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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Engenharia de Produção DANILO LIMA DE SOUZA LEAN MANUFACTURING: UMA ANÁLISE DOS METODOS DE MANUTENÇÃO ADOTADOS NA INDÚSTRIA PETROQUIMICA Campinas 2014

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

Engenharia de Produção

DANILO LIMA DE SOUZA

LEAN MANUFACTURING:

UMA ANÁLISE DOS METODOS DE MANUTENÇÃO ADOTADOS NA INDÚSTRIA

PETROQUIMICA

Campinas

2014

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DANILO LIMA DE SOUZA – R.A. 004200900213

LEAN MANUFACTURING:

UMA ANÁLISE DOS METODOS DE MANUTENÇÃO ADOTADOS NA INDÚSTRIA

PETROQUIMICA

Monografia apresentada no curso de Engenharia

de Produção da Universidade São Francisco,

como requisito principal para a obtenção do titulo

de Engenheiro de Produção.

Professor Orientador: Emilio Gruneberg Boog

Campinas

2014

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RESUMO

O estudo que segue objetiva questionar e analisar o método de planejamento à

intervenções utilizado em uma empresa do ramo petroquímico do interior de São Paulo.

Baseado na filosofia lean de produção é facilmente perceptível o nível de retrabalhos e

perdas por excesso de burocracia, principalmente no que se refere aos tempos de espera

ou custos de contratos terceirizados. Ao final do trabalho é proposto uma alternativa de

alteração do atual fluxo de trabalho, permitindo um aumento da qualidade do planejamentos

de falhas estruturais, um aumento da eficiência dos trabalhos corriqueiros e um maior

envolvimento dos operadores, gerando maior satisfação profissional.

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ABSTRACT

The following study aims to question and analyze the method of planning the

interventions used in the petrochemical industry a company from São Paulo. Based on lean

production philosophy is readily apparent the level of rework and loss by excessive

bureaucracy, especially in regard to waiting times or costs for outsourced contracts. At the

end of the work is proposed an alternative amendment to current workflow, enabling an

increase in the quality of planning of structural failures, increase the efficiency of everyday

jobs and greater involvement of operators, generating greater job satisfaction.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 - Preço médio anual do barril de petróleo de 1970 à 1980 .................................. 10

FIGURA 2 - Crescimento Percentual do PIB de 1960 à 1990 .............................................. 11

FIGURA 3 - A fluxo de valor ................................................................................................. 12

FIGURA 4 - Aproximação do fluxo continuo ......................................................................... 13

FIGURA 5 - Casa de produção lean .................................................................................... 14

FIGURA 6 - A redução do nível de estoque (água) permite a gerencia (navio) veja os

problemas (pedras) e procure reduzi-los. ............................................................................. 18

FIGURA 7 - Método para desenvolvimento de um novo layout. ........................................... 20

FIGURA 8 - Características de tempo de vida e atividades de manutenção. ....................... 23

FIGURA 9 - Abordagens Convencional e Just in time de produção. .................................... 24

FIGURA 10 - GPI Estrutura de planejamento ...................................................................... 34

FIGURA 11 - Fluxograma de planejamento de manutenção ................................................ 35

FIGURA 12 - Tempo de espera para a criação de ordens de manutenção (instrumentação)

............................................................................................................................................ 37

FIGURA 13 - Tempo de espera para o encerramento das ordens de manutenção

(instrumentação). ................................................................................................................. 37

FIGURA 14 - Distribuição das especialidades por ordem de manutenção (área empilhada) 38

FIGURA 15 - Distribuição percentual das atividades............................................................ 39

FIGURA 16 - Custo das tarefas envolvendo técnicos de instrumentação contratados ......... 40

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SUMARIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................ 8

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 9

2.1 Contexto Histórico ....................................................................................................... 9

2.2 A Mentalidade Enxuta ............................................................................................... 11

2.3 Ferramentas Lean ..................................................................................................... 14

2.3.1 Desperdícios ...................................................................................................... 16

2.3.1.1 Desperdícios por movimento .......................................................................... 16

2.3.1.2 Desperdícios por espera ................................................................................. 16

2.3.1.3 Desperdícios por produtos defeituosos ........................................................... 16

2.3.1.4 Desperdícios por transporte ............................................................................ 17

2.3.1.5 Desperdícios no processamento..................................................................... 17

2.3.1.6 Desperdícios por excesso de produção .......................................................... 17

2.3.1.7 Desperdícios por estoque desnecessário ....................................................... 18

2.3.1.8 Desperdícios de capital intelectual .................................................................. 18

2.4 Gerenciamento visual e o sistema 5S ....................................................................... 19

2.4.1 (S1) Separar ...................................................................................................... 19

2.4.2 (S2) Organizar.................................................................................................... 20

2.4.3 (S3) Limpar ........................................................................................................ 21

2.4.4 (S4) Padronizar .................................................................................................. 21

2.4.5 (S5) Manter ........................................................................................................ 21

2.4.6 Manutenção produtiva total ................................................................................ 22

2.5 O Trabalho Padronizado ........................................................................................... 23

2.6 Just In Time .............................................................................................................. 23

2.7 Kanban...................................................................................................................... 24

2.8 Jidoka ....................................................................................................................... 25

3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 27

3.1 A Pesquisa Acadêmica ............................................................................................. 27

3.1.1 Pesquisa Quanto à Natureza ............................................................................. 27

3.1.2 Pesquisa quanto aos objetivos ........................................................................... 28

3.1.3 Quanto aos procedimentos ................................................................................ 29

3.1.4 Quanto a abordagem ......................................................................................... 29

3.2 Definição dos Métodos Utilizados .............................................................................. 30

4 DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................ 31

4.1 A Empresa ................................................................................................................ 31

4.2 Conceitos Relevantes à Discussão ........................................................................... 31

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4.2.1 SAP ERP ........................................................................................................... 31

4.2.2 Nota de manutenção .......................................................................................... 31

4.2.3 Ordem de manutenção ....................................................................................... 32

4.2.4 Análise de risco .................................................................................................. 32

4.2.5 Permissão de trabalho ....................................................................................... 32

4.2.6 Técnico de instrumentação ................................................................................ 32

4.2.7 OPMAN .............................................................................................................. 33

4.3 Modelo de Manutenção Adotado ............................................................................... 33

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 40

REFERENCIAS ................................................................................................................... 42

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1 INTRODUÇÃO

Durante o processo de expansão de mercados, intrínsecos à globalização das

últimas décadas, houve um aumento da competitividade entre as organizações, onde ficou

evidente a necessidade de aprimoramento dos meios produtivos.

A qualidade que era apenas um conceito subjetivo e pessoal passou a ter cada vez

mais relevância na aceitação do consumidor, principalmente se associada à um preço

competitivo no mercado.

Com essa premissa, o Sistema Toyota de Produção (STP) foi elaborado por Taiichi

Ohno, na década de 50, como ferramenta para a redução de desperdícios e,

consequentemente, aumento de eficiência produtiva, que se traduz em uma maior

lucratividade (OHNO, 1997).

O presente trabalho apresenta a pesquisa realizada para a conclusão do curso de

Engenharia de Produção da Universidade São Francisco. Trata-se de um estudo que

analisa a implementação dos conceitos da produção enxuta na manutenção de uma

empresa do ramo petroquímico, localizada no interior de São Paulo, cujo tempo de espera

para realização de manutenções diárias excedem os valores aceitáveis pelo mercado.

Seu principal objetivo é questionar o modelo de planejamento de manutenção

adotado pela empresa, e definir uma possível alternativa para a baixa eficiência das

intervenções em sistema de instrumentação e controle. Por eficiência do processo de

intervenção têm-se, não apenas o excessivo tempo de espera para a execução de tarefas

relativamente simples, mas também o elevado custo envolvido em contratos de empresas

terceirizadas.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capitulo abordaremos o contexto histórico do desenvolvimento do STP, a

exposição das principais ferramentas e filosofias desenvolvidas por Taiichi Ohno, e os

principais métodos de produção do refino de petróleo.

2.1 Contexto Histórico

Para compreendermos o verdadeiro significado da filosofia de produção enxuta1,

adotada por Taiichi Ohno nas Indústrias Toyota Motors, devemos visualizar dois principais

pontos do pós-guerra: o espantoso crescimento econômico japonês, e a deflagração da

crise do petróleo.

Segundo Frieden (2008), com o Japão devastado e o desenvolvimento de uma nova

ordem mundial, liderada por Estados Unidos e URSS, houve um investimento massivo de

capital e influencia americanos na sociedade japonesa, objetivando o ganho de um aliado na

política bilateral do período. Como consequência o Japão pôde absorver boa parte dos

métodos de produção americanos, com o ganho de competitividade baseado, basicamente,

em grandes volumes. A produção do país cresceu oito vezes em apenas 25 anos e teve seu

maior rendimento a partir da deflagração da guerra da Coréia2, com o enorme índice de

exportações japonesas às tropas americanas, conforme ilustra o trecho que segue:

No início da década de 1950, quase nenhum lar japonês possuía televisão, máquina de lavar ou geladeira; dez anos mais tarde, metade das casas contava com os três eletrodomésticos. O feito ajudou a fomentar uma revolução na indústria de base: a produção de aço, abaixo dos dez milhões de toneladas no início da década de 1950, passou para quase 100 milhões de toneladas 15 anos depois (FRIEDEN, 2008).

1 A produção ―enxuta‖ (do original em inglês, ―lean‖) é, na verdade, um termo cunhado no final dos anos 80 pelos

pesquisadores do IMVP (International Motor Vehicle Program), um programa de pesquisas ligado ao MIT, para definir um sistema de produção muito mais eficiente, flexível, ágil e inovador do que a produção em massa; um sistema habilitado a enfrentar melhor um mercado em constante mudança (LEAN INSTITUTE BRASIL, 2014). 2 A Guerra da Coréia foi travada entre 25 de junho de 1950 a 27 de julho de 1953, opondo a Coréia do Sul e

seus aliados, que incluíam os Estados Unidos e o Reino Unido, à Coréia do Norte, apoiada pela República Popular da China e pela antiga União Soviética. O resultado foi a manutenção da divisão da península coreana em dois países (FRIEDEN, 2008).

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O segundo ponto a ser lembrado é a deflagração da crise do petróleo3, orientada

pelo vertiginoso aumento de preços por parte de alguns países do oriente médio, em 1973.

Conforme foi citado, a produção japonesa, por muito tempo baseou-se na produção em

massa voltada, principalmente, à exportação. Considerando uma economia de escala,

associada à dificuldade financeira mundial, e um mercado interno relativamente pequeno, é

fácil perceber o grau de dificuldade do governo japonês nesse momento (FRIEDEN, 2008).

Tendo em vista uma visualização clara da realidade japonesa no período

mencionado observamos as figuras 1 e 2:

FIGURA 1 - Preço médio anual do barril de petróleo de 1970 à 1980 Fonte: Elaborado de acordo com os dados do portal da British Petroleum, 2014

3 A Crise do Petróleo originou-se, basicamente, a partir da consciência dos principais países produtores, de sua

real importância e ausência de concorrentes como impulsionador de energia. Com a falta de um substituto e as históricas formações oligárquicas dos países do oriente médio, não houve ferramentas suficientes para evitar uma inflação mundial de preços (FRIEDEN, 2008).

0%

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1970 71 72 73 74 75 76 77 78 79 1980

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PREÇO MÉDIO ANUAL DO BARRIL DE PETRÓLEO

Aumento % Valores Nominais/Valores Atuais (US$)

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FIGURA 2 - Crescimento Percentual do PIB de 1960 à 1990 Fonte: Elaborado de acordo com os dados do Banco Mundial, 2014

Nesse contexto, a indústria japonesa compreende que o método de produção

americano não pode ser utilizado de maneira realmente eficiente e sustentável em sua

realidade. Não seria possível manter a redução de preços baseada na concentração de

custos fixos e imensos volumes de produção, já que em situações de grande dificuldade não

possuía uma economia interna tão grande. Considerando o descarte do método ocidental de

produção, a competitividade japonesa baseou-se, a partir desse momento, na redução de

custos pela eliminação de desperdícios.

2.2 A Mentalidade Enxuta

A mentalidade enxuta possui como base cinco princípios essenciais à sua

continuidade, conforme mostra o Lean Institute Brasil (2014):

Valor: O ponto de partida para a mentalidade enxuta consiste em definir o que

é valor. Diferente do que muitos pensam, não é a empresa e sim o cliente que define o que

é valor. Para ele, a necessidade gera o valor e cabe às empresas determinarem qual é essa

necessidade, procurar satisfazê-la e cobrar por isso um preço específico para manter a

empresa no negócio e aumentar os lucros.

No sistema lean, valor é o principio inicial e que norteia todos os outros. Valor de um produto é o que atende plenamente as necessidades, expectativas e desejos do cliente final. Valor é definido pelo cliente e deve ser criado pela organização. O

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-2

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6

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1960 1970 80 1990

CRESCIMENTO PERCENTUAL DO PIB Japão x Estados Unidos x Mundo

Japão Estados Unidos Mundo

Crise do Petróleo

Evolução do STP Produção em Massa

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cliente só está disposto a pagar por aquilo que ele considera e entende por valor (RODRIGUES, 2014).

Fluxo de Valor: O próximo passo consiste em identificar o fluxo de valor. Com

isso podemos segregar os processos em três tipos: aqueles que efetivamente geram valor,

aqueles que não geram valor, mas são importantes para a manutenção dos processos e da

qualidade e, por fim, aqueles que não agregam valor, devendo ser eliminados

imediatamente. A figura 3 demonstra um exemplo do conceito de fluxo de valor:

FIGURA 3 - A fluxo de valor Fonte: Rodrigues, 2014

O portal Lean Institute Brasil (2014) alerta para uma análise errônea de muitas

empresas, no que se refere à redução de custos sem uma análise aprofundada do fluxo de

agregação de valor do produto:

Apesar de continuamente olharem para sua cadeia produtiva, as empresas continuam a focalizar em reduções de custos não acompanhadas pelo exame da geração de valor. Elas olham apenas para números e indicadores no curto prazo, ignorando os processos reais de fornecedores e revendedores. As empresas devem olhar para todo o processo, desde a criação do produto até a venda final.

Fluxo Contínuo: A concepção de fluxo contínuo diz respeito a tornar o

processo fluido, reduzindo os tempos de espera e tornando o a atividade mais eficiente.

O fluxo contínuo é semelhante a um liquido que escorre de uma torneira. A maioria dos processos que lida com itens separados, como matérias-primas de manufatura, papel ou

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informações, movimenta-se em lotes. Quanto maior o lote, mais distanciado estamos de um fluxo continuo (ADAIR; MURRAY, 1996)

A seguir, na figura 4, têm-se uma demonstração lúdica do conceito de fluxo contínuo,

conforme demonstra Adair e Murray (2014), na citação anterior:

FIGURA 4 - Aproximação do fluxo continuo

Fonte: Adaptado de Adair e Murray, 1996

Produção Puxada: Isso permite inverter o fluxo produtivo: as empresas não

mais empurram os produtos para o consumidor através de descontos e promoções. O

consumidor passa a puxar o fluxo de valor, reduzindo a necessidade de estoques e

valorizando o produto.

A produção puxada acontece quando a demanda em determinada seção ou célula é gerada pela necessidade da seção ou célula de trabalho seguinte. Assim sendo, na medida em que o estoque de produtos acabados necessita de mais

O fluxo continuo assemelha-se ao fluxo de um tubo:

Com produtos descontínuos, o fluxo um-a-um é o que mais se aproxima desse ideal:

Nos processos tradicionais, muitas vezes as atividades são separadas umas das outras e conduzidas como operações independentes. O trabalho progride de uma para outra em lotes, resultando no fluxo intermitente:

A diminuição da quantidade movimentada em qualquer momento e o aumento da freqüência da movimentação tornam o fluxo mais continuo:

A diminuição continua da quantidade movimentada e o aumento da freqüência da movimentação acabam resultando em um fluxo um-a-um:

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produtos, gera a necessidade de produção destes por parte dos centros de trabalho que o abastecem, que por sua vez necessita para esta produção receber os componentes produzidos nas seções anteriores e assim sucessivamente, possibilitando desta forma que somente os componentes necessários em determinado momento sejam produzidos, ou seja, puxando a produção (SEVERO, 2006).

Perfeição: A busca do aperfeiçoamento contínuo em direção a um estado

ideal deve nortear todos os esforços da empresa, em processos transparentes onde todos

os membros da cadeia (montadores, fabricantes de diversos níveis, distribuidores e

revendedores) tenham conhecimento profundo do processo como um todo, podendo

dialogar e buscar continuamente melhores formas de criar valor.

2.3 Ferramentas Lean

Conforme Pascal (2008) descreve, os métodos e ferramentas lean fazem parte, não

apenas de uma relação de ferramentas para otimização de processos, mas principalmente

como uma filosofia de produção que envolve toda a cadeia de fluxo de valor. Cada

ferramenta desenvolvida depende intimamente do nível de implementação da ferramenta

anterior, formando um sistema evolutivo. A figura 5 demonstra a casa de produção lean, que

compara a dependência das etapas da filosofia de produção enxuta com a construção de

uma casa:

FIGURA 5 - Casa de produção lean Fonte: Adaptado a partir de Pascal, 2008

Estabilidade

Padronização

Just in time

Autonomação

Foco no Cliente

Maior qualidade possível, menor custo possível, lead time mais curto através da eliminação constante de desperdícios

Envolvimento

Membros de equipe flexíveis e motivados e que estão continuamente à procura de um

jeito melhor de fazer as coisas

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O trecho a seguir explicita claramente a interpretação da casa de produção lean:

A base do sistema lean é estabilidade e padronização. As paredes são a entrega de peças e produtos just in time e jidoka, a automação com uma mente humana. A meta (o telhado) do sistema é o foco no cliente: entregar a mais alta qualidade para o cliente ao mais baixo custo, no lead time

4mais

curto. O coração do sistema é o envolvimento: membros de equipe flexíveis e motivados, constantemente a procura de uma forma melhor de fazer as coisas (PASCAL, 2008).

Para que sua implementação seja possível e, principalmente, duradoura é importante

o envolvimento de todos: a implementação de ferramentas lean torna-se inviável, em longo

prazo, sem o envolvimento desde o fornecimento até a distribuição, incluindo o chão de

fábrica e as lideranças. Segundo Oppermann e Rösing (2013), algumas empresas

japonesas citam a operacionalização do principio de ―envolvimento de todos‖ adotando

práticas de trabalho, que são a preparação básica da operação e dos empregados para

implementar a sincronização enxuta. Elas incluem:

Disciplina: Padrões de trabalho cruciais para a segurança da equipe, o

ambiente e a qualidade devem ser seguidos por todos, o tempo todo.

Flexibilidade: É necessário a expansão da responsabilidade

proporcionalmente às competências de todos os envolvidos no processo produtivo.

Barreiras a flexibilidade como posições hierárquicas rígidas e práticas restritivas devem ser

removidas.

Igualdade: Políticas de pessoal injustas e divididas devem ser descartadas.

Autonomia: Delegar autoridade para as pessoas envolvidas em atividades

diretas, de forma que o gerenciamento torne-se um processo de suporte. Delegar inclui dar

à equipe a responsabilidade por parar processos quando houver problemas, programar

trabalhos, coletar dados de monitoramento de desempenho e resolver problemas.

Desenvolvimento de pessoal: com o passar do tempo, objetivo é criar mais

membros da empresa que possam suportar o rigor da competitividade.

Qualidade de vida no trabalho: significa, por exemplo, o envolvimento da

tomada de decisões, segurança no emprego, trabalho prazeroso e boas instalações.

Criatividade: criatividade significa não apenas fazer uma tarefa, mas também

melhorá-la e incluir a melhoria como parte do processo.

Envolvimento de pessoas: a equipe assume mais responsabilidade pelo uso

de suas habilidades para o beneficio da empresa como um todo.

4Entende-se por lead time um intervalo de tempo compreendido entre o início e o término de uma atividade

(LEAN INSTITUTE BRASIL, 2014).

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2.3.1 Desperdícios

Como já foi citado, desperdício atua como palavra chave para o desenvolvimento da

produção enxuta. É unânime, entre os autores, a necessidade de sua eliminação. Deste

modo, todos segregam o desperdício em, no mínimo, sete classificações: movimento,

espera, transporte, produtos defeituosos, processamento, excesso de produção e estoque.

Recentemente foi agregado a tal o desperdício de capital intelectual, como é citado por

Pascal (2008).

2.3.1.1 Desperdícios por movimento

A movimentação desnecessária de operadores não agrega nenhum valor ao produto

final, portanto, é totalmente dispensável conforme a filosofia just in time (SLACK, 2002).

Oliveira (2003) defende a priorização da redução de movimento, baseada na

adequação de procedimentos ou pequenas alterações de layout, já que é relativamente

mais barata se comparada à automação industrial.

Pascal (2008) demonstra, ainda, que o desperdício por movimento interfere,

inclusive, na saúde dos trabalhadores, que precisam ir além de seu limite para processar ou

verificar uma peça utilizada no trabalho.

2.3.1.2 Desperdícios por espera

Desperdício devido à espera ocorre quando um trabalhador aguarda para que o

material seja entregue ao processo seguinte (PASCAL, 2008).

O tempo de operação parada ocorre, principalmente, sob a justificativa do máximo

aproveitamento dos recursos produtivos, já que, muitas vezes a produção excede a

capacidade de absorção do próximo posto de trabalho (OLIVEIRA, 2003).

2.3.1.3 Desperdícios por produtos defeituosos

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O desperdício de fabricar produtos defeituosos envolve a perda de recursos de

produção, tempo dedicado pela mão de obra, armazenagem, desgaste de equipamentos

etc. Assim é necessário um controle no qual possam ser apontadas previamente as

possíveis falhas nos produtos que serão disponibilizados no mercado. Esse controle deve

ser realizado durante as várias etapas de execução do processo, incluindo-se as falhas

provenientes dos equipamentos, insumos e falhas humanas (OLIVEIRA, 2003).

2.3.1.4 Desperdícios por transporte

A movimentação de materiais dentro da fábrica, assim como a dupla ou tripla

movimentação do estoque em processo não agrega valor, portanto, mudanças no arranjo

físico que aproximam os estágios de processo, reduzem expressivamente os desperdícios

(SLACK, 2002).

2.3.1.5 Desperdícios no processamento

O desperdício por processamento ocorre a partir da ausência de foco nos interesses

do consumidor final. ―[...] empresas encantadas por uma determinada tecnologia ou

comprometidas em atingir uma dada meta técnica podem esquecer daquilo que o cliente

realmente quer‖ (PASCAL, 2008).

2.3.1.6 Desperdícios por excesso de produção

Taiichi Ohno via a produção em excesso como a origem de todo o mal na área da

manufatura. A partir da produção desenfreada, temos o aumento de todos os custos

variáveis relacionados ao processo. Isto sem que o excedente de produção gere qualquer

tipo valor agregado à empresa (PASCAL, 2008).

Pascal (2008) demonstra, ainda, que a produção em excesso dá origem a outros

tipos de desperdício:

Por movimento: trabalhadores estão ocupados produzindo coisas que

ninguém solicitou.

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Por transporte: produtos finais desnecessários precisam ser levados aos

depósitos.

Por correção: a detecção precoce de defeitos é mais difícil em grandes lotes.

Por estoque: a produção em excesso cria matéria prima e peças

desnecessárias.

2.3.1.7 Desperdícios por estoque desnecessário

A formação de estoques, no sistema produtivo convencional, é utilizada como uma

forma de proteção à continuidade operacional. Contudo, produtos devem ser consumidos,

agregando valores à empresa. Da mesma forma, qualquer valor não investido gera

desperdício. Além disso, acúmulos de material, principalmente entre os processos de

transformação, ocultam falhas operacionais. Grandes estoques possuem um tempo de

residência elevado e, consequentemente, as falhas de um processo tendem a demorar mais

para serem observadas no processo seguinte.

Slack (2002) relaciona as falhas operacionais, ocasionadas pelo consentimento de

grandes estoques, com a figura 6. Nela os problemas oriundos da utilização de estoques

(pedras), tornam-se mais ou menos visíveis pelos gestores (navio), de acordo com o volume

de estoques instituído pela empresa (água).

FIGURA 6 - A redução do nível de estoque (água) permite a gerencia (navio) veja os problemas (pedras) e procure reduzi-los.

Fonte: Slack, 2002

2.3.1.8 Desperdícios de capital intelectual

Sita (2013) explica que, o capital intelectual dos indivíduos é ―a capacidade de

transformar informação em conhecimento que possa ser aplicado às organizações‖.

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Segundo ele, a empresa deve criar meios de retenção desses conhecimentos, já que são

peças essenciais ao seu desenvolvimento.

Porém, a atenção dada ao conhecimento vai além da perda de funcionários. Ohno

(1997) não explicita claramente sua consideração do desperdício de capital intelectual, mas

expõe sua visão de que a fábrica deve ―estar em primeiro lugar‖. Nesse contexto, temos

bem definida a importância do conhecimento gerado na produção propriamente dita, e nada

mais justo, do que relacionar tal conhecimento aos operadores.

Uma organização lean deve, sem dúvida, estabelecer uma via de acesso fácil à

todos os funcionários, de forma que, todos possam colaborar, de acordo com sua

experiência, com o crescimento da empresa.

Pascal (2008) demonstra, ainda, que o desenvolvimento colaborativo de processos

estende os limites da manufatura. Para ele a comunicação deve ser priorizada em toda a

cadeia de suprimentos:

Quando uma empresa está conectada à voz do cliente, cria produtos que constantemente satisfazem esse cliente e podem até encantá-lo. Quando uma empresa e seus fornecedores estão em sintonia, podem, em conjunto, identificar muda e agir em benefício mútuo (PASCAL, 2008).

2.4 Gerenciamento visual e o sistema 5S

Segundo Pascal (2008), melhorias são impossíveis sem estabilidade dos processos.

A estabilidade começa com gerenciamento visual e o sistema 5S. Os 5S dão suporte para o

trabalho padronizado e a manutenção produtiva total (TPM), que são centrais para a

estabilidade de método e de máquina, respectivamente. Além do mais, Os 5S dão suporte à

produção just-in-time (JIT) fornecendo informações práticas que facilitam a tomada de

decisões.

O sistema 5S foi projetado para criar um local de trabalho visual - ou seja, um local de trabalho que seja auto-explicativo, auto-organizativo e auto-melhoráveis. Em um ambiente visual, a situação que está fora do padrão imediatamente fica evidenciada e os funcionários podem corrigir tal situação facilmente. Gerir assim, baseado em exceções, torna a excelência possível (PASCAL, 2008).

2.4.1 (S1) Separar

O primeiro principio da ordem visual é separar tudo o que é desnecessário ao

processo produtivo. Algumas coisas são importantes para seus objetivos, mas boa parte não

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é. Pilhas de coisas se acumulam e impedem o fluxo de trabalho. As confusões aumentam e

lead times longos tornam-se crônicos (PASCAL, 2008).

2.4.2 (S2) Organizar

A segunda etapa diz respeito a organizar o necessário, de forma a minimizar os

desperdícios por movimento. Pascal (2008) expõe como forma de definir uma melhor

disposição de itens um processo evolutivo, onde é organizado um mapa da disposição atual

com os fluxos de processo ilustrados à equipe envolvida. Ele cita a necessidade de espera

de, no mínimo, uma semana para que os operadores possam retornar de maneira assertiva

os principais problemas encontrados. Em seguida é realizada uma adequação do mapa,

conforme as orientações da equipe. Novamente é aguardado um período de uma semana

para que o processo se repita, a fim de atingir o melhor layout. A figura 7 demonstra o

método citado como um ciclo contínuo e evolutivo:

FIGURA 7 - Método para desenvolvimento de um novo layout. Fonte: Pascal, 2008

Pascal (2008) lembra que durante a organização do novo layout é imprescindível a

organização dos equipamentos e ferramentas da maneira mais visual possível. Segundo ele

EXPOSIÇÃO DE UM NOVO

LAYOUT

ESPERA DE UMA SEMANA PARA

AVALIAÇÃO DOS OPERADORES

FEEDBACK DA OPERAÇÃO

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o lugar de tudo deve ser tão claro que: (1) qualquer pessoa possa encontrar qualquer coisa

a qualquer momento; (2) situações fora do padrão fiquem evidentes para todos.

2.4.3 (S3) Limpar

Após separarmos o inútil e organizarmos de forma adequada os itens necessários ao

processo produtivo, devemos limpar o ambiente de trabalho. Nessa etapa é importante não

só executar a limpeza do ambiente, mas também mantê-la. Ter senso de limpeza significa

ter cuidado e eliminar a sujeira para manter o ambiente limpo. O mais importante não é o ato

de limpar, mas o ato de não sujar. Além de limpar, precisamos identificar fontes de sujeira e

as respectivas causas, para podermos bloqueá-las (PASCAL, 2008).

2.4.4 (S4) Padronizar

O quarto passo da implementação dos 5S é a padronização de todas as etapas

anteriores:

Lembre-se que os melhores padrões são claros, simples e visuais. Padrões eficazes evidenciam a condição que está fora do padrão. Por exemplo, um quadro para ferramentas é um padrão que nos informa: quais ferramentas devem estar lá; quais ferramentas estão lá agora; quem levou uma ferramenta e quando essa será devolvida (PASCAL, 2008).

2.4.5 (S5) Manter

O quinto elemento do sistema 5S consiste em manter o ambiente de trabalhado de

maneira organizada, limpa e sem itens desnecessários à manufatura. Seus desenvolvimento

é incerto, e podemos utilizar diversas maneiras de motivação.

Pascal (2008) expõe algumas ideias:

Coloque um quadro informativo central que mostre os alvos e o estado atual

5S, o ―achado do mês‖ 5S e fotos de antes e depois.

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Reconheça um trabalho 5S de qualidade. Peça ao presidente da empresa

que dê ao membro de equipe um presente que demonstre. Coloque a informação no quadro

informativo 5S e na intranet da empresa.

Envolva os membros da equipe para que dêem uma identidade singular a sua

atividade. Em uma empresa, os membros de uma equipe criaram o termo WOW

representando War On Waste (Guerra ao Desperdício) com um gráfico correspondente.

Incentive a criação de uma equipe responsável por sustentar o 5S. Chame

um voluntário de cada área de operação da fábrica. Forneça todo o apoio necessário como

cópias, programas de processamento, uso de computador e um orçamento promocional.

2.4.6 Manutenção produtiva total

Após a plena instalação do sistema 5S, temos insumos suficientes para o

desenvolvimento dos princípios de TPM. Ela baseia-se na ideia de que cada operador é

responsável pela eficiência de seu equipamento, rompendo totalmente com o método

clássico de manutenção corretiva. Fazendo isso, os especialistas em manutenção podem,

então, desenvolver qualificações de ordem superior ou de maior complexidade (SLACK,

2002).

Pascal (2008) compara a relação dos operadores e suas máquinas aos cuidados de

uma mãe:

Vamos pensar em uma mãe com uma criança pequena. Ela monitora a saúde da criança e consegue cuidar da maioria das necessidades dela. Se a temperatura da criança aumentar um pouco, a mãe dará um remédio para ela. Se a criança tiver brotoejas, ela aplicará um pouco de pomada de óxido de zinco. No entanto, se a febre persistir, ela chamará o médico. Também marcará consultas regulares para se assegurar de que a criança está bem. Como uma mãe, o funcionário da produção monitora as condições da máquina e pode lidar com a maioria de suas necessidades. Essas incluem uma limpeza simples, inspeção, lubrificação, apertos e ajustes. O funcionário de produção chamará o médico (a manutenção) quando uma condição irregular persistir, ou para consultas de rotina.

Segundo Costa (2009) a partir da manutenção produtiva total obtemos: redução dos

custos de manutenção preventiva; aumento de autonomia e satisfação dos colaboradores

no processo e aumento de confiabilidade e eficiência dos equipamentos.

A partir da figura 8, compreendemos claramente os benefícios da correção de

pequenas falhas por seus usuários. Nela temos a plotagem da taxa de falha com relação ao

tempo de vida dos equipamentos.

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FIGURA 8 - Características de tempo de vida e atividades de manutenção. Fonte: Pascal, 2008

2.5 O Trabalho Padronizado

Infelizmente, em muitas organizações, a padronização atua como inibidora de ideias.

Para a filosofia lean essas ideias possuem grande valor, e são combustível para o processo

de melhoria continua. Segundo Pascal (2008) o trabalho padronizado faz parte de um

processo evolutivo, que considera cada colaborador na definição de uma melhor ―forma de

se fazer as coisas‖.

2.6 Just In Time

O sistema de produção Just in time visa apenas a produção necessária para o

atendimento das necessidades do cliente. Seu fluxo de informação é de natureza puxada, e

como evento iniciador do processo produtivo temos a compra de produto acabado (SLACK,

2002). A figura 9 compara visualmente os métodos tradicionais de produção e o sistema just

in time:

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FIGURA 9 - Abordagens Convencional e Just in time de produção. Fonte: Elaborado a partir de Pascal, 2008

2.7 Kanban

Para que essa ideologia torne-se possível, é fundamental uma íntima conexão das

etapas de transformação. Contudo, o relacionamento entre fases excede o limite das rotinas

operacionais, e a interação entre os colaboradores torna-se essencial para a fluidez do

processo produtivo.

Taiichi Ohno (1997) ilustra e relaciona o envolvimento das pessoas no ambiente de

trabalho com uma corrida de revezamento:

O local de trabalho é como uma corrida de revezamento - existe sempre uma área de onde se pode passar o bastão. Se ele é passado corretamente, o tempo total final pode ser melhor do que os tempos individuais dos quatro corredores juntos.

Neste contexto, surge o sistema Kanban, que, com um investimento financeiro

relativamente baixo, torna a continuidade operacional mais rápida e eficiente. Ele controla a

os fluxos de produção a partir de fichas ou identificações visuais, que possuem as

informações necessárias para os operadores continuarem o processo (SLACK, 2002).

Vieira (2009) descreve a logística do sistema Kanban da seguinte forma:

A técnica consiste em colocar um cartão Kanban em cada contenedor de peças em processo e em estoque. Quando o

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conteúdo de um contenedor é utilizado, o cartão Kanban é devolvido ao fornecedor (interno ou externo da peça) como sendo um sinal que mais aquele item deve ser produzido e/ou expedido imediatamente. Coloca-se um Kanban em determinados pontos específicos de uma linha de produção, para indicar a entrega de uma determinada quantidade solicitada por um Kanban anterior. Quando se esgotarem todas as peças, o mesmo aviso é levado ao seu ponto de partida, onde se converte num novo pedido para mais peças. Quando for recebido o cartão ou quando não há nenhuma peça na caixa ou no local definido, então deve-se movimentar, produzir ou solicitar a produção da peça. Ou seja, é uma técnica de gestão de materiais e de produção, que controla o momento exato da necessidade de material, através do movimento do cartão (Kanban).

A implantação de um Kanban possui inúmeras dificuldades, sobretudo de natureza

interpessoal. Desta forma, Moura (1989) nos alerta para uma maneira eficiente e

descomplicada de implementação:

Das empresas que implantaram o Kanban com sucesso, vem o conselho para não planejar a implantação com muitos detalhes. É impossível prever em detalhes os problemas que ocorrerão. Em cada fábrica, a implantação é um processo de autodescoberta através da experiência — aprendendo e fazendo. Antes da implantação os gerentes, especialmente diretores, devem compreender todas as suas ramificações, e consequentemente treinar o pessoal para suas novas responsabilidades, onde cada qual treinará para exercer sua função, havendo assim, um sincronismo entre os operários. Na medida em que forem melhorando suas tarefas de maneira organizada, e evoluindo gradativamente na implantação do sistema Kanban, sem dúvida, atingirá a meta desejada pela fábrica que é a redução de custos. Ajustes serão necessários sempre que houver falhas durante a utilização do sistema Kanban, para isto, é importante reuniões entre os envolvidos, a fim de detectar falhas e consequentemente corrigir tais falhas.

2.8 Jidoka

O conceito de Jidoka consiste em fornecer às máquinas e aos operadores a

habilidade de detectar quando uma condição anormal ocorreu e interromper imediatamente

o trabalho. Isso possibilita que as operações construam a qualidade do produto em cada

etapa do processo e separa os homens das máquinas para um trabalho mais eficiente

(LEAN INSTITUTE BRASIL, 2007).

Muitas máquinas operam sozinhas uma vez que estejam ligadas. Porém, pequenas

anormalidades (como a queda de um fragmento qualquer em seu interior) podem de alguma

forma danificá-la, e iniciar a produção de inúmeras falhas. Neste contexto, a produção em

massa de produtos defeituosos não pode ser evitada. Portanto, a ―autonomação‖, ou

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automação com um ―toque humano‖ visa a eliminação das causas básicas destas falhas, a

partir da parada automática, no momento da detecção de uma falha (OHNO, 1997).

Parar a máquina na detecção de problemas obriga todos os envolvidos no processo

produtivo se envolverem na solução. Quando um problema é claramente compreendido, a

melhoria é possível. Expandindo esse pensamento, processo totalmente manuais podem

evoluir a partir da colaboração de seus empregados (OHNO, 1997).

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3 METODOLOGIA

3.1 A Pesquisa Acadêmica

Uma pesquisa caracteriza-se pela investigação sistemática de um problema para a

construção do conhecimento humano, gerando novos conhecimentos, podendo também

desenvolver, legitimar, reproduzir, contestar, ampliar, detalhar ou atualizar algum

conhecimento pré-existente, servindo basicamente tanto para o indivíduo ou grupo de

indivíduos que a realiza, quanto para a sociedade na qual esta se desenvolve. A pesquisa

como atividade regular também pode ser definida como o conjunto de atividades orientadas

e planejadas pela busca de um conhecimento (CIRIBELLI, 2003).

Para Andrade (2003) ―pesquisa é o conjunto de conhecimento sistemático, com base

no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para problemas propostos,

mediante a utilização de métodos científicos‖.

A pesquisa pode ser classificada quanto à natureza, objetivos, procedimentos e

abordagens.

3.1.1 Pesquisa Quanto à Natureza

Dividida entre pura e aplicada, a pesquisa pura busca satisfazer uma necessidade

intelectual por meio do conhecimento, já a pesquisa aplicada, tem o propósito de resolver o

problema e provavelmente resulta em um produto diretamente aplicado (FURLANETTI;

NOGUEIRA, 2013).

Segundo Ciribelli (2003), a pesquisa pura ―amplia os horizontes do conhecimento,

desenvolve teorias, caracteriza novos princípios e realiza amplas generalizações, mas não

se preocupa com a aplicação prática dos novos informes coletados‖, enquanto que a

pesquisa aplicada ―aplica os informes fornecidos pela pesquisa pura‖.

A pesquisa aplicada, por sua vez, apresenta muitos pontos de contato com a pesquisa pura, pois depende de suas descobertas e se enriquece com o seu desenvolvimento; todavia, tem como característica fundamental o interesse na aplicação, utilização e consequências práticas dos conhecimentos. Sua preocupação está menos voltada para o desenvolvimento de teorias de valor universal que para a aplicação imediata numa realidade circunstancial (SOUZA; SANTOS; DIAS, 2013).

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3.1.2 Pesquisa quanto aos objetivos

Com relação aos objetivos, uma pesquisa pode ser classificada em três grandes

grupos: exploratória, descritiva e explicativa.

A pesquisa exploratória desenvolve-se quando o tema escolhido é pouco explorado e

o pesquisador precisa incorporar características inéditas. Ela tem por finalidade a

descoberta de práticas ou diretrizes que precisam ser modificadas bem como a obtenção de

alternativas ao conhecimento científico existente (FURLANETTI; NOGUEIRA, 2013).

Toda pesquisa acadêmica – indireta e direta – desenvolvida com o intuito de elaborar uma monografia lato sensu ou stricto sensu usa a técnica pesquisa exploratória, pois ela possibilita: aproximar o pesquisador do tema e objeto de estudo; construir questões importantes para a pesquisa; proporcionar uma visão geral acerca de determinado fato ou problema; aprofundar conceitos preliminares sobre determinada temática; identificar um novo aspecto sobre o tema a ser pesquisado; possibilitar a primeira aproximação do pesquisador com o tema de estudo, quanto a analise de exemplos que estimulam a compreensão do assunto pesquisado (REIS, 2008).

A pesquisa descritiva configura-se como um estudo intermediário entre a pesquisa

exploratória e a pesquisa explicativa. Geralmente, a pesquisa descritiva é desenvolvida por

meio de técnicas padronizadas de coleta de dados como questionário ou observação

sistemática. A pesquisa descritiva tem apenas a finalidade de observar, registrar, analisar e

determinar a frequência em que um mesmo fenômeno ocorre (FURLANETTI; NOGUEIRA,

2013).

A pesquisa descritiva tem como objetivos: identificar, relatar e descrever características de determinada população ou fenômeno; comparar o estabelecimento de relações entre as variáveis de determinado fenômeno ou população; estabelecer a inter-relação entre os fenômenos e a população (grupo social), usando variáveis; descobrir a frequência com que os fatos acontecem no contexto pesquisado (REIS, 2008).

Já a pesquisa explicativa é o tipo de pesquisa que exige síntese e reflexão e visa

identificar os fatores que contribuem para a ocorrência dos fenômenos e tem como objetivo

ampliar generalizações, definir leis mais amplas, estruturar sistemas e modelos teóricos,

relacionar hipóteses numa visão mais unitária do universo e gerar novas hipóteses por força

da dedução lógica (FURLANETTI; NOGUEIRA, 2013). Esse tipo de pesquisa usa o método

experimental quando é realizada nas ciências exatas e o método observacional quando

realizada nas ciências sociais e humanas (REIS, 2008).

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3.1.3 Quanto aos procedimentos

Segundo Furlanetti e Nogueira (2013) as pesquisas são classificadas em

Bibliográfica, Documental, Experimental, De Levantamento, Estudo de Caso, Pesquisa-ação

e Pesquisa de Campo.

Bibliográfica: tem a finalidade de conhecer as diferentes formas de

contribuição científica sobre determinado assunto ou fenômeno, através de levantamento

bibliográfico.

Documental: semelhante à bibliográfica tem como fonte de pesquisa

informações coletadas a partir dos documentos existentes que não foram analisados tais

como: documentos de arquivos públicos, relatórios de pesquisas, cartas, contratos, diários,

biografias, relatos de viagens, fotografias, gravações, filmes, mapas etc.

Experimental: utilizada na área de ciências biológicas e exatas, caracteriza-se

por manipular diretamente os aspectos, propriedades ou fatores relacionados com o objeto

de estudo. Portanto, a pesquisa experimental pretende dizer de que modo ou por que

causas o fenômeno é produzido.

De Levantamento: tem a finalidade de obter informações diretamente com as

pessoas. E, a partir da análise quantitativa, obtêm-se as conclusões correspondentes aos

dados coletados.

Estudo de Caso: tem como objetivo conhecer profundamente um objeto de

estudo.

Pesquisa-ação: possibilita ao pesquisador intervir dentro de uma problemática

social, analisando-a e anunciando seu objetivo de forma a mobilizar os participantes,

construindo novos saberes.

3.1.4 Quanto à abordagem

Furlanetti e Nogueira (2013) expõem também que ao se desenvolver uma pesquisa

científica as principais abordagens metodológicas utilizadas são qualitativas e quantitativas.

Pesquisas qualitativas têm uma abordagem histórico social e têm caráter

exploratório, detectando a forma em que os seres humanos relacionam-se historicamente.

Elas fazem emergir aspectos históricos, subjetivos, atingem motivações não explícitas, ou

mesmo não conscientes de forma espontânea.

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Pesquisas quantitativas são especialmente projetadas para gerar medidas precisas e

confiáveis que permitam uma análise estatística. Uma análise quantitativa apresenta os

dados em percentuais. As pesquisas quantitativas são bastante utilizadas nos períodos

eleitorais, quando é possível a partir de uma amostragem, quantificar as preferências do

eleitorado.

3.2 Definição dos Métodos Utilizados

A metodologia adotada no presente trabalho caracteriza-se por uma pesquisa

qualitativa de natureza aplicada, já que desenvolve conceitos consagrados de produção

enxuta aplicados à indústria petroquímica.

Quanto aos objetivos, temos uma pesquisa de caráter descritivo, uma vez que

observa e analisa a realidade do objeto de estudo em relação aos conceitos estudados.

Os procedimentos utilizados basearam-se em levantamento bibliográfico para que

seja possível a analise do estudo de caso.

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4 DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

A seguir serão expostas as etapas do método de manutenção adotado em uma

empresa do ramo petroquímico. Devido a complexidade dos processos, para a análise

critica do problema será realizada apenas para os trabalhos de manutenção em

instrumentos de controle, realizado pelo setor de elétrica e instrumentação em um dos

setores de produção.

4.1 A Empresa

Com uma capacidade de processamento de 66 mil m³/dia de petróleo, o equivalente

a 415 mil barris, a empresa atualmente é a maior produtora nacional de derivados de

petróleo, em termos de produção. Sua produção corresponde a 20% de toda a produção de

derivados no Brasil, processando 80% de petróleo nacional.

4.2 Conceitos Relevantes à Discussão

Para o devido entendimento dos processos e fluxos de informação adotados na

manutenção industrial da refinaria serão expostos a seguir alguns conceitos relevantes.

4.2.1 SAP ERP

SAP ERP é um sistema integrado de gestão empresarial transacional, produto

principal da SAP AG, uma empresa alemã, líder no segmento de software corporativos,

tendo cerca de 86 mil clientes, em todo mundo. O sistema procura contemplar a empresa

como um todo, dividido em módulos, onde cada módulo corresponde a uma área especifica,

como por exemplo, o módulo PM (Plant Maintenance) que contempla as necessidades do

departamento de manutenção industrial (SAP ERP, 2014).

4.2.2 Nota de manutenção

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A nota de manutenção é definida como o objeto de solicitação. Ela inicia o processo

de intervenção a partir da exposição do problema. Todos os processos que envolvem a nota

de manutenção são realizados no sistema integrado de gestão SAP ERP (SAP ERP, 2014).

4.2.3 Ordem de manutenção

A ordem de manutenção é definido como o objeto de planejamento à intervenção.

Ela utiliza a nota de manutenção como referencia e está vinculada a ela durante toda a sua

existência. Desta forma o rastreamento de informações torna-se simples. Todos os

processos que envolvem a ordem de manutenção são realizados no sistema integrado de

gestão SAP ERP (SAP ERP, 2014).

4.2.4 Análise de risco

Devido ao risco inerente aos processos industriais da refinaria, para cada ordem de

manutenção é criada uma análise de risco individual e intransferível, que deve analisar os

perigos envolvidos e relacionar medidas de controle para cada tarefa da ordem de

manutenção. Esse documento deve ser elaborado com, no mínimo, um operador

responsável pela área de processamento, um técnico de manutenção da atividade e um

técnico de segurança.

4.2.5 Permissão de trabalho

Trata-se de um documento emitido pela equipe de operação da unidade de

processamento para a execução do trabalho. Nesse documento a operação responsabiliza-

se pela segurança do técnico de manutenção e pela continuidade operacional.

4.2.6 Técnico de instrumentação

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Os técnicos instrumentação, automação e controle são responsáveis por manter o

bom funcionamento dos sistemas de medição e controle em processos produtivos de

diversos segmentos da indústria. A instrumentação está diretamente ligada aos processos

industriais e seus sistemas de automação.

4.2.7 OPMAN

O OPMAN é um operador cedido pela unidade de processo à equipe de

planejamento de manutenção. Seu objetivo é analisar os riscos, as manobras e

características operacionais envolvidas em cada intervenção.

4.3 Modelo de Manutenção Adotado

O planejamento de manutenção é realizado a partir de um grupo multidisciplinar

separado em três equipes de planejamento que tratam das atividades dos seis setores de

produção existentes, conforme mostra a figura 10.

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34

FIGURA 10 - GPI Estrutura de planejamento Fonte: Sistema Interno da Empresa (2014)

O planejamento desenvolve-se em ciclos de aproximadamente quinze dias, ou seja,

cada nota de manutenção tem o prazo máximo de quinze dias para planejamento e cada

intervenção é realizada de acordo com sua criticidade, podendo demorar até 180 dias para

realização.

O fluxo de informação inicia-se com a abertura de solicitações de manutenção

pelas equipes de operação de cada unidade de processamento: ao deparar-se com uma

falha ou quebra de equipamento, o operador cria uma solicitação de manutenção em um

banco de dados desenvolvido especificamente para essa finalidade.

A partir dessas solicitações são criadas notas de manutenção, pelos OPMAN, com

informações referentes ao processo e a liberação segura do equipamento.

COORDENAÇÃO

(1 coordenador)

EQUIPE 1

SETOR 1

CALDEIRARIA

(1 técnico)

ELÉTRICA

(1 técnico)

INSTRUMENTAÇÃO

(1 técnico)

MECÂNICA

(1 técnico)

OPMAN

(1 operador)

SETOR 2

CALDEIRARIA

(1 técnico)

ELÉTRICA

(1 técnico)

INSTRUMENTAÇÃO

(1 técnico)

MECÂNICA

(1 técnico)

OPMAN

(1 operador)

EQUIPE 2

SETOR 3

CALDEIRARIA

(1 técnico)

ELÉTRICA

(1 técnico)

INSTRUMENTAÇÃO

(1 técnico)

MECÂNICA

(1 técnico)

OPMAN

(1 operador)

SETOR 4

CALDEIRARIA

(1 técnico)

ELÉTRICA

(1 técnico)

INSTRUMENTAÇÃO

(1 técnico)

MECÂNICA

(1 técnico)

OPMAN

(1 operador)

EQUIPE 3

SETOR 5

CALDEIRARIA

(1 técnico)

ELÉTRICA

(1 técnico)

INSTRUMENTAÇÃO

(1 técnico)

MECÂNICA

(1 técnico)

OPMAN

(1 operador)

SETOR 6

CALDEIRARIA

(1 técnico)

ELÉTRICA

(1 técnico)

INSTRUMENTAÇÃO

(1 técnico)

MECÂNICA

(1 técnico)

OPMAN

(1 operador)

EQUIPE DE APOIO À COORDENAÇÃO

(5 técnicos de manutenção)

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35

Em seguida, cada nota de manutenção é encaminhada à gerencia para aprovação.

Após a aprovação de seus respectivos gestores, a nota de manutenção é disponibilizada às

equipes de planejamento de cada especialidade de manutenção, de forma que cada

planejador possui até quinze dias para a conclusão do planejamento. Após a conclusão do

planejamento é criada a análise de risco e solicitada a aprovação dos gerentes de

manutenção (nesse caso, da gerencia de elétrica e instrumentação) e operação.

A figura 11 resume o fluxo de informação do planejamento de manutenção adotado

até o momento:

FIGURA 11 - Fluxograma de planejamento de manutenção Fonte: Elaborado a partir de informações do grupo de planejamento à Intervenção, 2014

Todas as intervenções realizadas passam pelo processo citado, de forma que

variam apenas nos tempos de execução: os trabalhos considerados emergenciais são

realizados instantaneamente, porém, o fluxo de informação obrigatoriamente ocorre em

paralelo.

A partir desses planejamentos, que abastecem uma carteira de ordens de

manutenção, é realizada a montagem da programação de manutenção. As programações

possuem período de uma semana e são definidas na semana anterior, conforme o volume

demão de obra disponível.

Ao analisar o processo citado, tem-se, com exceção da etapa de planejamento, não

há nenhum processo que agregue valor à intervenção. Além disso, conceitos básicos de

preparação à produção enxuta, como flexibilidade e autonomia, são descartados com a

repetida aprovação dos gestores de manutenção e operação. Vale lembrar que

SOLICITAÇÃO DE MANUTENÇÃO REALIZADA

PELA EQUIPE DE OPERAÇÃO

ABERTURA DE NOTA DE MANUTENÇÃO COM AS

INFORMAÇÕES OPERACIONAIS NECESSARIAS

PARA A INTERVENÇÃO

SOLICITAÇÃO DE APROVAÇÃO DA GERENCIA

OPERACIONAL

CRIAÇÃO DE ORDEM E PLANEJAMENTO DA

MANUTENÇÃO

SOLICITAÇÃO DE APROVAÇÃO DAS GERENCIAS

DE OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO

DISPONIBILIZAÇÃO DA ORDEM DE MANUTENÇÃO

PARA EXECUÇÃO

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inflexibilidade torna difícil a motivação e o envolvimento dos envolvidos para a evolução da

melhoria continua dos processos.

Com o objetivo de analisar a eficiência do processo de intervenção adotado, foi

extraído uma relação de dados, dispostos no sistema SAP ERP, das atividades de

instrumentação com atuação em um dos setores de produção. A análise desses dados

tomou como base três campos dispostos na ordem de manutenção: a data de criação da

nota de manutenção 5 , a data de criação da ordem de manutenção 6 e a data de

encerramento da ordem de manutenção7.

Com esses dados pôde-se verificar o tempo necessário para a abertura de cada

ordem de manutenção disponibilizada para a equipe de instrumentação industrial no período

de 13/01/2014 à 27/08/2014, com o levantamento de 194 ordens e um tempo médio de

atendimento de 15 dias, conforme mostra a figura 12. O calculo utilizado para definição

desses períodos segue a seguinte relação:

TECO = DCO – DCN

Onde:

DCN = data de criação da nota de manutenção

DCO = data de criação da ordem de manutenção

TECO = tempo de espera para criação das notas de manutenção

Fonte: Elaborado a partir do SAP ERP (2014)

FIGURA 12 - Tempo de espera para a criação de ordens de manutenção (instrumentação)

5 A criação da nota de manutenção é considerada o ponto de partida do processo de intervenção.

6 A criação da ordem de manutenção é considerada o inicio do planejamento da ordem de manutenção.

7 O encerramento da ordem e manutenção sinaliza a conclusão do trabalho.

0

20

40

60

80

100

120

CRIAÇÃO DE ORDENS DE MANUTENÇÃO

tempo de espera para a criação da ordem de manutenção

tempo médio para a criação de ordens de manutenção

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Da mesma forma pôde-se realizar a análise do tempo necessário para a conclusão

dessas intervenções, a partir do tempo necessário para o encerramento da ordem de

manutenção. Nela obtivemos um período médio de 47 dias para a conclusão dos trabalhos

das 194 ordens demonstradas na figura 13. O calculo utilizado para definição desses

períodos segue a seguinte relação:

TEEO = DEO – DCO

Onde:

DCO = data de criação da ordem de manutenção

DEO = data de encerramento da ordem de manutenção

TEEO = tempo de espera para encerramento da ordem de manutenção

FIGURA 13 - Tempo de espera para o encerramento das ordens de manutenção (instrumentação).

Fonte: Elaborado a partir do SAP ERP, 2014

Sobre os trabalhos de instrumentação, observa-se um grande inconveniente: não é

permitida a intervenção em nenhum equipamento da unidade operacional sem a permissão

de trabalho emitida pela equipe de operação. Porém, para a emissão da permissão de

trabalho é necessário um numero de ordem com as tarefas devidamente descritas.

Considerando a natureza das tarefas, não é possível prever qual o tipo de intervenção será

realizada sem uma avaliação prévia do sistema.

Nesse contexto muitas ordens de manutenção de instrumentos seguem o seguinte

planejamento básico: na primeira semana é gerada uma ordem com a verificação da falha e

0

20

40

60

80

100

120

140

160

ENCERRAMENTO DE ORDENS DE ANUTENÇÃO

tempo de espera encerramento da ordem de manutenção

tempo médio para encerramento da ordem de manutenção

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na semana seguinte a falha é sanada. Portanto, a maioria dos instrumentos envolvidos

demoram, no mínimo, duas semanas para que seja efetuada a manutenção, com raras

exceções. Contudo muitas intervenções são realizadas em mais de dois planejamentos, o

que torna a execução cada vez mais cara, chegando a troca desses equipamentos ser mais

vantajosa do que a manutenção corretiva em alguns componentes.

Entre as graves falhas do processo citado, no que compete à produção enxuta, a que

mais se destaca é o elevado tempo de espera para a realização das intervenções.

Considerando a idealização de Ohno para a manutenção produtiva total (TPM) é

inconcebível que pequenas calibrações em instrumentos demorem, no mínimo duas

semanas para a conclusão. Novamente o excesso de burocracia e inflexibilidade dos

processos são responsáveis por essa perda.

A seguir, na figura 14, pode-se visualizar entre as ordens de manutenção analisadas,

qual a contribuição de cada especialidade de manutenção, no que confere ao numero de

homens-hora utilizados:

Fonte: Elaborado a partir do SAP ERP (2014)

FIGURA 14 - Distribuição das especialidades por ordem de manutenção (área empilhada)

Analisando o gráfico, nota-se que o volume de mão de obra terceirizada utilizada nas

atividades de instrumentação é significativamente maior, se comparado aos profissionais

próprios. Além disso, em trabalhos pontuais, é necessário o apoio de caldeiraria e

montadores de andaime8 para acesso aos instrumentos e liberação do equipamento por

8 Os profissionais de caldeiraria e montagem de andaime também são todos terceirizados.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

DISTRIBUIÇÃO DAS ESPECIALIDADES POR ORDEM DE MANUTENÇÃO

CALDEIREIRO MONTADOR DE ANDAIME

OUTROS TÉCNICO DE AUTOMAÇÃO

TÉCNICO DE INSTRUMENTAÇÃO TERCEIRIZADO TÉCNICO DE INSTRUMENTAÇÃO PRÓPRIO

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parte da operação. Conforme mostra a figura 15, das ordens de manutenção analisadas,

39% dos profissionais envolvidos fazem parte da equipe de instrumentação terceirizada.

FIGURA 15 - Distribuição percentual das atividades Fonte: Elaborado a partir do SAP ERP, 2014

O custo mensal estimado dos contratos de instrumentação variam em torno de R$

12.000,00 por profissional, no período de um mês, considerando 220 horas remuneras e

desconsiderando os gastos com horas extras, transporte, alimentação, EPI’s, ferramentas,

entre outros. Portanto, o custo da hora do profissional terceirizado aproxima-se de, no

mínimo, R$ 54. Ao relacionarmos esses custos com os valores dispostos na figura 14,

temos o custo total de cada ordem de manutenção, no que se refere aos profissionais de

instrumentação contratados:

FIGURA 16 - Custo das tarefas envolvendo técnicos de instrumentação contratados Fonte: Elaborado a partir do SAP ERP, 2014

10%

30%

6%

3%

39%

12%

DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DAS ATIVIDADES

CALDEIREIRO

MONTADOR DE ANDAIME

OUTROS

TÉCNICO DE AUTOMAÇÃO

TÉCNICO DE INSTRUMENTAÇÃO TERCEIRIZADO

TÉCNICO DE INSTRUMENTAÇÃO PRÓPRIO

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

CUSTO DAS TAREFAS ENVOLVENDO TÉCNICOS DE INSTRUMENTAÇÃO CONTRATADOS (R$)

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As unidades de processamento de uma indústria petroquímica possuem elevado

nível de complexidade e periculosidade, podendo interferir, inclusive na segurança das

comunidades instaladas ao redor. Essas unidades são controladas por sistemas de

instrumentação complexos, os quais possuem manutenção relativamente simples. Nesse

contexto, é incoerente que esses sistemas fiquem indisponíveis, mesmo que parcialmente.

Devido aos trabalhos de instrumentação necessitarem, basicamente, da capacidade

técnica do profissional e suas ferramentas serem de pequena complexidade, é proposto a

criação da figura do operador mantenedor (nesse caso, da área de instrumentação). Esse

profissional deverá manter a continuidade operacional, com a realização de pequenas

intervenções em instrumentos, sem se dispor das tarefas inerentes ao processo. Dessa

forma, um instrumento que perde calibração e pode parar a unidade ou levá-la a uma

condição insegura, pode ser calibrado imediatamente.

Com isso, o numero de intervenções encaminhadas ao grupo de planejamento é

reduzido drasticamente, permitindo uma avaliação aprofundada das falhas recorrentes em

sistemas críticos. O principal objetivo da migração de responsabilidade das pequenas

intervenções para a equipe de operação é a criação de ambiente adequado ao

desenvolvimento técnico dos profissionais da área de instrumentação, que poderão

solucionar os problemas em sua causa básica, e não apenas atuando em medidas

paliativas.

Tendo em vista a minimização dos efeitos sindicais, no que compete a possibilidade

de redução de postos de trabalho, propõe-se que a figura do operador mantenedor faça

parte do plano de carreira desses profissionais, através de função adicional gratificada, a

qual, considerando os valores envolvidos nos replanejamentos atuais possui valor irrisório.

Com a implementação da atividade do operador mantenedor podemos:

reduzir o tempo de espera para zero;

aumentar o envolvimento e, consequentemente, a motivação dos operadores;

garantir maior segurança à unidade, aos operadores e à comunidade;

reduzir os custos de manutenção e

aumentar a confiabilidade do processo.

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