±6,6 metros por ponto no primeiro e segundo set,

respectivamente.

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Os dados reportados acima caracterizam o tênis como uma modalidade

intermitente com grande variação das ações motoras ao longo da partida. Esses dados

também permitem entender a exigência física geral da modalidade assim como ajudar a

determinar quais capacidades físicas estão envolvidas na modalidade e o quanto as

mesmas precisam ser treinadas.

2.2 APTIDÃO FÍSICA NO JOGO DE TÊNIS DE CAMPO

Apesar da interação que ocorre entre as capacidades físicas a partir da exigência

física ao longo da partida e na sua recuperação, trataremos nesse tópico das capacidades

físicas mais relevantes ao olhar da literatura científica (Bompa, 2002; Euclydes et al.

2005; Fernandez-Fernadez et al. 2006, 2009; Kovacs, 2006, 2007; Girard e Millet,

2009; Dantas, 2014; Urso e Paciaroni, 2016) de maneira fragmentada para fins

didáticos.

Resistência aeróbia e anaeróbia

A primeira questão que vem em mente quando assistimos a um jogo de tênis é:

como esses dois atletas conseguem manter a intensidade do jogo tão alta por tanto

tempo? Essa capacidade de resistir a fadiga está relacionada a resistência (EUCLYDES

et al., 2005; DANTAS, 2014; URSO; PACIARONI, 2016). De acordo com Miranda

(2011), as vias energéticas predominantes no jogo de tênis são a via anaeróbia alática e

aeróbia.

Apesar do consumo de oxigênio variar entre 23 a 29 ml/kg/min durante a

partida, tenistas do sexo masculino apresentam VO2máx de 55ml/kg/min (FERNANDEZ-

FERNANDEZ et al. 2006). Para Euclydes et al. (2005) um atleta bem capacitado

aerobicamente adapta-se melhor a períodos longos de trabalho e a um alto número de

repetições.

Percebemos em nossa prática que muitos treinadores não dão importância aos

treinamentos voltados para potência aeróbia máxima por acreditar que pelas

características intermitentes da modalidade não seja necessário trabalhá-la. Nesse

sentido, Urso e Paciaroni (2016) alertam para a importância da aplicação dos métodos

contínuos e intervalados para seu desenvolvimento. Além disso, Euclydes et al. (2005)

ressaltam que uma boa capacidade aeróbia está relacionada com uma recuperação mais

eficaz após um esforço intenso.

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No Quadro 1 (Apêndice 1) apresentamos a participação dos sistemas energéticos

a partir da exigência da partida.

Durante a partida a variação de jogo imposta pelo adversário pode levar o seu

oponente a fazer dezenas ou centenas de tiros curtos e explosivos para alcançar a bola,

exigindo uma predominância do sistema anaeróbio para gerar energia (KOVACS,

2006). Como a maioria da frequência dos pontos curtos é superior aos pontos mais

longos (Fernandez-Fernandez et al. 2008) acredita-se que há uma predominância do

sistema anaeróbia alático no jogo de tênis.

Para o desenvolvimento desta capacidade, Urso e Paciaroni (2016) sugerem o

treinamento intervalado envolvendo esforços de alta intensidade e curta duração,

associado a pausas curtas ativas ou passivas. Isso não significa que o sistema glicolítico

seja desprezado pelo treinador. Orea et al. (1996) observaram concentrações de 2 a 5

mmol/L após partidas de tênis. Concentrações de até 8 mmol/L foram relatadas por

Fernandez-Fernandez et al. (2009) em ralis com longa duração e alta intensidade.

Kovacs (2006) postula que a contínua degradação da fosfocreatina nas diversas ações do

jogo fazem com que haja aumento da demanda da glicogenólise e glicólise aumentando

consequentemente a concentração de lactato no músculo e no sangue. Fernandez-

Fernandez et al. (2009) sugerem um treinamento específico para que o tenista possa

suportar maiores concentrações de lactato em ralis mais longos.

Dessa forma, entendemos que os três sistemas energéticos são importantes para

o atleta de alto rendimento e cada um deles deve ser priorizado em determinada fase do

treinamento no qual o atleta se encontra.

Velocidade

As frequentes mudanças de direção, a rapidez dos movimentos e a capacidade de

aceleração no decorrer do jogo de tênis demonstram que a velocidade é uma capacidade

muito requerida durante uma partida. Para Monte e Monte (2007) a agilidade,

velocidade e velocidade de reação se manifestam de maneira inter-relacionadas e são

dependentes entre si quando se trata de uma partida de tênis de campo.

Segundo Euclydes et al. (2005) as reações dos tenistas são complexas em

decorrência de ações rápidas e estímulos inesperados. Devolver saques acima de 200

km/h e volear junto a rede são situações comuns que requerem bom tempo de reação.

Para Kovacs (2006) o tenista deve se movimentar muito bem em diferentes direções a

partir das reações complexas. Para contemplar a aceleração, velocidade máxima e

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agilidade, Kovacs (2006) sugere treinamentos de sprints repetidos não superiores a 20

metros para o desenvolvimento desta capacidade.

A agilidade no jogo de tênis pode ser entendida como a capacidade de sair de

uma região da quadra e ir para outra (EUCLYDES et al., 2005). A partir dessa

movimentação o tenista deve desacelerar preparando a execução do golpe, manter o

equilíbrio e mudar de direção. Além disso, Urso e Paciaroni (2016) complementam que

os fatores de percepção e tomada de decisão também auxiliam no quão ágil o tenista

será. Treinamentos que visam desenvolver esta capacidade devem ser associados com

exercícios de coordenação (Orea et al. 1996) de complexidade crescente.

Outros meios de treinamento no desenvolvimento da velocidade como corridas

curtas em subidas, corridas com tração ou colete de sobrecarga e exercícios pliométricos

são apontados por Rochel et al. (2011). Urso e Paciaroni (2016) sugerem que tenistas

juvenis e adultos de nível competitivo sejam estimulados com exercícios que

desenvolvam a tomada de decisão juntamente com mudanças de direção dentro da

quadra de tênis.

Força Muscular

Segundo Kovacs (2006), a força muscular pode auxiliar o tenista tanto para

prevenir lesões como para melhorar o desempenho durante uma partida. Marques

(2005) acredita que o treinamento de força é crucial para o tênis contemporâneo, não

somente diminuindo a incidência de lesões, mas também proporcionando recuperações

mais rápidas e minimizando as faltas em sessões de treinamento e competições.

O fortalecimento da musculatura é apontado por Urso e Paciaroni (2016) como

importante componente para execução dos golpes. Euclydes et al. (2005) a força

explosiva é a manifestação de força predominante utilizada no tênis. Além desta, Dantas

(2014) ressalta ainda a força estática (empunhadura da raquete), a força dinâmica

(auxílio na força explosiva) e a força de resistência (qualidade física de base e

prevenção de lesões). Para Miranda (2011) suportar uma partida fisicamente pode ser

uma difícil tarefa na medida em que é necessário manter o nível técnico dos golpes,

explosão nas jogadas de rede e resistência aos pontos de maior duração. Dessa forma,

acreditamos que o treinamento da força muscular seja determinante para o

desenvolvimento das demais capacidades físicas como a velocidade e resistência.

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Marques (2005), também entende que a partir das demandas do jogo de tênis as

manifestações de força máxima, resistência e potência devem ser enfatizadas ao longo

da temporada.

O treinamento da força máxima resulta em maior recrutamento de unidades

motoras e taxa de disparo dos neurônios motores auxiliando no desenvolvimento da

potência muscular. Esta, por sua vez, solicitada inúmeras vezes ao longo da partida por

meio dos fundamentos técnicos é auxiliada pela resistência de força para manutenção da

performance durante a partida (MARQUES, 2005).

Em modalidades esportivas que apresentam predomínio da potência muscular,

como é o caso do tênis, o treinamento inicial da força muscular seja base (Bompa, 2002;

Dantas, 2014; Urso e Paciaroni, 2016) para posteriormente se realizar um trabalho

específico.

Reid e Schneiker (2008) sugerem, para tenistas familiarizados com o

treinamento de força, no início de uma temporada, que o desenvolvimento da força

máxima ocorra utilizando cargas acima de 85% de 1RM com poucas repetições por

série (1 a 5 repetições). À medida que períodos específicos se aproximam, Urso e

Paciaroni (2016) sugerem o desenvolvimento da potência muscular utilizando pesos

com cargas de 30 a 45% de 1RM realizados de maneira balística e adição de exercícios

pliométricos. Os mesmos autores também sugerem, a partir da análise da necessidade

do tenista em sua temporada, o treinamento da força de resistência com altas repetições,

pouca carga e intervalos curtos.

Devido à complexidade do aprimoramento dessas capacidades físicas em

conjunto destacamos a importância de periodizar o treinamento físico a fim de

maximizar o desenvolvimento da aptidão física e minimizar os riscos do excesso de

treinamento (overtraining) no atleta de tênis.

2.3 PERIODIZAÇÃO DO TREINAMENTO FÍSICO NO TÊNIS DE CAMPO

A periodização de treinamento pode ser entendida como as variações

introduzidas em tempos regulares ao longo de um programa de treinamento na tentativa

de otimizar ganhos de força, potência, hipertrofia muscular e habilidades motoras

minimizando os riscos do excesso de treinamento (MARQUES, 2005). Para Leite

(2014), atualmente a maioria dos trabalhos executados nas diversas modalidades

esportivas seguem as bases da organização e periodização do treinamento.

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A periodização de treinamento é composta por algumas unidades estruturais

básicas: sessões de treinamento, microciclos, mesociclos, macrociclos e ciclo anual

(BOMPA, 2002; MARQUES, 2005; DANTAS, 2014; LEITE, 2014). Para Marques

(2005), em geral um macrociclo é compreendido de quatro fases: preparação geral e

específica, competição, pico e transição. Para outros autores (Gomes, 2002; Urso e

Paciaroni, 2016), cada microciclo é composto por três períodos: preparatório,

competitivo e transição/recuperação.

O período preparatório é destinado a construção de uma base funcional e dirige-

se ao treinamento das capacidades físicas, preparação tática e aperfeiçoamento das

habilidades motoras. No desenvolvimento de tenistas infanto-juvenis recomenda-se que

o tempo destinado à fase geral seja superior à fase específica no período preparatório

(ISHIZAKI; CASTRO, 2008; URSO; PACIARONI, 2016).

O período competitivo pode ser dividido em duas fases. A primeira, pré-

competitiva, é caracterizada pela manutenção do estado de treinamento e preparo para

competições mais importantes. Já a fase competitiva deve garantir a obtenção do

resultado esportivo (GOMES, 2002). Para Ishizaki e Castro (2008) deve-se nesse

período, a partir das particularidades do tênis, trabalhar situações de jogos e

detalhamentos técnicos e táticos.

Finalmente, o período de transição ou recuperação busca a restauração física e

mental do atleta após os esforços intensos que lhes foram submetidos nas competições

do período competitivo (DANTAS, 2014). Ishizaki e Castro (2008) sugerem que o tênis

seja deixado em segundo plano nesse período com a inclusão de outras práticas

esportivas. Segundo Urso e Paciaroni (2016) alguns treinadores optam pela recuperação

passiva para completa recuperação psíquica e outros pela recuperação ativa, onde,

mesmo com redução do volume total das cargas de treinamento, o atleta não para os

treinos completamente.

O treinamento periodizado e supervisionado parece ser importante para garantir

melhores níveis de adaptações neuromusculares. O estudo de Kovacs et al. (2007)

avaliou 8 tenistas juvenis do sexo masculino de alto nível técnico durante 5 semanas de

treinamento não estruturado e não supervisionado. Os resultados demonstraram um

decréscimo de algumas capacidades biomotoras, dentre elas, a potência muscular além

do aumento no índice de fadiga. Sendo assim, torna-se importante planejar, periodizar e

supervisionar o treinamento em tenistas.

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Existem diferentes modelos de organização das cargas de treinamento. Roschel

et al. (2011) citam para o treinamento de força, os modelos não periodizados,

periodizados lineares e os periodizados não lineares. No primeiro, não há variação do

volume e da intensidade. Nos modelos lineares, ocorre diminuição do volume e

aumento da intensidade ao longo do treinamento e por último, nos modelos não lineares

ocorre variação das cargas de treinamento diárias ou semanais.

Marques (2005) diz não haver evidência da superioridade de um modelo sobre o

outro quando se trata dos modelos linear e ondulatório. Para Roschel et al. (2011) a

comparação entre esses modelos tem trazido resultados bastante controversos. Marques

(2005) salienta que ambos os modelos são igualmente eficientes na prevenção do

overtraining. Tal discussão nos inquieta em saber qual modelo de periodização é mais

eficiente na melhora do rendimento em tenistas.

Em tenistas, Rodrigues Filho (2007) demonstrou melhora da performance do

salto vertical após treinamento pliométrico para desenvolvimento da força explosiva em

26 tenistas adolescentes. Para atingir esse objetivo os adolescentes treinaram durante 4

semanas com 3 sessões semanais utilizando um modelo de periodização linear. Porém,

o autor não deixa claro como controlou algumas variáveis de treinamento como a

intensidade da carga aplicada.

Na literatura internacional, Kraemer et al. (2000) encontraram melhora na força

máxima no teste de 1RM no grupo denominado periodizado (P) que treinou em zonas

de repetições de 4 - 6RM; 8 - 10RM; 12 - 15RM e no grupo denominado de circuito (C)

que utilizou um circuito de exercícios de musculação com cargas na zona entre 8 e

10RM. Porém, apenas o grupo P submetido ao treinamento de força periodizado

melhorou a força explosiva de membros inferiores no teste de impulsão vertical.

Já o estudo de Barber-Westin et al. (2010) associaram o treinamento pliométrico

com exercícios de musculação com 2 e 3 séries de 6 a 20 repetições, encontrando

melhora na potência muscular de membros inferiores (PRÉ 330,4±71,7 vs. PÓS

366,7±59,8 cm).

Maffiuletti et al. (2009) realizaram o único estudo com eletroestimulação e

exercício na cadeira extensora com a realização de 20 contrações isométricas com 4

segundos de duração, demonstrando aumento de 6,4% na potência de membros

inferiores. Dessa forma, os autores apontam que uma sessão semanal de

eletroestimulação possa auxiliar na transferência de energia elástica no ciclo

alongamento-encurtamento para produção de força explosiva em tenistas.

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Gomes et al. (2013) conduziu um estudo utilizando o treinamento periodizado de

força em tenistas ao longo das 5 semanas aplicando na primeira semana a resistência

força (21 séries de15 a 20 repetições e carga de 60% de 1RM intervalo de 1 minuto

entre as séries); Na segunda semana força dinâmica (28 séries de 12 repetições e carga

de 70% de 1RM intervalo de 2 minutos entre as séries), e a partir da terceira até a quinta

semana, força explosiva (15 a 25 séries, 6 repetições com intensidade de 30 a 50% de

1RM e intervalo de 3 minutos entre as séries). Foi encontrado aumento significante na

força máxima no supino (PRÉ 74,3±16,3 vs. PÓS 81,0±17,7 Kg) e leg press (PRÉ

454,4±78,9 vs. PÓS 507,8±88,9 Kg), sem impacto na força explosiva.

Kraemer et al. (2003) utilizaram musculação como método de treinamento físico

para o desenvolvimento das capacidades físicas em mulheres tenistas. Essas foram

divididas em três grupos sendo, grupo periodizado (P), grupo não periodizado (NP) e

grupo controle (C). O grupo P desenvolveu o treinamento com 3 séries e cargas em

zonas de repetições de 4 a 6RM; 8 a 10RM; e 12 a 15RM. Já o grupo NP realizou 3

séries e zona de repetições entre 8 a 10RM sem variação da carga por toda a

intervenção.

Após a intervenção foi observado que os grupos obtiveram aumento significante

na força máxima (1RM) no Leg Press (P – 19% vs. NP – 17%), no supino (P – 23% vs.

NP – 17%), no desenvolvimento de ombros (P – 24% vs. NP – 23%). Também foi

observado melhora no teste de salto vertical (P – 50% vs. NP – 37%) com diferença

significante entre os grupos. O grupo C, que treinou apenas tennis drills (exercícios

técnico-táticos de tênis), não obteve melhora nessas manifestações de força durante os

nove meses de intervenção de treinamento.

Por sua vez, Salonikidis e Zafeirides (2008) realizaram um estudo com 64

tenistas que foram divididos em 4 grupos sendo, controle (C), pliométrico (PT), tennis

drills (TD) e combinado (COMB) cada um com 16 integrantes. Após uma intervenção

que durou 9 semanas com frequência semanal de 3 dias, foi observado nos três grupos

de treinamento melhora no teste de salto e apenas nos grupos PT e COMB melhora da

força máxima isométrica. O treinamento pliométrico foi composto por 4 exercícios

realizado em 2 séries com intervalos de 1 a 2 minutos entre as repetições e 3 a 4 minutos

entre os exercícios. O treinamento na quadra de tênis também foi composto por 4

exercícios envolvendo sprints e mudanças de direção em velocidade máxima. O

treinamento combinado associou 2 exercícios pliométricos com 2 exercícios de tennis

drills.

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Como existem muitas variáveis no treinamento físico a serem manipuladas é

sugerido que seu controle seja também realizado. Roschel et al. (2011) definem a carga

interna como alteração de um determinado parâmetro fisiológico decorrente de uma

determinada dose de treinamento físico. Os parâmetros fisiológicos mais comuns para

controlar a carga interna são o Vo2máx, o lactato, a frequência cardíaca e a percepção

subjetiva de esforço. Por outro lado, o controle da carga externa pode ser representado

pelo volume e intensidade de treinamento. No treinamento de força representado pelo

número de séries, repetições, quantidade de carga utilizada e intervalo entre séries e

exercícios.

A literatura científica tem se esforçado para encontrar a partir de uma prescrição

de treinamento, a duração e a intensidade ideal para induzir adaptações fisiológicas

específicas e ótimas para as modalidades esportivas. Kraemer et al. (2000)

desenvolveram um estudo em 24 tenistas divididas em grupo controle, grupo de

treinamento de força periodizado com múltiplas séries e um terceiro grupo que realizou

treinamento de força utilizando uma série única em circuito. Durante nove meses de

intervenção apenas os grupos que realizaram o treinamento de força melhoraram a

composição corporal, porém, apenas o grupo de treinamento periodizado melhorou a

potência na velocidade do saque. Tal estudo pode concluir que o maior volume de

treinamento em números de séries foi mais eficiente quando comparado ao baixo

volume.

Ainda assim, são inexistentes os estudos conduzidos com tenistas que mostrem

de maneira clara como o modelo de periodização a partir das variações das cargas de

treinamento podem influenciar as capacidades físicas repercutindo sobre o rendimento

esportivo durante o jogo de tênis.

Dessa forma, entendemos que elaborar um modelo de periodização de

treinamento e demonstrar de que forma esse treinamento interfere nas capacidades

físicas e no rendimento esportivo durante o jogo, torna-se extremamente importante

para subsidiar profissionais da preparação física e técnicos de tênis.

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CAPÍTULO 3 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 – Tipo de pesquisa

O presente estudo apresenta-se como uma pesquisa direta, quantitativa, com

característica experimental, pois pretende comparar variáveis relacionadas com o objeto

de estudo (MATTOS et al., 2004).

3.2 – Delineamento do estudo

O presente estudo acompanhou atletas adolescentes de tênis do sexo masculino

durante 13 semanas sendo:

2 semanas de avaliações da aptidão física pré e pós intervenção;

2 semanas de simulação de jogo pré e pós intervenção;

9 semanas de treinamento físico e técnico-tático.

O Quadro 2 (Apêndice 2) ilustra o delineamento do estudo.

3.3 – Perfil amostral

A amostra do presente estudo foi composta por 27 adolescentes atletas de tênis

do sexo masculino, divididos em três grupos distintos:

Grupo controle (GC = 7) que participaram de todas as etapas da pesquisa, mas,

não realizaram o treinamento físico, somente o treinamento técnico-tático;

Grupo de periodização linear (GL = 10) que participaram de todas as etapas da

pesquisa e o treinamento físico com exercícios para especificidade do tênis e

resistência cardiorrespiratória e o treinamento da força muscular organizado por

meio da periodização linear;

Grupo de periodização ondulatória (GO = 10) que participaram de todas as

etapas da pesquisa e o treinamento físico com exercícios para especificidade do

tênis e resistência cardiorrespiratória e o treinamento da força muscular

organizado por meio da periodização ondulatória.

A distribuição de atletas em cada grupo foi estabelecida a partir da

disponibilidade de equipamentos de musculação no desenvolvimento do treinamento de

força, pois, nem todas as academias ou clubes disponibilizavam dessa estrutura. Os sete

sujeitos do GC, por exemplo, treinavam em uma academia específica de tênis que não

possuía equipamentos de musculação para aplicação do treinamento.

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3.4 – Critérios de seleção da amostra

A seleção da amostra de atletas foi realizada em diferentes academias e clubes

do Estado de São Paulo. Inicialmente foi realizado contato com a equipe técnica

(treinador e preparador físico) que dispunham de equipes e estrutura de treinamento

para tênis, sendo expostos os objetivos e hipóteses da pesquisa. Em seguida, realizamos

o contato com os atletas e seus pais sendo disponibilizado o Termo de Assentimento

Livre e Esclarecido (TALE – Anexo 1) e Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE – Anexo 2), respectivamente, após os devidos esclarecimentos sobre a pesquisa.

Todos os procedimentos experimentais contidos no projeto foram aprovados pelo

comitê de ética e pesquisa (COEP) da Universidade São Judas Tadeu (433.566/2013 –

Anexo 3).

Critérios de Inclusão

Os critérios aplicados na seleção amostral foram: 1) ser atleta de tênis

competitivo filiado à Federação Paulista de Tênis (FPT) ou Confederação Brasileira de

Tênis (CBT) há pelo menos 2 anos; 2) estar apto para participar das avaliações e

treinamentos técnico-táticos e físicos durante o projeto;

Critérios de Exclusão

Foram excluídos do estudo os atletas que: 1) ausentaram-se em mais de 10% do

total das sessões de treinamento; 2) apresentaram qualquer lesão ou qualquer outro

problema que levasse ao impedimento para o treinamento.

Foram avaliados 36 atletas pertencentes a dois clubes esportivos de São Paulo,

uma academia de tênis de São Paulo, uma academia de tênis de São Caetano e uma

academia de tênis de Jundiaí. Porém, apenas 27 atletas participaram de todas as etapas

da pesquisa representando 75% do total da amostra avaliada. Dos atletas desistentes, 2

ganharam bolsa para estudar e treinar nos Estados Unidos, 3 foram treinar em outras

academias e clubes de tênis e 4 se lesionaram extrapolando o limite de faltas nos

treinamentos.

Os atletas que se lesionaram representaram 15% do total da amostra, sendo as

causas pelos seguintes motivos: 2 atletas se machucaram jogando futebol no final de

semana, 1 atleta torceu o pé em um dos exercícios de salto e o último atleta se afastou

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do treinamento por recomendação médica em função de dores na articulação do

cotovelo.

3.5 Organização das avaliações

Os testes e avaliações foram realizados na segunda semana do macrociclo

(Quadro 3 – Apêndice 3) em três sessões consecutivas pelo autor do presente estudo.

No primeiro dia foram realizadas as avaliações do estágio de maturação sexual,

antropométricas, composição corporal e flexibilidade. No segundo dia foram realizados

os testes de força muscular e velocidade e no terceiro dia os testes de resistência

anaeróbia e aeróbia.

3.5.1 – Avaliação do estágio de maturação sexual

Para avaliação do estágio de maturação sexual foi aplicado a auto avaliação dos

genitais proposta por Matsudo e Matsudo (1994). Para tanto, o tenista adolescente

recebeu as imagens da prancha de Tanner e foi orientado a realizar em um recinto

fechado a auto avaliação da sua genitália. As figuras mostram o desenvolvimento dos

genitais com suas características de crescimento em 5 estágios (Anexo 4). O adolescente

foi orientado a marcar com um “x” o estágio correspondente ao seu genital.

3.5.2 – Avaliação antropométrica e da composição corporal

1) Estatura (m) – utilizando o estadiômetro de marca Sanny®, o atleta com os

pés descalços e unidos foi orientado a realizar uma inspiração forçada seguindo o plano

de Frankfurt mantendo os calcanhares, cintura pélvica, cintura escapular e região

occiptal encostados na parede. A partir desta padronização proposta por Marins e

Giannichi (2003) a medida da estatura foi registrada.

2) Massa corporal total (kg) – utilizando a balança de marca Filizola®, o atleta

foi orientado a ficar descalço e apenas com short. A medida foi registrada com o atleta

de costas para balança mantendo-se parado e no centro da mesma (MARINS;

GIANNICHI, 2003).

3) Medida das dobras cutâneas (DOC) (mm) – para registro das medidas das

DOC foi utilizado o adipômetro científico de marca Sanny®. Foram mensuradas as

dobras do tríceps e subescapular em seus respectivos pontos anatômicos sugeridos por

Pitanga (2005). A DOC do tríceps (DOCTR) foi realizada paralelamente ao eixo

longitudinal do braço, face posterior, no ponto médio entre o acrômio e o olecrano. A

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DOC subescapular (DOCSE) foi mensurada obliquamente ao eixo longitudinal do

corpo, dois centímetros abaixo do ângulo inferior da escápula. Para calcular o

percentual de gordura (%G) foi utilizada as equações propostas por Slaugter et al.

(1988) apud Pitanga (2005):

Quando a soma das dobras cutâneas do tríceps e subescapular fosse menor que

35 mm (DOCTR + DOCSE) < 35mm:

(13 a 14 anos de idade) %G = 1,21(DOCTR + DOCSE) – 0,008 (DOCTR +

DOCSE)² - 4,4;

(15 a 17 anos de idade) %G = 1,21(DOCTR + DOCSE) – 0,008 (DOCTR +

DOCSE)² - 5,5.

Quando a soma das dobras cutâneas do tríceps e subescapular fosse maior que

35 mm (DOCTR + DOCSE) > 35mm:

(7 a 17 anos de idade) %G = 0,783(DOCTR + DOCSE) + 1,6

Em todos os casos, com os nossos atletas, as somas das dobras cutâneas foram

inferiores a espessura de 35 mm.

3.5.3 – Avaliação da aptidão física

As capacidades físicas que compõem a aptidão do tenista foram mensuradas

antes e após a intervenção dos respectivos modelos de periodização do treinamento de

força. Para sua avaliação foram utilizados os testes descritos abaixo:

3.5.4 – Avaliação da flexibilidade

Flexiteste

Para avaliar a flexibilidade utilizamos o flexiteste que é classificado como teste

adimencional utilizando uma folha com oito figuras de diferentes movimentos

articulares (FERNANDES, 1998). A amplitude de movimento articular (ADM) foi

avaliada em cada uma das oito posições isoladamente e também foi realizado o

somatório de todas as posições para calcular a flexibilidade geral (unidades aleatórias –

UA) do atleta. As posições utilizadas estão disponíveis no Anexo 5.

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3.5.5 – Avaliação da velocidade

Teste de 10 e 20 metros

Para avaliação da velocidade foram utilizados os testes de velocidade de

deslocamento em duas distâncias, 10 metros e 20 metros (Figura 1 – Apêndice 4). Essas

distâncias foram utilizadas em outros estudos (Kraemer et al. 2003; Kovacs et al. 2007;

Meckel et al. 2015) em atletas de tênis. Dessa forma, os atletas eram posicionados na

linha inicial e ao comando do avaliados percorriam a distância determinada no menor

tempo possível. O tempo para execução do teste foi determinado pelo cronometro de

marca Casio®. Após o intervalo de um minuto o atleta repetiu a distância pela segunda

vez.

Spider Run Test

A agilidade foi avaliada de maneira específica na quadra de tênis pelo Spider

Run Test (KOVACS et al., 2007; MECKEL et al., 2015). Os atletas foram orientados a

percorrer o percurso no menor tempo possível realizando mudanças de direção para

recolher cinco bolas de tênis, de uma a uma, localizadas nos cantos traseiros da quadra

até o ponto inicial que é o meio da linha de base da quadra. Apenas uma tentativa foi

dada aos atletas após demonstração do teste pelo avaliador. O Spider Run Test está

representado na Figura 2 (Apêndice 5).

Figura 2 – Spider Run Test em tenistas adolescentes. Modelo do autor

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Nesse teste os atletas percorrem aproximadamente uma distância de 54,60

metros distribuídos da seguinte maneira:

1. Do centro à bola 1 retornando ao centro da quadra = 8,22 metros

2. Do centro à bola 2 retornando ao centro da quadra = 13,60 metros

3. Do centro à bola 3 retornando ao centro da quadra = 10,96 metros

4. Do centro à bola 4 retornando ao centro da quadra = 13,60 metros

5. Do centro à bola 5 retornando ao centro da quadra = 8,22 metros

3.5.6 – Avaliação da Força Muscular

Preensão Manual

Para avaliação da força de preensão manual (kgf) da mão dominante e não

dominante, utilizamos um dinamômetro marca JAMAR® seguindo o protocolo descrito

por Kovacs et al. (2007) com o atleta de pé e cotovelo estendido (Figura 3 – Apêndice

6).

Salto horizontal

O teste de impulsão horizontal (Figura 4 – Apêndice 7) foi utilizado para medir a

distância (m) máxima atingida a partir da impulsão do salto do atleta parado de acordo

com os procedimentos descritos por Marins e Giannichi (2003). O atleta realizou o salto

para frente, partindo da posição inicial em pé, com as duas pernas simultaneamente,

objetivando atingir a maior distância possível, a partir do ponto inicial. Após o intervalo

de um minuto o atleta realizou a segunda tentativa do salto.

Arremesso de Medicine Ball

Utilizamos o teste de arremesso de Medicine Ball (2kg) para medir a distância

(m) máxima atingida a partir do arremesso da bola medicinal. A partir dos

procedimentos sugeridos por Marins e Giannichi (2003), o atleta foi posicionado

sentado no solo com os joelhos estendidos e costas encostadas na parede. Ao sinal do

avaliador o atleta era orientado para lançar a bola atingindo a maior distância possível.

Também foi concedida ao atleta a segunda tentativa do arremesso após intervalo de 1

minuto (Figura 5 – Apêndice 8).

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Força Máxima e Resistência de Força

A força máxima (Kg) foi obtida por meio do teste de uma repetição máxima

(1RM). Cada atleta foi submetido a executar dois exercícios: supino reto e leg-press.

Seguindo os procedimentos de Dias et al. (2005), cada exercício foi precedido de um

aquecimento (6 a 10 repetições) com 50% da carga a ser utilizada na primeira tentativa

do 1RM. Caso o indivíduo completasse duas repetições, a tentativa seria anulada e após

3 a 5 minutos de intervalo seria realizada uma nova tentativa em um total de cinco

tentativas. Antes da realização do teste de 1RM, todos os atletas foram familiarizados

com os movimentos através de duas sessões em dias anteriores (3 séries de 20

repetições para cada exercício com o mínimo de peso).

Após cinco minutos da realização da última tentativa do teste de 1RM os atletas

foram submetidos ao teste de repetições máximas (RM) nos mesmos exercícios com o

objetivo de avaliar a força de resistência muscular (reps) utilizando 50% da carga

máxima obtida no teste de força máxima.

3.5.7 – Avaliação da Resistência

YO-YO Intermittent Recovery Test 1 (YO-YO IR1)

Para avaliação da potência aeróbia máxima (VO2máx) utilizamos o YO-YO

Intermittent Recovery Test 1 (YO-YO IR1), já utilizado em tenistas em outros estudos

(GOMES et al., 2013; MECKEL et al., 2015). O teste consistiu em correr, o máximo de

tempo possível, em regime de ida e volta, num corredor com comprimento de vinte

metros em velocidade crescente intercalados de dez segundos de recuperação. O ritmo

do sinal sonoro foi ditado pelo aplicativo de Smartphone Beep Test (Figura 6 –

Apêndice 9). A velocidade inicial no YO-YO IR1 foi de 8,5 km/h mantida por um

minuto e sendo aumentada em 0,5 km/h a cada minuto subsequente. O teste foi

interrompido com desistência do atleta ou pela incapacidade de chegar a três metros da

linha em dois sinais sonoros consecutivos. Para calcular o VO2máx foi utilizada a

equação sugerida por Bangsbo et al. (2008): VO2máx (ml/kg/min) = Distância IR1 (m) x

0,0084 + 36,4.

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3.5.8 – Avaliações Específicas para Tenistas

Teste Anaeróbio para Tenistas (TAT)

Para avaliação da resistência anaeróbia adaptamos o teste anaeróbio para tenistas

(TAT) proposto por Carvalho e Cavaglieri (2014) que consistiu em executar oito

corridas com seis mudanças de direção na quadra de tênis (total de 42 metros),

realizando gestos técnicos específicos do tênis (forehand, bachand e voleios) a cada

mudança de direção (Figura 7 – Apêndice 10). A cada série de corrida o atleta

descansava por vinte segundos antes da realização da corrida seguinte.

Após a realização do teste e registro dos tempos foram calculadas as seguintes

variáveis de tempo Carvalho e Cavaglieri (2014):

1. Tempo médio – média dos tempos das 8 sequências realizadas;

2. Tempo mínimo – menor tempo das 8 sequências realizadas;

3. Tempo máximo – maior tempo das 8 sequências realizadas;

4. Amplitude entre tempo máximo e mínimo – diferença entre o tempo máximo e

tempo mínimo (tempo máximo – tempo mínimo), indicando o aumento de

tempo na realização do desempenho de deslocamento do TAT.

Velocidade dos fundamentos técnicos do tênis de campo

As velocidades dos fundamentos técnicos do tênis foram avaliadas anteriormente

em tenistas juvenis (Kraemer et al. 2000; Kraemer et al. 2003) e profissionais

(HORNERY et al., 2007). Devido a maior frequência de golpes (Johnson e McHugh

2006) durante a partida de tênis, o saque, forehand e backhand, foram os fundamentos

técnicos escolhidos para avaliação da velocidade.

Foi utilizado um radar portátil da marca Bushnell recomendado para tênis de

campo para bolas com velocidade de 16 até 177,0 km/h e distância até 27,4 metros. O

avaliador (Figura 8 – Apêndice 11) se posicionou na quadra adversária próximo a rede a

uma distância aproximada de 12 metros do atleta. Foram registrados dez golpes válidos

de cada um dos fundamentos e a maior velocidade foi adotada na realização da média

de cada grupo.

3.6 – Simulação da partida de tênis de campo

Realizamos uma simulação da partida de tênis em dois momentos ao longo do

macrociclo de treinamento físico. A primeira partida (PRÉ) foi realizada na primeira

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semana e a segunda partida (PÓS) na décima segunda semana do macrociclo de

treinamento. As duas partidas eram disputadas pelos mesmos atletas nos dois momentos

citados em quadras de saibro descobertas. A seleção das disputas foi realizada pelo

técnico e preparador físico da equipe de tênis levando em consideração o nível de

treinamento, estilo de jogo e rivalidade entre os companheiros. Dessa forma, os

confrontos poderiam ocorrer entre jogadores de diferentes grupos se repetindo no

momento PÓS.

Cada partida apresentou 90 minutos de duração simulando a condição real de

jogo a partir das regras padronizadas pela Federação Internacional de Tênis (ITF, 2012).

Todos os jogos foram filmados (Figura 9 – Apêndice 12) utilizando uma câmera e um

tripé de marcas Sony® para que posteriormente indicadores de desempenho (tempo

efetivo de jogo, pontos vencidos, erros forçados e não forçados, distância percorrida,

velocidade máxima atingida e número de passos durante o jogo) fossem verificadas. A

intensidade da partida foi monitorada pela frequência cardíaca (FC), lactato (LAC) e

percepção subjetiva de esforço (PSE).

3.6.1 – Avaliação dos indicadores de desempenho na partida de tênis

Os indicadores de desempenho foram mensurados após a realização da

simulação da partida de tênis a partir do conteúdo da filmagem dos jogos. Cada atleta

foi analisado separadamente (Santos et al. 2012) a partir das seguintes variáveis:

duração dos ralis (DR), número de troca de bolas por ponto (NTP) e duração do

intervalo entre os pontos (DIP). A DR foi determinada a partir do momento do saque até

a última bola rebatida antes do término do ponto. O NTP foi determinado desde o saque

até a última bola rebatida pelo jogador que finalizava o ponto. A DIP foi determinada

pelo momento no qual a bola era trazida a jogo novamente. Além disso, foi calculado o

tempo efetivo de jogo (TEJ) que representa o percentual que os jogadores se

mantiveram atividade, pontos vencidos (PV) representando o valor absoluto dos pontos

conquistados durante a partida, erros não forçados (ENF) representado pela quantidade

de erros cometidos pelo jogador em uma situação de jogo “simples” e erro forçado (EF)

mensurado pela quantidade de erros cometidos pelo jogador em uma situação de jogo

“complexa”.

Além disso, utilizando dois relógios, um para cada atleta, de marca Garmin®

modelo Forerunner 610 equipado de um GPS com margem de erro exata de ±3,6

metros (de acordo com especificações do fabricante). Foi mensurado a distância

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percorrida durante o jogo (DPJ) e velocidade máxima atingida (VELmáx) e com um

pedômetro com sensor 3D acelerômetro modelo power walker EX-510 da marca

Yamax®, mensuramos o número de passos durante o jogo (NPJ). A descrição das

variáveis e os equipamentos utilizados para sua análise aparecem abaixo no Quadro 4 –

Apêndice 13.

3.6.2 – Avaliação do estado de recuperação, intensidade e cálculo da carga interna

na partida de tênis

Para avaliação da intensidade do esforço na partida de tênis utilizamos três

variáveis: lactato sanguíneo, escala de percepção subjetiva de esforço e frequência

cardíaca. Essas variáveis já foram utilizadas em outros estudos (Smekal et al. 2001;

2003; Santos et al. 2012), porém, em nosso trabalho apresentou um delineamento

bastante particular (Quadro 5 – Apêndice 14).

Para mensurar o lactato sanguíneo (LAC) utilizamos o lactimetro de marca

Acuttrend Roche® na polpa digital dos dedos da mão não-dominante para que não

houvesse interferência no rendimento do atleta durante a partida. De acordo com o

fabricante o equipamento registra valores de lactato com precisão de 0,8 a 22 mmol/L.

A percepção subjetiva de esforço (PSE) durante a partida e após seu término foi

mensurada a partir da escala de Cavasini com descritores de 0 a 10 (CAVASINI;

MATSUDO, 1983). Para mensurar o estado de recuperação dos atletas antes de iniciar a

partida, utilizamos a percepção subjetiva de recuperação (PSR) a partir da escala

proposta por Laurent et al. (2011) que também apresenta descritores de 0 a 10. As duas

escalas serão mais detalhadas posteriormente, pois, também foram utilizadas para

monitoramento da recuperação e esforço ao longo do período de treinamento físico.

A frequência cardíaca (FC) foi mensurada pelo frequencímetro de marca

Garmin® modelo Forerunner 610. As coletas de FC ocorreram antes da partida, a cada

30 minutos ao longo da partida e após a partida com 5 minutos de recuperação.

A Figura 10 (Apêndice 15) mostra um dos registros da intensidade da partida

realizado em um dos intervalos durante o jogo.

Segundo Foster (1998), quando se multiplica a duração da sessão de treinamento

pela intensidade global obtida pela percepção do esforço do atleta, tem-se uma

representação da magnitude do treinamento ou o que se chamou de carga de

treinamento. Utilizamos esse conceito aplicado por Foster (1998) na partida de tênis de

campo para termos uma ideia da intensidade global que o jogo representaria para o

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atleta de tênis. Dessa forma, a carga interna da partida (CIP) foi calculada a partir do

produto da PSE e o volume total da partida: CIP (UA) = PSE X 90 min.

3.7 – Macrociclo de treinamento físico e técnico-tático

O Quadro 6 (Apêndice 16) apresenta o macrociclo de 13 semanas onde foram

organizados a apresentação do projeto para os atletas (microciclo 1), familiarização e

realização dos testes físicos (microciclo 1, 2 e 13), avaliação dos fundamentos técnicos

(microciclo 1 e 12), simulação das partidas de tênis (microciclo 1 e 12), treinamento

técnico-tático (microciclo 1 a 13) e treinamento físico (microciclo 3 a 11) totalizando,

portanto, 9 semanas de intervenção

As sessões de treinamento técnico-tático totalizaram 49 sessões e foram

cumpridas por todos os grupos estudados, GC, GL e GO. As sessões de treinamento

físico constituídas por exercícios específicos e de resistência cardiorrespiratória

totalizaram 9 sessões e foram cumpridas apenas pelos GL e GO. Por fim, as sessões de

treinamento físico da força muscular totalizaram 18 sessões e também foram cumpridas

apenas pelos GL e GO (Quadro 6 – Apêndice 16).

3.7.1 – Treinamento técnico-tático

O treinamento dos fundamentos técnicos e das ações táticas de jogo foram

conduzidos pelos técnicos/professores dos atletas. As sessões eram compostas de

exercícios específicos (drills) de tênis (Figura 11 – Apêndice 17) e tinham duração

média de 120 minutos. Com exceção dos microciclos 1 e 12 (terça a quinta-feira), os

atletas treinaram os aspectos técnicos e táticos de terça a sexta-feira.

3.7.2 – Treinamento da resistência cardiorrespiratória e exercícios específicos para

tenistas

Para o treinamento da resistência cardiorrespiratória e exercícios relacionados a

especificidade da modalidade foram realizadas 9 sessões de aproximadamente 60

minutos.

No treinamento específico, foram realizados 4 exercícios específicos enfatizando

o tempo de reação, agilidade e força explosiva de membros inferiores e superiores. Para

tanto, foram utilizados bolas e raquete de tênis, medicineball e banco para saltos (Figura

12 – Apêndice 18).

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No primeiro exercício, enfatizando tempo de reação, o atleta deveria tocar em

uma das 4 bolas de tênis de campo localizadas no chão a partir do comando do

treinador. O segundo exercício, envolvendo agilidade, enfatizava a mudança de direção

e a devolução de bolas lançadas pelo treinador e devolvidas pela raquete do atleta. No

terceiro exercício, foram realizados lançamentos da bola medicinal com mudanças de

direção enfatizando agilidade e potência de membros superiores e no quarto exercício o

atleta realizava saltos repetidos para cima de um banco e recebia bolas com a mão

lançadas pelo treinador. O objetivo desse exercício foi o desenvolvimento da potência

de membros inferiores e tempo de reação.

A sobrecarga no treinamento foi aplicada no aumento do número de séries e na

diminuição do intervalo de recuperação entre as séries. A intensidade “leve” foi

considerada uma relação entre esforço e pausa (E:P) de 1:4, ou seja, se o atleta utilizasse

30 segundos para realizar a série descansaria 120 segundos. A intensidade “moderada”

foi utilizada uma E:P = 1:3 e 1:2 e nas últimas três semanas, a intensidade “alta” foi

estabelecida com a E:P = 1:2 e 1:1.

Para o desenvolvimento da resistência aeróbia e anaeróbia (Figura 13 –

Apêndice 19) foram adotados os métodos de treinamento fracionado e intervalado ao

longo dos 9 microciclos de treinamento.

Nas três primeiras semanas a sobrecarga foi aplicada apenas no volume, ou seja,

na distância percorrida se mantendo o mesmo intervalo entre as séries (intensidade

leve). Da 4ª a 6ª semana de treinamento considerando a intensidade “moderada” foi

aplicado sobrecarga no número de séries se mantendo o mesmo intervalo de

recuperação. Nas três últimas semanas (7ª a 9ª) a sobrecarga foi aplicada na diminuição

da distância e no aumento das séries caracterizando o a intensidade “alta”.

Respeitando a composição da nossa amostra de atletas e a individualidade de

cada atleta, os exercícios para o desenvolvimento dessas capacidades biomotoras

tiveram o embasamento no estudo de Gomes et al. (2013) que acompanharam 10

tenistas jovens durante 5 semana de treinamento físico envolvendo força, velocidade e

resistência. A descrição do treinamento físico do nosso estudo é apresentada no Quadro

7 – Apêndice 20. Em nosso estudo apenas os grupos GL e GO fizeram os mesmos

exercícios e a mesma prescrição da carga de treinamento mostrada no Quadro 7 –

Apêndice 20.

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3.7.3 – Treinamento da força muscular

O treinamento de força realizado em nosso estudo foi a única variável que

apresentou diferentes modelos de organização das cargas de treinamento (Roschel et al.

2011) de acordo com os grupos estudados. O GL seguiu as orientações para treinamento

de força a partir da periodização linear onde a cada três semanas de treinamento foram

enfatizadas as seguintes manifestações de força muscular: força de resistência,

resistência de força com ênfase na adaptação hipertrófica e força máxima.

Por outro lado, para o GO foi proposto o treinamento de força pelo modelo não-

linear ou ondulatório semanal. Dessa forma, as mesmas manifestações de força foram

treinadas, porém, se alternando a cada semana. As outras variáveis do treinamento de

força também são apresentadas no Quadro 8 – Apêndice 21.

O cálculo da equalização da carga de treinamento é apresenta no Quadro 9 –

Apêndice 22. Para realização da carga de treinamento efetuamos o seguinte cálculo:

cálculo da carga (UA) = número de exercícios x número de séries x média de repetições

máximas.

O Gráfico 1 (Apêndice 23) que descreve a distribuição semanal da carga de

treinamento nos diferentes modelos de periodização.

3.7.4 – Monitoramento da intensidade do treinamento físico e técnico-tático

A intensidade do treinamento foi monitorada pela escala de percepção subjetiva

de esforço de Cavasini (CAVASINI; MATSUDO, 1983). Esta escala era apresentada ao

atleta no final da semana de treinamento (Leite, 2014) após 30 minutos da sessão de

treinamento específico e de resistência. A escala era mostrada ao atleta que deveria

estimar subjetivamente o esforço graduado pela escala onde 0 representava “nenhum

esforço” e 10 “máximo esforço”.

3.7.5 – Monitoramento do estado de recuperação

Para monitorar o estado de recuperação do atleta, utilizamos a escala de

percepção subjetiva de recuperação (PSR) proposta originalmente por Kenttã e

Hassmén (1998) com o objetivo de prevenir os efeitos negativos do overtraining em

atletas Kayaquistas suíços de elite utilizando uma escala de 6 a 20 onde 6 representa

“nenhuma recuperação” e 19, 20 “Muito, muito boa recuperação”. Porém, por entender

ser mais fácil e compreensível para o atleta, utilizamos a PSR proposta por Laurent et

al. (2011) que utiliza valores de 0 a 10. Quanto mais próximo do valor 10, maior a

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percepção de recuperação do atleta. Aplicamos a escala de PSR antes do treino do início

da semana (terça-feira) e antes do último treino da semana (sexta-feira). As duas escalas

de percepção subjetiva são apresentadas na Figura 14 – (Apêndice 24).

3.8 – Análise Estatística

A normalidade dos dados foi verificada pelo Software Prism, versão 5, pelo teste

Shapiro-Wilk. Quando as variáveis não passaram no teste de normalidade os dados

foram tratados pelo teste Kruskal Walis seguido do post hoc de Dunns, por outro lado,

quando os dados passaram no teste de normalidade foi realizada a análise de variância

(Anova Two Way) seguida do post hoc de Bonferroni para comparação dos grupos nos

momentos pré e pós. Os dados foram apresentados em média e desvio padrão e foram

considerados valores de p<0,05 significativos. Utilizamos o effect size (ES) para

analisar a magnitude do efeito da nossa intervenção sobre as variáveis seguindo os

critérios de Rhea (2004). O cálculo do ES pela seguinte equação matemática: ES

(Tamanho do efeito) pré – pós teste = média pós teste – média do pré teste / desvio

padrão do pré teste.

Considerando o nível de treinamento dos atletas (1 a 5 anos de treinamento

consistente) que compuseram a amostra como “treinado recreacionalmente” foram

considerados os seguintes níveis de ES: trivial (ES<0.35), pequeno (ES = 0.35-0.80),

moderado (ES = 0.80-1,50) e grande (ES = >1,50).

Utilizando o Software Excel também calculamos o delta percentual (∆%) pela

seguinte equação matemática: ∆% = valor pós – valor pré / valor pós * 100.

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CAPÍTULO 4 – DESCRIÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O objetivo do estudo foi verificar o efeito de dois modelos de treinamento

periodizado de força no rendimento esportivo e aptidão física de tenistas adolescentes.

Na Tabela 1 apresentamos o perfil amostral dos tenistas que participaram do

presente estudo. Não foram encontradas diferenças entre as variáveis de idade, estatura,

massa corporal e nível maturacional nos momentos PRÉ e PÓS do projeto. Esses

resultados indicaram homogeneidade dos atletas.

Tabela 1: Perfil amostral de tenistas adolescentes submetidos a um macrociclo de 9 semanas de

treinamento físico e técnico-tático

Variáveis GCPRE GCPOS ∆% GLPRE GLPOS ∆% GOPRE GOPOS ∆%

N 7 7 - 10 10 - 10 10 -

Idade (anos) 16±0,8 16±0,8 0 15,6±1,5 15,6±1,5 0 15,5±1,3 15,5±1,3 0

Estatura (m) 1,7±0 1,7±0 0,1 1,7±0 1,7±0 0 1,7±0,1 1,7±0,1 0,1

Massa Corporal

(Kg)

62,5±5,6 62,8±5,3 0,5 58,5±4,5 58,8±4,8 0,6 61,9±7 61,6±6,7 -0,5

Nível

Maturacional

(Tanner)

3,7±0,7 3,7±0,7 0 3,9±0,7 3,9±0,7 0 3,8±0,6 3,8±0,6 0

Observamos uma média muito próxima entre os grupos com relação aos valores

de estatura e massa corporal que não se modificaram ao longo do estudo. Juzwiak et al.

(2008) avaliaram 27 tenistas do sexo masculino com idade média (16,4±1,4) e

encontraram valores para estatura (1,77±0,1 m) e massa corporal (67,0±9,5 kg). Nossa

amostra apresentou valores discretamente mais baixos para as duas variáveis.

Discutiremos detalhadamente essas características posteriormente na segunda análise

dos resultados.

Muitos estudos já foram realizados com atletas adolescentes (Barber-Westin et

al. 2010; Kovacs et al. 2007; Malliou et al. 2008) mas, poucos (Erlandson et al. 2008;

Juzwiak et al. 2008; Sanchis-Moysi et al. 2011) se preocuparam com a avaliação do

nível maturacional da amostra estudada. Além disso, aqueles que avaliaram o nível

maturacional, apenas Sanchis-Moysi et al. (2011) aplicaram treinamento físico, porém,

com a amostra constituída de tenistas pré-púberes inviabilizando a comparação com os

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tenistas do nosso estudo (estágio 3 a 5 – púberes e pós-púberes). Já Chipkevitch (2001)

e Ribas et al. (2013), por sua vez, avaliaram a maturação sexual em tenistas adolescente

amadores ranqueados na Federação Paranaense de Tênis, porém, sem aplicação do

treinamento físico nos mesmos.

Para entendermos a dinâmica das alterações sobre as variáveis envolvendo a

partida de tênis e a aptidão física, apresentamos na Tabela 2 o controle da intensidade

semanal obtida pela PSE e o estado de recuperação do atleta no início e final da semana

obtidos pela PSR.

Podemos observar que diferenças significativas foram encontradas apenas no

GL. A PSE da sétima e oitava semana foram superiores quando comparadas a primeira

semana de treinamento e a PSE da oitava semana também foi superior à segunda

semana de treinamento. O mesmo comportamento ocorreu com a PSR inicial e final.

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Tabela 2: Variação semanal da intensidade de esforço e estado de recuperação percebida pelos atletas por

meio da PSE e PSR ao longo das 9 semanas de treinamento físico e técnico-tático

Grupos Variáveis 1ª

semana

semana

semana

semana

semana

semana

semana

Semana

semana

PSE 6±0,5 6±0,4 6±0,6 7±0,4 6±0,6 7±0,6 7±0,5 6±0,5 7±0,5

GC

PSR

Inicial

10±0,4 10±0,4 10±0,4 9±0,4 9±0,4 9±0,5 9±0,4 8±0,5 9±0,5

PSR

Final

9±0,4 9±0,4 8±0,4 8±0,4 8±0,5 8±0,7 8±0,4 8±0,4 9±0,4

PSE 6±0,4 6±0,4 6±0,4 6±0,4 7±0,6 7±0,5 7±0,5* 8±0,4**# 7±0,5

GL

PSR

Inicial

10±0,4 10±0,4 9±0,4 9±0,4 9±0,7 9±0,5 9±0,4* 8±0,5**# 9±0,5

PSR

Final

8±0,4 8±0,5 8±0,5 8±0,6 7±0,5 7±0,6 8±0,7* 7±0,7**# 9±0,4

PSE 6±0,5 7±0,4 7±0,4 6±0,5 7±0,4 7±0,4 6±0,5 7±0,4 7±0,4

GO

PSR

Inicial

10±0,4 10±0,4 10±0,4 10±0,5 9±0,5 9±0,7 9±0,6 9±0,4 9±0,4

PSR

Final

8±0,5 8±0,5 8±0,5 8±0,7 8±0,6 7±0,4 7±0,5 7±0,5 8±0,5

PSE (percepção subjetiva de esforço); PSR (percepção subjetiva de recuperação); * p < 0,05 1ª semana vs 7ª

semana; ** p < 0,05 1ª semana vs 8ª semana; # p < 0,05 2ª semana vs 8ª semana.

Dentre alguns trabalhos encontrados na literatura que envolveram treinamento

físico em tenistas (Kraemer et al. 2000; Kraemer et al. 2003; Salonikidis e Zafeiridis,

2008; Barber-Westin et al. 2010), apenas nos trabalhos de Coutts et al. (2010) e Gomes

et al. (2013) encontramos resultados sobre o controle da intensidade ao longo do

planejamento da periodização. Coutts et al. (2010) realizaram um estudo de caso em que

utilizou-se a PSE para calcular a carga de treinamento semanal em um atleta em

preparação para um dos quatro grand´s slams, Roland Garros.

Gomes et al. (2013) avaliaram 10 tenistas de alto nível de treinamento ao longo

de 5 semanas de uma pré-temporada de treinamento utilizando também a PSE da sessão

de treinamento. De acordo com Coutts et al. (2010) a PSE é uma ferramenta de baixo

custo que pode maximizar os resultados do treinamento a partir do controle e

monitoramento junto ao atleta auxiliando o treinador em seu planejamento. Em nosso

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estudo pudemos observar que apenas o GL apresentou aumento significante da carga de

treinamento ao longo das semanas de treinamento (7ª e 8ª semanas), o que não ocorreu

no GO provavelmente pela característica das ondulações das cargas no treinamento de

força.

Além disso, utilizamos a PSR no início e final da semanal para entender como os

atletas estavam lidando com recuperação frente às cargas de treinamento. Mais uma vez

o GL foi o único grupo a apresentar alterações significantes na sétima e oitava semana

de treinamento, tanto no início da semana quanto no final. De modo geral, observamos

tendência de os atletas estarem mais bem recuperados no início da semana, próximo ao

descritor 10 (“totalmente recuperado”) da PSR. Já no final da semana os valores

diminuíram para os descritores 7 e 8 (“muito, muito bem recuperado”).

Leite (2014), estudando nadadores de nível olímpico, destaca que a recuperação

é fator essencial para performance atlética após longo período com cargas elevadas.

Nossa estratégia para otimizar a recuperação do atleta na nona semana de treinamento

foi reduzir as cargas de treinamento para que eles realizassem a simulação da partida e

os testes uma e duas semanas após o treinamento, respectivamente.

A partir da aplicação do treinamento físico com ênfase na força muscular nos

grupos GC, GL e GO assim como controle da intensidade e recuperação dos atletas,

construímos três análises específicas relacionadas ao efeito do macrociclo de

treinamento.

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Análise 1 – EFEITO DOS MODELOS DE PERIODIZAÇÃO LINEAR E

ONDULATÓRIO DE FORÇA EM 9 SEMANAS DE INTERVENÇÃO NOS

INDICADORES DE DESEMPENHO NA PARTIDA DE TÊNIS

Nesta primeira análise, comparamos o efeito de 9 semanas de treinamento

periodizado linear e ondulatório de força nos indicadores de desempenho na partida de

tênis.

As variáveis que indicam a intensidade durante e após a partida são apresentadas

na Tabela 3.

Observamos redução da concentração de lactato antes da partida no GO apenas

no momento PÓS, diferença significativa entre os grupos GC vs. GO e GL vs. GO nos

momentos PRÉ e PÓS, indicando menor concentração de lactato para o GO no final da

partida (90 min) e menor concentração de lactato após o jogo no GO no momento PÓS

quando comparado ao GC (Gráfico 2 – Apêndice 26).

Observamos diferença significativa na PSE apenas no trigésimo minuto da

partida entre os GC vs. GO no momento PÓS indicando menor esforço percebido pelos

atletas do GO.

A FC apresentou diminuição significativa antes do jogo e no sexagésimo minuto

da partida no GO entre os momentos PRÉ e PÓS. O valor da FC (60 min) foi

significativamente menor no GO quando comparado ao GL no momento PRÉ.

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Tabela 3 – Efeito do macrociclo de 9 semanas de treinamento físico e técnico-tático sobre a intensidade

antes, durante e após simulação de 90 minutos de jogo em tenistas adolescentes

Variáveis Variáveis GCPRE GCPOS ∆% GLPRE GLPOS ∆% GOPRE GOPOS ∆%

Antes 3,2±0,3 3,2±0,2 0,9 3,4±0,3 3,3±0,2 -4,2 3,5±0,4 3,0±0,3¥ -16,5

30 min 3,8±0,3 3,9±0,2 1,9 4,1±0,3 3,9±0,2 -5,1 4,2±1,1 3,4±0,3 -21,7

Lactato 60 min 4,5±0,3 4,5±0,2 -0,3 4,6±0,3 4,5±0,2 -2,9 4,5±0,6 3,9±0,2 -16,4

(mmol/L) 90 min 5,2±0,4 5,1±0,2 -2,2 5,3±0,3 5,0±0,3 -5 4,0±1,0*ǂ 4,1±0,2** 1,7

Pós Jogo 4,4±0,3 4,4±0,2 0,6 4,5±0,3 4,1±0,3 -9 3,9±1,0 3,3±0,2** -17

Antes - - - - - - - - -

30 min 5,2±0,4 5,7±0,4 10 5,6±0,5 5,4±0,4 -3,7 4,8±1,8 4,5±0,5** -6,7

PSE 60 min 6,3±0,6 6,4±0,4 2,2 6,3±0,6 6,3±0,5 0 6,3±1,4 6,3±0,5 0

(UA) 90 min 7,4±0,7 7,1±0,4 -4 7,6±0,8 7,1±0,5 -7 6,1±1,7 7,2±0,6 15,3

Pós Jogo 2,9±0,7 2,6±0,4 -11,1 2,9±0,8 2,5±0,5 -16 1,9±1,2 1,6±0,7 -18,8

Antes 83,4±4,2 82,9±2,4 -0,7 82,7±3,8 80,7±3,2 -2,5 81,9±5,0 76,9±2,9¥ -6,5

30 min 132,0±5,5 133,9±3,9 1,4 134,0±3,5 134,1±2,8 0,1 138,4±16,2 130,8±6,9 -5,8

FC 60 min 145,9±4,4 145,3±3,7 -0,4 144,9±4,4 143,3±2,8 -1,1 153,1±8,8ǂ 140,4±4,5¥ -9

(bpm) 90 min 155,6±5,8 154,0±3,5 -1 155,0±4,7 152,1±3,2 -1,9 144,0±19,8 146,9±4,8 2

Pós Jogo 96,0±9,0 93,7±7,5 -2,4 96,3±5,4 91,5±3,8 -5,2 89,3±17,1 86,2±4,9 -3,6

¥ p < 0,05 pré vs pós; # p < 0,05 GC vs GL (pré); ## p < 0,05 GC vs GL (pós); * p < 0,05 GC vs GO (pré); ** p < 0,05 GC vs GO

(pós); ǂ p < 0,05 GL vs GO (pré); ǂǂ p < 0,05 GL vs GO (pós).

A resposta do lactato, PSE durante e após a partida e FC antes, durante e após a

partida estão representados sob a forma de Gráfico no Apêndice 26.

Muitos estudos (Fernández-Fernandez et al. 2005; Fernández-Fernandez et al.

2007; Murias et al. 2007; Fernández-Fernandez et al. 2008; Fernández-Fernandez et al.

2009; Torres-Luque et al. 2011) determinaram a exigência fisiológica e/ou psicofísica

durante o jogo de tênis de campo, porém, não encontramos trabalhos científicos que

compararam essa exigência durante a partida após algum tipo de intervenção de

treinamento físico e técnico-tático.

Com o objetivo de comparar as demandas fisiológicas durante a partida de tênis

em diferentes superfícies, Torres-Luque et al. (2011) conduziram um estudo com 4

tenistas do sexo masculino com idade média de 16,9±0,7 anos e ranqueados no circuito

profissional argentino. Nas simulações das partidas de 90 minutos (assim como em

nosso estudo) em piso duro e saibro, o lactato foi mensurado a cada 10 minutos e a

frequência cardíaca registrada on-line a cada 5 segundos durante todo o jogo. Os valores

médios de lactato e frequência cardíaca (1,65±0,60 mmol/L; 143±22 bpm), na superfície

de saibro, foram mais baixos quando comparados ao nosso estudo, respectivamente.

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Martin et al. (2011) encontraram valores superiores de lactato (5,7±1,8 vs. 3,6±1,2

mmol/L) e FC média (154±12 vs. 141±9 bpm) quando compararam o jogo em quadra

de saibro e quadra de cimento, respectivamente. Nesse estudo, as coletas foram

realizadas a cada 4 games em um total de 16 games de jogo.

Dessa forma, os estudos corroboram que quando se joga em quadras com piso de

saibro, a exigência global da modalidade parece ser superior quando comparado ao jogo

em quadras com piso de cimento.

Se tratando ainda da intensidade durante a partida de tênis, Santos et al. (2012)

analisaram o comportamento da FC e PSE durante 180 minutos de simulação de jogo

em 18 tenistas de nível nacional. O tempo na zona de alta intensidade da FC aumentou

gradativamente ao longo das 3 horas de jogo (25,1%; 28,3%; 32,0%) assim como a PSE

(3,3±1,4; 4,4±1,2; 5,8 ±1,5). Podemos notar um comportamento semelhante a este em

nosso estudo ao analisarmos tanto no PRÉ quanto no PÓS intervenção que a FC e PSE

durante o jogo apresentaram uma tendência de aumento a cada 30 minutos de jogo

realizado. Corroboramos com Santos et al. (2012) quando citam que as demandas

internas (PSE e FC) influenciam os parâmetros de carga externa da partida conferindo

assim ao tênis uma característica intermitente extremamente variável.

A carga interna da partida (CIP) foi calculada a partir da multiplicação da PSE e

volume total da partida: CIP = PSE x 90 min, e está representada pelo Gráfico 5 abaixo.

Observamos que a CIP foi menor no GO quando comparada ao GL no momento PRÉ.

Observamos também que a CIP foi maior entre os momentos PRÉ e PÓS apenas no

GO.

Conforme discutido, estudos anteriores utilizaram a escala de percepção de

esforço multiplicada pelo volume das sessões de treinamento para estimar a carga de

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treinamento em atletas de tênis (COUTTS et al., 2010; GOMES et al., 2013). Em nosso

estudo, além de mensurar a carga de treinamento semanal utilizando a metodologia

desenvolvida por Foster (1998), calculamos a carga interna da partida para mensurar de

forma mais concreta do que o jogo poderia representar ao atleta quanto demanda

fisiológica. Com o volume fixo da partida estabelecido em 90 minutos, observamos que

as variações PSE foram determinantes para indicar demandas diferentes nos momentos

PRÉ e PÓS intervenção.

Apenas o GO apresentou aumento na CIP entre os dois momentos investigados.

Hipoteticamente essa variação pode ser resultante de diferentes fatores, como condições

climáticas, disposição dos atletas e/ou melhora na condição física. Os indicadores de

desempenho da partida nos ajudam no entendimento dessas variações, portanto, são

apresentados a seguir.

Os indicadores de desempenho temporais são apresentados na Tabela 4. O

tempo efetivo de jogo aumentou entre os momentos PRÉ e PÓS nos GL e GO. Além

disso, o tempo efetivo de jogo foi superior no GO quando comparado ao GC tanto no

momento PRÉ quanto no momento PÓS. A duração dos ralis (30 a 60 min) aumentou

entre os momentos PRÉ e PÓS apenas no GO. O número de troca de bolas por ponto

aumentou no último período da partida (60 a 90 min) no GO. A duração dos intervalos

entre os pontos não apresentou alteração após a intervenção nos grupos estudados.

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Tabela 4 – Efeito do macrociclo de 9 semanas de treinamento físico e técnico-tático sobre indicadores de

desempenho temporais ao longo da simulação de 90 minutos de jogo em tenistas adolescentes

Variáveis Duração GCPRE GCPOS ∆% GLPRE GLPOS ∆% GOPRE GOPOS ∆%

Tempo

Efetivo de

Jogo (%)

- 17,0±0,5 17,6±0,4 3,3 17,8±0,9 18,6±1,1¥ 4,3 19,0±1,5* 20,0±1,1¥** 5

0 a 30

min

5,6±0,7 5,8±0,6 4,4 6,4±1,3 6,8±1,2 5,6 6,2±1,3 7,1±1,2 11,7

Duração

dos Ralis

(s)

30 a 60

min

5,9±0,6 6,1±0,5 3,3 6,9±1,1 7,2±1,0 5,4 6,6±1,1 7,5±1,0¥ 11,5

60 a 90

min

5,6±0,5 5,8±0,6 3,5 6,5±1,2 6,6±0,9 1,1 6,0±1,1 7,4±1,2 18,3

0 a 30

min

3,8±0,3 4,0±0,4 5,1 4.2±0,7 4,4±0,6 5,4 4,0±0,6 4,4±0,6 8,3

Número

de Troca

de Bolas

30 a 60

min

4,1±0,3 4,2±0,3 1,7 4,6±0,6 4,7±0,5 2,1 4,4±0,5 4,8±0,5 7,1

Por Ponto

(nº)

60 a 90

min

3,8±0,4 4,0±0,3 3,9 4,3±0,7 4,4±0,5 2,5 4,0±0,5 4,9±0,6¥ 17,7

0 a 30

min

19,6±1,2 20,1±0,8 2,5 18,0±2,3 18,6±1,4 3,4 17,8±2,4 18,4±1,6 3,2

Duração

dos

Intervalos

30 a 60

min

19,7±1,3 20,2±1,2 2,2 18,4±2,5 19,3±1,2 4,9 17,9±2,0 18,9±1,7 5,3

Entre os

Pontos (s)

60 a 90

min

20,1±1,2 19,8±1,4 -1,8 20,1±1,6 19,3±2,1 -4,1 18,1±2,1 19,3±2,0 6

¥ p < 0,05 pré vs pós; # p < 0,05 GC vs GL (pré); ## p < 0,05 GC vs GL (pós); * p < 0,05 GC vs GO (pré); ** p < 0,05 GC vs GO (pós);

ǂ p < 0,05 GL vs GO (pré); ǂǂ p < 0,05 GL vs GO (pós).

De acordo com Fernandez-Fernandez et al. (2006) o tempo efetivo de jogo é

variável de acordo com o piso em que se joga. Nas quadras de saibro, o tempo total em

que o tenista fica em atividade é em média de 20% a 30% do total da partida. Nas

quadras de cimento, ou seja, mais rápidas, o tempo de jogo diminui para 10% a 15% do

total da partida.

Em nosso estudo, os três grupos apresentaram tempo efetivo de jogo entre 17% a

20%. Todos os jogos foram realizados em quadras de saibro, portanto, abaixo do que se

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60

encontra na literatura. Possivelmente, esse resultado possa estar associado a um nível

técnico-tático inferior ao de tenistas de mesma idade e/ou melhores ranqueados assim

como os tenistas profissionais.

Durante um torneio em quadra de saibro, oito tenistas do sexo feminino com

média de idade de 17±2,4 anos e tempo médio de prática na modalidade de 9±3,6 anos

apresentaram tempo efetivo médio de jogo de 21±6,1% (FERNÁNDEZ-FERNÁNDEZ

et al., 2008). Em nosso estudo, o GO se aproximou dessa média se diferenciando

estatisticamente dos demais grupos. Porém, essa diferença também foi observada no

momento PRÉ, minimizando a possibilidade do treinamento ter influenciado essa

variável.

Os indicadores de desempenho temporais do nosso estudo apresentaram

similaridade com a literatura. Santos et al. (2012) encontrou em seu trabalho que a

maioria dos pontos disputados (31,8%) ocorreu entre 4 a 6 segundos e 72% dos pontos

da partida foram decididos entre 1 e 2 trocas de bola.

O estudo de Hornery et al. (2007) avaliaram 14 tenistas profissionais que

jogaram em torneios oficiais em quadras de saibro. Após análise das partidas, foi obtida

duração média dos pontos (7,5±3,0 s), trocas de bola por ponto (4,5±2,0) e intervalo

entre os pontos (17,2±3,3 s). Embora o atleta procure descansar mais entre os pontos

quando os ralis são mais longos, o estudo de Hornery et al. (2007) demonstrou que

outros fatores poderiam influenciar no desempenho do atleta ao longo da partida como o

nível de hidratação, resistência ao calor e dano muscular agudo.

Fernández-Fernández et al. (2009) não encontraram diferenças entre duração dos

ralis (6,3±4,1 vs. 7,6±5,5 s) e descanso entre os pontos (14,5±5,2 vs. 13,9±5,5 s) em

jogadores veteranos avançados e recreacionais. Nesse estudo também foi calculado o

gasto energético durante 30 minutos de partida a partir do consumo de oxigênio,

também sem apresentar diferenças entre os dois grupos (263,1±49,4 vs. 281,3±61,8

kcal/min), respectivamente.

Entendemos que para manter a intensidade dos golpes e jogadas ao longo da

partida o tenista deve utilizar bem os diferentes intervalos que ocorrem de acordo com

as regras. Desde 2004, o intervalo máximo permitido entre os pontos é de 20 segundos,

90 segundos quando ocorre a troca de lado da quadra e 120 segundos entre os sets

(FERNÁNDEZ-FERNÁNDEZ et al., 2006; MIRANDA, 2011).

Utilizar as regras como estratégia e tática, no momento do jogo, pode resultar em

melhores resultados para o tenista. Os pontos vencidos, erros não-forçados e erros

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forçados são apresentados na Tabela 5. Observamos uma diminuição dos erros não-

forçados entre os momentos PRÉ e PÓS nos grupos GC e GO.

A distância percorrida, velocidade máxima e número de passos durante o jogo

também são apresentados na mesma tabela (Tabela 5). Apesar de não apresentar

diferenças significativas na velocidade máxima atingida, os dois grupos que associaram

treinamento físico ao treinamento técnico-tático (GL e GO) apresentaram aumento da

distância percorrida e número de passos durante o jogo após a intervenção.

Tabela 5 – Efeito do macrociclo de 9 semanas de treinamento físico e técnico-tático sobre indicadores de

desempenho técnico-táticos ao longo da simulação de 90 minutos de jogo em tenistas adolescentes

Variáveis GCPRE GCPOS ∆% GLPRE GLPOS ∆% GOPRE GOPOS ∆%

Pontos

Vencidos

72,1±7,1 71,6±6,4 -0,8 71,8±7,1 73,7±5,2 2,6 67,8±6,7 69,1±6,8 1,9

Erros Não

Forçados

35,7±2,5 33,3±1,8¥ -7,3 36,2±2,4 34,9±1,8 -3,7 38,7±3,3 36,2±3,1¥ -6,9

Erros Forçados 13,6±1,3 14,6±0,9 6,9 13,1±1,2 15,0±1,5¥ 12,7 15,0±2,4 15,2±2,3 2

Distância

Percorrida

(m)

4291,4±295,1 4415±243,2 2,8 4118,6±521,9 4562±286,5¥ 9,7 4069,0±452,2 4535,1±247,0¥ 10,3

Velocidade

máxima (Km/h)

11,3±0,6 11,6±0,6 2,7 11,6±0,9 11,9±0,6 2,8 11,6±1,1 12,1±0,8 4,4

Número de

passos (nº)

6616,1±329,1 6650,3±203,6 0,5 7054,2 7510,1±742,5¥ 6,1 7000,9±658 7455,2±715,7¥ 6,1

¥ p < 0,05 pré vs pós; # p < 0,05 GC vs GL (pré); ## p < 0,05 GC vs GL (pós); * p < 0,05 GC vs GO (pré); ** p < 0,05 GC vs GO (pós); ǂ p

< 0,05 GL vs GO (pré); ǂǂ p < 0,05 GL vs GO (pós).

Os dados de pontos vencidos e erros forçados e não forçados são publicados nos

sites oficiais das entidades organizadoras do tênis ITF, ATP ou nos sites oficiais dos

torneios. Considerando a final do Australian Open de 2018 na categoria juvenil,

observamos semelhança entre o número de pontos vencidos pelos atletas Sebastian

Korda (77 pontos vencidos) e Chun Hsin Tseng (71 pontos vencidos). Porém, quando se

considera a quantidade de erros não-forçados e forçados cometidos por estes jogadores

de 17 e 16 anos, respectivamente, observamos um valor muito inferior quando

comparado a nossa amostra. Enquanto em nosso trabalho os erros não-forçados

variaram de 33 a 38 erros, os finalistas do primeiro Grand Slam do ano cometeram 24

erros não-forçados (Korda) e 13 erros não-forçados (Tseng) (AUS OPEN, 2018).

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Kovalchik et al. (2017) realizaram uma análise do Grand Slam Australian Open

de 2017 envolvendo 62 jogadores júniores e 124 profissionais. Os profissionais tiveram

um maior percentual de pontos vencidos em relação aos erros não forçados quando

comparados aos juvenis. Enquanto os juvenis erraram 52,7 bolas por jogo, os

profissionais erraram 38,1 bolas.

A quantidade de pontos vencidos, erros forçados e erros não-forçados são

influenciadas por alguns fatores. O nível de experiência com a modalidade parece

influenciar diretamente nos aspectos técnicos-táticos, ou seja, há uma tendência

daqueles jogadores que praticam a modalidade por mais tempo em cometer menos erros

não-forçados e serem mais consistentes. Pacharoni e Massa (2012) ressaltam que

profissionais capacitados devem participar da formação do tenista a longo prazo com a

inclusão gradativa de competições visando o interesse do praticante em busca do

profissionalismo.

Existem jogadores que são considerados mais “agressivos” ou ofensivos e outros

considerados mais “consistentes” ou defensivos. Normalmente, o jogador ofensivo

apresenta uma quantidade maior de erros forçados e não-forçados por tentar arriscar

mais jogadas consideradas perigosas. Por outro lado, o jogador defensivo tende a

cometer menos erros forçados e não-forçados na tentativa de esperar o erro do

adversário. Brody (2006), considera que os jogadores buscam cada vez mais as laterais

e o fundo da quadra na tentativa de tornar mais agressivos. Uma das soluções sugeridas

por Brody (2006), foi utilizar o efeito topspin na bola fazendo com que a mesma se

mantenha na quadra pelo efeito descendente que é gerado na bola diminuindo assim a

possibilidade de erros.

A conquista dos pontos e a ocorrência dos erros pode também depender de

determinadas situações de jogo. Alguns momentos durante o jogo são considerados

críticos como as situações do placar em 40x40 ou em desvantagem (40xAD). Sacar para

fechar um set ou jogo quando se tem 5x4 games pode exercer pressão sobre o jogador

até mesmo entre os profissionais.

Klaassen e Magnus (2001) desenvolveram um interessante estudo sobre as

probabilidades de vitórias e conquistas de pontos em jogadores de tênis. Os autores

observaram que se o sacador conquistou o ponto anterior, a chance de ganhar o ponto

seguinte aumenta em 0,3% a 0,5%, porém, se o ponto anterior for perdido pelo sacador,

a chance de ganhar o ponto seguinte diminui de 5% a 7%. Foi observado ainda que

quando o ponto é considerado importante, a chance do jogador sacador conquistar esse

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ponto é diminuída. À medida que os sets avançam no jogo, por exemplo, sacar em 5x5

(30x40) no primeiro set é melhor do que sacar nessa mesma condição no terceiro set.

Para chegar a essas conclusões o estudo de Klaassen e Magnus (2001)

analisaram 258 partidas de simples para homens totalizando 57.319 pontos nos torneios

de Grand Slam de Wimbledon entre os anos de 1992 a 1995. Foi observado também

que quanto melhor o ranking do jogador, maiores são as chances de conquistar os

pontos. Sugere-se ao jogador que cada ponto seja disputado com a mesma concentração

e atenção.

Outro aspecto a ser analisado durante o jogo de tênis é a movimentação do

jogador ao longo da partida.

A distância percorrida durante o jogo é variável de acordo com o número de sets

disputados, o nível técnico do adversário e o tipo de superfície de jogo. Murias et al.

(2007) observaram em seu estudo que a distância percorrida por partida e por ponto foi

21% e 25% maiores em quadras de saibro comparadas às quadras de cimento,

respectivamente.

Segundo Murias et al. (2007) a distância percorrida por jogo de 3 sets pode

variar entre 1300 a 2500 metros e o deslocamento do jogador por ponto de 8 a 12

metros. Fernández-Fernández et al. (2006) relatam que em jogo de 3 sets cerca de 300 a

500 esforços de alta intensidade são realizados, cerca de 4 mudanças de direções são

realizadas por ponto e 8 a 12 metros são percorridos até a sua conclusão. Além dos

fatores citados anteriormente, o tipo de bola, sexo e estratégia de jogo influenciam

nessas variáveis.

Em nosso estudo, encontramos um valor superior na distância percorrida durante

o jogo ao relatado pela literatura e acreditamos que essa diferença foi ocasionada pelo

fato de não termos disponibilizado aos atletas durante o jogo os “pegadores de bola”.

Dessa forma, o próprio jogador buscava a bola no término do ponto, o que pode ter

ocasionado esse aumento da distância encontrada. Outro fator importante que podemos

apontar foi o aumento da distância e número de passos durante o jogo após a

intervenção apenas nos grupos que fizeram treinamento físico. Como os jogadores

enfrentaram os mesmos adversários nas mesmas condições de horário, superfície de

jogo e tipo de bola, podemos inferir que o treinamento físico pode ter influenciado

nessas variáveis permitindo aos jogadores correr mais ao longo dos pontos ou tentar

chegar eventualmente em uma bola mais distante durante uma jogada.

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Kovalchik et al. (2017) ao analisar os torneios Australians Open de 2012 a 2017

observaram que uma das grandes diferenças entre o tênis juvenil e profissional se apoia

sobre o aspecto físico observado na exigência da partida. A velocidade do saque e dos

golpes de base, a duração dos ralis, a distância total da partida e o trabalho realizado são

superiores no tenista profissional. Embora a velocidade e mudanças de direção tenham

sido superiores no tênis juvenil, a sustentabilidade desse esforço não é mantida como no

tênis profissional.

A Tabela 6 (Apêndice 25) mostra a correlação entre os pontos vencidos e as

variáveis de capacidades físicas e indicadores de desempenho antes e após a intervenção

do treinamento físico.

Observamos na presente análise tendência positiva entre o aspecto técnico-

tático, indicadores de desempenho e capacidades físicas em tenistas adolescentes

submetidos a dois modelos de periodização de força muscular.

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Análise 2 – Efeito dos modelos de periodização linear e ondulatório de força em 9

semanas de intervenção na composição corporal e aptidão cardiorrespiratória e

neuromuscular de tenistas

Nesta segunda análise objetivamos descrever o efeito de 9 semanas de

treinamento periodizado linear e ondulatória de força na composição corporal, aptidão

cardiorrespiratória e neuromuscular de tenistas.

O efeito das 9 semanas de treinamento físico sobre antropometria e composição

corporal pode ser observado na Tabela 7. Não foram encontradas diferenças entre as

variáveis: estatura, massa corporal, IMC, massa magra absoluta (MM) e gordura

corporal absoluta (GC).

Tabela 7: Efeito das 9 semanas de treinamento físico e técnico-tático sobre variáveis antropométricas e

composição corporal em tenistas adolescentes

Variáveis GCPRE GCPOS ∆% GLPRE GLPOS ∆% GOPRE GOPOS ∆%

Estatura (m) 1,7±0 1,7±0 0,1 1,7±0 1,7±0 0 1,7±0,1 1,7±0,1 0,1

Massa

Corporal (Kg)

62,5±5,6 62,8±5,3 0,5 58,5±4,5 58,8±4,8 0,6 61,9±7 61,6±6,7 -0,5

IMC (Kg/m²) 20,8±1,2 20,9±1,1 0,5 20,4±1 20,5±1,1 0,5 21,7±2,3 21,6±2,2 -0,7

MM (Kg) 53,6±3,9 53,9±3,7 0,6 51,2±3,9 51,5±4,0 0,4 55,3±5,6 55,2±5,4 -0,2

GC (Kg) 8,9±1,7 8,9±1,6 -0,1 7,2±2,0 7,0±1,8 -2,7 6,6±1,4 6,4±1,3 -2,8

Quando se trata de esportes que dependem principalmente da potência muscular

é observado uma proporção massa corporal / estatura mais elevada quando comparado

ao nosso estudo (JUZWIAK et al., 2008). Pensando na aplicabilidade prática dessa

relação em contextos técnico-táticos, poderíamos sugerir que jogadores mais altos

podem ser mais agressivos em relação ao saque, alcançando a bola em um ponto mais

alto, maior envergadura para alcançar bolas mais distantes do corpo ao subir na rede

para executar o voleio. Em contrapartida, jogadores mais baixos podem apresentar

maiores níveis de agilidade e deslocamentos mais rápidos durante as jogadas.

O IMC encontrado em nosso estudo se assemelha aos valores encontrados por

Karnia et al. (2010) que avaliaram 16 tenistas poloneses de 15 e 17 anos de idade com

nível de treinamento médio de 9 anos e bem ranqueados nacionalmente. Uma possível

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explicação pode estar no nível de treinamento dos nossos atletas entre 2 a 5 anos

envolvidos com cargas de treinamento.

Nossos atletas apresentaram valores de gordura corporal mais baixo quando

comparados aos 27 tenistas de 14 a 18 anos do estudo de Juzwiak et al. (2008) que por

sua vez utilizaram como método de avaliação a Absorção de Raio X de Dupla Energia

para avaliação da composição corporal. Em nosso estudo utilizamos as dobras cutâneas

(DOC) para avaliação da composição corporal. Os três grupos do nosso estudo

apresentaram valores de gordura corporal em níveis recomendados para tenistas

adolescentes (JUZWIAK et al., 2008; GOMES al., 2009; CÓCARO et al., 2012). No

jogo de tênis, por se tratar de movimentações frequentes e explosivas, apresentar valores

reduzidos de gordura corporal pode significar melhores níveis de velocidade e agilidade

(JUZWIAK et al. 2008).

Não observamos alterações após a realização do treinamento físico sobre a MM.

Esses resultados podem estar associados com o período de intervenção insuficiente para

promover maiores modificações na composição corporal. Segundo Fleck (2011), os

estudos científicos ainda são inconclusivos em relação à composição corporal

principalmente quando se tratam de modalidades esportivas com características

acíclicas e dependentes de muitas variáveis.

Em tenistas do sexo feminino o treinamento periodizado promoveu alterações

positivas sobre a composição corporal quando comparado a modelos não-periodizados

ou circuitos de treinamento (KRAEMER et al., 2000; KRAEMER et al., 2003).

A comparação dos valores de MG e MM dos nossos atletas com outros estudos

de certa forma se inviabiliza pela diferença nos métodos de avaliação da composição

corporal. Enquanto fragmentamos a massa corporal em dois componentes: gordura

corporal (GC) e massa magra (MM) pela técnica de DOC, estudos que avaliaram

tenistas brasileiros utilizaram DXA (Juzwiak et al. 2008) e bioimpedância (KARNIA et

al., 2010).

Gomes et al. (2009) utilizaram a DOC para avaliação e comparação de 24

tenistas amadores e profissionais e os achados foram semelhantes aos encontrados em

nosso estudo, porém, por conta da idade superior dos jogadores os cálculos da

composição corporal foram efetuados por diferentes protocolos em relação ao nosso

estudo.

Encontramos por fim o estudo realizado por Cócaro et al. (2012) que avaliaram

28 tenistas da mesma faixa etária do nosso projeto utilizando o método de DOC e o

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mesmo protocolo para cálculo da composição corporal, porém, os dados são

apresentados apenas em percentual de gordura o que inviabiliza a comparação com os

valores absolutos de MG e MM do nosso estudo.

Outros estudos encontrados na literatura avaliaram o conteúdo e a densidade

mineral óssea por meio da avaliação DXA em tenistas pré-púberes (Sanchis-Moysi et al.

2010) ou tenistas pré-menarca (DUCHER et al., 2011). Segundo esses estudos, a

puberdade é uma época propensa ao fortalecimento e desenvolvimento do conteúdo

ósseo. A carga mecânica nos esportes de raquetes pode provocar assimetrias entre os

membros dominante e não-dominante decorrente das alterações morfológicas.

Acreditamos que no tênis de campo esse estresse seja ainda maior por se tratar

da raquete mais pesada quando comparamos com outras modalidades de raquetes como

o tênis de mesa, badminton e squash.

Assumimos como principais limitações a utilização de um método de avaliação

da composição corporal pouco utilizado em tenistas, o que de certa forma, inviabiliza

algumas comparações e ausência de algumas medidas antropométricas importantes

como circunferências de membros superiores e inferiores que poderiam trazer algumas

inferências sobre possíveis assimetrias.

O efeito treinamento físico de 9 semanas sobre as variáveis da aptidão física

associado aos testes metabólicos são apresentados na Tabela 8. Não observamos

diferenças significantes do treinamento apenas sobre a velocidade de 10 metros.

Comparando os momentos PRÉ e PÓS, observamos que a velocidade de corrida de 20

metros, Spider Test, tempo mínimo e máximo no TAT e yo-yo test apresentaram

melhora significante no GO. A potência aeróbia também melhorou significativamente

no GL após a intervenção. O GO apresentou melhores resultados no momento PÓS na

velocidade de 20 metros, Spider Test, tempo médio, mínimo e amplitude no TAT

quando comparado ao GL. O GO também foi superior no PÓS teste no yo-yo test

quando comparado ao GC. O GL por sua vez, foi superior ao GC no momento PÓS no

TAT mínimo e em sua amplitude.

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Tabela 8: Efeito do macrociclo de 9 semanas de treinamento físico e técnico-tático sobre variáveis da aptidão

física cardiorrespiratória em tenistas adolescentes

Variáveis GCPRE GCPOS ∆% GLPRE GLPOS ∆% GOPRE GOPOS ∆%

Velocidade 10

metros (s)

2,0±0,0 2,0±0,0 0,1 2,1±0,0 2,1±0,0 -2,2 2,2±0,1 2,1±0,1 -4,7

Velocidade 20

metros (s)

3,5±0,1 3,5±0,1 -0,7 3,8±0,1# 3,7±0,1 -2,5 3,6±0,1 3,3±0,1¥ǂǂ -

10,2

Spider Test (s) 18,4±0,3 18,1±0,2 -1,3 18,9±0,1 18,8±0,1 -0,6 18,7±0,3 18,0±0,2¥ǂǂ -3,9

TAT Médio (s) 14,6±0,3 14,5±0,2 -0,6 15,4±0,3 15,1±0,2 -2,2 15,0±1,0 14,04±0,9ǂǂ -6,6

TAT Mínimo

(s)

13,9±0,3 13,7±0,4 -1,3 15,0±0,4# 14,7±0,3## -2 13,9±0,9ǂ 13,1±0,6¥ǂǂ -5,6

TAT Máximo

(s)

15,5±0,2 15,5±0,3 0 15,8±0,3 15,4±0,3 -2,6 16,1±1,3 15,3±0,6¥ -5,1

TAT Amplitude

Máximo e

Mínimo (s)

1,6±0,3 1,8±0,3 9,5 0,8±0,1# 0,7±0,2## -

15,1

2,3±0,5ǂ 2,2±0,7ǂǂ -2,3

Yo-yo Test (m) 1360±70,7 1440,0±70,0 4 1320,0±104,0 1520±83,6¥ 20,3 1445,0±145,5 1680±129,1¥** 18,3

Yo-yo Test

(ml/kg/min)

41,6±0,6 41,8±0,6 0,5 41,1±0,9 42,3±0,7¥ 2,8 42,0±1,2 43,3±1,1¥** 2,9

¥ p < 0,05 pré vs pós; # p < 0,05 GC vs GL (pré); ## p < 0,05 GC vs GL (pós); * p < 0,05 GC vs GO (pré); ** p < 0,05 GC vs GO (pós); ǂ

p < 0,05 GL vs GO (pré); ǂǂ p < 0,05 GL vs GO (pós).

A velocidade associada ao metabolismo anaeróbio alático foi avaliada pelos

testes de velocidade de 10 e 20 metros. Essas distâncias, pouco encontradas nos livros

tradicionais de avaliação física, são muito utilizadas para avaliar tenistas (KRAEMER et

al., 2003; KOVACS et al., 2007; GIRARD; MILLET, 2009; SANNICANDRO et al.,

2014; MECKEL et al., 2015; KRAMER et al., 2017). O tamanho total da quadra

(23,77m) ITF (2012), pode ser uma das justificativas de utilizar as distâncias de 10 e 20

metros para avaliação de tenistas, já que, metade da quadra (11,88m) é a distância que

cada tenista percorre somado a alguns metros entre a linha de base e a área de recuo da

quadra que é variável dependendo dos tipos e níveis dos torneios.

Kovacs et al. (2007) avaliaram 8 tenistas júnior de nível ITF antes e após 5

semanas de treinamento recomendado mas não supervisionado, e não encontraram

melhoras no desempenho da velocidade. Em nosso estudo só foi observado melhora no

GO no PÓS teste de 20 metros. Ainda assim, os valores obtidos no estudo supracitado

foram melhores quando comparados aos tenistas do presente estudo.

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69

Os resultados encontrados em nosso estudo nos testes de velocidade anaeróbia

alática se assemelharam ao estudo de Girard e Millet (2009) que avaliaram 12 tenistas

de 13,6±1,4 anos com experiência mínima de 4 anos de competição. Dessa forma, os

níveis encontrados da velocidade em nossa amostra parecem estar de acordo com a

literatura. Em relação ao GO que melhorou seu desempenho no teste de 20 metros,

podemos atribuir esta melhora ao treinamento físico associado ao treinamento técnico-

tático ressaltando que este grupo também melhorou a força máxima de MMII e esta

capacidade física está associada (Girard e Millet, 2009) à melhora da velocidade. No

jogo de tênis os sprints representam grande importância nas ações explosivas

(Sannicandro et al. 2014) para alcançar uma bola curta próximo a rede ou se recuperar

no ponto após um lob.

Observamos também, após aplicação do programa de treinamento físico,

melhora na agilidade apenas no GO. Essa capacidade coordenativa foi avaliada pelo

spider test que já vem sendo aplicado na literatura (KOVACS et al., 2007; KRAMER et

al., 2017). O jogo de tênis tem sido descrito como “jogo das emergências” segundo

Kovacs (2006) já que a cada rebatida o atleta pode modificar as suas ações motoras com

uma grande exigência do tempo de reação e agilidade.

Gomes et al. (2013) demonstraram melhora na agilidade em tenistas nacionais

de grande índice técnico no ranking após uma periodização de 5 semanas de

treinamento físico envolvendo força muscular, velocidade e resistência. Corroborando

com este estudo, treinamos a velocidade com sobrecargas progressivas sobre a

intensidade, mas, não aumentamos a frequência semanal do treinamento, fato que

ocorreu no estudo citado.

Os valores encontrados em nosso estudo foram discretamente superiores aos

achados por Kramer et al. (2017) que avaliaram 47 tenistas por meio do spider test

(17,50±0,70s) e Kovacs et al. (2007) avaliaram 8 tenistas americanos ranqueados

nacionalmente (16,72±0,18s) após 5 semanas de treinamento não supervisionado.

Segundo Kovacs et al. (2007) esse teste é dependente do sistema glicolítico por durar

entre 16 a 18 segundos indicando que o treinamento físico deve atender à essas

exigências. Na realização do Spider Test o atleta percorre uma distância de 54,60 metros

fazendo 9 mudanças de direção.

Em nosso trabalho ao longo das 9 semanas de treinamento específico da

modalidade, realizamos exercícios com o intuito de desenvolver a velocidade. A

sobrecarga foi aplicada na diminuição da relação de esforço e pausa entre as séries de

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70

exercícios visando ao aumento da intensidade e a especificidade metabólica da

modalidade.

Embora a duração dos ralis ocorra entre 6 a 10 segundos (Kovacs, 2006;

Miranda, 2011), em alguns momentos da partida os ralis podem se tornar mais

prolongados. Jogadores que jogam na linha de base e pouco sobem à rede (Kovacs,

2006), tendem a disputar pontos mais longos. Portanto, avaliar o sistema energético

anaeróbio lático no tenista a partir da especificidade da modalidade torna-se necessário.

Nesse sentido, para avaliar a potência anaeróbia utilizamos o instrumento

desenvolvido por Carvalho e Cavaglieri (2014) que propuseram o teste anaeróbio em

tenistas (TAT) utilizando uma amostra de tenistas paulistas de 15 a 18 anos de idade,

federados e entre os 100 melhores ranqueados do estado.

Após a realização das 8 sequências de bolas rebatidas com intervalo de 20

segundos entre elas, estabelecemos o tempo médio, mínimo e máximo para realização

do teste. Também foi calculada a amplitude entre o tempo máximo e tempo mínimo

indicando o aumento de tempo na realização do desempenho de deslocamento do TAT.

Após a intervenção o GO apresentou melhores resultados no tempo médio e

mínimo quando comparado ao GL, embora este grupo tenha apresentado uma melhor

amplitude entre tempo máximo e mínimo quando comparado ao GO.

Nos achados de Carvalho e Cavaglieri (2014) seus atletas apresentaram um

tempo médio para realização do teste de 12,00±0,13s. Não encontramos outros estudos

que tenham aplicado o TAT em outros atletas de tênis de campo, mas, ressaltamos e

corroboramos com Carvalho e Cavaglieri (2014) sobre a realização de protocolos

específicos para auxiliar a elaboração e planificação do treinamento de tenistas.

Observamos melhora na potência aeróbia máxima nos dois grupos que

associaram o treinamento técnico-tático ao treinamento físico (GL e GO) após a

intervenção. Esta capacidade aeróbia é importante para o jogo de tênis, pois, a duração

da partida pode se estender por várias horas. Segundo Orea et al. (1996) quem apresenta

um mecanismo aeróbio mais eficiente poderá pagar o débito de oxigênio em momentos

de esforço máximo com melhor eficiência. Sendo o tênis de campo caracterizado como

jogo de relação intermitente entre esforço e pausa, apresentar um bom nível de VO2máx é

essencial na recuperação metabólica entre os pontos e sustentação do esforço ao longo

de toda a partida.

Com relação aos valores encontrados nossos atletas apresentaram resultados

discretamente mais baixos com a indicação que é uma variação de VO2máx entre 44 a

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69ml/kg/min de acordo com Kovacs (2006) porém, dentro da zona de indicação de 35,5

a 65,9ml/kg/min de acordo com Pluim et al. (2007).

Essa grande variação do VO2máx pode ser atribuída a idade, sexo e nível de

treinamento do tenista. Com relação à distância percorrida no Yo-Yo Test, além da

melhora após a intervenção nos GL e GO, este último grupo apresentou distância

significativamente superior quando comparado ao GC (GO 1680±129,1 vs. GC

1440,0±70,0 m) no momento PÓS.

Gomes et al. (2013) aplicaram o mesmo teste na avaliação da potência aeróbia

máxima em tenistas jovens e encontraram valores inferiores (1104,4 ± 363,0m) à

amostra do nosso estudo. Nesse trabalho a intervenção de treinamento foi inferior ao

nosso estudo em 4 semanas, o que pode justificar tais diferenças. Por outro lado, o

estudo realizado por Killit e Arslan (2016) encontrou distância (2215,7±123,3m) e

VO2máx (55,1±0,9ml/kg/min) superiores a nossa amostra, porém, tratou-se de tenistas

adultos (23,0±1,9 anos) e de nível profissional.

É importante ressaltar no estudo conduzido por Killit e Arslan (2016) que há

uma sugestão para avaliação da potência aeróbia máxima por meio de testes específicos,

embora não se tenha encontrado diferença entre os testes de campo e os laboratoriais.

Apesar de não termos utilizado um teste de quadra para avaliação dessa capacidade,

utilizamos um teste com características intermitentes que se assemelham a prática

esportiva do tênis de campo.

Na Tabela 9 são apresentados os resultados referentes à aptidão física

neuromotora. Os grupos de treinamento físico (GL e GO) aumentaram

significativamente no momento PÓS as manifestações de força isométrica, força

explosiva de membros inferiores e superiores, força máxima e de resistência nos

membros inferiores. Além disso, o GO apresentou valor significante superior na força

de resistência nos membros inferiores quando comparados aos GC e GL. A flexibilidade

apresentou diminuição significativa após a aplicação das 9 semanas de treinamento

apenas no GO. A força máxima e de resistência de membros superiores não se

modificaram ao longo do estudo em nenhum dos grupos estudados.

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Tabela 9 – Efeito do macrociclo de 9 semanas de treinamento físico e técnico-tático sobre variáveis da aptidão

física neuromotora em tenistas adolescentes

Variáveis GCPRE GCPOS ∆% GLPRE GLPOS ∆% GOPRE GOPOS ∆%

Preensão

manual MD

(Kgf)

39,3±1,8 39,3±1,9 0 37,5±2,5 39,0±2,8¥ 3,9 40,3±5,5 44,3±6,2¥ 9,1

Preensão

manual MND

(Kgf)

34,0±2,2 34,6±2,3 1,8 34,1±3,2 36,0±3,2¥ 5,1 34,0±5,2 37,3±5,8¥ 9

Salto

horizontal

(m)

2,0±0,1 2,0±0,0 1,6 1,9±0,1 2,0±0,1¥ 4,6 1,9±0,1 2,1±0,1¥ 8,2

Arremesso de

medicine ball

(m)

4,7±0,2 4,8±0,3 1,2 4,8±0,3 5,0±0,3¥ 3,4 5,0±0,5 5,3±0,5¥ 7,2

Força

Máxima

Supino (Kg)

87,7±5,6 88,9±3,4 1,3 91,2±8,2 100,2±10,8 9 92,0±11,3 104,4±11,1 11,9

Força

Máxima Leg-

press (Kg)

194,9±8,6 200,9±7,3 3 213,6±10,8 228,4±13,2 6,5 218,2±18,4 249,8±19,7¥ 12,7

Resistência

de força -

Supino (repts)

15,6±0,9 15,7±0,5 0,9 16,2±0,6 17,3±0,7 6,4 16,3±1,1 17,0±0,5 4,1

Resistência

de força -

Leg-press

(repts)

17,3±0,6 17,7±0,5 2,4 17,6±0,7 18,7±0,8¥ 5,9 18,7±1,3 21,3±1,1¥**ǂǂ 12,2

Flexiteste

(UA)

22,6±1,2 23,4±1,1 3,7 23,8±0,7 22,1±0,9 -7,7 21,2±1,6ǂ 19,8±1,3** -7,1

¥ p < 0,05 pré vs pós; # p < 0,05 GC vs GL (pré); ## p < 0,05 GC vs GL (pós); * p < 0,05 GC vs GO (pré); ** p < 0,05 GC

vs GO (pós); ǂ p < 0,05 GL vs GO (pré); ǂǂ p < 0,05 GL vs GO (pós).

Avaliamos a força isométrica a partir do teste de preensão manual nas mãos

dominante (MD) e não-dominante (MND). Para evitar que a raquete desvie da trajetória

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da bola nas diferentes situações de jogo é necessário ao tenista apresentar firmeza na

articulação no punho (KOVACS, 2006). Além disso, a raquete do tenista pesa em média

290 a 310g e ele deve apresentar uma musculatura que envolve a articulação do punho

forte para suportar esse peso que é aumentado quando associado ao impacto exercido

sobre a bola no momento de contato com a raquete.

Dessa forma, o treinamento com a raquete pode produzir uma adaptação

neuromuscular afetando principalmente a MD (PEREIRA et al., 2011). Em 182 tenistas

infanto-juvenis de ambos os sexos filiados a Confederação Brasileira de Tênis, Pereira

et al. (2011) identificaram que a força de preensão manual (FPM) aumenta no sexo

masculino a partir dos 11 anos de idade, porém, essa FPM começa a se diferenciar em

relação a MND a partir dos 14 anos de idade.

O valor encontrado em nosso estudo para força isométrica na MD se assemelhou

aos tenistas de 16 anos de idade (38,1±3,3 kgf) investigados por Pereira et al. (2011)

porém, na MND os valores encontrados (24,1±4,2 kgf) foram inferiores em relação aos

nossos grupos.

Apesar de encontrar valores superiores em relação a nossa amostra, Girard e

Millet (2009) não observaram melhora da FPM após 5 semanas de treinamento. Em

nosso estudo, os GL e GO aumentaram a força isométrica nos dois membros avaliados

demonstrando que o treinamento foi efetivo.

A força explosiva é a manifestação de força considerada predominante no jogo

de tênis (EUCLYDES et al., 2005; KOVACS, 2006). Em membros inferiores ela está

associada com os deslocamentos envolvendo aceleração, sprints curtos e mudanças de

direção (GIRARD; MILLET, 2009; GOMES et al., 2013). Nos membros superiores, a

força explosiva na região superior do corpo está associada à execução do saque e dos

golpes de fundo de quadra (MECKEL et al., 2015; ULBRICHT et al., 2016; KRAMER

et al., 2017).

Em nosso estudo, pudemos observar que os grupos que participaram do

treinamento físico associado ao treinamento técnico-tático apresentaram melhora

significativa nos testes de salto horizontal e arremesso de medicine ball em membros

inferiores e superiores, respectivamente.

Os dez tenistas avaliados no estudo de Gomes et al. (2013) não apresentaram

melhora da força explosiva em membros inferiores após 5 semanas de treinamento

periodizado. Os autores atribuíram esse achado inesperado ao “fenômeno da

interferência” já que o treinamento de potência pode ter concorrido com o treinamento

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de força e resistência. Por outro lado, Kraemer et al. (2000) demonstraram melhora

significativa na força explosiva de membros inferiores, porém, com uma intervenção

dedicada apenas ao treinamento de força muscular periodizado.

Estabelecer comparações entre os valores encontrados em nosso estudo e em

outros trabalhos já publicados se tornou uma difícil tarefa já que os sexos estudados

foram diferentes (Kraemer et al. 2000; Kraemer et al. 2003) e principalmente, às

diferentes maneiras de testar e avaliar a força explosiva de membros inferiores por

diferentes tipos de saltos: standing long jump (Kovacs et al. 2007); squat jump,

countermovement jump, drop jump, multirebound jumps (Girard e Millet, 2009);

countermovement jump (Ulbricht et al. 2016); squat jump, countermovement jump

(KRAMER et al., 2017).

Outra manifestação de força evidenciada pela literatura (Orea et al. 1996;

Kraemer et al. 2000; Kraemer et al. 2003; Kovacs, 2006; Gomes et al. 2013) como

capacidade física importante para o atleta de tênis de campo é a força máxima. Para sua

avaliação adotamos o exercício supino para avaliar a região superior do corpo e o leg-

press para a região inferior do corpo por meio do teste de 1RM.

Após a aplicação do treinamento físico e técnico-tático apenas o GO apresentou

melhora significativa em relação ao momento PRÉ na região inferior do corpo. Gomes

et al. (2013) utilizaram o mesmo teste e exercícios em tenistas e encontraram melhora

significativa após treinamento de 5 semanas. Interessante nesse trabalho, a maior carga

de treinamento foi utilizada apenas na segunda semana (70% de 1RM) com 12

repetições por série.

Kraemer et al. (2003) utilizaram cargas de treinamento mais semelhantes as do

nosso trabalho para o desenvolvimento da força máxima. No grupo que treinou de modo

periodizado foram utilizadas cargas de 4 a 6RM, embora o grupo que treinou de modo

não-periodizado tenha utilizado cargas de 8 a 10RM e também obtido melhora da força

máxima mesmo sem ter variado as cargas de treinamento ao longo do estudo.

Em nosso estudo dedicamos 3 semanas de treinamento para os GL e GO para o

desenvolvimento da força máxima com zona de repetições de 4 a 6RM e intervalo de 2

a 3 minutos.

Utilizando 50% da carga obtida no teste de 1RM identificamos a resistência de

força no supino e no leg-press por meio do teste de repetições máximas. Porém, para

essa manifestação de força, os dois grupos que fizeram treinamento de força obtiveram

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melhora significativa após a intervenção de 9 semanas, mas também, assim como na

força máxima, somente na região inferior do corpo.

Kovacs et al. (2007) não observaram melhora na resistência de força após

aplicação de um treinamento de 5 semanas em 8 tenistas do sexo masculino. Porém,

nesse estudo foram adotados exercícios diferentes (sit-up e push-up) e protocolos

diferentes (número máximo de repetições em 1 minuto) quando comparado ao nosso

estudo.

Os mecanismos que explicam ganho de força são apontados por Roschel et al.

(2011) que sugerem ganhos iniciais de força a partir do aumento do recrutamento e

sincronização de unidade motoras, diminuição da co-contração da musculatura

antagonista e aprendizagem do movimento. Portanto, esses mecanismos iniciais podem

ser atribuídos a adaptações neurais. Ganhos adicionais de força podem ser atribuídos às

adaptações morfológicas, ou seja, ao aumento da massa muscular.

Minozzo et al. (2008) destaca a importância da periodização do treinamento de

força para obtenção de um rendimento ótimo de acordo com a especificidade das

modalidades esportivas. Além disso, o treinamento de força periodizado, seja linear ou

ondulado, apresentam adaptações mais pronunciadas sobre as diferentes manifestações

de força, quando comparado à modelos não-periodizados.

Umas das explicações do exposto acima é que a variação do volume e

intensidade criam melhores condições para o desenvolvimento hipertrófico, pela maior

indução de estresse metabólico e endócrino, de força máxima e potência, por meio do

estresse neural, e da força de resistência, pela grande mobilização metabólica

(MINOZZO et al., 2008).

Quando se comparam modelos de periodização linear e ondulado, Minozzo et al.

(2008) destacam que o modelo ondulado tem apresentado resultados superiores,

principalmente quando se trata das forças máxima e potência. A grande dificuldade da

aplicação desses modelos no esporte é justamente a grande variabilidade de práticas

motoras e interações com outras capacidades físicas.

O tênis de campo se enquadra bem nesse aspecto e por esse motivo, em nosso

estudo, tentamos diminuir essas variabilidades da prática controlando o treinamento

técnico-tático e o treinamento físico específico e de resistência (periodização linear para

ambos os grupos) e equalizamos o treinamento de força mesmo utilizando modelos de

organização diferentes.

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Embora os resultados indiquem melhoras significativas para GL e GO nas

manifestações de força avaliadas, o GO apresentou uma discreta superioridade na

magnitude do efeito, nos testes de salto, arremesso, força máxima e resistência de força.

Esses achados confirmam a nossa hipótese inicial que o grupo de treinamento

ondulatório obtivesse melhores resultados nos testes associados à força muscular.

Com relação à frequência de treinamento de força, Reid e Schneiker (2008)

consideram que duas sessões semanais envolvendo força e potência intercaladas com

sessões de resistência para não induzir hipertrofia e prevenir lesões são suficientes para

atletas profissionais.

Mostramos ainda na Tabela 9, redução dos níveis de flexibilidade apenas no GO.

Embora a importância da flexibilidade seja evidenciada por Kovacs (2006), que sugere

que esta capacidade seja trabalhada em todas fases de uma temporada, em nosso

trabalho, não conseguimos disponibilizar sessões específicas para seu desenvolvimento

e apenas alongamentos foram realizados antes das sessões de treinamento físico e

técnico-tático, mas, sem qualquer controle de carga de treinamento para esta capacidade

física. Assim, assumimos essa limitação ao nosso estudo. Talvez por esse motivo, o GO

tenha apresentado redução dos níveis de flexibilidade.

Apesar das adaptações positivas decorrentes da demanda do jogo de tênis,

Kovacs (2006), ressalta que a grande quantidade de repetições dos gestos pode também

acarretar adaptações negativas como microtraumas musculares formando cicatrizes que

podem diminuir a amplitude de movimento articular afetando inclusive a produção de

força muscular.

Contudo, o estudo de Meckel et al. (2015) embora ressalte a importância da

flexibilidade para o tenista, encontraram uma baixa correlação entre a flexibilidade e o

ranking do jogador atribuindo falta de clareza entre flexibilidade e rendimento

esportivo. Ainda assim, corroboramos com Kovacs (2006), que sugere um programa

individualizado para esta capacidade enfatizando principalmente os isquiotibiais que são

bastante solicitados durante a partida principalmente pela constante posição de

expectativa do jogador diante das imprevisibilidades do jogo.

O propósito de discutir o tamanho do efeito do treinamento sobre as variáveis na

tabela abaixo se baseia nos princípios de Rhea (2004), que pensou nesse cálculo

matemático com o objetivo de diminuir a lacuna entre a análise dos dados coletados em

pesquisas e aplicação dos mesmos na prática. Dentre as vantagens de utilizar esse

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cálculo, Rhea (2004), destaca a facilidade em medir e interpretar as mudanças em um ou

mais grupos e comparar diferentes métodos de treinamento.

Dessa forma, apresentamos abaixo (Tabela 10) a magnitude do efeito (ME)

induzido pelo macrociclo de treinamento físico e técnico-tático sobre a aptidão física

nos diferentes grupos de tenistas.

Tabela 10 – Magnitude do efeito induzido pelo macrociclo de treinamento

físico e técnico-tático sobre a aptidão física em tenistas adolescentes

Variáveis da Aptidão Física GC GL GO

Massa Corporal (kg) 0,1 0,1 0

GC (%) 0,2 0,5 0,5

GC (Kg) 0,1 0,4 0,3

MM (%) 0,6 1,1 0,7

MM (Kg) 0 0,1 0

Velocidade 10 metros (s) 0,1 1 1

Velocidade 20 metros (s) 0,3 1,7 2,7*

Spider Test (s) 2 1 2,4*

TAT (s) 0,3 1 0,9

Yo-yo Test (m) 0,4 1,4* 1*

Yo-yo Test (ml/kg/min) 0,4 1* 1,4*

Preensão manual MD (Kgf) 0 0,6* 0,7*

Preensão manual MND (Kgf) 0,3 0,6* 0,6*

TAT (s) 0,3 1 0,9

Salto horizontal (m) 0,6 1* 1,3*

Arremesso de medicine ball (m) 0,2 0,5* 0,8*

Força Máxima Supino (Kg) 0,2 1,1 1,1

Força Máxima Leg-press (Kg) 0,7 1,4 1,7*

Salto horizontal (m) 0,6 1* 1,3*

Resistência de força - Supino (repts) 0,2 1,9 0,7

Resistência de força - Leg-press (repts) 0,7 1,5* 2*

Flexiteste (UA) 0,7 2,3 0,9

Magnitude do efeito - treinados recreacionalmente: trivial (<0,35); pequeno

(0,35-0,80); moderado (0,80-1,50); grande (>1,50). *p < 0,05 PRÉ vs. PÓS

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Podemos observar que a velocidade de 20 metros e o spider test apresentaram

ME grande apenas no GO. Ressaltamos que a velocidade é de extrema importância para

o tenista (Kraemer et al. 2003; Kovacs et al. 2007; Girard e Millet, 2009; Sannicandro et

al. 2014; Meckel et al. 2015; Kramer et al. 2017), principalmente na sua fase inicial que

compreende o tempo de reação e a aceleração para execução do golpe a partir de uma

situação de jogo que exija do jogador percorrer alguns metros. As mudanças de direção

em menor tempo possível também são exigidas recorrentemente durante uma partida de

tênis. Além do treinamento específico que foi constituído de 4 exercícios enfatizando o

tempo de reação, agilidade e força explosiva de membros inferiores e superiores,

acreditamos que o treinamento de força ondulatório tenha influenciado nessa variável.

O treinamento físico também foi capaz de induzir aos dois grupos (GL e GO)

ME moderada sobre a potência aeróbia máxima. Esta importante capacidade física

(Orea et al. 1996; Kovacs, 2006; Pluim et al. 2007), ligada à duração total da partida e

recuperação metabólica entre os pontos, foi treinada em nosso trabalho apenas 1 vez por

semana por meio da periodização linear envolvendo os métodos fracionado e

intervalado ao longo da sucessão dos microciclos.

Entendemos que a frequência de uma única sessão semanal não tenha causado

mais adaptações sobre essa capacidade, mas, acreditamos que tal efeito tenha sido

resultante da especificidade desse treinamento somado ao volume de treinamento

técnico-tático realizado quase que diariamente.

Encontramos alterações significativas também sobre a força máxima de preensão

manual, porém, com ME pequena independente da dominância do membro superior.

Nesse caso, entendemos que a não especificidade do treinamento de força, em relação

ao tipo de contração, prevalecendo as contrações excêntricas e concêntricas sobre as

isométricas, não tenham influenciado esta capacidade mais fortemente.

A ME foi moderada para o teste de salto horizontal e pequena para o teste de

arremesso de medicine ball nos dois grupos de treinamento. Nesse caso, a força

explosiva não foi treinada diretamente na musculação, mas, podemos atribuir a

especificidade do treinamento técnico-tático, ao treinamento específico e ao treinamento

das demais manifestações de força as melhoras significativas ainda que, a ME tenha

sido moderada e pequena, respectivamente aos testes de salto e arremesso.

Devido a importância da força explosiva nas diversas situações de jogo no tênis

(Kraemer et al. 2000; Kraemer et al. 2003; Kovacs, 2006; Gomes et al. 2013),

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acreditamos que para futuros estudos com o intuito de aprimorar essa capacidade,

incluam sessões de treinamento de força específicas na periodização de treinamento.

Observamos que o treinamento físico induziu uma ME grande sobre a força

máxima em MMII apenas sobre o GO. Durante três microciclos aplicamos nos dois

grupos de treinamento duas sessões semanais compostas por repetições (4 a 6 RM) e

intervalos (2 a 3 min) referentes a esta manifestação de força.

Minozzo et al. (2008) destacam que a força máxima, assim como a força

explosiva, tem demonstrado resultados mais expressivos quando desenvolvidas a partir

de periodizações ondulatórias. Acreditamos que a melhora da força máxima represente,

durante jogo, maior capacidade de aceleração para alcançar uma bola, por exemplo. Já a

resistência de força, associada à manutenção dos golpes e movimentação durante todo o

jogo (Kovacs, 2007), apresentou ME significativamente moderada no GL e grande no

GO apenas para MMII.

Essa manifestação de força foi treinada na zona de 12 a 15RM com intervalos de

60 a 120 segundos. Nos membros superiores o treinamento físico não foi capaz de

induzir ME significativas para as forças máxima e resistência.

Finalizamos a segunda análise do nosso estudo reforçando a importância do

treinamento físico periodizado para o desenvolvimento das capacidades físicas

associadas à especificidade da prática do tênis de campo. Acreditamos que o nosso

estudo, com todas as limitações enfrentadas, conseguiu cumprir este objetivo específico

que foi desenvolver as capacidades físicas a partir do treinamento físico associado ao

treinamento técnico-tático. Salientamos ainda sobre a ótica da magnitude do efeito que

o treinamento físico associado ao treinamento técnico-tático foi capaz de induzir

alterações interessantes em diferentes capacidades inerentes ao jogo de tênis.

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Análise 3 – Efeito dos modelos de periodização linear e ondulatório de força em 9

semanas de intervenção na velocidade de saque, forehand e backhand de tenistas

Na presente análise, o objetivo do estudo foi descrever o efeito dos modelos de

periodização linear e ondulatório de força em 9 semanas de intervenção nas habilidades

técnicas de saque, forehand (FH) e backhand (BH) de tenistas.

A Tabela 11 apresenta os dados sobre o efeito do treinamento físico e técnico-

tático sobre a velocidade dos três fundamentos mais efetuados durante o jogo de tênis: o

saque e os golpes de fundo de quadra, FH e BH. Pudemos observar que houve aumento

na velocidade do saque e FH após o treinamento nos GL e GO e aumento da velocidade

do BH apenas no GO que apresentou valores superiores nos três golpes quando

comparado ao GC e quando comparado ao GL apresentou superioridade na velocidade

do saque e BH.

Tabela 11 – Efeito do macrociclo de 9 semanas de treinamento físico e técnico-tático sobre os

fundamentos técnicos específicos em tenistas adolescentes

Variáveis GCPRE GCPOS ∆% GLPRE GLPOS ∆% GOPRE GOPOS ∆%

Velocidade

de Saque

(Km/h)

127,6±5,4 128,9±4,3 1 124,8±4,7 128,0±4,5¥ 2,5 129,4±4,1 136,6±2,8¥**ǂǂ 5,3

Velocidade

de Forehand

(Km/h)

109,7±3,7 111,4±4,7 1,5 113,1±3,2 117,4±3,8¥ 3,7 115,5±7,1 122,3±4,3¥** 5,6

Velocidade

de

Backhand

(Km/h)

99,7±2,7 100,9±3,6 1,1 100,7±1,7 102,2±1,5 1,5 105,9±4,5*ǂ 112,6±4,6¥**ǂǂ 6

¥ p < 0,05 pré vs pós; # p < 0,05 GC vs GL (pré); ## p < 0,05 GC vs GL (pós); * p < 0,05 GC vs GO (pré); **

p < 0,05 GC vs GO (pós); ǂ p < 0,05 GL vs GO (pré); ǂǂ p < 0,05 GL vs GO (pós).

A velocidade dos fundamentos técnicos tem sido amplamente estudada em

tenistas de ambos os sexos (KRAEMER et al., 2000; KRAEMER et al., 2003;

HORNERY et al., 2007; FERNÁNDEZ- FERNÁNDEZ et al., 2013). No estudo de

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Hornery et al. (2007) com atletas profissionais de ambos os sexos foi verificado a

velocidade média do primeiro e segundo saque em diferentes tipos de superfície.

A média da velocidade de saque obtida em nosso estudo foi discretamente

inferior à média do segundo serviço dos atletas profissionais (134±12 km/h). Embora a

precisão do segundo saque seja maior quando comparado ao primeiro serviço, o estudo

de Hornery et al. (2007) mostra que o percentual de pontos ganhos com o segundo

serviço (61±35) é menor quando comparado aos pontos jogados com o primeiro serviço

(76±25%).

Myers et al. (2016) realizaram um estudo comparando a quantidade de serviços

realizados durante competições oficiais de tênis entre jogadores profissionais e juniores

de ambos os sexos. Nesse estudo foi verificado a partir de grande torneio profissional

(US Open) e júnior (Orange Bowl) que os tenistas chegam a executar entre 40 e 43

saques por set ressaltando a importância do aperfeiçoamento da técnica e do

fortalecimento muscular da região superior do corpo para prevenção de lesões.

Também foi observado nos grupos de treinamento melhora na velocidade do FH

(GL e GO) e BH (GO) após a nossa intervenção. Reid e Schneiker (2008) acreditam que

a potência gerada na bola está relacionada com a força de 1RM nos membros superiores

e inferiores, porém, atribuir um movimento complexo como os golpes de tênis a apenas

um único fator parece ser imprudente já que as velocidades desses golpes parecem

depender da combinação da força, coordenação, flexibilidade e técnica.

De modo semelhante ao nosso trabalho, porém com atletas do sexo feminino,

Kraemer et al. (2003) demonstraram nos seus dois grupos de treinamento de força

(periodizado e não-periodizado) quando comparado com o controle (apenas atividades

de tênis) que o treinamento, principalmente o periodizado, foi eficiente em melhorar a

velocidade dos três fundamentos: saque, FH e BH. Dessa forma, a periodização de

treinamento com variações de cargas pode causar adaptações que resultam no

desempenho de tenistas em longo prazo.

Finalizamos a nossa análise apresentando os resultados da Tabela 12. Nela,

apresentamos a magnitude do efeito (ME) sobre a velocidade das habilidades técnicas

após as 9 semanas de intervenção. Podemos observar que apenas os grupos de

treinamento físico apresentaram diferenças significantes com magnitude do efeito

pequena e grande no saque para os GL e GO, respectivamente. Na velocidade de FH a

magnitude do efeito foi moderada em ambos os grupos (GL e GO) e apenas o GO

apresentou magnitude do efeito moderada na velocidade de BH.

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Tabela 12 – Magnitude do efeito induzido pelo macrociclo de treinamento físico e

técnico-tático sobre a velocidade das habilidades técnicas em tenistas adolescentes

Velocidades dos Fundamentos Técnicos de Tênis GC GL GO

Velocidade de Saque (Km/h) 0,2 0,7* 1,8*

Velocidade de Forehand (Km/h) 0,5 1,3* 1*

Velocidade de Backhand (Km/h) 0,4 0,9 1,5*

Magnitude do efeito - treinados recreacionalmente: trivial (<0,35); pequeno (0,35-0,80);

moderado (0,80-1,50); grande (>1,50). *p < 0,05 PRÉ vs. PÓS

Acrescentando à discussão já realizada na Tabela 11, os dados de ME

encontrados nos dão suporte para acreditarmos que mesmo sofrendo influência dos

ajustes técnicos e táticos por parte do treinador, em nosso estudo, o treinamento físico

parece ter influenciado positivamente a velocidade dos fundamentos técnicos a partir da

associação de todas as capacidades envolvidas no treinamento, especialmente

velocidade e força muscular.

Dessa forma, concluímos essa análise ressaltando a importância do

desenvolvimento das capacidades físicas que podem influenciar a velocidade dos

fundamentos técnicos que são importantes para o sucesso no jogo.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Principais achados

Após análise e discussão dos resultados do nosso estudo destacamos como

principais achados a influencia do treinamento físico sobre os indicadores de

desempenho da partida, dando destaque ao grupo de treinamento de força ondulatório

(GO) que apresentou influência sobre mais variáveis quando comparado ao grupo de

treinamento de força linear (GL).

O treinamento periodizado foi capaz de melhorar as capacidades físicas após as

nove semanas de intervenção dando destaque ao GO que a parir da análise da magnitude

do efeito exerceu forte influência sobre a velocidade de aceleração, agilidade e força

máxima e resistência de força de membros inferiores.

Por fim, observamos também a influência positiva de ambos os grupos de

treinamento sobre a velocidade dos fundamentos técnicos enfatizando a magnitude

grande que o GO demonstrou sobre o saque após a intervenção.

Aplicações práticas do estudo e considerações finais

Criamos, planejamos e aplicamos um programa de treinamento de 9 semanas

que atendeu tenistas adolescentes de 14 a 18 anos de idade e nível competitivo mínimo

de 2 anos junto às entidades do tênis (FPT e CBT). Consideramos que esse programa de

treinamento atende as exigências da modalidade a partir da utilização de diferentes

modelos de organização das cargas de treinamento (linear e ondulatório) para a força

muscular, mas também, não esquecendo capacidades importantes para o jogo de tênis

como a velocidade e a resistência. Acreditamos que academias e clubes que tenham a

estrutura mínima de uma academia para treinamento de força com alguns equipamentos

possam usufruir de um programa de treinamento físico aplicados às suas equipes de

treinamento de tenistas.

Sugerimos que a percepção do esforço e de recuperação percebidas pelo atleta

sejam boas ferramentas para monitorar a intensidade do treinamento e o estado de

recuperação do atleta, respectivamente. Tal estratégia aplicada semanalmente pode

auxiliar o técnico e preparador físico sobre o estado psicofísico do seu atleta diminuindo

a distância entre esses dois profissionais que muitas vezes não se comunicam. É

possível ainda, desde que se conheça o volume do treinamento físico somado ao volume

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do treinamento técnico-tático calcular a carga interna de treinamento para evitar um

possível sobretreinamento ao atleta.

Outro aspecto que consideramos relevante foi a aplicação da simulação dos

jogos padronizados antes e depois da intervenção de treinamento para verificar de fato

se há um impacto do treinamento sobre o desempenho do atleta durante e após o jogo na

sua recuperação. Com o recurso da filmagem do jogo, técnicos e preparadores físicos

podem analisar e associar os indicadores de desempenho com os dados de scouts a

partir de aplicativos de celular. Entender em que momento do jogo o atleta deve se

poupar fisicamente ou jogar pontos importantes com mais vigor físico e concentração

podem ser frutos desse tipo de análise.

Embora já estudada por diversos autores, nosso estudo é único no que diz

respeito à associação da partida de tênis com o treinamento físico e técnico-tático

permitindo aos profissionais que gerenciam o atleta planejar melhor quando este deve

participar desse ou daquele torneio menos ou mais importante na sua periodização.

Por fim, consideramos o estudo de baixo custo tendo em vista que foram

utilizados métodos de avaliação e treinamento simples, com exceção dos aparelhos de

musculação que se fazem necessários para programas de treinamento que almejem

melhora do rendimento físico.

Limitações do estudo

Consideramos as seguintes limitações do estudo: a) o tamanho reduzido da

amostra; b) ter realizado as coletas em diferentes academias e clubes da cidade de São

Paulo com diferentes estruturas e equipamentos para aplicação do treinamento físico; c)

os horários dos treinamentos técnico-táticos e físicos foram realizados em horários

diferentes; d) ter realizado apenas a supervisão do treinamento e não seu

acompanhamento diretamente e diariamente.

Futuras análises

Para realização de futuras pesquisas envolvendo esta temática, devem ser

aplicados programas de periodização de treinamento de força muscular em um maior

número de atletas para obtenção de resultados mais conclusivos. Sugerimos também

que o tempo de intervenção apresente duração superior a 9 semanas de treinamento da

força muscular.

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Sugerimos ainda em próximas pesquisas que haja maior controle do treinamento

utilizando escalas de percepção da intensidade a cada sessão de treinamento físico.

Consideramos importante também orientar e controlar a ingestão calórica dos alimentos

com o auxilio de uma nutricionista do esporte para melhor obtenção dos resultados.

Durante as simulações das partidas sugerimos que outras análises a partir do

scout sejam realizadas para obtenção de maior correlação entre os aspectos técnico-

táticos e físicos.

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94

ANEXO 1 – Termo de assentimento

TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

DO ADOLESCENTE

Eu______________________________________________________,RG___________

_______________, apresento que fui contatado pelos pesquisadores Prof. Ms. João

Marcelo de Queiroz Miranda e Prof.Dr. Aylton Figueira Junior, quem me elucidou os

objetivos da pesquisa intitulada “Efeito de diferentes modelos de periodização de

treinamento de força sobre as capacidades físicas, respostas fisiológicas, e nos

aspectos técnico-táticos em tenistas adolescentes”. Fui esclarecido que o

desenvolvimento da pesquisa foi autorizado pela Direção do Clube Esperia. Fui

selecionado por estar na faixa etária correspondente a pesquisa. A pesquisa determinará

o meu nível de atividade física através do teste de esforço. Realizarei uma avaliação

antropométrica (peso, altura, circunferências e dobras cutâneas) bem como testes de

aptidão física (teste de 1 repetição máxima na academia de musculação, arremesso de

bola medicinebol, saltos em distância, teste de velocidade em diferentes distâncias, teste

de percorrer a maior distância em 40 segundos e em 6 minutos na pista de atletismo).

Também vou conhecer a velocidade do meu saque e meus golpes de backhand e

forehand além de testes de resistência e agilidade na quadra de tênis. Também vou

participar de uma partida com duração de 90 minutos onde conhecerei qual será a minha

frequência cardíaca durante a partida, assim como, a distância que percorrerei e a

quantidade de rebatidas que darei por pontos, games e no jogo total. Antes, durante e

após a partida de tênis será verificado a minha glicemia (quantidade de açúcar no

sangue) e meu nível de lactato (nível de acidose no sangue). Essas medidas serão

realizadas na região do meu dedo indicador, momento que será retirado uma única gota

de sangue. Fui informado pelos pesquisadores que esse procedimento será realizado 9

vezes. Após todas essas avaliações, vou participar de um treinamento de força durante

12 semanas que terá por objetivo melhorar a minha condição física e consequentemente

meu rendimento durante meus jogos. Assim, apresento que fui esclarecido pelo

pesquisador poderei interromper minha participação em qualquer etapa da pesquisa, não

havendo ônus ou penalidade se o fizer. Estou ciente que ao participar poderei apresentar

algum desconforto mínimo, pois serei submetido a testes físicos e também ao

treinamento de força muscular. Porem ao concluir, como o treinamento de força afetou

o meu rendimento físico o que trará grande beneficio na melhora e conhecimento da

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95

minha performance. Os pesquisadores apresentaram que antes de iniciar a avaliação,

explicarão todos os procedimentos que serei submetido, momentos que de livre escolha

poderei concordar em continuar ou não a minha participação. Fui esclarecido que os

riscos de minha participação são mínimos, pois todos os instrumentos utilizados são

padronizados para aplicação de acordo com cada faixa etária. Ainda fui esclarecido que

em nenhum momento haverá divulgação nominal dos resultados, sendo esses utilizados

para fins científicos, como apresentação em congressos e publicação em revistas. Todos

os dados ficarão armazenados no Laboratório do Movimento Humano na Universidade

São Judas Tadeu, cito a Rua Taquari, 546, Móoca e caso tenha algum questionamento

poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa São Paulo/SP CEP: 01366-000 (2799-

1999 ramal 1665). Portanto, por estar de acordo em participar assino duas vias com o

pesquisador responsável, com igual teor, ficando uma via em meu poder.

São Paulo, ____/_____/2013

_____________________________________

_______________________________________

Assinatura do Participante

Prof.Dr. Aylton Figueira Junior

Telefone ________________________

Universidade São Judas Tadeu

_____________________________________

Prof. Ms. João Marcelo de Queiroz Miranda

Universidade São Judas Tadeu

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96

ANEXO 2 – Termo de consentimento

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

CONCORDANCIA DOS PAIS

Eu______________________________________________________,RG_____

_____________________, apresento que fui contatado pelos pesquisadores Prof. Ms.

João Marcelo de Queiroz Miranda e Prof.Dr. Aylton Figueira Junior, que me elucidou

os objetivos da pesquisa intitulada “Efeito de diferentes modelos de periodização de

treinamento de força sobre as capacidades físicas, respostas fisiológicas, e nos

aspectos técnico-táticos em tenistas adolescentes”. Fui esclarecido que o

desenvolvimento da pesquisa foi autorizado pela Direção do CLUBE ESPERIA e que

eu participarei porque meu (minha) filho (a) foi selecionado para participar da pesquisa

supra intitulada. A pesquisa determinará o meu nível de atividade física através do teste

de esforço. Realizarei uma avaliação antropométrica (peso, altura, circunferências e

dobras cutâneas) bem como testes de aptidão física (teste de 1 repetição máxima na

academia de musculação, arremesso de bola medicinebol, saltos em distância, teste de

velocidade em diferentes distâncias, teste de percorrer a maior distância em 40 segundos

e em 6 minutos na pista de atletismo). Também vou conhecer a velocidade do meu

saque e meus golpes de backhand e forehand além de testes de resistência e agilidade na

quadra de tênis. Também vou participar de uma partida com duração de 90 minutos

onde conhecerei qual será a minha frequência cardíaca durante a partida, assim como, a

distância que percorrerei e a quantidade de rebatidas que darei por pontos, games e no

jogo total. Antes, durante e após a partida de tênis será verificado a minha glicemia

(quantidade de açúcar no sangue) e meu nível de lactato (nível de acidose no sangue).

Essas medidas serão realizadas na região do meu dedo indicador, momento que será

retirado uma única gota de sangue. Fui informado pelos pesquisadores que esse

procedimento será realizado 9 vezes. Após todas essas avaliações, vou participar de um

treinamento de força durante 12 semanas que terá por objetivo melhorar a minha

condição física e consequentemente meu rendimento durante meus jogos. Assim,

apresento que fui esclarecido pelo pesquisador e poderei interromper minha participação

em qualquer etapa da pesquisa, não havendo ônus ou penalidade se o fizer. pois serei

submetido a testes físicos e também ao treinamento de força muscular. Porem ao

concluir, como o treinamento de força afetou o meu rendimento físico o que trará

grande beneficio na melhora e conhecimento do meu (minha) filho (a) sobre a minha

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performance. Os pesquisadores apresentaram que antes de iniciar a avaliação,

explicarão todos os procedimentos que serei submetido, momentos que de livre escolha

poderei concordar em continuar ou não a minha participação. Fui esclarecido que os

riscos de minha participação são mínimos, pois todos os instrumentos utilizados são

padronizados para aplicação. Ainda fui esclarecido que em nenhum momento haverá

divulgação nominal dos resultados, sendo esses utilizados para fins científicos, como

apresentação em congressos e publicação em revistas. Todos os dados ficarão

armazenados no Laboratório do Movimento Humano na Universidade São Judas Tadeu,

cito a Rua Taquari, 546, Móoca e caso tenha algum questionamento poderei contatar o

Comitê de Ética em Pesquisa São Paulo/SP CEP: 01366-000 (2799-1999 ramal 1665).

Portanto, por estar de acordo em participar assino duas vias com o pesquisador

responsável, com igual teor, ficando uma via em meu poder.

São Paulo, ____/_____/2013

_____________________________________

_______________________________________

Assinatura do Participante

Prof.Dr. Aylton Figueira Junior

Telefone ________________________

Universidade São Judas Tadeu

_____________________________________

Prof. Ms. João Marcelo de Queiroz Miranda

Universidade São Judas Tadeu

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ANEXO 3 – Parecer do comitê de ética e pesquisa

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ANEXO 4 – Prancha de Tanner

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100

ANEXO 5 – Flexiteste adaptado – 8 posições

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101

APÊNDICE 1 – Quadro 1

Quadro 1 – sistemas energéticos utilizados na partida de tênis – elaborado pelo

autor

Sistemas Energéticos Duração da ação Estrutura Temporal da Partida

Sistema Aeróbio Melhor de 3 sets - > 1,5 horas Duração da Partida

Melhor de 5 sets - > 2,5 horas

Sistema Anaeróbio Alático Até 10 segundos Duração dos Pontos Curtos

Sistema Anaeróbio Lático Acima de 15 segundos Duração dos Pontos Longos

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102

APÊNDICE 2 – Quadro 2

Quadro 2 – Delineamento do estudo

1º Momento 2º Momento 3º Momento

PRÉ INTERVENÇÃO PÓS

Avaliação da composição Avaliação da composição

corporal GC - Treinamento técnico-tático corporal

Avaliação da Aptidão Avaliação da Aptidão

física GL - Treinamento técnico-tático + Treinamento de velocicidade e resistência + física

Avaliação dos fundamentos Treinamento de força linear Avaliação dos fundamentos

técnicos técnicos

Simulação da partida de GO - Treinamento técnico-tático + Treinamento de velocicidade e resistência + Simulação da partida de

tênis de campo Treinamento de força ondulatório tênis de campo

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103

APÊNDICE 3 – Quadro 3

Quadro 3 – Macrociclo das avaliações e simulação dos jogos durante a temporada

de treinamento

Semanas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Avaliações Fundamentos técnicos Composição corporal Fundamentos técnicos Composição corporal

Teste de flexibilidade Teste de flexibilidade

Testes de velocidade Testes de velocidade

Testes de força Testes de força

Testes de resistência Testes de resistência

Simulação de jogos Partida 1 Partida 1

Treinamento (T) T T T T T T T T T

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104

APÊNDICE 4 – Figura 1

Figura 1 – teste de velocidade de 10 e 20 metros em tenistas adolescentes

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105

APÊNDICE 5 – Figura 2

Figura 2 – Spider Run Test em tenistas adolescentes

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106

APÊNDICE 6 – Figura 3

Figura 3 – teste de preensão manual: mão dominante e mão não dominante em

tenistas adolescentes

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107

APÊNDICE 7 – Figura 4

Figura 4 – teste de salto horizontal em tenistas adolescentes: posição inicial e final

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108

APÊNDICE 8 – Figura 5

Figura 5 – teste de arremesso de medicine ball em tenistas adolescentes

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109

APÊNDICE 9 – Figura 6

Figura 6 – Aplicativo Beep Test utilizado para controle do ritmo do teste yo-yo

endurance test

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110

APÊNDICE 10 – Figura 7

Figura 7 – teste anaeróbio para tenistas (TAT) – adaptado pelo autor

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111

APÊNDICE 11 – Figura 8

Figura 8 – avaliação da velocidade dos fundamentos técnicos com a utilização do

radar Buchnel

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112

APÊNDICE 12 – Figura 9

Figura 9 – posicionamento da câmera durante a avaliação da partida de tênis de

campo

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113

APÊNDICE 13 – Quadro 4

Quadro 4 – Descrição das variáveis da CEP e seus respectivos equipamentos para

análise

Variáveis Equipamento

Duração dos Ralis (s) Análise de vídeo

Número de troca de bolas Análise de vídeo

entre os pontos

Duração dos intervalos Análise de vídeo

entre os pontos (s)

Distância percorrida Garmin GPS

durante o jogo (m)

Velocidade máxima Garmin GPS

atingida (km/k)

Número de passos Acelerômetro

durante o jogo

Carga externa da partida de tênis

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114

APÊNDICE 14 – Quadro 5

Quadro 5 – Momentos de mensuração das variáveis da CIP antes, durante e depois

da simulação da partida de tênis

Variáveis Repouso 30 min 60 min 90 min Recuperação

Lactato ok ok ok ok ok

PSR ok x x x x

PSE x ok ok ok ok

Frequência cardíaca ok ok ok ok ok

CIP durante a simulação da partida de tênis

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115

APÊNDICE 15 – Figura 10

Figura 10 – monitoramento da intensidade da partida de tênis

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116

APÊNDICE 16 – Quadro 6

Quadro 6 – Macrociclo detalhando a organização dos testes, partidas e microciclos

do treinamento físico e técnico-tático

SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM

Microciclo 1 Apresentação TT/TTA TT/TTA TT/TTA Jogo 1 x x

do projeto Familiarização Avaliação Familiarização

Supino e Leg-Press Fundamentos Supino e Leg-Press

Microciclo 2 x TT/TTA TT/TTA TT/TTA TT/TTA x x

Antropometria Testes de velocidade Testes de

Composição corporal e força muscular Resistência anaeróbia

Flexibilidade e aeróbia

Microciclo 3 x TT/TTA TT/TTA TT/TTA TT/TTA x x

TF TF TE/TR

Microciclo 4 x TT/TTA TT/TTA TT/TTA TT/TTA x x

TF TF TE/TR

Microciclo 5 x TT/TTA TT/TTA TT/TTA TT/TTA x x

TF TF TE/TR

Microciclo 6 x TT/TTA TT/TTA TT/TTA TT/TTA x x

TF TF TE/TR

Microciclo 7 x TT/TTA TT/TTA TT/TTA TT/TTA x x

TF TF TE/TR

Microciclo 8 x TT/TTA TT/TTA TT/TTA TT/TTA x x

TF TF TE/TR

Microciclo 9 x TT/TTA TT/TTA TT/TTA TT/TTA x x

TF TF TE/TR

Microciclo 10 x TT/TTA TT/TTA TT/TTA TT/TTA x x

TF TF TE/TR

Microciclo 11 x TT/TTA TT/TTA TT/TTA TT/TTA x x

TF TF TE/TR

Microciclo 12 x TT/TTA TT/TTA TT/TTA Jogo 2 x x

Avaliação

Fundamentos

Microciclo 13 x TT/TTA TT/TTA TT/TTA TT/TTA x x

Antropometria Testes de velocidade Testes de

Composição corporal e força muscular Resistência anaeróbia

Flexibilidade e aeróbia

TT/TA = Treinamento técnico e tático; TF = Treinamento de força; TE/TR = Treinamento específico e de resistência

Total de sessões = 76 (100%); TT/TA = 49 (64,5%); TF = 18 (23,7%); TE/TR = 9 (11,8%)

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117

APÊNDICE 17 – Figura 11

Figura 11 – treinamento técnico-tático utilizando exercícios específicos (Drills) de

tênis de campo

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118

APÊNDICE 18 – Figura 12

Figura 12 – treinamento físico com exercícios específicos para tenistas

adolescentes

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119

APÊNDICE 19 – Figura 13

Figura 13 – treinamento físico da resistência aeróbia e anaeróbia para tenistas

adolescentes

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120

APÊNDICE 20 – Quadro 7

Quadro 7 – descrição das variáveis de carga externa de treinamento para o

desenvolvimento dos exercícios específicos e da resistência – adaptado pelo autor

Capacidade Física Microciclo 3 Microciclo 4 Microciclo 5 Microciclo 6 Microciclo 7 Microciclo 8 Microciclo 9 Microciclo 10 Microciclo 11

Exercícios específicos

Número de exercícios 4 4 4 4 4 4 4 4 4

Número de séries 3 3 4 4 5 5 5 6 4

Repetições por série 10 10 10 10 10 10 10 10 10

Intensidade Leve Leve Leve Moderada Moderada Moderada Alta Alta Alta

Relação de esforço e pausa 1:4 1:4 1:3 1:3 1:2 1:2 1:2 1:2 1:1

Sessões por semana 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Resistência

Repetições x distância 2 x 400 2 x 600 2 x 800 1 x 800 1 x 800 1 x 800 3 x 400 2 x 400 4 x 100

2 x 400 2 x 400 3 x 400 2 x 200 2 x 200 4 x 50

2 x 100

Intensidade Leve Leve Leve Moderada Moderada Moderada Alta Alta Alta

Relação de esforço e pausa 1:1/2 1:1/2 1:1/2 1:1/2 - 1:1 1:1/2 - 1:1 1:1/2 - 1:1 1:1 - 1:2 1:1 - 1:2 1:3

Volume total 0,8km 1,2km 1,6km 1,6km 1,6km 2km 1,6km 1,4km 1km

Sessões por semana 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Treinamento físico específico e da resistência cardiorrespiratória

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APÊNDICE 21 – Quadro 8

Quadro 8 – descrição das variáveis de carga externa de treinamento para o

desenvolvimento da força muscular a partir de diferentes modelos de periodização

Número de microciclos 3 a 5 6 a 8 9 a 11

Frequência semanal 2 x 2 x 2 x

Número de exercícios 6 8 9

Tipo de montagem AS LA DGM

Número de séries 3 3 5

Número de repetições 12 a 15 RM 8 a 12 RM 4 a 6 RM

Intervalo entre as séries 60 a 120 seg 90 a 120 seg 120 a 180 seg

Intervalo entre os exercícios 60 seg 90 seg 120 seg

Número de microciclos 3, 6 e 9 4, 7 e 10 5, 8 e 11

Frequência semanal 2 x 2 x 2 x

Número de exercícios 6 8 9

Tipo de montagem AS/LA/DGM AS/LA/DGM AS/LA/DGM

Número de séries 3 3 5

Número de repetições 12 a 15 RM 8 a 12 RM 4 a 6 RM

Intervalo entre as séries 60 a 120 seg 90 a 120 seg 120 a 180 seg

Intervalo entre os exercícios 60 seg 90 seg 120 seg

AS = Alternado por segmento; LA = Localizado por articulação;

DGM = Direcionado por grupo muscular

Periodização Ondulalatória - Treinamento de força

Periodização Linear - Treinamento de força

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APÊNDICE 22 – Quadro 9

Quadro 9 – cálculo da carga de treinamento semanal das periodizações linear e

ondulatória de força muscular

Semana Periodização Linear Periodização Ondulatória

3 6 x 3 x 13 = 234 6 x 3 x 13 = 234

4 6 x 3 x 13 = 234 8 x 3 x 10 = 240

5 6 x 3 x 13 = 234 9 x 5 x 5 = 225

6 8 x 3 x 10 = 240 6 x 3 x 13 = 234

7 8 x 3 x 10 = 240 8 x 3 x 10 = 240

8 8 x 3 x 10 = 240 9 x 5 x 5 = 225

9 9 x 5 x 5 = 225 6 x 3 x 13 = 234

10 9 x 5 x 5 = 225 8 x 3 x 10 = 240

11 9 x 5 x 5 = 225 9 x 5 x 5 = 225

Carga total (UA) 2097 2097Cálculo da carga = número de exercícios x número de séries

x média de repetições máximas

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APÊNDICE 23 – Gráfico 1

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APÊNDICE 24 – Figura 14

Figura 14 – Monitoramento da intensidade de treinamento e estado de

recuperação do atleta pelas escalas de percepção subjetiva da recuperação (PSR) e

esforço (PSE)

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APÊNDICE 25 – Tabela 6

Tabela 6 – Correlação entre pontos vencidos e variáveis de capacidades físicas e

indicadores de desempenho nos momentos PRÉ e PÓS.

PRÉ PÓS

Arremesso de Medicineball (m) 0,28 0,31

Salto horizontal (m) 0,34 0,3

Velocidade 10 metros (s) 0,03 0,27

Spider Test (s) -0,11 0,13

Yo-yo test (m) 0,3 0,08

PSE 0,13 0,13

Frequência Cardíaca (bpm) 0,23 0,02

Lactato (mmol/L) 0,47 0,12

Distância Percorrida (m) 0,03 0,35

Velocidade Máxima (Km/h) 0,08 0,28

Pontos Vencidos

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APÊNDICE 26 – Gráficos 2, 3 e 4